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Juiz Federal - Temas Especiais - Súmulas Dos TRFs Em

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1Curso	Ênfase	©	2021
TEMAS	ESPECIAIS	PARA	JUIZ	FEDERAL
DIREITO	AMBIENTAL
Súmulas	dos	TRFs	em	matéria	ambiental
Apesar	da	vasta	jurisprudência	existente	em	matéria	ambiental,	é	importante	saber	que
apenas	 dois	 Tribunais	 Regionais	 Federais	 (TRFs)	 possuem	 entendimentos	 sumulados
sobre	a	matéria.	São	eles:	o	TRF	da	2ª	Região	e	o	TRF	da	4ª	Região.	
Iniciando	pelo	TRF	da	2ª	Região,	vejamos	o	que	diz	a	Súmula	nº	40.
Súmula	nº	40	 –	TRF	2ª	REGIÃO:	Em	 se	 tratando	 de	 crimes	 ambientais,	 a	 regra	 é	 a
competência	da	Justiça	Estadual,	exceto	se	praticados	em	detrimento	de	bens,
serviços	 ou	 interesses	 da	 União,	 de	 suas	 entidades	 autárquicas	 e	 empresas
públicas.	(Grifos	nossos.)
A	Súmula	trata	de	assunto	de	grande	relevância,	qual	seja,	a	competência	para	julgar
crimes	em	matéria	ambiental.	
Em	 regra,	 a	 competência	 para	 processar	 e	 julgar	 crimes	 ambientais	 é	 da	 Justiça
Estadual.	 Apenas	 nos	 casos	 em	 que	 o	 crime	 ofender	 bens,	 serviços	 ou	 interesses	 da
União,	suas	autarquias	ou	empresas	públicas,	é	que	a	competência	da	Justiça	Federal
estará	configurada.	Isso	ocorre	porque	a	competência	da	Justiça	Federal	é	taxativa	 e
está	prevista	ao	longo	do	art.	109	da	Constituição	Federal	(CF/1988),	se	configurando
apenas	nas	hipóteses	ali	elencadas.	Dessa	forma,	como	a	hipótese	de	crime	ambiental
não	está	prevista	no	rol	do	art.	109	da	CF/1988,	tem-se	que,	em	regra,	a	competência	é
da	Justiça	Estadual	e	apenas	de	forma	residual	da	Justiça	Federal.	
2Curso	Ênfase	©	2021
A	 Justiça	 Federal	 será	 competente	 para	 julgar	 crime	 ambiental	 quando
este	 atentar	 contra	 bens,	 serviços	 ou	 interesses	 da	 União,	 suas
autarquias	 ou	 empresas	 públicas.	 Contudo,	 este	 interesse	 deve	 ser
direto	 e	 específico,	 não	 bastando	 o	 mero	 interesse	 reflexo	 (Supremo
Tribunal	Federal	–	STF	–	RE	nº	835.558/SP,	rel.	Min.	Luiz	Fux,	Tribunal
Pleno,		julgado	em	09.02.2017,	Acórdão	Eletrônico	Repercussão	Geral	‒
Mérito	 DJe-174	 	 DIVULG	 07.08.2017	 	 PUBLIC	 08.08.2017	 ‒	 grifos
nossos).
No	 caso	 específico	 de	 crimes	 ambientais	 envolvendo	 animais	 silvestres	 em	 extinção,
exóticos	ou	protegidos	por	compromissos	internacionais,	o	STF	possui	uma	importante
decisão	que	fixou	os	parâmetros	da	competência	da	Justiça	Federal.
De	acordo	com	o	Tribunal:	
4.	 a	 competência	 da	 Justiça	 Federal	 aplica-se	 aos	 crimes	 ambientais	 que	 também	 se
enquadrem	 nas	 hipóteses	 previstas	 na	 Constituição,	 a	 saber:	 (a)	 a	 conduta	 atentar
contra	bens,	serviços	ou	interesses	diretos	e	específicos	da	União	ou	de	suas	entidades
autárquicas;	
(b)	 os	 delitos,	 previstos	 tanto	 no	 direito	 interno	 quanto	 em	 tratado	 ou	 convenção
internacional,	 tiverem	 iniciada	a	execução	no	país,	mas	o	resultado	 tenha	ou	devesse
ter	ocorrido	no	estrangeiro	-	ou	na	hipótese	inversa;	
(c)	tiverem	sido	cometidos	a	bordo	de	navios	ou	aeronaves;	
(d)	houver	grave	violação	de	direitos	humanos;	
(e)	 guardarem	 conexão	 ou	 continência	 com	 outro	 crime	 de	 competência	 federal,
ressalvada	 a	 competência	 da	 Justiça	Militar	 e	 da	 Justiça	Eleitoral,	 conforme	previsão
expressa	da	Constituição	(STF,	RE	nº	835.558,	rel.	Luiz	Fux,	Tribunal	Pleno,	julgado	em
09.02.2017,	 Acórdão	 Eletrônico	 Repercussão	 Geral	 ‒	 Mérito	 DJe-174,	 DIVULG
07.08.2017	PUBLIC	08.08.2017).	
Atenção!
