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2 2Políticas Educacionais e Gestão Escolar_Unidade2_Completo

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- -1
Apresentação da unidade 2 - Os 
sistemas de ensino, sua estrutura 
e seu financiamento
Débora dos Santos
Olá, caro estudante!
Nesta unidade da disciplina de Políticas Educacionais e Gestão Escolar, abordaremos a estrutura organizacional
dos sistemas de ensino e o financiamento da educação nacional. Esta temática é extremamente relevante para os
profissionais de educação, pois é preciso ter a visão geral do funcionamento dos sistemas de ensino, das
hierarquias, bem como de todos os processos que a envolvem para atuar de forma crítica, efetiva e assertiva.
Esta unidade conta com seis tópicos de estudos, começando pela estrutura organizacional da Educação Infantil e
seus principais aspectos, passando pelo Ensino Médio, em que se destacam as mudanças relativas ao currículo
escolar, previstas na Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Além disso, estudaremos a organização dos
currículos escolares na Educação Básica e quais os conteúdos mínimos, com base nos parâmetros e nas
diretrizes curriculares nacionais. Compreenderemos, também, quais são e como estão organizados os fundos que
financiam a Educação Básica.
Por fim, refletiremos sobre a importância da formação dos professores da Educação Básica e sua íntima relação
com a qualidade da educação.
https://www.youtube.com/embed/MP7LjbD8SvU
- -1
A Educação Infantil
Flávia Almeida Velasquez / Débora dos Santos
Introdução
Caro estudante, você sabia que agora é lei crianças com quatro anos serem matriculadas na escola? Com os
avanços na educação, a Lei n. 12.796, aprovada em 2013, ficou definido a idade de quatro anos como sendo
obrigatória para o início escolar. Para compreender esta e outras questões, estudaremos sobre a Educação
Infantil (EI) na legislação nacional e suas normas oficiais. Além disso, veremos os documentos do Ministério da
Educação (MEC), os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) e as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs).
Acompanhe!
A LDB na Educação Infantil
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) n. 9394/96, determina que a Educação Infantil seja a primeira
etapa da Educação Básica, visando o desenvolvimento integral da criança. Com os avanços e a valorização da
escolarização das crianças na faixa etária de zero a seis anos, a LDB vem sofrendo inúmeras atualizações que
visam melhorar a educação.
A última atualização da LDB ocorreu em 4 de abril de 2013, sob o número 12.796. Essa alteração diz que, a partir
de 2016, as crianças com quatro anos de idade não serão mais matriculadas por opção da família, mas por
determinação da lei. Essa lei obriga os pais a matricularem e contribuírem para a permanência das crianças na
escola desde os quatro anos de idade. A alteração na lei foi definida a partir da importância de a criança
frequentar a escola a partir dos quatro anos, pensando no desenvolvimento integral infantil nos aspectos físico,
psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade. Além disso, é também um
ponto de partida para uma boa base de aprendizagem nas séries futuras, inclusive na alfabetização.
https://www.youtube.com/embed/MP7LjbD8SvU
- -2
Figura 1 - A Educação Infantil como base
Fonte: Shutterstock, 2018.
Os pais que desobedecerem aos novos parâmetros da LDB sofrerão punições previstas pelo art. 246 do Código
 Penal. A pena é de multa ou detenção de 15 dias a um mês. A versão mais atual da LDB define:
• mudanças no currículo, mantendo a mesma base em todo País e respeitando a diversidade e a cultura de
cada região;
• que o educador deve fazer avaliações constantes para acompanhar as crianças, mas sem o objetivo de
aprovar o aluno. A finalidade é de acompanhamento.
A Educação Infantil será ofertada em creches (para crianças até três anos) e pré-escolas (para crianças de quatro
a cinco anos). As regras da Educação Infantil, de acordo com a LDB, são: avaliação e registro do desenvolvimento,
para acompanhamento; carga horária mínima de 800 horas/ano, distribuída em 200 dias de trabalho
educacional; quatro horas diárias para o turno parcial e sete horas para a jornada integral; monitoramento de
frequência de, no mínimo, 60% do total de horas; e apuração de documentos que permitam verificar os
processos de aprendizagem e de desenvolvimento da criança.
•
•
- -3
Normas e documentos do MEC na Educação 
Infantil
As escolas de Educação Infantil devem atender a alguns critérios para credenciamento e funcionamento, bem
como devem adequar-se à subsídios e orientações, que são diretrizes publicadas pelo MEC a fim de oferecer um
ensino de qualidade e garantir o desenvolvimento físico, emocional, motor, intelectual, social, moral e bem-estar
das crianças.
Cabe ao MEC fiscalizar a qualidade dos ambientes da escola. A ação deve partir do MEC, enquanto às instituições
cabe indicar a definição de práticas pedagógicas de qualidade, bem como atender aos critérios de: acesso,
segurança, tamanho, higiene, ventilação, localização, salubridade e meio ambiente.
O plano nacional de educação é compreendido como um documento vivo que deve ser constantemente
requisitado, consultado e suas metas monitoradas. Esse monitoramento deve acontecer em quatro instâncias, a
saber:
Quadro 1 - Instâncias para monitoramento das metas do PNE
Fonte: Elaborado pelas autoras, 2018.
EXEMPLO
Um exemplo dessas orientações e subsídios que orientam as escolas de Educação Infantil é a
criação de um Grupo de Trabalho (GT) no ano de 2011, por meio da Portaria Ministerial n.
1.147/2011 (Anexos 1 e 2), com o objetivo de propor diretrizes e metodologias de avaliação
para a Educação Infantil e avaliação da Educação Infantil. Esse processo resultou em uma
publicação intitulada: “Educação Infantil: Subsídios para construção de uma sistemática de
avaliação”. A consolidação do material produzido resulta em um direcionamento e
embasamento, teórico e prático para as instituições de Educação Infantil (BRASIL, 2012).
- -4
De acordo com o PNE, cabe às instâncias, destacadas na imagem anterior, analisar e propor políticas públicas
visando garantir o cumprimento das metas, assegurando a implementação das estratégias e revisando o
percentual do investimento público em educação.
Consta ainda que é responsabilidade dos municípios ter um sistema de controle, acompanhamento e supervisão
da Educação Infantil nas escolas privadas e públicas, tendo como objetivo o apoio técnico-pedagógico para a
garantia da qualidade e do cumprimento dos padrões mínimos exigidos pelas diretrizes nacionais e estaduais.
Figura 2 - Início da vida escolar aos quatro anos
Fonte: ZouZou, Shutterstock, 2018.
FIQUE ATENTO
O PNE tem o objetivo de implantar políticas para melhorar a qualidade da educação no Brasil.
Trata-se de um planejamento que deve ser constantemente monitorado e revisado para que as
metas previstas sejam alcançadas.
- -5
Assim, a proposta pedagógica da Educação Infantil objetiva considerar o bem-estar da criança, a diversidade
cultural e o seu grau de desenvolvimento. Além disso, os sistemas de ensino devem desenvolver a valorização
dos profissionais e oferecer remuneração adequada e plano de carreira.
Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) e 
Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs)
Para orientar a elaboração dos currículos escolares, os sistemas de ensino contam com dois importantes
documentos: as DCNs (Diretrizes Curriculares Nacionais) e os PCNs (Parâmetros Curriculares Nacionais). As
Diretrizes configuram normas obrigatórias que devem ser seguidas e implementadas nos currículos. Os PCNs
por sua vez, como o próprio nome sugere, são parâmetros referenciais que sustentam os motivos do que ensinar
e como ensinar.
Quadro 2 - Diferença entre PCNs e DCNs
Fonte: Elaborado pelas autoras, 2018.
Os PCNs para a Educação Infantil também indicam alguns objetivos. Para crianças de zero a três anos, ficou
estipulado que elas devem estar habilitadas para:
• experimentar e utilizar os recursos de que dispõem para a satisfação de suas necessidades essenciais, 
expressando seus desejos, sentimentos, vontades e desagrados,e agindo com progressiva autonomia;
• familiarizar-se com a imagem do próprio corpo, conhecendo progressivamente seus limites, sua unidade 
e as sensações que ele produz;
• interessar-se progressivamente pelo cuidado com o próprio corpo, executando ações simples 
relacionadas à saúde e à higiene;
• brincar;
• relacionar-se progressivamente com mais crianças, com seus professores e com demais profissionais da 
instituição, demonstrando suas necessidades e interesses (BRASIL, 1998).
•
•
•
•
•
- -6
Já para crianças de quatro a seis anos, os PCNS determinam que os objetivos devem ser aprofundados. Por isso, é
necessário que as crianças desenvolvam as seguintes questões:
• ter uma imagem positiva de si, ampliando sua autoconfiança, identificando cada vez mais suas limitações
e possibilidades, agindo de acordo com elas;
• identificar e enfrentar situações de conflitos, utilizando seus recursos pessoais, respeitando as outras
crianças e adultos e exigindo reciprocidade;
• valorizar ações de cooperação e solidariedade, desenvolvendo atitudes de ajuda e colaboração e
compartilhando suas vivências;
• brincar;
• adotar hábitos de autocuidado, valorizando as atitudes relacionadas com a higiene, alimentação,
conforto, segurança, proteção do corpo e cuidados com a aparência;
• identificar e compreender a sua pertinência aos diversos grupos dos quais participam, respeitando
regras básicas de convívio social e a diversidade que os compõe. (BRASIL 1998, p. 27-28).
