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ACIONAMENTOS ELÉTRICOS-mesclado

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Prévia do material em texto

E-BOOK
ACIONAMENTOS 
ELÉTRICOS
Definições de potência elétrica
APRESENTAÇÃO
No mundo atual, de altas tecnologias, existe, para toda instalação, seja ela industrial, seja ela 
residencial ou comercial, a necessidade de se realizar o pleno dimensionamento de cargas nela 
alocada.
Para tal, faz-se necessário o conhecimento das características das cargas instaladas na planta, 
para que seja possível a correta previsão de energia para a referida instalação. Sabe-se que um 
dispositivo elétrico, seja ele qual for, tem duas características fundamentais para sua operação: 
tensão de alimentação e potência.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você estudará sobre potência elétrica e suas definições, bem 
como seu comportamento em várias cargas com características distintas. 
Serão realizadas aplicações práticas para você entender como a potência deve ser utilizada em 
âmbito profissional, e serão qualificadas as instalações devido à influência de potências reativas. 
Por fim, você estudará o fluxo de potência em motores trifásicos, a fim de entender quais fatores 
influenciam no rendimento de tais máquinas.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Definir potência ativa, reativa e aparente.•
Analisar a influência do fator de potência em instalações elétricas.•
Descrever a potência em motores trifásicos.•
DESAFIO
A Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) regula, por meio dos procedimentos de 
distribuição, mais conhecidos como PRODIST, a qualidade de energia elétrica distribuída no 
País. Mais precisamente no módulo 8, são estabelecidos os níveis aceitáveis de tensão, fator de 
potência, harmônicas, entre outros itens que podem ser analisados em uma instalação. Os níveis 
aceitáveis pela ANEEL para fator de potência devem estar entre 0,92 indutivo e 0,92 
capacitivo.
Você, como engenheiro elétrico, tem uma planta de uma indústria moveleira para fazer.
Considerando essas informações, calcule qual é o fator de potência atual da instalação e, se 
necessário, apresente uma solução para a correção do fator de potência para os níveis 
padronizados pelos PRODIST. Apresente os cálculos e o valor de potência reativa necessário 
para tal correção.
INFOGRÁFICO
A relação entre os três componentes da potência elétrica — potências aparente, ativa e reativa 
— forma um triângulo conhecido como o triângulo das potências. Ele também traz a relação 
conhecida como fator de potência. 
Veja, no Infográfico, o triângulo de potências, o que cada cateto significa e fatores práticos que 
cada elemento influencia.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
CONTEÚDO DO LIVRO
A Engenharia Elétrica estuda várias disciplinas diferentes. Entre elas, podemos citar: geração de 
energia, transmissão de energia, eletrônica de potência, eletrônica analógica, máquinas elétricas, 
entre outros inúmeros conteúdos. Um dos conteúdos que une todos esses é o entendimento sobre 
potência elétrica. Tudo que se faz na Engenharia Elétrica está ligado com os cálculos de 
potência, desde dimensionar um cabo para atender uma instalação e até mesmo definir o 
rendimento de um motor. 
No capítulo Definições de potência elétrica, da obra Acionamentos elétricos, você verá a 
definição de potência elétrica, os detalhes de como ela é utilizada na prática e alguns exemplos 
do dia a dia que são influenciados por ela.
Boa leitura.
ACIONAMENTOS 
ELÉTRICOS 
Ruahn Fuser
Definições de 
potência elétrica
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Definir potência ativa, reativa e aparente.
 � Analisar a influência do fator de potência em instalações elétricas.
 � Descrever a potência em motores trifásicos.
Introdução
Atualmente, a energia elétrica passou a ser a principal fonte de alimentação 
para equipamentos, por meio de diversos dispositivos que a transfor-
mam em luz, calor, torque, etc. Para buscar qualquer tipo de energia, os 
equipamentos são qualificados quanto à sua potência elétrica. Assim, 
relaciona-se a potência luminosa, a potência térmica, a potência mecânica, 
etc. com a potência elétrica do dispositivo, sendo possível afirmar que, 
por exemplo, quanto mais calor se deseja, maior será a potência elétrica 
do equipamento. Além disso, quando relacionado a máquinas elétricas, 
como motores e transformadores, uma parcela dessa energia é consumida 
para manter o seu campo elétrico, conhecida como potência reativa.
Neste capítulo, você estudará sobre definições de potência elétrica e 
suas diferentes diretrizes, entenderá como a potência qualifica os equipa-
mentos e qual a influência da potência reativa em instalações elétricas. E, 
por fim, a partir de aplicações práticas da potência em diferentes situações 
reais, será capaz de identificar a potência em motores trifásicos.
Potência elétrica 
Do princípio e fundamental dito por Lavoisier em 1777 — “na natureza nada 
se cria, nada se perde, tudo se transforma” —, podemos dizer que a potência 
é a grandeza da transformação, ou seja, é a quantidade de potencial que um 
dispositivo elétrico pode entregar quando submetido a uma variação de energia 
em um período definido. Essa relação pode ser vista pela Equação (1):
(1)
onde p é a potência medida em watts (W). 
Ainda, podemos quantizar uma fonte de energia pela potência que esta 
consome. Fazendo um comparativo direto, sabemos que um chuveiro de 7 
kW esquenta mais água que um chuveiro de 3 kW, assim como o primeiro 
gasta mais energia que o segundo. Considerando que os dois chuveiros em 
comparação estejam ligados em uma mesma diferença de potencial, podemos 
afirmar que o chuveiro com potência maior necessitará de um condutor com 
maior bitola, como verificado na Equação (2):
p(t) = v(t)i(t) (2)
onde a potência p, definida como potência instantânea, varia no tempo, assim 
como a tensão v e a corrente i. Logo, quanto maior a potência, maior será a 
corrente do circuito e, consequentemente, maior deverá ser a bitola do cabo 
para alimentar tal carga.
Alguns dispositivos considerados ativos são utilizados para fornecer ener-
gia, como a bateria — a capacidade de energia que uma bateria pode fornecer 
é quantizada por meio de sua potência. O que difere uma carga ativa (forneci-
mento de energia) de uma carga passiva (consumo de energia) é o sentido da 
corrente em relação à polaridade da tensão elétrica (Figura 1).
Definições de potência elétrica2
Figura 1. (a) Dispositivo passivo. (b) Dispositivo ativo.
Fonte: Adaptada de Alexander e Sadiku (2013).
Potência ativa, reativa e aparente
Quando analisamos o comportamento da energia elétrica em máquinas elé-
tricas (motores, transformadores), percebemos que uma parcela da energia é 
utilizada para realizar trabalho útil e dissipada em perdas como calor e som, 
sendo conhecida como energia ativa. Outra parcela de energia é utilizada 
para criar e manter os campos elétricos em tais máquinas, conhecida como 
energia reativa. Para exemplificar tais considerações, aplicamos um sinal de 
tensão alternado em uma carga e analisamos o comportamento da corrente 
absorvida, conforme as Equações (3) e (4).
v(t) = VRMScos(ωt + θv) (3)
i(t) = IRMS(ωt+θi) (4)
Para uma carga puramente resistiva, percebemos que a corrente absorvida 
está em fase com a forma de onda da tensão, ou seja, θv = θi (Figura 2).
3Definições de potência elétrica
Figura 2. Comportamento do sinal de corrente em uma carga resistiva.
v(t)
i(t)
0
π 2π
Agora, quando aplicamos o mesmo sinal de tensão em uma carga indutiva, 
percebe-se um atraso da onda da corrente relativo ao sinal de tensão, ou seja, 
θv > θi (Figura 3).
Figura 3. Comportamento do sinal de corrente em uma carga indutiva.
v(t)
i(t)
0 π
2π
Esse atraso significa que existe uma potência reativa com característica 
indutiva sendo dissipada nesse sistema. Já se aplicarmos o sinal de tensão em 
uma carga capacitiva, teremos um avanço do sinal de corrente em relação à 
tensão,ou seja, θv < θi (Figura 4).
Definições de potência elétrica4
Figura 4. Comportamento do sinal de corrente em uma carga capacitiva.
v(t)
i(t)
0 π
2π
Esse avanço da corrente significa que existe uma potência reativa com 
característica capacitiva nesse sistema. 
Então, percebemos que, para o cálculo da potência instantânea, teremos 
o exposto na Equação (5):
P = VRMSIRMScos(θv – θi) (5)
Definindo a potência aparente como o produto da tensão pela corrente 
fornecida ao sistema, temos, conforme a Equação (6), que:
S = VRMSIRMS (6)
Logo, reescrevendo a equação de P com o novo termo de S (potência 
aparente), teremos o exposto na Equação (7):
P = Scos(θv – θi) (7)
Dessa forma, é possível afirmar que, para uma carga puramente resistiva 
θv = θi, a potência ativa P é igual à potência aparente S. Além disso, podemos 
verificar que, quanto maior a diferença entre as fases, menor será a potência 
ativa, podendo chegar a zero para θv – θi = 90°.
5Definições de potência elétrica
Agora, analisaremos o cálculo da potência por outro viés. Ao considerarmos 
um circuito RLC, cuja impedância equivalente é dada por Z = R + jX, para o 
cálculo das potências ativa e reativa, obteremos primeiro a potência complexa, 
conforme a Equação (8):
(8)
No resultado desse produto, teremos um valor complexo que representa 
as potências do sistema, de acordo com a Equação (9):
(9)
O valor Q é conhecido como a parcela reativa do sistema, medido em VAr 
(Volt-Ampère reativo). Também podemos afirmar que a parcela reativa se dá 
puramente pelos componentes indutivos e capacitivos do sistema. Ainda, é 
possível definir potência ativa e potência reativa de acordo com as Equações 
