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1
 
 
TECNOLOGIA FARMACÊUTICA I 
9o PERÍODO 
 
COMPRIMIDOS, DRÁGEAS E CÁPSULAS 
 
 1-CONCEITO. 
 2-VANTAGENS. 
 3-CONDIÇÕES EXIGIDAS PARA UM BOM COMPRIMIDO. 
 4-CLASSIFICAÇÃO. 
 5-ADJUVANTES (OU EXCIPIENTES). 
 6-PROCESSOS DE FABRICAÇÃO DE COMPRIMIDOS. 
 7-MISTURA DOS CONSTITUÍNTES. 
 8-COMPRESSÃO. 
 9-MÁQUINAS DE COMPRESSÃO. 
 10-DIFICULDADES NA COMPRESSÃO. 
 11-TIPOS ESPECIAIS DE COMPRIMIDOS. 
 12-ALTERAÇÕES EM COMPRIMIDOS. 
 13-ACONDICIONAMENTO. 
 14-COMPRIMIDOS E A ATUALIDADE. 
 15-TECNOLOGIA PARA FABRIC. FORMAS FARMACÊUTICAS S ÓLIDAS. 
 16-DRÁGEAS. 
 17-CÁPSULAS. 
 
 
 
 
 
 
 
 Prof. José Maria Lopes de Almeida 
 
 2
 
1) CONCEITO : 
 
 São formas farmacêuticas sólidas obtidas por compressão de substâncias 
medicamentosas. 
 
2) VANTAGENS: 
 
♦ Rapidez na preparação (Fator Econômico: produção e rentabilidade); 
♦ Mão de obra barata ( Fator Econômico: custos. ) ; 
♦ Equipamentos simples ( Fator Econômico: Pouco investimento.); 
♦ Dosagem exata da base medicamentosa; 
♦ Estabilidade e conservação maior que em qualquer outra forma 
farmacêutica; 
♦ Facilidade de ingestão; 
♦ Facilidade de transporte ( pequeno volume ); 
♦ Evita erros de dosagem na automedicação ; 
♦ Pode ser implantado sob a pele; 
♦ Comprimidos para uso em solução (KmnO4) ; 
♦ Comprimidos para reagentes analíticos; 
♦ Comprimidos para tratamento de água (Iodeto e Iodato de Potássio); 
♦ Boa apresentação. 
 
 
 Estas propriedades dos comprimidos levaram a que as Farmacopéias 
inscrevessem, nas suas monografias, numerosos tipos de comprimidos que vêm 
progressivamente substituindo outras formas farmacêuticas. 
 Nos códigos Dinamarquês, Sueco, Britânico e Norte-Americano, a quase 
totalidade dos preparados galênicos é constituído por comprimidos e injetáveis. Isso 
não acontece nos países latinos, cujas Farmacopéias, mais conservadoras, mantêm , 
ainda, várias tinturas, extratos e xaropes. 
 
3) CONDIÇÕES EXIGIDAS PARA UM BOM COMPRIMIDO : 
 
♦ Teste de Dissolução. 
♦ Tempo de Desintegração (30 minutos no máximo). 
♦ Dureza Adequada (Pois pode influir na desintegração). 
♦ Aspecto. 
♦ Dosagem Exata da Base Medicamentosa ( ±±±± 5%). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 3
4) CLASSIFICAÇÃO DOS COMPRIMIDOS : 
 
 
 
♦ Comprimidos para ingestão e desagregação estomacal ; 
 
 São os comprimidos comuns (Normalmente discóide). 
 
♦ Comprimidos mastigáveis (Começa a desintegrar-se na boca.); 
 
 Normalmente os antiácidos. 
 
♦ Comprimidos sublinguais (Dissolução na boca); 
 
 De uso oral mas não são deglutidos. 
 
♦ Comprimidos para ingestão e desintegração intestinal; 
 
 São as drágeas com desintegração entérica. 
 
♦ Comprimidos efervescentes; 
 
 Devem ser dissolvidos antes de ingeridos. 
 
♦ Comprimidos de implante; 
 
 São comprimidos colocados sob a pele para serem 
absorvidos. 
 
♦ Comprimidos destinados a formar soluções; 
 
 Destinam-se a desinfecção da pele e da mucosa. 
 Apresentam forma diferente da discóide e 
 são Coloridos. 
 
♦ Comprimidos depuradores de água; 
 
 Como exemplo, podemos citar as Cloraminas e os Iodetos 
 e Iodatos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 4
5) ADJUVANTES ( OU EXCIPIENTES) PARA COMPRIMIDOS : 
 
 
5.1-CONCEITO: 
 São substâncias , normalmente inertes, que entram numa formulação de 
comprimidos com uma função definida. 
 Servem para diluir o produto (sendo, então, verdadeiros excipientes), 
aglutinar suas partículas, facilitar a desintegração e a dissolução, evitar a aderência 
do pó aos punções e à matriz, facilitar o escoamento no distribuidor da máquina de 
comprimir, etc. 
 
5.2-CLASSIFICAÇÃO: 
 
 5.2.1-ADJUVANTES TECNOLÓGICOS: 
 
 É constituído por compostos que são adicionados à substância ativa porque 
se pretende veiculá-la na forma de comprimido e destinam-se a conferir ao produto a 
comprimir as características adequadas de compressibilidade ou a facilitar a cedência 
do fármaco. 
 A sua inclusão é praticamente obrigatória em quase todas as fórmulas , 
como é o caso dos diluentes, aglutinantes, lubrificantes e desagregantes. 
 
 5.2.2-ADJUVANTES FACULTATIVOS: 
 
 São adicionados devido à natureza específica do fármaco, como é o caso dos 
absorventes, dos molhantes, dos tampões ou para aumentar a adesão do doente à 
terapêutica , como os aromatizantes, edulcorantes e corantes. 
 
5.3- TIPOS DE ADJUVANTES: 
 
 5.3.1- DILUENTES: 
 São substâncias inertes, que se adicionam aos pós a comprimir com a 
finalidade de originarem comprimidos de peso adequado, quando os princípios ativos 
são empregados em pequenas quantidades. 
 
 Podem ser de dois tipos: Solúveis e Insolúveis. 
 
 5.3.1.1-DILUENTES SOLÚVEIS: 
 
 5.3.1.1.1-LACTOSE: 
 Das lactoses , a mais utilizada é a alfa-lactose monohidratada. 
 É um excelente diluente . Possui propriedades redutoras. 
 Possui poder aglutinante, absorvente e desagregante. 
 Recomendável na maioria dos casos e originam comprimidos de bom aspecto. 
 
 
 
 
 
 5
 
 Como desvantagem, podemos dizer que ela pode dificultar a desagregação e 
 tem facilidade de amarelecimento. 
 
 A lactose atomizada (ou spray-dried) é constituída por aglomerados esféricos 
 de lactose.É utilizada como excipiente para compressão direta associada, em 
 concentrações nunca inferiores a 40% , à celulose microcristalina. 
 Possui boas características de escoamento e de aglutinação. 
 
 
 5.3.1.1.2-SACAROSE: 
 
 É um bom diluente.Deve ser empregada em pequenas quantidades, visto que 
 é altamente aglutinante e ataca os punções da máquina de comprimir. 
 Indicada para comprimidos que se dissolvem na boca. 
 
 
 5.3.1.1.3-CLORETO DE SÓDIO: 
 
 É um bom diluente, mas ataca os punções da máquina de comprimir. 
 Tem um bom poder de desintegração. 
 
 
 5.3.1.1.4-MANITOL: 
 
 É um bom diluente e é muito utilizado para comprimidos que se dissolve na 
 boca, pois dá uma agradável sensação de frescor. 
 Como não é higroscópica, é recomendável em comprimidos contendo vitami- 
 na “C” ou ácido acetilsalicílico. 
 
 
 5.3..1.1.5-GLICOSE: 
 
 É um bom diluente , mas é pouco utilizado devido ao seu alto custo. 
 Tem poder aglutinante e desagregante. 
 
 
 5.3.1.1.6-SORBITOL: 
 
 Pode ser igualmente empregado como diluente. 
 
 
 5.3.1.1.7-PÓ DE ALCAÇUZ: 
 
 Também pode ser utilizado como diluente. 
 
 
 
 5.3.1.2-DILUENTE INSOLÚVEL: 
 6
 
 5.3.1.2.1- AMIDO: 
 
 É um ótimo diluente , um , bom absorvente , um ótimo aglutinante e 
 Desintegrante, e um bom lubrificante do tipo deslizante. 
 Pode ser originário do milho, da batata, da mandioca, do trigo, do arroz 
 e da beterraba. 
 Devem ser secos até uma umidade de 3% a temperatura inferior a 50ºC, 
 pois se aquecermos a uma temperatura de 100ºC, desidrata-se de modo 
 irreversível , e ao fim de alguns meses os comprimidos terão grande difi– 
 culdade de sedesintegrar. 
 Pode ser utilizado, associado a celulose microcristalina, na compressão 
 direta de fármacos. 
 Apresenta excelentes características de escoamento. 
 
 5.3.1.2.2-CELULOSE MICROCRISTALINA: 
 
 É um bom diluente, um excelente desintegrante e um bom aglutinante. 
 É utilizado tanto na compressão direta como na granulação via úmida 
 ( adicionado após a granulação). 
 Normalmente é associado a lactose, ao amido e outros. 
 Existem vários tipos no mercado, como por exemplo: 
 
♦ AVICEL PH – 101 ( PÓ ) 
♦ AVICEL PH – 102 ( GRANULADO ) 
♦ EMCOCEL 
♦ MICROCEL 
 
5.3.1.2.3- PÓ DE CACAU: 
 
 Utilizado como diluente em comprimidos para uso pediátrico. 
 
5.3.1.2.4-CAULIM: 
 
 É um regular diluente mas é um bom absorvente nas formulações que 
 contenham vitaminas. 
 
5.3.1.2.5-LEITE EM PÓ: 
 Tem se usado na preparação de comprimidos pediátricos de complexo 
 B , pois confere um agradável paladar a formulação. 
 Obs: Além destes diluentes insolúveis podemos usar numerosos compostos mi- 
 nerais de CÁLCIO(carbonatos,sulfatos, fosfatos e citratos) , de MAGNÉSIO 
 (carbonatos e óxidos), e outros. 
 
 
 
 
 5.3.1.3- DILUENTES MISTOS: 
 
 7
 São obtidos por mistura de diluentes solúveis com insolúveis. 
 
 Exemplo: 
 
I- AMIDO..................................................... 700 g 
LACTOSE................................................ 300 g 
 
 
 II- GLICERINA............................................. 2 g 
 SOLUÇÃO DE GELATINA A 10% ..... 98 g 
 
 
 Misture os componentes de I e umedeça com q.s. de II . 
 
 
 
5.3.2-ABSORVENTES: 
 
 Tem como finalidade absorver a água dos extratos ou fixar certos princípios 
ativos, como as essencias. 
 Servem também para incorporar princípios higroscópicos, evitando que a 
umidade atmosférica ou residual dos pós provoque a alteração desses princípios. 
 Quando se pretende fazer comprimidos que contenham extratos, o emprego dos 
extratos secos não é recomendável. Trabalha-se então com extratos moles , 
dissolvendo-os num pequeno volume de álcool ou água e triturando-os com o 
absorvente. Recorre-se, para isso, aos amidos, aos pós vegetais (como alcaçuz), a 
lactose, a dextrina, etc. 
 Quando há grandes quantidades de produtos a absorver, como extratos fluidos 
ou tinturas, concentram-se as soluções , evaporando-as a banho-maria até pequeno 
volume, e absorvem-se então as substâncias dotadas de alto poder de fixação, como o 
óxido e o carbonato de magnésio (de 5 a 10% do peso do extrato ou da tintura). 
 Para os óleos fixos, certos veículos oleosos e, ainda, no caso de hormônios e 
vitaminas oleossolúveis, convém usar o fosfato tricálcico, o caulim ou a bentonita. 
 Para as substâncias voláteis, como as essências, utiliza-se a terra de infusório 
(não modifica o pH), a lactose e o pó de alcaçúz. 
 
 Mais recentemente introduziu-se neste grupo de adjuvantes absorventes, um gel 
de sílica pulverizado, muito leve e de poros largos, que é o AEROSIL e o CAB-O-SIL. 
Estas substâncias apresentam a faculdade de absorver 200% de água, continuando, 
apesar disso, com aspecto seco. 
 
 
 
 
 
 
 
 
5.3.3- AGLUTINANTES: 
 8
 
 São utilizados na forma de pó, solução ou dispersão (mais eficiente). 
 Entre os mais utilizados, podemos citar: 
 
♦ AÇÚCARES: 
 Glicose, Lactose e Sacarose. 
 
♦ AMIDOS: 
 Utilizado sob a forma de cozimento na concentração de 10 a 30% . 
 
♦ GOMA ARÁBICA E ADRAGANTA: 
 Só usar em último recurso, pois pode dificultar a desintegração. 
 Usar sob a forma de mucilagem na concentração de 10 a 35% para a goma 
 Arábica e de 8 a 10% para a goma Adraganta. 
 Obs.: Para eliminar o efeito das peroxidases, basta destruí-las por aqueci – 
 mento da mucilagem em banho-maria durante 30 minutos . Devemos pre- 
 venir a contaminação por microrganismos pela adição de um conservan – 
 te , por exemplo , o ácido benzóico a 0,2% . 
 
♦ GELATINA: 
 Utiliza-se em solução aquosa na concentração de 2 a 4% . 
 A 4% produz um granulado muito resistente. 
 
♦ POLIVIDONA: (Ou Polivinilpirrolidona – PVP ) 
 
 É um aglutinante muito utilizado. 
 Emprega-se em solução aquosa ou alcoólica na concentração de 10 a 30% . 
 Dá bons resultados na preparação de granulados polivitamínicos. 
 
♦ PECTINA: 
 É um aglutinante regular. 
 É utilizada na concentração de 5% . 
 
♦ ALGINATOS: 
 
 São considerados excelentes aglutinantes. 
 É utilizado na concentração de 1% . 
 Ajuda na desintegração. 
 
♦ DERIVADOS DA CELULOSE: 
- Metilcelulose 400 
 Utilizada na concentração de 2 a 5%. 
 
 - Etilcelulose 
 Utilizada em solução etanólica ou propanólica na concentração de 2 a 4% 
 
 
 
 
 
- Carboximetilcelulose sódica. 
 Utiliza-se em dispersões aquosas na concentração de 2 a 4% . 
 
 9
♦ PARAFINA, ÁCIDO ESTEÁRICO E MANTEIGA DE CACAU: 
 
 São utilizados na concentração de 1 a 2% , misturados ou dissolvidos. 
 
♦ POLIETILENOGLICÓIS (CARBOWAXES): 
 
 Os mais utilizados são o 4.000 e o 6.000, que se usam na concentração 
 de 20% em relação ao peso do comprimido. 
 
5.3.4- DESAGREGANTES ( ou Desintegrantes): 
 
 São utilizados para acelerar a dissolução ou a desintegração dos comprimidos na 
água ou nos líquidos do organismo. 
 O tempo de desintegração, normalmente, não deve ultrapassar de 30 minutos. 
 Os analgésicos devem desintegrar-se mais rapidamente do que os comprimidos de 
 Vitaminas. 
 A velocidade de desintegração é condicionada por diversos fatores, tais como: 
- A pressão aplicada durante a compressão; 
- A quantidade de desintegrante. 
A rapidez de desintegração varia diretamente com a diferença de solubilidade dos 
componentes do comprimido. 
Esta lei não é verdadeira no caso do AAS em presença da lactose. 
Qualquer que seja o tipo de desintegrante , é mais eficaz juntar o desintegrante 
sobre o granulado, numa concentração de 2 a 15% do que efetuar a granulação 
estando já incluído o desintegrante na mistura. 
 
5.3.4.1-MECANISMO DE AÇÃO DOS DESINTEGRANTES: 
 
1º) ABSORVENDO ÁGUA: 
 Com a absorção , haverá penetração rápida do líquido e, com isto, 
haverá favorecimento para a separação dos grãos constituinte dos 
comprimidos. 
Exemplo: Amido, pectina, agar-agar, derivados da celulose, etc. 
 
2º) REAGINDO COM A ÁGUA (OU COM HCl DO ESTÔMAGO): 
 Com a reação , liberam-se gases como o oxigênio e o anidrido 
carbônico , favorecendo a desintegração . 
 
 Exemplo: Carbonatos, bicarbonatos, misturas efervescentes,etc. 
 
3º DISSOLVENDO-SE NA ÁGUA: 
 Abre-se , assim, canalículos que facilitam a desintegração. 
 
 Exemplo: Lactose, Glicose, Cloreto de Sódio, etc. 
 
 
 
 
 
 
 
5.3.4.2- DESINTEGRANTES MAIS UTILIZADOS: 
 
A) AMIDO: 
 10
 
 É o mais utilizado. A proporção é de 5 a 15% . 
Tira-se melhor proveito da sua aplicação se se incluir uma parte no granulado 
 e se semisturar a restante com o lubrificante, que se povilha sobre o granula 
do pronto a comprimir. 
O EXPLOTAB , é um carboximetilamido sódico, também designado de Amido 
 glicolato de sódio, com alto poder de desintegração. 
 
B) DERIVADOS DA CELULOSE: 
 
 -CARBOXIMETILCELULOSE SÓDICA: 
 
 Emprega-se em concentração de 2% . 
 Pode criar incompatibilidades com muitos componentes, pela natureza 
 aniônica e reação alcalina, que é suficiente para acelerar a hidrólise do 
 acido acetil salicílico. 
 
 -METILCELULOSE: 
 
 Utilizada em comprimidos de hidróxido de alumínio. 
 
 -CELULOSE MICROCRISTALINA: 
 
 A celulose microcristalina, tipo AVICEL E MICROCEL, apresentam 
 boas características de desintegração quando utilizada em percentagens 
 próximas a 10% . 
 
C) ALGINATOS: 
 Têm sido empregados , com êxito, especialmente o de cálcio, que é com- 
 patível com a maioria dos compostos, em concentrações que variam de 
 2 a 10% . 
 
D) GELATINA: 
 Tem revelado ser um excelente desintegrante, na concentração de 4% , 
 muito embora se empregue, algumas vezes, em concentrações superio- 
 res a 10% . 
 
E) POLIVINILPIRROLIDONA: 
 
 É dotada de elevada capacidade desagregante. 
 Recebe nomes comerciais de Polyplasdone XL e Kollidon CL. 
 
F) CARBOPOL 3 : 
 
 É um polímero carboxivinílico e dá bons resultados como desintegrante. 
 
 
 
 
 
 
 
G) MISTURAS EFERVESCENTES: 
 
 11
 Tem um excelente poder de desintegração. 
 
 Exemplo: -MgO2 na concentração de 10 a 20% . 
 -Carbonatos ou bicarbonatos. 
 -Ácido cítrico (ou tartárico) com bicarbonato (de sódio ou de 
 potássio, ou 
 -Carbonatos (de cálcio, de sódio, de potássio, de magnésio)que 
 em presença de água, dão origem a libertação de anidrido 
 carbônico. 
 
Basta adicionar 10% da mistura efervescente à um granulado para que os comprimi- 
dos obtidos se desintegre rapidamente. 
 
Devemos adicionar às misturas efervescentes um composto desidratante, como o sul – 
fato de sódio anidro. 
 
 
 Obs.: A velocidade de desagregação varia , de um modo geral, em função 
 do período de armazenagem, nomeadamente ao fim de 4 meses após 
 a preparação. 
 
5.3.5- LUBRIFICANTES: 
 
Entende-se por lubrificantes as substâncias capazes de assegurarem um completo en- 
chimento da matriz e de evitar a aderência dos pós as peças da máquina de comprimir. 
 
 
 Portanto, devem: 
 
 -Facilitar o deslizamento do granulado do distribuidor para a matriz. 
 
 -Diminuir a tendência do produto para aderir aos punções e matrizes. 
 
 
 Os lubrificantes devem ser adicionados ao granulado já seco, e imediatamente antes 
 da compressão. 
 
