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O m o m e n t o m a i s d o l o r o s o e m n o s s o c o n s u l t ó r i o CRISTIANE E EU JÁ PERDEMOS A CONTA de quantas vezes pensamos ao aconse lhar casa is e m nosso consultór io matr imonia l: “Esses do is nunca deve r iam ter se casado”. É duro ver duas pessoas que nunca dever iam ter se juntado infernizando a vida um do outro. Ma is duro ainda, é claro, é para elas tentar fazer funcionar um casamento que nunca deveria ter acontecido. Isso nos levou a uma conclusão: A maioria dos divórcios começa no namoro. A pessoa não viu os sinais, ou viu e ignorou. D izem por aí que o amor é cego. Em parte, é verdade. As pessoas se apa ixonam, s onha m c o m u m casamento perfe i to e m que a ca sa está sempre a r rumada c o m o nas nove la s, a mu lhe r já a corda c o m ma qu ia gem, o ma r ido com o cabelo penteado e no qual romance e dinheiro nunca acabam. Enquanto s o n h a m , n ã o e n x e r g a m o s s i na i s j á a pa r e n t e s d u r a n t e o n a m o r o d e q u e a previsão é de pesade lo c om crises esparsas após a lua de mel. A exc i tação do namoro , a perspect iva de f ina lmente acabar c om a sol idão, se casar e provar para a tia Gertrude que afinal você não vai ficar igual a ela, se tornam motivos muito mais fortes do que se preocupar com detalhes sobre o parceiro. U m a v e z a c e g ue i r a in s ta lada , o s e r r o s s ã o p r a t i c a m e n t e g a r a n t i d o s e o divórcio, salvo por milagre, será apenas questão de tempo. Mas não precisa ser assim. A maior ia dos d ivórc ios c omeça no nam oro porque acred itam p or a í que o “amo r é cego”. N ã o é. O am o r ve rdade iro nã o é cego. O verdade i ro a mo r é inte l igente e enxe rga me lhor que u m a águia . Es te l ivro será os o lhos d o seu amor, a s lentes que lhe darão v isão a curada para ident i ficar p rob lemas cedo no re lac ionamento; ve r de l onge qua nd o u m a pessoa nã o é pa ra você; e também enxergar e m si mesmo o que pode estar fazendo de você uma pessoa que n inguém quer para casar. Também saberá como fortalecer o seu senso de va lor própr io; c om o merece ser t ra tado e m u m re lac ionamento e c om o deve tra tar a outra pessoa. AS LENTES Você deve se lembrar de a lgum super-herói que usava um “super óculos” que lhe dava uma “super visão”. Este livro será uma espécie de “super óculos” para você enxergar coisas que a maior ia não vê nos re lac ionamentos. Imag ine ter v i são pa ra ve r de longe os e r ros q ue re su l t am na infe l ic idade a m o ro s a — e também os acertos daque les que são felizes no amor. Se tiver a humi ldade de a p r e nd e r e dec id i r p ra t i c a r o q u e l h e a p r e s e n t a r e m o s aq u i , v o c ê te rá e s s a visão. Am a r inte l igentemente reque r aprender tudo o que pude rmos para fazer ce rto. N ã o p re c i s am os e r ra r q ua nd o h á tan tos e xe m p l o s p o r a í d o que n ã o fazer. Quando o assunto é errar no re lac ionamento, graças à grande ignorânc ia da maior ia das pessoas, não fa l tam oportunidades de aprender c om os erros dos outros. N ã o que tenhamos p ra ze r n a m isé r ia a lhe ia , m a s pe lo m enos va m os aproveitá-la e tirar boas lições para não cometer esses mesmos erros. Quem comete seus própr ios erros e aprende deles é esperto. Quem aprende dos erros dos outros é sábio. Infe l izmente, a tendênc ia hum a na é a esperteza, n ã o a sabedor ia . H á ma is gen te i g no r and o d o q ue a p re nde nd o a s l i ç ões a o s eu redor. H á j ove ns q u e g o s t am d e e xc lama r a os ma is ve lhos: “ E u t enho d ire i t o d e errar! M e de ixe cometer os meus erros, descobrir por m im mesmo…” . Imagine as oportunidades que você tem de ser sábio e se colocar à frente da maior ia… Você conhece as definições de burro, esperto e sábio? Confira: Burro : Aque le que sente que prec isa cometer seus própr ios erros. “De ixe - me ser eu mesmo! Quero viver a minha vida!” Esper to : U m bur ro que, even tua lmente, s e g radua n a escola d a v ida e aprende com seus próprios erros. “Errei muito, mas finalmente aprendi minha lição.” S á bi o : Aq ue l e q ue ob se r va c o m a te nçã o o bu r r o e o e spe r to a r r u i na r em suas v ida s e da í ap rende c o m e les o q ue faze r e o q ue não. “Obr igado p o r me ensinarem isso.” Infel izmente, há muitos por aí fazendo burr ices no amor. A lguns deles, não todos, a c a b a m a p rendend o depo i s d e tan to errar e f ina lmente c on se g ue m a f e l i c i dade a m o r o s a , a i n d a q u e t a r de n a v i da . J á q u e m le r e s te l i v r o te rá a sabedor ia para evitar os erros e fazer certo desde o começo. E a inda que você já esteja no meio de um relacionamento conturbado, ou se recuperando de um desastre amoroso, aqui será a sua escola para f ina lmente aprender e não errar mais. Invejar é errado. Que re r a r iqueza mater ia l de out ra pessoa ou desejar a l g uém q ue já pe r tence a ou t ro a l g ué m nã o va i a j udá - lo. M a s n ã o é e r rado desejar a s v ir tudes dos outros. É até me sm o necessár io. J á que o ser humano aprende por imitação, devemos nos inspirar nas qua l idades de outras pessoas e nos esforçar para imitá-las. Quando vir a lguém que tem o que você quer, que conseguiu aque la pessoa “perfei ta” e realizou seu sonho amoroso, procure analisar o que ele ou ela fez para merecer isso. V ocê poderá descobr ir que aque la pessoa, que a pr inc íp io não parec ia ter nada de espec ia l ou me lhor que você, na verdade t em qua l idades de caráter que você dever ia imitar. Ta lvez ela sempre tenha s ido muito seletiva e nunca foi de namorar qualquer um. Talvez ela receba atenção pos it iva po rque rea lmente é mu i to s impát ica , gene rosa e as pessoas gos tam de estar perto de la . Ta lvez e le t ransm ita um a ser iedade rara pa ra os rapazes da idade de le. Ta lvez seja u m cara que invista mu ito na sua mente e in te l igênc ia , o q ue o fa z m u i t o se gu r o d e s i m e s m o a p on t o d e passa r e ssa segurança para a namorada de le . Ta lve z você t a m b é m pudesse fazer coi sas ass im ao focar sua mente em melhorar como pessoa. Por isso, não espere que este l ivro faça a lgo por você. Es te l ivro, por si só, n ã o fa z a b s o l u ta me n te nada . S e o de ixa r n a s ua cabece i ra à no i t e an te s d e dormir, de manhã ele vai estar lá, do jeito que você deixou. Pode servir como u m econôm ico b i ch inho d e est imação, po i s nã o c om e nada n e m faz suje ira. Quem vai fazer não é o livro, é você. Se aplicar as informações aqui contidas, vai descobrir como se preparar antes de namora r a lg uém, c om o atra ir a lg uém interessante, c o m o esco lhe r b e m a pessoa com quem vai namorar, como agir durante o namoro e como ter ce rte za se aque la pe ss oa é pa ra ca sa r ou ent ra r pa ra a sua l is ta d e “ fo i b o m enquanto durou”. Hoje é relativamente fácil encontrar a lguém, porém, não a lguém especial. E manter u m re lac ionamento está cada vez mais difíc i l. Esse desaf io é uma das principais razões deste livro. PARA QUEM É ESTE LIVRO? Primeiro, vamos deixar claropara quem este livro NÃO É. Há três grupos: 1. Para q ue m não que r um namoro sér io agora , só está que rendo zoar c om o coração dos outros e com o seu mesmo. 2. Para quem acha que já sabe tudo sobre namoro, noivado e casamento. 3 . Pa ra fre iras, pad re s, m onge s , e rm i tões , e unuc os e qua lque r ou t ra pessoa que escolheu vive r um a vida s impl i f icada, se m as compl icações e dore s de cabeça de u m re lac ionamento amoroso . (Av iso: se você v ive e m u m monas té r i o o u c onven t o e e ste l i vro foi “m i s te r i osamente ” pa ra r e m suas mãos; se não conseguir parar de ler e isso despertar e m você um desejo pe lo sexo oposto, não nos responsabi l izamos caso comece a questionar sua vocação. Aviso dado.) Tendo esclarecido isso, vamos agora aos que devem ler este livro: Quem quer se preparar para o namoro. Q ue m nunca namorou e que r saber c om o esse negóc io de namoro funciona. Quem está namorando e quer agir certo. Q ue m quer saber se a outra pessoa é a certa para casar. Q u e m está pas sa nd o s i tuações n o n a mor o e se pe rguntand o: “ O q ue e u faço?”. Namorados que querem fazer uma média com a namorada (“Ele está lendo o Namoro Blindado, awnnn...”). Quem já cansou de namoro que não dá em nada. Quem está desacreditado no amor. Pais que querem saber como orientar os filhos sobre namoro. F i l hos q ue q ue r e m sabe r c om o or ienta r o s pa i s sob re n a m oro (cada vez mais necessário hoje em dia). Noivos ou quem planeja noivar em breve. Quem está com dúvidas se continua ou termina o namoro. Quem quer namorar para casar e não divorciar. Divorciados que querem recomeçar a vida amorosa com outra pessoa. Quem quer muito ajudar um amigo ou amiga que está sofrendo no namoro. Q ue m quer impress ionar qua lquer u m c om o quanto sabe sobre o assunto de namoro. Q ue m quer ficar ma is bonito, ter os dentes ma is brancos e que não chova no dia do seu casamento (ok, não garant imos isso). O livro Namoro Blindado é fruto de nossas experiências de quase 25 anos de casados e de nosso traba lho d iár io c o m casa is e solte iros e m todo o Bras i l e em vários países. A lém disso, fizemos uma vasta pesquisa especialmente para e ste t raba lho. M a i s d e 4 . 