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Imunologia_modulo_05_Doença Parasitária_fatores inerentes e alterações

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Prévia do material em texto

Doença Parasitária (fatores inerentes e 
alterações)
APRESENTAÇÃO
Nessa unidade de aprendizagem, estudaremos as doenças parasitárias, definindo o agente 
etiológico e as principais alterações e sintomas que ocorrem no organismo humano. 
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Identificar os principais fatores inerentes ao parasita e ao hospedeiro.•
Definir as doenças parasitárias, identificando o parasita causador.•
Reconhecer as principais alterações e sintomas de cada doença parasitária.•
DESAFIO
No Brasil, algumas doenças parasitárias se apresentam com maior relevância para a população e 
para a saúde coletiva.
Diante disso, o Ministério da Saúde lança, periodicamente, um Guia de Bolso de doenças 
infecciosas e parasitárias no qual se destacam as doenças de interesse para a Vigilância 
Epidemiológica.
Esse guia tem sido reconhecido pelos profissionais de saúde como um manual prático e de 
grande utilidade (Brasil, 2010).
Com base nesse guia do Ministério da Saúde, você deverá: 
1) Identificar cinco doenças parasitárias causadas por protozoários ou helmintos. 
2) Identificar o agente causador (nome do parasita) dessas doenças. 
3) Descrever o quadro clínico e as principais complicações que a doença causa no organismo 
humano.
Para isso, acesse o seguinte arquivo:
Guia de Bolso Doenças Parasitárias
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
 
INFOGRÁFICO
Vejamos os fatores associados às doenças parasitárias:
CONTEÚDO DO LIVRO
As doenças parasitárias são causadas por diferentes espécies de parasitas que, dependendo da 
sua forma (larva, ovo, cisto, esporozoíto, etc), infectam os seres humanos e causam as 
manifestações clínicas. 
Aprofunde seu conhecimento com a leitura do capítulo Doença Parasitária (Fatores Inerentes e 
Alterações) da obra Mecanismos de agressão e defesa I: Imunologia e Parasitologia.
Boa leitura.
MECANISMOS DE 
AGRESSÃO E DEFESA I: 
IMUNOLOGIA E 
PARASITOLOGIA 
Juçara Gastaldi Cominal
Doença parasitária 
(fatores inerentes 
e alterações)
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 Identificar os principais fatores inerentes ao parasita e ao hospedeiro.
 Definir as doenças parasitárias e seus parasitas causadores.
 Reconhecer as principais alterações e os sintomas de cada doença
parasitária.
Introdução
As doenças parasitárias são definidas como infecções ocasionadas 
por um parasita, que pode ser um protozoário ou metazoário (tam-
bém conhecidos como vermes). Essas doenças estão relacionadas 
a condições precárias de saneamento básico, sendo responsáveis 
por milhões de mortes ao ano e consideradas uma das 10 principais 
causas de mortes no mundo segundo a Organização Mundial de 
Saúde (OMS) (WHO, 2018).
Neste capítulo, você estudará as principais doenças parasitárias e 
seus parasitas causadores. Para isso, você irá compreender os fatores 
do parasita e do hospedeiro que são fundamentais para a existência da 
doença e também as alterações provocadas após a infecção, além de 
suas principais características e sintomas.
Fatores inerentes e sua contribuição 
nas doenças parasitárias
A associação entre um parasita e um hospedeiro, na forma de parasitismo, é 
geralmente equilibrada, e o hospedeiro é pouco prejudicado. Contudo, quando 
há um desequilíbrio, a doença parasitária manifesta-se (NEVES, 2016).
O início de uma doença parasitária depende de alguns fatores que podem 
ser inerentes ao parasita, como:
  carga parasitária: número de parasitas existentes no período da infecção 
(NEVES, 2016); 
  virulência: capacidade de multiplicação do parasita dentro do hos-
pedeiro, o que pode variar entre as diferentes espécies dentro de um 
mesmo gênero de um parasita (NEVES, 2016; KASPER; FAUCI, 2015);
  localização anatômica: qual órgão foi atingido e no qual podemos 
encontrar o parasita (NEVES, 2016; KASPER; FAUCI, 2015); 
  tamanho: as dimensões do parasita e a capacidade adaptativa ao hos-
pedeiro de suas formas. 