 Na prática corrente , empregam-se , quase sempre , associações de lubrificantes 
deslizantes (como o talco) com lubrificantes anti-aderentes (como os estearatos de magnésio, 
de zinco e de sódio). 
 
 Na sua maioria os lubrificantes são insolúveis em água e dotados de propriedades 
hidrófobas , opondo-se , portanto, de certo modo, à penetração de água no comprimido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5.3.5.1- TIPOS DE LUBRIFICANTES: 
 12
 
A) LUBRIFICANTES DO TIPO DESLIZANTE: 
 
1-TALCO: 
 É um lubrificante dos mais utilizados. 
 São empregados na concentração de 3 a 10% do peso do comprimido. 
 Uma boa mistura lubrificante é formada pela associação de 9 partes de 
 talco com 1 parte de estearato de magnésio. 
 
 Obs.: O talco pode causar alterações nas mucosas em estado ulcera- 
 tivo. Por isso ele não deve entrar nas formulações que tem 
 como objetivo o tratamento dessas ulcerações. 
 
2-AMIDO: 
 
 É utilizado na concentração de 1 a 5% do peso do comprimido. 
 
3-PARAFINA: 
 
 Empregada na concentração de 1 a 2% do peso do comprimido. 
 
4-VASELINA (SÓLIDA E LÍQUIDA) E MANTEIGA DE CACAU: 
 
 Usar na concentração de 1 a 2% dissolvidos em 50 partes de éter, pulve- 
 rizando-se a solução sobre o granulado e deixando , depois, evaporar o 
 éter. 
 
5- CUTINA HR: 
 
 Produto comercializado pela Henkel e que é obtido a partir do óleo de 
 rícino. 
 
6-SILICONES: 
 
 Utilizado na concentração de 1 a 2%, muitas vezes associado ao talco sob 
 a forma de emulsão. 
 
 Exemplo: Silicone SF-96 ( 1000) – Já testado. 
 
7- CARBOWAXES: 
 
 Os mais utilizados são os de número 4.000 e 6.000 podendo ser emprega- 
 dos na concentração de 2%. 
 
 
 
 
 
 
 
 
B) LUBRIFICANTES DO TIPO ANTI-ADERENTES: 
 
 1)ESTEARATO DE MAGNÉSIO: ( d=0,25 ) 
 13
- Deve ser utilizado na concentração de 1 a 3%. 
- É o que mais vantagens oferece. 
- Dá brilho aos comprimidos. 
- Ter cuidado, pois pode aumentar o tempo de desintegração. 
- A sua alcalinidade pode provocar alterações diversas em muitas 
 substâncias, principalmente nos comprimidos de Ácido Acetil Sa- 
 licílico. 
- Dentre os estearatos, o de magnésio é o melhor. 
- O estearato de zinco, destrói a penicilina. 
 
 2)ÁCIDO ESTEÁRICO: 
 Utilizado em concentrações compreendidas entre 0,25 a 2%. 
 
5.3.6 – MOLHANTES: 
 É conveniente incluir nos comprimidos produtos molhantes do tipo: 
 ����Lauril Sulfato de Sódio. 
 ����Sais de Trietanolamina. 
 ����Tween 80. 
 
 Estes compostos opõem-se à liberação do pó durante a compressão, o 
que representa uma vantagem no caso dos pós a comprimir serem 
tóxicos por via respiratória. 
 A maioria destes compostos, tendo propriedade 
tensoativas, provoca um aumento da velocidade de degradação dos 
comprimidos, que se embebem mais facilmente pela água. 
 
5.3.7 – TAMPÕES: 
 As vezes é necessário mantermos estável o pH da fórmula. Para isto, 
recorremos aos tampões como os: 
- Fosfatos alcalinos. 
- Carbonatos de cálcio. 
- Glicinato de alumínio. 
- Citrato de sódio. 
- Trissilicato de magnésio. 
 
Ex: 1) Comprimidos de Penicilina G 
 Para evitar a sua hidrólise ácida no estômago, aconselha-
se a junção de tampões que corrijam a acidez gástrica. 
 
 2) Comprimidos de Ácido Acetil Salicílico: 
 Para evitar intolerâncias, associa-se com vantagem, o 
glicinato de alumínio, que impede a hidrólise do ácido acetil 
salicílico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5.3.8 – CORANTES: 
 
 14
 A coloração dos comprimidos tem por finalidade: 
 
- Melhorar a aparência. 
( Utilizar os corantes autorizados pela F.Bras. ) 
- Diferenciar os comprimidos tóxicos. 
( Utilizar o azul de metileno e a eosina ) 
 
 
 
 
CORANTES MAIS IMPORTANTES DE USO FARMACÊUTICO: 
 ( Segundo a Farmacopéia Brasileira ) 
 
 
 COR NOME OFICIAL NºC.I. DESCRIÇÃO 
Branca Carbonato de Cálcio 72.220 Carbonato de Cálcio-CaCO3. 
 
Branca Dióxido de Titânio 77.891 Dióxido de Titânio-TiO2 – Obtido por Síntese. 
 
Amarela Riboflavina - 7-8-Dimetil-10-(D-ribo-2,3,4,5-tetraidroxi- 
pentil) isoaloxazina. 
Amarela Curcumina 75.300 1-7-Bis(4-hidroxi -3-metoxifenil-1,6-
heptadieno-3,5-diona). 
Laranja Beta-caroteno 40.800 Beta-caroteno obtido por síntese ou extraído 
de fontes naturais. 
Laranja Urucum 75.120 Extrato obtido pelo tratamento da Bixa 
orellana L. 
Vermelha Cochonilha 75.470 O componente corante principal do extrato de 
cochonilha é o Ácido Carmínico. 
Vermelha Eritrosina 45.430 Sal dissódico monohidratado 3’,6’-diidroxi -
2’,4’,5’,7’-tetraiododospirolisobenzofuran-
1(3H),9’-(9H) xanten-3-ona. 
Verde Clorofila 75.810 Mistura de Clorofila A e B. 
 
Azul Azul Brilhante 42.090 Ver Farmacopéia Brasileira. 
 
Marrom Caramelo - Produto obtido pôr aquecimento da Sacarose. 
 
Preta Carvão Ativo - Carvão vegetal Farmacopéia. 
 
Outros... Ver Farmacopéia Brasileira. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 5.3.9- EDULCORANTES: 
 
 15
 Utilizados para corrigir o gosto de determinadas formulações. 
 
 Ex.: ☺☺☺☺ Energéticos: 
 - Açúcares. 
 
 ���� Não Energéticos: 
- Sacarina sódica 
- Aspartamo 
- Ciclamato de sódio 
- Ciclamato de cálcio 
 
 
 Obs.: Existe uma oposição ao uso de edulcorantes em comprimidos. 
 
 
 
 
5.3.10- AROMATIZANTES: 
 
 A sua utilização é normalmente complementar a dos edulcorantes, empregando-
se várias essências, como as de laranja, limão, cereja, hortelã-pimenta, etc. 
 A aplicação dessas essências, com terpenos ou não, é feita sob a forma líquida, 
absorvendo-se em substâncias adequadas (absorventes), mas podendo, também, utilizar-se 
sob uma forma puverulenta conseguida por atomização. 
 
 
 
6-PROCESSOS DE FABRICAÇÃO DE COMPRIMIDOS: 
 
 6.1- COMPRESSÃO DIRETA: 
 
 As substâncias diretamente compressíveis, que são poucas, devem possuir densidade 
suficiente para escoar livremente do distribuidor da máquina e encher a matriz , não devem 
provocar atritos na compressora e se apresentarem num estado cristalino tal que permita a 
fácil coesão dos cristais entre si. 
 A água de cristalização atua como agente de ligação, não se devendo , por isso, 
exagerar a secagem , conduzindo o processo de maneira compatível com a natureza das 
substâncias. 
 Exemplo de substâncias diretamente compressíveis: 
 
 Ácido bórico, Alúmen, Borato de sódio, Urotropina, Bicarbonato de sódio, 
Citrato de cafeína, Vitamina “C”, Sulfato de cobre, Ácido acetil salicílico, etc. 
 
 É necessário que o sólido diretamente compressível esteja dividido em partículas de 
dimensões semelhantes e adequadas ao tamanho dos punções escolhidos. 
 
 Poucas substâncias se enquadram neste processo de fabricação, porém, com o auxílio 
dos novos excipientes existentes atualmente no mercado, podemos conseguir sucesso por este 
processo, utilizando, principalmente, amido e os derivados da celulose, como as hidro-
celuloses (celulose microcristalina) e os ésteres da celulose (como o acetoftalato de celulose) e 
os éteres da celulose (como a metilcelulose, etilcelulose, hidroxipropilmetilcelulose ou a 
carboximetilcelulose sódica). 
 
 16
 A solubilidade dessas substâncias são importantes no processo tecnológico, como 
exemplo podemos citar: 
 -A celulose microcristalina é insolúvel na água e nos solventes orgânicos. 
 -O acetoftalato de celulose e etilcelulose são insolúveis na água mas solúvel nos solven- 
 tes orgânicos. 
 -A metilcelulose, a hidroxipropilmetilcelulose e a carboximetilcelulose sódica são hi – 
 drossolúveis. 
 Quando as substâncias são diretamente compressíveis, pode dizer-se que a obtenção de 
 comprimidos consiste, fundamentalmente, na compressão. 
 
 FASES DA COMPRESSÃO DIRETA: 
 
PESAGEM (Substância ativa + excipientes) 
 
 
 UNIFORMIZAÇÃO 
 
 MISTURA 
 
 CONTROLE DE QUALIDADE 
 
 COMPRESSÃO 
 
 
 
 
 
 6.2-GRANULAÇÃO VIA SECA (OU DUPLA COMPRESSÃO): 
 
 É um processo utilizado para comprimir substâncias que apresentam as seguintes 
características: 
 -Higroscópicas ou alteráveis em presença da umidade; 
 -Termolábeis; 
 -Apresentam incompatibilidades entre os constituintes devido a presença 
 de água na sua composição. 
 
 Numa primeira fase, a partir da mistura dos pós constituintes (com uma parte de 
lubrificantes ou não), obtêm-se comprimidos sem se observarem quaisquer cuidados especiais 
quanto a regularidade ou peso. Depois, os comprimidos assim preparados, são fragmentados 
utilizando-se moinhos de martelos, tamisadores-granuladores ou compactadores, 
conseguindo-se então, um granulado irregular (chamado de briquetes ou slugs) o qual se irá 
comprimir em definitivo após adição de lubrificantes (parcial ou total). Agora com a 
preocupação de obter comprimidos perfeitos, dentro das exigências de peso, dureza, 
desintegração e dissolução. 
 
 
 
 
 
 
 
FASES DA GRANULAÇÃO A SECO ( ou DUPLA COMPRESSÃO ): 
 
 
 
 17
 PESAGEM ( Substância ativa + excipientes + parte do lubrificante). 
 
 
 
 UNIFORMIZAÇÃO 
 
 
 MISTURA 
 
 
 PRÉ-COMPRESSÃO ( Obter comprimidos sem a preocupação com o peso) 
 
 
 GRANULAÇÃO A SECO 
 
 
 ADIÇÃO DO RESTANTE DO LUBRIFICANTE 
 
 
 
 MISTURA 
 
 
 CONTROLE DE QUALIDADE 
 
 
 COMPRESSÃO DEFINITIVA 
 
 
 
 
 6.3-GRANULAÇÃO VIA ÚMIDA : 
 
 Tem por objetivo conseguir a formação de grânulos por adição de um líquido 
aglutinante. 
 Podemos dividir a operação em diversas fases, a saber: 
 
 1º) UMEDECIMENTO DOS PÓS: 
 Costuma fazer-se numa máquina misturadora provida de um sistema de agitação 
helicoidal ou planetário. 
 Como líquido de umedecimento é comum utilizarem-se a água, o álcool etílico, o éter 
contendo substâncias gordas numa proporção de 16% , o álcool isopropílico com 5% de 
amido, a goma de amido, etc. 
 As propriedades físico-químicas da substância ou substâncias a granular condicionam 
a granulação e especificam o tipo de líquido a utilizar. 
 
a) Substâncias moderadamente solúveis: 
 Basta o emprego de um líquido, de preferência a água ou o álcool, já que são 
mais baratos e os que apresentam menos inconvenientes. 
 
b) Substâncias insolúveis: 
 
 Pode ser necessário utilizar misturas aglutinantes como soluções de sacarose, 
glicose, lactose, sorbitol, etc., ou pseudo-soluções, como a gelatina, amido, metilcelulose, 
gomas , etc. 
 A quantidade de líquido de umedecimento, normalmente, está entre 10 a 20% da 
quantidade de massa a granular. 
 18
 Esta proporção depende da natureza da substância , do seu grau de hidratação e do 
líquido de umedecimento. 
 A operação de umedecimento deve ser cuidadosa , de modo a que se consiga 
homogeneizar toda a mistura. 
 O fim da operação de umedecimento é conseguir uma pasta suficientemente úmida 
para formar um corpo susceptível deatravessar o crivo da granuladora, resultando, assim, 
pequenos grãos que se mantenham na sua forma e não se unam. 
 
 2º ) GRANULAÇÃO DA PASTA ÚMIDA: 
 A pasta úmida é obrigada a passar, manual ou mecanicamente, através de tamises 
ou placas perfuradas. As máquinas de granulação, normalmente, são constituídas por: 
a- Um dispositivo que exercendo pressão sobre a massa a obriga passar através 
de uma 
grelha ou placa perfurada. Este tipo de dispositivo pode ser: 
 
 - Um parafuso sem-fim. 
- Um grupo de palhetas metálicas (granulador rotativo). 
- Um jogo de barras horizontal (granulador oscilante). 
 
 
VIDE FIGURA NA PÁGINA SEGUINTE. 
 
 
 
 
GRANULADORES: 
 
 DE PALETAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 19
 
 
 
 OSCILANTE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 b)- Um tamis ou grelha metálica que pode formar o fundo de um cilindro de 
 de eixo horizontal ou a periferia de um cilindro de eixo vertical. 
 
 É importante saber, quando se faz um granulado, qual o tipo de tamis ou 
 placa perfurada que vamos escolher. Esta escolha depende do peso do 
 comprimido que pretendemos obter, conforme mostra a tabela abaixo: 
 
 RELAÇÃO ENTRE O NÚMERO DE FIOS E MALHAS DE UM TA- 
 MIS E O DIÂMETRO E O PESO DOS COMPRIMIDOS OBTIDOS : 
Nº DE FIOS POR cm NºDE MALHAS POR cm2 DIÂMETRO DOS 
PUNÇÕES(mm) 
PESO DOS COMPRIMIDOS 
 5 25 16 0,90 – 1,00 
 6 36 14 - 15 0,70 – 0,90 
 7 49 12 - 13 0,40 – 0,70 
 8 64 10 - 11 0,20 – 0,40 
 9 81 8 - 9 0,12 – 0,20 
 10 100 6 – 7 0,06 – 0,12 
 15 225 5 <<<< 0,06 
 
 3º) SECAGEM DO GRANULADO OBTIDO: 
 
 É sempre preferívelque a secagem seja efetuada a temperatura a mais baixa possível, 
pois que muitos constituintes dos comprimidos são facilmente alteráveis. 
 20
 A duração da operação depende não só das substâncias a secar, como ainda do método 
utilizado na secagem. Normalmente a operação se faz a 40-50ºC durante 4 a 5 hs. 
 O granulado não deve ficar nem demasiado seco nem demasiado úmido. De um modo 
geral, interessa , para uma perfeita compressão, a existência de uma quantidade ótima de 
água ( 0,5 a 2%) a qual é variável com o tipo de comprimido. 
 Granulado demasiado seco origina comprimidos muito friáveis, o que é altamente 
prejudicial para a indústria. 
 Os líquidos umectantes, como a glicerina ou o sorbitol ( 1 a 3 %), impede que o 
granulado fique excessivamente seco. 
 É vantajoso aquecer , muito gradualmente o granulado, de modo a impedir a 
formação de crostas que dificultam a secagem interna. 
 A secagem do granulado pode ser efetuada por muitos processos, desde a exposição ao 
ar à utilização de estufas, de radiações infravermelhas, de radiofrequência (alterações de 
campo elétrico em materiais não condutores), etc. 
 A secagem em estufa exige que o granulado seja disposto em tabuleiros de modo a 
ficar com espessura relativamente pequena. 
 A estufa deve possuir um bom sistema de ventilação para renovar o ar que se vai 
saturando de umidade. Atualmente existem estufas de secagem de leito flutuante, concebidas 
de tal modo que o granulado é atravessado por um turbilhão de ar quente e seco. 
 
 
 4º) CALIBRAÇÃO DO GRANULADO: 
 
 Normalmente , os granulados têm de ser selecionados antes da compressão. A 
calibração dos granulados é importante para que o peso dos comprimidos não sofra variações 
apreciáveis. Os grânulos devem apresentar tamanho compreendido entre 545 e 855 µµµµ. 
 
 Na prática , tolera-se a existência de 10 a 20% de partículas menores do que a média. 
 A calibração pode ser feita por tamisação ou por meio de um granulador rotativo , 
cujo diâmetro das partículas está condicionado ao diâmetro da rede do granulador ou tamis e 
de acordo com o peso dos comprimidos pretendidos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 FASES DA GRANULAÇÃO VIA ÚMIDA : 
 
 
 
 21
 PESAGEM ( Substância ativa + excipientes - lubrificantes). 
 
 
 UNIFORMIZAÇÃO 
 
 
 MISTURA 
 
 
 MALAXAGEM ( Adição do Aglutinante para obtenção da massa úmida) 
 
 
 GRANULAÇÃO A ÚMIDO 
 
 
 SECAGEM 
 
 
 CALIBRAÇÃO DO GRANULADO 
 
 
 ADIÇÃO DOS LUBRIFICANTES 
 
 
 MISTURA 
 
 CONTROLE DE QUALIDADE 
 
 COMPRESSÃO 
 
 
 
 
7-MISTURA DOS CONSTITUINTES: 
 A mistura de pós pode processar-se por: 
 a)- Difusão: 
 Consiste numa redistribuição das partículas individualizadas ao acaso. 
 b)- Convecção: 
 É um movimento de grupos de partículas adjacentes, de um lugar para outro da mistura, 
 durante o qual pode ocorrer fragmentação do aglomerado. 
 c)- Deslocação por deslizamento: 
 É a mudança da configuração dos componentes mediante o deslizamento da mistura se- 
 gundo planos definidos. 
 
 Estes três mecanismos ocorrem simultaneamente durante o período de mistura, sendo a difusão 
aquele que mais rapidamente contribui para a homogeneização. 
 22
 O ideal de uma mistura é representado pelo desenho abaixo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 A figura da esquerda representa uma mistura ideal, enquanto a da direita representa uma mistura 
com grau de homogeneidade aceitável, pois contém praticamente o mesmo número de quadrados 
brancos e pretos, mas dispostos irregularmente. 
 
 
 Para avaliar o tempo necessário para conseguir um determinado grau de homogeneidade de uma 
mistura de pós é necessário retirar amostras (em intervá-los de tempo pré-estabelecidos), dosear a 
substância ativa e determinar a média do desvio padrão de todos os resultados obtidos em cada período 
de tempo. A medida que o grau de homogeneidade vai aumentando, os valores de desvio padrão vão 
sendo cada vez menores, como mostra o gráfico abaixo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 23
 
PRINCIPAIS APARELHOS UTILIZADOS NA MISTURA DE PÓS : 
 
 
MOINHO DE MARTELO MÓVEL: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 B) MOINHO DE BOLA: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 24
 
MISTURADOR PLANETÁRIOS). 
 