A Educação Infantil é uma importante etapa da educação básica, pois desenvolve habilidade cognitivas que
contribuirão para o processo de aprendizagem nos anos seguintes no ensino fundamental, embora não seja este
o objetivo da Educação Infantil.
Fechamento
Como visto, depois que a Educação Infantil passou a ser reconhecida como a primeira etapa da Educação Básica,
muitas mudanças alteraram as leis que regem o ensino. Uma das últimas atualizações foi relativa à
obrigatoriedade da matrícula das crianças a partir dos quatro anos. Vimos também as normas para a
regularização das instituições de ensino, além dos PCNs que visam a qualidade do ensino desde a proposta
FIQUE ATENTO
Os PCNs são importantes porque apontam os objetivos a serem alcançados e a qualidade do
ensino que deve ser atingida. No entanto, são apenas parâmetros e representam orientações
para a trabalho pedagógico.
•
•
•
•
•
•
SAIBA MAIS
Para se aprofundar sobre o tema, indicamos a leitura do capítulo 3 do livro Estrutura e
funcionamento do ensino, da autora Carina Magri. Editora Cengage Learning. Ano: 2015.
Disponível em: https://biblioteca.sophia.com.br/9198/index.asp?codigo_sophia=563568
https://biblioteca.sophia.com.br/9198/index.asp?codigo_sophia=563568
- -7
regularização das instituições de ensino, além dos PCNs que visam a qualidade do ensino desde a proposta
pedagógica até a valorização da formação dos professores.
Referências
BARBOSA, M. C. S.; HORN, M. G. S. . São Paulo: Artmed, 2008.Projetos pedagógicos na Educação Infantil
BRASIL. . Altera a Lei n. 9394, de 20 de dezembro de 1996, que estabeleceLei n. 12;796, de 4 de abril de 2013
as diretrizes e bases da educação nacional, para dispor sobre a formação dos profissionais da educação e dar
outras providências. Disponível em: < >.www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2013/lei/l12796.htm
Acesso em: 08/06/2015.
______. : Lei n. 13.005, de 25 de junho de 2014, que aprova o PlanoPlano Nacional de Educação 2014-2024
Nacional de Educação e dá outras providências. Disponível em: <http://www.observatoriodopne.org.br/uploads
>. Acesso em: 30/10/2018./reference/file/439/documento-referencia.pdf
______. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Parâmetros nacionais de qualidade para a 
. v. 1. Brasília: SED/MEC, 2006. Disponível em: <Educação Infantil http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf
>. Acesso em: 08/07/2018./Educinf/eduinfparqualvol1.pdf
______. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial curricular nacional para a 
. v. 2. Brasília: MEC/SEF, 1998. Disponível em: <Educação Infantil portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/volume2.
>. Acesso em: 30/07/2018.pdf
______. Ministério da Educação. Educação infantil: Subsídios para construção de uma sistemática de avaliação. 
. Brasília, 2012. Disponível em: <Grupo de Trabalho instituído pela Portaria número 1.147/2011
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=11990-educacao-infantil-
>. Acesso em: 09/11/2018.sitematica-avaliacao-pdf&Itemid=30192
FREITAS, M. C. (Org.). . 7. ed. São Paulo: Cortez, 2009.História social da infância no Brasil
MAGRI, C. . São Paulo: Cengape Learning, 2015.Estrutura e funcionamento do ensino
MALHEIRO, J. Educação infantil aos 4 anos: uma lei agridoce. , 2013. Disponível em: <Gazeta do Povo www.
gazetadopovo.com.br/opiniao/artigos/educacao-infantil-aos-4-anos-uma-lei-agridoce-
>. Acesso em: 16/01/2019.08zi5w892t3kdmbapcwotskem
PRIORE, M. D. . São Paulo: Contexto, 2008.História das crianças no Brasil
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2013/lei/l12796.htm
http://www.observatoriodopne.org.br/uploads/reference/file/439/documento-referencia.pdf
http://www.observatoriodopne.org.br/uploads/reference/file/439/documento-referencia.pdf
http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/Educinf/eduinfparqualvol1.pdf
http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/Educinf/eduinfparqualvol1.pdf
http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/volume2.pdf
http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/volume2.pdf
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=11990-educacao-infantil-sitematica-avaliacao-pdf&Itemid=30192
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=11990-educacao-infantil-sitematica-avaliacao-pdf&Itemid=30192
http://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/artigos/educacao-infantil-aos-4-anos-uma-lei-agridoce-08zi5w892t3kdmbapcwotskem
http://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/artigos/educacao-infantil-aos-4-anos-uma-lei-agridoce-08zi5w892t3kdmbapcwotskem
http://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/artigos/educacao-infantil-aos-4-anos-uma-lei-agridoce-08zi5w892t3kdmbapcwotskem
- -1
Ensino Fundamental
Débora dos Santos / Monica Fernanda Botiglieri Moretti
Introdução
Caro estudante, neste tópico de estudo, você entenderá como se organiza o Ensino Fundamental, a partir do
previsto em nossa legislação. Conhecerá, também, as finalidades do processo de aprendizagem para crianças e
jovens e de que forma esta importante etapa da Educação Básica deve ser desenvolvida. Conhecerá quais são os
conteúdos mínimos previstos no currículo de ensino. Abordaremos, brevemente, a mudança do Ensino
Fundamental, que ampliou de oito para nove anos a sua duração. Vamos começar?
Ensino Fundamental na Constituição Federal de 
1988
Vamos começar nosso estudo lembrando que o Ensino Fundamental está previsto na Constituição Federal
(BRASIL, 1988). O artigo 210 nos diz:
Art. 210. Serão fixados conteúdos mínimos para o ensino fundamental, de maneira a assegurar
formação básica comum e respeito aos valores culturais e artísticos, nacionais e regionais.
§ 1º O ensino religioso, de matrícula facultativa, constituirá disciplina dos horários normais das
escolas públicas de ensino fundamental.
§ 2º O ensino fundamental regular será ministrado em língua portuguesa, assegurada às
comunidades indígenas também a utilização de suas línguas maternas e processos próprios de
aprendizagem. (BRASIL, 1988).
- -2
Figura 1 - Ensino Fundamental é para todos
Fonte: 2xSamara.com, Shutterstock, 2018.
Assim, a Constituição Federal demarcou as diretrizes iniciais à construção do Ensino Fundamental, que depois
passou por alterações até chegarmos ao que é atualmente oferecido nas escolas do País. Você deve saber que
entre as principais alterações no que se refere ao Ensino Fundamental está a instituída pela Lei n 11.274/2006,o
que ampliou sua duração para o período de nove anos (BRASIL, 2006).
- -3
Acompanhe a seguir o que a Lei de Diretrizes e Bases da EducaçãoNacional determina para o Ensino
Fundamental, bem como as alterações recentes que este nível de ensino passou.
O Ensino Fundamental na Lei de Diretrizes e 
Bases da Educação Nacional n. 9.394/96
O Ensino Fundamental foi estabelecido pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação, a LDB, por meio do artigo 32
(BRASIL, 1996). Esta Lei determina que:
Art. 32. O ensino fundamental obrigatório, com duração de 9 (nove) anos, gratuito na escola pública,
iniciando-se aos 6 (seis) anos de idade, terá por objetivo a formação básica do cidadão, mediante:
Redação dada pela Lei nº 11.274, de 2006)
I - o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos o pleno domínio da
leitura, da escrita e do cálculo;
II - a compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da tecnologia, das artes e dos
valores em que se fundamenta a sociedade;
III - o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista a aquisição de
conhecimentos e habilidades e a formação de atitudes e valores;
IV - o fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade humana e de tolerância
recíproca em que se assenta a vida social.
SAIBA MAIS
Para se aprofundar sobre o tema, indicamos a leitura do capítulo 4 do livro Educação Básica:
, dos autores Nelson Piletti e Geovanio Rossato.da organização legal ao cotidiano escolar
Editora Ática. Ano: 2010. Disponível em: <https://bv4.digitalpages.com.br/?term=Educa%
25C3%25A7%25C3%25A3o%2520B%25C3%25A1sica%3A%2520da%2520organiza%
25C3%25A7%25C3%25A3o%2520legal%2520ao%2520cotidiano%
>.2520escolar&searchpage=1&filtro=todos&from=busca&page=_4&section=0#/edicao/1878
https://bv4.digitalpages.com.br/?term=Educa%25C3%25A7%25C3%25A3o%2520B%25C3%25A1sica%3A%2520da%2520organiza%25C3%25A7%25C3%25A3o%2520legal%2520ao%2520cotidiano%2520escolar&searchpage=1&filtro=todos&from=busca&page=_4&section=0#/edicao/1878
https://bv4.digitalpages.com.br/?term=Educa%25C3%25A7%25C3%25A3o%2520B%25C3%25A1sica%3A%2520da%2520organiza%25C3%25A7%25C3%25A3o%2520legal%2520ao%2520cotidiano%2520escolar&searchpage=1&filtro=todos&from=busca&page=_4&section=0#/edicao/1878
https://bv4.digitalpages.com.br/?term=Educa%25C3%25A7%25C3%25A3o%2520B%25C3%25A1sica%3A%2520da%2520organiza%25C3%25A7%25C3%25A3o%2520legal%2520ao%2520cotidiano%2520escolar&searchpage=1&filtro=todos&from=busca&page=_4&section=0#/edicao/1878
https://bv4.digitalpages.com.br/?term=Educa%25C3%25A7%25C3%25A3o%2520B%25C3%25A1sica%3A%2520da%2520organiza%25C3%25A7%25C3%25A3o%2520legal%2520ao%2520cotidiano%2520escolar&searchpage=1&filtro=todos&from=busca&page=_4&section=0#/edicao/1878
- -4
Figura 2 - O objetivo é a formação básica do cidadão
Fonte: Rawpixel.com, Shutterstcok, 2018.
