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REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E DESENVOLVIMENTO HUMANO PLANO CURRICULAR Curso de Formação de Professores do Ensino Primário e Educadores de Adultos INDE INSTITUTO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO ÍNDICE 1. Introdução.............................................................................................................................................................6 2. Enquadramento geral.......................................................................................................................................7 2.1 Contexto.........................................................................................................................................................7 3. Desafios do Currículo de formação de professores..............................................................................8 4. Razões da mudança do currículo..................................................................................................................8 5. O Paradigma de formação de professores do ensino primário e educação de adultos........10 6. Princípios orientadores do currículo de formação de professores.................................................10 6.1 Articulação entre a formação científica e pedagógica orientada para a prática reflexiva e contextualizada..............................................................................................................................10 6.2 Contacto permanente com professores experientes.....................................................................11 6.3 Transferência de competências para a prática profissional futura...........................................11 7. Abordagem transversal..................................................................................................................................11 8. Perfil.......................................................................................................................................................................13 8.1 Perfil de entrada ao curso de formação de professores.............................................................13 8.2 Perfil de saída..............................................................................................................................................13 9. Competências a Desenvolver no Curso de Formação de Professores.........................................14 Domínio pessoal e social...............................................................................................................................14 Domínio dos conhecimentos científicos..................................................................................................15 Domínio das habilidades profissionais.....................................................................................................15 10. Plano de estudos..............................................................................................................................................24 11. Descrição das disciplinas...............................................................................................................................26 Resultados de aprendizagem......................................................................................................................45 11.2.9. Resolução de Problemas Matemáticos .....................................................................................46 11.3 Práticas Pedagógicas e Estágio.........................................................................................................46 12. Avaliação.............................................................................................................................................................48 12.1. Avaliação como garantia de qualidade de formação..............................................................48 12.1.1 Avaliação interna.................................................................................................................................49 12.1.2 Avaliação externa.................................................................................................................................49 13. Estratégias de Implementação....................................................................................................................49 13.1 Formadores Competentes nas Instituições de Formação de Professores e Educadores de Adultos...................................................................................................................................49 13.2 Cultura de aprendizagem centrada no Formando....................................................................49 13.3 Formação para a Praxis: Teoria e Prática........................................................................................50 13.4 Formação Contínua em Exercício.....................................................................................................50 13.5 Estrutura das instituições de formação de professores e Cultura Organizacional........51 13.6 Condições de Aprendizagem.............................................................................................................51 14. Anexo 1. Regulamento de Avaliação........................................................................................................52 Anexo II. Programas de Formação.............................................................................................................69 Programa da Língua Portuguesa I.............................................................................................................70 Programa de Matemática I...........................................................................................................................84 Programa de Ciências Naturais I.................................................................................................................89 Programa de Ciências Sociais I....................................................................................................................96 Programa de Língua Moçambicana.........................................................................................................101 Programa de Pedagogia..............................................................................................................................105 Programa de Língua Portuguesa II..........................................................................................................119 Programa de Didáctica da Matemática I..............................................................................................126 Programa de Ciências Naturais II.............................................................................................................130 Ficha técnica PLANO CURRICULAR Programas e Regulamento de Avaliação do Curso de Formação de Professores do Ensino Primário e Educadores de Adultos Autores: Instituto Nacional de Desenvolvimento da Educação - INDE © Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano Número de Registo: 9870/RLIND/2019 1ª edição: 2019 Tiragem: 2000 Exemplares Maquetização e impressão: Agrimag Participantes: Armindo Ngunga Ismael C. Nhêze Albertina Monteiro (em memória) Rafael L. Bernardo Remane Selemane Samaria Tovela Gina Guibunda Feliciano M. Mahalambe Regina Langa Laurindo Nhacune Raquel Raimundo Telésfero de Jesus Fabião F. Nhabique Vasco Camundimo Helena Xerinda Sara Ferreira Jeremias Fondo Crisanto Ngundango Hortêncio B. Tembe Firosa Bicá Aissa Braga Maria Manguana Dinis Guibundana Suzana Monteiro Sinfrónia Macome Flávia Martins Daniel Neto Bomba Helena Simone Carlos Muchanga Jonasse Leitão Agostinho Agostinho Vicentina Monteiro Dinis Mungoi Estela Fonseca Estêvão Bento Cocho Fiúza Pedro Isac Manhique José Pereira Pedro Baptista Manuel Lobo Eduardo Napualo Elsa Alfaica José M. Sinela Juvêncio Chipanga Laura Gomes Patrício Mazivila Rogério Maurício Hirondina Chiziane Salazar PicardoCeleste Ndimande Carlos Canivete Torina Recebeu Benedita Bila Alaudino Banze Anabela Amude António Batel Anjo José Pedro Vuma Formadores dos IFP 5 Plano Curricular do Curso de Formação de Professores do Ensino Primário e Educadores de Adultos Prefácio Caro formador, O Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano tem a honra de colocar nas suas mãos a brochura contendo o Plano Curricular do Curso de Formação de Professores para o Ensino Primário e Educadores de Adultos, os respectivos Programas de Formação e Regulamento de Avaliação. Estes instrumentos resultam de um trabalho de consulta que envolveu técnicos pedagógicos do MINEDH, formadores das Instituições de Formação de Professores, professores das escolas primárias, docentes de Universidades Públicas e elementos da Sociedade Civil. O Plano Curricular contém, para além da introdução, o enquadramento geral, os desafios e princípios que norteiam a formação de professores em Moçambique, o perfil do graduado e as competências do futuro professor, definidas em três domínios (pessoal e social; conhecimentos científicos e habilidades profissionais), com os respectivos critérios de desempenho, resultados de aprendizagem e evidências requeridas. O Documento em alusão apresenta, também, um plano de estudos que enfatiza uma educação inclusiva que procura responder às exigências do novo Currículo do Ensino Primário e Educação de Adultos, no que respeita à