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Estelionato

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Estelionato 
Previsão legal: 
Art. 171 - Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em 
prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, 
mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento: 
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, de quinhentos 
mil réis a dez contos de réis. (como o ordenamento é novo 
né? ) 
Conceito: 
Trata-se de crime de médio potencial ofensivo, compatível 
com a suspensão condicional do processo, quando presentes 
dos requisitos da Lei 9.099/95. 
É um crime em que o meio de execução é a fraude. 
A expressão “estelionato” deriva do latim stellio, significa 
camaleão caracterizado pela capacidade de enganar seus 
predadores, ficando de inúmeras cores. O estelionatário utiliza 
inúmeras formas para enganar suas vítimas. 
Objetividade Jurídica: 
Protege o patrimônio 
Objeto Material: 
Será a pessoa enganada pela fraude e, também, a coisa 
ilicitamente obtida pelo agente. 
Sujeito ativo: 
É crime comum ou geral, pode ser praticado por qualquer 
pessoa. 
Salienta-se que tanto a pessoa que emprega a fraude quanto 
a pessoa que beneficiada pela vantagem indevida serão 
sujeitos ativos do estelionato. Geralmente, serão a mesma 
pessoa, mas poderão ser pessoas distintas, o estelionato 
admite coautoria e participação. 
O 3° só será sujeito ativo se souber do crime, caso 
contrário, será a vítima avaliar se tem o não conhecimento. 
Sujeito passivo: 
Poderá ser qualquer pessoa física ou jurídica, será a pessoa 
enganada pela fraude e, também, a pessoa que suporta o 
prejuízo patrimonial. 
Vitima: 
A vítima deve ser determinada. 
Se a vítima for indeterminada, poderá tratar-se de crime 
contra a economia popular (Lei 1.521/51) ou crime contra a 
relação de consumo (CDC), por exemplo: adulteração de 
taxímetro (todos os clientes serão vítimas); adulteração de 
bomba de gasolina; adulteração de balança. 
Além disso, a vítima enganada deve ser capaz, com 
capacidade de discernimento. Se for vítima incapaz, 
estaremos diante do crime do art. 173 do CP (abuso de 
incapazes). 
Art. 173 - Abusar, em proveito próprio ou alheio, de 
necessidade, paixão ou inexperiência de menor, ou da 
alienação ou debilidade mental de outrem, induzindo qualquer 
deles à prática de ato suscetível de produzir efeito jurídico, 
em prejuízo próprio ou de terceiros: 
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa. 
 
Não haverá estelionato nas fraudes que envolvam máquinas 
e aparelhos eletrônicos, a exemplo da clonagem de cartão 
de crédito. Nesse caso será crime de furto mediante fraude 
Núcleo do Tipo: 
O estelionato pressupõe uma conduta composta, qual seja: 
“obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo 
alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro”. 
Perceba que o agente, mediante fraude, busca uma 
vantagem ilícita causando prejuízo econômico à vítima. há, 
portanto, a presença de três elementos: 
A) Fraude 
B) Vantagem Ilícita (Indevida) 
C) Prejuízo alheio 
OBS: Crime de duplo resultado, isto é, o tipo penal exige 
tanto a vantagem ilícita como o prejuízo alheio para a sua 
configuração. 
Não é coisa, é vantagem 
Fraude 
Comportamento ativo do criminoso para induzir ou manter a 
vítima ao erro, depende da participação da vítima 
Induzir Manter o erro 
O agente coloca a vítima 
em uma posição de 
erro, perante uma falsa 
percepção da 
realidade. 
O agente aproveita-se do 
engano espontâneo 
da vítima. 
E para configurar vai depende muito da participação da 
vítima. 
Erro 
Consiste em uma falsa percepção sobre algo. O Código 
Penal utilizou “erro” em sentido amplo, abrangendo o erro 
propriamente dito (falsa percepção da realidade) e a 
ignorância (completo desconhecimento de algo). 