300 pessoas r e s p ond e ra m a u m quest ioná r io de ta lhad o s ob r e s uas d i f i cu ldades n o n a m oro . A s re spos ta s no s d e r a m u m olhar pr iv i leg iado da rea l idade dos sol te iros hoje — e nos a j uda ram a desenvolver as soluções e ferramentas que você vai encontrar aqui. Você va i notar que o livro segue um a progressão lóg ica de antes, durante e depois do namoro. Seja qual for a fase em que você estiver, procure ler o l ivro todo. É impresc ind íve l que tenha um entendimento e v isão gera l de todos os temas. Ass im, saberá como se posicionar e agir diante de qualquer situação no seu re lac ionamento. Por exemplo, se est iver no ivo e prestes a se casar, pode p e n s a r q u e a s s e ç õ e s q u e t r a t a m d o a n t e s e d u r a n t e o n a m o r o j á n ã o s e a p l i c a m a você . P o r é m , p od e ser q ue tenha i g nora d o a lgo e ssenc ia l n o s eu re lac ionamento, q ue só tra tamos nessas seções. Por isso, le ia tudo. Lembre - se, muitos divórcios começam no namoro. Vamos, então, entender como tudo começou. CRISTIANE TIROU A SORTE GRANDE de se casar com o seu primeiro namorado. N ã o teve o coração part ido por n inguém, nã o passou pe las m ã os de n inguém. E eu tirei a sorte grande de me casar com uma mulher que nunca teve ou t r o n a m o ra d o . N u n c a ter d e m e p re ocupa r s e o e x e r a m e l ho r , n ã o precisar imaginá-la nos braços de outro. Do nosso primeiro encontro ao dia do c a s a me n t o f o r a m d e z m e se s . M a s d o d ia d o c a sa m e n t o até f ina lmente n o s a ce r ta rmos c om o u m casa l b l indado fo ram doze l ongos anos. “Se fo r pa ra con t inua r a ss im , é me lhor a gen te se separar” , C r is t iane m e d i s se u m a vez. (Mais sobre isso depois.) Nunca br igamos durante o namoro. Ne m uma br iguinha. Mas, afinal, o que causou tanto est resse e m nosso ca samento p o r tantos anos e que n ã o pe rce bem os u m no ou t ro an tes de ca sa r? Se p ud és sem os vo l t a r n o t e m p o e ter, durante o namoro, a informação que você vai encontrar neste l ivro, t e r í amos ev i t ado o s noss os p r ob lema s ? P ode r í am os ter t ido u m ca same nto blindado já a partir da lua de mel? Temos a absoluta certeza que s im. O que sabemos hoje sobre nós mesmos e sobre o out ro é tota lmente ens ináve l . Pode r íamos ter aprendido is so duran te aque les dez meses e nos poupado muita dor de cabeça. Já ter íamos começado certo. É muito mais eficaz e inteligente começar certo do que tentar acertar depois. É poss ível t ambém acertar depois, claro, e nosso casamento é prova disso. Se você já está em um namoro conturbado, com muitas dúvidas e prob lemas não resolv idos, pode, s im, muda r sua re lação se começa r a fazer a s coisas certas que vai aprender aqui. Mas saiba: quanto mais cedo aprender e fazer as coisas certas, ma ior a chance de ser fe l iz no amor . Ta lvez inver tendo a frase f ique mais forte: Quanto mais tarde você deixar para aprender e fazer as coisas certas, maior a probabil idade de ser infeliz no amor. P o r i s so, v a m o s c om e ç a r o m a i s c e d o p oss íve l . V a m o s e n t ende r o q ue é namorar, afinal. NAMORO NO SÉCULO 21 O conceito de namoro está praticamente perd ido atualmente, e você vai e n t e n d e r o p o r q u ê . O l h e a o s e u r e d o r e p e r c e b a o q u e a s p e s s o a s e s t ã o fa zendo e m seus re la c ionamentos amorosos . V o c ê ve rá q ue ho j e e m d ia a s pessoas entendem que namorar pode variar entre qua lquer uma destas coisas: Ficar com alguém e curtir enquanto durar Fazer sexo sem compromisso Pegar, m as não se apegar Mudar de status no Facebook e postar uma selfie no Instagram Para a lguns homens, ter a lguém à d ispos ição para fazer sexo; para a lgumas mulheres, ter a lguém para se divertir e bancar seus luxos Ter a lguém para sair junto com os amigos e não se sentir sozinho Fazer um test-drive para saber se vai rolar uma “química” Tapas e beijos, um va ivém sem f im entre começar e terminar Ir mora r junto para ver no que va i dar (que deu or igem à pa lavra “namorido”) Passatempo Ficar com a lguém enquanto não aparece outro mais interessante Ficar c om a lguém f ixo e ao mesmo tempo c om outros(as) ma i s interessantes Coz inhar um re lac ionamento e se divertir com outras, porque, se com elas não der certo, t em a lguém garant ido esperando Mostrar que tem a lguém para não dar a impressão de estar encalhada Ter companhia nos finais de semana Antes, havia só um nome para descrever o iníc io do relacionamento amoroso de duas pessoas: namora r . Ho je , há u m monte : f icar, pega r, enro lar , sa ir juntos, morar junto, amizade colorida, relacionamento aberto, rolo, curtir, transar, zoar, flertar, união estável, (inserir novo te rmo a ser criado em breve). Em resumo: mais intimidade,menos compromisso. N inguém é de n inguém. O namoro d e ho je é isso. Mu i ta curt ição, ne nhum a responsab i l idade; tudo é permitido. Uma bagunça. No passado, se um hom em e uma mulher e ram vistos se be ijando, era p rat i camente certo q ue e s tavam e m u m comprom is s o sér io. Ho je , o que u m casa l se be i jando que r d izer? N i ngué m sabe. Se mu ita s ve zes ne m os que se be i jam sabem o que rolou, que d irá os que estão observando. A s l inhas estão borradas. U m a aventura de um a noite pode virar re lac ionamento casua l que, por sua vez, pode dar em morar junto — e de repente não ser mais nada. U m casa l que aconse lhamos: e la gua rdava uma mágoa porque no in íc io do re lac ionamento e le havia “ficado” c om uma cliente que deu em c ima de le nu m a ba lada. E le se de fend ia : “ Ma s e u nã o es tava n u m c om p rom is s o sé r io com você”. E la rebatia: “Não? A gente só foi para o mote l no sábado antes de você ficar com ela!”. E ele, com cara de surpresa, justificava: “Eu fiquei com voc ê aque le d ia , m a s a gen te n ã o t inha c onve rsa d o na da sob re a ssum i r u m relacionamento”. A fa l ta de de f in ição no s re la c ionamentos a tua i s t e m ca usa d o u m a g rande confusão na cabeça das pessoas. Namorar, ficar, sair juntos — se tornou mais u m d ive rt imento, um a d ist ração, d o q ue p rop r iamente u m p rocesso de conhecer a outra pessoa c om o objetivo de determinar se é adequada para um futuro casamento ou não. (Acabei de lhe dar, em itálico, a definição correta de namorar.) N a m o r o é de sc obe r ta . V o c ê s t ê m q u e d esc ob r i r u m a o ou t r o e s e de i xa r descob r i r — m a s s e m t i rar a s roupas ! É a descobe r ta d o q ue e s tá den t ro d e vocês, c om o intuito de chegar à defin ição de prosseguir para o casamento ou te rm ina r . É a b u s c a e a t roca d o m á x i m o d e i n f o rm a ç õe s p a r a t om a r u m a decisão inteligente sobre o futuro do relacionamento. Isso é namorar. Coisa que os antigos parec iam entender bem melhor. A inda que o mode lo dos nossos antepassados não seja totalmente aplicável no século 21, prec isamos entender seus valores. Então vamos agora, como sábios, mergulhar no passado e aprender com os erros e acertos deles. Vamos entender melhor c omo chegamos aqui, o que não está func ionando e qua l é a melhor proposta para os dias atuais1 . ANTIGAMENTE Compa re a si tuação atual c om o que acontec ia ant igamente, quando os estágios do relacionamento eram bem definidos e com um objetivo bem claro. N o passado, d e sd e s e m p re e po r m i lha re s d e anos , o q ue o s pa i s ma i s queriam era ver seus fi lhos casados. Era questão de sobrevivência das famílias pois estas v iv iam e m comunidades. Por isso, os pais c r iavam seus fi lhos para se rem mar idos, h ome ns responsáve is e p rovedore s; e suas f i lhas para se rem esposas, m ães e companhe iras. N ã o consegui r iam ca samento sem estas qualidades. Casar era sinal de maturidade dos jovens. Não havia um conceito muito forte de adolescênc ia como temos hoje, um per íodo de transição da infânc ia para a v ida adulta ma rcado pe la busca da máx ima curt ição antes que o “túmu lo” do c a s a m e n t o o s e n t e r r e… A p a s s a g e m p a r a a v i d a a du l ta e r a q ua s e s e m p r e marcada pelo casamento. Quando os jovens chegavam a um a idade e m que se cons ideravam prontos para casar, o processo de