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FUNDAMENTOS DE PORTUGUÊS Silvia Adélia Henrique Guimarães O novo acordo ortográfico Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Identificar os objetivos da construção do acordo ortográfico da língua portuguesa. Reconhecer as novas regras ortográficas propostas pelo acordo. Usar com proficiência as novas regras ortográficas propostas pelo acordo. Introdução Os países, distribuídos em quatro continentes, que têm a língua por- tuguesa como oficial firmaram um acordo ortográfico que, ao longo dos anos, passou por diversas mudanças. Além disso, é um acordo que engloba aspectos políticos, de modo que sua discussão envolve dois grandes blocos de estudiosos da língua portuguesa: os teóricos que defendem a importância da reforma, e outros que acreditam que essa mudança aumenta a distância entre os falantes e a escrita formal. Dessa forma, conhecer e refletir sobre aspectos contextuais, práticos e mesmo didáticos que envolvem esse acordo e as mudanças pelas quais ele passou é fundamental para todo profissional da área. Por isso, neste capítulo, você conhecerá questões atinentes ao acordo ortográfico, familiarizando-se com seus objetivos e reconhecendo regras que contém. Para isso, você verá uma discussão incialmente historiográ- fica, já que é imprescindível conhecer o contexto em que se firma tal acordo, assim como exemplos e problematizações que envolvem o tema. Por fim, você também contará com uma tratativa prática do acordo a partir de algumas de suas mudanças, especialmente aquelas que tocam mais diretamente o Brasil. 1 O novo acordo ortográfico da língua portuguesa: por quê e para quê? Certamente, você já ouviu falar, ou até falou, que a ortografi a da língua por- tuguesa é muito difícil, cheia de regras e de exceções. Provavelmente, essas queixas aumentaram depois da polêmica mudança das regras ortográfi cas que se efetivaram, no Brasil, no ano de 2016 — mudanças fi rmadas em 1990 entre os países lusófonos. Contudo, para falar sobre esse acordo ortográfico, o primeiro conceito importante que devemos dominar é o de “lusofonia”, termo que se compõe de duas partes: “luso” e “fonia”. O prefixo “luso” está relacionado a “português” (como adjetivo, refere-se àquele que é da Lusitânia de Portugal). Assim, a história da palavra “luso” está ligada a uma antiga província romana chamada Lusitânia que, geograficamente, corresponde ao atual país Portugal. Já a palavra “fonia” está descrita no dicionário Houaiss (2001, p. 914) como “1. Timbre de voz. 2. Conjunto de falantes (e escreventes e legentes) usuários de uma língua (ou dialeto ou variedade nacional, regional ou local), seja como vernácula, seja como franca ou de cultura”. Assim, ainda embasados nas descrições de Houaiss, podemos dizer que “lusofonia” (2001, p. 1203) é o: 1.1 conjunto de países que têm o português como língua oficial ou dominante [A lusofonia abrange, além de Portugal, os países de colonização portuguesa, a saber: Brasil, Moçambique, Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe; abrange ainda as variedades faladas por parte da população de Goa, Damão e Macau na Ásia, e ainda a variedade do Timor na Oceania.] O uso da palavra “lusofonia” é bastante polêmico. Por isso, recomendamos a leitura do discurso O conceito de lusofonia e a cooperação na promoção e difusão da língua portuguesa, do guineense Domingos Simões Pereira. Apesar dos desacordos e discussões que envolvem a pertinência do termo “lusofonia”, pensar no novo acordo ortográfico é pensar que oito países, com distintas formações políticas, econômicas, religiosas e socioculturais percebem que seu bem comum, o idioma, se unificado, ganha maior valorização interna- O novo acordo ortográfico2 cional. Foi assim que a República Popular de Angola, a República Federativa do Brasil, a República de Cabo Verde, a República da Guiné-Bissau, a República de Moçambique, a República Portuguesa, a República Democrática de São Tomé e Príncipe consideraram que a ortografia unificada constituiria “[...] um passo importante para a defesa da unidade essencial da língua portuguesa e para o seu prestigio internacional” (ACORDO...., 1990, documento on-line). Veja, na Figura 1, os países em que o português está presente espalhados pelo mundo. Figura 1. A língua portuguesa no mundo. Fonte: Argento (2020, documento on-line). Além de pensar nos países que falam o português, e de se