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O m o m e n t o m a i s d o l o r o s o e m n o s s o c o n s u l t ó r i o CRISTIANE E EU JÁ PERDEMOS A CONTA de quantas vezes pensamos ao aconse lhar casa is e m nosso consultór io matr imonia l: “Esses do is nunca deve r iam ter se casado”. É duro ver duas pessoas que nunca dever iam ter se juntado infernizando a vida um do outro. Ma is duro ainda, é claro, é para elas tentar fazer funcionar um casamento que nunca deveria ter acontecido. Isso nos levou a uma conclusão: A maioria dos divórcios começa no namoro. A pessoa não viu os sinais, ou viu e ignorou. D izem por aí que o amor é cego. Em parte, é verdade. As pessoas se apa ixonam, s onha m c o m u m casamento perfe i to e m que a ca sa está sempre a r rumada c o m o nas nove la s, a mu lhe r já a corda c o m ma qu ia gem, o ma r ido com o cabelo penteado e no qual romance e dinheiro nunca acabam. Enquanto s o n h a m , n ã o e n x e r g a m o s s i na i s j á a pa r e n t e s d u r a n t e o n a m o r o d e q u e a previsão é de pesade lo c om crises esparsas após a lua de mel. A exc i tação do namoro , a perspect iva de f ina lmente acabar c om a sol idão, se casar e provar para a tia Gertrude que afinal você não vai ficar igual a ela, se tornam motivos muito mais fortes do que se preocupar com detalhes sobre o parceiro. U m a v e z a c e g ue i r a in s ta lada , o s e r r o s s ã o p r a t i c a m e n t e g a r a n t i d o s e o divórcio, salvo por milagre, será apenas questão de tempo. Mas não precisa ser assim. A maior ia dos d ivórc ios c omeça no nam oro porque acred itam p or a í que o “amo r é cego”. N ã o é. O am o r ve rdade iro nã o é cego. O verdade i ro a mo r é inte l igente e enxe rga me lhor que u m a águia . Es te l ivro será os o lhos d o seu amor, a s lentes que lhe darão v isão a curada para ident i ficar p rob lemas cedo no re lac ionamento; ve r de l onge qua nd o u m a pessoa nã o é pa ra você; e também enxergar e m si mesmo o que pode estar fazendo de você uma pessoa que n inguém quer para casar. Também saberá como fortalecer o seu senso de va lor própr io; c om o merece ser t ra tado e m u m re lac ionamento e c om o deve tra tar a outra pessoa. AS LENTES Você deve se lembrar de a lgum super-herói que usava um “super óculos” que lhe dava uma “super visão”. Este livro será uma espécie de “super óculos” para você enxergar coisas que a maior ia não vê nos re lac ionamentos. Imag ine ter v i são pa ra ve r de longe os e r ros q ue re su l t am na infe l ic idade a m o ro s a — e também os acertos daque les que são felizes no amor. Se tiver a humi ldade de a p r e nd e r e dec id i r p ra t i c a r o q u e l h e a p r e s e n t a r e m o s aq u i , v o c ê te rá e s s a visão. Am a r inte l igentemente reque r aprender tudo o que pude rmos para fazer ce rto. N ã o p re c i s am os e r ra r q ua nd o h á tan tos e xe m p l o s p o r a í d o que n ã o fazer. Quando o assunto é errar no re lac ionamento, graças à grande ignorânc ia da maior ia das pessoas, não fa l tam oportunidades de aprender c om os erros dos outros. N ã o que tenhamos p ra ze r n a m isé r ia a lhe ia , m a s pe lo m enos va m os aproveitá-la e tirar boas lições para não cometer esses mesmos erros. Quem comete seus própr ios erros e aprende deles é esperto. Quem aprende dos erros dos outros é sábio. Infe l izmente, a tendênc ia hum a na é a esperteza, n ã o a sabedor ia . H á ma is gen te i g no r and o d o q ue a p re nde nd o a s l i ç ões a o s eu redor. H á j ove ns q u e g o s t am d e e xc lama r a os ma is ve lhos: “ E u t enho d ire i t o d e errar! M e de ixe cometer os meus erros, descobrir por m im mesmo…” . Imagine as oportunidades que você tem de ser sábio e se colocar à frente da maior ia… Você conhece as definições de burro, esperto e sábio? Confira: Burro : Aque le que sente que prec isa cometer seus própr ios erros. “De ixe - me ser eu mesmo! Quero viver a minha vida!” Esper to : U m bur ro que, even tua lmente, s e g radua n a escola d a v ida e aprende com seus próprios erros. “Errei muito, mas finalmente aprendi minha lição.” S á bi o : Aq ue l e q ue ob se r va c o m a te nçã o o bu r r o e o e spe r to a r r u i na r em suas v ida s e da í ap rende c o m e les o q ue faze r e o q ue não. “Obr igado p o r me ensinarem isso.” Infel izmente, há muitos por aí fazendo burr ices no amor. A lguns deles, não todos, a c a b a m a p rendend o depo i s d e tan to errar e f ina lmente c on se g ue m a f e l i c i dade a m o r o s a , a i n d a q u e t a r de n a v i da . J á q u e m le r e s te l i v r o te rá a sabedor ia para evitar os erros e fazer certo desde o começo. E a inda que você já esteja no meio de um relacionamento conturbado, ou se recuperando de um desastre amoroso, aqui será a sua escola para f ina lmente aprender e não errar mais. Invejar é errado. Que re r a r iqueza mater ia l de out ra pessoa ou desejar a l g uém q ue já pe r tence a ou t ro a l g ué m nã o va i a j udá - lo. M a s n ã o é e r rado desejar a s v ir tudes dos outros. É até me sm o necessár io. J á que o ser humano aprende por imitação, devemos nos inspirar nas qua l idades de outras pessoas e nos esforçar para imitá-las. Quando vir a lguém que tem o que você quer, que conseguiu aque la pessoa “perfei ta” e realizou seu sonho amoroso, procure analisar o que ele ou ela fez para merecer isso. V ocê poderá descobr ir que aque la pessoa, que a pr inc íp io não parec ia ter nada de espec ia l ou me lhor que você, na verdade t em qua l idades de caráter que você dever ia imitar. Ta lvez ela sempre tenha s ido muito seletiva e nunca foi de namorar qualquer um. Talvez ela receba atenção pos it iva po rque rea lmente é mu i to s impát ica , gene rosa e as pessoas gos tam de estar perto de la . Ta lvez e le t ransm ita um a ser iedade rara pa ra os rapazes da idade de le. Ta lvez seja u m cara que invista mu ito na sua mente e in te l igênc ia , o q ue o fa z m u i t o se gu r o d e s i m e s m o a p on t o d e passa r e ssa segurança para a namorada de le . Ta lve z você t a m b é m pudesse fazer coi sas ass im ao focar sua mente em melhorar como pessoa. Por isso, não espere que este l ivro faça a lgo por você. Es te l ivro, por si só, n ã o fa z a b s o l u ta me n te nada . S e o de ixa r n a s ua cabece i ra à no i t e an te s d e dormir, de manhã ele vai estar lá, do jeito que você deixou. Pode servir como u m econôm ico b i ch inho d e est imação, po i s nã o c om e nada n e m faz suje ira. Quem vai fazer não é o livro, é você. Se aplicar as informações aqui contidas, vai descobrir como se preparar antes de namora r a lg uém, c om o atra ir a lg uém interessante, c o m o esco lhe r b e m a pessoa com quem vai namorar, como agir durante o namoro e como ter ce rte za se aque la pe ss oa é pa ra ca sa r ou ent ra r pa ra a sua l is ta d e “ fo i b o m enquanto durou”. Hoje é relativamente fácil encontrar a lguém, porém, não a lguém especial. E manter u m re lac ionamento está cada vez mais difíc i l. Esse desaf io é uma das principais razões deste livro. PARA QUEM É ESTE LIVRO? Primeiro, vamos deixar claropara quem este livro NÃO É. Há três grupos: 1. Para q ue m não que r um namoro sér io agora , só está que rendo zoar c om o coração dos outros e com o seu mesmo. 2. Para quem acha que já sabe tudo sobre namoro, noivado e casamento. 3 . Pa ra fre iras, pad re s, m onge s , e rm i tões , e unuc os e qua lque r ou t ra pessoa que escolheu vive r um a vida s impl i f icada, se m as compl icações e dore s de cabeça de u m re lac ionamento amoroso . (Av iso: se você v ive e m u m monas té r i o o u c onven t o e e ste l i vro foi “m i s te r i osamente ” pa ra r e m suas mãos; se não conseguir parar de ler e isso despertar e m você um desejo pe lo sexo oposto, não nos responsabi l izamos caso comece a questionar sua vocação. Aviso dado.) Tendo esclarecido isso, vamos agora aos que devem ler este livro: Quem quer se preparar para o namoro. Q ue m nunca namorou e que r saber c om o esse negóc io de namoro funciona. Quem está namorando e quer agir certo. Q ue m quer saber se a outra pessoa é a certa para casar. Q u e m está pas sa nd o s i tuações n o n a mor o e se pe rguntand o: “ O q ue e u faço?”. Namorados que querem fazer uma média com a namorada (“Ele está lendo o Namoro Blindado, awnnn...”). Quem já cansou de namoro que não dá em nada. Quem está desacreditado no amor. Pais que querem saber como orientar os filhos sobre namoro. F i l hos q ue q ue r e m sabe r c om o or ienta r o s pa i s sob re n a m oro (cada vez mais necessário hoje em dia). Noivos ou quem planeja noivar em breve. Quem está com dúvidas se continua ou termina o namoro. Quem quer namorar para casar e não divorciar. Divorciados que querem recomeçar a vida amorosa com outra pessoa. Quem quer muito ajudar um amigo ou amiga que está sofrendo no namoro. Q ue m quer impress ionar qua lquer u m c om o quanto sabe sobre o assunto de namoro. Q ue m quer ficar ma is bonito, ter os dentes ma is brancos e que não chova no dia do seu casamento (ok, não garant imos isso). O livro Namoro Blindado é fruto de nossas experiências de quase 25 anos de casados e de nosso traba lho d iár io c o m casa is e solte iros e m todo o Bras i l e em vários países. A lém disso, fizemos uma vasta pesquisa especialmente para e ste t raba lho. M a i s d e 4 . 300 pessoas r e s p ond e ra m a u m quest ioná r io de ta lhad o s ob r e s uas d i f i cu ldades n o n a m oro . A s re spos ta s no s d e r a m u m olhar pr iv i leg iado da rea l idade dos sol te iros hoje — e nos a j uda ram a desenvolver as soluções e ferramentas que você vai encontrar aqui. Você va i notar que o livro segue um a progressão lóg ica de antes, durante e depois do namoro. Seja qual for a fase em que você estiver, procure ler o l ivro todo. É impresc ind íve l que tenha um entendimento e v isão gera l de todos os temas. Ass im, saberá como se posicionar e agir diante de qualquer situação no seu re lac ionamento. Por exemplo, se est iver no ivo e prestes a se casar, pode p e n s a r q u e a s s e ç õ e s q u e t r a t a m d o a n t e s e d u r a n t e o n a m o r o j á n ã o s e a p l i c a m a você . P o r é m , p od e ser q ue tenha i g nora d o a lgo e ssenc ia l n o s eu re lac ionamento, q ue só tra tamos nessas seções. Por isso, le ia tudo. Lembre - se, muitos divórcios começam no namoro. Vamos, então, entender como tudo começou. CRISTIANE TIROU A SORTE GRANDE de se casar com o seu primeiro namorado. N ã o teve o coração part ido por n inguém, nã o passou pe las m ã os de n inguém. E eu tirei a sorte grande de me casar com uma mulher que nunca teve ou t r o n a m o ra d o . N u n c a ter d e m e p re ocupa r s e o e x e r a m e l ho r , n ã o precisar imaginá-la nos braços de outro. Do nosso primeiro encontro ao dia do c a s a me n t o f o r a m d e z m e se s . M a s d o d ia d o c a sa m e n t o até f ina lmente n o s a ce r ta rmos c om o u m casa l b l indado fo ram doze l ongos anos. “Se fo r pa ra con t inua r a ss im , é me lhor a gen te se separar” , C r is t iane m e d i s se u m a vez. (Mais sobre isso depois.) Nunca br igamos durante o namoro. Ne m uma br iguinha. Mas, afinal, o que causou tanto est resse e m nosso ca samento p o r tantos anos e que n ã o pe rce bem os u m no ou t ro an tes de ca sa r? Se p ud és sem os vo l t a r n o t e m p o e ter, durante o namoro, a informação que você vai encontrar neste l ivro, t e r í amos ev i t ado o s noss os p r ob lema s ? P ode r í am os ter t ido u m ca same nto blindado já a partir da lua de mel? Temos a absoluta certeza que s im. O que sabemos hoje sobre nós mesmos e sobre o out ro é tota lmente ens ináve l . Pode r íamos ter aprendido is so duran te aque les dez meses e nos poupado muita dor de cabeça. Já ter íamos começado certo. É muito mais eficaz e inteligente começar certo do que tentar acertar depois. É poss ível t ambém acertar depois, claro, e nosso casamento é prova disso. Se você já está em um namoro conturbado, com muitas dúvidas e prob lemas não resolv idos, pode, s im, muda r sua re lação se começa r a fazer a s coisas certas que vai aprender aqui. Mas saiba: quanto mais cedo aprender e fazer as coisas certas, ma ior a chance de ser fe l iz no amor . Ta lvez inver tendo a frase f ique mais forte: Quanto mais tarde você deixar para aprender e fazer as coisas certas, maior a probabil idade de ser infeliz no amor. P o r i s so, v a m o s c om e ç a r o m a i s c e d o p oss íve l . V a m o s e n t ende r o q ue é namorar, afinal. NAMORO NO SÉCULO 21 O conceito de namoro está praticamente perd ido atualmente, e você vai e n t e n d e r o p o r q u ê . O l h e a o s e u r e d o r e p e r c e b a o q u e a s p e s s o a s e s t ã o fa zendo e m seus re la c ionamentos amorosos . V o c ê ve rá q ue ho j e e m d ia a s pessoas entendem que namorar pode variar entre qua lquer uma destas coisas: Ficar com alguém e curtir enquanto durar Fazer sexo sem compromisso Pegar, m as não se apegar Mudar de status no Facebook e postar uma selfie no Instagram Para a lguns homens, ter a lguém à d ispos ição para fazer sexo; para a lgumas mulheres, ter a lguém para se divertir e bancar seus luxos Ter a lguém para sair junto com os amigos e não se sentir sozinho Fazer um test-drive para saber se vai rolar uma “química” Tapas e beijos, um va ivém sem f im entre começar e terminar Ir mora r junto para ver no que va i dar (que deu or igem à pa lavra “namorido”) Passatempo Ficar com a lguém enquanto não aparece outro mais interessante Ficar c om a lguém f ixo e ao mesmo tempo c om outros(as) ma i s interessantes Coz inhar um re lac ionamento e se divertir com outras, porque, se com elas não der certo, t em a lguém garant ido esperando Mostrar que tem a lguém para não dar a impressão de estar encalhada Ter companhia nos finais de semana Antes, havia só um nome para descrever o iníc io do relacionamento amoroso de duas pessoas: namora r . Ho je , há u m monte : f icar, pega r, enro lar , sa ir juntos, morar junto, amizade colorida, relacionamento aberto, rolo, curtir, transar, zoar, flertar, união estável, (inserir novo te rmo a ser criado em breve). Em resumo: mais intimidade,menos compromisso. N inguém é de n inguém. O namoro d e ho je é isso. Mu i ta curt ição, ne nhum a responsab i l idade; tudo é permitido. Uma bagunça. No passado, se um hom em e uma mulher e ram vistos se be ijando, era p rat i camente certo q ue e s tavam e m u m comprom is s o sér io. Ho je , o que u m casa l se be i jando que r d izer? N i ngué m sabe. Se mu ita s ve zes ne m os que se be i jam sabem o que rolou, que d irá os que estão observando. A s l inhas estão borradas. U m a aventura de um a noite pode virar re lac ionamento casua l que, por sua vez, pode dar em morar junto — e de repente não ser mais nada. U m casa l que aconse lhamos: e la gua rdava uma mágoa porque no in íc io do re lac ionamento e le havia “ficado” c om uma cliente que deu em c ima de le nu m a ba lada. E le se de fend ia : “ Ma s e u nã o es tava n u m c om p rom is s o sé r io com você”. E la rebatia: “Não? A gente só foi para o mote l no sábado antes de você ficar com ela!”. E ele, com cara de surpresa, justificava: “Eu fiquei com voc ê aque le d ia , m a s a gen te n ã o t inha c onve rsa d o na da sob re a ssum i r u m relacionamento”. A fa l ta de de f in ição no s re la c ionamentos a tua i s t e m ca usa d o u m a g rande confusão na cabeça das pessoas. Namorar, ficar, sair juntos — se tornou mais u m d ive rt imento, um a d ist ração, d o q ue p rop r iamente u m p rocesso de conhecer a outra pessoa c om o objetivo de determinar se é adequada para um futuro casamento ou não. (Acabei de lhe dar, em itálico, a definição correta de namorar.) N a m o r o é de sc obe r ta . V o c ê s t ê m q u e d esc ob r i r u m a o ou t r o e s e de i xa r descob r i r — m a s s e m t i rar a s roupas ! É a descobe r ta d o q ue e s tá den t ro d e vocês, c om o intuito de chegar à defin ição de prosseguir para o casamento ou te rm ina r . É a b u s c a e a t roca d o m á x i m o d e i n f o rm a ç õe s p a r a t om a r u m a decisão inteligente sobre o futuro do relacionamento. Isso é namorar. Coisa que os antigos parec iam entender bem melhor. A inda que o mode lo dos nossos antepassados não seja totalmente aplicável no século 21, prec isamos entender seus valores. Então vamos agora, como sábios, mergulhar no passado e aprender com os erros e acertos deles. Vamos entender melhor c omo chegamos aqui, o que não está func ionando e qua l é a melhor proposta para os dias atuais1 . ANTIGAMENTE Compa re a si tuação atual c om o que acontec ia ant igamente, quando os estágios do relacionamento eram bem definidos e com um objetivo bem claro. N o passado, d e sd e s e m p re e po r m i lha re s d e anos , o q ue o s pa i s ma i s queriam era ver seus fi lhos casados. Era questão de sobrevivência das famílias pois estas v iv iam e m comunidades. Por isso, os pais c r iavam seus fi lhos para se rem mar idos, h ome ns responsáve is e p rovedore s; e suas f i lhas para se rem esposas, m ães e companhe iras. N ã o consegui r iam ca samento sem estas qualidades. Casar era sinal de maturidade dos jovens. Não havia um conceito muito forte de adolescênc ia como temos hoje, um per íodo de transição da infânc ia para a v ida adulta ma rcado pe la busca da máx ima curt ição antes que o “túmu lo” do c a s a m e n t o o s e n t e r r e… A p a s s a g e m p a r a a v i d a a du l ta e r a q ua s e s e m p r e marcada pelo casamento. Quando os jovens chegavam a um a idade e m que se cons ideravam prontos para casar, o processo de namoro começava. Namorar envolv ia inic ialmente o homem ser aceito na casa da moça para ser conhecido e avaliado. E le só a tirava de casa quando se casava com ela. Da í o te rm o “cor te ja r ” , u m a an t iga f o rm a d e desc reve r o q ue a con tec ia an te s d o namoro e m si. O rapaz era admit ido na “corte” de la, ou seja, no espaço de la, onde e la (ma is comumente seus pa is) mant inha o controle ou acesso. (O contrário nunca acontecia, a moça ir namorar na casa do rapaz.) P r ime i r o , o r a paz t inha d e s e ap re sen ta r a o s pa i s d a m o ç a e conq u i s ta r o respe ito de les. E ra cos tume os pa is de le in ic ia lmente c omun ica rem aos pa is de la o interesse d o f i lho. O p roc esso ex ig ia q ue o rapaz desenvo lve sse b o a amizade c om os pa is da moça e vice-versa. Isso fortalecia os laços familiares e, consequentemente, o casamento. Todos torc iam e traba lhavam para que o c a same nt o desse ce rto e a s fam í l ias se man t i ve s sem un idas. E m a lg uma s culturas, o rapaz o u seus pa i s t ra z iam p re sen te s , n ã o s om e n te pa ra ag rada r a o s pa i s d a m o ç a , m a s t a m b é m p a r a m os t r a r q u e o r a p a z t i nha c ond i ç õe s econômicas de casar com ela, caso fosse aceito. C o m o consen t imento dos pa is, o rapaz podia ter acesso à m oça e in ic ia r o processo de conquistá - la e de se conhece rem melhor. M e sm o ass im, não era permi t ido q ue f i c assem a sós. E m casa ou se fossem a a lg um evento soc ia l , t e r iam d e ser a c ompa nhad os por u m chape rone . Qua se sempre u m a mu lhe r mais madura ou um irmão mais ve lho que acompanhava o casal para garantir que não se comportar iam de mane ira inapropriada. S e tudo p rossegu i s se b em , o ca sa l en t rava e m u m c omp rom i s s o d e casamento, que hoje conhecemos como noivado. Os preparativos para o casamento começavam: o noivo providenc iava a futura casa onde iriam morar e a no i v a s e o r g a n i z a va p a r a s e to rna r e s p os a . A ce r im ôn i a d e c a s a m e n t o o f i c i a l i zava a un iã o d o ca sa l c o m a b e nç ã o d e a m b a s a s fam í l i a s e os do i s en tã o i a m pa ra a s núpc ia s. A l i , n a lua d e me l , e ra qua se se m p re a p r ime i ra vez que se tocavam fisicamente. Tud o is so pa rece n os reme te r a o t e mp o d o s d inossauros, m a s an tes de descartar esse passado c om o r id ícu lo, vamos ana l isar os s ignif icados e benefíc ios por trás daquelas práticas. Tradicionais fases do relacionamento: do conhecer ao casamento POR QUE FUNCIONAVA N o geral, note que o processo colocava prat icamente toda a responsabi l idade e o trabalho da conquista nas mãos do homem. Ele é que tinha de enfrentar os p a i s d a m o ç a e c onq u i s t a r o r e sp e i t o de l e s . E l e é q u e t i n ha d e s e m os t r a r re sponsáve l e capaz de cu idar de la . S e consegu is se convence r o s pa is , ter ia então de conquistar o interesse e a a fe ição dela. A l é m d i s so , du ra n t e o cor te j o n a ca sa d o s pa i s d a j o ve m o u e m ocas iõe s soc ia is , o ca sa l pe rm ane c ia o t e m p o t od o s ob o s o lhos v ig i l an te s d e a l g um membro da famí l ia de la. Isso in ib ia qua lquer tentativa de o rapaz t irar v a n ta gem de la ou desrespe itá - la . E l e sab ia q ue se a desrespe i t asse, t er ia d e da r sat is fação à famí l ia de la . S im , a cond ição pa ra ter conta to sexua l c o m a moça era casar com ela. O objet i vo do corte jo e ra rea lmente conhece r o que estava dent ro da outra pessoa , n ã o o q ue estava p o r ba ixo d e suas roupas . E sse conhece r e ra fe i to por meio da conversa, da troca de ideias, informações e opiniões entre os dois. Por isso, beijar, abraçar ou até segurar na mão eram considerados desnecessár ios, fora do objet ivo do cortejo. E sem a tensão do contato físico, os dois podiam manter o foco no que rea lmente importava naque le momento: conhecer um ao outro. Cons iderando que o d ivórcio não era uma opção fácil n e m muito bem-vista n a s oc ie dade , o ca sa l t inha d e ava l i a r m u i t o b e m u m a o ou t r o e e sta r b e m seguro de que ambos rea lmente quer iam assumir um compromisso por toda a vida. Chegar a essa dec isão o quanto antes era o objetivo — ou casavam logo ou deixavam de enrolar. E como a intimidade física não era permitida antes da noite de núpcias, isso também incentivava o homem a partir logo para o casamento, em vez de ficar enrolando a moça. Em muitos casos, o namoro era muito rápido. Já partiam para o casamento. Con t ra s te i sso c o m o q ue a con tece ho j e e m d ia. C o m o a s pessoas ve e m o n am oro , e m g rande parte , c o m o d ive rsão, u m a opor tun idade d e ter con ta to f ís ico sensua l , p a s sam u m longo t e mp o se re lac ionando dessa f o rma e se c onhe ce nd o m e s m o m u i t o p ouc o. O na m oro f ís ico lhe s sat is faz o s dese jos sensua is e a necess idade de companhia . Ass im, elas não têm nenhuma pressa para casar. Por isso é comum hoje ver “namoros” de dois, três, c inco anos ou mais, sem nenhum planejamento ou projeção para casamento. O cortejar func ionava b em para os devidos f ins. Ve j amos a lguns dos benefícios: Envo lvimento das famíl ias: pessoas madura s e de conf iança gu iavam seus fi lhos para um b om casamento. A aproximação dos parentes de ambos os lados fortalecia os laços familiares do futuro casal. O apoio familia r para que o ca samento func ionasse era mu i to forte. E , é c la ro, por essa trad ição, r a r a m e n t e s e c a s a va m m e m b r o s d e fam í l i a s r i va i s o u q u e n ã o se d a v a m bem. Já se conheciam: porque ambos normalmente e ram de famí l ias próximas, era c o m um já se conhece rem desde a infânc ia. Qua nd o não, m e sm o ass im, as re ferênc ias fami l ia res já a tes tavam as boas or igens dos candidatos. Nã o era c om o hoje , quand o a s pessoas s ab em p ra t icamente nada sob re o passado de quem começam a namorar. R e s p o n s a b i l i d a d e d o r a p a z p a r a c o m o s p a i s d a m o ç a : e le s a b ia q u e te r ia d e c u i da r e t ra tá - la b e m , p o i s e m p e n h o u s u a p a la v r a a o s pa i s de la . Ho je , honra r o c om p rom is s o c o m a fam í l ia da e sposa é um a p reocupação quase inexistente na mente de muitos mar idos na hora da crise conjuga l. Às vezes, quem volta para casa dos pa is é ele, de ixando sua esposa e fi lhos e m casa. Filtrava os fanfarrões: todo o processo do cortejo — a seriedade, o envolv imento das famílias e o objet ivo e m si (casamento) — já mant inha os que t inham segundas intenções c om a moça bem longe. Ela, por sua vez, já sabia que o rapaz era sério e estava rea lmente determinado a conquistá- la. O foco era certo: descobr ir e dec id ir se quer iam ser ma r ido e mu lhe r pe la v ida toda. I s so fazia a ava l iação ser b e m ma is rac iona l e ca lcu lada d o que emocional e impulsiva, como costuma acontecer atualmente. A d i f i culdade va lor i zava a conquista: c o m tan to t raba lho e tantas barre iras para chegar à m oç a e f ina lmente se casar c om ela, o h om e m costumava valorizar mais o que conquistou a duras penas. N ã o h a v i a i n t i m i d a d e o b a s t a n t e p a r a h a v e r b r i g a s : s e m o s e x o , o casa l não t inha tanta int imidade, os jovens não t inham a sensação de posse um do outro e por isso não t inham razões para brigar. A o contrário de hoje, quando nam orad os são at ivos sexua lmente e v i vem br igando, t e rm inando, vo ltando e b r igando novamente . Ass im , desgas tam a re lação antes m e sm o do compromisso. É c la ro q ue o corte j o nã o e ra u m s i s tema perfe i to. A l g un s pa i s a ca b a va m impondo sobre seus fi lhos a escolha do cônjuge, em vez de deixá-los decidir. Mot ivações sociais, econômicas e polít icas muitas vezes inf luenciavam a escolha do par para os fi lhos. Mas nem sempre isso significava que o casal era infeliz. Na sua maioria, os casais aprendiam a se amar e constru íam uma vida juntos. Porém, as vozes de descontentamento c om esse s is tema fa lavam alto. Estamos acostumados a ver nos f i lmes de época a jovem sendo forçada pe los pais interesse iros a casar c om um am igo r ico da famí l ia, que, para reforçar o d rama no enredo, cos tumava ser u m hom em b em ma is ve lho que ela, fe io de doer, asqueroso, bêbado, mulherengo, v io lento e barr igudo. Fo ram histór ias como essas que rotu laram os casamentos arranjados como uma absurda violação dos direitos dos jovens, especialmente das mulheres. (Mas não vamos nos esquecer que no s is tema atua l isso a inda acontece, não por impos ição de n inguém, mas por l ivre escolha de muitas mulheres. É só dar uma olhada nas colunas sociais e sites de celebridades para verificar.) A pe sa r d e nã o se rem a norma , ca sos d e abusos so f r idos po r m u lh e r e s e m casamentos arranjados e coavam e m todas as c lasses soc ia is. É a ve lha história: má notíc ia corre rápido e vende mais. Isso, s om ad o à popu la r idade dos contos românt icos q ue ganha vam espaço nas artes l iterárias, fez com que o cortejo saísse de moda. Entra a era do amor romântico. Cristiane O nome já parece vir c om flores: Roman t i smo… ahhhh, um a idea l ização feminina que nos faz sonhar. Mas você sabia que isso foi um movimento? O Romantismo começou nas últ imas décadas do século 18 na Europa e se estendeu até o século 19. Ele veio em contrapartida ao século anterior, que promoveu a razão, o I luminismo. Depois de séculos de escravidão menta l promov ida pe la religião e pe los gove rnos , a Re f o rma P ro tes tante c r iou e spaço pa ra q ue as pessoas c om eç a ss em a pensa r por s i m e sm a s . Ass im , o m un d o oc iden ta l sa iu d o que a História hoje chama de “Idade das Trevas” e, com o passar do t emp o, c om e ç ou a ab raça r a s ide ia s d os pensado re s i l um in i sta s. M u i t o s desses pensadores, para romper definit ivamente com a dominação religiosa dos séculos anteriores, foram para o outro extremo, colocando a sabedor ia h u m a n a c o m o cen t r o d e tudo. M a s , c o m a s p e ss oa s s e nd o m o t i v a d a s a pensar por si mesmas, poder iam encontrar o equil íbr io, en tendendo que o homem não era o centro e que a razão não precisava excluir a fé. Porém, antes que a s pessoas pudess em encontra r u m equi l íbr io, o Romant ismo ve io para anular o que o I luminismo buscava. Agora era hora d e v i ve r p e l o s s e n t im e n t o s e n ã o p e la r a zã o . E fo i a s s im q u e o m u n d o vol tou a ser escravo, dessa ve z não de uma re l ig ião ou gove rno, e s im d o própr io coração. S e ocoração sent iu, é porque tem que ser, c om o vár ios cantores hoje entoam com tanta dor. A ideia do romance é tão influenciadora e entranhada e m nossas veias femininas, que a primeira vez que me dei conta dessa realidade foi como quando descobri que Papai Noe l não existia. Uma verdadeira decepção. O s escr i tores desse pe r íodo, c om o a ing lesa Jane Austen, fo ram os que m a i s con t r ibu í ram pa ra q ue o r om a nce se t rans formasse e m idea l i za ção amorosa no imaginário popular. Até hoje, mulheres suspiram por seus personagens inventados. Apesar de ter v iv ido séculos antes, o dramaturgo Wi ll iam Shakespeare inf luenciou o trabalho de muitos romancistas da época, que beb iam de seu espíri to para contar suas própr ias histór ias. Detalhe, Jane Austen nunca se casou, e Shakespeare, com sua vida pessoa l obscura, não foi conhec ido como um grande sucesso em sua vida amorosa. Sem contar que n inguém se lembra de que Romeu e Julieta, a mais famosa peça de Shakespeare, a cabou com o suicíd io de ambos e mais três mortes! Em uma época sem televisão e internet, era dos livros o pape l de moldar o pensamento da soc iedade, para o be m ou para o mal. Cons ide rado ma rc o inicial do romantismo, o livro Os Sofrimentos do Jovem Werther, do alemão Goethe, levou vários leitores à morte quando foi lançado. As pessoas f icaram tão envolv ida s c o m a h istór ia de amor frust rado d o protagonista , que imitaram seu suicídio. E foi sob re e ssa s t ragéd ia s l i te rár ias q u e mu i ta s pess oas p as sa ram a basea r suas v ida s am o ro sas e o fa ze m a té hoj e . V a m o s sent i r e m ve z de pensar e de analisar. Vamos sofrer pois amar é sofrer, arriscar, se lançar de u m p réd i o a l to e v e r n o q ue va i d a r … Se r á q ue j á n ã o s a b e m o s o f ina l dessa história? “ O sen t ime nt o d o art is ta é sua le i” — d i s se u m d os g r andes art is tas da é p oca , r e s u m i nd o b e m o q u e o s g u i a va e m sua s ob ra s . E o s e n t im e n t o s e tornou mesmo lei. Jovens começaram a se rebelar e resistir à interferência dos pais, tomando e m suas própr ias mãos a responsabi l idade de encontrar o amor de suas vidas. No antigo sistema, os pais escolhiam e os fi lhos consentiam. No novo, os filhos escolhiam e os pais consentiam. Mais tarde, os fi lhos escolhiam e os pais, consent indo ou não, t inham de aceitar. Hoje, a maioria dos pais não tem ideia do que seus fi lhos estão fazendo de suas vidas amorosas, com quem nem onde. Quando muito, f icam sabendo por terceiros que a fi lha engravidou ou que o fi lho foi morar junto com alguém. E o pior: muitos desses pais acham que é melhor assim. “Eles precisam errar para aprender”, dizem. Cada ve lha geração tem a nova geração que merece. Tentando consertar um sistema que facilitava abusos em alguns casos, criou- se uma desordem generalizada. A emenda ficou pior que o soneto… UM NOVO MODELO N ã o e s t a m os d e f e nd e nd o aq u i u m a vo l t a a os an t igos c o s t um e s d e n a m o ro s e gund o o q ue e ra fe i t o e m ta l época , ta l t rad i ção o u re l ig ião. N a ve rdade , nem a Bíblia dá algum mandamento em si de como namorar. Era desnecessário. No período bíblico o cortejo era culturalmente implíc ito, já que os p r inc íp ios fam i l ia res e r a m b e m ma i s fortes. E i sso nã o m u d o u m u i t o a o longo de milênios. Mas eventua lmente tudo muda e nós, como seres intel igentes, temos de nos adap ta r à s m ud a nç a s d a soc iedade . A s ú l t ima s d é c ad as t ê m t e s te m unha d o transformações drásticas nos relacionamentos amorosos, a lém do desenvo lv iment o e m vá r ias ou t ra s á reas q ue t a m b é m a fe tam d i re tamente a vida a dois. Para citar apenas a lgumas: A mulher se emancipou. Não depende mais do marido ou dos pais A principal economia mundia l de ixou de ser a agrícola/industrial e passou a ser a intelectual (o que colocou a mulher a par com o homem no mercado de trabalho). A Internet revoluc ionou a comunicação através das redes sociais e abriu um leque de outros fatores: pornografia , chats, sites e aplicativos de relacionamentos, Skype, troca de fotos e v ídeos instantâneos, mensagens de texto… — coisas, entre outras, com as quais nossos pais e avós nunca tiveram de lidar. A nossa geração prec isa de novas estratégias e atitudes para navegar nessas mudanças. O m o d e l o a n t i g o é , p a r a t od os o s e fe i tos , im p ra t i c á ve l a t u a lm e n t e . E a s prát icas atua is t ampouco estão func ionando. O que e s tamos p ropondo é que você aja com inteligência e b om senso: t ire as l ições do passado e do p r e s e n t e ; ob s e r v e o q u e f un c i ona , o q u e n ã o , e p o r q uê ; e , e n t ã o , a d o t e a melhor estratégia. Nã o p ropomos trazer de volta as prát icas ant igas, e s im os va lores ant igos. Os tempos mudam, os costumes culturais variam, mas os valores jamais enve lhecem. Q u e m nã o gos ta de respe ito, adm i ra ção, cu idado, segurança , seriedade, responsabil idade e compromisso? Infe l izmente, o s i s tema q ue t emos no s d ias de hoj e nã o p r om ove e sses valores. Hoje , a pr imeira coisa que um hom e m faz ao demonst rar interesse e m uma mulher é exatamente o contrár io de ant igamente. E le logo pensa em convidá- la para “sair”. Note: e le não vai ma is a té ela. Até o pegar e m casa (termo que nos d ias atuais pode não ter nada a ver c om passar de carro na casa de la para levá- la ao loca l d o encont ro) já está sa indo d e moda . A tua lmente, é c o m u m marcar o lugar onde vão se encontrar — um barz inho, restaurante, ba lada, ou onde for — e cada um vai por si. O b se r ve q ue a exp re ssão e m s i já ind ica u m a m ud a nç a de c o s t ume : “ sa i r juntos”. O h om e m hoje não que r cortejar, entrar n o amb ien te da moça , ma s s im t i rá - la d e lá e t razê- la pa ra o amb ien te de le ou pa ra ond e e le pode rá ter acesso total a ela sem a interferência de n inguém — especialmente da família. Quanto mais distância dos familiares, melhor. (A mulher fica vulnerável, apesar de muitas, m e s m o a ss im, de fende rem a té a mor te sua independênc ia familiar. ) A ideia de “sair juntos” ind ica mais uma busca de d ivert imento do que o objetivo de conhecer a pessoa. Por isso, muitos namoram sem a mínima intenção de comprom isso ou de se aproxima r da v ida da pessoa, ma s apenas para tirar proveito dela. O resul tado d i s so t e m s ido a fa l ta de comprom is so , o en f raquec imento da p o s i çã o da m u l h e r e o p ou c o e n vo l v im e n t o d a fam í l i a d e a m bos . I s so t e m co locado o pode r nas mã os d o hom e m , que fac i lmente consegue tirar o que q u e r d a m u l h e r s e m d a r m u i t o e m t r oc a , a n ã o s e r t a l v e z u m j an ta r e u m ticket para um c inema (isto é, se ela não insistir em pagar ou dividir a conta). De ixamos de lado o cortejar para s implesmente sair ou “ficar”. Não mais se respe ita a mu lhe r n o e spaço de la n e m se p rocura conqu i s ta r o d ire i to de ter a c es s o a e la . Q ua l q ue r ou t r o e s pa ç o se rve , d es de q ue se j a l ong e d a “ in te r fe rênc ia ” d o s fam i l ia re s, a f im d e curt i r a ou t ra p e s soa e a tende r a o s seus anseios por diversão. E que fique bem claro: homens e mulheres têm permitido que seja assim. “VOCÊ TEM QUE FALAR COM MEU PAI” Cristiane O Renato me contatou pe la primeira vez através de um cartão postal, cheio de poesia, entregue e m mãos por u m am igo seu. Gua rdo com igo até hoje. Fu i à s nu ve ns e volte i , po i s já gos tava de le na época , m a s e le nã o sab ia . Mostrei o cartão para minha mãe, que logo providenc iou uma ligação para u m a m ig o e m c o m u m no s so pa ra ques t iona r o R e na t o sob re s u as intenções. A lgumas semanas depois, esse amigo em comum me convidou para conhece r o Rena to pessoa lmente na igreja, e, c o m autor ização dos m e u s pais, fu i d ire to da escola para pega r o f ina lz inho da reunião d e l íderes de que e le partic ipava. D e lá, fomos todos juntos comer um cheeseburger n o McDona ld ’ s do bairro — nosso am igo e esposa numa mesa e nós dois e m outra. Conve rsamos sob re assuntos que não t inham nada a ver c om o que realmente queríamos — namorar. A segunda vez q ue nos encont ramos fo i nos estúd ios d e u m a rád io. N a época, eu auxi l iava uma radialista e m um programa para jovens aos s á b a d o s à t a r de . O R e n a t o c h e g o u l á j á n o f i m d o p r o g r a m a e s ó d e u tempo de me dar um chocolate e nos despedirmos. Q ua nd o chegue i e m casa e falei a respe ito d a vis i ta do Rena to na rád io, meu pai ficou furioso. — Como assim? Esse rapaz ainda não a pediu em namoro! — Mas pai, a gente nem teve tempo de falar sobre isso ainda... — Não quero saber, se ele quiser falar com você outra vez, terá de passar por mim primeiro e pedir autorização. Se não fizer isso, da próxima vez que vier falar com você ele vai se ver comigo! E m m inha de fe sa, e u nã o t inha ide ia dessa tensão c o m o pa i d a Cr is t iane. E m meus re lac ionamentos anteriores, nunca t ive de falar com o pa i de nenhuma namorada. Nunca aprendi esse ritual. Para m im, s implesmente estava fazendo o que sempre fiz e via os outros fazerem. Eu tinha ouvido falar coisas mu i to pos i t ivas sob re a Cr is t iane e m e interesse i por e la. S im, e la era l i n da , e é a t é ho j e , e — n ã o v o u m e n t i r — a a p a r ê n c i a d e l a m e c h a m o u atenção. Ma s eu já tinha tido namoradas muito bonitas antes. Afinal, este que vos escreve ta mbém não era de se jogar fo ra… M e u ma ior interesse, porém, era na pessoa que m e d i s seram que e la era. Eu não quer ia ma i s errar. T inha acabado de sair de um longo re lac ionamento. Então, quis conhecê- la melhor. Nã o quer ia já ir d izendo “Que r namorar com igo?”. E eu ne m sab ia se e la gos tava d e m im . Q ua l nã o foi m i nha su rp resa q uand o fu i encontrá - la novamente... Cristiane F ique i s e m sabe r o que fazer, já que o Rena to a inda nã o t inha tocado no assun to . L e m b ra nd o que n a época não ex ist ia ce lu lar n e m Internet. Pa ra ele falar comigo sem m e encontrar, teria de ligar na minha casa. Ma s nem nesse estágio havíamos chegado. A p r óx ima vez q ue e le ve io m e encont rar , e u e s tava n o a l tar d a igre ja , l ogo a p ós a reun ião d e d om i ng o d e ma nhã , re ce be nd o l iç ões de m ús i ca com o instrutor. Quando o avistei vindo em minha direção, subindo as escadas do altar, t remi na base me lembrando do que meu pai havia fa lado. Eu t inha apenas 16 anos. M e esquec i totalmente do instrutor e das p e s s oa s q u e a i n d a e s t a v a m n o s a l ã o d a ig re j a e , a s s im q u e e le a b r i u a boca para falar, não o deixei continuar: — Você tem que falar com o meu pai. Hoje , quando m e lembro, rio porque ele l evou u m susto. A cara de le era de a lguém que es tava d i zendo pa ra m im : “Ma s eu a inda n e m se i se você quer me namorar!”. S a b e nd o q u e m e ra o m e u pa i , e le re spe i tou o m e u p e d i d o e n ã o fa lou ma is nada. Só disse tudo bem, que iria falar com ele ainda aque la semana. Eu fui falar com ele na sexta-feira seguinte. Foram os cinco dias mais tensos da m inha v ida. Ma s a tensão da antec ipação não se compa rou ao que aconteceu dentro da sala com o pai dela. (Mais sobre isso nos próximos capítulos…) O que posso d izer agora é que aque la ati tude da Cr is t iane, d e coloca r u m a barre ira q ue e u ter ia de u l t rapassar pa ra chega r a e la, t e ve u m e fe i to ext raord inár io e m m i m c om o hom e m . A m en sag em captada foi: “ A coisa é sér ia . V o c ê t e m de ser h o m e m agora . S e est ive r a f im d e br inca r, é me l hor parar por aqu i” . M i nha s intenções n ã o e ra m br incar c o m os sent imentos d a Cr i s t iane ou m e ap rove i t a r de la . M a s a reação de la m e fez adm i rá - la a inda mais, pois v i que não era um a qua lquer. Eu prec ise i engrossa r m inha hombridade, reavaliar minhas intenções e me preparar para passar no teste do “de homem para homem”. É isso que as pessoas prec isam nos d ias de hoje: não agir como u m ou uma qualquer. Sempre ouç o solte iros d i ze rem: “Es tou procurando a lguém ass im e ass im, que se ja especial, dife rente…” etc. Ma s aí agem c om o um ou uma qua lquer. Aceitam beijo no primeiro encontro, querem esfregar o corpo um no outro, vão de i xa nd o rolar , a té a c ab a re m n u m m ot e l ou ou t ra c a m a qua lque r — e is so sem nem saber ao certo o que existe entre eles. Fazem o que todo mundo faz. Não pensam por si mesmos. A mensagem que o cara capta é: “Essa foi fácil. Não é para compromisso. É só para zoar. Vamos ver até onde cons igo levar isso”. E na cabeça dela passa a lgo do tipo: “Se eu m e entregar para ele, e le va i m e amar. V ou fazer tudo o que ele me pedir”. Não está funcionando. Nem para eles, muito menos para elas. Precisamos de um novo mode lo, novas estratégias. O novo modelo é o “namoro blindado” e as novas estratégias você vai aprender aqui. Poste em nosso Facebook (fb.com/livronamoroblindado) ou em sua rede social preferida: Começo hoje a aprender os segredos de um #namoroblindado. 