Buscar

Evolucao Historica da Fisioterapia unid_3

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 23 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 23 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 23 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

85
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA FISIOTERAPIA
Unidade III
5 FORMAÇÃO PROFISSIONAL
Para darmos início a esta unidade, relembraremos alguns fatos importantes da história da fisioterapia 
no Brasil, abordaremos as diretrizes curriculares dos cursos de graduação de Fisioterapia, bem como os 
passos adotados após a conclusão do curso de bacharelado em Fisioterapia e algumas resoluções do 
Coffito que regulamentam a profissão.
5.1 Breve histórico da fisioterapia no Brasil
A fisioterapia consiste em uma ciência da saúde capacitada a prognosticar, diagnosticar e intervir, 
buscando a melhora ou a manutenção funcional do indivíduo além da prevenção de agravos à saúde. 
Ela nasceu na metade do século XIX, no continente europeu, e desde então vem utilizando o movimento 
e técnicas terapêuticas com ênfase nos recursos físico‑naturais, como água, calor, luz e eletricidade 
(GAVA, 2004).
A fisioterapia foi fundamental para o tratamento de pessoas que perdiam parcialmente ou 
totalmente algum membro em decorrência das Grandes Guerras, além daquelas que adquiriam atrofias 
e/ou paralisias decorrentes também de acidentes ocorridos nas Grandes Guerras e de epidemias que 
surgiam a todo momento. A atuação profissional neste momento histórico era voltada para atenuar 
ou diminuir o sofrimento, reabilitar membros lesados ou recuperar as condições de saúde (REBELATTO; 
BOTOMÉ, 1999).
As primeiras escolas de fisioterapia foram criadas na Alemanha, nas cidades de Kiel em 1902 e Dresdem 
em 1918, e logo em seguida na Inglaterra, onde emergiram as atividades de massoterapia realizadas 
por Mendell e J. Cyriax, a cinésioterapia respiratória por Linton e os tratamentos com indivíduos com 
distúrbios neurológicos por Berta Bobath, que contribuíram para o destaque da fisioterapia no cenário 
mundial (GAVA, 2004).
No Brasil, a fisioterapia foi implantada com o objetivo de solucionar os altos índices de acidentes 
de trabalho, curar ou reabilitar estas pessoas para reintegrá‑las ao sistema produtivo ou atenuar seu 
sofrimento. O próprio contexto histórico e o nível de desenvolvimento da saúde no país somaram a esta 
condição da fisioterapia com ênfase na atuação e dedicação à doença e não propriamente à saúde da 
população (REBELATTO; BOTOME,1999).
Em 1929, foi criado o primeiro curso técnico de Fisioterapia no Brasil, na Santa Casa de Misericórdia 
de São Paulo, e o maior objetivo de sua criação foi o grande número de portadores de poliomielite com 
distúrbios do aparelho locomotor, bem como o aumento no índice de acidentes de trabalho (BISPO 
JÚNIOR, 2009).
86
Unidade III
Em 1959, foi criada a ABF, que se filiou à WCPT, cujo objetivo era buscar o amparo técnico‑científico 
e sociocultural para o desenvolvimento da profissão. Somente no dia 13 de outubro de 1969 a profissão 
adquiriu seus direitos, por meio do Decreto‑Lei n. 938/69, no qual a Fisioterapia foi reconhecida como 
um curso de nível superior e, definitivamente, regulamentada (Crefito‑3, 2019b).
O curso de Fisioterapia no Brasil pode ser dividido em três períodos de atuação profissional, sendo 
o primeiro de 1957 até 1969, que marca o reconhecimento da profissão; o segundo entre 1970 e 1982, 
quando houve uma rápida evolução da profissão e uma grande proliferação de escolas que ofereciam o 
curso de Fisioterapia; e o terceiro entre 1983 e 1995, caracterizado pelo incentivo a eventos científicos 
e troca de informações (FONSECA, 2002).
A preocupação com a formação de novos profissionais vem sendo cada vez mais enfatizada, pois 
antigamente entendia‑se que a fisioterapia estaria voltada apenas para o nível de atenção terciária, ou 
seja, apenas para reabilitação de lesões existentes. Hoje sabe‑se que a fisioterapia também está inserida 
no nível de atenção primária à saúde, atuando na prevenção, promoção e educação à saúde e, desta 
forma, contribuindo positivamente para uma melhora na qualidade de vida da população. Para isso, os 
profissionais deverão estar bem preparados e atentos às políticas de saúde vigentes, principalmente o 
Sistema Único de Saúde (SUS) (SILVA; ROS, 2007).
 Lembrete
A Fisioterapia apenas foi reconhecida como curso superior no ano 
de 1969. Antes desse período, a profissão era reconhecida como um 
curso técnico.
O objeto de trabalho do fisioterapeuta é o movimento humano tanto no âmbito individual quanto 
coletivo, estudando, prevenindo e tratando os distúrbios cinéticos funcionais decorrentes de alterações 
genéticas, traumas ou doenças adquiridas. O fisioterapeuta é um profissional de nível superior, com 
formação científica, habilitado à elaboração de diagnósticos cinéticos funcionais, prescrição de condutas 
fisioterapêuticas e acompanhamento da evolução do quadro clínico e das condições de alta da terapia. 
Ele atua não apenas na reabilitação, mas também nas áreas de promoção, prevenção e manutenção da 
saúde e da qualidade de vida (BRASIL, 2002b; DELIBERATO, 2002).
5.2 Diretrizes curriculares do curso de Fisioterapia
As diretrizes curriculares do curso de Fisioterapia foram instituídas em 2002 pelo Conselho Nacional 
de Educação, mediante a Resolução CNE/CES n. 4/02. Estas diretrizes fornecem orientações e definições 
dos princípios, fundamentos e condições para a formação dos profissionais fisioterapeutas em todas 
as instituições nacionais, descrevendo a formação do profissional como generalista, através de uma 
formação crítica, humanista e reflexiva, com condições para atuar em todos os níveis de atenção à 
saúde (BRASIL, 2002a).
87
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA FISIOTERAPIA
O SUS é a forma de organização de saúde no Brasil. Ele tem um modelo integral de atenção à 
saúde, não apenas centrado na doença, mas também no indivíduo como um todo, e está baseado nos 
princípios da integralidade, universalidade, equidade e intersetorialidade. Para que o profissional 
esteja apto a exercer a profissão na atenção básica, a formação deve ser além de apenas técnica; precisa 
ser voltada também às necessidades da população e para um trabalho interdisciplinar.