namoro começava. Namorar envolv ia inic ialmente o homem ser aceito na casa da moça para ser conhecido e avaliado. E le só a tirava de casa quando se casava com ela. Da í o te rm o “cor te ja r ” , u m a an t iga f o rm a d e desc reve r o q ue a con tec ia an te s d o namoro e m si. O rapaz era admit ido na “corte” de la, ou seja, no espaço de la, onde e la (ma is comumente seus pa is) mant inha o controle ou acesso. (O contrário nunca acontecia, a moça ir namorar na casa do rapaz.) P r ime i r o , o r a paz t inha d e s e ap re sen ta r a o s pa i s d a m o ç a e conq u i s ta r o respe ito de les. E ra cos tume os pa is de le in ic ia lmente c omun ica rem aos pa is de la o interesse d o f i lho. O p roc esso ex ig ia q ue o rapaz desenvo lve sse b o a amizade c om os pa is da moça e vice-versa. Isso fortalecia os laços familiares e, consequentemente, o casamento. Todos torc iam e traba lhavam para que o c a same nt o desse ce rto e a s fam í l ias se man t i ve s sem un idas. E m a lg uma s culturas, o rapaz o u seus pa i s t ra z iam p re sen te s , n ã o s om e n te pa ra ag rada r a o s pa i s d a m o ç a , m a s t a m b é m p a r a m os t r a r q u e o r a p a z t i nha c ond i ç õe s econômicas de casar com ela, caso fosse aceito. C o m o consen t imento dos pa is, o rapaz podia ter acesso à m oça e in ic ia r o processo de conquistá - la e de se conhece rem melhor. M e sm o ass im, não era permi t ido q ue f i c assem a sós. E m casa ou se fossem a a lg um evento soc ia l , t e r iam d e ser a c ompa nhad os por u m chape rone . Qua se sempre u m a mu lhe r mais madura ou um irmão mais ve lho que acompanhava o casal para garantir que não se comportar iam de mane ira inapropriada. S e tudo p rossegu i s se b em , o ca sa l en t rava e m u m c omp rom i s s o d e casamento, que hoje conhecemos como noivado. Os preparativos para o casamento começavam: o noivo providenc iava a futura casa onde iriam morar e a no i v a s e o r g a n i z a va p a r a s e to rna r e s p os a . A ce r im ôn i a d e c a s a m e n t o o f i c i a l i zava a un iã o d o ca sa l c o m a b e nç ã o d e a m b a s a s fam í l i a s e os do i s en tã o i a m pa ra a s núpc ia s. A l i , n a lua d e me l , e ra qua se se m p re a p r ime i ra vez que se tocavam fisicamente. Tud o is so pa rece n os reme te r a o t e mp o d o s d inossauros, m a s an tes de descartar esse passado c om o r id ícu lo, vamos ana l isar os s ignif icados e benefíc ios por trás daquelas práticas. Tradicionais fases do relacionamento: do conhecer ao casamento POR QUE FUNCIONAVA N o geral, note que o processo colocava prat icamente toda a responsabi l idade e o trabalho da conquista nas mãos do homem. Ele é que tinha de enfrentar os p a i s d a m o ç a e c onq u i s t a r o r e sp e i t o de l e s . E l e é q u e t i n ha d e s e m os t r a r re sponsáve l e capaz de cu idar de la . S e consegu is se convence r o s pa is , ter ia então de conquistar o interesse e a a fe ição dela. A l é m d i s so , du ra n t e o cor te j o n a ca sa d o s pa i s d a j o ve m o u e m ocas iõe s soc ia is , o ca sa l pe rm ane c ia o t e m p o t od o s ob o s o lhos v ig i l an te s d e a l g um membro da famí l ia de la. Isso in ib ia qua lquer tentativa de o rapaz t irar v a n ta gem de la ou desrespe itá - la . E l e sab ia q ue se a desrespe i t asse, t er ia d e da r sat is fação à famí l ia de la . S im , a cond ição pa ra ter conta to sexua l c o m a moça era casar com ela. O objet i vo do corte jo e ra rea lmente conhece r o que estava dent ro da outra pessoa , n ã o o q ue estava p o r ba ixo d e suas roupas . E sse conhece r e ra fe i to por meio da conversa, da troca de ideias, informações e opiniões entre os dois. Por isso, beijar, abraçar ou até segurar na mão eram considerados desnecessár ios, fora do objet ivo do cortejo. E sem a tensão do contato físico, os dois podiam manter o foco no que rea lmente importava naque le momento: conhecer um ao outro. Cons iderando que o d ivórcio não era uma opção fácil n e m muito bem-vista n a s oc ie dade , o ca sa l t inha d e ava l i a r m u i t o b e m u m a o ou t r o e e sta r b e m seguro de que ambos rea lmente quer iam assumir um compromisso por toda a vida. Chegar a essa dec isão o quanto antes era o objetivo — ou casavam logo ou deixavam de enrolar. E como a intimidade física não era permitida antes da noite de núpcias, isso também incentivava o homem a partir logo para o casamento, em vez de ficar enrolando a moça. Em muitos casos, o namoro era muito rápido. Já partiam para o casamento. Con t ra s te i sso c o m o q ue a con tece ho j e e m d ia. C o m o a s pessoas ve e m o n am oro , e m g rande parte , c o m o d ive rsão, u m a opor tun idade d e ter con ta to f ís ico sensua l , p a s sam u m longo t e mp o se re lac ionando dessa f o rma e se c onhe ce nd o m e s m o m u i t o p ouc o. O na m oro f ís ico lhe s sat is faz o s dese jos sensua is e a necess idade de companhia . Ass im, elas não têm nenhuma pressa para casar. Por isso é comum hoje ver “namoros” de dois, três, c inco anos ou mais, sem nenhum planejamento ou projeção para casamento. O cortejar func ionava b em para os devidos f ins. Ve j amos a lguns dos benefícios: Envo lvimento das famíl ias: pessoas madura s e de conf iança gu iavam seus fi lhos para um b om casamento. A aproximação dos parentes de ambos os lados fortalecia os laços familiares do futuro casal. O apoio familia r para que o ca samento func ionasse era mu i to forte. E , é c la ro, por essa trad ição, r a r a m e n t e s e c a s a va m m e m b r o s d e fam í l i a s r i va i s o u q u e n ã o se d a v a m bem. Já se conheciam: porque ambos normalmente e ram de famí l ias próximas, era c o m um já se conhece rem desde a infânc ia. Qua nd o não, m e sm o ass im, as re ferênc ias fami l ia res já a tes tavam as boas or igens dos candidatos. Nã o era c om o hoje , quand o a s pessoas s ab em p ra t icamente nada sob re o passado de quem começam a namorar. R e s p o n s a b i l i d a d e d o r a p a z p a r a c o m o s p a i s d a m o ç a : e le s a b ia q u e te r ia d e c u i da r e t ra tá - la b e m , p o i s e m p e n h o u s u a p a la v r a a o s pa i s de la . Ho je , honra r o c om p rom is s o c o m a fam í l ia da e sposa é um a p reocupação quase inexistente na mente de muitos mar idos na hora da crise conjuga l. Às vezes, quem volta para casa dos pa is é ele, de ixando sua esposa e fi lhos e m casa. Filtrava os fanfarrões: todo o processo do cortejo — a seriedade, o envolv imento das famílias e o objet ivo e m si (casamento) — já mant inha os que t inham segundas intenções c om a moça bem longe. Ela, por sua vez, já sabia que o rapaz era sério e estava rea lmente determinado a conquistá- la. O foco era certo: descobr ir e dec id ir se quer iam ser ma r ido e mu lhe r pe la v ida toda. I s so fazia a ava l iação ser b e m ma is rac iona l e ca lcu lada d o que emocional e impulsiva, como costuma acontecer atualmente. A d i f i culdade va lor i zava a conquista: c o m tan to t raba lho e tantas barre iras para chegar à m oç a e f ina lmente se casar c om ela, o h om e m costumava valorizar mais o que conquistou a duras penas. N ã o h a v i a i n t i m i d a d e o b a s t a n t e p a r a h a v e r b r i g a s : s e m o s e x o , o casa l não t inha tanta int imidade, os jovens não t inham a sensação de posse um do outro e por isso não t inham razões para brigar. A o contrário de hoje, quando nam orad os são at ivos sexua lmente e v i vem br igando, t e rm inando, vo ltando e b r igando novamente . Ass im , desgas tam a re lação antes m e sm o do compromisso. É c la ro q ue o corte j o nã o e ra u m s i s tema perfe i to. A l g un s pa i s a ca b a va m impondo sobre seus fi lhos a escolha do cônjuge, em vez de deixá-los decidir. Mot ivações sociais, econômicas e polít icas muitas vezes inf luenciavam a escolha do par para os fi lhos. Mas nem sempre isso significava que o casal era infeliz. Na sua maioria, os casais aprendiam a se amar e constru íam uma vida juntos. Porém, as vozes de descontentamento c om esse s is tema fa lavam alto. Estamos acostumados a ver nos f i lmes de época a jovem sendo forçada pe los pais interesse iros a casar c om um am igo r ico da famí l ia, que, para reforçar o d rama no enredo, cos tumava ser u m hom em b em ma is ve lho que ela, fe io de doer, asqueroso, bêbado, mulherengo, v io lento e barr igudo. Fo ram histór ias como essas que rotu laram os casamentos arranjados como uma absurda violação dos direitos dos jovens, especialmente das mulheres. (Mas não vamos nos esquecer que no s is tema atua l isso a inda acontece, não por impos ição de n inguém, mas por l ivre escolha de muitas mulheres. É só dar uma olhada nas colunas sociais e sites de celebridades para verificar.) A pe sa r d