Um aspecto importante na ampliação do Ensino Fundamental é que os sistemas de ensino não estavam
preparados para uma mudança tão grande, mesmo que o assunto estivesse há anos em discussão e a
implantação tenha ocorrido no prazo previsto. Neste cenário, as questões como estrutura física, de pessoal,
formação docente, entre outras, eram preocupações (CARNEIRO, 2015).
FIQUE ATENTO
A mudança instituída pela legislação no ano de 2006, de ampliação do Ensino Fundamental
para nove anos, teve até 2010 como período limite para sua efetivação (CARNEIRO, 2015).
- -5
Ainda no tocante ao Ensino Fundamental, é importante sabermos que as disposições legais estão previstas não
somente na Constituição Federal de 1988 e na LDB de 1996, mas também no Plano Nacional de Educação (PNE),
de 2014. A meta 2 do PNE reafirma sua universalização, garantindo que pelo menos 95% da população, em idade
entre seis e 14 anos, conclua essa etapa do ensino no período adequado (BRASIL, 2014).
Figura 3 - Acesso à educação deve ser assegurado
Fonte: Turgaygundogdu, Shutterstock, 2018.
Esta etapa da Educação Básica é direito de toda criança e adolescente, por isso deve ocorrer, prioritariamente, de
forma presencial, abrindo exceção para situações em que, por exemplo, o aluno esteja hospitalizado.
EXEMPLO
Um exemplo dessas exceções são algumas situações emergenciais que permitem, também, o
atendimento não presencial de alunos no Ensino Fundamental. Como no caso de alunos que
sofram de doenças crônicas ou aqueles que vivem em regiões ditas remotas, em que o acesso
às escolas regulares é bastante difícil.
- -6
Agora que você compreendeu porque o Ensino Fundamental deve ser assegurado a todas as crianças e jovens,
vamos conhecer outros aspectos desta etapa da educação.
Finalidades, características e organização
É importante destacar que o Ensino Fundamental tem por finalidade a formação básica dos cidadãos. Mas o que
isso representa exatamente? Significa possibilitar ao aluno o desenvolvimento das capacidades de leitura, escrita
e cálculo. Assim como a necessidade de compreensão de seu ambiente natural e social, do sistema político, da
tecnologia, artes e valores sobre os quais se constrói a sociedade. Devemos ressaltar, ainda, o fortalecimento de
vínculos com as famílias, a construção de laços de solidariedade e o comprometimento com uma formação com
qualidade social (BRASIL, 1996).
E como se organiza o Ensino Fundamental na prática? De acordo com os parágrafos 1 e 2 do artigo 32 da LDB n.
9.394, os sistemas de ensino podem organizar o Ensino Fundamental por meio de ciclos e, sem prejuízos, podem
também adotar o regime de progressão continuada, isto é, a não interrupção ao longo do ciclo.
O documento Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental de nove anos, indica que, mesmo o
sistema decidindo-se pelo regime seriado, ou seja, não o organizar por ciclo, mas série a série, com possibilidade
de retenções entre uma e outra, deve considerar os três primeiros anos como um ‘bloco pedagógico’. Este bloco
não deve ser interrompido, pois o seu intuito é oportunizar aos alunos sistematizar e aprofundar as
aprendizagens básicas, a fim de que esse aprendizado prossiga com qualidade (BRASIL, 2010).
A ideia de “bloco pedagógico”, ou progressão continuada, é defendida pelo Conselho Nacional de Educação. O
órgão possui o entendimento de que, se interrompido esse início de carreira escolar, pode causar frustrações e
outras dificuldades à aprendizagem. Deste modo, “[...] não se trata de reprovar ou aprovar sem que tenham
aprendido nada, trata-se de inovar nos métodos para que todos aprendam” (TAGLIAVINI; TAGLIAVINI, 2016, p.
73).
Vejamos o quadro a seguir em relação ao currículo no Ensino Fundamental, que demonstra a organização que o
compõe, assim como também as leis que o amparam.
FIQUE ATENTO
Além das disposições contidas no art. 210, a constituição Federal prevê atribuições dos
Estados e dos municípios para a garantia de oferta do Ensino Fundamental.
- -7
Quadro 1 - Currículo no Ensino Fundamental
Fonte: Elaborado pelos autores, baseado em TAGLIAVINI e TAGLIAVINI, 2016, p. 79-80.
Já no que diz respeito à carga horária e estrutura, é obrigatório no mínimo 800 horas anuais no Ensino
Fundamental normal, como ocorre atualmente na maioria de nossas instituições escolares. Para o Ensino
Fundamental integral, esta carga passa para 1.200 horas. Já há experiências com carga horária maior e
funcionamento integral, embora ainda não na totalidade das escolas (TAGLIAVINI; TAGLIAVINI, 2016).
Este total de horas deve ser distribuído em quatro horas diárias, no ensino normal, e sete horas no ensino
integral, ao longo de 200 dias letivos. Para serem matriculadas, as crianças devem ter completado seis anos de
idade até 31 de março, e a faixa etária considerada adequada para sua realização vai dos seis aos 14 anos
(TAGLIAVINI; TAGLIAVINI, 2016).
A LDB n. 9.394 prevê, ainda, a ampliação do tempo escolar, ou seja, que mais escolas passem a funcionar em
tempo integral, o que deverá ser efetivado paulatinamente pelos sistemas de ensino (BRASIL, 1996).
Porém é importante ressaltar que muitas crianças permanecem excluídas do Ensino Fundamental, embora seja
um direito de todas as crianças e adolescentes sem quaisquer distinções. Assim, os sistemas, bem como os
profissionais da educação,seguem lutando para que essa realidade se efetive com qualidade.
- -8
Fechamento
Este tópico de estudo revisitou documentos importantes para a Educação Básica, voltando o olhar
especificamente para o Ensino Fundamental. Destacou-se seu caráter obrigatório bem como listou-se os
conteúdos mínimos exigidos para a base curricular comum e a sua parte diversificada. Com isso você teve a
oportunidade de conhecer, identificar e aprofundar seus conhecimentos acerca do Ensino Fundamental e sua
organização em acordo com a CF de 1988 e a LDB de 1996.
Referências
BRASIL. . Disponível em: <Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, Brasília, DF, 5 out. 1988
>. Acesso em: .http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm 23/01/2019
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Ensino Médio
Débora dos Santos / Mirian Elizabet Hahmeyer Collares
Introdução
Caro estudante, a educação brasileira se distribui em diferentes níveis e modalidades de ensino. Neste tópico de
estudo, você irá conhecer como está organizado o Ensino Médio a partir da sua regulamentação, ou seja, você
compreenderá as principais legislações pertinentes a esse nível de ensino. Faremos uma breve incursão
histórica, partindo da concepção de Ensino Médio na Constituição Federal de 1988 e passaremos pela Lei de
Diretrizes e Bases de 1996, chegando até a Reforma do Ensino Médio aprovada em 2017. Vamos lá!
Ensino Médio na Constituição Federal de 1988
Vamos começar este estudo passando, brevemente, pela história da regulamentação do Ensino Médio brasileiro.
Na primeira Constituição republicana de nosso país, promulgada em 1891, a restrição ao voto dos analfabetos
evidenciava o descaso governamental com o tema educação (PILETTI, 1996). Ao abordar as reformas
educacionais no Brasil, é importante conhecermos as características da Reforma Benjamim Constant (1890-
1892), como: ensino secundário de sete anos, ensino público laico, liberdade de culto e expansão da oferta de
ensino privado. Neste período, da República Velha, foi promovida a ideia do ensino secundário preparatório para
o ensino superior (PILETTI, 1996).
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Figura 1 - Ensino secundário para adolescentes
Fonte: Gpointstudio, Shutterstock, 2018.
