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Afogamento: Epidemiologia e Abordagem à Vítima

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Epidemiologia: De acordo com a Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático, os óbitos por afogamento, no Brasil, alcançam mais de 6.500 casos por ano, e os casos não fatais chegam a 100.000 casos/ano, acometendo principalmente crianças.
O afogamento se dá pela aspiração (entrada de líquido para as vias aéreas) de líquidos causada por submersão ou imersão.
Quando a vítima não apresenta nenhum sinal de ter aspirado água para as vias aéreas, chamamos de Resgate.
Classificação quanto ao tipo de afogamento: O afogamento pode ser classificado como:
Primário: Quando não existem indícios de uma causa para o afogamento.
Secundário: Quando alguma outra causa primária levou a vítima a submergir, como por exemplo, utilização de drogas e/ou álcool, convulsão, traumatismo, doenças cardíacas ou pulmonares, acidentes de mergulho e outras.
Classificação de afogamento quanto ao tipo de água: Também podemos classificar o afogamento quanto ao tipo de água, lembrando que não há diferença no tratamento da vítima, é importante apenas informar ao médico, no hospital, se o meio líquido era contaminado, como por exemplo, o afogamento ocorrer em local de deságue de esgoto.
Quanto ao tipo de água podemos classificar como:
· Afogamento em água doce: Piscinas, rios, lagos ou tanques.
· Afogamento em água salgada: Mar.
· Afogamento em água salobra: Encontro de água doce com o mar.
· Afogamento em outros líquidos não corporais: Tanque de óleo ou outro material.
Gravidade do afogamento: A gravidade do afogamento estará associada com a quantidade de líquido aspirado pelas vias aéreas, quanto maior a quantidade de líquido aspirado, menor é a difusão de gases pela barreira capilar-alveolar.
Você deve estar se perguntando o que isso quer dizer...
Simples, quanto menor é a quantidade de entrada de O2 para o organismo e menor será a saída de CO2.
A classificação do grau de afogado nos dá noção da gravidade do quadro e direciona o atendimento.
Grau do afogamento: Veja a classificação do grau do afogado:
Resgate: A vítima não apresenta tosse ou espuma na boca ou nariz e não apresenta dificuldade respiratória, a ausculta feita pelo profissional de Saúde se apresenta normal.
Grau 1: A vítima apresenta tosse, mas sem sinal de espuma na boca ou nariz.
Grau 2: A vítima apresenta tosse mas com pouca água na boca ou no nariz.
Grau 3: Muita espuma na boca e no nariz, mas apresenta pulso radial palpável. Para palpar pulso radial, trace uma linha reta do dedo indicador até a região do punho. Utilize os dedos indicador e médio para realizar a palpação. Um pulso radial com uma baixa amplitude pode significar uma diminuição da pressão arterial, caso o pulso radial não seja palpável, pode significar um quadro de choque.
Grau 4: Muita espuma na boca ou nariz sem pulso radial palpável.
Grau 5: Parada respiratória com pulso carotídeo presente. Para palpar pulso carotídeo coloque o dedo indicador e o polegar em cima do pomo de Adão e deslize em direção ao esternocleidomastóide, você irá perceber o pulso da carótida.
Grau 6: A vítima apresenta parada cardiorespiratória. Na parada cardiorespiratória a vítima não apresenta respiração e nem pulso.
Não perca tempo tentando achar o pulso carotídeo, não ultrapasse 10 segundos para este procedimento. Caso não sinta pulso inicie as compressões torácicas.
Abordagem à vítima afogada: Apesar da classificação do afogado ser de grande utilidade para mensurar a gravidade do evento, não podemos perder tempo para iniciar as manobras de ressucitação, sendo assim, devemos iniciar as manobras e depois classificar o grau de afogamento. Vejamos agora o protocolo de abordagem à vítima afogada. Ele segue a sequência de prioridades do trauma: ABC, pois a parada cardíaca, nesses pacientes, ocorre devido à hipoxia (falta de oxigênio), sendo assim começamos a abordagem pela via aérea, como veremos a seguir.
Resgate: O primeiro passo é retirar a vítima da água, mas faça apenas se você for treinado para isso. Ter habilidade para nadar não significa que você tenha habilidade para realizar um salvamento aquático. Se não souber fazer o resgate, solicite ajuda especializada. Caso você realize o resgate, poderá iniciar as ventilações ainda na água.
Avalie o nível de consciência:
· Vítima Consciente: Não há necessidade de iniciar o tratamento na água.
· Vítima inconsciente: Avalie se ela respira, se não houver movimentos respiratórios, há indicação para início da reanimação com apenas ventilações.
A incidência de trauma raquimedular (TRM) em afogados é pequena, os cuidados de estabilização da coluna cervical só estão indicados a menos que haja evidências que elevem as chances de TRM, como por exemplo, afogamento em águas rasas ou durante a prática de esportes aquáticos.
Primeiros socorros em área seca: O início das ventilações, ainda dentro da água, irá retardar a evolução de uma parada respiratória para uma parada cardiorrespiratória. Se a vítima voltar a respirar retire-a da água para uma área seca a fim de continuar o atendimento. Caso a vítima não volte a respirar sozinha, considere PCR; retira-a da água rapidamente para a área seca e inicie a ressuscitação cardiopulmonar.
Ao retirar a vítima da água, o segundo passo é posiciona-la paralelamente à água. Em seguida, realize a abertura da via aérea com a mão no queixo e na testa conforme mostra a figura e avalie se a vítima respira (no máximo 10 segundos).
Mas o que fazer se não estiver respirando? Na ausência de respiração realize 5 ventilações utilizando algum método de barreira. Após as 5 ventilações realize 30 compressões torácicas.
Feito o procedimento anterior... Agora cheque o pulso carotídeo, se a vítima apresentar pulso, realize apenas as ventilações, uma a cada 5 segundos. Caso a vítima apresente respiração espontânea, coloque-a em posição lateral de segurança, como você pode ver na figura abaixo, e aguarde socorro.
Se ela for classificada como grau 2 ou mais, ofereça oxigênio se estiver disponível.

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