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Aula 02 - Os Seres Vivos e seu Ambiente Físico

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DISCIPLINA
ECOLOGIA
AULA 02
OS SERES VIVOS E SEU AMBIENTE FÍSICO
AUTOR
ANA CLÉZIA SIMPLÍCIO DE MORAIS 
KELVIN BARBOSA DE OLIVEIRA
TECNÓLOGO 
EM GESTÃO
AMBIENTAL
DISCIPLINA
ECOLOGIA
AULA 02
OS SERES VIVOS E SEU AMBIENTE FÍSICO
AUTOR
ANA CLÉZIA SIMPLÍCIO DE MORAIS 
KELVIN BARBOSA DE OLIVEIRA
TECNÓLOGO 
EM GESTÃO 
AMBIENTAL
GOVERNO DO BRASIL
Presidente da República
DILMA VANA ROUSSEFF
Ministro da Educação
JOSÉ HENRIQUE PAIM FERNANDES
Diretor de Ensino a Distância da CAPES
JOÃO CARLOS TEATINI
Reitor do IFRN
BELCHIOR DE OLIVEIRA ROCHA
Diretor do Campus EaD/IFRN
ERIVALDO CABRAL
Diretora Acadêmica do Campus EaD/IFRN
ANA LÚCIA SARMENTO HENRIQUE
Coordenadora Geral da UAB /IFRN
ILANE FERREIRA CAVALCANTE
Coordenadora Adjunta da UAB/IFRN
MARLI TACCONI 
Coordenadora do Curso 
de Tecnologia em Gestão Ambiental
MARIA DO SOCORRO DIÓGENES PAIVA
ECOLOGIA
AULA 02 
Os Seres Vivos e seu Ambiente Físico
Professor Pesquisador/Conteudista
ANA CLÉZIA SIMPLÍCIO DE MORAIS 
KELVIN BARBOSA DE OLIVEIRA
Diretora da Produção de Material Didático
ROSEMARY PESSOA BORGES
Coordenador da Produção de 
Material Didático
LEONARDO DOS SANTOS FEITOZA
Revisão Linguística
ELIZETH HERLEIN
Revisão ABNT
EPONINA EILDE DA SILVA PEREIRA
Coordenação de Design Gráfico
LEONARDO DOS SANTOS FEITOZA
Projeto Gráfico
BRENO XAVIER
Diagramação
RÔMULO FRANÇA
Ficha Catalográfica
M827t Morais, Ana Clézia Simplício.
Tecnólogo em Gestão Ambiental: Ecologia: Aula 02: Os seres vivos e seu 
ambiente físico / Ana Clézia Simplício de Morais, Kelvin Barbosa de Oliveira. – 
Natal : IFRN Editora, 2015.
21f. : il. color.
1. Gestão Ambiental. 2. Meio Ambiente – Ecologia. 3. Seres Vivos. 4. 
Componentes Bióticos - Abióticos. 5. Nicho ecológico - Habitat. 6. Educação a 
Distância. I. Oliveira, Kelvin Barbosa. II. Título.
RN/IFRN/EaD CDU 504
Ficha elaborada pela bibliotecária Eponina Eilde da Silva, CRB 15/295
5
OS SERES VIVOS E SEU AMBIENTE FÍSICO
APRESENTANDO A AULA
Nesta segunda aula, vamos conhecer e identificar 
os componentes bióticos e abióticos que fazem parte de 
um ecossistema e as suas influências na sobrevivência 
e persistência dos organismos vivos. Definiremos o que 
são condições e recursos e como estes influenciam na 
sobrevivência e desempenho dos organismos no meio 
ambiente. Aprenderemos a diferenciar os conceitos de 
habitat e nicho ecológico. Exploraremos, ainda, a influência 
da variação do ambiente físico sobre a sobrevivência e 
adaptação dos seres vivos, aprendendo que existem fatores 
limitantes para cada organismo. 
