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FÍSICA PARA AS CIÊNCIAS BIOLÓGICAS 1 MÁQUINAS TÉRMICAS E A SEGUNDA LEI DA TERMODINÂMICA 1 - Introdução A Primeira Lei da Termodinâmica traduz o relacionamento entre o calor e o trabalho trocados entre um sistema gasoso e o meio envolvente. A transformação de trabalho em calor é um processo simples, mas a transformação inversa: aproveitamento de calor na forma de trabalho mecânico, é muito complexa. Dispositivos projetados para realizarem a transformação de calor em trabalho, enquanto operam em ciclos, são genericamente designados como máquinas térmicas. 2 – Processos Reversíveis e Irreversíveis Um processo reversível é aquele no qual o sistema (gás) e o seu ambiente (pistom e o resto do universo) podem retornar exatamente ao estado que eles ocupavam antes do processo ocorrer. A figura abaixo ilustra a essência de um processo reversível, onde um pistom sem atrito é suportado por um gás. Quando uma quantidade Q de calor é adicionada o gás se expande e realiza trabalho W levantando o pistom. Sendo o processo reversível, o sistema e o ambiente podem retornar aos seus estados iniciais quando um trabalho W é realizado sobre o sistema e uma quantidade de calor Q é entregue de volta ao ambiente. Os processos reversíveis caracterizam-se: pela lentidão com que ocorrem (transformações quase-estáticas), pela ausência de atritos e turbulências do sistema, pela inexistência de transferências de calor indesejáveis, por poderem ser realizados no sentido inverso, mediante uma mudança infinitesimal do meio. Um processo que envolva dissipação de energia (por exemplo, atrito) não pode ser reversível. A energia dissipada pelo atrito altera o sistema, o ambiente, ou ambos. Mesmo que não envolva atritos, um processo real não pode ser reversível, por exemplo, o fluxo espontâneo de calor do quente para o frio. Para o calor fluir no sentido inverso, trabalho deve ser realizado. O agente desse trabalho deve estar localizado no ambiente, e portanto, o ambiente deve mudar enquanto o calor é transferido do frio para o quente. Desde que o sistema e o ambiente não podem retornar aos seus estados iniciais, o processo espontâneo de fluxo de calor é irreversível. A lei geral dos gases ideais traduz o relacionamento entre as variáveis de estado P, V e T. Esta relação e as outras que já estabelecemos (como a 1a Lei da Termodinâmica) são válidas apenas quando o gás está em equilíbrio. Equilíbrio significa que a pressão, a temperatura, a densidade, e quaisquer outras grandezas físicas que sejam importantes na descrição do processo, não variam com o tempo. Sempre que o sistema físico considerado estiver sob um processo de mudança de estado ele não estará em equilíbrio e as relações já obtidas não poderão ser aplicadas. Como os processos gerais de transformação do sistema são do interesse da Termodinâmica é preciso que aprendamos como contornar essa situação. É sobre essa necessidade que a idéia de um processo (mudança de estado) quase-estático foi construída. Uma mudança de estado quase- estática é concebida como uma transformação tão lenta que a seqüência de estados assumidos pelo sistema, entre dados estados, inicial e final, é uma seqüência de estados de equilíbrio e assim as relações entre as variáveis de estado podem ser usadas em qualquer instante. Q Q (a) – (P1, V1, T1) (b) – (P2, V2, T2) (c) – (P1, V1, T1) FÍSICA PARA AS CIÊNCIAS BIOLÓGICAS 2 Observe que, rigorosamente, uma transformação quase-estática exige um tempo infinitamente longo para que se complete de forma finita. Macroscopicamente os processos irreversíveis caracterizam-se pela rapidez com que são efetuados o que conduz a fugas de energia para o exterior. Já os processos reversíveis caracterizam-se pela lentidão com que ocorrem e pelo fato de, mediante uma mudança infinitesimal do meio, poderem ser realizados no sentido inverso. Observe-se que a condição de ser “muito lento” não é suficiente para caracterizar a reversibilidade: um processo quase-estático pode ou não ser reversível. 