A fraude pode ser praticada por: 
A) artifício ardil 
Ex.: bilhete premiado; camisa falsa de jogador 
B) qualquer meio 
Que não seja material ou moral 
Ex.: por omissão; dinheiro do simpósio 
C) fraudulento 
Ex.: fraude moral. Ligar para a vitima 
ARTIFÍCIO ARDIL FRAUDULENTO 
É a fraude 
material, o 
agente se vale 
de instrumento, 
objetos para 
enganar a vítima. 
É a fraude moral, 
o agente 
utiliza conversa 
enganosa. 
Não sendo 
fraude material 
ou 
fraude moral. 
Falso bilhete 
premiado. 
Liga para a 
vítima e se faz 
passar pelo 
gerente do 
banco. 
Silêncio do 
agente 
(estelionato por 
omissão). 
 
Vantagem ilícita 
A vantagem ilícita precisa ter natureza econômica, tendo em 
vista que o estelionato é um crime contra o patrimônio. 
O terceiro beneficiado não precisa ter conhecimento da 
origem ilícita da vantagem; só comete o crime se souber do 
que está acontecendo (que aquele dinheiro é fruto de 
estelionato), caso contrário, ele é mais uma vítima 
Salienta-se que o emprego de fraude para obtenção de 
vantagem devida (lícita) não configura estelionato, mas sim 
exercício arbitrário das próprias razões. 
Exemplo: fingir doença para obter dinheiro de seguro de 
vida 
Essa vantagem é lícita, lembrando que só configura 
estelionato se for ilícita 
Prejuízo alheio: 
A conduta o agente, dirigida à obtenção da vantagem ilícita, 
deve gerar algum prejuízo à vítima, que pode se traduzir 
tanto na perda de patrimônio como no fato de a vítima 
deixar de ganhar alguma vantagem patrimonial em 
decorrência da fraude empregada pelo estelionatário. 
E em relação a fraude bilateral (vítima age de ma-fé), pode 
excluir o crime de estelionato? 
Exemplo: um casal foi para o programa do Ratinho para 
fazer o teste de DNA. Durante as gravações, o Ratinho 
percebe que aquelas pessoas não estavam ali para brigar 
pelo teste, e sim estavam combinadas, ou seja, não havia 
atrito entre as vítimas, estavam no programa para obter 
vantagem. 
Temos duas correntes para responder tal pergunta: 
1ª C - (PREVALECE): Como a boa-fé da vítima não é 
elementar do crime, mesmo que esta aja com ganância, não 
apaga o crime. 
2ª C - O crime deixa de existir, pois o direito não pode 
amparar a má-fé da vítima (Hungria e Greco). 
Elemento subjetivo: 
O estelionato é crime doloso, não existe na modalidade 
culposa. Além do dolo, é acrescido da finalidade específica de 
Consumação: 
Trata-se de crime material ou causal (a consumação 
depende da produção do resultado naturalístico) e de crime 
instantâneo (consuma-se em momento determinado, sem 
continuidade no tempo). 
Além disso, é um crime de duplo resultado, tendo em vista 
que a consumação depende da obtenção da vantagem ilícita 
e do efetivo prejuízo à vítima. 
Consuma-se de imediato, sem continuidade, e tem que ter 
os dois requisitos, principalmente causar prejuízo a vítima. 
Tentativa 
Admite tentativa nas hipóteses: 
a) O agente emprega meio fraudulento, mas não consegue 
enganar a vítima; 
b) O agente emprega o meio fraudulento, engana a vítima, 
mas não consegue obter a vantagem ilícita por 
circunstâncias alheias a sua vontade; 
c) O agente emprega o meio fraudulento, engana a vítima, 
obtém a vantagem ilícita, mas não causa prejuízo patrimonial 
ao ofendido. 
Crimes impossível: 
Um exemplo é a nota de 3 reais, ninguém vai ser enganado 
com isso. 