e nã o se rem a norma , ca sos d e abusos so f r idos po r m u lh e r e s e m casamentos arranjados e coavam e m todas as c lasses soc ia is. É a ve lha história: má notíc ia corre rápido e vende mais. Isso, s om ad o à popu la r idade dos contos românt icos q ue ganha vam espaço nas artes l iterárias, fez com que o cortejo saísse de moda. Entra a era do amor romântico. Cristiane O nome já parece vir c om flores: Roman t i smo… ahhhh, um a idea l ização feminina que nos faz sonhar. Mas você sabia que isso foi um movimento? O Romantismo começou nas últ imas décadas do século 18 na Europa e se estendeu até o século 19. Ele veio em contrapartida ao século anterior, que promoveu a razão, o I luminismo. Depois de séculos de escravidão menta l promov ida pe la religião e pe los gove rnos , a Re f o rma P ro tes tante c r iou e spaço pa ra q ue as pessoas c om eç a ss em a pensa r por s i m e sm a s . Ass im , o m un d o oc iden ta l sa iu d o que a História hoje chama de “Idade das Trevas” e, com o passar do t emp o, c om e ç ou a ab raça r a s ide ia s d os pensado re s i l um in i sta s. M u i t o s desses pensadores, para romper definit ivamente com a dominação religiosa dos séculos anteriores, foram para o outro extremo, colocando a sabedor ia h u m a n a c o m o cen t r o d e tudo. M a s , c o m a s p e ss oa s s e nd o m o t i v a d a s a pensar por si mesmas, poder iam encontrar o equil íbr io, en tendendo que o homem não era o centro e que a razão não precisava excluir a fé. Porém, antes que a s pessoas pudess em encontra r u m equi l íbr io, o Romant ismo ve io para anular o que o I luminismo buscava. Agora era hora d e v i ve r p e l o s s e n t im e n t o s e n ã o p e la r a zã o . E fo i a s s im q u e o m u n d o vol tou a ser escravo, dessa ve z não de uma re l ig ião ou gove rno, e s im d o própr io coração. S e ocoração sent iu, é porque tem que ser, c om o vár ios cantores hoje entoam com tanta dor. A ideia do romance é tão influenciadora e entranhada e m nossas veias femininas, que a primeira vez que me dei conta dessa realidade foi como quando descobri que Papai Noe l não existia. Uma verdadeira decepção. O s escr i tores desse pe r íodo, c om o a ing lesa Jane Austen, fo ram os que m a i s con t r ibu í ram pa ra q ue o r om a nce se t rans formasse e m idea l i za ção amorosa no imaginário popular. Até hoje, mulheres suspiram por seus personagens inventados. Apesar de ter v iv ido séculos antes, o dramaturgo Wi ll iam Shakespeare inf luenciou o trabalho de muitos romancistas da época, que beb iam de seu espíri to para contar suas própr ias histór ias. Detalhe, Jane Austen nunca se casou, e Shakespeare, com sua vida pessoa l obscura, não foi conhec ido como um grande sucesso em sua vida amorosa. Sem contar que n inguém se lembra de que Romeu e Julieta, a mais famosa peça de Shakespeare, a cabou com o suicíd io de ambos e mais três mortes! Em uma época sem televisão e internet, era dos livros o pape l de moldar o pensamento da soc iedade, para o be m ou para o mal. Cons ide rado ma rc o inicial do romantismo, o livro Os Sofrimentos do Jovem Werther, do alemão Goethe, levou vários leitores à morte quando foi lançado. As pessoas f icaram tão envolv ida s c o m a h istór ia de amor frust rado d o protagonista , que imitaram seu suicídio. E foi sob re e ssa s t ragéd ia s l i te rár ias q u e mu i ta s pess oas p as sa ram a basea r suas v ida s am o ro sas e o fa ze m a té hoj e . V a m o s sent i r e m ve z de pensar e de analisar. Vamos sofrer pois amar é sofrer, arriscar, se lançar de u m p réd i o a l to e v e r n o q ue va i d a r … Se r á q ue j á n ã o s a b e m o s o f ina l dessa história? “ O sen t ime nt o d o art is ta é sua le i” — d i s se u m d os g r andes art is tas da é p oca , r e s u m i nd o b e m o q u e o s g u i a va e m sua s ob ra s . E o s e n t im e n t o s e tornou mesmo lei. Jovens começaram a se rebelar e resistir à interferência dos pais, tomando e m suas própr ias mãos a responsabi l idade de encontrar o amor de suas vidas. No antigo sistema, os pais escolhiam e os fi lhos consentiam. No novo, os filhos escolhiam e os pais consentiam. Mais tarde, os fi lhos escolhiam e os pais, consent indo ou não, t inham de aceitar. Hoje, a maioria dos pais não tem ideia do que seus fi lhos estão fazendo de suas vidas amorosas, com quem nem onde. Quando muito, f icam sabendo por terceiros que a fi lha engravidou ou que o fi lho foi morar junto com alguém. E o pior: muitos desses pais acham que é melhor assim. “Eles precisam errar para aprender”, dizem. Cada ve lha geração tem a nova geração que merece. Tentando consertar um sistema que facilitava abusos em alguns casos, criou- se uma desordem generalizada. A emenda ficou pior que o soneto… UM NOVO MODELO N ã o e s t a m os d e f e nd e nd o aq u i u m a vo l t a a os an t igos c o s t um e s d e n a m o ro s e gund o o q ue e ra fe i t o e m ta l época , ta l t rad i ção o u re l ig ião. N a ve rdade , nem a Bíblia dá algum mandamento em si de como namorar. Era desnecessário. No período bíblico o cortejo era culturalmente implíc ito, já que os p r inc íp ios fam i l ia res e r a m b e m ma i s fortes. E i sso nã o m u d o u m u i t o a o longo de milênios. Mas eventua lmente tudo muda e nós, como seres intel igentes, temos de nos adap ta r à s m ud a nç a s d a soc iedade . A s ú l t ima s d é c ad as t ê m t e s te m unha d o transformações drásticas nos relacionamentos amorosos, a lém do desenvo lv iment o e m vá r ias ou t ra s á reas q ue t a m b é m a fe tam d i re tamente a vida a dois. Para citar apenas a lgumas: A mulher se emancipou. Não depende mais do marido ou dos pais A principal economia mundia l de ixou de ser a agrícola/industrial e passou a ser a intelectual (o que colocou a mulher a par com o homem no mercado de trabalho). A Internet revoluc ionou a comunicação através das redes sociais e abriu um leque de outros fatores: pornografia , chats, sites e aplicativos de relacionamentos, Skype, troca de fotos e v ídeos instantâneos, mensagens de texto… — coisas, entre outras, com as quais nossos pais e avós nunca tiveram de lidar. A nossa geração prec isa de novas estratégias e atitudes para navegar nessas mudanças. O m o d e l o a n t i g o é , p a r a t od os o s e fe i tos , im p ra t i c á ve l a t u a lm e n t e . E a s prát icas atua is t ampouco estão func ionando. O que e s tamos p ropondo é que você aja com inteligência e b om senso: t ire as l ições do passado e do p r e s e n t e ; ob s e r v e o q u e f un c i ona , o q u e n ã o , e p o r q uê ; e , e n t ã o , a d o t e a melhor estratégia. Nã o p ropomos trazer de volta as prát icas ant igas, e s im os va lores ant igos. Os tempos mudam, os costumes culturais variam, mas os valores jamais enve lhecem. Q u e m nã o gos ta de respe ito, adm i ra ção, cu idado, segurança , seriedade, responsabil idade e compromisso? Infe l izmente, o s i s tema q ue t emos no s d ias de hoj e nã o p r om ove e sses valores. Hoje , a pr imeira coisa que um hom e m faz ao demonst rar interesse e m uma mulher é exatamente o contrár io de ant igamente. E le logo pensa em convidá- la para “sair”. Note: e le não vai ma is a té ela. Até o pegar e m casa (termo que nos d ias atuais pode não ter nada a ver c om passar de carro na casa de la para levá- la ao loca l d o encont ro) já está sa indo d e moda . A tua lmente, é c o m u m marcar o lugar onde vão se encontrar — um barz inho, restaurante, ba lada, ou onde for — e cada um vai por si. O b se r ve q ue a exp re ssão e m s i já ind ica u m a m ud a nç a de c o s t ume : “ sa i r juntos”. O h om e m hoje não que r cortejar, entrar n o amb ien te da moça , ma s s im t i rá - la d e lá e t razê- la pa ra o amb ien te de le ou pa ra ond e e le pode rá ter acesso total a ela sem a interferência de n inguém — especialmente da família. Quanto mais distância dos familiares, melhor. (A mulher fica vulnerável, apesar de muitas, m e s m o a ss im, de fende rem a té a mor te sua independênc ia familiar. ) A ideia de “sair juntos” ind ica mais uma busca de d ivert imento do que o objetivo de conhecer a pessoa. Por isso, muitos namoram sem a mínima intenção de comprom isso ou de se aproxima r da v ida da pessoa, ma s apenas para tirar proveito dela. O resul tado d i s so t e m s ido a fa l ta de comprom is so , o en f raquec imento da p o s i çã o da m u l h e r e o p ou c o e n vo l v im e n t o d a fam í l i a d e a m bos . I s so t e m co locado o pode r nas mã os d o hom e m , que fac i lmente consegue tirar o que q u e r d a m u l h e r s e m d a r m u i t o e m t r oc a , a n ã o s e r t a l v e z u m j an ta r e u m ticket para um c inema (isto é, se ela não insistir em pagar ou dividir a conta). De ixamos de lado o cortejar para s implesmente sair ou “ficar”. Não mais se