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Contabilidade Social Aula 1: Aspectos Metodológicos Preliminares Apresentação Esta aula apresenta os aspectos metodológicos a respeito de como se vê a contabilidade social, descrevendo o que é economia e a sua relação com a questão da escassez. Além disso, analisa-se o que é o sistema econômico e fornece as diretrizes dos problemas econômicos da análise econômica. Outros pontos importantes também são destacados como: a moeda como unidade de conta na mensuração das atividades econômicas; a compreensão do que são variáveis econômicas; a relação entre o sistema de contas nacionais e a macroeconomia; o conceito de �uxos e a relação destes com a mensuração estatística das contas nacionais através do �uxo circular de renda; a relação entre produto, renda e despesa; e uma amostra da evolução metodológica e conceitual. Objetivos Entender o conceito e a importância da contabilidade social; Classi�car as transações relevantes e discutir as suas agregações, utilizando-se a moeda; De�nir as contas nacionais a partir de um marco estrutural teórico; Descrever e comparar as relações entre a contabilidade social e a macroeconomia; Descrever sobre a mensuração dos agregados econômicos, explicando o que são as variáveis �uxos. A História da Contabilidade História da Contabilidade | Fonte: Fundação Brasileira de Contabilidade A Moeda Ao utilizar a moeda como um instrumento de conta, a contabilidade social (ou contabilidade nacional) consiste em mensurar e classi�car os vários fenômenos da vida econômica de um país a partir de interpretações da realidade. Sistematiza, por meio de um marco estrutural teórico, informações de bases conceituais universalmente satisfatórias relacionadas à classi�cação e explicação das transações econômicas observadas dentro da economia do país e entre esta e as do resto do mundo. Classificação das transações econômicas | Estimativa | Projeção 2009 1º - ESTADOS UNIDOS 14266 2º - JAPÃO 5049 3º - CHINA 4758 4º - ALEMANHA 3446 5º - FRANÇA 2635 6º - REINO UNIDO 2198 7º - ITÁLIA 2089 8º - BRASIL 1574 9º - ESPANHA 1438 10º - RÚSSIA 1255 1 2010 1º - ESTADOS UNIDOS 14704 2º - CHINA 5263 3º - JAPÃO 5187 4º - ALEMANHA 3542 5º - FRANÇA 2745 6º - REINO UNIDO 2353 7º - ITÁLIA 2172 8º - BRASIL 2040 9º - ESPANHA 1475 10º - RÚSSIA 1364 2 2012 1º - ESTADOS UNIDOS 16008 2º - CHINA 6524 3º - JAPÃO 5411 4º - ALEMANHA 3618 5º - FRANÇA 2907 6º - REINO UNIDO 2611 7º - BRASIL 2291 8º - ITÁLIA 2246 9º - RÚSSIA 1706 10º - ESPANHA 1506 2 1 2 Conforme se sabe, o termo economia advém de uma palavra grega, onde : Significando assim a administração de uma casa ou país. Nesse sentido, sabendo-se que os recursos produtivos são escassos e que, devido a isso, os indivíduos, a sociedade e o país devem fazer escolhas de modo a produzir e distribuir, da melhor maneira possível, o resultado da produção para satisfazer as necessidades humanas. A economia é a ciência que estuda a escassez. Dada a escassez dos recursos existentes de produção, associada às necessidades ilimitadas dos seres humanos, originam- se os chamados problemas econômicos fundamentais: 1 O QUÊ? 2 COMO? 3 QUANTO? 4 PRA QUEM? O modo (ou a administração da casa) como a sociedade irá tentar resolver tais problemas depende da forma da organização que se faz da economia de um país, ou seja, do sistema econômico de cada nação, de cada sociedade. Sistemas Econômicos Um sistema econômico é de�nido, de maneira geral, como sendo a forma política, social e econômica pela qual está organizada uma sociedade No caso do sistema capitalista (ou de uma economia de mercado), tem-se, no processo de produção (mais especi�camente), a atividade central para se organizar esse sistema econômico, de�nindo as trocas e os setores institucionais (de produção) relevantes ao país e que participam ativamente desse processo, sabendo-se que os ajustes de preços e das quantidades ocorrem para balancear os �uxos das mercadorias que são transacionadas no mercado. Organização do sistema capitalista ou economia de mercado | Fonte: Thiago Albuquerque Devido à diversidade cada vez maior da produção de mercadorias (ou de bens e serviços e de fatores de produção), tornou-se necessário a criação de um elemento a �m de facilitar esta dinâmica. Moeda é o elemento comum de troca funcionando como um instrumento que permite o intercâmbio das mercadorias e que é utilizado como denominador comum de valores da produção. Nesse sentido, em função das (várias) necessidades humanas, dos problemas econômicos e do modo de produção que existem em uma sociedade, com o processo de produção (capitalista), ocorre uma série de �uxos na forma de trocas econômicas e que acabam trazendo vantagens aos participantes dessa sociedade. Saiba mais Para mais informações, leia agora o texto Trocas econômicas. Contabilidade Social e Contabilidade Nacional Para entender todo esse contexto, a contabilidade social ou contabilidade nacional se enquadra como um instrumento especial de estatística econômica. javascript:void(0); javascript:void(0); São objetivos da Contabilidade Social: A mensuração e classi�cação sistemáticas (e interligadas) que permitem a compreensão. A estimativa, e; A contabilização (em contas) das atividades econômicas de uma sociedade. A contabilidade nacional também pode ser interpretada como uma técnica estatística para análise macroeconômica, que possibilita a mensuração empírica dos modelos teóricos estudados no campo da teoria macroeconômica. Melhor dizendo, a contabilidade nacional é um instrumento estatístico de mensuração dos agregados econômicos (ao longo de um determinado período de