ater ao fato de ter havido um acordo de alteração ortográfica, você precisa ter em mente que ortografia não é língua, mas um código, e, portanto, um dos aspectos que se relacionam a uma língua, estando em nível superficial; ou seja, a ortografia registra o uso da língua, que é muito mais profunda do que isso: é sintaxe, é morfologia, é vocabulário, é contexto, é muito mais. Sobre a questão linguística, Henriques (2011) argumenta que a dificuldade/ facilidade de entender um português de Portugal pode ser a mesma que um morador do sul do Brasil pode ter de entender um falante do norte do Brasil, e isso não significa que norte e sul falem duas línguas diferentes. O acordo não veio para modificar isso, visto que a ortografia está mais relacionada a “traduzir” a modalidade falada para a modalidade escrita padrão do que para representá-la. Dessa forma, devemos entender que o novo acordo não veio para unificar a língua, mas para uniformizar seu registro escrito. Além disso, 3O novo acordo ortográfico o acordo ortográfico se trata, especialmente, de uma decisão política, muito mais do que linguística. Essa concepção demonstra que a ortografia é uma convenção e está mais relacionada a um costume, a uma aprendizagem “de fora para dentro” (ou “de cima para baixo”) do que à formação interna e profunda de uma língua. Para Abbade (2015, documento on-line), “Todo e qualquer sistema ortográfico é sem- pre uma convenção, um combinado, um acordo, de natureza políticocultural. A necessidade de uma ortografia portuguesa regular surge com a sua escrita”. Assim, as questões mais profundas serão mantidas. Por exemplo, mesmo que, nos diferentes países de fala portuguesa, tenha-se perdido a obrigatorie- dade de letras duplas, quando elas não são pronunciadas, em Portugal, elas continuam sendo utilizadas na escrita e na oralidade. Quanto à necessidade política que preparou o terreno para o novo acordo, Henriques (2011) argumenta que, se Angola se distanciasse ainda mais do registro escrito padrão usado no Brasil, isso dificultaria as compras de livros (técnicos, por exemplo) angolanos. Se Portugal se distanciasse muito desse registro ortográfico similar, isso poderia levar a uma preferência por compras de livros em inglês, língua global da atualidade. É nesse sentido, também, que unificar o registro escrito do português faz abrir o mercado editorial dos países lusófonos a nível mundial, fortalecendo a língua — fato que tem a seu favor argumentos como o prejuízo que a diversificação ortográfica gerava devido à elaboração de documentos oficiais, publicações gerais, desde os dicioná- rios, até os livros didáticos, científicos e literários em registros ortográficos distintos. Para Henriques (2011), essa lógica não procede, pois, assim como não se espera que haja um espanhol com grafia argentina, um espanhol com grafia colombiana, um espanhol com grafia espanhola, não deveria ser natural o português ter duas grafias distintas. Abbade (2015, documento on-line) resume essas vantagens com as seguintes palavras: Esse novo acordo previa inúmeras vantagens: possibilitar a comunicação diplomática entre os países lusófonos; aumentar a difusão da cultura entre os países envolvidos; estabelecer a língua portuguesa como língua de cultura, ampliando seu prestígio junto às Instituições Nacionais; permitir que as obras escritas possam ser vendidas em todos os países lusófonos; favorecer o intercâmbio de materiais didáticos. Vemos, com essas apresentações e reflexões, que o acordoé uma soma de desacordos e, ainda, tem muita história a contar e a construir. O novo acordo ortográfico4 Um pouco da história do construção do acordo ortográfico Há muito, tenta-se padronizar as ortografi as de Brasil e Portugal, e essa história se resume nos pontos-chave que você observa a seguir (ABBADE, 2015). Início do século XX: língua portuguesa com pluralidade de grafias não padronizadas. 1907: a Academia Brasileira de Letras (ABL) aprova uma reforma ortográfica. 1907: reforma ortográfica aprovada fica limitada às publicações da própria Academia. 1910: nomeia-se, em Portugal, comissão para estabelecer uma ortografia simplificada. 1911: efetiva-se reforma que modifica completamente o aspecto da língua portuguesa escrita. 1911: resistência do Brasil (que tinha ortografia de influência etimo- lógica) leva as duas ortografias a ficarem completamente diferentes. 1915: ABL assemelha a sua ortografia com a portuguesa. 