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GABARITO -QUESTÕES - Capítulo II - Formação do Brasil no Atlântico Sul

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Capítulo II - Formação do Brasil no Atlântico Sul
1. Quais os três maiores problemas que deveriam ser superados pelo aprendizado da colonização?
Durante o processo de colonização existiam diversos desafios, como o desvio de rotas comerciais existentes entre regiões colonizadas para a metrópole e a insubordinação das elites locais aos interesses metropolitanos, em razão da busca por atender a interesses próprios, gerando tensões entre a colônia e a Metrópole Portuguesa. 
Para a resolução destes problemas, foram criadas diversas estratégias. Com relação aos desvios de rotas, por exemplo, foram criados fluxos específicos de rotas comerciais, de modo que a Metrópole pudesse extrair o ouro desejado. A criação dessas rotas, entretanto, não foi fácil, justamente em razão dos outros problemas existentes e da falta de confiança estabelecida entre a Colônia e a Metrópole. 
2. Cite as duas atividades do comércio português do século XV que se tornam a base do sistema colonial sul-atlântico. Discorra brevemente sobre o condicionamento histórico delas.
As duas atividades do comércio português do século XV que se tornaram a base do sistema colonial sul-atlântico foram o comércio de escravos africanos e a produção e comércio de açúcar nas ilhas atlânticas.
O comércio de escravos africanos foi iniciado pelos portugueses no século XV, quando começaram a escravizar africanos para trabalhar nas lavouras de cana-de-açúcar e nas minas de ouro. A demanda por mão de obra escrava aumentou à medida que a produção de açúcar cresceu nas ilhas atlânticas, principalmente na Madeira e em São Tomé e Príncipe. A expansão do comércio de escravos foi impulsionada pelo fato de que os povos africanos eram considerados mão de obra barata e disponível, e a prática de escravizar ser comum em muitas sociedades africanas.
Já a produção e comércio de açúcar nas ilhas atlânticas foi favorecida pela introdução da cultura da cana-de-açúcar pelos portugueses, que se adaptou bem ao clima e ao solo dessas regiões. A produção de açúcar se expandiu rapidamente e passou a ser exportada para a Europa, onde era um produto de luxo e muito valorizado. O açúcar se tornou o principal produto de exportação das ilhas atlânticas, e a produção em larga escala exigia grandes quantidades de mão de obra escrava.
Essas duas atividades do comércio português foram condicionadas historicamente pelo processo de expansão marítima europeia e pela necessidade de encontrar novas fontes de riqueza e recursos naturais para sustentar o crescimento econômico da Europa. A exploração de recursos nas colônias exigia mão de obra abundante e barata, e a escravidão foi uma das formas encontradas para suprir essa demanda. Além disso, o comércio de açúcar e outros produtos coloniais gerou riquezas para as metrópoles europeias e financiou a expansão dos seus impérios coloniais. O sistema colonial sul-atlântico se consolidou em torno dessas atividades econômicas e da exploração de recursos naturais nas colônias, o que teve impactos significativos na história e na cultura das sociedades africanas e americanas.
3. Quais motivos impediram a implantação de um amplo sistema de tráfico indígena na América portuguesa? Ou, de outra forma, por que os índios não foram utilizados nas lavouras de açúcar como foram os negros?
Um dos principais motivos foi a inaptidão física dos índios para a realização das atividades almejadas pelos senhores de engenho. Entretanto, outro problema era de ainda maior monta, qual seja a lucratividade do sistema escravista e de tráfico negreiro, tendo em vista que os negros eram mais procurados pelos senhores de engenho, em razão de sua força física e experiência agrícola. 
Falta de resistência a doenças europeias e o processo de evangelização dos indígenas também foram obstáculos a essa modalidade de escravidão. 
4. Onde aparece o auge do contorcionismo ético e moral da teoria jesuíta, expressa de forma cabal em Padre Vieira? 
O auge do contorcionismo ético e moral da teoria jesuíta, expressa de forma cabal em Padre Antônio Vieira, pode ser visto em sua defesa dos direitos dos índios e dos escravos africanos na América Portuguesa.
Vieira acreditava que os índios e os africanos eram seres humanos com direitos inalienáveis, que deveriam ser protegidos e respeitados pelos colonizadores portugueses. Ele denunciou a escravidão e a exploração desses grupos, bem como as injustiças cometidas pelos colonizadores contra eles.
No entanto, a posição de Vieira também era complexa, pois ele tentava conciliar essa defesa dos direitos dos oprimidos com a manutenção da ordem colonial portuguesa e da conversão dos povos nativos ao cristianismo. Isso o levou a adotar uma posição ambígua em relação à escravidão indígena e à utilização de trabalho escravo africano nas colônias.
Assim, o contorcionismo ético e moral de Vieira pode ser visto como um esforço para conciliar suas crenças religiosas e humanitárias com as demandas da política colonial portuguesa e da Igreja Católica. Sua obra reflete a complexidade e as contradições da relação entre colonizadores e colonizados na América Portuguesa, e sua tentativa de encontrar um caminho para a justiça e a liberdade em meio à opressão e à exploração.
5. Por que a invasão de Angola pelos holandeses representa prova concreta do modo de funcionamento do sistema sul-atlântico?
A invasão de Angola pelos holandeses em 1641 representa uma prova concreta do modo de funcionamento do sistema sul-atlântico, porque ela demonstra a complexidade das relações comerciais e políticas entre as potências europeias, as elites coloniais e as sociedades africanas no contexto da colonização das Américas.
Os holandeses invadiram Angola com o objetivo de estabelecer um ponto de apoio para o comércio de escravos com as colônias portuguesas na América. Eles estavam interessados em controlar a produção de escravos na região e estabelecer relações comerciais diretas com os africanos, sem a mediação dos portugueses.
Essa invasão demonstra como o sistema sul-atlântico era interconectado e dinâmico, com várias potências europeias disputando o controle das rotas comerciais e das fontes de matéria-prima nas colônias americanas e africanas. Além disso, mostra como as elites coloniais e as sociedades africanas também tinham um papel ativo nesse sistema, negociando com os europeus e adaptando-se às mudanças no mercado global de bens e pessoas.
A invasão holandesa de Angola também teve consequências significativas para a região e para a história do continente africano, afetando as relações entre os diversos reinos e sociedades africanas, bem como o desenvolvimento econômico e político da região.
Em resumo, a invasão de Angola pelos holandeses é uma prova concreta do modo de funcionamento do sistema sul-atlântico porque demonstra a complexidade das relações comerciais e políticas entre as potências europeias, as elites coloniais e as sociedades africanas, e as consequências dessas relações para as regiões envolvidas.
6. Cite pelo menos um ponto do texto que mostre a relevância do estudo da relação Brasil— Angola para o melhor entendimento da formação desses dois países.
Conforme indica o autor, a guerra pelos mercados de escravos mostraram a complementariedade existente entre as duas margens do Atlântico Sul – Brasil e Angola. Dentre os principais pontos semelhantes entre ambos os países, destacam-se a cultura produtiva, as quais envolviam a produção de farinha e mandioca, o zimbo e a cachaça. 
Uma vez que os Angolanos tinham experiência na produção destes produtos, viraram alvo principal para o mercado escravista, tendo em vista que sua adaptação no Brasil seria muito mais fácil. 
Nota-se, assim, que a história da colonização portuguesa em ambos os lugares está profundamente interligada, com o tráfico de escravos africanos sendo a base econômica da sociedade colonial no Brasil e em Angola. Além disso, muitos aspectos culturais e linguísticos brasileiros têm suas raízes em Angola, como a religião e a culinária.