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ELIEL BATISTA SALES | TUTOR EXTERNO INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO UNIDADE 2 – O DIREITO NO TEMPO E NO ESPAÇO – TEORIA DA RELAÇÃO JURÍDICA PLANO DE ESTUDOS: TÓPICO 1 – HERMENÊUTICA E INTERPRETAÇÃO JURÍDICA E APLICAÇÃO DO DIREITO NA SOLUÇÃO DO CASO CONCRETO NA ESFERA CONSTITUCIONAL TÓPICO 2 – POSIÇÕES JURÍDICAS DOS SUJEITOS DE DIREITO NAS RELAÇÕES JURÍDICAS TÓPICO 3 – DIREITO SUBJETIVO TÓPICO 4 – ESTRUTURA E COMPOSIÇÃO DO PODER JUDICIÁRIO UNIDADE 2 – O DIREITO NO TEMPO E NO ESPAÇO – TEORIA DA RELAÇÃO JURÍDICA OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM PLANO DE ESTUDOS: • avaliar os componentes da teoria da relação jurídica; • reconhecer os aspectos estruturais do poder judiciário; • compreender de forma geral as características da hermenêutica e interpretação jurídica; • adquirir conhecimentos específicos acerca do direito subjetivo. TÓPICO 1 – HERMENÊUTICA E INTERPRETAÇÃO JURÍDICA • Hermenêutica e intepretação jurídica: são responsáveis por grande parte da eficácia jurídica enquanto prática cotidiana; a hermenêutica é a ciência da intepretação. • As regras de hermenêutica são regras de interpretação, de aplicação e de integração do Direito. A hermenêutica é pertencente à filosofia. • Interpretar é explicar, esclarecer; dar o significado de vocábulo, atitude ou gesto; reproduzir por outras palavras um pensamento exteriorizado; mostrar o sentido verdadeiro de uma expressão; extrair, de frase, sentença ou norma, tudo o que na mesma se contém. - Nader (2019, p. 246): “A palavra hermenêutica provém do grego, hermeneúein, que significa “interpretar ou traduzir” e deriva de Hermes, deus da mitologia grega, considerado o intérprete da vontade divina.”. - A interpretação jurídica é um meio de aplicar a legislação, em que devem ser considerados pelo intérprete a literalidade da lei, a coerência sistemática e hierárquica das leis, a vontade do legislador e as circunstâncias do caso concreto, e, em caso de lacunas substanciais, devemos buscar na Constituição e nos princípios fundamentais a solução do conflito normativo que se apresenta. • O profissional que exerce a interpretação é o responsável por manter os princípios e valores do direito, independente da interpretação, baseado na hermenêutica. • A hermenêutica jurídica fornece também princípios e regras aplicáveis na interpretação das sentenças judiciais e negócios jurídicos. • Elementos da interpretação: gramatical; lógico; sistemático; histórico e teleológico (investiga os objetivos da lei). TÓPICO2- POSIÇÕES JURÍDICAS DOS SUJEITOS DE DIREITO NAS RELAÇÕES JURÍDICAS As relações jurídicas são compostas por indivíduos que vivem em âmbito social, sendo assim, são formadas pela sociedade. “As relações sociais fornecem como que a matéria-prima do Direito. Se reguladas pelo Direito, fundam relações jurídicas” Requisitos da relação jurídica: a) Uma relação intersubjetiva, ou seja, um vínculo entre duas ou mais pessoas; b) A correspondência ou adequação do vínculo com uma hipótese normativa, decorrendo por isso consequências obrigatórias. Sujeitos da relação jurídica: Sujeito ativo: É o credor da prestação principal. O portador do direito subjetivo de poder exigir o seu cumprimento. Ex: na ação de despejo, o dono da casa, o locatário. Sujeito passivo: Aquele que integra a relação jurídica como responsável ou devedor da prestação principal. Ex: o devedor dos aluguéis, o locador. Espécies de relações jurídicas: Quanto à disciplina normativa, a relação jurídica pode ser civil, penal, trabalhista, comercial etc; Com relação ao objeto, elas se distinguem em pessoais, obrigacionais e reais, conforme seja uma pessoa, uma prestação ou uma coisa; Quanto ao sujeito, as relações jurídicas podem ser relativas (pessoa ou um grupo no polo passivo) ou absolutas (coletividade) d) Quanto às formas de relações jurídicas, há de salientar, entre as obrigacionais, as de tipo “negocial” que resultam diretamente da vontade manifestada na forma da lei. e) A relação jurídica pode ainda ser de “direito público” ou de “subordinação”: ocorre quando o Estado participa na relação como sujeito ativo, (Direito Administrativo) Posições jurídicas: - ativas: poderes ou direitos; - passivas: sujeições ou deveres. TÓPICO 3- DIREITO SUBJETIVO “O direito subjetivo é o poder ou domínio da vontade livre do homem, que o ordenamento protege e confere; consiste, assim, na possibilidade de agir e de exigir aquilo que as normas de Direito atribuem a alguém como próprio”. “O direito objetivo corresponde à norma jurídica em si, enquanto comando que pretende um comportamento. É aquele objetivado independentemente do momento de uso e exercício. O direito positivo é a soma do direito objetivo com o direito e o dever subjetivos” Teorias do direito subjetivo: a) Teoria da vontade: é o poder ou senhorio da vontade reconhecido pela ordem jurídica; b) Teoria da interesse: o interesse juridicamente protegido; c) Teoria eclética: soma das duas; d) Teoria de Léon Duguit: o ordenamento jurídico se fundamenta não na proteção dos direitos individuais, mas na necessidade de manter a estrutura social, cabendo a cada indivíduo cumprir uma função social. Tópico 4 - ESTRUTURA E COMPOSIÇÃO DO PODER JUDICIÁRIO Estrutura do Poder Judiciário (Artigo 92 a 126 da Constituição Federal): • Supremo Tribunal Federal (STF) e Conselho Nacional de Justiça (CNJ). • Superior Tribunal de Justiça (STJ). • Tribunais Regionais Federais (TRFs) e Juízes Federais. • Tribunais – Tribunal Superior do Trabalho (TST) e Tribunais Regionais do Trabalho (TRTs) e Juízes do Trabalho. • Tribunais – Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) e Juízes Eleitorais. • Tribunais – Superior Tribunal Militar (STM) e Tribunais Militares (TM) e Juízes Militares. • Tribunais (TJs) e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios. • O Judiciário, nos moldes da CF/88, é um poder autônomo, de enorme significado no panorama constitucional das liberdades públicas. • O poder judiciário possui funções de extrema relevância no âmbito jurídico, desta forma, entende-se que em um primeiro momento a função típica, imediata, primária ou própria do Poder Judiciário é, simplesmente, julgar. • A atividade jurisdicional, a partir da Reforma do Poder Judiciário, é informada por seis princípios constitucionais: Transcendência; Celeridade processual; Publicidade dos atos processuais; Pluralidade dos meios de acesso à justiça; Federalização das graves violações de direitos humanos; Precedente judiciário e súmula de tribunal de aplicação obrigatória. 16