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Sistemas Elétricos de Potência EEN-601 Transmissão de Energia Elétrica Universidade Federal de Itajubá Nuclear Gás Óleo diesel, combustível Carvão Biomassa (bagaço de cana,madeira,biogás,casca de arroz,etc) Usinas Hidrelétricas Termelétricas Eólicas Solar SIN – Sistema Interligado Nacional Classificação segundo a fonte primária UNIFEI – EEN601 Um Pouco de História UNIFEI – EEN601 Nikola Tesla George Westinghouse Jr Thomas Edison Um Pouco de História UNIFEI – EEN601 • Evolução do nível de tensão nas LTs • 1903: 60 kV • 1910: 110 kV • 1913: 150 kV • 1922: 230 kV • 1936: 287 kV • 1952: 400 kV (LT de 1000 km comprimento na Suécia) • 1955: 345 kV • 1959: 500 kV (antiga URSS) • 1964-1967: LTs de 735 kV no Canadá • 1970: tensões superiores a 750 kV • Frequências Nominais de Operação • Primeiros Sistemas: Diversas Frequências 25, 50, 60, 125 e 133 Hz • Atualmente: 50 e 60 Hz Características Atuais dos SEP´s UNIFEI – EEN601 • Padronização da Frequência de Operação: 50 e 60 Hz • Padronização de Tensão (Faixas – Sistemas AC): Extra Baixa Tensão (EBT): até 50 V Baixa Tensão (BT): de 50 V até 1000 V Média Tensão (MT): de 1 kV até 72,5 kV Alta Tensão (AT): de 72,5 kV até 242 kV Extra Alta Tensão (EAT): de 242 kV até 800 kV Ultra Alta Tensão (UAT): acima de 800 kV • Níveis de Tensão de Corrente Contínua Características Atuais dos SEP´s UNIFEI – EEN601 • Níveis de Tensão de Corrente Contínua 1950 - Operação experimental ( URSS) LT 113 Km, 30 MW, 200kV, vapor de mercúrio. 1954 - Primeiro sistema HVDC operando comercialmente, interligando ilha de Gotland (Suécia) ao continente 1960 – Tiristores de potência disponibilizados comercialmente. 1962 – Nova Zelândia 600MW, 250kV, 567 Km (aérea)+ 38Km (cabo) , vapor de mercúrio. 1970 – USA Pacific Intertie 1440 MW, 400kV, 1354 Km (aérea), vapor de mercúrio. 1975 _ Inglaterra Kingsnorth 640 MW, 266kV, 82 Km, (subterrâneo)- vapor de mercúrio 1975 – Cabora- Bassa ( Africa do Sul) , 960MW, ±266kV, 1410Km (aérea), tiristores 1977 – Noruega/Dinamarca , 500MW, 250 kV, 100Km(aérea) + 130Km(cabo) – tiristores 1983 – Brasil – sistema Itaipú ( Elo Acaray) 6300MW, 600kV , 800 Km (aérea) – tiristores 2013 – Brasil – sistema Madeira, 6300MW, 600kV, 2400km 2009 – China – Yunnan Guandong, 5000MW, 800kV, 1500km Sistema Interligado Nacional - SIN Sistema de Transmissão Brasileiro: extensão comparada com a da Europa Dimensões Relativas UNIFEI – EEN601 SIN – Sistema Interligado Nacional UNIFEI – EEN601 Sistemas Isolados Sistema Interligado Nacional +3.400km + 3 .4 0 0 k m Os sistemas regionais têm regimes hidrológicos distintos. Isso se deve ao tamanho continental do nosso país. Sistemas com essas características ganham energia a partir de interconexões. Aproveitamos essa diversidade entre as Regiões Sul, Sudeste, Norte e Nordeste. Quanto mais interligado for o sistema, mais transferências de energia entre bacias, mais energia para o conjunto de usinas visto como um todo. UNIFEI – EEN601 200 - 160 - 150 - 140 - 120 - 100 - 80 - 60 - 40 - 20 - - | | | | | | | | | | | | JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ SUL SE / CO / N / NE período seco (médias mensais de todo o histórico/Média Anual) ....existem anos mais secos e anos mais úmidos período úmido Média Anual - MLT ENAS % Sazonalidade e Complementaridade Hidrológica SIN – Sistema Interligado Nacional UNIFEI – EEN601 Sistemas Isolados Sistema Interligado Nacional +3.400km + 3 .4 0 0 k m • Investimentos evitados • Substituição térmica por hidroelétrica • Reserva de potência compartilhada – auxílio mútuo entre subsistemas • Controle de tensão sistêmico • Vertimentos evitados • Regulação de bacias / controle de cheias • Controle de enchimento de reservatórios Ganhos Função da Transmissão de Energia UNIFEI – EEN601 Transportar a energia produzida nas usinas até os centros de consumo e interligar os