A seguir, veja algumas de suas principais formas (NEVES, 2016). 
Formas de resistência ou vegetativa
É uma forma que confere resistência ao parasito, seja por estar no meio exterior 
ou para fi car no organismo e não ser detectado, evadindo, assim, a resposta 
imunológica do hospedeiro, assim como tratamentos. 
Nos protozoários, temos os cistos e oocistos. Os oocistos são resultantes 
da reprodução sexuada de alguns protozoários, como espécies de Toxoplasma 
e Plasmodium. Nos metazoários, temos os ovos.
Forma ativa
É a forma em que os parasitas são capazes de se reproduzir e se alimentarem. 
Nos protozoários, ela é conhecida como trofozoíto. Os protozoários do fi lo 
Apicomplexa apresentam formas específi cas para o processo de reprodução 
sexuada, chamada de gametas. Um exemplo é encontrado no gênero Plas-
modium, com os microgametas (gameta masculino) e macrogametas (gameta 
feminino). Para os metazoários, isso varia muito com o fi lo e a classe aos 
Doença parasitária (fatores inerentes e alterações)2
quais o parasita pertence. De maneira geral, temos os estágios larvais e os 
vermes adultos. Da mesma forma, temos os fatores inerentes ao hospedeiro, 
que você confere a seguir. 
  Idade: os mais susceptíveis são neonatos, crianças e idosos (THEEL; 
PRITT, 2016);
  Imunidade: a intensidade da resposta imunológica desencadeada pelo 
hospedeiro. Indivíduos imunocomprometidos são mais susceptíveis; em 
contraste, indivíduos imunocompetentes apresentam menor gravidade 
em uma segunda infecção (THEEL; PRITT, 2016; COURA, 2015); 
  Hábitos e costumes: alimentares, como a ingestão de alimentos crus 
ou pouco cozidos contaminados (carnes ou peixes). A ingestão de água 
não tratada, além do consumo de verduras, frutas e hortaliças mal 
higienizadas, andar descalços, comer com as mãos e higienização 
pessoal precárias (NEVES, 2016; COURA, 2015);
  Nível nutricional: a carência nutricional, ou seja, a desnutrição, pode fa-
cilitar e também aumentar e prolongar o quadro da doença (ZUZARTE-
-LUÍS; MOTA, 2018).
  Doenças intercorrentes: favorecimento para o desenvolvimento de 
uma parasitose ou manifestação de uma já preexistente devido ao tra-
tamento utilizado ou alterações provocadas pela própria doença, como 
desnutrição e diminuição da resposta imunológica. Um exemplo são 
pacientes com lúpus eritematoso sistêmico, uma doença reumática 
autoimune, que podem desenvolver parasitoses intestinais ocasiona-
das por Entamoeba ou Strongyloides stercorali devido ao tratamento 
prolongado com corticosteroides ou por consequência da doença em 
atividade (BRAZ et al., 2015).
  Medicamentos: uso de medicação imunossupressora, como cortisona, 
quimioterápicos e imunomoduladores, pode favorecer o início de uma 
doença parasitária ou agravar uma parasitose preexistente (BRAZ et 
al., 2015). 
A presença dos fatores inerentes ao parasita e ao hospedeiro, em diferen-
tes intensidades e combinações, explica por que em certas doenças temos 
indivíduos que manifestam sintomas, variando de moderados a mais graves, 
e aqueles que são portadores assintomáticos (NEVES, 2016). 
3Doença parasitária (fatores inerentes e alterações)
As condições ambientais também influenciam o parasitismo, contribuindo para a sua 
prevalência e até mesmo para epidemias. Isso é observado principalmente em países 
subdesenvolvidos, onde as condições de saneamento básico são precárias. Você 
sabia que, no Brasil, apenas 39% da população tem acesso a serviços de saneamento 
básico seguros? Ou seja, a maior parte de nossa população encontra-se exposta a uma 
condição ambiental favorável para a disseminação de doenças parasitárias (WHO, 2018). 
Outro fator que também impacta em uma maior prevalência de doenças parasitárias 
é um baixo nível socioeconômico de uma população, já que as condições de moradia, 
alimentação e educação são inadequadas (NEVES, 2016). 
