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Curso Técnico em Secretaria Escolar Noções da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional Marcia Justino da Silva Curso Técnico em Secretaria Escolar Noções da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional Marcia Justino da Silva Escola Técnica Estadual Professor Antônio Carlos Gomes da Costa Educação a Distância Recife 2.ed. | fevereiro 2022 Catalogação e Normalização Hugo Cavalcanti (Crb-4 2129) Diagramação Jailson Miranda Coordenação Executiva George Bento Catunda Renata Marques de Otero Kátia Karina Paulo dos Santos Coordenação Geral Maria de Araújo Medeiros Souza Maria de Lourdes Cordeiro Marques Secretaria Executiva de Educação Integral e Profissional Escola Técnica Estadual Professor Antônio Carlos Gomes da Costa Gerência de Educação a distância Professor Autor Marcia Justino da Silva Revisão Marcia Justino da Silva Coordenação de Curso Iracema Cristina Batista da Silva Coordenação Design Educacional Deisiane Gomes Bazante Design Educacional Ana Cristina do Amaral e Silva Jaeger Helisangela Maria Andrade Ferreira Izabela Pereira Cavalcanti Jailson Miranda Roberto de Freitas Morais Sobrinho Revisão descrição de imagens Sunnye Rose Carlos Gomes Sumário Introdução ................................................................................................................................... 5 1.Competência 01 | Compreender os Princípios e Fins da Educação Nacional ................................ 6 1.1 Compreendendo a Origem da LDB: Princípios e Finalidade .......................................................................7 1.1.1 Princípios e Fins da Educação ..................................................................................................................9 1.1.2 Princípios Básicos da Educação ............................................................................................................. 11 2.Competência 02 | Compreender a Organização da Educação Nacional ..................................... 17 2.1 O Processo de Organização do Sistema Educacional no Brasil ................................................................ 17 2.2 Da Organização da Educação Nacional: funções dos entes da Federação .............................................. 19 3.Competência 03 | Conhecer os Níveis e Modalidades .............................................................. 26 3.1 Entendendo a Sistematização do Ensino: importância dos níveis e modalidades de acordo com a época A ..................................................................................................................................................................... 26 3.2 Dos Níveis e das Modalidades de Educação e Ensino .............................................................................. 29 3.2.1 Dos Níveis Escolares ....................................................................................................................... 29 3.2.1.1 Educação Básica ................................................................................................................................. 30 3.2.1.2 Educação Superior ............................................................................................................................. 37 3.2.2 Das Modalidades da Educação ....................................................................................................... 39 4.Competência 04 | Conhecer os Profissionais da Educação ........................................................ 44 4.1 A Legislação e a Formação do Profissionais da Educação ........................................................................ 44 4. 2 Valorização do Profissional de Educação ................................................................................................ 48 4.3 A Formação do(a) Secretário(a) Escolar ................................................................................................... 50 5. Competência 05| Entender os Recursos Financeiros para a Escola ........................................... 52 5.1 Dos Recursos Financeiros ......................................................................................................................... 52 5.2 Como os Recursos Financeiros chegam à Escola? ................................................................................... 57 Conclusão................................................................................................................................... 60 Referências ................................................................................................................................ 61 Minicurrículo do Professor ......................................................................................................... 63 5 Introdução Olá! Caro(a) Estudante, seja muito bem-vindo(a) a nossa Disciplina Noções da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Para nós, profissionais da Educação, é fundamental nos apropriarmos dos ditames das leis que regem todo o sistema educacional de nosso país. Gostaríamos de poder comentar e aprofundar nossos estudos com você sobre todos os capítulos e incisos da LDB/96. Para tanto, teríamos que ter um curso mais extenso e, pelo menos, dois volumes do nosso ebook. Nossa proposta é realizar uma análise completa, mas inicial da legislação. Assim, iremos discorrer sobre cinco pontos que consideramos fundamentais: Princípios e Finalidades da Educação; Organização da Educação Nacional; Níveis e Modalidades da Educação; Profissionais da Educação e Recursos da Educação. Então, Preparado(a)? Estaremos juntos nessa caminhada do saber! Bons estudos! 6 1.Competência 01 | Compreender os Princípios e Fins da Educação Nacional Vamos começar nossa caminhada ao encontro de um entendimento mais aprofundado sobre a legislação inerente ao sistema educacional brasileiro. Nessa competência temos como objetivo compreender os princípios e fins da Educação Nacional, conforme prevê o Título II, Artigos 2º e 3º da LDB/96. Prosseguindo... Segundo a definição de Dicionário Online de Português, “princípios” é um substantivo Masculino, plural que significa: • Regras; preceitos morais ( Exp: esse menino não tem princípios). • Caráter; • Modo de se comportar que denota justiça, ética ( Exp: não posso negar meus princípios por nada); • Conhecimentos; • Informações que fundamentam uma seção de saberes ( Exp: princípios da Física). Juridicamente, “ princípios” são definidos como um conjunto de padrões de conduta presentes de forma explícita ou implícita no ordenamento jurídico. Os princípios, assim como as Caro(a) Estudante, acreditamos que antes de dar continuidade aos Princípios e Fins da educação nacional, precisamos fazer uma revisão histórica sobre como chegamos a nossa LDB de 1996. Então, acesse: Contexto Histórico da LDB https://youtu.be/CvIya54fRJo Para iniciarmos nossa jornada, gostaria de perguntar-lhe: Como você define “princípios”? Pense um pouco antes de prosseguir a leitura. OK? https://youtu.be/CvIya54fRJo 7 regras, são normas. A distinção entre esses dois elementos é objeto de dissenso entre os estudiosos do direito. Alguns autores irão distinguir regras de princípios, mas não vamos entrar no mérito da questão. Apenas pretendemos suscitar a reflexão, sobre o vocábulo e seu significado, para que continuemos nosso estudo. Em educação o "princípio educativo" se constitui da razão primordial que norteia todo o processo educacional, caracterizando-se pela perspectiva real de alcançar as metas estabelecidas para estudantes e educadores.Bem, tendo visto as diversas definições de princípios, vamos aprofundar um pouco mais nosso conhecimento sobre a LDB/96. Vamos lá! 1.1 Compreendendo a Origem da LDB: Princípios e Finalidade Caro(a) Estudante, Convidamos você a realizar uma breve retrospectiva histórica, sobre a origem da LDB/96. Agora, após esta pequena introdução, prossigamos com nossos estudos. Certo? Então... As primeiras diretrizes educacionais vieram com os jesuítas em 1549, através de um regimento que pretendia sistematizar o ensino no Brasil. Ao longo de nossa história a educação teve diversos direcionamentos, dependendo da conjuntura política, social e econômica. No início do século XX, com o advento da industrialização brasileira, tínhamos um grande problema, o analfabetismo. Assim em 1930 foi criado o Ministério da Educação e Saúde para combater este grande problema social. Em 1934 surgiu a proposta de um Plano Nacional de Educação (PNE). Em 1946 uma nova Constituição já previa a educação como direito para todos e o ensino primário obrigatório nas Escolas Públicas. A primeira Lei de Diretrizes e Bases Educação Nacional, surgiu das propostas contidas na Constituição de 1946, no ano seguinte. Contudo, o caminho percorrido pela legislação que previa os fundamentos, estruturas e normatização do sistema educacional brasileiro, foi longo, pois só em 1961 que foi sancionada a Lei 4024. Na ocasião o Brasil iniciava um processo de redemocratização, após o período do Estado Novo. Após sua sanção a LDB/61 foi reformulada pelas Leis 5.540/68, 5.692/71 e posteriormente, substituída pela LDB 9.394/96. 