(10) e (11):
P = Re{S} (10)
Q = Im{S} (11)
Para concluir, sabemos que o valor de cos(θv – θi) é conhecido como fator 
de potência (FP) do circuito. Logo, para um FP unitário, temos que Q = 0; 
para um FP adiantado (carga capacitiva), Q < 0; e, para FP atrasado (cargas 
indutivas), Q > 0.
O PRODIST (procedimento de distribuição), criado pela Agência Nacional de Energia 
Elétrica (ANEEL), define diretrizes para a qualidade de energia elétrica fornecida no 
sistema. Nesses documentos, é possível encontrar os níveis aceitáveis para fator de 
potência em instalações elétricas, que estão entre 0,92 indutivo e 0,92 capacitivo, 
assim como níveis de harmônicas e níveis de tensão. Para instalações com fatores de 
potência abaixo dos padronizados pela ANEEL, deve-se realizar uma correção de fator 
de potência utilizando bancos de capacitores. 
Definições de potência elétrica6
Influência do fator de potência em 
instalações elétricas
Em plantas industriais, comerciais e residências, é possível encontrar diversos 
tipos de dispositivos elétricos com diferentes tecnologias. Alguns desses 
elementos podem apresentar variações no fator de potência das instalações elé-
tricas. Segundo a Companhia Paranaense de Energia (COPEL, 2019), algumas 
das principais causas de baixo fator de potência consistem, entre outras, em:
 � transformadores trabalhando a vazio ou subcarregados;
 � motores operando em regime de baixo carregamento;
 � lâmpadas de descarga;
 � grande número de motores de pequena potência;
 � lâmpadas LED de baixa qualidade;
 � componentes eletrônicos de controle de motores.
Os mais comuns em plantas industriais horossazonais são os transformado-
res e motores em operação a vazio, em que o campo magnético é criado para 
o funcionamento da máquina, mas a energia ativa não é solicitada.
Para analisar as influências do fator de potência em instalações elétricas, 
primeiro definiremos o triângulo de potências (Figura 5).
Figura 5. Triângulo de potências.
Fonte: Gebran e Rizzato (2017, cap. 12).
7Definições de potência elétrica
Para calcular a potência ativa e a reativa de uma instalação, é possível 
partir da potência aparente e utilizar os métodos apresentados nas Equações 
(12) e (13).
P (W) = Scos(θ) (12)
Q(VAr) = Ssen(θ) (13)
Admitindo que a carga absorve uma potência ativa fixa, quando variamos 
o fator de potência da instalação, variam-se a potência reativa e a potência 
aparente do sistema, conforme observado na Figura 6: conforme o FP cai, a 
potência reativa e a aparente tendem a ser próximas uma da outra.
Figura 6. Comportamento da potência aparente e reativa conforme o FP para uma potência 
ativa fixa.
3,5
3
2,5
2
1,5
1
0,5
0
1
0,
98
0,
95
0,
92 0,
9
0,
85
0,
82
0,
78
0,
75
0,
67
0,
64 0,
6
0,
7
0,
55
0,
52
0,
49
0,
46
0,
42
0,
39
0,
37
0,
34
Fator de potência (FP)
Potência reativa Potência aparente
Quanto menor o FP, maior será a potência aparente para manter a potência 
ativa; assim, teremos uma maior corrente percorrendo a linha de alimentação 
para entregar a mesma energia ativa para a máquina. Dessa forma, é possível 
afirmar algumas desvantagens para FP baixos em instalações:
Definições de potência elétrica8
 � maior corrente nos ramais alimentadores;
 � maiores quedas de tensão;
 � oscilações de intensidade luminosa em fontes de luz;
 � maiores perdas em forma de calor nos ramais alimentadores;
 � maiores perdas em forma de calor nos equipamentos;
 � redução da vida útil de equipamentos;
 � dimensionamento de infraestrutura maior;
 � maiores bitolas de cabos.
A ANEEL define algumas taxas a serem cobradas em virtude da utiliza-
ção de energia reativa na rede. É importante salientar que tais problemas de 
infraestrutura em uma instalação causadas por baixo fator de demanda podem 
ser transferidos para os sistemas de transmissão e distribuição, causando 
aumento de bitolas para linhas de transmissão e, consequentemente, perdas 
de transmissão. Para reduzi-los, a COPEL (2019) lista algumas metodologias 
para o tratamento de baixos fatores de potência:
 � instalação de motores síncronos em paralelo com a carga;
 � banco de capacitores automáticos;
 � dimensionamento correto de máquinas elétricas (transformadores e 
motores);
 � utilização de equipamentos com reatores de alto fator de potência e 
regulamentados.
Ainda, a COPEL (2019) cita que, com a eficaz correção do fator de potência, 
é possível alcançar uma série de vantagens em diferentes níveis, como:
 � aumento de eficiência energética das instalações;
 � redução no consumo de energia elétrica;
 � redução nas oscilações de tensão;
 � aumento da vida útil dos equipamentos;
 � redução de perdas por calor;
 � liberação da capacidade do sistema de transmissão e distribuição da 
concessionária;
 � possibilidade de a concessionária atender mais consumidores.
9Definições de potência elétrica
Potência em motores trifásicos
Para entendermos como funciona a potência em motores trifásicos, é ne-
cessário, primeiro, conhecermos alguns conceitos básicos de um motor de 
indução trifásico. É importante deixar claro desde o início que o objetivo em 
aplicar uma potência elétrica em um motor consiste em realizar o giro e o 
torque. Portanto, analisaremos aqui uma transformação de potência elétrica 
em potência mecânica, com suas respectivas perdas inerentes.
Para começar, vamos entender como funciona um motor de indução tri-
fásico, a partir da apresentação de um circuito equivalente monofásico que 
representa cada fase de um motor de indução trifásico (Figura 7). 
Figura 7. Circuito equivalente monofásico de um motor de indução polifásico.
Fonte: Umans (2014, p. 354).
 � R1 = resistência do enrolamento do estator;
 � X1 = reatância de dispersão do enrolamento do estator;
 � Rc = resistência de perdas no núcleo;
 � Xm = reatância de magnetização;
 � I1 = corrente no estator;
 � I2 = componente de carga da corrente do estator;
 � Iφ = corrente de excitação;
 � X2 e R2 = representação do rotor;
 � s = escorregamento.
Definições de potência elétrica10
Analisando o circuito equivalente, podemos definir o fluxo de potência 
e rendimento de um motor de indução trifásico do modo apresentado na 
Equação (14):
Peixo = Pent – Pestator – Protor – PROT (14)
Dessa forma, é possível definir o rendimento de um motor de indução, 
conformea Equação (15), como 
(15)
Com base no circuito equivalente, vemos que, pela potência mecânica 
que o motor fornece, existe uma série de perdas para calcular a potência que 
o motor necessitará da rede para uma carga plena. Sabemos que a potência 
transferida pelo entreferro desde o estator é dada pela Equação (16):
(16)
Já as perdas de rotor podem ser calculadas conforme a Equação (17):
(17)
Assim, a potência desenvolvida pelo motor pode ser obtida, conforme a 
Equação (18), por
(18)
Logo, a potência desenvolvida pelo motor pode ser descrita utilizando a 
potência transferida pelo entreferro do modo apresentado na Equação (19):
Pmec = (1 – s)Pg (19)
Além disso, desconsiderando as perdas por atrito e ventilação (PROT = 0), 
sabemos, conforme a Equação (20), que,
Peixo = Pmec (20)
11Definições de potência elétrica
Logo, o conjugado mecânico desenvolvido pelo motor pode ser expresso 
do modo como descrito na Equação (21): 
(21)
Em que ωm é a velocidade angular do eixo e pode ser relacionada ao es-
corregamento do modo como apresentado na Equação (22):
(22)
Logo, o conjugado mecânico entregue no eixo, com perdas rotacionais 
desconsideradas (PROT = 0), é dado, conforme a Equação (23), por,
(23)
Por meio disso, podemos afirmar que a potência desenvolvida por um motor 
é sempre relacionada ao escorregamento que esse motor opera, concluindo que 
um motor que opera com escorregamento elevado apresenta baixa eficiência. 
Adicionalmente, garante-se o conjugado no eixo pela potência ativa que o 
motor opera. Um motor comercial traz em sua placa de especificação esse dado 
pronto. Para dimensionar um ramal alimentador para esse motor, é necessário 
calcular a potência aparente que a rede despende para gerar tal torque. Para 
isso, utilizam-se as informações dadas pelo fabricante de rendimento e fator 
de potência e calcula-se conforme a Equação (24):
(24)
É possível salientar que, para um motor com baixo rendimento e fator de 
potência, teremos uma corrente de linha elevada comparado com a potência 
mecânica que o motor entrega.
Definições de potência elétrica12
No livro Máquinas elétricas de Fitzgerald e Kingsley (UMANS, 2014), que exibe informações 
completas de análise de máquinas de indução trifásicas, você pode estudar sobre 
como o campo girante se comporta dentro de uma máquina rotativa e como é feita 
a transferência de potência no entreferro. 
ALEXANDER, C. K.; SADIKU, M. N. O. Fundamentos de circuitos elétricos. 5. ed. Porto 
Alegre: AMGH, 2013.
COPEL. Fator de potência: em busca de eficiência energética nas instalações. 2019. Dis-
ponível em: www.copel.com/hpcopel/root/sitearquivos2.nsf/arquivos/fator_de_
potencia/$FILE/fator_potencia.pdf. Acesso em: 11 ago. 2019.
GEBRAN, A. P.; RIZZATO, F. A. P. Instalações elétricas prediais. Porto Alegre: Bookman, 
2017. (Série Tekne).
UMANS, S. D. Máquinas elétricas de Fitzgerald e Kingsley. 7. ed. Porto Alegre: AMGH, 2014.
Leituras recomendadas
ANEEL. Procedimentos de Distribuição de Energia Elétrica no sistema Elétrico Nacional – 
PRODIST. 2018. Disponível em: http://www.aneel.gov.br/documents/656827/14866914/
M%C3%B3dulo_8-Revis%C3%A3o_10/2f7cb862-e9d7-3295-729a-b619ac6baab9. Acesso 
em: 11 ago. 2019.
HART, D. W. Eletrônica de potência: análise e projetos de circuitos. Porto Alegre: AMGH, 
2011.
SANTOS, J. N. Compensação do factor de potência. Porto: FEUP, 2006. Disponível em: 
11 ago. 2019.
13Definições de potência elétrica
 