expansão da rede escolar e à elevação da qualidade de ensino, dotando os professores de uma preparação profissional que os capacite a abraçar, com sucesso, a tarefa de educar o Homem numa perspectiva global. Este texto propicia, também, a promoção do patriotismo, respeito pela diversidade socio- cultural e outros valores que contribuem para que o futuro professor assuma uma postura irrepreensível na sociedade. Pretende-se, pois, contribuir para a profissionalização da actividade docente, entendida como um processo contínuo de construção que começa na formação inicial e se desenvolve ao longo da carreira profissional. Para este curso com duração de três anos de formação presencial, nos quais estão inclusos seis meses de estágio, o nível de entrada é a 12ª classe. O principal desafio é a formação de profissionais competentes, capazes de organizar e gerir situações complexas de aprendizagem assegurando, assim, uma educação de qualidade para todos. Caro formador, o sucesso deste Plano Curricular depende da sua dedicação na interpretação correcta do que nele está preconizado. Assim, o Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano convida a todos os intervenientes para que tornem este documento um instrumento que contribua para a elevação da qualidade da educação, combate à pobreza e reforço da unidade nacional, da moçambicanidade, sem descurar os desafios da globalização. Conceita Ernesto Xavier Sortane MINISTRA DA EDUCAÇÃO E DESENVOLVIMENTO HUMANO Programa de Ciências Sociais II................................................................................................................134 Programa de Estrutura das Línguas Moçambicanas..........................................................................137 Programa de Educação para a Cidadania.............................................................................................147 Programa de Educação Física......................................................................................................................151 Programa de Matemática II.......................................................................................................................159 Programa de Práticas Laboratoriais........................................................................................................163 Programa de Didáctica das Ciências Sociais.........................................................................................166 Programa de Literatura Oral em Línguas Moçambicanas..............................................................171 Programa de Necessidades Educaticas Especiais..............................................................................174 Programa de Andragogia............................................................................................................................179 Programa de Educação Física......................................................................................................................183 15. Bibliografia.......................................................................................................................................................233 6 7 Plano Curricular do Curso de Formação de Professores do Ensino Primário e Educadores de Adultos Plano Curricular do Curso de Formação de Professores do Ensino Primário e Educadores de Adultos 1. Introdução “A educação é um processo pelo qual a sociedade prepara os seus membros para garantir a sua continuidade e o seu desenvolvimento. Trata-se de um processo dinâmico que busca, continuamente, as melhores estratégias para responder aos novos desafios que a continuidade, transformação e desenvolvimento da sociedade impõem” (PCEB, 2003, p.7). Em Moçambique a Constituição da República preconiza que a educação constitui um direito e dever de todos os moçambicanos, constituindo um instrumento para a melhoria das condições de vida. No cumprimento deste ditame constitucional, no Programa Quinquenal do Governo (2015-2019), uma das acções prioritárias é “fortalecer a formação, valorização e motivação dos professores no sistema da educação”. Por seu turno, o Plano Estratégico da Educação (2011-2016) preconiza, de entre as suas prioridades, a reformulação do curso de formação de professores do Ensino Primário e educadores de adultos, cujo objectivo é formar profissionais competentes, científica e pedagogicamente, comprometidos com a promoção e o desenvolvimento integrado das capacidades e atitudes que viabilizam a utilização dos conhecimentos nas mais diversas situações. O cumprimento deste desiderato implica um novo paradigma de formação de professores do Ensino Primário e educadores de adultos que responda aos desafios de promoção de um ensino de qualidade e inclusivo, através de abordagens de ensino integradoras e centradas no aluno. Neste processo, o professor assume o papel de organizador e mediador de ensino e aprendizagem. É desta forma que se poderá dar resposta à dinâmica actual da sociedade que exige um Sistema Educativo capaz de estabelecer equilíbrios entre a identidade cultural e a evolução tecnológica e científica. Através do presente Plano Curricular do Curso de Formação de Professores do Ensino Primário e Educadores de Adultos pretende-se formar um professor e educador de adultos que se deve configurar como mediador entre o conhecimento científico e os objectivos da sociedade e os interesses e aspirações dos seus alunos e não um mero reprodutor de conhecimentos. Trata-se de um professor e educador de adultos que reúne em si competências de natureza didáctica e transversal, capaz de criar um conjunto de estratégias de ensino e aprendizagem que permitam ao aluno aprender a aprender, e desenvolva, simultaneamente, a sua autonomia. Este Plano Curricular do Curso de Formação de Professores do Ensino Primário e Educadores de Adultos assenta na profissionalização como a pedra angular de todo o processo, em torno do qual o desenvolvimento de competências no domínio pessoal e social, de conhecimentos científicos e de habilidades inerentes à profissão, são construídos. Logicamente, tudo isto vai ser feito sem descurar as áreas de formação geral que permitem a preparação mais profunda do formando para enfrentar os desafios e as imprevisibilidades na sua relação pedagógica e andragógica com os alunos (crianças e adultos) e os diversos agentes educativos. Nesta perspectiva, paramaterializar o que foi descrito, o Plano Curricular do Curso de Formação de Professores do Ensino Primário e Educadores de Adultos compreende, para além da (1) Introdução, o (2) Enquadramento geral; (3) Novo paradigma de formação de professores; (4) Princípios orientadores do currículo de formação de professores, (5) Perfil; (6) Competências a Desenvolver na Formação de Professores; (7) Descrição das disciplinas; (8) Plano de Estudos; (9) Características do Currículo; (10) Avaliação; (11) Estratégias de Implementação. 2. Enquadramento geral 2.1 Contexto O Programa Quinquenal do Governo (2015-2019) preconiza que “O capital humano e social é um conjunto de capacidades, conhecimentos, competências e atributos de personalidade individual e colectiva que favorecem a realização de actividades sociais e económicas, necessárias para o desenvolvimento socioeconómico sustentável e integrado do país”. Estabelece, ainda, que é necessário “promover um Sistema Educativo inclusivo, eficaz e eficiente que garanta a aquisição das competências requeridas ao nível de conhecimentos, habilidades, gestão e atitudes que respondam às necessidades de desenvolvimento humano”. (PQG 2015-2019:4). É esta a razão que levou o Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano a reformar o currículo de formação de professores, elevando o perfil de entrada, para que os graduados possam responder aos desafios de qualidade da educação em Moçambique. Socioeconómico Moçambique situa-se na região austral de África com uma a população de cerca de 26.424.000 habitantes, dos quais, cerca de 52% são do sexo feminino. Estima-se que a taxa anual de crescimento populacional é de 2,8% e a esperança de vida é de 52,8 anos (INE, 2016). A economia moçambicana registou, de 2000 a 2014, um crescimento de cerca de 7% (Banco Mundial, 2014), mas debateu-se com um peso excessivo da dívida externa cujo serviço absorveu cerca de 30% do orçamento anual do estado. Este facto fez com que o país continuasse vulnerável à crise financeira global e económica, necessitando, deste modo, de medidas de mitigação para assegurar que o crescimento macroeconómico e estabilidade pudessem beneficiar todos os moçambicanos, sem qualquer discriminação, através da criação e expansão de oportunidades de emprego, geração de rendimentos e acesso a alimentos, educação e cuidados de saúde. De acordo com o mesmo relatório, a taxa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de Moçambique abrandou em 2015, quando a economia se ajustava aos preços mundiais mais baixos das matérias-primas e ao decréscimo de influxos de Investimento Directo Estrangeiro (IDE). Espera-se que o crescimento real do PIB continue a desacelerar de 2016 até 2017, fruto da queda das receitas das exportações, dos custos crescentes de importações, da redução do IDE e de outros problemas conjunturais. Ainda, e de acordo com o Banco Mundial, Moçambique é considerado um país de baixo rendimento, com PIB per capita que rondou os 592 USD em 2014. 