Buscar

3 - TEMAS CONTEMPORÂNEOS SOBRE O PROCESSO DE ENVELHECIMENTO

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 114 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 114 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 114 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

TEMAS CONTEMPORÂNEOS 
SOBRE O PROCESSO 
DE ENVELHECIMENTO
Autoria: Daniel Vicentini de Oliveira
Indaial - 2020
UNIASSELVI-PÓS
1ª Edição
CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito
Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC
Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090
Reitor: Prof. Hermínio Kloch
Diretor UNIASSELVI-PÓS: Prof. Carlos Fabiano Fistarol
Equipe Multidisciplinar da Pós-Graduação EAD: 
Carlos Fabiano Fistarol
Ilana Gunilda Gerber Cavichioli
Norberto Siegel
Julia dos Santos
Ariana Monique Dalri
Marcelo Bucci
Jairo Martins
Marcio Kisner
Revisão de Conteúdo: Bárbara Pricila Franz
Revisão Gramatical: Equipe Produção de Materiais
Diagramação e Capa: 
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Copyright © UNIASSELVI 2020
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri
 UNIASSELVI – Indaial.
O48t
 Oliveira, Daniel Vicentini de
 Temas contemporâneos sobre o processo de envelhecimento. /
Daniel Vicentini de Oliveira. – Indaial: UNIASSELVI, 2020.
 114 p.; il.
 ISBN 978-65-5646-251-6
 ISBN Digital 978-65-5646-252-3
1. Envelhecimento. - Brasil. 2. Velhice no mundo contemporâneo. – 
Brasil. II. Centro Universitário Leonardo da Vinci.
CDD 305.26
Impresso por:
Sumário
APRESENTAÇÃO ............................................................................5
CAPÍTULO 1
O Envelhecimento e a Velhice no Mundo Contemporâneo ..... 7
CAPÍTULO 2
Aspectos Biopsicossociais e Culturais
do Envelhecimento ...................................................................... 47 
CAPÍTULO 3
Processos Organizativos e a Construção de
Atores Sociais Na Área Gerontológica ................................... 85
APRESENTAÇÃO
Olá! Seja bem-vindo à disciplina Temas Contemporâneos sobre o Processo 
de Envelhecimento. Eu sou o professor Doutor Daniel Vicentini de Oliveira, e 
o acompanharei nessa jornada. Esta disciplina abordará informações sobre 
o envelhecimento e a velhice no mundo contemporâneo, os desafios do 
envelhecimento na sociedade contemporânea, os aspectos biopsicossociais 
e culturais do envelhecimento. Ainda, abordará os processos organizativos e a 
construção de atores sociais na área gerontológica, assim como os princípios 
universais para o envelhecimento digno e saudável.
Esta disciplina está dividida em três capítulos. O primeiro – O envelhecimento 
e a velhice no mundo contemporâneo –, tem como objetivos compreender o 
processo de envelhecimento humano, conhecer os princípios universais para o 
envelhecimento digno e saudável, conhecer e avaliar os conceitos e definições que 
permeiam o processo de envelhecimento humano, e estudar o envelhecimento 
demográfico (populacional) e suas características.
O segundo capítulo – Aspectos biopsicossociais e culturais do envelhecimento 
–, tem como objetivos compreender os aspectos biológicos do envelhecimento 
humano, conhecer os aspectos psicológicos e cognitivos do envelhecimento 
humano, e estudar os aspectos sociais e culturais do envelhecimento humano.
Por fim, o terceiro capítulo – Processos organizativos e a construção de 
atores sociais na área gerontológica –, objetiva compreender o papel do idoso 
no mercado de trabalho, conhecer o idoso nas relações intergeracionais e na 
família atual, estudar o idoso no mercado de trabalho, e enquanto ser pertencente 
à família intergeracional.
Tenha uma boa experiência acadêmica!
Professor Dr. Daniel Vicentini de Oliveira.
CAPÍTULO 1
O ENVELHECIMENTO E A VELHICE NO 
MUNDO CONTEMPORÂNEO
A partir da perspectiva do saber-fazer, neste capítulo você terá os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
 compreender o processo de envelhecimento humano;
 conhecer os princípios universais para o envelhecimento digno e saudável;
 conhecer e avaliar os conceitos e defi nições que permeiam 
o processo de envelhecimento humano;
 estudar o envelhecimento demográfi co (populacional) e suas características.
8
 Temas Contemporâneos soBre o Processo de Envelhecimento
9
O ENVELHECIMENTO E A VELHICE NO MUNDO CONTEMPORÂNEO Capítulo 1 
1 CONTEXTUALIZAÇÃO
Olá! Seja bem-vindo ao Capítulo 1 desta disciplina que tem como título “O 
envelhecimento e a velhice no mundo contemporâneo”. Neste capítulo, você 
retomará conhecimentos básicos sobre defi nição, conceito e princípios que permeiam 
o processo de envelhecimento e a velhice com ênfase no mundo contemporâneo, 
como a velhice é vista atualmente. O envelhecimento aqui é entendido como um 
processo progressivo e dinâmico, que se caracteriza não apenas por alterações 
funcionais, morfológicas e bioquímicas, mas também por alterações psicológicas e 
sociais. Essas alterações irão determinar progressivamente a perda da capacidade 
do indivíduo em se adaptar ao meio ambiente, o que ocasiona maior vulnerabilidade 
e maior incidência de doenças e disfunções, que podem levar o indivíduo à morte.
Você estudará também as teorias biológicas, psicológicas e sociológicas do 
envelhecimento. Nos últimos anos, houve um aumento signifi cativo no número de 
estudos sobre o envelhecimento humano, fazendo com que a atenção sobre as 
teorias do envelhecimento também aumentasse. São elas que tentam explicar as 
alterações que passamos com o decorrer da idade.
O segundo tópico abordará dados importantes e mais atuais sobre o 
envelhecimento populacional, ou seja, o envelhecimento demográfi co. Entender 
que o mundo, assim como o nosso país, está envelhecendo é primordial para 
o profi ssional que atuará com essa população. Temos que entender as causas 
e, principalmente, as consequências desse aumento signifi cativo do número de 
pessoas mais velhas para sabermos dos empecilhos e desafi os que teremos de 
enfrentar para um bom atendimento a clientela idosa.
Por fi m, estudaremos os princípios universais para o envelhecimento 
digno e saudável. A educação em saúde dessa população é muito importante e 
essencial, tanto para o convívio quanto para o próprio envelhecimento digno e 
saudável do idoso e seus familiares. Lembre-se que o envelhecimento não é um 
fato social isolado, pelo contrário, é um fato biológico, que possui especifi cidades 
e consequências que irão se estabelecer na sociedade em que vivemos, e isso 
requer entendimento adequado e preparação de todos nós.
2 O PROCESSO DE 
ENVELHECIMENTO HUMANO
Caro pós-graduando, o envelhecimento é um evento natural para todo 
ser humano (Figura 1) e tem como características ser dinâmico, progressivo 
10
 Temas Contemporâneos soBre o Processo de Envelhecimento
e universal. Está caracterizado por alterações morfológicas, fi siológicas, 
bioquímicas, psicológicas e físicas que podem refl etir nas condições de vida e na 
vulnerabilidade da pessoa idosa. Esse envelhecimento pode ser bem-sucedido, 
quando há baixa suscetibilidade a doenças e considerável capacidade funcional, 
ou com fragilidade, quando há maior vulnerabilidade em geral às doenças. 
A imagem a seguir mostra um indivíduo idoso, já apresentando características 
básicas do processo de envelhecimento humano. Conseguimos confi rmar isso 
por meio da sua pele já envelhecida e seus cabelos brancos.
FIGURA 1 – IDOSO
FONTE: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:India_-_Delhi_portrait_of_a_man_-
_4780.jpg>. Acesso em: 10 ago. 2020.
O envelhecimento é um evento natural para todo ser humano e, desta forma, 
iniciaremos com a conceituação do termo envelhecimento mesmo que este seja difícil 
de ser conceituado, haja vista a impossibilidade de estabelecer parâmetros universais.
A velhice é estabelecida por fatores biológicos e sociais, e é constituída 
progressivamente e acontece dentro de variáveis tanto biológicas quanto sociais. 
O envelhecimento se refere a um fato que ocorre naturalmente em todos os 
indivíduos, afetando fi siologicamente o comportamento social e biológico. Alguns 
estudos expressam sobre o envelhecimento psicossocial relatando que, em 
virtude do declínioda performance motora – como redução da força muscular e 
equilíbrio –, as perspectivas psicossociais dos idosos são prejudicadas. 
A Organização Mundial de Saúde (OMS) considera, do ponto de vista 
cronológico, um indivíduo idoso aquele com 60 anos ou mais, em países em 
desenvolvimento, e com 65 anos ou mais, em países desenvolvidos. E ainda, 
o muito idoso é aquele com 80 anos ou mais no Brasil e em outros países em 
desenvolvimento, e 85 anos ou mais nos países desenvolvidos. Esta diferença 
relaciona-se à maior expectativa de vida nos países desenvolvidos, uma vez que 
a população possui mais acesso aos serviços de saúde e melhores condições de 
vida. Veja na fi gura a seguir, o conhecido logotipo da OMS.
11
O ENVELHECIMENTO E A VELHICE NO MUNDO CONTEMPORÂNEO Capítulo 1 
FIGURA 2 – LOGOTIPO DA ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE
FONTE: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Flag_of_WHO.svg?wprov=srpw1_22>. 
Acesso em: 11 ago. 2020.
Caro pós-graduando, leia este documento da Organização 
Mundial da Saúde que trata a respeito do envelhecimento ativo 
como uma política de saúde: https://bibliotecadigital.mdh.gov.br/jspui/
handle/192/401. 
Em suma, para chegar à condição de idoso, o indivíduo passa pela etapa do 
envelhecimento, quando ocorrem diversas transformações em todos os aspectos 
da sua vida. Sendo que o envelhecimento não é um estado, mas sim um processo 
de degradação que se caracteriza por ser progressivo, irreversível e universal, 
levando a diversas alterações no organismo que repercutem em âmbito biológico 
(morfológico, funcional e bioquímico), social e psicológico. 