1 Alerta antitédio: se você se sentir tentado a pular esta parte sobre a lguns fatos históricos do namoro, resista. Sabe aqueles clichês, “você não saberá para onde está indo se não souber de onde está vindo” e “quem não conhece a história está fadado a repeti-la”? Então, sua professora de história estava certa. Vai ser um mergulho rápido, mas com lições bem legais. Bora lá! Se você não entender o que é um namoro blindado e por que precisa dele, não ap rec ia rá a impor tânc ia de ter um . Na m o r o b l indado é aque le e m que vo cê e s tá : 1. Protegido contra se casar com a pessoa errada 2. Proteg ido de perder a pessoa certa1 quando encontrá -la Pense um pouco nesses dois pontos. É difícil acordar do pesadelo de ter se casado coma pessoa errada ou perdido a pessoa certa. Descobr ir depois de anos de um casamento infeliz que você errou na escolha de parceiro; não conseguir se perdoar por ter estragado o r e la c i ona men t o c o m o a m o r d a s ua v ida, q ue a c ab ou c a sa nd o c o m out ra pessoa — tem sido a realidade de muitas, muitas pessoas hoje. É ma is fácil acontecer do que parece. Porque as pessoas não estão sabendo conduz ir o namoro, muitas estão errando na escolha, cegadas por seus sent imentos. Lívia se casou aos 19 anos com o homem que a “tirou do chão”. Foi um amor intenso. O ca samento ve io ráp ido. Dezesse i s anos ma is tarde, e la estava e m nosso consultório lamentando o tempo perdido de sua vida. Hoje com 35 anos e e le c o m 50, e la hav ia a caba d o d e ped i r o d ivórc io. T ra i ções d e a m b a s a s partes, ela não conseguia entender por que seu mar ido sempre foi tão apático, s e m in ic ia t i va , ind i feren te a tudo q ue a in te re ssava. E o q ue m a i s a incomodava, dizia ela, não era nem o divórc io e m si, mas a reação de le quando ela lhe deu a notícia: “É, realmente acho melhor assim”. “E le n ã o e sboçou o m í n im o d e von tade d e evitar a sepa ração”, n o s d isse , frustrada. L í v ia e rrou na e sco lha por causa de sua pa ixão cega e pagou ca ro por isso. Agora cons idere o caso de A rmando. Aos 40 anos e solteiro, s e m nunca ter se casado, e le sentou à minha frente e m e contou u m episód io que o perturba até hoje. C inco anos atrás ele havia encontrado a mulher que e le cria, e a inda crê, ser o amor de sua vida. N a altura, depois de breves contatos e m c írculos soc iais que frequentavam, e le a conv idou para tomar u m café . “ Eu não acred itava ma i s e m namor icos, re lac ionamentos q ue nã o d a vam e m nada, porque já t inha t ido mu i tos . M a s quando e u a vi, t ive a certeza de que a quer ia c om o esposa. M e u erro foi ter ido com muita sede ao pote” — admitiu, com notório arrependimento. E l a a ce i t ou o conv i t e . S e n t a d o à f ren te d e l a n o ca fé , A r m a n d o a b r i u se u coração. Declarou seus sentimentos e logo a pediu em namoro. E la foi sincera: “Ma s e u ma l o c onhe ç o… N ã o tenho sent imentos p or você . A c ho me lhor a gente começar com uma amizade e ver no que vai dar”. E le n ã o t i tubeou: “ Com ig o n ã o te m esse negóc io d e am izade . O u tudo ou nada. Ou a gente vai namorar ou não vamos perder tempo”, intimou Armando, exigindo um sim ou não dela. E a r e s p os t a q u e o a s s o m b r a a t é ho j e : “ E n t ã o é m e l h o r a g e n t e n ã o te r nada”. Assustada c om a postura incis iva dele, dali para frente ela passou a evitá-lo. A té hoje , c inco a nos depo i s , e le m a n t é m sen t iment os p or e la e a c omp a nha s u a v i d a à d i s tânc ia . N a a l tu ra d e no s s a c onve r s a , e le t i n ha o u v i d o a p i o r notíc ia desde o “não” que recebeu: e la estava para se casar com outro. A rm a nd o foi c o m mu i ta sede a o pote , s im . M a s o rea l p r ob le ma já e s tava dent ro de le mu i to an te s d e se sentar c o m a pessoa dos seus sonhos naque le ca fé . E c on t i nua rá a té q u e e le r e so l va a s q ues t õe s i n te rn as q u e o m a n t ê m solteiro até hoje . Enquanto a pessoa não resolver questões pendentes dentro dela mesma, acabará destruindo seus relacionamentos — mesmo com quem ela mais ama na vida. E m u m na m oro b l indado, o t raba lho de b l i ndagem c om e ç a an te s de se ter um namorado. Veja que, nos casos de Lív ia e A rmando, e les já t rouxeram os p rob lemas c o m e les antes d e encont ra rem a pessoa amada. Fo r a m esses p rob lemas q ue os cega ram. Fo r a m esses p rob lemas q ue inf luenc ia ram suas dec isões e compor tamentos — e os l e va ram a u m fina l infe liz. U m escolheu errado e o outro estragou a chance de ser escolh ido por quem tanto gostava. A ma i or ia da s pe ss oas in fe l izes n o a m o r se e nca i xa e m u m a dessas d ua s ca tegor ia s . A s c han ces sã o d e que , se vo c ê e r ra r n o a m o r , se rá p o r u m a dessas razões. Por i sso vo c ê p rec i sa ag ir agora , pre s tar mu i ta a tenção a o q ue está den t ro de você e ta m bé m, se já e stá e m u m re lac ionamento , a o q ue es tá den t ro da ou t ra pessoa . No t e : p re sta r a t en çã o é u m t raba lho d a s ua me n te , d e inteligência, e não de seu coração e seus sentimentos. É incrível, mas a p r in c ipa l a m e a ç a à s u a v i d a a m o r o s a é e xa t a m e n t e e s ta f ig u ra tã o fo fa , a mais assoc iada ao amor de todos os tempos: O lhe para ele. Tão bonito, tão fofo… e tão perigoso. Você está olhando para a ma ior am eaça à sua v ida amorosa : o cora ção. O g rande re sponsáve l pe las m á s e sco lha s n o amor . O grande ab r igo de ques tões emoc iona i s m a l reso lv idas. O g rande dest ru idor de re lac ionamentos . V o c ê va i en tende r por quê. A MAIOR EMBROMAÇÃO DOS ÚLTIMOS SÉCULOS Mu ita s pessoas têm entrado no re lac ionamento c o m amor e sa ído c om ódio. Por que tantos re lac ionamentos têm sido autodestrutivos? Por que tantos tiros fora do alvo? Aviso: depois de ler as próximas páginas você nunca mais vai ouvir música, assistir a filmes ou ler livros como tem feito até aqui. Es tamos no século 21. Tecnolog icamente e c ient i f icamente e stamos na era mais moderna e avançada da história da humanidade. É um mundo totalmente d i ferente daque le dos nossos pa is, que d irá de nossos avós. Nos so cot id iano tem pouco a ver com a vida de 30, 40 ou 50 anos atrás. Pa ra você ter um a ide ia, hoje já t emos a tecnolog ia para exp lo rar o e spaço de várias formas. O telescópio espacial Hubble, por exemplo, lançado ao espaço em 1990, permitiu ao homem pela primeira vez ver mais longe do que as estrelas da nossa própr ia galáxia. Em 2012 foi anunc iado publ icamente o projeto da primeira missão tripulada a Marte (Projeto Mars One). Será uma viagem de ida e sem volta. O objetivo: colonizar o p laneta vermelho. O s pr imeiros humanos a terr issar iam (ou “amartissar iam”?) em 2024 para começar uma nova civil ização de marcianos. Ainda não conseguimos civilizar o nosso planeta, mas vamos com toda a moral para tentar e m outro. O interessante é que ma is de 200 mi l pessoas se candidataram para partic ipar da missão — inclu indo muita gente casada querendo ir e de ixar o mar ido ou esposa aqui na Terra. Nada diz “eu te amo” como um bilhete só de ida para Marte... E m termos de tecnologia e ciência, estamos avançando a passos de gigante. Comp utadore s poderosos, sma rtphones, ap l ica t ivos pa ra tudo o que se pode imaginar — têm facil itado e melhorado a qualidade de vida de todos nós. U m a área de grande avanço nos ú lt imos tempos tem s ido a neuroc iênc ia, o estudo do sistema nervoso, especia lmente o cérebro. Descobr imos mais sobre o cérebro humano nos ú lt imos 100 anos do que e m 6 mi l anos de h istória da humanidade. P o r é m , s e n a c iênc ia , t e c no l og ia , in dús t r i a e tan ta s ou t r a s área s d a v i d a hum ana e s tamos anos- luz à frente, quando o assunto é re lac ionamento amoroso ainda v ivemos por crenças medievais. Na melhor das hipóteses, e s t a m os n o s é c u lo 1 9 , p a ra se r e xa t o . P a r a d os n o t e m p o . P a r a en t e nd e r o porquê, viaje ao passado comigo. Por milhares de anos, médicos, sábios e pensadores acreditavam que o coração, esse órgão pulsante que você tem a í no lado e squerdo do seu pe ito, era o centro da inteligência humana. Porque conseguiam sentir o coração bater e t a m bé m assoc iar vár ias em oções a reações f ís icas na reg ião d o pe ito ( como quando você toma um susto ou se apa ixona, por exemplo), e les pensavam que o coração era o centro da vida. Os egípcios t inham o costume de mumificar seus mortos sob a crença de que preservar o corpo garantiria uma boa vida após a morte. O processo de mumif icação envolvia a retirada do cérebro e outros órgãos, exceto o coração. E l e s c r i a m q ue o cora ção, c o m o o cen t r o d o s p e n s a m e n t o s e sen t ime nt os , seria necessár io para manter a pessoa viva no a lém. Gregos e romanos também cr iam que o coração era o principal órgão humano, responsáve l pe la s e m oç õe s e inteligência. A lguns antigos desconf iavam que havia a lguma coisa importante também acontecendo dentro do c rânio humano, m a s e les não t inham c om o p rova r nada . A c rença prevalente era que a nossa central de comando estava no coração. Essa c rença inf luenc iou p ra t i camente todos os a spectos cultura is da nossa civilização. Ao longo dos séculos, inúmeras obras de arte retratavam o coração com este foco emocional e intelectual. A s re l ig iõe s t a m b é m s em p re d e r am g rande ên fa se a o “ cora ção d e Deus” , c om d ire i to a artes sacras retra tando C r i s to c om o órgão expos to do lado de fora d o pe ito (! ) , m ov ime nt o s devoc iona i s a o “ sag rado cora ção de Je sus” e outras a lusões a o lado ma is emot ivo de Deus. D e fo rma geral , a maior ia da s religiões leva as pessoas a uma exper iência bas icamente emoc iona l , ma rcada por sentir isso ou aquilo, usando imagens, palavras bonitas, cenografia e decoração sacra, mús i ca pa ra sens ib i l izar e ou tros art i f íc ios q ue ape lam aos nossos sent idos. Tud o contrár io a o que encont ramos na B íb l ia, onde Deus sempre proib iu o uso de imagens, condenou trad ições humanas que serv iam a p e na s d e t ea t ro re l i g i os o e c h a m o u a s p e s s oa s a u sa r s u a s m e n t e s (inteligência) para meditar na Sua palavra (em vez de sentir com o coração). O c i nema e a te levisão p r od u z e m seus f i lmes , se r iados e nove la s e m que , quase sempre , h á u m a histór ia d e am o r ma r ca da pe los sen t imentos d e seus personagens. A razão é colocada de lado e o sentimento é que manda. “S iga o seu coração”, é a mensagem subl iminar (ou nada subl iminar) constantemente marte lada nessas histórias. Porém, nada p ropaga ma is essa ide ia do coração do que a música . Nã o importa a cultura ou esti lo musical, os exemplos são tantos que é difícil escolher u m só. Você pode seguramente apostar que se l igar o rádio e s intonizar e m um a estação musica l , nove de cada dez músi cas menc ionam o coração e suas peripéc ias amorosas direta ou ind iretamente2 . A c rença en t rou a té n o nos s o vocabu lá r io . N a l í ngua por tuguesa, q ua nd o queremos d izer que sabemos a lgo muito a fundo, usamos a expressão “eu sei de cor”. Este “cor” é abreviação de coração, pois os antigos pensavam que as informações e r a m gua rdadas no coração. Cur iosamente, a me sm a expressão existe no inglês (by heart), no francês (par cœur), no grego e em várias outras l ínguas. V oc ê p od e nota r q ue e ssa ide ia es tá enra i zada e m tudo a o noss o redor. E isso há milhares de anos. Mas há aproximadamente 100 anos, c om o apr imoramento d o microscópio, os c ient is ta s p ud e r a m in ic ia r e s tudos m a i s apurados d o cé reb ro hum a no . E descobr iram, f ina lmente, que o coração não é muito mais que uma bomba de sa ng ue pa ra ma n te r a c i r cu la ção sangu í nea n o corpo . E que , n a ve rdade , o centro da vida e inteligência está no cérebro. Isso revoluc ionou a neurociência desde então. Nossas habil idades de compreensão e desenvolv imento se multipl icaram e a sociedade, nos últimos 100 anos, evoluiu com extrema velocidade. Mas no departamento amoroso, cur iosamente, essa evolução não aconteceu. F i c a m o s p a r a d os n o t e m p o , l á n o s é c u l o 19 , b ê b a d os e en fe i t i ç ad os p e l a s ide ia s d o a m o r românt i co . A i n d a a s s oc iam os o am o r , q ue é u m a a t i v idade exclusiva do nosso cérebro, ao coração. É impossível hoje em dia alguém olhar uma ilustração no formato de coração e não pensar na pa lavra amor. Quando v o c ê lê a s f r a se s “ E u t e ” ou “I NY”, você sabe instintivamente qua l palavra substitui o coração. Nas outras áreas da vida, todo m und o já v irou a atenção pa ra o cérebro, só no am o r as pessoas a inda estão rec lusas nas cave rnas d o coração. Es tá ma is difíc i l acordá- las para a real idade d o que acordar um adolescente e tirá-lo da cama antes das se is da manhã . E aqui mora o principal problema dos relacionamentos hoje: Associar o amor ao coração. É a maior embromação dos últ imos séculos. (Qua lquer l igação entre a bagunça atua l nos re lac ionamentos e a pa lavra “amor ” aparece r d e trás para frente no me io da pa lavra “ emb roma ção”, é mera coinc idênc ia. O u não. Va i saber.) VOCÊ ESTÁ DEMITIDO! O coração3 tem sido um péssimo administrador da vida amorosa. Ele tem feito um horr íve l t rabalho nos re lac ionamentos. Se fosse um func ionário da sua empresa , você o manda r ia e mb o r a por justa causa e j ama is o contrata r ia d e novo. O q ue e le t e m fe i to n a v ida a m o ro s a d a s pessoas é desas t roso. E por i s s o a v i d a a d o i s n ã o t e m f u n c i ona d o p a r a m u i t a g e n t e , p o r q ue e la s t ê m deixado o coração mandar. S e por u m lado a hum a n id ad e e stá avan ça nd o n a c iênc ia e te cno log ia , n o lado do amor ela está regred indo. A p r ova d e s s a reg re ssã o e s tá n a s es ta t í s t ica s. O n ú m e r o d e d ivórc io s n o Brasil e m 2014 foi ma is que o dobro do ano 2000. Com mais divórcios, outra tendênc ia c re scen te é o “ re ca samento ” . A cada d e z ca sam en t os rea l i zados hoje, dois são na verdade recasamentos, nos qua is pelo menos u m dos cônjuges já ve io de um ou mais d ivórc ios. O número de solte iros t em aumentado e já u lt rapassa o número de casados, que vem ca indo. Nosso pa ís tem 77 mi lhões de solteiros e 60 mi lhões de casados. C laramente, as pessoas estão f i c ando cada vez ma is desacred itadas d o ma t r imônio , mu i ta s op tando por uniões sem nenhum compromisso formal. A maior ia dos d ivórc ios hoje ocorre entre casa is casados por menos de oito anos. Quer dizer, as pessoas estão desistindo fácil e rápido. O casamento tem se tornadodescartáve l — joga esse fora, pega outro. Isso tem dado or igem a fam í l ia s mis tas, aque la s f o rma da s de pessoas já ca sadas an te r io rmente q ue trazem filhos de suas relações prévias para a nova união. Tais uniões têm taxa de divórcio ainda maior, devido aos conflitos inerentes. Q ua nd o o ca same nt o en f raquece na soc iedade, o s p rob lemas soc ia i s aumentam. Mães solteiras já são 1 em 5, o que significa fi lhos crescendo sem pai. Sem modelo de um homem responsável, serão que tipo de pai e mar ido lá na f rente? F i lha s q ue v i r am suas m ã e s se r em pa i e mã e , c o m o consegu i rão dividir a vida com um homem? Decadênc ia total. Reg re sso ao invés de progresso. Tod os os dados e evidênc ias mos t ram que essa bagunça famil ia r é péss ima para o ser humano. Está mais que provado que um casamento sól ido saudáve l é o que provê uma me lhor estab i l idade e conômica , emoc iona l , soc ia l e de saúde para cr ianças, adultos e toda a sociedade. Mas o coração não tem de ixado isso acontecer. E le é o maior culpado dessa baderna. E infe lizmente cont inuará ass im, enquanto as pessoas insis ti rem e m amar com o coração e não com o cérebro. Nossa esperança é que você demita o incompetente. Mas se ainda não se convenceu, continue lendo. Cristiane U m a ag ravante : a s pessoas e s tão des i s t indo d o c a s a me n t o p o r ca u sa d o cora ção, m a s c u l pa nd o o ca samento . P o r i sso mu i tos j o ven s ho j e já nã o têm obje t i vo de casar. A c h a m q ue o ca samento é u m a inst i tu ição fa l ida, u l t rapassada , q ue p rec i sa se r re pen sa da . P o r é m , a c u lpa n ã o é de le . N o fundo, t od o m u n d o que r o q ue u m b o m ca s am en t o o fe re ce . A cu lpa , n a verdade, está e m associar o amor c om sentimentos. V oc ê já passou por isso vár ias ve zes: não sent ia von tade d e fazer a lgo, m a s foi e fez, porque sua cabeça o conve nceu a fazer. C o m o acorda r d e manhã e m sua cama quent inha e não sent i r vontade de levantar e ir t raba lhar, por exemp lo. Se u a la rme soou, você acordou , m a s o seu corpo quis ficar na cama. Você ajeitou o travesseiro, sentiu o conforto da cama e disse para si mesmo: “Só mais cinco minutos”. Mas em seguida, sua mente começou a perturbá-lo e dizer: “Levante logo, senão vai se atrasar… Imag ine o t râns i to q ue va i pega r se não sa ir c e d o… E se chega r tarde d e novo no trabalho, vai ter problema…”. Daí, contra sua vontade, você f ina lmente se levantou e fez o que t inha de fazer. Naque le processo, você usou sua cabeça e não seu coração. No trabalho, o seu supervisor chat inho e irritante, ou aquele colega pest inha q ue quase se m p re o t ra ta c o m a r rogânc ia , v e m e o fa z sent i r c o m o u m a formiga com a atitude dele. A sua vontade é de lhe dar uma joe lhada voadora estilo U F C e imob i l izá - lo no chão c om um a chave de braço até e le bater e m desistência. É claro, a inda que você fantasie a cena na tela das suas emoções, o s eu lad o ra c iona l o m a n t é m c a lm o e vo c ê s im p l e sm e nt e re sp ond e “ S im , senhor ” . S u a in te l i gênc ia sab e que , se de ixa r ex t ravasa r s e u s sen t imentos , perderá o emprego. Novamente, sua cabeça dominou seu coração. S a b e m os i s so mu i t o b e m e m vá r ias á reas d a v ida, m a s por a l g um a razão, q ua nd o o a s s un t o é r e l a c i onam e nt o , a m á x i m a é: “ E u n ã o m a n d o n o m e u cora ção” . A s pessoas t ê m a ide ia d e q ue o cora çã o n ã o p od e se r m a nd ad o . A c h a m q ue t ê m d e fa ze r o q u e o c o ra çã o e s tá sen t ind o. S e o c o r a ç ã o e s tá triste, magoado, lamentando “não sinto mais amor”, “não sinto mais vontade” — elas vão e agem de acordo. Imagine se você fosse agir assim em outras partes da vida. Nunca iria realizar nada, manter nenhum emprego ou sair da cama antes do meio-d ia. Se p ode m os dom ina r nossos sen t imentos e m outras á reas, por q ue não na v ida amorosa? O problema está na maneira como você vê o amor. Encarar o amor c om o um sent imento faz as pessoas ace itarem coisas absurdas n o re lac ionamento. Mu ita s nos p rocuram d izendo: “Meu namorado m e traiu, ment iu, fez isso e aquilo, m a s eu o amo… O que eu faço para tê-lo de volta?”. E las não conseguem enxergar o ridícu lo que estão fazendo, como e stão se d im inu indo. S ã o re féns dos sent imentos e por isso f a z em qua lque r coisa por uma miga lha de atenção, mesmo vindo de a lguém que não presta. O cora ção p re fe re u m a b oa sensação agora , m e s m o q ue vá so f rer depo i s . Faz as pessoas sofrerem “por amor” e então vai criando crenças para gerenciar suas f rus t rações e just i f icá - las. E , é c la ro, a cu lpa nun c a é de le , s e m p re d e outro. Por exemplo, a mulher se decepcionou e m vários relacionamentos e aí começa a dizer: “Homem é tudo igual, só muda de endereço”. Preste atenção nessa frase. V oc ê não va i prec isar de mu i to temp o pa ra entender que é um a af i rmação falsa, uma ment ira do coração. Ninguém é igual, nem hom em nem m u lhe r . M a s c o m essa c rença a m u lh e r p od e coloca r t od a a cu lpa n o s e xo mascul ino e não assumir responsabi l idade por suas escolhas e erros no relacionamento. É uma mentira, mas muitas mulheres têm baseado suas vidas ne la. P e l o c o ra çã o, a p e s s oa se e n vo l v e c o m ou t ra q ue j á e s tá ca sa da , m e s m o sabendo que é errado. E a inda just i f ica: “Ma s e les não são fe l izes, já não se a m a m ma is . O no ss o am o r , es te s im , é ve rdade i ro . O ca sam en t o de le s nã o deu certo, não era para estarem juntos”. E para fortalecer essa ideia, o coração também criou o mito da a lma gêmea. A ideia da a lma gêmea é a ridícula crença de que existe apenas um a pessoa nessa v i da q ue p od e no s comp le ta r , c o m o a t a m p a d a pane la , a m e t a d e d a la ranja o u a ca ra -me tade . É c la ro, n e m p rec i sa ter u m cé reb ro d e E ins te in, pode ter u m de ch impa nzé m e sm o , pa ra pe rcebe r q ue e sse negóc io de a lma g ê mea é ma tema t i camente imposs íve l . Pa ra começa r, o núm ero de hom e ns solte iros nunca é igua l a o de mu lhe re s solte iras e m nenhum pa ís do mund o. Quer dizer, se fosse dança das cadeiras, muita gente ia ficar de pé chupando o dedo, porque não há cadeira para todo mundo. Segundo, log icamente bastaria um a pessoa casar c om outra que não fosse sua a lma gêmea (e s im a de outra pessoa) para desestabil izar todo o ecoss istema de a lmas gêmeas… Mas é claro, o coração não quer ouvir isso. E le prefere crer que se há muitas br igas no casamento, se a quím ica não rola mais , se o sent imento não é ma is o m e s m o d o in íc io, en tão é p or q ue aque la pes s oa n ã o é sua a lma g êm ea . É c la ro q ue não. S e fosse, e les nunca b r iga r iam. Se r iam u m casa l t ão perfe i to que nem pum soltariam. Não ria não, porque há q uem baseie dec isões important íss imas e m sua vida amorosa em c ima dessa crença. É uma tragédia. Considere maisum exemplo. A moça começa a ver suas amigas e familiares se casando, uma a uma. Daqui a pouco, ela se vendo a inda solteira, o coração começa a cobrar: “Você ainda não tem namorado?”. U m belo dia, ela por acaso vê no Facebook o perfi l daquela antiga colega de c lasse, n a época gord inha e desdentada, que n i nguém que r ia namorar . Cur iosa, pois não a vê há anos, e la va i e entra no perfi l de la enquanto pensa: “Coitada, q ue f im teve e la?” — quase fe l iz por antec ipação, e s pe rando se consolar c om o dest ino da ex-colega. C o m certeza e la está ma is gorda, ma is fe ia e , c la ro, enca lhada. Porém, pa ra seu espanto, a fu lana n ã o somente está uns 20 quilos mais magra, mas também casada e com três fi lhos l indos de um mar ido que parece ter sa ído de uma capa de revista. A té os dentes de la estão perfeitos num sorriso de orelha a orelha. O coração sobe para 120 batidas por minuto. “Você va i ficar parada a í?” — e le gr i ta. S e m demora , e la busca o con tato daque le cara que v ive atrás de la, com quem ela nunca quis nada, e marca um encontro. Determinada a não ficar pa ra t rás, e le s n a m o ra m , n o i v a m e c a s a m e m se i s me se s . E o s do i s v i v e m infelizes para sempre, graças ao coração bandido. UM OFERECIMENTO, HOLLYWOOD Os grandes patrocinadores das crenças do coração são, sem dúvida, Hollywood e as ce lebr idades e m gera l. U m dos fa tos ma is cur iosos dos ú l t imos tempos , que inaugurou uma nova crença criada pe lo coração, foi a separação do “casal dourado” Gwyneth Paltrow e Chris Martin — ela, já considerada por uma revista amer icana “a mulhe r ma i s l inda do mundo” e ele, voca l ista d o Coldplay. N o comun icado of ic ial pos tado no site da atriz, o casa l d isse ter chegado à conc lusão de que “apesar de nos ama rmos muito, permaneceremos separados”. C o m o p ode u m casa l que se a m a mu i to pe rmanece r sepa rado? Q u e m a m a sepa ra? Q u e m a m a que r v i ve r l onge ? Q u e m a m a que r suje i tar s eus f i lhos pequenos a um divórcio? Faz algum sentido? É c la ro q ue não. M a s “ q u em u m d ia i rá d i ze r q ue ex i s te ra zã o na s co i sa s feitas pe lo coração”? Apesar da falta de nexo, as pessoas tomam dec isões em c ima dessa c rença. Ve ja c om o Gwyne t h in ic iou o comun icado d e sua separação: “É com os corações cheios de tristeza que decidimos nos separar.” Co inc idênc ia ? Nã o. Pe lo m enos n isso e la acertou. Ta l dec isão, d e fato, só poderia ter sido feita pelo coração. As pessoas pensam que o amor-sent imento é sufic iente para fazer a relação func iona r . E s s e t ipo d e a m o r p r e s u m e q ue o suc es s o d o c onv í v i o a do i s é automát ico. Nã o é. A cabeça é que tem de tomar dec isões no re lac ionamento, não o coração. A s epa raçã o d o ca sa l , p o r é m, te ve u m fa to a i nd a ma i s b i za r ro . G w y n e t h pos tou e m seu site, l ogo aba ixo d o anúnc io da separação, u m art igo de seus “conse lhe iros esp ir i t ua is ” da ndo a en tende r q ue o casa l não e s tava se divorciando, mas sim fazendo um conscious uncoupling — um “desacoplamento consciente”. “Divórcio é uma palavra muito negativa” — poss o imag ina r o ta l g u ru pe n sa nd o a o inven ta r o novo te rmo. “ V oc ê s n ã o estão se d ivorc iando, apenas desacop lando. Seus f i lhos terão dois endereços agora, m a s lembrem-se : todos vo cês a inda se a m a m muito. ” En tenda c om o uma maneira de tentar fazer a horrível realidade de um divórcio parecer posit iva. O coração sempre quis embelezar o que é feio, vestir de roupa bonita o que é podre. A ve rdade da sepa ração dos dois , qua lque r que tenha s ido o mot ivo, é que ela foi causada pelo coração, não pela inteligência. A té Jesus, quando pe rguntado sob re o d ivórc io, responsabi l i zou o coração como o culpado4 . A Bíblia não faz segredo dos perigos de conf iar no coração. Veja só quem as pessoas estão de ixando no controle de sua vida amorosa: Quem pode entender o coração humano? Não há nada que engane tanto c om o ele; está doente demais pa ra ser curado.5 S im , o cora ção sabe engana r. P o r isso, a roupa q ue veste o a rg ume nt o d o consc ious uncoupl ing é rea lmente muito bonita. A expl icação é que, nos dias atuais, ca samento para a v ida toda não é mais um a opção viáve l. Segundo os gurus de Pa ltrow, numa era onde a expectat iva de vida das pessoas é mais de 7 0 anos , “e la s n ã o e s tão b io log i camente n e m ps i co log i camente p repa radas para viver c om a mesma pessoa por quatro, c inco ou seis décadas”. A alternativa? Ter “dois ou três relacionamentos sérios ao longo da vida”. Sér io. T e m gen te q ue p aga ca ro pa ra re cebe r conse lhos a ss im . Especialmente em Hollywood. Prepare-se para ouvir mais notíc ias sobre casais de celebridades “desacoplando conscientemente” por aí. M a s sa be p o r q ue e sse a r g um e n t o é t ão at raen te? P o rq ue , c o m o tan tos out ros m i t os d e re lac ionamento , e le isenta os “desacop lan te s ” d e re sponsab i l i dade . A f ina l , se o p r ob l e m a está na ide ia d o c a sa me n t o pa r a a v i d a t od a , a c u l p a n ã o é de le s . S e o ca sa l b r i ga , s e d e s e n t e nd e , p e r s e g u e objet ivos d iferentes que os d istanc iam, e acaba se separando — nada d isso é o problema. Egoísmo? Orgulho? Te imosia? Não, essas coisas não são nada. A culpa é da biologia. Quem mandou viver muito? Os gurus de Paltrow justificam sua teoria apontando que os casais que pe rmanecem casados e fel izes a v ida toda são a exceção e não a regra. Ma i s um a vez, e r ram e m af i rma r que a maior ia está sempre certa. S e a ss im fosse, teríamos de recomendar, por exemplo, a pornografia como novo modo de vida para todos os homens . S im , pois um a pesqu isa6 apontou que quase 7 0 % dos homens ve em pornograf ia na Internet semana lmente . O u seja, por essa lógica, se maioria o faz, deve ser bom e todos devem fazer. O s a t a q ue s a o c a s a m e n t o , a s m e n t i r a s v e s t i d a s d e e l e g â n c i a e o s m i t o s novos e velhos não param de crescer. Se você não se blindar, também acabará ace itando o d ivórc io c om o um a coisa natura l e até bonita: um a prova da sua evolução como ser humano. Fique alerta. Pratique o amor inteligente. Bl inde o seu namoro. Cristiane Eu já tive várias experiênc ias c om meu coração enganoso, e uma delas foi b e m no in íc io d o n a m oro c o m o Rena to . Depo i s d e a lgumas s e mana s de namoro, comecei a duvidar se gostava dele mesmo. Incrível, porque eu orei por a lguém como ele por tanto t empo… Quando finalmente nos conhecemos, fiquei tão feliz… Sabe aquela felic idade que você tem em ver Deus responder suas orações exatamente como você pediu? Só que eu não estava ma is sent indo o me u coração bater quando o via e isso me incomodou. Comece i a achar que talvez não o amasse como p e n s a va a té en tão , e a d ú v i d a s ob re nó s d o i s ap a r ece u . A t é q ue u m d ia orei a Deus a respeito, ped i paraque Ele conf i rmasse para m im, mais uma vez, que o Renato era de Sua vontade. Em poucos dias, aquela dúvida saiu. Toda vez que me lembro desse episódio, fico pensando no que poderia ter acontecido se eu tivesse me deixado levar pelo meu coração… não teria me ca sado n e m c o m o m e u p r ime i ro n am o ra d o, n e m c o m o a m o r d a m i nha vida. O Renato tinha o perfi l que eu tanto pedi a Deus e não tinha nada que eu pudesse usar como base para aque la dúvida, mas ela ve io ass im mesmo... E quantas não são as pessoas que se enganam ass im? Começam a duv ida r , d o nada , s e m seque r u m a exp l i c a ção e p a r a m d e usa r a inteligência. O coração tem feito um péss imo trabalho nos re lacionamentos. Então, o que estamos propondo? Que você não ame com o seu coração, mas com sua inteligência. U m namoro b l indado é aque le em que, por mais fortes que se jam os sent imentos, a pessoa não abandona a luc idez n e m de ixa d e ag ir pela razão. Ass im como nas outras áreas da vida a inteligência nos fez avançar, o avanço na v ida amorosa t ambém depende da sua cabeça. Os tempos muda ram. Tem os q ue evolu ir , ve rdade i ramente mode rn iza r e ssa á rea de nossa s vidas, acompanhar o progresso de outras áreas. Vamos sair das cavernas! N ã o é q ue vo cê vá virar u m robô, s e m sen t imentos . Sen t ime nt os t ê m seu lugar n a re lação . V o c ê s e mp re terá sen t imentos b on s e t a m b é m ruins. M a s c om sua cabeça no controle, você saberá desfrutar dos bons e administrar os ruins. É preciso entender que mesmo os bons sentimentos de amor são apenas uma pequena parce la do que é amor e m si. P e n s e n u m se r v i ç o d e T V a ca b o. H á d e z e na s d e c a na i s a q ue v o c ê t e m acesso, mas só pode assistir a um de cada vez. Os sent imentos são apenas um canal na TV do Amor. Há outros canais muito importantes nesse pacote, como o cana l da fidel idade, o cana l do respeito, o cana l da honra à pa lavra, o cana l d o c omp rom i s s o , o cana l d o se rv ir a o pa rce i ro etc . S ã o tod os e s tes cana i s , nada relacionados aos sentimentos, que valorizam o pacote da TV do Amor. E se você praticar o amor inteligente, q uem tem o controle remoto nas mãos é a sua cabeça, não seu coração. “Mas c om o ass im”, você pergunta , “amar c om o cérebro? C o m o o cérebro ama?” E le pensa! O cérebro usa a inte l igênc ia pa ra c r ia r e praticar o amo r verdade iro. E le prepara o solteiro antes de entrar n um re lac ionamento. E le o a juda a e sco lhe r a pessoa c om q ue m namora r . E le e s tuda a pessoa pa ra ve r se é a certa para se casar. E le resolve os p rob lemas e supe ra a s d i f icu ldades para manter o re lac ionamento e nunca perder aque la pessoa. QUATRO MUDANÇAS Pa ra não se de ixar enganar pe lo coração bandido, é prec iso que você implemente quatro mudanças: 1 . D e i x a r d e a s s o c i a r a m o r a o c o r a ç ã o . P a s s e a a s s o c i a r a m o r c o m o cérebro, a inteligência. Quando você pensar em amor, pense em inteligência, não e m sent imento. Entenda que sent imentos estão inclu ídos n o amor, mas são apenas um a pequena parce la de le. Pensou e m a mor , pensou e m inteligência7 . 2. Tirar as emoções do comando. O que d i zem por aí, “n inguém manda no coração”, é mentira. Você pode mandar e desmandar no seu coração, determinar de q uem e le va i gostar ou não. Dec ida: “Emoções não m a nd am em mim. Eu mando nelas”. Se você tomar decisões baseadas em suas e m o ç õe s , t e rá sé r ios p r ob l e m a s . P a r e d e d ec id i r pe l o q u e sen te , p a s s e a decidir com inteligência. Você não precisa mendigar atenção, sufocar o parce iro, se desva lor izar, fazer r id ícu lo porque suas emoçõe s o induzem a isso. 3 . P a r a r d e s e g u i r a m u l t i d ã o q u e s e g u e o c o r a ç ã o . O m u n d o i n t e i r o a inda b e be dos l ico res d o cora ção e , em br ia gad o por e les, cont in ua p roduz indo l ite ratura, mús ica , f i lmes e toda sorte de arte que p r om ove u m falso amor. Pode levar séculos até que as pessoas acordem para o que você e s tá ap re nd endo aqu i . En tã o pe nse p o r s i m e s m o e sa ia n a frente . N ã o vá ingerindo dessa bebida só porque a maior ia bebe dela. Quest ione os mitos e crenças populares sobre relacionamento. Cristiane Que ro fazer u m aparte aqui . E u de ixei de gostar de f i lmes e l ivros românt icos porque entendi que tudo aquilo só serve para mexe r c om m e u coração. V oc ê a caba compa rando aque le pe rsonagem perfe i to c om o seu n a m ora d o , q ue n ã o fa z n a d a d o q ue o p e r s ona g e m fa z . I s so n ã o é b o m , porque começa a idealizar e achar que aqui lo ali é exemp lo de namorado. Na verdade, o autor imaginou u m cara para fazer mulheres se emoc ionarem. A í você cai nessa e se emoc iona, mas nada daquilo é real. O real é be m ma is s imples. Nã o precisa estar na chuva para d izer que ama a outra pessoa. Não precisa de flores, chocolate ou poesias de amor. Você deve imaginar que entre nós, professores do amor, deve rolar muito romance . M a s a ve rdade é q ue a nossa v ida é m u i t o s imp le s. É s imp le s, mas a gente tem paz. Eu sou e m e s into amada. O Rena to cuida de m im e é disso que preciso. Chocolate e flores eu posso comprar. Às vezes, o foco nessas coisas de Hol lywood e de romances faz você dar u m a imp o r tânc ia e xa ge rada a o q ue nã o t e m no s eu re la c ionament o . A í , de ixa de ve r o h o m e m q ue cu ida de você , q ue a ama , q ue está al i d o seu lado e é fiel a você. Por isso eu passe i a desgostar m e sm o de f i lmes românt icos, achá- los a té irritantes. Ho je , sou mu i to ma is de um a coméd ia ou f i lme de ação do que romances. Nã o e s tamos que rendo d izer q ue você não possa assisti r, m a s meu alerta é porque sei o que romances fizeram comigo e com meu casamento — e fazem com muitas mulheres. É uma espécie de pornografia para mulher. Faz a mulherada idealizar aque le cara perfeito, ass im como a pornograf ia faz os homens desejarem a mu lher c om u m corpo perfei to. É uma coisa tóxica, pode acreditar. C u s t o u pa r a e u c o m p re e nd e r t u d o i s s o e e n t e nd o s e e s s a p r op os ta d e racionalizar os sentimentos é difícil para você processar. Nunca me esqueço da pr imeira vez que fui surpreendida c om esse ens inamento na prática. Eu já t inha ouv ido fa lar s ob re se r ma i s ra zão e m e nos em oç ã o, m a s a cha va que não era bem ass im… Achava muito radical para qua lquer ser humano praticar. Foi então que aconteceu um episódio com meu fi lho, que me decepcionou mu i to . E u pa rec ia e s ta r s e m chão. M e desespe re i e ca í e m u m c ho r o d e amargura profunda que eu nunca havia exper imentado antes. Não conseguia dormir nem comer, só chorar. Ficava horas olhando para fora da janela, a s lágr imas rolando pe lo m e u rosto, e vendo o rep lay d o que t inha acontecido mi lhares de vezes na minha mente.Até que meu pai me mandou parar com aquilo. Mas mandou mesmo, com uma f i rmeza que m e sacudiu. S ince ramente, n a hora ache i que e le estava sendo extremamente insensível c om a minha dor e, inic ialmente, não aceitei a bronca. Mas depois, quando coloquei e m prática, não só superei o q ue hav ia a con tec id o c o m o m e torne i u m a m u l he r m u i t o m a i s fo r te e m todos os meus re lac ionamentos e na vida. Tudo porque de ixe i de seguir o meu coração e o treinei a seguir minha razão. 4 . N ã o s e j a i n g ê n u o , e s i m h á b i l n o a m o r . O a m o r n ã o s i m p l e s m e n t e “acontece”. E le é fruto de trabalho, aprendizado, observação e atitude. O que o cérebro faz de melhor é buscar soluções. E le foi programado para isso. Há uma solução para sua dificuldade de encontrar a lguém ou para seu prob lema de relacionamento. Senão, outros com o mesmo prob lema nunca teriam consegu ido soluc ioná- lo. E m vez de sentar embur rado c om o u m a cr iança, desenvolva as habil idades necessárias para resolver seu prob lema. (Nós vamos ajudá-lo nisso.) S e v o c ê q ue r s e p r o tege r c on t r a s e c a sa r c o m a pe s s oa e r ra da e p e rd e r a pessoa ce rta q ua nd o encont rá - la , e sta s qua t ro m uda nç a s sã o o p r inc íp io d e um namoro blindado. Apenas o princípio. A ideia não é ditar regras. Há casais felizes que deram certo apesar de terem tudo para dar errado e outros c om tudo para da r certo que se d ivorc iaram. O segredo está no que e les f i ze ram de certo ou de errado. O s que in ic ia lmente sofreram, conseguiram se acertar a duras penas porque aprenderam a fazer as coisas certas. E os que pe rde ram o ca samento fo i porque de ixa ram de fa zê- las. O re cado é: há o certo e o errado, e se que r ter ma is chance de ser feliz, faça o certo agora e sempre. Vamos continuar aprendendo como aplicar essas e outras mudanças. Poste em nosso Facebook (fb.com/livronamoroblindado) ou em sua rede social preferida: Nunca mais deixarei meu coração arruinar minha vida amorosa. #namorobl indado 1 Cristiane e eu não gostamos de usar a expressão “pessoa certa”, e s im “pessoa adequada”. Você vai entender por que no Capítulo 8. Por enquanto, vamos usá-la aqui para facilitar o entendimento. 2 Coloquei meu próprio desafio à prova e busquei rapidamente entre as músicas mais tocadas nas rádios de São Paulo de janeiro a ma rço de 2016. O coração aparece d ire tamente em janeiro no hit da Ade le “Hello” — um apelo telefônico de um coração ferido pedindo perdão a outro coração por tê-lo ferido. Em fevereiro, o coração de Luan Santana “se apaixonou perdidamente” em “Chuva de Arroz”. E em março, foi a vez do funk de Biel, “Química”, que descreve precisamente uma das especialidades do coração: se apaixonar pelo visual da outra pessoa. Encerro meu caso. 3 Quando falamos em coração, estamos nos referindo basicamente às emoções e sentimentos humanos, não ao órgão que bombeia sangue. Esses sentimentos, sabemos hoje, também são gerados e m regiões específicas do cérebro, mas que não podem ser deixadas com a responsabil idade de tomar decisões. Esse papel pertence à nossa inteligência. 4 Mateus 19.8: “Jesus respondeu: Moisés deu essa permissão [de divorciar] por causa da dureza do coração de vocês; mas no princípio da criação não era assim.” 5 Jeremias 17.9 6 Sempre que citamos um estudo ou pesquisa, você pode conferir a fonte na seção “Referências e Citações”, ao final do livro. 7 Um fato curioso aconteceu envolvendo a logomarca de nosso programa de TV, a Escola do Amor. Quando a criei, a marca era simplesmente as palavras “The Love School” sobre um fundo remetendo a linhas de um caderno escolar. A associação era à ideia de escola, aprendizado e, por isso, cunhamos a expressão “amor inteligente”. Na segunda temporada, a produção do programa decidiu renovar o cenário e aproveitou para criar uma nova imagem visual da Escola do Amor. O desenhista gráfico então fez questão de inserir as palavras The Love School dentro de... Adivinhe? Um coração! Nem a Escola do Amor escapou dele! Furioso, pedi que refizessem e expulsassem o bandido da nossa logomarca. Todo cuidado é pouco! S O R AI A T E M 24 A N O S e acabou de se formar e m direito. Através de uma amiga da faculdade, se apaixonou logo no início do curso por um rapaz “lindo, u m pr ínc ipe lo iro d e o lhos ve rdes”, empresá r io b em -suce d i d o aos 27 anos, também na área de direito. “Acertei na loteria”, foi o que ela pensou na época. Foram logo morar juntos e ela se entregou para ele de todas as formas. Porém, ao conhecê-lo mais a fundo, descobriu que ele tinha vontades sexuais estranhas. E le a quer ia na cama c om outras mulheres. E la, para não o perder, consentia. Vár ias vezes o dividiu com uma garota de programa. Fazia de tudo p a r a a g r a d á - l o . À s v e z e s b e b i a e u s a v a d r og a s d u r a n t e a s o r g i a s p a r a te r coragem de atender aos pedidos dele, pois sã não conseguia. E le era, na verdade, u m pr ínc ipe das trevas. A o f im de quatro anos, o sa ldo de tudo o que e la invest iu: a autoest ima enterrada, pe lo menos nove t ra ições de le (que e la sab ia) e agora um a das amantes estava grávida. Sora ia t e rm inou o re la c ionamento , e ngo rd ou 1 5 qu i los e en t rou e m u m a depressão profunda. Voltou para a igreja, da qua l havia se a fastado por causa de le , e c ome ç ou a se recuperar. A p ós se is meses , u m rapaz que a conheceu p or lá c om e ç ou a gos ta r de la . E la v iu ne le ó t ima s q ua l i dad es e t a m b é m se interessou. Ho je estão namorando há seis meses, mas e la nos procurou porque tem um conflito: a inda mantém fortes sent imentos pe lo ex-namorado, o pr ínc ipe das t revas, que hoje já está casado. Nã o o vê mais , m a s chora por ele e não consegue se conformar com a perda. Sora ia está tão desp repa rada pa ra esse novo re la c ionamento quanto estava p a r a o p r im e i r o . Pe r d id a , s e m s a b e r o q u e f a ze r e t o t a lm e n t e l e va d a p e l o coração, e la segue na rota de col isão c om ma is um a g rande decepção amorosa. E o novo namorado, alheio ao que se passa com ela, também sofrerá o impacto. (Se ele t ivesse l ido Namoro B l indado, não estaria namorando com ela. E a esposa do ex da Soraia? Essa então…) Entrar em um relacionamento sem esta r pronto menta lmente, em oc i ona lme n te e e sp i r i t ua lmente é su ic íd io amoroso . É a ss im q ue mu i ta s pessoas perdem um ótimo relacionamento, ou pior: perdem a si mesmas dentro d a re lação. Fo i o que acon teceu c o m Sora ia . E la se pe rdeu den t ro d o própr io relac ionamento. De ixou de ser ela, fez tudo para agradar o namorado por medo de perdê-lo, e mesmo ass im o perdeu. Nunca entre em um relacionamento sem estar bem fora de um. O CHECKLIST “Estar bem” para começar um namoro blindado significa, no mínimo, ter preenchido estes oito critérios: 1. Estar curado de relacionamentos anteriores 2. Ter idade para um relacionamento sério 3. Estar disponível e disposto a dedicar tempo para o relacionamento 4. Ter a intenção de casar e m vez de apenas se divertir5. Estar livre de vícios 6. Ter caráter íntegro 7. Estar definido na questão profissional e financeira 8. Estar resolvido interiormente Nã o p r e s uma en tende r comp le tamente ca da u m destes pon tos ante s de ler suas respectivas explicações, a seguir. 