8 9 Plano Curricular do Curso de Formação de Professores do Ensino Primário e Educadores de Adultos Plano Curricular do Curso de Formação de Professores do Ensino Primário e Educadores de Adultos Educacional À luz do Artigo 88 da Constituição da República de Moçambique, a educação constitui um direito e dever de cada cidadão. Neste contexto, no seu Programa Quinquenal (2015- 2019), o Governo de Moçambique preconiza a formação do capital humano, munindo-o de competências e atributos de personalidade individual e colectiva que favoreçam à realização de actividades sociais e económicas necessárias para o desenvolvimento socioeconómico sustentável e integrado do país. Para o efeito, o estado conta com uma rede de escolas públicas que trabalham em parceria com outras instituições privadas e comunitárias. Daí que de 2000 a 2014, os efectivos escolares do Ensino Primário aumentaram de 1.092.063 para 5.705.094 alunos, segundo estatísticas da educação. Neste período a taxa bruta de escolarização sempre esteve acima dos 100% e a taxa líquida de escolarização evoluiu de 68% para 96%, em 2014. 3. Desafios do Currículo de formação de professores De acordo com o Programa Quinquenal do Governo (2015-2019) “O sistema de Educação expandiu-se em termos de escolas e da participação dos alunos em todos os níveis e tipos de ensino. A melhoria da qualidade continua a constituir um desafio importante”. Sendo Moçambique um país multilingue e multicultural, onde coexistem grupos etnolinguísticos, com predominância para os do grupo bantu, colocam-se grandes desafios para atender esta diversidade cultural e linguística que caracteriza o país. Por isso, o sector da educação, no geral e a formação de professores, em particular, devem preparar profissionais capazes de comunicar na língua de ensino, incluindo a língua de sinais e usar o sistema de grafia Braille. Acrescem-se a estes desafios os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) que preconizam que até 2030, os países devem assegurar uma educação inclusiva, equitativa e de qualidade e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos os cidadãos. Por seu lado, através da Agenda 2063, os países africanos aspiram uma África pacífica e segura, com o estabelecimento de mecanismos para a resolução pacífica dos conflitos a todos os níveis e será nutrida uma cultura de paz e tolerância nas crianças, jovens e adultos, através de uma educação para a paz. Relativamente aos desafios da qualidade de ensino, destacam-se a redução das taxas de reprovação e de desistências, o aumento da taxa de conclusão e o desenvolvimento das competências previstas nos programas de ensino, sobretudo a leitura e escrita iniciais assim como a numeracia. 4. Razões da mudança do currículo Os relatórios de estudos nacionais realizados pelo INDE (2011 e 2013), e internacionais (SACMEQ, 2007) do Banco Mundial (2014), evidenciam um fraco desempenho dos alunos na leitura, escrita e Matemática. Em relação aos alunos, o Relatório de Avaliação do INDE (2011), conclui que as principais dificuldades dos alunos se situam na redacção de frases simples e no cálculo mental. Este relatório refere que passados quatro anos de escolaridade, 29% dos alunos ainda não atingiram os objectivos preconizados para os primeiros três anos. No entanto, já o relatório do INDE (2013) constata que apenas 6,3% das crianças que concluíram o primeiro ciclo alcançaram as competências de leitura e escrita, requeridas nesse nível. Por seu turno, os estudos do SACMEQ reportam um decréscimo no nível de desempenho dos alunos na leitura e na matemática, de 2000 a 2007. No SACMEQ III (2007), a percentagem de alunos que não tinha desenvolvido as competências de leitura e numeracia é de 43.5% e 74,2%, respectivamente. Com vista a dar resposta a estes e outros problemas de qualidade, em 2012 entrou em vigor um currículo de formação de professores baseado em competências, cujo nível de entrada é a 10ª classe e três anos de formação. Volvidos três anos, este currículo foi avaliado e o seu relatório mostra, entre outras constatações, a existência de um número elevado de formandos com o nível da 12ª classe. Portanto, apesar de este currículo ter sido concebido para graduados da 10ª classe, verifica-se que, na prática, 80% das vagas são absorvidas por candidatos com o nível de 12ª classe. Este crescente número de graduados da 12ª classe coloca novos desafios ao perfil de entrada nos Institutos de Formação de Professores também para corrigir o facto de Moçambique ser o único país da região com baixo nível de ingresso nas instituições de formação de professores. O relatório de avaliação externe do referido currículo de formação de professores recomendou ao Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano amelhorar o currículo, através da elevação do nível de ingresso dos candidatos, da 10ª para a 12ª classe. Estas constatações reforçam a convicção do MINEDH de que é urgente e imprescindível a reforma do currículo da formação de professores do Ensino Primário e Educadores de Adultos, adoptando o modelo de formação baseado em competências, com o perfil de entrada da 12ª classe do ensino geral, levando Moçambique a equiparar-se às exigências dos países da região. Esta imposição circunstancial alinha-se perfeitamente com a história de formação de professores e educadores de adultos nos últimos quarenta anos. Com efeito, desde a proclamação da independência nacional, foram concebidos e implementados diversos modelos de formação, tendo, cada um, respondido às exigências do seu período. O perfil de entrada para os diferentes cursos foi variando de acordo com a disponibilidade e a idade dos candidatos nos respectivos níveis (6ª/7ª classe e 9ª/10ª classe). Portanto, a duração dos cursos dependeu das necessidades de professores no sistema nos diferentes momentos históricos. Aqui, vale referir que foi na esteira deste circunstancialismo histórico que, para racionalizar recursos e porque vezes sem conta os educadores de adultos são maioritariamente contratados como professores do ensino primário, o presente currículo se propõe a formar professores do ensino primário que sejam também educadores de adultos. Daí que ele se chame “Currículo de Formação do Professores do Ensino Primário e Educadores de Adultos” cujos graduados se espera que sejam igualmente contratados pelo Ministério de tutela para realizar actividade de ensino (a crianças e/ou a adultos) nos subsistemas do Ensino Primário e de Educação de Adultos do Sistema Nacional da Educação. 10 11 Plano Curricular do Curso de Formação de Professores do Ensino Primário e Educadores de Adultos Plano Curricular do Curso de Formação de Professores do Ensino Primário e Educadores de Adultos 5. O Paradigma de formação de professores do ensino primário e educação de adultos A actual sociedade de globalização, do conhecimento e da inovação, não cessa de evoluir ao ritmo de importantes transformações que se manifestam ao nível dos diversos sectores e campos de acção (político, cultural e social) em que se organiza, com repercussões no domínio da ciência e da produção de conhecimento científico. Face a estas mudanças, torna-se mister que as instituições que compõem a sociedade compreendam esta nova realidade e aceitem os novos desafios que ela coloca. A escola encontra-se, tal como defende Valentini (1979), estreitamente ligada à evolução da sociedade e essa relação apresenta-se cada vez mais complexa à medida que nos aproximamos dos tempos modernos. Galhardo et al (1987) afirmam, ainda, que um Sistema Educativo é o reflexo da sociedade em que o mesmo se insere e da prospecção das linhas mestras da sua evolução. No âmbito da qualidade, a escola moçambicana enfrenta hoje o desafio de promover o sucesso escolar, através de abordagens de ensino integradoras e centradas no aluno e em que o professor assume o papel de organizador e mediador do processo de ensino- aprendizagem. Por seu turno, a sociedade reivindica um professor competente, idóneo, capaz de cumprir com profissionalismo o contrato social de educador das novas gerações, de participar e liderar processos de desenvolvimento, ao nível da escola e da comunidade. O professor/formador também surge como mediador da aprendizagem, devendo cumprir de forma crítica o programa curricular e adoptar, na sua prática profissional, uma postura de educador, em constante formação e evolução. Neste contexto, o professor/formador estabelece com o futuro professor uma relação biunívoca, em que a aprendizagem depende da participação activa do formando na aprendizagem e na construção do seu próprio conhecimento, evitando assim a reprodução e a memorização do que lhe é transmitido. O novo paradigma de formação de professores – Paradigma Reflexivo – visa desenvolver nos futuros professores o espírito crítico e prepará-los para a acção reflexiva sobre/e na prática pedagógica. Este paradigma constitui-se como a base da formação do professor profissional e tem como competências essenciais o saber analisar, saber reflectir, saber decidir e saber justificar. 6. Princípios orientadores do currículo de formação de professores O presente Plano Curricular assenta nos seguintes princípios: ● Articulação entre a formação científica e pedagógica orientada para a prática reflexiva e contextualizada; ● Contacto permanente com professores experientes; ● Transferência de competências para a prática profissional futura. 