Estará caracterizado o crime impossível ou “crime oco” 
quando constatada a ineficácia absoluta do meio de 
execução, nos termos do art. 17 do CP. 
Se o meio utilizado pelo fraudador não tiver NENHUMA 
aptidão para enganar a vítima (como no caso de uma nota 
de 03 reais), estaremos diante de crime impossível por 
absoluta ineficácia do meio utilizado. 
Entretanto, se a falsificação, embora grosseira a ponto de 
não configurar o delito de falso, tiver aptidão para enganar a 
vítima, aplica-se a Súmula 73 do STJ, configurando-se o 
estelionato. 
STJ Súmula: 73 A utilização de papel moeda 
grosseiramente falsificado configura, em tese, o crime de 
estelionato, da competência da justiça estadual. 
Privilegiado: 
Também pode ser conhecido como estelionato mínimo. 
§ 1º - Se o criminoso é primário, eé de pequeno valor o 
prejuízo, o juiz pode aplicar a pena conforme o disposto no 
art. 155, § 2º. (estelionato privilegiado) 
Assim como no furto, temos estelionato privilegiado, no qual 
segue os mesmos requisitos: 
- O indivíduo precisa ser primário 
- O objeto tem que ser de pequeno valor (até um salário 
mínimo) 
FURTO PRIVILEGIADO OU 
MÍNIMO 
ESTELIONATO 
PRIVILEGIADO OU MÍNIMO 
Primariedade do agente Primariedade do agente 
Pequeno valor (01 salário) da 
coisa subtraída. 
 
Pequeno valor (01 salário) 
do prejuízo (visto que 
não há subtração). 
 
 
§ 2º - Nas mesmas penas incorre quem: 
Disposição de coisa alheia como própria 
I - Vende, permuta, dá em pagamento, em locação ou em 
garantia coisa alheia como própria; 
Vender algo que não é seu. É chamado de “caridade com 
chapéu alheio” 
Sujeito ativo 
Salvo o dono da coisa, poderá ser qualquer pessoa (crime 
comum). 
Sujeito passivo 
É crime de dupla subjetividade passiva, tendo em vista que 
os sujeitos passivos serão o adquirente de boa-fé e o real 
proprietário da coisa. 
Núcleo do tipo 
Vender, permutar, dar em pagamento, em locação ou em 
garantia coisa alheia. 
É um rol de condutas TAXATIVO. O compromisso de 
compra e venda, por exemplo, não está abrangido no §2º. 
Configurará, no entanto, o delito do ‘caput’. 
Objeto material 
Somente coisa alheia, móvel ou imóvel. 
Consumação 
Consuma-se com a obtenção da vantagem e do prejuízo da 
vítima, é crime material de duplo resultado. 
Tentativa: 
Admite-se a tentativa. Se o adquirente é cientificado pelo 
alienante sobre a situação da coisa, não há que se falar em 
estelionato, pela falta de fraude. 
Salienta-se que a tradição (entrega da coisa) não é exigida 
para configurar o delito. Assim como também é dispensável 
a alteração da escritura, no caso de disposição de coisa 
imóvel. Inclusive, neste último caso, se ocorrer a alteração da 
escritura o agente responderá também pelo delito de 
falsidade documental (ignorar direito civil). 
O furtador que vende o carro como se fosse dele, responde 
por estelionato (disposição de coisa alheia)? 
1ªC - Prevalece que o estelionato é um ‘post factum’ 
impunível do furto. O juiz considera a conduta na fixação da 
pena. 
2ªC - Assis Toledo e minoria: Como são vítimas diferentes, 
trata-se de concurso material de delitos. 
Obs.: Efetivada a alienação, ainda que o agente regularize 
posteriormente o domínio (ex.: comprando a coisa do 
verdadeiro dono), o crime permanecerá. O juiz pode, no 
máximo, considerar como arrependimento posterior. 