1. O per íodo de cura Q ua nd o sa i de u m re lac ionamento e m que você gos tava mu i t o d a pessoa, a sepa ração p ode parece r c om o a amputação d e u m m e m b ro d o s eu corpo ou c o m o a m o r t e d e a l g u é m p r ó x im o . A d o r e a fa l t a n ã o d e v e m se r subes t imadas. É c o m u m a pessoa ter t rans tornos a l imenta re s, pe rde r no i te s de sono e até pensar que a vida não tem mais sent ido. O término de um re lacionamento requer um per íodo de cura. E durante esse tempo, você terá de evitar re lac ionamentos amorosos. Há pessoas que pu lam de um re lac ionamento para outro com tanta frequência que se tornam cínicas, endurecidas. E las não se dão conta de quão prejudicial é ter o coração partido tantas vezes. E las s implesmente juntam os pedaços, colam de novo e vão para o p róx imo re lac ionamento. M a s a s rachaduras a inda estão lá. E nessa condição, como pode o próximo namoro dar certo? S e a cabou d e sa ir de u m re lac ionamento , ou a inda está se re cupe rando d e um , vo c ê p rec i sa d e u m p e r í od o d e cu ra e t a m b é m encont ra r u m de s fe c ho apropr iado para ele. Nã o é u m novo re lac ionamento q ue va i curá- lo d o anter io r . Pe ssoas q ue fazem isso criam um ciclo nocivo, não amadurecem, não melhoram como pessoa e nunca curam a ferida. U ma grande lição sobre como curar as feridas do passado pode ser t irada da conhecida história da libertação do povo de Israel do Egito. O s heb reus a ma rg a r a m o f im de u m re la c ionamento c o m o s eg ípc ios q ue c om e ç o u m u i t o b e m , m a s t e rm inou te r r i ve lmente ma l . P o r ma i s de qua t ro séculos eles foram escravizados e reduz idos prat icamente a meros animais de carga. As feridas eram profundas. Quando Deus enviou Moisés para libertá-los, uma das ordens expressas que Ele deu aos hebreus foi a de que e les deve r iam de ixar pa ra trás não somente o Egito, mas tudo o que haviam aprendido e vivido ali. Os costumes, os ídolos eg ípc ios, a s a t itudes e pensamentos de e sc ravos — tudo isso e les t inham de de ixar para trás. S ó ass im pode r iam ser curados e se tornar uma nova nação, começar uma nova história. Se você que r curar suas fer idas e t raumas de ixados pe los seus relacionamentos anteriores, você tem de fazer o mesmo. N ã o bas ta te r d e i x a d o o re la c ioname nt o . V o c ê p rec i sa de i xa r tu d o o q ue a inda o l iga a e le . S im , ap renda a s l ições necessár ia s, m a s j ogue fo ra o que não lhe se rve ma is . An t igos cos tumes, c o m o f requenta r os m e sm os luga re s que seu ex, pode rão ter de ser abandonados . Se seu ex era c om o u m “ ídolo” e m sua vida, você prec isa derrubá- lo dos al tares q ue cr iou para e le ou e la — ap ag a r fo tos , t i ra r o s con ta to s d a a g e nda e da s redes soc ia i s , j oga r fo ra o u vende r qua lque r presente que a inda t raz l embranças, enf im, fazer um a limpeza geral. Não leve nada mais daquela pessoa com você. Saia do Egito! M a s não basta sa ir d o Eg ito. V oc ê tem que tirar o Eg i to de dentro d e você também. É claro que a cura interior é mais difíci l e lenta, mas ela começa com a exterior. Eu m e lembro de u m am igo cuja esposa bata lhou por mu itos anos contra o câncer. Ele ficou ao lado dela até o fim, quando infelizmente ela veio a falecer. Eu receb i a not íc ia da sua mor te à noite e pe la ma nhã fu i a té sua casa vis itá- lo. Fiquei surpreso ao chegar. E le já havia removido da casa todas as fotos da esposa — quadros, porta-retratos — e t ambém juntado suas roupas para doá- las a uma insti tuição de car idade. Pense i a princ íp io que aqui lo teria s ido um a to de revol ta o u ra iva . M a s e le e stava inc r i ve lmente ca lm o e lúc ido. E m e exp licou: “E la já foi. F ina lmente está e m paz. Agora sou eu quem prec isa voltar a viver”. U m tanto radical para muitos, mas do ponto de vista do que era melhor para o estado emoc iona l dele, não há dúvida de que agiu certo. Sua vida não pode terminar ao término de um relacionamento. A l impeza exterior facilita e acelera a cura interior. Uma vez eliminadas as coisas externas, você saiu do Egito. Agora você p rec i sa t i ra r o Eg i to d e den t ro d e você , q ue são o s pensamento s , a s lembranças que mexem nas feridas. Não gaste tempo com elas. Quando v ierem à mente, mude logo de canal . Pense e m outra coisa. Force-se a voltar ao presente. U m a coi sa q ue p ode a judá - lo é conve rsa r c o m a lg uém de sua con f iança e com a capacidade de aconselhar e ouvir sem julgar. A lguém como Moisés, que possa a companha r você durante esse per íodo de deserto. Ta lvez u m de seus pa i s , u m a m ig o , s e u p a s t or o u ou t ra p e s s oa c a p a z n a ig re j a — m a s nu n c a a l g ué m d o s e xo op os t o q u e o f e re ça a i n d a q ue a m í n i m a c h a n c e d e envo lv imento amoro so . V oc ê nã o prec isa de ma is u m a dor de cabeça nesse momento… 2. I d ad e certa p a r a n a m o r a r É importante a pessoa ter um mín imo de matur idade para começar um relacionamento sério. Há uma razão por que existem leis que proíbem pessoas abaixo de uma certa idade de fazer certas coisas, como comprar beb ida alcoólica, dirigir um automóve l ou se casar, por exemplo. São atividades que ex igem certa matur idade. São leis indiscutíveis, porque todos sabem que são para a proteção dessas própr ias pessoas. U m re lac ionamento amoroso também tem seus riscos e per igos que não são tão apa rente s pa ra um a pessoa mu i t o j ovem. L e m b ra d os enganos d o coração? A criança é 100% coração e o jovem 99%. Por isso, quase sempre as pa ixões que nos a con tecem antes dos 16 ou 17 anos são ma rcadas por erros, decepções, dores e corações partidos. Apesar dessas pa ixões serem passageiras, as consequênc ias delas podem não ser. E m todas a s nossa s se ssões d e a c onse lh ame nt o d e ca sa is e solte iros, s e m exceção, Cristiane e eu l idamos com problemas de adultos que começaram na in fânc ia e ado le scênc ia . M u i ta s ve z es t em os d e vo l ta r n o t e m p o e a juda r a pe s s oa a rast rea r o p r ob l e m a a té s ua s ra í zes . A j o v e m q ue se sen t ia fe ia e desprezada na esco la se tornou a esposa carente de atenção de hoje. O rapaz que teve mais namoradas na adolescênc ia do que esp inhas no rosto se tornou o mar ido esnobe de hoje. A moça que perdeu sua virgindade enquanto bêbada n u m a fe s ta r a ve s e t o r nou a e s p os a q u e n ã o l i ga pa r a s e xo c o m o m a r i d o hoje. Os casos são inúmeros. Brincar com os seus sentimentos e dos outros hoje é plantar t raumas para a v ida amorosa de amanhã. Uma pergunta que o jovem tem de se fazer é: por que namorar? Sim, quest ione as razões. A maior ia dos jovens começa a namorarpor pressão dos colegas, da cultura, do círculo social ou do próprio coração. São razões erradas para começar a namorar — em qualquer idade. Seu namoro não pode ser uma sa t i s fa ção soc ia l q u e vo c ê d e v e a q u e m q ue r q ue se ja ; t a m p o uc o d e v e se r um a va l idação d o seu va lor e importânc ia c om o pessoa. C omeça r a n amora r t em que ser u m a dec i são ind iv idua l e b e m cons ide rada, po i s e la n ã o afetará ninguém mais do que você mesmo. Outra pergunta é: “Estou preparado para m e casar nos próximos do is a nos1?”. S e sua re spos ta é não, vo c ê n ã o es tá e m idade pa ra namora r , se ja com 12, 14, ou 40. Idade e matur idade são coisas d iferentes, mas re lac ionadas a certas fases da vida. Um jovem de 16 anos difici lmente pode reivindicar maturidade de adulto. M a s mu itos adultos de 30 anos p od e m fac i lmente re iv ind icar ma tu r idade de adolescente. Por isso, salvo pe la imaturidade natura l de um jovem ado le scen te, q ue já o desqua l i f ica de cara , a idade certa pa ra na m ora r d e ve ser definida em conjunto com os outros sete critérios que explicamos aqui. Não queremos dizer com isso que os jovens não possam ter amizades saudáve is c o m pessoas do sexo oposto. E las p ode m ser pos i t ivas n o sent ido de a judá- los a praticar a interação respeitáve l entre si, a aprender a conversar e conhecer u m pouco ma is de seus mundos d i ferentes. Desde que prat icadas den t ro d o s d e v i d os l im ite s e c o m re sponsab i l i dade , c o m jovens d a m e s m a mental idade, é tudo de bom. Afinal, quem não sabe ter amizade não vai saber namorar nem sustentar um casamento… 3. D is p onív e l e d i sposto É evidente que se você já está namorando, f icando, tendo u m caso ou “ro lo” c om a lguém, você não está d isponíve l para u m re lac ionamento c om outra pessoa. Pode conf ia r, não dá certo. A não ser que você viva numa soc iedade po l igâm ica . D o contrár io, c e d o ou tarde, u m a va i de scob r i r a ex i s tênc ia d a outra e vocês todos poderão parar no notic iário das cinco: “V ingança e morte em triângulo amoroso…”. Portanto, evite. M a s já e s tar e m u m re la c ionamen to n ã o é a ún i ca co i sa q ue p od e fa zê - lo indisponíve l. Fa lta de tempo, por exemplo, é a lgo que mata qua lquer relação. Estar focado tota lmente e m um projeto pessoal, no qua l não cabe tempo ne m espaço para conhecer a lguém, é outro assassino de relacionamentos. U m namoro vai exigir a lgum tempo e dedicação da sua parte. Se vai começar algo sério, não de ixe o outro sentir que você não tem tempo para a relação. É preciso estar disponível e disposto a dedicar tempo para o relacionamento. N ã o é q u e v o c ê s p r e c i s e m s e ve r o u fa la r t od o s o s d ia s , p a s sa r o f i m d e s e m a na j un tos o u fa ze r l onga s v ia gen s r om â n t i c a s a c ad a t rê s me se s . M a s precisarão de um contato per iód ico e m que a atenção de vocês será exc lus iva um para o outro. Cristiane O Re na t o e e u no s v í am os no rm a lm e n te u m a ve z p or sema na , sá ba d o à tarde. Num a época e m que não havia te le fone celular n e m Internet, pouco nos fa lá vamos en tre e sse s encont ros . À s ve zes e le m e l igava e m ca sa durante a semana, mas não costumavam ser l igações longas. A pe sa r d isso, q ua nd o e s tá va mos juntos, aque le m om e n t o e ra espec ia l . E le t raba lhava se is d ias por s e ma na e o sábado e ra o ún i co d ia que t inha para descansar. Por isso, eu sabia que ele realmente queria estar ali, apesar de a lgumas vezes cair de sono ao me u lado enquanto ass ist íamos a um filme no sofá da sala de TV… (Acho que até babou uma vez. Uma cena linda.) Pelo menos n inguém podia me culpar de não me esforçar! Mas nosso namoro fo i p r ova de q ue escola , t raba lho e fa l ta d e te mp o nã o são necessa r iamente imped imentos para namorar . O maior impedimento está na vontade da pessoa. Se ela prior iza a lguma coisa ac ima da sua vida amorosa, com certeza n ã o terá t e m p o pa ra n a m ora r . Por tan to , é me l hor m e s m o q ue nã o na more . Pe lo menos até que a vida amorosa se torne pr ioridade para ela. Entenda, porém: estar “disponível e disposto” não significa que você tem de ser c om o u m méd ic o d e p lantão, que, ao tocar d o seu b ip, la rga tudo pa ra ir ao encontro do paciente. Vocês têm uma vida fora do namoro e ainda não são casados. Portanto, nada de ficar cobrando atenção demasiada um do outro. 4. A intenção d e casar U m a da s coisas ma i s l oucas q ue t êm a con tec ido n o m und o d os re lac ionamentos é o namoro por tempo indef inido. N o passado, namoro sempre foi um meio, nunca um f im e m si mesmo. Era um per íodo breve para determinar se os dois quer iam e eram compat íve is para se casarem. Se c o n c l u í a m q u e n ã o e r a m , a c a b a va n a s ep a raç ã o. S e e r a m , d a va e m casamento. Mas nunca demorava muito tempo, pois quando a intenção é decidir se vai dar casamento, não há como nem por que demorar muito. Mas hoje vemos casais namorando como se fossem viver mi l anos. Namorar se t o r nou o f im , n ã o m a i s o m e i o . F i c a m na m o ra n d o p o r t rês, qua t ro , se te anos ou ma is — e, se pe rgunta r pa ra onde está indo aque le re lac ionamento, e les não têm resposta. O que acontece com um namoro ass im é que e le se desgasta . Depois de um t e m p o, a pe ss oa ma i s a c o m od a d a sent i rá u m a p re ssão d a ou t ra pa ra t om a r uma at i tude sobre o futuro d o re lac ionamento. E a pessoa ma is incomodada ficará frustrada com a falta de atitude da outra. Isso vai gerar brigas e constantes desentendimentos por causa das expectativas não cumpridas. Namora r é como mergulhar no mar. Por mais excitante que seja a aventura, chega um a hora que você quer voltar para a terra f i rme. N inguém va i ao ma r pa ra f icar e mora r lá. A não ser que você se ja o B ob Esponja . (Deve se r por isso que ele não é casado. Ou por aquela calça quadrada, c om certeza.) A terra f i rme é o seu ponto de par t ida e t a m b é m sua chegada . V oc ê só sa i dela para navegar quando sabe o destino e tem um prazo para chegar nele. Às vezes o destino será o casamento. Às vezes será a conc lusão que você terá de voltar a ser solteiro. Mas o mar, o namoro, nunca é o destino. Para não ficar à der iva em um namoro sem futuro, você não deve entrar e m u m s e m a in tenção d e ca sa r. S e vo cê c om e ça r s e m pensa r n i s so, ape na s porque gosta daque la pessoa e quer se divertir, quando chegar o momento de decidir o futuro do relacionamento (querendo ou não, esse momento va i chegar), você vai ficar em apuros, sem saber o que fazer. É por isso que muitos namoros a cabam da mane ira errada — c om gravidez indesejada, ca samento que não deve r ia acon tecer ou u m té rm ino traumát ico em que um sofre muito mais que o outro e os dois se sentem como idiotas por terem passado tanto tempo e m um re lac ionamento que não deu e m nada. 5. Estar l ivre d e víc iosQualquer víc io é nocivo para um relacionamento porque toma o lugar do parceiro. O vic iado coloca o vício no lugar do parceiro ou ac ima dele — seja droga, á lcool , pornog raf ia , v ideogame , ment ira , rede soc ia is, o que for. Por isso, o viciado nunca conseguirá fazer alguém feliz no amor. N o sent ido ma is bá s ico da pa lavra , v íc io é qua lque r hábito q ue traz a lgum prazer momentâneo, mas, no fundo, nos prejudica e causa dependência. Se ja honesto. V oc ê prat ica a lgo que lhe dá prazer, m a s que, na ve rdade, o está destru indo a os poucos — ou, n o m ín imo, imped indo o seu desenvolvimento? Esqueça namoro e lide com isso primeiro. O vic iado já tem um parce iro amoroso e e le se chama vício. Nã o há espaço para uma outra pessoa na vida dele. Você pode não ter um vício, mas se seu namorado(a) tem, você sempre virá depo i s des te v í c io n a v ida de le(a). P o r isso, nosso conse lh o é q ue você n ã o en tre ou f ique e m u m na m oro c o m u m a pessoa v i c iada. Force -a a e sco lhe r entre o vício e você. Mas não fique surpreso se ela escolher o vício. O m á x im o q ue vo cê p od e fa ze r é co loca r u m a c ond iç ão pa ra con t inua r o relacionamento: buscar ajuda para se libertar. Se a lguém que r se l ivrar de u m víc io, o pr ime iro passo é reconhecer que o tem. O segundo é admit i r que pode prec isar de ajuda para parar. A ma rca de um viciado é ment ir para si mesmo quando diz: “Posso parar quando quiser”. Se pudesse, provave lmente já teria parado. N ã o subes t ime o pode r de u m víc io. E m sua p lena força , e le p ode literalmente destruir a v ida de uma pessoa, que dirá o re lac ionamento. É uma batalha muito maior do que física, menta l e emoc iona l. E la atinge o espiritual da pessoa também. Nã o hes ite e m buscar a juda2 para se l ibertar d o seu víc io. E nunca, jama is en t re e m u m r e l a c i onam e nt o c o m u m a p es s oa v i c iada , a n ã o se r q ue v o c ê queira sempre se sentir menos importante do que o vício na vida dela. 6. Caráter íntegro P e r gun t e a qua lq ue r so l t e i ro o q ue e le p r o cu ra e m a l g ué m p a r a u m r e la c i oname nt o sé r io e e m a l g u m luga r d a re spos ta a pa lavra “ ca rá te r ” i r á aparecer. Mas o que é caráter, afinal? Caráter é um conjunto de traços de comportamento que def inem que tipo de pessoa vo cê é. O caráter de u m a pessoa de te rm ina se e la é de con f iança, s e vai atingir suas metas, ser verdadeira no trato com os outros e se vai respeitar regras e bons princípios. U m a pessoa pode ter mu i to sucesso e m sua carreira ou negóc ios, d inhe iro, f a m a , be le za — m a s s e e la n ã o t e m ca ráte r, e la n ã o p od e se r c on s i d e ra da realmente bem-sucedida, tampouco mater ial para casamento. Embora caráter esteja relacionado c om personal idade, não é a mesma coisa. Caráter consiste e m princípios e valores que determinam o comportamento de um a pessoa independentemente das c ircunstânc ias, b e m c om o suas reações, decisões e visão do mundo. Todo mundo tem caráter. O que nem todo mundo tem é bom caráter. Q ua ndo a l g ué m d i z que um a pessoa t e m caráter, n o rma lme n te se re fere ao bom caráter. Nos so caráter é mu i to ma is d o que apenas o que ten tamos mos trar pa ra os outros verem. É quem nós somos, mesmo quando ninguém está olhando. B om caráter é fazer a coisa certa, porque é certo fazer o que é certo. Por exemplo, uma pessoa que tem um caráter de ser verdadeira, normalmente se esforçará para reportar os fatos de um acontec imento e não a versão que a favorece. A l guém que tem u m caráter t ransparente não procura esconder nada sobre si mesmo, tampouco inventar histórias para encobr ir a l g um a fa lha o u e m be l e z a r s ua s qua l idades . A p es s oa q ue t e m u m ca ráte r responsável ficará incomodada até cumprir suas tarefas de forma satisfatória e não ficará feliz se desapontar quem contava com ela. Caráter e re lac ionamento amoroso estão int imamente ligados. É imposs íve l m an te r u m re la c ionament o saudáve l c o m a l g ué m e m q u e m voc ê nã o p od e con f ia r , q u e n ã o é t r a nspa r en te , n ã o t e m p a l a v r a o u q u e t e m p r i nc íp i o s e va lo re s fa lhos. V oc ê p ode até tentar, m a s o m á x im o q ue va i consegu i r é se machuca r e se decepc ionar c om aque la pessoa. Veja , ma is uma vez, que não basta ter sen t imentos d e a m o r por a l g ué m pa ra mante r u m re lac ionamento . Sem caráter, a relação fica insustentável. Como uma forma de ajudá-lo a identificar onde você talvez precise trabalhar na integr idade d o seu caráter, cons ide re a l ista a seguir. Ne la você encont ra 50 qua l idades d e u m b om caráter. N ã o é um a lista exaus t i va n e m completa . Há muitas outras qua l idades que poder iam ser inc lu ídas aqui. Porém, vamos usar esta como um ponto de partida. Dê a si me sm o um a nota de 1 a 5 para cada qua l idade, onde 1 signi fica que vo c ê n ã o t e m e s sa q ua l i da de e 5 q ue v o c ê a t e m d e sob ra . S e v o c ê já e s tá namorando, passe a l ista uma segunda vez pensando e m seu parceiro(a) e lhe dê um a nota segundo o que você conhece de le(a) e m cada qua l idade. O pr imeiro espaço e m frente de cada qua lidade é para sua nota; o segundo, para a nota que você dá ao seu parceiro. (Se o significado de a lguma qualidade não e st i ve r b e m c la ro pa ra você , ve j a a l is ta c o m a exp l i c a ção d e ca da u m a n o Apêndice.) TRAÇOS DE BOM CARÁTER 1. Alegria __ __ 2. Atenção __ __ 3. Autocontrole __ __ 4. Benevolência __ __ 5. Compaixão __ __ 6. Confiabilidade __ __ 7. Consideração __ __ 8. Contentamento __ __ 9. Criatividade __ __ 10. Decisão __ __ 11. Desenvoltura __ __ 12. Determinação __ __ 13. Diligência __ __ 14. Discernimento __ __ 15. Discrição __ __ 16. Disponibilidade __ __ 17. Economia __ __ 18. Entusiasmo __ __ 19. Fé __ __ 20. Finalização __ __ 21. Flexibilidade __ __ 22. Generosidade __ __ 23. Gentileza __ __ 24. Gratidão __ __ 25. Honra __ __ 26. Hospitalidade __ __ 27. Humildade __ __ 28. Iniciativa __ __ 29. Justiça __ __ 30. Lealdade __ __ 31. Mansidão __ __ 32. Obediência __ __ 33. Ordem __ __ 34. Ousadia (coragem) __ __ 35. Paciência __ __ 36. Perdão __ __ 37. Persuasão __ __ 38. Pontualidade __ __ 39. Prudência __ __ 40. Resistência __ __ 41. Responsabilidade __ __ 42. Rigor __ __ 43. Sabedoria __ __ 44. Segurança __ __ 45. Sensibilidade __ __ 46. Sinceridade __ __ 47. Tolerância __ __ 48. Veracidade __ __ 49. Vigilância __ __ 50. Virtude __ __ Explicação de cada qualidade no Apêndice Ago ra ma rque e m qua is qua l idades vo c ê deu u m a nota 3 ou m e no r para si mesmo e/ou para seu parceiro. As qualidades com nota 3 ou menor são as que tem de traba lhar e m si m e sm o pa ra melhora r. D o contrár io, você não estará p ronto para u m re lac ionamento ou pode rá ter sér ios p rob lemas se entrar e m um. A m e sm a coisa se ap l ica à outra pessoa, se você já está e m u m relac ionamento. Faça de tudo para identificar se ela t em essas qualidades. N a dúvida,não continue o relacionamento. É c la ro, n inguém (a não ser q ue m pontue “0” na qua l idade 46 ) tira “5 ” e m todas as 50 qualidades. Por isso a l inha de perigo é de 3 para baixo na maior ia das qua l idades. N a “maior ia” , porque você não quer a lguém que pontue “4 ” em qualidades como “Veracidade”, “Sinceridade” e “Lealdade”, por exemplo. Muita atenção às qualidades “não negociáveis”. O u t r a d es c obe r ta in te re ssan te q u e p o d e sa i r d e s s e exe rc í c io s ã o a s d i ferenças d e caráter ent re você e a out ra pessoa. Q ua nt o ma ior a d i fe rença entre a s notas d e u m a m e s m a qua l idade, ma i s p rob lemas vo c ê s terão sob re aquele ponto. P o r e xe m p l o , se sua nota pa ra “Pac iênc ia ” fo i 4 e a d o ou t ro fo i 1 , v ocê s terão p rob lemas quando essa qua l idade for necessár ia entre vocês. S e a nota do outro para “Veracidade” foi 5 e a sua foi 2, vocês terão sérios problemas de confiança na relação. Q u a n t o m a i s r ob u s t o e s a ud á ve l o ca rá te r d a s d ua s pe s s oas , m a i s fortemente blindado será o namoro delas. 7. Def in ido n o prof issional e f inancei ro Não, você não precisa ter uma carreira, faculdade, casa própria, carro ou uma con ta bancá r ia re cheada pa ra c om eça r a namora r . M a s se va i namora r pa ra ca sa r , e i s so p o d e a c on t ece r e m d o i s a nos o u m e nos , v a i p re c i sa r t e r n o m í n im o, an te s d e c ome ça r a namora r , u m a de f in ição sob re pa ra onde você está caminhando na sua vida profissional e financeira. Uma das principais razões por que um namoro fica se arrastando (e se desgastando) por anos a fio é a s ituação econômica do casa l que o impede de casar. (Ou pelo menos serve como boa desculpa.) “É c laro que eu quero casar com você, mas agora não dá, não temos dinheiro para isso, e aqui lo…” — é a clássica desculpa. A s s un t o s d e t raba lho e d i nhe i r o e s ta rão s e m p re p re se n te s n a v i d a d e u m casal . P r ob le mas nes ta á rea e s tão en t re as p r inc ipa is causas d e separação e d ivórc io. Exp lo ra remos ma is sobre as razões d isso e o que você deve considerar durante o namoro nos próximos capítulos. Por agora, você precisa entender que quanto mais definidos vocês est iverem na questão profissional e f inance i ra ante s d e começa r o namo ro , ma is estáve l se rá a re lação d e vocês em todos os sent idos durante o namoro e no eventual casamento. Normalmente, você precisa pr imeiro se definir c om respeito à sua profissão para então ter uma definição no financeiro. U ma breve explicação sobre o que queremos dizer com “definição” nesta área. Estar def in ido signi fica saber de onde você vem, onde está e para onde está indo na questão de trabalho e dinheiro. A inda que sua postura seja “não t raba lho fora, nunca trabalhe i e nunca vou trabalhar” — porque você quer ser uma esposa e mãe tradicional, rainha do lar — você prec isa estar certa d isso para que seu futuro mar ido não espere casar com uma mulhe r de carreira. (E entender que, para bem ou para mal, h ome m q u e n ã o q u e r u m a e s p o s a q u e t r a b a l h e f o r a e s t á t ã o e m e x t i n ç ã o q u a n t o mulher que quer ser apenas dona de casa.) S e vo c ê é h o m e m , a p e s a r d o s a va n ç o s d a m u l h e r n a s ú l t ima s d écada s , a maior ia de las a inda não se sente confortáve l e m sustentar o ma r ido enquanto e le fica jogando v ideogame e m casa e perseguindo seus hobbies e sonhos de criança. Portanto, é praticamente garantido que você precisará estar bem de f in ido q ua nt o à sua s i tuação d e traba lho t am bé m . Exce to se vo cê he rdou u m a f or tuna d o s e u t io Eur ípedes , vo c ê p rec i sa rá d e u m p la no q ue o fe re ça segurança f inance ira a você e sua futura esposa. A i n d a q ue vo cê nã o tenha mu i t o d inhe i ro n e m a lgo q ue possa c ha m a r d e prof issão n o momento , prec isa estar def in ido c om respeito ao que está fazendo e onde quer chegar nessa área da sua vida. Se ja um p lano de carreira ou de negócio, uma visão que você está empenhado e m realizar, você precisa n o m í n im o te r es ta ce r te za d e u m ob je t i vo e sabe r o q ue e s tá fa z endo pa r a chegar lá. Se sua s i tuação é que você m o r a c om seus pa is e e les p ag am todas a s suas despesas; está desempregado ou e m emprego temporár io; não tem nenhuma perspect iva ou visão de a lgum negóc io ou carreira promissores no horizonte; sabe gastar dinheiro muito bem, mas ganhá-lo muito mal — por favor, não se meta a namorar n inguém até resolver essa parte da sua vida. Cristiane Quando o Rena to e eu começamos a namora r, é ramos a inda be m jovens, m a s já b e m de f in idos nes ta pa r te de nossa s v ida s. E u e s tava te rm inando m e u co leg ia l e h a v i a d ec i d i d o s egu i r o s p a s s o s d e m i n h a m ã e , q u e e ra e sposa d e pastor. E o Rena to, aos 1 8 anos, já era u m pas tor que se des tacava n o traba lho de le . N e n hu m d e nós v i sava ganha r d inhe iro, m a s apenas serv ir à s ou t ras pessoas. Es ta de f in ição d o q ue que r íamos pa ra o n o s s o f u t u r o e o a p o i o d a ig r e j a n a q ue s t ã o d e m o r a d i a e s us t en t o n o s permitiam iniciar um namoro com a visão de casamento. 8. Reso lv ido inter iormente O que é estar ma l resolv ido in ter iormente? P r imei ro entenda que tudo o que você vê do lado de fora do re lac ionamento tem or igem do lado de dentro das pessoas que estão ne le. É o interior que con tamina ou embe le za a pessoa e o relacionamento. Considere o re lac ionamento de He len e Renan, um casal que namora há três anos. E la é d ivorc iada, t em 42 anos e seu própr io negóc io. D ivorc iou porque cansou de “carregar o ma r ido na s costas ” f inance i ramente. Renan , 34 , t raba lha esporad icamente c om o corretor de seguros. A l é m de renda incerta , quando ganha a lgum dinheiro, e le volta sua atenção para gastá-lo — um hábito que traz desde criança. Renan cresceu sem pais, passando a lguns anos por vár ias casas de parentes e inst i tuições que abr igam menores. Ap rendeu a viver u m d ia de cada vez, s e m nunca se p reocupa r mu i to c o m o futuro, po is sua s i tuação não o permit ia pensar e m futuro. E ra um dia aqui, outro ali. U m sobrevivente. He le n rec lama , a l é m da insegurança q ue a inde f in i ção f inance i ra de le lhe traz, que Renan tem o costume de “desaparecer” por uns d ias logo após ganha r a l g um d inhe i ro ou quand o o s doi s t êm a l gum desen tend imento. E l e s implesmente some , não liga, não d iz para onde foi ou onde ficou, apenas dá a desculpa de que precisava “arejar a cabeça”. He len invariave lmente o p e r d oa e d á ou t r a c ha n c e . J á c h e g o u a té a p a g a r c u r s o s p a r a e l e e m a r c a r entrevistas de emprego — às quais, na últ ima hora, ele não comparece. Quando perguntamos para Helen por que ainda continuava no relacionamento, chegamos a uma descoberta que nem ela sabia sobre si mesma. Ela tem um “complexo de salvadora”.Es te c om p l e xo fa z c o m q ue a pessoa se s inta c a paz e a té re sponsáve l p o r sa lvar a lguém que prec isa de ajuda. Pessoas a ss im v e em e m parce iros prob lemát icos u m desaf io, u m projeto de re forma que e las têm de assum ir e conc lu i r . He l e n sen te q ue o “des t in o” fe z c o m q ue e la en t ra sse n a v ida d e Re na n pa ra a judá - lo a supe rar seus t raumas de infânc ia . Por isso, apesa r d o re lac ionamento n ã o ter n e nhuma perspect i va d e ser saudáve l , a não ser q ue ambos m ud em rad icalmente, He len não tem coragem de terminar a re lação e ser “mais uma pessoa que abandonou” o pobre Renan. Sim, não há dúvida que a vida foi dura com ele. Ninguém deveria passar pelo que e le passou. P orém, u m nam oro ou ca samento não é o me i o n e m o luga r para uma pessoa resolver seus t raumas do passado. N e m Re na n e n e m He l e n t ê m c ond i ç ões d e e sta r e m u m re la c i oname nt o atua lmente. Por causa de seu complexo, ela está repet indo o m esmo erro que c o m e t e u c o m o h o m e m d e q u e m s e d i vo rc i ou . E R e na n , a p e s a r d e já se r adulto e capaz no que faz, a inda se vê como um órfão errante e sem futuro. E essa s i tuação do interior de cada um de les faz c om que seus comportamentos exteriores intoxiquem o relacionamento. Mas eles não são os únicos. Todos nós t razemos questões do passado dentro de nós que p rec i sam se r resolv idas. C a da u m tem sua h istór ia rep le ta de acontec imentos posit ivos e negativos, independentemente de condição social, fami l ia r ou f inance ira . O conjunto dessas exper iênc ias mo ldou q uem somos , de ixando ma rcas boas e tam bém ruins. P rec isamos ident i f icar essas ma rca s, e spec ia lment e a s ru ins, e ap rende r c o m o l ida r c o m e la s an te s d e ent ra r e m um relacionamento afetivo. Estar resolvido interiormente significa que você conseguiu identificar suas questões emocionais e psicológicas que podem afetar seu relacionamento amoroso — e as tem bem resolvidas dentro de você. Abuso sexual, re lacionamentos terminados, sent imentos de rejeição, carência de atenção, temperamento difíc il, complexos, insegurança, c iúme doent io, raiva, mágoa, orgulho, t raumas de infânc ia — a l ista é longa demais — são coisas que prec isam ser resolvidas para que você esteja preparado para ter um bom re lac ionamento e não o estragar. Cristiane Pergunte-se: estou no tempo ideal para começar a namorar? D e nada ad ian ta encont ra r a p es s oa ce r ta se n ã o fo r o t e m p o ce r to p a r a c om e ç a r um relacionamento. Será como se aque la pessoa não fosse certa para você. Você poderá estragar tudo. Quanta s não são a s j ovens que, por od ia rem seus pa is , v e em u m re lac ionamento amoroso como escape? E outras que passaram por abusos e m oc i o na i s e e s t ão à p r o c u r a d e a l g u é m q u e p o s s a f a z e r o p a p e l q ue a mãe ou o pai não fez? O t e mp o idea l pa ra se c omeça r u m re lac ionamento é q uand o você está bem resolvido com você mesmo e o seu passado. I n fe l i zme n te a ma i o r i a da s p e ss oa s n ã o s e d á c on t a d e q ue p rec i sa d e cu ra inter ior . Q ua nd o vo c ê ca i ou ba te e m a l g um a qu ina , se é c o m o eu, logo aparece uma contusão no lugar que machucou. D á para usar pomadas e evitar de encostar naque le lugar ferido. Às vezes você nem repara que se m ac hu c ou até q ue aque la ma ncha aparece . J á a s fer idas internas n ã o são tão óbvias como as externas… como identificá-las? Essa s fer idas invis íve is se mater ia l izam e m nossas a ções e reações. Por exemp lo , quand o um a de nós vê um a mu lhe r bon ita e c om roupas sensua is , é c om um ter um a das duas reações t ípicas: adm i ra ção ou condenação. H á q ue m que ira ser igua l a e la e ter o que e la tem. Out ra s a olham como uma ameaça, uma mulher vulgar. O que não conseguem enxergar é o que sua reação rea lmente está d izendo sobre si mesmas… Aque la mulher provave lmente pensa que precisa usar roupas sensuais para ter atenção e ser admirada. E la coloca todo o seu valor no seu físico e, p or isso, é e sc rava de le . A s q ue q ue r e m se r igua i s a e la t a m b é m sã o e sc r a va s d a a pa r ê nc i a e , p o r n ã o a t e r e m, s e a c h a m in fe r i o re s e desva lorizadas. Ambas , tanto a mulher bonita quanto a mulher que não se a cha tão bonita , t ê m o m e sm o p rob lema interior: o seu va lo r depende d o seu exterior. J á aq ue l a s q u e a c u s a m , j u l g a m e c o n d e n a m m u l he r e s b on i t a s q u e s e ve s te m ma i s sensua is , t a m b é m m os t r a m u m out ro p r ob l ema inter ior — este um pouco ma is d is farçado, mas que f icou be m c laro e m um episód io envolvendo uma mulher na época de Jesus. A lguns religiosos flagraram uma mulher cometendo adultério. O costume era apedrejar os adúlteros publ icamente até à morte c om o punição. A f im d e te s ta r J e su s , o s re l i g i os os l e va r a m a m u l h e r a t é E l e , m a s a re sp os ta serviu e ainda serve de lição para quem se coloca no lugar de acusador: Aque le que de entre vós está sem pecado seja o primeiro que atire pedra contra ela.3 Toda vez que você condena, julga, ou maltrata alguém, mesmo que a q ue l a p e s s o a t e nha fe i t o a l g o d e e r ra d o, v o c ê e s tá m o s t r a n d o o q u ã o cego é consigo mesmo. O que Jesus fa lou para aque la mulher mostra o quanto E le era bem resolvido dentro de Si: Mulher, onde estão aqueles teus acusadores? Ninguém te condenou? E ela disse: Ninguém, Senhor. E disse-lhe Jesus: Nem Eu também te condeno; vai- te, e não peques mais .4 S e Je sus t i ve sse v i s to e ssa m u l h e r bon i ta e sensua l , E l e s ó i r ia lhe da r bom dia. Ele não iria cobiçar nem condenar. A pessoa que tem um interior l impo transmite o que é justo e bom no seu exter ior e para as demais pessoas ao seu redor. A melhor mane ira de realizar isso é entender que um re lac ionamento amoroso só pode ser o seu terce iro re la c ionamento e m ordem de pr ior idade. Vamos entender mais sobre isso no próximo capítulo. Poste em nosso Facebook (fb.com/livronamoroblindado) ou em sua rede social preferida: Já sei quais são os oito critérios para iniciar um #namoroblindado. 1 No Capítulo 20 esclarecemos mais sobre o tempo sufic iente de namoro antes do casamento — ou de decidir terminar. 2 A boa notíc ia é que vício tem cura. Recomendamos a todos os que querem essa ajuda a conhecerem o projeto Cura dos Vícios: www.viciotemcura.com 3 João 8:7 4 João 8:10-11 http://www.viciotemcura.com/ Cristiane M u i ta s pessoas n ã o s a b e m q ue o se u re la c i onament o a m o ro s o , p a r a se r bem-sucedido, t em de ser apenas o terceiro re lac ionamento ma is importante e m suas vidas. H á ou tros do is re lac ionamentos q ue p rec i sam se r b e m cu l t i vados a n te s d e se ter u m na m o r o b l in dado. P or i g no r a re m isso, mu itos não consegue m faze r u m a boa e sco lha da pessoa pa ra namora r ou a cabam pe rdendo a pessoa amada. Seus três re lac ionamentos não estão na ordem certa ou estão sendo negligenciados. Vou contar como e por quê. Eu quase perd i o Renato por não saber d isso. Eu t inha esses três relacionamentos todos bagunçados em minha vida. E isso quase trouxe um desastre para o m e u casamento. Mas primeiro, de ixe-me explicar quais são esses dois primeiros relacionamentos e por que eles podem influenciar tanto o terceiro, sua vida a m o ro sa . Pa ra en te nde r isso, v a m o s ana l i sa r u m a da s dec la ra ç ões m a i s t ransformadoras de sempre sobre re lac ionamentos. U m a vez, a lguém perguntou ao Mestre: — Mestre, qual é o mais importante de todos os mandamentos da Lei? Jesus respondeu: — A m e o Se nho r , se u De u s , c o m t od o o s e u cora ção, c o m toda a s ua a l m a e c o m t o d a a s u a m e n t e . E s t e é o m a i o r m a n d a m e n t o e o m a i s importante. E o segundo mais importante é parecido c om o primeiro: Am e os out ros c om o voc ê am a a você m esm o . Toda a B íb l ia se resume nesses dois mandamentos1 . R epa re q ue o ve rbo “ ama r ” apa rece n o s do i s m a nda m e n t o s m a is im p o r t a n t e s . E n o t e t a m b é m q u e h á u m a o r d e m ne s s e a m a r : D e u s e m primeiro lugar, depois você e, então, os outros. Bagunce essa ordem e você terá sér ios prob lemas e m sua vida e re lacionamentos. Então lembre-se, os três primeiros relacionamentos, em perfeita ordem, são: 1. Você e Deus 2. Você e você mesmo 3. Você e a pessoa amada e outras pessoas Outro ponto reve lador que surge desses dois mandamentos: se Deus teve de dar ordens explíc itas sobre essa disciplina no amar, claramente é porque nã o é na tu ra l a o se r h u m a n o segu i r e ssa o r d e m . É a lg o q ue p r e c i sa m os fazer u m esforço consc iente para a lcançar. E temos v is to essa fa lha diariamente e m nosso trabalho com casais e solteiros. Toda vez que sentamos para aconselhar a lguém ou lemos um e-mail para responder em nossos programas, este é um dos diagnósticos principais: A desordem nos relacionamentos causa a infelicidade pessoal e amorosa. No mundo ideal, onde a ordem divina de relacionamentos é seguida, nossos re lac ionamentos f l u e m d e fo rma saudáve l , na tu ra lmente no s conduzindo ao Autor do Amor: 1. Você nasce e va i desenvo lvendo re lac ionamentos saudáve is a o longo da vida com familiares e amigos 2 . E ss a s pes s oa s o v a l o r i za m tan to q ue vo c ê c re sce , de sc ob re e desenvolve o seu senso de valor próprio cada vez mais 3. Essa ha rmon ia o leva a conhecer o Au tor por t rás desse amor maravi lhoso: Deus. E isso faz você continuar o cic lo, amando mais a si me sm o e às outras pessoas. No mundo real, porém, normalmente não é bem assim. V o c ê n a s c e e a o l ong o d a v i d a e nc on t ra p e ss oa s q ue o de s va lo r i z am. V oc ê so fre cr í t icas e re je ições cons tan te s; é v í t ima d e p reconce i tos e de todo tipo de negativ idade alheia. O seu senso de valor própr io sofre altos e baixos e dá lugar a sentimentos de dúvida, medo e raiva das pessoas. Você acaba se decepc ionando tanto c om o desamor no mundo que isso o leva a questionar a té a existência de Deus. Tudo fruto da desordem nos três relacionamentos. Infe l izmente, e sse é o m und o real e m que v ivemos. U m m und o egoísta , de cada um por si, de traições e desconfianças. Os filhos crescem culpando seus pa is por suas infelic idades, mas repetem os erros de les, senão piores. E os netos errarão ainda mais — sempre culpando a geração anterior. Essa desordem total gera re lac ionamentos doent ios. A carênc ia e o con f l i t o pe ssoa l l e va m a s pe ss oas a b u sca r o se u va lo r n o s re lac ionamentos, n o s estudos, n os bens mater ia is e na própr ia aparênc ia , mas nada disso consegue preenchê-las. Elas se tornam facilmente influenciáveis e qualquer pessoa consegue ditar o que devem ou não fazer. Quantas mu lhe res são escravas da m oda e às vezes chegam até a morre r por causa de uma cirurgia plástica para “melhorar” sua aparência? Na busca por um pouquinho de valor, se entregam por migalhas de atenção. Portanto, é inteligente seguir a ordem correta nos relacionamentos. Não é à toa que os dois mandament os ma is importan tes de toda a B íb l ia t ra zem em si essa dica. Vamos então entender mais sobre cada um desses três re lac ionamentos e c om o e le s in te ragem ent re si. V o u fa lar u m pouco d e m i nha expe r iênc ia po i s e ssa de s o rdem a fe tou mu i to m i nha v ida amorosa . E pe lo q ue tenho visto, minha experiência tem sido a de muitas pessoas. O PRIMEIRO RELACIONAMENTO Eu cresci em um lar feliz. Mesmo com prob lemas e lutas, meus pais viviam b e m e , po r isso, e u t inha a se nsa çã o d e q ue é r a m os u m a fam í l i a inabalável. Eu tinha meus pais como o meu porto seguro. Quando chegue i à idade escolar , v i que mu i tas de m inhas a m iga s t inham p rob le mas c o m se u s pa i s . A l g u m a s s ó t i n ha m m ã e , ou t ra s t i n ha m pa i s sep a ra d os . N ã o demorou muito para eu questionar: O que meus pais t inham que os pais de minhas colegas da escola não tinham? A resposta me apresentou o meu primeiro relacionamento, pois meus pais sempre me fa lavam de sua fé, de como um re lac ionamento c om Deus poderia me dar tudo que eu precisava na vida. E eu via a diferença que isso fazia e m nossa casa. A s pessoas à s ve zes pensam que a fé tem a ver c om re l ig ião e, por isso, querem d istânc ia do assunto. E rea lmente, uma das pragas de nossa sociedade são as religiões, pois elas são divisoras. Nunca fui uma religiosa e nun c a sere i . A s re l i g iões p o d e m fa la r d e a m o r , m a s n ão p r o m o v e m o amor na prática. A fé é totalmente diferente. É a lgo inteligente, que promove o seu re lac ionamento c om Deus e c om outras pessoas. Esse re lac ionamento lhe dá d ireção e força para fazer o que é certo; sabedor ia para tomar dec isões importantes na vida; e visão geral da vida. Você fala com Deus e Ele responde — e isso faz com que você se conheça melhor. U m a pessoa que não t em esse pr ime iro re lac ionamento t e m mu ita dificuldade nestes pontos: • Ela não tem um senso definit ivo de certo e errado, por exemplo: é certo ou errado mentir para evitar um problema maior? • P o r n ã o te r u m a re fe rênc ia de f i n i t i va d e ce r to e e r rado, e la f a z s ua s própr ia s reg ras. E m e s m o q ua nd o t em c lareza sob re o que é certo, mu i ta s ve zes lhe fa l ta força pa ra fazê- lo. P o r exemp l o , a ma ior ia da s pessoas concord a que é e r rado se re lac iona r c o m u m a pessoa casada. M a s mu i ta s , q ua n d o e s tão t om a d a s d e u m a pa ixão , n ã o c on s e g ue m resistir. • A pessoa acaba tomando dec isões pe lo coração, fica sem rumo na vida amorosa e , p ior: não consegue entender o porquê de tudo aqui lo, poi s nãose conhece a fundo. Não entende por que faz as coisas que faz. Sem um relacionamento com Deus, que é o primeiro relacionamento, não há como ter o segundo: com nós mesmos. Dentre os três relacionamentos, o primeiro é o mais transformador. É por isso que você vê pessoas que t i ve ram u m a trans formação d e v ida rad ica l depois que descobriram a fé em Deus. Você vê casos de pessoas que de ixa ram de ser cr iminosas, prom íscuas, t res loucadas depois que t ive ram u m encontro pessoa l c om Deus. Ne nhum outro pode r no m und o tem essa capac idade de t ransformar pessoas tão profundamente e com tamanha cons istênc ia. É o ún i co re lac ionamento c om o poder de rea lmente muda r uma pessoa. O poder de mudar por força de vontade própr ia ou determinação humana existe, mas é l imitado. C om muito esforço você consegue muda r a lgumas coisas, mas não conseguirá mudar tudo que gostaria. E quando se trata de mudar outras pessoas, é mais difícil a inda. Sua força de vontade surte prat icamente zero de efeito, senão o contrár io. E u e Renato tentamos, e m vão, mudar um ao outro por 12 anos! Mas foi quando de ixamos o nosso re lac ionamento com Deus permear totalmente os nossos relacionamentos c om nós mesmos e um com o outro que a mudança aconteceu. É por isso que esse primeiro re lacionamento é extremamente importante. Ele tem o poder de mudar o segundo e terceiro para melhor. Como desenvolver o seu relacionamento com Deus? Como conhecê-Lo? En tendemos que “re lacionamento” envolve um ir e vir, comunicação, t roca e envolv imento. É imposs íve l ter u m re lac ionamento c om q ue m quer que se ja sem essa interação. Se você ainda não tem um relacionamento com Deus, provavelmente é porque não tem se comunicado, interag ido c o m Ele. Ta lve z não sa iba c om o fazê-lo. Você quer mesmo conhecê-Lo? Fa le c o m D e u s c o m o se e st i ve sse fa lando c o m o seu m e l ho r am ig o. S e m rodeios. Sem palavras bonitas, sem rituais, sem assumir posturas. Seja sincero e aberto. D ica: E le a tende no primeiro toque quando você O chama e m nome do Filho dEle, Jesus. Fa le m e sm o , ab ra a boca . N ã o apenas e sboce a lg uma s pa lavra s na sua mente. No seu quarto, soz inho, fa le c om Deus e d iga o que está passando na sua cabeça, no ma is ínt imo do seu coração. Pode parecer estranho para você falar com a lguém que você não vê, mas este é o papel da fé. Nós fa lamos com pessoas que não vem os o tempo t od o… Q ua nd o você l iga pa ra o serviço d e atendimento ao cliente de um a empresa, por exemplo. Você não vê a pessoa, m a s s ua c rença d e q ue e la fa la pe la em pre sa , t e m o s de ta lhes d a s ua c on ta etc . faz vo cê fa lar l i v remente c o m aque la pes s oa e s t ranha . Nã o é d i fe rente quando você fala com Deus. Você não O vê, mas sua fé o conecta a Ele. Deixe-O falar com você também. É algo interativo. Ele não vai falar com você com uma voz audível, mas fique atento às maneiras pelas quais Ele lhe responderá após sua conversa . S e você estiver s intonizado, i rá ouvir e entender a voz dEle. Quando Ele fala, não deixa dúvidas, mas certeza. Procure conhece r a Deus pessoa lmente. M a s c om o conhece r a lguém que você não vê? Pensando nessa d i f icu ldade, Deu s dec id iu se mater ia l izar pa ra que as pessoas pudessem conhecê-Lo. E le fez isso através da pessoa de Jesus Cristo. Ele disse uma vez: “Quem Me vê, vê também o Pai2”. Então, você pode conhecer melhor a Deus quando olha para a pessoa de Jesus — quem Ele foi, o q u e fe z , o q u e e n s i n ou . E c o m o s a b e r s e E l e é m e s m o q u e m d i s s e s e r ? Colocando à prova o que Ele disse. O fato de as pessoas que conhecem a Jesus, o que chamamos de o pr imeiro re lac ionamento, pa ssa rem por tamanha transformação, é p rova de que E le é real e Suas pa lavras verdade iras. N inguém, e m toda história da human idade, consegu iu através d e seus ens inamentos, e xemp lo e ob r a s ter tanto impac to s ob r e t a n t a s p e s s oa s e m d i fe r e n t e s l u g a r e s e c u l t u ra s a o l o n g o d o t e m p o como Ele. Conhecer a Deus revela a você o quanto é importante e amado. Essa reve la ção p r odu z e m você o ve rdade i ro a m o r p róp r io, q ue é o noss o segundo relacionamento. O SEGUNDO RELACIONAMENTO Cristiane O segundo re lac ionamento é o seu re lac ionamento c om você mesmo. Isso vai muito além de se arrumar, se cuidar ou investir em si mesmo. Muitos se e ng a n a m p e n s a nd o q u e e s tuda r o u t i rar u m t e m p o pa r a co i sa s pes soa i s significa que estão tendo um relacionamento com eles próprios. Isso é muito superficial. O bom relacionamento consigo mesmo começa quando toma consciênc ia de quem você é. Não é uma tarefa fácil, porque a pessoa que achamos que somos e nos tornamos, quase sempre foi formada por aquelas pessoas com q u e m t i v e m os con t a to e m nos s o s p r ime i r os a nos d e v ida . E l a s f o r a m o molde de nossa personalidade. Vários estudos concordam que a personalidade de uma criança é formada até os 1 2 anos d e idade. D e u m a f o rma natura l , v a m os f