6.1 Articulação entre a formação científica e pedagógica orientada para a prática reflexiva e contextualizada Este princípio traduz-se numa formação que permite o desenvolvimento de bases sólidas em termos de saberes teóricos que incluem os saberes pedagógicos, didácticos e da cultura e os saberes práticos, provenientes das experiências quotidianas da profissão. A formação do professor implica uma estrutura e organização curriculares que estabelecem, por um lado, uma articulação, entre os saberes teóricos e a sua aplicação prática em situações concretas do processo de ensino-aprendizagem, desde o início da formação. Por outro lado, uma formação prática que privilegia o contacto com a escola, com o aluno e com os colegas de profissão quebrando-se, assim, a herança de uma cultura de ensino- aprendizagem centrada no formador e em que a prática é posterior à teoria. O novo modelo deve contribuir para que os formandos e os professores orientadores das escolas, onde decorre a prática pedagógica, troquem experiências que irão enriquecer o desempenho de ambos. 6.2 Contacto permanente com professores experientes O modelo de formação de professores que se pretende privilegia um contacto permanente com professores experientes em exercício e aposentados que possam desempenhar o papel de conselheiros aos formandos e aos professores novos e, assim, transmitir a sua experiência prática. Altet (2001:28), apresenta uma proposta de tipologia de saberes necessários para a docência, que inclui “saberes teóricos” (saberes a serem ensinados e saberes para ensinar) e “saberes práticos”. Estes provêm de experiências quotidianas da profissão, contextualizadas e adquiridas em situação de trabalho e compreendem saberes sobre a prática e saberes da prática, constituindo-se como produto das acções que tiveram êxito e que permitem distinguir o professor principiante do experiente. 6.3 Transferência de competências para a prática profissional futura A transferência (transposição de comportamentos, conhecimentos e modos de organização de um contexto para outro) implica a detecção e criação de padrões nos processos de formação. Durante esta formação, os processos de ensino e aprendizagem centram-se nos interesses e necessidades dos formandos, promovendo a sua participação activa na dinâmica das aulas, para que estes, por sua vez, possam desenvolver este tipo de ensino durante a sua actividade profissional com os seus alunos. Tendo em conta que não existe um completo isomorfismo entre as instituições de formação e as escolas, a transferência deve ainda ser facilitada pela possibilidade de os formandos conceberem, implementarem e avaliarem projectos educativos adequados às realidades com que se deparam na prática pedagógica. A interacção constante entre a planificação, experimentação e avaliação permitirá aos formandos a aquisição de capacidades de análise do real e de si mesmos, na acção pedagógica. 7. Abordagem transversal De um modo geral, a transversalidade diz respeito a temáticas que atravessam os diferentes campos de conhecimento e abarca assuntos e conflitosvividos no quotidiano das pessoas. A compreensão do termo transversalidade envolve a consideração simultânea de outros conceitos que gravitam à sua volta, como sejam as noções de competência, integração e interdisciplinaridade. A competência é entendida como a capacidade de utilizar um conjunto de recursos na 12 13 Plano Curricular do Curso de Formação de Professores do Ensino Primário e Educadores de Adultos Plano Curricular do Curso de Formação de Professores do Ensino Primário e Educadores de Adultos acção. É um conceito integrador na medida em que congrega um conjunto de saberes para fazer face a problemas concretos na vida prática. Segundo Roegiers & Deketele (2004:18), a integração define-se como uma operação pela qual diferentes elementos inicialmente dissociados se tornam interdependentes, para fazê-los funcionar de uma maneira articulada, em função de um determinado objectivo. Ao ser capaz de integrar, o formando dá significado às aprendizagens; por conseguinte, o seu desempenho considera-se competente. A capacidade de integrar inclui a mobilização de saberes de várias fontes, organizados por disciplinas ou módulos, para resolver um problema que não se explica, ou não encontra solução numa única área de conhecimento. Assim, estabelece-se uma relação de interdisciplinaridade entre as várias componentes do plano de estudos. No presente Curso, a transversalidade corresponde, por um lado, à estratégia de integração de componentes curriculares que perpassam o plano de estudos e que, pela sua natureza, deverão estar presentes em todos os momentos da formação do novo professor. Por outro lado, compreende a estratégia de abordagem de temas de natureza social, a serem integrados em várias disciplinas. As componentes a serem abordadas de forma transversal compreendem: a) Competências - Estão definidas sete competências, neste Plano Curricular, nos domínios pessoal e social, de conhecimentos científicos e das habilidades profissionais. O desenvolvimento destas competências tem um carácter transversal, na medida em que as mesmas são operacionalizadas ao longo do Curso, nas diferentes disciplinas. As competências encontram-se reflectidas nos resultados de aprendizagem e respectivas evidências, bem como nas actividades propostas nas disciplinas. O carácter transversal das competências vai para além da formação inicial e em exercício, pois continua ao longo de toda a carreira profissional. b) Temas Transversais – São definidos como conjunto de questões que preocupam a sociedade e que, pela sua natureza, ultrapassam os limites de uma disciplina. Os temas transversais encontram-se definidos no Plano Curricular do Curso de Formação de Professores, tendo como base o currículo do Ensino Primário e da Educação de Adultos. Ao longo da formação, o formando deverá ser envolvido em situações concretas de utilização de estratégias participativas, orientadas para o desenvolvimento do espírito crítico e da auto-estima nas crianças. Neste Plano Curricular, foram definidos os seguintes temas transversais, a serem abordados em todas as disciplinas: ● Educação para a cidadania (Direitos e Deveres do Cidadão, Direitos Humanos, Direitos da Criança, Cultura de Paz e Democracia, Educação Patriótica); ● Género e equidade; ● Saúde Sexual e Reprodutiva (SSR), ITS, HIV, SIDA e Habilidades para a Vida; ● Nutrição e Saúde escolar (primeiros socorros, prevenção de doenças, nutrição, prevenção do consumo de drogas e bebidas alcoólicas); ● Segurança rodoviária; ● Educação ambiental (preservação, uso sustentável, desastres naturais); ● Educação Fiscal e Financeira. c) Currículo Local (CL) – É corporizado por conteúdos identificados localmente a serem considerados como componente do currículo oficial do Ensino Primário e Educação de Adultos. O CL incorpora matéria diversa de interesse para a comunidade, onde a escola está inserida. Esta componente compreende 20% do currículo centralmente definido. Na formação do professor e educador de adultos, a sua abordagem envolve o domínio das técnicas de elaboração e gestão do CL na escola primária, o que pressupõe uma prática efectiva ao longo de toda a formação. 8. Perfil 8.1 Perfil de entrada ao curso de formação de professores Para ingressar neste curso, os candidatos devem ter, obrigatoriamente, a formação de 12ª classe do ensino geral. 8.2 Perfil de saída O curso de formação de professores do Ensino Primário traduz os princípios pedagógicos do Sistema Nacional de Educação e visa contribuir para a formação integral do Homem moçambicano. Este desiderato, de acordo com a Agenda 2025, compreende os seguintes pilares do saber: Saber ser: “que é preparar o Homem moçambicano no sentido estético, espiritual e crítico, de modo que possa ser capaz de elaborar pensamentos autónomos, críticos e formular os seus próprios juízos de valor que estarão na base das decisões individuais que tiver de tomar, em diversas circunstâncias da sua vida”; Saber conhecer: “que é a educação para a aprendizagem de conhecimentos científicos sólidos e a aquisição de instrumentos necessários para a compreensão, a interpretação e avaliação crítica dos fenómenos sociais, económicos, políticos e naturais”; Saber fazer: “que proporciona uma formação e qualificação profissional sólida, espírito empreendedor no aluno/formando, para que ele se adapte não só ao meio produtivo actual, mas também às tendências de transformação no mercado e na sociedade”; Saber viver juntos e com os outros: “que traduz a dimensão ética do Homem integral, isto é, moralmente são, que saiba comunicar-se com os outros e que saiba respeitar-se a si, à sua família e aos outros Homens de diversas culturas, religiões, raças, entre outros”. Comité de Conselheiros (2003:129) Tendo como pano de fundo os pilares acima descritos, o graduado do Curso de Formação de Professores do Ensino Primário e Educadores de Adultos deve ser um profissional idóneo e crítico, com elevado espírito patriótico, que ama as crianças e adultos, fluente na língua de ensino, exemplar na prevenção de doenças e preservação do ambiente, respeitador e cumpridor das leis do país e dos princípios éticos e deontológicos da profissão docente, capaz de mobilizar criativamente os saberes necessários para planificar, organizar e gerir o processo de ensino e aprendizagem, de liderar e participar proactivamente em processos de desenvolvimento na escola e na comunidade. Assim, o professor do Ensino Primário e educador de adultos deve: 14 15 Plano Curricular do Curso de Formação de Professores do Ensino Primário e Educadores de Adultos Plano Curricular do Curso de Formação de Professores do Ensino Primário e Educadores de Adultos Nos âmbitos do saber ser e saber viver juntos e com os outros ● Ter uma boa conduta perante a sociedade; ● Comunicar com clareza e correcção na língua de ensino; ● Assumir atitudes responsáveis perante a sua saúde e da comunidade; ● Respeitar os direitos humanos, em geral, e das crianças, em particular; ● Ter amor à pátria. Nos âmbitos do saber conhecer e saber fazer ● Estar habilitado a leccionar no Ensino Primário; ● Demonstrar um elevado domínio dos conteúdos e metodologias de ensino de crianças e de adultos; ● Ter capacidade de agir de forma autónoma, criativa e responsável em situações complexas, dentro e fora da sala de aulas; ● Demonstrar ética e deontologia profissional. 