Classificação das doenças parasitárias
As doençasparasitárias são ocasionadas por endoparasitas, ou seja, por pa-
rasitas com capacidade de invasão do hospedeiro. São considerados agentes 
causadores de doenças parasitárias os protozoários e os metazoários. 
As doenças parasitárias ocasionadas pelos protozoários são também conhe-
cidas como protozooses, e seus principais agentes causadores são Entamoeba, 
Achanthamoeba, Giardia, Trypanosoma e Toxoplasma. 
As popularmente conhecidas como verminoses estão no grupo de doenças 
parasitárias ocasionadas por metazoários, cujos principais agentes patológicos 
são as tênias (platelmintos), como Taenia saginata, e as lombrigas (nematel-
mintos), como Ascaris lumbricoides. 
As doenças parasitárias também podem ser classificadas de acordo com 
a localização anatômica desses parasitas, como no trato gastrointestinal, no 
sangue e em outros tecidos, como fígado, pulmão, coração e cérebro. Assim, 
temos os parasitas intestinais, como Entamoeba, Giardia, Taenia saginata, 
Taenia solium e Ascaris lumbricoides, e os parasitas do sangue e tecidos, como 
Trypanosoma, Plasmodium e Toxoplasma (LEVINSON, 2016; KASPER; 
FAUCI, 2015). 
Observe, na Figura 1, a exemplificação dos principais parasitas que habitam 
o trato gastrointestinal e os que habitam o sangue e os tecidos. 
Doença parasitária (fatores inerentes e alterações)4
Figura 1. Doenças parasitárias: classificação de acordo com a localização anatômica do 
parasita. As principais doenças parasitárias estão agrupadas de acordo com a localização 
anatômica nos humanos. Entre os parasitas que habitam o trato gastrointestinal, destacam-se 
a Entamoeba histolytica, a Taenia sp., a Ascaris lumbricoides e a Giardia lamblia. Os parasitas 
também podem habitar o sangue e outros tecidos, como pulmão, cérebro, coração e fígado, 
é o caso principalmente do Toxoplasma e do Trypanosoma. 
Fonte: Adaptada de Fotovapl; Kateryna Kon; Sebastian Kaulitzki; Alexey Godzenko; Sciencepics/Shut-
terstock.com.
Trato gastrointestinal
Toxoplasma
Trypanosoma
Entamoeba
histolytica
Taenia saginata
Taenia solium Giardia lamblia
Ascaris
lumbricoides 
Sangue e tecidos
Alguns parasitas podem ser encontrados em mais de um sítio anatômico, 
como no caso da Entamoeba histolytica, encontrada no trato gastrointestinal 
e no fígado. Os diferentes mecanismos de infecção apresentados pelo parasita 
contribuirão para o seu direcionamento ao órgão/tecido afetado. De maneira 
semelhante, é possível encontrar diferentes formas de um mesmo parasita 
em diferentes sítios em nosso organismo. Um exemplo ocorre com a Taenia 
solium, na qual os cisticercos podem ser encontrados no sistema nervoso 
central e nos músculos, e os ovos e segmentos, no trato gastrointestinal 
(NEVES, 2016).
No Quadro 1, você encontrará a descrição dos principais protozoários 
patogênicos, a doença associada a cada um deles, o mecanismo de infecção e 
diagnóstico. No Quadro 2, por sua vez, você encontrará o mesmo conjunto de 
dados e sua associação com os metazoários com importância clínica. 
5Doença parasitária (fatores inerentes e alterações)
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9Doença parasitária (fatores inerentes e alterações)
O diagnóstico das doenças parasitárias necessita de uma anamnese, ou seja, recu-
perar, a partir de uma entrevista, o histórico de todos os sintomas observados pelo 
paciente. Além disso, muitos dos parasitos apresentam aspectos epidemiológicos 
característicos, que podem envolver uma determinada região endêmica, ocupação 
ou mesmo atividade de recreação. O conjunto dessas informações vai permitir um 
melhor direcionamento quantos aos exames solicitados, além de uma abordagem 
mais sistêmica (NEVES, 2016; KASPER; FAUCI, 2015). 
Profissionais da saúde, principalmente os habilitados em patologia clínica ou análises 
clínicas, poderão atuar em laboratórios clínicos e realizar diversas abordagens técnicas 
para o diagnóstico e monitoramento das doenças parasitárias.