Sob a perspectiva das bases curriculares, os cursos de Fisioterapia devem apresentar como objetivo 
geral a formação de profissionais críticos, capazes de perceberem o homem no seu conceito global e 
com objetivos específicos contextualizar o fisioterapeuta como profissional da área da saúde em todos 
os níveis; analisar as variáveis orgânicas, emocional, histórica, social e política que possam interferir no 
processo terapêutico; estimular a prática da pesquisa; conscientizar a prática de fisioterapia não apenas 
como reabilitadora, mas também como profilaxia; selecionar técnicas terapêuticas adequadas a cada 
paciente; entre outros (JOSÉ, 2006).
Os conteúdos para o curso de graduação em Fisioterapia deverão estar relacionados com todo o 
processo saúde‑doença não apenas do paciente, mas também da família e da comunidade, e deverão 
estar integrados à realidade epidemiológica, proporcionando a integralidade das ações do cuidar em 
fisioterapia. Desta forma, o ensino deverá abranger quatro grandes áreas: ciências biológicas e saúde; 
ciências humanas e sociais; conhecimentos biotecnológicos; conhecimentos fisioterapêuticos. Todos esses 
conteúdos devem estar interligados entre si, proporcionando uma formação humanística, generalista, 
crítica e reflexiva centrada no ser humano e respeitando sempre seus aspectos biopsicossociais. Os 
conteúdos não deverão abordar apenas conteúdo teórico, mas a prática na área da fisioterapia é de 
extrema importância, e durante o curso de Fisioterapia, além de aulas práticas, o aluno deverá efetuar 
um estágio curricular sob supervisão docente (BRASIL, 2002b).
 Saiba mais
Para mais informações sobre as diretrizes curriculares do curso de 
Fisioterapia, consulte o documento a seguir:
BRASIL. Ministério da Educação. Resolução CES 2002. Brasília, 
2018. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/mais‑educacao/323‑
secretar ias‑112877938/orgaos‑v inculados‑82187207/13192‑
resolucaoces‑2002. Acesso em: 2 out. 2019.
O fisioterapeuta, de acordo com as diretrizescurriculares, deverá ter como objeto de estudo o movimento 
humano em todas as suas formas de expressão, seja em alterações patológicas, cinético‑funcionais, seja em 
suas repercussões psíquicas e orgânicas, com o objetivo de prevenção, promoção e recuperação de alterações 
em órgãos, sistemas e funções, sendo capaz de elaborar o diagnóstico cinético e funcional e também de 
prescrever e executar os procedimentos fisioterapêuticos pertinentes a cada situação. Além disso, é de suma 
importância que o profissional tenha conhecimento da realidade social e cultural da população a ser atendida, 
para que seja efetuada uma correta avaliação e elaboração de um plano de tratamento adequado.
88
Unidade III
A formação profissional deverá, entre outros, capacitar o fisioterapeuta a:
• Respeitar os princípios éticos e bioéticos referentes ao exercício profissional contidos no 
Código de Ética da Fisioterapia: a palavra “ética” é originada do grego ethos, que por sua vez 
significa propriedade de caráter, e, portanto, podemos dizer que a ética profissional é um conjunto 
de normas éticas que norteiam a moral e os costumes do profissional e, desta forma, ela também 
deve fazer parte da consciência do profissional em seu âmbito pessoal. O Código de Ética Profissional 
consiste em um conjunto de regras que direciona o comportamento do profissional durante o 
exercício de sua profissão. Ele é elaborado pelos conselhos que regulamentam as profissões.
• Respeitar e valorizar o ser humano: cada indivíduo é um ser único, composto por três dimensões: 
social, psíquica e espiritual, e todas devem ser respeitadas, e não julgadas ou questionadas. 
Cada ser humano, por ser único, possui o seu valor e a sua dignidade e deve ser respeitado desde 
o início de sua vida até o momento de sua morte.
Todo paciente deve ser atendido igualmente, independentemente de sua classe social, gênero, raça 
ou cor, pois todo ser humano, apesar de único, é igual perante a lei e deve ser tratado igualmente.
Por exemplo: durante seu atendimento a um senhor de 70 anos, ele apresenta um escape de 
urina e fica todo constrangido na sua frente devido à situação. A sua conduta ideal seria manter 
o paciente calmo, não demonstrar desconforto com a situação e procurar de alguma forma 
minimizar esse desconforto.
• Atuar em equipes multidisciplinares e interdisciplinares: o fisioterapeuta deve ser apto a 
trabalhar em equipes inter e multidisciplinares, pois o objetivo comum é o bem‑estar do paciente 
e, portanto, todos os profissionais responsáveis pelo paciente devem interagir e decidir a melhor 
conduta para ele.
Por exemplo: um paciente com diagnóstico de câncer de pulmão, internado na enfermaria de 
um determinado hospital, será acompanhado por uma equipe composta por médico, enfermeiro, 
nutricionista, fonoaudiólogo, farmacêutico, fisioterapeuta, psicólogo, assistente social, entre 
outros, de acordo com sua necessidade. Ao realizar o atendimento fisioterapêutico a esse paciente, 
o fisioterapeuta deverá conhecer as condutas dos outros profissionais e comunicar a eles qualquer 
alteração observada no paciente.
• Garantir a integralidade da assistência individual e/ou coletiva: o fisioterapeuta poderá 
atender o paciente individualmente ou em grupos e não deve interromper o tratamento do 
paciente se ele não tiver condições de afastar‑se da fisioterapia, a não ser em casos em que o 
próprio paciente não queira o atendimento, sendo desta forma respeitada sua autonomia.
— Contribuir para a manutenção da qualidade de vida e do bem‑estar de seus pacientes: 
a fisioterapia atua no âmbito primário com atividades de promoção e prevenção à saúde; no 
âmbito secundário, através do diagnóstico precoce; e no âmbito terciário, com a reabilitação, e 
desta forma contribuindo para uma melhora da qualidade de vida e do bem‑estar dos pacientes.
89
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA FISIOTERAPIA
— Realizar consultas, avaliações e reavaliações, bem como prescrever o tratamento 
adequado e elaborar sua alta de acordo com a necessidade de cada paciente: o 
fisioterapeuta é um profissional graduado capacitado para realizar a avaliação fisioterapêutica 
em seu paciente e, de acordo com o código de ética profissional, está habilitado a realizar 
o diagnóstico, com o objetivo de identificar os efeitos da doença sobre os diversos sistemas 
do movimento, bem como as alterações funcionais desencadeadas pela doença. A partir do 
conhecimento das alterações funcionais, ele deverá traçar os objetivos terapêuticos, além de 
prescrever o plano de tratamento.