3 - Transformação de calor em trabalho: um modelo de transformação 100%. Consideremos o caso em que um gás ideal se expande à temperatura constante. Nesta situação é necessário fornecer calor ao gás de modo a compensar o resfriamento resultante da expansão, garantindo T = constante. O resultado é que a energia interna permanece constante de modo que todo o calor cedido ao gás é convertido em trabalho: o trabalho resultante da expansão do gás. Este é um exemplo de conversão integral de calor em trabalho com o gás servindo meramente como um “transformador” de energia. Consideremos adicionalmente que a transformação é reversível. Embora tenhamos convertido 100% do calor em trabalho, não há interesse prático nessa transformação por ela não ser periódica. Realmente, como todo o processo pode ser revertido, podemos levar o gás a seu estado inicial por meio de uma compressão isotérmica na qual o trabalho W obtido da expansão do gás é convertido de volta em calor. Nesse ciclo completo a conversão líquida de calor em trabalho é nula. Processos não cíclicos de conversão de calor em trabalho não são interessantes do ponto de vista prático. Na prática só processos cíclicos são buscados, pois permitem a repetição do procedimento em um número qualquer de vezes: tantas quantas se queira, com a mesma máquina térmica. “Para uma máquina térmica periódica o objetivo deve ser o de converter uma grande quantidade de calor em trabalho por meio de uma expansão (a uma temperatura relativamente alta; quanto maior a temperatura, maior a quantidade de calor e vice-versa) e, em seguida, usar alguma parte do trabalho assim obtido para comprimir o sistema em baixa temperatura (então, menor quantidade de energia!) levando-o ao estado inicial”. 4 – Máquina térmica O funcionamento de uma máquina térmica envolve uma fonte quente (temperatura T1) e uma fonte fria (temperatura T2) conforme o esquema simplificado de operação que segue. A máquina recebe uma quantidade de calor, Q1, da fonte quente e realiza um trabalho W = Q1 – Q2 pela transformação do calor recebido, eliminando uma quantidade de calor Q2 para a fonte fria. O objetivo de uma máquina térmica é transformar, o máximo possível, calor em trabalho. O rendimento η de uma máquina térmica é definido pela razão entre o trabalho que ela realiza por ciclo e o calor que ela absorve da fonte quente por ciclo, assim 1 2 1 Q Q 1 Q W η . Observe que essa expressão é geral: vale para qualquer máquina térmica. O rendimento de uma máquina térmica nunca atinge 100%: este resultado é a essência do enunciado da 2a Lei da Termodinâmica: Q1 Q2 Fonte fria (T2) Fonte quente (T1) M W = Q1 – Q2 FÍSICA PARA AS CIÊNCIAS BIOLÓGICAS 3 “Não é possível construir uma máquina térmica cíclica que transforme integralmente em trabalho todo o calor retirado de uma fonte”. 5 - O ciclo de Carnot O que faz uma máquina térmica operar com rendimento máximo? Preocupado com essa questão fundamental, Sadi Carnot (1796-1832) idealizou um ciclo de operação, mostrado no diagrama ao lado, para uma máquina térmica que é constituído de quatro transformações reversíveis: duas isotérmicas e duas adiabáticas alternadas. O estado inicial do gás é (PA,VA,T1), ponto A no diagrama. O sistema sofre uma expansão isotérmica reversível até o estado B (PB,VB,T1). É necessário nesse processo o fornecimento de uma quantidade de calor (indicada no diagrama por Q1, advinda do reservatório quente) ao sistema. O gás realiza um trabalho, área sob a curva que liga os estados A a B, que iguala a Q1. Do estado B o gás passa, por meio de uma expansão adiabática, ao estado C (PC,VC,T2) de menor temperatura (T2 < T1) realizando novamente trabalho (área sob a curva que liga os estados B e C). Em seguida, por compressão isotérmica, o sistema chega ao estado D (PD,VD,T2), cedendo uma quantidade de calorQ2 (indicada no diagrama) para o reservatório frio de modo a manter sua temperatura constante. Finalmente, por meio de uma compressão adiabática completa-se o ciclo fazendo-se o gás retornar ao estado A. Esse processo resulta em um trabalho líquido. O trabalho total, trabalho líquido, realizado no ciclo (área do ciclo) vale: 21 QQW . A característica marcante do ciclo de Carnot é que seu rendimento térmico depende somente das temperaturas das fontes quente e fria: 1 2 T T 1η . Esta expressão, que aqui apresentamos sem demonstração, é característica das chamadas máquinas de Carnot: máquinas térmicas que operam segundo um ciclo de Carnot. É dizer: não é válida, como a expressão anteriormente definida, para qualquer máquina térmica. A importância de uma máquina de Carnot reside no fato de que nenhuma máquina real trabalhando entre duas temperaturas dadas pode ter rendimento maior que o da máquina de Carnot operando entre essas mesmas temperaturas. O ciclo de Carnot, bem como qualquer outro ciclo reversível, pode ser operado em sentido inverso. Nesse caso a máquina térmica é designada como um refrigerador. Em um refrigerador um trabalho (às custas da energia elétrica, por exemplo) é dado à máquina, que então o utiliza para retirar calor de uma fonte fria, rejeitando parte desse calor para uma fonte quente (o meio ambiente, por exemplo). Uma decorrência da expressão do rendimento para máquinas de Carnot é: “Todas as máquinas térmicas de Carnot, operando entre reservatórios – fontes quente e fria – de mesmas temperaturas (T1 e T2) têm a mesma eficiência (mesmo rendimento)”. p V Q1 Q2 A B C D T1 T2 FÍSICA PARA AS CIÊNCIAS BIOLÓGICAS 4 6 – Refrigerador Refrigeradores (e condicionadores de ar) são equipamentos que fazem o calor fluir do frio para o quente, operando como uma máquina térmica invertida. Mediante a realização de um trabalho W por um agente externo uma quantidade de calor Q2 é removida da fonte fria e uma quantidade de calor Q1 é rejeitado para a fonte quente, com Q1 = Q2 + W, conforme representação esquemática exibida ao lado. O interior do refrigerador é o reservatório frio, enquanto que o exterior (em geral, o ambiente da cozinha) é o reservatório quente. Dessa forma, o refrigerador aquece a cozinha. O refrigerador mais eficiente é aquele que remove o máximo possível de calor da fonte fria, exigindo que um mínimo de trabalho seja realizado sobre ele. A eficiência (ou coeficiente de performance) de um refrigerador é definido por: 21 1 2 QQ Q e W Q e Se o refrigerador opera de forma reversível, temos um dispositivo ideal temos um dispositivo ideal chamado de refrigerador de Carnot, para o qual vale – semelhantemente à máquina de Carnot – a relação 1 2 1 2 T T Q Q e então, . TT T e 21 2 7 - A Segunda Lei da Termodinâmica As primeiras máquinas térmicas construídas tinham uma eficiência muito baixa. Havia a expectativa de se poder projetar uma máquina térmica que pudesse converter o calor integralmente em trabalho. A analogia com um refrigerador ideal é imediata: simplesmente tirar- se-ia calor de um “corpo frio” fornecendo-o a um “corpo quente” sem exigir trabalho externo algum. É de se observar que estas ambiciosas expectativas não violam a lei de conservação da energia. Mas esses projetos nunca foram realizados e há razões físicas que levam a acreditar que nunca o serão. A 2a Lei da Termodinâmica é uma afirmativa dessa negação. Vários são os possíveis enunciados para essa lei, todos eles equivalentes. Vejamos os mais importantes para nosso estudo. Enunciado de Kelvin–Planck “É impossível a qualquer máquina térmica transformar o calor extraído de uma fonte quente integralmente em trabalho.” Q1 Q2 R W = Q1 – Q2 Fonte fria (T2) Fonte quente (T1) FÍSICA PARA AS CIÊNCIAS BIOLÓGICAS 5 A versão resumida do enunciado acima é: “Não existem máquinas térmicas perfeitas.” Enunciado de Clausius “É impossível a uma qualquer máquina térmica cíclica produzir, como único efeito, a transferência de calor de uma fonte fria para uma fonte quente.” Resumidamente falando: “Não existem refrigeradores perfeitos.” 