Para o diagnóstico principalmente de parasitas que povoam o trato gastrointestinal, 
o exame de fezes é o mais utilizado. O exame permite a identificação da presença de 
ovas e/ou parasitas tanto em sua forma adulta quanto na fase larval. Recomenda-se 
pelo menos a realização de três exames, em dias alternados, para um diagnóstico mais 
preciso. O exame de fezes envolve tanto etapas macroscópicas quanto microscópicas. 
É fundamental que o exame microscópico envolva não apenas o exame a fresco, 
que pode utilizar solução de soro fisiológico ou de iodo, mas também técnicas de 
concentração, fixação, coloração. A escolha do conjunto de técnicas deverá levar em 
consideração a suspeita diagnóstica. Giardíase, amebíase, criptosporidíase, ascaridíase, 
estrongiloidíase, teníase, esquistossomose e fasciolíase são doenças que podem ser 
diagnosticadas por exame de fezes (LEVINSON, 2016). 
Para o diagnóstico de parasitas que não estão presentes no trato gastrointestinal, 
geralmente, é realizado o exame de sangue, no qual são realizados a coloração e a ob-
servação da presença dos parasitas. A coloração de Giemsa é comumente utilizada para 
a detecção de espécies de Plasmodium e Wucheria bancrofti. Outro exame igualmente 
importante é o sorológico, com o qual se pode pesquisar a presença de anticorpos 
e antígenos, e é usado no diagnóstico de giardíase, toxoplasmose, criptosporidíase e 
leishmaniose. Outros exames complementares são as biópsias teciduais, radiografias e 
os exames físicos e testes moleculares, que podem ser usados no auxílio ao diagnóstico 
de doença de Chagas, leishmaniose, ceratite e larva migrans. 
Por fim, alguns parasitas são mais facilmente detectados em outros tecidos ou fluídos 
corporais, como, por exemplo, a detecção de Giardia lamblia no fluído duodenal ou 
a detecção de Acanthamoeba no líquido cefalorraquidiano (LEVINSON, 2016; NEVES, 
2016; KASPER; FAUCI, 2015).
Principais alterações relacionadas 
às doenças parasitárias
Após o estabelecimento de uma doença parasitária em um hospedeiro, é possível 
não observar danos e o indivíduo ser assintomático, o que se considera doença 
subclínica ou infecção subclínica. Contudo, um indivíduo pode apresentar a 
Doença parasitária (fatores inerentes e alterações)10
infecção propriamente dita, ou doença clínica, caracterizada pela presença de 
sintomas no organismo hospedeiro em decorrência da patogênese do agente 
parasitário (NEVES, 2016). 
Para a sua melhor compreensão, destacamos, a seguir, algumas ações 
patogênicas do parasita e as alterações e efeitos delas no hospedeiro infectado 
(NEVES, 2016; LEVINSON, 2016).
  Alterações nutricionais: ação espoliativa (privação) do parasita vista na 
competição pela absorção direta de alguns nutrientes ou alimentação 
com o sangue do hospedeiro, obtendo seus nutrientes de forma indireta. 
A ação mecânica devido à presença de parasitas pode impedir ou blo-
quear a absorção e/ou fluxo de alimentos, influenciando negativamente 
no estado nutricional do hospedeiro. 
  Alterações no aporte de oxigênio: hipóxia (diminuição) ou anóxia (au-
sência) de oxigênio, de forma sistêmica, devido a consumo parasitário 
de oxigênio presente na hemoglobina humana ou quando sua infecção 
provoca a anemia.
  Efeitos tóxicos: liberação de metabólitos ou enzimas prejudiciais ao 
hospedeiro. Isso poderá provocar lesões no epitélio em prol da nutrição 
do parasita, auxiliar na penetração do parasita ao hospedeiro ou de-
sencadear respostas alérgicas ou inflamatórias. São conhecidos como 
ação tóxica e enzimática do parasita.
  Efeitos diversos: são decorrentes da ação irritativa provocada pela 
presença continuada do parasita em um órgão/tecido, sem provocar 
lesões. Ações traumáticas, por sua vez, provocam lesões no tecidos 
e células do hospedeiro e são geradas pela migração e/ou invasão do 
parasita a outra localização.