DEFININDO OBJETIVOS
Ao final desta aula, você deverá ser capaz de:
•	 identificar os componentes bióticos e abióticos de 
um ecossistema compreendendo de que modo 
influenciam na sobrevivência dos organismos;
•	 definir condições e recursos e como tais 
componentes afetam a vida dos seres vivos;
•	 diferenciar e compreender os conceitos de habitat 
e nicho ecológico, reconhecendo a importância 
desses conceitos para o estudo da ecologia;
•	 reconhecer que os organismos vivos necessitam se 
adaptar às variações do ambiente físico;
6
ECOLOGIA
DESENVOLVENDO O CONTEÚDO
Os componentes do ecossistema
Você já parou para pensar como os elementos naturais ao nosso redor 
interagem? Plantas, animais, rochas, água, solo, ar, todos esses são elementos 
do meio que possuem uma relação importante para o funcionamento do 
ecossistema? O ecossistema, como vimos na Aula 01, é considerado “qualquer 
unidade que inclui todos os organismos (a comunidade biótica) em uma dada 
área interagindo com o ambiente físico (...)”. (ODUM; BARRET, 2007, p.18). Ele 
também é considerado uma unidade de estudo em Ecologia. E para compreender 
o funcionamento dessa unidade de estudo, precisamos considerar a interação 
entre dois componentes inter-relacionados: o biótico e o abiótico. 
O componente biótico (ou biocenose) de um ecossistema é constituído 
pelos seres vivos, sejam estes vegetais ou animais. Sendo as plantas classificadas 
como organismos autótrofos – pois são capazes de sintetizar a matéria orgânica, 
e podem também ser chamados de produtores. Temos também os organismos 
chamados heterótrofos – que são aqueles capazes de se alimentar da matéria 
orgânica produzida pelos autótrofos. 
Abaixo, temos um glossário com alguns conceitos básicos expostos por 
Ricklefs (2011) e Townsend, Begon, e Harper (2010) que envolvem alguns 
componentes bióticos, sendo importante o seu conhecimento para o estudo 
da ecologia:
•	Organismos fotoautotróficos: são organismos capazes de utilizar a luz 
do sol como fonte primária de energia para sintetizar o seu próprio alimento e 
fazem isso através da fotossíntese.
•	Fotossíntese: consiste na utilização, pelas plantas ou algas, do gás 
carbônico atmosférico, água e luz solar para produzir glicose, liberando oxigênio 
para atmosfera nesse processo.
•	Consumidor Primário: um herbívoro, um organismo no nível mais baixo 
de consumo numa cadeia alimentar.
7
OS SERES VIVOS E SEU AMBIENTE FÍSICO
•	Consumidor Secundário: um carnívoro, um consumidor de 
consumidores primários.
•	Carnívoros: organismos que se alimentam de outros animais.
•	Herbívoros: um organismo que consome plantas vivas ou suas partes.
•	Onívoros: organismos que se alimentam tanto de matéria animal quanto 
vegetal, ou seja, alimentam-se em mais de um nível trófico.
•	Decompositores: organismos que degradam a matéria orgânica contida 
em produtores ou em consumidores mortos.
Segundo Lopes e Rosso (2013), os decompositores são representados 
especialmente por bactérias e fungos. Eles se alimentam de matéria orgânica 
morta e liberam para o meio ambiente minerais e outras substâncias que podem 
ser, posteriormente, utilizadas pelos produtores.
Quanto ao componente abiótico, este pode ser compreendido como 
o conjunto de fatores físico-químicos que influenciam os seres vivos. Esse 
conjunto de fatores pode ser chamado de condições ecológicas. Uma condição 
é, portanto, “um fator ambiental abiótico que influencia no funcionamento de 
organismos vivos”. (TOWNSEND; BEGON; HARPER, 2010, p. 90).