7.1 - A Segunda Lei da Termodinâmica: ordem x desordem. A essência da lei de conservação da energia, um dos mais importantes resultados da Física, está no fato de que os processos de trocas de energia têm um fator limitante: a preservação da energia total (sistema + meio). Há, no entanto, um aspecto, instigante e notável, envolvendo esse resultado: muitos processos físicos que não violam essa lei, não ocorrem na Natureza. É dizer, embora a lei geral de conservação da energia exija que a energia total dos sistemas interagentes (ou do Universo) permaneça constante, ela não especifica a direção do fluxo da energia entre os sistemas envolvidos. O perfeito entendimento dessas considerações é que nos leva a um dos mais importantes conceitos da Física: a entropia. Para o entendimento requerido e uma melhor compreensão dessa abordagem consideraremos alguns exemplos específicos. Exemplo 1 - Aprendemos que quando dois corpos a diferentes temperaturas são postos em contato, ocorre transferência de calor entre eles: o calor flui do corpo de temperatura mais alta para o corpo de temperatura mais baixa, até que se atinja o equilíbrio térmico. Mais ainda, a quantidade de calor cedida tem o mesmo valor (em módulo) que a quantidade de calor recebida, de acordo com a lei de conservação da energia (sistemas isolados). Pensemos agora em termos do fluxo de calor. E se ocorresse o oposto: o corpo mais frio cedesse calor ao corpo mais quente, com as quantidades de calor de mesmo módulo? A lei de conservação da energia não estaria violada, mas ..., isso não ocorre, não é? E por que não ocorre? Antes de buscarmos a resposta, aprofundemos mais o “espírito” dessa questão. Examinemos mais alguns exemplos de fenômenos inteiramente condizentes com a lei de conservação da energia, mas que não são naturais – no sentido de que não ocorrem na Natureza. Exemplo 2 - Um sistema físico é preparado conforme se esquematiza na figura (a) abaixo. Dois compartimentos de volumes iguais, termicamente isolados são separados por uma válvula. No compartimento da esquerda existe um gás em equilíbrio térmico isto é, com uma temperatura e uma pressão determinadas. Ao abrirmos a válvula, o gás contido no compartimento da esquerda expandir-se-á livremente passando a ocupar também o outro compartimento (figura b). Esse processo é designado como expansão livre do gás. A expansão livre de um gás é um processo adiabático (não há trocas de calor; as paredes são isolantes térmicos) e nenhum trabalho é realizado sobre o gás (ou pelo gás). Assim, pela 1a Lei da Termodinâmica: (b) válvula aberta (a) válvula fechada Vácuo Sistema FÍSICA PARA AS CIÊNCIAS BIOLÓGICAS 6 0UΔ0W;0QΔ o que significa que na expansão livre de um gás não há alteração da energia interna. As moléculas do gás distribuem-se pelos dois compartimentos. Novamente, um processo natural. É altamente improvável que as moléculas do compartimento da direita se organizem de tal modo que voltem, todas, para o compartimento da esquerda, embora isso não viole a lei de conservação da energia. A desordem atômica do gás aumenta, pois há agora mais posições no espaço que podem ser ocupadas pelas moléculas do gás Exemplo 3 - Considere no exemplo anterior que a situação inicial fosse diferente: separados pela válvula, temos quantidades diferentes de dois gases ideais, um em cada compartimento. O gás contido no compartimento da esquerda estando a uma temperatura superior que o gás contido no compartimento da direita. Se abrirmos a válvula, os gases se misturam, ocupando ambos os volumes e, ao final, teremos um gás (ideal) com temperatura intermediária entre as temperaturasiniciais. Novamente, é altamente improvável que as moléculas se organizem de modo a reproduzir a situação original apesar de tal fato não violar a lei de conservação da energia. Em termos de ordem e desordem, observemos que no início o sistema estava mais organizado - moléculas de cada gás tinham menos posições no espaço que podiam ser ocupadas antes da abertura da válvula. Dos exemplos acima podemos inferir uma certeza: A lei de conservação da energia não é determinante para a ocorrência de eventos: eventos que não violam a lei de conservação da energia podem não ocorrer na Natureza! 