subsistemas do SIN. É vetor da otimização econômica pois permite: • o uso ótimo dos recursos hidrológicos, explorando complementaridades de regime hidrológico das bacias: • leva à postergação de parcela de investimentos de geração; • é vista como usina virtual. • a melhoria da segurança elétrica e energética. O sistema de transmissão influencia a quantidade de energia disponível e a segurança do atendimento: A B Vertimento (Excedente) Espaço Vazio Sistemas estão Isolados Nesse caso o sistema A joga fora os excedentes pois não tem como atender o mercado B Mercado A Mercado B SIN – Sistema Interligado Nacional Importância da Transmissão A B O excedente da(o) usina/sistema é transferido para a (o) outra(o) Espaço Vazio O que ocorre quando as usinas/sistemas são interligadas por Linhas de Transmissão Mercado A Mercado B SIN – Sistema Interligado Nacional Importância da Transmissão Função da Transmissão de Energia UNIFEI – EEN601 A integração dos sistemas regionais e mesmo nacionais, pela interligação dos sistemas isolados, é considerada hoje indispensável, apontando-se principalmente: • A possibilidade de intercâmbio de energia entre os diversos sistemas de acordo com as disponibilidades e necessidades diferenciadas; • Aumento da capacidade de reserva global das instalações de geração para casos de indisponibilidades em alguma central dos sistemas componentes; • Aumento da confiabilidade de abastecimento em situações anormais ou de emergência; • Possibilidade de despacho centralizado e mais eficiente, com alto grau de automatização e otimização; • Possibilidade de manutenção de um órgão de planejamento, em conjunto com rateio das despesas e, consequentemente, menor incidência sobre os custos de cada sistema. Rede Básica - Área de atuação do ONS UNIFEI – EEN601 SIN – Sistema Interligado Nacional UNIFEI – EEN601 • Operação sistêmica pelo ONS • Operação das instalações pelas empresas de G & T • Abastecimento no atacado Operação pelas empresa de Distrib. Abastecimento no varejo Mais de 1.000 pontos de conexão entre a Rede Básica e a distribuição Transmissão Geração Consumo A Estrutura Institucional do Setor UNIFEI – EEN601 Transporte UNIFEI – EEN-601 As fontes de energia das quais se obtém energia elétrica não estão, geralmente, disponíveis nas imediações dos grandes centros de consumo, pelo que é necessário recorrer à transmissão à distância. Transporte UNIFEI – EEN-601 PERDAS ELÉTRICA R I2 (resistência x corrente ao quadrado) POTÊNCIA TRANSPORTADA V I (tensão x corrente) MAIOR TENSÃO E MESMA CORRENTE MAIOR POTÊNCIA TRANSPORTADA MESMAS PERDAS ELÉTRICA TRANSPORTAR COM TENSÃO MAIS ELEVADA Transporte UNIFEI – EEN-601 GERADORES tensão não muito elevada (até ordem de 18.000 V) CARGAS tensões baixas residencial 110 ou 220 V industrial até 4.160 V NECESSÁRIO UM EQUIPAMENTO QUE: ELEVE A TENSÃO DA ENERGIA ELÉTRICA GERADA PARA TRANSPORTÁ-LA DIMINUA A TENSÃO DA ENERGIA ELÉTRICA TRANSPORTADA PARA CONSUMI-LA TRANSFORMADOR Transporte UNIFEI – EEN-601 NECESSÁRIO UM EQUIPAMENTO QUE: TRANSPORTE A ENERGIA ELÉTRICA EM ALTA TENSÃO ATÉ A ÁREA ONDE DEVA SER CONSUMIDA LINHAS DE TRANSMISSÃO (aéreos) CABOS (subterrâneos) Tensões: 69, 88, 138, 230, 345, 440, 500 (525), 600, 765 kV Transporte UNIFEI – EEN-601 O crescimento econômico e populacional e o uso crescente de energiaelétrica levaram progressivamente a necessidade de construir cada vez mais linhas de transmissão e cabos isolados. Dificuldades: restrições ambientais e a falta de espaço Solução Natural: emprego de níveis de tensão cada vez maiores para a transmissão de energia elétrica Transporte UNIFEI – EEN-601 138 kV 500 kV 45 m 35 m 20 m Edf. 6 andares Edf. 16 andares Edf. 12 andares 150mil R$/km 600 mil R$/km 900 mil R$/km 765 kV Transporte em Corrente Alternada UNIFEI – EEN-601 p = v x i v i V t t p t i Transporte em Corrente Contínua UNIFEI – EEN-601 p = v x I v I t I V t t p Transporte – Esquema