Exemplos de condições são: a luz, a temperatura, o pH, a salinidade, a 
concentração de poluentes. Todos esses fatores influenciam no funcionamento 
dos organismos vivos e sua distribuição. Além das condições ecológicas, 
um outro fator chamado de recurso pode influenciar diretamente a vida 
dos organismos. Podemos chamar de recurso tudo o que é consumido ou 
utilizado pelos organismos. Tanto as condições como os recursos influenciam 
diretamente na distribuição geográfica dos organismos, nas suas características 
e morfologia1, na quantidade, crescimento e reprodução. Entraremos em 
detalhes mais adiante sobre o papel dos recursos. Mas existe uma condição 
ambiental muito importante para a vida de todos os organismos ao redor do 
globo, você saberia dizer qual? A temperatura, pois mantém o funcionamento 
de processos essenciais para a sobrevivência dos seres vivos.
1 
8
ECOLOGIA
A temperatura e os ndivíduos
A temperatura é a condição ambiental mais importante na vida dos seres 
vivos. Ela regula muitos processos vitais como o metabolismo e a reprodução, 
existindo faixas ótimas de temperatura em que tais processos são viáveis ou 
em que os organismos apresentam o seu melhor desempenho, sendo que 
essas faixas variam de organismo para organismo. Assim sendo, precisamos 
compreender um conceito importante, que é o que chamamos de “condições 
extremas”. Quando consideramos uma condição extrema, tal como a aridez 
de um deserto (Fig.01), ou o frio máximo da Antártida (Fig.02), tomamos 
como referência a nossa percepção, o que consideramos extremo para a nossa 
capacidade fisiológica humana, quando, na verdade, os outros organismos não 
sentem o ambiente à nossa maneira. Cada organismo possui um intervalo de 
condições ao qual está adaptado e esse intervalo define o seu estado ótimo 
– estado em que o organismo funcionabem sob as condições do ambiente 
circundante.
Fig. 01 - Caravana no deserto do Saara.
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e:
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01
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Fig. 02 - Pinguins da Antártida.
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lin
e)
Os organismos podem, portanto, ser classificados quanto a sua amplitude 
térmica (Fig. 03), ou seja, a faixa de temperatura que podem sobreviver, em:
•	Estenotérmicos - espécies que não toleram grandes variações térmicas, 
ou seja, sobrevivem entre estreitos limites de temperatura e, portanto, 
apresentam pequena amplitude térmica, por exemplo, as lagartixas. 
•	Euritérmicos - espécies que são capazes de tolerar grandes variações de 
temperatura e, portanto, apresentam grande amplitude térmica, por exemplo, 
9
OS SERES VIVOS E SEU AMBIENTE FÍSICO
o lobo e o homem.
Fig. 03 - Amplitudes de tolerância: Terminologia 
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E quanto a sua capacidade de regular a temperatura corpórea em:
•	Pecilotérmicos ou Poiquilotérmicos – são organismos que possuem 
temperatura corporal variável, exemplos: répteis, anfíbios e peixes.
•	Homeotérmicos – organismos que possuem a temperatura corporal 
constante, exemplos: aves e mamíferos.
A temperatura, de fato, determina muitos padrões de distribuição da 
biodiversidade de organismos ao longo do globo. É comum, por exemplo, 
encontrarmos uma maior biodiversidade nos trópicos, onde a temperatura 
média anual nunca é inferior a 18ºC, além de ter uma precipitação elevada. Isso 
proporciona condições mais “confortáveis” e favoráveis à sobrevivência de mais 
grupos de organismos sem que haja a necessidade de desenvolver mecanismos 
de regulação da temperatura. Outro fato interessante é observar que nos polos 
existe uma diversidade maior de aves e mamíferos, e isso ocorre porque esses 
grupos são capazes de regular a sua temperatura corpórea e, consequentemente, 
sobreviver a climas tão frios.
10
ECOLOGIA
Diversas pesquisas vêm constatando o efeito do aumento da temperatura 
global sobre a sobrevivência de diversos grupos de organismos. Hoje, o 
aquecimento global é muito estudado e virou termo popular. Um fato muito 
comentado, atualmente, é o efeito do aquecimento global sobre a sobrevivência 
de recife de coral, como é o caso do branqueamento de corais causado pelo 
aquecimento da água do mar que tem destruído muitos recifes de corais, como 
a grande barreira de corais da Austrália. 