8 – Desordem e Entropia A entropia é a medida da quantidade de desordem de um sistema. As moléculas de um gás que escapam de um recipiente passam de um estado relativamente ordenado para um estado desordenado. A desordem aumenta: a entropia aumenta. A entropia, juntamente com a energia interna e a temperatura, é uma das propriedades físicas de um sistema que pode ser medida e à qual podemos associar um número e uma unidade. Embora em nosso estudo estejamos preocupados apenas com os aspectos qualitativos da entropia, para desenvolver um melhor conhecimento físico acerca do conceito, enunciaremos alternativamente a 2a Lei da Termodinâmica da seguinte forma: “As únicas mudanças possíveis num sistema isolado são aquelas em que a entropia do sistema aumenta ou permanece constante. Processos nos quais a entropia diminui, não ocorrem.” De acordo com o enunciado acima, a entropia permanece constante apenas nos processos reversíveis e sempre aumenta nos processos irreversíveis. Como nenhum processo natural é reversível, quando um processo espontâneo ocorre a entropia do universo aumenta. Assim, enquanto a energia do universo permanece constante, a entropia do universo sempre aumenta. A entropia não obedece a uma lei de conservação. 9 - Exercícios 1 - Uma máquina térmica executa um ciclo entre as temperaturas 500K e 400K. O máximo rendimento que essa máquina poderá ter será: a) 10%; b) 20%; c) 25%; d) 30%; e) 80%. 2 - Uma máquina térmica opera sob um ciclo de Carnot. A expansão isotérmica do gás ideal ocorre a 400K e a compressão isotérmica a 300K. Durante a expansão, 500cal de calor são transferidas para o gás. Considere 1cal = 4,2J e as seguintes afirmativas: FÍSICA PARA AS CIÊNCIAS BIOLÓGICAS 7 (I) o rendimento da máquina térmica é de25%; (II) o calor rejeitado pelo gás durante a compressão isotérmica é de1575 J; (III) o trabalho realizado pelo gás durante a expansão isotérmica é de 2100J; (IV) o trabalho realizado pelo gás durante a compressão isotérmica é de intensidade igual a 1575J. Qual, sendo V (verdadeiro), F(falso), a seqüência correta? a) V V V V; b) V V F F; c) V F V F; d) F F F V; e) V V V F. 3 - Uma máquina térmica que opera entre temperaturas de 240 K e 480 K realiza 210 J de trabalho, em cada ciclo, no qual retira da fonte quente 150cal. a)Considerando que 1 cal = 4,2 J, calcule o rendimento desta máquina. b) Esta máquina é de Carnot? Justifique sua resposta. 4 - São quatro as etapas do ciclo de funcionamento de uma máquina térmica. 1a etapa (A – B): expansão isobárica; 2a etapa (B – C): expansão isotérmica; 3a etapa (C – D): contração isobárica; 4a etapa (D – A): compressão isométrica. Assinale o diagrama PxV (pressão versus volume) correspondente a este ciclo. 5 - Uma máquina de Carnot opera entre um reservatório quente a 320K e um reservatório frio a 260K. Se ela absorve 500J de calor, por ciclo, do reservatório quente, que trabalho ela pode fornecer por ciclo? 6 - O trabalho realizado por uma máquina de Carnot é de 1000 J. A temperatura da fonte quente é de 127C, sendo de 27C a temperatura da fonte fria. Podemos então concluir que a quantidade de energia absorvida pelo fluido de trabalho durante a expansão isotérmica e a quantidade de energia cedida para a fonte fria valem, respectivamente, em joules, a) 4000 e 3000; c) 3000 e 2500; e) 3000 e 2000. b) 4000 e 2500; d) 3000 e 3000; 7 - Qual o rendimento de uma máquina térmica que segue o ciclo descrito no diagrama, sabendo que absorve 40.000 J de calor por ciclo? a) 12% b) 15% c) 25% d) 39% e) 50% 8 - Uma máquina de Carnot opera entre as temperaturas de 240 K e 440 K. Em cada ciclo, a máquina fornece 10 kJ de trabalho. Determine a quantidade de calor, em kJ, rejeitada pela máquina em cada ciclo. 