 
 
 
 
 
 MISTURADOR CÚBICO MISTURADOR EM “V “ 
 (PARA PÓS) (PARA PÓS) 
 
 
 
 
 
 
 
 25
 
 
 
 TABELA DE RELAÇÃO TEMPO/VOLUME DE PÓ DE U MA MISTURA: 
 
% DE VOLUME DE PÓS EM RELAÇÃO A 
CAPACIDADE DO MISTURADOR. 
TEMPOS DE MISTURA NECESSÁRIO EM 
MINUTOS. 
 50 10 
 65 14 
 70 18 
 75 24 
 80 40 * 
 
• A mistura não ficou homogênea. 
 
8- COMPRESSÃO: 
 
 8.1-Considerações Gerais: 
 
 Para se preparar um comprimido é necessário submeter o produto a uma pressão 
exercida entre os dois punções no interior da matriz, cujo fundo é o próprio punção inferior. 
 O peso do comprimido é dado pelo volume de granulado que fica aprisionado no 
sistema punções-matrizes e depende do punção inferior. O peso de um comprimido raras 
vezes é absolutamente idêntico ao seguinte. 
 Quando falamos em pesos iguais queremos referir a pesos semelhantes, mas dentro 
dos limites de tolerância aceitos pela legislação atual. 
 
 A dureza de um comprimido resulta da pressão exercida sobre o granulado e 
depende do punção superior. 
 O excesso de pressão pode ocasionar excesso de dureza o que vai dificultar a 
desintegração e influir na dissolução. 
 De um modo geral, um comprimido deve ficar intacto quando se deixa cair de uma 
altura de 1 metro sobre uma superfície dura, mas por outro lado, deve ser facilmente 
quebrado entre os dedos, dando uma fratura nítida. 
 
 O ângulo de repouso, que traduz a facilidade de escoamento de um pó ou 
granulado, do distribuidor da máquina para a sua matriz, é de fundamental importância na 
preparação de um comprimido. 
 
 
 As forças de adesão e coesão são de fundamental importância na determinação da 
pressão ideal. 
 A umidade influi na adesão das partículas , pois desempenha papel preponderante 
na adesão, formando-se verdadeiras pontes de líquido entre as partículas do pó, o que 
permite que se obtenham grãos perfeitamente coesos. 
 
 
 A coesão manifesta-se se a quantidade de líquido for apreciável, aí as partículas podem 
corresponder a ilhotas no meio da fase líquida, o que é devido a tensão superficial da gotícula, 
pois não existem forças de atração intergranular. 
 Durante a secagem do granulado permanece sempre alguma umidade residual e 
formam-se pontes sólidas entre os grãos. As pontes sólidas são devidas à fusão das pontes nas 
áreas de contato entre as partículas, quer devido a presença de aglutinantes, quer devido à 
cristalização de materiais dissolvidos. 
 26
 
 Substâncias que favorecem a adesão e coesão (ação ligante) das partículas: 
 
 Polioxietilenoglicol 4.000 
 
 Substâncias que dificultam esta ação ligante (endurecimento): 
 
 Polivinilpirrolidona 
 Gelatina 
 Carboximetilcelulose. 
 
 
 A primeira fase da compressão corresponde à redução da qualidade de ar existente 
entre as partículas do pó , o que se processa com maior ou menor facilidade consoante a 
diversos fatores, como a forma cristalina e a granulometria por ele apresentada. 
 Pode-se dizer que os pós cristalizados no sistema cúbico têm largas probabilidades de 
serem diretamente compressíveis. 
 Todos os cristais que apresentam um número importante de faces planas e arestas 
vivas, reunidas em conjuntos mais ou menos compactos, comprimem melhor do que os cristais 
com forma de esferas. 
 A porosidade dos materiais a comprimir é outra importante questão a pôr em relação 
à força de coesão apresentada entre as partículas, refletindo-se na dureza final do 
comprimido. 
 Quanto mais poroso for um material mais difícil se torna a coesão e menos resistentes 
ficam os comprimidos com ele obtidos. 
 
 Poderemos dizer que, para cada tipo de partículas, deverá existir uma pressão crítica 
em que são máximos as forças de adesão e coesão. 
 
 
8.2- Comportamento do material elástico ou plástico a comprimir. 
 As substâncias muito dificilmente compressíveis têm um comportamento elástico, 
enquanto que as que são facilmente compressíveis apresentam comportamento plástico. 
 
 Comportamento elástico: 
 
 Tendem a retomar a forma inicial logo que cesse a pressão sobre eles exercidas. 
 
 Comportamento plástico: 
 
 Conserva o volume que apresentava no momento em que se deu a compressão 
 máxima. 
 
 
 
 
 
9- MÁQUINAS DE COMPRESSÃO: 
 
 A indústria farmacêutica, normalmente, só utiliza máquinas automáticas, as quais 
podem ser de dois tipos: 
 a)- Máquinas de excêntrico: 
 Utilizada para pequena produção. 
 
 27
 b)- Máquinas rotativas: 
 Utilizada em processo de grande produção. 
 Podem ser computadorizadas ou não. 
 
9.1- MÁQUINAS DE EXCÊNTRICO ( OU ALTERNATIVA): 
 
 As mais simples são constituídas por dois punções, um inferior e outro superior, por 
uma câmara de compressão ou matriz , cujo fundo é formado pelo punção inferior e por uma 
peça móvel distribuidora do pó, vulgarmente denominada DISTRIBUIDOR. 
 
 
 
 
 
 
 
 
9.2- MÁQUINAS ROTATIVAS: 
 
 Nestas máquinas, os punções inferiores e superiores, assim como as matrizes, são 
montadas face a face sobre a mesma coroa circular, animada de movimento contínuo sempre 
no mesmo sentido. 
 28
 Uma máquina rotativa pode atingir a marca de 250.000 comprimidos por hora ou mais. 
 Podem chegar a ter 2 a 3 distribuidores e 40 jogos de punções e matrizes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
9.3- VANTAGENS DAS MÁQUINAS ROTATIVAS: 
 
 
♦ Maior rendimento; 
♦ Facilidade de produção de comprimidos de grande diâmetro; 
♦ Enchimento mais fácil das matrizes; 
♦ Comprimido mais homogêneos; 
♦ Eliminação das vibrações pela transformação do movimento 
alternado em movimento circular. 
 
 
 
 
 29
9.4- INCONVENIENTES DAS MÁQUINAS ROTATIVAS: 
 
♦ O preço , que é duas a três vezes superior ao de uma de excêntrico. 
 
♦ Impossibilidade de se prepararem comprimidos de formas e di- 
mensões variadas, atendendo ao tempo que seria exigido para 
proceder a mudança dos punções e matrizes; 
 
♦ As cabeças dos punções podem gastar-se de um só lado. 
 
 
9.5- RELAÇÃO ENTRE O PESO DOS COMPRIMIDOS E O DIÂME TRO DOS PUNÇÕES: 
 
 
PESO DOS COMPRIMIDOS EM mg DIÂMETRO DOS PUNÇÕES EM mm 
 De 60 a 100 6 
 100 a 120 7 
 120 a 150 8 
 150 a 200 9 
 200 a 300 10 
 300 a 400 11 
 400 a 550 12 
 550 a 700 13 
 700 a 800 14 
 800 a 900 15 
 900 a 16 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 30
 
 
JOGOS DE PUNÇÕES 
 
 
 
 
 
 
 
 31
 
 
 
10- DIFICULDADES NA COMPRESSÃO: 
 
 Em muitos casos pode haver alterações durante a compressão, quer pelo calor 
desenvolvido, quer pelo fato de se ter exagerado a força de compressão, etc. 
 Os atritos constituem a principal dificuldade a vencer quando se fabricam comprimidos 
em larga escala. 
 Durante a compressão, podemos observar a formação de comprimidos adesivos 
(sticking) o que pode ser devido as seguintes causas: 
 
♦ Granulado úmido; 
♦ Absorção de umidade durante a compressão; 
♦ Umidade libertada do interior do comprimido; 
♦ Deficiente quantidade de lubrificantes; 
♦ Emprego de punções ou matrizes riscados; 
♦ Existência de folgas entre a matriz e o punção inferior. 
 
 Pode ainda acontecer que os comprimidos saiam lascados ou esfoliados (capping), 
separando-se a sua parte superior quando são ejectados da matriz.As causas deste insucesso são muito variadas, podendo apontar-se: 
♦ Pressão demasiada; 
♦ Presença de muito ar absorvido; 
♦ Elevada porcentagem de partículas pequenas(pó); 
♦ Falta de aglutinantes; 
♦ Secura exagerada do granulado; 
♦ Cristais muito grandes; 
♦ Punções e matrizes sujos ou rugosos; 
♦ Exagerada velocidade de compressão. 
 
 
11-TIPOS ESPECIAIS DE COMPRIMIDOS: 
 
 A grande maioria dos comprimidos destina-se a ser deglutida e só no estômago ou no 
intestino aqueles medicamentos sofrem a sua desintegração. Além desses , temos os 
comprimidos especiais, que são: 
 
 11.1- Comprimidos para uso externo: 
 
 Podem destinar-se à preparação de soluções anti-sépticas, adstringentes, 
isotônicas ou aromáticas, sendo aplicados em banhos, em gargarejos, etc. 
 Devem ser corados, normalmente, com eosina e azul de metileno. 
 A forma também pode ser diferente. Ex. poligonal. 
 
 Em regra , os comprimidos para uso externo devem dissolver-se facilmente 
na água, podendo conter cloreto de sódio ou cloreto de potássio como excipiente, e ácido 
bórico como lubrificante. 
 
 
 
 
 
 32
 11.2) Comprimidos para dissolver ou desagregar na boca: 
 Podem ser de dois tipos: 
 
 a)- Comprimidos que se destinam a dissolverem-se , mais ou menos lentamente, 
 na boca (ação tópica ou absorção pela mucosa). 
 
 Devem apresentar elevada superfície , a fim de proporcionarem mais íntimo 
 contato entre os princípios ativos e a mucosa. 
 Destinam-se a exercer uma atividade local anti-séptica ou desinfetante, po – 
 dendo conter antibióticos, sulfamidas ou formol, algumas vezes associados 
 a anestésicos locais. 
 
 A dissolução destes comprimidos deve ser lenta (30 a 60 minutos), podendo 
 conter , como excipientes, a sacarose ou o manitol, associadas às gomas, à 
 metilcelulose, à gelatina, etc. 
 Exemplos: Comprimidos de vitamina A, C, E, etc. 
 Comprimidos para afta. 
 Comprimidos para dor de garganta. 
 
 b)- Comprimidos sublinguais: 
 
 Destinam-se a serem dissolvidos lentamente debaixo da língua. 
 Esta via de absorção promove a passagem rápida e direta do princípio ati- 
 vo para a corrente sangüínea, evitando-se, assim, a sua degradação no tra- 
 to gastrointestinal. 
 
 Esta via de administração é recomendada sempre que os princípios ativos 
 sejam destruídos pelos fermentos digestivos ou quando sofram degradação 
 em meio ácido. 
 
 Quando se necessita de uma rápida absorção perlingual, como sucede com 
 os dilatadores coronários, (ex. Isordil) devemos proporcionar uma rápida 
 desintegração e dissolução do princípio ativo. 
 
 Características dos comprimidos sublinguais: 
 
 -Devem ser de reduzidas dimensões; 
 -Devem ter forma lenticular; 
 -Devem apresentar pequena espessura; 
 -Não devem conter edulcorantes (Estimula a salivação); 
 -Usar o estearato de magnésio como lubrificante (Diminui a salivação). 
 
 A desintegração não deve obedecer às regras gerais de desintegração (devem 
 demorar de 20 a 60 minutos para desintegrar-se), exceto no caso dos compri- 
 midos de absorção perlingual, que devem desintegrar-se e dissolver-se rapi - 
 damente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 33
11.3- COMPRIMIDOS EFERVESCENTES: 
 
1- CONCEITO: São os comprimidos que em contato com a água desprendem 
 Gases ( O2 ou CO2 ) . 
 A efervescência promovida pela libertação de gás (oxigênio ou 
 anidrido carbônico ) , pode-se conseguir , pela inclusão de um 
 peróxido, o que é raro, ou, mais correntemente, a partir da jun- 
 ção de um ÁCIDO com uma BASE. 
 
2- CARACTERÍSTICAS: 
 
 - Devem ser dissolvidos antes de ingeridos. 
 - São constituídos de um ácido e uma base, que em contato com 
a água desprendem CO2 ou O2 . 
 - A grande vantagem destes comprimidos é que o CO2 ajuda na 
dissolução de certas substâncias ativas (como a Aspirina), fa- 
vorece a absorção e melhora o sabor. 
- Todos os componentes tem que ser solúveis. 
 
3- COMPONENTES: 
 
 ÁCIDOS: BASES: 
 
 -Ácido Cítrico Carbonato de Cálcio 
 -Ácido Tartárico Bicarbonato de sódio 
 -Ácido Ascórbico 
 -Ácido Algínico 
 
 
4- PROCESSOS DE OBTENÇÃO: 
 
1º Processo: 
 - Dessecar as substâncias separadamente para eliminar a umidade; 
 - Fazer a granulação por via úmida, dos ácidos e das bases, separa- 
 damente , usando um líquido não aquoso; (Ex. Álcool isopropílico 
 com 5% de amido ou glicose líquida). 
 - Secar a uma temperatura de 50 a 60ºc ; 
 - Misturar; 
 - Comprimir. 
 
 A compressão deve ser feita o mais rápido possível e numa atmos- 
 fera cujo grau de umidade relativa esteja entre 25 à 30%. 
 
 Em faixa superior a esta há prejuizo para o indivíduo (ocorre des- 
 secamento da pele). 
 
 Como lubrificante, devemos usar o Acetato ou Benzoato de sódio 
 e o Carbowax 4.000. 
 
 
 
 
 
 
 34
 2º Processo: 
 
 Utiliza-se a própria água de cristalização das substâncias medicamentosas para 
formar o granulado (ex. Ácido Cítrico). 
 Leva-se a mistura das substâncias ácido-base a um tacho giratório com camisa de 
vapor (camisa dupla) ou à estufa. Ocorre a liberação de água que reage com o 
bicarbonato havendo formação de grumos. 
 
 Este depois de seco é uniformizado e comprimido. 
 
 OBS: Os comprimidos efervescentes são higroscópicos, devendo ser, por isso, 
conservados com cuidados especiais, em tubos ou frascos hermeticamente fechados e 
contendo substâncias exsicadoras (sílica gel) mais um corante indicador. 
O corante indicador utilizado é o Cloreto de Cobalto, que na ausência de umidade 
apresenta-se na cor azul, enquanto que na presença de umidade, apresenta-se na cor 
rosa. 
 
 
12- ALTERAÇÕES EM COMPRIMIDOS: 
 
 A)- OXIDAÇÕES: 
 Algumas vezes essas alterações , observáveis pelo aparecimento de coloração 
amarelada nos comprimidos, devem-se exclusivamente ao excipiente, não chegando a afetar o 
princípio ativo (Ex. A lactose e a Glicose amarelecem). 
 
 Exemplos típicos de oxidações: 
- VitaminaC 
- Reserpina 
- Sulfadiazina 
- Vitamina B6 
- Morfina 
- Cloridrato de promazina. 
 
 b)- HIDRÓLISES: 
 
 Podem processar-se logo durante a preparação, mas na maioria dos casos só são 
observáveis a longo prazo. 
 Exemplo típico de Hidrólise: 
 Ácido acetil salicílico (Aspirina). 
 
 
 
 
Desdobra-se, facilmente, em ácido acético e ácido salicílico quando existam vestígios de 
umidade, sendo o calor desenvolvido durante a compressão uma das causas desse 
desdobramento. Devemos usar o Talco como lubrificante e não usar o Estearato de 
Magnésio, pois este acelera a decomposição do ácido acetil salicílico. 
 
 
 
 
 
 
 
 35
13- ACONDICIONAMENTO DOS COMPRIMIDOS: 
 
 Em cada frasco convém introduzir uma substância excicadora, de modo a evitar a ação 
da umidade , sendo vulgar empregar-se a sílica-gel, corada pelo cloreto de cobalto, que 
funciona como indicador e nos orienta quanto à quantidade de umidade absorvida. 
 A sua regeneração é fácil, bastando aquecer a 160ºC , até mudança da cor rosa 
(umidade) para azul. 
 As embalagens devem ser hermeticamente fechadas e impermeáveis aos gases e à 
umidade atmosférica. 
 O processo das películas termocoláveis é, a todos os títulos, o melhor . Nem todas as 
películas termocoláveis apresentam a mesma resistência à penetração da umidade. 
 Podemos citar , por ordem crescente de eficiência, os seguintes materiais: 
♦ Acetato de Celulose 
♦ Papel parafinado 
♦ Celulose regenerada e recoberta de nitroparafina 
♦ Cloreto de polivinilo 
♦ Derivados clorados do Cautechú 
♦ Polietileno 
♦ Alumínio revestido de verniz. 
 
Tipos mais utilizados: 
 
a)- CELOFANE: (celulose do tipo seda artificial). 
 É designado no comércio por letras , como: 
 
 “IS” (duas faces termocoláveis). 
 
 “ISA” (duas faces termocoláveis com banho especial de cloreto de 
 polivinilideno). 
 
 “ISAK” ( com maior impermeabilidade). 
 
b)- PAPEL PARAFINADO: 
 Varia muito de eficácia (depende da espessura da camada de parafina). 
 
c)- ALUMÍNIO REVESTIDO DE VERNIZ: 
 O alumínio emprega-se fixado sobre papel, sendo a aderência conseguida à 
custa de parafina, cera microcristalina ou resina sintética. 
 É de todos os materiais citados o que maior resistência apresenta à 
penetração da umidade. 
 A embalagem feita em fita termocolável constituída por uma placa que 
contém uma espécie de “bolhas” onde os comprimidos se encontram aprisionados, 
individualmente, em cada receptáculo, tomando a designação de embalagem de 
“BLISTER”. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 36
 
COMPRIMIDOS E A ATUALIDADE 
 
 Na produção de comprimidos, convivemos hoje, ainda surpresos, 
com tecnologias jamais imaginadas e próprias de países industrializados de 
Primeiro Mundo. 
 
 Presenciamos, admirados, o ritmo vertiginoso de operação das 
novas máquinas computadorizadas e de última geração, capazes de 
duplicarem ou triplicarem a capacidade produtiva. 
 
 Máquinas com as quais temos ainda pouca intimidade, para 
explorar toda uma gama de recursos e possibilidades. Máquinas sensíveis, 
precisas e muito, muito velozes. 
 
 Na área de compressão, entre outras coisas, vivenciamos hoje 
uma realidade de contrastes, na tecnologia de processos e de máquinas, onde 
o velho e o novo tentam se manter em harmonia. 
 Onde o potencial produtivo das novas máquinas determina 
ritmos de trabalho que desafiam o perfil de limitação e funcionalidade de 
muitas formulações, cujos excipientes, por vezes ultrapassados, 
comprometem a qualidade dos comprimidos ou inviabilizam sua obtenção 
nos equipamentos mais modernos. 
 
 O momento em que vivemos, na indústria, dita uma nova regra, 
uma nova postura comportamental. Precisamos formular hoje, mais do que 
nunca, produtos versáteis e funcionais, que tenham bom desempenho e 
possam se ajustar à realidade dos novos tempos. 
 
 Em se tratando de algo que já existe, como um produto de linha, 
com anos e anos de mercado, talvez seja o caso de reformulá-lo, para 
enfrentar os novos desafios. 
 Entre os materiais, certamente vamos ter que recorrer a 
excipientes mais modernos e funcionais, voltados para a compressão direta, 
que, sem dúvida alguma, é a tecnologia que vem despertando maior interesse 
no campo da produção de comprimidos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 37
COMPACTAÇÃO : 
 
 Através de diferentes estágios identificáveis, os pós alojados na 
cavidade da matriz (onde se forma a chamada “câmara de compressão” ), 
são pressionados pela ação de dois punções, que se movimentam, 
impulsionados por uma dada força, denominada tensão. 
Dessa forma, se inicia o processo da compactação de uma substância. 
 