8 Com a Constituição de 1988 vem à responsabilidade da União de legislar sobre as Diretrizes e Bases Educacionais Nacionais, estabelecendo uma educação igualitária. Foram, na constituinte, discutidos diversos aspectos da LDB de 61 que deveriam ser reformulados. As discussões deram origem ao Projeto de Lei nº 101 de 1993 que fixa Diretrizes e Bases da Educação Nacional, que mais tarde retornou a Câmara dos Deputados na forma do substitutivo Darcy Ribeiro em 17 de dezembro de 1996 e sancionada a Lei 9.394/96 em 20 de dezembro do mesmo ano. Figura 01: Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional Fonte: https://contee.org.br/a-ldb-e-a-terceirizacao-ampla-geral-e-irrestrita-e-compativel/ Descrição: Imagem de uma lousa verde, onde está escrito em letras maiúsculas, brancas, LDB e abaixo o número da lei e a denominação da lei por extenso: Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Para saber uma pouco mais, acesse: A TRAJETÓRIA DA LDB: UM OLHAR CRÍTICO FRENTE À REALIDADE BRASILEIRA . Disponível em: https://www.trabalhosfeitos.com/ensaios/a-Trajet%C3%B3ria-Da-Ldb-Um- Olhar/817509.html#google_vignette Para que acompanhe melhor nossa disciplina, recomendamos que acesse e baixe em seu computador a LDB. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm https://contee.org.br/a-ldb-e-a-terceirizacao-ampla-geral-e-irrestrita-e-compativel/ https://www.trabalhosfeitos.com/ensaios/a-Trajet%C3%B3ria-Da-Ldb-Um-Olhar/817509.html#google_vignette https://www.trabalhosfeitos.com/ensaios/a-Trajet%C3%B3ria-Da-Ldb-Um-Olhar/817509.html#google_vignette http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm 9 1.1.1 Princípios e Fins da Educação Caríssimo(a) , agora vamos ver os princípios da Educação Nacional e seus fins que constam nos incisos do artigo 2º da LDB, do Título II - Dos Princípios e Fins da Educação Nacional - fazendo uma análise separadamente de cada um deles. Então vejamos o que diz: Art. 2º: A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. (BRASIL, 1996, p.1) Lembra-se, de quando definimos “princípios”? Então, vimos que, especificamente, em educação eles orientam, norteiam o processo educacional. Certo? Mais especificamente os princípios, além de nortearem o processo educativo, irão orientar e organizar os sistemas educacionais, visando uma formação integral do cidadão. Assim sendo, os fins da educação, têm grande importância social e pedagógica na medida em que constituem o elo de ligação entre as políticas educacionais, os sistemas de ensino e as propostas pedagógicas das escolas. Vejamos agora, cada um dos fins da educação, conforme a LDB. 1 - Pleno Desenvolvimento do Educando - significa que a educação deve contribuir para que o desenvolvimento da dimensão psicológica e cognitiva da criança transcorra de maneira harmoniosa e progressiva, possibilitando a assimilação de conhecimentos e de operações mentais que a permitam alcançar uma aprendizagem significativa. Antes de darmos continuidade, assista o vídeo que introduz o que iremos abordar nesta competência. acesse: https://youtu.be/46oyYD7j3IQ https://youtu.be/46oyYD7j3IQ 10 Figura 02: O brincar e o desenvolvimento Fonte: https://pixabay.com/pt/images/search/crian%C3%A7as%20brincando/ Descrição: Imagem de crianças e uma professora, desenhando e brincando no centro de uma sala de aula 2 - Preparo para cidadania - nesse aspecto a educação deve proporcionar a formação de cidadãos críticos, reflexivos, responsáveis, autônomos, solidários, que conheçam os seus direitos e deveres, abertos ao diálogo, respeitando as diferenças e cultivando um espírito democrático, pluralista e criativo. Figura 03: Cultivando a Cidadania Fonte: https://www.geec.org.br/portal/index.php/articulistas/reflexoes-para-acoes-jomar-teodoro-gontijo/829- classificacao-da-cidadania Descrição: Imagem de uma árvore, onde os galhos são palavras como: direitos, deveres, cidadão, participação, dentre outras. 11 3 -Qualificação para o trabalho - a educação é responsável pela preparação do cidadão através de uma formação profissional que possa aprimorar suas habilidades para executar funções específicas demandadas pelo mercado de trabalho. Figura 04: Preparação para o Mercado Fonte: https://br.freepik.com/vetores-premium/grupo-de-pessoas-perto-do-sinal-com-direcoes-diferentes-a-escolha- da-direcao-para-negocios-ou-viagens-seta-abstrata-isolada-com-o-planeta-ao-fundo-design-plano-de-ilustracao- vetorial_22995379.htm Descrição: Imagem de 3 homens e uma mulher, subindo em livros empilhados, de forma colaborativa. 1.1.2 Princípios Básicos da Educação O Art. 3º da LDB (BRASIL, 1996, p.2) contempla os princípios básicos da Educação Nacional Cabe ressaltar, que tais incisos estão de acordo com a Constituição Federal de 1988, em seu Art. 206. Recentemente, em 2018, foi incluído mais um princípio, perfazendo 13, expostos através dos incisos, a saber: I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o saber; III - pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas; IV - respeito à liberdade e apreço à tolerância; V - coexistência de instituições públicas e privadas de ensino; VI - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais; VII - valorização do profissional da educação escolar; VIII - gestão democrática do ensino público, na forma desta Lei e da legislação dos sistemas de ensino; IX - garantia de padrão de qualidade; X - valorização da experiência extraescolar; 12 XI - vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais. XII - consideração com a diversidade étnico-racial. XIII - garantia do direito à educação e à aprendizagem ao longo da vida. Incluído pela Lei nº 13.632, de 2018. XIV - respeito à diversidade humana, linguística, cultural e identitária das pessoas surdas, surdo-cegas e com deficiência auditiva. (Incluído pela Lei nº 14.191, de 2021) Vamos,então, comentar os referidos princípios. Preparados? Continuemos... I - Igualdade de condições para o acesso e permanência na escola A Constituição de 1988, em seu inciso I, do Art.206, refere-se à igualdade de condições de acesso e permanência na escola. Assim a LDB/96 irá reconhecer que a desigualdade das condições de acesso e permanência precisa ser extinta. O poder público deve proporcionar que as crianças de todos os municípios tenham acesso à escola. Portanto programas de transporte e de merenda eficazes são imprescindíveis para tornar realidade e viável a acessibilidade e a permanência das crianças no sistema escolar. II - Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o saber Neste inciso a LDB/96 garante que no processo de formação da criança, cabe aos sistemas educacionais (Estaduais e Municipais), bem como as escolas definirem suas propostas pedagógicas. As escolas (e os professores) têm a liberdade de utilizarem as metodologias que considerarem adequadas. Cabe, ainda, às escolas reconhecerem como o processo de formação é eficaz, na medida que é respeitado o direito e a liberdade de aprendizagem do aluno. Você sabia que houve alterações na LDB em 2021 2022? Ouça o podcast! Aguardo por você! 13 III - Pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas; respeito à liberdade e apreço à tolerância Perceba querido(a) estudante! Estes dois incisos se complementam, haja vista que o respeito à liberdade e a tolerância são fundamentais para que se estimule, mantenha e respeite o pluralismo de ideais e de concepções pedagógicas. Concorda? As instituições educacionais devem levar em consideração que, necessariamente, a qualidade de ensino perpassa pelo respeito à diversidade de ideias de sua comunidade escolar (pais, alunos, professores, colaboradores). Devem considerar, ainda, que não devem pensar em uma única concepção, tema ou ideia pedagógica. O ser humano, por essência é plural e mutante, pensante e isto deve ser respeitado, a fim de que a escola contribua, efetivamente, para a formação de cidadãos e preparação para o mercado de trabalho. IV - Coexistência de instituições públicas e privadas de ensino; gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais Pelo o que preconiza a Lei, as escolas públicas e privadas do Brasil, convivem em harmonia, ocupando os mesmos logradouros (cidades, bairros, ruas). Contudo, sabemos que seus recursos são diferenciados. Enquanto as escolas particulares, em geral, são geridas com recursos próprios, as escolas públicas recebem recursos do governo através de programas como o Programa Dinheiro Direto na Escola - PDDE, que é repassado anualmente pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação- FNDE. V- Valorização do profissional da educação escolar; gestão democrática do ensino público, na forma desta Lei e da legislação dos sistemas de ensino e garantia de padrão de qualidade Caro(a) Estudante, mais três incisos que consideramos se complementarem, portanto, serão analisados juntos. A gestão democrática pode ser definida por uma gestão que compartilha a administração da escola com todos da comunidade (professores, pais ou responsáveis, alunos e colaboradores), com o objetivo de construir uma escola cidadã, como dita a Lei. Consideramos que a 14 valorização do profissional da educação, perpassa por uma gestão democrática, não só nas escolas, mas no governo, quando entende que o professor merece ser valorizado e que isto só acontece através de salários e condições de trabalho condignas. Consequentemente, a qualidade do sistema e do ensino melhora, pois profissionais satisfeitos, respeitados, produzem muito melhor, são mais eficientes no processo e alcançam (contribuem) para resultados mais eficazes. VI - Valorização da experiência extraescolar A escola e o professor devem considerar a bagagem cultural do aluno. Aquilo que ele traz consigo, inerente a sua vivência na família e na sociedade que se insere. Assim, o professor deve conhecer a realidade do aluno e trazer para a escola essa realidade. Utilizando tais conhecimentos facilitarão, de forma substancial, a aprendizagem dos alunos. VII - Vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais. Na sociedade atual a valorização do trabalho é um