Esse processo contribui para o aumento da vulnerabilidade e incidência dos 
processos patológicos que, infl uenciados pela estrutura genética do indivíduo, 
estilo de vida e meio ambiente, tendem a resultar na morte, seja de uma célula, 
um tecido, um órgão ou mesmo do indivíduo. No âmbito biológico, as modifi cações 
morfológicas são caracterizadas pelo aparecimento de rugas (Figura 3), redução 
na estatura, cabelos brancos, queda dos cabelos e pelos (Figura 4) e outras. As 
modifi cações fi siológicas se relacionam com as alterações das funções orgânicas, 
e as modifi cações bioquímicas estão ligadas às transformações das reações 
químicas que ocorrem no organismo. 
12
 Temas Contemporâneos soBre o Processo de Envelhecimento
FIGURA 3 – ENVELHECIMENTO CUTÂNEO
FONTE: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Aging_Woman.jpg>. Acesso em: 11 
ago. 2020.
FIGURA 4 – ALTERAÇÕES DO ENVELHECIMENTO: 
IDOSO COM CABELOS BRANCOS E CALVO
FONTE: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Russia_-_elderly_man_in_a_gray_
sweater.jpg>. Acesso em: 11 ago. 2020.
No âmbito social, as modifi cações se referem ao papel, aos estatutos e aos 
hábitos da pessoa em relação aos outros membros da sociedade. No âmbito 
psicológico, a modifi cação ocorre mediante a adaptação imposta ao indivíduo 
durante o envelhecimento incluindo a inteligência, a memória e a motivação.
O envelhecimento humano pode sofrer infl uências tanto intrínsecas como 
extrínsecas: a primeira é caracterizada pelo componente genético individual, 
determinando a longevidade máxima; e a segunda, representada pelos fatores 
ambientais e hábitos de vida (poluentes, alimentação, atividades sociais, ambiente 
familiar etc.), que infl uenciam de forma diferente cada indivíduo, dependendo 
da velocidade e da gravidade com que ocorrem. Assim, podemos dizer que o 
envelhecimento ocorre de forma bastante heterogênea e que, em muitos casos, 
13
O ENVELHECIMENTO E A VELHICE NO MUNDO CONTEMPORÂNEO Capítulo 1 
as idades biológica, social e psicológica podem ser muito diferentes da idade 
cronológica (FARINATTI, 2008). Logo, você estudará sobre essas “idades”.
Agora, vamos abordar rapidamente a diferença entre senescência e 
senilidade. Os termos envelhecimento e senescência são usados como sinônimos, 
porque ambos se referem ao processo de envelhecimento normal que ocorre com 
o passar dos anos, diminuindo a reserva funcional (sem distúrbios de conduta, 
esquecimentos graves, entre outros). Quando o envelhecimento ocorre de forma 
patológica, ou seja, quando surgem alterações que acometem a saúde do idoso 
ou doenças crônicas (perda grave da capacidade de memorizar, desorientação, 
desatenção etc.), é denominado senilidade.
O envelhecimento representa a consequência ou os efeitos da passagem do 
tempo no organismo e psiquismo. Todas as dimensões são igualmente importantes 
na medida em que são auxiliares para a manutenção da estabilidade somática 
e psíquica, indispensáveis para o idoso cumprir a sua meta, que é ser feliz. A 
busca pela liberdade e pela paz de espírito é a meta do idoso. É preciso que o 
indivíduo se liberte dos impulsos cegos e dos preconceitos e busque a virtude, 
com serenidade e equilíbrio. A única batalha que traz satisfação é aquela em que 
o indivíduo conquista a si mesmo, que integra a necessidade de aperfeiçoamento 
moral, de uma ideia correta do mal e do bem. 
A livre procura do saber garante o clima para a refl exão, mas é preciso ter 
em mente que a visão do idoso é subjetiva e deve ser objetivamente testada na 
realidade. O indivíduo deve ter atitude crítica também perante as tradicionais 
ideias e os postulados já arraigados, e começar a análise do mundo pela busca 
de conhecimento de si próprio. O envelhecimento de cada pessoa depende do 
grau de fragilidade do organismo de cada um e do psiquismo: 
• Fragilidade física e cristalização psíquica: o envelhecimento somático é 
considerado patogênico, com incapacidades e/ou limitações físicas, e o 
psiquismo fi ca cristalizado na infância psíquica.
• Fragilidade física e maturidade psíquica: o psiquismo de cada pessoa 
evolui conquistando a maturidade mental. O seu viver é baseado na 
aceitação da realidade e na tolerância à dor, e seus estados de equilíbrio 
são cada vez mais fl exíveis, pois seus dispositivos de segurança são 
cada vez mais efi cazes na relação com o universo. A felicidade pode 
ocorrer, caso não sejam sufi cientemente graves as limitações físicas 
para comprometer os mecanismos homeostáticos do organismo.
• Robustez física e cristalização psíquica: o envelhecimento somático não 
está associado a alguma limitante perda física, mas a pessoa apresenta 
perturbação do seu psiquismo, impedindo de compreender o sentido da 
vida.
14
 Temas Contemporâneos soBre o Processo de Envelhecimento
• Robustez física e maturidade psíquica: o envelhecimento somático 
não está associado a limitante perda física e o psiquismo alcança a 
maturidade mental, a sabedoria e a paz.
A defi nição do envelhecimento pode também ser compreendida a partir 
de três subdivisões: Envelhecimento primário; Envelhecimento secundário; 
Envelhecimento terciário. Confi ra conforme Rebellato (2013).
2.1 ENVELHECIMENTO PRIMÁRIO
O envelhecimento primário, também conhecido como envelhecimento 
normal ou senescência, atinge a todos os humanos pós-reprodutivos, pois é uma 
característica genética típica da espécie. Esse tipo de envelhecimento atinge 
o organismo de forma gradual e progressiva, possuindo efeito cumulativo. O 
indivíduo nesse estágio está sujeito à concorrente infl uência de vários fatores 
determinantes para o envelhecimento como exercícios, dieta, estilo de vida, 
exposição a eventos, educação e posição social. 
Este tipo de envelhecimento é geneticamente determinado ou pré-
programado, sendo presente em todas as pessoas (universal). É referente às 
mudanças universais com a idade numa determinada espécie ou população, 
sendo independente de infl uências ambientais e doenças. 
2.2 ENVELHECIMENTO SECUNDÁRIO
O envelhecimento secundário ou patológico, também chamado de 
senilidade, refere-se a doenças que não se confundem com o processo normal 
de envelhecimento. Essas enfermidades variam desde lesões cardiovasculares, 
cerebrais, até alguns tipos de câncer (podendo ser oriundo do estilo de vida do 
sujeito, dos fatores ambientaisque o rodeiam, como também de mecanismos 
genéticos). O envelhecimento secundário é referente a sintomas clínicos, incluindo 
os efeitos das doenças e do ambiente.
2.3 ENVELHECIMENTO TERCIÁRIO
Já o envelhecimento terciário ou terminal é o período caracterizado por 
profundas perdas físicas e cognitivas, ocasionadas pelo acúmulo dos efeitos do 
envelhecimento como também por patologias dependentes da idade.
15
O ENVELHECIMENTO E A VELHICE NO MUNDO CONTEMPORÂNEO Capítulo 1 
2.4 ENVELHECIMENTO 
CRONOLÓGICO, BIOLÓGICO E 
PSICOSSOCIAL
A idade cronológica (do calendário) ordena pessoas de acordo com sua 
data de nascimento, enquanto a idade biológica (individual) é demonstrada pelo 
organismo com base nas condições teciduais, quando comparados a valores 
normativos. A idade psicológica é evidenciada por aspectos como desempenho, 
maturação mental e soma de experiências. Já a idade social (sociológica) 
é indicada pelas estruturas organizadas de cada sociedade: cada indivíduo 
pode variar de jovem a velho em diferentes sociedades. O envelhecimento 
cronológico é iniciado na infância e facilmente mensurável, enquanto que as 
mudanças biológicas associadas à idade são de aferição difícil. Resumindo: o 
envelhecimento pode ser biológico, no qual há alterações biológicas, assim como 
o envelhecimento psicossocial, que apresenta alterações sociais e psicológicas. 
Essas alterações são defendidas por diferentes teorias que veremos adiante. As 
alterações da idade biológica, psicológica e social serão abordadas com mais 
detalhes no Capítulo 2.
O envelhecimento biológico, em especial, está diretamente ligado ao 
declínio das funções orgânicas do ser humano, sendo um processo paulatino e 
desenvolvido conforme eventos fi siológicos degenerativos que ultrapassam os 
regenerativos. Nesse sentido, o envelhecimento biológico é um processo que 
se inicia no nascimento e continua até que ocorra a morte. É o processo que 
determina o potencial de cada indivíduo para permanecer vivo, e que diminui 
com o passar dos anos. O processo de envelhecimento biológico é ininterrupto 
no decorrer da vida e apresenta diferenciações de um ser humano para outro, 
havendo, inclusive, diferenciações no mesmo indivíduo, haja vista que alguns 
órgãos envelhecem mais rápido que outros.
Desse ponto de vista, o envelhecimento biológico é um processo que começa 
no nascimento e perdura até a morte de um ser humano (CHMIELEWSKI, 2020). 
Vale a pena destacar que o envelhecimento biológico é o processo que estabelece 
o potencial de cada pessoa para permanecer vivo, e que reduz com o passar dos 
anos.
Há também na literatura outras abordagens que sugerem que o processo 
de envelhecimento biológico é ininterrupto e se estabelece no decorrer da vida, 
apresentando diferenciações de um indivíduo para outro e passando, inclusive, 
por diferenciações na mesma pessoa, sendo que alguns órgãos do nosso corpo 
envelhecem mais rápido que outros (FECHINE; TROMPIERI, 2012).
16
 Temas Contemporâneos soBre o Processo de Envelhecimento
O idoso não sofre apenas com as perdas biológicas; a velhice vem 
acompanhada de mudanças psicológicas e sociais que resultam na difi culdade 
desses idosos a se adaptarem a novos papéis sociais, levando à baixa autoestima, 
isolamento social, solidão e depressão, inclusive potencializando o declínio 
cognitivo desses indivíduos.
O estado psicológico dos idosos está diretamente infl uenciado pelo 
domínio motor. Desta forma, a redução da força muscular proporcionada pelo 
envelhecimento e a inaptidão da realização de atividades domésticas prejudicam 
signifi cantemente as interações sociais e psicológicas dos idosos. Assim, é 
possível relacionar as alterações das funções psicológicas do envelhecimento 
com desuso aliado ao isolamento social, podendo ocasionar doenças emocionais 
como a depressão.