3Curso	Ênfase	©	2021
O	 STF	 fixou	 ainda	 que	 no	 caso	 de	 exportação	 de	 animais	 silvestres	 ou	 exóticos,	 a
transnacionalidade	atinge	interesse	direto,	específico	e	imediato	da	União,	e,	por	isso,
atrai	a	competência	da	Justiça	Federal,	conforme	o	art.	109,	IV,	da	CF/1988.
Outro	ponto	importante	é	que	a	atribuição	do	Instituto	Brasileiro	do	Meio	Ambiente	e
dos	Recursos	Naturais	 Renováveis	 –	 IBAMA	 (autarquia	 federal)	 de	 fiscalizar	 e	 lavrar
autos	de	infração	não	atrai,	por	si	só,	a	competência	da	Justiça	Federal.	Nesse	sentido	é
a	jurisprudência	do	Superior	Tribunal	de	Justiça	(STJ):
(...)	Ainda	nessa	 linha	de	raciocínio,	a	mera	presença	de	um	órgão	federal,	seja	como
agente	executor-fiscalizador	de	normas	fixadas	para	o	meio	ambiente,	seja	como	agente
responsável	 pelo	 licenciamento	 de	 atividades	 que	 efetiva	 ou	 potencialmente,	 possam
causar	dano	ao	meio	ambiente	(no	caso,	o	instituto	Brasileiro	do	Meio	Ambiente	e	dos
Recursos	Naturais	Renováveis	 IBAMA),	por	 si	 só,	 não	 tem	o	 condão	 de	 definir	 a
competência	da	Justiça	Federal.	 (...)	 (STJ	–	CC	nº	149.240	RJ	2016/0270058-1,	rel.
Min.	Reynaldo	Soares	da	Fonseca,	data	de	publicação:	DJ	03.11.2016	‒	grifos	nossos).
Por	fim,	cabe	destacar	a	competência	da	Justiça	Federal	para	processar	e	julgar	crimes
ambientais	 ocorridos	 em	 rios	 interestaduais,	 desde	 que	 se	 possa	 notar	 reflexos	 em
âmbito	regional	ou	nacional.	
(...)	 A	 competência	 do	 foro	 criminal	 federal	 não	 advém	 apenas	 do	 interesse	 genérico
que	 tenha	 a	 União	 na	 preservação	 do	 meio	 ambiente.	É	 necessário	 que	 a	 ofensa
atinja	interesse	direto	e	específico	da	União,	de	suas	entidades	autárquicas	ou
de	empresas	públicas	federais.	3.	Evidencia-se	a	competência	da	Justiça	Federal
para	processar	e	 julgar	ação	penal	envolvendo	crime	ambiental	praticado	em
rio	 interestadual	 (bem	 da	 União,	 nos	 termos	 do	 art.	 20,	 III,	 CF),	 tanto	mais
quando	a	conduta	investigada	(derramamento	de	30	mil	litros	de	óleo	no	leito
do	rio)	tem	potencial	para	afetar	a	saúde	de	grande	parte	do	trecho	do	rio.	(...)
(STJ	 –	 CC	 nº	 145.420/AM,	 rel.	 Min.	 Reynaldo	 Soares	 da	 Fonseca,	 Terceira	 Seção,
julgado	em	10.08.2016,	DJe	16.08.2016	‒	grifos	nossos).
Tendo	 conhecido	 a	 Súmula	 nº	 40	 do	 TRF2	 e	 feito	 essa	 breve	 revisão	 acerca	 da
competência	criminal	em	matéria	ambiental,	vamos	conhecer	o	segundo	entendimento
sumulado	dos	TRFs,	mais	precisamente	do	TRF	da	4ª	Região.	
Súmula	nº	86	–	TRF	4ª	REGIÃO:	É	desnecessária	a	apresentação	de	Ato	Declaratório
Ambiental	 ‒	 ADA	 para	 o	 reconhecimento	 do	 direito	 à	 isenção	 de	 Imposto	 Territorial
Rural	–	ITR.	Todavia,	para	o	gozo	da	isenção	do	ITR	no	caso	de	área	de	“reserva	legal”,
4Curso	Ênfase	©	2021
é	imprescindível	a	averbação	da	referida	área	na	matrícula	do	imóvel.