 Como as partículas, inicialmente em repouso, são forçadas a se 
deslocar para ocupar os espaços vazios (existentes entre elas e a parede da 
matriz), acaba ocorrendo o rearranjo das mesmas, na câmara de 
compressão. 
 Em conseqüência dessa ocupação mais plena e completa das 
partículas, o volume natural que a substância apresentava reduz-se de 
maneira significativa. 
 
CARACTERÍSTICAS DE DEFORMAÇÃO DO 
 MATERIAL A SER COMPRIMIDO. 
 
 Mas a mecânica da compressão (ou compactação) está apenas se 
iniciando. Com a elevação gradativa da pressão ou da força de compressão ( 
e o aumento de tensão), o volume dos pós diminuem ainda mais, fazendo 
com que as partículas se agrupem de maneira mais coesa, originando um 
bloco aparentemente compacto, mas com pouca resistência. Nesta fase do 
processo, as partículas sofrem uma deformação elástica, também chamada 
de deformação reversível, porque, uma vez cessada a força de compressão, 
essa deformação tende a regredir, até que as partículas adquiram o estado 
inicial. 
 Esse referido mecanismo, capaz de ocorrer com a maioria das 
substâncias empregadas em um comprimido, é muito difícil de ser medido 
numa máquina de compressão. 
 
 Intensificando a força de compressão e a dureza do tablete, 
atingimos um outro estágio de compactação, no qual a deformação passa a 
ser plástica e irreversível, ou seja, após a coesão e aglutinação das partículas, 
a deformação ocorrida não retrocede, mantendo o comprimido compacto e 
firme. 
 Essa etapa do processo de compactação costuma ser mais crítica, 
dentro do mecanismo geral da compressão. 
 E quando experimentarmos trabalhar com forças de compressão 
demasiadamente altas, ocorrem fraturas nos tabletes, uma vez que os 
mesmos tendem a ficar mais frágeis. 
 
 
 
 
 
 
 38
 Outro detalhe importante diz respeito à rapidez com que se 
aplica essa força de compressão. Se a velocidade da operação é alta e essa 
força demasiada é aplicada, podem aparecer desuniões estruturais e fraturas 
ao longo dos comprimidos, após algum tempo de relaxamento da força 
aplicada. 
 
 As características de deformação de um material influenciam 
bastante na sua performance compressiva. 
 Substâncias com comportamento de deformação plástica 
predominante, tendem a comprimir bem, porque , entre outras coisas, 
possuem bom nível de adesão e coesão, gerando comprimidos com 
adequados níveis de dureza e baixa força de injeção e compressão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Partículas dispersas e pouco acomodadas na 
cavidade da matriz 
Partículas semi-compactadas e não 
deformadas. 
Partículas semi-compactadas com 
deformação elástica. 
Partículas compactadas, formando um 
comprimido com fraturas. 
Partículas compactadas com deformação 
plástica, formando um comprimido firme e 
coeso. 
 39
COMPRESSÃO: 
 
 
 O ato de comprimir uma substância (normalmente um pó 
cristalino ou meio pulverulento) pode ser uma tarefa simples ou, pelo menos, 
algo sem grandes complicações de ordem prática. 
 Entretanto, o sucesso da operação vai depender do tipo de 
material, da forma como foi pré-processado, da velocidadede compressão, 
do tipo e modelo de máquina, da habilidade do operador, de ajustes dos 
parâmetros de compressão e de outras ferramentas de trabalho, disponíveis 
para a tarefa. 
 
 
 Em outros casos, a empreitada pode ser complicada e dar muita 
dor de cabeça. 
 
 Sabemos que, para comprimir bem um dado material, é 
necessário que ele tenha: 
 -Um bom fluxo; 
 -Boa densidade; 
 -Boas características cristalinas; 
 -Boa capacidade de adesão e coesão das partículas; 
 -Excelentes propriedades de deformação plástica. 
 
 Ocorre que pouquíssimas substâncias possuem esses pré-
requisitos básicos ou, quando muito, parte deles. 
 E é no imenso arsenal de fármacos que isso se torna mais 
evidente e onde muito pouco se salva, com exceções, tais como: 
 -Paracetamol; 
 -Ácido Acetil Salicílico; 
 -Sulfato de cobre; 
 -Ácido Ascórbico; 
 -Vitamina A; 
 -Vitamina E, e outros. 
 
 Está surgindo no mercado, devido a tecnologias inéditas, segundo 
a qual é possível micro aglomerar partículas finas e pulverulentas, induzindo 
à formação de estruturas granulares de perfis específicos, dentro das quais 
os agentes aglutinantes e desagregantes são alojados, de forma que o 
material, antes impróprio para a compressão direta, seja comprimido 
diretamente. 
 
 A referida inovação tecnológica, que parece estar chegando em 
boa hora, vai permitir que muitos processos de granulação por via úmida 
tenham oportunidade de serem substituídos por via seca, empregada pela 
compressão direta. 
 
 
 
 40
 
 Sabemos que, de alguma forma, o mercado está bem abastecido 
por excipientes voltados para a compressão direta, e que também estes 
materiais, sozinhos, não fazem milagre, pois tudo vai depender do grande 
vilão da história, que é o princípio ativo da formulação. 
 
 
 Se este comprime pessimamente (tem pobres propriedades de 
compressão) e é empregado em quantidade relativamente alta, os resultados 
práticos de compressão vão “por água abaixo”. 
 
 De qualquer forma, a via úmida de granulação é uma tecnologia 
de processo que tende a perder fôlego, porque, independente de toda a 
sofisticação tecnológica já disponível nessa área, sabemos o quanto pode ser 
complicado e trabalhoso conviver com ela. 
 
 Mesmo com todo esse avanço, pelo qual os equipamentos 
misturam, granulam e secam em sistema fechado, operados e monitorados 
por computador, ainda trata-se de processo mais lento, caro e trabalhoso, 
podendo não se ajustar a vários produtos, em função do tamanho dos lotes e 
do volume de produção. 
 
 
 É claro que tudo isso pode variar de produto para produto, mas 
com certeza, a adequação da fórmula será necessária na grande maioria dos 
casos, exigindo a participação efetiva do farmacêutico e um trabalho intenso 
de desenvolvimento farmacotécnico. 
 
 Conjugando fórmulas e processos, ajustando um detalhe aqui e 
outro ali, o pessoal de galênica e da área de fabricação vai aprimorando os 
testes no equipamento. 
 
 Muitos lotes pilotos podem ser necessários até que se chegue a um 
bom resultado de granulação e compressão. 
 
 Do ponto de vista analítico, o trabalho é enorme, envolvendo, 
necessariamente, muitos testes de dissolução. 
 
 Finalmente, chega-se a um modelo de fórmula e de processo que 
se mostra viável e reprodutível, possível de ser ampliado para a escala semi-
industrial, industrial e por ai afora. 
 
 
Tudo o que precisamos fazer é colocar a mão na massa e enfrentá-lo. 
 
 
 
 
 
 
 
 41
 
PRINCIPAIS VANTAGENS 
DA GRANULAÇÃO VIA ÚMIDA 
PRINCIPAIS VANTAGENS 
DA COMPRESSÃO DIRETA 
1-A densidade, o tamanho das partículas e a 
capacidade de fluxo dos componentes da 
fórmula não são características tão 
importantes ou fundamentais, como ocorre 
com o processo da compressão direta. 
No caso da via úmida, tais características são 
trabalhadas ou modeladas ao longo da 
granulação, secagem e calibração dos grânulos. 
1-Processo muito mais simples e econômico. 
2-Requer gastos mínimos de energia. 
3-Redução drástica de passos de operação. 
4-Eliminação dos inconvenientes da ação do 
calor e da umidade, próprios da via úmida. 
5-Melhor estabilidade física e química dos 
componentes.. 
2-Variedades de materiais pulverulentos 
podem ser processadas por esta via. 
6-Eliminação de solventes orgânicos. 
3-A dispersão e distribuição do princípio ativo 
tendem a ocorrer de maneira mais fácil e 
homogênea, mesmo quando trabalhamos com 
baixas concentrações de fármacos. O risco de 
segregação da droga é muito mais reduzido 
7-Na desintegração dos comprimidos, as 
partículas do princípio ativo são libertadas 
conforme suas características. 
8-Menor espaço físico para manipulação. 
9-Menos equipamentos envolvidos na 
manipulação. 
DESVANTAGENS: 10-Maior capacidade de produção e maior 
flexibilidade. 
1-Processo mais caro e complexo. 11-Redução do tempo gasto na limpeza. 
2-Muitas etapas de manipulação. 12-Possibilidade validação dos processos. 
3-Muitos equipamentos envolvidos. 13-Baixo risco de contaminação cruzada. 
4-Maior tempo de manipulação. 14-Menor tempo gasto na produção.(+- 60%) 
5-Maior custo energético. 15-Menor perda de produto durante a 
manipulação ( menor que 1%) 
6-Necessita mão de obra qualificada. Aumenta 
os custos. 
DESVANTAGENS: 
7-Menor estabilidade dos fármacos sensíveis à 
umidade e ao calor. 
1- A granulometria, a densidade, a forma 
cristalina, a capacidade de fluxo e a 
compressibilidade dos fármacos e excipientes são 
requisitos fundamentais. 
9-Probabilidade de contaminações cruzadas. 
10-Mais difícil à validação de processos. 2- Quando se trabalha com grandes 
concentrações de fármacos, cujas propriedades 
de fluxo, densidade e compressibilidade são 
desfavoráveis, é necessário utilizar a pré-
compressão ou compactação como recursos 
alternativos para se obter bons resultados. 
11-Perdas mais elevadas durante a 
manipulação (não menos de 5%). 
12-Necessidade de maior investimento em 
equipamentos. 
13-Necessidade de maior área física de 
trabalho. 
 3-Maior chance de segregação de fármacos, em 
função da concentração de uso, da técnica de 
mistura, do tipo de equipamento, das 
características de granulometria, densidade e 
fluxo dos componentes da mistura. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 42
 
 
DIFICULDADES NA COMPRESSÃO:(Problemas e diagnósticos). 
 
a- Comprimidos lascados: (Capping) 
 
A parte superior do comprimido se separa quando este é expelido da 
matriz, ou mesmo quando entra em processo de embalagem e 
também em transporte. 
 
 Causas mais prováveis: 
 
 -Pressão demasiada; 
-Exagerada velocidade de compressão; 
-Muito ar absorvido; 
-Elevada quantidade de partículas muito pequenas; 
-Falta de aglutinante ou baixa concentração deste; 
-Secagem excessiva do granulado; 
-Cristais ou grânulos muito grandes; 
-Punções sujos ou rugosos; 
-Excesso de secantes ou absorventes (Aerosil, Bióxido de 
 Silício). 
-Excesso de lubrificantes; 
-Grânulos muito esféricos, etc. 
 
 
b- Aderência aos punções: 
 
 
Comprimidos grudam nos punções. 
 
Causas mais prováveis: 
 
- Verificar se o granulado não está muito úmido; 
- Lubrificante pode estar demasiadamente incorporado e diluído. 
- Verificar se punções e matrizes estão sujos. 
- Verificar se punções e matrizes não estão devidamente polidos. 
- Verificar se o granulado não está absorvendo umidade ao longo 
da compressão. 
- Avaliar a temperatura e a umidade relativa do ar local. 
- Avaliar a proporção de lubrificante. 
- No caso de dupla compressão ou reprocesso, pode haver 
necessidade de acréscimo de lubrificante. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 43
c- Pesos irregulares: 
 
-Granulometria muito desuniforme e irregular. 
-Proporções de partículas finas muito alta. 
-Lubrificação irregular das partículas, comprometendo o fluxo e o 
deslizamento. 
-Excesso de velocidade de compressão. 
-Os punções inferiores não descem completamente em sua totalidade. 
 
 
 VANTAGENS DA FORMA FARMACÊUTICA “COMPRIMIDOS”: 
 
 -Maior volume de produção. 
 -Mais estável. 
 -Mais cômodopara carregar. 
 -Mais cômodo para administrar. 
 -Mais rápido para produzir. 
 -Mais leve para estocar. 
 -Mais leve para transportar. 
 
 DICAS COMPLEMENTARES: 
 
 1-Em grânulos obtidos por granulação úmida, a umidade desempenha 
um papel preponderante na adesão e aglutinação, formando verdadeiras 
pontes de líquido entre as partículas de pó. 
 
 
 
 2-Numa granulação a seco, as forças de atração molecular é que são as 
principais responsáveis pela adesão e aglutinação das partículas em si. 
 
 3-A compressão direta dos pós depende em muito de seu sistema de 
cristalização. Cristais cúbicos têm largas probabilidades de serem diretamente 
compressíveis. 
 4-Quanto maior a porosidade do material, maior a dificuldade de 
coesão, tornando os comprimidos menos resistentes. Grânulos porosos fluem 
com dificuldade. 
 
 5-Comprimidos porosos, além de mais friáveis, favorecem a absorção de 
umidade. 
 
 6-Durante a compressão, as superfícies dos grânulos ou das partículas 
do pó se aproximam entre si, tanto por redução de tamanho, como por 
deformação plástica. 
 
 
 
 
 
 44
 
 7-Cargas estáticas: 
 
 -Criam sérios problemas no fluxo de uma substância. 
 -Provocam aglomeração. 
 -Problema de fusão, formação de crostas por atrito, etc. 
 
 8-Compressibilidade: 
 
 Materiais que apresentam boa resistência à deformação 
 plástica geralmente comprimem melhor. 
 
 9-Fluxo x Ângulo de Repouso: 
 
 -Ângulo de Repouso menor que 43º produz bom fluxo. 
 
 -Ângulo de Repouso maior que 43º produz fluxo pobre. 
 
 10-Características de solubilidade da droga: 
 
 Podem influenciar no tempo de desintegração de um 
 comprimido. 
 
 
 11-Secagem de granulados: 
 
 -A secagem lenta de certos granulados pode ser muito vantajosa, 
na medida que impede a formação de crostas, que dificultam a secagem 
interna dos grânulos. 
 
 -Secagens muito rápidas ou em temperaturas relativamente 
elevadas, podem gerar reações de hidrólise ou oxidação, devido à 
presença de água e o próprio calor em si, que funciona como 
catalisador, acelerando o processo reativo. 
 
 -Secagem excessiva deixa os grânulos muito secos, e estes geram 
comprimidos muito frágeis. Umectantes são substâncias que evitam o 
ressecamento das substâncias (óleo mineral, glicerol, óleo de rícino, etc. 
 
 
12-Escoamento dos Grânulos: 
 
 É normalmente prejudicado pela porosidade dos mesmos. 
 Quanto menor o nível de poros, maior a capacidade de 
 escoamento de um granulado (e maior densidade também). 
 
 
 
 
 
 45
 
 13- Porosidade nos comprimidos: 
 
 
 -É gerado por processos de granulação via úmida. 
 
 -A via seca de granulação gera comprimidos com porosidades 
 bem inferiores. 
 
 
 
 MANIFESTAÇÕES DE INSTABILIDADE EM COMPRIMIDOS: 
 
-Comprimidos de vitamina C ficam amarelados ou escurecem por oxidação, 
influência do ar (oxigênio), da luz (raios infravermelhos e ultra-violetas) e da 
umidade. 
 
-Comprimidos contendo lactose como veículo amarelam com o tempo ou 
passam a acastanhados, por influência do calor, da umidade, por reação com 
aminas, etc. (Este problema pode ocorrer nos comprimidos de vitamina C 
quando se usa a lactose como excipiente). 
 
-Comprimidos de trinitrina sofrem hidrólise pela ação da umidade. 
 
-Comprimidos de trinitrina (trinitroglicerina) sofr em decomposição, 
originando ésteres mono e dinítricos, bem como ésteres nitrosos. Tais 
alterações modificam a atividade terapêutica da droga e são aceleradas pela 
presença de matéria orgânica(cacau, chocolate, etc.). Materiais plásticos, 
borracha ou algodão, também podem acelerar a referida decomposição. 
 
 
-Comprimidos de ácido acetilsalisílico sofrem hidrólise pela ação da umidade e 
do calor (produzindo ácido acético e ácido salicílico). 
 
-Comprimidos com cristais agulhados de ácido acetilsalisílico despontando na 
superfície. 
 
 
 
-Comprimidos onde o fármaco apresenta diminuição do coeficiente de 
absorção intestinal, por influência dos excipientes , como o Lactato de cálcio + 
tetraciclinas, onde o cálcio é fixado pelos hidróxidos do antibiótico. 
 
-Comprimidos onde o fosfato de cálcio aumenta a toxidade da vitamina D2 
(calciferol). 
 
 
 
 
 46
 
 
 -Comprimidos de vitamina B6 (cloridrato de piridoxina) são extremamente 
sensíveis à luz. 
 
 
-Comprimidos de paracetamol podem originar coloração rósea. Esta alteração 
se deve à liberação de aminofenol livre, o qual reage com vestígios de ferro, 
para dar um complexo corado. 
 
-Comprimidos com glicerofosfato de cálcio se hidrolisam facilmente. Um dos 
fatores críticos é o calor. Deve-se evitar a umidade , o uso de água como 
líquido aglutinante, etc. 
 
-Comprimidos que apresentam contaminação microbiana (presença de fungos 
na superfície). 
 
-Comprimidos com redução acentuada de dureza. 
 
 
 
 
 
-Comprimidos que incham com o tempo, após absorção de umidade (em 
função da embalagem). 
 
-Comprimidos com a coloração original decomposta. 
 
-Comprimidos com os perfis de desintegração e dissolução alterados. 
 
-Comprimidos de liberação prolongada (LP) com curva de liberação alterada. 
 
 
TECNOLOGIA MODERNA PARA FABRICAÇÃO 
DE FORMAS FARMACÊUTICAS SÓLIDAS. 
 
 As mudanças ocorridas na economia brasileira provocaram 
mudanças nas características do mercado e consequentemente mudanças 
nas indústrias farmacêuticas. 
 
Dentre eles, podemos citar: 
 
- O reconhecimento das patentes; 
- Surgimento do Mercosul; 
- Regulamentação dos genéricos em 1999; 
- A ampliação das exportações. 
 
Com a Globalização (Mercosul), aumento das exportações e 
maior competitividade interna, os níveis de desempenho dos produtos e 
serviços passaram a ter importância estratégica para as empresas. 
 47
 
Custo, qualidade e disponibilidade do produto passaram a ser 
itens intrínsecos para a grande maioria das indústrias farmacêuticas. 
 
- Custo: 
 Sob este aspecto, a manufatura encontra suas 
principais oportunidades na melhoria de eficiência de 
máquinas e aumento do rendimento dos lotes produzidos 
e o custo de conversão torna-se um diferencial neste 
ambiente competitivo. 
 
- Qualidade: 
 
 A qualidade tem suas oportunidades em fazer certo 
da primeira vez o que está diretamente ligada com 
processos seguros, equipamentos adequados e 
capacitação de funcionários. 
 
- Disponibilidade: 
 
 A disponibilidade do produto no ponto de venda no 
mento em que o cliente necessita está diretamente ligada 
à performance da cadeia de suprimentos e distribuição. 
 
Neste cenário de alta competitividade e aumento de exigências 
legais, abordaremos os processos produtivos e as tecnologias utilizadas 
para a fabricação das formas farmacêuticas sólidas. 
 
 
 
 COMPRIMIDOS, DRÁGEAS E CÁPSULAS; 
 
 
A-PROCESSO PRODUTIVO: 
 
A via oral é a forma de administração de medicamentos mais 
utilizada e, entre as drogas administradas oralmente, as formas de dosagem 
sólidas representam a classe preferida de produto. 
 
Podemos citar as principais vantagens das formas sólidas: 
 
♦ Comprimidos, drágeas e cápsulas apresentam forma de 
dosagem unitária com precisão de dosagem contribuindo para 
uma melhor eficácia do tratamento. 
 
♦ Ocupam menor espaço se comparado com formas farmacêuticas 
líquidas, apresentando vantagens em custo de espaço e 
armazenagem e transporte. 
 
 48
♦ Mascaram o sabor de medicamentos, facilitando a aceitação 
pelo paciente. 
 
♦ Maior estabilidade química e física, levando a prazos de 
validade maiores com menor perda de produto por 
vencimento. 
 