Básico UNIFEI – EEN-601 TRANSFORMADOR ELEVADOR TRANSFORMADOR ABAIXADOR LINHA AÉREA DE TRANSMISSÃO CABO SUBTERRÂNEO Transporte – Esquema Básico UNIFEI – EEN-601 TRANSFORMAÇÃO TRANSFORMADORES ELEVADORES ALTA TENSÃO - REDE DE TRANSMISSÃO - REDE DE SUBTRANSMISSÃO SISTEMA DE TRANSMISSÃO TRANSFORMAÇÃO TRANSFORMADORES ABAIXADORES GERAÇÃO MÉDIA TENSÃO SUBESTAÇÃO SUBESTAÇÃO Transporte – Sistema de Transmissão UNIFEI – EEN-601 TEM COMO FUNÇÃO PRIMORDIAL FAZER A DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DA ENERGIA GERADA, OU SEJA, INTERLIGAR AS USINAS GERADORAS AOS LOCAIS DE CONSUMO CONSTITUÍDO PELO CONJUNTO: LINHAS DE TRANSMISSÃO CABOS SUBESTAÇÕES TRANSFORMADORES SISTEMA DE CONTROLE, COMANDO E PROTEÇÃO SAÍDA PARA O SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO (CONSUMO) Transporte – Sistema de Transmissão UNIFEI – EEN-601 TRADICIONALMENTE DIVIDIDO EM: continuidade da rede de transmissão transmite energia às pequenas cidades ou grupamentos de cidades, ao interior de grandes centros urbanos e a consumidores industriais de grande porte reparte a energia recebida de subestações de transmissão entre as subestações de distribuição pequena extensão territorial tensões de 69 kV a 138 kV SISTEMA (REDE) DE TRANSMISSÃO SISTEMA (REDE) DE SUBTRANSMISSÃO distribuição da energia gerada pelas usinas aos grandes centros consumidores e alimentação de eventuais consumidores de grande porte interligar usinas geradoras, bacias hidráulicas e regiões de características hidrológicas heterogêneas estrutura malhada (maior confiabilidade, minimiza custos, otimiza recursos energéticos) normalmente tem vasta extensão territorial tensões acima de 230 kV Consumo – Esquema Básico UNIFEI – EEN-601 PEQUENOS E MÉDIOS CONSUMIDORES - TENSÃO PRIMÁRIA - TENSÃO SECUNDÁRIA CONSUMIDORES MÉDIA TENSÃO REDE DE DISTRIBUIÇÃO GRANDES CONSUMIDORES ALTA TENSÃO - REDE DE TRANSMISSÃO - REDE DE SUBTRANSMISSÃO SISTEMA DE TRANSMISSÃO SUBESTAÇÃO MÉDIA TENSÃO Análise Qualitativa UNIFEI – EEN601 Consideremos uma linha de transmissão ideal constituída por dois condutores metálicos, retilíneos e completamente isolados, suficientemente distantes do solo, ou de estruturas, ou de outras linhas, para que não seja influenciada pela sua presença, e de comprimento qualquer. Tratando-se de uma linha de transmissão ideal, a resistência elétrica dos condutores é considerada nula, como também o dielétrico entre os condutores é considerado perfeito, de forma que não há perdas de energia a considerar. Análise Qualitativa - Energização UNIFEI – EEN601 Análise Qualitativa – Circuito Elétrico Equivalente UNIFEI – EEN601 Análise Qualitativa UNIFEI – EEN601 A ação de fechamento da chave S pode ser comparada à abertura de uma comporta de uma represa no início de um canal. Quando a comporta é aberta, o canal não enche de água instantaneamente. Em algum instante existirá parte do canal cheio de água e parte seca e uma frente de onda de água (enxurrada) deslocando-se no sentido de preencher todo canal, ou nivelar a superfície de água. A analogia estabelecida entre o canal e a linha de transmissão, em princípio, é bastante válida para se ter uma concepção física do fenômeno que ocorre após o fechamento da chave S Análise Qualitativa – Velocidade de Propagação UNIFEI – EEN601 A velocidade de propagação para uma linha de comprimento l (km) é definida por: )/( skm T v l A velocidade de propagação para uma linha de comprimento 1 (km) é definida por: )/( 1 skm T v Análise Qualitativa - Energização UNIFEI – EEN601 Cargas elétricas em movimento dão origem a campos magnéticos, e a simples presença das cargas, aos campos elétricos. Portanto, ao se energizar uma linha de transmissão, ao longo da mesma irão se estabelecer, progressivamente, campos elétricos e campos magnéticos, do transmissor para o receptor. Análise Qualitativa - Energização UNIFEI – EEN601 Análise Qualitativa - Energização UNIFEI – EEN601 Análise Qualitativa – Relações de Energia UNIFEI – EEN601 Análise Qualitativa – Relações de Energia UNIFEI – EEN601 Análise Qualitativa – Relações de Energia UNIFEI – EEN601 Análise Qualitativa – Relações de Energia UNIFEI – EEN601 Análise Qualitativa – Relações de Energia UNIFEI – EEN601 UNIFEI – EEN601 Análise Qualitativa – Relações de Energia Análise Qualitativa – Relações de Energia UNIFEI – EEN601 Análise Qualitativa – Relações de Energia UNIFEI – EEN601 1º Caso Análise Qualitativa – Relações de Energia UNIFEI – EEN601 2º Caso Análise Qualitativa – Relações de Energia UNIFEI – EEN601 3º Caso Análise Qualitativa – Relações de Energia UNIFEI – EEN601 Em qualquer ponto de uma LT: Análise Qualitativa – Relações de Energia UNIFEI – EEN601 Examinamos o comportamento das ondas da tensão e corrente durante o tempo em que viajem pela primeira vez do transmissor ao receptor, e o movimento e comportamento das ondas de tensão e correntes refletidas em função das condições existentes no receptor. Essas ondas refletidas se deslocam do receptor para o transmissor com a mesma velocidade com que as ondas incidentes (diretas) viajaram em sentido contrário, sobrepondo-se a estas. Num período de tempo t=l/v as ondas refletidas no receptor chegam ao transmissor, agora na qualidade de ondas incidentes. As condições aí existentes (no caso, uma fonte ideal) fazem com que elas vejam uma impedância diferente de Z0, dando origem a um novo par de ondas refletidas, que se sobrepõem às incidentes no transmissor (que são aquelas que partiram do receptor como ondas refletidas). Seus sinais e valores dependem do valor relativo da impedância da fonte. Análise Qualitativa – Relações de Energia UNIFEI – EEN601 Vemos o caráter nitidamente transitório do fenômeno com tensões e correntes variando em torno de seus valores de regime permanente, o qual no caso de linha e fontes ideais, só será atingido após um tempo infinito. No caso de linhas reais, a energia dissipada na resistência dos condutores tem o caráter de um amortecimento, reduzindo levemente os módulos das tensões e correntes e acelerando sua entrada em regime permanente. O estudo que acabamos de fazer encontra larga aplicação no estudo de surtos e sobretensões em sistemas elétricos. Para facilidade de raciocínio, empregamos uma fonte de tensão constante. Análise Qualitativa – Relações de Energia UNIFEI – EEN601 Análise Qualitativa – Relações de Energia UNIFEI – EEN601 O fenômeno descrito nos serve de advertência para uma aplicação prática: para efetuar a manutenção em linhas de transmissão, estas são desconectadas dos sistemas por meio de disjuntores. Dada a rapidez e eficiência destes, cargas são retidas nas linhas e, dependendo do ponto de corte na onda de tensão, o potencial remanescente pode ser de valor substancial e mesmo perigoso. Sem nenhuma outra providência, a linha perderá sua carga gradativamente, pela fuga através dos isoladores e no dielétrico. O tempo, para tanto, é grande. É usual o aterramento dos condutores em uma das extremidades ou em ambas. Esse aterramento apressará a dissipação da energia, pois o solo também possui resistência.Deve-se, no entanto, ter a precaução de esperar decorrerem vários minutos antes de iniciar qualquer trabalho ao longo da linha ou em sua extremidade aberta, a fim de assegurar a descarga total da linha. O aterramento no ponto de trabalho, realizado pela equipe de manutenção, representa precaução adicional e deve ser feito com equipamento para linha viva. Reflexões Múltiplas UNIFEI – EEN601 • Desenvolvido para permitir a avaliação das múltiplas reflexões que podem ocorrer nas extremidades das LT´s e verificar as amplitudes das tensões e correntes; • Apropriado para analisar reflexões simples e múltiplas; • Efeito de atenuação pode ser incluído; • O diagrama é construído no plano t X x; • Qualquer reta traçada neste plano representará uma