FIGURA 5 – IDOSA DEPRIMIDA
FONTE: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Sad_Old_Woman.jpg>. Acesso em: 11 
ago. 2020.
O envelhecimento social é responsável pela alteração do status do idoso, 
alterando a relação desses indivíduos com as demais pessoas de sua comunidade, 
sendo essas alterações relacionadas com a crise de identidade (ausência do 
papel social, causando baixa autoestima e isolamento).
17
O ENVELHECIMENTO E A VELHICE NO MUNDO CONTEMPORÂNEO Capítulo 1 
FIGURA 6 – IDOSO ISOLADO
FONTE: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Dalian_Liaoning_China_An-elderly-
Chinese-at-Xinghai-Bay-01.jpg>. Acesso em: 11 ago. 2020.
O indivíduo na sociedade é defi nido como idoso a partir do momento em 
que deixa o mercado de trabalho, ou seja, quando se aposenta e deixa de ser 
economicamente ativo. A sociedade atribui aos aposentados o rótulo de inativos e 
improdutivos. 
Com a aposentadoria, muitas vezes se percebe um rompimento abrupto das 
relações sociais com outras pessoas com as quais a pessoa conviveu durante 
anos. Ocorre, ainda, uma diminuição salarial considerável e a falta de atividades 
alternativas fora do ambiente laboral. A aposentadoria é um rito de passagem 
para a velhice, ela acentua sua vinculação à terceira idade em uma sociedade de 
consumo na qual apenas o novo é cultuado como fonte da renovação, de posse 
e de desejo. 
A aposentadoria deixou de ser um momento de descanso e recolhimento e se 
tornou um período de lazer e atividade. Mais uma vez, nota-se o quanto a velhice 
é uma experiência complexa e heterogênea, pois para alguns a aposentadoria 
pode signifi car o desengajamento da vida social, enquanto para outros, o começo 
Diversas são as alterações que ocorrem com o processo de 
envelhecimento. Você as conhecerá melhor no Capítulo 2. Porém, 
adiante seus conhecimentos básicos sobre o assunto lendo este 
artigo disponível em: http://www.interscienceplace.org/isp/index.php/
isp/article/view/196.
18
 Temas Contemporâneos soBre o Processo de Envelhecimento
2.5 TEORIAS DO ENVELHECIMENTO
O dinamismo do processo de envelhecimento da população mundial refl etiu 
na busca por soluções que visem minimizar ou retardar os efeitos desse processo, 
fato que, nos últimos anos, tem proporcionado o aumento de pesquisas voltadas 
para esse tema, cada qual com um conjunto de conceitos, fatos e indicadores, 
surgindo várias teorias com o propósito de explicar as causas desse fenômeno 
complexo. No entanto, ainda há muita controvérsia, uma vez que muitas teorias 
formuladas se apoiam somente em uma alteração biológica isolada, sem 
considerar as alterações sociais e psicológicas que também caracterizam o 
envelhecimento.
Várias teorias estão descritas na literatura e buscam explicar o processo 
de envelhecimento. Entretanto, em virtude da complexidade desse processo, 
inúmeros confl itos existem entre as teorias propostas pelos pesquisadores 
(SANTOS et al., 2019). Nessa caminhada em busca do estudo do processo 
de envelhecimento biológico, alguns autores já propuseram teorias de grande 
abrangência, que vão desde a base celular até sistemas; outros estudos se 
fundamentaram em órgãos de base genômica e fi siológica; há também os que 
buscam explicar o envelhecimento por meio de teorias evolutivas e não evolutivas. 
Caro pós-graduando, confi ra este artigo sobre as teorias 
biológicas do envelhecimento, do genético ao estocástico: https://
www.scielo.br/pdf/rbme/v8n4/v8n4a01
A primeira teoria é a Teoria de Uso e Desgaste. Seus defensores destacam 
que a carga de agressões ambientais que acontece diariamente, tem capacidade 
de provocar um paulatino decréscimo da efi ciência do organismo que se encerra 
com a morte (TEIXEIRA; GUARIENTO, 2020).
Determinar que as alterações que ocorrem nas moléculas proteicas, logo em 
seguida da fase de tradução, no momento da síntese das proteínas, culminando 
em mudanças enzimáticas que provocariam a diminuição da efi ciência das 
células é a afi rmativa da Teoria das Proteínas Alteradas, segundo a qual essas 
modifi cações descritas estariam relacionadas com o decréscimo da funcionalidade 
dosidosos (TEIXEIRA; GUARIENTO, 2020).
19
O ENVELHECIMENTO E A VELHICE NO MUNDO CONTEMPORÂNEO Capítulo 1 
A próxima é a Teoria da Desdiferenciação. Os pesquisadores que a defendem 
destacam que as células do organismo se distanciam do seu estado apropriado 
de diferenciação ocasionando erros de mecanismos que fariam as células 
sintetizarem as proteínas desnecessárias e, assim, reduzindo a efi ciência celular, 
do que decorre a morte da célula (YU; MCCAULEY; DANG, 2020).
A Teoria das Mutações Somáticas é classifi cada no âmbito das teorias 
biológicas, pois aponta que, ao longo da vida do indivíduo, existem funções 
celulares que são extintas devido às agressões sofridas pelo DNA e pelo RNA.
Outra possibilidade é a Teoria do Dano Oxidativo e Radicais Livres que, 
segundo indicam seus defensores, grande parte das insufi ciências fi siológicas 
inerentes à velhice deve ser facultativa ante aos danos que ocorrem em uma 
dimensão intracelular. Estes são oriundos dos radicais livres e também das 
espécies reativas de oxigênio geradas a partir do dano que ocorre na célula 
(TEIXEIRA; GUARIENTO, 2020).
A Teoria de Erro Catastrófi co é uma das que é oposta à Teoria das Mutações 
Somáticas, pois as afi rmações são de que os erros ocorrem nas moléculas e não 
no DNA. Além disso, propõe que ao longo dos processos de transição dos ácidos 
nucleicos, podem acontecer erros que levariam a uma redução da efi ciência das 
células que, por conseguinte, promove a morte do ser humano (YU; MCCAULEY; 
DANG, 2020).
Há outras teorias biológicas do envelhecimento e a Teoria Imunológica é uma 
delas. Ela é baseada em dois princípios relacionados à senescência. Veja quais 
são:
• o primeiro princípio está relacionado aos genes do sistema imunológico 
de uma pessoa, fato esse que compromete o sistema mencionado e 
reduz a resistência do indivíduo durante infecções;
• o segundo princípio liga-se automaticamente ao crescimento da 
propriedade autoimune do nosso corpo.
Uma outra teoria que se fundamenta no fato de que os acúmulos de 
substâncias intracelulares são produtos do metabolismo e responsáveis pelo 
envelhecimento da célula é a chamada Teoria Lipofuscina e do Acúmulo de 
Detritos (FARINATTI, 2002). Conforme se sustenta nessa teoria, tais produtos não 
podem ser destruídos ou eliminados, e disso decorre a ocupação do espaço e, 
por fi m, a danifi cação das atividades celulares normais.
A Teoria Neuroendócrina tem uma defi nição de envelhecimento que parte 
da ideia de que a principal consequência desse processo é que as modifi cações 
20
 Temas Contemporâneos soBre o Processo de Envelhecimento
endócrinas e, principalmente, neurais, levariam à progressiva morte de células 
específi cas integradoras (TEIXEIRA; GUARIENTO, 2020).
A longevidade pode ser notada como uma função do declive metabólico por 
meio da Teoria Metabólica. Ela se divide em dois grupos que ilustram a decaída 
metabólica, são eles:
• Dano à mitocôndria: os danos que se acumulam do oxigênio, sofridos 
pela mitocôndria, têm a capacidade de levar ao declínio fi siológico 
celular. 
• Taxa de vida: a taxa de longevidade é díspar em relação à taxa 
metabólica.
Em continuação, outras teorias, tais como as genéticas e as sistêmicas, 
também buscam justifi car as peculiaridades do processo de envelhecimento. 
Quando elencamos as teorias sistêmicas, estas se baseiam em explicações que 
focam o resultado sistêmico das interações entre o meio ambiente e os genes 
de indivíduo (TEIXEIRA; GUARIENTO, 2020). Vale a pena destacar que as 
interações podem ser fundamentadas e até mesmo subdivididas na genética para 
clarifi car o processo de envelhecimento.
Em relação às teorias baseadas na genética, estas ditam que as alterações 
na sentença genética apresentam como produtos fi nais modifi cações senescentes 
nas células, podendo ser tanto gerais, quanto específi cas (FARINATTI, 2002).
Como visto até aqui, não existe apenas única teoria que, por si só, consiga 
explicar todo o processo do envelhecimento. Assim, na busca por encontrar uma 
teoria que separe as causas dos efeitos da senescência, destacamos também as 
teorias psicológicas e as sociológicas. 
Indicamos a leitura do artigo científi co intitulado Atividade, 
Engajamento, Modernização: teorias sociológicas clássicas sobre 
o envelhecimento. Acesse: https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/
handle/10183/27274/000677539.pdf?se. 
21
O ENVELHECIMENTO E A VELHICE NO MUNDO CONTEMPORÂNEO Capítulo 1 
As teorias psicológicas procuram explicar o desenvolvimento psicológico e 
identifi car os traços associados ao envelhecimento bem-sucedido. Essas teorias 
buscam proporcionar descrição e explicação das mudanças comportamentais que 
ocorrem ao longo da velhice; a caracterização das diferenças entre indivíduos 
e grupos; a diferenciação entre os aspectos inatos à senescência e àqueles 
decorrentes do contexto sócio-histórico e à história pessoal; a identifi cação 
das diferenças entre idosos e outros grupos de idade, a descrição sobre como 
se alteram e como se relacionam nesta fase da vida, os diferentes processos 
psicológicos e, por fi m; identifi car se os processos psicológicos se modifi cam ou 
se mantêm com a velhice (NERI, 2017).
O Paradigma Mecanicista e as teorias a ele vinculadas foram fundamentais 
para o despertar da experimentação em Psicologia com indivíduos mais velhos, 
porém tiveram infl uência modesta na explicação do desenvolvimento. A ideia 
central deste paradigma é a do ser humano como uma máquina que reage 
a forças externas. Liberdade, decisões, pensamentos e “o próprio eu” não são 
vistos como condições causais, mas como constructos teóricos (NERI, 2017).