O aumento da concentração de eosinófilos no sangue, ou eosinofilia, é uma alteração 
comum encontrada em pessoas com doenças parasitárias provocadas por metazoários 
(vermes) (LEVINSON, 2016). A eosinofilia é caracterizada quando o número absoluto de 
eosinófilos no sangue é superior a 500/µL. Nas parasitoses, podemos observar tanto 
uma eosinofilia no sangue periférico quanto a eosinofilia tecidual. A carga parasitária 
definirá o grau da eosinofilia observada (HOFFBRAND; MOSS, 2019; LONGO, 2015). 
Os eosinófilos são os agentes de defesa que atuam na resposta imunológica contra 
a infecção parasitária (LEVINSON, 2016; LONGO, 2015). Acredita-se que a provávelação 
11Doença parasitária (fatores inerentes e alterações)
Sintomas
A presença de manifestações clínicas nos portadores de uma doença parasitária 
deve-se às ações patogênicas desempenhadas pelos parasitas. A maioria dos 
sintomas são inespecífi cos, mas observe na Figura 2 os principais sintomas 
associados a essas doenças.
Figura 2. Principais sintomas associados às doenças parasitárias.
Fonte: Adaptada de Metamorworks/Shutterstock.com.
Cansaço
Febre
Palidez
Mal-estar
Sonolência
Desconforto abdominal
Diarreia
Dor de cabeça
Vômitos e náuseas
Icterícia
Principais sintomas
Indivíduos com o sistema imunológico comprometidos, como portadores 
de AIDS ou que estão em uso de medicamentos imunossupressores, como 
os transplantados, podem ter um quadro mais grave e com a prolongação 
de alguns sintomas. A resistência ao tratamento com terapia antiparasitária 
também já foi relatada, assim como a maior taxa de mortalidade e morbidade 
(THEEL, PRITT, 2016). 
dos eosinófilos se dê sobre as larvas migratórias devido à liberação de seus grânulos, 
que exercem efeitos citotóxicos na superfície das larvas. Essa ação só é possível devido 
à ligação do eosinófilo ao parasita, que é mediada pelos receptores de superfície do 
eosinófilo, por reconhecerem a porção Fc de cadeias pesadas das imunoglobulinas 
IgG e IgE (LEVINSON, 2016).
Os parasitas que possuem o ciclo pulmonar, como Ascaris lumbricoides, Ancylostoma 
duodenale, Strongyloides stercoralis e Necator americanus, são capazes de provocar a eosinofilia 
e também podem ocasionar a síndrome de Loeffler. Essa doença reacional lesiona o tecido 
pulmonar devido a uma marcante e persistente eosinofilia (mais de seis meses, e eosinófilos 
acima de 1.500/µL no sangue) nos pulmões (LONGO, 2015; HOFFBRAND; MOSS, 2019).
As principais doenças parasitárias associadas com a presença de eosinofilia são 
ancilostomose, estrongiloidíase, ascaridíase, teníase e esquistossomose (HOFFBRAND 
HOFFBRAND; MOSS, 2019; NEVES, 2016). 
Doença parasitária (fatores inerentes e alterações)12
No Quadro 3, você encontrará a associação entre as alterações e sinto-
matologia para as principais doenças parasitárias, bem como o tratamento 
utilizado. 
Doença
Alterações no 
indivíduo infectado
Sintomas Tratamento
Amebíase Efeitos tóxicos por ação 
enzimática;
ações traumáticas com 
lesões na forma de 
úlceras, migração para 
o fígado.
  Aguda: disenteria
  Crônica: diarreia oca-
sional, perda de peso 
e fadiga
  A maioria dos infecta-
dos são assintomáticos
Metronidazol 
ou tinidazol
Giardíase Nutricional: ação 
mecânica, formação de 
um “tapete” que causa 
inflamação e prejudica 
a absorção de proteí-
nas e gorduras.
  Diarreia aquosa e com 
mau cheiro, cólicas ab-
dominais, flatulência, 
náusea e anorexia 
  50% dos infectados são 
assintomáticos
Metronidazol
Criptosporidiose Adesão à parede intes-
tinal e efeitos pouco 
conhecidos.
  Diarreia
  Afeta mais indivíduos 
imunocomprometidos
Paromicina
Toxoplasmose Migração para vá-
rios órgãos, mas 
dificilmente ocasiona 
inflamação e da-
nos em indivíduos 
imunocompetentes.