pressuposto fundamental para a educação escolar. A vinculação preconizada pela Lei entre a escola, o trabalho e as práticas sociais visa a melhoria da educação, tornando-a mais próxima da realidade e das demandas sociais e, consequentemente, do mercado de trabalho. VIII - Consideração com a diversidade étnico-racial. Caro(a) Estudante, este é um princípio muito importante, principalmente considerando que o povo brasileiro é constituído, historicamente, por diversas etnias e raças. Assim, é primordial que haja uma mudança estrutural, inserindo nos sistemas educacionais a valorização e o respeito à diversidade de etnia e de raça ( DEFOURNY ,2011). Nessa perspectiva devemos considerar que o multiculturalismo afirma-se como uma tendência nesse novo contexto social. Contudo, este termo ainda permite diferentes interpretações e significados. Vamos ver o que Del Priore (2014) nos fala sobre multiculturalismo: Declaração dos Direitos Humanos https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000139423 https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000139423 15 O termo “ multiculturalismo” designa tanto um fato ( sociedades são compostas de grupos culturalmente distintos) quanto uma política, visando à coexistência pacífica entre grupos étnica e culturalmente diferentes[...]A política multiculturalista visa, com efeito, resistir à homogeneidade cultural, sobretudo quando esta homogeneidade afirma-se como única e legítima, reduzindo outras culturas a particularismos e dependência. (DEL PRIORE, 2014) Caso ainda não trabalhe numa escola, procure observar (ou conversar) na escola de seus filhos, amigos ou parentes como é tratada a questão. Depois socialize com seus colegas, por exemplo, no fórum geral de nossa disciplina. Que tal a ideia? Espero que tenha gostado. IX - Garantia do direito à educação e à aprendizagem ao longo da vida. Este inciso colocado na LDB, mais especificamente, em 2018, através da Lei nº 13.632. A referida Lei deu atenção especial para a Educação de Jovens e Adultos, bem como para Educação Especial, alterando os artigos da LDB referentes a tais modalidades de ensino. X- Respeito à diversidade humana, linguística, cultural e identitária das pessoas surdas, surdo-cegas e com deficiência auditiva. Este inciso é o mais recente, inserido em 2021, através da Lei 14.191, que dispõe sobre a modalidade de educação bilíngue de surdos. Sobre a Desigualdade racial na educação brasileira: um Guia completo para entender e combater essa realidade, acesse: https://observatoriodeeducacao.institutounibanco.org.br/em- debate/desigualdade-racial-na- educacao?utm_source=google&utm_medium=search&utm_campaign=profess ores_desigualdade Vamos refletir um pouco? Caso você trabalhe em um ambiente escolar, como é tratada a questão da diversidade étnico racial? Já parou para pensar sobre esta questão? https://observatoriodeeducacao.institutounibanco.org.br/em-debate/desigualdade-racial-na-educacao?utm_source=google&utm_medium=search&utm_campaign=professores_desigualdade https://observatoriodeeducacao.institutounibanco.org.br/em-debate/desigualdade-racial-na-educacao?utm_source=google&utm_medium=search&utm_campaign=professores_desigualdade https://observatoriodeeducacao.institutounibanco.org.br/em-debate/desigualdade-racial-na-educacao?utm_source=google&utm_medium=search&utm_campaign=professores_desigualdade https://observatoriodeeducacao.institutounibanco.org.br/em-debate/desigualdade-racial-na-educacao?utm_source=google&utm_medium=search&utm_campaign=professores_desigualdade16 Caro(a) Estudante, chegamos ao final desta competência. Esperamos que tenha aproveitado o conteúdo para enriquecer seu cabedal de conhecimento sobre a LDB/96 e os Princípios e Fins da Educação Nacional. Recomendamos que assista a videoaula, verifique o material complementar, participe dos fóruns (geral e de atividades), comente os destaques, interagindo e colaborando para uma aprendizagem coletiva. Na próxima competência veremos como se dá a organização da Educação Nacional. Bons estudos e até breve! Saiba mais acessando: https://jamillyfreitasadv.jusbrasil.com.br/noticias/629652559/lei-n-13632-de- 6-de-marco-de-2018-alteracoes-na-lei-de-diretrizes-e-bases-da-educacao- nacional#:~:text=Lei%20n%C3%BAmero%2013632%2C%206%20de,aprendizag em%20ao%20longo%20da%20vida Agora assista a nossa videoaula, pois faremos um resumo dessa competência. https://jamillyfreitasadv.jusbrasil.com.br/noticias/629652559/lei-n-13632-de-6-de-marco-de-2018-alteracoes-na-lei-de-diretrizes-e-bases-da-educacao-nacional#:~:text=Lei%20n%C3%BAmero%2013632%2C%206%20de,aprendizagem%20ao%20longo%20da%20vida https://jamillyfreitasadv.jusbrasil.com.br/noticias/629652559/lei-n-13632-de-6-de-marco-de-2018-alteracoes-na-lei-de-diretrizes-e-bases-da-educacao-nacional#:~:text=Lei%20n%C3%BAmero%2013632%2C%206%20de,aprendizagem%20ao%20longo%20da%20vida https://jamillyfreitasadv.jusbrasil.com.br/noticias/629652559/lei-n-13632-de-6-de-marco-de-2018-alteracoes-na-lei-de-diretrizes-e-bases-da-educacao-nacional#:~:text=Lei%20n%C3%BAmero%2013632%2C%206%20de,aprendizagem%20ao%20longo%20da%20vida https://jamillyfreitasadv.jusbrasil.com.br/noticias/629652559/lei-n-13632-de-6-de-marco-de-2018-alteracoes-na-lei-de-diretrizes-e-bases-da-educacao-nacional#:~:text=Lei%20n%C3%BAmero%2013632%2C%206%20de,aprendizagem%20ao%20longo%20da%20vida 17 2.Competência 02 | Compreender a Organização da Educação Nacional Caro(a) Estudante, seja muito bem-vindo(a) a mais uma Competência da Disciplina de Noções da Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional. Na competência passada abordamos os Artigos 2º e 3º da LDB/96. Analisamos seus princípios e finalidades. Esperamos que você tenha aproveitado bastante este conhecimento! Na Competência 2, continuando nossa caminhada pela LDB/96, vamos verificar no seu Título IV, como se dá a Organização da Educação Nacional. Veremos, ainda, as responsabilidades de cada ente da Federação (União, Estados, Municípios e Distrito Federal), fazendo uma contextualização entre o que prega a Lei e o que efetivamente acontece na realidade. Tenho certeza que as discussões o permitirão refletir e tirar suas próprias conclusões. Este é o nosso propósito nessa disciplina. Vamos lá, rumo ao conhecimento! 2.1 O Processo de Organização do Sistema Educacional no Brasil Antes de entrarmos na discussão do título IV da LDB/96, faremos uma pequena retrospectiva histórica, para que possamos entender como se deu a organização do nosso Sistema Educacional. Com o advento da Revolução Industrial, no século XIX, duas grandes preocupações surgiram entre os países da Europa, Estados Unidos e alguns países da América Latina como: Argentina, Chile e Uruguai, a erradicação do analfabetismo e a universalização da instrução popular. Para tanto, fazia-se necessário a instituição de sistemas educacionais. (SAVIANI, 2010). O Brasil na contramão desse processo, só começou a pensar no problema a partir da década de 30. Vemos alguma menção a estruturação de um Sistema Educacional Nacional no “Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova” em 1932. Assim, dois anos após, a Constituição de 1934 Antes de começarmos a estudar nossa competência, confira nosso podcast para aprofundar seus conhecimentos. 18 , estabeleceu que a União, doravante deveria “ legislar sobre as diretrizes da educação nacional [...] , a indicar a necessidade de normas comuns válidas para toda a nação, orientando a organização da educação em todo o país na forma de sistema.” ( SAVIANI, 2010, p.770) Figura 05: Manifesto dos Pioneiros de Educação Nova Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Manifesto_dos_Pioneiros_da_Educa%C3%A7%C3%A3o_Nova Descrição: Imagem, em primeiro plano, da capa do Manifesto dos Pioneiros de Educação Nova (1932) e dos Educadores (1959). Ao fundo estante com vários outros livros. Gostaria de propor uma reflexão. Primeiramente vamos ver o que Saviani (2010) coloca sobre a ligação, a interdependência da LDB, com a Organização Educacional e com Sistema Nacional de Educação. [...] Quando a Constituição determina que a União estabeleça as diretrizes e bases da educação nacional, obviamente ela está pretendendo com isso que a educação, em todo o território do país, seja organizada segundo diretrizes comuns e sobre bases também comuns. E a organização educacional com essas características é o que se chama “Sistema Nacional de Educação” [...] Antes de haver leis de educação, havia instituições educativas. Isso não implica, entretanto, a vinculação necessária da sistematização à legislação, ou seja: não é necessário que haja lei específica de educação para que haja educação sistematizada; esta poderá existir mesmo não existindo aquela [...] ( SAVIANI, 2010, p.771) Você concorda com esta colocação do autor? Qual a importância de haver uma organização, uma sistematização da Educação Nacional? 19 Estudante, enquanto profissionais da Educação, é de suma importância que entendamos que o Sistema Nacional de Educação “deve garantir a oferta de uma Educação de qualidade para todos, nos moldes preconizados na Constituição da República Federativa do Brasil,” (LIMA, 2015, p. 20). Sendo assim, não cabe a ideia de que o Sistema Nacional de Educação, seja estabelecido para “engessar” a educação do país. Nesse sentido, Saviani (2010) coloca que: Portanto, a construção de um Sistema Nacional de Educação nada tem de incompatível com o regime federativo, pois o que é a Federação senão a unidade de vários estados que, preservando suas respectivas identidades, se articulam para assegurar interesses e necessidades comuns? [...]Ora, assim sendo, a Federação postula, portanto, o sistema nacional que, no campo da educação, representa a união dos vários serviços educacionais que se desenvolvem no âmbito territorial dos diversos entes federativos que compõem a Federação. (SAVIANI, 2010, p.771) Figura 06: Constituição de 1988 Fonte: http://www.blogdealtaneira.com.br/2014/12/em-2014-constituicao-federal-sofreu-o.html Descrição: Capa da Constituição de 1988. Vejamos a seguir como esta organização se dá e quais as responsabilidades dos entes da federação. Sigamos em frente! 