Experimentos sobre aprendizagem, tempo de reação e inteligência no adulto 
mostraram que pessoas mais velhas apresentavam desempenhos piores e que, 
quanto mais velhos, maior a discrepância entre seu desempenho intelectual e 
o dos mais jovens (NERI, 2017). Esses resultados talvez decorressem não só 
de infl uências biológicas, mas também da bagagem cultural, das experiências 
pessoais e do nível educacional dos participantes. Mas, na época, o estudioso 
não recebeu devida atenção e prestígio. 
Por outro lado, no Paradigma Organicista, as noções centrais são de 
processo, integração, organização e desenvolvimento como processo ativo 
de mudança na direção de um alvo superior. O desenvolvimento passa a ser 
considerado uma sucessão de estágios regulados por princípios intrínsecos, 
na qual os determinantes sociais, históricos e culturais oferecem as condições 
para a manifestação. Esse paradigma é norteado por: (1) sequencialidade das 
transformações ao longo do tempo; (2) unidirecionalidade; (3) orientação à meta; 
(4) irreversibilidade; (5) natureza estrutural qualitativa das transformações; (6) 
universalidade dos processos de mudança.
De acordo com Erikson (1959, 1968), o potencial para o desenvolvimento 
está totalmente presente no indivíduo já no nascimento e caberia ao ambiente 
sociocultural dar oportunidades para a manifestação desse potencial. Sendo 
assim, sua teoria foi denominada de epigenética, termo cuja etimologia remete à 
noção de algo que se origina, aparece ou se manifesta de dentro para fora, por 
desdobramento, como no crescimento do embrião. Para o autor, o desenvolvimento 
ocorre em fases que se sucedem em ciclos, cada um caracterizado pela 
22
 Temas Contemporâneos soBre o Processo de Envelhecimento
emergência de uma crise evolutiva. Cada crise é sistematicamente relacionada às 
demais e o desenvolvimento adequado depende da vivência de todas elas, uma 
após a outra ao longo da vida, do nascimento à velhice (ERIKSON, 1959,1968). 
As infl uências socioculturais seriam as responsáveis pela contextualização da 
manifestação e da sua resolução. No Quadro 1, encontram-se as oito fases ou 
idades da vida propostas em sua teoria. O autor ainda defende a ideia de que o 
enfrentamento ativo de cada crise resultaria no domínio e refl etiriano cumprimento 
de tarefas específi cas.
QUADRO 1 – FASES DO DESENVOLVIMENTO DO SER HUMANO
FASE DA VIDA CRISE PSICOSSOCIAL
TAREFAS 
EVOLUTIVAS
QUALIDADE DO 
EGO
Fase bebê Confi ança vs. 
Desconfi ança
Formação de 
vínculo com a fi gura 
materna, confi ança 
nessa fi gura e 
em si mesmo; 
confi ança na própria 
capacidade de fazer 
com que as coisas 
aconteçam.
Esperança
Início da infância Autonomia vs. 
Vergonha e dúvida
Desenvolvimento 
da liberdade de 
escolha; controle 
sobre o próprio 
corpo.
Vontade/ Domínio
Idade do brinquedo Iniciativa vs. Culpa Atitudes 
orientadas à meta; 
autoafi rmação.
Propósito
Idade escolar Trabalho vs. 
Inferioridade
Aquisição de 
repertórios 
escolares e sociais 
básicos exigidos 
pela cultura.
Competência
Adolescência Identidade vs. 
Difusão da 
identidade
Subordinação do 
self a um projeto 
de vida; senso 
de identidade; 
capacidade crítica, 
aquisição de novos 
valores.
Fidelidade
23
O ENVELHECIMENTO E A VELHICE NO MUNDO CONTEMPORÂNEO Capítulo 1 
FONTE: Adaptado de Erikson (1959,1968)
Idade adulta Intimidade vs. 
Isolamento
Desenvolvimento 
de relações 
amorosas estáveis 
que implicam 
conhecimento, 
respeito, 
responsabilidade 
e doação como 
base; capacidade 
de se revelar sem 
medo de perda da 
identidade.
Amor
Maturidade Geratividade vs. 
Estagnação
Geração de fi lhos, 
ideias e valores; 
transmissão de 
conhecimentos e 
valores à geração 
seguinte.
Cuidado
Velhice Integridade do ego 
vs. Desemprego
Integração dos 
temas anteriores; 
formação de um 
ponto de vista 
sobre a morte; 
preocupação em 
deixar um legado 
espiritual e cultural.
Sabedoria
3 ENVELHECIMENTO 
POPULACIONAL
A população idosa está em crescente expansão no Brasil. Você já 
percebeu? Isso pode ser explicado pelos avanços da ciência em diversas áreas, 
principalmente na médica, na qual houve melhora signifi cativa dos tratamentos 
e técnicas terapêuticas, desenvolvimento de vacinas, de medicamentos. Em 
consequência, a melhora das condições de vida e o aumento da expectativa de 
vida estão diretamente relacionados com a redução das taxas de fecundidade e 
mortalidade. Chamamos este aumento do número de idosos no Brasil e no mundo 
de envelhecimento populacional. 
24
 Temas Contemporâneos soBre o Processo de Envelhecimento
O artigo O envelhecimento populacional brasileiro: desafi os 
e consequências sociais atuais e futuras traz informações muito 
interessantes sobre esta temática que estamos estudando. 
Confi ra em: https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1809-
98232016000300507&script=sci_arttext&tlng=pt. 
O envelhecimento populacional é uma das mais signifi cativas tendências 
do século XXI. Apresenta implicações importantes e de longo alcance para 
todos os domínios da sociedade. No mundo todo, a cada segundo duas pessoas 
celebram seu sexagésimo aniversário – em um total anual de quase 58 milhões 
de aniversários de 60 anos. Uma em cada nove pessoas no mundo tem 60 anos 
de idade ou mais, e estima-se um crescimento para um em cada cinco, por volta 
de 2050. O envelhecimento da população é um fenômeno que já não pode mais 
ser ignorado. Confi ra a pirâmide etária do Brasil de 2012 e 2018.
FIGURA 7– PIRÂMIDE ETÁRIA 2012 E 2018, BRASIL
FONTE: IBGE - Pesquisa nacional por amostra de domicílio contínua (PNAD CONTÍNUA), 
2018. Disponível em: <https://educa.ibge.gov.br/jovens/conheca-o-brasil/populacao/18318-
piramide-etaria.html>. Acesso em: 11 ago. 2020.
25
O ENVELHECIMENTO E A VELHICE NO MUNDO CONTEMPORÂNEO Capítulo 1 
Não só no Brasil, mas o envelhecimento da população está ocorrendo em 
todas as regiões do mundo, em países com diferentes níveis de desenvolvimento. 
Está progredindo mais rapidamente nos países em desenvolvimento, inclusive 
naqueles que também apresentam uma grande população jovem. Dos atuais 15 
países com mais de 10 milhões de idosos, sete são países em desenvolvimento. 
O envelhecimento é um triunfo do desenvolvimento. 
O aumento da longevidade é uma das maiores conquistas da humanidade. 
As pessoas vivem mais em razão de melhorias na nutrição, nas condições 
sanitárias, nos avanços da medicina, nos cuidados com a saúde, no ensino e 
no bem-estar econômico. A expectativa de vida no nascimento, atualmente, está 
situada acima dos 80 anos em 33 países; há apenas cinco anos, somente 19 
deles haviam alcançado esse patamar. Presentemente, apenas o Japão conta 
com uma população de mais de 30% de idosos. Estima-se que por volta de 2050, 
64 países se juntarão a ele com uma população idosa de mais de 30% do total. O 
Brasil será um desses países.
A população é classifi cada como em processo de envelhecimento quando as 
pessoas idosas se tornam uma parcela proporcionalmente maior da população total. 
Como você já viu, o declínio das taxas de fecundidade e o aumento da longevidade 
têm levado ao envelhecimento da população. A expectativa de vida ao nascer 
aumentou substancialmente em todo o mundo. De 2010-2015, a expectativa de vida 
ao nascer passou a ser de 78 anos nos países desenvolvidos e 68 nas regiões em 
desenvolvimento. Estima-se que entre 2045-2050, os recém-nascidos podem esperar 
viver até os 83 anos nas regiões desenvolvidas e 74 naquelas em desenvolvimento.
Em 1950, havia 205 milhões de pessoas com 60 anos ou mais no mundo. 
Em 2012, o número de pessoas mais velhas aumentou para quase 810 milhões. 
Projeta-se que esse número alcance 1 bilhão em menos de 10 anos e que 
duplique até 2050, alcançando 2 bilhões. Há diferenças bem delineadas entre as 
regiões mundiais. Por exemplo: em 2012, 6% da população africana tinha 60 anos 
ou mais, comparada com 10% na América Latina e Caribe, 11% na Ásia, 15% na 
Oceania, 19% na América do Norte e 22% na Europa. Em 2050, estima-se que 
10% da população africana terá 60 anos ou mais, comparada com 24% na Ásia, 
24% na Oceania, 25% na América Latina e Caribe, 27% na América do Norte e 
34% na Europa. As mulheres formam a maioria das pessoas idosas.
 Hoje, para cada 100 mulheres com 60 anos ou mais em todo o mundo, 
há apenas 84 homens, e para cada grupo de 100 mulheres com 80 anos ou mais, 
existem apenas 61 homens. O envelhecimento é um processo que atinge homens 
e mulheres de forma diferente. As relações de gênero estruturam todo o curso da 
vida, infl uenciando o acesso a recursos e oportunidades com um impacto que é 
tanto contínuo quanto cumulativo. 
26
 Temas Contemporâneos soBre o Processo de Envelhecimento
Em muitas situações, as idosas são mais vulneráveis à discriminação: menos 
acesso ao trabalho e ao atendimento à saúde; estão mais sujeitas ao abuso; 
têm o direito negado de possuir propriedades e receber heranças; e lhes falta 
renda básica e previdência social. Mas, os homens idosos, particularmente após a 
aposentadoria, também podem se tornar vulneráveis devido à maior fragilidade de 
suas redes de suporte social, podem também estar sujeitos a abusos – inclusive 
abusos fi nanceiros. Essas diferenças têm importantes implicações para as 
políticas de planejamentos de programas públicos. 