  Maioria assintomática
  Afeta mais indivíduos 
imunocomprometidos
Sulfadiazina e 
primetamina 
Doença de 
Chagas
Ação traumática 
promovida pelas 
formas amastigotas 
com morte celular que 
desencadeia inflama-
ção, afetando princi-
palmente o músculo 
cardíaco e tecido 
neural.
  Fase aguda: nódulo 
próximo ao local 
de picada, edema 
facial, febre e hepa-
toesplenomegalia e 
linfadenopatia
  Maioria assintomática
  Fase crônica: miocar-
dite e megacolo
Nifurtimox
Quadro 3. Associação entre as alterações patogênicas e as manifestações clínicas nas 
diferentes doenças parasitárias e tratamento recomendado
(Continua)
13Doença parasitária (fatores inerentes e alterações)
Doença
Alterações no 
indivíduo infectado
Sintomas Tratamento
Malária Alterações no aporte de 
oxigênio;
ação traumática obser-
vada pela destruição de 
hemácias para liberação 
dos merozoítos e por 
sequestro do baço de 
hemácias infectadas.
Febre abrupta e com 
calafrios, sudorese, mial-
gias, dor de cabeça e nas 
articulações
Cloraquina, 
cloraquina 
associada à 
primaquina
Leishmaniose 
visceral
Ação traumática obser-
vada pela destruição ce-
lular no baço; alterações 
no aporte de oxigênio 
devido à presença de 
anemia.
Febre intermitente, ema-
grecimento, fraqueza e 
esplenomegalia
Estibogluco-
nato
Ascaridíase  Nutricional: ação 
mecânica, obstrução 
intestinal e competi-
ção por nutrientes.
  Efeitos tóxicos: me-
tabólitos provocam 
reações alérgicas.
  Ação traumática 
devido a migração 
larval, o que pode 
provocar inflamação 
intensa.
Dor abdominal, obstru-
ção intestinal quando 
muitos parasitas
Albendazol, 
mebendazol
Teníase (T. solium) Efeitos irritativos pelas 
ventosas do parasita na 
parede intestinal
  Anorexia e diarreia
  Maioria assintomática
Praziquantel
Cisticercose 
(larvas T. solium)
Efeitos mecânicos, 
ocasionando lesão 
ocupante de espaço 
no principalmente no 
encéfalo
Cefaleia, convulsões e 
vômitos
Praziquantel 
ou albenda-
zol, remoção 
cirúrgica
Quadro 3. Associação entre as alterações patogênicas e as manifestações clínicas nas 
diferentes doenças parasitárias e tratamento recomendado
(Continuação)
(Continua)
Doença parasitária (fatores inerentes e alterações)14
Para complementar os seus conhecimentos a respeito das alterações desencadeadas 
pelas doenças parasitárias, acesse o link a seguir para ler sobre um estudo brasileiro 
do efeito das hospitalizações por doenças infecciosas e parasitismo na evolução 
nutricional de crianças atendidas em creches públicas. 
https://qrgo.page.link/CovQz
Fonte: Adaptado de Levinson (2016) e Neves (2016).
Doença
Alterações no 
indivíduo infectado
Sintomas Tratamento
Larva migrans 
cutânea (popular 
Bicho geográfico)
Efeitos diversos: ação 
irritativa pela migração 
do parasita pela pele
Coceira intensa (que piora 
à noite), inchaço, linhas 
vermelhas 
Albendazol, 
ivermectina, 
tiabendazol 
tópico
Esquistossomose  Efeitos tóxicos: 
secreções do 
miracídio geram 
reações teciduais, 
produção de enzi-
mas proteolíticas 
pelos ovos com 
inflamação.
  Ações traumáticas 
devido à formação 
de granulomas 
induzidos pela res-
posta imunológica.