9. Competências a desenvolver no Curso de Formação de Professores do Ensino Primário e Educadores de Adultos A formação de profissionais reflexivos implica práticas docentes apoiadas na mobilização de um conjunto de saberes, transformando-os em acção, de forma a promover um ensino de qualidade. Actuar com profissionalismo exige do professor o domínio de conhecimentos específicos,em torno dos quais deverá agir e também da compreensão das questões envolvidas no seu trabalho. Requer autonomia para tomar decisões e responsabilidade pelas opções feitas, o que implica saber analisar a sua própria actuação no contexto, saber interagir com a comunidade profissional e com a sociedade. A formação de professores deve, portanto, visar não apenas a transmissão de conhecimentos, mas, sobretudo, o desenvolvimento de competências e, nesse sentido, o desenvolvimento profissional. As competências para o exercício da docência pertencem, de acordo com Tavares (1997), a três domínios: ● Domínio pessoal e social: directamente relacionado com o desenvolvimento intra e interpessoal do professor, com o saber ser, saber relacionar-se, saber comunicar, saber partilhar, numa perspectiva de desenvolvimento pessoal. ● Domínio de conhecimentos científicos: implica o conhecimento científico e o domínio dos conteúdos relacionados com as matérias de determinada especialidade. ● Domínio das habilidades profissionais: refere-se ao saber fazer, saber operacionalizar os conhecimentos, tendo em conta os destinatários, os alunos (crianças e adultos), os contextos, os recursos, seleccionando as metodologias e as estratégias mais adequadas. O presente Curso de Formação de Professores do Ensino Primário e Educadores de Adultos deverá desenvolver sete competências, organizadas em três domínios: Domínio pessoal e social 1. Promove o espírito patriótico, a cidadania responsável e democrática, os valores universais e os direitos humanos e da criança; 2. Comunica adequadamente em vários contextos; 3. Age de acordo com os princípios éticos e deontológicos, associados à profissão docente. Domínio dos conhecimentos científicos 4. Domina os conteúdos do Ensino Primário e sua relação intra e interdisciplinar; 5. Domina os conhecimentos das Ciências da Educação, relacionados com o Ensino Primário. Domínio das habilidades profissionais 6. Planifica, medeia e avalia os processos de ensino e aprendizagem de modo criativo, reflexivo, autónomo e em colaboração com os outros, tendo em conta as necessidades, interesses e progressos dos alunos (crianças e adultos); 7. Demonstra uma cultura científica e promove o auto-desenvolvimento profissional. Estas competências são operacionalizadas de forma transversal em todas as áreas curriculares, traduzidas em resultados de aprendizagem. 16 17 Plano Curricular do Curso de Formação de Professores do Ensino Primário e Educadores de Adultos Plano Curricular do Curso de Formação de Professores do Ensino Primário e Educadores de Adultos Tí tu lo d a U ni da de d e Co m pe tê nc ia (5 ). D om in a os c on he ci m en to s da s Ci ên ci as d a Ed uc aç ão , r el ac io na do s co m o E ns in o Pr im ár io . D es cr iç ão d a U ni da de d e Co m pe tê nc ia N o fin al d a fo rm aç ão , o g ra du ad o de ve d em on st ra r d om ín io d as te or ia s qu e no rt ei am o s pr oc es so s de e ns in o e ap re nd iz ag em , r el ac io na nd o- as c om a s et ap as d e de se nv ol vi m en to c og ni tiv o do s al un os . D ev e, a in da , d es en vo lv er es tr at ég ia s ad eq ua da s de in cl us ão d e al un os c om N ec es si da de s Ed uc at iv as E sp ec ia is (N EE ) e a pl ic ar a s té cn ic as e in st ru m en to s qu e op er ac io na liz am o s pr in cí pi os p si co pe da gó gi co s ge ra is e e sp ec ífi co s ao n ív el d a sa la d e au la s. El em en to s de c om pe tê nc ia Cr it ér io s de d es em pe nh o Ev id ên ci as r eq ue ri da s I) D es en vo lv er c on he ci m en to s, at itu de s e ha bi lid ad es p ar a a co nd uç ão d os p ro ce ss os d e en si no e a pr en di za ge m . 1. I de nt ifi ca a s te or ia s de a pr en di za ge m in er en te s ao s pr oc es so s de e ns in o e ap re nd iz ag em ; 2. P ro m ov e ap re nd iz ag en s cu rr ic ul ar es , fu nd am en ta nd o a su a pr át ic a pr ofi ss io na l nu m s ab er e sp ec ífi co re su lta nt e da p ro du çã o e us o de d iv er so s sa be re s in te gr ad os , e m fu nç ão d as a cç õe s co nc re ta s da m es m a pr át ic a, ad eq ua da à id ad e, in te re ss es , e st ilo s e rit m os d e ap re nd iz ag em d o al un o; 3. E xe rc e a su a ac tiv id ad e pr ofi ss io na l, de fo rm a in te gr ad a, n o âm bi to d as d ife re nt es d im en sõ es da e sc ol a co m o in st itu iç ão e du ca tiv a; 4. F om en ta o d es en vo lv im en to d a au to no m ia d os al un os e a s ua p le na in cl us ão n a so ci ed ad e; 5. P ro m ov e a qu al id ad e do s co nt ex to s de in se rç ão do p ro ce ss o ed uc at iv o, d e m od o a ga ra nt ir o be m -e st ar d os a lu no s e o de se nv ol vi m en to de to da s as c om po ne nt es d a su a id en tid ad e in di vi du al e c ul tu ra l; 6. D em on st ra c ap ac id ad e re la ci on al e d e co m un ic aç ão a id ad e, in te re ss es e c on te xt o do al un o, c on tr ib ui nd o pa ra o e qu ilí br io e m oc io na l do m es m o. a) A pr es en ta , p or e sc rit o, u m a si st em at iz aç ão d as te or ia s de a pr en di za ge m e s ua s im pl ic aç õe s no e ns in o e na ap re nd iz ag em ; b) A pr es en ta fi ch as d e le itu ra d e au to re s in di ca do s na bi bl io gr afi a; c) A pr es en ta tr ab al ho e sc rit o de a ná lis e cr íti ca d e pr og ra m as de e ns in o, p la no s de a ul a, a ul as o bs er va da s na e sc ol a de pr át ic as e m an ua is e sc ol ar es , à lu z da s te or ia s de e ns in o e ap re nd iz ag em e st ud ad as . a) D es cr iç ão d as c om pe tê nc ia s II) A do pt ar u m a po st ur a pe da gó gi ca d e qu al id ad e. 1. P ro m ov e ap re nd iz ag en s si gn ifi ca tiv as n o âm bi to d os o bj ec tiv os d o pl an o cu rr ic ul ar , de se nv ol ve nd o as c om pe tê nc ia s es se nc ia is e es tr ut ur an te s qu e o in te gr am ; 2. U til iz a, d e fo rm a in te gr ad a, s ab er es p ró pr io s da s ua e sp ec ia lid ad e e sa be re s tr an sv er sa is e m ul tid is ci pl in ar es a de qu ad os a c ad a ní ve l d e en si no , i da de , i nt er es se s, es til os e ri tm os d e ap re nd iz ag em d o al un o; 3. P ro m ov e a ap re nd iz ag em s is te m át ic a do s pr oc es so s de tr ab al ho in te le ct ua l e d as fo rm as de o rg an iz ar e c om un ic ar , b em c om o o en vo lv im en to a ct iv o do s al un os n os p ro ce ss os de a pr en di za ge m e g es tã o cu rr ic ul ar ; 4. D es en vo lv e es tr at ég ia s pe da gó gi ca s di fe re nc ia da s, co nd uc en te s ao s uc es so e re al iz aç ão d e ca da a lu no n o qu ad ro s oc io cu ltu ra l da d iv er si da de e h et er og en ei da de , m ob ili za nd o va lo re s, sa be re s, ex pe riê nc ia s, en tr e ou tr os . a) P ro m ov e ap re nd iz ag en s si gn ifi ca tiv as n o âm bi to d os ob je ct iv os d o pl an o cu rr ic ul ar , d es en vo lv en do a s co m pe tê nc ia s es se nc ia is e e st ru tu ra nt es q ue o in te gr am ; b) A pr es en ta , p or e sc rit o, e xe m pl os d e bo as p rá tic as vi ve nc ia da s du ra nt e a pr át ic a pe da gó gi ca , c on fro nt ad as co m a s te or ia s ap re nd id as ; c) A pr es en ta tr ab al ho e sc rit o de a pl ic aç ão p rá tic a do s co nc ei to s ab or da do s no P la no C ur ric ul ar d o En si no Pr im ár io : e ns in o in te gr ad o, in te rd is ci pl in ar id ad e e tr an sv er sa lid ad e. III ) Re la ci on ar o s co nt eú do sda s di fe re nt es d is ci pl in as do E ns in o Pr im ár io e d a Ed uc aç ão d e Ad ul to s co m as fa se s de d es en vo lv im en to co gn iti vo . 1. C on fro nt a os c on te úd os a s er em e ns in ad os , co m o s ob je ct iv os d e ap re nd iz ag em e o de se nv ol vi m en to c og ni tiv o do s al un os ; 2. R ec or re à in tr a e in te rd is ci pl in ar id ad e, a o in te gr ar d iv er so s sa be re s di sc ip lin ar es . a) A pr es en ta a ct iv id ad es in te gr ad or as , r es pe ita nd o pr in cí pi os p ed ag óg ic os e o d es en vo lv im en to c og ni tiv o do s al un os . IV ) Se le cc io na r m ét od os , té cn ic as e m ei os a de qu ad os ao s pr oc es so s de e ns in o e ap re nd iz ag em , t en do e m co nt a a id ad e, in te re ss es e es til os e ri tm os d e ap re nd iz ag em d o al un o. 1. O rg an iz a o en si no e p ro m ov e as a pr en di za ge ns no q ua dr o do s pa ra di gm as e pi st em ol óg ic os da s ár ea s do c on he ci m en to e d e op çõ es pe da gó gi ca s e di dá ct ic as fu nd am en ta da s, re co rr en do à a ct iv id ad e ex pe rim en ta l, se m pr e qu e es ta s e re ve le p er tin en te . a) A pr es en ta u m p or tf ól io c on te nd o m ét od os e té cn ic as de e ns in o (c ar ac te rís tic as p rin ci pa is e li m ita çõ es ), re la ci on an do -o s co m a fa ix a et ár ia e c om o s co nt ex to s de ap re nd iz ag em . 