A geração mais velha não é um grupo homogêneo para o qual bastam 
políticas generalistas. É importante não padronizar os idosos como uma categoria 
única, mas reconhecer que essa população apresenta características tão diversas 
quanto qualquer outro grupo etário em termos, por exemplo, de idade, sexo, etnia, 
educação, renda e saúde. 
Cada grupo de idosos, tais como os de baixa renda, de mulheres, de homens, 
de idade mais avançada, de indígenas, de analfabetos, da população urbana 
ou rural, tem necessidades e interesses específi cos que precisam ser tratados 
especifi camente, por meio de programas e modelos de intervenção adequados a 
cada segmento.
A estrutura populacional continua demonstrando a manutenção da tendência 
de envelhecimento da população brasileira, que chegou a 201 milhões de 
habitantes em 2013, por meio do estreitamento da base da pirâmide populacional 
do Brasil. Este novo perfi l demográfi coformatado pelo processo de envelhecimento 
traz grandes desafi os na área da previdência social, saúde, cuidado e integração 
social dos idosos. 
Sugerimos a leitura deste artigo https://www.scielo.br/scielo.
php?pid=S0102-69922012000100010&script=sci_arttext que versa a 
respeito do envelhecimento populacional.
Em 2013, a população do Brasil era constituída por 13% de idosos (pessoas 
com 60 anos ou mais de idade). A Região Sul tem 14,5% de sua população 
constituída de idosos e o Estado do Paraná alcançando a marca 12,7% de idosos 
em sua população. A população idosa brasileira tem 55,5% de mulheres, 53,4% 
que se consideram de cor branca e 83,9 % residem em áreas urbanas.
27
O ENVELHECIMENTO E A VELHICE NO MUNDO CONTEMPORÂNEO Capítulo 1 
Como citado anteriormente, o aumento do envelhecimento da população 
e o estreitamento da base da pirâmide populacional vêm alterando o perfi l 
demográfi co da população brasileira. Esta mudança demográfi ca da população 
associada à concentração de renda e ao aumento da desigualdade social têm 
sido fatores para o aumento da procura por ambientes de cuidado de saúde.
As oportunidades sociais que essa evolução demográfi ca apresenta são 
infi ndáveis quanto às contribuições que uma população em envelhecimento, 
social e economicamente ativa, segura e saudável, pode trazer à sociedade. A 
população em envelhecimento também apresenta desafi os sociais, econômicos e 
culturais para indivíduos, famílias, sociedades e para a comunidade global.
Com o número e a proporção de pessoas idosas aumentando mais rápido 
do que em qualquer outra faixa etária e em escala cada vez maior de países, 
surgem preocupações sobre a capacidade das sociedades de tratar dos desafi os 
associados a essa evolução demográfi ca. 
Algumas abordagens, como formas de estruturação das sociedades, 
forças de trabalho e relações sociais e intergeracionais, devem se apoiar em 
um forte compromisso político e uma sólida base de dados e de conhecimento 
que assegurem uma efetiva integração do envelhecimento global no seio dos 
processos mais amplos de desenvolvimento. As pessoas, em todos os lugares, 
devem envelhecer com dignidade e segurança, desfrutando da vida com a plena 
realização de todos os direitos humanos e liberdades fundamentais. Considerar 
tanto os desafi os quanto as oportunidades é a melhor receita para o sucesso em 
um mundo em envelhecimento.
4 PRINCÍPIOS UNIVERSAIS PARA 
O ENVELHECIMENTO DIGNO E 
SAUDÁVEL
Para serem classifi cadas em sua idade funcional, não basta dizer que duas 
pessoas idosas tenham, coincidentemente, a mesma idade. Isso vai depender 
ainda do contexto social no qual cada idoso se insere e de como vivem o 
envelhecimento – de maneira mais ativa ou não. Sendo assim, podemos ter duas 
pessoas com a mesma idade, porém com estilos de vida diferentes que afetem, 
de maneira positiva ou não, a sua estética e disposição.
De maneira ampla, sabemos que o envelhecimento é caracterizado pela 
diminuição geral das capacidades que se realizam diariamente. Alguns idosos 
28
 Temas Contemporâneos soBre o Processo de Envelhecimento
chegam a perder a sua independência. Porém, atualmente, conseguimos 
perceber que os idosos estão se cuidando mais, sendo orientados para se 
manterem ativos e funcionais, cultivando assim seu bem-estar.
O idoso deveria ter uma equipe multidisciplinar de profi ssionais para assistir 
seu processo de envelhecimento: fi sioterapeutas, profi ssionais de educação física, 
médicos geriatras, clínicos, terapeutas ocupacionais, enfermeiros, assistentes 
sociais, psicólogos entre outros, com o objetivo de promover e tratar de sua saúde. 
A promoção da saúde é a primeira questão nessa prática, pois o foco é prevenir 
a perda da funcionalidade física, psicológica e social do idoso. Para isso, hábitos 
saudáveis devem ser adquiridos durante a vida, principalmente na velhice.
Mesmo estando claros os benefícios de manter hábitos saudáveis, fatores 
como aderir a uma alimentação saudável e praticar regularmente atividade 
física são modifi cáveis importantes à saúde do idoso, mas isso nem sempre é 
de conhecimento de toda a população. Nesse sentido, para promover a saúde, 
é necessário informar e orientar, contribuindo positivamente na autonomia 
dos indivíduos que promoverão o suporte necessário no cuidado ao idoso. 
Alguns programas educativos têm surgido com o intuito de orientar a respeito 
de prevenção e auxílio no tratamento de diversas doenças decorrentes do 
envelhecimento (COELHO et al., 2013). 
Esses programas educacionais para idosos buscam atender as necessidades, 
trabalhando com diversos procedimentos pedagógicos com o intuito de despertar 
a consciência crítica para a busca do envelhecimento bem-sucedido. Nesse 
sentido, por exemplo, foi criada a Universidade Aberta da Terceira Idade (UNATI), 
que proporciona maior inserção na sociedade, pois essas instituições com 
abordagens multidisciplinares priorizam o processo de valorização da terceira 
idade, analisando constantemente os diversos aspectos biopsicológicos, político, 
espiritual e sociocultural, com o objetivo de integrar esses cidadãos ao cotidiano, 
tornando-os mais ativos, alegres e participativos.
Outras práticas grupais de educação têm sido utilizadas por profi ssionais 
como alternativa para as práticas assistenciais e educativas, pois se nota que 
esses espaços produzem conhecimentos que favorecem o empoderamento 
individual e coletivo dos envolvidos, por meio da valorização dos diversos saberes 
e da possibilidade de intervir criativamente no processo de saúde e doença de 
cada ser.
Embora existam ações e intervenções com resultados positivos na saúde 
do idoso e na manutenção das boas condições de saúde da população idosa, 
evidencia-se a necessidade de se ampliar a discussão de como promover a saúde 
e a qualidade de vida para os idosos na sociedade global em um futuro próximo.
29
O ENVELHECIMENTO E A VELHICE NO MUNDO CONTEMPORÂNEO Capítulo 1 
A trajetória da saúde pública possui três agendas: promoção de saúde 
e prevenção primária, que requer muito da educação em saúde para 
desenvolver hábitos de vida saudáveis e melhorar a compreensão do processo 
de envelhecimento; tratamento de saúde apropriado, incluindo profi ssionais 
qualifi cados e atualizados, visando obter diagnósticos precoces e abordagens 
interdisciplinares para manutenção da capacidade funcional; reabilitação das 
funções comprometidas, promovendo a independência funcional e a autonomia 
mental, em qualquer tipo de incapacidade ou limitação (FREITAS; PY, 2017). 
A Política Nacional de Promoção da Saúde (PNPS), aprovada pela Portaria 
n° 687 MS/GM, de 30 de março de 2006, dá diretrizes e aponta estratégias de 
organização das ações de promoção da saúde nos três níveis de gestão do 
Sistema Único de Saúde (SUS), garantindo a integralidade do cuidado. 
A Promoção da Saúde é uma das estratégias do setor de saúde para buscar 
melhoria da qualidade de vida para a população. Seu objetivo é produzir a 
gestão compartilhada entre usuários, movimentos sociais, trabalhadores do setor 
sanitário e de outros setores, gerando autonomia e corresponsabilidade.
O objetivo geral da PNPS é promover a qualidade de vida e reduzir 
vulnerabilidades e riscos à saúde relacionados aos seus determinantes e 
condicionantes modos de viver, condições de trabalho, habitação, ambiente, 
educação, lazer, cultura, bem como acesso a bens e serviços essenciais.
Para alcançar esse objetivo geral, a PNPS está organizada em eixos, nos 
quais o idoso deve estar contemplado: alimentação saudável; práticas corporais/
atividades físicas; tabagismo; álcool e outras drogas; acidentes de trânsito; cultura 
de paz; e desenvolvimento sustentável.
Em relação à alimentação saudável, ela deve ser acessível, saborosa, 
variada, colorida, harmônica e segura; quanto aos aspectos sanitários, deve-se 
considerar também as práticas alimentares culturais e valorizar o consumo de 
alimentossaudáveis regionais. Além disso, deve ser adequada às necessidades 
biológicas e sociais dos indivíduos, estando de acordo com as fases do curso da 
vida. Vale lembrar que a promoção da alimentação saudável é respaldada pelas 
Políticas Nacionais de Alimentação e Nutrição (PNAN) e de Promoção da Saúde 
(PNPS).
Já com relação à prática do exercício físico, esta tem sido difundida no 
mundo como um fator de proteção para a saúde dos idosos. Além dos benefícios 
já conhecidos – como a melhoria da circulação sanguínea e o aumento da 
disposição para as atividades diárias –, ressaltam-se os aspectos de socialização 
e de infl uência na redução de estados de ansiedade e estresse, o que confere à 
30
 Temas Contemporâneos soBre o Processo de Envelhecimento
prática da atividade física a capacidade de melhorar o bem-estar dos indivíduos 
praticantes. Isso melhorará o processo de envelhecimento, fazendo com o que 
o idoso não chegue a ter alterações que o impossibilite de ter qualidade de vida. 
É preciso evitar que ocorra agravos como as ocasionais quedas, originadas 
pela falta de controle postural consequente do processo de envelhecimento e 
sedentarismo. 