DICA DO PROFESSOR
Em um motor de indução monofásico, o fluxo de potência ativa que o percorre apresenta perdas 
internas, descontadas para o cálculo do rendimento do motor, item que vem fornecido em 
motores comerciais.
Na Dica do Professor, acompanhe esse fluxo, os fatores de perda 
e seus cálculos.
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EXERCÍCIOS
Em uma planta industrial, é necessário o correto dimensionamento de um ramal de 
alimentação para um motor, cujas informações estão contidas a seguir. Para dimensionar 
tal ramal, calcule os valores da potência ativa, reativa e aparente, respectivamente, para o 
referido motor. 
 
1) 
 
A) 901W – 629Var – 1.099VA.
B) 748W – 805Var – 1.099VA.
C) 1.099W – 750Var – 805VA.
D) 805W – 629Var – 1.100VA.
E) 805W – 748Var – 1.099VA.
2) Uma carga em série drena uma corrente i(t) = 3 cos (100π + 10°) A quando uma 
tensão de 150 cos (100π - 30°) é aplicada. Determine a potência aparente e o fator de 
potência da carga, respectivamente.
A) 200VA - FP = 0,809.
B) 450VA - FP = 0,851.
C) 450VA - FP = 0,809.
D) 225VA - FP = 0,766
E) 180VA - FP = 0,851.
3) Para uma carga, Vrms = 120∠0° V e Irms = 0,6∠30° A. Determine a 
potência complexa e a potência real.
A) 62∠- 30° VA e 36W. 
B) 36∠-30° VA e 18W.
C) 72∠ 30° e 62,35W.
D) 36∠30° VA e 36W.
E) 27∠-30° VA e 100W.
4) Em determinada instalação elétrica, uma carga absorve 3,5kW, o que 
resulta em potência aparente de 5.000VA. Determine qual será a potência reativa do 
capacitor a ser colocado em paralelo à carga para aumentar o fator de potência para 
0,95.
A) 3.570Var.
B) 3.684Var.
C) 1.150Var.
D) 2.150Var.
E) 2.420Var.
5) Para dimensionar condutores elétricos, deve-se considerar uma série de fatores, entre 
eles a maneira da instalação, a corrente de projeto (Ip), o tipo de condutor, o número 
de condutores carregados, o fator de correção de temperatura, o fator de correção de 
agrupamento, etc. Calcule a corrente de projeto de um circuito para alimentação de 
um motor monofásico de 0,5CV e tensão nominal de 127V, cujo fator de potência é de 
0,85.
A) 2,89A.
B) 3,05A.
C) 4,21A.
D) 3,41A.
E) 2,50A.
NA PRÁTICA
Em plantas industriais, é comum a utilização de um número grande de motores. É importante o 
correto dimensionamento da infraestrutura para atender tais equipamentos. Além disso, a 
escolha correta de equipamentos com eficiência e com alto fator de potência contribui para a 
redução de consumo de energia e, consequentemente, a redução de despesas mensais.
Acompanhe, Na Prática, o projeto que a engenheira Maíra desenvolveu para uma indústria.
SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do 
professor:
Fundamentos de circuitos elétricos com aplicações
Para se aprofundar na análise de potência, leia o Capítulo 11 — Análise de potência em CA.
Instalações elétricas prediais
Neste livro, recomenda-se a leitura do Capítulo 12 — Fator de potência, no qual você poderá 
aprofundar o conhecimento sobre o ajuste do fator potência.
Eletrônica de potência
No Capítulo 2 — Cálculo de potência, você poderá ver mais sobre os cálculos de potência para 
projetos e o uso do programa de simulação de circuito PSpice.
Máquinas elétricas de Fitzgerald e Kingsley
Recomenda-se a leitura do Capítulo 6 para saber mais sobre a potência nos casos de máquinas 
polifásicas de indução.
PRODIST — Módulo 8
Neste link, você acessa os procedimentos práticos para análise de qualidade de energia dos 
PRODIST da ANEEL.
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Compensação do fator de potência
Neste artigo, você poderá rever alguns conceitos e entender mais sobre a compensação do fator 
de potência.
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Diagramas de comando
APRESENTAÇÃO
A eletrônica industrial cria cada vez mais raízes por meio da automação. As plantas evoluem a 
cada dia com novos robôs e novos sistemas autônomos. Tais tecnologias trazem benefícios para 
a produção, tanto em eficiência quanto em qualidade. A realidade da mão de obra na indústria é 
saber atuar no comando e na manutenção dessas máquinas. É importante saber ler e interpretar 
os diagramas que compõem essa tecnologia que toma conta das plantas industriais.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você verá como reconhecer os elementos de um diagrama de 
comando por meio de sua simbologia gráfica, literal e numérica, além de conhecer e identificar 
os dispositivos que compõemos sistemas automáticos. Você também verá como é feito o 
projeto de diagramas de comando e alguns conceitos básicos sobre o tema.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Reconhecer a simbologia dos principais dispositivos elétricos em diagramas de comando.•
Caracterizar dispositivos elétricos em circuitos de comando.•
Identificar dispositivos elétricos em circuitos de comando.•
DESAFIO
As aplicações de máquinas elétricas se estendem em diferentes objetivos. Muitas vezes, são 
utilizadas para sistemas automáticos 
e funções específicas na planta, porém podem ser encontradas em funções mais simples, como 
acionamento de um portão eletrônico, 
por exemplo.
Imagine que você trabalha em uma empresa de automação industrial e que surgiu um trabalho: 
fazer um portão eletrônico automático. O maior desafio é o fato de o portão ser muito grande e 
pesado para os circuitos de portões eletrônicos comerciais. Dessa forma, houve a necessidade 
de se projetar um sistema automático para abrir e fechar o portão. Assim, optou-se por utilizar 
duas botoeiras, B1 e B2, para abrir e fechar 
o portão, respectivamente. Além disso, utilizam-se duas chaves fim de curso (S1 e S2) a fim de 
parar o portão quando ele está todo aberto ou todo fechado. Seu chefe solicitou que você faça 
um diagrama de comando e potência para o sistema desse portão eletrônico. Considere que, 
enquanto o portão estiver em transição, tanto a botoeira B1 quanto a B2 não terão influência no 
sistema, e é necessário colocar um botão de emergência para desligar o sistema todo.
INFOGRÁFICO
Em plantas industriais, é comum a utilização de motores com conjugado de partida elevado. 
Sabemos que um motor grande produz altos picos de corrente de partida. Nesse caso, são 
utilizadas várias metodologias para que a partida desses motores não implique corrente de 
partida tão elevada. Uma das metodologias é a partida estrela-triângulo.
Neste Infográfico, você verá um diagrama de força e comando para uma partida estrela-
triângulo que mostra detalhadamente as etapas durante a partida do motor.
CONTEÚDO DO LIVRO
Com a evolução das plantas industriais, vem surgindo a necessidade de se implantar sistemas de 
acionamento cada vez mais complexos. As máquinas utilizadas na indústria apresentam diversos 
sistemas automáticos, que, por meio de componentes sensores e atuadores, produzem trabalhos 
de acordo com o que se programa. Tais máquinas têm seus respectivos diagramas de força e 
comando, criados por meio de desenhos técnicos e simbologias padronizadas. 
No capítulo Diagramas de comando, da obra Acionamentos elétricos, você conhecerá as 
simbologias utilizadas em diagramas de comando, de modo a reconhecer os principais 
elementos que compõem tais diagramas e aprender, por meio de exemplos, alguns conceitos 
básicos utilizados nesses circuitos.
Boa leitura.
ACIONAMENTOS 
ELÉTRICOS
Ruahn Fuser 
Diagramas de comando
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Reconhecer a simbologia dos principais dispositivos elétricos em 
diagramas de comando.
 � Caracterizar os dispositivos elétricos em circuitos de comando.
 � Identificar dispositivos elétricos em circuitos de comando.
Introdução
No dia a dia, naturalmente nos deparamos com sistemas elétricos com 
funções diferenciadas, mas todos com uma semelhança em relação à 
sequência de elementos que os compõem: rede elétrica, o ponto de 
acesso à energia que o equipamento fará uso; proteção, que corresponde 
a uma série de elementos que visam a proteger a infraestrutura e o equi-
pamento; comando, que pode ser composto por apenas um elemento ou 
por um diagrama de comando que faz uso de vários elementos e, muitas 
vezes, com uma composição lógica para funcionamento; e equipamento.
Neste capítulo, você aprenderá a reconhecer a simbologia dos dis-
positivos elétricos utilizados em diagramas de comando, entenderá as 
características desses dispositivos e aprender a utilizá-los em diagramas 
para realizar circuitos de comando básicos. 
Simbologia dos dispositivos elétricos em 
diagramas de comando
Inicialmente, é importante dizer que, em geral, os circuitos de acionamentos 
elétricos dividem-se em “comando” e “força”. Aqui, trabalharemos especi-
ficamente com os componentes de comando, embora, para isso, sempre seja 
necessário associá-lo ao circuito de força do sistema. O conceito mais básico 
sobre um circuito de comando reside no fato de que ele utiliza elementos de 
manobra para ligar e desligar equipamentos conforme a necessidade; assim, os 
contatos elétricos apresentam dois estados possíveis: em repouso ou acionado. 
E, de acordo com o seu estado de repouso, os contatos dos elementos elétricos 
classificam-se em normalmente aberto ou normalmente fechado. 
Simbologia gráfica
Para projetar sistemas de comando elétrico, é importante conhecer as sim-
bologias-padrão utilizadas para representar cada elemento. Atualmente, a 
simbologia recomendada pela Associação Brasileira de Normas Técnicas 
(ABNT), em substituição à NBR 5444/1989, é a IEC 60617, cujos itens utili-
zaremos para realizar os diagramas aqui estudados. No Quadro 1, é possível 
verificar os símbolos mais empregados em diagramas de comando, conforme 
apresentado a seguir.
Símbolo Descrição Símbolo Descrição
 
Botoeira NA
 
Botoeira NF
 
Contato 
tripolar
 
Bobina 
 
Contato NA
 
Contato NF
 
Fusível
 
Relé térmico
Quadro 1. Simbologias gráficas segundo IEC, ABNT e DIN
(Continua)
Diagramas de comando2
Quadro 1. Simbologias gráficas segundo IEC, ABNT e DIN
Símbolo Descrição Símbolo Descrição
 