1919: ortografia proposta pela ABL, em 1915, é revogada. 1915: início de buscas por um acordo entre a Academia das Ciências de Lisboa e a Academia Brasileira de Letras. 1924: Portugal e Brasil recomeçam a procurar uma grafia comum. 1929: ABL altera as regras de escrita baseada na etimologia e retoma o caminho da simplificação. 1931: retorno à ortografia portuguesa de 1911. 1934: o Brasil revoga o acordo de 1931 e retorna ao passado. 1943: Convenção Luso-Brasileira retoma o acordo de 1931 com o For- mulário Ortográfico de 1943. 1945: tentativa de retorno à etimologia por parte de Portugal, vigorando apenas naquele país e sendo recusado pelo Brasil. 1971: o governo português altera algumas regras da ortografia de 1943. 1973: Portugal realiza alterações que reduzem as divergências orto- gráficas com o Brasil 1975: a Academia das Ciências de Lisboa e a Academia Brasileira de Letras elaboram novo projeto de acordo não aprovado oficialmente. 1986: encontro dos países de língua oficial portuguesa para impulsionar um novo acordo ortográfico. 5O novo acordo ortográfico 1990: a Academia das Ciências de Lisboa convoca novo encontro, elaborando a base do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa que está hoje contemplada em lei. Atualidade: até hoje continua sendo discutido e cada país toma uma atitude diferente. Nas palavras de Abbade (2015, documento on-line), “O novo texto, bem me- nos problemático que o de 1986, teve dois grandes objetivos: fixar e delimitar as diferenças entre os falantes da língua portuguesa e criar uma comunidade com uma unidade linguística expressiva para ampliar o seu prestígio internacional”. Sobre todas essas questões, o documento oficial (BRASIL, 2009, documento on-line) posiciona-se da seguinte forma: Foi, pois, tendo presentes estes objetivos, que se fixou o novo texto de unifi- cação ortográfica, o qual representa uma versão menos forte do que as que foram conseguidas em 1945 e 1986. Mas ainda assim suficientemente forte para unificar ortograficamente cerca de 98% do vocabulário geral da língua. Apesar disso, como o próprio panorama histórico mostra, “fixar e delimitar as diferenças” não é tão fácil assim, visto que as discussões sobre o acordo ortográfico não foram poucas, nem internamente, entre quem era e é a favor dele, nem externamente, entre a comunidade de linguistas que eram e são contra essa reforma. As críticas soam diversas, não apenas de cidadãos comuns, mas também de muitos especialistas renomados, como é o caso do linguista Sírio Possenti (2008, documento on-line): Perguntado ou não, o que sempre fiz questão de dizer é que a reforma não aumenta em nada a capacidade de leitura de textos. Dito de outra maneira, fazer uma reforma porque ela facilitaria a leitura de livros brasileiros na África ou em Portugal é uma bobagem. Qualquer pessoa que saiba ler, mesmo precariamente, lê textos com a grafia de Portugal e do Brasil, assim como lê textos mais antigos e textos escolares, de alunos, por mais que apresentem problemas de grafia. Outra linguista que ecoa na contramão da reforma é Coudry (2008, docu- mento on-line), para quem a reforma é uma má política linguística: “[...] [não] é preciso que se escreva exatamente igual para que haja entendimento mútuo e não é porque se estabeleceu uma regra comum que se falará perfeitamente igual em todos os países”. O novo acordo ortográfico6 Ainda que as críticas sejam muitas, os defensores da reforma ortográfica têm argumentos para elas, como Bechara (2015, p. 281), que afirma que: Muitas das vozes de resistência apresentaram e ainda apresentam razões des- tituídas de qualquer fundamentação real. A primeira delas, compartilhada por vozes fora do país, argumentava que o Acordo de 1990 escondia o propósito de neocolonização por parte do Brasil, porque as Bases ortográficas atendiam mais aos hábitos vigentes entre o nosso país do que aos hábitos vigentes entre portugueses e africanos. Pondo de lado o argumento de que o texto foi assinado sem restrição por representantes de sete nações soberanas, por mais superfi- cial que seja a leitura das Bases, percebe-se que o Acordo mais se aproxima das normas estabelecidas pelo sistema de 1945, corrente entre portugueses e africanos, do que pelo sistema de 1943, oficial somente no Brasil. Para Henriques (2011), o acordo ortográfico não está concentrado nas questões orais, fonéticas ou de uso, e não pretende