o rm a nd o nossas ide ias d e q ue m s om os a través dos re la c ionamentos c o m os outros. Absorvemos o que as pessoas acham e falam de nós e deixamos que aquilo def ina nos sa ident idade. A f ina l , e la s são nossos pa is , i rmãos , pa rente s, professores e colegas. Como não acreditar nelas? Se crescemos em uma família muito posit iva, se recebemos muito apoio e c re scem os e m u m lar fe l iz, isso t e m u m impac to m u i t o pos i t i vo e m nós. Desenvolvemos um a boa auto imagem e uma autoconf iança muito grande. M a s se c re scemos e m u m lar contrá r io a esse, en t re pessoas abus iva s o u negativas, então desenvolvemos uma ideia negativa a nosso respeito. D e f i n im os no s s a iden t idade pe la f o rm a c o m o o s ou t ros no s t ra tam o u tra taram — pe lo menos até que nos conheçamos melhor. Mas até que isso a con teça , se a con tece r, p od e le va r anos . A ma io r ia d a s p es s oas passa a v ida inte ira s e m se conhece r d e fa to. E m e s m o aque la s q ue se dã o con ta do ma l ps icológ ico e emoc iona l que sofreram ao longo da vida, muitas vezes não conseguem desat ivar o prog rama negat ivo que foi insta lado e m suas mentes e corações. ( É por i sso que o p r ime iro re lac ionamento, c o m D e u s , s e t o r n a t ão c ruc ia l , p o i s t e m o p o d e r d e t r a n s f o rm a r a p e s s oa a parti r d o ma is p ro fundo do seu ser. Es te pr imei ro re lac ionamento tr iunfa sobre todos os outros.) Erramos muito na vida por causa dessa ident idade imposta sobre nós por outras pessoas. Porém, apo iados na descu lpa de que “ todo m und o erra”, muitos não procuram entender por que erram — por que se de ixaram levar pe la láb ia d o ex, por q ue s ã o tão v ic i adas e m redes soc ia i s , p o r q ue nã o conseguem ter uma vida social normal... Tudo tem um porquê e se você não se conhece, não entende por que faz o que faz. Suas raízes ficam ocultas. Há uma falha dentro de você e enquanto não se conhecer, essa falha vai continuar atrapalhando. Conhecera s i m e s m o é o c om e ç o d a m ud a n ça pessoa l . S e n ã o se conhece , dif ic i lmente entenderá seus vícios e virtudes — e ass im não conseguirá se valorizar nem melhorar. BUSCANDO NÃO SABE O QUÊ Em nosso consultório de atendimento, dois jovens com sérios problemas de re lac ionamento v ie ram pedir a juda. E la nunca conheceu o pa i; fo i c r iada pe los avós porque a mãe vivia t rocando de namorado. E le, saiu da casa de sua famí l ia destru ída, entrou nas d rogas e logo depois a conheceu, aos 15 anos. Pou c o depo i s , e la eng rav idou e fo ram m o ra r juntos há c inco anos . C om o pode r iam ser ma r id o e esposa, pa i e mãe , se nunca t i ve ram referência desses papé is? Às vezes as pessoas entram em um relacionamento para suprir uma carência que sofreram na infância ou adolescência. A falta de carinho, a tenção e tantos outros prob lemas roubaram de las os conce itos ma is bás icos d e famí l ia . E a ss im mu i tos c he ga m à fase adulta buscando o q ue nunca tiveram na infância e adolescência: amor. Que rem amar e ser amados, então buscam um preenchimento através da v ida amo ro sa . “ V o u a cha r a l g ué m q ue m e ame” , pen sam . M a s c om tão vaga ide ia d o que é o amor , c om o saber o que estão p rocurando? O ma is p rováve l é que se u na m a a lguém que en tende tanto de a m o r quanto e les e assim desenvolvam um relacionamento doentio, como o casal acima. Uma outra pessoa nunca poderá consertar o seu passado nem curar uma ferida em seu interior. P r ime i ramente , t em os q ue sabe r d e ond e e s tamos v i n d o e q u e m nos t o rn am os , pa ra e n tã o e n t ende rm os p o r q ue f a z e m os a s co i sa s q ue fazemos. O erro de muitas pessoas é querer consertar algo que já aconteceu. Ficam se rem oend o, pe rguntando “po r quê?”, t en tando d e a lg uma f o rma acha r uma exp l icação para tudo ou a lguém para culpar. N a verdade, o que você deve fazer é entender que a vida acontece. A o contrário d o que pensamos e gosta r íamos, n ã o t emos cont ro le de mu i tas coisas que a con tecem conosco — c om e ça nd o c om nosso na sc imento e a fam í l ia e m q ue nascemos . D a í e m d iante , du ran te toda in fânc ia e g rande pa r te da adolescência, a vida vai lançando coisas sobre nós, experiências, ens inamentos, pessoas boas e ru ins, a té que na fase adulta somos o resultado de tudo isso. A boa not íc ia é que temos u m a inte l igênc ia capaz de usar tudo q ue nos aconteceu, b e m e mal, e t rans formar e m a lgo pos it ivo. E o c omeç o desse processo é usar essa intel igência pa ra inic ia r u m re lac ionamento c o m nós mesmos. VOLTANDO AO PASSADO U m dos meus pr imeiros passos para com eça r u m re lac ionamento com igo m e s m a , d ep o i s d e ter c onhe c i d o D e u s , fo i e n t ende r o q ue se p a s s ou n a minha infância. Apesa r d e ter c resc ido e m u m a fam í l ia exemp la r , t ido pa i s presen tes e un id os que m e d e r a m o m e l ho r d e s i, e le s n ã o p ud e r a m m e p rotege r d e meus problemas internos. N o m e u segundo ano de vida, m i nha i rmã V iv i na sceu c o m u m defe i to f ísico e , consequentemente, toda a tenção e m casa se voltou pa ra e la. C resc i a ss im , à somb ra de la. E u m e cu lpava d e ter na sc ido perfe i ta e e la não. E la prec isava de mais a tenção, mais compreensão que eu e, nisso, fui m e apagando aos poucos. M e torne i um a “ s em graça”, pois a graça t inha que ser de la e não m inha. T ive de protegê- la d o bul l y ing que e la passava na escola por causa de seu defe ito f ís ico e, com o i rmã ma is ve lha, d e se nvo l v i u m a ce r ta ma t u r i d a d e d e m ã e . T o m e i p a r a m i m o d e ve r d e cuidar da minha i rmã e resolver todos os seus problemas. Quando penso na minha infância, me lembro dela, não de mim. Ela era o cen t ro d a s a tençõe s . Q u e c u lpa eu , o u q ua lq ue r pe ss oa , t inha d e e la ter nasc ido c om aque le p rob lema? Ma s as c i rcunstânc ias da vida m e f izeram crescer me sentindo culpada. Querendo compensar essa sensação de culpa, passe i a fazer as outras pessoas mais importantes que eu. A Crist iane desenvo lveu o que chamamos de comp lexo de “quem sou eu”. Esse comp lexo fa z suas ví t imas pensa rem q ue não são importantes, capazes ou boas o sufic iente comparadas às outras. Elas estão sempre duvidando de si mesmas e se perguntando: Quem sou eu para ela gostar de m im? Quem sou eu para pedir isso? Quem sou eu para dar a minha opinião? Quem sou eu para incomodar? Q uem sou eu nesta sa la no meio de tanta gente mais importante? Quem sou eu diante do meu passado que me condena? Q uem sou eu para ele me atender? Quem sou eu para comprar isso? Quem sou eu para vestir aquela roupa? Quem sou eu para aprender essa profissão tão importante? Quem sou eu para ganhar um salário como o dela? Quem sou eu para falar a lgo interessante? Quem sou eu para ensinar a lguém? Q uem sou eu nesta empresa, se acabo de chegar? Quem sou eu… quem sou eu… quem sou eu? A resposta na mente é automát ica e invariável: “Você não é nada. Você não é ninguém. Você não merece. Enxergue-se. É melhor ficar na sua”. O comp lexo do “ q uem sou eu” prejud ica ex t remamente a v ida amorosa da pessoa. D e s d e a t im idez q ue a im p e d e d e c hega r a a l g ué m d e q u e m gos ta , a té a autocr í t ica demas iada à aparênc ia , a l i nguagem corpora l ou ace itar u m re lac ionamento abus ivo porque pensa que não va i achar n inguém me lhor — esse complexo é responsável por muita infelic idade no amor. Mas de onde ele vem? Ele nasce exatamente da falta de conhec imento próprio, da ausência de uma au to imagem saudáve l e equi l ibrada de si mesmo. P r ovém de um sent imento de rejeição a si próprio. Se você não se ama, você se rejeita. Quando ba l iza sua op in ião de si me sm o pe lo que as outras pessoas pensam d e você , vo c ê f i c a à m e r c ê de la s . P o r i s so en fa t i za m os q ue o se u p r ime i r o re lac ionamento é tão importante pa ra ajudá- lo a formar o seu segundo. U m a vez conhecendo o que Deus pensa a seu respeito, você pode concluir que: 1. A opinião dEle é correta porque Ele é perfeito e nunca erra 2. Como Ele é superior, o que pensa sobre você é mais importante do que os pensamentos dos outros ou os seus 3. Portanto, você pode seguramente basear sua visão de si m e sm o na visão que Ele tem de você Toda vez que a voz d o “ q uem sou eu” m e faz quest ionar m e u s mér i tos ou valor próprio, eu a respondo usando as palavras do próprio Deus a meu respeito, tais como: Pois Eu sou o Eterno, o seu Deus… seu Salvador. Dei como pagamento o Egito, a Etiópia e Seba a fim de que você fosse Meu. Para libertá-lo, entrego nações inteiras como o preço do resgate, pois para Mim você vale muito. Você é o povo que Eu amo, um povo que merece muita honra. Não tenha medo, pois Eu estou com você.3 Q ue m é você? Segundo o própr io Deus , você é a lguém que va le mu i to aos olhos dEle, amado por Ele, d igno de honra, escolh ido, cuja v ida para Ele valemuitas, inc lu indo a do p rópr io Fi lho; você é a lguém que não tem razão pa ra tem er na da n e m n i ng uém , po i s t e m D e u s d o lado tod o o t em p o. E le é c o m você. Segundo Ele, é “só” isso que você é. Não deixe que ninguém lhe diga o contrário. Cristiane Rea lmente, quando conhec i a Deus, me tornei uma jovem mais autoconf ian te e independente da s c i rcuns tânc ia s e op in iõe s q ue m e rodeavam. Pouco tempo depois, conheci o Renato. Começamos a namorar. T ínhamos muita coisa em comum: nossa fé, nossos objetivos, valores, temor a Deus e caráter. E le era o galã na igreja e eu, a fi lha do líder dela. Entre tantas jovens apa ixonadas pelo Renato, foi a m im que e le escolheu e isso m e fez sentir mu i to va lor izada. O fato de e le ter en f rentado o desa f io d e m e ped i r e m nam oro pub l i c amen te e so f r ido certos preconce itos pela inic iativa, só contribuiu para que eu me sentisse a jovem mais feliz do mundo. Fo r a m 10 meses e m que tudo e stava dando certo. O sonho d e m e casar com o primeiro namorado se realizando. O namorado dos meus sonhos. E o futuro que tanto planejei ter: m e casar c om um pastor e, ao seu lado, fazer a Obra de Deus. E s s a fo i u m a d a s é p oc a s e m q u e m a i s m e va lo r i ze i , p o i s t od a a q ue l a atenção forta leceu a inda ma is m inha autoest ima (ma is um a p rova de que nosso senso de ident idade é inf luenc iado por c om o os out ros nos ve e m e t ra tam). S e a té c onhe c e r o R e na t o e u e ra a f i l ha m a i s s e m g raça , a o conhecê-lo, m e tornei a fi lha que iria se casar em breve. Toda a atenção da família se voltou para mim. Nos ca samos , pa ssa mos nossa lua de me l na Bah ia e logo o Rena t o fo i t rans fer ido pa ra N o v a Iorque po r ra zões d e traba lho. E u a inda n ã o t inha consciência das bagagens que carregava desde minha infância. Com o foco de le se vol tando tota lmente para o t raba lho, aprender o ing lês e enfrentar u m d e sa f i o m u i t o g r a n d e e m u m p a í s t o ta lm e n te e s t r a nho , n ã o s ob r ou muita atenção para m im. M inhas bagagens vieram à tona e eu m e perdi de novo. O Renato tomou o lugar da m inha i rmã. Se tornou mais importante que eu. E foi aí o iníc io de nossas lutas no casamento. A verdade é que eu tinha acertado o meu re lac ionamento c om Deus, mas a inda não havia resolvido o meu re lac ionamento com igo mesma. Logo, os me us re lac ionamentos c o m outras pessoas, e spec ia lmente c om o Renato, começaram a sofrer. U m d os s ina is d i s so foi q ue c omece i a am a r o Rena t o ma is que a m i m mesma, fazer de le a pessoa mais importante para m im depois de Deus. Eu d e p e nd i a d e l e p a r a t ud o . L e m b r o - m e d e u m d ia e m q u e o R e n a t o e e u e s távamos b r igando e e le m e perguntou: Ca dê aque la Cr is t iane q ue eu conhec i durante o namoro? Aqu i lo na época arrasou comigo, mas foi b om porque m e levou a pensar. Eu sabia que eu tinha mudado, mas o pior é que não sab ia por quê; e só entendi o porquê quando aprendi a ter u m relacionamento comigo mesma. Quando o relacionamento com você mesmo é ruim, você automat icamente se coloca por ú l t imo e m tudo. Outros tomam o seu lugar e m sua vida. M e sm o tendo u m re lac ionamento c om Deus, m e torne i um a mulher c iumenta, insegura, carente, emot iva e tudo o que eu não era antes de m e casar. Quando amamos a lguém mais que a nós mesmos, de ixamos de fazer por nós o que só nós podemos fazer: nos cuidar, amar, preservar e valorizar. E p ior: que remos que o parce iro faça isso por nós. E aí c omeç am os sentimentos loucos em nossa cabeça: “Ele não me ama mais”, “Não sou tão bonita quanto aque la moça para quem e le olhou”, “Por que ele não m e dá a tenção?” e ou t ros ma is . Da í pa ra a s cob ranças, é u m p is car de olhos. E você vira a pessoa chatinha do relacionamento. Antes de procurar um namorado, você precisa se procurar. Até que você saiba se amar, não saberá amar n inguém. Você nunca poderá amar a lguém que não conhece. Por isso, para se amar, prec isa se conhecer. Conhece r suas raízes, seus defe itos e virtudes, en te nde r seu s c om p o r t am en t o s , po r q ue vo c ê fa z a s co i sa s q ue fa z — e então fazer as pazes c om você mesmo. Fazer as pazes signif ica se aceitar, en tende r q ue vo c ê t e m va lo r i n de pe nde nte men te d o s seus de fe i tos. S e u va lo r está e m que m você é , nã o no que vo cê faz ou no que tem. Q ua nd o entende que tem va lor c om o pessoa, você passa a t raba lhar e m si m e sm o para e l iminar maus hábitos, compor tamentos ru ins e pensamentos errados a seu respeito. E isso vai aumentando o seu valor com o tempo. Antes de me conhecer, eu m e achava bobona d iante da m inha i rmã, sem g raça d ian te d o s m e u s pa i s e bu r ra d iante d o Rena to . M a s depo i s q ue f ina lmente m e descobr i , m e entendi e passe i a m e amar , n ã o apenas m e vejo sem limites como mulher, mas também resolvi o meu relacionamento com meu mar ido e com as outras pessoas. O que você acha de você mesmo? Você gosta de si mesmo? S u a re sp os ta s ince ra p od e r á re ve la r a s r a z õe s p o r t rá s d e m u i t o s d e se u s comportamentos na vida amorosa. O prob lema é que quando você não gosta de você, você se torna uma pessoa insuportável: Carente Insegura Possessiva Exibe comportamentos autodestrutivos Excessivamente autocrítica Demonstra instabilidade emocional Usa chantagens emocionais para conseguir o que quer Manipuladora Se isola das pessoas Tem dificuldade de manter amizades Fala demais ou se fecha demais Sente inveja dos outros N ã o sabe se compor ta r e m s i tuações soc ia is (por isso a s ev i ta ou n ã o se sente bem-v inda quando está nelas) Não é difíci l entender o porquê: nem você se gosta! Quantos dos itens ac ima se a s s em e l h a m a vo cê ? É d i f íc i l a m a r q u e m nã o se a m a 4 . A s pessoas b oa s o lham e sentem pena de você. As pessoas más t i ram vantagem de você. Quer dizer, você não se sente quer ido por n inguém — n e m por q ue m é bom, n em por q uem é ru im. E isso só re força sua op in ião sobre si mesm o: “Eu não sou uma pessoa gostável”. Se você não se gosta, nunca terá uma vida amorosa feliz. Você precisa resolver esse problema. Como? Primeiro, descubra: por que você não se gosta? O que e m você lhe desag rada? O u será o cont rár io — por q ue você é che io de s i? Pense mu i t o bem sobre isso, por mais doloroso que seja. Anote essas coisas em um papel. Segundo, ident i f ique qua is dessas coisas são rea is e qua is são apenas pensamentos negat ivos p lantados e m sua mente por outras pessoas. Por exemp lo , t a l vez você rea lmente se ja u m a pessoa c iumen ta e p rec i se m ud a r isso. É u m p rob lema rea l . T raba lhe ne le e en tenda q ue todo m und o, nã o só você, precisa melhorar em algo. Faça as pazes com você mesmo sobre isso. E a j a pa ra m uda r . M a s ta l ve z s eu desgos t o c o m u m a pa r te d o seu corpo , p o r e xe m p l o , e s te j a a p en a s e m s ua m e n t e , p l a n t a d o p e l a op i n i ã o d e te rce i r os s e g u n d o o s p a d r õe s d e b e l e z a d a s re v i s ta s d e m o d a . É u m p r o b l e m a q u e p rec isa apenas d e u m a j uste na sua ma ne i ra d e pensa r, e n ã o necessariamente de uma cirurgia plástica. Tercei ro , você prec isa acred itar e m q ue m rea lmente gosta de você. H á pessoas ao seu redor q ue ve e m sua be le za e potenc ia l. Se j a seu pa i ou mãe , i rmão, namorado, avós, professor, fi lho, am iga — essas pessoas exis tem e m sua vida e já exp re ssaram coisas pos i t ivas a seu respeito. Ta lve z você tenha prefer ido ouv i r q ue m o cr i t icou, ma s isso não inva l ida a op in ião pos it i va d e quem o admira. Dec ida ouvir e acreditar em quem gosta de você — dos quais o principal é Deus. É a í q ue o seu p r ime i ro re la c ionamento o a juda a re solve r o seu segundo. Desde o dia em que descobri o que Ele pensa de m im e como me vê, eu nunca ma is duv ide i d o m e u va lor. Nun c a ma is m e de ixe i l e var pe lo que os ou tros pensam de mim. Pa ra ace r ta r s ua v ida c o m a l guém, c om e c e se a ce r tando con s ig o m e s m o . Pare de errar. Pare de se desgostar. Pare de sentir c iúme de a lguém só porque ele não faz de você o centro das atenções. Resolva seu re lacionamento consigo mesmo. Afinal, já que você nunca irá conseguir se separar de si mesmo, é melhor aprenderem a viver juntos… O TERCEIRO RELACIONAMENTO Agora s im você pode pensar no seu relacionamento amoroso. Tendo construído um relacionamento com Deus e também cons igo mesmo, você terá um a base sól ida para construir u m re lac ionamento c o m a lguém s em errar na escolha, sem colocar tudo a perder e sem se perder dentro do relacionamento. V o c ê s a b e rá t a m b é m q u e s u a m e l ho r c h a n c e d e te r u m n a m o r o e futu ramente u m ca samento b l indado está e m escolher u m a pessoa que também tem esses três re lac ionamentos saudáve is e e m perfeita o rdem. Depo is de tanto t raba lho acertando sua própria v ida, não vá errar se unindo a a lguém que não tem nada de Deus n em tampouco uma re lação sad ia cons igo m e sm o . I s so ser ia u m a g rande burr ice . J ama is pe rm i ta q ue a l g ué m o desva lor ize ou faça vo cê perde r o seu senso de va lor só pa ra ter u m relacionamento. Se valorizar é o segredo para ter um relacionamento de valor. Poste em nosso Facebook (fb.com/livronamoroblindado) ou em sua rede social preferida: Agora já sei por que o namoro é apenas o terceiro relacionamento em minha vida #namorobl indado 1 Mateus 22:36-39 2 João 14.9 3 Isaías 43.3-5 4 Tão difícil quanto amar quem não se ama é o outro extremo: amar quem é cheio de si. O narcisismo — quando a pessoa se ama demais, é orgulhosa, extremamente vaidosa, pisa nas outras, se acha — torna impossível o relacionamento com outra pessoa, pois o narcisista só se relaciona consigo mesmo. O PROCESSO DE AUTOVALORIZAÇÃO não acontece da noite para o dia. Há c inco etapas e a pr imeira é justamente entender o que é ter valor. Cristiane Por muito tempo eu ia ao shopping e nunca — jamais — pisava em lojas de ma rcas caras. Pr imeiro, porque n ã o t inha as cond ições f inance iras pa ra comprar seus produtos. E segundo, porque, no fundo, não me achava d igna de entrar nelas. Até o dia em que entendi que a marca não tinha mais valor q ue e u e q ue o m e u va lo r e s ta va a c im a d o q ue e u t inha n o m e u gua rda - roupa. Quando valor iza a lgo ac ima de si mesmo, você d iminui o seu valor, pois e le depende d o va lo r que você se dá. Por ma is va l i osa que a pessoa se ja, d e n a d a ad ia n ta s e e la p r óp r i a n ã o s e va lo r i za . A q u e l a s lo j a s d e m a r c a va lor izam seus produtos — às vezes até demais, na minha opin ião. M a s aí e s tá o s eg re d o: é vo c ê q u e m de t e rm ina o se u va lo r . V o c ê sab ia q u e h á p es s oas q ue s ó g o s t a m d e c om p ra r o m a i s ca r o ? S a b e nd o d a ex i s tênc ia dessas pessoas, mu i ta s ma rca s p ropos i t a lmente a um e n t a m seus p re ços para que se jam cobiçadas por e las e, ass im, lucram alto. Note : pr imeiro a marca def ine seu valor. Depois , por causa daque le valor, c lientes valiosos vão atrás daque la marca. Da mesma forma, se você quer atrair uma pessoa que a valorize, primeiro deve de te rm ina r o seu p róp r io va lor. Eu não m e dava va lor, por isso m e achava indigna de possuir um objeto mais caro. Mas quando comece i a me va lo r iza r a c ima daque la s ma rca s , nã o t ive m a i s rece io d e entrar e m loja nenhuma , m e s m o se fosse pa ra não c ompra r nada. E u m e torne i ma i s valiosa do que elas e não precisei delas para m e sentir assim. Quando uma mulher diz “Meu namorado me largou e o meu mundo desa bou ” , o q ue e la rea lm en te e s tá d i ze nd o é q ue o s eu va lo r d e p e nd i a tota lmente de le — e agora que e le se foi, e la não va le mais nada. Quando o n a m ora d o d i z pa ra a na m o ra da “ S e v ocê m e de ixar, e u m e mato” , e le está determinando que o va lor da sua vida está naque la pessoa. Horr íve l pensar ass im, não é me sm o? Tenho certeza de que essas pessoas não têm noção de que estão reduz indo seu va lor ao preço de uma banana que se acha em fim de feira. Se tivessem, talvez f izessem algo para mudar. C om o solteiro, você prec isa se b l indar para que o seu va lor não dependa d a p e s s o a q u e e s t á o u n ã o a o s e u l a d o ; e n t e n d e r q u e s e u v a l o r n ã o é determinado pelo seu passado, pelo lugar de onde você veio, pelo que você já fe z o u n ã o fez , pe l o q ue t e m ou não, o u p o r su a aparênc ia . S e u va lo r e s tá a c i m a d e t ud o i sso . E l e e s tá n o s im p l e s fa to d e vo c ê ex ist i r . V o c ê existe , por tan to , t e m va lor. E l e e s tá na sua capac idade d e pensa r. V o c ê pensa, portanto, pode determinar ser e fazer o que você quiser. E por isso, pode fazer tudo di ferente a partir de hoje, se quiser — ou cont inuar sendo exatamente quem você já é. É você quem determina isso. O namorado a largou? Ele não era digno de você. Aquela mulher o rejei tou? E la apenas abr iu o caminho para a lguém mu ito melhor entrar na sua vida. É ass im que pensa uma pessoa que se valoriza. AUTOVALOR É AUTODENOMINADO S e tenho um a joia e se i que e la va le u m m i lhão de dó lares, na tu ra lmente vou guardá-la com cuidado. Vou mantê-la polida, usá-la raramente, porque não devo fazer dela uma joia comum, afinal, ela vale um milhão… Fa lando de valor pessoal, quando sei que tenho um alto valor, meu comportamento e minhas atitudes serão à altura. Eu vou me cuidar e agir como uma pessoa rara ao invés de comum. Não vou me expor para todo mundo. Não vou ficar desesperada por a tenção quando eu sei que já tenho a m inha própr ia a tenção. J á se i d o m e u va lo r, po r i s so n ã o p rec i so q ue n i n g uém m a i s o con f i rme pa ra m im . Essa foi a segunda e tapa n o m e u p rocesso de autovalorização. Quando comece i essa etapa da m inha vida, pare i de pedir ao Renato que sa ísse com igo, fa lasse que m e a ma três ve zes ao dia... E por quê? Porque me dei conta de que não precisava daquelas coisas para ter valor. Eu havia descoberto o m e u va lor. Nã o dependia ma is da atenção de le porque eu já tinha a minha própr ia atenção. Quando tem sua atenção, você foca mais em si mesmo. Começa a pensar: “Eu posso fazer isso, aquilo… Eu posso mais”. Você começa a m e l ho ra r , s e desa f ia a fa ze r c o i s a s m a io r e s . S e an te s p e n s a va “ E u n ã o posso, nã o tenho capac idade ”, ag o ra pe n sa “ Eu t enho potenc ia l , e u vou aprender isso, fazer aquilo...”. Então, começa a se desenvolver como pessoa, a desenvolver seus talentos. Q ua nd o c om e ç a a desenvo lve r ta len tos, v e m a p r óx ima e tapa : passa a re cebe r o f ee dba ck pos i t i vo d as ou t ra s pessoas . “ E u gos te i d o q ue vo c ê falou… Achei o máximo aquilo que você fez…” Esse feedback positivo re força aque le seu senso de capac idade e va lo r — “Es tá vendo, eu posso sim, vou fazer mais isso”. Essas c inco etapas vão acontecendo progress ivamente, não da noite para o dia. Cada uma é construída sobre a anterior. Você não vai receber f eed bac k pos i t i vo an te s d e fa ze r a l g um a co i sa d e va lor . E vo c ê n ã o va i fazer nada de va lo r ante s de saber qua l o seu va lor. V o c ê não sabe rá seu va lor se nã o o de te rm ina r. E nun ca o dete rm ina rá s e nã o soube r o q ue é valor. Veja como funciona este loop: As cinco etapas da autovalorização 1. Você entende que va lor própr io é você q ue m determina. Isso ti ra das mãos dos outros o poder de determinar o seu valor e o coloca nas suas. 2 . V oc ê age e sse pode r e de te rm ina seu va lo r — portanto, sabe o va lo r que tem. 3 . Q ua nd o você sabe seu va lor, você acred ita q ue pode cont r ibui r c o m algo posit ivo para as pessoas e para o mundo ao seu redor. 4. Suas valiosas contribuições recebem apreciação e feedback posit ivo de cada vez mais pessoas. 5 . S e u s e n s o d e va l o r p r óp r i o é r e f o r ç a d o e v o c ê c on c l u i q u e e s tá n o caminho certo. VALORIZAR-SE REVELA O VALOR DE OUTROS U m subp roduto interessante d a descoberta d o seu va lor é que você também começa a ver o va lor das outras pessoas. Hoje , quando olho para outras mulheres, vejo potencial, porque sei o valor delas. Não tenho inveja n e m ra iva de la s . A s s i m c o m o a p r e nd i o m e u va lo r , e u se i q u e e la s s ã o valiosas também. Não as vejo mais como concorrência ou ameaça — como acontece c o m pessoas que não se va lo r izam. E las o l ham pa ra as outras e as veem como veem a si mesmas — com preconceito, sentimento de inferioridade, olhos críticos etc. Infelizmente, a maioria não conhece o próprio valor. Ma s quando descobre seu va lor, você de ixa de ser uma pessoa p r ob l e m á t i c a e s e t o r na u m se r h u m a n o m e l ho r . E a í , o q u e a con t e c e ? Inspira outras pessoas, porque e las o observam e veem que você se valor iza. E las ap rec iam suas pa lavras, porque não as co locam para ba ixo. Você se valoriza e, por isso, as valoriza também. Como não faz com que se sintam inferiores, elas gostam de estar por perto e de ouvir o que você fala. Ass im , você se to rna u m referenc ia l e começa a ter u m g rupo de pessoas que o seguem. E elas o seguem porque você as ajuda a se valorizar. Pessoas pequenas prec isam colocar as outras para ba ixo para se sentirem grandes. Pessoas grandes colocam as outras para c ima — e por isso são grandes. AQUI COMEÇA A BELEZA Como tudo isso ajuda no processo de namoro? Quando pratica essa autovalorização, você tem uma energia interior, uma beleza que flui de dentro para fora. É uma energia posi t iva que está dentro de você e se externa no seu semblante , na sua mane ira de andar, de falar, d e se c om p o r ta r , d e ve st i r — e m tudo. E i s so é e x t r e m a m e n t e a t raen te para o sexo oposto. A be leza de um a pessoa começa no m om e n t o e m que e la dec ide ser e la mesma . Ma s como você pode ser você mesmo? Somente quando se va lor iza . D o contrá r io, va i tentar ser ou t ra pessoa e , é c la ro, fra cassa r vergonhosamente. O resultado será que nem você vai gostar da pessoa que se tornou. A autovalorização é um processo que envolve tudo — e começa dentro de você. O exterior é apenas consequência. Muitos não conseguem se resolver interiormente, pois querem que seu interior seja consequência do seu exterior; ve stem uma roupa bonita e muito cara, cu ltuam seu corpo, investem em suas conquistas materiais…, mas o interior não consegue acompanha r o que está acontecendo d o lado de fora . A pessoa até recebe atenção externa, mas, por dentro, não tem a atenção de la mesma . T e m as r oup a s c a r a s d o l a d o d e fo ra , m a s , p o r d e n t r o , se s e n t e p ob re . H á u m a disparidade emocional e ela não consegue concil iar uma coisa com a outra. É um tanto difícil explicar i sso… As pessoas perguntam: “Cristiane, como se valorizar?”. Explicar isso, para mim, é como abrir um computador, desmontá - lo e exp l icar com o func iona e o porquê de cada peça… Nã o dá pa ra exp l i car e m u m a frase. S ã o tantas co i sas q ue t raba lham j u n t a s… A boa notíc ia é que o primeiro — e principal — passo é bem fácil: entender o que é ter valor. O que, por exemp lo , a s mu lhe re s q ue se gue m a Ange l ina Jol ie (e se espelham nela) entendem por valor? Elas acham que valor é ter um homem como o Brad Pitt, ser uma mulher com uma carreira de sucesso, ser bonita, magra etc. C om o assoc iam va lor a essas coisas, acred itam que é disso que precisam para terem valor. Mas isso não é culpa da Angelina Jolie, e sim da falta de entendimento das pessoas sobre o que é ter valor. T e m gente que m e se gue e a c ha q ue ter va lo r é ter u m b log c o m mu i to s segu idore s, se r escr i to ra , se r ca sada c o m u m h o m e m d e De u s . M a s t a m b é m nã o é isso. Ter valor está e m q u e m você é , não no que voc ê tem ou faz. Quando assoc ia seu valor ao que você tem ou faz, v ive numa busca sem f im de coisas, pessoas ou realizações para se sentir valor izado. Por isso muitos se cansam d e u m emprego e passam pa ra outro. C om p ra m be la s roupas e logo vão ao s hopp ing compra r out ras pa ra supera r aque las. En t ram e m u m re la c i oname nt o q ue n ã o t e m n e n h um futu ro, m a s m e s m o a ss im vã o pa ra a c a m a c o m a q ue l a p e s s oa s ó p a r a s e s e n t i r e m d e s e j a d os . E , a o f i m d e u m re lac ionamento, l ogo p rocuram outro para não f icarem muito t empo na categor ia de solte iro ou d ivorc iado. Aque la sensação de rejeição ou de fracasso, especialmente após o término de um relacionamento ou um divórcio, pode sercruel para quem desconhece seu próprio valor. E m vez de buscar va lor nessas coisas, você prec isa se aprofunda r e m você mesmo. Não se l imite a um conhec imento superfic ial de quem você é. Mergulhe dentro da sua pessoa. Conheça-se, identifique suas qualidades, reconheça seus defe itos e o que va i fazer sobre eles. Essa busca, s im, resultará na descoberta do seu valor e da riqueza que há em você. Q u a n d o vo c ê d e s c ob re i s so , u m a ou t ra p e s s oa nun c a se rá a r a zã o d a sua v ida ou a lg uém q ue o “ comp le ta ”. Nã o , você já será u m a pessoa comp le ta . A q ue l a ou t ra v e m a p e na s p a ra a c re scen ta r n a s u a v ida , n ã o p a ra se r o s e u oxigênio. S e vo c ê n ã o que r so f re r1 ou ter a luz do seu e u a pag ada p o r ou t ra pessoa, e n tã o nunc a , j am a is c o m e c e u m r e la c iona me n t o s e m te r u m a l to s e n so d e valor próprio. Poste em nosso Facebook (fb.com/livronamoroblindado) ou em sua rede social preferida: Aprendi como me valorizar. #namoroblindado 1 É claro, ninguém quer sofrer. Por isso, aqui vai o segundo e último alerta antitédio do livro: se você não é divorciado, viúvo nem saiu de um longo relacionamento, achará que o próximo capítulo não é para você. Pular esse capítulo, porém, seria um erro elementar para quem não quer sofrer, meu caro Watson. Os primeiros parágrafos explicarão por quê. A N T E S D E P U L A R este capítulo porque pensa “ah, eu não sou d ivorciada, nunca me casei”, cons idere isto: “divórcio” não acontece apenas com pessoas legalmente casadas. Emoc ionalmente falando, o rompimento de um longo namoro, ou de um relacionamento e m que praticamente se vivia como mar ido e mulher, pode ter os mesmos efeitos de um divórcio. Então, sugerimos que você leia este capítulo mesmo que nunca tenha sequer namorado a lguém. No mínimo, nossa esperança é que fique tão alerta sobre o que pode rá acontecer c om você se o seu pr imeiro ca samento não func ionar, que ficará a inda mais caute loso para construir u m namoro e um futuro ca samento ve rdade iramente b l indados. S im , porque você nã o ve rá u m l ivro “Divórcio Blindado” por aí. Pelo menos não de nossa autoria. Vamos considerar também como agir quando há filhos de um relacionamento anterior e, no final deste capítulo, a lgumas peculiaridades sobre o iníc io de um novo relacionamento após a morte do cônjuge. Então, vamos inicialmente considerar o caso dos divorciados. ATENÇÃO DOBRADA Se a maioria dos divórcios começa no namoro, a maioria dos namoros após um d ivórc io t a m b é m é fadada a o fracasso. É fác i l imag ina r q ue depo i s de errar uma vez você saberá fazer melhor da próxima. Mas as estatísticas comprovam q ue a s p e s s oas q u e se d i vo r c ia m e c a s a m nova m e n t e e r r a m a i nda ma i s . O índ ice de d ivórc io pa ra q uem casa pe la segunda vez é quase 3 0 % ma ior que para a pr imeira; e pe la terceira vez, aumenta outros 10%. Por isso, se você é d ivorc iado e e s tá p en s a nd o e m c ome ça r u m novo re la c ionamento , a te nçã o dobrada! A lém de todos os cuidados e critérios que exp licamos aqui sobre um namoro blindado, o divorciado enfrenta alguns perigos e riscos extras na busca por um novo amor. Qua i s a lguns per igos q ue o d i vorc iado cor re ao cons iderar u m novo relacionamento? Fer idas e t raumas não superados do casamento anterior. Medo de casar de novo e fracassar, achando que o prob lema está no casamento como instituição. Não ter compreendido ainda as verdadeiras razões por que o divórcio aconteceu. Querer um relacionamento apenas para mostrar ao ex que não ficou só. Buscar a lguém c om características opostas às do ex se torna tão importante q ue o d i vo rc iad o supe rva l o r i za e s sa s carac te r í s t i cas e se to r na c e g o p a ra outros fatores importantes no caráter da nova pessoa. Havendo fi lhos do relacionamento anterior, a possível rejeição deles à ideia de um padrasto ou madrasta. Re j e i t a r a s i m e s m o p o r j á te r f i l hos e a c ha r q ue n ã o se rá a ce i t o p o r u m novo parceiro. Te r u m a pe rcepção exage rada d o s erros d o ex e n ã o pe rcebe r os p róp r ios erros que contr ibuíram para o divórc io; isso impede a mudança de comportamentos noc ivos que, portanto, podem se repetir no novo relacionamento. Dependendo de quão dolorosa foi a experiênc ia do d ivórc io, a sensação de re j e i ção e f r a ca s s o p o d e s e r u m g o l p e d u r o n a a u t oe s t im a . N a b u s c a d e re sga ta r e ssa au toes t ima , a p e s soa p od e b a ixa r se us p a d r õe s a p ena s pa r a ter a lguém q ue a faça se sent ir quer ida novamente, a inda que e sse a lguém não se ja adequado para ela. Projetar os prob lemas do casamento anterior n o novo parceiro toda vez que e le fizer a lguma coisa que faça você lembra r do seu ex. Por exemp lo , um a esposa que foi tra ída pe lo ex pode ter muita d i f icu ldade de conf ia r no novo ma r i d o , m e s m o q u e e le n ã o d ê n e n h u m a ra zão . S e e le c he g a r u m p o u c o ma is tarde que de costume, por perfe itas razões, isso pode trazer memór ia s de um ex que ment ia sobre onde estava para encobrir suas traições. Depois do pr imeiro divórc io, o segundo, terceiro etc. são muito mais fáceis d e acontece r, po i s a o sa ir d o ca sam en t o anter io r o d ivorc iado a p rende u a “resolver” seus problemas conjugais fugindo ou desistindo deles. Aliás, esta é a l ição ga rant ida q ue todo d ivórc io ens ina : se n ã o de u certo, t e rm ine o casamento. Apesar do divórcio, o ex ainda exerce controle ou influência, emociona l e/ou financeira, sobre você; não há uma noção de término definit ivo entre vocês; isso obviamente será um fantasma que assombrará a próxima relação, com o qual o novo cônjuge poderá não saber lidar. Pe ssoas d ivorc iadas tendem a ter comprom issos f inance iros c o m f i lhos e também ter mais dificuldade de “juntar as contas” em um novo casamento. Não houve desfecho emoc iona l . Apesa r da separação e dos prob lemas q ue t i ve ram no ca samento , a pessoa p ode a inda sent ir fa l ta ou saudades d o e x pelas coisas boas que passaram juntos. Se você não quer errar de novo, precisará l idar com cada uma das sequelas e perigos que rodeiam seu próximo namoro e casamento. A c ha r q u e se u p r óx im o c a s a m e n t o va i da r ce r to s e m e n tende r o q ue d e u errado no pr imeiro e corrigi - lo é c om o seu t ime perder o ú l t imo j ogo e achar que vai ganhar o próximo só porque você acha que vai ganhar. Você pode até ga nha r o p r ó x im o j ogo , m a s s o m e n t e s e ap r end e r a l g u m a s j ogad a s n ov a s primeiro e evitar cometer os erros do jogo anterior. POR QUE O DIVÓRCIO ACONTECEU? Por mais doloroso que seja passar por essa experiência, u m divórcio pode ser rico e m deta lhes reve ladores sobre você m e sm o e a outra pessoa. Ana lisar as verdadeiras razões, especialmente a s mais profundas, por q ue o re lac ionamento não deu certo é um aprendizadocrucia l que você precisa ter. “ Q uem n ã o conhece a h istór ia e s tá fadada a repet i - la ” — e isso t a m b é m se aplica aos que casam novamente após um divórcio. Cada d ivórc io é único e as razões var iam, m a s a lgumas são mu i to comuns . Fo i u m a incompa t ib i l i dade q u e hav ia d e sde o in íc io, à qua l v o c ê se fe z d e cega? V ocê se casou por causa da be leza e atração sexua l que sentia por sua esposa, por e la ser a moça ma is bonita do seu c írculo soc ia l? Você idea l izou um mar ido perfeito, um padrão que ele nunca conseguiu alcançar? A lgum dos dois nunca conseguiu cortar o cordão umbilical e colocava a família de origem ac ima do cônjuge? Vocês não conseguiram acompanhar e se adaptar às muda n ça s pessoa is e d o ca samento , c o m o sua ma tu r idade c o m o pessoa e a chegada dos filhos? Houve traição? Como e por que chegou a isso? V ocê prec isa ter u m en tend imento rea l do que a con teceu e qua l sua contribuição ao problema. Quanto melhor você entender onde errou, ainda que ache que a maior cu lpa foi d o outro, ma is preparado estará para desenvolver novas habil idades e não errar de novo. P o r is so en fa t i zamos q ue vo cê n ã o d e ve se ap ressa r e que re r casa r novamente logo após um divórcio. Casamentos feitos no rebote de um divórcio tendem a fracassar mais facilmente. Homens são particularmente propensos a c om e t e r e sse e r ro , p o i s s e n t e m m u i t a d i f i cu l dade d e se a c o s t um a r a v i v e r soz inhos depois de um casamento. Na busca de preencher aquela falta de uma companhe i ra , d e a l g ué m q ue cu ide de les, c a s a m logo c o m outra . M u l h e r e s tam bém fa zem isso, ma s normalmente por questões f inance iras ou por carênc ia afetiva. A lguém que apareceu na vida dela, a ouv iu e t ra tou bem no momento de maior dor e rejeição, pode ser erroneamente projetado como um ót imo e muito melhor substituto do ex. Cuidado. É prudente esperar no m í n i m o d e u m a do i s a nos a p ós u m d ivó r c io a n te s d e con s ide ra r u m n o v o relacionamento. Entrar e m um novo casamento sem analisar com cuidado não é cura para um divórcio. Pode ser um erro pior que o primeiro. Mas entenda que “esperar” não significa cruzar os braços e esperar o tempo passar. Faça sua tarefa de casa. Aprenda as lições. E não se apresse — principalmente se esse divórcio deixou filhos. QUANDO HÁ FILHOS DO RELACIONAMENTO ANTERIOR F i lhos de pa is d ivorc iados, pr inc ipa lmente pré-adolescentes ou adolescentes, p odem enfrentar grandes conf l i tos internos por causa da separação dos pa is. Sent imentos d e culpa, ra iva, re je ição e perda são comuns. A entrada de uma nova pessoa no lugar do pa i ou m ã e que de ixou a famí l ia cos tuma ser mui to delicada, até para fi lhos mais adultos. Mesmo quando os fi lhos já são casados e não m o r a m perto, e les cos tumam resisti r à ide ia de um novo ca samento de seus pa is d ivorc iados, se não por razões emoc iona is , mu i ta s vezes por financeiras. Quando os pais têm bens ou dinheiro, e les poderão temer a perda da herança ou m e sm o se incomoda r de ver o pa i gastar “ma is d o que devia” com a nova pessoa. Essa interferência dos fi lhos pode ser real e muito conflitiva. M a s as fases ma is crít icas emoc iona lmente são, de fato, a adolescênc ia e a pré-adolescência. Aceitar o divórcio dos pais já é um grande desafio para eles; aceitar uma nova pessoa no lugar do pa i ou da mãe dobra a dificu ldade. Ma is uma razão por que o divorciado, especialmente com fi lhos, não deve se ap re ssa r pa ra en t ra r e m u m n o v o re la c i oname nto . Pe rm i t a q u e s eu s f i l hos tenham um período sufic iente de cura e aceitação do que aconteceu. Fi lhos pequenos c o s t umam se adaptar ma is rap idamente à entrada de um a nova pessoa na famí l ia . Nesses casos, a t rans ição co s tuma se r m enos prob lemát ica. Quanto mais idade o fi lho tiver na altura da separação, maior o desejo de le de ve r os pa is j un tos novame nte . Q ua nd o a re conc i l ia ção nã o é poss íve l , é c om um os f i lhos prefer i rem que os pa is não c omece m u m re la c ionamento c o m out ra pessoa. Nã o que r d i ze r q ue a von tade d o s f i lhos prevalecerá, mas essa resistência não deve ser ignorada. Avalie como irá administrá-la. Eu m e lembro que, quando era adolescente e meus pa is se separaram, m inha mãe f icou soz inha por muitos anos. O s quatro fi lhos cresceram, quase todos estavam casados, e a solidão de la me preocupava. Mas ao mesmo tempo, e u n ã o gos tava n e m de pensa r e m m inha m ã e c o m out ro h o m e m ! É uma confusão na cabeça do jovem que é difícil de explicar e entender. Por isso, pode ser bom o pai ou a mãe de fi lhos já adolescentes considerar a op ç ã o d e e spe ra r q ue e le s c he g ue m à ma i o r idad e pa ra , en tão , c om e ç a r u m novo relacionamento. Ou se ja , priorizar os filhos. Sua primeira responsabi l idade agora não é ser feliz no amor, mas terminar de criar os seus fi lhos e protegê- los de uma nova s i tuação potenc ia lmente traumát ica, se e les não estiverem preparados. É claro, isso não é uma regra, cada um deve avaliar o seu caso. Quando perceber que o momento de começar um novo relacionamento chegou, você prec isa ter um a conversa c om e les para que não se s intam ignorados na sua dec isão. M os t re que está consc iente d e que sua escolha os a feta rá e , por isso, re conhece q ue p rec i sa exp l i ca r suas ra zões e ouv i r suas ans iedades também. Lide c om elas. Na maior ia das vezes, seus medos e razões são emocionais. Entenda, mas não fique refém delas. Você tem o direito de recomeçar sua vida amorosa após cumprir seu papel parental. A todo momento, deve assegurá-los de que não irão perdê-lo para essa nova pe ss oa . S e u s f i l hos p r e c i s a m d e s e g u ra n ça . P o r i s so , n ã o é b o m q ue v o c ê apareça e m casa a cada semana com u m novo namorado e d iga: “Joãoz inho, este é o Ast roba ldo, o n ovo am ig o da ma mã e . Se j a bonz inho c o m e le, tá?”