respe ita a mu lhe r n o e spaço de la n e m se p rocura conqu i s ta r o d ire i to de ter a c es s o a e la . Q ua l q ue r ou t r o e s pa ç o se rve , d es de q ue se j a l ong e d a “ in te r fe rênc ia ” d o s fam i l ia re s, a f im d e curt i r a ou t ra p e s soa e a tende r a o s seus anseios por diversão. E que fique bem claro: homens e mulheres têm permitido que seja assim. “VOCÊ TEM QUE FALAR COM MEU PAI” Cristiane O Renato me contatou pe la primeira vez através de um cartão postal, cheio de poesia, entregue e m mãos por u m am igo seu. Gua rdo com igo até hoje. Fu i à s nu ve ns e volte i , po i s já gos tava de le na época , m a s e le nã o sab ia . Mostrei o cartão para minha mãe, que logo providenc iou uma ligação para u m a m ig o e m c o m u m no s so pa ra ques t iona r o R e na t o sob re s u as intenções. A lgumas semanas depois, esse amigo em comum me convidou para conhece r o Rena to pessoa lmente na igreja, e, c o m autor ização dos m e u s pais, fu i d ire to da escola para pega r o f ina lz inho da reunião d e l íderes de que e le partic ipava. D e lá, fomos todos juntos comer um cheeseburger n o McDona ld ’ s do bairro — nosso am igo e esposa numa mesa e nós dois e m outra. Conve rsamos sob re assuntos que não t inham nada a ver c om o que realmente queríamos — namorar. A segunda vez q ue nos encont ramos fo i nos estúd ios d e u m a rád io. N a época, eu auxi l iava uma radialista e m um programa para jovens aos s á b a d o s à t a r de . O R e n a t o c h e g o u l á j á n o f i m d o p r o g r a m a e s ó d e u tempo de me dar um chocolate e nos despedirmos. Q ua nd o chegue i e m casa e falei a respe ito d a vis i ta do Rena to na rád io, meu pai ficou furioso. — Como assim? Esse rapaz ainda não a pediu em namoro! — Mas pai, a gente nem teve tempo de falar sobre isso ainda... — Não quero saber, se ele quiser falar com você outra vez, terá de passar por mim primeiro e pedir autorização. Se não fizer isso, da próxima vez que vier falar com você ele vai se ver comigo! E m m inha de fe sa, e u nã o t inha ide ia dessa tensão c o m o pa i d a Cr is t iane. E m meus re lac ionamentos anteriores, nunca t ive de falar com o pa i de nenhuma namorada. Nunca aprendi esse ritual. Para m im, s implesmente estava fazendo o que sempre fiz e via os outros fazerem. Eu tinha ouvido falar coisas mu i to pos i t ivas sob re a Cr is t iane e m e interesse i por e la. S im, e la era l i n da , e é a t é ho j e , e — n ã o v o u m e n t i r — a a p a r ê n c i a d e l a m e c h a m o u atenção. Ma s eu já tinha tido namoradas muito bonitas antes. Afinal, este que vos escreve ta mbém não era de se jogar fo ra… M e u ma ior interesse, porém, era na pessoa que m e d i s seram que e la era. Eu não quer ia ma i s errar. T inha acabado de sair de um longo re lac ionamento. Então, quis conhecê- la melhor. Nã o quer ia já ir d izendo “Que r namorar com igo?”. E eu ne m sab ia se e la gos tava d e m im . Q ua l nã o foi m i nha su rp resa q uand o fu i encontrá - la novamente... Cristiane F ique i s e m sabe r o que fazer, já que o Rena to a inda nã o t inha tocado no assun to . L e m b ra nd o que n a época não ex ist ia ce lu lar n e m Internet. Pa ra ele falar comigo sem m e encontrar, teria de ligar na minha casa. Ma s nem nesse estágio havíamos chegado. A p r óx ima vez q ue e le ve io m e encont rar , e u e s tava n o a l tar d a igre ja , l ogo a p ós a reun ião d e d om i ng o d e ma nhã , re ce be nd o l iç ões de m ús i ca com o instrutor. Quando o avistei vindo em minha direção, subindo as escadas do altar, t remi na base me lembrando do que meu pai havia fa lado. Eu t inha apenas 16 anos. M e esquec i totalmente do instrutor e das p e s s oa s q u e a i n d a e s t a v a m n o s a l ã o d a ig re j a e , a s s im q u e e le a b r i u a boca para falar, não o deixei continuar: — Você tem que falar com o meu pai. Hoje , quando m e lembro, rio porque ele l evou u m susto. A cara de le era de a lguém que es tava d i zendo pa ra m im : “Ma s eu a inda n e m se i se você quer me namorar!”. S a b e nd o q u e m e ra o m e u pa i , e le re spe i tou o m e u p e d i d o e n ã o fa lou ma is nada. Só disse tudo bem, que iria falar com ele ainda aque la semana. Eu fui falar com ele na sexta-feira seguinte. Foram os cinco dias mais tensos da m inha v ida. Ma s a tensão da antec ipação não se compa rou ao que aconteceu dentro da sala com o pai dela. (Mais sobre isso nos próximos capítulos…) O que posso d izer agora é que aque la ati tude da Cr is t iane, d e coloca r u m a barre ira q ue e u ter ia de u l t rapassar pa ra chega r a e la, t e ve u m e fe i to ext raord inár io e m m i m c om o hom e m . A m en sag em captada foi: “ A coisa é sér ia . V o c ê t e m de ser h o m e m agora . S e est ive r a f im d e br inca r, é me l hor parar por aqu i” . M i nha s intenções n ã o e ra m br incar c o m os sent imentos d a Cr i s t iane ou m e ap rove i t a r de la . M a s a reação de la m e fez adm i rá - la a inda mais, pois v i que não era um a qua lquer. Eu prec ise i engrossa r m inha hombridade, reavaliar minhas intenções e me preparar para passar no teste do “de homem para homem”. É isso que as pessoas prec isam nos d ias de hoje: não agir como u m ou uma qualquer. Sempre ouç o solte iros d i ze rem: “Es tou procurando a lguém ass im e ass im, que se ja especial, dife rente…” etc. Ma s aí agem c om o um ou uma qua lquer. Aceitam beijo no primeiro encontro, querem esfregar o corpo um no outro, vão de i xa nd o rolar , a té a c ab a re m n u m m ot e l ou ou t ra c a m a qua lque r — e is so sem nem saber ao certo o que existe entre eles. Fazem o que todo mundo faz. Não pensam por si mesmos. A mensagem que o cara capta é: “Essa foi fácil. Não é para compromisso. É só para zoar. Vamos ver até onde cons igo levar isso”. E na cabeça dela passa a lgo do tipo: “Se eu m e entregar para ele, e le va i m e amar. V ou fazer tudo o que ele me pedir”. Não está funcionando. Nem para eles, muito menos para elas. Precisamos de um novo mode lo, novas estratégias. O novo modelo é o “namoro blindado” e as novas estratégias você vai aprender aqui. Poste em nosso Facebook (fb.com/livronamoroblindado) ou em sua rede social preferida: Começo hoje a aprender os segredos de um #namoroblindado. 1 Alerta antitédio: se você se sentir tentado a pular esta parte sobre a lguns fatos históricos do namoro, resista. Sabe aqueles clichês, “você não saberá para onde está indo se não souber de onde está vindo” e “quem não conhece a história está fadado a repeti-la”? Então, sua professora de história estava certa. Vai ser um mergulho rápido, mas com lições bem legais. Bora lá! Se você não entender o que é um namoro blindado e por que precisa dele, não ap rec ia rá a impor tânc ia de ter um . Na m o r o b l indado é aque le e m que vo cê e s tá : 1. Protegido contra se casar com a pessoa errada 2. Proteg ido de perder a pessoa certa1 quando encontrá -la Pense um pouco nesses dois pontos. É difícil acordar do pesadelo de ter se casado coma pessoa errada ou perdido a pessoa certa. Descobr ir depois de anos de um casamento infeliz que você errou na escolha de parceiro; não conseguir se perdoar por ter estragado o r e la c i ona men t o c o m o a m o r d a s ua v ida, q ue a c ab ou c a sa nd o c o m out ra pessoa — tem sido a realidade de muitas, muitas pessoas hoje. É ma is fácil acontecer do que parece. Porque as pessoas não estão sabendo conduz ir o namoro, muitas estão errando na escolha, cegadas por seus sent imentos. Lívia se casou aos 19 anos com o homem que a “tirou do chão”. Foi um amor intenso. O ca samento ve io ráp ido. Dezesse i s anos ma is tarde, e la estava e m nosso consultório lamentando o tempo perdido de sua vida. Hoje com 35 anos e e le c o m 50, e la hav ia a caba d o d e ped i r o d ivórc io. T ra i ções d e a m b a s a s partes, ela não conseguia entender por que seu mar ido sempre foi tão apático, s e m in ic ia t i va , ind i feren te a tudo q ue a in te re ssava. E o q ue m a i s a incomodava, dizia ela, não era nem o divórc io e m si, mas a reação de le quando ela lhe deu a notícia: “É, realmente acho melhor assim”. “E le n ã o e sboçou o m í n im o d e von tade d e evitar a sepa ração”, n o s d isse , frustrada. L í v ia e rrou na e sco lha por causa de sua pa ixão cega e pagou ca ro por isso. Agora cons idere o caso de A rmando. Aos 40 anos e solteiro, s e m nunca ter se casado, e le sentou à minha frente e m e contou u m episód io que o perturba até hoje. C inco anos atrás ele havia encontrado a mulher que e le cria, e a inda crê, ser o amor de sua vida. N a altura, depois de breves contatos e m c írculos soc iais que frequentavam, e le a conv idou para tomar u m café . “ Eu não acred itava ma i s e m namor icos, re lac ionamentos q ue nã o d a vam e m nada, porque