— Emitir laudos, pareceres, atestados e relatórios sempre que necessários e que sejam 
solicitados pelos pacientes ou por colegas da equipe multidisciplinar; conforme disposto 
na Resolução 464/16 do Coffito: a Resolução 391/11 do Coffito dispõe sobre a proibição da 
oferta de serviços fisioterapêuticos por meios de sites para fins da realização de negócios jurídicos 
eletrônicos, especializados ou não.
 Conforme a Resolução 464/16, que revoga a Resolução 381/10 do Coffito, o fisioterapeuta tem 
competência para elaborar e emitir atestado (documento que confirma a veracidade sobre as 
condições do paciente), relatório técnico (documento que contém opinião técnico‑científica 
referente à atuação das especialidades da fisioterapia) e pareceres (documentos 
técnico‑científicos solicitados por pessoa física ou jurídica de natureza pública ou privada que 
emite opinião fundamentada sobre os aspectos gerais ou específicos baseados no diagnóstico 
fisioterapêutico e no tratamento do paciente) que indicam o grau de capacidade ou de 
incapacidade funcional, além de apontar competências ou incompetências laborais transitórios 
e ou definitivas que podem ocasionar mudanças ou adaptações nas funcionalidades de maneira 
transitória ou definitiva quando solicitado pelo empregador. Todos os documentos emitidos 
pelo fisioterapeuta deverão seguir criteriosamente aspectos éticos e bioéticos contidos no 
Código de Ética Profissional.
Figura 32 
90
Unidade III
— Esclarecer dúvidas e orientar tanto pacientes quanto familiares em relação ao 
tratamento a ser realizado, bem como em relação ao seu diagnóstico e prognóstico 
fisioterapêutico: todo paciente tem o direito de saber sobre seu diagnóstico, bem como sobre 
seu tratamento e prognóstico. Apenas quando o paciente que esteja pleno de suas faculdades 
mentais menciona que não quer saber informações sobre diagnóstico ou prognóstico é que 
eles devem ser omitidos do paciente, respeitando desta forma sua autonomia.
— Manter a confidencialidade de informações; encaminhar o paciente a outros profissionais 
quando necessário visando um melhor resultado ao tratamento dos pacientes; entre 
outros: as informações contidas em prontuários ou colhidas com o paciente deverão ser 
mantidas em sigilo, desde que elas não ofereçam perigo para a sociedade.
5.3 Estágio curricular
O estágio curricular abrange as atividades de aprendizagem social, profissional e cultural 
proporcionadas aos estudantes pela participação em situações reais da vida e trabalho de seu meio, 
sendo realizada na comunidade em geral ou junto a pessoas jurídicas de direito público ou privado, sob 
responsabilidade e coordenação da instituição de ensino.
O estágio curricular é um componente obrigatório integrado à proposta pedagógica do curso sob a 
supervisão de um profissional já habilitado. Esta parte da formação acadêmica é de extrema importância, pois 
constitui‑se como um momento de formação profissional, não sendo, portanto, uma atividade facultativa. O 
fisioterapeuta somente estará habilitado ao seu exercício profissional e obter sua respectiva licença mediante 
sua participação em ambientes próprios de atividades da sua área profissional (RODRIGUES, 2013).
O estágio é um momento em que o aluno será preparado para a vida profissional. Ele é obrigatório, faz 
parte do Projeto Pedagógico do Curso (PPC) e é regulamentado pela Lei n. 11.788/08. Sua carga horária 
é essencial para a obtenção do diploma do curso. Noestágio, a instituição de ensino deverá oferecer um 
termo de compromisso entre o aluno e a unidade onde ele será realizado. Neste termo, serão indicadas as 
condições de estágio, que devem estar adequadas ao PPC e ao calendário escolar da instituição.
 Saiba mais
Para se aprofundar na Lei que rege o estágio supervisionado, acesse:
BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. 
Lei n. 11.788, de 25 de setembro de 2008. Dispõe sobre o estágio de estudantes; 
altera a redação do… Brasília, 2008. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/_Ato2007‑2010/2008/Lei/L11788.htm. Acesso em: 2 out. 2019.
Conforme a Resolução n. 431/13 do Coffito, o estágio, além de obrigatório, deverá ser supervisionado 
diretamente por um docente fisioterapeuta que possua vínculo direto com a instituição de Ensino 
91
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA FISIOTERAPIA
Superior, não sendo permitido a realização de estágio de caráter obrigatório em outras instituições 
que não sejam vinculadas à instituição. Os serviços de fisioterapia que oferecem os estágios deverão 
ofertar instalações, materiais e equipamentos necessários ao aprendizado social, cultural e profissional 
do aluno, garantindo a qualidade de assistência fisioterapêutica.
O estágio é um momento em que o aluno irá executar a ação dos conhecimentos obtidos por meio de 
ensino, pesquisa e atividades de extensão e refletir sobre as ações executadas, devendo ainda contribuir 
para a realização de ações de cidadania para uma comunidade. A prática deve ser realizada de tal forma 
que o aluno seja capaz de pensar criticamente, analisar os problemas, apresentar e ser capaz de propor 
soluções para eles, realizando o atendimento ao paciente dentro dos preceitos éticos e bioéticos.
Estágio curricular supervisionado de ensino entendido como o tempo de 
aprendizagem que, através de um período de permanência, alguém se demora 
em algum lugar ou ofício para aprender a prática do mesmo e depois poder 
exercer uma profissão ou ofício. Assim o estágio curricular supervisionado supõe 
uma relação pedagógica entre alguém que já é profissional reconhecido em um 
ambiente institucional de trabalho e um aluno estagiário. “Por isso é que este 
momento se chama estágio curricular supervisionado…” (BRASIL, 2001).
 Lembrete
O estágio curricular é uma parte muito importante de sua graduação, 
e essencial para a sua formação. Neste momento, você aplicará na prática 
todos os conceitos e técnicas que aprendeu na sala de aula, sempre levando 
em consideração que o paciente deve ser considerado em sua totalidade.
O trabalho teórico é indispensável para a compreensão da realidade; já a atividade prática é real, 
tendo como objeto a natureza, a sociedade ou homens reais. A educação é dinâmica, histórica e está 
sempre em construção com a finalidade de humanizar o ser humano (DAIBEM,1997).
Os estágios de caráter obrigatório iniciam‑se no 6º período, cujo olhar é voltado à atenção primária 
em saúde, e estendem‑se até o 7º e o 8º períodos, em que o estágio passa a ser voltado para a manutenção 
e a recuperação da saúde, além da prevenção.
Nesta instituição de ensino, o estágio obrigatório abrange as quatro grandes áreas da fisioterapia – 
fisioterapia hospitalar, fisioterapia neurológica adulto e infantil; fisioterapia ortopédica adulto e 
infantil; saúde coletiva – e ainda conta com a hidroterapia aplicada à neurologia e à ortopedia.