18 19 Plano Curricular do Curso de Formação de Professores do Ensino Primário e Educadores de Adultos Plano Curricular do Curso de Formação de Professores do Ensino Primário e Educadores de Adultos V) D es en vo lv er e st ra té gi as ad eq ua da s de in te rv en çã o pa ra a in cl us ão d e al un os co m N EE n a sa la d e au la s e na e sc ol a. 1. I de nt ifi ca a lu no s co m N ec es si da de s Ed uc at iv as Es pe ci ai s; 2. D ia gn os tic a os re ai s pr ob le m as d os a lu no s; 3. O rie nt a o al un o pa ra s eg ui m en to e sp ec ia liz ad o; 4. D es en ha e st ra té gi as e p la no s ed uc at iv os in di vi du ai s ad eq ua do s pa ra tr ab al ha r c om a lu no s co m N EE ; 5. P ar til ha in fo rm aç õe s so br e al un os c om N EE c om os re st an te s ag en te s ed uc at iv os ; 6. O bs er va o s ig ilo p ro fis si on al n o tr at am en to d e in fo rm aç õe s de a lu no s co m N EE . a) E la bo ra e a pr es en ta u m p la no d e in te rv en çã o ed uc at iv a pa ra o s al un os c om N EE ; b) A pr es en ta tr ab al ho e sc rit o so br e a ap lic aç ão d e té cn ic as ap ro pr ia da s de id en tifi ca çã o de a lu no s co m N EE , n a es co la , d ur an te a s pr át ic as p ed ag óg ic as . Tí tu lo d a U ni da de d e Co m pe tê nc ia (6 ) P la ni fi ca , m ed ei a e av al ia o s pr oc es so s de e ns in o e ap re nd iz ag em d e m od o cr ia ti vo , r efl ex iv o, a ut ón om o e em c ol ab or aç ão c om o s ou tr os , t en do e m c on ta a s ne ce ss id ad es , i nt er es se s e pr og re ss os d os a lu no s (c ri an ça s e ad ul to s) . D es cr iç ão d a U ni da de d e Co m pe tê nc ia N o fin al d a fo rm aç ão , o g ra du ad o de ve d om in ar o s pr oc es so s de p la ni fic aç ão d as a ct iv id ad es n a es co la , p la ni fic ar as s ua s au la s de a co rd o co m o s pr og ra m as d o En si no P rim ár io e d a Ed uc aç ão d e Ad ul to s, el ab or ar m at er ia is de e ns in o, a da pt an do -o s à fa ix a et ár ia d os a lu no s e a di fe re nt es c on te xt os . U til iz ar e st ra té gi as d iv er si fic ad as n a m ed ia çã o do P EA , n a va lo riz aç ão d a ex pe riê nc ia d o al un o e ex pl or an do a s po te nc ia lid ad es d a di ve rs id ad e cu ltu ra l, se m d es cu ra r o s pr in cí pi os q ue n or te ia m a a va lia çã o no E ns in o Pr im ár io e n a ed uc aç ão d e ad ul to s co m v is ta a es tim ul ar a a pr en di za ge m d os a lu no s. El em en to s de co m pe tê nc ia Cr it ér io s de d es em pe nh o Ev id ên ci as r eq ue ri da s I) N o fin al d a fo rm aç ão , o gr ad ua do d ev e do m in ar o s pr oc es so s de p la ni fic aç ão da s ac tiv id ad es n a es co la , pl an ifi ca r a s su as a ul as d e ac or do c om o s pr og ra m as do E ns in o Pr im ár io e d a Ed uc aç ão d e Ad ul to s, el ab or ar m at er ia is d e en si no , a da pt an do -o s à fa ix a et ár ia d os a lu no s e a di fe re nt es c on te xt os . U til iz ar es tr at ég ia s di ve rs ifi ca da s na m ed ia çã o do P EA , n a va lo riz aç ão d a ex pe riê nc ia do a lu no e e xp lo ra nd o as p ot en ci al id ad es d a di ve rs id ad e cu ltu ra l, se m de sc ur ar o s pr in cí pi os qu e no rt ei am a a va lia çã o no E ns in o Pr im ár io e n a ed uc aç ão d e ad ul to s co m v is ta a e st im ul ar a ap re nd iz ag em d os a lu no s. 1. P la ni fic a as a ul as e a s ac tiv id ad es d a es co la ; 2. D is tin gu e os n ív ei s de p la ni fic aç ão (c en tr al , p ro vi nc ia l, lo ca l); 3. E st ab el ec e a re la çã o en tr e as d ife re nt es c om po ne nt es d o cu rr íc ul o (n ac io na l, lo ca l, te m as tr an sv er sa is ); 4. A pl ic a os m ét od os e e st ra té gi as d o En si no P rim ár io e da e du ca çã o de a du lto s, em d ife re nt es c on te xt os d e ap re nd iz ag em ; 5. A pl ic a os m ét od os d e le itu ra e e sc rit a in ic ia is , re co m en da do s no p ro gr am a; 6. U til iz a es tr at ég ia s de e ns in o qu e va lo riz em a s ex pe riê nc ia s do s al un os e c ap ita liz em a d iv er si da de cu ltu ra l; 7. S el ec ci on a m ei os d e en si no a pr op ria do s às es pe ci fic id ad es d a au la . a) A pr es en ta u m e xe m pl o de u m a pl an ifi ca çã o an ua l d e ac tiv id ad es d e um a es co la c on cr et a; b) A pr es en ta , p or e sc rit o, p la no s an al íti co s; c) A pr es en ta u m p la no d e au la , i nt eg ra nd o sa be re s lo ca is , t em as tr an sv er sa is e e st ab el ec en do re la çõ es d e in tr a e in te rd is ci pl in ar id ad e; d) P ro je ct a um p la no d e au la te nd o em c on ta o eq ui líb rio d os d om ín io s co gn iti vo , a fe ct iv o e ps ic om ot or d os o bj ec tiv os ; e) C om pi la u m p or tf ól io (d os si er ) c on te nd o pl an os e fic ha s de e xe rc íc io e re sp ec tiv as c or re cç õe s a di fe re nt es n ív ei s. 20 21 Plano Curricular do Curso de Formação de Professores do Ensino Primário e Educadores de Adultos Plano Curricular do Curso de Formação de Professores do Ensino Primário e Educadores de Adultos II) A gi r c om o m ed ia do r e av al ia do r d os p ro ce ss os d e en si no e a pr en di za ge m n a sa la d e au la s. 1. R es pe ita o s m om en to s da a ul a e pa rt ilh a as id ei as ; 2. Ap lic a es tr at ég ia s de g es tã o e ac om pa nh am en to d os di fe re nt es ri tm os e n ív ei s de a pr en di za ge m d os a lu no s, da nd o a re tr o al im en ta çã o po si tiv a; 3. A da pt a a di sp os iç ão d os a lu no s ao e sp aç o de ap re nd iz ag em , a os o bj ec tiv os , à s ac tiv id ad es e à s co m pe tê nc ia s pr ev is ta s; 4. E nv ol ve o s al un os e m a ct iv id ad es d e pe sq ui sa e e m pr oj ec to s in te gr ad or es e tr an sv er sa is ;5. F az a a ut o- av al ia çã o da a ul a, d e ac or do c om o p la no ; 6. D es en vo lv e no s al un os a c ap ac id ad e de a ut o- av al ia çã o; 7. R ea ge p os iti va m en te à s ob se rv aç õe s so br e a su a au la ; 8. F az u m a an ál is e cr íti ca d as a ul as o bs er va da s. a) A pr es en ta , p or e sc rit o, a a ná lis e da s au la s ob se rv ad as ; b) A pr es en ta tr ab al ho e sc rit o de a ut o- av al ia çã o de um a au la d ad a, e st ab el ec en do a re la çã o en tr e o pl an o, a le cc io na çã o e os re su lta do s al ca nç ad os ; c) E la bo ra g re lh as d e av al ia çã o pa ra m ed ir o se u de se m pe nh o, e m fu nç ão d os re su lta do s do s se us al un os . III ) D es cr ev er o s di fe re nt es tip os e fu nç õe s de a va lia çã o 1. E xp lic a os o bj ec tiv os e c on te xt os d e ap lic aç ão d a av al ia çã o di ag nó st ic a, fo rm at iv a e su m at iv a; 2. U til iz a os d ife re nt es ti po s de a va lia çã o, c om o el em en to s re gu la do re s e pr om ot or es d a qu al id ad e do e ns in o e ap re nd iz ag em e d a su a pr óp ria fo rm aç ão ; 3. S el ec ci on a tip os d e av al ia çã o, te nd o em c on ta a s co m pe tê nc ia s de fin id as p ar a ca da n ív el d e en si no ; 4. I nt er pr et a e ap lic a o re gu la m en to d e av al ia çã o do E ns in o Pr im ár io e d a ed uc aç ão d e ad ul to s; 5. U til iz a os in st ru m en to s de a va lia çã o, d e ac or do c om o co nt ex to ; 6. A pl ic a os e xe rc íc io s de a va lia çã o do n ív el d e de se m pe nh o da s co m pe tê nc ia s bá si ca s; 7. E la bo ra e xe rc íc io s de a va lia çã o e re sp ec tiv as g ui as d e co rr ec çã o. Ap re se nt a Po rt fó lio (d os si er ), co nt en do a va lia çõ es re al iz ad as , r el at ór io s de a va lia çã o de a ul as a ss is tid as e gr el ha s de a ut o- av al ia çã o. IV ) Av al ia r c om pe tê nc ia s de fin id as n o pr og ra m a de e ns in o, re fle ct ir so br e os re su lta do s e re aj us ta r os p ro ce ss os d e en si no e ap re nd iz ag em 1. F az a ná lis e cr íti ca à s av al ia çõ es e la bo ra da s na s es co la s, us an do a ta xo no m ia d e Bl oo m ; 2. A na lis a os re su lta do s es ta tís tic os d as a va lia çõ es e , c om ba se n os d ad os n um ér ic os , i de nt ifi ca : • A lu no s qu e pr ec is am d e ap oi o; • C on te úd os /á re as q ue d ev em s er re fo rç ad as o u re en si na da s; 3. S el ec ci on a o m el ho r m ét od o pa ra a va lia r d et er m in ad a co m pe tê nc ia ; 4. P re en ch e e m an té m a ct ua liz ad os o s in st ru m en to s de re gi st o do d es em pe nh o do a lu no ; 5. C om un ic a os re su lta do s da a pr en di za ge m a os a lu no s e en ca rr eg ad os d e ed uc aç ão ; 6. P ar til ha o s re su lta do s da s av al ia çõ es e d is cu te c om o su pe ra r a s di fic ul da de s de te ct ad as ; 7. P ro põ e al te ra çõ es n o pl an o an al íti co , c om b as e na s ev id ên ci as re co lh id as a tr av és d as a va lia çõ es . Co m pi la p or tf ól io c on te nd o: • E nu nc ia do s de p ro va s re co lh id as n as e sc ol as ; • A ná lis e cr íti ca e e st at ís tic a de a va lia çõ es d e ca da c la ss e re al iz ad as n as e sc ol as , e m fu nç ão da s co m pe tê nc ia s de fin id as n os p ro gr am as d o En si no P rim ár io e d a ed uc aç ão d e ad ul to s; • P la no p ar a su pe ra r a s di fic ul da de s; • T ab el as e g rá fic os d os re su lta do s de a va lia çã o; • In st ru m en to s de re gi st o do d es em pe nh o da tu rm a; • R el at ór io s de re un iõ es e nt re p ro fe ss or es e p ai s/ en ca rr eg ad os d e ed uc aç ão ; • A ná lis e cr íti ca d os p la no s an al íti co s e su ge st õe s pa ra a s ua m el ho ria . V) P ro du zi r r ec ur so s de ap re nd iz ag em . 