2.2 Da Organização da Educação Nacional: funções dos entes da Federação Na competência passada, prezado(a) estudante, vimos que a LDB de 1996, seguiu os preceitos da nossa Constituição Federal de 1988. Certo? Pois bem, o Título IV da LDB baseia-se no Art. http://www.blogdealtaneira.com.br/2014/12/em-2014-constituicao-federal-sofreu-o.html 20 211 de nossa Carta Magna, que determina como tarefa da União, dos Estados, Distrito Federal e dos Municípios, a organização, em regime de colaboração, dos sistemas de ensino (BRASIL, 1996, p.11). Portanto cada esfera tem sob sua responsabilidade um determinado segmento educacional, sempre em parceria com os demais. A LDB é tão criteriosa que irá do Art. 9º ao 12º estabelecer as incumbências da União, dos Estados, dos Municípios, do Distrito Federal, dos Estabelecimentos de Ensino (públicos e privados) e dos Docentes. Com a finalidade de assegurar a integração do Sistema Educacional, a LDB/96 distribui as seguintes competências: • À União, no exercício da coordenação nacional da política de educação, compete prestar assistência técnica e financeira aos estados, Distrito Federal e municípios, estabelecer diretrizes curriculares e realizar a avaliação dorendimento escolar de todos os graus de ensino, além de manter as próprias instituições de ensino que, juntamente com as escolas superiores privadas, comporão o sistema federal de ensino. • Aos Estados cabe colaborar com os municípios na oferta de ensino fundamental e manter, com prioridade, o ensino médio. • Aos Municípios cabe a responsabilidade de manter a educação infantil, garantindo, com prioridade, o ensino fundamental. Vamos, juntos, analisar como se dá esta colaboração entre União, Estados e Municípios? É inegável que a parceria (colaboração) entre os entes da federação, em prol de uma educação de Veja as incumbências de cada ente da Federação, de forma detalhada. Disponível em: https://radargovernamental.com.br/a-estrutura-federativa-na-educacao/ Para maior fixação e entendimento, veja o vídeo sobre Organização da Educação Nacional. Disponível em: https://youtu.be/bGaIr1W73i0 https://radargovernamental.com.br/a-estrutura-federativa-na-educacao/ https://youtu.be/bGaIr1W73i0 21 qualidade é importantíssima. A possibilidade de unir esforços e recursos, visando a garantia de políticas públicas mais eficientes e eficazes, vislumbra uma contribuição para um melhor desenvolvimento integral das crianças e jovens deste país. Bem, mas como se dá esta parceria ou colaboração? Pode acontecer de duas formas: entre administrações municipais (município com município) ou estaduais (estados com estados), denominado regime de colaboração horizontal, ou na relação entre Municípios, Estados e a União, constituindo o regime de colaboração vertical. Veja os gráficos a seguir: COLABORAÇÃO HORIZONTAL COLABORAÇÃO VERTICAL MUNICÍPIOS MUNICÍPIOS MUNICÍPIOS Municípios ou Estados de uma mesma região podem organizar seus sistemas de ensino de diferentes maneiras, como: Arranjos de Desenvolvimento da Educação, Territórios de Cooperação ou então na formação de Consórcios, conforme indica a Lei 11.107, de 6 de abril de 2005. 22 Falando ainda sobre o regime de colaboração, devemos considerar que temos um país de tamanho continental, com 26 Estados e 1 Distrito Federal e 5.570 Municípios. É fundamental que tenhamos uma Educação Nacional que prime por ações coordenadas. Portanto, enfatizando, é importante que haja colaboração entre os entes federativos. Isto não quer dizer que deva haver uma invasão ou de imposição de um sobre o outro. Nesse sentido, precisamos aperfeiçoar a legislação cada vez mais, através de leis complementares, para que possamos garantir a qualidade e a eficácia da educação em todo território nacional. Figura 07: Mapa do Brasil Fonte: https://www.portalescolar.net/2011/02/brasil-estados-e-capitais-e-mapa.html Descrição: Imagem do Mapa do Brasil, constando os 27 Estados e o Distrito Federal em cores diferentes. União Estados Municípios https://www.portalescolar.net/2011/02/brasil-estados-e-capitais-e-mapa.html 23 Estudante, passaremos agora a discutir algumas atribuições estabelecidas na LDB/96 à União. Destaca-se aquela prevista no inciso I do Art. 9º "elaborar o Plano Nacional de Educação, em colaboração com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios". (BRASIL, 1996, p.5) A partir de 2001, com a regulamentação da Lei 10.172, a LDB estabelece a elaboração do Plano Nacional de Educação - PNE - , que , a cada dez anos, define metas relacionadas à educação em nosso país. Cabe ressaltar que o alcance de tais metas está diretamente ligado a condução das políticas públicas, pois são elas que darão o amparo para que os alunos ingressem e permaneçam nas escolas. O PNE não engloba apenas a Educação Básica. Ela abrange o Ensino Superior, no que se refere ao impulsionamento e ampliação dos recursos do governo federal, a avaliação da qualidade do ensino e a ênfase na educação a distância. Figura 08: Plano Nacional de Educação Fonte: https://www12.senado.leg.br/radio/1/noticia/2019/06/28/plano-nacional-de-educacao-completa-5-anos-de- vigencia/pne-plano-nacional-de-educacao.jpg/@@images/46f16d19-9fd8-46ed-9511-ce32ad199d8b.jpeg Descrição: Imagem com as siglas em três cores diferentes do Plano Nacional de Educação -PNE Sugiro que você assista a entrevista de Mariza Abreu - Especialista em Políticas Públicas, realizada em 2012, mas bastante pertinente, pois explica como as instâncias do poder podem cooperar na oferta dos diferentes serviços na educação. Disponível em: https://youtu.be/Sz8oYs62oqo https://www12.senado.leg.br/radio/1/noticia/2019/06/28/plano-nacional-de-educacao-completa-5-anos-de-vigencia/pne-plano-nacional-de-educacao.jpg/@@images/46f16d19-9fd8-46ed-9511-ce32ad199d8b.jpeg https://www12.senado.leg.br/radio/1/noticia/2019/06/28/plano-nacional-de-educacao-completa-5-anos-de-vigencia/pne-plano-nacional-de-educacao.jpg/@@images/46f16d19-9fd8-46ed-9511-ce32ad199d8b.jpeg https://youtu.be/Sz8oYs62oqo 24 Vale salientar, que o Plano Nacional de Educação , além de definir diretrizes e metas, tem o objetivo de atuar como um mecanismo de implantação de um Sistema Nacional de Educação (SNE) , este, como já foi dito, deve garantir a qualidade da educação para todos, como preconiza a Constituição Federal. (LIMA , 2015) Outro inciso que gostaria de destacar é o VI do Art. 9º, que tem como objetivo “ assegurar processo nacional de avaliação do rendimento escolar no ensino fundamental, médio e superior, em colaboração com os sistemas de ensino, objetivando a definição de prioridades e a melhoria da qualidade do ensino” ( BRASIL, 1996, p.5) Para garantir o processo nacional de avaliação, foram criados instrumentos que avaliam a evolução do ensino em todos os níveis. Isto é feito através dos chamados exames padronizados, exames de larga escala ou avaliações externas, que são aplicados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Vejamos as avaliações que acontecem nas etapas da Educação Básica. Educação Infantil - a partir de 2019 será avaliada através do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), em caráter amostral para ajustes no modelo. Tal avaliação já estava atrasada, no mínimo, 9 anos, pois havia sido definida pelas Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação Infantil e pelo Plano Nacional de Educação, devendo ter sido implantada em 2016. Anos Iniciais do Ensino Fundamental - Esta etapa é verificada através da Avaliação Nacional da Alfabetização (ANA). Com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), houve uma antecipação do final do ciclo de alfabetização, passando do 3º ano para o 2º ano. Por conta desse ajuste a avaliação não foi feita em 2018, acontecendo em 2019. Anos Finais do Ensino Fundamental - A avaliação acontece desde 2005, sendo avaliados estudantes do 5º ao 9º ano do Ensino Fundamental. Isto é feito através da Prova Brasil, que a partir de 2019 passa a ser denominada Saeb dos Anos Finais do Ensino Fundamental. Conheça o Plano Nacional de Educação 2014-2024, acessando: http://pne.mec.gov.br/18-planos-subnacionais-de-educacao/543-plano- nacional-de-educacao-lei-n-13-005-2014 http://pne.mec.gov.br/18-planos-subnacionais-de-educacao/543-plano-nacional-de-educacao-lei-n-13-005-2014 http://pne.mec.gov.br/18-planos-subnacionais-de-educacao/543-plano-nacional-de-educacao-lei-n-13-005-2014 25 Ensino Médio - Criado em 1988, até 2015 o Exame Nacional do Ensino Médio era feito por amostragem, avaliando um pequeno grupo de estudantes em todo país. A partir de 2017 o exame se torna um instrumento de censo, onde todos os estudantes do Ensino Médio podem prestá-lo. Obviamente, quem não terminou a Educação Básica, o faz como forma de treinamento e autoavaliação. O ENEM, atualmente, é determinante para a o ingresso ao Ensino Superior, incorporando suas notas ao Programa Universidade para todos (Prouni), Sistema de Seleção Unificado ( Sisu) e o Fundo de FinanciamentoEstudantil ( Fies). Já no inciso VI, do Art. 9º da LDB, também prevê avaliação do rendimento para o Ensino Superior. Neste nível