O graduando também poderá realizar o estágio de caráter não obrigatório, conforme disposto na 
Resolução n. 432/13 do Coffito, desde que esteja regularmente matriculado em uma instituição de 
Ensino Superior, no mínimo no penúltimo ano do curso, respeitando a jornada de até 30 horas semanais 
e com supervisão direta do fisioterapeuta da unidade, o qual deverá ser acompanhado também pela 
Instituição de Ensino Superior.
92
Unidade III
Estágio Curricular Supervisionado
Teoria Prática
Figura 33 
 Observação
Diferentemente do que ocorre após a conclusão da graduação, ao 
realizar a evolução do seu paciente, ela deverá ser assinada pelo supervisor 
de estágio, que também deverá informar seu registro profissional.
Estágio
Aperfeiçoamento
Aprendizagem 
social
Treinamento
Atualização dos 
conhecimentos
Desenvolvimento 
profissional
Prática 
supervisionada
Situação real 
da vida e do 
trabalho
Crescimento 
cultural
De 
responsabilidade 
da IES
Procedimento 
didático‑
pedagógico
Figura 34 
93
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA FISIOTERAPIA
6 ME FORMEI, E AGORA? COMO PROCEDER PARA EXERCER LEGALMENTE 
MINHA PROFISSÃO?
Após a conclusão do curso, para exercer a profissão, o fisioterapeuta deverá se inscrever no 
Crefito no território em que irá atuar, mantendo sempre seus dados atualizados. Após a inscrição, 
o profissional receberá sua carteira de identificação profissional, na qual constará seu número de 
inscrição. O profissional deverá portar o seu documento de identificação ao exercer sua profissão em 
todos os níveis de atenção: primário, secundário e/ou terciário (COFFITO, 2013e).
 Observação
Cada território possui seu Crefito correspondente. Por exemplo, o Crefito‑1 
abrange as áreas de Pernambuco, Paraíba, Alagoas e Rio Grande do Norte. Caso 
o fisioterapeuta formado em São Paulo vá trabalhar em Pernambuco, deverá 
efetuar seu registro no Crefito‑1 para exercer sua profissão nessa região.
Figura 35 
Até 2015, o fisioterapeuta, ao se formar, recebia uma Licença Temporária de Trabalho (LTT) que dava 
direito ao recém‑formado que ainda não possuía o diploma de exercer legalmente sua profissão antes 
de dar entrada na sua licença definitiva. Em 2016, o Coffito inseriu novas normas referentes ao registro 
profissional, conforme descrito na Resolução 468/2016, que permite ao fisioterapeuta que retire sua 
licença definitiva de trabalho apenas com a declaração de colação de grau e o histórico escolar fornecido 
pela IES. Após obter a sua licença de trabalho definitiva, o fisioterapeuta deverá efetuar o pagamento da 
anuidade para que possa exercer legalmente sua profissão. Caso o fisioterapeuta não realize o pagamento 
de sua anuidade, poderá até perder a sua licença de trabalho para exercer sua profissão. Para requerer a 
licença de trabalho definitiva, é necessária a entrega da seguinte documentação:
• Requerimento devidamente preenchido e assinado.
• Cópia autenticada do diploma de graduação ou certidão original emitida pela IES com data de 
expedição recente (últimos 6 meses).
94
Unidade III
• Ato regulatório de reconhecimento ou renovação de reconhecimento do curso pelo Ministério de Educação.
• Cópia autenticada do histórico acadêmico de graduação.
• Cópia do comprovante da taxa de expediente para o registro.
• 3 fotos 3x4 (homens deverão usar terno e gravata e mulheres, preferencialmente, camisa social 
escura – blusas decotadas e de alça não serão aceitas).
• Cópia autenticada da carteira de identidade (RG).
• Cópia autenticada do Cadastro de Pessoas Físicas (CPF).
• Cópia autenticada do Título de Eleitor.
• Cópia autenticada do Certificado de Reservista (só para homens).
• Cópia autenticada da Certidão de Nascimento (para solteiros).
• Cópia autenticada da Certidão de Casamento (para os casados) ou da Certidão de Casamento com 
a averbação (para divorciados ou separados).
Após a solicitação, o prazo para entrega do documento ao profissional é de 45 dias. Caso necessite 
de urgência para iniciar suas atividades profissionais, o profissional poderá efetuar a solicitação de uma 
autorização para exercício profissional juntamente com a solicitação do seu registro. Essa autorização é um 
documento no qual constará o número de inscrição, emitido pelo Crefito da região onde o fisioterapeuta 
irá exercer sua profissão, que permite a atividade profissional até a emissão do registro definitivo.
Durante a cerimônia de colação de grau, o formando deverá efetuar um juramento da profissão. Leia‑o a seguir:
Prometo dedicar‑me à profissão de Fisioterapeuta utilizando todo conhecimento 
científicoe recursos técnicos por mim adquiridos durante o medir de esforços, 
assegurando aos pacientes sob meus cuidados o bem‑estar físico, psíquico e social. 
Juro honrar o nome da fisioterapia com amor, respeito e dignidade, empregando 
todos os meios para fazê‑la conhecida e valorizada (CREFITO‑3, 2019b).
Os Crefitos, respaldados na Lei n. 6.316, de 17 de dezembro de 1975, têm como objetivo a fiscalização 
do exercício profissional de fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais.
Além da fiscalização, o Crefito também tem a finalidade de arrecadar anuidades dos profissionais 
inscritos e funciona como um tribunal de ética, recebendo e apurando as denúncias recebidas a aplicando 
as sanções necessárias ao profissional, entre outras funções. Através do site do Crefito correspondente da 
sua região, o profissional, bem como o cidadão comum, tem acesso a todos os profissionais registrados 
e pode consultar se ele está apto ou não para exercer sua função. A consulta pode ser feita por meio de 
seu número de registro, CPF ou, simplesmente, pela pesquisa do nome.
95
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA FISIOTERAPIA
O profissional deverá defender a sua dignidade profissional, por meio de direito por remuneração 
e condições adequadas de trabalho compatíveis com o exercício ético da profissão. Dessa forma, de 
acordo com o código de ética profissional, o fisioterapeuta deve divulgar os seus serviços profissionais 
de acordo com a dignidade da profissão. E ao promover publicamente seus serviços, deverá fazê‑lo com 
excelência, observando sempre o que está disposto em seu código de ética profissional.