♦ Menor risco de contaminação microbiana em função de 
características da formulação, resultando em processos 
produtivos menos complexos e de menor custo. 
 
♦ Liberação controlada como comprimidos entéricos e de ação 
prolongada, otimizando os tratamentos que necessitam 
liberação da droga em local específico ou que necessitam 
controle do nível de liberação da droga. 
 
Principaisdesvantagens: 
 
♦ Drogas resistentes à compressão em função de características 
como natureza amorfa, floculenta ou baixa densidade. 
 
♦ Drogas com características de umedecimento pobre, baixa 
propriedade de dissolução ou dosagens altas ( maior que 1,0 
g). 
 
♦ Drogas com gosto ruim, odor ruim, drogas sensíveis ao oxigênio, 
luz e umidade podem necessitar revestimento ou drageamento 
para mascarar aspectos organolépticos ou proteger de 
aspectos ambientais. 
 
 
FLUXO DO PROCESSO PRODUTIVO: 
 
 
O processo produtivo de comprimidos e drágeas inicia-se com a 
separação e pesagem dos componentes do produto nas quantidades 
especificadas na fórmula. 
 
Após a pesagem, as matérias-primas seguem para a área de 
granulação e são processadas de acordo com a metodologia adequada para 
cada produto, ou seja, granulação seca, úmida, compactação, por fusão, etc. 
 
As matérias-primas passam pelo processo de granulação e formam 
uma mistura de grânulos denominada de “BULK”. 
 
Ao “bulk”, em geral, é incorporado um agente deslizante e então 
segue para a área de compressão onde serão formados os comprimidos, ou 
núcleos, com formatos, diâmetros e pesos de acordo com as especificações 
técnicas para o produto. 
 
 49
O comprimido pode seguir para a área de embalagem, caso não 
sofra revestimento, ou para a área de revestimento, onde receberá uma fina 
camada protetora que eleva seu peso de 2 a 5%. 
 
O revestimento do comprimido permite a visualização do logo 
(tipo, marca) , código dos comprimidos e outras informações presentes em 
sua superfície. 
 
O núcleo segue para a área de drageamento, onde receberá uma 
grossa camada protetora que eleva seu peso de 50 a 100%. 
 
O drageamento consiste da aplicação de vários tipos de soluções de 
revestimento sobre o núcleo. 
 
A fase final do processo produtivo é a embalagem dos comprimidos 
não revestidos, comprimidos revestidos e drágeas na área de embalagem 
onde são acondicionados em streps, blisters ou frascos, que por sua vez 
recebem um cartucho e bula. 
 
Os produtos embalados seguem para a área de armazenagem de 
onde serão expedidos para as distribuidoras e farmácias. 
 
 
As Cápsulas têm um fluxo produtivo semelhante ao de 
comprimidos diferenciando-se na fase de encapsulamento e passa por uma 
encapsuladeira e é acondicionado dentro de cápsulas que depois seguem 
para as linhas de embalagem. 
 
Os procedimentos de limpeza e os processos produtivos devem ser 
validados. 
 
A qualificação de equipamento e validação de processo contribuem 
para a robustez dos processos de fabricação que, por sua vez, tem impacto 
nos custos de produção e também no atendimento aos requisitos do cliente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 50
FLUXOGRAMA GERAL DE PROCESOS : 
 
 
 PESAGEM GRANULAÇÃO 
 TERCEIRIZADA 
 
 
 UNIFORMIZAÇÃO COMPRESSÃO 
 TERCEIRIZADA 
 
 
MISTURA COMPACTAÇÃO 
 OU D.COMPRESSÃO 
 
MALAXAGEM 
 
 
GRANULAÇÃO C.DIRETA 
 
 
 
 
 SECAGEM 
 
 
 
UNIFORMIZAÇÃO 
 
 
 
MISTURA 
 
 
 
COMPRESSÃO 
 
 
 
 
 
 DRAGEAMENTO REVESTIMENTO 
 CONVENCIONAL AUTOMATIZADO 
 
 
 
 REVISÃO 
 
 
 
 
 LINHAS DE EMBALAGENS EXPEDIÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 51
 
TECNOLOGIAS UTILIZADAS NA PRODUÇÃO 
 
DE FORMAS FARMACÊUTICAS SÓLIDAS: 
 
 
 
Para a produção de formas farmacêuticas sólidas são necessárias 
tecnologias para: 
 
-Dispensação de matérias-primas; 
-Granuladores; 
-Estufa para secagem (com ar circulante); 
-Moinhos; 
-Sistemas de transporte de pós e granulados; 
-Reatores para preparo de soluções granulantes; 
-Colunas de elevação de tambores; 
-Container; 
-Máquinas compressoras; 
-Drageadeiras; 
-Linhas de embalagem, etc. 
 
A área de dispensação utiliza equipamentos para fracionamento das 
matérias-primas como balanças, fluxos laminares e elevadores 
transportadores de cargas. 
 
 
É necessário instalar também um sistema de filtração e controle de 
ar das cabines, visto que na fase de pesagem as matérias-primas são 
expostas ao ambiente levando a necessidade do controle ambiental. 
 
 
 
A utilização de um sistema informatizado para gerenciamento da 
área de dispensação tem como objetivo garantir a correta alocação e 
pesagem de materiais e fazer a interface com outros sistemas da Empresa. 
 
 
Os sistemas deve emitir também relatórios de pesagem que devem 
ser impressos e anexados à documentação farmacêutica com objetivo de 
tornar o processo rastreável. 
 
A técnica de granulação úmida emprega uma solução ou suspensão 
o qual é adicionado à mistura de pós em um granulador, que sob agitação 
forma grânulos úmidos. 
 
Os granuladores convencionais levam cerca de 1o minutos para 
granular um determinado produto enquanto os granuladores de alta 
velocidade precisam somente de aproximadamente cinco minutos, logo, 
 52
mantendo as devidas proporcionalidades, a produtividade é aumentada 
significativamente. 
 
O mesmo ocorre com os secadores, as estufas levam cerca de dez 
horas para secagem do granulado úmido enquanto os leitos fluidizados 
necessitam aproximadamente de 30 minutos e granuladores secadores 
precisam de cerca de quatro horas. 
 
Os sistemas de transportes de pós e granulados como colunas de 
elevação, sistemas de transportes a vácuo ou por bombas também agilizam 
muito o processo produtivo. 
O avanço tecnológico aumentou a produtividade e trouxe melhorias 
nas áreas de segurança, controles e confiabilidade das tecnologias. 
 
Os equipamentos necessitam de limpeza e para tanto podemos 
utilizar os seguintes sistemas: 
 
CIP - Sistema de limpeza completamente automatizada, sem 
necessidade de intervenção manual. 
 
WIP – Sistema de limpeza automatizada com necessidade de 
limpeza manual de algumas partes do equipamento. 
 
 
Os processos integrados aumentam a eficiência dos processos com 
maximização do rendimento do lote e otimização dos recursos de utilidades, 
pessoas e espaço. 
 
As práticas modernas de fabricação aumentam a demanda de que 
o produto deve ser manipulado em um sistema fechado de produção para 
proteção do produto, do operador e do ambiente. 
 
As máquinas compressoras são utilizadas para transformar o 
granulado seco em comprimidos ou núcleos e são integradas com 
equipamentos auxiliares como desempoeirador, detector de metais, 
equipamentos para controle de processo em tempo real e esteiras para 
transporte de comprimidos. 
 
Os principais componentes de uma máquina compressora são: 
 
-Funil de enchimento (Hopper); 
 Serve para alimentar o granulado na compressora. 
-Distribuidor: 
Mecanismo de alimentação para movimentar o granulado do 
funil para dentro das matrizes. 
-Punções e Matrizes: 
Ferramental que define o tamanho e forma dos comprimidos e 
são utilizados para compressão do granulado dentro das 
matrizes. 
 53
-Guia: 
 Serve para guiar os movimentos dos punções. 
-Motor: 
 Movimento dos punções e matrizes. 
-Sistema de controle: 
Controle das parametrizações da compressãoe das 
especificações dos comprimidos. 
 
 
As compressoras de última geração controlam automaticamente as 
parametrizações da máquina como: 
 
 
- Força de pressão principal; 
-Velocidade da compressora; 
-Velocidade do distribuidor de granulado; 
-Lubrificação dos punções; 
-Controle em processo: 
 -Peso 
 -Dureza 
 -Espessura 
 -Diâmetro. 
 
Para manter os comprimidos dentro das especificações, o sistema 
de controle ajusta automaticamente a parametrização da máquina 
quando as especificações do produto entram no limite de advertência e, 
caso atinja o limite crítico, o equipamento rejeita o comprimido fora de 
especificações e pára automaticamente, evitando, assim, a produção de 
comprimidos reprovados. 
 
Os comprimidos devem ter as seguintes características: 
 
-Ter forma e dimensões próprias e identificação própria como 
logo, dosagem e código que são definidos pela face dos punções. 
 
-Ser livres de defeitos como lascas, fendas, descoloração, 
 contaminação, etc. 
 
-Devem ser resistentes para suportar os rigores dos choques 
 mecânicos encontrados em sua produção, embalagem, 
transporte e dispensação. 
 
-Devem manter a estabilidade química e física durante o tempo 
de validade do produto. 
 
 
Os comprimidos devem apresentar dureza, friabilidade, espessura, 
peso, desintegração e dissolução de acordo com as especificações do 
produto. 
 54
 
Os comprimidos necessitam ter uma pré-determinada dureza e 
friabilidade. 
 
A dureza e a friabilidade são importantes para garantir a 
integridade dos comprimidos durante o manuseio dos mesmos na 
fabricação, embalagem, transporte e armazenagem. 
 
O monitoramento da dureza do comprimido é especialmente 
importante para garantir a desintegração do comprimido e não 
comprometer a dissolução e a biodisponibilidade da droga. 
 
A dureza de um comprimido é uma função do enchimento da matriz 
e da força de compressão empregada. 
 
A utilização de jogos de punções uniformes e, máquina compressora 
em condições adequadas e granulado adequado são necessários para 
manter a dureza dos comprimidos sob controle. 
 
O controle da relação enchimento/força de compressão é o método 
utilizado para o controle das propriedades do comprimido durante a 
operação de compressão. 
 
 
O controle da friabilidade é importante para evitar o aparecimento 
de pó e fragmentos durante o manuseio dos comprimidos e evitar a 
geração excessiva de poeiras durante os processos de compressão, 
drageamento e embalagem. 
 
A friabilidade alta causa também variação de peso e problemas com 
uniformidade de conteúdo e também é influenciada pelo teor de umidade 
do granulado e do comprimido final. 
 
Granulados muito secos normalmente produzem comprimidos mais 
friáveis do que granulados contendo de 2 a 4% de umidade. 
 
O peso do comprimido é rotineiramente medido durante o processo 
de compressão, para garantir que o comprimido contenha a quantidade 
adequada da droga. 
 
Para avaliar a eficácia da droga, o teor deve ser monitorado de 
comprimido para comprimido, de lote para lote e a liberação da droga 
precisa ser analisada. 
 
 
O drageamento de formas farmacêutica sólidas tem os seguintes 
objetivos: 
 
-Mascarar o sabor, odor e cor; 
 55
-Proporcionar proteção física e química para a droga; 
-Controlar a liberação da droga; 
-Proteger a droga do ambiente gástrico do estômago com um 
 drageamento entérico resistente ao ácido. 
-Incorporar uma outra droga no drageamento em casos de 
 incompatibilidade química ou promover liberação seqüencial da 
 droga. 
-Melhorar o aspecto do medicamento com a utilização de cores 
 especiais e impressão de contraste. 
 
Os três componentes básicos envolvidos no processo de 
drageamento/revestimento são: 
 
 -Propriedades dos comprimidos ou núcleos; 
 
 -Processo de drageamento/revestimento empregado; 
 
 -Tecnologia empregada. 
 
Os comprimidos devem possuir características físicas adequadas 
para drageamento ou revestimento. 
 
Durante o processo de drageamento ou revestimento, os 
comprimidos rolam no interior da drageadeira. Para tolerar o intenso atrito 
entre os comprimidos e a parede da drageadeira, os comprimidos precisam 
ser resistentes a abrasão e choques mecânicos. 
 
Comprimidos com superfície áspera tem uma tendência a enrugar 
nas primeiras fases do drageamento e são inaceitáveis para film-coating, 
visto que a solução de revestimento adere a superfície exposta de forma que 
as imperfeições do comprimido são revestidas e não são eliminadas. 
 
O formato do comprimido é importante. 
 
O processo de drageamento revestimento consiste da aplicação da 
solução de drageamento em um leito de comprimidos em movimento com a 
aplicação de fluxo de ar aquecido para facilitar a evaporação do solvente. 
 
 
 
A maioria dos processos de drageamento/revestimento usa um dos 2 
tipos de equipamento: 
 
 
 - Drageadeira convencional; 
 
 - Drageadeira perfurada. 
 
 
 56
A drageadeira convencional consiste em um recipiente de metal 
circular com rotação promovida por um motor onde o ar quente é inserido 
diretamente sobre o leito de comprimidos e o ducto de exaustão fica na 
parte frontal do recipiente. 
 
 
 
 
A drageadeira perfurada possui o tambor perfurado ou parcialmente 
perfurado que gira horizontalmente dentro de um sistema fechado. 
 
- No sistema da Accela-Cota (e na Hi-Coater), o ar de secagem é 
insuflado sobre o leito de comprimidos em movimento, passa pelo mesmo e é 
exaurido através das perfurações do tambor. 
 
- No sistema da Driacoater insufla o ar de secagem através de pontos 
perfurados no tambor, como o tambor gira os pontos perfurados passam 
pelos comprimidos e insuflam ar através do leito e a exaustão fica no fundo 
da drageadeira. 
 
Durante o processo de drageamento/revestimento os comprimidos 
movem através da zona de aplicação onde recebem spray de solução, fora 
da zona de aplicação os comprimidos transferem, por contato, parte da 
solução recebida para outros comprimidos e para as paredes do 
equipamento. 
 
Durante o processo, o tambor gira fazendo com que os comprimidos 
passem repetitivamente pela zona de aplicação. 
 
O fluxo de aplicação de solução granulante deve ser equilibrada com 
o fluxo de evaporação dos solventes. 
 
As drageadeiras podem possuir controle automático dos parâmetros 
do processo por meio da utilização de sensores e acessórios de regulagem 
para temperatura, fluxo de ar, fluxo de spray, velocidade do tambor, etc., 
possibilitando a rastreabilidade do processo de drageamento/revestimento e 
análise de tendências. 
 
 
 
D R Á G E A S 
 
 
1)- CONCEITO: 
 
 É todo comprimido revestido, normalmente , com açúcar. 
 
 Obs: Quando o revestimento não contém açúcar, chama-se comprimido revestido, segundo 
alguns autores. 
 57
 
2)- VANTAGENS E FINALIDADES DE SE REVESTIR UM COMPR IMIDO: 
 
♦ Facilitar a deglutição; 
♦ Proteger certas bases contra ação do suco gástrico (drágeas entéricas); 
♦ Tornar possível o emprego de substâncias que ataquem a mucosa; 
♦ Proteger as bases contra ação de agentes físicos (calor,umidade,luz,etc.); 
♦ Melhorar a aparência; 
♦ Retardar a ação ; 
♦ Mascarar o gosto; 
♦ Evitar incompatibilidades entre os componentes (pluri-estratificadas); 
♦ Impedir a formação de pó e facilitar o deslizamento dos comprimidos para 
as cadeias de acondicionamento. 
 
 
3)- DRAGEIFICAÇÃO: É a operação farmacêutica de revestimento. 
 
 3.1- Aparelhagem: 
 Usam-se turbinas ou bacias específicas ( de aço inox, de cobre ou vidro), 
girando em volta de um eixo inclinado e possuindo uma abertura centrada com esse eixo (a 30 
rotações por minuto). 
 O sistema mecânico que imprime o movimento de rotação à bacia deve ser 
de velocidade regulável, pois há fases da drageificação que necessitam de maior velocidade 
que outras. 
 
 Ex.: Fase de polimento: maiorvelocidade 
 Fase de secagem: menor velocidade 
 
 O ângulo formado entre o eixo das bacias e o plano horizontal 
(normalmente de 25º), às vezes convém aumentá-lo (maior atrito) ou diminuí-lo (menor 
atrito). 
 No início da operação há necessidade de se operar com um ângulo maior , 
mas na fase de polimento, sendo conveniente que as drágeas deslizem somente umas sobre as 
outras , há vantagem em trabalhar com um ângulo menor. 
 
 
 As bacias de drageificação necessitam , ainda, de aquecimento, que pode 
ser direto ou indireto. 
 -Direto: Por bico de bunsen 
 Por resistência elétrica. 
 
 -Indireto: Por serpentinas 
 Por raios infravermelhos (manter distância de 10 cm 
 dos comprimidos). 
 
 Simultaneamente, é, em regra, vantajoso insuflar , na bacia de 
drageificação, uma corrente de ar quente ( de 50 a 60ºC ), cujo efeito se completa aspirando o 
pó que se vai libertando dos comprimidos. Há casos em que devemos evitar o calor, como no 
caso de fermentos e de substâncias alteráveis pelo calor, o que torna o processo bem lento. 
 
 
 
 
 58
 
 
 
 3.2- PROCESSOS DE OBTENÇÃO DE DRÁGEAS: 
 
 Devemos usar comprimidos bastante duros, de forma o mais convexa 
possível e cujos bordos não estejam afastados mais do que 1 mm. 
 
 1ª OPERAÇÃO: 
 
 Chamada de Envernizamento do Núcleo, ou 1ªCamada, ou Camada Isolante. 
 
♦ Usa-se , em geral, para comprimidos contendo compostos higroscópicos. 
♦ É a fase mais importante. Deve ser bem feita, pois do contrário, pode 
haver absorção de umidade ocorrendo o rompimento. 
♦ Pode ser a responsável pela desintegração entérica. 
♦ Quanto mais duros e pequenos forem os comprimidos, mais fácil se torna a 
drageificação. 
♦ A camada isolante não é aplicada, obrigatoriamente, em todas as drágeas. 
♦ Substâncias usadas para o envernizamento: 
 
 Goma laca............................... 180 g 
 Álcool a 95º ............................ 450 ml 
 
 59
 Outras: 
 
 Bálsamo de Tolú (Álcool absoluto saturado com B.Tolú). 
 
 Acetato de Vinila BB3 
 
 Polivinilpirrolidona (PVP) 
 
 Acetoftalato de Celulose 
 
 Glúten = Zeína (Para revestimento entérico). 
 
 
PROCEDIMENTO: 
 
 Aquecer a bacia, com os comprimidos a drageificar e deixá-los rolar durante 8 a 10 
minutos para eliminar as arestas vivas que impediriam a preparação de drágeas regulares. 
 Retira-se o pó por peneiração, adiciona-se a solução isolante, a pouco e pouco, de 
forma a umedecer os comprimidos. 
 Normalmente, depois de cada adição, deixa-se rolar a bacia durante 10 a 15 
minutos, repetindo-se as adições mais 4 ou 5 vezes. 
 Retiram-se então os comprimidos, que vão, em seguida, para a estufa aquecida, a 
cerca de 37ºC, durante 24 horas. 
 
 
 2ª OPERAÇÃO: 
 
 Chamada de Camada Branca ou Camada Elástica. 
 
♦ A camada elástica é assim chamada por entrar na sua composição a 
gelatina. 
♦ Esta camada é conseguida à custa da adição alternada de um xarope de 
gelatina e de um pó fino que contém um lubrificante (TALCO). 
♦ Esta camada é responsável pelo volume final das drágeas. 
♦ Substâncias utilizadas: 
 
Xarope: 
 Goma arábica.................................... 60 g 
 Xarope simples: Sacarose................ 1.500 g 
 Água dest.............. 1.000 ml 
 
Outra Fórmula: 
 Gelatina............................................. 60 g 
 Goma arábica................................... 60 g 
 Sacarose............................................ 1.500 g 
 Água dest.......................................... 1.000 ml 
 
 A preparação deste xarope faz-se deixando macerar a gelatina 
com a goma arábica em água, dissolvendo-as, depois, a banho-maria e 
juntando, então, o açúcar. 
 