Abaixo, temos um exemplo de um estudo feito com uma espécie de coral, 
Pocillopora damicorni. Neste estudo, à medida que se aumentou a temperatura, 
diminuiu a sobrevivência das larvas de P. damicornis, evidenciando uma 
mortalidade larvar de 75.0% a 30ºC. Além disso, quanto maior a temperatura 
menos tempo era necessário para se observar a diminuição da sobrevivência 
(Fig. 04). 
Fig. 04 – (a) Taxa de sobrevivência da larva de P. damicornis ao longo do tempo 
de exposição a temperaturas controladas.; (b) Foto de P. damicornis , coral 
tropical.
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12
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(a) (b)
Nesse exemplo, verificamos que essa espécie de coral é intolerante 
a temperaturas elevadas, condição na qual apresentou a mais alta taxa de 
mortalidade de larvas. Esse exemplo identifica que há um intervalo ótimo de 
temperatura para o bom desenvolvimento das larvas de coral e fora desse 
intervalo não é possível haver um bom desempenho de suas funções vitais, o 
que pode causar sua morte. 
Os organismos vivos, de um modo geral, também apresentam intervalos 
11
OS SERES VIVOS E SEU AMBIENTE FÍSICO
ótimos para uma série de outras condições ecológicas (ex.: pH e salinidade), 
sendo que alguns fatores são mais determinantes do que outros, como é o caso 
da temperatura, podendo causar efeitos muito negativos sobre os seres vivos.
ATIVIDADE 01
 Agora que você já compreendeu que 
o ecossistema é formado por componentes 
bióticos e abióticos, vamos analisar o gráfico 1 
e responder às perguntas abaixo. Não prossiga 
a leitura da aula sem responder estas questões. 
Elas são muito importantes na avaliação do 
que estudamos até agora.
1. No estudo apresentado, anteriormente, observando o gráfico, em 
que faixas de temperaturas a mortalidade de larvas se apresentou 
mais rapidamente? A que você atribui a rapidez dessa resposta? 
2. Qual seria, na sua opinião, a faixa de temperatura ótima onde as 
larvas poderiam se desenvolver normalmente? 
3. Pare e pense: somente a temperatura dos oceanos influencia na 
sobrevivência de corais? Que outros fatores poderiam influenciar? 
Pesquise. 
Existem condições ambientais que limitam um processo vital para um 
organismo vivo. Precisamos, portanto, compreender, também, o que são 
fatores ou condições limitantes. Então vamos aprender melhor como funciona 
isso? Vejamos o exemplo de uma planta. Para ela realizar fotossíntese, uma 
condição necessária é haver luminosidade. No escuro completo, a planta não 
realiza fotossíntese. Assim, podemos deduzir que aumentando a luminosidade, 
12
ECOLOGIA
aumentamos também a taxa de fotossíntese, correto? Não! Não funciona 
bem assim. A partir de certo ponto, ao aumentar a luminosidade, o processo 
de fotossíntese não responde em taxas proporcionais. Existe um mecanismo 
fisiológico da planta que impede a captação da luz quando todos os sistemas 
de pigmentos (clorofila) já estão excitados. A esse momento, chamamos de 
ponto de saturação luminosa. E se continuarmos aumentando progressivamente 
a intensidade de exposição da planta à luz, chega-se ao momento em que a 
atividade fotossintética pode ser inibida, o qual chamamos de ponto de inibição 
da fotossíntese. Assim, se a intensidade de luz é baixa demais, o processo 
fotossintético é comprometido; por outro lado, se alta demais, o processo pode 
ser inibido. Consideramos, portanto, a luminosidade como um fator limitante 
para a fotossíntese, sendo necessário haver um intervalo ótimo de intensidade 
de luz no qual o processo ocorra de modo eficiente (Fig. 05).
 Fig. 05 – Relação entre intensidade de luz e taxa de fotossíntese
Fo
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e:
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...
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20
1-
?]
). 