6.1 Referencial Nacional de Procedimentos Fisioterapêuticos (RNPF) e 
parâmetros assistenciais
A remuneração do profissional deverá seguir os valores do Referencial Nacional de Procedimentos 
Fisioterapêuticos (RNPF), expresso em reais. Esses custos são calculados por meio da interpretação 
dos valores do Coeficiente de Honorários Fisioterapêuticos (CHF), conforme expresso na Resolução n. 
482 do Coffito, de 1º de abril de 2017. O valor do CHF é atualizado anualmente aplicando‑se o valor 
acumulado ao ano do Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas 
(IPC/Fipe), Setor Saúde e/ou outros que o substitua, respondendo às perdas inflacionárias no período, 
com data‑base no dia 1º de janeiro. Em 2019, o valor de cada CHF foi estipulado em R$ 0,60.
O referencial de honorários é o resultado de um trabalho iniciado há cerca de 20 anos, sob registro 
do Coffito, com princípios e fins ético‑deontológicos, que recebeu apoio, incentivo e contribuições 
da Federação Nacional das Associações de Empresas Prestadoras de Serviços de fisioterapia 
(Fenafisio), Associação de Fisioterapeutas do Brasil (AFB), associações científicas de especialidades, 
Federação Nacional dos Fisioterapeutas e Terapeutas Ocupacionais (Fenafito), entre outras entidades 
representativas da classe.
Os valores expressos baseiam‑se em estudos regionais – de custo operacional e sustentabilidade 
técnica – dos serviços de fisioterapia, identificando os custos para o atendimento fisioterapêutico nas 
várias situações, sem desconsiderar a realidade dos valores dos serviços de saúde no país.
O RNPF descreve todos os procedimentos realizados pelo fisioterapeuta de acordo com sua área 
de atuação, da complexidade dos pacientes e procedimentos, na promoção de saúde, prevenção e 
recuperação da funcionalidade e incapacidades apresentadas em cada caso, sendo recomendada a 
utilização do modelo, da linguagem e da estrutura da Classificação Internacional de Funcionalidade, 
Incapacidade e Saúde (CIF), da OMS, para a descrição das alterações funcionais, alterações estruturais, 
limitações de atividades, restrições da participação social e envolvimento dos fatores ambientais.
Os valores referentes aos procedimentos fisioterapêuticos contidos no RNPF, de acordo com as 
características de cada região, poderão sofrer uma redução de até 20% (vinte por cento) em seu valor, 
assim como poderão ter um aumento de 50% (cinquenta por cento) quando realizados em situações 
de urgência e/ou emergência no período das 19h às 7h do dia seguinte; além de também poder ter um 
acréscimo de 100% (cem por cento) quando os procedimentos forem realizados em qualquer horário 
aos domingos e feriados, conforme previsto na legislação trabalhista e nos acordos coletivos de trabalho. 
Já os procedimentos realizados durante atendimentos por especialistas profissionais com especialização 
registrada pelo Coffito poderão ser acrescidos de 20% (vinte por cento).
96
Unidade III
O fisioterapeuta não deverá afixar o valor de seus honorários fora do seu local de assistência, 
promover sua divulgação de forma incompatível com a dignidade da profissão ou cobrar honorários e 
pacientes em instituições que se destinam à prestação de serviços públicos, conforme disposto em seu 
Código de Ética Profissional.
 Observação
O RNHF é um documento no qual constam os valores mínimos que devem ser 
cobrados pelo fisioterapeuta durante o seu atendimento, evitando dessa forma 
que o profissional ofereça serviços abaixo desse valor mínimo, despertando a 
concorrência desleal e indo contra seu código de ética profissional.
Exemplo:
Um fisioterapeuta que irá realizar uma consulta hospitalar (150 CHF) a um paciente que possui uma 
disfunção neurofuncional que lhe confere uma dependência total (180 CHF). Qual será o valor de sua 
remuneração, tendo como base o valor de CHF de R$ 0,60?
Informações úteis:
150 CHF – referente à consulta hospitalar
+
180 CHF – referente à disfunção neurofuncional com dependência total
Total = 330 CHF
Cada CHF possui o valor de R$ 0,60. Portanto, o valor mínimo a ser cobrado pelo fisioterapeuta pelo 
seu atendimento a este paciente será de:
330 x 0,60 = R$ 198,00
 Saiba mais
O Referencial Nacional de Honorários Fisioterapêuticos foi aprovado 
conforme os incisos II e XII do Artigo 5º da Lei n. 6.316, de 17 de dezembro 
de 1975. Para ler o RNPF na íntegra, acesse:
COFFITO. Resolução n. 482, de 1º de abril de 2017. Brasília, 2017b. Disponível 
em: https://www.coffito.gov.br/nsite/?page_id=2353. Acesso em: 4 out. 2019.
97
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA FISIOTERAPIA
O fisioterapeuta pode divulgar os seus serviços em qualquer meio de comunicação, desde que o faça 
com zelo e respeite a dignidade da profissão. Nessa divulgação, deve constar o nome do profissional e o 
seu número de inscrição no Conselho Regional.
O Coffito também estabelece, por meio da Resolução n. 444/14, os parâmetros assistências 
fisioterapêuticos nas mais diversas modalidades; ou seja, dependendo de sua área de atuação e da 
complexidade do paciente a ser atendido, o profissional poderá atender um montante de 8 a 10 pacientes.
Por exemplo, um fisioterapeuta que atue em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) ou em um setor de 
urgência/emergência deverá atender no seu período de trabalho de 6 horas diárias um montante de 6 a 10 
pacientes; o número exato dependerá do nível de complexidade do paciente. Já um profissional que atue 
em um ambulatório geral que inclua pacientes traumáticos, ortopédicos, reumatológicos, de clínica geral, 
pós‑cirúrgico tardio e qualquer outro paciente que se enquadre em cuidados mínimos, em seu período de 
trabalho deverá atender no máximo 12 pacientes individualmente.
O fisioterapeuta, de acordo com a Lei n. 8.856/94, deverá exercer sua jornada de trabalho em no máximo 
30 horas semanais de trabalho; ou seja, se o seu turno de trabalho for de 6 horas/dia, você não poderá 
trabalhar mais do que cinco dias da semana, pois se você trabalhar por um período de 6 horas/dia por 6 dias 
da semana, sua carga horária semanal será de 36 horas, ultrapassando a máxima, estipulada por lei.
Quando falamos em terapia em grupo, como um grupo de idosas que concorde em participar desta 
modalidade de terapia, que possuem problemas associados a dores lombares crônicas mas que se encontrem 
estáveis e em condições físicas satisfatórias, o fisioterapeuta responsável deverá organizaro grupo com idosas 
que possuem o mesmo perfil, com no máximo 6 pessoas por grupo a cada 1 hora de atendimento. Então, em 
um período de 6 horas, por exemplo, o fisioterapeuta poderá atender a até 6 grupos com 6 pacientes cada.