Disjuntor 
com funções 
térmicas e 
magnéticas 
Disjuntor 
 
Relé 
temporizador
 
Sinalizador
 
Transfor-
mador
 
Motor 
trifásico
(Continuação)
 � Botoeira — dispositivo de comando que o usuário utilizará para atuar 
no sistema. Pode ser classificada conforme os seus modelos de mer-
cado, dependendo da quantidade de contatos (se é individual ou tem 
mais botões acoplados), do grau de proteção, se apresenta sinalização 
acoplada, tamanho, cor, etc. 
 ■ Botoeira NA: também chamada de normalmente aberta, é utilizada 
em circuitos de comando para operações como liga. Dispõe de um 
contato que, em repouso, fica aberto, e, quando acionado, passa a 
estar fechado. Botões com essa função costumam ter a cor verde.
 ■ Botoeira NF: também denominada normalmente fechada, é empre-
gada em circuitos de comando para operações como desliga. Tem um 
contato que, em repouso, se encontra fechado, e, quando acionado, 
passa a estar aberto. Botões com essa função costumam ser de cor 
vermelha e alguns até mesmo apresentam funções específicas, como 
o botão de emergência com retenção.
 ■ Botoeira com retorno por mola: não apresenta retenção, ou seja, o 
contato permanece fechado apenas no momento em que o usuário está 
pressionando a botoeira. Pode assumir tanto contatos NA quanto NF.
3Diagramas de comando
 � Contatos tripolares NA — utilizados em circuitos de força, normal-
mente para mostrar os contatos de potência de um contator.
 � Fusível — dispositivo de proteção para sobrecarga e curtos-circuitos 
de longa duração. 
 � Acionamento eletromagnético — simbologia que representa equipa-
mentos acionados por meio de bobinas eletromagnéticas. Normalmente, 
esse elemento fará o chaveamento de contatos NA e NF. É utilizado, 
por exemplo, para representar a bobina de contatores.
 � Contato normalmente aberto — pode representar contatos auxiliares 
NA de dispositivos como contatores e relés.
 � Relé térmico — dispositivo de proteção para sobreaquecimento de 
motores elétricos.
 � Contato normalmente fechado — pode representar contatos auxiliares 
NF de dispositivos como contatores e relés.
 � Disjuntor com elementos térmicos e magnéticos — dispositivo de 
proteção com elementos térmicos e magnéticos (p. ex., pode representar 
um disjuntor motor).
 � Acionamento temporizado— representa a bobina de relés tempo-
rizadores. É utilizado em partidas com atraso ou com comutação 
programada.
 � Disjuntor com elemento magnético — dispositivo de proteção com ele-
mento magnético. Dispõe de proteção contra curto-circuito e sobrecarga.
 � Lâmpada de sinalização — representa um dispositivo de sinalização, 
que pode ser utilizado como interface de supervisão, mostrando in-
formações sobre o sistema, como ligado, desligado, operação manual, 
operação automática, manutenção, estado de falha, etc.
 � Transformador trifásico — dispositivo de transformação de níveis 
de tensão e corrente. Pode ser utilizado em sistemas de comando para 
realizar a separação elétrica entre rede e circuito de comando ou para 
fazer adequação a níveis de tensão.
 � Motor trifásico — dispositivo de transformação de energia elétrica 
em energia mecânica. Muitos dos circuitos de comando são utilizados 
para controlar motores elétricos.
Diagramas de comando4
Simbologia numérica e literal
Para identificar os dispositivos em um diagrama de comando, é necessário 
realizar uma representação literal tanto do elemento quanto de seus contatos. 
Dessa forma, de acordo com as normas ABNT NBR 5280:1983 e IEC 113.2 
(BADIA; DUTRA FILHO, 2008), são definidas letras para representar ele-
mentos com funções específicas e números para representar contatos, como 
você pode observar no Quadro 2.
Fonte: Adaptado de ABNT (1983).
Simbologia Componente Exemplo
F Dispositivos de proteção Fusíveis, para-raios, 
disparadores, relés
H Dispositivos de 
sinalização
Indicadores acústicos e luminosos 
K Contatores Contatores de potência e auxiliares
M Motores
Q Dispositivos de 
manobra para circuitos 
de potência
Disjuntores, seccionadores, 
interruptores
S Dispositivos de 
manobra, seletores 
auxiliares
Dispositivos e botões de 
comando e de posição (fim 
de curso) e seletores
T Transformadores Transformadores de distribuição, 
de potência, de potencial, de 
corrente, autotransformadores
Quadro 2. Simbologia literais
Para os contatos, emprega-se uma notação numérica de acordo com o tipo 
de contato, como visto no Quadro 3.
5Diagramas de comando
Simbologia Descrição Exemplo
1,3 e 5 Circuitos de 
entrada da linha
Utilizados em contatos de força de 
contator, disjuntor motor, etc.
2,4 e 6 Circuito de saída 
terminal
Utilizado em contatos de força de 
contator, disjuntor motor, etc.
X1 Entrada contato NF Contatos auxiliares. O x recebe o valor 
do respectivo contato (11, 21, 31...)
X2 Saída contato NF Contatos auxiliares. O x recebe o valor 
do respectivo contato (12, 22, 32...)
X3 Entrada contato NA Contatos auxiliares. O x recebe o valor 
do respectivo contato (13, 23, 33...)
X4 Saída contato NA Contatos auxiliares. O x recebe o valor 
do respectivo contato (14, 24, 34...)
A1 e A2 Terminais da bobina 
de acionamento
Utilizado em contatores, relés 
e outros dispositivos com 
acionamento eletromagnético
Quadro 3. Simbologias numéricas em contatos
Um exemplo para essa simbologia pode ser visto na Figura 1, na qual temos 
a representação de um contator e sua respectiva simbologia.
Figura 1. Contator com simbologia literal e numérica.
Comando
A1
K1
A2
Força Auxiliar
1 3 5 13 21
2 4 6 2214
Diagramas de comando6
A antiga norma ABNT NBR 5280:1983, que tratava da simbologia literal e numérica em 
diagramas de comando elétrico, e se baseava na IEC 113.2, foi cancelada em meados 
de 2014. Contudo, mesmo com o seu cancelamento, muitos elementos comerciais 
ainda utilizam os padrões definidos por essa norma.
Dimensionamento e caracterização dos 
dispositivos de comando
Os dispositivos utilizados em circuitos de comando devem ser escolhidos 
seguindo algumas diretrizes. Primeiro, deve-se dimensionar o dispositivo 
de acordo com a potência da carga que este acionará, e, depois, analisar a 
quantidade de contatos auxiliares que o elemento apresenta e, se necessário, 
solicitar contatos auxiliares extras para atender ao diagrama de comando. 
Analisaremos as características e entenderemos como se dá o dimensionamento 
de alguns desses dispositivos.
Contatores
Dispositivos com acionamento eletromagnético (Figura 2) que possibilitam o 
controle de elementos com elevadas correntes, por meio de comando de baixa 
corrente. Seu funcionamento básico consiste em uma bobina que, quando 
acionada por uma tensão definida, cria um campo magnético no núcleo fixo 
que vence a elasticidade de uma mola interna e fecha o contato móvel ao 
contato fixo.
7Diagramas de comando
Figura 2. Contator e seus elementos internos.
Fonte: Adaptada de Franchi (2008).
Contato móvel
Contato �xo
Núcleo móvel
Núcleo �xo
Bobina
Mola
Ip
Ip
Ip
Para a escolha correta de um contator, torna-se necessário conhecer seus 
elementos:
 � bobina — elemento principal do contator, que consumirá a corrente de 
um sistema elétrico. Segundo Franchi (2008), existem bobinas de 24 V a 
660 V no mercado, que consomem, respectivamente, de 6,5 VA a 25 VA; 
 � núcleo de ferro — elemento essencial para o funcionamento correto dos 
contatores. Danos físicos ao núcleo de ferro podem causar faiscamento, 
podendo aquecer o contator ou até mesmo queimá-lo;
 � mola — elemento responsável por fazer com que o contato móvel retorne 
à posição de repouso. Com o passar dos anos, esse elemento pode apre-
sentar desgaste físico, levando à necessidade de trocar o componente;
 � contatos de força — contatos responsáveis pela condução de corrente 
do dispositivo a ser acionado. Devem ser capazes de suportar a corrente 
do equipamento que será acionado;
 � contatos auxiliares — utilizados para compor a lógica dos circuitos 
de comando, trava e sinalizadores. 
Diagramas de comando8
Além disso, os contatores são classificados quanto à característica da 
carga que operarão, conforme a norma IEC 947 (DIGEL ELÉTRICA LTDA, 
c2018), da seguinte forma:
 � AC1 — aplica-se a equipamentos com fator de potência ≥ 0,95, ou seja, 
em cargas quase puramente resistivas;
 � AC2 — utilizada em motores com manobras leves, com corrente de 
partida de até 2,5 vezes a corrente nominal do motor. São exemplos de 
aplicação: bombas, compressores, guinchos;
 � AC3 — essa categoria suporta correntes de partida de até 5 a 7 vezes 
a corrente nominal do motor. Exemplos de aplicação: motor gaiola de 
esquilo, ventiladores, bombas, etc.;
 � AC4 — utilizada para manobras pesadas, como partir motores a plena 
carga, fazer reversão à plena carga, etc.
Relés térmicos
Também conhecidos como relés de sobrecarga, são dispositivos de proteção 
que atuam na sobrecarga de motores. Segundo Franchi (2008), sua operação 
baseia-se em um método indireto de detecção de sobrecarga em motores, em 
que se cria um modelo térmico do motor a ser protegido.
Os relés térmicos tripolares são compostos por três conjuntos de bimetálicos, 
um para cada fase. O bimetálico constitui-se pela associação de dois metais 
com coeficiente de dilatação térmica diferentes que, quando submetidos a 
temperaturas elevadas, faz com que o dispositivo abra seus contatos principais. 
Dessa forma, os relés térmicos podem proteger os motores de sobrecargas. 
A Figura 3 mostra a influência da temperatura nos bimetálicos dos relés.
Figura 3. Influência da temperatura nos bimetálicos dos relés.
Fonte: Adaptada de Franchi (2008).
A
C
A
C
B
D
AB > CD
1 2>
AB = CD
= Coe�ciente de dilatação linear
22
1 1
De�exão
Lâmina bimetálica De�exão da lâmina quando aquecida
B
D
9Diagramas de comando
Além disso, os relés apresentam vários elementos particulares, como botão 
de rearme, botão de teste, cursor de arraste e ajuste de corrente, conforme 
mostra a Figura 4.
Figura 4. Componentes de um relé térmico.
Fonte: Adaptada de Franchi (2008).
Para
rearme