tocar nisso. Segundo o autor, o documento está concentrado no registro formal da língua para representar documentos, textos oficiais, técnicos, científicos, de jornal — na maioria das vezes. Assim, o acordo preza pela linguagem formal, a escrita de prestígio. Não apenas a população não especializada, mas muitos linguistas resistiram e resistem ao acordo homologado pelos países de língua portuguesa. A principal das críticas, parece, relaciona-se às demasiadas regras quanto ao uso do hífen — apesar de algumas terem sido abolidas, outras foram criadas. Outra norma, dessa vez relacionada ao trema, foi — e é — tema de muita discussão, especialmente, quando se pensa em leitores que não conhecem de antemão palavras como “quinquênio”, por exemplo, e a leem pela primeira vez — lerão, provavelmente, como um dígrafo. Contudo, os defensores consideram que, como a mudança proposta pelo acordo está em nível da escrita (grafia), e não em nível da fala (fonética/fonologia), os novos falantes terão recursos para tirar esse tipo de dúvidas, por exemplo, com professores e outros falantes e serão corrigidos/informados sobre a pronúncia. Isso se dá porque, antes de escrever, aprende-se a falar a língua; portanto, continuar-se-á a aprender que se trata de quinquênio/pinguim/linguiça com a pronúncia do som “u” por meio da escuta dessas palavras. 7O novo acordo ortográfico Evanildo Bechara é um dos maiores gramáticos do Brasil, além de: [...] membro correspondente da Academia das Ciências de Lisboa e doutor honoris causa pela Universidade de Coimbra. Professor Titular e Emérito da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e da Universidade Federal Fluminense (UFF), além de titular da cadeira nº 16 da Academia Brasileira de Filologia e da cadeira 33 da Academia Brasileira de Letras. É autor de várias das principais gramáticas da língua portuguesa destinadas tanto ao público leigo quanto a profissionais da área: Moderna Gramática Portuguesa (37.ª edição, Rio de Janeiro : Editora Lucerna, 1999); Gramática Escolar da Língua Portuguesa (1.ª edição, Rio de Janeiro : Editora Lucerna, 2001); Lições de Português pela Análise Sintática (18.ª edição, Rio de Janeiro : Editora Lucerna, 2004). É ainda editor da revista Confluência, dedicada a temas linguísticos, editada pelo Liceu Literário Português (EVANILDO..., 2016, documento on-line). Para conhecer as defesas de Bechara a favor do novo acordo ortográfico, assista à entrevista que o gramático deu acessando o canal no YouTube da Rio TV Câmara e digitando no buscador“Entrevista - Evanildo Bechara”. Na charge da Figura 2, a seguir, você confere essa resistência, característica de muitos, em relação à queda do trema. Figura 2. Resistência a novas regras ortográficas. Fonte: Solda ([2009], documento on-line). O novo acordo ortográfico8 2 O novo acordo ortográfico: o que mudou, afinal? Ainda que, no Brasil, os falantes tenham se queixado a respeito das mudanças de certas regras ortográfi cas, Portugal foi o país que mais precisou adequar-se às alterações. Estima-se que 1,6% do vocabulário de Portugal tenha sofrido alterações na escrita, enquanto, no Brasil, somente 0,5% das ocorrências vocabulares sofrerão alteração. E que mudanças foram essas, afinal? O acordo ortográfico foi dividido em vinte seções, cada qual fundamentada por uma base. A estrutura do acordo segue a seguinte arqueologia (BRASIL, 2014): Base I — do alfabeto e dos nomes próprios estrangeiros e seus derivados. Base II — do h inicial e final. Base III — da homofonia de certos grafemas consonânticos. Base IV — das sequências consonânticas. Base V — das vogais átonas. Base VI — das vogais nasais. Base VII — dos ditongos. Base VIII — da acentuação grafica das palavras oxítonas. Base IX — da acentuação gráfica das palavras paroxítonas. Base X — da acentuação das vogais tónicas/tônicas grafadas i e u das palavras oxítonas e paroxítonas. Base XI — da acentuação gráfica das palavras proparoxítonas. Base XII — do emprego do acento grave. Base XIII — da supressão dos acentos em palavras derivadas. Base XIV — do trema. Base XV — do hífen em compostos, locuções e encadeamentos vocabulares. Base XVI — do hífen nas formações por prefixação, recomposição e sufixação. Base XVII — do hífen na ênclise, na tmese e com o verbo haver. Base XVIII — do apóstrofo. Base XIX — das minúsculas e maiúsculas. Base XX — da divisão silábica. Embora tenha sido acordada em 1990, apenas