Alienação ou oneração fraudulenta de coisa própria: 
I I - Vende, permuta, dá em pagamento ou em garantia coisa 
própria inalienável, gravada de ônus ou litigiosa, ou imóvel 
que prometeu vender a terceiro, mediante pagamento em 
prestações, silenciando sobre qualquer dessas circunstâncias; 
Sujeito ativo 
É crime próprio, só pode ser praticado pelo proprietário da 
coisa. 
Sujeito passivo 
Adquirente de boa-fé. 
Núcleo do tipo 
Alienar fraudulentamente coisa própria. O crime só existe se 
o proprietário silencia quanto à existência das circunstâncias 
que gravam ou oneram o bem. Percebe-se que o meio 
fraudulento aqui utilizado é o silêncio, pouco importando que 
o gravame do bem esteja averbado em Registro Público (o 
que no Direito Civil gera presunção de conhecimento). 
Entretanto, se o alienante avisa sobre os gravames, não 
ocorrerá o crime pela falta de fraude (elemento constitutivo 
do tipo). Nesse caso, poderá configurar, no máximo, ilícito 
civil. 
Objeto material 
Coisa própria, móvel ou imóvel. 
Exceção: No caso da promessa de compra e venda 
quebrada, o objeto material é bem imóvel, apenas. 
Consumação 
Crime material de duplo resultado, consuma-se com a 
obtenção da vantagem ilícita e com prejuízo à vítima. 
Defraudação de penhor: 
I I I - Defrauda, mediante alienação não consentida pelo 
credor ou por outro modo, a garantia pignoratícia, quando 
tem a posse do objeto empenhado; 
Quando acaba o prazo aí a pessoa é proprietária. 
Sujeito ativo 
O devedor na posse direta da coisa empenhada (Proprietário 
da coisa) – o credor tem a posse indireta. 
O pressuposto do crime é um contrato de penhor (direito 
real de garantia). 
Sujeito passivo 
Credor pignoratício. 
Perceba, portanto, que é um crime bipróprio. 
Núcleo do tipo 
Defraudar a garantia. 
Meios de execução: alienar a coisa sem consentimento do 
credor ou por outro modo defraudar a garantia (ex.: destruir 
a coisa), também sem o consentimento do credor 
(interpretação analógica). 
Objeto material: 
Coisa empenhada na posse direta do devedor. 
Consumação 
PREVALECE que o crime é material, consumando-se com a 
defraudação da garantia, causando prejuízo ao credor (crime 
de duplo resultado). Há jurisprudência antiga afirmando que 
se trata de crime formal. 
Não se exige aqui a obtenção de vantagem ilícita ao agente 
(exemplo do caso em que o devedor destrói a coisa 
empenhada). 
Fraude na entrega de coisa 
IV - Defrauda substância, qualidade ou quantidade de coisa 
que deve entregar a alguém; 
Sujeito ativo 
Pessoa juridicamente obrigada a entregar a coisa a alguém. 
Sujeito passivo 
Pessoa prejudicada com a defraudação da coisa. 
Núcleo do tipo 
Defraudar (alterar, adulterar, modificar etc.) a coisa a ser 
entregue. 
A defraudação da coisa pode ocorrer em relação à sua 
substância (natureza da coisa - substituir diamantes por 
vidro), qualidade (atributo da coisa - entregar arroz de 
segunda como se fosse de primeira) ou quantidade 
(relacionada a peso, dimensão, número – o agente entrega 
menos do que está obrigado). 
Exemplo: a pessoa tinha que entregar 50 sacos de arroz e 
cada um com 1 kg. Porém, essa pessoa adulterou a 
quantidade dos sacos, entregando 5º sacos, porém com 
apenas 600g cada, sendo que foi vendida como se fosse 1 
kg. 
Objeto material 
Coisa móvel ou imóvel. 
Consumação e tentativa 
O crime consuma-se com a efetiva entrega da coisa 
defraudada, momento em que ocorre o prejuízo à vítima. 
Crime de duplo resultado. 
OBS: Esse inciso não se aplica às fraudes no comércio. 