já t inha t ido mu i tos . M a s quando e u a vi, t ive a certeza de que a quer ia c om o esposa. M e u erro foi ter ido com muita sede ao pote” — admitiu, com notório arrependimento. E l a a ce i t ou o conv i t e . S e n t a d o à f ren te d e l a n o ca fé , A r m a n d o a b r i u se u coração. Declarou seus sentimentos e logo a pediu em namoro. E la foi sincera: “Ma s e u ma l o c onhe ç o… N ã o tenho sent imentos p or você . A c ho me lhor a gente começar com uma amizade e ver no que vai dar”. E le n ã o t i tubeou: “ Com ig o n ã o te m esse negóc io d e am izade . O u tudo ou nada. Ou a gente vai namorar ou não vamos perder tempo”, intimou Armando, exigindo um sim ou não dela. E a r e s p os t a q u e o a s s o m b r a a t é ho j e : “ E n t ã o é m e l h o r a g e n t e n ã o te r nada”. Assustada c om a postura incis iva dele, dali para frente ela passou a evitá-lo. A té hoje , c inco a nos depo i s , e le m a n t é m sen t iment os p or e la e a c omp a nha s u a v i d a à d i s tânc ia . N a a l tu ra d e no s s a c onve r s a , e le t i n ha o u v i d o a p i o r notíc ia desde o “não” que recebeu: e la estava para se casar com outro. A rm a nd o foi c o m mu i ta sede a o pote , s im . M a s o rea l p r ob le ma já e s tava dent ro de le mu i to an te s d e se sentar c o m a pessoa dos seus sonhos naque le ca fé . E c on t i nua rá a té q u e e le r e so l va a s q ues t õe s i n te rn as q u e o m a n t ê m solteiro até hoje . Enquanto a pessoa não resolver questões pendentes dentro dela mesma, acabará destruindo seus relacionamentos — mesmo com quem ela mais ama na vida. E m u m na m oro b l indado, o t raba lho de b l i ndagem c om e ç a an te s de se ter um namorado. Veja que, nos casos de Lív ia e A rmando, e les já t rouxeram os p rob lemas c o m e les antes d e encont ra rem a pessoa amada. Fo r a m esses p rob lemas q ue os cega ram. Fo r a m esses p rob lemas q ue inf luenc ia ram suas dec isões e compor tamentos — e os l e va ram a u m fina l infe liz. U m escolheu errado e o outro estragou a chance de ser escolh ido por quem tanto gostava. A ma i or ia da s pe ss oas in fe l izes n o a m o r se e nca i xa e m u m a dessas d ua s ca tegor ia s . A s c han ces sã o d e que , se vo c ê e r ra r n o a m o r , se rá p o r u m a dessas razões. Por i sso vo c ê p rec i sa ag ir agora , pre s tar mu i ta a tenção a o q ue está den t ro de você e ta m bé m, se já e stá e m u m re lac ionamento , a o q ue es tá den t ro da ou t ra pessoa . No t e : p re sta r a t en çã o é u m t raba lho d a s ua me n te , d e inteligência, e não de seu coração e seus sentimentos. É incrível, mas a p r in c ipa l a m e a ç a à s u a v i d a a m o r o s a é e xa t a m e n t e e s ta f ig u ra tã o fo fa , a mais assoc iada ao amor de todos os tempos: O lhe para ele. Tão bonito, tão fofo… e tão perigoso. Você está olhando para a ma ior am eaça à sua v ida amorosa : o cora ção. O g rande re sponsáve l pe las m á s e sco lha s n o amor . O grande ab r igo de ques tões emoc iona i s m a l reso lv idas. O g rande dest ru idor de re lac ionamentos . V o c ê va i en tende r por quê. A MAIOR EMBROMAÇÃO DOS ÚLTIMOS SÉCULOS Mu ita s pessoas têm entrado no re lac ionamento c o m amor e sa ído c om ódio. Por que tantos re lac ionamentos têm sido autodestrutivos? Por que tantos tiros fora do alvo? Aviso: depois de ler as próximas páginas você nunca mais vai ouvir música, assistir a filmes ou ler livros como tem feito até aqui. Es tamos no século 21. Tecnolog icamente e c ient i f icamente e stamos na era mais moderna e avançada da história da humanidade. É um mundo totalmente d i ferente daque le dos nossos pa is, que d irá de nossos avós. Nos so cot id iano tem pouco a ver com a vida de 30, 40 ou 50 anos atrás. Pa ra você ter um a ide ia, hoje já t emos a tecnolog ia para exp lo rar o e spaço de várias formas. O telescópio espacial Hubble, por exemplo, lançado ao espaço em 1990, permitiu ao homem pela primeira vez ver mais longe do que as estrelas da nossa própr ia galáxia. Em 2012 foi anunc iado publ icamente o projeto da primeira missão tripulada a Marte (Projeto Mars One). Será uma viagem de ida e sem volta. O objetivo: colonizar o p laneta vermelho. O s pr imeiros humanos a terr issar iam (ou “amartissar iam”?) em 2024 para começar uma nova civil ização de marcianos. Ainda não conseguimos civilizar o nosso planeta, mas vamos com toda a moral para tentar e m outro. O interessante é que ma is de 200 mi l pessoas se candidataram para partic ipar da missão — inclu indo muita gente casada querendo ir e de ixar o mar ido ou esposa aqui na Terra. Nada diz “eu te amo” como um bilhete só de ida para Marte... E m termos de tecnologia e ciência, estamos avançando a passos de gigante. Comp utadore s poderosos, sma rtphones, ap l ica t ivos pa ra tudo o que se pode imaginar — têm facil itado e melhorado a qualidade de vida de todos nós. U m a área de grande avanço nos ú lt imos tempos tem s ido a neuroc iênc ia, o estudo do sistema nervoso, especia lmente o cérebro. Descobr imos mais sobre o cérebro humano nos ú lt imos 100 anos do que e m 6 mi l anos de h istória da humanidade. P o r é m , s e n a c iênc ia , t e c no l og ia , in dús t r i a e tan ta s ou t r a s área s d a v i d a hum ana e s tamos anos- luz à frente, quando o assunto é re lac ionamento amoroso ainda v ivemos por crenças medievais. Na melhor das hipóteses, e s t a m os n o s é c u lo 1 9 , p a ra se r e xa t o . P a r a d os n o t e m p o . P a r a en t e nd e r o porquê, viaje ao passado comigo. Por milhares de anos, médicos, sábios e pensadores acreditavam que o coração, esse órgão pulsante que você tem a í no lado e squerdo do seu pe ito, era o centro da inteligência humana. Porque conseguiam sentir o coração bater e t a m bé m assoc iar vár ias em oções a reações f ís icas na reg ião d o pe ito ( como quando você toma um susto ou se apa ixona, por exemplo), e les pensavam que o coração era o centro da vida. Os egípcios t inham o costume de mumificar seus mortos sob a crença de que preservar o corpo garantiria uma boa vida após a morte. O processo de mumif icação envolvia a retirada do cérebro e outros órgãos, exceto o coração. E l e s c r i a m q ue o cora ção, c o m o o cen t r o d o s p e n s a m e n t o s e sen t ime nt os , seria necessár io para manter a pessoa viva no a lém. Gregos e romanos também cr iam que o coração era o principal órgão humano, responsáve l pe la s e m oç õe s e inteligência. A lguns antigos desconf iavam que havia a lguma coisa importante também acontecendo dentro do c rânio humano, m a s e les não t inham c om o p rova r nada . A c rença prevalente era que a nossa central de comando estava no coração. Essa c rença inf luenc iou p ra t i camente todos os a spectos cultura is da nossa civilização. Ao longo dos séculos, inúmeras obras de arte retratavam o coração com este foco emocional e intelectual. A s re l ig iõe s t a m b é m s em p re d e r am g rande ên fa se a o “ cora ção d e Deus” , c om d ire i to a artes sacras retra tando C r i s to c om o órgão expos to do lado de fora d o pe ito (! ) , m ov ime nt o s devoc iona i s a o “ sag rado cora ção de Je sus” e outras a lusões a o lado ma is emot ivo de Deus. D e fo rma geral , a maior ia da s religiões leva as pessoas a uma exper iência bas icamente emoc iona l , ma rcada por sentir isso ou aquilo, usando imagens, palavras bonitas, cenografia e decoração sacra, mús i ca pa ra sens ib i l izar e ou tros art i f íc ios q ue ape lam aos nossos sent idos. Tud o contrár io a o que encont ramos na B íb l ia, onde Deus sempre proib iu o uso de imagens, condenou trad ições humanas que serv iam a p e na s d e t ea t ro re l i g i os o e c h a m o u a s p e s s oa s a u sa r s u a s m e n t e s (inteligência) para meditar na Sua palavra (em vez de sentir com o coração). O c i nema e a te levisão p r od u z e m seus f i lmes , se r iados e nove la s e m que , quase sempre , h á u m a histór ia d e am o r ma r ca da pe los sen t imentos d e seus personagens. A razão é colocada de lado e o sentimento é que manda. “S iga o seu coração”, é a mensagem subl iminar (ou nada subl iminar) constantemente marte lada nessas histórias. Porém, nada p ropaga ma is essa ide ia do coração do que a música . Nã o importa a cultura ou esti lo musical, os exemplos são tantos que é difícil escolher u m só. Você pode seguramente apostar que se l igar o rádio e s intonizar e m um a estação musica l , nove de cada dez músi cas menc ionam o coração e suas peripéc ias amorosas direta ou ind iretamente2 . A c rença en t rou a té n o nos s o vocabu lá r io . N a l í ngua por tuguesa, q ua nd o queremos d izer que sabemos a lgo muito a fundo, usamos a expressão “eu sei de cor”. Este “cor” é abreviação de coração, pois os antigos pensavam que as