em 2016 a nova ortografia passou a vigorar no Brasil. Esse caráter tão recente da efetivação dessa nova forma de registro ortográfico em nosso país leva a pensar em algumas de suas 9O novo acordo ortográfico regras. Quanto a isso, não há escapatória: é preciso ler e reler o conteúdo e comparar o antes e o depois — assim como é preciso desmistificar, para alunos e/ou para membros da sociedade de forma geral, certos “mitos” apresentados, tais como “agora não há mais hífen” ou “não se usa mais acento”. Para os estudantes mais jovens, essa etapa será mais fácil, pois eles já aprenderão as regras a partir do novo — não precisarão, portanto, comparar o antes e o depois. Contudo, para os acadêmicos e especialistas, a comparação é inevitável. Um das críticas recebidas feitas ao acordo se refere à queda do acento utilizado para diferenciar certos tempos verbais, como o caso do presente do indicativo na terceira pessoa, “para”, que pode ser confundido com a prepo- sição “para”. Contudo, essa queda do acento diferencial não ocorre sempre, O verbo “pôr”, por exemplo, não perdeu o acento, para não ser confundido com a preposição “por”. Assim, também, a terceira pessoa do singular do pretérito perfeito de “poder” (pôde) não perdeu o acento circunflexo, para não ser confundido com a forma verbal no tempo presente. Veja na Figura 3, a seguir, uma tirinha com um exemplo do verbo “poder” conjugado e da preposição “por”. Figura 3. Exemplo do verbo “poder” conjugado no presente do indicativo e da prepo- sição “por”. Fonte: Montanaro (2010, documento on-line). Algumas regras ortográficas do novo acordo Nesta seção, abordaremos algumas das regras apontadas no novo acordo, concentrando-nos nas principais alterações. Lembramos que é muito impor- tante que você conheça todas as regras e, para isso, você precisará visitar o documento na íntegra. O novo acordo ortográfico10 Eixo I – Alfabeto Antes composto por 23 letras, atualmente, comporta as letras K, W e Y, somando 26 letras ao todo. A justifi cativa para tal se deu pelo fato de que, no Brasil, essas letras já eram utilizadas em nomes próprios, por exemplo, e em algumas abreviaturas, como em “km” (abreviatura para quilômetro). Maiúsculas e minúsculas Um ponto importante e pouco difundido é a mudança do uso de maiúsculas e minúsculas: meses, dias da semana e estações passam a ter seus nomes grafados em minúsculas: segunda-feira, e não Segunda-feira, como era anteriormente; janeiro, e não Janeiro; e primavera no lugar de Primavera. O mesmo ocorre, agora, com os pontos cardeais: todos eles iniciam em minúsculas — exceto quando usados em termos absolutos (“Vou para o Norte”; “Conheço algumas línguas do Ocidente”). Opcionalmente, usa-se minúscula em: [...] nomes que designam domínios do saber, cursos, disciplinas: inglês ou Inglês; português ou Português; matemática ou Matemática. Nomes de logradouros públicos (salvo nos nomes próprios neles contidos): rua da palma ou Rua da Palma; avenida da liberdade ou Avenida da Liberdade. Nomes de templos, edifícios ou monumentos (salvo nos nomes próprios neles contidos): igreja dos anjos ou Igreja dos Anjos; convento de Mafra ou Convento de Mafra (ACORDO..., 2015, documento on-line). As alterações sobre esse quesito merecem nossa concentração, tendo em vista que os estudantes preterem esse tema e, muitas vezes, inclusive, escrevem com minúsculas seus próprios nomes e sobrenomes. Acentuação gráfica Uma das polêmicas da nova ortografi a se relaciona às alterações, especial- mente, dos acentos diferenciais. Trata-se de uma das mais severas críticas ao novo acordo, pois pode gerar confusão na leitura e, consequentemente, levar a mal-entendidos. Como vimos, a supressão do acento diferencial na forma verbal “pára” (3ª pessoa do singular no presente do indicativo) pode levá-lo a ser confundido com a preposição “para”. Contudo, os defensores da supressão do acento argumentam que uma leitura se faz, sempre, dentro de um contexto, e que o próprio contexto haverá de esclarecer em que tempo 11O novo acordo ortográfico verbal se insere o verbo, conforme em “Ele para de trabalhar, sempre, às 18 horas” e “Ele trabalha para pagar as contas”. Veja, no Quadro 1, as novas regras relacionadas à acentuação gráfica. Nomenclatura Alteração Exemplo antes Exemplo depois Trema Utiliza-se somente nas palavras estrangeiras às lusófonas, como em alemão Lingüica Bündchen Linguiça Bündchen Acento diferencial