O sistema educacional brasileiro inicia, efetivamente, sua estruturação a partir de 1930, com a Reforma
Francisco Campos (1932). Neste cenário, o curso secundário de sete anos foi dividido em dois ciclos,
respectivamente, de cinco e dois anos. Posteriormente, com a instalação do Estado Novo e promulgação da
Constituição de 1937, o Estado passa a assumir a educação como dever institucional. A reforma empreendida
por Gustavo Capanema, durante a Reforma Capanema (1942), instaura a educação básica composta por curso
primário e curso secundário de natureza propedêutica, ou seja, introdutória, subdividido em curso ginasial de
quatro anos e curso colegial de três anos, denominados de científico e clássico. As Constituições que seguiram
(1946; 1967 e 1969) garantiram a gratuidade do Ensino Primário e, basicamente, não alteraram a situação do
Ensino Médio (GHIRALDELLI JR., 2006).
O Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova (1932) propôs reconstruir o processo educacional brasileiro, tendo
FIQUE ATENTO
As condições históricas, políticas e sociais das Reformas Educacionais mostram como o ensino
foi se constituindo ao longo dos anos.
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O Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova (1932) propôs reconstruir o processo educacional brasileiro, tendo
como principais ideias a educação, como: 1) instrumento de reconstrução da democracia; 2) laica, pública,
obrigatória, gratuita e sem qualquer segregação de cor, sexo ou tipo de estudos, e vinculada à realidade das
comunidades; 3) unificada, com graus articulados ao crescimento humano, ensino múltiplo e adaptado às
características regionais; 4) funcional e ativa, e os currículos adaptados aos interesses e aptidões dos alunos; 5)
os professores devem ter formação universitária.
Figura 2 - A educação e as constituições
Fonte: Africa Studio, Shutterstock, 2018.
A Constituição de 1988, art. 205, estabelece como objetivo para educação “[...] o pleno desenvolvimento da
pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho” (BRASIL, 1988).
Em 2014, entrou em vigência o Plano Nacional de Educação (PNE), Lei n 13.005, previsto pela Constituição deo
1988, voltado para o estabelecimento das diretrizes, metas e estratégias da educação nacional, associando as
responsabilidades dos diferentes entes federados – municípios, Estados e a União – no estabelecimento de
respectivos planos de educação.
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Ensino Médio – Lei de Diretrizes e Bases da 
Educação Nacional n. 9.394/96: finalidades, 
características, currículo e organização
A primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB/61), Lei n. 4.024, estabelece em seu título VII as
orientações para educação de grau médio e, no art. 33, determina que “[...] a educação de grau médio [...] destina-
se à formação de adolescente”. Já no art. 34, é disposto no mesmo plano de igualdade o curso secundário os
cursos técnicos e os pedagógicas (BRASIL, 1961).
Com o golpe militar em 1964, o ensino foi tomado como instrumentalização para o trabalho e a educação estava
condicionada ao controle ideológico (SAVIANI, 1998).
A Lei de Diretrizes e Bases de 1971, Lei n. 5692, apresentava dois pontos fundamentais: a escolaridade
obrigatóriados 7 aos 14 anos, tal como a Constituição de 1967, atendendo a população dos antigos primário e
ginásio; e a generalização do ensino profissionalizante no nível médio ou 2 grau, corroborando, assim, com a o
concepção da educação secundária como preparação para o trabalho.
Na década de 1990, a nova LDB foi criada. E o que mudou com ela? Bem, ela trouxe como principal inovação a
distribuição dos diferentes níveis de ensino: Ensino Básico (antiga pré-escola), Ensino Fundamental (1ª a 8ª
séries), Ensino Médio (antigo segundo grau), Ensino Profissionalizante e Superior (GHIRALDELLI JR., 2006).
Outra importante inovação foi a criação dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), responsáveis pelos
currículos nacionais de cada nível de ensino, distinguindo os parâmetros adotados no Ensino Fundamental dos
adotados no Ensino Médio.
EXEMPLO
Um exemplo da forte herança do regime militar na composição das escolas civis ou militares
pode ser observado em sua estrutura física, em que temos a disposição de salas de aulas
privilegiando a vigilância, as carteiras em fileiras, a presença da bandeira nacional, o modelo
de práticas da educação física, a comemoração de datas cívicas, o ordenamento e a
uniformização dos alunos, a disciplina e as punições etc.
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Reforma do Ensino Médio – 2017
A Reforma do Ensino Médio, Lei n 13.415, foi sancionada em fevereiro de 2017 e prevê sua implantaçãoo
gradual, dependente do estabelecimento das orientações da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), como
norte dos currículos, que está ainda em discussão.
Conforme institui a LDB n 9394/96 em seu artigo 35, o Ensino Médio tem como finalidades: oportunizar aoso
estudantes o prosseguimento e consolidação dos conhecimentos do Ensino Fundamental; preparar para a
cidadania e para o mundo do trabalho; desenvolver a competência ética e a autonomia intelectual e promover a
apropriação dos conhecimentos científicos e tecnológicos.
Para ajudar a compreender melhor, podemos identificar os pontos mais debatidos e de maior impacto na
estrutura da reforma do Ensino Médio nacional.
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Quadro 1 - Principais destaques da BNCC
Fonte: Elaborado pelas autoras, 2018.
A implantação do Ensino Integral é destaque na reforma do Ensino Médio. As escolas passam a ter o prazo de
cinco anos para ampliar a carga horária de 800 horas anuais para 1 mil horas, com turnos de cinco horas diárias,
devendo chegar a uma carga horária anual de 1,4 mil horas.
Está previsto, ainda, a inserção do itinerário de formação técnica no espaço da carga horária do ensino regular.
Ao concluir os estudos, o estudante que optar por esse itinerário formativo receberá do ensino regular o diploma
e certificação do Ensino Técnico.
FIQUE ATENTO
Um dos principais destaques da alteração o ensino é a ampliação paulatina da carga horária,
visando a implementação do Ensino Médio integral.
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Figura 3 - Ensino técnico
Fonte: Stocknadia, Shutterstock, 2018.
Assim, podemos entender que a Reforma do Ensino Médio recém-aprovada ainda encontrará um longo percurso
para sua implantação. Porém já encontramos experiências pontuais de sua gradual aplicação.
A atual reforma do Ensino Médio tem sido alvo de muita polêmica, dividindo opiniões acerca de seus impactos
para a formação dos jovens. Uma das questões presentes nas discussões acerca da reforma seria de que a nova
organização curricular privilegiaria uma formação tecnicista, focada apenas na preparação para o trabalho em
detrimento de uma formação integral e humana.
Fechamento
Neste tópico de estudo, você teve a oportunidade de rever a evolução histórica da concepção legal do Ensino
Médio brasileiro e conhecer as diferentes Constituições Federais, que trataram desse tema. Além disso, vimos as
diferentes concepções do Ensino Médio pelo viés de distintas Leis de Diretrizes e Bases, ao longo da história. Por
fim, conhecemos as principais alterações propostas pela Reforma do Ensino Médio de 2017.
https://www.youtube.com/embed/MP7LjbD8SvU
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Políticas de investimentos 
educacionais e instrumentos de 
financiamento
Débora dos Santos / Leonardo Queiroz Leite
Introdução
Caro estudante, você sabe de onde vêm os recursos destinados aos diferentes níveis e modalidades de educação?
Ou como estão estruturados os principais meios de financiamento das políticas públicas no Brasil? Neste tópico
de estudo, analisaremos os mecanismos de financiamento da educação brasileira, previstos na legislação
nacional: a Constituição Federal (CF) e na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB).
Compreendendo como os recursos são distribuídos, bem como a divisão de responsabilidades entre os entes
federativos.
Os instrumentos de financiamento público de 
educação no Brasil
Os instrumentos de financiamento público da educação brasileira surgiram para organizar a destinação de
recurso da área de educação, de modo a otimizar o processo e possibilitar o uso racional do dinheiro público.
Segundo Pilleti (2010, p. 47), ao analisar as diretrizes do PNE, “[...] o financiamento da educação deve ser tratado
não apenas como uma questão de direito, mas como um valor em si e princípio da cidadania”.
Ainda de acordo com o autor, de nada adiantaria “[...] apresentar a educação como direito de todos e dever do
Estado e da sociedade [...] se não fossem garantidos os meios pelos quais esse direito pudesse ser cumprido”
(PILETTI, 2010, p. 47).
Neste sentido, veremos a seguir alguns dispositivos legais previstos na legislação vigente.
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Financiamento constitucional da educação
Na CF de 1988 a educação se constitui não só política e legalmente como um direito garantido, mas também
passa a ser mais valorizada pela sociedade enquanto instrumento de igualdade, inclusão e transformação social.
Para efetivar as políticas públicas de educação em uma nação multicultural e heterogênea e que apresenta
desigualdades e contradições como o Brasil, a CF estabeleceu o marco legal fundamental para o financiamento
das atividades educacionais (BRASIL, 1988).
Neste sentido, de acordo com a CF, artigo 212 deverão ser aplicados os percentuais de, no mínimo, 18% (União)
e 25% (Estados, Distrito Federal e Municípios) da receita resultante dos impostos.
Podemos observar isto na imagem a seguir.
FIQUE ATENTO
Os entes federativos são responsáveis, em regime de colaboração, pela organização do sistema
de ensino. Para isso, houve um aumento da participação das receitas da União destinadas à
educação, fixadas em 18%, mantendo-se o percentual mínimo de 25% para Estados, Distrito
Federal e municípios, de acordo com o artigo 212 da CF (BRASIL, 1988).