. Esteja be m certa da pessoa antes de apresentá - la aos fi lhos, poi s não há nada mais desmoral izante para uma criança ou jovem do que ver o pai ou mãe com u m a p es s oa d i fe ren te a ca da p ou c os me se s . N ã o o s e xp onha a isso. E pe lo amor que as abe lhas têm às flores, não vá para a cama c om seu namorado — nem perto nem longe dos seus filhos! Tratamos dos porquês d isso em outro capítulo, como o sexo antes do c a s a me n t o p od e b a g un ça r s e u b o m ju í zo, m a s a ên fa se a q u i é in tenc iona l . Afinal, vocês já foram sexualmente ativos em seus relacionamentos anteriores e pular para a cama pode parecer algo natural. Não caia nessa. Guarde-se. A entrada da nova pessoa nessa famí l ia anter iormente frac ionada prec isará ser gradual e suave, dando tempo para que os fi lhos desenvolvam conf iança e respe ito por ela natura lmente. Nada deve ser forçado. Se você é essa pessoa, lembre-se d e que terá de conquistar, a lém d o amor d o seu futuro cônjuge,o d os f i l hos de le ta mb ém . E que , por me lhore s q ue s e j am seus es forços , i s so p ode de m o ra r a nos e n unc a d e fa to a con tece r to ta lmente. Q u e n ã o seja , porém, por sua falta de esforço nem por desinteresse. Você deve priorizar essa conquista, porque o conflito c om os fi lhos anter iores é uma das razões p r inc ipa is p or t rás d o f ra ca sso n o ca s ame nt o d e pessoas p rev iamente divorciadas. Uma das primeiras coisas que os filhos precisam ver para começar a respeitar o futuro padrasto ou madrasta é o bem que essa pessoa faz ao seu pa i ou mãe. Não adianta tentar conquistar os fi lhos do outro com presentes ou passeios e depois fazer a mãe ou pai deles sofrer. N ã o que i ra a s sum i r o pape l d e d isc ip l ina r se u s en teados c o m o se f o s s e m seus f i lhos — pe lo m e nos a té q ue você tenha conqu i s tado o respe ito de les . Esse papel é conferido a você por eles, não pelo pai ou mãe biológicos. Se não os conquistou a inda, o pape l de disciplinar ca i pr inc ipa lmente sobre o pa i ou mãe biológicos, mesmo depois do casamento. Quando os fi lhos v i vem com o ex e vêm visitar o outro pa i per iod icamente, aquele per íodo de visita tem de ser respe itado. É comum o pa i v isi tado cobrir os f i lhos de m imos e atenção — e não é difíc i l entender o porquê. Se o novo companhe iro não compreende r isso, pode rá se senti r de ixado de lado, ou a cha r q ue o ou t ro e s tá e xa ge r a nd o n a a te nçã o q ue d á a o s f i lhos. É p re c i so prestar bastante atenção nessa d inâmica, pois essa prát ica poderá ser a lgo do qua l seu futuro cônjuge não estará preparado para abrir mão. O idea l é q ue e s sa s v i s i t a ções s e j a m c l a r am e nt e de f i n i da s e m t e rm os d e periodicidade, t empo juntos, loca is de visita, partic ipação ou não do novo pa rce i ro e c o m o a in te ra ção c o m o e x se rá fe i ta. T ran spa rênc ia , reg ra s e compreen são s ão a s pa lavras -chave pa ra evitar c iúmes e descon f iança. Isso tudo deve ser bem conversado e concordado ainda durante o namoro. Um cuidadoso equilíbrio é o alvo aqui: não deixar os filhos nem o novo parceiro se sentirem abandonados por culpa um do outro. Certifique-se de que seu pretendente está preparado para assumir a pos ição não apenas de mar ido o u e s p os a , m a s d e p a d r a s t o o u m a d r a s t a t a m b é m . A p e s s o a t e m d e e s ta r preparada pa ra casar c om seus f i lhos também, não só c om você. A tenção às a t i tudes , m u i t o m a i s d o q u e à s p a l a v ra s . N ã o a d i a n t a d i z e r q u e s i m s e a s atitudes mostram o contrário. Se va i namora r u m a pessoa que já tem filho, é c om um sent ir que a cr iança sempre ve m antes de você na vida d o parce iro. Acha r que para e le tudo g ira em torno do fi lho e você vem em segundo plano. E a princípio, deve ser assim m e sm o, po is vocês são apenas namorados . C o m a p rog re ssão d o namoro , o a l vo é que você conqu i ste o seu luga r naque la famí l ia e f ina lmente oc upe o luga r d e côn juge , c o m o respe ito q ue merece. P o r isso, nã o f ique inseguro , especialmente pe lo contato necessário do parceiro com a mãe ou pai da criança — desde que haja transparência e propriedade em tudo. Ap rove i te e obse rve b e m quão envo lv ido seu novo p re tendente é c o m sua fam í l i a an te r io r e pa ren te s . N ã o é j us to e spe ra r u m a m u d a n ç a rad ica l d e l e nesse quesito depois de se casarem. O mesmo se aplica a outros compor tamentos. Espec ia lmente se vocês já pa ssa ram dos 40 anos de idade, seus háb itos e costumes estão b e m enra izados e d i f ic i lmente muda rão . Cons ide r e s e va i que re r e consegu i r c on v i ve r c o m essa pessoa c o m o e la é , sem ficar pressionando-a a mudar. Na dúvida, não prossiga. NÃO IGNORAR A maior ia da s pessoas que ca sam pe la segunda vez já não é cr iança. O lado b om dessa ma tu r idade é que vocês têm ma is exper iênc ia de vida e já d evem ter c la reza d o q ue q ue r e m e d o que é rea lmente impor tan te pa ra vocês. (Se seu pretendente tem idade, ma s não matur idade, sa ia fora ráp ido… Se a v ida a i n d a n ã o o e n s i n o u a n t e s d o s 3 0 , 4 0 o u 5 0 a nos , n ã o é v o c ê q u e m va i ensinar.) Por exemplo: Como cada um lida com dinheiro Seus valores e práticas devocionais (fé) Maneira de disciplinar os filhos Expectativa sobre ter mais filhos ou não no novo casamento O relacionamento com o ex e também com a família de origem Quais as atividades importantes na sua vida Quem são os amigos e o que eles representam As expectativas d o pape l de cada um dentro do casamento, espec ia lmente como veem o papel do homem e da mulher Preferências e gostos sexua is e frequência esperada Estilo de comunicação dentro do relacionamento As razões por que o relacionamento anterior não deu certo Estas são apenas a lgumas á reas que p rec i sam ser conhec ida s e exp lo radas antes de um recasamento. É claro, d i f ic i lmente vocês terão as mesmas p re fe rênc ias, est i l os e gostos, m a s q ua nt o ma is a l i nhados e le s fo rem, me lho re s a s chances d e voc ês d a r em certo. E ma is impor tan te : q uã o to le rante s vo c ês sã o a re spe i to da s d i fe renças e o q uan t o e s tão d i spos t os a ceder e resolver conflitos. Não ignore a lgum ponto importante na esperança de que será resolvido depois do casamento só porque, afinal, vocês “se amam”. Este é um erro que espec ialmente as mulheres costumam cometer, achando que conseguirão “consertar” o marido depois. O uso do d inhe iro t ambém merece a tenção cu idadosa. A maior ia dos casamentos funciona melhor quando o dinheiro de ambos é visto como “nosso” e não como “meu dinheiro” e “seu dinheiro”. Q uem vai controlar as finanças? Es ta é um a área férti l pa ra conf l i tos. V ocê s t a m b ém já d e ve m sabe r b e m se são do tipo que gasta tudo o que ganha, economiza até a ú l t ima espremida da pasta de dentes ou é equi l ibrado c om as f inanças. C om o an tec ipam que seria uma discussão sobre uma compra importante? I nde p ende n te me n t e d e c o m o a d m in i s t ra m o d inhe i ro , é p re c i s o q ue ha j a f ide l idade f inance ira en tre o casa l. A t ra ição f inance i ra t e m se to rnado cada vez ma is c o m um por causa das rendas independentes. U m dos cônjuges fa z gastos ou dívidas sem comunicar o outro e não é honesto com as informações. Muitos casamentos hoje têm acabado por isso. Não ignore tampouco o fato de que as pessoas m uda m ao longo das fases e anos de vida. O que é muito importante para você ou seu futuro cônjuge hoje p od e rá n ã o se r daq u i a c inco o u d e z anos . Q ua l q ue r ca sa l b e m - su c ed i d o é a ten to a e ssa s m u d a nç a s e c on s e g ue a dap ta r - se b e m a e la s. P o r i s so , u m a das qua l idades ma is importantes que um a pessoa prec isa para ter sucesso na convivênc ia amorosa é a flexibil idade. Se você ou seu parceiro é e x t r emame n te r íg ido e i r redut íve l e m sua mane i rad e ser, d i f ic i lmente terá êxito em qualquer relacionamento. Se t i verem essa qua l idade, a ssoc iada à capac idade de discut i r abe rtamente assuntos de l icados c om o os menc ionados ac ima, a probabi l idade d e vocês terem um b om namoro e casamento é bem alta. O RECOMEÇO PARA OS VIÚVOS Muito do que menc ionamos até aqui serve também para o recasamento após a viuvez. Mas há uma diferença crucial entre casar com um divorciado e com um viúvo. Normalmente, o v iúvo gostaria que o ex estivesse vivo, e o d ivorc iado gostaria que o ex… Bom, vamos deixar isso para lá. Brincadeira à parte, a real d i ferença pa ra o v iúvo é que o casa l fo i sepa rado pe la mor te e não porque o ca samento não d e u certo. E m vez d o sen t imento de a l ív io q ue o d ivorc iado norma lme n te t e m após o f im de u m ca same n t o destrut i vo, o v iú vo t e m u m s en t ime n t o d e pe rd a , s a ud a d e e t r i s te za . P o r i s so m u i t o s e s c o l h e m n ã o s e casar novamente. U m a v iú va d i sse a p ós 2 0 anos d e v iuvez : “ Q ua n d o ente r re i m e u ma r id o , ente r re i c o m e le t od os o s h o m e n s d a f a ce d a Te r ra ” . E l a s e f e c hou p a ra o amor . M a s depo i s de todos aque les anos, re conheceu que gos tar ia de encontrar a lguém com quem compartilhar o resto de sua vida. A m o r t e d e u m c ôn j uge , d e p e nd e nd o d e q uã o un i d o s e le s e r a m e qua nt o tempo viveram juntos, pode ser uma perda devastadora. Ao contrário do divorciado, começar um relacionamento com um viúvo tem o bene f í c io d e n ã o ter d e l i dar c o m o e x1 . M e s m o s e m ex , o re la c i oname n t o pode ser um grande desafio por a lgumas razões: A pessoa pode não ter superado totalmente a morte do cônjuge. D epe nde nd o se a mor te foi i ne spe rada ou por saúde que se deter io rou por u m long o pe r íodo, o te mp o q ue o v iúvo prec i sa pa ra estar p ron to pa ra u m novo relacionamento pode variar muito. O mín imo de um a dois anos costuma se aplicar à maioria dos casos, mas cada um é diferente. U m novo relac ionamento não é a melhor mane ira de curar a dor da perda de um cônjuge. Cuidado para que você não se torne um psicólogo ou apenas um om b r o a m ig o q ue pode rá nã o ma i s se r v is to c o m o u m pa rce i ro a m o ro so depois que a dor tiver passado. A lguns viúvos podem se sentir culpados por estarem “traindo” o falecido ao começar um novo relacionamento. O próprio Deus designou que o viúvo está l ivre para casar novamente2 e na Le i de Moisés havia provisões específicas para isso. Nã o deve restar dúvidas c om respe ito à permissão e prop r iedade de se casar de novo, caso a pessoa queira. A decisão permanece c om ela. Comparações são inevitáveis. O viúvo pode medir o novo companheiro pelas qua l idades d o an te r io r; e o a tua l p od e se sent i r s e m p re a q ué m da s expectativas. O ideal é que vocês criem uma nova relação e de ixem a anterior onde ela pertence: apenas na memór ia de a lgo b om que passou. S e o m o r t o c o s t um a fa ze r s uas apa r i ções re gu la rm en te na s conve rsa s d a v i ú va , m e s m o e nq ua n t o v o c ê s n a m o r a m , é u m s ina l d e q ue e la n ã o e s tá p ronta pa ra u m novo re lac ionamento. A l embrança e conve rsa e sporád ica não é o prob lema, e s im a incapacidade de deixar de falar no assunto. Nunca entre no mér i to da questão: “Quem você ama mais , eu ou o fa lecido?”. A l ém de ser uma pergunta idiota, é recheada de insegurança de sua parte. E lembre-se, insegurança nunca é sexy. Não tente competir ou ser um substituto de quem morreu. A o con trár io de mu i tos d ivorc iados, q ue p od e m fazer ques tão de rasgar o á l b u m d e c a sa me n t o , j oga r fo ra p re sen te s d o e x e t c . é c o m u m os v i ú vo s guardarem fotos e outros objetos que lembrem do falecido, ou lembrarem de datas comemorativas que marcaram os dois. O novo companhe iro deve compreender, desde que fotos do fa lecido não estejam espa lhadas pe la casa depois do casamento. (Que coisa medonha, hein?) É comum o viúvo ainda manter contato bem próximo com a família do fa lec ido. E ss e fa to p ode s ign i f ica r q ue q u e m casa c o m u m v i ú vo p od e se acha r en tre t rês famí l ia s d a noi te pa ra o d ia . Se ja compreens ivo , po i s e sse contato pode ser muito importante para seu cônjuge e até saudável . N ã o p re suma que o fa lec ido era u m santo. Ta lve z a mor te de le n e m tenha sido porque ele “do nada, escorregou no banheiro, bateu a cabeça e morreu” (na dúv ida, cheque a f icha cr im ina l d o viúvo). O fa to é que a pessoa pode traze r pa ra o no vo re la c i onament o seque la s d e u m casa men to tu rbu len to. Inteire-se sobre como era o relacionamento dos dois. C om o pode ver, o re começo de um re lac ionamento após um d ivórc io ou viuvez não é tão s imples. Ma s fazendo as coisas certas, vocês podem superar as complicações. Esperamos que o recado para você, solteiro, que nunca passou por um d ivórc io tenha f icado b e m c laro: faça o seu me lhor pa ra acertar d a pr ime ira vez! 1 A não ser que a Cristiane fique viúva e você, sem-vergonha, esteja lendo este livro com esperanças de se casar com ela. Você terá de lidar comigo, sim! Eu vou assombrar sua existência até a sua morte… aviso dado! 2 Romanos 7.2 Cristiane Você já deve ter ouvido o ditado “nadou, nadou, nadou e morreu na praia”. Essa é uma realidade na v ida amorosa de muitos. Não adianta fazer “q ua se ” t ud o cer to. E a ra zão p o r q ue m u i t o s n ã o c on s e g ue m passa r d o “ q ua s e ” é a a n s i e d a d e . P o r a n s i e d a d e , m u i t a g e n t e s a b e o q u e t e m d e fazer, mas não faz. ANSIEDADE Q ua nd o a ans iedade t om a conta , vo cê pa ra d e usa r a cabeça e c om eç a a usar as emoções , po i s t em m e d o de f icar enca lhado o u de pe rde r a ún ica p e s s o a q u e l h e d e u u m p o u c o d e a t e n ç ã o . J á n a p e r s e ve r a n ç a , v o c ê é paciente e, por isso, não desiste. Você não cansa de fazer o bem e o tempo nã o é o seu in im igo , e, s im , seu a l iado, j á q ue o pe rm i te me lhora r c o m o pessoa. Mas paciência não está na moda. Tudo é muito rápido. Ninguém quer esperar por nada. Parece que a nossa vida está sendo cronometrada o tempo todo. É a era do fast food, do drive- thru, do wi-fi rápido, dos caixas rápidos nos supermercados, das dietas de 5 dias, dos divórcios em 24 horas, das refeições de micro-ondas, enfim. Tudo isso t e m suas van tagens , ma s q ua nd o e ssa menta l idade d e “que ro agora , já” é levada para a vida amorosa, os resultados podem ser desastrosos. Não sou uma pessoa ans iosa, mas já t ive momentos de ans iedade. Lembro-me de uma vez que estava preocupada c om o m e u fi lho e v ie ram mi l e um pensamentos horríveis do que poderia estar acontecendo c om ele. O m e u c o r a ç ã o c o m e ç o u a b a te r f o r te e e u t i ve a s e n s a ç ã o d e q u e i r i a desmaiar. L og o m e levante i da cam a e ped i a j uda ao Renato, que m e t rouxeu m c op o d ’ água p a ra bebe r . E l e m e p e r gun ta va o q ue e u e s tava sent indo e eu não conseguia n e m fa lar dire i to, de tão ne rvosa que estava, a té q ue a ssoc ie i u m a co i sa à ou t ra . E r a a m i nha p r e oc up a çã o c o m m e u f i lho! Imed ia tamente, nã o ace ite i e comece i a d izer “eu não ace ito i sso!” em voz alta, repet idamente, até a batida do meu coração voltar ao normal. Entreguei a preocupação nas mãos de Deus e fui dormir. S i m , a a n s i e da d e p o d e n o s a d oec e r . Es t á m a i s d o q u e p r o va d o q u e a ansiedade é grande inimiga do ser humano. Como kryptonita para o Super- Homem, ela o enfraquece e acaba desfazendo tudo que você conquistou ou planejou até aqui. Ela mexe tanto com você que, a lém de ficar emoc i ona lmente vu lne ráve l , a sua saúde f ís ica e menta l t a m b é m p o d e m ser a fetadas. Como nasce a ansiedade? E la v e m de u m pensamento ru im , que t raz out ros pensamentos ru ins e , d e repente, o s eu c o ra çã o f ica desas so ssegad o. O m e d o t om a c on ta e a caba fo rçando-o a fazer a lgo a respe ito: chantagea r, ameaça r , ser agress ivo, jogar sujo, forçar uma barra ou, às vezes, simple smente jogar a toalha. Você não consegue esperar que as coisas aconteçam, en tão quanto ma is ansioso fica, mais se precipita e erra. • É a j o v e m q ue e ng r a v i d ou p a r a f i ca r c o m o n a m o r a d o e a g o r a e le a odeia por isso. • A m u l h e r q u e p a s s o u u m a no i te c o m o r a p a z e , p o r n u n c a m a i s t e r recebido uma ligação dele, virou uma stalker. 1 • É o ca ra que , por m e d o d e pe rde r a nam o ra da , a a fas ta d e todos seus amigos. Tudo fruto de ansiedade, tudo prejudicial. E la não só atrasa tudo na sua v ida como faz de você uma pessoa insuportáve l. Quantas não são as mulheres, que por medo de f icarem para tit ia, e n t r a m e m re la c ionamen to s r id í cu los ? E la , d e tr inta e tan tos anos , traída pe lo mar ido, fica com o jovem de 21 anos, por pena de si mesma ou pa ra se sen t ir que r ida. O rap az a té gos t ou , m a s n ã o o su f i c i en te pa ra se casar. E le se torna mais um hom em e m sua vida que a decepc ionará lá na frente. Q u a n d o o p t a m o s p o r se r pac ien te s , n ã o e s t a m os f a z e nd o i s s o p a r a o s outros, e s im por nós mesmos. COMO VENCER A ANSIEDADE? 1 º p a s s o : E n t e n d a q u e e s s a s e n s a ç ã o v e m s o br e t o d o s e n i n g u é m está ac ima dela o te m po todo. Você tem que l idar c om e la toda vez que ela vem. Seria ót imo superá-la hoje e nunca mais ter de lidar com ela, mas não é ass im. Por isso, esteja a tento aos s intomas. 2 º p a s s o : A a n s i e d a d e é u m t e m o r e , p a r a v e n c e r e s s e t e m o r , v o c ê p r e c i s a e n fr en tá - lo . P o r e x e m p l o , s e v e m o p e n s a m e n t o d e q u e vo cê nun c a va i a cha r u m a p es s oa idea l pa ra você , c o m o ba te r d e f ren te com ele? Com um pensamento melhor e mais inteligente: “Se eu não achar, e la va i m e achar!” , “Se eu f izer as coisas certas, não há c om o não a char ou ser achado”. D uv i de de suas dúv ida s, ques t ione seus m e d os — toda vez. 3 º p a s s o : E v i t e s i t u a ç õ e s q u e p r o m o v a m a a n s i e d a d e d e n t r o d e você . Se depoi s d e ass ist i r f i lmes românt icos ou ouv i r mús i ca s de amor , você fica deprimida, passe a evitá-los. Se certos tipos de amizades, reais ou virtuais, a fazem sentir enca lhada ou ansiosa por uma determinada pessoa, ocupe-se c om a lgo diferente. Isso va i evitar que você se compa re c om outras pessoas da sua idade. E quando os pensamentos de comparação são inevitáveis, lembre -se de que a sua história não é a me sma histór ia daque la outra pessoa. 4 º p a s s o : I n v i s t a n o o p o s t o d a a n s i e d a d e . C a l m a , p a c i ê n c i a , d e sca nso e con f iança . E m ve z de f icar t r is te , consc ien te d e s ua so l idão s áb ad o à noite , q ue ta l t omar u m b a nho d em orad o, fa ze r u m t ra tamento de pele, fazer as unhas, ler um livro e descansar mais cedo? 5 º p a s s o : B e b a d a f o n t e d a c u r a p a r a t o d a a n s i e d a d e . U m b o m re lac ionamento c om Deus lhe proporc iona mansidão. Veja só o que o Seu Espírito nos dá gratuitamente: Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, paciência, benignidade, bondade, fé, mansidão e domínio próprio.2 Lançando sobre Ele toda a sua ansiedade, porque Ele cuida de vocês.3 A n s i e d a d e nã o e svaz ia o s e u a m a n hã de tr is tezas, m a s s im o s e u ho j e d e forças. Forças de que você precisa para criar uma solução e executá-la. Ansiedade o faz viver o mesmo problema mil vezes antes de ele acontecer. Ela o faz temer a lgo que só existe dentro da sua imaginação. Por causa da ans iedade, uns f i cam para l isados e outros se prec ip i tam. Nã o toma m nenhuma atitude ou se apressam e provocam u m desastre. U m a coi sa você t em que saber sob re ans iedade: quanto ma is você age por ela, mais longe o que você quer fica de você. R i c k e s tava mu i t o ans ioso pa ra a cha r o a m o r d e sua v ida e se ca sa r. M a s s em resolver seus doi s p rob lemas pr inc ipais, a cumu lou mu i tos erros e m sua vida amorosa. Seus dois problemas principais: 1. Carência de atenção 2. Ansiedade Por esses dois “As” (Atenção e Ansiedade), os relacionamentos de Rick nunca d u ra vam ma is q ue a lguns meses . Sua carênc ia o faz ia e squece r os cri tér ios. Qua lquer mulher que lhe desse a tenção, servia: ma is ve lha, ma is nova, gord inha, magr inha , c o m f i lho, se m f i lho, na ba lada, n o trabalho, n a igre ja, fora da igreja, nas redes soc ia is… Nada era uma barreira. Aos vinte e poucos anos, R ick já t em uma longa lista de ex- namoradas e uma pensão a l imentícia q ue e le va i ter de paga r a té pe rde r d e vista , p o r u m f i lho q ue g e r ou e m u m desses re lacionamentos. Na ans iedade de achar a lguém, e por não conseguir ficar soz inho por mu ito tempo, e le l i te ra lmente fa la va c o m u m a pessoa esta se ma na e c o m outra na p róx ima . P ouc o a pouco, sua reputa ção nega t i va fo i a ume nta nd o e a r rumar uma pessoa séria tem sido cada vez mais difícil para ele. Guarde isto: Quanto mais você age pela ansiedade, mais longe o que você quer fica de você. Pela ansiedade, você pode facilmente casar com a pessoa errada. Felizmente há um antídoto para isso. O con trár io d e ans iedade é ca lma, t ranqu i l idade c o m boas doses de confiança e certeza de um resultado posit ivo. Resumindo em uma palavra: fé. Fé em quê ou quem? Em a lguém que pode lhe garantir um resultado posit ivo. Jesus uma vez ens inou sobre ans iedade4 e d isse que para superá- la você tem de parar, observar e pensar. Parar. Observar. Pensar. O lhe para um campo ou floresta e se pergunte: Q ue m a l imenta os animais e pássaros que vivem ali? Q ue m cuida daque las plantas, flores e borboletas em seus mínimos e belíssimos detalhes?Quem é o jardineiro delas ou o que lança comida para eles? A conclusão é que A lguém superior ao ser humano, com poderes infinitamente maiores e um zelo muito grande, cuida de tudo isso. E a boa not íc ia? Esse A lguém é nosso Pa i! E qua l o pa i que não sabe o que se u f i l ho p re c i sa ? Q u a l a m ã e q ue já n ã o d e i x ou d e te r p a ra s i pa ra da r a o f i lho? Se rá que esse Pa i que cuida tão b e m de p lantas e animais n ã o cuidará de Seus filhos? Esta é a base da fé que anula e vence toda ans iedade d o seu coração. Se você está ansioso por qua lquer razão, não somente em sua vida amorosa; s e u m a s i t u a ç ã o o u e v e n t o p r e s t e s a a c o n t e c e r l h e t r a z m e d o ; s e h á u m a insegurança ou temor de que o pior, ao invés do melhor, pode acontecer c om você… Pare. Observe. Pense. E leve sua mente a Deus. Fa le com Ele sobre seus temores. Con te pa ra E le o q ue o p reocupa. E m segu ida, ca le -se . O u ç a no seu ín t imo uma calma confirmação de que Ele vai cuidar de você. Então respire fundo e descanse. Ele promete não falhar. Apenas c om o exemplo: nesse momento , você está p reocupado se o So l irá nasce r a m a nhã d e m a nhã ? P rovave lmente nã o. N e m a pessoa m a is ans iosa duvida disso. E por que não? Porque sabe que tem sido ass im desde que Sol e Te r ra ex i stem. O u se ja, você con f ia que Q u e m gove rna o cu rso d o So l e da Te r ra n ã o fa lhará amanhã . Log o, você n ã o t em ans iedade por isso. Note, portanto, que ans iedade é um a fa lta de conf iança. Empres te u m pouco desta confiança que você tem de que o Sol vai nascer amanhã, para sua vida amorosa. Acredite: ajudá-lo a resolver suas preocupações afetivas é inf in itamente ma is fácil para Deus do que manter a rota dos astros no Universo. “SÓ EU QUE NÃO TENHO NAMORADO” U m a co i sa acon tece e m nossa ado le scênc ia e pa rece se repet i r a o l ong o da vida até que f ina lmente encontremos o nosso grande amor: a sensação de que todo mundo é feliz no amor exceto nós mesmos. Norma lmente , a pr imeira v e z que nos d a m os conta da poss ib i l idade d e ter a lguém especial é na escola. Sa ímos do mundinho de nossa família, onde todo mundo é, a lém de chato e irritante, i rmão ou i rmã, pr imo ou outro parente — e en t ramos na escola . A l i encont ramos cen tenas de outras c r ianças e j ovens da nossa idade. Nã o demora mu i to pa ra começa rmos a notar a lguém que nos c h ama atenção. E ass im, a o longo dos anos escolares, entre a s pequenas distrações c au sada s pe l os p ro fessore s, se u s l i v ros e a s ma té r ia s q ue e le s ins i s tem e m querer nos ens inar, nós vamos cada vez ma is f ixando nossos olhos naque la s pessoas q ue são c o m o col í r i o pa ra e les. S onha m os a cordados , p a que ra m os c om o olhar, nos a r rumamos d e ma nhã pensando naque la pessoa da 8ª sér ie A ( se rá q ue e la va i m e nota r h o j e ?) — o u a lg o a ss im . V a m o s te n ta nd o d e alguma forma lidar com esses sentimentos que não conseguimos desligar dentro de nós. Quando vemos nossos colegas namorando, saindo com as pessoas mais interessantes da escola, marcando encontros pós-aula ou contando o que f izeram juntos naque la festa d o ú lt imo f im de semana, pensamos: “Se rá que só eu que não tenho ninguém para sair comigo?”. E não é muito diferente para quem cont inua solteiro na idade adulta. Parece que não importa para onde você olha, só há casa is de mãos dadas, se a b ra çand o o u c a m inha nd o lado a lado. S e u c í r cu lo d e a m ig o s sol te i ros va i ficando cada vez menor e chega a ficar tão pequeno que você quase pode usá- lo n o dedo, c o m o um a a l iança.. . E a danada ans iedade fa la a l to: “ V oc ê t e m que arrumar um namorado logo! Dê um jeito”. É nesse m ome n t o que você suspende o ju ízo, e squece de tudo o que já leu a té aq u i e d á m e s m o u m je i to. A s c ond iç õe s , q ua l i d a d e s e de fe i t os j á n ã o impor tam. S e e le está e spe rando o j u lgamento por hom ic íd io ; se e la recusa dar detalhes do passado toda vez que você pergunta. Irrelevante. O que imp o r ta é q ue vo c ê f ina lmen te va i p ode r da r u m a sa t i s fa ção a t odos q ue o conhecem: “Es tou namorando!” . N ã o antes, é c la ro, de muda r seu status n o Facebook para “em um relacionamento sério”. É c la ro q ue a ans iedade n ã o de ixa vo c ê ve r a s fa lha s e e r ros q ue c ome te . Você não vê que não é o único da escola , família, igreja ou empresa que não namora. Nã o dá importânc ia às incompat ib i l idades na outra pessoa. Se i lude ao se envolver com alguém que ainda tem laços com outra. Decide fazer vistas g r o s sa s à s fa lha s o u p on t o s que s t i oná ve i s q u e o ou t r o ap re sen ta . E obv iamente jamais admi te que está começando esse re lac ionamento mov ido p o r u m a ans iedade , u m dese jo d e m os t r a r pa ra o s ou t r os q ue t a m b é m es tá namorando. Namoro que começa pelas motivações erradas difici lmente dá certo. É o que muitos que começam u m re lac ionamento c om uma pessoa que já é compromet ida não entendem. A vontade de ter a lguém é tanta que não importa se ele é casado. — Mas ele é casado, amiga! — E u se i , m a s e l e m e d i s s e q u e n ã o a m a m a i s a e s p o s a e q u e j á e s t ã o praticamente separados… A ans iedade nã o apenas cega suas ví t imas, as embur rece, t am bém. Gos ta r de a lguém que já é compromet ido (casado ou e m u m re lac ionamento) n ã o é apenas u m erro, m a s t am b é m u m a g rande pe rda d e tempo. Por q ue invest i r em alguém que já está envolvido com outra pessoa? Qua l a lógica nisso? Q u e m es tá c a s a d o nã o e s tá n o m e r c a d o . E q u a n d o vo c ê s e e n vo l v e c o m a lguém assim, você também se tira do mercado, e por razões tão chulas. A lém de queimar o seu f i lme… Você sempre será conhecida como “a outra”. Não se iluda, não há como sair ganhando dessa s ituação. M e sm o uma suposta “vitória” (ele deixa a esposa por você) seria ruim: você sempre ficará insegura com respeito à fidelidade dele. É estupidez. Não vale a pena. Fuja disso. Quem dá bola para você enquanto está compromet ido com outra pessoa não p re s ta e n ã o s e r ve pa ra vo c ê . Q u e r u m na m o r o b l i nd ad o? N ã o a r r um e u m namorado que fecha com uma, mas continua aberto para outras. ANSIEDADE DENTRO DO NAMORO U m a pessoa ans iosa n ã o apenas erra na e sco lha d o namorado, m a s ta m b ém se comporta de forma inconveniente dentro de um relacionamento. U m desses c om p o r t a m e n t o s é o h á b i t o d e c om p a ra r . E m ve z d e ap rec ia r o q u e h á d e pos it ivo, a pessoa ans iosa f ica c om p a ra nd o o seu re la c ionamento c o m o da amiga e seu namorado. E la acha que os outros casais são sempre mais felizes, se divertem mais, conversam mais, são mais atenciosos… A í começam as cobranças: “e le não m e traz f lores”, “e le põe a mãe antes de mim” , “a gente nun ca t e m d inhe i ro pa ra nada ” , “e u que r ia q ue e le m e le vasse pa ra aque le restaurante caro igual o namorado da minha amiga fez com ela”... Entenda que o exterior dos relac ionamentos das pessoas nem sempre reflete seu inter ior . U m casa l j antando à luz d e ve las e m u m f ino restaurante p od e parecer, para uma namorada frustrada que os observa, um exemp lo do r o m a n t i sm o q u e fa l ta n o s e u n a m o r o . M a s a ve r d ad e p o d e se r q u e a que le homem levou sua namorada ali para terminar o re lac ionamento naque la noite… A ans iedade gera compet ição, dor de cotove lo, inveja, c iúme e outros sent imentos destrutivos. E m vez de se comparar com os outros, aprecie o que você tem e faça sua parte no relacionamento. Construam a história de vocês. U m a ant iga l enda con ta c om o a lguns habitantes d e um a pequena a lde ia se reuniram em círculo, cada um carregando uma sacola representando seus p r ob l e m a s e t r is tezas pessoa i s . T o d o s e le s j og a r a m a s sa co la s n o m e i o d o c írcu lo e f o r a m instru ídos q ue p od e r iam de ixa r a sua e pegar a de qua lque r outra pessoa. E les poder iam abr ir mão de todos os seus prob lemas e tristezas e a ssum i r os de ou tra pessoa. Depo i s d e u m a b reve esp iada no con teúdo d e cada sacola a lhe ia , cada u m dos moradore s dec id iu pega r sua própr ia sacola de volta, e voltou para casa mais animado para enfrentar seus própr ios problemas. S e c o m p a r a r c o m o s ou t r o s e d e s e j a r o q u e o s ou t r o s t ê m s ã o m a n e i r a s ce r ta s d e ge ra r a ns ie dade e in fe l i c idade pessoa l . Ap rec ie s ua p róp r ia v ida . Va lo r i ze o que você tem. Esque ça a sacola d o v iz inho. Por ma is bon i ta que seja por fora, você não sabe o que tem lá dentro. A ansiedade nunca deixa você viver o agora. Você fica sempre entre a insatisfação com o ontem e a preocupação sobre o amanhã. Isso é jeito de viver a vida? Poste em nosso Facebook (fb.com/livronamoroblindado) ou em sua rede social preferida: Ansiedade não tem lugar em um #namoroblindado. 1 Alguém, às vezes com traços de psicopata, que assedia uma pessoa persistentemente, não importando quantos foras leve. 2 Gálatas 5:22 3 1 Pedro 5:7 4 Mateus 6:25-34. EU SEI QUE ESTA AFIRMAÇÃO vai explodir um conceito muito romântico mantido pela maioria das pessoas. Talvez algumas joguem fora este l ivro depois de lerem isto... Q ue m sabe até o p icotem c om a fúria de quem acabou de flagrar o parceiro aos beijos com outra pessoa. Então aqui vai: Não existe pessoa certa para n inguém. P ron to , fa le i . E ssa ide ia d e q ue existe u m a pessoa cer ta pa ra você , q ue se enca ixa d ire i t i nho c o m o u m a luva , a ta mp a da pane la , a me tade d a la ranja, sua a lma gêmea e outros termos semelhantes é uma grande farsa. Você pode acreditar no mito, se quiser. O u pode acreditar na verdade. E a verdade é que n inguém é fe ito sob med ida para n inguém. E vou ma is longe: não existe apenas uma pessoa nesse mundo capaz de satisfazê-lo a fet ivamente. Há mais que uma. Se você perde um amor, você pode s im encontrar um outro amor tão ou mais satisfatório d o que o que perdeu. (Agora a cabeça de a lguns deve ter começado a fundir…) E isso é um fato, não um mito. M a s an te s d e desca r ta r m i nha tese, ra c ioc ine c om ig o . E s s a ide ia d e ca ra - me tade n ã o é p laus íve l n e m ma tema t i camente , n e m log icamente, n e m espiritua lmente. C om o já comentamos, matemat icamente, os números não batem. Para todo so lte iro ter sua “me tade ” , p re c i sa r íamos d e u m núme ro exa to d e hom e n s e mulheres solteiras disponíveis. Nenhum país tem um número igual de homens e mulheres disponíveis para um relacionamento. Presumindo que a “outra me ta de ” desses hom e ns so lte iros e s tá en t re a s mu lhe re s so lte iras p o r a í e m a lgum lugar, s imp lesmente não há par para todo mundo. A lg uém va i acabar sozinho. Tipo dança das cadeiras. Logicamente, tampouco faz sentido. Por exemplo, se uma jovem recém- casada perde o seu mar ido e m um ac idente e fica v iúva, quer d izer que agora não ad ianta ma i s e la p rocurar n i nguém pa ra se casar n o fu turo p orque a “pessoa certa”, a única no mundo que a faria feliz, já morreu? Bastaria apenas uma viúva que era feliz com seu falecido e depois conseguiu casar novamente e ser feliz com outro homem para desbancar esse mito. Só eu, conheço vários viúvos e viúvas assim. E espiritualmente, t ambém não há base bíblica para isso. Se Eva era a “pessoa certa” para Adão, então Deus errou gravemente. Afinal, foi Ele quem a cr iou pa ra Adã o — e todos nó s sabemos no que deu. O fato, porém, é que quando Deus falou em criar a mulher, a descreveu como “uma auxil iadora que seja adequada” para o homem. Note: adequada, não “certa”. (Ma is sobre isso daqui a pouco). E, mesmo sendo adequada, as escolhas de la t rouxeram sérias dores de cabeça para os dois. O trabalho de encontrar u m parceiro é fruto de nossas escolhas. Permanecer ca s ado e so luc iona r o s p r ob le mas d a v ida a do i s t a m b é m é f ruto d e nossa s escolhas. O apóstolo Pau lo, ao fa lar sobre a mu lher cr is tã que f icou viúva, d isse que e la “ f ica l ivre pa ra casar c om q ue m quiser , m a s somente no Senhor”1 . Que r d izer, nã o somente e la tem um a segunda chance de se casar, c om o t a m bé m fica l ivre e responsáve l para fazer sua própr ia escolha, “ com quem quiser” — d e s d e q u e a p e s s o a s e j a d a m e s m a fé . O n d e f i c a e n t ã o a i d e i a d a ú n i c a p e s s oa c e r ta n o m u n d o ? E a q ue l a fa n ta s ia d e q ue D e u s é q u e m es c o l h e a pessoa com quem você vai se casar? A ve rdade é que nós s om os responsáve is por nossas esco lhas. O que Deus no s dá é a inte l igênc ia pa ra ident i f icar q ue m é adequad o e q ue m não é pa ra u m re la c ionamento am o ro so . E t a m b é m insti tui reg ra s que r eg em u m re lac ionamento feliz. Quebre-a s e não há pessoa certa nesse mund o que dará certo c om você. A chave para um casamento feliz não é achar a pessoa certa; é fazer as coisas certas. Faça o que é certo para achar uma pessoa adequada para você. UM PRÍNCIPE QUE NÃO VAI AO BANHEIRO Cristiane e eu cremos em Deus, mas um dia ela falou que queria se separar de m im. Se a lma gêmea existe, eu não sou a da Cr is tiane n e m ela a minha, pois, por 1 2 l ongos anos , hav ia mu i tas b re chas e arestas e m nossa re lação exatamente porque nós não comp le távamos u m ao outro perfe i tamente. Nosso casamento estava indo para o brejo. As coisas só muda ram quando entendemos que para nosso casamento funcionar, teria de ser com nossas próprias escolhas e esforços. M uda isso, de ixa de ser egoísta naqui lo, reconhece que precisa muda r aqui, fa z u m es f o rç o pa ra se r d i fe ren te a l i , u s a a in te l i gênc ia a c im a d a e m oç ã o , busca a Deus, ma s faza sua parte também — foi ass im, resumidamente, que tudo mudou. E n ã o foi a lg o q ue f i z em os naque la a l tu ra , pa ra re so lve r os p r ob lem as d e então, e depois de ixamos de fazer. Até hoje, todos os dias, nós con t inuamos trabalhando e m nossa relação. Temos de prestar a tenção um no outro. Temos d e se r v ig i lan tes c o m a cu l tu ra a n t i c a sam e n t o a o no s s o redor . E t e m os d e manter nosso re lac ionamento c o m Deus e m dia, pois d isso ve m a habi l idade para prat icarmos o que sabemos. É a s s im q ue vo c ê va i se a de q ua nd o à ou t ra pe s soa e e la a você . P o r isso, um a das caracterís ticas ma is importantes que você deve procurar e m a lguém pa ra se casar é a f lex ib i l idade d a pessoa na convivênc ia e t a m bé m a inteligência de saber apreciar diferentes pontos de vista. Vou repetir isso pois é muito importante você gravar. Uma das características mais importantes que você deve procurar e m a lguém para se casar é: A flexibilidade da pessoa na convivência e também a inteligência de saber apreciar diferentes pontos de vista. Somos muito abençoados pe lo fato de termos essas duas qualidades e m nós. Sem elas, não estar íamos mais juntos. A inda hoje , Cr is t iane e eu não som os “ certos” u m pa ra o outro e nunca se rem os . S e e la fosse “ ce r ta ” pa ra m i m , e la c om e r ia m a i s vege ta i s ve rdes ; não se chatear ia quando eu coloco um a ervi lha no prato de la quando e la não está olhando, só para irritá-la; ela se divertiria comigo em a lgumas brincadeiras mais físicas, como rolar no chão, empurrá -la da cama e coisas do t ipo ( t u do i s so e u já ten te i , c o m re su l t ad os desa s t r os os , c o m o voc ê p o d e imaginar); ela desestressaria lendo um livro comigo ou estudando a lguma coisa n ova e m vez de ass is t indo a u m f i lme; e gos tar ia d os m e u s gostos musicais, alguns dos quais ela simplesmente despreza… Entre outras coisas. Cristiane E se o Renato fosse “certo” para m im, não apenas e le não gostar ia dessas coisas, mas também não soltaria pum deba ixo dos lençóis quando estamos na cama… Entre outras coisinhas. Quem nunca o fez, que atire a primeira pedra! E de ixe-me avisar as solteiras românt icas que idea l izam um pr ínc ipe que não va i ne m ao banhe iro que d irá soltar gases: e m uma recente pesquisa2 , 9 de cada 10 homens casados admit i ram, anonimamente, soltar p um deba ixo dos lençóis. O estudo ind icou que o déc imo também solta, com uma diferença: tem a coragem, como eu, de admit i r pub l i c amente. Portan to, men inas , não se e s queçam de inc lu ir u m a máscara de gás no enxoval. (Sinto muito, não há blindagem contra isso.) N ã o ex i s te p e s s oa ce r ta p a ra n i n g ué m . A ide ia d e q ue s ó h á u m a pe s s oa n e s se m u n d o q ue s e en ca ixa rá pe r f e i t a me n te c o m out ra é a r a zã o p o r q u e mu i t os c on t in uam solte iros e ou t ros tantos infe l izes n o ca samento . Ve j a se este diálogo lhe soa familiar: — E aí, ainda está solteiro? — Pois é, eu ainda não encontrei a pessoa certa. Solte iros s onha m c om a pessoa que p reencherá todos os requis i tos na lista que idealizaram. Casados que v ivem com problemas no relac ionamento batalham com a dúvida em suas mentes: “Será que me casei com a pessoa errada?”. V i d a am o ro s a fe l iz, pu ra e s imp le smente , é f ru to de t raba lho. C a s am e n t o feliz é poss íve l sim, e muito bom, mas dá trabalho. Não é fruto do acaso. Não é au tomá t ico. N ã o é consequênc ia de sorte, n e m de cup ido, n e m de acha r a pessoa certa, nem de crer e m Deus. Quem acha que é fruto de sorte tem que primeiro crer na sorte. Quem crê na sorte, c rê no azar. E como e m qua lquer jogo de azar, a chance de dar sorte é mu i to m e no r d o q ue a de da r azar. A chance d e perde r na loter ia é inf in i tamente ma ior d o que a de ganhar . A chance d e pe rder n o dom inó, n o bara lho, no b ingo etc. — sempre é maior que a de ganhar. Você tem certeza de que quer basear sua vida amorosa na sorte? Q ue m acha que ca samento feliz depende de achar a pessoa certa rea lmente precisa de toda sorte do mundo. E quem acha que crer em Deus é o suficiente para ser feliz no amor explique, por favor, tantos crentes divorciados ou vivendo em casamentos de fachada. Cristiane Não existe um parce iro ideal, porque todos t emos falhas, defe itos e fraquezas. Então, se ficar procurando uma pessoa perfeita, nunca vai achar. O ce r to é sabe r se a justar a o ou tro . S e vo cê c om e ç a u m re la c ionament o pe la s ra zões certas, já entra sabendo q ue terá de fazer a justes. Porém, se começa c o m o ego í smo, nã o i rá aguentar a ou tra pessoa. V oc ê só va i pensar em você, nas suas necessidades. Por isso dá errado. Quando entra e m um relacionamento querendo fazer a outra pessoa feliz, v o c ê re leva m u i ta coi sa . E n ã o cr ia re s is tênc ia à ide ia d e m ud a r p a r a se adequar àque la pessoa — ideia que, hoje e m dia, muita gente vê como um prob lemão. Mu i tos f ic am c om ra iva quando fa lamos que têm que muda r. N ã o q ue r e m e ins i s tem q ue o ou t r o é q ue d eve r ia m ud a r , o ou t r o é q ue está errado. Esse ponto de vista é egoísta. Q ua nd o a m o , q ua nd o q ue r o fa ze r o m e u ma r id o fe l iz, se eu se i q ue há certas atitudes minhas que prejud icam o nosso relacionamento, vou mudar o m e u je ito. E isso nã o se rá u m p rob lema , porque se amo, vou fazê- lo. E ele fará a mesma coisa. Então a “pessoa certa” é esta: você não ser egoísta, querer rea lmente fazer a outra pessoa feliz. A í sim, você tem o perfil para estar em um casamento. Pe ssoa certa é fantas ia, porque se você t ivesse o pode r de desenhar o parce iro idea l para você, dentro de três ou seis meses c om certeza iria enjoar de le. Ir ia achar defe i tos n o pa rce iro que você m e sm o desenhou. Isso porque você é fa lho e t am bém porque o ser huma no m ud a c om o tempo, a idade, a s circunstâncias e as experiênc ias que passa na vida. N inguém é estático. Logo, não existe parceiro perfeito. O que existe são pessoas reais, que evolvem, com qua l idades e defe i tos a o s qua i s vo cê te m d e ap rende r a se adap tar . E é isso que chamamos de pessoa “adequada”. ADEQUADA, NÃO CERTA Como menc ione i anteriormente, quando Deus decidiu criar uma companhe ira para o homem, as palavras que usou para se referir a ela foram “auxil iadora” e “adequada”3 . U m a coi sa adequada é b e m d iferente de um a coi sa certa. “Ce rto” e xp r ime exa t idão, a lgo que a t inge a m e d id a correta . Pa ra en tende r a d i ferença en t re certo e adequado, basta consultar o dicionário: Adequado: (adjetivo) que é bom ou próprio para determinado efeito, lugar ou objetivo. Apropriado, conveniente. Adequar (verbo): modificar ou modificar-se para determinado uso o que estava feito para outro uso. Adaptar, moldar. Fazer ou sofrer adaptação ou ajustamento consoante a situação. Ajustar. I sso s im faz m u i t o ma is sen t ido e está b e m ma i s p r óx imo da rea l idade d o q ue d e ve a con tece r e m u m r e la c i oname nt o . O m e l ho r q ue p o d e m os a c ha r pa ra u m b o m ca s am en t o é u m a pe s soa a d eq ua d a e q ue no s a jude n a l onga ca m inhada da vida. E os cr í t ic os d a fé e m De u s a inda a j u lgam irrac iona l e insensata. M a s eu ve jo mu i to ma is ju ízo e lóg ica n o que Deus ens ina d o que nas mirabolantes invenções humanas, como a ideia da pessoa certa, por exemplo. Veja outro exemplo. Como é um típico dia de casamento sonhado pela maioria dos noivos de hoje? U m gasto alt íssimo para o grande dia, para eternizar o momento, render boas fotos e um bom vídeo. A igreja impecave lmente decorada c o m f lo res da ent rada ao a l tar. O rques t ra e cantores c láss icos p rovendo os momentos musica is da cer imônia . O s ingular vest ido da noiva , o terno d o noivo, a da ma de honra e o pa jem, os trajes dos padrinhos… tudo em perfeita harmonia visual. As mesas para os convidados. O jantar de três pratos. O DJ animando a festa. O fi lme com a história romântica do casal. A l imusine esperando na porta. A lua de mel em um lugar exótico. É o s onho d o s no ivos , e spec ia lmente da no iva (descu lpem, mu lhe re s ) , de que casamento é aqui lo que d i zem os cartões que a companham os presentes. “Vocês nasceram um para o outro.” “Que todos os dias sejam cheios de amor, paz e harmonia.” Tudo esbanjando romantismo. A dura realidade, porém, pode começar já na primeira noite da lua de mel. O que me intriga é que quase não se fala por aí dos dias difíceis do casamento. Casamento dá traba lho e haverá d ias — semanas, meses, ou anos — de dificuldades. Você tem que saber disso de antemão, porque quem entra no casamento pensando nas histor inhas da D isney va i acordar um dia ao lado de um sapo. Pe rgun te a qua lque r ca sa l mad u ro , q ue ho j e v i ve fe l iz e b e m ajustado, s e não t iveram seus anos de deserto. Cr is t iane e eu f ina lmente só nos a justamos depo i s de 12 anos de ca sados! F i co pensando no s casa is que des is t i ram nos pr imeiros c inco, sete, dez anos de casamento — ou que a inda estão casados, mas pensando no divórcio. Abandonaram o barco na primeira tempestade porque só esperavam brisa e dias de sol. “E le n ã o m e a m a ma is . ” “E la nã o é ma is a mesma . ” “ Eu o a m o, m a s n ã o s into ma is nada por e le . ” (D if íc i l de exp l icar este ú l t imo, m a s ouv imos isso demais.) Mulheres, sabem aque les votos que os casais t rocam no altar quando d i zem “na alegria e na tristeza”? O que vocês acham que “tristeza” quer dizer? Home ns , o que ad ianta zerar a conta bancár ia pa ra a legrar a mu lhe r n o d ia do casamento e depois investir zero de tempo e esforço nos anos a seguir? S a i a m d o m i to. En t r e m na rea l idade. Cas a m e n t o fe l iz ex iste , s im — pa ra quem escolhe com inteligência e trabalha para construí-lo. POR QUE OS CASAMENTOS FRACASSAM? Por que muitos casamentos de hoje não têm dado certo? Por vár ias razões. Temos visto que, pr inc ipalmente, não têm dado certo porque em geral já começam errado. As pessoas têm começado o re lac ionamento por todas as razões erradas: Para sair da casa dos pais — por conflito ou busca de independência Para ter uma vida estável, estabil izada Para ser feliz Porque se apaixonou Porque engravidou Para fazer sexo E n f im , a s p e s s oa s u s a m a s r a z õe s e r r a d a s p a r a s e ca sa r . E n t ã o , q u a n d o chega o conv ív io do d ia a d ia de u m casamento, e las cons ta tam que aque las razões pe las qua is se casaram não sustentam a relação. E por isso fracassam. A pergunta que prec isa ser fe ita é: enquanto uns fracassam, por que outros são bem-sucedidos? Não é b om que um casamento comece mal. A o começa r errado, as chances de não dar certo são muito grandes. Entre outras qualidades, casamentos bem-sucedidos costumam ser frutos de: 1 . D ec i s õe s fe i t as c o m in te l i gênc ia , n ã o c o m e m o ç ã o (ex : n a e sc o lha d o parceiro, na hora das brigas etc.). 