PÓ: 
 60
 Entre os pós, que devem ser adicionados em pequenas porções para 
que a superfície das drágeas não fique irregular, citamos os seguintes: 
 Sacarose..................................... 540 g 
 Goma arábica............................ 3 g 
 CaCO3 ....................................... 185 g 
 Talco .......................................... 48 g 
Outra Fórmula: 
 Amido......................................... 630 g 
 Talco........................................... 63 g 
 Goma arábica............................ 7 g 
 
 PROCEDIMENTO: 
 Aquece-se a bacia de drageificação a 70ºC e, fazendo rolar os comprimidos 
procedentes do tratamento anterior ou os comprimidos livres de pó (sem o revestimento). 
 Adiciona-se lentamente o xarope, aquecido a igual temperatura. 
Alternadamente com o lançamento do xarope, polvilha-se sobre os comprimidos um pouco de 
pó fino ( em presença de um insuflador de ar quente).Depois de cada adição de xarope-pó, 
deixa-se rolar a bacia durante 15 a 20 minutos, findos os quais se procede a nova adição (de 6 
a 8 camadas). Retira-se os comprimidos para uma estufa aquecida a 37ºC e deixa-se por 24 h. 
 
 
 3ª OPERAÇÃO: 
 
Chamada de Camada Alisante. 
 
 Tem por fim tornar lisa a superfície das drágeas. 
 
 É feita com um xarope simples à 75% ou suspensões açucaradas e 
aquecido a 45ºC . 
 
 Suspensão utilizada: 
 CaCO3 ......................................................... 150 g 
 Talco............................................................. 20 g 
 Sacarose........................................................ 710 g 
 Água dest...................................................... 375 ml 
 
 Prepara-se o xarope dissolvendo o açúcar na água aquecida; Adiciona-se o 
carbonato e o talco; Agita-se e coa-se por gase. 
 
 
 PROCEDIMENTO: 
 
♦ Aquecer os comprimidos a 70º - 80ºC . 
♦ Adicionar o xarope também aquecido a essa temperatura e, a seguir a cada adição, 
rolam-se os comprimidos durante 20 minutos, repetindo a operação 6 a 8 vezes. 
♦ Durante o lançamento das camadas deve fazer-se o aquecimento com ar quente 
( ou radiação infravermelha). 
♦ Secar as drágeas na estufa a 37º C durante 24 horas. 
 
 
 
 
 
 61
4ª OPERAÇÃO: 
 
 É feita com um xarope simples contendo um corante permitido por lei. 
 
 
 PROCEDIMENTO: 
 
 a)- Para drágeas brancas: 
 
 Adiciona-se xarope comum, preparado a frio, a fim de evitar a cor caramelada. 
A aplicação do xarope deve ser conduzida a temperatura de 70 a 80ºC , sendo os comprimidos 
igualmente aquecidos.A última adição deve fazer-se com xarope diluído em água, a 1:1 , para 
que as drágeas fiquem úmidas. Deixa-se repousar na bacia drageificadora durante 2 horas, 
tendo o cuidado de tampar a abertura daquela com um pano úmido para que adquiram a 
umidade necessária para o polimento. 
 
 b)- Para drágeas coradas: Com corante SOLÚVEL. 
 
 Deve aplicar-se o xarope comum, previamente adicionado do corante solúvel 
pretendido. As cores mais usadas são a amarela e a vermelha. A adição do xarope, pouco 
concentrado em corante ( o,25 g/kg), deve fazer-se muito lentamente, aplicando-se o número 
de camadas necessárias para se obter a cor desejada. Se, depois de 4 a 5 adições, a cor se 
mantiver ainda clara, deve aumentar-se a concentração do corante. Se aparecerem manchas 
nas drágeas, não se pode elevar a concentração do corante, pois isso acentuaria ainda mais as 
irregularidades da coloração. 
 
 c)- Para drágeas coradas: Com corante INSOLÚVEL. 
 
 Os corantes insolúveis são misturados com óxido de titânio, que funciona como 
um extensor e como uma rede opaca. A cor final não depende do número de camadas de 
corantes mas sim da relação entre as quantidades destes e do óxido de titânio. Cada corante 
tem , assim , apenas uma tonalidade, o que é muito vantajoso e não cria dificuldades em 
igualar a cor de um lote a do outro. 
 As drágeas assim coradas, mantêm-se mais tempo sem alterações da sua cor. 
 A suspensão do corante faz-se no xarope e usam-se tensioativos, como o 
dioctilsulfossuccinato de sódio, para aumentar a molhabilidade. 
 Uma fórmula de suspensão que dá bons resultados é a seguinte: 
 
 Dioctilsulfossuccinato de sódio............................ 0,01 g 
 Corante insolúvel ................................................ 1 a 15 g 
 Dióxido de titânio ................................................ 1 a 100 g 
 Xarope comum .................................................... 500 ml 
 Água destilada ..................................................... 250 ml 
 
 
5ª OPERAÇÃO: Chamada de Polimento. 
 
 Para efetuar o polimento das drágeas empregam-se parafinas ou ceras 
(naturais ou sintéticas), geralmente dissolvidas em álcool, éter, tetracloreto de carbono, etc. 
 
 Mistura para o polimento: 
 Cera branca ................................. 3 g 
 Cera de carnaúba......................... 6 g 
 Dissolvente apropriado q.s.p....... 400 ml 
 62
 OU : 
 Cera branca ................................. 1 g 
 Cera de carnaúba......................... 2 g 
 Parafina......................................... 1 g 
 Clorofórmio................................... 150 ml 
 OU : 
 Cera de abelha....................... EM PARTES IGUAIS E 
 Cera de carnaúba.................. DISSOLVIDAS EM BENZINA. 
 
 
 PROCEDIMENTO: 
 
 Colocam-se as drágeas na drageificadora e, lançando-se, a pouco e pouco, a solução, 
deixam-se rolar durante 30 minutos, até que se revistam com uma camada de cera, ficando 
mais ou menos polidas. 
 Passam-se as drágeas para outro tipo de bacia, forrada interiormente de camurça 
ou flanela, onde adquirem o brilho . 
 Podemos também usar taxos especiais revestidos de lona umedecidas com cera de 
abelha e carnaúba dissolvidas em benzina. 
 
 
3.3- PROCESSOS ESPECIAIS DE DRAGEIFICAÇÃO: 
 
 Além dos processos clássicos de drageificar, outros métodos são , atualmente, 
empregados, entre os quais podemos citar a drageificação por meio de películas , a 
drageificação por compressão, a drageificação entérica, etc., além de algumas variantes 
tendentes a tornar mais rápida a técnica da drageificação clássica. 
 
 
3.3.1- Processos rápidos de drageificação clássica: 
 
 Um dos métodos considerado entre os mais práticos para uma rápida drageificação é 
o devido a SUANVIK, o qual tem a vantagem de possibilitar a execução de todo o ciclo de 
revestimento dos comprimidos em cerca de 8 horas de trabalho. 
 Este método necessita de uma bacia de drageificação com uma velocidade de 25 
rotações por minuto. 
 O processo requer a aplicação de quatro camadas envolventes, todas elas contendo 
açúcar em solução ou em pó. 
 
PROCEDIMENTO: 
 
 1ª CAMADA: 
 Aos comprimidos , isentos de pó, adicionam-se a pouco e pouco, misturando 
cuidadosamente , 375 ml da seguinte solução: 
 
 GELATINA................................. 15 g 
 SACAROSE................................. 660 g 
 ÁGUA DESTILADA................... 325 ml 
 
 Logo que a mistura ficou pronta, junta-se talco em excesso e faz-se rodar a 
bacia ainda por 1 ou 2 minutos, retira-se o excesso de talco e umedecem-se os comprimidos, 
até aglomeração com um pouco de solução açucarada de gelatina. A rotação da turbina 
permite a separação dos comprimidos uns dos outros e origina a liberação de pó, que é 
retirado. 
 63
 2ª CAMADA: 
 
 Os comprimidos voltam a ser umedecidos com a mesma solução de gelatina que, 
caso assim se pretenda, poderá conter 1%%%%o de corante. Junta-se , então, um pó constituído 
pela mistura , em partes iguais, de talco, amido e sacarose, finamente pulverizados, continua-
se a rodas a bacia por alguns minutos e retira-se o excesso de pó. 
 
 
 3ª CAMADA: 
 
 Esta camada é obtida apenas com o concurso da solução inicial de gelatina e 
sacarose, que é lançada até os comprimidos ficarem umedecidos. 
 Como sempre, vai-se insuflando ar quente. A operação dá-se por terminada 
quando se formar , nas paredes da bacia uma camada lisa e seca. 
 
 
 4ª CAMADA: 
 
 Umedecem-se os comprimidos com a solução de gelatina . Então, deitam-se sobre 
eles 25 a 40 ml de líquido de polimento com a seguinte composição: 
 
 Xarope comum........................................................... 110 g 
 Glicose líquida............................................................ 40 g 
 Mucilagem de goma arábica..................................... 45 g 
 Parafina líquida......................................................... 10 g 
 Talco........................................................................... 7 g 
 
 Auxiliando a secagem com ar frio, faz-se rodar a turbina até que os comprimidos 
apresentem certo polimento. 
 
 
3.3.2- Revestimentos especiais: 
 
 a)- Revestimentos metálicos: 
 Executam-se normalmente sobre comprimidos previamente revestidos, 
isto é, sobre verdadeiras drágeas a que apenas não se deu o polimento. 
 A sua finalidade é melhorar a apresentação. 
 
 PROCEDIMENTO:As drágeas, antes da última fase, serão lançadas em bacia de vidro, de 
forma esférica e rodando sobre um eixo horizontal. 
 Os metais empregados (ouro e prata) utilizam-se em folhas e a 
aderência é conseguida com soluções acéticas de gelatina, com mucilagens de goma ou com 
albumina de ovo. As soluções são lançadas na bacia contendo as drágeas e, quando se nota 
que já não estão demasiadamente úmidas, adicionam-se as folhas metálicas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 64
 Soluções utilizadas: 
 Gelatina.................................................... 15 g 
 Ácido Acético a 33%............................... 85 g 
 
 OU : 
 
 Gelatina.................................................... 25 g 
 Ácido Acético a 33%............................... 50 g 
 
 
 b)- Revestimento com polietilenoglicóis: (CARBOWAXES) 
 
 A utilização dos carbowaxes como revestimento para comprimidos, tem 
a vantagem de se poder executar muito mais rapidamente a operação. 
 Numa bacia de drageificação, em movimento , contendo os 
comprimidos, junta-se , a pouco e pouco, uma solução alcoólica de 25% de polietilenoglicol 
6.000, mantida à temperatura de 50ºC. 
 Aplica-se, então, uma solução de polietilenoglicol a 50%, até que as 
drágeas tenha um revestimento igual a 50% do peso do comprimido. Esta operação leva de 3 
a 4 horas. 
 A coloração pode também ser conseguida desde que se empreguem 
corantes solúveis na solução de polietilenoglicol a 40% . A concentração de corante é 
habitualmente de 0,1 a 0,25% . 
 O polimento é dado com ceras , da maneira comum de dragear. 
 
 
 c)- Revestimento com derivados da celulose: 
 
Podemos usar a hidroxietilcelulose a 5% em solução alcoólica de 50º como meio de 
revestimento. 
 As drágeas assim revestidas mantêm a forma dos comprimidos e quase 
não aumentam o peso (+ 3%) , e não apaga as gravações do núcleo. 
 Podemos também usar a carboximetilcelulose sódica associada a 
sacarose , amido e corantes. 
A drageificação levaria 4 horas , sendo a secagem executada por radiações infravermelhas e o 
polimento conseguido com POSTONAL (polietilenoglicol e cera de 3.500) dissolvidos em 
clorofórmio. 
 Fórmula para este processo: (p/ 300.000 comprimidos) 
 Sacarose................................................................................. 11.500 g 
 Água....................................................................................... 5.500 g 
 Carboximetilcelulose sódica (de baixa viscosidade).......... 355 g 
 
 Álcool ................................................. 1.000 g 
 Dissolver os componentes sólidos na água, juntar o álcool e, após homogeneização, 
completar com água o peso de 18.500 g, adicionando, então, 3.750 g de álcool. 
 
 d)- Revestimento com ZEÍNA ( Glúten do amido de milho): 
 
 Devemos usá-la como película de revestimento, dissolvida a 10% em 
isopropanol a 91% e contendo 3% de Tween 20 e 0,03% de eritrosina. 
 
 Este sistema de revestimento dá películas muito finas, ficando as drágeas 
com forma e peso praticamente iguais aos dos comprimidos. 
 
 65
 e)- Revestimento com Polivinilpirrolidona (PVP): 
 
 Revestimento com polivinilpirrolidona a 30% em álcool absoluto ou 
isopropílico, para formar películas em comprimidos, tem-se difundido muito, especialmente 
quando associada à goma laca ( como nos preparados cosméticos para ondulação permanente) 
ou aos Polietilenoglicóis( PEG). 
 
 
 f)- Revestimento com silicones: 
 
 Podem ser utilizados diversos silicones que protegerão os comprimidos 
contra a umidade, oxigênio do ar, etc. 
 
 Pode-se conseguir esta película aplicando uma emulsão ou solução de 
silicones ( 7 a 10% em acetona) sobre os comprimidos , que rolam numa bacia de 
drageificação. 
 
 
 g)- Revestimento com verniz ( EUDRAGIT “E” ): 
 
 Para revestimento de desintegração rápida . 
 Protege contra o sabor e odor desagradáveis. 
 Pode ser corado ou transparente. 
 Para revestimento por pulverização em pequenas drageadeiras é 
empregada uma pistola simples a ar comprimido, já que a velocidade de aplicação e direção 
do jato podem ser regulados. A aplicação deve ser tão contínua quanto possível. O verniz 
finamente distribuído sobre os comprimidos deve secar rapidamente, para que não se unam 
ou fiquem colados entre si. 
 Para a coloração são empregados pigmentos coloridos, como por exemplo, 
lacas permitidas na alimentação juntamente com dióxido de titânio. 
 A quantidade do pigmento empregado é calculado de tal modo que a 
superfície fique coberta de maneira uniforme. 
 A inflamabilidade e toxicidade dos solventes orgânicos empregados 
requer proteção anti-explosiva e suficiente ventilação. 
 
 
 
 66
 
 
1-Esquema de uma instalação para drageificação automatizada 
2 -Válvulas solenóides 
3 -Turbina 
4 - Ar quente 
5 -Exaustor de ar 
6 -Programador 
7 -Transmissor de ordens 
8 -Compressor hidráulico 
9 - Misturador da suspensão 
10 -Aquecedor 
11-Filtro 
 
 Equipamentos necessários: 
 
♦ Drageadeira (de cobre ou aço inoxidável com 30 a 35 cm de 
diâmetro). 
 
♦ Pistola para pulverização WALTER. 
 Pistola pulverizadora de ar comprimido (injetores binários) com 
 injetores de 1 a 2 mm de abertura que são operados com 0,5 a 2 
 bar (atm). 
 
♦ Compressor. 
 
 
 Material: 
 
 Usar 3 kg de comprimidos com chanfradura , 7 mm de diâmetro, 
 3,5 mm de espessura e peso médio de l50 mg. 
 
 Fórmula da suspensão de pigmento (30%): 
 
 Talco ........................................................... 140 g 
 Estearato de magnésio ............................. 20 g 
 Dióxido de titânio...................................... 60 g 
 Laca amarela “E” 102 ............................. 60 g 
 67
 PEG 6.000 ............................................... 20 g 
 Água destilada........................................... 40 g 
 Isopropanol ............................................... 660 g 
 
 1.000g 
 
 
 Fórmula da suspensão de verniz pigmentado: 
 
 Eudragit “E” 12,5 .......................... 200 g 
 Suspensão de pigmento.................... 250 g 
 Isopropanol....................................... 750 g1.200 g 
 
 Como alternativa, além do isopropanol, podem também ser empregados o 
etanol, o metanol ou acetona. 
 
 PROCESSO DE PREPARAÇÃO: 
 
♦ À suspensão de pigmento, que durante a noite foi moída em moinho de bolas , são 
adicionadas sob agitação a solução de verniz e diluentes. 
♦ Na drageadeira são colados transversalmente, 4 tiras de “TESAMOLL” e 
eliminada a poeira dos comprimidos por meio de insuflação de ar. 
♦ A pistola de pulverização é dirigida para a região superior dos núcleos caintes e 
através de um fino jato a 0,5 atm é aplicado o verniz. 
♦ Observa-se a queda do nível do líquido no recipiente de alimentação e ajusta-se a 
velocidade de aplicação à 20 ml por minuto. 
♦ A suspensão de verniz pigmentado é agitada no funil e no recipiente estoque, 
especialmente antes da reposição. 
♦ A intervalos é dirigido um fraco jato de ar a 40-50º C na parte inferior da 
drageadeira, de modo que a temperatura dos núcleos seja mantida a temperatura 
ambiente. 
♦ Caso os núcleos fiquem demasiado úmidos ou pegajosos, a aplicação deverá ser 
interrompida até que os núcleos estejam novamente secos. 
♦ A aplicação deve estar concluída após cerca de 60 minutos. 
♦ É feita então uma secagem adicional com ar a 40-50º C , por 5 minutos. 
♦ Uma solução de 1 g de PEG 6.000 em uma mistura de 4,5 g de acetona e 4,5g de 
água é adicionado na drageadeira e efetuado o polimento durante 15 minutos, sem 
insuflação de ar. 
♦ Secar mais uma vez com ar quente. 
♦ Os comprimidos laqueados são espalhados sobre uma folha de papel filtro e secos 
ao ar durante a noite. 
 
 TESTES: 
 
 Aspecto: A película deve ser lisa e brilhante e também homogênea nas bordas e 
 Nos cantos. 
 Dureza: É ligeiramente maior que a dos núcleos não revestidos. 
 
 Tempo de desintegração: Camada de Eudragit “E”: 
 
- Na água, máximo de 15 minutos. 
- Em suco gástrico DAB máximo de 5 minutos. 
 68
 h)- Revestimento gastro-resistente ( ou entérico): 
 
 Destinam-se a evitar que o comprimido se desagregue no estômago, sendo, pelo 
contrário, facilmente desagregado no intestino. 
 Elas devem resistir pelo menos 2 horas em contato com o suco gástrico, devendo 
desagregar ao fim de 1 hora no intestino. 
 A aplicação de camadas gastro-resistentes, mas enterossolúveis, é conseguida 
segundo a técnica geral de drageificação. 
 Habitualmente, estes revestimentos são aplicados em lugar da camada isolante. 
Entretanto, é aqui obrigatório que se verifique sempre se o envolvimento efetuado resiste à 
ação do suco gástrico e se se dissolve com rapidez em presença do suco entérico. 
 Os revestimentos gastro-resistentes podem ser de vários tipos, como: 
 
 1º Tipo: Revestimento com goma laca: 
 
Uma das dificuldades do seu uso consiste na falta de elasticidade e de aderência que a 
caracterizam, as quais se podem remediar por adição de corpos gordos. 
 No estado seco perde cerca de 50% das suas propriedades gastro-resistentes, pelo 
que se aconselha conservá-la em solução. 
 Não é um revestimento gastro-resistente dos melhores. Pode originar perturbações 
intestinais ao transformar-se em resinatos alcalinos. 
 A desintegração só se processa em meio bastante alcalino, podendo vir a dissolver-se 
apenas na porção terminal do jejuno e dificultando, eventualmente, a absorção dos fármacos. 
 
 Fórmulas mais aconselháveis: 
 
 I)Goma laca................................................ 25 g 
 Óleo de Rícino......................................... 5 g 
 Álcool a 96º ............................................. 95 g 
 
II)Goma laca...............................................70 g 
 Isopropanol............................................ 100 ml 
 
 
 2º Tipo: Revestimento com acetoftalato de celulose: 
 
 Trata-se de um dos revestimentos gastro-resistentes mais utilizados, cuja dissolução 
no intestino é efetuada após hidrólise enzimática, independente do pH do meio. 
 