velocidade. Diagrama de Lattice UNIFEI – EEN601 Análise Quantitativa • Um problema importante a ser considerado tanto no projeto como no funcionamento de uma LT é o da manutenção da tensão, dentro de limites especificados, nos vários pontos do sistema. • Após a análise qualitativa, vamos desenvolver expressões com as quais poderemos calcular a tensão, a corrente e o fator de potência em qualquer ponto da LT, desde que esses valores sejam conhecidos em um ponto da linha. • “Entender um fenômeno significa associá-lo a números” • As expressões indicam o efeito dos diversos parâmetros da linha sobre as quedas de tensão ao longo da mesma para várias cargas. Essas também serão úteis no cálculo do rendimento da transmissão de energia, bem como no cálculo da potência limite que flui por uma LT, tanto em regime permanente como em condições transitórias UNIFEI – EEN601 Análise Quantitativa • A classificação das LT´s segundo sua extensão está baseada nas aproximações admitidas no uso dos parâmetros da linha • A resistência, a indutância e a capacitância estão uniformemente distribuídas ao longo da linha e isso deve ser observado no cálculo rigoroso das LT´s longas • Comprimento > 240 km • Para LT´s de extensão média, no entanto, podemos considerar metade da capacitância em paralelo como concentrada em cada um dos extremos da linha • 80 km > Comprimento > 240 km • Para LT´s curtas, a susceptância capacitiva total é tão pequena que pode ser omitida • Comprimento = 60 a 80 km (tensões de até 150kV) • Comprimento = 40 km (tensões entre 150kV e 400kV) • Comprimento = 20 km (tensões superiores a 400kV) UNIFEI – EEN601 Análise Quantitativa • Linha de Transmissão Curta (l < 80 km) • Encontradas normalmente em redes de distribuição e subtransmissão em média tensão • Linhas de Comprimento Médio (80 km > l > 240 km) • A admitância em paralelo, geralmente uma capacitância pura, é incluída nos cálculos de uma LT de comprimento médio • Se toda a admitância for suposta concentrada no meio do circuito representativo da LT • Denominado circuito nominal T • Modelo menos frequente • O modelo π é o de uso mais frequente • A admitância total em paralelo é dividida em duas partes iguais UNIFEI – EEN601 Análise Quantitativa • Resistência (R) • Dissipação de potência ativa • Passagem de corrente • Condutância (G) • Representação de correntes de fuga entre condutores e pelos isoladores (principal fonte de condutância) • Depende das condições de operação da linha • Umidade relativa do ar, nível de poluição, etc.) • É muito variável • Seu efeito é em geral desprezado (sua contribuição no comportamento geral da linha é muito pequena) UNIFEI – EEN601 Análise Quantitativa • Indutância (L) • Deve-se aos campos magnéticos criados pela passagem das correntes • Capacitância (C) • Deve-se aos campos elétricos: cargas nos condutores por unidade de diferença de potencial entre eles UNIFEI – EEN601 Análise Quantitativa • Com base nestes parâmetros que representam fenômenos físicos que ocorrem na operação das LTs, pode-se obter um circuito equivalente (modelo) para a mesma, como por exemplo: UNIFEI – EEN601 Análise Quantitativa • Considerando um trecho infinitesimal da LT UNIFEI – EEN601 Os elementos R[/km] e G[S/km] representam as perdas no condutor e no dielétrico, respectivamente. 1 2 Solução no Domínio da Frequência • A solução para ambas as equações é do tipo: • Onde: UNIFEI – EEN601 1 yzxyzxx eAeAU 21 2 yzxyzxx eAeAI 43 y z A A 1 3 y z A A 2 4 • As equações 1 e 2 tornam-se: Solução no Domínio da Frequência UNIFEI – EEN601 3 yzxyzx x e y z IU e y z IU U 22 2222 4 yzxyzx x e y z y z IU e y z y z IU I 22 2222 • Onde: Solução no Domínio da Frequência UNIFEI – EEN601 jBgjXr CjgLjrjyz L CZ Cjg Ljr y z Impedância característica • Então: • As equações 5 e 6 fornecem os valores eficazes de U e I, bem como suas fases em qualquer ponto da linha em função das distâncias x contadas