Suprime-se em palavras homógrafas Para (preposição) Pára (3ª pessoa do singular, presente do indicativo) Para (preposição) Para (3ª pessoa do singular, presente do indicativo) Mantém-se em pala- vras homógrafas que distinguem o plural e o singular dos verbos (ele) Tem/(eles) têm (ele) Mantém/(eles) mantêm (ele) Tem/(eles) têm (ele) Mantém/(eles) mantêm Acento circunflexo Suprime-se em palavras terminadas em “êem” (3ª pessoa do plural do presente do indicativo ou do subjuntivo) Em palavras com hiato “oo” Eles vêem Eu enjôo Eles veem Eu enjoo Paroxítonas com ditondo aberto “ei” e “oi” Suprime-se o acento Idéia, assembléia, tablóide, jóia Ideia, assembleia, tabloide, joia Oxítonas terminadas em ditongo aberto “ei” e “oi” Permanece o acento Céu Dói Céu Dói Vogais tônicas “i” e “u” na posição paroxítona se precedidas de ditongo Suprime-se o acento Feiúra Baiúca Feiura Baiuca “U” tônico dos verbos que pertencem aos grupos “gue/gui” e “que/qui” Suprime-se o acento Apazigúe Delingúo Apazigue Delinguo Quadro 1. Novas regras relacionadas à acentuação gráfica O novo acordo ortográfico12 O humor é uma forma de criticar fatos que ocorrem na sociedade. A tirinha da Figura 4 é um exemplo da forma como os sujeitos sociais criam mitos (equivocados) sobre a mudança ortográfica. O primeiro deles se mostra com o termo “gramatical”. Não foi a língua como um todo que foi modificada: o acordo se restringe ao registro escrito de certas palavras. Mas, atente-se: na tirinha, não há como saberse o uso da palavra “gramaticais” foi proposital para ajudar a fazer a crítica social e gerar humor ou se foi um equívoco real do autor da tirinha. Outro aspecto a ser apontado pela tirinha, esse, sim, claramente proposital, é o uso da palavra “acento”. Primeiramente, precisamos saber que se trata de uma confusão que ocorre apenas na modalidade oral da língua, pois “acento” e “assento” têm som semelhante. Contudo, é a escrita dessas palavras que as difere como “tonicidade” e “lugar para se sentar”. Essa troca de sentidos por parte da personagem toca na ignorância da maioria das pessoas sobre o que sejam, de fato, os objetivos do acordo ortográfico e, especialmente, o que seja seu real conteúdo. Figura 4. O humor e as regras ortográficas. Fonte: Paula (2015, documento on-line). O hífen Certamente, o hífen foi a base que mais causou impacto na ortografi a do português brasileiro. Isso porque algumas palavras ganharam a hifeniza- ção, outras simplesmente a perderam e algumas, além de a terem perdido, aglutinaram-se. O Quadro 2, a seguir, apresenta algumas das alterações relacionadas ao hífen. 13O novo acordo ortográfico Nomenclatura Alteração Exemplo antes Exemplo Depois Locuções Nas locuções em geral Suprime-se Cão-de-guarda Dia-a-dia Fim-de-semana Cão de guarda Dia a dia Fim de semana Vocábulos formados por prefixação, recomposição e sufixação — regras gerais Aero Agro Anti Auto Arqui Circum Co Contra Des Entre Ex Hidro Hiper In Inter Mini Pan Pós Pré Pró Pseudo Sub Semi Super Tele Ultra Vice Mantém-se Anti-inflamatório Arqui-inimigo Auto-observação Circum-hospitalar Co-herdeiro Contra-ataque Ex-namorado Inter-racial Mini-instrumento Pan-nacionalismo Pós-graduação Pré-operatório Semi-intensivo Super-racional Tele-mensagem Ultra-apressado Vice-presidente Quadro 2. Exemplos de novas regras relacionadas ao hífen (Continua) O novo acordo ortográfico14 Nomenclatura Alteração Exemplo antes Exemplo Depois Vocábulos formados por prefixação, recomposição e sufixação — regras gerais Palavras formadas por prefixo terminado em vogal + palavra iniciada com vogal diferente Suprime-se Coedição Extraescolar Semianalfabeto Extraescolar Aeroespacial Autoestrada Prefixo “re” seguido de palavra iniciada em “e” Suprime-se Re-edição Re-eleição Reedição Reeleição Prefixo “co”, “re”, “pre” átonosseguidos ou não de “h” Suprimem-se o “h” e o hífen Co-autor Co-habitante Co-ordenar Re-edição Pre-estabelecer Coautor Coabitante Coordenar Reedição Preestabelecer "pan-", "circum-", segui- dos de vogais Mantém-se Pan-americano Circum-escola Vocábulos compostos, locuções ou encadeamentos Palavras compostas por justaposição, consti- tuindo unidade única de sentido Usa-se Ano-luz Tio-avô Médico-cirurgião Segunda-feira Guarda-chuva Sul-africano Palavras compostas por justaposição sem noção de composição Suprime-se Gira-sol Pára-quedas Manda-chuva Passa-tempo Girassol Paraquedas Mandachuva Passatempo Letra “h” posposta a uma prefixo, desde que o “h” se mantenha Uso obrigatório, a não ser em palavras como “desumano”, que perdem o “h” Pré-história Anti-higiênico Sub-hepático Super-homem Quadro 2. Exemplos de novas regras relacionadas ao hífen (Continuação) (Continua) 15O novo acordo ortográfico Nomenclatura Alteração Exemplo antes Exemplo Depois Vocábulos compostos, locuções ou encadeamentos Última letra do prefixo é igual à primeira letra da palavra que o sucede Uso obrigatório Antiinflamatório Microondas Microonibus Arquiinimigo Anti-inflamatório Micro-ondas Micro-ônibus Arqui-inimigo Última letra do prefixo é diferente à primeira letra da palavra que o sucede Uso proibido Neo-liberalismo Extra-oficial Semi-círculo. Neoliberalismo Extraoficial Semicírculo Prefixo terminado em vogal, seguido de pala- vra iniciada em “R” ou “S” Consoante deverá ser dobrada Supra-renal Ultra-sonografia Contra-regra Suprarrenal Ultrassonografia Contrarregra Prefixo terminado em “R” ou “S” seguido de palavra iniciada em “r” ou “s” Segue regra de que as letras iguais e se separam Super-requintado Super-realista Inter-resistente Prefixo terminado em consoante Usa-se o hífen Sub-reino Ab-rogar Após os prefixos ex-, sota-, soto-, vice- e vizo- Uso mantido Ex-diretor Ex-hospedeira Sota-piloto Vice-presidente Vizo-rei Após o uso de pós-, pré- e pró- tônicos e acentuados Uso mantido Pós-tônico Pré-escolar Pró-africano Pró-europeu Após os prefixos “co-, re-, pre” (sem acento) Uso suprimido Co-ordenar Re-edicão Pré-estabelecer Coordenar Reedição Preestabelecer Palavras derivadas por sufixação, se o primeiro elemento for terminado em tônica, acentuado graficamente ou não, e o segundo elemento for o sufixo "açu" ou "guaçu", Utiliza-se Capim-açu Andá-açu Amoré-guaçu Quadro 2. Exemplos de novas regras relacionadas ao hífen (Continuação) (Continua) O novo acordo ortográfico16 3 As novas regras em uso: qual é a importância global de seu uso com proficiência? Uma questão importante a ser considerada é que línguas como a francesa, por exemplo, têm registro ortográfi co com base etimológica; ou seja, a partir da origem da palavra. Já o português tem registro escrito de base fonética, isto é, a partir da sororidade das palavras. Considerar essa questão nos leva a observar que sempre haverá maiores difi culdades para os registros nos países de língua portuguesa, com mais regras e exceções. Por isso, para compreender melhor a concepção da reforma ortográfica, foi necessário destacar princípios, tais como a noção de que a oralidade e a ortografia pertencem a ordens distintas (lembrando o que foi dito na primeira seção: a ortografia é convenção que não serve para representar, ipsis literis, os sons da fala, mas para codificá-los). Por assim ser, certos desacordos não significariam um problema, mas uma consequência natural das distinções das diferentes nuances atribuídas aos diferentes lugares de fala — lembramos, aqui, não apenas nos diferentes países, mas também no interior de um mesmo país, como ocorre com os diversos falares dentro do Brasil. Para Henriques (2011), defensor da reforma ortográfica, a polêmica já abordada se pauta, muitas vezes, no desconhecimento sobre o que seja a ortografia, primeiramente, gerando o preconceito equivocado de que, se Fonte: Adaptado de Acordo... (2011). Nomenclatura Alteração Exemplo antes Exemplo Depois Vocábulos compostos, locuções ou encadeamentos Formas pronominais Mantém-se Pegá-lo Ceder-lhe Pedi-o Dar-te-emos Formas pronominais após o advérbio “eis” Mantém-se Eis-me Ei-lo Quadro 2. Exemplos de novas regras relacionadas ao hífen (Continuação) 17O novo acordo ortográfico mudou a ortografia, mudou a língua. Além disso, o autor considera que a mudança gera incômodo por mexer com o que se estava habituado e que se trata apenas de um costume. Assim, o uso proficiente das novas regras ortográficas se relaciona com os lugares pelos quais você circulará e, para isso, sua escrita deverá estar adequada. Documentos oficiais, textos para provas e concursos, trabalhos com revisão de textos, dentre outros, precisarão estar adequados aos critérios proposto pelo acordo. Portanto, embora o contexto, especialmente na modalidade oral, quase sempre seja responsável por esclarecer a intencionalidade do falante, as si- tuações formais de uso exigirão a norma de prestígio na modalidade escrita. Nesse sentido, conhecer as novas regas da ortografia auxiliará o