 Fórmulas: 
 
 I)- Acetoftalato de celulose ....................................... 8 g 
 Ftalato de etilo...................................................... 4 g 
 Álcool isopropílico................................................ 44 g 
 Benzeno.................................................................. 44 g 
 
II) Acetoftalato de celulose......................................... 12 g 
 Ftalato de etilo....................................................... 3 g 
 Acetato de etilo...................................................... 42,5 g 
 Álcool isopropílico................................................ 42,5 g 
 
 
 O ftalato de etilo desempenha a função de plastificante, impedindo o 
aparecimento de fendas nas drágeas. 
 69
 
 
 
 Técnica de aplicação: 
 
 É bastante simples e segue as regras gerais já anteriormente mencionadas. 
 Fundamentalmente, consiste em : 
 
♦ Lançar a solução (preferentemente atomizada) sobre os núcleos que se 
fazem rolar, a frio, na drageadeira. 
♦ Em regra são necessárias cerca de 20 a 30 aplicações , mas o processo não 
é demorado porque entre uma camada e a seguinte não há necessidade de 
um intervalo de tempo superior a 5 – 6 minutos. 
♦ A fim de acelerar a evaporação é conveniente dispor de um aspirador de 
ar (com sistema antideflagrante), o que protege o pessoal da ação nociva 
dos vapores e dos dissolventes. 
 
 
 3º Tipo: Revestimento com Eudragit-L e Eudragit-S : 
 
 A)- O Eudragit-L é um polímero acrílico com radicais carboxilo. 
 Trata-se de um verniz insolúvel em meio ácido mas facilmente solúvel a 
 PH neutro. 
 
 B)- O Eudragit-S só se dissolve em meio alcalino ( PH acima de 7). 
 
 Não deve ser usado em comprimidos para chupar. 
 
 C)- Mistura de Eudragit-L com Eudragit-S : 
 
 Pela mistura dos dois tipos de verniz a solubilidade pode ser ajustada a 
 valores intermediáveis. 
 Com a proporção crescente de Eudragit-S , o limite de solubilidade vai 
 pouco a pouco sendo deslocado do PH=6 para o PH=7. 
 
 Eudragit-L PH=6 Eudragit-S PH= acima de 7 
 
Possibilidades de aplicação: 
 
♦ Utilizado para revestimentos gastro-resistentes. 
♦ Pode ser incolor , transparente ou pigmentado. 
♦ Melhora a estabilidade de armazenagem. 
♦ Protege contra umidade, luz e ar, e é um revestimento resistente às 
condições tropicais. 
♦ Para resistir ao suco gástrico com liberação retardada de substância ativa 
no intestino com misturas de Eudragit-L e Eudragit-S. 
♦ Na boca existe geralmente um meio fracamente alcalino, em torno de 
PH=6-7. Revestimentos de Eudragit-L ou a mistura Eudragit-L com 
Eudragit-S , podem ser utilizados para a produção de comprimidos a 
chupar com invólucro de verniz lentamente solúvel. 
 
 
 OBS: Revestimentos lisos e homogêneos são obtidos pelo método de pulverização. 
 70
 Para se obter comprimidos resistentes ao suco gástrico, deve-se aplicar cerca 
 de 3 a 5 mg de verniz sólido por cm2 de superfície de comprimido. 
 
 EQUIPAMENTOS: 
 
• O mesmo do Eudragit-E mais uma ventoinha. 
 
 Fórmulapara revestimento incolor: 
 
 Eudragit-L 12,5 (Solução de verniz a 12,5% com l,25% 
 de dibutil-ftalato como plastificante).......................... 720 g 
 Dibutil-ftalato.......................................................................... 10 g 
 Talco......................................................................................... 50 g 
 Isopropanol.............................................................................. 820 g 
 1.000 g 
 O talco reduz a pegajosidade do verniz durante a fase de secagem e ao 
 mesmo tempo contribui para o alisamento da película. 
 
 Fórmula para revestimento colorido: 
 
 Eudragit-L 12,5................................................. 720 g 
 Suspensão de pigmento ( a mesma do 
 Eudragit-E )................................................... 250 g 
 Isopropanol ........................................................ 1.030 g 
 2.000 g 
 
 
 PROCESSO DE PREPARAÇÃO: 
 
 
♦ O Talco e o dibutil-ftalato são adicionados , sob agitação, à solução de verniz e 
diluente e homogeneizados. 
♦ Na drageadeira são colocados transversalmente 4 perfis de “TESAMOLL” e 
eliminada a poeira dos comprimidos por meio de insuflação de ar. 
♦ A pistola de pulverização é dirigida para a região superior dos núcleos caintes e 
através de um fino jato de 0,5 atm é aplicado o verniz. 
♦ Observa-se a queda do nível do líquido no recipiente de alimentação e ajusta-se a 
velocidade de aplicação à 20 ml por minuto,. 
♦ A suspensão de verniz é agitada com freqüência no funil e no recipiente estoque, 
especialmente antes da reposição. 
♦ A intervalos é dirigido um fraco jato de ar a 40-50º C na parte inferior da 
drageadeira , de modo que a temperatura dos núcleos seja mantida à temperatura 
ambiente. 
♦ Caso os núcleos fiquem demasiado úmidos ou pegajosos, a aplicação deverá ser 
interrompida até que os núcleos estejam novamente secos. 
♦ A aplicação deve estar concluída após cerca de 100 minutos. 
♦ Efetua-se a secagem adicional com ar a 40-50º C por 5 minutos. 
♦ Uma solução de 1 g de PEG 6.000 em uma mistura de 4,5 g de acetona e 4,5 g de 
água é adicionada na drageadeira e efetua-se o polimento durante 15 minutos sem 
insuflação de ar. 
♦ Secar mais uma vez com ar quente. 
♦ Os comprimidos laqueados são espalhados sobre em folha de papel de filtro e secos 
ao ar durante a noite. 
 71
 TESTES: Aspecto: Película deve ser lisa e brilhante nas bordas e cantos. 
 
 Dureza: É ligeiramente maior do que nos núcleos não revestidos. 
 
 Atrito: Muito pequeno. 
 
 Tempo de 
 Desintegração: Na água ou suco gástrico artificial: 
 Resiste pelo menos 2 horas. 
 
 No suco entérico: 
 Desintegração durante 1 hora. 
 
 4º Tipo: Revestimento com Estearato de butilo : 
 
 O estearato de n-butilo não é uma gordura, mas , comporta-se como esta pelo fato de não 
ser decomposto no estômago mas hidrolisado no intestino. Os produtos de hidrólise são o álcool 
butílico e o ácido esteárico que, em tão pequenas quantidades, se mostram atóxicos. 
 O revestimento é obtido por simples imersão dos comprimidos num banho que contém a 
solução de revestimento. 
 
 Usa-se a seguinte mistura: 
 Estearato de n-butilo............................... 45 partes 
 Cera de carnaúba ................................... 30 partes 
 Ácido esteárico (plastificante)................ 25 partes 
 
 PROCEDIMENTO: 
 A mistura é aquecida à fusão a cerca de 70ºC e o comprimido a revestir é mergulhado e 
retirado logo em seguida. 
 O revestimento solidifica em alguns segundos, sendo suficiente a aplicação de três ou 
quatro camadas de revestimento para evitar a desintegração no suco gástrico. 
 
 
 5º TIPO: Drágeas de revestimentos múltiplos (Pluriestratificada): 
 
 Por esse processo, as drágeas ficam com diversas camadas ou extratos. São chamadas de 
drágeas pluriestratificadas. 
 Pode ser usada para substâncias incompatíveis entre si. Pode ser utilizada, também, 
para quando desejamos que uma substância seja desintegrada no estômago e outra no intestino. 
 Na prática, conseguimos obter drágeas deste tipo fazendo comprimidos de pancreatina, 
dando-lhes, na camada isolante, o revestimento entérico e aplicando, posteriormente, a pepsina, 
durante a drageificação, sob a forma de xarope de pepsina. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NÚCLEO 
CONTEN
ISOLAMENTO 
PRELIMINAR 
1ª CAMADA DE 
SUBSTÂNCIA ATIVA 
2ª CAMADA DE 
SUBSTÂNCIA 
ATIVA 
etc 
ISOLAMENTO 
INTERMEDIÁRIO 
 72
3.3.3- Revestimento por compressão (ou drageificação por compressão ou a seco): 
 
 
 
 Consiste em aplicar aos comprimidos determinadas capas, o que se consegue mediante 
máquinas adequadas de compressão. 
 
 Vantagens sobre o processo clássico: 
 
 - Os comprimidos não sofrem qualquer ação do calor ou da umidade; 
 
 - Permite utilizar substâncias que reajam entre si; 
 
 - Podemos produzir drágeas gastro-resistentes; 
 
 - É possível reduzir o tempo de desintegração ; 
 
 - Consegue-se um maior rendimento que no processo clássico. 
 
 
 O método baseia-se , fundamentalmente, na existência de um núcleo (comprimido) que é 
centrado na matriz de uma máquina rotativa e recebe uma capa de excipiente adequado nas suas 
partes inferior e superior, as quais lhe são soldadas por compressão. 
 
 Existem no comércio duas espécies de máquinas para drageificar a seco, que são: 
 
 a)- Máquinas de dois corpos: 
 
- Em um dos corpos é para a fabricação do núcleo. 
 
- No outro , é para a compressão com as capas. 
 
 Exemplo: Máquina Manesty Dry Cota 
 
 73
 
 b)- Máquinas de aplicação das capas: 
 
 Estas apenas aplicam as capas a comprimidos já preparados com outra 
 compressora. 
 
 Exemplo; Máquina Kilian Prescoter ou Frogerais. 
 
 
 Como se compreende, tem vantagens e desvantagens, dado que: 
 
 - O primeiro obriga a um único modelo de comprimidos, mas apresenta 
 cadência mais regular, pois que o núcleo pode ser menos duro e por 
 isso a adesão das capas é mais perfeita; 
 
 - O segundo processo permite uma maior flexibilidade de trabalho, visto 
 que a obtenção do núcleo pode executar-se em qualquer máquina , dan- 
 do-nos a possibilidade de o ensaiar laboratorialmente e, só depois dessaverificação, proceder à cobertura com as capas desejadas. 
 
 
 A aderência das capas ao núcleo constitui outro problema que cria certas 
dificuldades no começo da utilização da drageificação a seco. 
 Verifica-se, contudo, que o núcleo deve ser feito com um granulado mais grosso do 
que o das capas, pois , nestas circunstâncias, terá maior porosidade e as capas aderem mais 
facilmente, por haver interpenetração dos respectivos grânulos. 
 Aconselha-se, igualmente, introduzir, tanto no granulado do núcleo como no das 
capas, uma cera cuja presença aumenta a aderência. 
 
 Granulados para a preparação de capas: 
 
 FÓRMULA A: 
 Lactose.............................................................. 73 g 
 Goma adraganta.............................................. 2 g 
 Sacarose............................................................ 15 g 
 Cera................................................................... 4 g 
 Lubrificante (Corantes) q.s.p......................... 100 g 
 
 
 FÓRMULA B: 
 Lactose.............................................................. 16,0 kg 
 * Aerosil Compositum ....................................... 1,5 kg 
 Gelatina............................................................. 0,5 kg 
 Amido de araruta............................................. 2,5 kg 
 Amido de trigo.................................................. 2,5 kg 
 Talco.................................................................. 1,0 kg 
 Ácido esteárico................................................. 1,0 kg 
 Água destilada ..... ......................................... q.s 
 
 
 
 
 
 
 74
 3.3.4- Drageificação automatizada (ou Processo de Pulverização): 
 
 De todos os processos descritos anteriormente, sobressai a idéia de que o 
êxito da drageificação manual depende da habilidade do operador. Portanto, a drageificação 
tem sido encarada mais como uma ARTE do que como uma CIÊNCIA. 
 
 Daí, a variabilidade observada na qualidade das drágeas, que depende de 
operador para operador, de medicamento para medicamento, de lote para lote. 
 
 A drageificação pelos processos clássicos, levam , geralmente, de dois a 
quatro dias. 
 O sistema de drageificação automatizada, permite executar todo o 
revestimento em cerca de 3 horas. 
 
 
 Vantagens do sistema de drageificação automatizada: 
 
♦ Facilidade de reprodução dos resultados obtidos; 
♦ Eliminação do fator humano (ou pelo menos minimizado) ; 
♦ Permite manter a constância de peso; 
♦ Mantém o aspecto; 
♦ Permite executar toda a operação de revestimento em cerca de 3 horas. 
 
 
 
 A drageificação automatizada consiste, fundamentalmente, numa diferente 
concepção das turbinas de drageificação e num novo sistema de lançamento 
(PULVERIZAÇÃO) dos materiais de revestimento sobre os comprimidos a drageificar. 
 As referidas modificações dispensam a intervenção dos operadores nas fases da 
drageificação em que maior importância tinham a sua técnica e a sua habilidade manual. 
 
 Para se pulverizar as soluções de verniz na drageadora são necessárias pistolas de 
pulverização a ar comprimido (bocais para duas substâncias) bem como sistemas air-less 
(bocais para uma substância). 
 
 Com bocais para duas substâncias, a pulverização a ar comprimido pode-se regular 
facilmente a quantidade a ser pulverizada. Neste caso trabalha-se com pressão de 0,5 a 2 atm. 
 São especialmente apropriados para testes em laboratório ou instalações menores. 
Entretanto, também em instalações maiores, as perdas por nebulização podem ser mantidas 
pequenas pela regulagem correta do bocal e da pressão do ar. 
 
 Com bocais para uma substância opera-se a pressões elevadas de 50 a l50 atm. 
 Isto é conseguido usando-se ar comprimido, entretanto, nenhum ar é libertado no 
jato pulverizado. Desta forma, evita-se uma nebulização. 
 
 A velocidade de pulverização é regulada pela escolha do diâmetro do bocal e da 
pressão do ar. 
 É difícil a regulagem ideal para a pulverização dos comprimidos, uma vez que o 
diâmetro mínimo do bocal é determinado pelo tamanho das partículas do pigmento e pela 
pressão mínima do jato para a distribuição necessária. 
 
 
 
 75
PROCESSOS: 
 
 A)- Processos de camada turbulenta ( ou Leito Fluidizado) : 
 
 Os processos de camada turbulenta dos sistemas Aeromatic (Suíça) . Glatt 
(Alemanha) , Wurster (USA) e outros, trabalham em aparelhos cilíndricos fechados nos 
quais é introduzido de baixo para cima uma corrente de ar que remoinha os núcleos e seca 
com bastante rapidez a solução pulverizada de verniz. 
 Nesse processo a ação mecânica sobre os comprimidos se dá por impacto. 
Devem, portanto, ser comprimidos com maior dureza , para não quebrar e requerem maior 
teor de plastificante nas fórmulas de verniz. 
 
 
 São especialmente adequados para o revestimento de : 
 
♦ Microdrágeas. 
♦ “Pellets”. 
♦ Granulados. 
♦ Cristais de princípios ativos. 
♦ Cápsulas gelatinosas. 
 
 
 LEITO FLUIDIZADO: 
 
 
 
 
 
 76
 B)- Processo Accela-Cotta (Manesty, Liverpool): 
 
 Opera com um tacho de dragear cilíndrico em rotação com camisa 
perfurada e dispositivo para pulverização na parte interna. 
 O ar secante é aspirado pela perfuração e através dos comprimidos em 
rotação. 
 
 
 
 
 
 
 C)- Processo de tubo de imersão (Boehringer, Mannheim/Strunek) : 
 
 
 É insuflado ar quente debaixo da superfície dos comprimidos em rotação 
num tacho de dragear normal e, para dentro da bolsa de ar assim formada, é pulverizada a 
solução de verniz mediante um injetor binário. 
 Os comprimidos giram em torno da bolha de ar, sendo atingidos pela 
pulverização de gotículas de verniz secando com bastante rapidez. 
 O ar quente atravessa por entre os núcleos e é absorvido na parte superior 
da drageadora. 
 Este dispositivo pode ser ajustado sem grandes problemas técnicos em 
qualquer drageadora. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 77
CÁPSULAS 
 
 
1)- CONCEITO: 
 
 
 São preparações farmacêuticas constituídas por um invólucro de natureza amilácea ou 
gelatinosa contendo substâncias medicamentosas sólidas, pastosas ou líquidas. 
 
 Cápsulas amiláceas: 
 
♦ Contém medicamentos sólidos (pó seco); 
 
♦ Desvantagem: Deixa passar umidade com facilidade; 
 
♦ Vantagem: Facilita a ingestão; 
 
 Cápsulas gelatinosas: 
 
 
♦ São cápsulas cilíndricas, ovóides ou esféricas. 
 
♦ Vantagens sobre as amiláceas; 
 
� -Durabilidade 
 
� -Produção industrial 
 
� -Podem conter medicamentos sólidos ou líquidos que não 
dissolvam suas paredes. 
 
 
2)- VANTAGENS DAS CÁPSULAS: 
 
♦ Facilita a administração de substâncias nauseosas ou de sabor desagradável; 
 
♦ As paredes das cápsulas amiláceas e gelatinosas são digestíveise libertam, 
rapidamente, os medicamentos depois da ingestão; 
 
 
♦ Graças à elasticidade de suas paredes, as cápsulas são de mais fácil deglutição do 
que os comprimidos; 
 
♦ As cápsulas gelatinosas são susceptíveis de serem revestidas por invólucros 
grastro-resistentes, podendo passar pelo estômago sem serem desagregadas. 
 
 
 
 
 
 
 78
3)- TIPOS DE CÁPSULAS: 
 
 
 3.1- Cápsulas Amiláceas (Hóstias): 
 
 São cápsulas constituídas por duas cúpulas de pão ázimo, de forma redonda, 
bicôncavas na parte central e planas nos bordos, no interior das quais se adicionam 
medicamentos sólidos pulverulentos. 
 
 
 
 
CÁPSULAS AMILÁCEAS (HÓSTIAS) 
 
 3.2- Cápsulas Gelatinosas: 
 
 São preparações constituídas por invólucros gelatinosos ocos, de forma esférica, 
ovóide ou cilíndrica, corados ou não, os quais contém substâncias medicamentosas sólidas, 
pastosas ou líquidas. 
 
 As cápsulas gelatinosas são preparadas com gelatina (cápsulas duras) ou com 
gelatina adicionada de substâncias emolientes, como a glicerina ou sorbitol (cápsulas moles 
ou elásticas). 
 
 As cápsulas duras são consideradas, atualmente, uma das melhores formas para 
acondicionar substâncias medicamentosas, pois protegem-nas contra a ação da luz, do ar e 
da umidade. 
 
 Exemplos de cápsulas duras: 
 
 79
 Exemplos de cápsulas moles: 
 
 
 
 
 3.3- Vantagens das cápsulas gelatinosas: 
 
♦ Protegem contra ação da luz. 
♦ Protegem contra ação do ar. 
♦ Protegem contra ação da umidade. 
♦ São facilmente administradas. 
♦ Impedem que se notem o sabor e odor desagradáveis. 
♦ Proporciona grande precisão de dosagem. 
♦ Ocupam pequeno volume. 
♦ Conservam-se muito bem. 
♦ A apresentação é atraente. 
♦ Permite a associação de substâncias incompatíveis entre si. 
♦ Permite o revestimento entérico (gastro-resistente). 
 
4)- EXIGÊNCIAS PARA UMA BOA CÁPSULA : 
 
♦ As substâncias ativas devem ser estáveis; 
♦ Os receptáculos gelatinosos não devem sofrer alterações; 
♦ Os compostos medicamentosos devem libertar-se rapidamente dos 
invólucros, não provocando irritações nas mucosas; 
♦ Os adjuvantes utilizados devem ser destituídos de qualquer atividade 
farmacológica significativa; 
♦ As cápsulas devem poder administrar-se sem qualquer incômodo causado 
pelo cheiro ou pelo sabor dos seus componentes; 
♦ Os tamanhos e formatos das cápsulas devem ser adequados à 
administração; 
♦ A produção em escala industrial, por via mecânica, deve atender ao rigor 
do Controle da Qualidade. 
 