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Quadro 1 - Definições sobre a aplicação dos recursos
Fonte: BRASIL, 1988.
Assim, a União está incumbida da organização do ensino federal e do financiamento das instituições de ensino
federais, prestando assistência técnica e financeira aos Estados, ao Distrito Federal e aos municípios para o
desenvolvimento de seus sistemas de ensino e o atendimento prioritário à escolaridade obrigatória, conforme
disposto no artigo 212 (BRASIL, 1988).
Na figura a seguir, podemos perceber o papel de cada esfera de governo.
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Quadro 2 - Responsabilidades dos entes federativos
Fonte: BRASIL, 1988.
A respeito do financiamento das políticas públicas de educação, a nova LDB é mais esclarecedora do que o
capítulo correspondente que constava em suas antigas versões, as Leis n. 4.024/61 e 5.692/71. Isso se dá porque
temos, pela primeira vez, a definição do que significa “manutenção e desenvolvimento de ensino”, a fim de que o
financiamento da educação, dado pela aplicação do recurso financeiro, tenha destinação certa.
Considerar-se-ão como de manutenção e desenvolvimento do ensino as despesas realizadas com
vistas à consecução dos objetivos básicos das instituições educacionais de todos os níveis,
compreendendo as que se destinam a:
I – remuneração e aperfeiçoamento do pessoal docente e demais profissionais da educação;
II – aquisição, manutenção, construção e conservação de instalações e equipamentos necessários ao
ensino;
III – uso e manutenção de bens e serviços vinculados ao ensino;
IV – levantamentos estatísticos, estudos e pesquisas visando precipuamente ao aprimoramento da
qualidade e à expansão do ensino;
V – realização de atividades-meio necessárias ao funcionamento dos sistemas de ensino;
VI – concessão de bolsas de estudo a alunos de escolas públicas e privadas;
VII – amortização e custeio de operações de crédito destinadas a atender ao disposto nos incisos
deste artigo;
VIII – aquisição de material didático-escolar e manutenção de programas de transporte escolar.
(BRASIL, 1996).
O mesmo dispositivo, em seu artigo seguinte, já explicita também o que não pode ser considerado como
manutenção e desenvolvimento de ensino:
Art. 71. Não constituirão despesas de manutenção e desenvolvimento do ensino aquelas realizadas
com:
I – pesquisa, quando não vinculada às instituições de ensino, ou, quando efetivada fora dos sistemas
de ensino, que não vise, precipuamente, ao aprimoramento de sua qualidade ou à sua expansão;
II – subvenção a instituições públicas ou privadas de caráter assistencial, desportivo ou cultural;
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II – subvenção a instituições públicas ou privadas de caráter assistencial, desportivo ou cultural;
III – formação de quadros especiais para a administração pública, sejam militares ou civis, inclusive
diplomáticos;
IV – programas suplementares de alimentação, assistência médico-odontológica, farmacêutica e
psicológica, e outras formas de assistência social;
V – obras de infraestrutura, ainda que realizadas para beneficiar direta ou indiretamente a rede
escolar;
VI – pessoal docente e demais trabalhadores da educação, quando em desvio de função ou em
atividade alheia à manutenção e desenvolvimento do ensino. (BRASIL, 1996).
Além disso, o artigo 68 da LDB deixa claro quais são os tipos de recursos destinados à educação. LDB, Art. 68.
Serão recursos públicos destinados à educação os originários de:
I - receita de impostos próprios da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
II - receita de transferências constitucionais e outras transferências;
III - receita do salário-educação e de outras contribuições sociais;
IV - receita de incentivos fiscais;
V - outros recursos previstos em lei. (BRASIL, 1996).
Esse cuidado que os legisladores tiveram em redigir os referidos artigos deve ser entendido a partir da
conscientização da importância que assume a questão financeira nas políticas públicas de educação na
atualidade.
O investimento público em ensino
Atualmente, a Educação Básica e Superior no País conta com dois importantes fundos: Fundo Nacional de
Desenvolvimento da Educação (Fundeb) e Fundo de Financiamento Estudantil (Fies).Veja na figura a seguir uma
síntese desses fundos de financiamento.
FIQUE ATENTO
O cuidado de definir a manutenção e o desenvolvimento de ensino tem como intuito evitar a
utilização da verba da educação, sob qualquer pretexto que não esteja definido nos artigos
mencionados.
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Quadro 3 - Fundos para educação básica e superior no Brasil
Fonte: Elaborado pelos autores, 2018.
Segundo Piletti e Rossato (2010, p. 47), a lei do Fundef objetivava a “[...] manutenção e desenvolvimento do
ensino fundamental público e a valorização do magistério”, pois destinava pelo menos 60% da remuneração
para profissionais do magistério.
Ainda de acordo com os autores, após garantir a equidade na distribuição dos recursos, o desafio seria garantir
um padrão mínimo de qualidade nas escolas.
Controle social dos recursos educacionais
Em relação ao financiamento e ao controle social dos recursos financeiros da educação, aplica-se a mesma lógica,
já traçada na LDB. Uma vez que a participação das comunidades escolares e o acompanhamento das políticas
públicas, por meio de mecanismos de participação, seja via conselhos de Políticas Públicas, conferências ou
audiências públicas. Estes meios são necessários para melhor alocação e fiscalização dos recursos destinados ao
financiamento das políticas de educação.
SAIBA MAIS
Para se aprofundar sobre o tema, indicamos a leitura do capítulo 2 do livro Planejamento,
gestão e legislação escolar, do autor Geraldo José Sant' Anna. Editora Erica. Ano: 2014.
Disponível em: https://biblioteca.sophia.com.br/9198/index.asp?codigo_sophia=570659
https://biblioteca.sophia.com.br/9198/index.asp?codigo_sophia=570659
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Figura 1 - Comunidade escolar protagonista
Fonte: Monkey Business Images, Shutterstock, 2018.
O artigo 14 da LDB define normas da gestão democrática da Educação Básica e propõe uma participação de
caráter mais coletivo, no ambiente escolar, mesmo que tratando do processo de elaboração e decisão do projeto
pedagógico de cada escola. Este documento prevê objetivos da instituição e projetos que serão realizados e terão
a destinação de recursos.
O envolvimento de diversos atores sociais, no processo de fiscalização constante das políticas de educação,
contribui para o melhor desempenho da educação pública. Como a comunidade escolar é a protagonista da
educação, devido ao seu contato direto com a prática cotidiana dos processos educacionais, nada mais adequado
EXEMPLO
Um exemplo dessa participação e envolvimento é o acompanhamento da comunidade por
meio dos portais de transparência, além de instrumentos e ações instituídos pela Lei de Acesso
à Informação, Lei n. 12.527/2011. Nas escolas, o acompanhamento pode ser realizado a partir
das associações de pais e professores, ou da Associação de Pais, Mestres e Funcionários
(APMF), que tem a finalidade de contribuir, de forma sistematizada, com o ambiente e rotina
escolar.
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educação, devido ao seu contato direto com a prática cotidiana dos processos educacionais, nada mais adequado
do que o seu olhar e ação vigilante para aperfeiçoar o envolvimento coletivo nas práticas educacionais.
Fechamento
Neste tópico de estudo, você teve a oportunidade de conhecer como está estruturada a distribuição dos recursos
destinados ao financiamento da educação. Você pôde estudar, ainda, a responsabilidade de cada ente federativo
para com os diferentes níveis de ensino, bem como os dois principais fundos de investimentos na Educação
Básica e no Ensino Superior. Por fim, teve a oportunidade de reconhecer a importância da participação ativa da
sociedade no controle e fiscalização da aplicação destes recursos.
Referências
BRASIL. Constituição. Constituição da República Federativa do Brasil, 1988. Disponível em: <http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm>. Acesso em: 17/01/2019.
______. Lei n. 5.692, de 11 de agosto de 1971. Fixa diretrizes e bases para o ensino de 1° e 2º graus, e dá outras
providências, 1971. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L5692.htm>. Acesso em: 17/01
/2019.
______. Lei n. 9.394, de 20 de dezembro 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, 1996.
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9394.htm>. Acesso em: 17/01/2019.
______. Ministério da Educação. FIES - Programa de Financiamento Estudantil, s.d. Disponível em: <
http://sisfiesportal.mec.gov.br/?pagina=fies>. Acesso em: 17/01/2019.
______. Ministério da Educação. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. Censo da
Educação Superior 2014 – notas estatísticas. Disponível em: <http://download.inep.gov.br/educacao_superior
/censo_superior/documentos/2015/notas_sobre_o_censo_da_educacao_superior_2014.pdf>. Acesso em: 17/01
/2019.
PILETTI, N.; ROSSATO, G. Educação Básica: da organização legal ao cotidiano escolar. São Paulo: Ática, 2010.
Disponível em: <https://bv4.digitalpages.com.br/?term=Educa%25C3%25A7%25C3%25A3o%2520B%25C3%
25A1sica%2520da%2520organiza%25C3%25A7%25C3%25A3o%2520legal%2520ao%2520cotidiano%
2520escolar&searchpage=1&filtro=todos&from=busca&page=7&section=0#/edicao/1878>. Acesso em: 17/01
/2019.