Quanto às fraudes no comércio, três tipos incriminadores 
podem ser aplicados, conforme o caso concreto: art. 175 do 
CP, CDC, Lei 8.137/90 (Ordem tributária). 
Fraude para recebimento de indenização ou valor de seguro 
V - Destrói, total ou parcialmente, ou oculta coisa própria, ou 
lesa o próprio corpo ou a saúde, ou agrava as consequências 
da lesão ou doença, com o intuito de haver indenização ou 
valor de seguro; 
Erro provocado pelo criminoso 
Esse crime pressupõe um contrato de seguro vigente e 
válido. Se não for vigente ou válido, trata-se de crime 
impossível (crime oco) por absoluta impropriedade do objeto 
material do delito. 
Sujeito ativo 
É o segurado, trata-se de crime próprio. O beneficiário pode, 
EVENTUALMENTE, concorrer para o crime. 
Sujeito passivo 
É a seguradora, portanto, é um crime bipróprio. 
Objeto material 
Na primeira parte: Coisa própria do agente. 
Na segunda parte: Corpo do agente. 
Fraude no pagamento por meio de cheque 
VI - Emite cheque, sem suficiente provisão de fundos em 
poder do sacado, ou lhe frustra o pagamento. 
Exemplo: cheque sem fundo 
Sujeito ativo 
Emitente/Sacador do cheque. 
Em relação a possibilidade de o endossante ser autor do 
crime, há duas correntes: 
1ª C - PREVALECE que não se inclui o endossante, pois este 
não emite o título e não se admite analogia in malam partem 
(pode, no entanto, figurar como partícipe ou como autor do 
estelionato do caput). Nucci, Damásio, Mirabete, Greco. 
2ª C - Inclui-se o endossante, pois a lei toma a expressão 
“emitir” no seu sentido amplo, abrangendo o endosso. 
Magalhães Noronha. 
Sujeito passivo 
Tomador/beneficiário do cheque, que pode ser qualquer 
pessoa. 
Núcleo do tipo 
Duas condutas puníveis: 
• Emitir cheque sem fundos: 
• Frustrar pagamento de cheque: ex.: encerrarconta; sustar 
o cheque. 
Em ambas as condutas, a presença da má-fé do emitente é 
imprescindível. Nesse sentido: 
SÚMULA 246 DO STF - comprovado não ter havido 
fraude, não se configura o crime de emissão de cheque 
sem fundos. 
 
Tipo subjetivo 
Somente responde pelo delito aquele que intencionalmente 
emite cheque sem provisão de fundos ou intencionalmente 
frustra seu pagamento, com a finalidade específica de obter 
vantagem indevida. Não se pune a forma culposa (descuido, 
falta de organização das contas etc.). 
Em regra, a emissão de cheque pré-datado (pós-datado) não 
configura crime, mas mero ilícito civil, pois a cártula, aos 
olhos do direito penal, deixou de ser ordem de pagamento à 
vista, revestindo-se de mera garantia de crédito. Contudo, se 
a emissão do cheque pós-datado for fraudulenta, vale dizer, 
com o objetivo de locupletamento ilícito, estaremos diante 
do estelionato do art. 171, caput. 
No que tange ao cheque sem fundos, a reparação do dano 
realizada ANTES do recebimento da denúncia obsta a ação 
penal (Súmula 554 do STF a contrário sensu). É causa 
supralegal de extinção da punibilidade. 
STF SÚMULA 554 - o pagamento de cheque emitido sem 
provisão de fundos, após o recebimento da denúncia, não 
obsta ao prosseguimento da ação penal. 
A jurisprudência afirma que a Súmula 554 do STF aplica-se 
unicamente para o crime de estelionato na modalidade de 
emissão de cheque sem fundos (art. 171, § 2º, VI). Assim, a 
referida súmula não se aplica ao estelionato no seu tipo 
fundamental (art. 171, caput). Dessa forma, não configura óbice 
ao prosseguimento da ação penal — mas sim causa de 
diminuição de pena (art. 16 do CP) — o ressarcimento 
integral e voluntário, após o recebimento da denúncia, do 
dano decorrente de estelionato praticado mediante a 
emissão de cheque furtado sem provisão de fundos. 