automático
Para
rearme
manual
2
3
4
5
6
7
96
L1 T1 L2 T2 L3 T3
98 97 95
1 - Botão de rearme
2 - Contatos auxiliares
3 - Botão de teste
4 - Lâmina bimetálica auxiliar
5 - Cursor de arraste
6 - Lâmina bimetálica principal
7 - Ajuste de corrente
1
Assim, os reléstérmicos, quando utilizados para proteção de motores, de-
vem ser dimensionados de acordo com a corrente nominal e o fator de serviço 
que tal equipamento usará, como demonstrado na Equação (1):
Ir = In. FS (1)
Em relés comerciais, esse ajuste será feito por meio de um botão de ajuste; 
portanto, ao dimensionar um relé térmico, você escolherá um relé cujo corrente 
calculada se encaixa na faixa de ajuste do dispositivo escolhido.
Diagramas de comando10
Os elementos fusíveis são bastante utilizados em partidas de motores com circuitos 
eletrônicos, que possibilitam uma suavização na corrente durante o transitório do 
motor. No livro Acionamentos elétricos, Franchi (2008), você poderá verificar como são 
realizados os dimensionamentos de fusíveis, além de um comparativo entre fusíveis 
e disjuntores motores. Ainda, poderá se aprofundar um pouco mais sobre os assuntos 
abordados neste capítulo. 
Conceitos básicos dos circuitos de comando
Para interpretar com maior eficácia e saber como utilizar os diagramas de 
comando, é preciso conhecer alguns conceitos básicos e estratégias a fim de 
resolver detalhes lógicos, conforme apresentado a seguir com alguns exemplos.
 � Selo — é utilizado com botões sem trava, ou botões de pulso, como 
artifício para manter o circuito ligado. Coloca-se um contato auxiliar do 
contator que está acionando em paralelo com o botão de acionamento, 
como mostra a Figura 5. Em alguns casos, são utilizados dois contatos 
auxiliares em paralelo do mesmo contator para criar uma redundância e 
aumentar a confiança do selo. Alguns autores, como Petruzella (2013), 
definem essa estratégia como “contato de retenção”.
Verifique que, na Figura 5, existe uma botoeira S0 para realizar o desliga-
mento do circuito e que está em série com o selo. É importante salientar que 
sempre devem ser colocadas botoeiras especiais de emergência com retenção 
em série com o circuito de comando, de modo que estas possam realizar a 
parada do sistema completo em qualquer momento.
 � Intertravamento — em alguns casos, existem contatores que não 
podem ser acionados ao mesmo tempo, situação em que se utiliza um 
intertravamento entre eles. Se analisarmos a Figura 6, perceberemos que, 
quando o contator K1 está acionado, o contato auxiliar NF de K1 não 
permitirá que o K2 seja acionado, e vice-versa. Se houver a necessidade 
de elevar a segurança do circuito intertravamento, sugere-se empregar 
dois contatos auxiliares em série.
11Diagramas de comando
Figura 5. Diagrama de um selo.
S0
11
12
13
S1
14
K1
13
14
Figura 6. Diagrama de um intertravamento.
Diagramas de comando12
Ao utilizar um intertravamento, é importante tomar cuidado com o local onde se 
coloca um selo: na Figura 7, podemos observar como se deve fazer o selo quando se 
tem um intertravamento.
Figura 7. Diagrama de um intertravamento com selo.
13Diagramas de comando
Como os diagramas de comando são, muitas vezes, operações lógicas, 
torna-se interessante conhecer algumas estratégias para criar funções lógicas:
 � Função lógica “E” — para criá-la, é necessário haver duas entradas 
objetivando uma saída. No nosso caso, as entradas são sempre botoeiras e 
a saída, o acionamento de uma bobina de um dispositivo eletromagnético. 
Para entender melhor, podemos visualizar a Figura 8, na qual temos as 
botoeiras S1 e S2 dando condição para o acionamento de K1. Podemos 
afirmar que K1 é acionado somente se as duas botoeiras S1 e S2 forem 
acionadas ao mesmo tempo, caracterizando uma função lógica “E”.
Figura 8. Diagrama da função lógica 
“E”.
Diagramas de comando14
 � Função lógica “OU” — para criá-la, também é necessário um mínimo 
de duas entradas, em que uma ou outra devem estar acionadas para 
que a saída seja ligada. A Figura 9 mostra duas botoeiras S1 e S2 em 
paralelo criando uma condição “OU” para acionar K1.
Figura 9. Diagrama da função lógica “OU”.
 � Acionamento condicionado — em alguns casos, o acionamento de 
algum elemento deve estar condicionado a alguma condição. Para isso, 
utilizamos um contato auxiliar do contator em questão em série com a 
botoeira. A Figura 10 mostra que o acionamento de K1 está condicionado 
a K2, que está acionado.
15Diagramas de comando
Figura 10. Diagrama do acionamento condicionado.
Existem diversas formas de criar diagramas para o mesmo objetivo, bas-
tando usar a criatividade para chegar aos objetivos necessários. Com esses 
diagramas, é possível realizar sistemas de automação e partida de motores 
diferenciadas, como estrela-triângulo e compensada. A linguagem de comis-
sionamento de controladores lógicos programáveis (CLP), conhecida como 
Ladder, muito utilizada para criar sistemas de automação industrial, foi criada 
a partir da lógica de contatores apresentada neste capítulo.
Diagramas de comando16
ABNT. ABNT NBR 5280:1983. Símbolos literais de identificação de elementos de circuito. 
Rio de Janeiro: ABNT, 1983.
BADIA, J. O.; DUTRA FILHO, G. D. Eletricista montador: interpretação de projetos elétricos. 
CEFET-RS. Pelotas, 2008. Disponível: http://academico.riogrande.ifrs.edu.br/~jose.eli/
apostilas/PROMINP/Eletrica/Eletricista%20Montador/Eletricista%20Montador_Inter-
pretacao%20de%20Projetos%20Eletricos.pdf. Acesso em: 28 ago. 2019.
DIEGEL ELÉTRICA LTDA. Categorias de Emprego de Contatores. c2018. Disponível: http://
www.digel.com.br/artigos/1/categorias-de-emprego-de-contatores. Acesso em: 28 
ago. 2019.
FRANCHI, C. M. Acionamentos elétricos. 3. ed. São Paulo: Érica 2008.
IEC. IEC 60617: graphical symbols for diagrams. Geneva: IEC, 2019.
PETRUZELLA. Motores elétricos e acionamentos. Porto Alegre: AMGH, 2013.
Leitura recomendada
SOUZA, N. S. Apostila de acionamentos elétricos. Natal: Instituto Federal de Educação, 
Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte, 2009. Disponível em: https://docente.
ifrn.edu.br/heliopinheiro/Disciplinas/maquinas-e-acionamentos-eletricos-ii/apostila-
-basica. Acesso em: 22 ago. 2019.
17Diagramas de comando
DICA DO PROFESSOR
Os motores são recorrentemente utilizados para diferentes funções, desde os mais pequenos até 
os mais pesados. Entre as finalidades que os motores apresentam, pode-se citar sua utilização 
em compressores de ar, ventiladores, bombas hidráulicas, misturadores de grãos, aeradores, 
entre outros equipamentos. Dessa forma, é interessante atentar para as diferentes metodologias 
de partidas para tais motores, pois para cada necessidade há um meio específico de utilização. 
Os diagramas de comando costumam ser utilizados com alguma função específica para motores.
Nesta Dica do Professor, você verá como são feitos os diagramas típicos de partidas de motores 
trifásicos, observando como se devem escolher os dispositivos para cada tipo de partida.
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EXERCÍCIOS
Os diagramas de comando comumente utilizados para demonstrar lógicas de contatores 
apresentam, muitas vezes, estratégias específicas para cada máquina. Dessa forma, 
interprete o comportamento do diagrama de comando da figura e responda o que 
aconteceria se fosse retirado o selo de K1:
1) 
A) O selo de K1 não faz diferença alguma no diagrama.
B) É preciso apertar S2 e S4 juntos para acionar K2 se não houver selo em K1.
C) Sem o selo de K1, o diagrama inteiro não pode ser acionado.
D) Sem o selo de K1, K2 não pode ser acionado.
E) Sem o selo de K1, S1 perde sua função.
2) Para o diagrama de comando de uma máquina industrial, devem existir dois 
contatores, K1 e K2, acionados, cada um, por uma botoeira B1 e B2, além de um 
terceiro contator, K3, cuja condição para ser acionado seja K1 e K2 estarem ligados. 
Qual será o mínimo diagrama necessário para que tal sistema seja possível?
A) Um circuito lógico "OU" e um circuito lógico "E".
B) Um acionamento com botoeira e com selo, dois circuitos lógicos "OU" e um circuito 
lógico "E".
C) Dois acionamentos com botoeiras e selos para cada um dos dois contatores e um circuito 
lógico “E” com um contato auxiliar NAde K1 e K2.
D) Três circuitos com ligação condicionada.
E) Circuito intertravamento entre os três contatores.
As lógicas de comando podem ser criadas para diferentes propósitos. Muitas vezes, são 
realizadas estratégias de acordo com a necessidade de operação. Dessa forma, foi realizado 
o diagrama apresentado na figura a seguir para que satisfaça uma função básica. Qual é 
essa função?
3) 
A) Pisca-pisca.
B) Partida direta com retorno de partida.
C) Partida estrela-triângulo.
D) Partida compensada.
E) Acionamento de portão eletrônico com temporizador.
4) Na planta de uma indústria, existe a necessidade de se criar uma esteira que funcione 
para frente e para trás. Qual das alternativas a seguir indica uma estratégia para 
evitar o curto-circuito na rede em uma partida que atenda a função dessa esteira?
A) Ligações condicionadas.
B) 
Realizar selo nas botoeiras de comando.
C) Colocar proteção térmica.
D) Fazer um circuito lógico "E" com as duas botoeiras de comando.
E) Intertravamento entre os contatores.
5) Em alguns sistemas de comando realizados para adequar máquinas à NR 12, é 
necessário tomar algumas precauções em relação à confiança e à segurança do 
circuito. Qual das alternativas a seguir é utilizada para aumentar a confiança em 
circuitos de comando?
A) Colocar botoeiras de comando em redundância.
B) Colocar um relé térmico a mais.
C) Liberar os botões de acionamento por meio de selos.
D) Redundância de contatos auxiliares.
E) Proporcionar um circuito de comando remoto para os acionamentos.
NA PRÁTICA
Em diagramas de comando, são utilizados vários componentes distintos para realizar funções 
específicas. Muitas vezes, é necessário conhecer os componentes comerciais antes de se projetar 