informações e r a m gua rdadas no coração. Cur iosamente, a me sm a expressão existe no inglês (by heart), no francês (par cœur), no grego e em várias outras l ínguas. V oc ê p od e nota r q ue e ssa ide ia es tá enra i zada e m tudo a o noss o redor. E isso há milhares de anos. Mas há aproximadamente 100 anos, c om o apr imoramento d o microscópio, os c ient is ta s p ud e r a m in ic ia r e s tudos m a i s apurados d o cé reb ro hum a no . E descobr iram, f ina lmente, que o coração não é muito mais que uma bomba de sa ng ue pa ra ma n te r a c i r cu la ção sangu í nea n o corpo . E que , n a ve rdade , o centro da vida e inteligência está no cérebro. Isso revoluc ionou a neurociência desde então. Nossas habil idades de compreensão e desenvolv imento se multipl icaram e a sociedade, nos últimos 100 anos, evoluiu com extrema velocidade. Mas no departamento amoroso, cur iosamente, essa evolução não aconteceu. F i c a m o s p a r a d os n o t e m p o , l á n o s é c u l o 19 , b ê b a d os e en fe i t i ç ad os p e l a s ide ia s d o a m o r românt i co . A i n d a a s s oc iam os o am o r , q ue é u m a a t i v idade exclusiva do nosso cérebro, ao coração. É impossível hoje em dia alguém olhar uma ilustração no formato de coração e não pensar na pa lavra amor. Quando v o c ê lê a s f r a se s “ E u t e ” ou “I NY”, você sabe instintivamente qua l palavra substitui o coração. Nas outras áreas da vida, todo m und o já v irou a atenção pa ra o cérebro, só no am o r as pessoas a inda estão rec lusas nas cave rnas d o coração. Es tá ma is difíc i l acordá- las para a real idade d o que acordar um adolescente e tirá-lo da cama antes das se is da manhã . E aqui mora o principal problema dos relacionamentos hoje: Associar o amor ao coração. É a maior embromação dos últ imos séculos. (Qua lquer l igação entre a bagunça atua l nos re lac ionamentos e a pa lavra “amor ” aparece r d e trás para frente no me io da pa lavra “ emb roma ção”, é mera coinc idênc ia. O u não. Va i saber.) VOCÊ ESTÁ DEMITIDO! O coração3 tem sido um péssimo administrador da vida amorosa. Ele tem feito um horr íve l t rabalho nos re lac ionamentos. Se fosse um func ionário da sua empresa , você o manda r ia e mb o r a por justa causa e j ama is o contrata r ia d e novo. O q ue e le t e m fe i to n a v ida a m o ro s a d a s pessoas é desas t roso. E por i s s o a v i d a a d o i s n ã o t e m f u n c i ona d o p a r a m u i t a g e n t e , p o r q ue e la s t ê m deixado o coração mandar. S e por u m lado a hum a n id ad e e stá avan ça nd o n a c iênc ia e te cno log ia , n o lado do amor ela está regred indo. A p r ova d e s s a reg re ssã o e s tá n a s es ta t í s t ica s. O n ú m e r o d e d ivórc io s n o Brasil e m 2014 foi ma is que o dobro do ano 2000. Com mais divórcios, outra tendênc ia c re scen te é o “ re ca samento ” . A cada d e z ca sam en t os rea l i zados hoje, dois são na verdade recasamentos, nos qua is pelo menos u m dos cônjuges já ve io de um ou mais d ivórc ios. O número de solte iros t em aumentado e já u lt rapassa o número de casados, que vem ca indo. Nosso pa ís tem 77 mi lhões de solteiros e 60 mi lhões de casados. C laramente, as pessoas estão f i c ando cada vez ma is desacred itadas d o ma t r imônio , mu i ta s op tando por uniões sem nenhum compromisso formal. A maior ia dos d ivórc ios hoje ocorre entre casa is casados por menos de oito anos. Quer dizer, as pessoas estão desistindo fácil e rápido. O casamento tem se tornadodescartáve l — joga esse fora, pega outro. Isso tem dado or igem a fam í l ia s mis tas, aque la s f o rma da s de pessoas já ca sadas an te r io rmente q ue trazem filhos de suas relações prévias para a nova união. Tais uniões têm taxa de divórcio ainda maior, devido aos conflitos inerentes. Q ua nd o o ca same nt o en f raquece na soc iedade, o s p rob lemas soc ia i s aumentam. Mães solteiras já são 1 em 5, o que significa fi lhos crescendo sem pai. Sem modelo de um homem responsável, serão que tipo de pai e mar ido lá na f rente? F i lha s q ue v i r am suas m ã e s se r em pa i e mã e , c o m o consegu i rão dividir a vida com um homem? Decadênc ia total. Reg re sso ao invés de progresso. Tod os os dados e evidênc ias mos t ram que essa bagunça famil ia r é péss ima para o ser humano. Está mais que provado que um casamento sól ido saudáve l é o que provê uma me lhor estab i l idade e conômica , emoc iona l , soc ia l e de saúde para cr ianças, adultos e toda a sociedade. Mas o coração não tem de ixado isso acontecer. E le é o maior culpado dessa baderna. E infe lizmente cont inuará ass im, enquanto as pessoas insis ti rem e m amar com o coração e não com o cérebro. Nossa esperança é que você demita o incompetente. Mas se ainda não se convenceu, continue lendo. Cristiane U m a ag ravante : a s pessoas e s tão des i s t indo d o c a s a me n t o p o r ca u sa d o cora ção, m a s c u l pa nd o o ca samento . P o r i sso mu i tos j o ven s ho j e já nã o têm obje t i vo de casar. A c h a m q ue o ca samento é u m a inst i tu ição fa l ida, u l t rapassada , q ue p rec i sa se r re pen sa da . P o r é m , a c u lpa n ã o é de le . N o fundo, t od o m u n d o que r o q ue u m b o m ca s am en t o o fe re ce . A cu lpa , n a verdade, está e m associar o amor c om sentimentos. V oc ê já passou por isso vár ias ve zes: não sent ia von tade d e fazer a lgo, m a s foi e fez, porque sua cabeça o conve nceu a fazer. C o m o acorda r d e manhã e m sua cama quent inha e não sent i r vontade de levantar e ir t raba lhar, por exemp lo. Se u a la rme soou, você acordou , m a s o seu corpo quis ficar na cama. Você ajeitou o travesseiro, sentiu o conforto da cama e disse para si mesmo: “Só mais cinco minutos”. Mas em seguida, sua mente começou a perturbá-lo e dizer: “Levante logo, senão vai se atrasar… Imag ine o t râns i to q ue va i pega r se não sa ir c e d o… E se chega r tarde d e novo no trabalho, vai ter problema…”. Daí, contra sua vontade, você f ina lmente se levantou e fez o que t inha de fazer. Naque le processo, você usou sua cabeça e não seu coração. No trabalho, o seu supervisor chat inho e irritante, ou aquele colega pest inha q ue quase se m p re o t ra ta c o m a r rogânc ia , v e m e o fa z sent i r c o m o u m a formiga com a atitude dele. A sua vontade é de lhe dar uma joe lhada voadora estilo U F C e imob i l izá - lo no chão c om um a chave de braço até e le bater e m desistência. É claro, a inda que você fantasie a cena na tela das suas emoções, o s eu lad o ra c iona l o m a n t é m c a lm o e vo c ê s im p l e sm e nt e re sp ond e “ S im , senhor ” . S u a in te l i gênc ia sab e que , se de ixa r ex t ravasa r s e u s sen t imentos , perderá o emprego. Novamente, sua cabeça dominou seu coração. S a b e m os i s so mu i t o b e m e m vá r ias á reas d a v ida, m a s por a l g um a razão, q ua nd o o a s s un t o é r e l a c i onam e nt o , a m á x i m a é: “ E u n ã o m a n d o n o m e u cora ção” . A s pessoas t ê m a ide ia d e q ue o cora çã o n ã o p od e se r m a nd ad o . A c h a m q ue t ê m d e fa ze r o q u e o c o ra çã o e s tá sen t ind o. S e o c o r a ç ã o e s tá triste, magoado, lamentando “não sinto mais amor”, “não sinto mais vontade” — elas vão e agem de acordo. Imagine se você fosse agir assim em outras partes da vida. Nunca iria realizar nada, manter nenhum emprego ou sair da cama antes do meio-d ia. Se p ode m os dom ina r nossos sen t imentos e m outras á reas, por q ue não na v ida amorosa? O problema está na maneira como você vê o amor. Encarar o amor c om o um sent imento faz as pessoas ace itarem coisas absurdas n o re lac ionamento. Mu ita s nos p rocuram d izendo: “Meu namorado m e traiu, ment iu, fez isso e aquilo, m a s eu o amo… O que eu faço para tê-lo de volta?”