a partir dos terminais da carga, supondo-se conhecidos os valores de U2 e I2 e os parâmetros da LT. Solução no Domínio da Frequência UNIFEI – EEN601 5 xCxCx e ZIU e ZIU U 22 2222 6 x C Cx C C x e Z ZIU e Z ZIU I 22 2222 • O desempenho de uma LT depende das condições terminais do receptor. • A operação com carga é a condição normal de operação das LT´s. Pode-se representar a carga por uma impedância junto ao receptor. Esta impedância não é constante, varia conforme a demanda do sistema. • Por conveniência analisaremos duas situações limite: operação à vazio e em curto-circuito. Análise em Regime Permanente UNIFEI – EEN601 • LT operando em vazio: I2=0 • Como =+j, • Então: Análise em Regime Permanente UNIFEI – EEN601 7 xxx ee U U 2 2 0 8 xx C x ee Z U I 2 2 0 jj eeee jsenxxe jx cos • Os valores das tensões e correntes para cada valor de x são obtidos pela soma vetorial dos fasores correspondentes a cada ângulo de fase x. • Nota-se que a expressão que define a onda refletida da corrente é precedida de sinal negativo, indicando sua reflexão com sinal oposto à onda incidente (LT em vazio). Análise em Regime Permanente UNIFEI – EEN601 9 xjsenxexjsenxeUU xxx coscos 2 2 0 10 xjsenxexjsenxe Z U I xx C x coscos 2 2 0 Efeito Ferranti UNIFEI – EEN601 Efeito Ferranti UNIFEI – EEN601 • As principais implicações do efeito Ferranti, que diminui de intensidade à medida que a potência no receptor aumenta, podem ser artificialmente controladas: • Aumento do nível de isolamento; • Aumento das perdas por efeito corona; • I0 sendo elevada limita (efeito térmico) a capacidade da LT (para mesma potência exige condutores de maior seção); • Auto excitação de máquinas síncronas devido a natureza capacitiva da corrente I0 (alta tensão nos terminais da máquina. • LT operando em curto: R2=0 U2=0 • As equações acima podem ser escritas como: Análise em Regime Permanente UNIFEI – EEN601 11 xxCxCC ee IZ U 2 2 12 xxxCC ee I I 2 2 Análise em Regime Permanente UNIFEI – EEN601 13 xjsenxexjsenxeIZU xxCxCC coscos 2 2 14 xjsenxexjsenxeII xxxCC coscos 2 2 • LT sob carga: Z2=ZC I2=U2/ZC • Não há reflexão, portanto não há transitório de energia. • Neste caso a LT se comporta como um circuito resistivosérie, não necessitando de energia reativa externa para a manutenção de seus campos elétricos e magnéticos. • A única energia absorvida pela LT é a energia ativa para suprir o efeito joule. Análise em Regime Permanente UNIFEI – EEN601 15 x x eUU 2 16 x x eII 2 • A potência complexa fornecida pela LT ao receptor será: • Como então: Análise em Regime Permanente UNIFEI – EEN601 17 22222 IUjQPS Cj CC eZZZ 2 C C j j C j C eI eZ eU Z U I 2 0 22 2 º 18 CjeIUIUS 22 * 222 19 C C C Z U PSP cosRe 2 2 22 • A potência PC é a potência característica da linha. (Definida para uma fase) • O ângulo C está geralmente entre 1 e 5. Nestas condições: • Como ZCZ0, então pode-se definir: • P0 é a potência natural da linha, também conhecida como SIL (Surge Impedance Loading). • Considerando U2 entre fases U2L, temos: • então Análise em Regime Permanente UNIFEI – EEN601 20 CZ U P 2 2 0 1cos C 21 22222 33 IUIUP LF 22 0 2 2 02 Z U PP L • O SIL é adotado na prática como unidade base de potência para dimensionamento de linhas. • A potência natural é um fator importante na escolha da tensão de transmissão (1ª aproximação/orientação inicial) em estudos técnicos/econômicos Análise em Regime Permanente UNIFEI – EEN601 • LT sob carga: Z2ZC I2=U2/Z2 Análise em Regime Permanente UNIFEI – EEN601 23 xCxCx e Z ZU e Z ZU U 2 2 2 2 1 2 1 2 24 x C x C x e Z ZI e Z ZI I 2222 1 2 1 2 • Caso Z2> ZC Análise em Regime Permanente UNIFEI – EEN601 2 2 I U Reflete com sinal igual a onda incidente Reflete com sinal contrário a onda incidente 2 2 I U Reflete com sinal igual a onda incidente Reflete com sinal contrário a onda incidente • Caso Z2< ZC • O diagrama a seguir apresenta a variação da polaridade das ondas