tempo). Atenção Cabe destacar nessa nossa aula que a macroeconomia trata da determinação, do comportamento e da evolução dos agregados macroeconômicos e de como atuar sobre os mesmos através dos instrumentos das políticas econômicas (tais como das políticas �scal e monetária). Por outro lado, a contabilidade social preocupa-se, mais especi�camente, com a medição desses agregados, sendo uma técnica estatística que registra contabilmente, em determinado período de tempo, a atividade produtiva realizada entre os diversos setores (ou agentes) institucionais do sistema econômico (de um país) , apresentado sinteticamente informações cifradas em unidades monetárias “O relevante (...) é registrar que o Sistema de Contas Nacionais e os instrumentos analíticos a ele associados (...) são as referências empíricas fundamentais para estudos e trabalhos dos economistas, cientistas sociais e demais pro�ssões envolvidas com análises agregadas. As atuais referências metodológicas (...) são o manual das Nações Unidas – System of National Accounsts (SNA 93) – publicado em 1993 em parceria com o Fundo Monetário Internacional, Banco Mundial, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico - OCDE e a Comissão das Comunidades Europeias - EUROSTAT, suas atualizações e as publicações sobre o Sistema de Contas Nacionais do IBGE – Instituto Brasileiro de Geogra�a e Estatística, órgão o�cial produtor de estatísticas do Brasil” - Feijó e Olinto Ramos No sistema de contas nacionais, é comum utilizar o Produto Interno Bruto (PIB) como a melhor medida de desempenho ou da riqueza da atividade econômica de um país. Essa medida estatística tenta resumir em uma única conta (ou cifra) o valor corrente de toda essa atividade. Melhor dizendo, com o PIB procura-se medir a renda total (ou as remunerações) de todas as pessoas (ou agentes) da economia, bem como a despesa total na produção de bens e serviços. Seja pela ótica da renda, seja pela ótica da despesa, percebe-se que o PIB é uma medida de desempenho econômico e, como tal, contabilmente, observa-se que ambos os valores (renda e despesa) expressam a mesma “coisa”, a mesma medida e, no plano da economia como um todo, a renda deve ser igual à despesa que é igual ao PIB. Fonte: Freepik javascript:void(0); Por essa situação, e dado o que se descreveuanteriormente sobre os �uxos das mercadorias, este �uxo, na verdade, pode ser chamado de �uxo circular da renda. Para facilitar a visualização a respeito do �uxo circular da renda, vamos considerar um modelo (extremamente) simpli�cado, onde se tem um país com apenas dois setores, isto é, empresas e famílias, conforme a imagem a seguir. As famílias compram os bens e serviços (o produto) das empresas; estas utilizam uma parte da renda que advêm das suas vendas para pagar salários de seus trabalhadores; e o restante são os lucros (assim como juros e alugueis) dos donos das empresas que são integrantes das famílias. Nesse sentido, as despesas com as mercadorias acabam �uindo das famílias para as empresas, e a renda na forma de salários e lucros (como os juros e alugueis) circula das empresas para as famílias. Observando ainda a imagem, vemos, além do circuito interno, um circuito externo que expressa o fluxo monetário correspondente. O PIB, portanto, mede o �uxo de reais (R$) desta economia. Comentário Melhor dizendo, em função do que foi explicado anteriormente, e por meio da demonstração desse desenho, pode-se calcular o �uxo circular da renda de duas maneiras: o PIB é o total da renda advinda da produção de bens e serviços que é igual à soma de salários e lucros (da mesma maneira como os juros e os alugueis), assim como o PIB é o total gasto com os bens e serviços. Desse modo, pode-se descrever que o �uxo de reais (R$) pode ir de: Sabendo-se que a equivalência entre a renda e a despesa decorre da regra da contabilidade, podemos concluir que toda despesa tem a sua contrapartida na produção. Ao mesmo tempo, toda a transação econômica que afeta a despesa deve afetar a renda, e toda a transação que afeta a renda deve afetar a despesa. Saiba mais Para mais informações, leia agora o texto Resultados. Notas Referências FEIJÓ, Carmem Aparecida & RAMOS, Roberto Luis O. (Orgs.). Contabilidade Social: a nova referência das contas nacionais do Brasil. FEIJÓ, Carmem Aparecida & RAMOS, Roberto Luis O. (Orgs.). Rio de Janeiro: Elsevier/Campus, 2008. ROSSETTI, José Paschoal. Contabilidade Social. São Paulo: Atlas, 2008. ______________________. Introdução à Economia. São Paulo: Atlas, 2008. Bibliogra�a complementar BRUE, McConnell. Macroeconomia. Rio de Janeiro: LTC – Livros Técnicos e Cientí�cos Editora S.A, 2005. DORNBUSH, R e FISCHER, S. Macroeconomia. São Paulo: Mac Graw Hill, 2005. MANKYW, G. Introdução à economia. Rio de Janeiro: Campus, 2002. VASCONCELLOS, Marco Antonio S. Economia: micro e macro. São Paulo: Atlas, 2005. WONNACOTT e WONNACOT Economia São Paulo: MAKRON Books 2002 javascript:void(0); WONNACOTT e WONNACOT. Economia. São Paulo: MAKRON Books, 2002. Jornais e revistas: Jornal O Globo online, Valor Econômico online, Revista Exame online etc. Sites (instituições o�ciais): www.ibge.gov.br e www.ipea.gov.br Próximos passos Principais categorias das atividades econômicas de um país; Conceito de �uxos e das relações que existem entre produto, renda e despesas. Explore mais Sugestão de link: Leia o artigo “Um Retrato mais Abrangente do País” que está na biblioteca virtual e complementa as colocações obtidas no site www.ibge.gov.br no link economia – sistema de contas nacionais, referência 2000. javascript:void(0);
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