Consumação: 
O delito consuma-se quando o banco sacado se recusa a 
realizar o pagamento, seja por falta de fundos ou pela 
sustação do título. Não se aplica o art. 70 do CPP (crime de 
duplo resultado) e sim as Súmulas 521 do STF e 244 do 
STJ. 
CPP Art. 70. A competência será, de regra, determinada pelo 
lugar em que se consumar a infração, ou, no caso de 
tentativa, pelo lugar em que for praticado o último ato de 
execução. 
STJ Súmula nº 244 - Compete ao foro do local da recusa 
processar e julgar o crime de estelionato mediante cheque 
sem provisão de fundos. 
STF Súmula 521 o foro competente para o processo e 
julgamento dos crimes de estelionato, sob a modalidade da 
emissão dolosa de cheque sem provisão de fundos, é o do 
local onde se deu a recusa do pagamento pelo sacado. 
Observações finais: 
Apesar de a súmula só se referir a uma modalidade de 
estelionato na emissão de cheque, temos jurisprudência 
estendendo também para a outra – frustrar pagamento. 
Emitir cheque e depois encerrar a conta = Frustrar 
pagamento (art. 171, §2º, VI). 
Aplica-se a súmula 554 do STF (causa de exclusão do 
crime). 
Encerrar a conta e depois emitir cheque = Estelionato do art. 
171, caput. Não se aplica a Súmula 554 do STF, mas sim o 
art. 16 (arrependimento posterior). 
Não configura estelionato a emissão de cheque sem fundos 
para pagar dívida de jogo, pois se trata de dívida não 
exigível, nos termos do art. 814 do Código Civil. 
Entretanto, se o cheque sem fundos serviu como 
pagamento de uma indevida vantagem obtida pelo jogador 
trapaceiro, nesse caso há estelionato, uma vez que essa 
dívida é exigível. 
Fraude eletrônica 
§ 2º-A. A pena é de reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, 
e multa, se a fraude é cometida com a utilização de 
informações fornecidas pela vítima ou por terceiro induzido a 
erro por meio de redes sociais, contatos telefônicos ou envio 
de correio eletrônico fraudulento, ou por qualquer outro 
meio fraudulento análogo. (Incluído pela Lei nº 14.155, de 
2021) 
§ 2º-B. A pena prevista no § 2º-A deste artigo, considerada 
a relevância do resultado gravoso, aumenta-se de 1/3 (um 
terço) a 2/3 (dois terços), se o crime é praticado mediante a 
utilização de servidor mantido fora do território nacional. 
(Incluído pela Lei nº 14.155, de 2021) 
§ 3º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é 
cometido em detrimento de entidade de direito público ou 
de instituto de economia popular, assistência social ou 
beneficência. 
Voltada para a filantropia. 
Observação: 
Em clonagem de cartão só será estelionato se utilizar o 
cartão. 
Estelionato contra idoso ou vulnerável 
(Redação dada pela Lei nº 14.155, de 2021) 
§ 4º A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) ao dobro, se o 
crime for cometido contra idoso ou vulnerável, considerada a 
relevância do resultado gravoso. (Redação dada pela Lei nº 
14.155, de 2021) 
A majorante do § 4º é aplicável não apenas para a 
modalidade fundamental do estelionato (caput) como 
também para as figuras equiparadas do § 2º do art. 171. 
Ação penal: 
Ação pública condicionada a representação (desejo que haja 
representação) 
 § 5º Somente se procede mediante representação (Ação 
Pública condicionada a Representação), salvo se a vítima 
for: (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
 I - A Administração Pública, direta ou indireta; (Incluído pela 
Lei nº 13.964, de 2019) 
 II - Criança ou adolescente; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 
2019) 
 III - Pessoa com deficiência mental; ou (Incluído pela Lei nº 
13.964, de 2019) 
 IV - Maior de 70 (setenta) anos de idade ou 
incapaz. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
locupletamento ilícito (vantagem econômica indevida). 