refletidas de tensão e corrente Análise em Regime Permanente UNIFEI – EEN601 Cálculo Prático • As equações anteriores se mostraram pouco práticas; • Representaremos as LT´s através de circuitos elétricos equivalentes e os respectivos modelos matemáticos; • Trataremos exclusivamente de LT´s aéreas trifásicas. UNIFEI – EEN601 Cálculo Prático – Objetivo: • Conhecidas UX e IX, determinar estas grandezas em outro ponto da LT; • Conhecidas PX e QX, determinar estas grandezas em outro ponto da LT; • Determinar grandezas de desempenho: Regulação, Rendimento e Ângulo de Potência; • Avaliar a possibilidade de compensação reativa para melhoria de desempenho. UNIFEI – EEN601 • As equações 3 e 4 podem ser reescritas da seguinte forma: • Onde U1 e I1: Tensão fase-neutro e corrente de linha no transmissor. U2 e I2: Tensão fase-neutro e corrente de linha no receptor. l: comprimento da LT em km. Cálculo Prático UNIFEI – EEN601 25 22 221 ll C ll ee ZI ee UU 26 22 2 21 ll C ll ee Z Uee II • As equações 25 e 26 são exatas, considerando a LT com parâmetros distribuídos. • Considerando a forma exponencial das funções hiperbólicas, vem: Cálculo Prático UNIFEI – EEN601 27 lsenhZIlUU C 221 cosh 28 lsenh Z U lII C 2 21 cosh • Também pode-se escrever: • Como então Onde Cálculo Prático UNIFEI – EEN601 29 lsenhZIlUU C 112 cosh 30 lsenh Z U lII C 1 12 cosh yz YZlylzl Z Y = Impedância total da LT = admitância total da LT 31 • Então: • Na forma de série de Taylor: Cálculo Prático UNIFEI – EEN601 YZl coshcosh YZsenhlsenh !6!4!2 1cosh 642 YZYZYZ YZ 32 !7!5!3 753 YZYZYZ YZYZsenh • Portanto, em função do comprimento das LT´s pode-se utilizar um circuito equivalente cujos parâmetros são baseados no número de elementos da expansão em série de Taylor. Cálculo Prático UNIFEI – EEN601 • Utiliza-se somente os primeiros termos da série de Taylor na substituição das funções hiperbólicas; • São consideradas linhas curtas: Tensões < 150kV 60 a 80 km Tensões entre 150kV e 400kV 40 km Tensões > 400kV 20 km Cálculo Prático – Linhas Curtas UNIFEI – EEN601 • Reescrevendo as equações 27 e 28, vem: Cálculo Prático – Linhas Curtas UNIFEI – EEN601 ZIUYZ Y Z IUYZZIUU C 2222221 ZUIYZ Y Z Z U IYZ Z U II CC 22 2 2 2 21 • Reescrevendo as equações 27 e 28, vem: • Neste caso o termo U2Y é muito pequeno se comparado com I2, então: , resolvendo (33) e (34), vem: 34 33 Cálculo Prático – Linhas Curtas UNIFEI – EEN601 ZIUU 221 1 2 2I I U Y 21 II 35 Z UU II 21 21 • A equação (35) corresponde ao circuito série abaixo. • Além de representar os parâmetros de forma concentrada, ainda despreza-se os efeitos de G (condutância) e C (capacitância). • Este modelo é insuficiente quando se pretende avaliar a LT em vazio pois a ausência de admitâncias impossibilita a verificação do efeito Ferranti e suas consequências. Cálculo Prático – Linhas Curtas UNIFEI – EEN601 • O diagrama fasorial correspondente é mostrado abaixo. Cálculo Prático – Linhas Curtas UNIFEI – EEN601 22122 22221 cos cos RsenXIU RsenXI tg 36 • Quando os comprimentos ou as tensões ultrapassam os limites anteriormente estabelecidos se faz necessário a inclusão de 2 ou mais termos na série representativa das funções hiperbólicas. • As equações (27) e (28) se tornam: Cálculo Prático – Linhas Médias UNIFEI – EEN601 37 !3!2 1 3 2 2 21 YZ YZZI YZ UU C !3!2 1 3 2 2 21 YZ YZ Z UYZ II C 38 • Simplificando: Cálculo Prático – Linhas Médias UNIFEI – EEN601 39 6 1 2 1 221 YZ ZI YZ UU 6 1 2 1 221 YZ YU YZ II 40 • Circuito T: Cálculo Prático – Linhas Médias UNIFEI – EEN601 41 4 1 2 1 221 YZ ZI YZ UU YU YZ II 221 2 1 42 • Circuito : Cálculo Prático – Linhas Médias UNIFEI – EEN601 43 ZI YZ UU 221 2 1 4 1 2 1 221 YZ YU YZ II • Prefere-se o circuito ao circuito T pois a representação da LT como circuito T necessita de uma barra adicional para cada LT representada o que acarretaria o aumento do número das equações representativas do sistema; • Ex. SIN(Sistema