 Logo, podemos entender fatores limitantes como condições em que o 
papel de um fator pode ser afetado por estar em uma concentração tão baixa 
que comprometa a sobrevivência de um organismo, ou tão elevada que também 
possa se tornar letal. Outro exemplo é o elemento químico zinco, que é um 
cofator nas reações enzimáticas e um micronutriente essencial aos organismos 
vivos em diversos processos celulares, porém quando presente em elevadas 
13
OS SERES VIVOS E SEU AMBIENTE FÍSICO
concentrações pode se tornar letal. Entretanto, devemos destacar que podem 
existir organismos ditos como tolerantes raros. Hoje, podemos encontrar algumas 
espécies vivendo em áreas de elevada poluição e degradação ambiental, mas 
apenas alguns indivíduos de uma população, de poucas espécies, conseguem 
sobreviver em áreas extremamente poluídas e passar seus genes de “tolerância” 
para outros indivíduos podendo fundar uma população tolerante. 
Algumas espécies de plantas possuem a capacidade de tolerar e até 
mesmo acumular componentes tóxicos acima do que consideramos comum. É 
o caso de plantas que acumulam metais pesados em seus tecidos sem ter a sua 
sobrevivência comprometida. Tais plantas exercem um papel importante, com 
uma função “biorremediadora”, sendo capazes de remover poluentes do solo 
permitindo que outras espécies menos tolerantes possam, posteriormente, 
se desenvolver no solo recuperado por elas. Um exemplo de planta 
biorremediadora foi encontrada em Manaus na Amazônia, seu nome é Alocasia 
macrorhiza (Fig 06) e é capaz de absorver metais pesados tais como: cádmio, 
cromo, cobre, chumbo, níquel e zinco. É uma espécie comumente encontrada 
em matas ciliares e possui alta capacidade de absorção desses metais.Segundo 
o pesquisador que estudou a planta, Josias Coriolano de Freitas, seu uso é 
bastante promissor em técnicas de fitorremediação, onde áreas impactadas 
com elevadas concentrações de metais pesados podem ser recuperadas através 
do seu uso, pois ela é hiperacumuladora desses metais. A fitorremediação é uma 
importante ferramenta para o gestor ambiental, como uma alternativa para ser 
utilizada na recuperação de áreas degradadas tais como áreas de mineração, 
antigos lixões, etc. Sendo que, para cada área, requer estudos e a escolha de 
espécies fitorremediadoras adequadas aos poluentes que se pretende remover. 
(PESQUISA..., 2012).
14
ECOLOGIA
 Fig. 06 – Alocasia macrorhiza
Fo
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(2
00
9,
 p
. 2
7)
.
Algumas espécies possuem uma sensibilidade a determinadas 
características do ambiente e podem, por esse motivo, refletir o estado do 
meio indicando ainda qual a diversidade de táxons -unidades de classificação 
biológica, tais como gênero, espécie, reino - encontrados naquela região. Essas 
espécies são chamadas de bioindicadoras e podem refletir as condições 
presentes, passadas e futuras de um ecossistema. Por exemplo, um organismo, 
tal como um inseto, pode indicar a presença de poluentes no ambiente. Por 
ter um ciclo de vida curto, os insetos são bastante utilizados como organismos 
bioindicadores. Além disso, os bioindicadores precisam ter a sua biologia e a 
taxonomia bem conhecidos, a fim de determinar o efeito de um fator negativo 
presente no meio ambiente. Assim sendo, esses organismos bioindicadores são 
bastante utilizados em programas de monitoramento ambiental, uma vez que 
indicam alterações no meio que poderão refletir em consequências para outros 
grupos de organismos ou até mesmo para o ser humano.
A importância dos recursos ambientais
Os recursos, como já definido anteriormente, também são igualmente 
importantes para a sobrevivência dos organismos tanto quanto as condições 
ambientais. Os recursos podem ser: o alimento consumido, a radiação utilizada 
15
OS SERES VIVOS E SEU AMBIENTE FÍSICO
no processo de fotossíntese, uma toca ocupada ou até mesmo uma fêmea 
fecundada que não poderá mais estar disponível a um segundo macho. Assim, 
tudo o que pode ser consumido ou utilizado por um organismo e que não fica 
mais disponível para outro pode ser considerado um recurso (RICKLEFS, 2011). 