A consulta fisioterapêutica e a prescrição de tratamento deverão ser realizadas de forma presencial, 
sendo proibido ao fisioterapeuta, por exemplo, dar consultas ou prescrever um simples exercício via 
mensagens por rede social, sem avaliar o paciente, bem como é proibido prometer uma terapia infalível 
cuja eficácia não seja comprovada. É terminantemente proibido ao fisioterapeuta divulgar ou oferecer 
avaliação fisioterapêutica gratuita ou sessão experimental.
Exemplo de aplicação
Sua tia de 65 anos estava limpando a casa e, ao subir no banquinho para limpar o lustre de seu quarto, 
sofreu uma queda e passou a sentir muitas dores em região de coluna lombar. No mesmo momento, ela 
se lembra que você é estudante de Fisioterapia e pode auxiliá‑la naquele momento, então lhe envia uma 
mensagem solicitando uma dica sobre o que ela poderia fazer para amenizar a dor que está sentindo.
Qual seria a sua conduta neste momento?
Nesse caso, você deve solicitar à sua tia que se dirija a um pronto atendimento para realização 
de exames complementares e avaliação médica, para que seja descartada a possibilidade de lesões. 
Posteriormente, solicite‑a que compareça ao seu consultório para uma avaliação fisioterapêutica.
98
Unidade III
 Observação
Ao se formar, você obterá o título de fisioterapeuta. Expressões como 
“terapeuta corporal”, “massagista”, “terapeuta funcional”, “pilateiro”, 
“bobatiano”, “esteticista” etc. definem outros profissionais que possuem 
outras funções que não devem, portanto, ser confundidas com as 
executadas por fisioterapeutas.
6.2 Código de Ética Profissional
O Código de Ética e Deontologia da fisioterapia foi estabelecido por meio da Resolução n. 424/13 
e é composto por 11 capítulos e 57 artigos que estabelecem os deveres do fisioterapeuta referentes 
ao exercício de sua profissão, e o profissional que infringir esse código estará sujeito a penalidades 
previstas na legislação em vigor. O primeiro Código de Ética foi elaborado em 1978 e era destinado tanto 
à fisioterapia quanto à terapia ocupacional, e em 2013 o Coffito separou as profissões e delegou um 
código de ética profissional para cada profissão.
 Saiba mais
O Primeiro Código de Ética da Fisioterapia foi elaborado em 1978 e 
somente em 2013 sofreu revisões e adaptações pertinentes, bem como sua 
separação do Código de Ética da Terapia Ocupacional.
Consulte o Código de Ética da Fisioterapia:
CREFITO‑3. Códigos de Ética. Brasília, 2019a. Disponível em: http://www.
crefito3.org.br/dsn/verLegis.asp?pg=7. Acesso em: 7 out. 2019. 
Os capítulos do Código de Ética profissional estão assim divididos:
Capítulo I – Disposições preliminares
O Código de Ética trata dos deveres do fisioterapeuta, e é de competência do Conselho Federal de 
Fisioterapia e Terapia Ocupacional observar os princípios dele, funcionando como Conselho Superior 
de Ética em casos de infrações ao Código. Os conselhos regionais funcionam como órgão julgador de 
infrações éticas em primeira instância.
Os fisioterapeutas inscritos em seu devido Conselho Regional deverão comunicar fatos que não 
estejam de acordo com o seu código de ética ao seu respectivo Conselho Regional, para a tomada das 
devidas providências.
99
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA FISIOTERAPIA
Capítulo II – Das responsabilidades fundamentais 
O fisioterapeuta presta 
assistência ao ser humano 
tanto no plano individual 
quanto no plano coletivo, 
participando da promoção, 
prevenção, tratamento, 
recuperação e cuidados 
paliativos.
O fisioterapeuta protege o seu 
paciente e a instituição em 
que trabalha contra imperícia, 
negligência ou imprudência.
O fisioterapeuta avalia sua 
capacidade técnica e somente 
aceita atribuição ou assume 
um cargo quando for capaz 
de desempenhar sua função 
de forma segura.
O fisioterapeuta deve 
atualizar e aperfeiçoar seus 
conhecimentos técnicos, 
científicos e culturais, 
amparando‑se nos princípios 
da beneficência e da não 
maleficência.
Figura 36 
Capítulo III – Do relacionamento com o cliente/paciente/usuário 
O fisioterapeuta deve 
se responsabilizar pela 
elaboração do diagnóstico 
fisioterapêutico e instituir o 
plano de tratamento.
Abandonar o paciente em 
meio ao tratamento, sem 
garantia de continuidade de 
assistência.
Respeitar a vida humana 
desde sua concepção até a 
morte; prestar assistência 
ao ser humano, respeitando 
sua dignidade e os direitos 
humanos.
Proibido inserir em anúncio 
ou divulgação profissional 
iniciais de nomes, fotografia 
que comparam o antes e 
o depois do tratamento 
realizado.
Relacionamento com o paciente
Proibido
Dever fundamental
Figura 37 
100
Unidade III
Capítulo IV – Do relacionamento com a equipe 
Enquanto participante de equipes multiprofissionais e interdisciplinares, o 
fisioterapeuta deve colaborar com seus conhecimentos na assistência ao 
ser humano.
É proibido permitir que seu nome conste do quadro de pessoal de 
instituição pública ou privada sem nele exercer a função de fisioterapeuta.
Deve tratar membros da equipe de saúde e outros profissionais com 
respeito, seja verbalmente, por escrito ou por via eletrônica.
É proibido permitir que o trabalho executado por você seja assinado por 
outro profissional, bem como assinar um trabalho que não tenha sido 
realizado por você.
Figura 38 
Capítulo V – Das responsabilidades no exercício da fisioterapia 
O fisioterapeuta deve atuar 
em consonância com a 
política nacional de saúde, 
independentemente de atuar 
em setor público ou privado.
É proibido trabalhar ou ser 
colaborador de entidades 
onde sejam desrespeitados 
princípios éticos e bioéticos 
além da autonomia 
profissional.
É proibido promover ou 
participar de atividade de 
ensino ou de pesquisa que 
não esteja de acordo com as 
normas reguladoras de ética e 
pesquisa.
Figura 39 
101
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA FISIOTERAPIA
Capítulo VI – Do sigilo profissional 
Proibido revelar sem justa 
causa fato sigiloso de que 
tenha conhecimento. 
Proibido fazer referência a 
casos clínicos identificando 
e usando a imagem de 
pacientes em qualquer meio 
de comunicação se não for 
autorizado pelo paciente.