profissional das linguagens, os futuros profissionais e aqueles que precisam apropriar-se delas para os diferentes usos sociais. Na Figura 5, por exemplo, temos uma tirinha que exemplifica essa questão: na oralidade, não é possível diferenciar o uso das formas porque, por que, por quê — na fala, todas soam exatamente da mesma forma. No entanto, na escrita, é preciso basear-se nas regras oficiais da língua e diferenciar essas formas de acordo com o sentido,como fica claro no último quadro da tirinha. Figura 5. Regra: o uso de por que, porque, por quê. Fonte: Diana (2020, documento on-line). O novo acordo ortográfico18 Como vemos, são muitas as questões que englobam a reforma ortográ- fica assinada pelos países de língua oficial portuguesa. Além das questões relacionadas à história dessa tentativa de unificação, é importante destacar que se trata de uma unificação na modalidade escrita e que não se concentra nas questões de uso oral e informal. Além disso, é importante ter em mente que, tanto interna quanto exter- namente, o acordo foi assinado a partir de desacordos, não foi totalmente pacífico e é envolto em polêmicas. Por outro lado, está assinado e precisa ser coerentemente difundido. Por isso, é importante conhecer algumas das regras que causam maior dificuldade e polêmica e ler o acordo na íntegra. Entendendo que os objetivos desse acordo são unificar e simplificar, é pre- ciso apropriar-se dessas regras com proficiência e, inteirando-se dos aspectos mais relacionados à política linguística e as duas diferentes visões sobre a reforma, desenvolver um pensamento crítico sobre a temática. Trata-se, entretanto, de um trabalho incompleto, porque não é possível dar conta de quase vinte anos de polêmicas, tampouco de mais de um século de discussões. Contudo, fica o convite, especialmente, para que você leia o acordo em sua íntegra e siga envolvido nas pesquisas sobre o assunto, que é dinâmico e constantemente se modifica, já que seu objeto é uma entidade viva, a língua. Para ampliar seus conhecimentos sobre o tema, vale a pena ler o artigo “O acordo ortográfico: uma questão de política linguística”, do Prof. Dr. José Luiz Fiorin, que aborda o acordo para a unificação das ortografias oficiais do português utilizadas pelos países lusófonos. Para defender o acordo do ponto de vista das políticas linguísticas, o artigo aborda os seguintes pontos: as razões históricas que levam os países a distinguirem as ortografias do mesmo português; os motivos que levam os países a aceitarem a adequação de suas ortografias; as principais críticas feitas contra o acordo, tanto no Brasil quanto em Portugal; a defesa da mudança e do acordo ortográfico. O diferencial do artigo é a forma como Fiorin mostra o viés político desse acordo, desmistificando a necessidade linguística para tal mudança. 19O novo acordo ortográfico ABBADE, C. M. S. Centenário da ortografia oficial da língua portuguesa: caminhos percorridos. Linguagem em (Re)vista, v. 10, n. 20, jul./dez. 2015. Disponível em: http:// www.filologia.org.br/linguagememrevista/20/01.pdf. Acesso em: 20 jul. 2020. ACORDO ortográfico da língua portuguesa. Lisboa: FCSH, 2011. Disponível em: dge. mec.pt/sites/default/files/Curriculo/Acordo_Ortografico/documentos/o_novo_ao_0. pdf. Acesso em: 20 jul. 2020. ACORDO ortográfico da língua portuguesa de 1990. In: PORTAL da língua Portuguesa. [S. l.: s. n.], 1990. Disponível em: http://www.portaldalinguaportuguesa.org/?action=a cordo&version=1990. Acesso em: 22 jul. 2020. ARGENTO, J. Lista dos países onde o português é língua oficial. In: WIKIPÉDIA. [S. l.: s. n.], 2020. 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O novo acordo ortográfico20 Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu fun- cionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links. LUSOFONIA. In: HOUAISS, A. Dicionário Houaiss da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001. MONTANARO, J. Livro. In: JOÃO Montanaro. [S. l.: s. n.], 2010. Disponível em: http:// joaomontanaro.blogspot.com/2010/06/livro.html. Acesso em: 20 jul. 2020. PAULA, D. O. Atividade sobre novo acordo ortográfico a partir de uma tirinha do Edibar. In: BLOG do professor Diogo. [S. l.: s. n.], 2015. Disponível em: http://diogoprofessor.blogspot. com/2015/12/atividade-sobre-novo-acordo-ortografico.html. Acesso em: 20 jul. 2020. POSSENTI, S. Sempre ortografia. 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