de ensino a avaliação é feita através de um tripé de instrumentos avaliativos composto pela a Avaliação de Cursos de Graduação, a Avaliação Institucional e o Exame Nacional de Avaliação do Ensino Superior (ENADE). Este “tripé avaliativo” constitui o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior ( Sinaes), criado através da Lei nº10.861, de 14 de abril de 2004. Bem, caro(a) estudante, chegamos ao final de mais uma competência. Espero que todas as informações possam contribuir para sua prática profissional. Não deixe de complementar seus estudos, assistindo as videoaulas, participando das atividades como os fóruns, os destaques e demais atividades disponíveis no AVA. Na próxima competência veremos, mais detalhadamente, os níveis e as modalidades da Educação do Brasil. Encontro com você, brevemente! Até lá! Saiba um pouco mais como utilizar a avaliação externa para melhorar o processo de ensino-aprendizagem -Letícia Bessa -11/08/2021, disponível em: https://educacao.imaginie.com.br/avaliacao-externa/ Agora, convido, você, a assistir a videoaula dessa competência. Faremos um resumo do que foi abordado. https://educacao.imaginie.com.br/avaliacao-externa/ 26 3.Competência 03 | Conhecer os Níveis e Modalidades Caro(a) Estudante, é muito gratificante compartilhar de sua companhia em nossa Competência 3. Espero que esteja gostando de nossa jornada de conhecimento e que a mesma possa agregar valor à sua formação profissional. Na competência passada tivemos a oportunidade de analisar o Título IV da LDB/96, onde consta como se dá a organização da Educação Nacional. Vimos, ainda, como são distribuídas as responsabilidades entre cada ente da Federação (União, Estados, Municípios e Distrito Federal). Nessa nova Competência continuaremos nossos estudos da LDB/96, aprofundando nossos conhecimentos sobre o TÍTULO V - Dos Níveis e das Modalidades de Educação e Ensino. Continuemos, então, nossa caminhada! 3.1 Entendendo a Sistematização do Ensino: importância dos níveis e modalidades de acordo com a época A Figura 09: Chegada dos Jesuítas Fonte: http://www.kaninde.org.br/10-coisas-que-voce-provavelmente-nao-sabia-sobre-a-educacao-no-brasil-colonia/ Descrição: Imagem de uma praia. No mar há caravelas e barcos menores, com pessoas em seu interior. Na parte de areia existe no fundo uma fortificação, mais a frente há coqueiros e pessoas. Antes de começarmos a estudar nossa competência, confira nosso podcast para aprofundar seus conhecimentos. http://www.kaninde.org.br/10-coisas-que-voce-provavelmente-nao-sabia-sobre-a-educacao-no-brasil-colonia/ 27 Com a expulsão dos jesuítas pelo Marquês de Pombal em 1759, nossa educação passou por um período bastante conturbado, principalmente no que se refere ao ensino primário. Somente com a chegada da Família Real em 1808, a educação e a cultura brasileira toma novo fôlego, com o surgimento de instituições culturais e científicas, de ensino técnico e dos primeiros cursos superiores, como os de Medicina nos estados do Rio de Janeiro e da Bahia. No entanto, podemos verificar, que apesar das iniciativas de D. João VI, a educação brasileira iria priorizar o ensino superior, com objetivo de atender as demandas de formação profissional, em detrimento do ensino primário, que era mais uma vez marginalizado. Após a Independência do Brasil, houve algumas mudanças no panorama social, político e econômico, inclusive em termos de política educacional. A Constituição de 1824, assegura a instrução primária e gratuita a todos os cidadãos, confirmado logo depois pela lei de 15 de outubro de 1827, que determinou a criação de escolas de primeiras letras em todas as cidades, vilas e vilarejos, envolvendo as três instâncias do Poder Público. O Ato Adicional de 1834, delegou às províncias a prerrogativa de legislar sobre a educação primária, comprometendo em definitivo o futuro da educação básica, pois possibilitou que o governo central se afastasse da responsabilidade de assegurar educação elementar para todos. À contramão dos países europeus, dos Estados Unidos e do Japão, o Brasil continuou com a descentralização do ensino primário (fundamental) depois da Proclamação da República. Isto contribuiu de maneira expressiva para aumentar a distância entre as classes sociais. Na década de 1920, após a 1ª Guerra Mundial, começou a se repensar no modelo educacional. Surge, então, a primeira geração de educadores como: Anísio Teixeira, Fernando de Azevedo, Lourenço Filho, Almeida Júnior, entre outros, que lideraram o movimento da Escola Nova e divulgaram o Manifesto dos Pioneiros em 1932, documento histórico que redefine o papel do Estado no âmbito educacional. Lembra-se que já falamos nesse assunto na competência passada? 28 Figura 10: Anísio Teixeira Fonte: http://www.elfikurten.com.br/2011/02/anisio-texeira-o-inventor-da-escola.html Descrição: um homem de terno e óculos, sentado, com as mãos dispostas numa mesa cheia de papeis. Em 1934, como já vimos, a Constituição estabeleceu avanços significativos na área educacional, incorporando muito do que havia sido debatido em anos anteriores. Entretanto, em 1937, foi instaurado o Estado Novo, que concedeu ao país uma Constituição autoritária, havendo grande retrocesso. Na Revolução de 1964, instala-se um novo período autoritário. Contudo, o sistema educacional brasileiro já havia passado por mudanças significativas. Na fase que antecedeu a aprovação da LDB/61, ocorreu um admirável movimento em defesa da escola pública, universal e gratuita. Em 1969 e 1971, foram aprovadas respectivamente a Lei 5.540/68 e 5.692/71, introduzindo novas mudanças na estrutura do ensino superior e do ensino de 1º e 2º graus. A Constituição de 1988, promulgada após amplo movimento pela redemocratização do País, procurou introduzir inovações e compromissos. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1996, à luz da Constituição de 1988, vem solidificar toda a organização do Sistema de Educação Nacional. E por que estamos revendo tudo isso? http://www.elfikurten.com.br/2011/02/anisio-texeira-o-inventor-da-escola.html 29 Fizemos este recorte histórico para que possamos perceber e compreender como foi desorganizado todo sistema educacional do nosso país. A cada momento histórico havia a priorização de um determinado nível ou modalidade educacional em detrimento das demais. Com a primeira LDB em 1961, iniciamos uma nova etapa, a regulamentação do sistema educacional (público ou privado) do Brasil (da educação básica ao ensino superior). Agora, então, podemos ir adiante! 3.2 Dos Níveis e das Modalidades de Educação e Ensino Como já estudamos, com o advento da Constituição Federal de 1988, o Sistema Educacional Brasileiro passou por uma reformulação, culminando na atual LDB (Lei nº 9.394/96), que alterou a organização do Sistema Escolar de forma significativa. Dentre estas reformulações, a Lei determina a constituição dos níveis e das modalidades, em seu Título V - Dos Níveis e das Modalidades de Educação e Ensino. Convido, você, querido(a) estudante, a conhecer mais detalhadamente esta composição. Preparado? Sigamos em frente, então! 3.2.1 Dos Níveis Escolares A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), de 1996, estabelece dois grandes níveis de educação escolar: a Educação Básica, que é composta pela Educação Infantil, pelo Ensino Fundamental e o Ensino Médio e a Educação Superior. 30 Figura 11: Níveis, Modalidades da Educação, Nacional Fonte: https://educador.brasilescola.uol.com.br/gestao-educacional/a-organizacao-estrutura-dos-sistemas-ensino-no- brasil.htm Descrição: Infográfico especificando os níveis (educação básicae ensino superior); as etapas ( ed. Infantil, ensino fundamental e ensino médio, graduação e pós-graduação; modalidades ( EJA; Educação Profissional, EaD e Educação Especial) Vamos, agora, ver separadamente esses níveis? Em frente! 3.2.1.1 Educação Básica O conceito de Educação Básica foi modificado a partir da LDB de 1996, haja vista que a Lei anterior estabelecia como básico o ensino chamado de Primeiro Grau. A LDB/96, em seu Art.22, delibera que “a educação básica tem por finalidades desenvolver o educando, assegurar-lhe a formação comum indispensável para o exercício da cidadania e fornecer-lhe meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores”. Além disso, a LDB/96 faz mudanças significativas, como vemos no Art. 23: A educação básica poderá organizar-se em séries anuais, períodos semestrais, ciclos, alternância regular de períodos de estudos, grupos não-seriados, com base na idade, na https://educador.brasilescola.uol.com.br/gestao-educacional/a-organizacao-estrutura-dos-sistemas-ensino-no-brasil.htm https://educador.brasilescola.uol.com.br/gestao-educacional/a-organizacao-estrutura-dos-sistemas-ensino-no-brasil.htm 31 competência e em outros critérios, ou por forma diversa de organização, sempre que o interesse do processo de aprendizagem assim o recomendar. (BRASIL, 1996, p.9) A LDB ao longo dos seus 23 anos sofreu várias alterações. Podemos destacar a Lei 1.274/2006, que estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Esta Lei fez alterações muito importantes nos Artigos 29, 30, 32 e 87 da LDB/96, dispondo sobre a duração de 9 (nove) anos para o Ensino Fundamental, com matrícula obrigatória a partir dos 6 (seis) anos de idade. A ampliação do Ensino Fundamental para nove anos de duração, com a matrícula obrigatória a partir dos seis anos de idade, foi uma conquista para a política nacional de educação, pois era almejada há muitos anos. Conforme já foi citado acima, a Educação Básica é composta pela Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio. A partir da LDB/96 houve uma maior valorização dessa etapa, não sendo vista tão somente como um espaço onde são realizados os cuidados básicos de higiene e alimentação. Segundo o Art. 29 “ a educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança de até 5 (cinco) anos, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade.” (BRASIL, 1996, p.15) Podemos destacar, ainda, dois artigos. O Art. 30 inclui a creche nesta etapa, quando estabelece que “ a educação infantil será oferecida em: I – creches, ou entidades equivalentes, para crianças de até três anos de idade; II – pré-escolas, para as crianças de 4 (quatro) a 5 (cinco) anos de idade.” (BRASIL, 1996, p.15) Já o Art. 31 determina como será a avaliação, deliberando que “ na educação infantil a avaliação far-se-á mediante acompanhamento e registro do seu desenvolvimento, sem o objetivo de promoção, mesmo para o acesso ao ensino fundamental. (BRASIL, 1996, p.15) A Educação Infantil é a primeira etapa desse nível e uma das mais importantes da formação da criança. 