1. C ar ac te riz a os m ei os d id ác tic os e xp lic an do a s ua im po rt ân ci a no s pr oc es so s de e ns in o e ap re nd iz ag em ; 2. I de nt ifi ca o s m at er ia is n ec es sá rio s pa ra a e la bo ra çã o de m ei os d id ác tic os ; 3. D es en vo lv e m ei os d id ác tic os ; 4. U sa o s m ei os d id ác tic os d e ac or do c om o te m a da a ul a; 5. C on su lta a li te ra tu ra a de qu ad a à el ab or aç ão d os m at er ia is d id ác tic os . a) A pr es en ta tr ab al ho e sc rit o so br e di fe re nt es tip os d e m ei os d id ác tic os e xi st en te s, in di ca nd o va nt ag en s e po te nc ia lid ad es ; b) Ap re se nt a m ei os d id ác tic os q ue c on co rr em p ar a o de se nv ol vi m en to d e co m pe tê nc ia s pr ev is ta s no s pr og ra m as a p ar tir d e m at er ia l l oc al m en te di sp on ív el . 22 23 Plano Curricular do Curso de Formação de Professores do Ensino Primário e Educadores de Adultos Plano Curricular do Curso de Formação de Professores do Ensino Primário e Educadores de Adultos Tí tu lo d a U ni da de d e Co m pe tê nc ia (7 ) D em on st ra u m a cu lt ur a ci en tí fi ca , p ro m ov e o au to -d es en vo lv im en to p ro fi ss io na l. D es cr iç ão d a U ni da de d e Co m pe tê nc ia N o fin al d a fo rm aç ão , o g ra du ad o de ve s ab er id en tifi ca r a s su as n ec es si da de s e di fic ul da de s pr ofi ss io na is , p ro cu ra r, in di vi du al e /o u co le ct iv am en te , s up er á- la s, at ra vé s da s ua p ar tic ip aç ão n os e st ud os , s em in ár io s, pe sq ui sa e o ut ra s fo rm as d e bu sc a de s ab er es , d e m od o a de se nv ol ve r- se p ro fis si on al m en te . El em en to s de co m pe tê nc ia Cr it ér io s de d es em pe nh o Ev id ên ci as r eq ue ri da s I) Av al ia r a s su as ne ce ss id ad es e di fic ul da de s pr ofi ss io na is . 1. I de nt ifi ca a s su as n ec es si da de s e di fic ul da de s de ap re nd iz ag em ; 2. D es en vo lv e es tr at ég ia s de s up er aç ão d as d ifi cu ld ad es ; 3. A na lis a a su a pr át ic a, re fle ct e so br e a m es m a e m od ifi ca es tr at ég ia s e ac tiv id ad es , d e ac or do c om a s di fic ul da de s id en tifi ca da s; Ap re se nt a um re la tó rio in di vi du al s ob re a s es tr at ég ia s de s up er aç ão d as n ec es si da de s e di fic ul da de s id en tifi ca da s II) D es en vo lv er a cç õe s pa ra a au to -f or m aç ão . 1. E nv ol ve -s e em a cç õe s de fo rm aç ão , a tr av és d e se m in ár io s de ca pa ci ta çã o, jo rn ad as p ed ag óg ic as e o ut ra s; 2. U til iz a as T IC e T ec no lo gi a As si st iv a na b us ca d e co nh ec im en to . a) A pr es en ta u m p or tf ól io c om in fo rm aç ão bi bl io gr áfi ca p ar a a el ev aç ão d os s eu s co nh ec im en to s pr ofi ss io na is ; b) P ar til ha a s in fo rm aç õe s ad qu iri da s em a cç õe s de fo rm aç ão , d en tr o ou fo ra d a es co la . III ) D em on st ra r c ap ac id ad e de tr ab al ho c ol ab or at iv o. 1. C ol ab or a co m o s ou tr os n a pl an ifi ca çã o e im pl em en ta çã o de pr oj ec to s na e sc ol a e na c om un id ad e; 2. R ea ge p os iti va m en te à s in ic ia tiv as d os c ol eg as , p ro cu ra pa rt ic ip ar e c ol ab or ar ; 3. C oo pe ra c om o ut ro s ag en te s ed uc at iv os n a re so lu çã o de pr ob le m as ; 4. M ot iv a os a lu no s pa ra o s eu e nv ol vi m en to e p ar ticip aç ão n a or ga ni za çã o es co la r; 5. E nv ol ve a c om un id ad e na o rg an iz aç ão e re al iz aç ão d e ac tiv id ad es . a) A pr es en ta u m P or tf ól io c on te nd o: • C al en dá rio a nu al d e ac tiv id ad es a d es en vo lv er ; • P ro je ct os d e de se nv ol vi m en to d a es co la e d a co m un id ad e; • T em as tr an sv er sa is ; • C ur ríc ul o lo ca l; • In tr a e In te rd is ci pl in ar id ad e. b) C ria u m jo rn al d e pa re de , o u um a ex po si çã o fo to gr áfi ca s ob re a ct iv id ad es re al iz ad as p el a es co la e c om un id ad e. IV ) Ap lic ar a s TI C e Te cn ol og ia A ss is tiv a co m o m ei o de tr ab al ho in te le ct ua l e e ss en ci al pa ra in ve st ig ar , in fo rm ar -s e, a pr en de r e co m un ic ar . 1. E xp lic a a im po rt ân ci a da s TI C e Te cn ol og ia A ss is tiv a no s eu di a- a- di a, e m d ife re nt es c on te xt os ; 2. U til iz a as T IC e T ec no lo gi a As si st iv a na p es qu is a- ac çã o; 3. E xp lo ra a s po te nc ia lid ad es d id ác tic as d as T IC e T ec no lo gi a As si st iv a no d es en vo lv im en to d o pr oc es so e du ca tiv o. a) A pr es en ta d oc um en to s pr od uz id os , u sa nd o os pa co te s de O ffi ce e e xp lo ra in te rn et p ar a fin s pe da gó gi co s; b) A pr es en ta d oc um en to s pr od uz id os , u til iz an do um p ro ce ss ad or d e te xt o. 24 25 Plano Curricular do Curso de Formação de Professores do Ensino Primário e Educadores de Adultos Plano Curricular do Curso de Formação de Professores do Ensino Primário e Educadores de Adultos 10. Plano de estudos Disciplinas Gerais - orientadas para o desenvolvimento de competências de comunicação, aprofundamento de matérias do Ensino Primário, domínio da Informática e Métodos de Estudo. Disciplinas nucleares - orientadas para o desenvolvimento de competências profissionais, construídas considerando os saberes teóricos e práticos relevantes para o professor do Ensino Primário e educador de adultos, com enfoque na prática pedagógica, em contexto escolar. As disciplinas nucleares são profissionalizantes e visam desenvolver competências para ensinar, levando o formando a mobilizar saberes e recursos de organização e resolução de problemas complexos. 1º Ano: Contacto Estudo Geral CCS Língua Portuguesa II 5 2 90 36 126 MCN Didáctica da Matemática I 5 2 90 36 126 MCN Ciências Naturais II 4 2 72 36 108 CCS Ciências Sociais II 4 2 72 36 108 CCS Estrutura das Línguas Moçambicanas 3 2 54 36 90 CE Psicologia da Aprendizagem 4 2 72 36 108 CE Educação para a Cidadania 3 2 54 36 90 APT Educação Física 2 1 36 18 54 30 15 540 270 810Total Actividades Co-Curriculares (cultura, desporto e produção) 2º Semestre (18 semanas) Horas Área Unidades Curriculares Contacto Estudo Total Contacto Estudo Geral CCS Língua Portuguesa II 5 2 90 36 126 MCN Didáctica da Matemática I 5 2 90 36 126 MCN Ciências Naturais II 4 2 72 36 108 CCS Ciências Sociais II 4 2 72 36 108 CCS Estrutura das Línguas Moçambicanas 3 2 54 36 90 CE Psicologia da Aprendizagem 4 2 72 36 108 CE Educação para a Cidadania 3 2 54 36 90 APT Educação Física 2 1 36 18 54 30 15 540 270 810Total Actividades Co-Curriculares (cultura, desporto e produção) 2º Semestre (18 semanas) Horas Área Unidades Curriculares Contacto Estudo Total Contacto Estudo Geral CCS Didáctica da Língua Primeira (Materna) 6 2 108 36 144 MCN Matemática II 5 2 90 36 126 MCN Práticas Laboratoriais 4 2 72 36 108 CCS Didáctictica das Ciências Sociais I 4 1 72 18 90 CCS Literatura Oral em Línguas Moçambicanas 2 1 36 18 54 CE Necessidades Educativas Especiais 5 1 90 18 108 CE Andragogia 2 1 36 18 54 APT Educação Física 2 1 36 18 54 CE Práticas Pedagógicas I 0 4 0 72 72 30 15 540 270 810 2º ANO Total Actividades Co-Curriculares (cultura, desporto e produção) 3º Semestre (18 semanas) Horas Área Unidades Curriculares Contacto Estudo Total Contacto Estudo Geral CCS Didáctica da Língua Segunda I 5 2 90 36 126 MCN Didáctica da Matemática II 5 2 90 36 126 MCN Didáctica das Ciências Naturais I 4 2 72 36 108 CCS Didáctica das Ciências Sociais II 4 2 72 36 108 CCS Língua de Sinais de Moçambique 5 1 90 18 108 CCS Didáctica de Educação Musical 4 1 72 18 90 APT Didáctica da Educação Física 3 1 54 18 72 CE Práticas Pedagógicas II 0 4 0 72 72 30 15 540 270 810Total Actividades Co-Curriculares (cultura, desporto e produção) 4º Semestre (18 semanas) Horas Área Unidades Curriculares Contacto Estudo Total 3º Ano Contacto Estudo Geral CCS Didáctica da L. Segunda (Portuguesa) II 6 2 108 36 144 MCN Resolução de Problemas Matemáticos 4 2 72 36 108 MCN Didáctica das Ciências Naturais II 4 2 72 36 108 CCS Didáctica da Ed. Visual e Ofícios 6 2 108 36 144 CCS Literatura Infanto-juvenil em L. Port. 2 1 36 18 54 APT Sistema Braille 5 2 90 36 126 CE Organização e Gestão Escolar 3 1 54 18 72 CE Práticas Pedagógicas III 0 4 0 72 72 30 16 540 288 828Total Actividades Co-Curriculares (cultura, desporto e produção) 5º Semestre (18 semanas) Horas Área Unidades Curriculares Contacto Estudo Total 26 27 Plano Curricular do Curso de Formação de Professores do Ensino Primário e Educadores de Adultos Plano Curricular do Curso de Formação de Professores do Ensino Primário e Educadores de Adultos 6º Semestre Estágio pré-profissional e Trabalho Final do Curso 11. Descrição das disciplinas 11.1. Disciplinas Gerais As disciplinas gerais compreendem: 1. Língua Portuguesa (I e II); 2. Estrutura das Línguas Moçambicanas; 3. Língua Moçambicana; 4. Língua de Sinais de Moçambique; 5. Matemática (I e II); 6. Ciências Naturais (I e II); 7. Ciências Sociais (I e II); 8. Introdução às TIC, 9. Sistema Braille, 10. Métodos de Estudo; 11. Educação Física; 12. Organização e Gestão Escolar; 13. Educação para a Cidadania; 14. Literatura Oral em Línguas Moçambicanas; 15. Literatura Infanto-Juvenil na Língua Portuguesa 16. Necessidades Educativas Especiais 11.1.1. Língua Portuguesa A Disciplina da Língua