SANT' ANNA, G. J. Planejamento, gestão e legislação escolar. São Paulo: Erica, 2014. Disponível 
em:https://biblioteca.sophia.com.br/9198/index.asp?codigo_sophia=570659
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L5692.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9394.htm
http://sisfiesportal.mec.gov.br/?pagina=fies
http://download.inep.gov.br/educacao_superior/censo_superior/documentos/2015/notas_sobre_o_censo_da_educacao_superior_2014.pdf
http://download.inep.gov.br/educacao_superior/censo_superior/documentos/2015/notas_sobre_o_censo_da_educacao_superior_2014.pdf
https://bv4.digitalpages.com.br/?term=Educa%25C3%25A7%25C3%25A3o%2520B%25C3%25A1sica%2520da%2520organiza%25C3%25A7%25C3%25A3o%2520legal%2520ao%2520cotidiano%2520escolar&searchpage=1&filtro=todos&from=busca&page=7&section=0#/edicao/1878
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https://biblioteca.sophia.com.br/9198/index.asp?codigo_sophia=570659
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Currículo escolar da Educação 
Básica
Débora dos Santos / Silene Fontana
Introdução
Caro estudante, a Constituição Federal de 1988 determina que sejam estabelecidos conteúdos mínimos para a
educação, com o objetivo de garantir uma formação básica comum. Você sabe quais são esses conteúdos
mínimos? Já parou para pensar como e por quem eles são organizados e definidos?
Veremos, a seguir, as políticas curriculares que surgem a partir da constituição e como essas políticas orientam
os sistemas e a rede de escolas para garantir a integração do currículo voltado à formação de uma educação
inclusiva e democrática, com o processo de ensino-aprendizagem de todos os alunos e a articulação de todas as
etapas da Educação Básica.
Diretrizes Curriculares Nacionais
As Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) são normas obrigatórias que orientam o planejamento curricular
das escolas e dos sistemas de ensino, discutidas, concebidas e fixadas pelo Conselho Nacional de Educação (CNE).
São referências normatizadoras legais, que orientam a construção do Projeto Político-Pedagógico a partir dos
conteúdos mínimos que devem ser ensinados aos alunos.
As Novas Diretrizes Curriculares da Educação Básica foram instituídas com o propósito de prover os sistemas
educativos em seus vários níveis (municipal, estadual e federal) de instrumentos para que todos os indivíduos
(crianças, adolescentes, jovense adultos) possam se desenvolver de forma integral, com uma formação de
EXEMPLO
A integração das dimensões do trabalho, da ciência, da tecnologia e da cultura no Ensino Médio
voltada à formação humana integral do aluno na etapa conclusiva da Educação Básica é um
exemplo da aplicação das orientações previstas nos DCNs.
- -2
(crianças, adolescentes, jovens e adultos) possam se desenvolver de forma integral, com uma formação de
qualidade e que respeite as diferentes condições sociais, culturais, emocionais, físicas e étnicas. Assim, as DCNs
(BRASIL, 2013) são divididas de acordo com as etapas e modalidades de ensino, elencadas a seguir:
Figura 1 - Modalidades de ensino
Fonte: BRASIL, 2013.
Os três objetivos fundamentais das DCNs são:
• sistematizar princípios e diretrizes gerais da Educação Básica contidos na Constituição Federal, na LDB e 
demais dispositivos legais, de modo a proporcionar a formação básica ao aluno;
• incentivar a reflexão sobre o PPP; e
• orientar os cursos de formação inicial e continuada de professores e demais profissionais da Educação 
Básica (BRASIL, 2013).
Enquanto a Constituição e a LDB estabelecem o que os sistemas educacionais devem fazer, as DCNs estabelecem
como fazer.
•
•
•
- -3
De acordo com o artigo 11 das DCNs, a escola de Educação Básica é o espaço ideal para ressignificar e recriar a
cultura herdada da sociedade (próprias de cada região do País), ou seja, para se reconstruir as identidades
culturais e valorizar as raízes de cada região do País. Para isso, na organização curricular, considerando a
multidimensionalidade, é necessário que haja a superação de padrões, regras, hábitos, como o acolhimento de
diferentes sujeitos, cada qual com diferentes condições (físicas, sensoriais, intelectuais e emocionais, classes
sociais, culturais, alimentares, crenças, etnias, gêneros), além de “[...] garantir o bem-estar de crianças,
adolescentes, jovens e adultos, no relacionamento entre si e com as demais pessoas” (BRASIL, 2013, p. 25).
Parâmetros Curriculares Nacionais
Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) são orientações elaboradas pelo Governo Federal com o objetivo
de difundir os princípios da reforma curricular e orientar os professores na busca de novas abordagens e
metodologias. É a base para formular as matrizes de referência (língua portuguesa, matemática e ciências).
O novo perfil para o currículo está apoiado em competências básicas para a inserção dos jovens na vida adulta,
buscando dar significado ao conhecimento escolar, levando em consideração a contextualização e a
interdisciplinaridade, além do incentivo ao raciocínio e à capacidade de aprender (BRASIL, 2000).
De acordo com os PCNs, a construção do currículo deve seguir um processo contínuo e sistemático, no qual a
revisão de conteúdos e metodologias possibilitem a melhoria do processo de ensino e aprendizagem e do
aperfeiçoamento da formação do professor (BRASIL, 1997). 
Os PCNs são divididos em sete diferentes áreas do conhecimento e seis temas transversais que devem permear o
FIQUE ATENTO
Diretrizes Curriculares Nacionais definem os princípios, fundamentos e procedimentos que
irão orientar as políticas educacionais das escolas, garantindo a democratização do acesso,
inclusão, permanência e sucesso das crianças, jovens e adultos na instituição educacional,
favorecendo a formação integral do aluno.
FIQUE ATENTO
Embora não sejam obrigatórios, por não constituírem atos administrativos normativos
(aqueles que contêm um comando geral do Executivo, visando correta aplicação da lei), os
PCNs abrangem tanto a rede pública de ensino quanto a privada e servem como norteadores
para professores, coordenadores e diretores, que podem adequá-los às realidades locais.
- -4
Os PCNs são divididos em sete diferentes áreas do conhecimento e seis temas transversais que devem permear o
trabalho pedagógico no cotidiano escolar, atendendo às peculiaridades de todas as regiões brasileiras.
Quadro 1 - Distribuição dos conteúdos nos PCNs
Fonte: Elaborado pelas autoras, baseado em BRASIL, 2000.
Em síntese, os PCNs, embora não sejam de cunho obrigatório, são dispositivos de orientação, que visam facilitar
e otimizar o cotidiano da prática pedagógica e das escolas na organização de práticas e conteúdos curriculares.
Formas de organização curricular
A organização curricular pressupõe uma perspectiva de articulação interdisciplinar, ou seja, o estabelecimento
de relação entre os elementos curriculares de forma que favoreça o desenvolvimento de conhecimentos
(saberes, competências, valores e práticas) pelo aluno. Para tanto, deve seguir as orientações da Lei de Diretrizes
e Base (LDB), dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) e das Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN).
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Entre as práticas implantadas nas escolas brasileiras, a forma mais clássica de organização curricular é o modelo
linear disciplinar (baseado em disciplinas), caracterizado pelos regimes seriado e ciclado. De acordo com a LDB,
sobre os níveis e as modalidades de ensino, o artigo 23 estabelece que:
A Educação Básica poderá organizar-se em séries anuais, períodos semestrais, ciclos, alternância
regular de períodos de estudos, grupos não-seriados, com base na idade, na competência e em outros
critérios, ou por forma diversa de organização, sempre que o interesse do processo de aprendizagem
assim o recomendar. (BRASIL, 1996).
Como visto anteriormente, a organização curricular deve conter uma base nacional comum que deverá ser
complementada com conteúdos selecionados pela escola com o objetivo de enriquecimento de conhecimento,
por meio da introdução de projetos e atividades do interesse da comunidade a fim de favorecer a incorporação
de valores e práticas sociais indispensáveis ao exercício da cidadania.
Base Nacional Comum Curricular (BNCC)
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) foi criada por exigência da LDB, das DCNs e do PNE. O documento
apresenta quais são os conteúdos mínimos de aprendizagem de cada uma das etapas de formação nas áreas de
Linguagens, Matemática, Ciências da Natureza e Ciências Humanas. No entanto, o BNCC não deixa o currículo
totalmente fixo, mas tem a função de orientar a construção do currículo específico e dos PPPs.
A Base Nacional Comum integra a Política Nacional de Educação Básica, como demonstra a figura a seguir:
https://bv4.digitalpages.com.br/?term=Educa%25C3%25A7%25C3%25A3o%2520B%25C3%25A1sica%2520da%2520organiza%25C3%25A7%25C3%25A3o%2520legal%2520ao%2520cotidiano%2520escolar&searchpage=1&filtro=todos&from=busca#/edicao/1878
https://bv4.digitalpages.com.br/?term=Educa%25C3%25A7%25C3%25A3o%2520B%25C3%25A1sica%2520da%2520organiza%25C3%25A7%25C3%25A3o%2520legal%2520ao%2520cotidiano%2520escolar&searchpage=1&filtro=todos&from=busca#/edicao/1878
https://bv4.digitalpages.com.br/?term=Educa%25C3%25A7%25C3%25A3o%2520B%25C3%25A1sica%2520da%2520organiza%25C3%25A7%25C3%25A3o%2520legal%2520ao%2520cotidiano%2520escolar&searchpage=1&filtro=todos&from=busca#/edicao/1878
https://bv4.digitalpages.com.br/?term=Educa%25C3%25A7%25C3%25A3o%2520B%25C3%25A1sica%2520da%2520organiza%25C3%25A7%25C3%25A3o%2520legal%2520ao%2520cotidiano%2520escolar&searchpage=1&filtro=todos&from=busca#/edicao/1878
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Fonte: BRASIL, 2016, p. 26.