Excerto legal, acrescido com o pacote anticrime. 
Especial previsão legislativa que objetiva garantir uma maior 
proteção legal a vítima. 
A regra passa ser Ação Pública Condicionada a 
Representação. 
A mudança na ação penal do crime de estelionato, 
promovida pela Lei 13.964/2019, retroage para alcançar os 
processos penais que já estavam em curso? Mesmo que já 
houvesse denúncia oferecida, será necessário intimar a 
vítima para que ela manifeste interesse na continuidade do 
processo? 
1º CORRENTE: 
SIM RETROAGE. 
STF: SIM. DEVE RETROAGIR, ENTENDIMENTO 
RECENTISSIMO, ORIINDO DESSE MÊS DE 04/2023. 
MUDANDO A JURISPRUDÊNCIA DO STF SOBRE O 
ASSUNTO. (Ag. Reg. Habeas Corpus 208.817). 
HAVIA CONFLITO ENTRE AS TURMA DO STF. A 1º 
TURMA DEFENDIA QUE DEVERIA EXISTIR A 
RETROATIVIDADE DA NORMA. ENQUANTO A 2º TURMA 
DEFENDIDA QUE NÃO. 
COM A DECISÃO DE PLENÁRIO, ATUALMENTE RESTOU 
PACIFICADA A MATÉRIA. 
STJ. 6ª Turma. HC 583.837/SC, Rel. Min. Sebastião Reis 
Júnior, julgado em 04/08/2020 
2º CORRENTE: 
NÃO RETROAGE. 
STJ. 5ª TURMA. HC 573.093-SC, REL. MIN. REYNALDO 
SOARES DA FONSECA, J. EM 09/06/2020. (INFO 674). 
TERCEIRA SEÇÃO DO STJ DECIDIU QUE A NECESSIDADE 
DE REPRESENTAÇÃO RETROAGE APENAS NOS CASOS 
EM QUE A DENÚNCIA NÃO TENHA SIDO OFERECIDA 
Em razão da proteção especial a entidades de economia: 
CP - § 3º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é 
cometido em detrimento de entidade de direito público ou 
de instituto de economia popular, assistência social ou 
beneficência. 
Misto de Proteção: 
Entidade de Direito Público (INSS) e Entidades Privadas que 
são regidas pelos fins beneméritos, e por isso possuem 
especial proteção da lei (Caixa Econômica Federal). 
SÚMULA 24 STJ: 
APLICA-SE AO CRIME DE ESTELIONATO, EM QUE FIGURE 
COMO VÍTIMA ENTIDADE AUTÁRQUICA DA PREVIDÊNCIA 
SOCIAL, A QUALIFICADORA DO § 3º, DO ART. 171 DO 
CODIGO PENAL. 
Estelionato Judiciário: 
Consiste no abuso à provocação da tutela jurisdicional. O 
agente utiliza o Poder Judiciário para auferir vantagem 
indevida causando prejuízo à vítima. 
De acordo com o STF e o STJ, o “estelionato judiciário” não 
tipifica o crime do art. 171 do CP, o agente poderá responder 
por eventual crime de falsidade. 
O estelionato judiciário não tem previsão no ordenamento 
jurídico pátrio, razão pela qual seria conduta atípica (RHC 
31.344/PR).Não configura “estelionato judicial” a conduta de quem 
obtém o levantamento indevido de valores em ação judicial. 
O processo tem natureza dialética, possibilitando o exercício 
do contraditório e a interposição dos recursos cabíveis, não 
se podendo falar, no caso, em “indução em erro” do 
magistrado. Logo, o chamado “estelionato judiciário” é 
conduta atípica. (STJ. 6ª Turma. REsp 1101914/RJ, Rel. Min. Maria 
Thereza de Assis Moura, j. em 06/03/2012 
Ou seja, não é crime de estelionato, e sim pode ser 
tipificado como crime de falsidade, é uma conduta atípica. 