um diagrama de comando para saber quais são as opções disponíveis no mercado.
Neste Na Prática, você vai encontrar alguns dispositivos reais utilizados em diagramas de 
comando e verá algumas dicas para escolher cada um deles de acordo com sua aplicação.
SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do 
professor:
Motores elétricos e acionamentos
Com a leitura deste livro, você poderá aprofundar seus conhecimentos em dispositivos de 
acionamentos. Você encontrará informações mais específicas nos Capítulos 4, 6 e 8.
Norma IEC
Neste artigo, você poderá ver como as figuras são utilizadas conforme a norma IEC.
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Protocolo para criação de sistemas de comandos elétricos
Nesta dissertação de mestrado, você encontrará uma abordagem de protocolo para a criação de 
comandos elétricos que são usados na automatização de processos industriais.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
Automação de manobras em subestações de transmissão de energia elétrica
Leia, neste artigo, sobre um sistema de manobras em subestação que utiliza diagramas de 
comandos elétricos no trabalho. É interessante verificar como o autor utiliza tais diagramas.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
Chaves de partida
APRESENTAÇÃO
Os motores são elementos comuns no dia a dia, pois são encontrados em diversas aplicações, 
sejam elas industriais, sejam elas comerciais ou até mesmo residenciais. Dessa forma, torna-se 
imprescindível o aprendizado sobre detalhes de funcionamento de tais máquinas elétricas. Além 
de saber a respeito do funcionamento intrínseco de um motor, é importante atentar para a 
aplicação que estará associada a ele, pois para cada aplicação é exigida uma forma de 
dimensionamento de suas proteções e comando.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você aprenderá a identificar as características de partidas de 
motores elétricos e reconhecer os elementos de um diagrama de comando e potência das 
diferentes chaves de partida. Além disso, conhecerá algumas aplicações práticas para cada chave 
de partida e aprenderá a dimensionar as chaves de partidas mais utilizadas no cotidiano.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Identificar as características de partidas de motores elétricos (partida direta, estrela-
triângulo e compensadora).
•
Reconhecer o esquema de ligação das diferentes chaves de partida.•
Descrever chaves de partida de motores elétricos.•
INFOGRÁFICO
Em plantas industriais, é comum a utilização de motores com conjugado de partida elevado. 
Sabe-se que um motor grande produz altos picos de corrente de partida. Nesses casos, são 
utilizadas várias metodologias de partidas que satisfaçam às necessidades da aplicação em 
questão. As características de partida, corrente, conjugado, escorregamento e tensão são itens 
interessantes de se analisar em diferentes momentos da operação de um motor.
Neste Infográfico, você verá uma comparação entre as metodologias de partidas mais comuns 
para motores, observando as vantagens e as desvantagens de cada uma.
CONTEÚDO DO LIVRO
As máquinas utilizadas na indústria apresentam diversas aplicações diferenciadas e produzem 
trabalho de acordo com as características do sistema em questão e do motor que está sendo 
utilizado. Cada sistema apresenta uma característica transitória e em regime permanente. Para 
entender como dimensionar uma partida para o motor responsável pela mecânica desse sistema, 
é interessante que se entenda como esse motor se comporta durante o transitório de partida. 
No capítulo Chaves de partida, da obra Acionamentos elétricos, você encontrará características 
das três partidas mais comuns utilizadas para motores de indução: partida direta, partida 
compensadora e partida estrela-triângulo. Você irá aprender a projetar e dimensionar os 
elementos e esquemas de ligação para cada tipo de partida e, por fim, irá entender em qual 
aplicação cada um deles é recomendado.
Boa leitura.
ACIONAMENTOS 
ELÉTRICOS
Ruahn Fuser
Chaves de partida
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Identificar as características de partidas de motores elétricos (partida 
direta, estrela- triângulo e compensadora).
 � Reconhecer o esquema de ligação das diferentes chaves de partida.
 � Descrever chaves de partida de motores elétricos.
Introdução
Presentes em praticamente qualquer processo industrial moderno, os 
motores elétricos são encontrados em aplicações que vão desde pe-
quenos aparelhos eletrodomésticos até grandes máquinas industriais, 
uma variedade de aplicabilidade que levou ao desenvolvimento de 
diversos tipos de motores com níveis de potência diferentes. Para vencer 
a inércia, motores maiores e com elevados níveis de potência demandam 
maiores correntes em sua partida, chegando a ser cerca de 10 vezes sua 
corrente nominal, o que resulta em um alto consumo de energia, além 
da necessidade do dimensionamento de condutores e dispositivos de 
proteção mais robustos. Para diminuir a corrente inicial requerida pelos 
motores, são realizadas algumas manobras — as partidas indiretas. Já em 
motores de menor potência, é comum a utilização da partida direta. Neste 
capítulo, serão abordadas as principais características dessas partidas, 
além da lógica por trás de cada uma delas e como são representadas 
em diagramas elétricos.
Partidas de motores
Existem diversas maneiras para fazer partir um motor elétrico trifásico: esco-
lher a maneira mais adequada para cada situação representa uma competência 
essencial para profissionais da área elétrica, sempre visando à segurança, à 
eficiência e à minimização dos custos. 
Partida direta
Maneira mais simples de fazer partir um motor trifásico, na partida direta as 
três fases provenientes da rede de distribuição elétrica, após passarem pelos 
dispositivos de proteção, são ligadas diretamente aos enrolamentos do motor, 
fornecendo a ele tensão nominal. 
Esse tipo de partida apresenta projeto e montagem relativamente simples, 
além de um conjugado nominal na partida, ainda que essaligação impossibilite 
um aumento de velocidade lento e progressivo. 
Para vencer a inércia inicial do motor, a corrente de pico (Ip) requerida na 
partida direta normalmente varia entre seis e oito vezes a corrente nominal do 
motor (In), podendo chegar, em alguns casos, a dez vezes a corrente nominal. 
Esse pico de corrente é um problema para a instalação, causando queda de 
tensão e sobrecarregando a rede e os dispositivos de segurança mal dimen-
sionados. Dessa forma, a partida direta é somente indicada para motores de 
menor potência, normalmente abaixo de 5 cv em unidades consumidoras 
atendidas em baixa tensão, sendo importante sempre seguir a orientação da 
concessionária de energia local.
A Figura 1 apresenta a curva de corrente durante a partida do motor, saindo 
da inércia até chegar à sua velocidade nominal.
Chaves de partida2
Figura 1. Gráfico corrente × velocidade do motor 
em partida direta.
Fonte: Adaptada de Franchi (2008).
In
In
Partida estrela-triângulo
Trata-se de um tipo de partida que utiliza duas possíveis formas de fecha-
mento das bobinas dos motores, portanto só é possível fazê-la em motores 
que apresentam seis terminais de ligação e duas tensões nominais, uma para 
cada fechamento. Durante a partida, o fechamento empregado é o de menor 
tensão, em estrela. Após alcançar uma velocidade próxima a 90% da velocidade 
nominal, a ligação é comutada para a ligação de maior tensão, ficando com o 
fechamento das bobinas em triângulo e fornecendo tensão nominal ao motor.
Durante a partida, os enrolamentos do motor estão ligados em estrela, uma 
ligação que diminui em aproximadamente 58% a tensão fornecida ao motor em 
relação à tensão nominal, possibilitando uma redução de 33% na corrente de 
partida. Contudo, essa redução também se aplica ao seu conjugado, tornando 
essa ligação recomendável apenas em motores com partidas em vazio ou se 
3Chaves de partida
o conjugado da carga no eixo for inferior ao conjugado de partida durante a 
ligação em estrela.
Segundo Mamede Filho (2017), caso a comutação ocorra antes de o motor 
atingir 90% da velocidade nominal, a corrente na partida (Ip’) ficará próxima da 
corrente de pico em partida direta (Ip), contrariando o objetivo dessa manobra. 
Portanto, torna-se necessário observar com atenção o tempo de partida do 
motor que será utilizado, para configurar corretamente o tempo de comutação 
da partida. 
A Figura 2 demonstra a curva da corrente de partida em estrela-triângulo 
com relação à partida direta.
Figura 2. Gráfico comparativo corrente × velocidade do 
motor em partida direta e estrela-triângulo.
Fonte: Adaptada de Franchi (2008).
In
In
Chaves de partida4
Partida compensadora
Assim como na partida estrela-triângulo, para reduzir a corrente de pico 
durante a partida, a estratégia consiste em reduzir a tensão de alimentação 
durante esse estágio, para o qual se emprega um autotransformador ligado 
em série com as bobinas do motor.
Os terminais inferiores do autotransformador são conectados em estrela, e, 
pelo fato de esse tipo de transformador dispor de derivações (TAP) ao longo 
de um de seus enrolamentos, é comum obter tensões de 50%, 65% e 80% da 
tensão de fase aplicada a ele. Dessa forma, é possível controlar a tensão e, 
consequentemente, a corrente durante a partida.
O conjugado desenvolvido durante a partida também é reduzido de acordo com 
a tensão do TAP escolhido, ou seja, o TAP de 50% só deve ser aplicado a motores 
que partam a vazio ou com cargas que necessitem de baixo conjugado no eixo.
A Figura 3 demonstra a curva da corrente de partida compensadora com 
relação à partida direta.
Figura 3. Gráfico corrente × velocidade do motor em partida compensadora.
Fonte: Adaptada de Franchi (2008).
In
In
5Chaves de partida
A identificação das diferenças entre as chaves de partida é essencial para 
a tomada de decisão em uma situação prática. As partidas apresentadas aqui 