Proibido negligenciar 
a orientação de seus 
colaboradores.
Qualquer infração poderá 
culminar com a demissão do 
profissional por justa causa.
Figura 40 
Exemplo de aplicação
Você está atendendo um paciente e durante a terapia ele confidencia a você que apesar de ser portador 
do vírus HIV e estar casado, tem mais duas namoradas que não sabem que ele é portador do vírus e pede a 
você que não comente com ninguém, pois ele pode perder as namoradas. Qual seria a sua conduta?
Apesar da obrigatoriedade do sigilo profissional, a situação apresentada anteriormente oferece risco 
à sociedade, pois as duas namoradas que não sabem sobre o parceiro ser portador do vírus podem estar 
contaminadas pois não fizeram uso de preservativos e, caso tenham relações sexuais desprotegidas com 
outras pessoas, podem contaminá‑las também. Você deverá comunicar a situação à equipe, para que as 
devidas providências sejam tomadas.
102
Unidade III
Capítulo VII – Do fisioterapeuta perante as entidades de classe 
Quadro 1
O fisioterapeuta frente às entidades de classe
Deve participar da determinação 
de condições justas de trabalho.
É recomendado que o 
fisioterapeuta participe de 
entidades associativas de classe.
É proibido ao fisioterapeuta 
divulgar conteúdo que atente 
de forma depreciativa contra o 
conselho de classe.
Capítulo VIII – Dos honorários
Conforme o Código de Ética Profissional, o fisioterapeuta tem direito a uma remuneração justa pela 
execução de seus serviços profissionais e somente poderá deixar de cobrar seus honorários quando 
prestar assistência a pessoas que vivam sob sua responsabilidade econômica e/ou pessoaque não possua 
recursos econômicos suficientes comprovados. Porém, é proibido ao fisioterapeuta prestar assistência 
gratuita ou a preço inferior fora das situações anteriormente mencionadas.
O fisioterapeuta deverá guiar‑se pelo referencial de honorários fisioterapêuticos para estabelecer 
o valor mínimo de remuneração referente ao atendimento realizado ao paciente de acordo com 
sua patologia e complexidade, não devendo efetuar a cobrança de valores abaixo deste referencial, 
respeitando assim a dignidade da profissão.
Capítulo IX – Da docência, preceptoria, pesquisa e publicação 
Cuidado em não instigar ou 
induzir alunos contra órgãos 
de classe.
Proibido transmitir 
conhecimento do ensino 
de procedimentos próprios 
da fisioterapia a outros 
profissionais.
Induzir ou contribuir para 
a manipulação de dados 
quando estiver atuando em 
pesquisas.
Figura 41 
103
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA FISIOTERAPIA
Capítulo X – Da divulgação profissional 
A promoção de seus serviços deve ser feita com 
dignidade, observando os preceitos do Código 
de Ética.
Em anúncios, deverá constar o nome do 
profissional, bem como seu registro no Conselho 
Regional, titulo de formação acadêmica, endereço, 
telefone, convênios atendidos, entre outros.
É permitido ao fisioterapeuta que atua em um 
serviço multiprofissional divulgar sua atividade 
profissional em anúncio coletivo.
Figura 42
Capítulo XI – Das disposições gerais
De acordo com a Resolução n. 423/13, qualquer infração ético‑disciplinar cometida pelo profissional 
fisioterapeuta tramitará em sigilo e somente as partes e seus procuradores terão acesso aos autos. 
O Crefito e o Coffito são os órgãos competentes responsáveis pelo processamento e julgamento de 
processos éticos. O resultado final do julgamento será publicado no Diário Oficial da União; porém, 
caso haja penalidade, advertência, repreensão e/ou multa, a intimação deverá ser pessoal, em ofício 
reservado, salvo em caso de reincidência.
As penas disciplinares aos infratores do Código de Ética estão previstas no artigo 17 da Lei n. 6.316, 
de 17 de dezembro de 1975, e a punibilidade prescreve em cinco anos.
Após a conclusão do curso, o fisioterapeuta deverá estar atento aos seus direitos e aos seus deveres 
que constam em seu código de ética profissional para um exercício legal, ético e bioético de sua profissão.
 Observação
Direito: o que pode ser exigido pelo profissional de acordo com as leis 
ou a justiça.
Dever: ato que deve ser executado em preceito de ordem, obrigação.
Responsabilidade: obrigação por responder por suas ações.
104
Unidade III
O Código de Ética auxilia no estabelecimento de normas e regras que contribuem para o relacionamento entre 
colegas de trabalho e pacientes, tendo como referência valores como honestidade, respeito e responsabilidade, e 
abrange valores universais, tais como fazer o bem, evitar o mal e agir com justiça e equidade.
Utilizar os conhecimentos 
técnico‑científicos e 
aprimorá‑los de forma 
contínua e permanente.
Exercer sua atividade com 
zelo, probidade e decoro.
Manter segredo sobre 
fato sigiloso.
Cumprir os Parâmetros 
Assistenciais e o Referencial 
Nacional de Procedimentos 
Fisioterapêuticos.
Cumprir e fazer cumprir os 
princípios contidos neste 
Código, independentemente 
da função ou cargo 
que ocupa.
Oferecer ou divulgar seus 
serviços profissionais de 
forma ética e digna.
Colocar seus serviços 
profissionais à disposição 
da comunidade em caso de 
guerra/catástrofe/epidemia/
crise social.
Assumir responsabilidade 
técnica por serviço de 
fisioterapia, em caráter de 
urgência, se solicitado ou for 
o único profissional no local.
Deveres fundamentais
I IIVIII
VII III
IVVI V
Figura 43 
 Resumo
Nesta unidade, foi possível relembrar que a fisioterapia nasceu na 
metade do século XIX, no continente europeu. No Brasil, ela foi implantada 
com o objetivo de solucionar os altos índices de acidentes de trabalho, a fim 
de curar ou reabilitar as pessoas para reintegrá‑las ao sistema produtivo ou 
atenuar seu sofrimento.
As Diretrizes Curriculares do curso de Fisioterapia foram instituídas 
em 2002, pelo Conselho Nacional de Educação, mediante a Resolução 
CNE/CES n. 4/02. Os conteúdos para o curso de graduação de Fisioterapia 
deverão estar relacionados com todo o processo saúde‑doença não apenas 
do paciente, mas também da família e da comunidade, e deverão estar 
integrados à realidade. O curso conta com estágio obrigatório conforme 
a Resolução n. 431/13 do Coffito, sendo sua realização necessária para 
conclusão do curso.