9 - Para uma máquina térmica operando segundo um ciclo de Carnot, são feitas as seguintes afirmações ponderadas: P V A B C D (a) P V A B C D (b) P V A B C D (c) V P A B C D (d) P V A B C D (e) p (105 N/m2) 2 1 V (m3) 0,1 0,2 FÍSICA PARA AS CIÊNCIAS BIOLÓGICAS 8 (01) - na compressão adiabática a energia interna do gás diminui. (02) - na expansão isotérmica o gás recebe calor de uma das fontes. (04) - na expansão adiabática a temperatura do gás diminui. (08) - na compressão isotérmica a energia interna do gás diminui. (16) - na transformação cíclica o gás atinge o equilíbrio térmico com a fonte quente, ao reiniciar novo ciclo. A soma dos números que precedem as afirmativas corretas vale a) 3 b) 7 c) 15 d) 18 e) 22 10 - O ciclo de Carnot compreende: a) duas transformações isotérmicas e duas isométricas. b) duas transformações isobáricas e duas isométricas. c) duas transformações adiabáticas e duas isobáricas. d) duas transformações isotérmicas e duas adiabáticas. e) duas transformações isotérmicas e duas isobáricas. 11 - Certa máquina térmica reversível trabalha entre -73 o C e +27 oC. O seu rendimento máximo é igual a: a) 2/3 b) 1/3 c) 27/73 d) 3/73 e) 1 12 - Um estagiário de engenharia apresenta ao seu superior um projeto de uma máquina térmica que operando entre 300 K e 600 K, e obterá um trabalho útil de 800 J para uma quantidade de calor recebida de 1200 J por ciclo. Assinale a afirmativa CORRETA. a) O projeto é realizável pois não viola 1a Lei da Termodinâmica. b) O projeto é irrealizável pois viola a 1a Lei da Termodinâmica. c) O projeto é realizável. O rendimento da máquina projetada é inferior ao da máquina de Carnot operando entre as mesmas temperaturas. d) O projeto é irrealizável. O rendimento da máquina projetada é superior ao da máquina de Carnot operando entre as mesmas temperaturas. e) Os dados não permitem avaliar a exeqüibilidade do projeto. 13 - O diagrama representa um ciclo de Carnot entre as temperaturas T1 = 800 K e T2 = 400 K. Sabendo-se que o motor de Carnot recebe Q1 = 1000 J da fonte quente, o calor rejeitado (Q2) e o trabalho (W) valem, em módulo, respectivamente: a) 500 J e 500 J; d) 400 J e 600 J; b) 300 J e 700 J; e) 200 J e 800 J; c) 100 J e 900 J; 14 - Considere as seguintes afirmativas. (I) - O ciclo de Carnot é importante porque seu rendimento é próximo de 100%. (II) - Duas máquinas térmicas operando sob o ciclo de Carnot terão o mesmo rendimento. (III) - O rendimento de uma máquina térmica qualquer é função exclusiva das temperaturas das fontes quente e fria. Quais são as afirmativas corretas? a) apenas (I) c) apenas (II) e (III) e) nenhuma b) apenas (I) e (II) d) todas p V Q1 Q2 A B C D T1 T2 FÍSICA PARA AS CIÊNCIAS BIOLÓGICAS 9 15 - A importância do ciclo de Carnot reside no fato de ser: a) o ciclo da maioria dos motores térmicos. b) o ciclo tem rendimento igual a 100%. c) o ciclo que determina o máximo rendimento que um motor térmico pode ter entre duas temperaturas dadas. d) o ciclo tem rendimento maior que 100%. e) o ciclo tem rendimento igual a 50%. 16 - Uma máquina térmica funciona realizando o ciclo de Carnot. Em cada ciclo o trabalho útil fornecido pela máquina é de 2.000J. As temperaturas das fontes térmicas são 227C e 27 C , respectivamente. O rendimento da máquina, a quantidade de calor retirada da fonte quente e aquantidade de calor rejeitada para a fonte fria são, respectivamente: a) 60%, 4.000J e 6.000J c) 40%, 5.000J e 3.000J e) 30%, 6.000J e 4.000J b) 40%, 3.000J e 5.000J d) 40%, 4.000J e 1.000J 10 - RESPOSTAS 1. b; 2. a; 3. (a) 33%, (b) Não, o rendimento da máquina de Carnot correspondente é 50%; 4. b; 5. 93,75 J 6. a; 7. e; 8. 7,78 kJ; 9. e; 10. d; 11. b; 12. d; 13. a; 14. e; 15. c; 16. c.