Um dos fatores negativos do envelhecimento é o sedentarismo, ou seja, 
a falta de atividade física, então, qualquer movimento corporal produzido pelos 
músculos esqueléticos é considerado atividade física. A modalidade mais comum 
de atividade física é a caminhada, utilizada como deslocamento e indicada 
para todas as faixas etárias, inclusive idosos. A atividade física coopera para 
o envelhecimento saudável, reduz os riscos de doenças crônicas, melhora 
os marcadores cardiometabólicos, diminui a pressão arterial e contribui para a 
saúde mental. Já o exercício físico é toda atividade física planejada, estruturada 
e repetitiva, que tem como objetivo a melhoria e a manutenção de um ou mais 
componentes da aptidão física. Esta, por sua vez, pode ser defi nida em duas 
vertentes: relacionadas à saúde e à performance.
FIGURA 8 – IDOSO REALIZANDO EXERCÍCIO FÍSICO
FONTE: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Elderly_exercise.jpg>. Acesso em: 11 
ago. 2020.
O sedentarismo gera um estilo de vida negativo e representa uma das 
principais causas de queda da qualidade de vida e/ou morte prematura, 
particularmente nos países industrializados. A atividade e a aptidão físicas foram 
associadas à melhora da qualidade de vida dos indivíduos de todas as faixas 
etárias, sobretudo dos idosos. Qualquer atividade física é um recurso muito 
importante para minimizar as degenerações provocadas pelo envelhecimento, 
ou seja, as perdas do domínio cognitivo e as limitações físicas, que podem 
31
O ENVELHECIMENTO E A VELHICE NO MUNDO CONTEMPORÂNEO Capítulo 1 
levar a pessoa idosa à dependência em várias funções do aparelho locomotor, 
impedindo-a de viver satisfatoriamente e limitando sua participação na sociedade.
Indivíduos idosos com condições específi cas de saúde, como doenças 
cardiovasculares e diabetes, podem precisar de precauções extras e devem 
procurar orientação médica antes de se esforçarem para atingir os níveis 
recomendados de atividade física para idosos.
Existem várias maneiras pelas quais os idosos podem acumular 150 minutos 
de atividades semanais. O conceito de acumulação se refere ao cumprimento da 
meta de 150 minutos por semana realizando atividades em vários períodos mais 
curtos, de pelo menos 10 minutos cada, por exemplo: 30 minutos de atividade de 
intensidade moderada, cinco vezes por semana, resultam em 150 minutos.
Essas recomendações são aplicáveis a todos os idosos, independentemente 
de sexo, raça, etnia ou nível de renda. As recomendações podem ser para idosos 
com defi ciência, no entanto, com ajustes para cada indivíduo, considerando sua 
capacidade de exercício, riscos e limitações específi cas.
Idosos que estão inativos ou que tenham algumas limitações de doenças 
terão benefícios adicionais para a saúde se passarem da categoria de nenhuma 
atividade para alguns níveis de atividade. Os idosos que atualmente não cumprem 
as recomendações para atividade física devem ter como objetivo aumentar a 
duração, a frequência e, fi nalmente, a intensidade como objetivo para alcançá-las, 
melhorando assim sua aptidão física.
A aptidão física relacionada à saúde contempla atributos biológicos (força e 
resistência muscular, fl exibilidade, capacidade aeróbica e controle ponderal), que 
oferecem alguma proteção ao aparecimento de distúrbios orgânicos provocados 
pelo estilo de vida sedentário; a aptidão física relacionada à performance 
envolve uma série de componentes relacionados ao desempenho esportivo ou 
laboral, como agilidade, equilíbrio, coordenação, potência e as velocidades de 
deslocamento e de reação muscular. Diante disso, deve-se estimular a população 
idosa à prática de atividades físicas capazes de promover a melhoria da aptidão 
física relacionada à saúde. Segundo estudos epidemiológicos, a prática de 
atividades físicas proporciona benefícios nas áreas psicofi siológicas.
Na área motora e da saúde, observa-se a redução do risco de morte 
prematura, doença do coração, acidente vascular cerebral, câncer de cólon e 
mama, diabetes tipo II, bem como atua na prevenção e redução da hipertensão 
arterial, prevenindo o ganho de peso e o risco de obesidade, auxiliando na 
prevenção e redução da osteoporose, promovendo também bem-estar, com a 
redução de estresse, ansiedade e depressão. Por outro lado, quando as pessoas 
32
 Temas Contemporâneos soBre o Processo de Envelhecimento
possuem um estilo de vida inativo ou pouco ativo, são classifi cadas como 
sedentárias. Considera-se sedentário o indivíduo que tenha um estilo de vida 
com o mínimo de atividade física, sendo este equivalente a um gasto energético 
inferior a 500Kcal por semana.
O sedentarismo pode ser decorrente de diversos fatores, como: o 
desenvolvimento tecnológico, que proporcionou mais comodidade à vida, 
incentivando a hipocinesia; maior vivência do lazer doméstico (por exemplo, 
televisão, videogames e jogos de computador), em virtude do crescimento da 
insegurança e do esvaziamento dos espaços públicos nos centros urbanos; 
carência de espaços e equipamentos de lazer comunitários que permitam a 
prática de atividades físicas, dentre outros fatores. 
Em virtude do aumento da quantidade de indivíduos inativos, podemos fazer 
os seguintes questionamentos: por que algumas pessoas são ativas e outras não? 
Por que tantas outras pessoas que iniciaram um programa de atividades físicas o 
abandonam? A adesão às atividades físicas é um fenômeno complexo e depende 
da relação de diversas variáveis que geram os chamados fatores associados.
A probabilidade de um indivíduo e/ou comunidade ser fi sicamente ativa está 
relacionada à infl uência da análise de fatores individuais micro e macroambientais. 
Os fatores macroambientais incluem as condições gerais socioeconômicas, 
culturais e ambientais. As infl uências resultantes dos microambientes incluem 
a ligação do local onde se vive e trabalha, bem como o suporte das normas 
sociais e das comunidades locais. Nos fatores individuais, as atitudes em relação 
à atividade física, o acreditar em sua própria possibilidade de ser ativo ou o 
conhecimento de oportunidades no dia a dia pode infl uenciar a probabilidade de 
ser ativo ou de alguém tentar novas atividades.
Apesar de o ambiente ser uma chave infl uente nos níveis de atividade 
física, alguns fatores psicossociais infl uenciam nas decisões das pessoas sobre 
estilos de vida e escolhas quanto a um comportamento saudável ou de risco. 
Esses fatores psicossociais são classifi cados em positivos ou facilitadores e em 
negativos ou barreiras. 
Os facilitadores são compreendidos em: autoefi cácia (acreditar na própria 
capacidade para ser ativo); intenção e prazer no exercício; nível percebido de 
saúde e aptidão física; automotivação; apoio social; esperança de benefícios 
do exercício; e benefícios percebidos.Já as barreiras são classifi cadas em: 
percepção da falta de tempo; percepção de que não se é do “tipo desportivo” 
(particularmente para as mulheres); preocupações sobre a segurança pessoal; 
sensação de cansaço e preferência em descansar e relaxar no tempo livre; 
e autopercepções (por exemplo, assumir que já é sufi cientemente ativo). Ao 
33
O ENVELHECIMENTO E A VELHICE NO MUNDO CONTEMPORÂNEO Capítulo 1 
analisarmos estas variáveis é possível perceber uma inter-relação entre o 
comportamento, as barreiras e a adesão para a prática das atividades físicas. 
Como informado anteriormente, outro eixo da promoção da saúde é o controle 
do tabagismo. Desde 1989, o Ministério da Saúde, por meio do Instituto Nacional 
de Câncer, articula a gestão e a governança do Programa Nacional de Controle 
do Tabagismo no Brasil, que tem como objetivo geral reduzir a prevalência de 
fumantes e a consequente morbimortalidade relacionada ao consumo de 
derivados do tabaco. Para tanto, ações educativas, bem como de comunicação, 
de atenção à saúde, junto a ações legislativas e econômicas, potencializam-
se para prevenir a iniciação do tabagismo, promover sua cessação e proteger 
a população dos riscos do tabagismo passivo. As estratégias essenciais para 
o alcance desses resultados têm sido o fomento da rede de parcerias junto às 
Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde com outros setores do Ministério da 
Saúde e do governo, assim como as organizações não governamentais.
FIGURA 9 – IDOSO TABAGISTA
FONTE: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Elderly_Man_Smoking_-_Lviv_-_
Ukraine_(27177188685)_(2).jpg>. Acesso em: 12 ago. 2020.
Sabemos que o tabagismo é uma doença crônica que causa dependência 
física e psíquica, além de ser reconhecida pela Organização Mundial de Saúde 
que, sendo crônica, está sujeita a recaídas frequentes, as quais nem sempre são 
reconhecidas pelos profi ssionais de saúde.
34
 Temas Contemporâneos soBre o Processo de Envelhecimento
Sabemos que o tabagismo é uma doença crônica que causa dependência 
física e psíquica, além de ser reconhecida pela Organização Mundial de Saúde 
que, sendo crônica, está sujeita a recaídas frequentes, as quais nem sempre são 
reconhecidas pelos profi ssionais de saúde.
Existem vários fatores que contribuem para a dependência do tabaco. O 
mais importante é a presença da nicotina, a substância psicoativa que tem uma 
elevada capacidade de desenvolver a dependência física e psicológica por meio 
de processos que se assemelham às dependências provocadas por outras drogas. 
O fumo do tabaco é uma suspensão constituída por mais de 4.000 substâncias 
com efeitos tóxicos e irritantes, como o monóxido de carbono, metais pesados e 
substâncias radioativas.
Diante de várias consequências que se originam do tabaco, o fumante passivo 
é muito prejudicado, pois, ao conviver com o tabagista, inala diariamente a fumaça 
derivada do tabaco e dos outros componentes. As evidências apresentadas pela 
literatura correlacionam a inalação de fumaça pelos não fumantes a alguns efeitos 
adversos no sistema respiratório e circulatório, ação carcinogênica em adultos e 
impactos da saúde do idoso.
O câncer de pulmão, as doenças respiratórias, as doenças cardiovasculares, 
as doenças de reprodução e outras doenças estão associadas aos fumadores 
ativos. No entanto, nos últimos anos, o impacto do fumo do tabaco expõe os não 
fumadores aos mesmos malefícios que o fumador ativo. As doenças respiratórias 
como asma, alergia e doenças pulmonares, podem conduzir à exclusão social e 
laboral. Os idosos sofrem e podem desenvolver pneumonia, bronquite, asma e 
problemas na orelha (audição).
FIGURA 10 – CÂNCER DE PULMÃO
FONTE: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Lung_cancer.jpg>. Acesso em: 13 ago. 