Após a conclusão do curso, para exercer a profissão, o fisioterapeuta deverá 
se inscrever no Crefito do território em que irá atuar, mantendo sempre seus 
105
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA FISIOTERAPIA
dados atualizados. O profissional também deverá seguir o Código de Ética e 
Deontologia da Fisioterapia durante o exercício de sua profissão.
A remuneração do fisioterapeuta deverá seguir os valores do Referencial 
Nacional de Procedimentos Fisioterapêuticos (RNPF), por meio da interpretação 
dos valores do Coeficiente de Honorários Fisioterapêuticos (CHF), expresso em 
reais e atualizado anualmente.
 Exercícios
Questão 1. (Iades, 2019) O fisioterapeuta é um profissional de saúde, com formação acadêmica superior, 
habilitado à construção do diagnóstico dos distúrbios cinéticos funcionais (diagnóstico fisioterapêutico), 
prescrição das condutas fisioterapêuticas, a respectiva ordenação e indução no paciente, bem como o 
acompanhamento da evolução do quadro clínico funcional e das condições para alta do serviço. Em 
relação às responsabilidades fundamentais e atribuições do fisioterapeuta, assinale a alternativa correta.
A) Elaborar o diagnóstico clínico e prescrever, planejar, ordenar, analisar, supervisionar e avaliar os 
projetos fisioterapêuticos quanto à respectiva eficácia, à resolutividade e às condições de alta do 
cliente submetido a essas práticas de saúde.
B) Integrar a equipe multiprofissional de saúde desde que na qualidade de chefe de equipe, porém 
com participação plena na atenção prestada ao cliente.
C) Todos os fisioterapeutas em atividade são obrigados a desenvolver estudos e pesquisas relacionados 
à respectiva área de atuação.
D) Para o exercício da atividade profissional de fisioterapia no país, é exigível, além da formação 
em curso universitário superior, o registro do título do profissional no Conselho Profissional da 
categoria e a especialização em nível lato sensu.
E) Desenvolver/projetar protótipos de produtos de interesse do fisioterapeuta e (ou) da fisioterapia 
pode ser uma das referidas atribuições.
Resposta correta: alternativa E.
Análise das alternativas
A) Alternativa incorreta.
Justificativa: artigo 4º – O fisioterapeuta presta assistência ao ser humano, tanto no plano individual 
quanto no coletivo, participando da promoção da saúde, prevenção de agravos, tratamento e recuperação 
da sua saúde e cuidados paliativos, sempre tendo em vista a qualidade de vida, sem discriminação de 
qualquer forma ou pretexto, segundo os princípios do sistema de saúde vigente no Brasil.
106
Unidade III
B) Alternativa incorreta.
Justificativa: artigo 9º – Constituem‑se deveres fundamentais do fisioterapeuta, segundo sua 
área e atribuição específica: I – assumir responsabilidade técnica por serviço de fisioterapia, em 
caráter de urgência, quando designado ou quando for o único profissional do setor, atendendo à 
Resolução específica.
C) Alternativa incorreta.
Justificativa: utilizar todos os conhecimentos técnico‑científicos a seu alcance e aprimorá‑los 
contínua e permanentemente, para promover a saúde e prevenir condições que impliquem a perda da 
qualidade da vida do ser humano.
D) Alternativa incorreta.
Justificativa: artigo 3º – Para o exercício profissional da fisioterapia, é obrigatória a 
inscrição no Conselho Regional da circunscrição em que atuar na forma da legislação em 
vigor, mantendo obrigatoriamente seus dados cadastrais atualizados juntoao sistema Coffito/
Crefitos. §1º: O fisioterapeuta deve portar sua identificação profissional sempre que em 
exercício. §2º: A atualização cadastral deve ocorrer minimamente a cada ano, respeitadas as 
regras específicas quanto ao recadastramento nacional.
E) Alternativa correta.
Justificativa: artigo 8º – O fisioterapeuta deve se atualizar e aperfeiçoar seus conhecimentos 
técnicos, científicos e culturais, amparando‑se nos princípios da beneficência e da não maleficência, 
no desenvolvimento de sua profissão, inserindo‑se em programas de educação continuada e de 
educação permanente.
Questão 2. (Enade, 2007) De acordo com a Declaração de Alma‑Ata, promulgada em 1978, no 
encerramento da Conferência de Alma‑Ata (OMS), as ações primárias de saúde pressupõem a participação 
da população em seu planejamento, organização, execução e controle. Uma das Diretrizes do Sistema 
Único de Saúde em concordância com este princípio da Declaração de Alma‑Ata é a participação da 
comunidade, ou seja, o exercício do controle social sobre as atividades e os serviços públicos de saúde.
Com base no texto acima, nas Diretrizes do SUS e no funcionamento do Sistema de Saúde brasileiro, 
pode‑se afirmar que:
A) embora seja uma diretriz constitucional, a participação da comunidade no Sistema de Saúde 
ainda não foi implantada no Brasil devido à dificuldade de acesso à saúde.
B) embora seja uma diretriz constitucional, a participação da comunidade no Sistema de Saúde 
ainda não foi implantada no Brasil, devido às dificuldades de financiamento.
107
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA FISIOTERAPIA
C) a participação da comunidade no Sistema de Saúde ocorre de fato, e é feita através das estratégias 
do Programa Saúde da Família.
D) a participação da comunidade no Sistema de Saúde ocorre de fato, e suas atividades de organização, 
execução e controle são direcionadas apenas para as ações de promoção da saúde.
E) a participação da comunidade ocorre de fato, e é feita por meio das Conferências e Conselhos de 
Saúde, nos níveis nacional, estaduais, municipais e distritais.
Resposta correta: alternativa E.
Análise das alternativas
A) Alternativa incorreta.
Justificativa: não dependem do acesso aos serviços de saúde pela população.
B) Alternativa incorreta.
Justificativa: não dependem do financiamento.
C) Alternativa incorreta.
Justificativa: está indicado a participação popular apenas através de estratégias do Programa de 
Saúde da Família, que prioriza a atenção básica à população local.
D) Alternativa incorreta.
Justificativa: indica a participação popular exclusivamente para as ações de promoção da saúde. Na 
realidade, elas envolvem ações em geral que deliberam sobre a saúde geral da população.
E) Alternativa correta.
Justificativa: os conselhos de saúde têm caráter permanente e atribuição de deliberar sobre as 
políticas em cada âmbito de governo (municipal, estadual e nacional). Devem aprovar o plano de saúde 
e o orçamento setorial, acompanhar a execução das políticas de saúde, avaliar os serviços de saúde e 
fiscalizar a aplicação dos recursos financeiros.

Continue navegando