O BNCC busca uma mediação pedagógica entre o que é determinado pela LDB e as DCNs. Decorrem da BNCC
(BRASIL, 2016) quatro políticas de educação, que se articulam para garantir as condições que geram a qualidade
na Educação Básica:
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Figura 2 - Políticas de Educação
Fonte: Elaborada pelas autoras, baseado em BRASIL, 2016.
A integração e efetivação dessas quatro políticas tem o potencial de elevar a qualidade da educação, pois une
pontas fundamentais, como formação de professores, infraestrutura de qualidade, tecnologias educacionais
avançadas que acompanhem as transformações e inovações da sociedade, bem como um sistema de avaliação
sério, comprometido com referenciais de qualidade para a educação.
Fechamento
Este tópico de estudo abordou a importância das políticas curricularespara a educação e como elas estão
organizadas, passando pelos parâmetros e diretrizes que orientam a organização curricular nas escolas de
educação básica.
Além disso, você viu como estão distribuídos os conteúdos mínimos que devem ser incluídos nos currículos
escolares, divididos em diferentes áreas do conhecimento e a importância da parte diversificada considerando as
diferenças culturais e regionais brasileiras.
https://www.youtube.com/embed/MP7LjbD8SvU
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Referências
BRASIL. Câmara dos Deputados. . Lei n. 13.005, de 25 de junho dePlano Nacional de Educação 2014-2024
2014, que aprova o Plano Nacional de Educação (PNE) e dá outras providências. Brasília: Edições Câmara, 2014a.
______. Comissão de Educação e Cultura. :Projeto de Lei do Plano Nacional de Educação (PNE 2011/2020)
projeto em tramitação no Congresso Nacional - PL n. 8.035/2010. Brasília: Edições Câmara, 2011. Disponível em:
<unb2.unb.br/administracao/decanatos/dex/formularios/Documentos%20normativos/DEX
>. Acesso em: 06/11/2018./projeto_de_lei_do_plano_nacional_de_educao_pne_2011_2020.pdf
______. da República Federativa do Brasil de 1988. Atualizada até a emenda 91/2016. DisponívelConstituição
em: < >. Acesso em: 06/11/2018.www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm
______. , de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional.Lei n. 9.394
Disponível em: < >. Acesso em: 06/11/2018.portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/lei9394_ldbn1.pdf
______. Ministério da Educação (MEC). . Proposta preliminar. 2. versão revista.Base Nacional Comum Curricular
2016. Disponível em: < >. Acessohttp://basenacionalcomum.mec.gov.br/documentos/bncc-2versao.revista.pdf
em: 06/11/2018.
______. : Ensino Médio. 2000. Disponível em: <Parâmetros Curriculares Nacionais portal.mec.gov.br/seb
>. Acesso em: 06/11/2018./arquivos/pdf/blegais.pdf
______. Secretaria de Educação Básica (SEB). Diretoria de Currículos e Educação Integral. Diretrizes Curriculares
. Brasília: MEC/SEB/DICEI, 2013. Disponível em: <Nacionais Gerais da Educação Básica portal.mec.gov.br
>. Acesso em: 06/11/2018./docman/julho-2013-pdf/13677-diretrizes-educacao-basica-2013-pdf/file
______. Secretaria de Educação Fundamental (SEF). : introdução aosParâmetros curriculares nacionais
parâmetros curriculares nacionais. Brasília: MEC/SEF, 1997. Disponível em: <portal.mec.gov.br/seb/arquivos
>. Acesso em: 06/11/2018./pdf/livro01.pdf
PILETTI, N.; ROSSATO, G. : da organização legal ao cotidiano escolar. São Paulo: Ática, 2010.Educação Básica
Disponível em: <https://bv4.digitalpages.com.br/?term=Educa%25C3%25A7%25C3%25A3o%2520B%25C3%
25A1sica%2520da%2520organiza%25C3%25A7%25C3%25A3o%2520legal%2520ao%2520cotidiano%
>. Acesso em: 17/01/2019.2520escolar&searchpage=1&filtro=todos&from=busca#/edicao/1878
http://unb2.unb.br/administracao/decanatos/dex/formularios/Documentos%20normativos/DEX/projeto_de_lei_do_plano_nacional_de_educao_pne_2011_2020.pdf
http://unb2.unb.br/administracao/decanatos/dex/formularios/Documentos%20normativos/DEX/projeto_de_lei_do_plano_nacional_de_educao_pne_2011_2020.pdf
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm
http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/lei9394_ldbn1.pdf
http://basenacionalcomum.mec.gov.br/documentos/bncc-2versao.revista.pdf
http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/blegais.pdf
http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/blegais.pdf
http://portal.mec.gov.br/docman/julho-2013-pdf/13677-diretrizes-educacao-basica-2013-pdf/file
http://portal.mec.gov.br/docman/julho-2013-pdf/13677-diretrizes-educacao-basica-2013-pdf/file
http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro01.pdf
http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro01.pdf
https://bv4.digitalpages.com.br/?term=Educa%25C3%25A7%25C3%25A3o%2520B%25C3%25A1sica%2520da%2520organiza%25C3%25A7%25C3%25A3o%2520legal%2520ao%2520cotidiano%2520escolar&searchpage=1&filtro=todos&from=busca#/edicao/1878
https://bv4.digitalpages.com.br/?term=Educa%25C3%25A7%25C3%25A3o%2520B%25C3%25A1sica%2520da%2520organiza%25C3%25A7%25C3%25A3o%2520legal%2520ao%2520cotidiano%2520escolar&searchpage=1&filtro=todos&from=busca#/edicao/1878
https://bv4.digitalpages.com.br/?term=Educa%25C3%25A7%25C3%25A3o%2520B%25C3%25A1sica%2520da%2520organiza%25C3%25A7%25C3%25A3o%2520legal%2520ao%2520cotidiano%2520escolar&searchpage=1&filtro=todos&from=busca#/edicao/1878
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Políticas públicas para 
formação de professores
Débora dos Santos
Introdução
Caro estudante, você já refletiu sobre a íntima relação entre a qualidade da educação e a formação de
professores? Já parou para pensar em como uma formação profissional de qualidade, integrada com o cotidiano
escolar, pode contribuir para a melhoria da qualidade na educação? Neste tópico de estudos, você verá as
políticas de formação de professores da educação básica vigentes e como elas estão articuladas.
Formação de professores qualidade na x
educação
Oferecer à sociedade uma educação de qualidade nos diferentes níveis e modalidades pressupõe pensar em uma
formação docente de qualidade, que inclua tanto a formação inicial quanto a formação continuada. Em outras
palavras, pode-se afirmar que a formação de professores e a qualidade na educação caminham lado a lado.
- -2
Figura 1 - Qualidade na educação x formação de professores
Fonte: Woaiss, Shutterstock, 2018.
A qualidade na Educação Básica e a Formação de Professores, bem como a relação diretamente proporcional
entre elas, são temas comumente debatidos na elaboração da LDB e passam a integrar as ações e políticas
propostas pelo Ministério da Educação (MEC).
Conforme Barbosa e Fernandes (2017) destacam, naquele momento tinha-se a meta de formar no Ensino
Superior, no prazo de dez anos, todos os professores das redes públicas de ensino nos seus diferentes níveis e
ressaltam que:
FIQUE ATENTO
A LDB determinou que após o ano de 2007 somente seriam admitidos professores habilitados
em nível superior, inclusive para Educação Infantil e anos iniciais do Ensino Fundamental.
- -3
Diante disso, a formação de professores tornou-se um tema crucial, implicado em qualquer discussão
que visasse propor políticas públicas para a educação escolar, devido ao reconhecimento de que os
desafios apresentados para a escola contemporânea exigiam/exigem um patamar cada vez mais
elevado de formação do seu corpo docente. (BARBOSA; FERNANDES, 2017, s/p.).
Figura 2 - Formação inicial e continuada
Fonte: Shutterstock, 2018.
Desde então é possível observar ao longo dos anos que sucederam a aprovação da LDB/96 esforços do
Ministério da Educação no que diz respeito à criação e execução de programas e políticas voltadas à formação de
professores.
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Programas de formação de professores da 
educação básica
No ano de 2007, por meio da indução e fomento da formação inicial e continuada de professores para a educação
básica nos formatos presencial e a distância, de acordo a CAPS (2018):
As ações coordenadas pela agência culminaram com o lançamento do Plano Nacional de Formação
dos Professores da Educação Básica, em 28 de maio de 2009. Com o Plano, mais de 330.000
professores das escolas públicas estaduais e municipais que atuam sem formação adequada à Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Brasileira (LDB) poderão iniciar cursos gratuitos de licenciatura. (
CAPS, 2018, s/p.).