2020.
35
O ENVELHECIMENTO E A VELHICE NO MUNDO CONTEMPORÂNEO Capítulo 1 
A exposição ao fumo do tabaco é um problema de Saúde Pública de grande 
magnitude e os profi ssionais de saúde podem ter um papel fundamental ao 
informar aos seus doentes sobre os riscos provenientes desta exposição, incluindo 
as equipes de serviço e os locais prestadores de cuidados à saúde.
A cessação do tabagismo gera importantes benefícios em longo prazo na 
saúde das pessoas. Parar de fumar antes dos 50 anos provoca uma redução de 
50% no risco de morte por doenças relacionadas ao tabagismo após 16 anos de 
abstinência.
Além da importante redução no risco relacionado às doenças crônicas, 
há outros benefícios relevantes com a cessação do tabagismo: melhora da 
autoestima, do hálito, da coloração dos dentes e da vitalidade da pele; melhora 
do convívio com pessoas não tabagistas; melhora no desempenho de atividades 
físicas; redução dos danos ao meio ambiente, pois uma árvore é derrubada para 
cada 300 cigarros produzidos e o fi ltro do cigarro leva cerca de 100 anos para ser 
degradado na natureza.
Todos esses fatos justifi cam o esforço mundial de controle do tabaco, 
incluindo as ações de cessação do tabagismo. O apoio da equipe multidisciplinar 
deve promover, sempre que possível, ações de informação, incentivo e apoio ao 
abandono do tabagismo não só do idoso em si, mas também dos familiares e 
cuidadores de seu convívio. As estratégias usadas para o tratamento de cessação 
do tabagismo podem ser divididas em intervenções psicossociais e tratamentos 
medicamentosos.
As intervenções psicossociais incluem aconselhamentos e abordagens 
cognitivo-comportamentais (alicerce do tratamento). O tratamento medicamentoso 
aumenta as chances do fumante alcançar a cessação completa. Antes do 
tratamento farmacológico, deve-se motivar o indivíduo à cessação defi nitiva por 
meio de entrevista motivacional e abordagens centradas na pessoa.
As respostas adaptativas ao processo do envelhecimento englobam o 
sentimento de se perceberem mais jovens, em um bom estado de saúde física 
e mental, prevenindo que ocorram incapacidades. Sendo assim, intervenções 
interdisciplinares se fazem necessárias com atuações diretamente a este grupo 
populacional, enfatizando ações de promoção e prevenção da saúde.
Agora, vamos conhecer os aspectos relacionais ao envelhecimento 
digno, saudável e à cognição. A senescência está associada a prejuízos na 
capacidade cognitiva decorrentes de alterações estruturais e funcionais. A perda 
da capacidade cognitiva impacta diretamente na independência e autonomia 
e, consequentemente, na qualidade de vida dos idosos. É importante estimular 
36
 Temas Contemporâneos soBre o Processo de Envelhecimento
atividades que promovem a cognição dos idosos. O desempenho cognitivo sofre 
declínio com a senescência. Alguns determinantes interferem na cognição, sendo 
a idade o principal. No entanto, o sexo, fatores ambientais como níveis inferiores 
de renda e educação, sintomas de depressão, inatividade física e alimentação 
também são fatores determinantes. 
O consumo de vegetais, frutas e peixes apresenta efeitos positivos pela 
presença de nutrientes, antioxidantes e vitaminas. O impacto negativo na saúde 
cognitiva também está associado ao consumo de carnes gordas e fontes de ácidos 
graxos poli-insaturados. Além disso, as alterações biopsicossociais acompanham 
o processo de envelhecimento e, deste modo, inicia-se o decréscimo dos 
processos funcionais e cognitivos. 
Ao envelhecer, o indivíduo relata difi culdade de memorizar fatos do cotidiano, 
e este declínio das funções cognitivas pode estar relacionado à idade e/ou estilo 
de vida. Algumas funções cognitivas são de suma importância, como o tempo 
de reação a um estímulo, memória de atenção – que planeja a realização das 
atividades diárias –, e memória de curto prazo – que recorda informações recentes. 
Já as capacidades verbais permanecem preservadas com o envelhecimento 
normal, porém, ao avançar da idade, observa-se que há uma difi culdade na 
realização de atividades que relacionam a memória com a linguagem.
Existem evidências de que a alimentação saudável podedesempenhar um 
papel na prevenção e adiar o processo de fragilidade do idoso. Alimentos ricos em 
vitaminas, proteínas e antioxidantes podem retardar este declínio. A manutenção 
da saúde também depende da alimentação saudável, evidenciando-se o consumo 
de frutas, legumes e verduras. A presença destes alimentos na alimentação 
auxilia o suprimento de micronutrientes, fi bras e demais componentes com 
características funcionais, protegendo o DNA contra agravos.
Notam-se diversas modifi cações nos padrões alimentares da população em 
diversos países, até mesmo no Brasil, onde há consumo de gorduras, açúcares, 
produtos industrializados ricos em sódio e, em contrapartida, a diminuição do 
consumo de arroz e feijão, além da ausência de frutas e hortaliças. Uma dessas 
grandes alterações é a defi ciência de vitamina B-12, comumente presente nos 
idosos de todo o mundo. Concentrações baixas da vitamina têm sido associadas 
a danos neuropsiquiátricos.
Também associada ao envelhecimento, a perda progressiva de proteína 
infl uencia em um grande risco de quedas e fraturas, redução da mobilidade, 
independência, e declínio da função imunológica, o que aumenta a predisposição 
a infecções. A manutenção da massa muscular de idosos requer maior quantidade 
de proteínas. A fragilidade delas nos idosos agrava em mudanças no metabolismo, 
37
O ENVELHECIMENTO E A VELHICE NO MUNDO CONTEMPORÂNEO Capítulo 1 
propiciando um aumento no catabolismo proteico muscular e redução da massa 
muscular. Existe um consenso internacional que baseia a prevenção da fragilidade 
à administração de vitamina D, tornando mais efi caz a saúde dessa faixa etária. É 
importante destacar que os fatores socioeconômicos interferem diretamente nos 
hábitos nutricionais. 
O excesso de peso (principalmente a obesidade), hábitos alimentares 
inadequados e o sedentarismo (já discutido anteriormente) contribuem como 
fatores de risco para o aparecimento de doenças como a hipertensão arterial 
sistêmica e diabetes mellitus. As ações de nutrição e alimentação realizadas por 
profi ssionais de saúde na abordagem para as mudanças de hábitos alimentares 
são necessárias, pois o foco das fontes alimentares e os aspectos dos nutrientes 
promovem mudanças no comportamento alimentar. Em função disso, é de grande 
importância a realização de uma avaliação nutricional nos idosos. 
Outro grande problema de saúde pública que impacta no envelhecimento 
digno e saudável é a queda. A queda é descrita como um evento em que a pessoa, 
desavisadamente, vai ao chão ou ao encontro de um local num nível inferior que 
o ocupado anteriormente, seja de forma consciente ou inconsciente, com ou sem 
lesão (FREITAS; PY, 2017).
Cada queda possui fatores de riscos específi cos. É imprescindível uma 
análise cuidadosa da situação em que ela ocorreu para que se possa realizar 
avaliação clínica e investigação epidemiológica. Ao pesquisar a incidência das 
quedas, leva-se em conta as que não são intencionais e resultam em um contato 
com o chão, e não apenas as que ocorrem quando se cai de costas de lugar em 
que está sentado.
As quedas em idosos são constantes, e os com idade mais avançada são 
mais pré-dispostos em decorrência da perda da autonomia. Normalmente, as 
quedas são resultado de um desequilíbrio em vários sistemas, graves o bastante 
para comprometer a habilidade de compensação do idoso. A parte emocional 
também gera um impacto psicológico em pessoas mais velhas.
A queda acontece geralmente quando existe uma perturbação do equilíbrio 
e uma falha do sistema de controle postural que não se pode compensar. Podem 
ocorrer, não com muita frequência, quedas devido a uma perturbação interna 
fi siológica que impede, de forma passageira, a atuação do sistema de controle 
postural, acontecendo uma intervenção na perfusão dos centros posturais 
cerebrais, do tronco encefálico ou dos sistemas sensório-motores.
Devemos diferenciar os idosos que sofrem quedas por possuírem uma 
fragilidade devido a uma instabilidade daqueles que têm um risco maior de cair 
38
 Temas Contemporâneos soBre o Processo de Envelhecimento
por serem saudáveis e ativos e caem justamente por participar de atividades 
arriscadas e vigorosas.
É mais sensato dizer que existe uma interação de fatores associados às 
quedas do que a causa ser relacionada somente a um elemento. Alguns fatores, 
como função cognitiva e idade, são correlatos, apenas com um indicativo de 
relação causal frente a uma avaliação multivariada. 
Conheça alguns elementos associados às quedas em brasileiros: o risco 
de novas quedas é maior em idosas, viúvos, solteiros ou desquitados; o risco 
de quedas recorrentes é mais elevado em idosos que já sofreram fraturas que 
comprometem as atividades de vida diária; existência de várias doenças; 
problemas psicológicos com comprometimento cognitivo, ansiedade e depressão; 
baixo índice de massa corporal; acidente vascular cerebral; incontinência urinária; 
uso de remédios benzodiazepínicos e miorrelaxantes (REBELATTO, 2013).
Grande parte das quedas se dá nos períodos diurnos, de maior atividade, e 
apenas 20% no período noturno. Em dias mais frios e no inverno, a frequência de 
quedas e fraturas aumenta nas mulheres. A maioria das quedas acontece dentro 
das residências e uma incidência menor ocorre no jardim ou na área externa 
da casa. No que se refere aos locais em que os idosos mais caem em casa, 
esse evento acontece nos cômodos em que permanecem mais tempo como na 
cozinha, no quarto e na sala de jantar. As quedas que não foram por síncope 
estão atreladas a uma série de fatores intrínsecos e extrínsecos no momento da 
queda. Doenças crônicas ou alterações decorrentes da idade aumentam o risco 
de quedas e fazem parte dos fatores intrínsecos estáveis.
Os fatores intrínsecos que afetam o equilíbrio se devem à principal causa 
de queda, que é a falta de controle postural. Essa falta pode ocorrer por: redução 
dos sinais sensoriais, como visão, propriocepção ou sistema vestibular; redução 
do processamento do sistema nervoso central, como na demência; redução da 
resposta motora, como na osteoartrite e miastenia. Alguns fatores intrínsecos 
sofrem infl uência com o decorrer do tempo ou permanecem por pouco tempo, 
como em casos em que há mudança na medicação ou em doença aguda.