 
 OBS.: Sob a forma de cápsulas , é possível administrar medicamentos destinados a 
proporcionarem uma ação farmacológica prolongada ou sustentada. Basta que em lugar de 
pós ou líquidos, sejam adicionados no invólucro gelatinoso pequenos grânulos que apresentem 
tempos de desagregação adequadamente escolhidos. 
 80
 
 
 Os “SPANSULES” norte-americanos são cápsulas deste tipo, contendo grânulos 
revestidos, que por vezes se dá o nome de microdrágeas. 
 
5)- TECNOLOGIA DE ENCHIMENTO DE CÁPSULAS DURAS : 
 
 A preparação de cápsulas duras consiste, fundamentalmente, no seu enchimento, já 
que os invólucros são adquiridos no comércio. 
 Os receptáculos para cápsulas duras são fabricados com diversas capacidades, 
designadas por números. 
 Pode relacionar-se o número do receptáculo com o peso de determinado pó que é 
capaz de acondicionar, mas, como se compreende , este processo está sujeito a erros pois 
depende, para a mesma substância, da TENUIDADE e ARRANJO DAS PARTÍCULAS DO 
PÓ, e , para diferentes compostos, da sua DENSIDADE. 
 
 
QUANTIDADE DE PÓ QUE PODEM SER ACONDICIONADOS 
EM RECEPTÁCULOS GELATINOSOS DE CAPACIDADE DIVERSA. 
Número dos receptáculos gelatinosos e Peso médio do pó em g 
Produto 000 00 0 1 2 3 4 5 
Acetanilida 0,97 0,65 0,45 0,39 0,26 0,19 0,13 0,06 
Ácido acetilsalicílico 0,97 0,70 0,45 0,32 0,26 0,19 0,13 0,06 
Ácido dietilbarbitúrico 1,00 0,70 0,51 0,36 0,28 0,21 0,16 0,11 
Concentrado de Vit.D 1,19 0,87 0,60 0,43 0,33 0,25 0,19 0,12 
Fenacetina. 0,94 0,61 0,44 0,34 0,26 0,19 0,14 0,09 
Meprobamato 0,64 0,45 0,33 0,24 0,18 0,13 0,11 0,07 
Sulfatiazol 0,93 0,58 0,37 0,27 0,21 0,16 0,11 0,08 
 
 Devemos indicar as capacidades dos invólucros, procedendo-se ao acondicionamento 
dos pós em função do seu volume aparente, o que nos dá valores mais exatos para trabalhar 
com estes recipientes. 
CAPACIDADE DOS RECEPTÁCULOS GELATINOSOS 
SEGUNDO SEUS FABRICANTES. 
Nº DOS 
RECEPTÁCULOS 
GELATINOSOS 
 
d (cm) 
 
l (cm) 
Parke Davis 
Volume em ml 
 
Eli Lilly 
Volume em ml 
000 0,93 2,22 1,37 1,42 
00 0,80 2,03 0,95 0,92 
0 0,73 1,85 0,68 0,70 
1 0,66 1,67 0,50 0,50 
2 0,60 1,54 0,37 0,40 
3 0,56 1,36 0,30 0,37 
4 0,51 1,25 0,21 0,21 
5 0,47 0,93 0,13 0,12 
 
 d = Diâmetro do receptáculo l = comprimento do receptáculo 
 
 
 
 
 81
 Para uma pequena produção, bastaria escolher os invólucros de capacidade adequada ao 
volume ocupado pelo peso de pó e enchê-los , com auxílio de funis e calcadores, ou por meio de 
compressores-doseadores. 
 Se este método pode servir para uma pequena produção, já não é adequado para 
produção em escala industrial. 
 De fato, só por acaso a quantidade de pó prescrita numa formulação encherá 
exatamente um invólucro gelatinoso de dado número. 
 As cápsulas devem ficar exatamente cheias. 
 Não é aconselhável a existência de uma camada de ar sobre os pós susceptíveis de se 
alterarem por ação dos componentes desse ar. 
 Nessas circunstâncias, é necessário completar, com pó inerte, o volume de pó a 
acondicionar num dado receptáculo gelatinoso, caso aquele volume seja inferior a 90% da 
capacidade do receptáculo. 
 
 Geralmente o processo de enchimento industrial baseia-se numa distribuição 
volumétrica, em que o pó cai, pela ação da gravidade, sobre um hemi-invólucro aberto que 
funciona como receptáculo. 
 
 Devemos adicionar lubrificantes para facilitar o escoamento desse pó , diminuindo 
assim, as forças de fricção entre as partículas. 
 
 SUBSTÂNCIAS MAIS UTILIZADAS COMO LUBR IFICANTES: 
 
 -ÓXIDO DE MAGNÉSIO LEVE (Partículas de 0,05 µµµµ ). 
 
 Numa concentração de 0,5% 
 
 -ESTEARATO DE MAGNÉSIO: 
 
 Numa concentração de 1% 
 
 -SÍLICA COLOIDAL (AEROSIL) (Partículas de 0,01 a 0,04 µµµµ ). 
 
 Numa concentração de 0,05 a 0,5% 
 
 
 Obs.: O talco deve ser evitado, pois o diâmetro médio das partículas do talco 
 é muito pequena, e, por isso, só pode funcionar como lubrificante des- 
 lizante quando se dispõe entre partículas de tamanhos elevados, como 
 no caso dos granulados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 82
 
 A dosificação correta das cápsulas duras depende de três fatores fundamentais: 
 
 A- ESCOLHA DE INVÓLUCROS DE CAPACIDADE EXATA. 
 
 B- MÉTODO DE ENCHIMENTO. 
 
 C- PRODUTO A ENCAPSULAR. 
 
 
A)-ESCOLHA DE INVÓLUCROS DE CAPACIDADE EXATA: 
 
 Normalmente, escolhida a capacidade do invólucro, o pó a acondicionar é 
adicionado de pós inertes que funcionam como DILUENTES, os quais contém substâncias 
LUBRIFICANTES. 
 
 A mistura de lactose com 1% de estearato de magnésio é dos diluentes mais 
utilizados. 
 
 A diluição é executada de tal forma que o volume aparente do pó permita 
encher, perfeitamente, os receptáculos escolhidos. 
 
 
 CÁLCULO DA DENSIDADE APARENTE: 
 
 m (assa )Fórmula: da = -------------------------------- g/ml 
 Va (volume aparente) 
 
 
 O volume aparente (Va) é determinado da seguinte forma: 
 
 -Lança-se o pó num copo graduado, em forma de sino; 
 
 -Deixa-se cair cuidadosamente o recipiente de uma altura de 2 a 3 cm 
 sobre uma mesa de madeira; 
 
 -Repete-se a operação por duas vezes com intervalos de 2 a 3 segundos. 
 Este procedimento deve ser padronizado. 
 
 -Lê-se o volume do pó ( É o Va ). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 83
 
 
 CÁLCULO DA QUANTIDADE EXATA, SEGUNDO O NOMOGRAMA 
PARA ENCHIMENTO DE CÁPSULAS: 
 
 
 
 
 
 
 
 Suponhamos que a quantidade de pó prevista por cápsulas é de 0,65 g e que a densidade 
aparente desse pó é de 1 g/ml . 
 Traça-se uma linha perpendicular desde a abcissa até que encontre a linha 
correspondente à densidade aparente 1 g/ml. 
 Então , procura-se a intercepção desse ponto com o eixo das ordenadas, traçando-se 
paralela à abcissa. 
 No caso presente, a capacidade do invólucro seria de 0,65 ml e corresponderia à das 
cápsulas de número “ 0 “ . 
 
 
 SE NÃO QUISER PROCEDER PELO PROCESSO DO NOMOGRAMA, PODE 
EFETUAR-SE O ENCHIMENTO POR SIMPLES MEDIDA DO VOLU ME APARENTE 
DOS PÓS, O QUAL SE RELACIONA COM A CAPACIDADE DOS INVÓLUCROS. 
 
 
B)- MÉTODO DE ENCHIMENTO: 
 
Pode ser manual, semi-automático ou automático. 
 
 A indústria Farmacêutica tem a seu dispor vários modelos de máquinas de enchimento 
que se baseia num dos seguintes princípios: 
 
1º)- O pó granulado é lançado no invólucro da cápsula, procedendo-se ao seu 
nivelamento com uma superfície rasante. 
 
 Máquina do tipo Parke-Davis ou E. Lilly. 
 
 84
2º)- O pó é lançado nos invólucros mediante a força dada por um parafuso sem-fim. 
 
 Máquina tipo Hofliger-Karg. 
 
3º)- O pó é lançado por meio de compressores-doseadores. 
 
 Máquina tipo Zanasi. 
 
 
MÁQUINA COMPRESSORA ROTATIVA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
C)- PRODUTO A ENCAPSULAR: 
 
 O produto a encapsular influencia , notavelmente, o enchimento. 
 Se há pós que, pela sua elevada densidade e existência de diminutas forças de 
atração entre as partículas, pode encher com facilidade os invólucros gelatinosos, acontece 
que outros, não apresentam estas propriedades, escoam irregular e morosamente. 
 Os materiais úmidos, cristais aciculares, os pós em que o volume aparente difere 
muito do volume real (ex. amido, sulfato de bário) correm com dificuldade, sendo, portanto, 
inexato o processo de enchimento. 
 Já os pós constituídos por partículas esféricas ou cúbicas não oferecem obstáculo 
ao enchimento dos invólucros gelatinosos. 
 85
 Na prática, consideram-se como escoando sem dificuldade todos os pós que fluem 
livremente de um funil cujo tubo tenha calibre de 4 mm de diâmetro interno (igual ao da 
cápsula número 5). Estão nestas circunstâncias os cristais de cloreto de sódio, fenacetina e o 
açúcar. 
 Entre os produtos que, nas condições referidas , correm irregularmente, estão os 
amidos, o bicarbonato de sódio e o cloridrato de quinina. 
 Com finalidade de melhorar o escoamento dos pós podemos adicionar 
lubrificantes e, por vezes, é necessário proceder à granulação. 
 
 
`6) TECNOLOGIA DE PREPARAÇÃO DE CÁPSULAS MOLES : 
 
 
 As cápsulas moles ou elásticas são constituídas por invólucros de gelatina em cuja 
massa se incluíram substâncias emolientes, como a glicerina, o propilenoglicol, o sorbitol, os 
polietilenoglicóis, etc. 
 
 6.1- Tipos de cápsulas moles: 
 
 6.1.1- Cápsulas propriamente ditas: 
 
Apresentam forma ovóide, pesando aproximadamente 1 g (invólucro e 
 conteúdo). 
Contém cerca de 0,5 g de substância ativa, sólida ou líquida. 
Sua capacidade é de 0,5 ml. 
 
 6.1.2- Capsulinas: 
 
São pequenas cápsulas moles de forma não esférica, que contém cerca 
 de o,2 a 0,25 g de princípio medicamentoso sólido ou líquido. 
O invólucro contendo as substâncias medicinais pesa, 
 aproximadamente, 0,5 g. A sua capacidade é de 0,25 ml. 
 
 6.1.3- Pérolas: 
 
 São pequenas cápsulas moles de forma esférica , que contém cerca de 
 0,20 a 0,25 g de substâncias ativas líquidas. 
 
 A sua capacidade é de, aproximadamente, 0,2 ml. 
 
6.1.4- Glóbulos: 
 
 São grandes cápsulas moles contendo quantidades de princípios 
medicamentosos, sólidos ou líquidos, superiores a 0,5 g (podem atingir até 5 g). 
 
 
 6.2- Processos de preparação de cápsulas moles: 
 
 A preparação dos invólucros das cápsulas moles é executada por dois 
processos fundamentais: 
 
 - Por imersão. 
 
- Por compressão. 
 86
 
 
6.2.1- Preparação por imersão: 
 
 A preparação por imersão comporta quatro fases principais que são: 
 
a) Preparação da massa de gelatina. 
b) Preparação dos invólucros. 
c) Enchimento dos receptáculos. 
d) Fecho das cápsulas. 
 
a) Preparação da massa de gelatina: 
 
As paredes das cápsulas são constituídas por gelatina adicionada de água e de glicerina ou 
outro emoliente adequado (sorbitol, propilenoglicol, polietilenoglicóis, etc.) 
Estas substâncias conferem elasticidade à gelatina, devendo ser acondicionadas numa 
quantidade criteriosamente estudada, pois que o seu excesso pode provocar o 
amolecimento da membrana, dada a avidez de água por elas manifestadas. 
 
São possíveis diversas fórmulas conforme tabela abaixo: 
 
GELATINA PESO EM g de GLICERINA. ÁGUA REF.BIBLIOGRF ICA 
 
20 
 
 
40 
 
20 
 
FARM. BELGA (IV) 
 
23 
 
45 
 
32 
 
FARM. HOLANDESA 
 
20 
 
10 
 
25 
 
FARM. FRANCESA 
 
24 
 
 
18 
 
47 
 
BPC (BRITISH 
PHARMACEUTICAL) 
CODEX 
 
Para a preparação da massa principía-se por macerar as folhas de gelatina (lavadas 
previamente com álcool e secas) , durante cerca de 12 horas em água. 
 
 Ao fim deste tempo escorrem-se e mergulham-se na solução de água glicerinada. 
 
 Aquece-se a banho-maria, em recipiente tampado, até que a gelatina se tenha 
dissolvido. 
 Concentra-se em banho-maria, mas em recipiente aberto, até consistência própria 
(elástica). 
 Se pretendermos corar os invólucros, junta-se à massa , no momento da concentração, 
o corante hidrossolúvel desejado. 
 
 Não deixar formar espuma durante todo este processo. 
 
 Todas estas operações carecem de bastante prática para que se obtenham invólucros 
perfeitos. 
 A consistência elástica pretendida depende da operação de concentração e das 
quantidades relativas de gelatina-glicerina-água. 
 87
 É aconselhável adicionarem-se conservantes à massa gelatinosa. Entre eles emprega-se 
o ácido benzóico , o benzoato de sódio a 0,5 a 1%, ou p-hidroxibenzoato de metilo(Nipagin) a 
0,1 a 0,2% 
 
b)- Preparação dos invólucros: 
 
 Funde-se a massa de glicerina gelatinada numa cápsula de porcelana larga, a uma 
temperatura compreendida entre 45 e 60ºC , e no líquido resultante mergulham-se , repetidas 
vezes, moldes com a forma dos invólucros desejados. 
 
 Os corpos constituídos por um corpo de alumínio ou de estanho, o qual deve 
apresentar a forma esférica ou ovóide e o volume que se pretende conferir ao invólucro. 
 
 A superfície dos moldes deve ser polida, estar perfeitamente limpa e torne-se 
necessário a sua lubrificação (vaselina, silicone, óleo de rícino, etc.), para que a massa que lhes 
vai aderir se possa retirar facilmente. 
 
 A preparação dos invólucros é conduzida mergulhando os moldes na massa fundida 
durante alguns segundos, após o que se retiram e se deixa escorrer. Repete-se esta operação 
váriasvezes, até que se tenha formado uma película de espessura suficiente à volta do molde. 
 
 Após várias aplicações, o molde fica revestido por uma camada de gelatina revestido 
por uma camada de gelatina glicerinada de espessura suficiente para poder funcionar como 
uma parede que retenha as substâncias medicamentosas. 
 
 Nessa altura, retiram-se os invólucros por tração brusca, procurando não rebentar a 
película . 
 A operação deve executar-se com as mão envolvidas por finas luvas de borracha, sem 
esperar que a gelatina solidifique completamente. 
 
c)- Enchimento dos recipientes: 
 
 Obtidos os invólucros da forma e capacidade desejada, a operação imediata consiste 
no seu enchimento, que se efetua através da abertura de que ficam providos (ponto de 
encontro da haste metálica com o corpo do molde). 
 
 O enchimento pode efetuar-se com substâncias líquidas, sólidas ou pastosas. 
 
 Em qualquer dos casos , as cápsulas assentam-se , pela extremidade oposta à 
abertura, numa espécie de prancheta com orifícios , que se destinam a mantê-las direitas. 
 
 O enchimento com líquidos que não dissolvam as paredes gelatinosas, como os óleos, 
os dioxolanos (obtidos por reação entre a glicerina e as cetonas, em presença de substâncias 
desidratantes. São missíveis com a água, mas não dissolvem a gelatina), ou os 
polietilenoglicóis, pode fazer-se por meio de pipetas ou buretas. 
 
 O enchimento com pós ou produtos pastosos efetua-se adaptando pequenos funis à 
abertura das cápsulas por onde se fazem transitar as substâncias medicamentosas, mediante 
pressão exercida com espátulas ou calcadores adequados. 
 
d)- Fecho das cápsulas: 
 
 Fecham-se por intermédio de uma gota da solução de glicerina gelatinada que serviu 
para prepará-las. 
 88
 Pode-se ainda fundir-se o que resta do seu colo com auxílio de uma espátula aquecida. 
 
 Posteriormente, imergem-se as cápsulas , pelo ponto de colagem, num banho da 
mesma solução gelatinada e retiram-se com cuidado. 
 
 Após o fecho, as cápsulas podem ser lavadas com álcool a 90º ou com éter, deixando-se 
depois secar espontaneamente. 
 A fim de proteger as paredes das cápsulas moles da fixação da umidade atmosférica 
há quem aconselhe engordurá-las, externamente, com vaselina ou com silicone. 
 
6.2.2- Preparação por compressão: 
 
 O processo de preparação por compressão baseia-se no aprisionamento de 
quantidades estabelecidas de substâncias medicamentosas sólidas ou líquidas entre folhas de 
gelatina glicerinada que, depois, se soldam por compressão e se recortam. 
 
 Um dos métodos mais utilizados é o idealizado por SCHERER. 
 
 Recorre-se a uma máquina , em que duas folhas de gelatina são obrigadas a 
passar em frente de duas matrizes cilíndricas rotativas. 
 
 Cada uma dessas matrizes tem uma seção dentada, cuja abertura corresponde 
ao molde do hemi-receptáculo da cápsula pretendida. 
 
 No momento em que as duas folhas de gelatina passam pela matriz dá-se a sua 
moldagem e ao mesmo tempo é injetada a quantidade de medicamento líquido destinada a 
ficar aprisionada entre elas, e que constituirá o conteúdo de cada cápsula. 
 
 A soldagem dos hemi-receptáculos faz-se por compressão. 
 
 O processo descrito só com algumas modificações se pode aplicara à 
preparação de cápsulas contendo medicamentos sólidos. 
 
 A maquina ARCOGEL tem um dispositivo de vácuo pelo qual a gelatina se 
molda com a forma da cápsula pretendida, tornando possível a inclusão de pós nos invólucros. 
 
 A quantidade de pó é exatamente calculada e lançada entre os dois hemi-
receptáculos, antes da soldadura. 
 
6.2.3- Acondicionamento das cápsulas: 
 
 A escolha criteriosa de embalagens para cápsulas deve ter em atenção a região onde o 
produto é consumido, cujo clima influi na estabilidade do mesmo, e a sensibilidade relativa da 
preparação. 
 São especialmente de temer os climas úmidos e quentes. 
 Os recipientes de vidro, polietileno ou por alumínio se poderiam considerar 
eficientes, desde que hermeticamente fechados. 
 O poliestireno não se revela eficaz, deixando passar a água. 
 Em muitos casos, inclui-se no recipiente onde se acondicionam as cápsulas 
pequenos exsicadores contendo sílica gel. 
 Podem ser acondicionadas em embalagens tipo “blister” ou em fita “termo-
colada” de alumínio ou de material plástico. 
 A sala de acondicionamento de cápsulas deve estar a uma temperatura de 20 a 
25ºC e com uma umidade relativa não superior a 40%.