apresentam características de corrente e conjugado de partida, que, de acordo 
com a situação, se enquadram melhor em uma situação de aplicação. Contudo, 
além de conhecer o comportamento de cada partida, é importante saber como 
dimensionar os componentes para cada uma delas.
Segundo a NBR 5410, a queda de tensão durante a partida de um motor não deve 
ultrapassar 10% de sua tensão nominal no ponto de instalação do dispositivo de 
partida correspondente. Contudo, segundo a mesma norma, em casos específicos, 
pode-se adotar uma queda de tensão superior a 10% (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE 
NORMAS TÉCNICAS, 2008). 
Diagramas elétricos das chaves de partida
Utilizam-se diagramas elétricos para descrever toda partida, sendo comum 
dividi-los em duas partes: diagrama de comando, responsável pela lógica de 
controle da partida, indicando quais componentes serão acionados e em que 
ordem isso ocorrerá; e diagrama de potência, responsável pela identificação de 
cada fase e de qual será o esquema de fechamento das bobinas do motor. Em 
um diagrama, cada um dos equipamentos utilizados na partida é representado 
por um símbolo, explicados a seguir conforme cada partida.
Partida direta
O diagrama elétrico da partida direta representado na Figura 4 mostra, na 
parte de potência, as três fases provenientes da rede e o terra (L1, L2, L3, PE), 
três fusíveis responsáveis pela proteção contra curto-circuito, os contatos de 
potência do contator, um relé térmico para proteção do motor contra sobrecarga 
e, finalmente, o motor elétrico trifásico.
Chaves de partida6
Figura 4. Partida direta: (a) diagrama de potência; (b) diagrama de comando.
O diagrama de comando é alimentado por duas fases, protegidas contra 
curto-circuito por fusíveis. Os contatos 95 e 96 do relé térmico atuam na 
abertura do circuito em caso de sobrecarga. E dois botões são responsáveis 
por ligar e desligar o circuito, respectivamente, o B1 (NA) e p B0 (NF). Toda 
lógica se dá por meio desses dispositivos em conjunto com o contator K1.
Quando se aciona o B1, a bobina de K1 é energizada e seus contatos 13 e 14 
são fechados, permitindo a passagem de corrente até a bobina de K1 — essa 
ligação, conhecida como contato de selo, permite que o circuito se mantenha 
ligado após o botão B1 ter sido liberado, voltando ao seu estado inicial. 
Assim que a bobina de K1 é energizada, os contatos de potência são fecha-
dos, possibilitando a passagem de corrente da rede até o motor. Dessa forma, 
o circuito se mantém até que o botão B0 seja pressionando, interrompendo 
a corrente no circuito de comando e abrindo os contatos de K1, ou até que 
ocorra uma falha.
7Chaves de partida
Dimensionamento em partida direta
Para o dimensionamento dos dispositivos utilizados na partida direta, é ne-
cessário observar os dados de placa do motor em questão — corrente nominal 
(In), potência e frequência —, além de definir a tensão de alimentação do 
circuito de comando.
Dimensionamento do contator
A corrente nominal do contator (Ie) deve ser projetada de acordo com a corrente 
nominal do motor (In); dessa forma:
Ie ≥ In
Dimensionamento do relé térmico 
Assim como o contator, basta observar a corrente nominal do motor: com o 
auxílio do catálogo do fabricante, escolhe-se o que se adequa a essa faixa de 
corrente, além da compatibilidade com o contator.
Dimensionamento dos fusíveis
Inicialmente, os fusíveis do circuito de potência devem suportar a corrente de 
pico da partida direta (Ip) durante o tempo de partida (Tp). Dessa forma, faz-se 
necessário consultar a curva característica fornecida pelo fabricante e, assim, 
escolher o fusível que se adequa aos valores de Ip e Tp. A Figura 5 mostra um 
caso hipotético em que Tp = 2 segundos e Ip = 67 ampères (A).
Chaves de partida8
Figura 5. Exemplo de curva característica de um fusível.
Nesse caso, a corrente do fusível (If) indicado é de 50 A. Além disso, a 
corrente do fusível deve ser superior em 20% à corrente nominal do motor.
If ≥ 1,2In
Por fim, os fusíveis precisam garantir a proteção dos equipamentos de 
comando. Dessaforma, a corrente If deve ser inferior à corrente do contator 
(IK1) e do relé térmico (IfRT).
If ≤ IK1
If ≤ IfRT
9Chaves de partida
Partida estrela-triângulo
A comutação da ligação estrela-triângulo é feita com o auxílio de um relé de 
tempo e contatores, conforme o diagrama da Figura 6.
Figura 6. Partida estrela-triângulo: (a) diagrama de potência; (b) diagrama de comando.
Quando acionado o botão B1, o contato de selo mantém o circuito operante, 
permitindo passagem de corrente para as bobinas do contator K1 e do relé 
de tempo RT. Pelos contatos 55 e 56 de RT, a bobina de K3 é energizada, e, 
dessa forma, o motor está com fechamento em estrela.
Passado o tempo configurado em RT, seus contatos 67 e 68 se fecham, 
energizando a bobina de K2; assim, os contatos 11 e 12 de K2 se abrem, 
interrompendo a passagem de corrente para a bobina de K3 e o motor está 
com fechamento em triângulo.
Chaves de partida10
Dimensionamento dos contatores
O contator K1 deve ter dois contatos normalmente abertos (NA), e os contatores 
K2 e K3, um contato NA e um normalmente fechado (NF). 
Durante o período em que o motor está com fechamento em triângulo, K1 
e K2 atuam, caso em que a corrente nominal é igual à corrente de linha IL:
In = IL
Já a relação entre a corrente em triangulo (It) e a corrente de linha é dada por:
Assim, a corrente que circula em K1 e K2 é:
It = IK1 = IK2 = 0,58In
Como K3 conduz corrente apenas durante o fechamento em estrela, a 
corrente que circula por ele é dada por:
Dimensionamento do relé térmico
Nesse caso, basta observar a corrente nominal do motor e, com o auxílio do 
catálogo do fabricante, escolher o que se adequa a essa faixa de corrente, além 
da compatibilidade com o contator.
11Chaves de partida
Dimensionamento dos fusíveis
Primeiro, os fusíveis do circuito de potência devem suportar a corrente de 
partida (Ip´) durante o tempo de partida (Tp), sendo Ip :́
Ip’ = 0,33Ip
Dessa forma, faz-se necessário consultar a curva característica fornecida 
pelo fabricante e, assim, escolher o fusível que se adequa aos valores de Ip e 
Tp, verificando sempre as três condições apresentadas a seguir.
If ≥ 1,2In
If ≤ IfK1
If ≤ IfRT
Partida compensadora
Observando os diagramas de potência e comando, representados na Figura 7, 
é possível compreender como se faz a comutação. Quando se aciona o botão 
B1, a bobina do contator K3 é alimentada; na parte de potência, isso resulta 
no fechamento do enrolamento secundário do autotransformador. Já na parte 
de comando, aciona a bobina do contator K2, que, por sua vez, conecta o 
autotransformador a rede. Os contatos de selo de K2 e K3 mantêm o circuito 
operando. Com K2 energizado, a parte de potência entrega aos terminais 
do motor o nível de tensão de acordo com o TAP escolhido. Já na parte de 
comando, o relé de tempo é acionado.
Quando é atingido o tempo programado no relé de tempo RT, os contatos 
15 e 16 comutam, cortando a corrente que vai para a bobina de K3. Dessa 
forma, pelos contatos NF 21 e 22, a bobina de K1 é acionada, o que implica 
o corte de corrente para a bobina de K2. Na parte de potência, isso acarreta 
a ligação direta do motor à rede pelos contatos de K1; assim, o motor está 
operando com tensão nominal. 
Chaves de partida12
Figura 7. Partida compensadora: (a) diagrama de potência; (b) diagrama de comando.
Para escolher a melhor opção entre os TAP disponíveis, é fundamental 
conhecer o conjugado imposto pela carga ao eixo do motor. A relação entre o 
conjugado de partida e o TAP escolhido está relacionado no Quadro 1.
Fonte: Adaptado de Franchi (2008).
TAP de transformação (a) a2 Percentual de conjugado nominal
0,5 0,25 25%
0,65 0,4225 42,25%
0,8 0,64 64%
Quadro 1. Conjugados de acordo com TAPs de autotransformadores comerciais
13Chaves de partida
Dimensionamento dos contatores
Pelo fato de o contator K1 ser responsável por conectar o motor diretamente 
à rede, a corrente IK1 é igual à corrente nominal do motor; portanto:
IK1 ≥ In
A corrente IK2 depende do TAP selecionado e é representada por:
IK2 = K
2 ∙ In
Já a corrente IK3 é definida por:
IK3 = In ∙ (K – K
2)
Sendo K o fator de redução mostrado no Quadro 2.
Fonte: Adaptado de Franchi (2008).
TAPs do autotransformador
(%Vn)
Fator de redução (K)
IK2
(%In)
IK3
85 0,85 72 13
80 0,80 64 16
65 0,65 65 23
50 0,50 50 25
Quadro 2. Contatores a partir da relação de TAPs dos autotransformadores
Chaves de partida14
Dessa forma, ao observar o catálogo de fabricantes, as correntes admitidas 
por K1, K2 e K3 devem ser:
Ie1 ≥ In
Ie2 ≥ K
2 × In
Ie3 ≥ (K – K
2) × In
Dimensionamento do relé térmico
Por meio do catálogo do fabricante, deve-se escolher um relé cuja corrente de 
operação seja maior que a corrente nominal do motor. 
Dimensionamento dos fusíveis
Novamente, é necessário observar a curva de atuação dos fusíveis em relação 
à corrente de pico na partida (Ip) e o tempo de partida (Tp), lembrando que a 
corrente de pico na partida compensadora é reduzida pelo fator K2. Assim, se 
estiver sendo utilizado o TAP de 80%, com K igual a 0,8, a corrente de pico 
na partida será:
Ip′ = Ip × K
2
Sabendo da diversidade de aplicações que um motor tem em uma planta 
industrial, torna-se imprescindível o conhecimento de como trabalhar com tais 
máquinas. É importante entender os conceitos teóricos de cada metodologia 
de partida a fim de poder dimensionar de maneira precisa cada um de seus 
elementos. As partidas estrela-triângulo e compensadora são muito utilizadas 
para reduzir a corrente de partida em máquinas de alta inércia, e a partida 
direta contribui com um baixo custo e dispõe de dispositivos de segurança que 
não possibilitam que a máquina retorne ligada após uma queda de energia.
15Chaves de partida
Atualmente, equipamentos como disjuntor motor somam a um mesmo dispositivo 
as características de proteção contra curto-circuito, sobrecarga e seccionamento. 