2. Empenho em cumprir a palavra de compromisso dada no dia dos votos de casamento (aquele velho princípio, “minha palavra é minha honra”). 3. Fé em Deus e obediência aos Seus conselhos. 4. Paciência e tolerância com as falhas um do outro. 5. Ter padrões altos para si mesmo e para o parceiro. 6. Observação de certos l imites em respeito ao parceiro (ex: não ter amizade íntima com pessoas do sexo oposto). 7. Esforço constante para agradar o outro. 8. Colocar o casamento ac ima dos egos. 9. Perseverar, por saber que os dias ruins passarão. 10 . Ada p ta b i l i d ade d o ca sa l , q ue é a cap a c id ad e d e se a d e q ua r e m u m a o outro. Note a ausênc ia da pa lavra “ amo r” na lis ta a c ima. Nã o foi propos ita l, m a s note i i s so d ep o i s q ue e sc rev i . S a b e p o r q uê ? P o r q ue a m o r é pra t i car e s sa lista. Não é sentir isso ou aquilo, mas s im fazer o certo e fazer o bem pe lo seu cônjuge — mesmo quando não se sente vontade. Da lista acima, o que está faltando você praticar? E n c on t r a r e se r u m a p e s s oa a d e q u a d a é o q u e v o c ê p r e c i s a p a r a te r u m relacionamento feliz. SERVE? U m a mane i ra b em s imples de pensar sob re a pessoa adequada é responder à pergunta: “Ela m e serve?”. (É claro, servir no sent ido de ser compat íve l , não de ser serviçal.) Você deve se perguntar se aque la pessoa serve para você, e vice-versa. E m nosso ca samento nós não som os perfe i tos um para o outro, m as servimos um para o outro muito bem. Por exemplo, a Cristiane tem uma persona l idade m a i s impuls iva , d e fazer a s coisas n a hora , quando lhe vê m à cabeça. Eu já sou mais pensativo, cauteloso, penso sempre nas consequênc ias antes d e ag ir. Sã o qua l idades d i feren tes, c o m seus p rós e contras, m a s b e m complementares. E la serve bem para mim, pois a personalidade dela me im pu l s i ona a ag i r e a m i n ha a a j u da a se r m a i s c au te l osa e m e n o s inconsequente. Somos adequados um para o outro. Imagine se nós doi s fôssemos impu ls i vos ou caute losos… O u se não fôssemos flexíveis e m nossa mane ira de ser. Importariam outros fatores como sentimentos, beleza, objetivos ou atração? N ã o im p o r ta s e vo c ê g o s ta m u i t o d a pessoa , s e a a c ha bon i ta , s e e la t e m muitas qua l idades. O que importa , rea lmente, é: e la lhe serve? E você, serve para ela? Para entender me lhor a importânc ia de servir, cons idere as roupas e outros acessórios que você tem no seu guarda-roupa. Você provave lmente t em mui ta s peças de roupa — dezenas, senão centenas. Vá r ios pa re s de sapatos, cintos, acessórios etc. Agora, observe quais você realmente usa. Você provave lmente t e m lá uma roupa ou u m sapato que você gosta mu ito por sua be leza, qua l idade, custo ou até pe lo que aque le i t em representa pa ra você sentimenta lmente. Mas, infelizmente, ele não lhe serve mais. Você m u d o u de peso , aqu i lo sa iu de m o d a ou voc ê s imp le smen te n ã o tem out ras peças para usar com ele. Se perceber bem, a maior parte do seu guarda-roupa se encaixa nesse critério. P o r ou t r o l ad o , v o c ê t e m a q ue l e p a r d e sa pa t o s m u i t o f ie l , q u e v o c ê u s a quase todos os d ias e to rce pa ra que e le n ã o a c a be… É tão con for táve l , va i c o m qua lque r r o u p a… E aque la cam ise ta ve lha q ue vo c ê usa pa ra do rm i r? Aque la q ue já t em u m fu r inho de tão ve lha, m a s você se re cusa a jogar fo ra porque é tão gostosa? A s co i sas q ue nos se rvem, nó s usamos , u s a m os e u sam os sem pre e nunca jogamos fora. Ass im é no relacionamento também. Chega uma hora na relação que a beleza perde o seu ape lo4. O d inhe iro tem va lo r l im i tado. A p ro f i s são d a pes s oa se to rna a p e na s a lg o q ue e la faz. A s v iagens cansam, os passeios en joam… Que r dizer, como uma roupa que tem u m b r i l ho m om e n tâ ne o , cer tas co i sa s n o re la c ionamen t o t a m b é m sã o passage iras e não sustentam o amor. O que fica rea lmente são aque las coisas que nosso parceiro nos proporc iona que p re c i samos e des f ru tamos d iar iamente. Co i sa s c o m o paz, a tenção, compreensão, auxí l io, am izade, apoio, respe ito, a legr ia, cu i dado… e outras que nunca ficam velhas, saem de moda ou nos cansam. São estas qua l idades que uma pessoa adequada proporc ionará a você e que v o c ê t a m b é m d e v e d e s e nvo l v e r p a r a o f e r e c e r a e la . A p e ss oa a d e q ua d a a você nunca, intenc iona lmente, o fer i rá n e m tentará mudá - lo e m a lguém que você não é. Por tan t o , e s q ue ç a a p e s s oa ce r ta p o i s e la n u n c a ex i s t iu. A p r e n d a a se r e buscar a pessoa adequada. ME AJUDA? A outra palavra que qualif ica uma pessoa para ser uma boa companhia para o resto da vida é “auxil iadora”. N ã o basta servir, ser adequada para você. Tem de lhe ser útil também. A princípio, isso parece um tanto egoísta. Mas uma breve consideração m os t ra rá q u e nã o . A t é p o r q ue e s t a m os t r a ta nd o d e u m a v ia d e m ã o d up l a aqui — você também precisa ser útil ao seu parceiro. Logo, os dois ganham. U m pa rce i ro p a ra t oda a v ida p re c i sa se r út il . S e nã o , cons ide re o opos to . Você gostaria de ficar ao lado de a lguém que o atrapalhasse? Q u e m u m d ia s onhou e m se ca sa r c o m u m a ma l a p e sa da e ca r regá - la a té que a morte os separe? É claro que por um amor verdadeiro, uma pessoa é capaz de continuar com o pa rce i ro m e s m o q ue e ste n ã o tenha o u pe rca a hab i l i dade d e lhe se r út i l d e a lguma forma. Por exemplo, a lguém que tem uma defic iência física não poderá ser útil ao parceiro no que tange àquela defic iência. Talvez, para quem olha de fora, se torne até um fardo. M a s mesmo ass im, à sua mane ira , aque la pe s s oa a i nda o fe re ce a l g o p a ra o pa rce i ro q u e lhe é út i l e c om p e n sa o que falta. É o caso do marido de Theresa. Nós c onhecemos The resa quando m ora mos e m Londres. E la é casada c om John há 19 anos. O amor deles começou na adolescência, mas foi interrompido por cam inhos prof iss iona is d i ferentes. Somente duas décadas depo is se reencont ra ram e se ca sa ram. N o terce iro a no de ca samento, John sof reu u m AV C e perdeu todas suas funções motoras. F icou conf inado a uma cadeira de rodas. Não fala, não movimenta nenhuma parte do corpo, exceto os olhos. Quem olha para Theresa não imagina o que ela já passou e tem feito por seu ma r ido desde então. E la o a l imenta, lhe dá banho, lê l ivros e m voz a lta pa ra e le , o empur ra e m sua cade i ra de rodas pa ra todo luga r — hosp ita l , parque , igreja (não falta a nenhum compromisso).. . E faz tudo c om um sorriso, como se fosse a esposa mais feliz do mundo. Eu pergunte i pa ra ela: “O que você ganha c om isso, por tudo o que faz por seu marido, já que ele não pode lhe retribuir nada?”. “ A p a z e a a l eg r ia d e s a b e r q u e e u e s t ou f a z e n d o a c o i s a ce r ta p o r m e u melhor amigo”, ela respondeu. Pausa. Há muito para digerir nessa resposta. Nos três p r ime iros anos que e les passa ram juntos antes d o seu AV C , John de ixou um a marca de amor mu i to p ro funda e m Theresa: sua am izade. Hoje , a p e s a r d e n ã o p o d e r s e exp re ss a r , n e m fa ze r n a d a p o r e la , J o h n c on t i n ua d a nd o a s ua e sposa , a l é m d a s b oa s me m ór i a s , p a z e a leg r ia — do i s ingred ientes ex t remamente importantes do amor. E isso a través de sua simples existência. Quantos namorados e mar idos de corpos e mente s perfe i tos não proporc ionam estas duas coisas às suas parceiras? U m dos papéis principais do cônjuge em um casamento é auxil iar o parceiro, a judá- lo a se tornar u m a pessoa melhor, t razer pa ra fora o que há de me lhor ne le. A esposa a judará o ma r ido a a lcançar co i sa s que e le nunca sonhou ser c a pa z . O m a r i d o a j ud a rá s u a e s p os a a s e d e se nvo l v e r d e m o d o q u e e la s e sentirá como a flor mais l inda que desabrochou no jardim. In fe l i zmente, m u i t o s q ue se j u n tam po r “ amo r ” n ã o t ê m a j uda do u m a o outro, e p ior: t ê m atrapa lhado. Q ua nd o você se casa, o e spe rado é que você cresça, que melhore e m todos os sent idos. Seu cônjuge tem de lhe fazer bem — e você a ele. Quando a lguém entra no casamento pensando e m se servir da outra pessoa, não em servi-la, logo vêm as cobranças. “Você não faz isso para mim.” “Você não se impor ta c om o que eu quero, só c om o que você quer. ” “Se você não me atende aqui dentro eu vou buscar lá fora.” “Você não me ajuda.” Você isso, você aquilo. O foco está no receber, não no dar. Em ser servido ao invés de servir. Uma disputa de egoísmos. É c la ro que que remos receber também, não apenas dar. E à pr imeira v is ta, parece lógico que, para receber, prec isamos pedir. Porém, na lógica do Autor do Amor, dar é pedir. Q ua nd o e u d ou a a lguém, aque la pess oa f i ca end iv idada c om ig o. Q ua n t o m a i s e u d o u , m a i o r a d í v ida . E n ã o h á u m s e r h u m a n o q u e g o s t e d e f i c a r endividado — muito menos de ser cobrado. Portanto: O caminho para receber é dar e não cobrar. Dar, porque é nosso pape l, nossa responsabi l idade. Dar, porque c remos na lei do dar e receber. Dar, porque queremos ser úteis. Cr is t iane e eu t i vemos e ssa exper iênc ia . N o in íc io d o nosso ca samento, a s expectativas de la para comigo eram grandes. E eu nunca as alcançava. Da í ela fazia o que parecia lógico: m e cobrava. E eu justificava que já estava fazendo mais do que o sufic iente e a acusava de reclamar de barriga cheia. Não funcionou. Apenas nos trouxe frustração. En tão e la m ud ou d e tát ica. Dec id iu pa rar de cobrar e c ome ç ou a dar. Nã o demorou muito e uma compet ição sadia começou entre nós. Eu passe i a querer lhe agradar, fazer os gostos de la porque e la estava fazendo os meus. Quer dizer, fina lmente entendemos o que é o casamento. Já você, lendo is to, não p rec isacome te r e sse er ro e só lá na frente , depo i s de muitas frustrações, descobr ir que casamento é uma parceria de ajuda m ú t ua . V o c ê p od e s e p repara r a part i r d e ag o r a pa ra se to rna r u m a p es s oa auxi l iadora e também aprender a identi f icar se o seu pretendente possui essa característica. O que é ser útil a alguém? Como ser um auxiliador? Algumas definições do verbo ajudar: Contribuir para que alguém faça alguma coisa, facilitando ou lhe dando condições para alcançar seu objetivo com sucesso; fazer uma situação melhor, mais fácil ou menos dolorosa. Eu compi le i uma lista de s inônimos desta pa lavra tão rica e m s igni f icado e, a o lado de la , o seu opos to. U m a pessoa aux i l i adora p od e ser descr i t a des ta forma. C o m o você ava l ia r ia a si m e sm o e ao seu parce iro o lhando pa ra esta l ista? (Leia a primeira coluna inteira, depois a segunda.) Sinônimos de ajudar Contrário de ajudar - auxiliar - impedir - dar assistência - servir - remediar - aliviar - ser útil - promover - mudar para melhor - prevenir - servir com alimento ou bebida - ser uma fonte de auxílio - melhorar - consertar - dar apoio - fazer algo por - atender a - fazer algo que beneficia - confortar - levantar - resgatar - dar uma mão - contribuir com força ou meios - trazer suprimentos - sustentar - animar - torcer por - estar ao lado de - trabalhar para - facilitar - cooperar - aliviar o fardo - motivar - resistir - deter - dissuadir - frustrar - se fazer inútil - obstruir - amarrar - opor - barrar - bloquear - chatear - limitar - parar - atrapalhar - criar problemas - ser inconveniente - colocar em desvantagem - desagradar - causar contratempo - causar perda - ser um obstáculo - restringir - agravar - debilitar - piorar - desanimar - não cooperar - não apoiar - atrasar - ir contra - causar estresse - desviar do caminho - enfraquecer - não deixar crescer Res ista à tentação de dar uma passada de olhos ráp ida nesta l ista. Le ia cada pa la vr a c o m a t enç ão , p r im e i r o p e n s a nd o e m voc ê e , depo i s , s e j á t e m u m parceiro, pensando ne le. Se as atitudes ou comportamentos na lista da direita se a ss eme lham a os seus ou aos de seu parce iro, pa re tudo! V ocê s não e stão habil itados para um relacionamento. Pr imeiro, foquem e m se tornar pessoas adequadas e adquir i r um caráter de aux i l iador . S e m essa s duas qua l idades, n e nhum a quant idade de sent imento afetivo será sufic iente para manter o relacionamento de vocês. U s e a l ista pa ra e l im ina r a t i tudes impróp r ia s e adota r u m c omp o r t am en t o útil. Mesmo fora de um relacionamento você pode praticar isso com as pessoas mais próximas a você — familiares, amigos e colegas. Espe ram os que você tenha en tend ido de um a vez por todas q ue não existe p e s s oa c e r t a p a r a n i n g u é m . A pa r t i r d e a g o r a , n ã o v a m o s m a i s u s a r e s te te rm o aqui , m a s s im “pess oa adequada ” . E da p r óx im a ve z que você ouv i r a l g ué m d i ze r q u e e s tá e sp e r a nd o o u b u s c a nd o “ a p e s s oa ce r ta ” , se p ud e r , procure educá- la a respeito. Empres te este l ivro para e la ou a presente ie c om um exemplar. Você poderá poupá-la de muitas frustrações. Infe l izmente, o m i to da pessoa certa não é o ún i co que t e m a trapa lhado a s pe ss oa s e m s eu s re la c i oname nt os . V a m o s e n tã o reve la r e de sba nca r m a i s alguns. Aperte os cintos! Poste em nosso Facebook (fb.com/livronamoroblindado) ou em sua rede social preferida: Aprendi que não existe pessoa certa em um #namoroblindado, e s im pessoa adequada. 1 1 Coríntios 7.39 2 Não tenho a fonte, mas o fato é facilmente constatável em qualquer roda de amigos casados do sexo masculino. 3 Gênesis 2.18 – Nas traduções mais antigas da Bíblia em português, a palavra usada é “idônea”, que carrega o mesmo sentido de algo “adequado, apto para, próprio para, útil, conveniente, favorável”. 4 Considere: o vigor da beleza física de uma pessoa pode durar de 15 a 20 anos, dependendo de quão bons são os genes dela. D igamos que ela dure dos 20 aos 40 anos de idade, com seu auge ali no meio. E depois? E quando você encontrar alguém mais bonito? Por outro lado, encontre uma mente bonita e ela só vai melhorar com o tempo. Cristiane A n t e s d e m e ca sa r, e u t inha u m a a m b i ç ã o pos i t i va d e fa ze r a d i fe rença c om o mu lhe r. Que r ia ser d i ferente , não u m a “Ma r ia va i c o m as outras”. P o r é m , a ss im q ue m e ca se i , u m a m u l h e r m a i s expe r ien te m e d i s se que , c o m o esposa , e u t inha d e se r pa ra o R e na t o c o m o o ap o i o d e u m por ta - re tra tos. Q u e m t inha de apa rece r e br i lhar e ra e le , n ã o eu. A l g o ma i s ou menos assim: Dá para me ver ali atrás? Pois é, foi assim que passei a me sentir. Praticamente invisível. A ideia era que meu único papel no casamento era o d e se rv i r a o m e u m a r i d o , n o s e n t id o d e se rv i ça l m e s m o , e s ó a s s im e u estaria servindo a Deus. Essa crença, juntamente c o m m inhas inseguranças durante os pr imeiros 1 2 a n o s d e c a sa da , a c a b o u c o m t od a s a s m i n h a s a m b i ç õ e s d e f a ze r a d i fe rença. Pa sse i a ve r o R e na t o c o m o o so l d o m e u p laneta , a enxe rga r nele todos os seus erros e apontá-los, como se minha única função na vida fosse melhorar o meu marido. Eu me tornei uma “perfeita” dona de casa, já que a razão da minha existência era servir o Renato. E foi assim que fui me apagando, me anulando, aos pouquinhos. De repente, já não era ma is aque la j ovem che ia de sonhos, que se casou c om o seu p r ime i r o n a m o rad o , e s im a e sposa cha t inha , q ue pe r de u toda s u a personalidade para ficar nos bastidores. E que bastidores… Eu me sentia só, desvalorizada e cada vez mais incapaz. Enquanto o Renato crescia, eu desaparecia em sua sombra. I s so g e r ou a ma i o r ia d o s no ss o s p r ob lema s . E u m e torne i u m a pe ss oa ext remamente sent imenta l e c iumenta, achando que o Renato poder ia m e trocar a qualquer momento. Bastaria uma mulher ma is bonita e interessante d o que eu aparecer. E essa falta de autoconf iança m e tornava desag radáve l e , p o r ve zes , a té fe ia . M e u m a r id o n ã o m e p rocu rava p a ra trocar ideias, não se importava c om m inha op in ião e, muitas vezes, eu m e sentia uma inútil, um zero à esquerda, e isso me corroía por dentro. Até que, aos 12 anos de casada, meu pa i m e disse: “M inha fi lha, h om em nenhum gosta de mulher que fica mendigando amor. Você não precisa disso! Por que você não vai ajudar as mulheres na igreja? Use o seu tempo para ser útil a Deus”. A s pa lavra s de le i am exatamente con tra o que eu hav ia c r ido até então! Eu me lembro que pensei: como ass im, eu posso servir a Deus? Eu, Cristiane? E u j á h a v i a t e n t a d o m u d a r a m i n h a f o r ma c i u m e n t a e c a re n t e d e se r mi lhões de vezes, mas toda vez era a mesma coisa. O esforço era enorme. P o r é m , pa s sa va u m a s e m ana e tudo vo l t a va a o q ue e ra antes. E u s implesmente não conseguia muda r o meu jeito... até esse dia — o d ia e m q ue a m i nha c re nç a m u d o u e en tend i q u e pode r ia e s ta r a o la d o d o m e u marido. Mude i de pensamento, mude i de vida. E o meu casamento também mudou. A s s im t a mb é m va i a con tecer c om você, q ua nd o de ixar d e acred itar e m m i tos e ide ias e r radas q ue l e va m a compor tame nt os e r rados. V i v em os o que pensamos e a nossa vida acaba sendo u m produto da nossa mente. Se crê que nunca va i ser feliz no amor, você nunca será, mesmo com todas as opor tun idades d e ser. V o c ê va i man ipu la r e ssa s opor tun idades pa r a q ue e sse mi to se to rne um a rea l idade e m sua vida. Esse é o pode r assus tador de um mito. Portanto, prepare-se para mudar suas crenças. OS MITOS M ito é algo que não existe, mas é considerado real por muitos. O apelo de um mito está e m sua aparênc ia de verdade e b om senso. Por isso, muitos acred itam nele. Mitos que afetam a vida amorosa se alastram na soc iedade de tal fo rma que se t o rnam c renças comuns, t idas c om o verdade iras, prejudicando pessoas e relacionamentos. S e f ô s s e m os e sc reve r s ob r e t od os o s m i t o s q ue ex i s tem, e s se cap í tu lo s e tornar ia um livro só sob re o assunto. Mas , a seguir, vamos desbancar 2 7 dos mais comuns. 1. “Homem é tudo igual” Também vale para “mulher é tudo igual”. Promovido por pessoas que se decepcionaram com o sexo oposto e decidiram que podem definir todo o gênero mascul ino ou feminino baseadas em apenas dois ou três de seus representantes. Cuidado com estereótipos. A verdade é que n inguém é igual a n inguém. Q ua nd o um a mu lhe r pensa que todo h o m e m é igua l, e la começa a tratar todos da me sma forma, c om desconf iança. T rate cada pessoa da mane i ra que e la merece. H á mu lhe re s e home ns ru ins e t am b ém há os bons. Saiba distingui-los. 2 . “Deus va i m e t razer a p es so a certa, n a h or a cer ta” A primeira e últ ima vez que Deus trouxe um parceiro para a lguém foi no Ja rd im d o Éden — ma s isso porque até então não havia n inguém para Ad ã o procurar! A ideia de que Deus tem a lgum t ipo de agênc ia de re lac ionamentos e está despac hand o a “pessoa ce r ta” pa ra cada sol te iro n ã o t e m ne nhum fundamento bíblico. Deus nunca prometeu isso. Ao contrário, Ele nos ensinou a procurar: “Aque le que encontra uma esposa, acha o bem, e a lcança a benção do Senhor”1 . Só q uem procura encontra . Portanto, não será t raz ido até você. Você tem que ser proativo. Muitas mulheres cristãs têm se baseado nesse mito e f icado para t itias. O que percebemos por trás desse mito é que seus seguidores, na verdade, não que rem o traba lho de procurar a lguém ou correr os r i scos ine ren te s d o p rocesso d e acha r u m a pessoa. P o r isso, p re fe rem se apo ia r e m u m a fa l sa esp ir i tua l idade e cruza r o s b ra ços. D e ve r i a m t a m b é m encontrar uma poltrona bem confortável para sentar enquanto esperam. 3 . “A inda n ão encontrei a mi n h a a lm a gêmea” Exploramos esse mito mais profundamente no capítulo anterior, mas para arrematar, va le aqu i um a in formação ext ra pa ra q ue m não sab ia . O m i to da a lma gêmea veio da mitologia grega, que diz que o ser humano foi criado com qua t r o b ra ços , qua t ro pe rnas e u m a c ab eç a c o m d ua s fa ces . M a s Ze us , o maioral deus grego, dividiu os seres humanos ao meio como punição por quererem tomar o lugar dos deuses. (Como sobrevivemos depois de tão traumát ica operação, não nos contaram. F i co só imag inando a hemor rag ia… Mas o negócio foi tão perfeito que nem cicatriz ficou. Esses deuses gregos são bons mesmo! ) E então, os pobres coitados foram condenados a passar o resto de suas vida s p rocurando sua “outra metade ” — e não ser iam completos até que a achassem. R id ícu lo? Po i s é, m a s e sse m i to está p ro fundamente enra izado e m nossa cultura , sempre presente nos f i lmes, nove la s, mús i ca s e romances. Muita gente o leva a sério, começa e termina relacionamentos baseado ne le . 4. “O impor tante é ser fel iz” Esse é o l ema dos que não e n tendem nada d e fe l ic idade ou só d e fe l ic idade temporár ia . S inônimo de “não estou nem aí para os outros nem para o futuro, s ó q ue r o sabe r de m i m e d o agora , m e s m o suspe i t ando q ue a m a nhã provave lmente m e arrependere i da besteira que estou fazendo hoje”; também “ sou infe l iz , m a s de repente se e u fa lar q ue o impor tan te é ser fe l iz v ou convencer a mim e aos outros que não”. Esse mito virou moda entre as celebridades e o público em geral para justificar suas atitudes não convenc iona is . É mito, porque há muitas coisas ma is importantes na vida do q ue se r fe l iz s e m p re ( c o m o se i s so fosse poss íve l ) o u m e s m o e m u m d a d o momento. Se o importante é ser feliz, por que vamos trabalhar ou estudar e m vez de passear? Por que não damos u m merec ido tapa na cara de a lguém e m vez de de ixar pa ra lá? Por que não c om e m os bo lo de chocola te pe la manhã , t a r de e no i t e ? É ó b v i o q u e se f o r m o s fa ze r s e m p r e o q u e n o s f a z fe l i z , a s consequênc ias serão desastrosas — especialmente no relacionamento. Muitas pessoas acabam traindo seus cônjuges, largando seus fi lhos, destruindo famílias e gerando ódio porque d izem querer “ser feliz” — como se a fe l ic idade pessoa l lhe s desse o d ire i t o d e destru i r a fe l ic idade d os ou t ros. Ninguém consegue ser feliz fazendo o próximo infeliz. A verdade é que para sermos felizes temos de fazer coisas por vezes difíceis, repet i t i vas, en ted iante s pa ra en tão des f ru ta rmos d o s b on s re su l tados de la s. Negar a si mesmo, por exemplo, raramente traz felic idade, mas é imprescindível para ter um relacionamento feliz. O que produz felicidade não é fazer o que você sente, mas s im fazer o que é certo. Isso s im é importante. 5. “Quero m e casar para ser feliz” U m a var iante deste mito é: “Que ro m e casar c om a lguém que me complete”. Pa ra u m ca sam en t o i r be m , ma r id o e m u lhe r t ê m d e ser pessoas c om p l e ta s como indivíduos an te s de se casarem. Duas pessoas completas, separadamente, fa zem um casamento feliz. O contrár io t ambém é verdade: se uma pessoa (ou ambas) for incompleta, o casamento costuma ter sérios problemas. Se você já não é feliz antes de casar, provave lmente não será depois. Se não é completo antes do casamento, cont inuará incompleto depois. Portanto, se é ass im, e a inda solteiro, não se me ta e m casamento. Ao chegar no casamento, devemos ser pessoas equil ibradas e felizes o suf ic iente para pode rmos compart i lhar coisas boas c om nosso parce iro. S evocê se casar pa ra resolver seus p rob lemas, poss ive lmente es tará co locando um fardo demas iadamente pesado para seu parce iro carregar. E fará da vida de le (e da sua) um a tortura. Infe lizmente, é isso que muita gente faz. Por isso temos tantos casa is por aí e m que u m pa rce i ro t e m d e ca r rega r o ou t ro, engo l i r sapos , so f re r humilhações, dar uma de psicólogo para resolver os traumas, tolerar os víc ios d o o u t r o… en f im , v ir a t rá s d o pa rce i ro c o m o aque le d o no q ue va i a trás d o cachorro l impando o cocô que e le va i de ixando. Casamento não é fábr ica de felicidade nem oficina de consertar pessoas infelizes. 6 . “É b o m m o r a r junto antes d e casar p ar a ver se o ca s amen to va i da r cer to” S e v o c ê c o m e ç a u m a c o i s a p a r a te s tar e v e r s e va i d a r c e r t o é p o r q u e h á dúv ida. E , se há dúv ida, p rovave lmen te va i da r e rrado, p o rq ue há reservas. Esse m i t o já fo i de sbancado p o r vár ios e s tudos fe i tos por un ive rs idades e inst i tutos de pesqu i sa renomados a o redor d o mund o. A propos ta d o m i to é q u e m o r a r j u n t o a juda r i a o s n a m o r a d o s a d e sc ob r i r s e e le s s e d ã o b e m e , a ss im , de te c ta r q ua l q ue r p r ob l e m a d e c onv i v ê n c ia an tes , e n ã o depo i s , d o c a s a m e n t o . M a s a r ea l idad e m o s t r a q u e ca sa i s q u e v i v e m j un t o s a n te s d e casar são mais propensos a ver seus casamentos terminarem e m d ivórc io. Na prática, esse arranjo conjuga l gera inúmeros p rob lemas re lac ionados ao desencontro de expectativas do casal. Enquanto a mulher passa a olhar para o companhe iro como se fosse seu mar ido, e esperar dele que se comporte como tal, o h om e m cont inua o lhando para e la apenas c om o um a namorada — mas com benefíc ios: ela l impa, lava, passa, coz inha, d iv ide as contas e está disponível para sexo quando ele quiser. Quer coisa melhor? Que incentivo ele tem para casar? A ve rdade é que re la c ionamentos q ue re spe i tam os estág ios d o conhecimento e intimidade — amizade, namoro, noivado e casamento — c o s t um a m se r ma is duradouros e fe l izes. U m a das razões é porque e les são conduz idos de forma p lanejada e racional, e m vez de impuls iva e sem compromisso. Nos aprofundaremos mais nesse assunto no capítulo 19. 7 . “P rec i samos fazer u m test -drive” “ C omo v a m os saber se va m os nos da r b e m na cama ?” Es ta é a just i f ica t iva para o rapaz pedir um test- drive à sua namorada. Só pelo fato de ele colocar o sexo c omo condição para cont inuar o re lac ionamento c om a j ovem já mostra que e le nã o está c omprome t i d o c o m e la , apenas que r o seu corpo. A j o ve m que se valoriza, se garante na cama e fora dela. Logo, não precisa que ninguém lhe faça um test-drive. 8 . “Quem m a n d a e m casa é o homem” Essa ideia machista, muito antiga, faz muitos maridos maltratarem e anularem sua s e s p os as p o r m e d o d e s e r e m m a n d a d o s p o r e las. O re su l t ado t e m s ido bem visível: e m um extremo, mulheres anuladas; e no outro, mulheres que se t o rna ram ar iscas e até agress ivas pa ra nunca depende rem d e h om e m a lgum. Em um casamento n inguém deve “mandar”. O que deve haver é uma parceria onde o que é me lhor e m u m assunto l idera, enquanto o outro o apoia — e os dois priorizam o que é melhor para os dois. 9 . “Que se ja e terno en q u an to dure ” A mensagem é que um dia o amor va i acabar, que não existe mais casamento para a v ida toda. Se você pensa que a lgo não func iona mais, você vai desistir de tentar fazê-lo funcionar. Esse é o maior problema com esse mito. As p es s oas t ra ta m o ca s a m en t o c o m o a lg o temporá r io , c o m da ta d e va l idade . Q ua nd o acaba r o encanto, é só d ivorc iar . O que dete rm ina a duração de u m casamento é o que o casal faz, não o tempo. 1 0. “Estar casado p o r m ui to t e m p o é u m tédio” Out ro m i to q ue leva a s pessoas a parar de t raba lhar n o ca samento . E las assoc iam, erroneamente, t empo de casado a tédio. A verdade é que téd io não está l igado ao tem po de casado, m a s s im aos compor tamentos d o casa l. U m namoro de duas semanas pode virar um téd io se o casa l mant iver comportamentos entediantes quando estão juntos. Todo re lacionamento, cedo o u ta rde, p o d e ca i r n a ro t ina e ca be a o ca sa l t raba lha r p a ra q u e e ssa ro t ina não se torne um tédio. 11. “Todo h o m e m vê pornografia” Ment ira . Ap esa r da Internet ter fac i l i tado o a cesso à pornogra f ia , n e m todo h o m e m vê — e m u i t o s d o s q u e j á v i r a m e s tã o de sp e r t a nd o p a r a o fa to d e q uã o pre jud i c ia l e la é pa ra o seu d e s e m p e nho sexua l . H o m e n s in te l igentes e s tão a ba nd ona ndo a pornograf ia . E nã o se e squeça d a regra d e ou ro: a q ua n t i d a d e d e p e s s oa s q u e p r a t i c am a l g u m a c o i s a n ã o t o r na a q ue l a c o i s a ce rta ou b oa pa ra todos. S e a ma ior ia d o s func ioná r ios n a e mp re sa e m q ue você t raba lha rouba , i s so nã o to rna ce r to rouba r. M a i s sob re a pornog ra f ia ad iante . 1 2. “ Ca sament o é só u m p e d a ç o d e pape l” S e é s ó u m p e d aç o d e pape l , en tão p o r q ue a pe ss oa n ã o q ue r a ss ina r? P o r que faz tanta questão? A verdade é que, no fundo, a pessoa sabe que é muito ma is d o que um pedaço de pape l . É u m ato de a lguém que não tem m e d o de assumir um compromisso com outra pessoa. Não tem medo porque tem toda a intenção de cumprir sua palavra. Se você não está preparado para assumir um comprom isso c om a pessoa que a ma d iante de la , de seus parente s e am igos , e d ian te d a le i, c o m o es ta rá p repa rad o p a r a en f ren ta r a s ho ra s d i f íce i s q u e todo o casal passa e continuar juntos? O engraçado é que n inguém rec lama de assinar contrato c om a empresa de celular, c om o patrão, c om o provedor de s e gu r o d e sa úde etc . É c la ro q ue u m a ce r t idão d e c a sam e n t o n ã o ga ran te a durab i l idade de um a união. Ma s tampouco a d iminui , ao contrário, contr ibui para seu fortalecimento. 13. “Eu nã o m a n d o n o m e u coração” Todo ser humano consegue mandar no coração porque todo ser humano pode usar o raciocínio; ao contrár io dos animais, que só podem usar seus instintos. Se você não manda no seu coração, talvez o seu lugar se ja e m um zoológ ico, com direito a plaquinha na jaula para alertar os visitantes: “Perigo! Não alimente os sentimentos deste animal. E le não manda no seu coração”. 1 4. “Ante s só d o q u e m a l acompanhado” A fa lha de rac ioc ínio aqui está na apresentação de apenas duas opções c om o se fossem as únicas: ou você está só ou está ma l acompanhado. Espe re a í… que tal n e m uma ne m outra — n e m só n e m ma l a companhado? Q ue tal um a terceira opção: bem acompanhado? Por causa desse mito, muitas pessoas têm viv idon a sol idão por m e d o de ser ma l a companhadas. O m ed o não as de ixa rac ioc inar, busca r opor tunidades, abr ir o s o lhos pa ra encont ra r um a pessoa cuja companhia acrescente e m sua vida. 1 5. “Não c ase antes d e ter u m a car re i ra e bastante d inhe i ro ” Por que não? Q u e m disse que você não pode ser fe l iz n o a m o r enquanto estiver estudando ou que não é poss íve l c rescer juntos f inance iramente? Esse m i t o t e m fe i to mu i t a s m u l h e r e s de i x a r e m a v i d a a m o ro s a p a ra depo i s , e m nome de priorizar a independência financeira. Quando f inalmente a alcançam, a um a certa idade, o lham para os lados e a maior ia d os homens de sua idade não está mais disponível. E les já estão casados ou querendo as mais novas. A rea l idade é q ue h o m e n s e m u l h e r e s e s tão s e c a sa nd o c a d a ve z m a i s ta rde. Com certeza, uma das principais causas disso é a crença neste mito. 1 6. “Depo i s q u e a g e n te s e casar , ele(a) v a i muda r ” Não, ele não vai ser mais car inhoso ou deixar de ment ir só porque casou com você. E la não va i ser uma mulher mais amáve l ou menos imprevis íve l depois de se tornar esposa. As pessoas não mudam e m virtude do casamento. E las só m ud am quando que rem muda r. Se há a lgo sobre o caráter de le que é inaceitável, e le precisa consertar isso antes de se casar c om você, pois depois terá p ou c o incen t i vo pa ra fazê- lo. No rm a lm e nt e , o que já é r u im duran te o namoro, piora depois do casamento. 17. “Engrav idou, a gora t e m q u e casar” N a teor ia s im , m a s na p rá t ica a e m e nd a p od e f ica r p io r q ue o sone to . C o m tanta gente fazendo sexo irresponsavelmente, a gravidez não planejada é uma das consequênc ias que pode não resultar no in íc io de uma família. A dec isão de casar deve levar e m cons ideração mu i to ma is do que um a gravidez. N e m todo hom e m que tem a capac idade de engravidar um a mulher t em condições de ser pa i e mar ido. E n e m toda mu l he r que engrav ida tem cond ições de ser mãe e esposa. Não é por acaso que muitas crianças são criadas por seus avós. U m a tragédia social, s im, ma s ca samento automát ico por razões de gravidez pode ser ainda mais trágico para todos os envolvidos. A s considerações certas prec isam ser feitas e bem pesadas antes de agir. 18. “Um f i lho irá nos unir para sempre” Es te m i to é cr ia d o anter ior . N a c rença de que o namorado o u ma r ido i rá se ajuizar, casar e formar uma família com a chegada de um filho, muitas mulheres partem para a gravidez como meio de garantir a relação. Basta dizer q ue se e sse m i t o fosse ve rdade , n ã o have r ia m ã e s so l te ira s p o r a í . E s tudos t a mb é m m os t r am q ue a chegada de u m f i lho t raz ma iore s desa f ios pa ra u m casal. Se eles estiverem despreparados e a relação conturbada, um fi lho apenas trará ma is desunião. 1 9. “Se xo é a p e n a s u m ato f í sico” Ass im d izem os proponentes da “amizade colorida”, um relacionamento entre dois amigos que mantêm relações sexuais sem compromisso de namoro. P r om o ve m a ide ia d e q ue s exo é apenas u m a necess idade f is io lóg ica , n ada mais que isso. Ne nhum sent imento, nenhuma conexão. Apenas sexo. Lavou, está pronto para usar de novo. Os maiores aliados desse mito, como de muitos outros, são os fi lmes, seriados e novelas. Não são neles que você vê os pe r sonagens i n d o pa ra a c a m a logo n o p r ime i ro encont ro o u t ransando u m com o outro como se fossem tomar um cafezinho? Esse mito serve para muitos como desculpa para fazer sexo à la volonté sem as compl icações de um re lac ionamento amoroso. Depois de uma v isão tão bana l izada da coisa, q ua nd o e ssa s pessoas se ca sam, e las nã o va lo r i zam o sexo, po i s n ã o conseguem associá-lo à intimidade. Sexo, na verdade, é uma troca física, emocional, psicológica, espiritual e de compromisso. Pensar em sexo como um a to apenas f ís ico é c o m o pensa r e m c om id a apenas c o m o ração. (Qua lque r semelhança com os animais talvez não seja mera coincidência.) 2 0. “S i ga o seu coração” E se dê mal, invar iave lmente. Se você quer parar de errar, espec ia lmente n o a m o r , pa re d e ouv i r s e u cora ção. O c ora çã o é a vo z d o s s e u sen t iment os e emoções. É ele o grande responsável pela ma ior ia dos casamentos fracassados e outras decepções amorosas . A ma ior ia da s pessoas q ue temos a conse lhado, cuja s v ida s ho j e e s tão dest roçadas, c ome ça ra m s imp le sme nte fa zendo o que “sen t iam n o coração”. N ã o seja tolo. S iga sua cabeça, que foi feita para pensar, avaliar e decidir. É ela que você usa para as outras áreas de sua vida. Por que e m um a área tão importante, sua vida amorosa, você não a usaria? 21. “O am or supera tudo” E m c on to s d e fadas, s im . N a rea l idade , o a m o r n ã o p od e supe ra r a d e t e rm ina çã o d e u m a p es s oa e m pers is t i r n o e r ro . S e vo cê s se a m a m , m a s ins is tem e m fazer o que é m a u pa ra o re lac ionamento, a un ião de vocês não vai resistir. O crescente índ ice de divórcios está aí para provar isso. É preciso mais do que amor para superar prob lemas e manter uma relação. Inteligência, b om senso, humi ldade, sacri fíc io, autonegação e outras v ir tudes também são necessá r ia s, a l é m d e b oa s hab i l i dades p a r a re so lve r p r ob l em a s ine ren te s à vida a dois. 22. “O verdadeiro a m or é incondicional” Amor incondicional é um mito porque confunde amor com relacionamento. Pode have r a m or s e m condições d e re lac ionamento? Pense. M e u a mo r pe la Cr is tiane exige cond ições c om o f idel idade, respe ito e honest idade entre nós. E u n ã o ve j o c o m o p od e r í a m os te r u m r e l a c i ona m e n t o s e m es ta s e ou t r a s condições bás icas — se e la m e traísse, humi lha sse ou ment isse o tempo todo para mim. Nem Deus mantém um relacionamento incondicional com ninguém. Ao contrár io, a B íb l ia está che ia de condições pa ra que t enhamos u m re la c ionamento c o m E le . N ã o é esta a ra zão por q ue a ma ior ia n ão t e m u m relacionamento com Deus, porque não quer cumprir as condições? “Meu amor por você é incondicional” soa muito romântico, mas é uma utopia. Não func iona assim. Você pode até amar a lguém, mas um relacionamento com ele seria impossível exatamente por falta de condições. 2 3. “Quem é b o m já está casado” Esse é um mito que corre entre os solteiros desesperançados de encontrar um amor. D iz que não há mais quase n inguém solteiro, que a maioria das pessoas “boas para casamento” já está casada. A verdade é bem diferente. Segundo o IBGE/PNAD, o número de pessoas solteiras só no Brasil é de 77 milhões. Isso inclui todas as pessoas ac ima de 15 anos que dec laram não estar em nenhuma relação conjugal — mas não inclui divorciados, v iúvos e separados (com eles, o número passa dos 85 milhões). O número de solteiros em nosso país t am bé m é b e m a c ima d o núm ero de casados. O u seja , há ma is gente d i s p on í ve l p a r a u m r e l a c i ona m e n t o d o q u e n ã o. S e r á q u e t od a e s sa g e n t e rea lmente não presta para casar? Claramente, o prob lema dos solteiros não é a falta de pessoas. O prob lema é a falta de fé nas pessoas. A cada d ia que passa, as pessoas e s tão pe rdend o a fé nas outras. E la s t ê m dificuldade de acreditar, confiar. E com razão. Com tantas decepções, traições, d i vórc ios e sa fadeza q ue t em os v is to p o r aí, nossa p r ime i ra reação é desconfiar de quem não conhecemos. E daí a raiz do problema: você não pode confiar e m quem não conhece. Conf iança exige conhec imento. Você tem que saber, por fontes e formas confiáveis, que aquela pessoa é digna de um r e la c i oname nt o c o m voc ê e , fu tu rame n te , d e s eu a m o r e en t rega tota l . P o r isso damos tanta ênfase neste l ivro à importânc ia de conhecer a outra pessoa e se deixar conhecer dentro de um namoro. 2 4. “Se e le(a) m u d a s s e , n o s s o s p r o b l e m a s a c aba r i am” Você tem que muda r também. O foco demas iado nos erros do outro faz c om que você não enxe rgue os seus. E a inda: você fica para lisado, achando que a única mane ira de salvar a relação é os dois quererem mudar juntos, ao mesmo tempo. Em nossa experiênc ia pessoal e com milhares de casais, a mudança no re lac ionamento norma lmente começa c om um, quase nunca c om os dois . Se você m ud a r pr imeiro, h á mu i to ma i s chance de que o ou t ro se ja insp i rado a mudar também. 2 5. “Quando é par a d ar certo, t u do flui per fe i tamente” A ide ia de que u m re lac ionamento perfe i to não deve da r t raba lho e nunca é difíc i l é muito atraente. Q ue m quer ter t raba lho? Nós queremos é que o outro s em p re sa iba o q ue p rec i samos , ins t in t i vamente, s e m p rec i sa rmos fa la r o u pedir . A ve rdade é que o “ fe l izes pa ra sempre ” n ã o é con t ínuo. M e sm o u m casal unido por um grande amor não viverá feliz sempre — todo dia, toda hora em todo lugar. Haverá dias ruins. E os dois terão de aprender a lidar com eles, a se comunicar em vez de esperar que o outro leia sua mente. Relac ionamento feliz dá trabalho, sim, e não há como escapar disso. 