Interligado Nacional) possui aproximadamente 9000 ramos. A barra adicional por ramo inclui mais 9000 barras no sistema. Atualmente o SIN é representado por aproximadamente 6300 barras; • O aumento do número de barras eleva o custo computacional e pode afetar o desempenho de ferramentas utilizados no ambiente de tempo real.Cálculo Prático – Linhas Médias UNIFEI – EEN601 • Neste caso são utilizadas as equações exatas, seja na forma exponencial (eqs 25 e 26), ou na forma hiperbólica (eqs 27 e 28). • Utilizando-se um circuito equivalente deve-se fazer as devidas correções paramétricas e assim considerar o efeito da distribuição ao longo da LT. Cálculo Prático – Linhas Longas UNIFEI – EEN601 1 2 I1 'Z 2 'Y 2 'Y I2 U1 U2 lZfZ CZ ' l Y f Y CY 22 ' • Sejam Z’ e Y’ respectivamente a impedância e admitância totais da LT devidamente corrigidas. • Para se obter os fatores de correção pode-se reescrever a eq. (42) como: • Comparando-se (44) com (27), vem: Cálculo Prático – Linhas Longas UNIFEI – EEN601 44 ' 2 '' 21 2 1 ZI YZ UU 45 2 1cosh ''YZ l 46 'ZlsenhZC • Resolvendo-se simultaneamente (45) e (46), vem: • Tem-se que: • Substituindo (47) em (48), vem: Cálculo Prático – Linhas Longas UNIFEI – EEN601 47 2 tanh 11cosh1 2 ' l Zlsenh l Z Y CC 48 l Y yzl yl yzl ly lz yzl y zZC 11 • De (46) vem: Cálculo Prático – Linhas Longas UNIFEI – EEN601 CYf Y l l Yl l YY 2 2 2 tanh 22 tanh 2 ''' CZfZ l lsenh Z yzl lsenh lzlsenh y z Z ' • Portanto os fatores de correção que devem ser aplicados aos parâmetros do circuito para retratar a condição de parâmetros distribuídos são: Cálculo Prático – Linhas Longas UNIFEI – EEN601 49 l lsenh fCZ 50 2 2 tanh l l fCY • Para pequenos valores de l os fatores de correção são unitários; • Os circuitos com parâmetros corrigidos recebem o nome de - equivalente e permitem avaliar o funcionamento em regime permanente de toda LT qualquer que seja sua classe de tensão ou comprimento; • Os resultados obtidos por este modelo são iguais, até a última casa decimal, aos resultados obtidos através do modelo de parâmetros distribuídos. Cálculo Prático – Linhas Longas UNIFEI – EEN601 • É a variação percentual entre os módulos das tensões entre transmissor e receptor, com relação a este último, ou seja: • O valor da regulação depende do regime de carga da LT (potência reativa transmitida) como também dos parâmetros elétricos; • Pode ser positiva ou negativa (LT em vazio ou com potência reduzida); • Pode ser controlada atuando-se no fator de potência da carga. Cálculo Prático – Regulação UNIFEI – EEN601 51 100(%)Reg 2 21 U UU • O rendimento da linha de transmissão é definido como a relação percentual da diferença entre a potência ativa P1, absorvida pela linha no transmissor, e a potência ativa P2, por ela entregue no receptor com relação à potência P1: • As perdas de potência de uma LT são compostas de: • Perdas por efeito Joule nos condutores; • Perdas no dielétrico entre condutores; • Perdas causadas por corrente de Foucault e por histerese magnética na alma de aço de condutores e em peças metálicas próximas às linhas; • Perdas por circulação nos cabos para-raios. Cálculo Prático – Rendimento UNIFEI – EEN601 52 1001 1 21 P PP • As perdas por efeito Joule estão presentes tanto nas linhas aéreas quanto em cabos subterrâneos. Nestes o efeito da proximidade tende a afetar significantemente seu valor. Representam a maior parcela das perdas em LTs; • As perdas nos dielétricos entre condutores são encontrados tanto nas linhas aéreas quanto nas subterrâneas. Nas primeiras, se restringem quase exclusivamente às perdas devidas ao efeito corona, podendo ser acrescidas das perdas dielétricas nos isoladores. Nas LTs subterrâneas além das perdas por corona, há ainda as perdas provocadas pelas correntes de escape ou de absorção do dielétrico; Cálculo Prático – Rendimento UNIFEI – EEN601
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