A	súmula	em	questão	é	multidisciplinar,	pois	transita	pelo	direito	ambiental	e	tributário.
Prevê	a	isenção	do	Imposto	Territorial	Rural	(ITR)	para	as	áreas	de	reserva	legal,	desde
que	averbadas	na	matrícula	do	imóvel.	
O	ITR	é	imposto	federal	regulamentado	pela	a	Lei	nº	9.393/1996	que	prevê	como	área
tributável	a	totalidade	do	imóvel	(art.	10,	§	1º,	II),	exceto	as	áreas:
a)	de	preservação	permanente	e	de	reserva	legal,	previstas	na	Lei	no651/2012	(Código
Florestal);
b)	de	interesse	ecológico	para	a	proteção	dos	ecossistemas,	assim	declaradas	mediante
ato	 do	 órgão	 competente,	 federal	 ou	 estadual,	 e	 que	 ampliem	 as	 restrições	 de	 uso
previstas	na	alínea	anterior;
c)	 comprovadamente	 imprestáveis	 para	 qualquer	 exploração	 agrícola,	 pecuária,
granjeira,	 aquícola	 ou	 florestal,	 declaradas	 de	 interesse	 ecológico	 mediante	 ato	 do
órgão	competente,	federal	ou	estadual;
d)	sob	regime	de	servidão	ambiental;																			
e)	 cobertas	 por	 florestas	 nativas,	 primárias	 ou	 secundárias	 em	 estágio	 médio	 ou
avançado	de	regeneração;																	
f)	alagadas	para	fins	de	constituição	de	reservatório	de	usinas	hidrelétricas	autorizada
pelo	poder	público.	(Grifos	nossos.)	
Como	visto,	o	art.	10,	§	1º,	II,	“a”,	da	Lei	nº	9.393/1996	exclui	da	tributação	do	ITR	as
áreas	de	reserva	legal.	
Lembremos	que,	de	acordo	com	o	art.	3º,	III,	da	Lei	nº	12.651/2012	–	Código	Florestal,
a	reserva	legal	é	“área	localizada	no	interior	de	uma	propriedade	ou	posse	rural,
delimitada	nos	termos	do	art.	12,	com	a	função	de	assegurar	o	uso	econômico	de
modo	sustentável	dos	recursos	naturais	do	imóvel	rural,	auxiliar	a	conservação	e
a	 reabilitação	 dos	 processos	 ecológicos	 e	 promover	 a	 conservação	 da
biodiversidade,	 bem	 como	 o	 abrigo	 e	 a	 proteção	 de	 fauna	 silvestre	 e	 da	 flora
nativa”	(grifos	nossos).5Curso	Ênfase	©	2021
Ocorre	que	para	que	o	proprietário	faça	jus	à	exclusão	da	reserva	legal	do	cálculo	do
ITR	é	necessário	que	esta	área	esteja	averbada	no	registro	de	imóveis.	É	nesse	sentido
a	Súmula	nº	86	do	TRF	da	4ª	Região.
Destaca-se	que	a	jurisprudência	sumulada	do	Tribunal	se	coaduna	com	a	jurisprudência
do	STJ:
TRIBUTÁRIO.	AGRAVO	REGIMENTAL	NO	RECURSO	ESPECIAL.	 ITR.	 ISENÇÃO.	ART.
10,	 §	 1º,	 II,	 a,	 DA	 LEI	 9.393/96.	 AVERBAÇÃO	 DA	 ÁREA	 DA	 RESERVA	 LEGAL	 NO
REGISTRO	DE	IMÓVEIS.	NECESSIDADE.	ART.	16,	§	8º,	DA	LEI	4.771/65.	1.	A	Primeira
Seção	firmou	o	entendimento	de	que	a	isenção	do	ITR	relativa	à	área	de	Reserva
Legal	está	condicionada	à	prévia	averbação	desse	espaço	no	registro	do	imóvel.
(...)	 (STJ	 –	 AgRg	 no	 REsp.	 nº	 1.243.685	 PR	 2011/0052916-0,	 rel.	 Min.	 Benedito
Gonçalves,	data	de	julgamento:	05.12.2013,	T1	–	Primeira	Turma,	data	de	publicação:
DJe	16.12.2013).
Obra	coletiva	do	Curso	Ênfase	produzida	a	partir	da	análise	estatística	de	incidência
dos	temas	em	provas	de	concursos	públicos.	
A	autoria	dos	e-books	não	se	atribui	aos	professores	de	videoaulas	e	podcasts.	
Todos	os	direitos	reservados.

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