26. “ Um gr an de a m o r será s em p re românt ico” A pa ixão do in íc io de u m re lac ionamento não é permanente. Aque le encanto do novo, o jogo da conquista , se senti r espec ia l entre os amigos, fa zem parte de um amor jovem. Mas eventualmente um outro tipo de amor tem de assumir a re lação. U m a m o r ma is m adu ro , ba seado e m co i sas ma i s sól idas e permanentes. U m a jovem esposa rec lamou sobre a aparente frieza do marido: “Se e le m e amasse, iria querer passar o tempo todo com igo”. Há tempo para tudo. Há momentos que você quer peidar sozinho e cheirar o seu próprio peido sem n inguém por perto. Seu namorado(a) t ambém tem esses momentos. Não espere que a re lação se ja sempre marcada por surpresas românt icas e m datas especiais, bilhetinhos de amor espa lhados pe la casa ou por loucuras de amor. Um grande amor não é marcado por romance toda hora. 2 7. “Você t e m q u e senti r at ra ção pe l a o utr a pessoa, t e m q u e ro lar u m a química” Ba sea r o sucesso e a durab i l idade de u m re la c ionamento n a atração f ís ica é c o m o p lanej a r u m e ve n t o a o a r l i v re pa ra u m a da ta fu tu ra b a s ea d o n a b oa p revi são d o t em p o pa ra hoje . V o c ê não t e m garan t ia n e nhum a d e q ue o d ia enso larado d e ho j e a con tece rá na m e sm a da ta ano q ue vem . As s im é c om a a t ra ção f ís ica . E la m u d a c o m o te m p o. Fa ç a u m a ráp ida pesqu i sa : p ro cu re fotos de ce lebr idades n a Internet q uand o e r am j ovens e e s tavam no auge de s u a be le za , h á 2 0 o u 3 0 a nos , e c o m p a r e c o m a s f o t o s d e l a s ho j e . T i r e a s próprias conclusões. A beleza física vai murchando com o tempo e por isso um re lac ionamento não pode ser baseado nela. U m a relação precisa se basear em qua l idades a tempora i s , q ue e m b e l e za m a pessoa q ue a s possu i e a m a n t ê m atraente a despe ito do seu corpo. APRENDENDO A QUESTIONAR L e m b r e - s e , o a p e l o d e u m m i t o e s t á e m s u a a p a r ê n c i a d e v e r d a d e e b o m senso. M a s é apenas aparênc ia. O lhando u m pouco a lém do superfic ial, você começa a descobrir que a realidade é quase sempre o contrário. N o t e q ue o p on t o e m c o m u m e m t od os e s te s m i t o s é q u e e le s d e f e n d e m uma posição simplista, conveniente ou preguiçosa da vida amorosa. Isso porque não queremos nos dar ao trabalho de construir a felicidade — a q ue re m os p ron ta . É dessa inc l ina ção h um a na q ue na s c e m o s m i tos sob re o amor. Como um estudante do amor inteligente, você precisa se treinar a questionar as crenças, costumes e princ ipa lmente os modismos promovidos pelas míd ias sob re o m und o d os re lac ionamentos. No rma lme n te são d ivu lgados por ce lebr idades que têm zero de autor idade no assunto, c om o mos t ram e m seus própr ios re lac ionamentos . Ma n te nd o seus o lhos aber tos e ouv idos atentos, v ocê descobr i rá mu i t os ou t ros m i tos q ue nã o c i t amos aqui , a l ém dos novos que vã o n a s c e nd o na s e sq u i na s e no s láb ios d e q u e m nã o e n t end e na d a d e amor verdadeiro. Ass im, você estará muito melhor equipado para blindar seu namoro contra essas mentiras. Vamos agora ao que funciona. Como achar ou ser achado por “aquela” pessoa? Começando com o seu marketing pessoal, é claro. Poste em nosso Facebook (fb.com/livronamoroblindado) ou em sua rede social preferida: É incrível a quantidade de mitos sobre relacionamento. Tô fora! #namoroblindado 1 Provérbios 18:22 UM VELHO DITADO DO MUNDO EMPRESARIAL diz que a propaganda é a a lma do negóc io. Você pode ter um exce lente produto, mas se n inguém sabe que ele existe, n inguém irá comprá- lo — e sua empresa irá à solitária falência. Por isso, para sobreviver, seu negóc io t em de ter a lguma fo rma de pub l i c idade. E l a é a pon te, a l i ga ção ent re a sua em presa e o c l iente , s e m o qual, sua empresa deixará de existir. A pub l i c idade fa z pa r te d o ma r ke t i ng d e u m a emp re sa . En t ende r o q ue é ma rke t ing é cruc ia l não somente pa ra os negóc ios, m a s t a m b é m pa ra a v ida am o ro s a . A t e n t e p a r a e s ta d e f i n i çã o in te re ssan te d o q u e é ma r ke t i ng , q ue inclui a palavra relacionamento: Marketing é tudo o que uma empresa faz para adquirir c l ientes e manter um re lacionamento com eles. Até as pequenas tarefas, como enviar um cartão de agradecimento, jogar golfe com um cliente em potencial, a tender o telefone prontamente e tomar um café com um antigo cliente podem ser vistas como marketing. V a m o s en tende r m e l hor : “Ma r ke t i n g é tu d o o q ue u m a em p re s a fa z pa ra adquiri r c l ientes e mante r u m re lac ionamento c o m e les”.Se você pensa r n o p r oc e ss o q ue o c ond u z a c om p ra r o s p r od u t o s e se rv i ç os d e d e t e rm i na da s empresas, vo cê verá que o t raba lho de la s começ ou mu i to antes de você lhes passa r o s d a d os d o s e u ca r tão d e c réd i to e c on t i nuou m e s m o m u i t o t e m p o depois. P o r e xe m p l o , an te s d e v o c ê c om p ra r o sm a r t p hone q ue vo c ê t e m ho je , a Apple, Samsung ou outra empresa que lhe vendeu o produto tomou inúmeras medidas c om o objet ivo f ina l de colocá- lo e m suas mã os e fazer de você u m c l iente cat ivo. D e sde o des ign d o apare lho, o s mater ia is , a s cores, o s ap l ica t ivos, a emba lagem, a mob í l i a e mos t ruár ios da s lojas, o p reço, a té a s propagandas n a TV , nos outdoors e na Internet — s implesmente tudo — foi pensando e m criar um a conexão tão forte c om você que sua reação seria “Eu quero esse smartphone. Vou comprá- lo”. E aí está ele hoje em suas mãos. Ma s não parou por aí. E les cont inuam atua l izando os aplicativos, o s is tema operac ional , patroc inando ce lebr idades para usa rem esse apare lho com o p ropaga nda ind ire ta e causando burbur inhos na s not íc ia s sob re o “p róx imo g rande l ançamento” da nova ve rsão d o seu smartphone, que você a cha rá u lt rapassado no momento e m que o novo sair. E o processo cont inua até que você c om p re o novo, o mos t re pa ra todos os seus am igo s c o m orgu lho e se to rne u m ga roto -p r opaganda d aq ue la e mp re sa s e m ga nha r u m cen tavo p o r isso. Isso é market ing e m sua melhor forma: tudo o que uma empresa faz, com o objet ivo de adquir ir o c l iente e manter um re lac ionamento c o m ele. É ass im, usando essa ponte, que as boas empresas c re scem e prosperam. E nós temos muito o que aprender com elas para os nossos re lac ionamentos — não somente para atrair uma pessoa inic ia lmente, m a s também para não a perder. Temos de aprender a fazer bom uso de nosso marketing pessoal. MUITOS ESTRANHOS, POUCOS AMIGOS A tua lmente, mu i to s solte iros t ê m d if icu ldade d e encont ra r a l gué m que lhes seja compatível para um relacionamento. É um fenômeno dos últ imos tempos. Antigamente, as pessoas e ram mais unidas, v iv iam em família e fisicamente muito próximas. Eu me lembro que a primeira casa de meus pais foi no quintal da casa do m e u avô. Isso era mui to c om um. A famí l ia ia c rescendo e a ide ia era mo ra r o ma i s j un to e p róx im o poss íve l dos parentes, já que a sobrevivênc ia e conôm ica daque la comun idade dependia da união e cooperação de todos que a integravam. Logo, todo mundo conhecia todo mundo. O s parentes e viz inhos frequentavam as casas uns dos outros, sab iam os nomes dos f i lhos, pr imos, ne t o s… Isso t a m bém incent ivava o b om compor tamento da s pessoas, já que qua lque r e scor regão era not íc ia na vizinhança inteira (o marketing daquela pessoa começava a ficar queimado...). O resultado prático disso para os solteiros era que havia grande facil idade de conhecer bem seu potencial candidato a um namoro, pois ambos ou cresceram jun tos o u e r a m c onhec i d os da s re spect i va s fam í l ia s. O q ue n ã o fa l ta va e ra informação precisa e de fontes confiáveis a respeito daquela pessoa. Já tinham uma ligação social, porque a sociedade era muito conectada. Assim, as pessoas se casavam entre si. Pergunte a seus avós como se conheceram e você provave lmente ouvirá uma história semelhante. Ho je , e sse m od e l o d e soc iedade e s tá p ra t i c amente ext into, e spec ia lmente nas grandes c idades. C o m a e conomia mudando de loca l para g loba l, mu ita s pessoas saem de perto de suas famí l ias para estudar ou traba lhar e fazer suas vidas sozinhas. Isso criou uma desconexão social: ninguém conhece ninguém a fundo. V em os e interag imos c om tanta gente, ma s conhecemos mu ito pouco o u q u a s e n a d a d e s s a s pe s s oa s . I s so g e r a g r a nd e d e s c on he c im e n t o e desconf iança entre a s pessoas, já que ve m os tanta gen te enganando e sendo enganada . Para quem procura uma pessoa para um re lac ionamento sério, isso apresenta u m grande prob lema. Com o a lguém va i se interessar e m você sem conhecê-lo direito — e vice-versa? I s so fa z o ma rke t i ng pessoa l m a i s necessá r io q ue nunca . Em p re s ta nd o a definição do mundo dos negócios, podemos definir o marketing pessoal para a vida amorosa assim: Tudo o que você faz com o objetivo de adquirir e manter um relacionamento amoroso. E m nossa expe r iênc ia , a ca da 1 0 casa is , 8 ou 9 se c onhe ce r am a t ravés d e um am igo e m c om um. Foi a ss im c om a gente também. Cr is t iane e eu fomos apresentados por um amigo em comum que nos deu informações posit ivas um do outro. Nós gostamos do que ouv imos e dec id imos nos conhecer. E le foi a nossa conexão. Se você t em u m b om c írcu lo de am igos e parente s ra zoave lmente norma is ( c o m e x c e ç ã o d a q ue l a s u a t ia ne u r ót i c a q u e j á t en t ou l h e ap re se n t a r a té o carte iro), v o c ê e stá à f ren te de q u e m nã o t e m. P e n s e n es sa s pe ss oa s c o m o pontes. Elas l igam você a outras, com segurança. Se você a inda não está e m um re lac ionamento, pode se benefic iar mu i to de uma ponte que o unirá ao seu futuro parceiro. Algo ou alguém precisa conectar vocês dois. E é aí que entra o seu market ing pessoal. 1. Você precisa ser um bom “produto” 2. Você precisa construir pontes SENDO UM BOM “PRODUTO” Eu sei que soa horr ível d izer que você é um “produto”, mas, é claro, estamos fa lando f iguradamente. Tod o ser huma no é um produto de um a comb inação enorme de fatores. E é u m fato que a lgumas pessoas nos atraem e outras nos repe lem. O p r ime i ro passo pa ra u m b o m marke t i ng pessoa l é se to rnar um a pessoa g e nu i n a m e n t e a t raen te , a l g u é m q ue ou t r o a l g u é m que i ra p o r p e r t o — u m “produto” irresistível. Cristiane A pr imeira vez que ouv i fala r do Rena to foi por m inha mãe . E la o v iu e m uma reunião e logo pensou em mim, pois era o meu tipo e t inha os m e sm os objet ivos: u m j o vem pas tor m or eno, a l to e bonito. M a s , é c la ro, i s so n ã o e ra o su f i c i en te . E n t ã o m i n ha m ã e p r o cu r ou sab e r m a i s c o m o responsáve l de le, que era nosso am igo e m comum. “O Renato é um rapaz sério, temente a Deus e muito bom pastor”, foi o que ela ouviu, em re sumo. Fo i po r e sse re la tór io pos i t i vo q ue e la o cons ide rou pa ra fu tu ro genro. O Renato era u m “produto” de primeira. Por isso boas informações de le chegaram a m im e eu me interessei por ele sem nunca o ter visto. Quem você é determina o que você faz. E o que você faz determina a sua repu ta ção . A s u a r e p u ta çã o é o s e u m e l ho r o u p i o r m a r k e t i n g pessoa l . Q u e m o conhece é q u e m m e lho r p od e ava l iá - lo. É fác i l e sc reve r n o seu perfil do Facebook que você trabalhou nesse lugar, estudou naquele e curte isso e aqui lo. A questãoé: que t ipo de f unc ioná r io você foi ou é naque la empresa? Como você lida com problemas? Que tipo de filho ou filha é você? Por que e como terminou o seu últ imo relacionamento? Quando nosso amigo em comum me falou da Cristiane, eu nem estava procurando a lguém. Mas o que e le d isse chamou m inha atenção: “E la é um a m oç a q ue segue a D eu s d e ve rdade, t e m exce len te s pr inc íp ios. Q u e m casa r com ela vai ser muito realizado”. E u nunca tinha visto a Cristiane, exceto por u m a fo to p re to e b r a n c o b e m ant iga e de sb ot ada q ue apa rec eu u m a ve z n a revista da igreja. Ma is tarde eu viria também me encantar por sua beleza, mas a princípio foi o que ouvi a respeito de la que despertou m e u interesse. E la era muito ma is do que uma be la embalagem. A té hoje, o que ma is admiro ne la é e s te c on t e úd o ve rdade i ro , q ue e sban ja ca rá te r, p u re za e fé — co i sa s q ue a f a z e m a traente n ã o s ome n te pa ra m i m c o m o esposa , m a s pa ra m i lh a re s d e outras pessoas que têm sido tocadas pe lo trabalho de la. Que tipo de pessoa você é, na sua essência? Até aqui, neste l ivro, você deve pe rcebe r que te m os t raba lhado p ro fundamente n a lap idação des ta essênc ia , d o q ue h á den t r o d e você . I s so p o r q ue se a s ua p es s oa n ã o fo r boa , n ã o h á marketing que poderá ajudá-lo. Uma jovem de 21 anos nos escreveu dizendo: Eu era uma pessoa que amava ba lada e usava roupas curtas para chamar a atenção. Eu gostava quando os homens me olhavam e me diziam como eu era linda. Até que um dia descobri que estava grávida. Tive minha filha e até hoje não sei quem é o pai. Com vergonha do que aconteceu, disse a todos que ele faleceu. Todos só querem uma noite comigo, querem me usar. Conheci uma pessoa na igreja e f icamos 3 meses juntos. E le me levou para a cama, mas depois m e deixou. N ã o dá n e m pa ra c om eç a r a exp l i ca r tan ta co i sa q ue es tá e r rada c o m es ta j o vem . D e sd e s ua ca rênc ia q u e in f luenc iava s u a m a ne i r a d e ves t i r a té s ua m a ne i r a i r r e s p on s á ve l d e i r p a r a a c a m a c o m q ua l q ue r u m , m a i s a s u a fé fajuta... C om o ela pode atrair um homem b om sendo o que é e fazendo o que faz? Por isso, ins is t imos, c om o u m d isco r iscado: não entre e m u m re la c ionamento enquanto vo cê não est iver b e m reso lv ido den tro de você. O seu p roduto t e m de ser b o m pa ra q ue você atra ia o t ipo d e pessoa q ue você quer. 1. Invista n o autoconhec imento . S e conhece r b e m va i a judá- lo a descobr ir sua identidade e o seu valor único e especial. 2. N ã o s e v e n d a ba r a t o . S a b e n d o d o s e u va l o r , v o c ê d e v e ter u m a v i s ã o c la ra d e q u e m o m e r e c e . O q u e v o c ê t e m a o f e re ce r ? C o m o v o c ê f a r á a diferença na vida de alguém? Não aceite o mínimo pelo seu máximo. CONSTRUINDO PONTES No s s o a m ig o e m c o m u m foi a p on te q ue nos l igou. E u t raba lhava c o m e le d iar iamente e o meu desempenho, caráter e postura a judaram a construir uma imagem pos it iva de m inha pessoa na mente de le. S e m que eu pedisse, e sem e le ganha r nada c o m isso, e le fez u m a exce lente p ropaganda de m i m pa ra a Cr is t iane, e v ice -versa . A s s im c om o você fa la b e m da sua escolha de sma r tphone pa ra seus am igos e a juda aque la empresa a ter ma is c l ientes, a s pessoas que nos conhecem e têm um a imag em pos it iva de nós fa lam c om as outras. Mas por que fazemos propaganda de graça dos produtos que gostamos? Porque queremos que outros desfrutem daquele produto como nós. P o r q ue c r e m os q ue aque le p r odu t o i rá a j uda r no s s os am ig o s c o m o nos ajudou. P o r q ue s e a q ue le p r od u t o m u d a r p a r a m e l h o r a v i da d a q ue l e a m ig o , a quem queremos tão bem, nossa satisfação será indizível. Porque queremos ser assoc iados com coisas e pessoas boas — isso reflete bem em nossa imagem. É por isso que sempre tem a lguém recomendando o seu dentista, um modelo de carro, ou u m restaurante q ue seus am igos s imp lesmente “ t êm que” experimentar. Você deve investir nessas conexões ou “pontes”. Você precisa ter bons a m ig o s , b o n s c on ta t os n a e sc o la e n o t raba lh o , b oa s r e l a ç õe s fam i l i a r e s e aprove itar todas as oportunidades de causar um a boa impressão nas pessoas. Lembre-se, “marketing é tudo o que você faz”. V o c ê está de ixando impressões, boas ou ru ins, por onde passa e e m todos com quem interage, incluindo: Pais, i rmãos e parentes. V iz inhos, func ionár ios d e comérc ios onde você é cliente, frequentadores dos lugares onde você é assíduo (ex: academia, igreja etc.). Professores, colegas e funcionários da escola. Patrão, co legas d e t raba lho, subord in ados , supe rvi sores , c l ientes e fornecedores. Seus contatos nas redes sociais, pessoas c om quem você interage onl ine e estranhos que podem visualizar seu perfil e postagens. C a d a u m a dessas pessoas t e m pe lo m e nos u m p ou c o a fa lar de você , po i s observa inst int ivamente tudo o que você faz e ass im ju lga que tipo de pessoa você é, incluindo grandes e pequenas atitudes como: Pontualidade - como você cumpre seus horários. Prestatividade - dispos ição para ajudar. Humor - agradável ou difícil. Responsabi l idade - com o você cumpre seus deveres e promessas. Honestidade - quão verdade iro você é. Nível de energia - se preguiçoso e devagar ou at ivo e animado. C a p a c i d a d e d e re so l ver p r o b l e m a s - s u a in te l i gênc ia e de se nvo l t u ra diante dos desafios da vida. Capac idade de aprender - humildes aprendizes evoluem ráp ido em qua lquer área da vida e todo mundo gosta deles. Temperamento - o quanto você controla suas emoções. Rastro virtual - tudo o que você posta e curte online e o que tudo isso diz sobre você. C o m u n i c a ç ã o - c o m o voc ê fa la e ouve , c o m o esc reve, s ua l i n g ua ge m corporal e até as roupas que veste comunicam algo sobre você. F a z e r a c o n t e c e r - fa la r ag rada , m a s n ã o c onve n c e . S u a hab i l i dad e d e viver o que prega, pegar algo para fazer e fazer bem feito. Aparência - como você se cuida, asseio pessoa l e zelo por sua beleza. Estas são apenas a lgumas coisas que estão sendo observadas e medidas por todos c o m q ue m in te rag imos a todo o tempo. E são estas coi sas q ue “dão o q ue fa la r ” e s up r e m as pessoas c o m i n f o rmaç õe s a no ss o respe ito. É o q ue chamamos de “a fama” de alguém. Q ua nd o a s pessoas tê m co isa s boas pa ra fa lar de você, e las sen tem p raze r de recomendá - lo para outros — não apenas no sent ido de negóc ios, ma s também para amizade e relac ionamento. Pode verificar que todo “santo casamenteiro” — alguém que foi o “cupido” que uniu duas pessoas — se sente muito feliz e orgulhoso de fazer parte daquela história de amor. Todas as vezes que a Crist iane e eu apresentamos a lguém para outro a l g uém é porque t e m os tota l con f iança n a repu ta ção d e a mbos . I s so no s dá p ra ze r , a leg r ia d e se r e sta pon te . Q ua nd o c a s a m então. . . a gen te sa i ce lebrando! Isso é um serviço gratu ito que a maior ia da s pessoas está disposta a fazer pe lo puro prazer de ajudar a lguém a quem admira. Mas como um amigo vai se sentir à vontade de apresentar a lguém para você ou vice-versa? Apenas sob um a condição: que você não irá fazê- lo passar ve rg onha . I ma g i ne a dece pção d o m e u a m ig o se e u t i ve sse ma l t ra tado a Cr ist iane. N inguém apresenta um a pessoa pa ra outra se não t iver tota l confiança e m seu caráter e reputação. A í entra o marketing pessoal. Cristiane E u m e le m b ro d e u m a pe ss oa c o m q u e m t raba lhe i q ue que r ia encont ra r a l g uém p a ra se ca sa r. C onhe c i u m rapaz m u i t o b o m e logo pense i ne la , mas e m seguida pensei: “Não, eu não vou apresentá- la para ele porque ela é tã o instáve l , u m a ho r a e s tá b e m , d e p o i s e s tá m a l , t e m t e m p e r a m e n t o forte... Depois eu é que vou ficar mal”. E a pessoa nem imagina… Ela está se arrumando, indo à academia, f icando bonitona, ganhando d inheiro etc., m a s n ã o se dá con ta d e q ue a at i tude, o c om p o r t a m e n t o de la , a ma ne i ra como fala e o perfil do Facebook (a começar pela foto!) dão uma impressão horrível. Tentei ajudar, mas ela não aceitou bem. O marketing dela sobre si mesma me impediu de apresentar alguém para um potencial relacionamento. Ass im c om o investe na carre ira, t raba lho e cuida d o seu curr ícu lo ( suas qualidades, realizações etc.), t ambém na vida amorosa você não pode ficar parado. Imagine se ficasse parado esperando uma empresa achá-lo. Nunca iria conseguir um emprego, por melhor profissional que fosse. Se age assim na v ida amorosa , o u me lhor , nã o age, m a s f ica “e spe rando e m Deus” , d i zendo que “Deus va i honrar” , você está equ ivocado. De u s nunca p rome te u t raze r m a r id o o u e sposa pa ra n i n g uém. V o c ê t e m de a cha r, ir atrás. Esse ir atrás significa investir na sua vida amorosa como você investe em sua carreira. Qua is mensagens tem enviado por me io de seu compor tamento, roupas, hábitos, amizades, postagens na Internet... coisas que fa lam a seu respeito e talvez deponham contra você? Você não pode de ixar essa parte de sua v ida a desejar, achar que a u t oma t i cam en te a s pessoa s vã o lhe ap re sen ta r a lg uém , q ue D e u s va i de ixar tudo o que está fa zendo pa ra t razer a lguém pa ra você. Cr ie conexões. Comece c om as amizades. De ixe as ruins, poi s não a judam sua reputação. Forme boas amizades, c om pessoas sérias, de caráter. E invista nelas. U m relacionamento normalmente nasce de uma amizade — ou com o amigo ou alguém que o amigo lhe apresentou. Por isso é um bom i nves t imento. A s s im você estará p r om ove nd o a s i m e sm o . A í s im, D e u s poderá honrar a lguma coisa que você está fazendo. E m re sumo: sua repu tação chega an tes d e você e f ica por mu i t o t emp o depois que você vai. Traba lhe nela. Qua l a mensagem que está passando a seu própr io respe ito? O que está a judando você ou atrapa lhando? Cor te o que o atrapalha e invista no que o promove. Tud o o que você é e faz é o seu ma rke t ing pessoa l . S e você é u m a pessoa sem caráter, amarga, difíc i l de lidar, i r responsáve l etc., o que você acha que a s pessoas q ue o c onhe c e m es tão fa la ndo d e vo c ê pe la s cos ta s? E l a s e s tão trabalhando para arranjar a lguém para você? Ao contrário, provave lmente estão dando conse lho para que fiquem bem longe. Ta lvez você esteja sendo seu pior in imigo e que imando suas pontes. Ignorar o s e u m a r ke t i n g p e s s oa l é u m a m a ne i r a ce r ta d e se i so la r e f r a c a s sa r n o s relacionamentos. UMA REDE DE APOIO U m a outra razão por que encontrar u m parce iro que seus am igos e/ou fam i l ia re s a p r o ve m é mu i to impor tan te: você s em p re terá o apo io daque la s pessoas durante o re lac ionamento. U m m i to mu i to enga noso é q ue “ se duas pessoas se a m a m , nã o impor ta o que os ou t ros pensam” . A pr inc íp io, isso soa perfe i to e mu i to românt ico. O amor proibido entre duas pessoas cujas famílias não se aceitam, à la Romeu e Julieta, é um enredo muito c om um nas histórias de amor de f i lmes e nove las. Isso leva muitos pombinhos na vida real a se imaginarem como protagonistas de um a g rande h istór ia de amor , onde n ing uém entende ne m ap rova o amor de le s. A c h a m q ue a ap r ovaçã o d o s pa i s nã o é impor tan te , o q ue os a m ig o s pe ns am nã o interessa, o que os l íderes da igreja a conse lham nã o se ap l ica a e les e q ue todos s ã o con t ra p o r q ue “ n ã o e n t e nde m o no ss o amor ” o u e s tão “com inveja”. N a verdade, o que os outros a cham pode fazer grande d i ferença no sucesso d o seu re la c ionamento. Re la c ionamentos p r o sp e ra m q ua nd o t êm apo io externo. Sabe r que você tem o apo io de um a rede de pessoas por t rás de seu relacionamento é crucial, além de facilitar muito sua vida social. Em outras palavras, escolher o vilão que n inguém gosta é ót imo enredo para a TV, mas uma péss ima ideia para a sua vida amorosa. N a prát ica , re la c ionament os a s s im no rm a lme n te são fadados a o fracasso, porque nenhum casal v ive soz inho. Vocês têm famílias de or igem, parentes e amigos. Inevitavelmente, terão de lidar com eles. E se a maioria não consegue engolir a sua escolha de parceiro, você acabará em um destes três cenários: 1 . V ocê s te rão horr íve is expe r iênc ias soc ia is toda vez q ue in te rag i rem c o m seus parentes e amigos. 2. O que é rejeitado terá de se empenhar e investir na conquista da admiração dos fami l ia res e amigos do parceiro, o que pode ser uma longa jornada sem garantia de resultado posit ivo. 3. Se não conseguirem aceitação, vocês acabarão decidindo se isolar de todos, o que nunca é bom, especialmente no caso de familiares. Uma pesquisa nos EUA revelou (surpresa!) que a maioria dos casais se conhece através de amigos, fami liares, igreja, escola ou outra comunidade. E apesa r d o c re sc imento d a Inte rnet c o m o m e i o pa ra encont ra r pessoas , o s meios tradicionais ainda oferecem formas mais seguras e satisfatórias de começar e manter relacionamentos felizes e duradouros. Não é difícil entender o porquê. Encontrar a lguém de forma orgânica — através de conexões e m c om um — tem maior chance de sucesso. U m parce iro que é re comendado por am igos e fami l ia res já v e m c om boas re fe rênc ia s d e pessoas e m q u e m voc ê con f ia . E duran te o re la c i onamento , quando vocês tiverem problemas, e m vez de ouvir conse lhos do tipo “eu sabia q ue voc ês não i r i am da r ce r to”, “ eu n un ca a cred it e i n o re la c i onament o d e vocês” e tc., v ocê re cebe rá apo io pa ra reso lve r os p rob lema s e con t inua rem juntos. I s so n ã o s ign i f i c a q ue vo c ê p rec i sa rá que tod os s e us a m ig o s e fam i l i a res a p r o ve m s ua e sco lha d e pa rce i ro. S em p r e ha ve rá a l g ué m q ue n ã o se rá u m grande fã dele. Isso não é um problema. Mas quando você tem muitos de seus amigos e famil iares contra o re lac ionamento e torcendo para não dar certo, o desa f i o s e rá m u i t o g r a nde . A m e s m a co i sa s e ap l i c a a o pa rce i r o q u e vo c ê conheceu pe la Internet — um comple to estranho para todos e m seus círcu los sociais. Re lac ionamento amoroso c om tudo para dar certo já t raz e m si suas d i f icu ldades natura is . Portanto, aqu i va i um a regra de ouro para u m nam oro blindado: Quando escolher um parceiro para namorar e casar, escolha a lguém que aumente suas chances de sucesso, não o contrário. DORMINDO COM O INIMIGO Cristiane U m detalhe importante do market ing pessoa l é não falar mal de si mesmo. Incrível como isso é tão óbvio e, ao mesmo tempo, tão comum. Alex, um homem formado, bem-sucedido financeiramente, nos pediu conse lho sobre sua vida de solteiro. Desde que começou a nos acompanhar nos programas da Escola do Amor e partic ipar de nossas palestras, a lém de ler nossos livros, A lex mudou seus padrões sobre a vida amorosa. Ma s ele tinha uma dúvida que o incomodava: “Como saber se estou pronto para um re lacionamento?”. Quando pe rguntamos de onde v inha aque la dúvida, e le começ ou a falar d e s u a i n f ânc ia , d e te r v i s t o o s e u pa i t ra i r s u a m ã e i n ú m e r a s ve z e s . E apesa r de ter dec id ido, desde então , a nunca trair, A le x t inha dúv ida s se era o bastante para fazer uma mulher feliz por “não ter t ido uma referência de pai”. O que at rapa lha mu i tos A l ex por a í está l igado a essa op in ião ru im que têm de si mesmos . A lex t inha de muda r sua au toimagem e entender que o f a t o d e s e u p a i n ã o te r s i d o r e f e r ê n c i a d e h o m e m n ã o o i m p e d e d e s e tornar um homem de verdade. Ass im como um vendedor não fala ma l do produto que vende, o solteiro n ã o de ve fa lar n e m pensa r m a l d e s i m e sm o . O q ue e le de ve fazer é trabalhar nas suas fraquezas. Pare de contar a você mesmo uma história de horror sobre sua vida. Seus pais o abandonaram, você nunca teve o carinho de n inguém, é mãe solteira ou passou por vários casamentos frustrados? E da í? O seu presente e futuro não prec isam ser c om o seu passado! M ud e a história que você conta para si imediatamente. Gos t o d o e xe m p l o q ue o R e na t o s e m p re d á e m nos sas pa le st ra s s ob re r e c omeç a r . S e no s sa v i da fo sse u m c a d e rno e e le e s t i ve sse u s a d o a té a metade, a inda ass im te r íamos páginas brancas da me tade para frente para usar. O seu hoje e os seus a manhã s são pág inas e m b ranco. C ab e a você e sc reve r ne la s o q ue q ue r — dec id i r se va i con t inua r a h istór ia t r is te d o início do caderno ou se vai começar uma nova história. C o m e c e a f o ca r n a s s ua s q ua l i da de s e a o m e s m o t e m p o cor r ig i r s e u s defe itos. C om ece a olhar para si c om bons olhos, fazendo u m b om market ing para si mesmo. É ass im que a lguém começa a se amar. E quem se ama acaba atraindo o amor alheio, t ambém. O MARKETING PESSOAL NUNCA ACABA Eu fa lo para a Cr ist iane de vez e m quando, e m tom de humor: “Você fez um ótimo negóc io e m se casar comigo, hein? Ganhou soz inha na loteria...”. E ela sempre responde: “Acho que quem ganhou mais foi você”. Sim, nós sempre nos lembramos das qualidades um do outro. Afinal, a concorrência é grande! É muito fácil o casal se esquecer das qualidades que os atraíram e também de suas próprias qualidades individuais. Por isso o market ing pessoal deve continuar durante todo o re lacionamento. É muito mais do que um lembrete carinhoso ou bem-humorado de suas qualidades ao parceiro. É você nunca se esquecer de que “tudo o que você faz” é o seu market ing pessoal. Mesmo durante o relacionamento você precisa continuar conquistando a pessoa amada. O s namorados p rec i sam se conqui star p a ra o no ivado; os no ivos p re c isam e l iminar dúv idas sob re sua dec isão d e se casar; e ma r ido e mu lhe r pre c i sam manter um ao outro feliz e satisfeito com vista no “até que a morte os separe”. De ixar de cuidar do seu market ing pessoa l dentro da re lação é abrir espaço para dúvidas e insatisfação. Nunca tenha a outra pessoa por conquistada. E nunca deixe que ela faça isso com você. Aos solteiros: se o seu marketing pessoal for muito bom, você provavelmente não precisará buscar a lguém por muito tempo. Você será achado, d isputado a tapa. Mas nem sempre é assim. Às vezes, tem de ser mais proativo. Poste em nosso Facebook (fb.com/livronamoroblindado) ou em sua rede social preferida: Vou investir no meu marketing pessoal. #namoroblindado UM HOMEM CAMINHAVA PELO DESERTO, quando encontrou uma garrafa velha de refrigerante, a inda fechada. A o abrir a tampa, apareceu um gênio: — Olá! Sou o gênio de um só desejo, às suas ordens. O homem, muito altruísta, pediu: — Eu quero a paz no Oriente Médio. Veja este mapa: que estes países v ivam em paz! O gênio olhou bem para o mapa e disse: — Ca i na rea l, am igo. Esses pa íses gue r re iam há 5 m i l anos! E u sou b om, mas nem tanto. Peça outra coisa. O homem pensou, pensou e disse ao gênio: — Bom... Eu nunca encontrei a mulher ideal. Você sabe... eu gostaria de uma mu lhe r que tenha senso de humor , pense por s i me sma , tenha u m a carre ira, goste d e coz inha r, l impa r a casa, lavar, passar, q ue nã o se ja c iumenta, q ue goste de futebol, aprec ie uma cervej inha, seja fiel, sexy, bonita, jovem, carinhosa, econômica, não seja chata, não se importe de eu não ter d inhe iro e não implique quando eu sair com os amigos. O gênio suspirou fundo, coçou a cabeça e disse: — Deixa eu ver esse mapa de novo! A l o n g a l i s ta d e a t r ib u t o s q u e o f u t u r o p r e t e n d e n t e d e v e te r é u m a d a s maiores razões por que as pessoas pe rmanecem solteiras. D izem que quando as mulheres começam a namorar, seu sonho de consumo é u m h o m e m a l to, m o r e n o e bon i to . A o s v in te e c i n c o a nos d e idade, e la s m u d a m p a ra a l to , m o r e no , b on i t o e c o m d inhe i r o . A o s t r inta e c inco , e la s m u d a m nova m e n t e pa ra u m h o m e m c o m u m cé reb ro . A o s q ua re n ta e o i to anos, é um homem com cabelo. E aos sessenta, um homem. O p rob lema d o solte iro n ã o é encontrar a lguém, m a s se permit i r encontrar a lguém. Nã o há falta de pessoas d isponíve is , ma s a busca incessante por pe r fe ição t e m im ped id o e sse encont ro. Q ua nd o não, a pessoa a té encont ra , m as l ogo desencanta d a outra , porque seus pad rões são t ão a l tos q ue n inguém consegue se enquadrar neles. Depois de um a certa idade, a lguns solteiros podem até d izer “ A essa altura, estou aceitando qualquer um”. Mas a verdade é que quanto mais pessoas você namora, ou conhece e depois descarta para um relacionamento, ma is você vai compa rar a próx ima c om a lguém que conheceu ou que vocêacredita que ainda vai encontrar. Por exemp lo, Robe rto já namorou c inco garotas, ma s e m cada uma fal tava um a qua l idade “ importan te”. E le c omeç ou a namora r a garota n° 6 , ma s e la não t em u m a qua l idade q ue e le gos tava mu i to n a n° 2 ( c om q ue m te rm inou p o r q ue e l a n ã o e ra tã o b on i ta q ua n t o a n°1 ) . En t ã o , e l e e s tá p e n s a nd o e m desistir desta também e continuar procurando, porque “com certeza” a garota n° 7 que está “por a í em a lgum lugar” será muito melhor que todas as anteriores. Enquanto você tiver essa menta l idade, n inguém será b om o sufic iente para você. Nenhuma dica deste livro lhe servirá. Q u e m m u i t o e sco lhe nada tem ! S e m p re have rá a l g ué m ma is boni to, r ico, a traente, inte l igente ou interessante d o q ue seu parce iro. M a s nam oro nã o é uma competição do Oscar. Você se compromete com uma pessoa porque você s dec id i ram cons t ru i r u m a v ida j un tos e s e re m o s me l ho r e s u m pa ra o outro. É p rec i so q ue vo cê se pe rm i ta encont ra r pessoas e conhecê - las s e m compromisso. E também que entenda a improbabi l idade de encontrar a lguém que preencha todos os seus caprichos. Amar é conhecer a outra pessoa, admirar o que você conhece dela e olhar seus defeitos posit ivamente. S e v o c ê c on se g u i r p a ss a r e ssa ba r re i ra , e n t ã o p o d e m o s e xp l o ra r c o m o e onde encontrar essa pessoa. A PROGRESSÃO NATURAL DE UM RELACIONAMENTO AMOROSO Os re lac ionamentos mais sólidos costumam seguir uma progressão natural de contato: 1. Contato visual ou por informação 2. Amizade 3. Atração 4. Conexão mental e emocional 5. Compromisso 6. Conexão física Perceba o aumento gradua l da aproximação e int imidade nessas fases. Essa progressão é a mais natura l e saudáve l para formar um re lac ionamento b l indado. Pular essas fases é que ser ia estranho. Por exemp lo, quando notamos um a pessoa que não conhecemos no me i o de tantas, apenas ve m os o seu exterior. É esse exterior que produz a atração inic ial. Seria muito e s t r a nho n a q ue l e m o m e n t o a q ue l a p e s s oa c o r r e r a té vo c ê , t i r a r a r o up a e c om e ç a r a lhe con ta r t od a s ua v ida . A i n d a q u e i s so s e m dúv i d a fosse a l g o su r rea l , a s u r p r e s a a c a b a r i a e m q ue s t ã o d e s e g u n d o s e da r i a l u g a r à to ta l estranheza. Nã o seria natural. Conhecer uma pessoa é como abrir um presente, pouco a pouco reve lando o que a emba lagem traz dentro. Rasgue a emba lagem c om violênc ia ou ráp ido demais e você poderá quebrar o que está dentro. Vamos entender essa progressão. 1. Contato visual o u por in formação N ã o t e m a ve r c o m a t r a ç ã o f í s ic a , a i n d a q u e i s so p o s s a a c on t e ce r e m u m p r im e i r o c on t a t o . M a s n e m t od a s a s p e s s oa s q u e v o c ê a c h a a t r aen te s s ã o adequadas ou estão d isponíve is para u m re lac ionamento c om você. A s aparências enganam, e muito. Esse primeiro contato visual ou por informação s igni f ica apenas que você toma conhec imento da existênc ia daque la pessoa. Ta lve z vo c ê a note e m u m evento soc ia l . O u seu am ig o lhe fa le sob re e ssa pessoa (o market ing pessoa l de la func ionando); e você goste do que ouve. O e r ro a q u i é desca r ta r d e im e d ia t o a pe s s oa q ue v o c ê n ã o a c ha f i s i c ame nt e mu i to atraente ou que não o faz sent i r a lgo gos toso. Nã o espere q ue quando você encontrar “aque la pessoa ” você sent irá u m frio na barriga, seu coração vai disparar, seus joelhos vão fraquejar… Pare com isso! A maioria dos casais bem-suced id os n ã o v iu borbo le tas sa í rem de t rá s da cabeça u m d o outro n o primeiro contato. 2. Am iz a de Quando uma pessoa é solteira e nos d iz que tem d ificu ldade de encontrar um namorado, cos tumamos perguntar: “Você tem amigos? Qua l a qua l idade e quant idade de amizades que você tem?”. Max im ize suas amizades. É uma conclusão lógica que se a maioria dos casais se encontra por amigos em c omum, você prec isa invest ir e m boas amizades. Quando a lguém do sexo oposto tentar iniciar uma amizade honesta com você, aceite. Você nunca sabe no que vai dar — e não precisa dar em nada, necessar iamente. Am izade é um dos melhores ingred ientes de uma re lação amorosa saudáve l . M e smo depo is de mu itos anos de casados, casa is que são me lhore s am igos tendem a desfrutar muito mais da companhia um do outro. Por isso, uma boa amizade é uma ótima mane ira de preceder um namoro. 3. Atração A atração que nasce de uma amizade é a mais promissora, pois não é baseada apenas n o f ís ico o u visua l . U m re la c ionamento p rec i sa m u i t o ma is d o q ue atração física. Se você se apa ixonar pe lo corpo da pessoa e se casar c om ela, o corpo eventua lmente i rá enve lhecer e aí você se cansará dela. Da í você va i querer t rocá-la por outra pessoa c om o corpo ma is j ovem e ma is be lo. É isso que muitos têm feito. A atração prec isa ser muito ma is que física — também menta l e emoc iona l . V o c ê prec isa gostar dos pensamentos, ide ias, caráter e inteligência daque la pessoa. A combinação deste conteúdo, somada à atração física, é o que produz irá e m você bons sent imentos quando est iverem juntos, o u se ja , a a t ra ção em oc i ona l . É a part i r de s te m o m e n t o q ue vo c ê s e s tão preparados para iniciar um namoro. 4. C o n e x ã o m e n t a l e em oc io n al U m a coisa é se sentir a tra ído por a lguém, outra é se conectar c om esse a lguém. A atração pode ser uma via única — você se sente atraído pe la pessoa s em necessa r iamente e la se sent ir a tra ída por você. M a s a conexão é via de mão dupla — vocês dois se conectam e m uma atração menta l e emoc iona l mútua . É quand o duas pessoas “ c l i cam” . Isso é o que se p rocura d u ran te o na m oro . P o d e d e m ora r u m t e m p o pa ra a c on tec e r o u ta l ve z n e m aconteça — e , ne sse ca so , é me l ho r n e m c om e ç a r o u já te rm ina r log o . P o r e s ta ra zão, o pe r íodo d o n a m o ro d e ve se r sob re tud o m a r c a d o pe la t roca d e informações, exper iênc ias e muita observação ao comportamento u m do outro. Muitos não investem nessa parte, mas focam mais no namoro fís ico — be i jos, amasso s e out ras f o rma s de p ra ze r sensua l ou sexua l . En te nda que é to ta lmente poss íve l sent i r p ra ze r sexua l m e s m o c o m a l g ué m q ue vo c ê n ã o ama . Portanto, u m nam oro f ís ico, pa ra f ins de dec id ir se aque la pessoa é adequada pa ra u m casamento , é enganoso e inef icaz. Inv i s tam no conhece r um ao outro nos aspectos menta l e emocional. 5. Compromisso Q ua nd o a c one xã o e s tá fe i ta e se m a n t é m s e m a l tos e ba ixos , o ca sa l p od e seguramente pensa r e m assum i r u m comprom isso d e noivado c om vistas ao casamento. Este “se mantém sem altos e baixos” é importante, pois a conexãonão pode ser apenas duran te os bons m om e n t o s que o casa l desfruta , intermeados de brigas, ind i ferença e embates que nunca são resolv idos. Peq uenas d i s cussões e desen tend imentos f a ze m parte d a descobe r ta , m a s nada que venha abalar o re lac ionamento. É um grande erro tentar passar para o noivado e casamento na esperança de que o compromisso mais sério consegui rá corr ig ir os p r ob lemas da re la ção. O comprom i ss o de ve part i r de um a certeza de ambas as partes c om respe ito ao constru ir a v ida juntos, para o que der e vier. Onde há dúvida, não pode haver compromisso. 