Portuguesa visa desenvolver as competências comunicativas e linguísticas do formando, promover a reflexão sobre a língua, aprofundar os conteúdos previstos nos programas do Ensino Primário e desenvolver no formando o gosto pela leitura. Esta disciplina proporcionará aos formandos oportunidades de estudo de obras literárias e de literatura, através da leitura obrigatória e de eventos que contribuem para a formação de um leitor competente e de um animador da leitura, durante a formação e na escola. Pretende-se uma abordagem teórica e prática orientada para os problemas do Ensino Primário, em contexto multilingue e multicultural, baseada no contacto permanente com a escola, com os programas de ensino, com os livros escolares e outros materiais de ensino e aprendizagem. Ela estrutura-se em Língua Portuguesa I, que visas a aquisição de competências para leccionar no I ciclo do Ensino Primário e Língua Portuguesa II, que visa a aquisição de competências para leccionar no II ciclo do Ensino Primário. Resultados de aprendizagem: ● Reconhecer e respeitar a diversidade linguística e cultural do país, como contributo para o reforço da unidade nacional; ● Exprimir, oralmente e por escrito, ideias ou comentários sobre valores éticos ligados à sua profissão; ● Interpretar a Convenção sobre os Direitos da Criança; ● Produzir discursos orais adequados a situações de comunicação variadas; ● Produzir textos com finalidades informativo-funcionais, reflexivas e persuasivas, de acordo com o contexto; ● Interpretar textos de carácter informativo, reflexivo, argumentativo e literário, utilizando técnicas e finalidades em diferentes contextos; ● Utilizar diferentes recursos para a compreensão de textos e de obras literárias de autores nacionais e internacionais; ● Fazer juízos de valor,comentários e inferências sobre o conteúdo dos textos, obras completas e atitudes dos personagens; ● Reflectir sobre o funcionamento e uso da língua e a atitude do professor do ensino primário face aos desvios à norma linguística; ● Analisar, criticamente, a abordagem dos conteúdos de Língua Portuguesa nos materiais do Ensino Primário e nas aulas assistidas, quanto à sua adequação às necessidades linguísticas das crianças. 11.1.2. Estrutura das Línguas Moçambicanas e Língua Moçambicana Estas disciplinas visam assegurar que o formando reconheça a importância das Línguas moçambicanas no ensino, através do estudo dos seus aspectos sociolinguísticos e formais. Elas focalizam o estudo da situação linguística de África e de Moçambique, da história das Línguas Bantu de Moçambique, da estrutura das Línguas Moçambicanas, isto é, a fonética, fonologia, morfologia e a sintaxe, incluindo a aprendizagem da leitura e escrita nestas línguas. A análise de materiais escritos disponíveis em Línguas Moçambicanas constitui uma base importante para a reflexão de aspectos ligados à grafia, tendo em conta o processo de padronização e suas implicações para o ensino das mesmas. Resultados de aprendizagem: ● Estabelecer a relação entre o respeito pela diversidade linguística e cultural do país e o reforço da unidade nacional, o orgulho de ser moçambicano e a preservação da paz; ● Explicar a importância da introdução das Línguas Moçambicanas no ensino; ● Caracterizar similaridades e diferenças entre as Línguas Bantu faladas em Moçambique; ● Descrever a estrutura das línguas moçambicanas nos aspectos elementares da fonética, fonologia, morfologia e sintaxe; ● Sistematizar as diferenças estruturais entre as Línguas Moçambicanas e a Língua Portuguesa; ● Reconhecer as diferenças estruturais entre as Línguas Moçambicanas e o português e as possíveis áreas de tensão entre elas; ● Ler e produzir textos em Línguas Moçambicanas do grupo Bantu, respeitando as regras de funcionamento da língua; ● Analisar, criticamente, os materiais em Línguas Moçambicanas, quanto à adequação ao contexto, necessidades linguísticas das crianças e à observância das regras de 28 29 Plano Curricular do Curso de Formação de Professores do Ensino Primário e Educadores de Adultos Plano Curricular do Curso de Formação de Professores do Ensino Primário e Educadores de Adultos funcionamento. 11.1.3. Língua de Sinais de Moçambique A disciplina de Língua de Sinais de Moçambique (LSM) surge no contexto da operacionalização dos princípios legais que defendem a sua utilização na educação dos surdos. Ela visa desenvolver a competência comunicativa e linguístico-gestual do formando e promover o reconhecimento como uma das línguas moçambicanas e a sua massificação, tendo em conta as particularidades psicológicas do desenvolvimento da criança. A LSM tem enfoque no estudo da situação linguística das pessoas com Necessidades Educativas Especiais (NEE), decorrentes da deficiência auditiva, classificação da perda auditiva e implicações para a aprendizagem, estrutura da língua, cultura dos surdos e uso da mesma, como meio de ensino e aprendizagem da leitura e escrita da língua oral. O material escrito na língua portuguesa instituirá a exploração e reflexão da importância da língua de sinais como uma das línguas moçambicanas e de mediação, tendo em conta a especificidade da expressão da mesma em relação ao funcionamento da língua oral, o processo de padronização e suas implicações para o ensino. Resultados de aprendizagem: ● Estabelecer relação entre o respeito pela diversidade linguística e cultural do país e o reforço da unidade nacional, o orgulho de ser moçambicano e a preservação da paz; ● Explicar a importância da introdução da Língua de Sinais de Moçambique no ensino e na comunidade; ● Caracterizar as implicações dos diferentes graus de perda auditiva para a aquisição e desenvolvimento da comunicação oral e para os processos de ensino e aprendizagem; ● Descrever a estrutura da língua de sinais nos aspectos elementares da fonética, fonologia, morfologia e sintaxe; ● Sistematizar as diferenças estruturais entre a Língua de Sinais de Moçambique e a Língua Portuguesa; ● Ler em Língua de Sinais de Moçambique textos escritos em Português, respeitando as regras de funcionamento da mesma; ● Produzir textos em Português, respeitando as regras de funcionamento da Língua de Sinais de Moçambique; ● Analisar, criticamente, os materiais em Língua Portuguesa, quanto à adequação ao contexto, necessidades linguísticas das crianças e à observância das regras de funcionamento. 11.1.4. Matemática Saber utilizar a máquina de calcular; A Matemática desempenha um papel decisivo na resolução de problemas da vida diária. É um instrumento poderoso para o conhecimento do mundo, domínio da natureza, construção de conhecimentos em outras áreas curriculares. Favorece também a formação de capacidades intelectuais, a estruturação do pensamento e a agilização do raciocínio do formando. Esta disciplina visa revisitar competências em Matemática desenvolvidas ao longo do Ensino Primário e Secundário, relacionadas com a aritmética e geometria, entre outras áreas. A aplicação de conteúdos como a contagem, o cálculo e as quatro operações básicas, na solução de problemas da vida, promove um ensino significativo para os alunos. Esta disciplina compreende: Matemática I (para a aquisição de competências para leccionar no I ciclo do Ensino Primário) e Matemática II (para a aquisição de competências para leccionar no II ciclo do Ensino Primário). Resultados de aprendizagem: ● Dominar a linguagem matemática; ● Desenvolver o cálculo mental; ● Saber utilizar a máquina de calcular; ● Resolver problemas relacionados com a realidade, envolvendo as noções de contagem, cálculo e aplicação das quatro operações (adição, subtracção, multiplicação e divisão), números naturais, decimais e fraccionários; ● Utilizar os conhecimentos sobre os múltiplos e divisores, critérios de divisibilidade, números primos, proporcionalidade e percentagens na resolução de problemas; ● Reconhecer e saber utilizar as unidades de medida (comprimento, massa, capacidade, área, volume e unidades de tempo); ● Desenvolver noções de orientação espacial dos sólidos geométricos; ● Trabalhar figuras geométricas no plano (triângulos, quadriláteros, circunferência), isometrias e padrões matemáticos; ● Recolher, organizar, sintetizar, representar, interpretar, fazer inferências e apresentar dados numéricos como base para a tomada de decisões pedagógicas; ● Estabelecer a ligação entre a Matemática, a vida e os saberes locais; ● Analisar a abordagem dos conteúdos de Matemática nos livros escolares e nas aulas assistidas, quanto à sua ligação com a realidade dos alunos e relação com os saberes locais. 11.1.5. Ciências Naturais A disciplina de Ciências Naturais tem como finalidade desenvolver no formando competências que lhe permitam compreender o mundo que o rodeia, através da sua observação crítica, procurando explicações lógicas para interpretar o que observa Os conceitos e procedimentos ligados às Ciências Naturais contribuem para a ampliação dos conhecimentos do formando, sobre o mundo, levando-o à aquisição de novos valores sobre os fenómenos da natureza, contribuindo para uma reconstrução da relação Homem- Natureza. Assim, os saberes inerentes a esta área auxiliam na identificação de problemas, a partir de observações, no levantamento de hipóteses, e, ainda, a testá-las, a refutá-las e a abandoná-las, em caso de necessidade, permitindo a redescoberta do já conhecido pela ciência. As Ciências Naturais possibilitam, também, o conhecimento do ser humano e a sua interacção
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