Ambos os fatores, extrínsecos ou intrínsecos, desencadeiam o início da 
queda e alguns determinam se haverá uma lesão pós-traumática. Os fatores que 
potencialmente geram lesões são: o local de impacto do corpo no momento da 
queda; a presença de respostas protetoras que cessam a queda; a massa óssea. 
As fraturas acontecem comumente quando o idoso cai e tem um impacto direto no 
punho ou na pelve.
39
O ENVELHECIMENTO E A VELHICE NO MUNDO CONTEMPORÂNEO Capítulo 1 
Os fatores extrínsecos que alteram o equilíbrio são os riscos ambientais nas 
atividades diárias em idosos mais frágeis. Ao se virar, inclinar-se ou se estender 
para conseguir pegar algum objeto. A maioria dos idosos cai durante as atividades 
do dia a dia em suas casas, andando, subindo e descendo escadas. Em metade 
dos casos, os riscos ambientais estão presentes, porém a incidência é menor em 
idosos com idade mais avançada. Em situações nas quais o estímulo sensorial 
é reduzido, como em locais pouco iluminados ou com muito brilho, o risco de 
quedas está presente. Alterações consideráveis na resposta do equilíbrio ao se 
deslocar rapidamente o centro de massa, como escorregar no tapete ou em uma 
superfície lisa, também são fatores de risco (SPIRDUSO, 2005). 
A queda da própria altura e aquelas em que é possível se agarrar em algo 
para diminuir o impacto são as que menos geram fraturas. A fratura do colo do 
fêmur é mais comum em idosos com baixo índice de massa corporal (abaixo de 
19kg/m²).
A combinação dos seguintes fatores: baixa densidade óssea, instabilidade 
postural, diminuição da força do músculo quadríceps, história de quedas e já ter 
sofrido alguma fraturarevelam grandes chances de ocorrer uma fratura no quadril.
Para evitar que o idoso caia novamente, acrescentam-se as várias causas 
reconhecidas à intervenção de fatores identifi cados na avaliação multifatorial. 
Os métodos mais efi cientes são: adaptar ou mudar as causas ambientais 
na residência; retirar ou usar, em doses e em um menor tempo possível, a 
administração de psicotrópicos; retirar ou fazer o uso mínimo possível de outros 
medicamentos; controlar a hipotensão postural; tratar as complicações nos pés 
e analisar o tipo de sapato usado; trabalhar atividades de condicionamento do 
equilíbrio, força e deambulação; usar suplementos de vitamina D; intervenções 
cirúrgicas para aqueles que têm catarata; evitar o uso de óculos multifocais ao 
caminhar; uso de marca-passo para os casos de hipersensibilidade cardioinibitória 
do seio carotídeo; orientações educacionais adaptadas de acordo com a cognição 
e o nível de instrução do paciente; exercícios domiciliares e em academias.
A prevenção secundária também é efi caz, salientando que o indivíduo que 
já caiu uma vez tem mais chances de cair novamente. Durante a consulta, até 
mesmo de um clínico geral ou em emergências, a identifi cação dos fatores causais 
é passível de ser verifi cada. Em alguns casos específi cos, é necessária uma 
avaliação mais detalhada após a queda devido aos traumas por ela provocados. 
Em idosas, deve-se verifi car se existiram fraturas anteriores por osteoporose, se 
a mobilidade foi afetada pelo uso de andador ou bengala, se falta capacidade 
para se levantar de uma cadeira sem a ajuda dos membros superiores, caminhar 
instável e problemas de cognição.
40
 Temas Contemporâneos soBre o Processo de Envelhecimento
1 O envelhecimento é um evento natural para todo ser humano, ou 
seja, todas as pessoas irão envelhecer. É caracterizado por um 
processo universal, heterogêneo, progressivo, que gera alterações 
diversas de caráter físico, psicológico e social. Considerando as 
informações apresentadas sobre o envelhecimento, analise as 
afi rmativas a seguir:
I- Conforme a Organização Mundial da Saúde, no Brasil, a pessoa 
idosa é aquela com 65 anos ou mais.
II- Nos países desenvolvidos, as pessoas possuem maior 
expectativa de vida, sendo consideradas idosas pessoas com 60 
anos ou mais.
III- O processo de envelhecimento contribui para o aumento da 
vulnerabilidade da pessoa idosa e da incidência de doenças.
IV- O envelhecimento pode sofrer infl uência genética, do estilo de 
vida e do meio ambiente em que a pessoa vive.
Está CORRETO o que se afi rma em:
a) ( ) III e IV, apenas.
b) ( ) I, II e III, apenas.
c) ( ) I, II, III e IV.
d) ( ) II e IV, apenas
e) ( ) II e III, apenas.
2 O envelhecimento pode ser classifi cado da seguinte forma: 
envelhecimento primário, envelhecimento secundário e 
envelhecimento terciário. Alguns fatores do dia a dia, além da 
genética, podem impactar nesses tipos de envelhecer. Diante do 
exposto, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) O envelhecimento secundário também é denominado 
senilidade, em que há alterações patológicas.
b) ( ) Alterações normais e patológicas da idade compreendem o 
envelhecimento terciário ou senescência.
c) ( ) O envelhecimento primário também é conhecido como 
senilidade, em que há alterações normais da idade.
d) ( ) As alterações normais da idade, como queda dos cabelos e 
pelos, são denominadas senilidade.
e) ( ) O envelhecimento terciário, ou senilidade, é uma somatória 
de alterações normais e não normais da idade.
41
O ENVELHECIMENTO E A VELHICE NO MUNDO CONTEMPORÂNEO Capítulo 1 
3 Na gerontologia se utilizam conceitos, defi nições e termos 
específi cos, que permeiam o estudo do envelhecimento. 
Esses termos são utilizados também para universalizar a 
pesquisa, a avaliação e o diálogo em gerontologia. A respeito 
do envelhecimento e alguns termos utilizados na gerontologia, 
analise as afi rmativas a seguir e assinale V para a(s) Verdadeira(s) 
e F para a(s) Falsa(s). 
( ) A idade cronológica classifi ca as pessoas conforme a sua data 
de nascimento. 
( ) A idade biológica classifi ca as pessoas com base nas condições 
teciduais, quando comparadas a valores de normalidade. 
( ) A idade psicológica é evidenciada por aspectos como maturação 
mental, desempenho e soma de experiências na vida. 
( ) A idade social é indicada pelas estruturas organizadas de cada 
sociedade; cada pessoa pode variar de jovem a velho, em 
diferentes sociedades. 
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) F, V, F, V.
b) ( ) V, V, F, F.
c) ( ) V, V, V, V.
d) ( ) F, F, F, F.
e) ( ) V, V, F, V.
4 ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
Caro pós-graduando! Chegamos ao fi nal deste primeiro capítulo da disciplina 
Temas contemporâneos do Processo de Envelhecimento Humano. Todo este 
conteúdo o ajudará a entender melhor o processo de envelhecimento de uma 
forma geral, possibilitando dar continuidade nas demais unidades e pôr em prática 
o melhor atendimento possível à população idosa.
Foi possível perceber que o envelhecimento é um evento natural para todo 
ser humano, sendo dinâmico, progressivo e universal, e que está caracterizado 
por alterações morfológicas, fi siológicas, bioquímicas, psicológicas, físicas e 
sociais que refl etirão nas condições de vida e na vulnerabilidade da pessoa idosa. 
O envelhecimento é um processo que pode ser bem-sucedido, digno, saudável ou 
não.
42
 Temas Contemporâneos soBre o Processo de Envelhecimento
Esse processo contribui para o aumento da vulnerabilidade e incidência 
de patologias que, infl uenciadas pela estrutura genética do indivíduo, estilo de 
vida e meio ambiente, tendem a resultar na morte de uma célula, de um tecido, 
de um órgão ou mesmo do indivíduo. Em especial para esta disciplina, temos 
que lembrar que o envelhecimento social é responsável pela alteração do status 
do idoso, dessa forma alterando a relação desses indivíduos com as demais 
pessoas de sua comunidade, sendo essas alterações relacionadas com a crise de 
identidade (ausência do papel social causando baixa autoestima) e isolamento. 
E que além dessas, todas as demais alterações da idade são defendidas por 
diversas teorias que buscam explicar o processo de envelhecimento biológico, 
psicológico e social. 
Por que devemos nos atentar tanto ao processo de envelhecimento, sendo 
que é algo comum a tudo e a todos? O envelhecimento populacional é uma das 
mais signifi cativas tendências do século XXI. Apresenta implicações importantes e 
de longo alcance para todos os domínios da sociedade. E as oportunidades sociais 
que essa evolução demográfi ca apresenta são infi ndáveis quanto às contribuições 
que uma população em envelhecimento, social e economicamente ativa, segura 
e saudável, pode trazer à sociedade. A população em envelhecimento também 
apresenta desafi os sociais, econômicos e culturais para indivíduos, famílias, 
sociedades e para a comunidade global, que irão impactar na sua dignidade, 
saúde e qualidade de vida.
REFERÊNCIAS
CHMIELEWSKI, P. P. Human ageing as a dynamic, emergent and malleable 
process: from disease-oriented to health-oriented approaches. Biogerontology, 
v. 21, n. 1, p. 125-30, 2020.
COELHO, F. G. M.; GOBBI, S.; COSTA, J. L. Exercício físico no envelhecimento 
saudável e patológico: da teoria à prática. Curitiba: Editora CRV, 2013. 
ERIKSON, E. H. Identity: youth and crisis. New York: Norton, 1968.
ERIKSON, E. H. Childhood and society. New York: Norton, 1959.
FARINATTI, P. D. T. V. Envelhecimento: promoção da saúde e exercício. São 
Paulo: Manole, 2008.
FARINATTI, P. D. T. V. Teorias biológicas do envelhecimento: do genético ao 
estocástico. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, v. 8, n. 4, p. 129-138, 
2002.
43
O ENVELHECIMENTO E A VELHICE NO MUNDO CONTEMPORÂNEO Capítulo 1 
FECHINE, B. R. A.; TROMPIERI, N. O processo de envelhecimento: as 
principais alterações que acontecem com o idoso com

Continue navegando