6. C o n e x ã o física O casamento reúne as melhores condições para que haja a entrega física total entre o casa l. An te s d isso, não há c om o ter certeza rea l de que você não está apenas u sa nd o ou sendo u sa d o pa ra o p raze r sexua l . N o ca samento e m que e s sa p r og re s sã o fo i s e g u ida , já n ã o h á m a i s d ú v i da , m e d o o u i n s e g u ra nç a s ob re a re la ção. E é n es se a mb i e n t e d e ce r te za , c on f ia nça e ga ran t ia q ue o casal está l ivre para se entregar fisicamente, buscar e dar prazer um ao outro. U m na m oro b l indado segue e respe ita essa p rog ressão. A in da q ue você já es te ja n a m o ra nd o e o s e u r e la c i oname nt o n ã o tenha seg u id o e xa t a me n te essas fases, nada o impede de se situar e m qua l fase você está ou qua l pulou, voltar atrás e retomar o processo no caminho certo. Por exemplo, suponhamos q ue o se u n a m o r o j á c he g ou à fa se d a c one xã o f í s i ca e vo c ês t e nh a m u m a vida sexua l ativa. Mas você percebe que pularam fases como conexão menta l e emoc iona l (a inda não se conhecem muito bem) e compromisso (não houve nenhuma conve rsa sobre casamento a inda, ne m base para isso). En tão, vo ltem à fase três para que possam trabalhar na conexão menta l e emoc iona l, c o m v i s ta e m chega r a u m c omp rom i s s o . E , é c la ro, enqua n t o isso, mantenham-se vestidos! ONDE? N ã o existe u m endereço f ixo para encont rar u m namorado. Conhecemos u m casa l que se conheceu e m u m ve lór io! Nunca, e m nossa ma is c riat iva imaginação, pensar íamos e m recomendar tal lugar para você buscar um namorado. — Coitado, ele morreu tão cedo. Como você o conhecia? — Sou amiga da babá da viúva. — Você deve estar arrasada. Posso lhe comprar um café para consolá-la? Nã o é a campeã de todas as cantadas, m a s q ue m somos nós para d izer que não funcionaria? A q ue s tã o n ã o é tan to q ua l luga r , e s im e s ta r e m a l g u m l uga r o n d e vo c ê possa encontrar pessoas c om os mesmos objet ivos e qua l idades que você. Se fo rmos pensa r por este ângulo , encontra r a lg uém e m u m ve lór io n ã o parece ser tão louco assim: Vocês já têm alguns amigos em comum. Vocês são pessoas compass ivas, pois se importam o bastante com o morto ou algum familiar próximo. É por isso que as pessoas co s tumam se casar c om a lguém que conhece ram e m a lg um lugar ond e compa r t i l havam interesses e m c om um . Cr i s t iane e eu no s c onhec em os n a igre ja; mu i tos ca sa is se encon t ra ram n o t raba lho, faculdade, a lgum evento ou outros lugares que frequentavam. Pessoas que se fe cham e m u m c írcu lo soc ia l l imitado, que parece ma is u m triângulo — a mãe, o cachorro e o celular — naturalmente têm dificuldade de encontrar a lguém. A razão não é a falta de pessoas d isponíve is , é c la ro, ma s s im a falha em não se permitirem ampl ia r seu contato com outras pessoas. Permita -se ser casua l . N ã o seja tão r íg ido e fe chado c om o um a ostra. D iga “ s im” ma i s vezes ao invés de “não” sempre que um a oportunidade se apresentar para você sair da sua rot ina soc ia l. Casua l idades fa vorecem pessoas casuais. — Amiga, quer vir comigo no velório do marido da minha patroa? Sua vontade é zero. O “não” é quase automático. Mas você diz: — É claro, amiga! Como eu iria perder essa oportunidade tão fúnebre? E ho j e , o s p e r s ona g e n s d e s t a h i s tó r ia rea l v i v e m ca s a d os e fe l i zes h á 1 4 anos. Lembre-se: casua lidades favorecem pessoas casuais. É claro, eu me refiro à casualidade com responsabilidade. Não vá saindo com u m to ta l e s t ra nho q ue se a p r o x im o u d e vo c ê n o p a r q ue e a c onv i d o u p a r a conhecer a coleção de facas que ele tem no porão da casa dele. Eu me refiro à atitude de sair da rigidez e da rot ina de sua agenda para se expor a at iv idades que podem facilitar acontec imentos agradáveis1 . T e nh o no t ad o q ue aque le s ca sa i s q ue c on t a m c o m o e n c on t r a r am seu p a r “por acaso” é porque se permit iram ser casuais. Se encontraram quando visitaram uma biblioteca que nunca t inham visitado; na festa de aniversário do sobrinho dela; quando ele foi ajudar na mudança do amigo… Enf im, na verdade não foi por acaso, mas porque se permiti ram ser casuais. Quem não é visto, é esquecido. Pessoas que f icam sozinhas, f icam sozinhas; pessoas que se enturmam, raramente f icam sozinhas. Portanto, faça as coisas certas para melhorar suas chances: Seja mais casua l e espontâneo Permita-se iniciar uma amizade e seja um bom amigo Saia do triângulo e cresça seu círculo de amizades e contatos Esteja pronto para cancelar seus planos quando surgir uma boa oportunidade de encontrar pessoas interessantes Partic ipe ativamente de grupos com interesses em comum Compareça e apareça Não é mágica. Não é sorte. Não é milagre. É atitude com inteligência. “MAS EU SOU UMA PESSOA MUITO TÍMIDA” H á 5 0 % d e c ha n ce d e q ue vo c ê se j a u m a p es s oa t ím i da o u ve nha s e ca sa r com a lguém assim. Portanto, preste bastante atenção em como lidar com isso. O que é timidez? Timidez é um rótulo colocado em nós por outros ou por nós mesmos. É o hábito de se importar demais com o que os outros pensam de nós. Quando você ace ita u m rótulo, passa a se comporta r de mane ira que o conf i rme. Se foi rotu lado c om o a lguém que “ só fa la besteira”, por exemp lo, vo cê p r ova ve lme nte de se nvo l v e u u m a pos tu ra d e fa lar p ou c o pa ra n ã o se r ridicularizado. O u se tornou desajeitado com as palavras. A timidez também é um rótulo. De acordo com estudos, n inguém nasce t ímido. A t imidez, portanto, é um condic ionamento soc ia l norma lmente imposto pelas pessoas mais próximas da criança. Se uma criança de dois anos, por exemp lo , se e sconde atrás das pe rnas da m ã e quando u m est ranho ent ra e m casa , e la p o d e fa c i lme nt e s e r c h a m a d a p o r s u a m ã e d e t ím ida . A s s im , e s se s r ó t u l o s v ã o f o r m a n d o a a u t o i m a g e m d a c r i ança , a t é q ue e la m e s m a começa a se chamar de t ímida. E um a vez você se a chando um a coisa, você rea lmente a será. A t im idez rea lmente p od e imped i r u m a pessoa d e a l cança r s eu s s onhos e objet ivos de vár ias formas. E la pode inib i -lo d e se candidatar a um emprego porque você acha que não vai consegui -lo, por exemplo. E tambémde chegar e m a lguém que você acha atraente para uma amizade c om potenc ia l para u m relacionamento amoroso. Muita gente está solteira até hoje por causa disso. Muitos jovens hoje estão desenvolvendo a timidez social, sem perceber, por causa da tecnolog ia. E les estão passando mais tempo onl ine, se comun icando via tec lado e tela, do que off- l ine — interagindo, conve rsando e olhando nos o lhos d e ou t ra s pessoas . Is so e stá at ro f i ando s uas hab i l idades soc ia i s d e se conectar com outras pessoas e d iminuindo ass im suas chances de desenvolver um relacionamento. D e certa fo rma , é mu i to ma is fác i l se conec tar c o m pessoas on l ine d o q ue des l igar a Internet , sa ir e se arr iscar n o m u n d o rea l. M a s u m dos resu l tados desse hábito preguiçoso é a desconexão e a t imidez soc ia l — eles não sabem ter u m a conve rsa q ua nd o e s tão fa ce a face . Da í , p re fe rem f icar e m casa a o invés de sair, continuando o ciclo. M u i t o s adu l tos t a m b é m es tão c ome te ndo e ste erro, m a s o p r ob le ma a feta espec ia lmente o s ma is jovens, po rque e les já c re sce ram nesta ge ra ção conectada e, por isso, muitos nunca exper imentaram o bom lado de um contato fora do mundo virtual. S implesmente nem sabem o que é. A b o a no t í c i a é q u e h á m u i t a s c o i s a s q u e u m a p e s s oa q u e s e c o n s i d e r a tímida pode fazer para controlar sua timidez e não ser controlada por ela. Esse rótulo não precisa ser seu destino. A pr imeira coisa a entender é que você pode ser bem-suced ido me sm o que não seja extrovertido. Há diferença entre timidez e introversão. O introvertido é mais contemplat ivo, va lor iza seu próp r io e spaço, gosta de pensar, ana l isar antes de emiti r op inião. E le não faz questão de interação soc ia l ou de expos ição públ ica, por ser natura lmente reservado; mas, se for necessár io se expor ou interag ir, o fará, a inda q ue não se s inta confortáve l . J á a t im idez é uma in ib ição que atrapalha a pessoa de a lcançar seus objetivos. Nã o há nada d e e r r a d o e m s e r i n t r o ve r t id o s e v o c ê t r a b a l ha r p a r a q u e a t im i d e z n ã o o impeça de conseguir o que quer. Ser um introvert ido bem-sucedido signi fica reconhecer e entender a timidez e desenvolver estratégias para lidar com ela. A timidez se manifesta em três formas: T imidez n o corpo: reações f is io lóg icas c o m o m ã os e joe lhos t rêmu los, ansiedade, suor, rosto corado, frio na barriga etc. Timidez n a m e n t e : pensamentos que geram timidez e autoconst rang imento; a cha r q ue todo m und o está o lhando pa ra você ; sentimentos de inferioridade e inadequação T i m i d e z n o c o m p o r t a m e n t o : pe s s oas t ím i das c o s t u m a m ag i r d e m o d o d i f e re n t e d e ou t r a s p e s s oa s . E l a s p õ e m ba r r e i ra s e n t r e e l a s e a s ou t ra s ; fazem coisas em situações sociais que prejud icam a interação, como a l i ng uag em corpora l i nadequada , fa lar d ema i s o u n ã o o suf ic iente , n ã o ter a ssun to, se pos i c iona r e m u m can to e m vez d e n o m e i o d e u m a sa la c o m várias pessoas, entre outras coisas. Você pode ter a lguma ou todas dessas formas. O importante é reconhecê-las e aprender a superá-las de maneira eficaz. Foi isso que Cristiane e eu fizemos. A lguns de vocês que já assist iram nosso p rog rama na TV ou uma de nossas pa le st ra s p o d e m f i car su rp re s os a o sabe r q ue a C r i s t i ane e e u é r a m os b e m t ímidos — eu a inda ma is d o que e la . V oc ê no s vê fa lando c o m m i lha re s de pessoas, a o v ivo e mui tas ve zes sem script, fa lando abertamente e nos divertindo enquanto o fazemos. Mas nem sempre foi assim em nosso trabalho; e pessoa lmente somos muito ma is reservados. Acho que a Crist iane é até um p o u c o m e l h o r d o q u e e u n e s s e a s pec t o , p o r q u e e la c o n s e g ue m a n t e r u m a conversa por horas com amigos e conhecidos, indo de um assunto para o outro s em n e nhum esforço. J á eu, cos t umo se r ma is obse rvador e ouvinte , não tenho m u i t o a ssun to q ua nd o e s tou nessa s s i tuações. D o s m e u s i rmãos , s ou definitivamente o mais introvertido. Isso me fez aprender a lgumas coisas muito importantes sobre a introversão. T o d o m u n d o é t ímido p ara a l g um a s coisas. N i n g ué m é t ím ido pa ra tudo, c o m o t a m b é m n i ng ué m é cora j oso pa ra tudo. Portanto, n ã o se a che d i fe rente ou infer io r a n i n g ué m p o r ter m om e n t o s d e insegurança. E la faz parte da vida de todas as pessoas. O lhe para uma pessoa à s u a e s q u e r d a e p a r a o u t r a à s u a d i re i t a . E s t a t i s t i c a m e n t e , u m a d e l a s é considerada tímida. Você não está sozinho. E, ainda que você seja tímido para algumas coisas, com certeza é mais ousado para outras. A t imidez é um prob lema, não você. Você é a pessoa que va i vencer esse prob lema, d ia após dia. O importante é que esteja traba lhando para superar aqui lo que o b loque ia e atrapalha de alcançar seus objetivos. V o c ê p o d e v iv er b e m , m e s m o an tes d e s u p er a r a t imidez . Sua t imidez é apenas um a pequena parte de você. Você é muito ma is do que e la . H á m u i t a s ou t ra s pa r te s d e vo c ê q ue , s om a d a s , f a z e m s ua t im id e z se r irrelevante em muitas situações. Você tem personal idade, talentos, dons, op in iões, apt idões, hab i l idades, conhec imentos, qua l idades, expe r iênc ias de vida — entre tantas outras coisas. E la s são mu i to ma is do q ue sua t im idez e podem, na hora certa, ser util izadas para compensar o seu lado tímido. O m e d o q u e n o s i nt im i da e st á 1 0 0 % e m n o s s a c a beç a . Me d o é a lgo que existe apenas dentro de nós. Quando entende que as pessoas que o observam não conseguem ver o medo que há dentro de você, é muito mais fácil agir como se ele realmente não existisse. Ninguém irá notar a diferença. O t ímido n ã o preci sa m u i t o m ai s d o q u e a lguns m o m e n t o s d e c o r a g e m p a r a s er be m - s u c e d i d o . Assim como você consegue ignorar o gosto horrível que um remédio deixa em sua boca por a lguns segundos e tomá-lo m e sm o ass im, também pode engol i r su a t im idez p o r a l guns m o m e n t o s enq ua nt o fa z o q ue p rec i sa fa ze r. P ode , p o r q ue o descon f or to va i pa ssa r logo . E t od o m u n d o p od e supor ta r a l guns segundos ou m inu tos de descon forto. Q ua nd o e u o lho pa ra a m inha v ida de tímido, ve jo esses momentos c la ramente. Foram ati tudes que ma rca ram m inha vida e t iveram u m grande impacto e m tudo o que sou e conquiste i a té hoje — incluindo meu casamento. Momentos e m que meu rosto ficou corado, meus joe lhos e mãos trêmulas e me u e stômago m e deu aviso para procurar o banheiro mais próximo. Mas passaram logo! E não somente sobrevivi, mas fiz grandes e importantes avanços em minha vida por causa deles. Você também p ode en fren tar seus m e d os e t im idez e m m om e n t o s q ue rea lmente va l e m apena . E u m desses m om e n t o s é n a hora de da r u m passo pa ra conhece r seu futuro marido ou esposa. Cristiane Com igo também é assim. Eu superei a minha timidez da mesma forma que eu superei os meus medos: fazendo o que tenho medo de fazer. T imidez é u m a f o rm a d e m e d o ; e a ún i ca ma ne i r a e f i c a z d e l ida r c o m u m m e d o é enfrentá - lo. A s s im voc ê descob re que, na ma ior ia da s ve zes , n ã o hav ia razão para temer. Se eu contar quão t ímida eu era, você não va i acreditar. Eu era o tipo de pessoa que só conseguia falar com outra se mais a lguém se juntasse a nós. E u corava tanto n o ros to q ue m e us o lhos c he ga vam a lacr imeja r. P la ca s vermelhas se formavam no meu rosto e pescoço revelando a todo mundo o quão enve rgonhada e u estava. S e m contar q ue m e engasgava c o m as próprias pa lavras… e ra horrível. Por muito tempo, sofri assim. De ixava de m e aproxima r da s pessoas, de falar o que quer ia falar e a té de ser s impát i ca . A s pessoas c heg a va m a pensa r que e u e ra me t ida e a r rogante só p o rq ue e ra sér ia , m a s o que e la s n ã o s ab i am é q ue a m i nha se r iedade era uma forma de esconder a timidez que eu tanto odiava. Até que um dia, comece i a resistir a essa timidez. Fa lava com as pessoas mesmo parecendo um tomate e mesmo sabendo que ririam de m im depois. N ã o foi fác il, e nã o foi da noite pa ra o d ia q ue consegu i de ixa r de corar; acho que até hoje às vezes isso acontece, mas eu nem sinto mais. Se tenho medo de conversar com alguém, vou e puxo conversa. Se tenho me d o de fa lar e m públ ico, v ou e fa lo. Se tenho a lgum m e d o causado por um a m á notíc ia e começo a ficar nervosa ou ans iosa, uso m inha fé e oro a Deus. Imediatamente aque le medo passa. A p r e nd i t a m b é m q u e se r t ím i d o é re su l t ado d e u m a v i sã o p ob r e d e s i m e sm o . V oc ê se enxe rga p eq ueno e , por isso, nã o a cha que t e m mu i t o a o fe rece r a n i ng uém. E s sa v i são é u m a ment i ra . T o d o m u n d o t e m a lgo a oferecer. E não oferecer o que você tem para acrescentar a o mundo é u m egoísmo e uma tragédia muito grande. Tantas pessoas escolhem compa r t i l ha r o p io r d e s i m e s m a s nesse m u n d o e são tão cora j osa s pa ra isso… Por que eu não seria corajosa para compartilhar o que há de bom em mim? Isso me ajudou a neutralizar minha timidez quando necessário e hoje não hesito e m tomar atitudes que a maior ia não tem coragem de fazer. Mude sua visão de si mesmo. Veja o que há de bom em você e deixe que isso brilhe. Abençoe outras pessoas com o que você tem. Não seja egoísta. O RISCO DA REJEIÇÃO T a l ve z a causa ma i s poten te d a t im idez se ja o m e d o da re je ição. N i n g ué m gosta de ser reje i tado. Tod o m und o que r ser ace ito. O m e d o da re je ição desenvolve a timidez, pois ser t ímido nos faz evitar situações em que podemos ser re je i tados. Porém, t a m b é m nos faz evi tar s i tuações e m que p odem os ser ace itos… Portanto, a timidez é um remédio cujo efeito colateral é pior do que a doença que se propõe a curar. M u i t o m a i s e f i c a z é e n tende r q ue h á cer ta s co i sa s n a v id a c o m q ue vo c ê s implesmente tem de se acostumar — como o risco de rejeição, por exemplo. V ocê p od e ser a pessoa ma is lega l , m a i s a traente d o p lane ta e , a inda ass im, se r re je i tado. O q ue vo c ê n ã o d e ve fa ze r é v e r i s so c o m o u m a t aq ue à sua pessoa. Ninguém sabe rejeitar como o ser humano. Até o Senhor Jesus, em toda Sua perfe ição, foi re je itado. Fe l izmente, E le ens inou Seus d isc ípulos a l idar c om isso: Quando você entrar em uma cidade, se não for bem-vindo, não for ouvido, saia dali discretamente. Não faça escândalo. Sacuda a poe ira dos seus pés, de ixe pra lá, e vá em frente.2 Quer dizer, quando conhece seu valor, você entende que a perda é de quem o rejeitou, não sua. A o con t rár io de s se conse lho , m u i ta s pessoa s a c u m u l a m por a nos o p ó d a re j e i çã o s ob r e s i m e s m a s . Q u a n d o p e r c e b e m , j á e s tã o s o te r ra das . E l a s s e to rnam t ímidas, amarguradas, ressentidas, c o m m ed o de tentar coisas novas, c onhe ce r ou t ra s pessoas , d e s c on f i ad a s d e tud o e todos ; e a n d a m p o r a í d e cabeça baixa, como se est ivessem carregando o mundo em seus ombros. E de fato estão. Toda vez que você é re je itado e não sacode a poe ira dos seus pés, acumu la e m s i o p ó d a n e g a t i v i d a d e d a s ou t r a s p e s s oa s . S e v o c ê n ã o m u d a r , m e u conse lho é arranjar uma carreta bem grande, daque las de dezoito rodas, porque va i p rec i sa r de mu i to e spaço pa ra gua rda r tod o e sse p ó a o long o d a vida… A melhor reação que você pode ter é sacudir a poeira e ir em frente. Sempre haverá uma outra c idade mais adiante. Faça um favor a si mesmo. Perdoe todos aqueles que o rejeitaram ou trataram mal. Sacuda a poeira que grudou em você dos relacionamentos fracassados e s iga e m frente c om a sua vida. Você vai se sentir um a tone lada mais leve. Uma vez entendendo que a rejeição faz parte da vida e que, antes de e nc on t r a r a p e s s oa a d e q ua d a , p od e r á re j e i ta r o u s e r r e j e i t ad o p o r a l gun s , dec ida a partir de agora: N ã o d e i x a r q u e a t im i d e z o i m p e ç a d e s e a p r o x i m a r d e a l g u é m q u e l h e interessa. Permit ir a aproximação de outras pessoas que se interessam por você, a f im de avaliar as possibil idades de uma amizade. Se for reje i tado, nã o leve isso para o lado pessoa l, apenas s iga e m frente e continue encontrando outras pessoas. Se você for rejeitar a lguém para um relacionamento, seja sensível e educado (a n ã o se r q u e a p e s s oa s e j a u m s ta lke r q u e d a r ia t u d o p a r a te r n e m q u e fosse um par de meias sujas suas. Nesse caso, você precisará ser um pouco mais firme). Cor re r o r isco da re je ição é m e nos p io r d o que se re je itar an tes m e sm o de tentar. Nunca, jamais rejeite a si mesmo. Atra ir uma pessoa tem muito ma is a ver com atitude d o que c om aparênc ia ou sorte . E i sso é ó t imo, p o r q ue se há u m a co i sa q ue p od e m os m ud a r e m n ó s m e s m o s s ã o no s s a s a t i t udes . U m a de la s é a d e c i s ã o d e n ã o se r fá c i l demais. Poste em nosso Facebook (fb.com/livronamoroblindado) ou em sua rede social preferida: Boas amizades e oportunidades, tô dentro! Timidez, tô fora! #namoroblindado 1 Tão importante quanto onde encontrar a lguém é onde N Ã O encontrar. Se vai a uma ba lada onde a intenção de todo mundo é ficar com todo mundo, provavelmente não vai encontrar alguém para relacionamento sério. Da mesma forma, deslizar o dedo em um aplicativo de namoro e dizer “oi” para um estranho é, no mínimo, estranho. E arriscado. 2 Mateus 10.14 COMEÇAR A NAMORAR A CRISTIANE foi uma experiência totalmented i fe ren te da s q ue t ive c o m m inha s n a m ora d a s an te r io re s, c o m o c om e c e i a contar n o cap ítu lo 1 . En t re vár ias paque ra s, f icadas, namor i co s e nam o ros sérios que eu tive antes dela, a coisa era relat ivamente fácil. A lgumas bastava dar u m olhar ma i s p ro longado e e las já e s tavam no papo. Out ra s m e permit iam beijar, tocar… sem nem estar namorando comigo. E havia aquelas q ue v i n h a m a té o p o r tã o d a m i n h a ca sa. Nã o , e u n ã o p rec i sa va i r a té e las. V oc ê p ode a té pensa r q ue e u era “ o ca ra ”, m a s na ve rdade e la s é q ue e r am fáceis. Houve uma , u m tanto ma is ve lha que eu, que d if icu ltou bastante para m im e esse namoro e noivado durou quatro anos (mais tarde contarei por que acabou). Mas a que mais dificultou foi a que deu em casamento: a Cristiane. Posso afirmar, não apenas por minha experiência, mas por ser um fato facilmente observável: O grau de compromisso e m um relacionamento está proporcionalmente ligado ao grau de dificuldade que o homem enfrenta para conquistar a mulher. Quanto mais fácil a mulher, mais descartável ela é. O homem é natura lmente compet i t ivo, caçador. Quando esse pape l é assumido pe la mulher, o resultado cos tuma ser desastroso para ela. O u ele perde o interesse o u s e en co s ta n e la e n ã o se imp o r t a e m c on t i nua r a re la ção , m a s c on t i n ua vivendo como se fosse solteiro. A m u l h e r t e m q ue se r d i f íc i l d e se conqu i s ta r an te s d e ca sa r e fác i l d e se conv i ve r depo i s — n un ca o cont rár io. Q u a n d o e la é d i f íc i l an te s ( já v a m o s explicar o que queremos dizer com “difícil”), o homem fica louco para se casar com ela. É por isso que você vê mulheres de aparênc ia modesta b em casadas e outras q ue são verdade iras esculturas, m a s solte iras e sempre passando de mão e m mão. A diferença? As primeiras sabem jogar esse jogo. E não só isso. Elas também sabem que não basta ser difíc i l de conquistar antes de casar; t em de ser fáci l de se conviver depois. Infelizmente, muitas mulheres estão invertendo o jogo: são fáceis de ser conquistadas e difíceis de se conviver depois. Por isso, estão perdendo namorado e mar ido ma is ráp ido do que pe rdem o celular dentro da própria bolsa. O pape l do h ome m é conquistar a mulhe r antes e nunca cons iderá - la conquistada depois do casamento. Norma lmente, quando e le geme para conquistá -la n o namoro, e le tende a manter sua conquista depois de casar. A n ã o se r q ue e la s e t o rne u m a c ha t i n ha dep o i s . F o i o q u e a c on t e c e u c o m a gen te. A TENSÃO DENTRO DA SALA Como contei anteriormente, quando eu encontrei a Cristiane apenas pela terce ira vez, depo is d e dois encont ros b e m b reves e sempre mu i to v ig iados, ela me disse: “Você tem que falar com o meu pai”. E cortou a conversa comigo a par t i r da l i . A q ue l a fo i a p r im e i ra v e z q ue u m a m o ç a m e d i s se i s so. Pe l a primeira vez, vi uma barreira real entre uma potencial namorada e eu. Aqu i lo m e le van tou à a l tura d o desaf io. A o cont rá r io de m e desan ima r , a a t i tude de la m e fez quest ionar: “ Q ue me n ina é essa?”. E u passe i a querê- la ainda mais. C i nc o d ia s depo i s e u e s tava lá na igre ja onde o pa i de la t raba lhava, n u m a sexta-fe ira, cerca de dez da noite, ped indo que e le m e desse a lguns minu tos. Eu havia trabalhado o dia todo até às nove. Tomei um banho, coloquei minha melhor camisa e gravata e saí do outro lado da c idade de carona para encontrar c om ele. Eu m e senti c om o se est ivesse pulando de paraquedas, só q ue s e m pa ra queda s… D ura n te o ca m inho todo e u fu i ensa iando o q ue ir ia d izer e imag inando a cena e m m inha cabeça . E le m e receber ia n o escr i tór io de le , m e ped i r i a p a r a sen ta r e e u i r ia e xp o r a s m i n ha s g r a nd e s e m e l ho r e s i n te nç õe s . E l e m e pe r gun ta r i a s ob r e m e u p a s s a d o e e u l h e c on ta r ia s ob r e como fui o melhor a luno da classe, como minha mãe sempre me achou bonito e até que eu me sm o havia escolh ido aque la gravata e camisa. E le m e ouvir ia a ten tamente , ba la nça r ia a ca be ça e m ap r ova ç ã o e n o f ina l d i r ia : “ S e rá u m prazer permitir que a minha filha namore com você”. Este pobre inocente que vos escreve mal sabia o que estava por vir. Anunc ie i m inha chegada e depois de meia hora fui chamado até a sala onde ele estava. A partir dali, a cena se tornou uma mistura de O Poderoso Chefão com Sexta-feira 13. En t re i n a sa la e hav ia um a s de z pessoas, h o m e ns e mu lhe re s, a o redor d e uma mesa ova l e o pa i da Cr is t iane na ponta do outro lado. C la ramente uma reun ião e stava acon tecendo e eu e s tava in te r rompendo. Tod o s o s o lhos e m mim e um silêncio ensurdecedor. Disse para ele: — Eu gostaria de falar com o senhor. É sobre sua filha. E ele respondeu: — Pode falar. Por dentro, o meu desespero: “Nããooo… aqui, na frente de todo mundo?!” . Mas não tinha volta. Eu já estava em queda livre. Não me pergunte como, mas consegui aparentar que tudo estava bem. Mant ive os olhos fitos ne le e emende i: — Eu gostaria de... — O que você quer com ela? — me cortou logo. — Eu gostaria de namorar a Cristiane. — Quais são suas intenções? — Eu quero me casar. Quero a lguém para casar. — A-hã. A lguns segundos de pausa constrangedora, i n ter romp idos pe las doces palavras do meu então futuro sogro: — Se você fizer alguma coisa ruim com a minha filha, eu corto a sua cabeça! Não foi o “s im” da forma que eu imagine i, mas ele estava ali, implíc ito, quase imperceptíve l entre aquelas palavras tão carinhosas. Prometi que não iria decepcioná-lo, agradeci e fui embora. A coisa toda deve ter demorado uns dois minutos no máximo. Ne m deu tempo de falar da minha mãe e tal… Não era preciso. Os pais da Cristiane já t inham levantado a minha ficha. Eu estava pré- aprovado e n em sabia. Foi tudo um a formal idade. Anos depois m e conta ram que quando eu saí da sala, todo mundo ca iu na garga lhada. Mas para m im foi um teste muito sério que funcionou como uma mágica. A partir daque le momento, eu valorizei a Crist iane como nenhuma outra antes dela. E ela também me valorizou, pois o que eu passei para chegar a ela não e ra pa ra qua lque r um . E m nosso p r óx im o encont ro e u já chegue i c o m o herói. Tinha passado na prova. Estávamos namorando. Durante todos os nossos dez meses de namoro e noivado, eu fui um príncipe p a r a e la , s e m p re a t ra ta nd o m u i t o b e m e a g i n d o c o m o u m h o m e m responsáve l . É c la ro que aque la im ag em gravada e m m inha mente de m inha cabeça rolando pelo chão ajudou, e muito. A mulher tem de ser difícil de conquistar para que o homem a valorize. Não é q ue e le se j a ne ce s sa r i am en t e u m m a u ca rá ter . É u m a q ues t ã o d a na tu re za hum a na . T ud o o q ue é fác i l nã o t e m va lo r. E u nunc a fu i m a u caráter, m a s depo i s q ue m e case i c o m a Cr is t iane m eac omode i n a conqu i sta d iár ia de la exatamente porque e la se tornou d isponíve l demais — um a esposa c iumenta que sempre f ic ava e m c ima do ma r ido pe rguntando se e le a ama va e q ue r end o a tenção. L o g o a q ue le e n ca n t o d o n a m o r o d e u luga r à i r r i tação e téd io d a m i nha pa r te . Eu a t inha n a pa lm a da m ã o e i s so m e fez a band ona r qualquer esforço para tê-la por perto. Aquilo que o homem trabalha para conquistar, ele tende a valorizar mais. Por isso, m e sm o que e la esteja ca indo de amores por ele, ela deve de ixar que e le a conquiste — e m vez de se lançar apa ixonadamente nos b raços de le no pr imeiro encontro e começar a pensar nos nomes dos fi lhos enquanto muda o status de relacionamento no Facebook para “em um relacionamento sério”. Aqui vai um segredo: A mulher tem de estar sempre ligeiramente fora do alcance do homem, para que ele tenha de fazer um esforço para estar com ela. E la não deve se entregar de todo, nem dar a ideia de que é toda dele e que ele está l ivre para olhar as outras mulheres porque e la estará sempre ali esperando por ele. A mu lhe r q ue prat ica e sse seg redo transp ira au toconf iança — a qua l idade mais sexy que ela pode ter. A AUTOCONFIANÇA: A QUALIDADE MAIS SEXY Cristiane O ma rke t ing pessoa l d o Rena to m e a l cançou b e m ante s de eu vê - lo pe la p r ime i ra ve z . Vá r ia s pe ssoa s m e fa la ram de le e is so m e fe z f icar interessada. Quand o f ina lmente o vi, m e apa ixonei, m a s evitei que e le me visse olhando. Faz ia de conta que ele não existia, ainda que, por dentro, eu n ã o e s t i v e s s e p r e s t a n d o a t e n ç ã o e m m a i s n a d a . E u n ã o e r a o t i p o d e garota q ue de ixava ev iden te pa ra o rapaz q ue gos tava de le . Pa ssa ram-se meses antes que o Renato m e notasse e foi muito difíc i l esperar e confiar, espec ia lmente quando ouvia que existia uma mult idão de meninas aos pés dele, uma mais bonita do que a outra… E eu nem o via com frequência. Eu d is se pa ra Deus : “Se o Rena to é da Tua von tade pa ra m i nha vida, o Senhor irá guardá-lo para mim. O Senhor fará com que ele me note. Mas eu não vou a judar o Senhor nisso”. U m evento especial começou a acontecer semana lmente na igreja sede onde eu frequentava e os pastores das igrejas afiliadas vinham todos — inclusive o Renato. Um sinal! Eu comecei a perceber que e le estava m e notando. M a s mant i ve o m e u voto c om Deus. E le passava por m im e dizia “ b om dia”. E u virava as costas, f ing indo que n ã o t inha ou v id o . E l e sor r i a pa ra m i m , e e u lhe d a va u m ráp ido cumprimento e desaparecia. N a a l tura, não estava consc ien te d a impor tânc ia d o que eu estava fazendo. Cre io que me u re lac ionamento c om Deus e com igo me sma foi o que me deu essa autoconfiança. E funcionou, porque pouco tempo depois o R e na t o m e e nv i o u u m a ca r ta d e a m o r ( d e p o i s d e ten ta r a l g um a s ve ze s falar com igo e não conseguir) que deu início ao nosso re lac ionamento. Eu acertei na parte de ser difíc i l de conquistar antes de casar. Ma s comet i um erro: Fui difícil de se conviver depois. E u n ã o e ra ca ren te a n t e s d o no s s o c a s a m e n t o . E l e q ue m e l i gava , m e mandava cartas de amor, flores e l indas mensagens. Eu estava nas nuvens, mas lembro que fazia o maior esforço para não demonstrar… Porém, depois de um ano de casada, passei a demonstrar até dema is… E le t raba lhava se is d ias por semana a uma hora de d istânc ia e eu f icava em casa limpando, lavando, cozinhando e pensando… pensando demais. As minhas emoções e inseguranças começaram a aflorar: • Se rá que e le não m e a ma ? • Com quem ele deve estar conversando lá no trabalho dele? • Por que ele não m e liga? • Por que ele não conversa comigo quando chega? N o sábado, quando o Rena to t inha u m tempo pa ra descansar, e u quer ia sair e conhecer Nova York (ninguém pode me culpar por isso!), visitar lugares, comprar p ipoca e assistir a uma boa coméd ia no c inema. M a s e le me pedia para ficar em casa, e minhas cobranças começavam. Quanto mais eu pedia para ele m e agradar, menos ele fazia. Era óbvio que ele tinha se cansado das minhas cobranças por atenção. E le não p rec i sava m a is faze r nada pa ra estar com ig o, por que a todo instante eu ficava em cima dele como urubu na carniça. Os papéis haviam se invertido. Era eu quem estava correndo atrás dele agora. E ele não via mais razão para me conquistar, pois qualquer miga lha bastava. E le e s tava e r rado e m nã o faze r t e m p o pa ra m i m ? S im . M a s a s m i nha s at i tudes e s tavam p io rando o p rob lema. Eu t inha d e fazer a lgo, não pod ia esperar que e le mudasse. En tão e u mude i. (M inha cara le i tora, você é pr iv i leg iada porque o que es tou prestes a escrever, leve i anos pa ra aprender... Atenção!) C om o já menc ione i anteriormente, um dia, quando meus pais v ieram m e vis i ta r , m e u pa i m e c ha m ou pa ra fazer u m a c am inha da c o m e le . E le foi doce e gentil, não queria m e machucar ou m e fazer sentir ma l, mas percebia a minha luta para me ajustar ao meu mar ido. E le disse: “Minha filha, homem nenhum gosta de mulher que fica mendigando amor. Você não precisa disso! Por que não vai ajudar as mulheres na igreja? Use o seu tempo para ser útil a Deus.” Aquilo foi o suficiente. Finalmente eu ouvi Deus falando comigo. D a q u e l e d i a e m d ia n t e , e u m u d e i . Pa r e i d e p e d i r p a r a o m e u m a r i d o conversar comigo e, de repente, ele passou a conversar. Parei de pedir que me inclu ísse e m sua vida e, de repente, eu era uma grande parte dela. Quando passei a me envolver no que ele fazia, entrei no mundo dele e se tornou fácil para ele compart i lhar o seu dia a d ia comigo. Desde que parei de implorar por atenção, ele começou a sentir minha falta, a me ligar, a me dar mais valor. Ho j e e le fa la sob re i s so e c o m o e le m ud ou , m a s e u se i q ue a m ud a nç a dele só aconteceu depois da minha. Foi depois dessa exper iênc ia que eu descobr i que uma das qua l idades ma is sexy de um a mu lhe r é a sua autocon f iança. O h o m e m p ode ser a tra ído pe la beleza do rosto, viajar nas curvas do corpo feminino, mas tudo isso perde logo o atrativo dev ido à famil iar idade. U m a vez que tem acesso àque le corpo, não é ma is novidade. Por isso, o que rea lmente mantém o re lac ionamento, independentemente d a aparênc ia fís ica, é o quão interessante aque la mu lhe r se man tém dentro da re lação. É a qua l idade que atrai, conquis ta e ma nt ém o casal unido, apesar do tempo. Autoconf iança é a qua l idade ma is sexy, ma is sedutora e mais a traente para o sexo oposto. O hom em ou mulher a traente anda c om a cabeça erguida, tem um senso de valor próprio e acredita ser único e especial — sem ser arrogante. Isso é irresistível e nunca fica velho. Cristiane Mas de onde vem essa autoconf iança? Pr imeiro devemos diferenciar o que muitas pessoas confundem: autoconf iança e autoestima. Hoje e m dia, parece moda dizer “minha autoest ima está baixa”. É triste ver tantas pessoas ader indo a isso. Por mais absurdo que pareça, acred itam cegamente no que a míd ia p rega : “se o se u na r i z e s tá a t rapa lha ndo a s ua au toes t ima , conse r te - o senão n inguém mais irá amá- la”. Na baixa autoestima, as pessoas se infer ior izam até não te rem ma is razão de viver. N o entanto, a autoest ima não tem nada a ver com a autoconfiança. Ne m sempre me sinto ót ima com o meu corpo, mas estou sempre ót ima comigo mesma. Quer dizer, a au t oe s t ima p o d e nã o e s ta r l á e m c ima , m a s a m i n h a a u t oc on f ian ça n ã o muda. A a u t oe s t im a e s t á r e l a c i ona d a a o q u e v o c ê s e n t e s ob r e s i m e s m o e a autoconfiança está relacionada ao que você sabe sobre si mesmo. N e m s e m p r e s e n t im os v o n t a d e d e n o s a r r um a r b e m . H á d i a s e m q u e a c o r d a m os ind i sp os ta s , ou t ro s e m q ue a c o r d a m os a t ra sadas , ou t r os e m q ue e s ta m os cha teadas c o m a l g um a co i sa . M a s no s s o va lo r n ã o e s tá n o que sent imos, e s im no que sabemos que somos. Essa é a diferença. Nã o é p o rq ue m e atrase i q ue agora vou pensa r q ue s ou p regu içosa. M a s é i sso q ue ba ixa au toes t ima faz. E la de te rm ina q u e m voc ê é , c o m base n o q ue você sente. Note como, na maior ia das vezes, a autoest ima vem do exterior: o corpo, os d ip lom as , a pos i ção n a empresa , a popu la r idade e sco la r ou a a tenção famil ia r. M a s nada d isso dever ia d itar o que eu penso a m e u respe ito, a té porque são coisas temporá r ias. O corpo va i enve lhecer de qua lquer mane ira, os d ip lomas n e m sempre vão abrir as portas, a pos ição na empresa p od e ser perd ida, a popu la r idade e sco la r é só por u m temp o e a atenção familiar depende muito das circunstâncias. J á a a u t o c o n f i a n ç a n ã o d e p e n d e d e n a d a d i s s o . S e v o c ê s a b e d o s e u va lor, nada pode fazê- lo m uda r de ide ia. É c om o u m d iamante. E l e pode estar deba ixo da terra, e m u m lugar remoto , sujo, e m me io a todo t ipo de pedras, sem nenhuma atenção, mas a inda ass im ele não de ixa de ter valor. A falta de autoconfiança t e m causado mu i t os p rob lema s n o s re lac ionamentos, m a s a maior ia da s pessoas n ã o tem noção d isso. Nun ca se fa lou t an t o e m a u t oes t ima c o m o n o s ú l t im os a nos e n e m p o r i s so a s pessoa s t ê m c on seg u id o s e rea l izar c o m e la s m e sm a s . E por q ue se fa la tanto em autoest ima? Porque o mundo vive à base de emoções. Q ua nd o você é autoconf iante , é um a pessoa rea l izada, m e s m o que ne m t ud o n a s ua v i d a e s te j a d o j e i t o q u e que r ia . V o c ê e s tá d e b e m c on s i g o mesm o, anda de cabeça erguida e não tem m e d o do que pensam de você, ao contrár io da maior ia das pessoas, que, por uma repreensão ou crít ica, já se sente lá embaixo. Q ua nd o está satis feito, sente q ue nada lhe falta. E m suma , você é f i rme em suas convicções, orgulhoso de quem é, confortável e m sua própria pele e, consequentemente, muito, mui to mais atraente. E m contrapart ida, quando não está satisfeito cons igo mesmo, sente i n ve j a d o s b e n s o u d a s r e a l i z a ç õe s d e ou t r a s p e s s oa s . E n i s s o v o c ê s e distrai das ricas qualidades que já possui. Você não transparece uma pessoa confiante, e s im uma pessoa extremamente insegura. Depois de me casar com o Renato, o meu prob lema foi justamente c o l o c a r o f o c o ne le , m e l e va nd o a p e n s a r q ue , j á q u e e l e n ã o m e d a v a a te n çã o , e u n ã o e ra t ã o in t e r e s sa n te c o m o p e n s a va . D e i x e i m e u s sentimentos a fetarem minha autoconfiança. Lembro-me das muitas vezes e m que mude i o meu visual só para ver se, pelo menos com o cabelo diferente, conseguiria um pouco mais de atenção. Ia a o s hop p i ng c om p ra r u m a r o up a n o va pa ra m e sen t i r m e l ho r e v i v ia implorando ao Renato para m e de ixar fazer uma plástica no nar iz (ele não deixou, graças a Deus!). Na época, deixei de viver pelo que sabia e comece i a viver pelo que eu sentia. S ó c on s e g u i d e vo l t a a a t e n ç ã o d o R e na t o q u a n d o vo l t e i a se r a q ue l a mulher autoconf iante com quem ele se casou. Fa lamos mais sobre isso no livro Casamento Blindado. H o m e m e mu lhe r prec isam de autoconf iança, m a s a mulhe r tem uma razão ex t ra p a ra inves t i r n e s s a qua l i dade : o ins t in to m a s c u l i n o d e caçador . S e a p re s a f o r fác i l d e m a i s , e l e p e r d e o in te re sse . C r i s t i a ne e e u t e m o s o u v i d o re la tos paté t i c os d e m u l h e r e s q ue se a r ra s ta m a t rá s d e s e u s n a m ora d os o u ma r idos , m e nd i g a m p o r a tenção e se re ba i xam pa ra e les. En v i a m t re zenta s mensagens d e texto e m u m dia. L ig am d o ra iar d o sol a té ao ma is e scuro da noite. De ixam mensagens apelativas se não são respondidas. V ig iam os passos de seus parce iros c om o detet ives. Lame n tam o compor tamento de le s para suas amigas. Choram à noite soz inhas e se perguntam por que não têm a atenção do homem que amam. E o que elas conseguem? Migalhas. Maus-tratos. Mentiras. Traições. Rejeição. E o término do relacionamento. Não ca ia neste erro ou você nunca, jamais terá u m namoro — muito menos um casamento — b l indado! A mulhe r autoconf iante conhece seu va lor e não aceita esmolas. O seu valor v e m de enxergar a si mesma através dos olhos de Deus. A sua autoconf iança vem de saber que não há n inguém no mundo como você, de reconhecer sua singularidade. Você é única. ELE NÃO PRECISOU DE BRAÇOS NEM PERNAS O australiano Nick Vujicic nasceu com uma síndrome rara chamada tetra- amel ia, o que signif ica que e le nunca teve braços n e m pernas. A maior ia dos portadores da síndrome morre pouco depois do nascimento; e os poucos sobreviventes enfrentam desaf ios in imagináve is para quem tem perfeitas condições físicas. Durante sua infância, quando percebeu suas limitações, Nick sofreu c om uma depressão severa . A o s 10 anos tentou o suicíd io porque não conseguia enxergar um futuro para si. Porém, cinco anos mais tarde, ele teve um encontro c om Deus e a partir dali o s e u in te r io r m u d o u . D o l a d o d e fo ra , t u d o s e g u i a igua l . N o en tan to , p o r dentro nascia um homem que iria correr o mundo e abraçar milhares de pessoas — não com pés e braços, mas com uma mensagem inspiradora. Nick se tornou palestrante e espa lhou esperança a muitos. Mas já chegando aos 30 anos de idade e ainda solteiro, uma pergunta o incomodava cada vez mais: Qual mulher irá querer se casar com um homem sem braços nem pernas? Você há de concordar que o desafio dele não era pequeno. Não se tratava de um complexo imaginário de ter um nariz de um certo jeito, ser gordo ou magro ou não ter uma linda aparência. Eu gostaria que você imaginasse a situação se colocandono lugar dele. Feche seus olhos por alguns segundos e imagine que você não tem dedos, mãos, braços e nem pernas. Faça isso agora. Você se sentiu impotente? Ta lvez uma agonia de ser um prisioneiro e m seu próprio corpo? Esta era a realidade de Nick por quase três décadas. Seria prec iso encontrar uma mulher que tivesse a mesma capac idade dele, a de olhar para ele a lém de sua defic iência física. Apenas uma coisa pode fazer a lguém olhar para você a lém de sua aparência ou defic iência física: a beleza da sua alma. E foi isso o que chamou atenção de u m a be la j o ve m q ue ass ist ia a um a das pa le st ra s d e N ic k . “ E u já t inha t ido relacionamentos em que busquei a aparência física. Quando conheci o Nick, eu estava buscando algo diferente. E le tinha esse algo”, diz Kanae, hoje esposa e m ã e d o s do i s f i l hos d o ca sa l . O s do i s s e c onhe c e r a m e se c a s a r a m p ou c o s meses antes de le completar 30 anos. Kanae casou com um homem sem braços nem pernas, porém não aleijado. O espírito de Nick, sua atitude para com a vida, sua capac idade de ver seu valor própr io apesa r de sua def ic iênc ia, fo ram qua l idades que passaram segurança para Kanae. O homem autoconfiante também tem a qualidade que a mulher mais quer. Todos nós temos vantagens e desvantagens. A lguns nasceram com um corpo escultura l, outros c om a lguma def ic iênc ia. Ta lve z você seja um a j ovem que nunca namorou ou uma mulher d ivorc iada pe la terceira vez. Você pode estar d e s e m p re ga d o o u ter u m a e mp res a q ue e m p re g a dezenas d e pessoas . Ninguém tem todas as qualidades da perfeição. Por isso, no que diz respeito a re lac ionamento, nã o importa qua is suas desvantagens, você prec isa aprender a torná-las e m vantagens e compensá- las. Faça isso focando no que você tem e não fazendo grande caso do que não tem. Não seja preconce ituoso contra si mesmo. Esqueça as defic iências que você não pode mudar. Pare de se comparar com outras pessoas que têm o que você não tem. Note suas qual idades. Maxim ize-as e tire de las a autoconf iança que fará de você uma pessoa atraente seja qua l for a sua defic iência. Há uma lenda juda ica que d iz que um rabino chamado Zusya estava à beira da m o r te e m sua cama , cho rand o inconso lave lmente . S e u s a lunos lhe perguntaram: — Mestre, por que choras tanto? E ele respondeu: — É porque e m breve vou comparecer d iante do trono do Deus A lt íss imo e Ele me perguntará: — Zusya, por que você não foi tão grande quanto Abraão? E eu responderei: — Porque o Senhor não me fez Abraão. E Ele me perguntará: — Por que você não foi tão grande como Moisés? E eu responderei: — Porque o Senhor não me fez Moisés. Então, Ele me perguntará: — E por que você não foi tão grande como Davi, pelo menos? E eu responderei: — Porque o Senhor não me fez Davi. Mas quando Ele me perguntar: — Por que você não foi tão grande quanto Zusya? O que eu responderei? Seja tão grande quanto Deus o criou para ser! “DIFÍCIL”: DIFERENTE PARA O HOMEM E PARA A MULHER De forma geral, um namoro b l indado começa com ambas as partes fazendo o que é difícil primeiro. Fazer o que é difícil requer autoconfiança, força e determinação. E este “difíc i l” não é igua l para o hom em e para a mulher. D e fato, são dois papeis bem distintos: A autoconfiança do homem se manifesta quando ele vai atrás da mulher de seu interesse. A autoconfiança da mulher se manifesta quando e la resiste à sua vontade de correr atrás do homem que lhe interessa. Recentemente conversamos com um casal e perguntamos como se conheceram. Ele disse: “Eu era namorador, mas ela era a garota mais difíci l da escola. Passado um tempo, eu não quer ia ma is saber das outras. Eu só queria e la , m a s e la n e m dava bo la pa ra mim” . E e la con fe ssou: “Na ve rdade e u já gostava dele, mas jamais iria demonstrar isso. Eu não era esse tipo de garota. E le f icou um ano atrás de m im, até que f ina lmente de i uma chance para ele”. Os dois estão casados e felizes há mais de vinte anos. Com o foi com eles, e também comigo e com a Cristiane, temos visto que os casais que seguem esse mode lo, de fazer o trabalho difíci l no iníc io do n a m oro , t e nd e m a se r m a i s fe l i ze s n o c a s a m e n t o depo i s . T a l v e z v o c ê n ã o saiba, mas esse mode lo foi uti l izado pelo próprio Deus na conquista das pessoas para Si. Ve ja que interessante. N a Bíblia, Deus sempre usou o re lac ionamento entre home m e mulher para ilustrar o relacionamento entre Ele e as pessoas. Desde o iníc io E le falou sobre fazer uma “aliança” com o Seu povo; falou e m “casar” com a nação de Israel; e quando enviou Jesus à Terra, este ve io para ser o “noivo” da igreja, cons iderada a “noiva”. E é neste ú l t imo exemp lo que vemos o mode lo da conquista: Maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a igreja e a Si mesmo Se entregou por ela.1 Note os pontos importantes e suas lições para nós: E le foi até ela : Je sus a m o u a igre ja (nós ) e en tão o q ue fe z? Sa iu d o S e u conforto no Céu e ve io à Terra (onde Seu povo estava). O hom e m va i atrás da mulher e a encontra no território dela, não o contrário. E le corre o risco da re je ição, a s s im c o m o Je sus , q ue foi re je i tado p o r mu i tos . Es t a é a luta d o hom e m , sua pa rte di f íc i l. A mu lhe r n ã o de ve cor rer a trás de le , por m a is interessada q ue esteja. Esta é a luta de la . E le S e en tr e go u pr imei r o : fo i a ss im q ue E le p r ovou S e u a m o r p o r nós, en tregando-Se a nós p r ime i ro e m tota l comprom isso . Fo i por e ssa entrega dEle por m im que eu decidi m e entregar e me “casar” com Ele. A mulher só deve se en tregar a o h o m e m depo i s que e le se entregar pa ra e la e m casamento. D o contrár io, nã o have rá ne le n e nhuma ra zão pa ra se entregar por ela depois. I n fe l i zmente , a s pe s s oa s h o j e e s tão p e r d e nd o o f o c o des te m od e l o , especia lmente as mulheres. A MULHER DIFI E A MULHER FÁ Hoje, vemos muitas mulheres pendendo para os extremos — são fáceis demais ou difíceis demais. Não estamos pegando no pé das mulheres. A q ue s tã o é q ue o s h o m e n s s e m p re vã o reag i r à ma ne i r a q ue a s m u l h e r e s se compor tam. O pod e r n o re la c ionamento s emp re es teve c o m e las, m a s infelizmente esse poder tem sido mal util izado pela maioria. Vamos entender os perfis destes dois t ipos de mulher. A Difi A mulher extremamente difícil, a quem chamamos de Difi, tem um comportamento que a faz inalcançável e inacessível. E la é aquela mulher superindependente que, por mais bem-sucedida e soc iáve l que seja, não pe rm i te q ue n i ng uém se ap rox ime d e seu coração. E la in t im ida o s home ns . C o m sua l is t inha d e ex igênc ia s d o q ue u m h o m e m d e ve se r e ter , n e nh u m consegue a lcançar seus padrões. E la v i ve d i zendo “não t em n ing uém pa ra mim”. Quando aparece u m candidato, e la sempre acha um defe i to ne le: ta lvez e le nã o tenha o m e s m o n íve l cu ltu ra l q ue e la , n ã o ga nhe tan to qua nto e la