. E las não conseguem enxergar o ridícu lo que estão fazendo, como e stão se d im inu indo. S ã o re féns dos sent imentos e por isso f a z em qua lque r coisa por uma miga lha de atenção, mesmo vindo de a lguém que não presta. O cora ção p re fe re u m a b oa sensação agora , m e s m o q ue vá so f rer depo i s . Faz as pessoas sofrerem “por amor” e então vai criando crenças para gerenciar suas f rus t rações e just i f icá - las. E , é c la ro, a cu lpa nun c a é de le , s e m p re d e outro. Por exemplo, a mulher se decepcionou e m vários relacionamentos e aí começa a dizer: “Homem é tudo igual, só muda de endereço”. Preste atenção nessa frase. V oc ê não va i prec isar de mu i to temp o pa ra entender que é um a af i rmação falsa, uma ment ira do coração. Ninguém é igual, nem hom em nem m u lhe r . M a s c o m essa c rença a m u lh e r p od e coloca r t od a a cu lpa n o s e xo mascul ino e não assumir responsabi l idade por suas escolhas e erros no relacionamento. É uma mentira, mas muitas mulheres têm baseado suas vidas ne la. P e l o c o ra çã o, a p e s s oa se e n vo l v e c o m ou t ra q ue j á e s tá ca sa da , m e s m o sabendo que é errado. E a inda just i f ica: “Ma s e les não são fe l izes, já não se a m a m ma is . O no ss o am o r , es te s im , é ve rdade i ro . O ca sam en t o de le s nã o deu certo, não era para estarem juntos”. E para fortalecer essa ideia, o coração também criou o mito da a lma gêmea. A ideia da a lma gêmea é a ridícula crença de que existe apenas um a pessoa nessa v i da q ue p od e no s comp le ta r , c o m o a t a m p a d a pane la , a m e t a d e d a la ranja o u a ca ra -me tade . É c la ro, n e m p rec i sa ter u m cé reb ro d e E ins te in, pode ter u m de ch impa nzé m e sm o , pa ra pe rcebe r q ue e sse negóc io de a lma g ê mea é ma tema t i camente imposs íve l . Pa ra começa r, o núm ero de hom e ns solte iros nunca é igua l a o de mu lhe re s solte iras e m nenhum pa ís do mund o. Quer dizer, se fosse dança das cadeiras, muita gente ia ficar de pé chupando o dedo, porque não há cadeira para todo mundo. Segundo, log icamente bastaria um a pessoa casar c om outra que não fosse sua a lma gêmea (e s im a de outra pessoa) para desestabil izar todo o ecoss istema de a lmas gêmeas… Mas é claro, o coração não quer ouvir isso. E le prefere crer que se há muitas br igas no casamento, se a quím ica não rola mais , se o sent imento não é ma is o m e s m o d o in íc io, en tão é p or q ue aque la pes s oa n ã o é sua a lma g êm ea . É c la ro q ue não. S e fosse, e les nunca b r iga r iam. Se r iam u m casa l t ão perfe i to que nem pum soltariam. Não ria não, porque há q uem baseie dec isões important íss imas e m sua vida amorosa em c ima dessa crença. É uma tragédia. Considere maisum exemplo. A moça começa a ver suas amigas e familiares se casando, uma a uma. Daqui a pouco, ela se vendo a inda solteira, o coração começa a cobrar: “Você ainda não tem namorado?”. U m belo dia, ela por acaso vê no Facebook o perfi l daquela antiga colega de c lasse, n a época gord inha e desdentada, que n i nguém que r ia namorar . Cur iosa, pois não a vê há anos, e la va i e entra no perfi l de la enquanto pensa: “Coitada, q ue f im teve e la?” — quase fe l iz por antec ipação, e s pe rando se consolar c om o dest ino da ex-colega. C o m certeza e la está ma is gorda, ma is fe ia e , c la ro, enca lhada. Porém, pa ra seu espanto, a fu lana n ã o somente está uns 20 quilos mais magra, mas também casada e com três fi lhos l indos de um mar ido que parece ter sa ído de uma capa de revista. A té os dentes de la estão perfeitos num sorriso de orelha a orelha. O coração sobe para 120 batidas por minuto. “Você va i ficar parada a í?” — e le gr i ta. S e m demora , e la busca o con tato daque le cara que v ive atrás de la, com quem ela nunca quis nada, e marca um encontro. Determinada a não ficar pa ra t rás, e le s n a m o ra m , n o i v a m e c a s a m e m se i s me se s . E o s do i s v i v e m infelizes para sempre, graças ao coração bandido. UM OFERECIMENTO, HOLLYWOOD Os grandes patrocinadores das crenças do coração são, sem dúvida, Hollywood e as ce lebr idades e m gera l. U m dos fa tos ma is cur iosos dos ú l t imos tempos , que inaugurou uma nova crença criada pe lo coração, foi a separação do “casal dourado” Gwyneth Paltrow e Chris Martin — ela, já considerada por uma revista amer icana “a mulhe r ma i s l inda do mundo” e ele, voca l ista d o Coldplay. N o comun icado of ic ial pos tado no site da atriz, o casa l d isse ter chegado à conc lusão de que “apesar de nos ama rmos muito, permaneceremos separados”. C o m o p ode u m casa l que se a m a mu i to pe rmanece r sepa rado? Q u e m a m a sepa ra? Q u e m a m a que r v i ve r l onge ? Q u e m a m a que r suje i tar s eus f i lhos pequenos a um divórcio? Faz algum sentido? É c la ro q ue não. M a s “ q u em u m d ia i rá d i ze r q ue ex i s te ra zã o na s co i sa s feitas pe lo coração”? Apesar da falta de nexo, as pessoas tomam dec isões em c ima dessa c rença. Ve ja c om o Gwyne t h in ic iou o comun icado d e sua separação: “É com os corações cheios de tristeza que decidimos nos separar.” Co inc idênc ia ? Nã o. Pe lo m enos n isso e la acertou. Ta l dec isão, d e fato, só poderia ter sido feita pelo coração. As pessoas pensam que o amor-sent imento é sufic iente para fazer a relação func iona r . E s s e t ipo d e a m o r p r e s u m e q ue o suc es s o d o c onv í v i o a do i s é automát ico. Nã o é. A cabeça é que tem de tomar dec isões no re lac ionamento, não o coração. A s epa raçã o d o ca sa l , p o r é m, te ve u m fa to a i nd a ma i s b i za r ro . G w y n e t h pos tou e m seu site, l ogo aba ixo d o anúnc io da separação, u m art igo de seus “conse lhe iros esp ir i t ua is ” da ndo a en tende r q ue o casa l não e s tava se divorciando, mas sim fazendo um conscious uncoupling — um “desacoplamento consciente”. “Divórcio é uma palavra muito negativa” — poss o imag ina r o ta l g u ru pe n sa nd o a o inven ta r o novo te rmo. “ V oc ê s n ã o estão se d ivorc iando, apenas desacop lando. Seus f i lhos terão dois endereços agora, m a s lembrem-se : todos vo cês a inda se a m a m muito. ” En tenda c om o uma maneira de tentar fazer a horrível realidade de um divórcio parecer posit iva. O coração sempre quis embelezar o que é feio, vestir de roupa bonita o que é podre. A ve rdade da sepa ração dos dois , qua lque r que tenha s ido o mot ivo, é que ela foi causada pelo coração, não pela inteligência. A té Jesus, quando pe rguntado sob re o d ivórc io, responsabi l i zou o coração como o culpado4 . A Bíblia não faz segredo dos perigos de conf iar no coração. Veja só quem as pessoas estão de ixando no controle de sua vida amorosa: Quem pode entender o coração humano? Não há nada que engane tanto c om o ele; está doente demais pa ra ser curado.5 S im , o cora ção sabe engana r. P o r isso, a roupa q ue veste o a rg ume nt o d o consc ious uncoupl ing é rea lmente muito bonita. A expl icação é que, nos dias atuais, ca samento para a v ida toda não é mais um a opção viáve l. Segundo os gurus de Pa ltrow, numa era onde a expectat iva de vida das pessoas é mais de 7 0 anos , “e la s n ã o e s tão b io log i camente n e m ps i co log i camente p repa radas para viver c om a mesma pessoa por quatro, c inco ou seis décadas”. A alternativa? Ter “dois ou três relacionamentos sérios ao longo da vida”. Sér io. T e m gen te q ue p aga ca ro pa ra re cebe r conse lhos a ss im . Especialmente em Hollywood. Prepare-se para ouvir mais notíc ias sobre casais de celebridades “desacoplando conscientemente” por aí. M a s sa be p o r q ue e sse a r g um e n t o é t ão at raen te? P o rq ue , c o m o tan tos out ros m i t os d e re lac ionamento , e le isenta os “desacop lan te s ” d e re sponsab i l i dade . A f ina l , se o p r ob l e m a está na ide ia d o c a sa me n t o pa r a a v i d a t od a , a c u l p a n ã o é de le s . S e o ca sa l b r i ga , s e d e s e n t e nd e , p e r s e g u e objet ivos d iferentes que os d istanc iam, e acaba se separando — nada d isso é o problema. Egoísmo? Orgulho? Te imosia? Não, essas coisas não são nada. A culpa é da biologia. Quem mandou viver muito? Os gurus de Paltrow justificam sua teoria apontando que os casais que pe rmanecem casados e fel izes a v ida toda são a exceção e não a regra. Ma i s um a vez, e r ram e m af i rma r que a maior ia está sempre certa. S e a ss im fosse, teríamos de recomendar, por exemplo, a pornografia como novo modo de vida para todos os homens . S im , pois um a pesqu isa6 apontou que quase 7 0 % dos homens ve em pornograf ia na Internet semana lmente . O u seja, por essa lógica, se maioria o faz, deve ser bom e todos devem fazer. O s a t a q ue s a o c a s a m e n t o , a s m e n t i r a s v e s t i d a s d e e l e g â n c i a e o s m i t o s novos e velhos não param de crescer. Se você não se blindar, também acabará ace itando o d ivórc io c om o um a coisa natura l e até bonita: um a prova da sua evolução como ser humano. Fique alerta. Pratique o amor inteligente. Bl inde o seu namoro. Cristiane Eu já tive várias experiênc ias c om meu coração enganoso, e uma delas foi b e m no in íc io d o n a m oro c o m o Rena to . Depo i s d e a lgumas s e mana s de namoro, comecei a duvidar se gostava dele mesmo. Incrível, porque eu orei por a lguém como ele por tanto t empo… Quando finalmente nos conhecemos, fiquei tão feliz… Sabe aquela felic idade que você tem em ver Deus responder suas orações exatamente como você pediu? Só que eu não estava ma is sent indo o me u coração bater quando o via e isso me incomodou. Comece i a achar que talvez não o amasse como p e n s a va a té en tão , e a d ú v i d a s ob re nó s d o i s ap a r ece u . A t é q ue u m d ia orei a Deus a respeito, ped i para
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