32 Figura 12: Educação Infantil Fonte: https://www.wreducacional.com.br/curso-de-fundamentos-teoricos-e-metodologicos-da-educacao-infantil Descrição: cartaz com um fundo branco no qual está escrita a frase EDUCAÇÃO INFANTIL(colorida). Na figura existe a representação de crianças segurando o cartaz em cima e na lateral direita. Na parte superior uma das crianças segura um balão, outra um desenho. A etapa seguinte a Educação Infantil é o Ensino Fundamental. Esta etapa tem duração de nove anos e é direcionado às pessoas com idade entre 6 e 14 anos. Uma das mudanças fundamentais que a Lei nos traz é a inclusão da Classe de Alfabetização ao Ensino Fundamental. O objetivo principal do Ensino Fundamental é a formação básica do cidadão. Vamos ver o que delibera a Lei em seu Artigo 32, a partir de 2006. (BRASIL, 1996, p.15): Art. 32. O ensino fundamental obrigatório, com duração de 9 (nove) anos, gratuito na escola pública, iniciando-se aos 6 (seis) anos de idade, terá por objetivo a formação básica do cidadão, mediante: I - o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos o pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo; II - a compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade; III - o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista a aquisição de conhecimentos e habilidades e a formação de atitudes e valores; IV - o fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade humana e de tolerância recíproca em que se assenta a vida social. § 1º É facultado aos sistemas de ensino desdobrar o ensino fundamental em ciclos. § 2º Os estabelecimentos que utilizam progressão regular por série podem adotar no ensino fundamental o regime de progressão continuada, sem prejuízo da avaliação do processo de ensino-aprendizagem, observadas as normas do respectivo sistema de ensino. http://www.wreducacional.com.br/curso-de-fundamentos-teoricos-e-metodologicos-da-educacao-infantil http://www.wreducacional.com.br/curso-de-fundamentos-teoricos-e-metodologicos-da-educacao-infantil 33 § 3º O ensino fundamental regular será ministrado em língua portuguesa, assegurada às comunidades indígenas a utilização de suas línguas maternas e processos próprios de aprendizagem. § 4º O ensino fundamental será presencial, sendo o ensino a distância utilizado como complementação da aprendizagem ou em situações emergenciais. § 5o O currículo do ensino fundamental incluirá, obrigatoriamente, conteúdo que trate dos direitos das crianças e dos adolescentes, tendo como diretriz a Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990, que institui o Estatuto da Criança e do Adolescente, observada a produção e distribuição de material didático adequado. § 6º O estudo sobre os símbolos nacionais será incluído como tema transversal nos currículos do ensino fundamental. Vale ressaltar que a Lei não exime a responsabilidade dos pais ou responsáveis dos alunos a efetivação da matrícula. Ao Estado cabe a responsabilidade de garantir a oferta da quantidade de vagas necessárias nas escolas públicas. Entretanto, este serviço educativo também pode ser ofertado pelo ensino privado. Atualmente, redes municipais e estaduais, em todo o Brasil, ofertam esse nível de ensino e boa parte delas apresenta propostas curriculares que têm buscado nortear as práticas, em sala de aula, assim como auxiliar na reorganização do ensino. O Ensino Fundamental é subdivido em dois segmentos: • Anos iniciais: correspondem às séries cursadas do 1º ao 5º ano, destinadas às crianças entre 6 e 10 anos, sendo o primeiro ano a classe de alfabetização. Saiba um pouco mais sobre a Lei nº 11.274/2006. Acesse: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004- 2006/2006/lei/l11274.htm Vejamos alguns exemplos de Proposta Curricular do Estado de Pernambuco. Disponibilizado em: http://www.educacao.pe.gov.br/portal/?pag=1&cat=36&art=1047 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8069.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8069.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8069.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8069.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8069.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11274.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11274.htm http://www.educacao.pe.gov.br/portal/?pag=1&cat=36&art=1047 34 • Anos finais: compreendem as séries do 6º ao 9º ano para crianças e jovens entre 11 e 14 anos. Quanto a carga horária, os sistemas de ensino oferecidos podem desdobrar o ensino fundamental em ciclos, desde que a duração mínima anual de 800 horas sejarespeitada. A escola deve obrigatoriamente fornecer pelo menos 200 dias efetivos de aula, com duração de no mínimo 4 horas diárias. Figura 13: Ensino Fundamental Fonte: https://cepc.com.br/?6/pagina/ensino-fundamental Descrição: imagem de um menino vestido de blusa rosa e bermuda na cor verde, segurando o globo terrestre. Existem uma flor de cada lado nas cores amarela e rosa. Na lateral esquerda está escrito ENSINO FUNDAMENTAL. A última etapa da Educação Básica é o Ensino Médio, tendo como finalidade aprofundar os conhecimentos adquiridos no Ensino Fundamental, a preparação para o ingresso no mercado de trabalho e nos níveis superiores de ensino e o aprimoramento do educando como cidadão, conforme estabelecido no Artigo 35, incisos I a IV e Artigo 36, incisos I a IV, da LDB. Estes artigos sofreram alterações através da Lei nº 13.415 em 2017 para atender a Base Nacional Comum Curricular (BRASIL, 1996, p.16) , como veremos a seguir: Art. 35- A Base Nacional Comum Curricular definirá direitos e objetivos de aprendizagem do ensino médio, conforme diretrizes do Conselho Nacional de Educação, nas seguintes áreas do conhecimento: I - linguagens e suas tecnologias; II - matemática e suas tecnologias; III - ciências da natureza e suas tecnologias; IV - ciências humanas e sociais aplicadas. https://cepc.com.br/?6/pagina/ensino-fundamental 35 § 1 o A parte diversificada dos currículos de que trata o caput do art. 26, definida em cada sistema de ensino, deverá estar harmonizada à Base Nacional Comum Curricular e ser articulada a partir do contexto histórico, econômico, social, ambiental e cultural. § 2o A Base Nacional Comum Curricular referente ao ensino médio incluirá obrigatoriamente estudos e práticas de educação física, arte, sociologia e filosofia. § 3o O ensino da língua portuguesa e da matemática será obrigatório nos três anos do ensino médio, assegurada às comunidades indígenas, também, a utilização das respectivas línguas maternas. § 4o Os currículos do ensino médio incluirão, obrigatoriamente, o estudo da língua inglesa e poderão ofertar outras línguas estrangeiras, em caráter optativo, preferencialmente o espanhol, de acordo com a disponibilidade de oferta, locais e horários definidos pelos sistemas de ensino. § 5o A carga horária destinada ao cumprimento da Base Nacional Comum Curricular não poderá ser superior a mil e oitocentas horas do total da carga horária do ensino médio, de acordo com a definição dos sistemas de ensino. § 6o A União estabelecerá os padrões de desempenho esperados para o ensino médio, que serão referência nos processos nacionais de avaliação, a partir da Base Nacional Comum Curricular. § 7o Os currículos do ensino médio deverão considerar a formação integral do aluno, de maneira a adotar um trabalho voltado para a construção de seu projeto de vida e para sua formação nos aspectos físicos, cognitivos e socioemocionais. § 8o Os conteúdos, as metodologias e as formas de avaliação processual e formativa serão organizados nas redes de ensino por meio de atividades teóricas e práticas, provas orais e escritas, seminários, projetos e atividades on-line, de tal forma que ao final do ensino médio o educando demonstre: I - domínio dos princípios científicos e tecnológicos que presidem a produção moderna; II - conhecimento das formas contemporâneas de linguagem. Art. 36. O currículo do ensino médio será composto pela Base Nacional Comum Curricular e por itinerários formativos, que deverão ser organizados por meio da oferta de diferentes arranjos curriculares, conforme a relevância para o contexto local e a possibilidade dos sistemas de ensino, a saber: I - linguagens e suas tecnologias; II - matemática e suas tecnologias; III - ciências da natureza e suas tecnologias; IV - ciências humanas e sociais aplicadas; V - formação técnica e profissional. 