Estelionato e o Concurso com Crime de Uso de 
Documento Falso: 
Nos casos em o estelionato é acompanhando pelo uso de 
documento falso, haverá concurso de crimes. Há divergência: 
1ª C - (STJ): Responde pelos dois crimes em concurso 
MATERIAL. (MAJORITÁRIA) 
Motivos: Os tipos penais protegem bens jurídicos diversos, 
além de o delito de falso se consumar anteriormente à 
consumação do estelionato. Como existem duas condutas 
produzindo dois resultados, trata-se de concurso material. 
ATENÇÃO: O próprio STJ admite uma exceção a esse 
entendimento, Súmula 17. Exemplo: 
Uso de cheque falso. A folha é emitida para aquela situação, 
não tem mais como ser usada para outra. Ou seja, se o falso 
não se exaure no estelionato, o sujeito responde pelos dois 
crimes em concurso material. Exemplo: Uso de CPF ou 
cartão de crédito falso para obter vantagem ilícita em 
prejuízo alheio. 
STJ Súmula 17 - Quando o falso se exaure no estelionato, 
sem mais potencialidade lesiva, é por este absorvido. 
2ª C - (STF): Responde pelos dois crimes em concurso 
FORMAL. 
Motivos: Responde pelos dois, pois há bens jurídicos diversos. 
Concurso formal, pois há uma única conduta dividida em dois 
atos produzindo dois resultados. 
O uso do documento falso é apenas o meio utilizado para 
fraudar. 
ATENÇÃO: O Supremo também aplica a Súmula 17 do STJ. 
3ª C - Se o documento for público, o falso (por ser mais 
grave) absorve o estelionato (MINORIA), post factum 
impunível. 
A pergunta que deve ser feita é a seguinte: POSSO USAR 
ESSE DOCUMENTO FALSO PARA OUTRO CRIME? 
Se sim, responde pelos dois crimes em concurso material, se 
não, aplica-se a súmula 17 do STJ. 
 
Vejamos agora algo que é muito confundido: 
ESTELIONATO APROPRIAÇÃO INDÉBITA 
O dolo é antecedente à 
obtenção da 
vantagem. 
 
O dolo é subsequente à 
posse da coisa. 1° tem a 
posse depois o dolo. 
 
A fraude é a causa da 
entrega da vantagem 
pela vítima. Ele planeja 
a fraude é a causa 
A fraude, se existir, é para 
dissimular a posse 
dá coisa. 
Objeto material: Qualquer 
vantagem 
econômica. 
 
Objeto material: Coisa alheia 
móvel 
 
A pena será aumentada em 1/3 quando o 
sujeito passivo for idoso. 
Estelionato contra idoso ou vulnerável. (Redação dada pela 
Lei nº 14.155, de 2021) 
§ 4º A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) ao dobro, se o 
crime for cometido contra idoso ou vulnerável, considerada a 
relevância do resultado gravoso. 
Idoso: 
Idoso: o conceito de idoso no Brasil é dado pelo art. 1º da Lei 
nº 10.741/2003. Assim, idoso é a pessoa com idade igual ou 
superior a 60 anos. 
Vulnerável: 
Como não foi dado um conceito específico, deve-se utilizar a 
definição do art. 217-A, caput e § 1º, do CP. Desse modo, 
podem ser considerados vulneráveis: 
a) a pessoa menor de 14 anos; 
b) a pessoa que, em razão de enfermidade ou deficiência 
mental, não tem o necessário discernimento para a prática 
de determinados atos. 
Elemento subjetivo: 
O estelionato é crime doloso, não existe na modalidade 
culposa. Além do dolo, é acrescido da finalidade específica de 
locupletamento ilícito (vantagem econômica indevida).

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