Dentro da estrutura organizacional da CAPS, há a Diretoria de Formação de Professores da Educação Básica
(DEB), a ela cabe atuar em duas frentes:
• na indução à formação inicial de professores para a Educação Básica, organizando e apoiando a oferta de 
cursos de licenciatura presenciais especiais, por meio do Plano Nacional de Formação de Professores da 
Educação Básica – Parfor;
• no fomento a projetos de estudos, pesquisas e inovação, desenvolvendo um conjunto articulado de 
programas voltados à valorização do magistério.
No portal da Capes é possível encontrar dez diferentes programas, aliando teoria e prática, aproximando as
escolas da produção científica e acadêmica, numa perspectiva de ampliar a qualidade daeducação básica.
•
•
- -5
Figura 3 - Aproximação dos discentes de licenciatura com a realidade escolar
Fonte: Ivelin Radkov, Shutterstock, 2018.
Veja quais são os dez programas da Capes voltados para a formação dos professores da Educação Básica e seus
respectivos objetivos.
• Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID): tem o objetivo de proporcionar aos 
discentes uma aproximação prática com o cotidiano das escolas públicas de educação básica na primeira 
metade do curso de licenciatura. Isso acontece por meio de quatro modalidades de bolsas que variam de 
R$400,00 (quatrocentos reais) a 1.500,00 (mil e quinhentos reais), para os participantes do projeto 
(discentes das IES, professor Supervisor, coordenador de área e coordenador institucional).
• Programa de Residência pedagógica: possui o objetivo de inserir os discentes dos cursos de licenciaturas 
na segunda metade dos seus cursos, que deverá ser imerso na realidade escolar, realizando intervenções 
pedagógicas e regência de sala de aula acompanhada por um professor da escola. Igualmente ao PIBID, os 
participantes do projeto recebem bolsas que variam de R$400,00 (quatrocentos reais) a 1500,00 (mil e 
quinhentos reais) de acordo com cada modalidade.
•
•
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• Plano Nacional de Formação de Professores da Educação Básica (PARFOR): o PARFOR tem o objetivo de 
possibilitar o ingresso na educação superior, gratuita e de qualidade para docentes na rede pública de 
educação básica e que não possuem a formação específica em suas áreas de atuação.
• Observatório da Educação (OBEDUC): foi instituído pelo Decreto n. 5.803 de 8 de julho de 2006 e tem 
como principal objetivo articular cursos de pós-graduação, licenciaturas e escolas de educação básica e 
estimular a produção acadêmica.
• Programa Novos Talentos: este programa visa apoiar propostas de atividades extracurriculares para 
professores e alunos da educação básica.
• Programa de Apoio a Laboratórios Interdisciplinares de Formação de Educadores (LIFE): trata-se de um 
programa da que visa custear a criação de laboratórios interdisciplinares de formação de educadores. 
Esse programa está voltado ao desenvolvimento de metodologias inovadoras no que para práticas 
pedagógicas, uso de tecnologias, produção de materiais didáticos, entre outros.
• Prodocência – Programa de Consolidação das Licenciaturas: o programa foi lançado por meio da 
portaria no 40 de 3 de abril de 2013, com a perspectiva de valorização da carreira docente e tem o 
objetivo de fomentar a inovação e a qualidade dos cursos de formação para o magistério.
• STEM (Science, Technology, Engineering and Mathematics) – Programa de Cooperação Internacional: v
oltado para as áreas do ensino de ciências e matemática, o programa é uma parceria entre a Capes e o 
Conselho Britânico/Fundo Newton e tem como objetivo promover a mobilidade e o intercâmbio de 
docentes e pesquisadores responsáveis pelo ensino de ciências, tecnologias, engenharia e matemática de 
países emergentes ao Reino Unido.
• Projeto Água – Programa de Apoio à Produção de Material Didático para a Educação Básica: tem o 
objetivo de selecionar projetos de elaboração de materiais didáticos para os Ensinos Fundamental e 
Médio com o tema Água (uso múltiplo da Água e consumo sustentável; situação dos recursos hídricos no 
Brasil e no Mundo; cuidado com a água e mobilização social).
• ProF Licenciatura – Programa de Fomento à Formação de Professores da Educação Básica: este 
programa tem por objetivo melhorar da qualidade dos cursos de formação de professores para a 
Educação Básica. O projeto é realizado por meio de concessão de recursos para realização de atividades 
dos projetos aprovados pelo Pibid e Programa de Residência Pedagógica.
EXEMPLO
Um exemplo é o Centro Universitário Adventista de São Paulo (Unasp) – Engenheirocampus
Coelho, que iniciou o projeto de residência pedagógica em 2018. Ouça a entrevista realizada
com a doutora em educação Elize Franco, em que ela explica a importância do programa. Você
pode saber mais sobre o assunto acessando o : <link https://www.unasp.br/ec/sites/radio
>./unasp-implanta-programa-de-residencia-pedagogica/
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https://www.unasp.br/ec/sites/radio/unasp-implanta-programa-de-residencia-pedagogica/
https://www.unasp.br/ec/sites/radio/unasp-implanta-programa-de-residencia-pedagogica/
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Freitas (2007) faz uma análise crítica das políticas públicas instituídas após a Capes assumir o fomento da
formação inicial e continuada dos professores da educação básica. Esse artigo destaca que uma política global de
formação profissional da educação, de caráter sócio-histórico e que atenda às necessidades atuais implica em:
1) uma ação conjunta entre as universidades e demais instâncias formadoras e os sistemas de
ensino, de maneira a rever a formação básica;
2) a revisão das estruturas das instituições formadoras do profissional da educação, experienciando
novas maneiras de organizar a formação do educador;
3) o estabelecimento de uma integração permanente entre as instituições de formação do
profissional da educação, as entidades organizadas dos trabalhadores da educação e demais
entidades da área educacional, na instituição e fortalecimento de fóruns coletivos de debate e
indicação de políticas de formação e valorização profissional. (FREITAS, 2007, p. 1220).
FIQUE ATENTO
Os programas da CAPES, voltados para a educação básica, aliam a teoria e a prática. Seu
principal objetivo é aproximar as universidades das escolas, visando ampliar sua qualidade
com a formação dos professores, cursos de extensão, fomentando o desenvolvimento de novas
tecnologias, bem como a pesquisa e a produção científica no universo da educação básica.
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Figura 4 - Formação de base técnica e científica
Fonte: Shutterstock, 2018.
A autora destaca ainda a importância de uma educação de base de qualidade e que todos tenham igualdade de
condições de acesso. Para que, consequentemente, haja uma educação de qualidade que atenda aos “[...]
complexos processos da formação da infância e da juventude” (FREITAS, 2007, p. 1221).
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Por fim, cabe reforçar que não é possível pensar em uma educação de qualidade sem um programa de formação
profissional comprometido com a formação de profissionais capazes para contribuírem com o desenvolvimento
dos estudantes de diferentes sistemas e modalidades de ensino.
Fechamento
Neste tópico de estudo você conheceu as políticas vigentes voltadas para a formação de professores da Educação
Básica. Teve a oportunidade de refletir sobre a relação íntima e indissociável da formação profissional dos
professores com base científica e técnica sólida com a qualidade da educação básica. Viu também o destaque
para a importância da formação continuada em serviço e a aproximação dos discentes de licenciaturas com a
realidade escolar.
Referências
BARBOSA. M. . Instituto Nacional de Estudos e PesquisasPolíticas Públicas para formação de professores 
Anísio Teixeira (Org.). Brasília: Inep, 2017. p. 23-39. Disponível em: <http://portal.inep.gov.br/informacao-da-
>. Acesso em: 09/11/2018.publicacao/-/asset_publisher/6JYIsGMAMkW1/document/id/822815
FREITAS. H. C. L. de. : a prioridade postergada. Educ. Soc.,A (nova) política de formação de professores
Campinas, vol. 28, n. 100 - Especial, p. 1203-1230, out. 2007. Disponível: <http://www.scielo.br/pdf/es/v28n100
>. Acesso /a2628100 em: 08/11/2018.
PILETTI, N.; ROSSATO, G. Educação Básica: da organização legal ao cotidiano escolar. São Paulo: Ática, 2010. 
http://portal.inep.gov.br/informacao-da-publicacao/-/asset_publisher/6JYIsGMAMkW1/document/id/822815
http://portal.inep.gov.br/informacao-da-publicacao/-/asset_publisher/6JYIsGMAMkW1/document/id/822815
http://www.scielo.br/pdf/es/v28n100/a2628100
http://www.scielo.br/pdf/es/v28n100/a2628100
https://bv4.digitalpages.com.br/?term=Educa%25C3%25A7%25C3%25A3o%2520B%25C3%25A1sica%2520da%2520organiza%25C3%25A7%25C3%25A3o%2520legal%2520ao%2520cotidiano%2520escolar&searchpage=1&filtro=todos&from=busca#/edicao/1878

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