36 Outra alteração significativa referente ao Ensino Médio, prevista na LDB a partir de 2008, conforme a Lei 11.741, é a Educação Profissional Técnica de Nível Médio. Vejamos, (BRASIL, 1996, p22): Art. 36-A. Sem prejuízo do disposto na Seção IV deste Capítulo, o ensino médio, atendida a formação geral do educando, poderá prepará-lo para o exercício de profissões técnicas. Parágrafo único. A preparação geral para o trabalho e, facultativamente, a habilitação profissional poderá ser desenvolvida nos próprios estabelecimentos de ensino médio ou em cooperação com instituições especializadas em educação profissional. Art. 36-B. A educação profissional técnica de nível médio será desenvolvida nas seguintes formas: I - articulada com o ensino médio; II - subsequente, em cursos destinados a quem já tenha concluído o ensino médio. Parágrafo único. A educação profissional técnica de nível médio deverá observar: I - os objetivos e definições contidos nas diretrizes curriculares nacionais estabelecidas pelo Conselho Nacional de Educação; II - as normas complementares dos respectivos sistemas de ensino; III - as exigências de cada instituição de ensino, nos termos de seu projeto pedagógico. (BRASIL, 1996, p.22) Diante dessa nova configuração, as coordenações pedagógicas das escolas, juntamente com os professores precisam repensar, mudar seus paradigmas no que se refere às áreas do saber, a fim de que haja um esforço para integrar os conhecimentos. Se informe um pouco mais sobre A BNCC do Ensino Médio. Acesse: https://youtu.be/kMqBSxXaEU4 https://youtu.be/kMqBSxXaEU4 37 Figura 14: Ensino Médio Fonte: http://portal.educacao.rs.gov.br/novo-ensino-medio Descrição: imagem de diversas setas curvas saindo de baixo para diversas direções. Ao lado delas está escrito NOVO ENSINO MÉDIO. 3.2.1.2 Educação Superior A Educação Superior, também conhecida como Ensino Superior é o nível mais elevado dos sistemas educativos. Refere-se a uma educação realizada em universidades, faculdades, institutos politécnicos, escolas superiores ou outras instituições que conferem graus acadêmicos ou diplomas profissionais. Em 2011 foi criado o Pronatec - Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego, com o objetivo de expandir, interiorizar e democratizar a oferta de cursos técnicos e profissionais de nível médio, e de cursos de formação inicial e continuada para trabalhadores. Saiba mais acessando: http://sigeduca.seduc.mt.gov.br/pronatec/viewconteudo.aspx?1 Outra iniciativa do governo é o Mediotec que busca fortalecer e ampliar a oferta de vagas gratuitas em cursos técnicos concomitantes para alunos regularmente matriculados no ensino médio nas redes públicas de educação, por meio do custeio da Bolsa Formação do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego. Esclareça suas dúvidas sobre este programa, acessando: http://portal.mec.gov.br/mediotec/perguntas-frequentes-mediotec http://portal.educacao.rs.gov.br/novo-ensino-medio http://sigeduca.seduc.mt.gov.br/pronatec/viewconteudo.aspx?1 http://portal.mec.gov.br/mediotec/perguntas-frequentes-mediotec 38 Veremos agora como a LDB/96 estabelece as normas e critérios para a Educação Superior. Para tanto reservou-se um capítulo específico (Capítulo IV ) , compreendendo os artigos de 43 a 57. O Artigo 43 (BRASIL, 1996) vai definir as finalidades da Educação Superior. Dentre elas destacamos a estimulação e criação cultural e o desenvolvimento do espírito científico e do pensamento reflexivo, o incentivo ao trabalho de pesquisa e investigação científica, visando o desenvolvimento da ciência e da tecnologia e da criação e difusão da cultura, e, desse modo, desenvolver o entendimento do homem e do meio em que vive. Em 2015 a Lei 13.174, incluiu mais uma finalidade que é a atuação em favor da universalização e do aprimoramento da educação básica, mediante a formação e a capacitação de profissionais, a realização de pesquisas pedagógicas e o desenvolvimentode atividades de extensão que aproximem os dois níveis escolares. Figura 15: Educação Superior Fonte: https://www.ufmg.br/ead/index.php/2017/10/02/ufmg-abre-selecao-para-pos-graduacao-em-gestao-de- instituicoes-federais-de-educacao-superior/ Descrição: imagem com fundo azul claro. As figuras principais são um capelo de formatura(tipo de chapéu) e um diploma. Ao fundo há diversos desenhos de contorno branco: globo terrestre, lupa, relógio, calendário com a data 15, estrela, lápis etc. Nossa, quanta informação, não é mesmo? Que tal parar com sua leitura um pouquinho e assistir nossa videoaula? Depois retome a leitura, pois iremos ver agora as modalidades da educação. https://www.ufmg.br/ead/index.php/2017/10/02/ufmg-abre-selecao-para-pos-graduacao-em-gestao-de-instituicoes-federais-de-educacao-superior/ https://www.ufmg.br/ead/index.php/2017/10/02/ufmg-abre-selecao-para-pos-graduacao-em-gestao-de-instituicoes-federais-de-educacao-superior/ 39 3.2.2 Das Modalidades da Educação Bem, caro estudante, vimos anteriormente os níveis da educação, etapas e finalidades de forma detalhada. Vamos ver neste momento como são delimitadas as modalidades da educação na LDB/96. Fazem parte dessas modalidades a Educação de Jovens e Adultos (EJA), Educação Especial, Educação Profissional e Tecnológica. A Educação de Jovens e Adultos (EJA) é uma das modalidades mais populares da educação brasileira. Ela vai se originar da necessidade de escolarização de pessoas excluídas do processo, contudo ficou, inicialmente, conhecida como uma “educação de segunda classe” para as pessoas adultas oriundas de classes populares. Você se lembra da necessidade, no início do século XX, de se qualificar a mão de obra para que atuasse na indústria? Então, além disto, era primordial que houvesse uma diminuição dos números do analfabetismo. Estes dois fatores deram início ao processo para que o Estado oferecesse tal modalidade. Anteriormente conhecida como Supletivo, a EJA tem em sua concepção a inclusão social e oferta para aqueles que não tiveram oportunidades na idade própria de concluir a educação regular. A EJA está determinada na LDB, nos artigos 37 e 38. O Artigo 37 obteve nova redação pela Lei 13.632 de 2018. Vejamos! Art. 37. A educação de jovens e adultos será destinada àqueles que não tiveram acesso ou continuidade de estudos nos ensinos fundamental e médio na idade própria e constituirá instrumento para a educação e a aprendizagem ao longo da vida. § 1º Os sistemas de ensino assegurarão gratuitamente aos jovens e aos adultos, que não puderam efetuar os estudos na idade regular, oportunidades educacionais apropriadas, consideradas as características do alunado, seus interesses, condições de vida e de trabalho, mediante cursos e exames. § 2º O Poder Público viabilizará e estimulará o acesso e a permanência do trabalhador na escola, mediante ações integradas e complementares entre si. § 3o A educação de jovens e adultos deverá articular-se, preferencialmente, com a educação profissional, na forma do regulamento. 40 Art. 38. Os sistemas de ensino manterão cursos e exames supletivos, que compreenderão a base nacional comum do currículo, habilitando ao prosseguimento de estudos em caráter regular. § 1º Os exames a que se refere este artigo realizar-se-ão: I - no nível de conclusão do ensino fundamental, para os maiores de quinze anos; II - no nível de conclusão do ensino médio, para os maiores de dezoito anos. § 2º Os conhecimentos e habilidades adquiridos pelos educandos por meios informais serão aferidos e reconhecidos mediante exames. (BRASIL, 1996, p.23-24) Figura 16: Educação de Jovens e Adultos Fonte: https://srevarginha.educacao.mg.gov.br/index.php/2-uncategorised/304-eja-novos-rumos-inscricoes-abertas- a-partir-do-dia-09-10-2020 Descrição: um livro aberto do qual saem balões. Um deles na cor roxa está à esquerda e tem escrito EJA (Educação de Jovens e Adultos). No centro tem um balão vermelho com uma senhora vestida de azul, usando óculos e com um livro na mão. À direita tem um balão azul claro com um homem vestido de marrom com um livro na mão. De acordo com o Artigo 39 da LDB/96, do Capítulo III, a partir da alteração feita pela Lei nº 11.741, de 2008 a Educação Profissional e Tecnológica perpassa pelos diferentes níveis e modalidades de educação e às dimensões do trabalho, da ciência e da tecnologia. Esta modalidade abrange os cursos: • De formação inicial e continuada ou qualificação profissional; • De educação profissional técnica de nível médio; • De educação profissional tecnológica de graduação e pós-graduação. A LDB/96 prevê, ainda, no seu Art. 44 que, além dos cursos de graduação e de pós- graduação, esse nível de ensino contempla cursos sequências e de extensão, abertos a candidatos que atendam aos requisitos estabelecidos pelas instituições de ensino. https://srevarginha.educacao.mg.gov.br/index.php/2-uncategorised/304-eja-novos-rumos-inscricoes-abertas-a-partir-do-dia-09-10-2020 https://srevarginha.educacao.mg.gov.br/index.php/2-uncategorised/304-eja-novos-rumos-inscricoes-abertas-a-partir-do-dia-09-10-2020 41 Figura 17: Educação Profissional e Tecnológica Fonte: https://cristinamonte.com.br/novas-diretrizes-aproximam-educacao-profissional-e-tecnologica-do-mundo-de- trabalho/ Descrição: imagem de quatro pessoas executando seus respectivos trabalhos e na frente o nome EDUCAÇÃO PROFISSIONAL. A Educação Especial está disposta no Artigo 58 da LDB/96. Trata-se de uma modalidade de educação escolar oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação. Os Artigos 59 e 60 caracterizam-na, bem como as inúmeras legislações que foram necessárias para que o processo de inclusão pudesse acontecer. Mais recentemente em 2015 a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa, com Deficiência conhecida como Estatuto da Pessoa com Deficiência - Lei 13.146, que destina-se a assegurar e a promover, em condições de igualdade, o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais por pessoa com deficiência, visando à sua inclusão social e cidadania. Portanto, os sistemas de ensino devem matricular os estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação nas classes comuns do ensino regular e no Atendimento Educacional Especializado (AEE), complementar ou suplementar à escolarização, ofertado em salas de recursos multifuncionais ou em centros de AEE da rede pública ou de instituições comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos. Saiba mais sobre a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência, acessando: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015- 2018/2015/lei/l13146.htm https://cristinamonte.com.br/novas-diretrizes-aproximam-educacao-profissional-e-tecnologica-do-mundo-de-trabalho/ https://cristinamonte.com.br/novas-diretrizes-aproximam-educacao-profissional-e-tecnologica-do-mundo-de-trabalho/ http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13146.