Informações mais detalhadas sobre outros dispositivos podem ser encontradas no 
livro Motores elétricos e acionamentos, de Frank D. Petruzella.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 5410: Instalações elétricas 
de baixa tensão. Rio de Janeiro: ABNT, 2008. 209 p.
FRANCHI, C. M. Acionamentos elétricos: motores elétricos, diagramas de comando, chaves 
de partida, inversores de frequência e soft-starters. 4. ed. São Paulo: Érica, 2008. 250 p.
MAMEDE FILHO, J. Instalações elétricas industriais. 9. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2017. 964 p.
Leituras recomendadas
FITZGERALD, A. E.; KINGSLEY JUNIOR, C.; UMANS, S. D. Máquinas elétricas: com introdução 
a eletrônica de potência. 6. ed. Porto Alegre: Bookman, 2006. 648 p.
PETRUZELLA, F. D. Motores elétricos: e acionamentos. Porto Alegre: AMGH; Bookman, 
2013. 372 p. (Série Tekne).
Chaves de partida16
DICA DO PROFESSOR
Os motores são recorrentemente utilizados para diferentes funções, desde os mais pequenos até 
os mais pesados. Entre as finalidades que os motores apresentam, pode-se destacar a utilização 
em compressores de ar, ventiladores, bombas hidráulicas, misturadores de grãos, aeradores, 
elevadores de carga, serras circulares, etc. Dessa forma, é interessante atentar às diferentes 
metodologias de partidas para tais motores, pois para cada necessidade há um meio específico 
de utilização. As partidas estrela-triângulo e compensadora são comumente utilizadas para 
motores de potência elevada, e é importante saber, para cada caso, qual das duas escolher.
Veja, nesta Dica do Professor, algumas diferenças entre as partidas estrela-triângulo e 
compensadora, além de alguns detalhes a respeito da partida compensadora.
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EXERCÍCIOS
1) Em uma marcenaria existem várias máquinas que utilizam motores como forma de 
transformar energia elétrica em mecânica. O trabalho será feito com três delas: uma 
serra circular de 10cv, um compressor de ar de 25cv (partindo em alívio) e um 
exaustor de 1,5cv. Quais tipos de partida são recomendadospara cada uma das 
cargas, respectivamente?
A) Estrela-triângulo, estrela-triângulo e direta.
B) Estrela-triângulo, compensadora e direta.
C) Estrela-triângulo, estrela-triângulo e compensadora.
D) Compensadora, estrela-triângulo e direta.
E) Direta, estrela-triângulo e direta.
2) Em uma piscicultura são utilizadas bombas de água submersas para fazer a troca de 
água em açudes. Tais bombas normalmente são utilizadas para jogar água de um 
ponto mais baixo para um ponto mais alto, o que deve enfrentar uma coluna d’água 
na partida de seu motor. Considere uma bomba de água de 60cv trifásica, 
220V/60Hz. Dados da placa do motor:
In: 158,9A
Ip/In: 8•
Entre as partidas estrela-triângulo e compensadora, qual é a mais indicada para esse 
caso? Calcule a corrente para o dimensionamento do relé de sobrecarga e a corrente 
de partida do motor para o dimensionamento do fusível. (Caso escolha 
compensadora, utilizar TAP de 65%.)
A) 
Partida compensada, Ie ≥ 79,4A e Ip' ≥ 537,1.
B) Partida compensada, Ie ≥ 158,9A e Ip' ≥ 451,3.
C) Partida estrela-triângulo, Ie ≥ 178,9A e Ip' ≥ 637,1.
D) Partida estrela-triângulo, Ie ≥ 148,9A e Ip' ≥ 537,1.
E) Partida compensada, Ie ≥ 158,9A e Ip' ≥ 537,1.
Na planta de uma indústria alimentícia, foi solicitada a instalação de uma serra 
circular para cortar rapadura. A indústria tem tensão de alimentação trifásica de 
380V/60Hz. O motor a ser utilizado será de 100cv e apresenta os seguintes dados de 
placa:
In: 134,5A•
Ip/In: 8,2•
3) 
Entre as partidas estrela-triângulo e compensadora, qual é a mais indicada para esse 
caso? Calcule qual deverá ser a corrente para o dimensionamento do relé de 
sobrecorrente nessa aplicação. (Caso escolha compensadora, utilizar TAP de 70%.)
A) Partida estrela-triângulo. Ie ≥ 65A.
B) Partida compensadora. Ie ≥ 108A.
C) Partida estrela-triângulo. Ie ≥ 78A.
D) Partida compensadora. Ie ≥ 78A.
E) Partida estrela-triângulo. Ie ≥ 45A.
4) Em um canteiro de obras, é comum a utilização de elevadores para elevar materiais, 
como tijolos, cimento, entre outros, para os pavimentos superiores. Um engenheiro 
civil solicitou a instalação de um elevador de carga cujo motor tem potência de 30CV 
trifásico, 220V/60Hz. Dados da placa do motor:
In: 77,1A•
Ip/In: 8•
Entre as partidas estrela-triângulo e compensadora, qual é a mais indicada para esse 
caso? Para esse caso, calcule as correntes em K1, K2 e K3. (Caso escolha 
compensadora, utilizar TAP de 80%.)
A) Partida estrela-triângulo, K1: Ie ≥ 77,1A; K2: Ie ≥ 77,1A; K3: Ie ≥ 
12,34A.
B) Partida estrela-triângulo, K1: Ie ≥ 49,3A; K2: Ie ≥ 49,3A; K3: Ie ≥ 
12,34A.
C) Partida compensada, K1: Ie ≥ 68,1A; K2: Ie ≥ 53,4A; K3: Ie ≥ 25,45A.
D) Partida estrela-triângulo, K1: Ie ≥ 102,3A; K2: Ie ≥ 49,3A; K3: Ie ≥ 
12,34A.
E) Partida compensada, K1: Ie ≥ 77,1A; K2: Ie ≥ 49,3A; K3: Ie ≥ 12,34A.
5) Em um aviário, foi solicitada a instalação de um exaustor para controle de aeração e 
temperatura interna. O local de instalação tem rede trifásica de 380V/60Hz. O motor 
a ser utilizado será de 50cv e apresenta os seguintes dados de placa:
In: 71,6A•
Ip/In: 6,5•
Entre as partidas estrela-triângulo e compensadora, qual é a mais indicada para esse 
caso? Para esse caso, calcule as correntes em K1, K2 e K3. (Caso escolha 
compensadora, utilizar TAP de 50%.)
A) Partida estrela-triângulo, K1: Ie ≥ 41,53A; K2: Ie ≥ 41,53A; K3: Ie ≥ 
23,63A.
B) Partida estrela-triângulo, K1: Ie ≥ 23,63A; K2: Ie ≥ 41,53A; K3: Ie ≥ 
23,63A.
C) Partida compensadora, K1: Ie ≥ 71,6,53A; K2: Ie ≥ 41,53A; K3: Ie ≥ 
23,63A.
D) Partida compensadora, K1: Ie ≥ 41,53A; K2: Ie ≥ 25,53A; K3: Ie ≥ 
12,25A.
E) Partida estrela-triângulo, K1: Ie ≥ 41,53A; K2: Ie ≥ 12,1A; K3: Ie ≥ 
41,53,63A.
NA PRÁTICA
A partida estrela-triângulo é uma das mais utilizadas para partir motores de indução de potências 
elevadas. Muitas vezes, é necessário conhecer os componentes comerciais para se dimensionar 
uma partida e projetar um diagrama de comando em que se utilizam as opções disponíveis no 
mercado.
Confira, Na Prática, alguns dispositivos reais utilizados para partidas estrela-triângulo e como 
se dimensiona esse tipo de partida.
SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do 
professor:
Máquinas elétricas
Para entender como as máquinas de indução se comportam durante transitórios de partida, 
verifique o Capítulo 6 — Máquinas polifásicas de indução, do livro Máquinas elétricas.
Noções básicas de eletrotécnica
A aula 6 da apostila "Noções básicas de eletrotécnica", de Carlos Ednaldo Ueno Costa, 
apresenta um resumo sobre acionamento e comando elétricos para partida de motores.
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Estudo da partida de motor de indução de grande porte em ambiente de rede elétrica 
fraca
Em sua dissertação de Mestrado, Paulo José Stival Coelho apresenta um estudo que mostra os 
detalhes de uma partida de motor de indução de grande porte em uma rede elétrica fraca.
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Análises das correntes de partida de um motor trifásico acionado por chave convencional e 
por inversor de frequência
Este artigo apresenta um comparativo de como se comporta a corrente em uma partida 
convencional e com inversor de frequência.
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ABNT: NBR 5410: Instalações elétricas de baixa tensão
É importante atentar às normas que definem as proteções necessárias para cada máquina 
elétrica. Confira.
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Soft starters e inversores de acionamento 
de motores CA
APRESENTAÇÃO
A maioria dos motores elétricos é acionada de maneira direta, mas quando motores de grande 
porte são iniciados dessa maneira, eles causam uma perturbação na tensão de alimentação 
devido ao pico de corrente de partida. Esses eventos transitórios podem afetar a instalação 
elétrica e outros equipamentos conectados a ele. Para limitar o aumento da corrente de partida, 
os grandes motores são acionados com tensão reduzida e, em seguida, a tensão de alimentação é 
reconectada quando eles atingem a velocidade próxima à rotação. Os principais motivos pelos 
quais a partida do motor é realizada dessa maneira são: limitar os efeitos transitórios e garantir 
que o motor acelere a carga mecânica corretamente.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você aprenderá a importância da utilização de métodos de 
partida, identificará os tipos de acionamentos mais comuns utilizados na indústria de motores 
CA, como é seu funcionamento e em quais aplicações esses métodos de partida são indicados.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Identificar os tipos de acionamento de motores CA.•
Analisar o funcionamento e as aplicações das chaves de partida soft starters.•
Explicar o funcionamento e as aplicações de inversores.•
DESAFIO
Os motores de indução trifásicos são largamente utilizados na indústria, realizando diversas 
operações e trabalhos. No entanto, esses motores têm alta potência e, durante o seu 
acionamento, desenvolvem elevada corrente de partida, ocasionando quedas de tensão na rede. 
Além disso, necessitam de um superdimensionamento da instalação em caso de partida direta.
Você é o engenheiro responsável por um frigorífico. Um novo motor trifásico de indução de 
10cv chegou, e você ficou encarregado de desenhar o diagrama de comando para o seu 
acionamento com partida estrela-triângulo, além de descrever seu funcionamento para que o 
técnico responsável pela instalação compreenda o procedimento.
A partida estrela-triângulo é apresentada na figura a seguir. Para isso, são usados três contatores 
(K1, K2 e K3), um relé térmico de sobrecarga (F4) e fusíveis em cada fase (F1,F2,F3).
INFOGRÁFICO
Um dos grandes problemas ocasionados pela partida direta é o elevado valor da corrente no 
instante de partida, que afeta o superdimensionamento

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