Os recursos limitados, portanto, são conquistados pelos seres vivos através da 
competição. Compreender o que são condições e recursos é muito importante 
para o que vamos aprender a seguir: habitat e nicho ecológico.
O conceito de habitat e nicho ecológico
O conceito de habitat é compreendido como o local onde os organismos 
vivem, uma locação física que é ocupada por eles (BEGON; TOWNSEND; 
HARPER, 2007). Os diferentes habitat podem ser distinguidos através da 
vegetação dominante, muitas vezes do tipo de relevo e até da presença de 
determinado animal. Temos como exemplo de habitat: o lago, como o habitat 
de um peixe; o deserto, como o habitat de um camelo; o recife de coral, como 
o habitat de uma anêmona; a floresta de savana, como o habitat das zebras e 
até mesmo o tubo alimentar, como o habitat de um microrganismo intestinal. 
O conceito de habitat, portanto, prevê uma diversidade de condições a que 
os organismos estão expostos. Os habitat de um recife de coral e de um tubo 
alimentar experimentam condições completamente diferentes de salinidade, 
temperatura, pH, etc. E cada habitat proporciona nichos diferentes onde cada 
organismo vive ao seu modo.
O conceito de nicho ecológico surge, portanto, como a forma como um 
organismo vive no seu meio natural, ou seja, o intervalo de condições que 
ele pode tolerar para sobreviver. Na ecologia, admitimos que cada espécie 
possui o seu nicho ecológico, em que cada uma possui estratégias para tolerar 
as condições do meio, alimentar-se e escapar de seus predadores (RICKLEFS, 
2011) e (BEGON; TOWNSEND; HARPER, 2007). Ainda, Evelyn Hutchinson (1957 
apud BEGON; TOWNSEND; HARPER, 2007, p. 31) propôs um conceito moderno 
de nicho que “se refere às maneiras pelas quais a tolerância e a necessidade 
16
ECOLOGIA
interagem na definição de condições e recursos necessários a um indivíduo ou 
a uma espécie, a fim de cumprir seu modo de vida.”
O nicho ecológico mostra como as espécies exploram os recursos do 
ambiente sem que haja completa sobreposição e para que possam então 
coexistir. Exemplo: as zebras da savana africana alimentam-se de ervas rasteiras 
enquanto que as girafas comem folhas de árvores no alto. Elas vivem no mesmo 
habitat, mas exploram os recursos de modos um pouco diferentes. O conceito de 
nicho ecológico pode tornar-se, em alguns momentos, um tanto subjetivo, não 
sendo facilmente identificável por possuir n-dimensões a serem consideradas 
dependendo de cada organismo e da influência de predadores e do meio 
ambiente circundante sobre o seu modo de vida (para maiores detalhes veja 
leitura complementar ao fim da aula). 
A partir da compreensão dos conceitos de habitat e nicho ecológico, 
percebemos que a diversidade de organismos ao redor do globo corresponde 
a essa diversidade de habitat e, consequentemente, de nichos disponíveis 
para cada espécie que conseguem coexistir e se manter ao longo da história 
natural. Assim, na natureza, existem manchas de habitat adequados - contendo 
os requerimentos necessários à sobrevivência de uma determinada espécie – e 
manchas de habitat não adequados. Tais conceitos são, portanto, relativos, pois 
o que pode ser um habitat não adequado para uma espécie pode ser adequado 
para outra e vice-versa.
17
OS SERES VIVOS E SEU AMBIENTE FÍSICO
RESUMINDO
Na aula 2, identificamos os componentes 
bióticos e abióticos do ecossistema. Aprendemos o 
que são condições e recursos na ecologia e qual a sua 
importância para a sobrevivência dos organismos. 
