Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
08Aula Técnicas de Entrevista e Interrogatório II PROVAS ILÍCITAS Prof. MSc. Thierry Izuta PROVAS ILÍCITAS O TRATAMENTO DAS PROVAS ILÍCITAS NO ORDENAMENTO BRASILEIRO • A CF/1988 veda a admissibilidade das provas obtidas por meios ilícitos. • A sanção processual cominada para a ilicitude da prova é a sua inadmissibilidade. Não é a sua nulidade, mas não pode integrar o processo. • Na doutrina brasileira, a inadmissibilidade da prova ilícita tem sido abrandada pelo princípio da proporcionalidade, quando for pro réu. O TRATAMENTO DAS PROVAS ILÍCITAS NO ORDENAMENTO BRASILEIRO • Sobre as provas ilícitas por derivação, o STF tem-se manifestado pela sua inadmissibilidade. • Bem como tem examinado o tema com base nos parágrafos 1º e 2º do art. 157 do CPP • Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas ilícitas, assim entendidas as obtidas em violação a normas constitucionais ou legais. O TRATAMENTO DAS PROVAS ILÍCITAS NO ORDENAMENTO BRASILEIRO • § 1o São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, salvo quando não evidenciado o nexo de causalidade entre umas e outras, ou quando as derivadas puderem ser obtidas por uma fonte independente das primeiras. • § 2o Considera-se fonte independente aquela que por si só, seguindo os trâmites típicos e de praxe, próprios da investigação ou instrução criminal, seria capaz de conduzir ao fato objeto da prova. [...] • § 5º O juiz que conhecer do conteúdo da prova declarada inadmissível não poderá proferir a sentença ou acórdão. O TRATAMENTO DAS PROVAS ILÍCITAS NO ORDENAMENTO BRASILEIRO • Críticas ao conceito de provas ilícitas pela Lei nº 11.690/2008 (Altera a redação aos arts. 155 a 157 do CPP). • Uma delas é que não se faz a necessária distinção entre a ilicitude da prova e as violações a regras processuais que, não conduzirão ao desentranhamento da prova, mas a sua nulidade. • Ele não impede que o juiz conheça o conteúdo da prova ilícita para proferir a sentença no processo em questão. Pois não há garantia de que ele não terá sua convicção por ela formada, mesmo que não haja menção desta prova ilícita nos autos. • Item resgatado pela Lei nº 13.964/2019. AS CONSEQUÊNCIAS DO RECONHECIMENTO DA ILICITUDE DA PROVA • Apesar do dispositivo constitucional determinar que as provas ilícitas são inadmissíveis, essas provas acabam ingressando no processo. • A ilicitude das provas não gera apenas a nulidade da prova, mas todos os atos decorrentes desta prova. Nesses casos, é necessário o seu desentranhamento da prova ilícita, para que não venham influenciar o convencimento do julgador. AS CONSEQUÊNCIAS DO RECONHECIMENTO DA ILICITUDE DA PROVA • Caso a denúncia for baseada na ilícita, ela será considerada nula. Outra denúncia deverá ser oferecida, após o desentranhamento daquela, com suporte em outros elementos probatórios lícitos. Se inexistirem outras provas lícitas, o inquérito deverá ser arquivado. • Se o processo tiver ocorrido o trânsito em julgado, há duas possibilidades. Uma é a propositura da revisão criminal, visando rever todo processo e reduzir/anular a condenação do réu. • Neste caso, a decisão proferida será nula e o Tribunal, julgando a revisão criminal, podendo absolver o condenado, quando a prova ilícita é o elemento essencial da condenação ou deixar de ser valorada a condenação pela prova ilícita, com sua redução da pena. AS CONSEQUÊNCIAS DO RECONHECIMENTO DA ILICITUDE DA PROVA • A segunda possibilidade é a impetração de habeas corpus, visando anular a sentença com a determinação de desentranhamento das provas ilícitas pelo Tribunal que foram utilizadas no processo que condenou o réu. • Neste caso, uma nova sentença deverá ser proferida sobre o caso e sem a utilização da prova ilícita no processo, gerando uma absolvição do réu ou a redução da sua pena. AS CONSEQUÊNCIAS DO RECONHECIMENTO DA ILICITUDE DA PROVA • Já no Tribunal do Júri, o uso das provas ilícitas deve ser analisada com cuidado, uma vez que o veredicto é proferido por leigos, estando sujeitos a uma maior influência da prova ilícita, uma vez que a decisão dos jurados não é motivada. • Neste caso, também deverá ser verificada se a prova ilícita foi o elemento essencial para a condenação do réu ou se houve outras provas autônomas e independentes que gerou a condenação. Bons Estudos!
Compartilhar