  Aguda: prurido, febre, 
diarreia, calafrios — 
maioria assintomática
  Crônica: hemorragias 
gastrointestinais, 
hepatomegalia, 
esplenomegalia
Praziquantel
Quadro 3. Associação entre as alterações patogênicas e as manifestações clínicas nas 
diferentes doenças parasitárias e tratamento recomendado
(Continuação)
15Doença parasitária (fatores inerentes e alterações)
BRAZ, A. S. et al. Recomendações da Sociedade Brasileira de Reumatologia sobre 
diagnóstico e tratamento de parasitoses intestinais em pacientes com doenças reu-
máticas autoimunes. Revista Brasileira de Reumatologia, São Paulo, v. 55, n. 4, p. 368-380, 
jul./ago. 2015. Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/
S0482500414002435?via%3Dihub. Acesso em: 16 set. 2019.
BROOKS, G. F. et al. Microbiologia médica: de Jawetz, Melnick & Adelberg. 26. ed. Porto 
Alegre: Penso, 2015.
COURA, J. R. Dinâmica das Doenças Infecciosas e parasitárias. 2. ed. Rio de Janeiro: Gua-
nabara Koogan, 2015.
HOFFBRAND, A. V.; MOSS, P. A. H. Fundamentos em hematologia de Hoffbrand. 7. ed. 
Porto Alegre: Artmed, 2019.
KASPER, D. L.; FAUCI, A. S. Doenças Infecciosas de Harrison. 2. ed. Porto Alegre: AMGH, 2015.
LEVINSON, W. Microbiologia médica e imunologia. 13. ed. Porto Alegre: McGraw-Hill, 2016.
LONGO, D. L. Hematologia e oncologia de Harrison. 2. ed. Porto Alegre: Penso, 2015.
NEVES, D. P. Parasitologia Humana. 13. ed. São Paulo: Atheneu, 2016.
PEDRAZA, D. F. Hospitalização por doenças infecciosas, parasitismo e evolução nutricio-
nal de crianças atendidas em creches públicas. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, 
v. 22, n. 12, dez. 2017. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_artte
xt&pid=S1413-81232017021204105.Acesso em: 16 set. 2019.
THEEL, E. S.; PRITT, B. S. Parasites. Microbiology spectrum, v. 4, n. 4, 2016. Disponível em: 
10.1128/microbiolspec.DMIH2-0013-2015. Acesso em: 16 set. 2019.
WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO). The top 10 causes of death. 2018. Disponível 
em: https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/the-top-10-causes-of-death. 
Acesso em: 16 set. 2019.
WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO). World health statistics 2018: monitoring 
health for the SDGs. Geneva: World Health Organization, 2018. Disponível em: 
https://www.who.int/gho/publications/world_health_statistics/2018/en/. Acesso 
em: 16 set. 2019.
ZUZARTE-LUÍS, V.; MOTA, M. M. Parasite sensing of host nutrients and environmental 
cues. Cell Host & Microbe, v. 23, n. 6, p. 749-758, Jun. 2018. Disponível em: https://www.
researchgate.net/publication/325748844_Parasite_Sensing_of_Host_Nutrients_and_
Environmental_Cues. Acesso em: 16 set. 2019.
Doença parasitária (fatores inerentes e alterações)16
Leituras recomendadas
NEVES, D. P.; BITTENCOURT NETO, J. B. Atlas didático de Parasitologia. 3. ed. São Paulo: 
Atheneu, 2019. 
TAVARES, W.; MARINHO, L. A. C. Rotinas de diagnóstico e tratamento das doenças infecciosas 
e parasitárias. 4. ed. São Paulo: Atheneu, 2015. 
ZEIBIG, E. A. Parasitologia Clínica: uma abordagem clínico laboratorial. 2. ed. Rio de 
Janeiro: Elsevier, 2014.
17Doença parasitária (fatores inerentes e alterações)
DICA DO PROFESSOR
Nessa unidade de aprendizagem, serão identificados: os fatores inerentes ao parasita e ao 
hospedeiro, as principais doenças parasitárias, o agente causador dessas doenças e as alterações 
e sintomas clínicos que ocorrem no organismo humano.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
EXERCÍCIOS
1) Diante de algumas doenças parasitárias, os profissionais de saúde precisam estar 
prontos para relacionar qual o método diagnóstico mais adequado. Diante disso, 
relacione a segunda coluna, de acordo com a primeira: 
1o coluna 
(A) Leishmaniose 
(B) Teníase e Cisticercose 
(C) Ascaridíase 
(D) Larva migrans cutânea 
(E) Filaríase 
2o coluna 
( ) Identificação de Ovos nas fezes 
( ) Esfregaço de sangue 
( ) Identificação de Proglótides ou Ovos operculados nas fezes e Biópsia e/ou 
tomografia computadorizada 
( ) Exame físico da pele e achados clínicos 
( ) Análise de lesões cutâneas, fluído da lesão, medula óssea, baço ou linfonodos; testes 
sorológicos e moleculares 
A) A, D, C, E, B 
B) C, E, B, D, A 
C) C, E, A , B, D 
D) A, B, C, D, E 
E) C, E, B, A, D 
2) Com relação à teníase: 
A) É uma doença que desenvolve a cisticercose.