Vimos que a temperatura é a variável abiótica mais 
importante na vida dos organismos e que cada 
indivíduo possui faixas ótimas de temperatura onde 
podem se desenvolver, bem como alguns podem viver 
e se adaptar em condições extremas. Aprendemos 
que alguns organismos podem atuar como 
bioindicadores da qualidade ambiental. Definimos e 
diferenciamos o habitat do nicho ecológico, bem como 
compreendemos que um habitat pode oferecer vários 
nichos. Ainda aprendemos que cada ser vivo requer 
um conjunto de condições e recursos específicos 
para se manter vivo no meio e o que garante isso é a 
diversidade de habitat ao redor do mundo. 
LEITURA COMPLEMENTAR
1. “Enzima de vagalume pode ser usada como indica-
dor de acidez celular” Fonte: <http://info.abril.com.
br/noticias/ciencia/2015/01/enzima-de-vagalume-
-pode-ser-usada-como-indicador-de-acidez-celular.
shtml>
2. “Jardins filtrantes vão tratar águas poluídas na Ave-
nida João Paulo II” Fonte:< http://www.agenciapara.
com.br/noticia.asp?id_ver=104588>
18
ECOLOGIA
AVALIANDO SEUS CONHECIMENTOS
Após tudo o que aprendemos nesta aula, responda 
às questões:
a) As condições ecológicas são fatores que 
influenciam na sobrevivência dos organismos, assim 
como os recursos? Explique.
b) Cite pelo menos três exemplos de condições 
ecológicas, identificando situações em que um tipo de 
organismos pode ser afetado.
c) Diferencie os conceitos de habitat e nicho 
ecológico dando um exemplo real.
noticia.asp?id_ver=104588>
3.Video aula “Nicho Ecológico em n-
-dimensões”Fonte:<http://eaulas.usp.br/portal/vi-
deo.action?idItem=1183>
4.Interações seres vivos – fatores abióticos. Dispo-
nível em: 
<<http://alfarrabio.di.uminho.pt/teresiano/div/do-
cum/cn_8_factores_abioticos.pdf>. 
5.Exemplo de especiação simpátrica. Disponível em: 
<http://www.ib.usp.br/evosite/evo101/VC1eSympa-
tric.shtml>.
19
OS SERES VIVOS E SEU AMBIENTE FÍSICO
CONHECENDO AS REFERÊNCIAS
BEGON, Michael; TOWNSEND, Colin R.; HARPER, John L. Ecologia: de indivíduos 
a ecossistemas.Tradução Adriano Sanches Melo [et al.]. 4.ed. Porto Alegre: 
Artmed, 2007. cap. 2. Disponível em: <https://books.google.com.br/books?id=
cAAln606VrIC&pg=PP2&lpg=PP2&dq=BEGON,+Michael;+TOWNSEND,+Colin
+R.;+HARPER,+John.+Ecologia:+de+indiv%C3%ADduos+a+ecossistemas&sou
rce=bl&ots=Ni6y7TisZe&sig=yyScGSik44QZSMk9WTmDVkIZVW8&hl=pt-BR&
sa=X&ved=0CEQQ6AEwB2oVChMIxMmrpZXZyAIVAiKQCh1bXApz#v=onepage
&q=BEGON%2C%20Michael%3B%20TOWNSEND%2C%20Colin%20R.%3B%20
HARPER%2C%20John.%20Ecologia%3A%20de%20indiv%C3%ADduos%20a%20
ecossistemas&f=false>. Acesso em: 31 jul.2015.
FATORES limitantes: interferência do ambiente sobre a sobrevivência dos or-
ganismos: Amplitudes de tolerância: Terminologia. Disponível em: <http://www.
ib.usp.br/ecologia/fatores_limitantes_print.htm>. Acesso em: 14 jul. 2015.
FATORES que influenciam a fotossíntese: fatores limitantes extrínsecos. SObiolo-
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LISTA DE FIGURAS
Fig. 01 - Pena (2015, documento on-line)
Fig. 02 - Zordan (2011, documento on-line)
21
OS SERES VIVOS E SEU AMBIENTE FÍSICO
Fig. 03 - (FATORES..., documento on-line)
Fig. 04 - (a) Gouveia (2012, p. 22); (b) (POCILLOPORA..., 2012)
Fig. 05 - (FATORES ..., [201-?])
Fig. 06 - Freitas (2009, p.27)

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