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13146.htm 42 Figura 18: Educação Especial Fonte: https://escolasecreches.com.br/educacao-especial-educacao-de-jovens-e-adultos/index.htm Descrição: representação de crianças formando um círculo e de mãos dadas, dentre as quais estão duas cadeirantes. A LDB/96 ainda prevê a Educação Indígena, a Educação Rural (ou de Campo) e a Educação a Distância. Quanto a Educação Indígena assegura que: Art. 78. O Sistema de Ensino da União, com a colaboração das agências federais de fomento à cultura e de assistência aos índios, desenvolverá programas integrados de ensino e pesquisa, para oferta de educação escolar bilíngue e intercultural aos povos indígenas, com os seguintes objetivos:I - proporcionar aos índios, suas comunidades e povos, a recuperação de suas memórias históricas; a reafirmação de suas identidades étnicas; a valorização de suas línguas e ciências; II - garantir aos índios, suas comunidades e povos, o acesso às informações, conhecimentos técnicos e científicos da sociedade nacional e demais sociedades indígenas e não-índias. (BRASIL, 1996, p.39) A Educação Rural está estabelecida no Artigo 28: Art. 28. Na oferta de educação básica para a população rural, os sistemas de ensino promoverão as adaptações necessárias à sua adequação às peculiaridades da vida rural e de cada região, especialmente: I - conteúdos curriculares e metodologias apropriadas às reais necessidades e interesses dos alunos da zona rural; II - organização escolar própria, incluindo adequação do calendário escolar às fases do ciclo agrícola e às condições climáticas; https://escolasecreches.com.br/educacao-especial-educacao-de-jovens-e-adultos/index.htm 43 III - adequação à natureza do trabalho na zona rural. Parágrafo único. O fechamento de escolas do campo, indígenas e quilombolas será precedido de manifestação do órgão normativo do respectivo sistema de ensino, que considerará a justificativa apresentada pela Secretaria de Educação, a análise do diagnóstico do impacto da ação e a manifestação da comunidade escolar. (BRASIL, 1996, p. 14) Por fim temos a Educação a Distância. Embora esta modalidade possua uma legislação específica, é contemplada na LDB/96, em seu Art. 80. A Educação a Distância caracteriza-se pela mediação didático-pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem que ocorrem com a utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação, com estudantes e professores desenvolvendo atividades educativas em lugares ou tempos diversos. Você, querido(a) estudante, sabe bem do que estou falando, não é mesmo? Bem, chegamos ao fim de mais uma competência. Recomendo que você não deixe de assistir as videoaulas, de participar nos fóruns de debate e de dúvidas e de realizar as atividades propostas. Na próxima competência falaremos sobre o profissional de educação. Espero você lá! Até breve! 44 4.Competência 04 | Conhecer os Profissionais da Educação Caro(a) Estudante, que bom encontrar com você novamente! Na competência passada tivemos a oportunidade de analisar a LDB/96, aprofundando nossos conhecimentos sobre o TÍTULO V - Dos Níveis e das Modalidades de Educação e Ensino. Foram muitas informações, não é mesmo? Porém, espero que tenham sido bastante produtivas e que sejam aproveitadas em sua vida profissional. Na Competência 4 vamos falar sobre os profissionais da educação, bem como as formações iniciais e continuadas que os preparam para o exercício de suas funções na área educacional. Convido, você, a continuar nossa jornada ao conhecimento! Aceita? Então, prossigamos! 4.1 A Legislação e a Formação do Profissionais da Educação Quando nos referimos aos profissionais de educação, logo pensamos nos professores, coordenadores e diretores de escola, não é verdade? No entanto, para que todo e qualquer sistema ou instituição escolar funcione de forma eficaz é necessário que haja toda uma equipe de colaboradores que, de acordo com suas funções, trabalham para o alcance do objetivo primordial, a aprendizagem e a formação integral do estudante. Quando verificamos uma experiência educacional é bem-sucedida em uma determinada unidade escolar (pública ou privada) não é raro percebermos que todos os profissionais estão engajados num único projeto, trabalhando colaborativamente para atingirem seu propósito. São diretores, coordenadores, professores, orientadores educacionais, supervisores pedagógicos, secretários escolares, inspetores de pátio, merendeiras, porteiros e pessoal de manutenção e limpeza, enfim todos são importantes e merecem nosso respeito e admiração. Em termos legais a LDB/96 destaca um título específico para os profissionais da educação. Trata-se do Título VI, que já obteve várias alterações de redações, desde 2009. No Art. 61 a referida Lei estabelece quais profissionais que podem atuar em educação ( BRASIL, 1996, p.33 -34): 45 Art. 61. Consideram-se profissionais da educação escolar básica os que, nela estando em efetivo exercício e tendo sido formados em cursos reconhecidos, são: I – professores habilitados em nível médio ou superior para a docência na educação infantil e nos ensinos fundamental e médio; II – trabalhadores em educação portadores de diploma de pedagogia, com habilitação em administração, planejamento, supervisão, inspeção e orientação educacional, bem como com títulos de mestrado ou doutorado nas mesmas áreas; III – trabalhadores em educação, portadores de diploma de curso técnico ou superior em área pedagógica ou afim; IV - profissionais com notório saber reconhecido pelos respectivos sistemas de ensino, para ministrar conteúdos de áreas afins à sua formação ou experiência profissional, atestados por titulação específica ou prática de ensino em unidades educacionais da rede pública ou privada ou das corporações privadas em que tenham atuado, exclusivamente para atender ao inciso V do caput do art. 36; V - profissionais graduados que tenham feito complementação pedagógica, conforme disposto pelo Conselho Nacional de Educação; Parágrafo único. A formação dos profissionais da educação, de modo a atender às especificidades do exercício de suas atividades, bem como aos objetivos das diferentes etapas e modalidades da educação básica, terá como fundamentos: I - a presença de sólida formação básica, que propicie o conhecimento dos fundamentos científicos e sociais de suas competências de trabalho; II - a associação entre teorias e práticas, mediante estágios supervisionados e capacitação em serviço; III - o aproveitamento da formação e experiências anteriores, em instituições de ensino e em outras atividades. Figura 19: Formação Continuada Fonte: https://site.sorriso.mt.gov.br/noticia/prefeitura-municipal-abre-espaco-voltado-para-formacao-continuada-de- professores-1447 Descrição: a expressão “ FORMAÇÃO CONTINUADA “ em destaque e ao fundo um círculo formado por formas coloridas (verde, laranja, lilás e azul) https://site.sorriso.mt.gov.br/noticia/prefeitura-municipal-abre-espaco-voltado-para-formacao-continuada-de-professores-1447 https://site.sorriso.mt.gov.br/noticia/prefeitura-municipal-abre-espaco-voltado-para-formacao-continuada-de-professores-1447 46 Podemos perceber que a LDB/96 utiliza de maneira muito apropriada a nomenclatura “profissional da educação escolar” para todos os docentes que ministram na Educação infantil, Ensino fundamental, Ensino Médio e Educação Superior. Contudo, há algumas especificidades no exercício do magistério que temos que observar. No Art.62 a Lei determina a formação inicial dos professores da Educação Básica: Art. 62. A formação de docentes para atuar na educação básica far-se-á em nível superior, em curso de licenciatura plena, admitida, como formação mínima para o exercício do magistério na educação infantil e nos cinco primeiros anos do ensino fundamental, a oferecida em nível médio, na modalidade normal. (BRASIL, 1996, p.34) A LDB/96 autoriza, ainda, profissionais de outras áreas e especialistas "com notório saber" a darem aulas nas escolas do país. Esta medida foi tomada com a intenção de ajudar a preencher lacunas na Educação Básica. Entretanto, esta atuação deve ser "reconhecida pelos respectivos sistemas de ensino" e restrita à formação técnica e profissional. Prezado (a) Estudante, cabe fazermos uma pausa para refletirmos sobre a atuação de profissionais com “notório saber” na educação. Esta é uma medida de caráter excepcional para reconhecimento público de conhecimento, minimizando o déficit de professores na rede pública e privada.
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