B) Ocorre no sangue e nos tecidos.
C) Causada pelo consumo de peixe cru contaminado por larvas.
D) Taenia solium e Taenia saginata são cestódeos que causam essa doença.
E) Os sintomas mais comuns são: cefaleia, diarreia e tosse crônica.
3) Associe o nome do parasita à doença que ele causa: 
A) Wuchereria bancrofti - filariose
B) Leishmania tropica– malária
C) Ascaris lumbricoides - ancilostomíase
D) Trypanosoma cruzi – doença do sono
E) Trichuris trichiura – meningite eosinofílica
4) Diversos são os tratamentos utilizados nas doenças parasitárias. Alguns dos 
medicamentos utilizados são comuns à mais de uma parasitose. Nas questões abaixo, 
coloque (V) para verdadeiro e (F) para Falso. 
( ) A Sulfadiazina e primetamina é comumente usada para o tratamento da 
Criptosporidiose 
( ) Metronidazol pode ser utilizado no tratamento de amebíase e giardíase 
( ) A toxoplasmose é tratada com uso de Paromicina. 
( ) O Praziquantel pode ser usado para tratar a cisticercose e teníase. 
( ) A ascaridíase é tratada com o uso de Albendazol ou mebendazol 
A) V, F, V, F, F 
B) F, F, F, V, V 
C) V, F, F, V, F 
D) F, V, V, F, F 
E) F, V, F, V, V 
5) A manifestação clínica de uma doença parasitária depende de alguns fatores 
inerentes ao parasita e ao hospedeiro. São exemplos de fatores inerentes ao parasita e 
ao hospedeiro, respectivamente: 
A) Idade do parasita e imunidade do hospedeiro.
B) Virulência do parasita e gênero do hospedeiro.
C) Número de exemplares do parasita e imunidade do hospedeiro.
D) Imunidade do parasita e do hospedeiro.
E) Idade do parasita e doenças intercorrentes do hospedeiro.
NA PRÁTICA
Doenças negligenciadas são doenças causadas por agentes infecciosos ou parasitas. São 
consideradas endêmicas em populações de baixa renda, e representam forte entrave ao 
desenvolvimento dos países.
No Brasil, há uma alta prevalência de doenças negligenciadas, e a maioria delas ocorrem em 
regiões pobres, mostrando uma relação direta entre a prevalência dessas doenças e o índice de 
desenvolvimento humano.
A Organização Mundial de Saúde classifica essas doenças em três categorias, com base no 
controle emergencial e na disponibilidade de medicamentos. Falaremos apenas das doenças 
negligenciadas causadas por parasitas.
De acordo com dados do Ministério da Saúde e do DATASUS, foram registrados, entre os anos 
de 1998 e 2007, 33.787 casos de Leishmaniose visceral (1.598 óbitos), 268.866 casos de 
Leishmaniose tegumentar (666 óbitos somente de 2001 a 2007), 4.791.853 casos de Malária 
(960 óbitos), 1.031.838 casos de esquistosomose (4.539 óbitos). Registros entre os anos de 2005 
a 2008: 444 casos de Doença de Chagas (14 óbitos) (Lindoso & Lindoso, 2009).
SAIBA +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do 
professor:
WARREN, Levinson. Microbiologia Médica e Imunologia
Leia a parte VI Parasitologia.
BROOKS, Geo F. et al. Microbiologia Médica de Jawetz, Melnick & Adelberg
Leia o capítulo 46 Parasitologia médica.
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de 
Vigilância Epidemiológica. Doenças infecciosas e parasitárias: guia de bolso
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
LINDOSO, José A. L. & LINDOSO, Ana Angélica B P. Neglected tropical diseases in 
Brazil
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!

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