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03.05.22 Epidemiologia TRÍADE EPIDEMIOLÓGICA: Ambiente, hospedeiro e agente. Fatores do hospedeiro condicionantes de enfermidades: Mecanismos defensivos e preventivos. Preventivos: - Provocar medo no impostor. - Cheiro (gambá). - Tamanho. - Pele, pelos – queratina, secreções, suor. Defensivos: - Garras, cascos, dentes, chifres. Anatômicos: Estruturas externas e internas. - Posição anatômica (nariz, boca). - Vibrissas – sistema digestório – sem elas os animais comem até objetos pontiagudos. - Muco – filtração. - Cornetos – temperatura. - Alvéolos – macrófagos. Fisiológicos: - Tosse, reflexo corneal, reflexo músculo-cutâneo, digestão, micção.. Imunológicos. Características próprias: Espécie – doenças espécie-específicas. Raça/linhagem/família. Ex: parvovirose e Hotweiler ou dobermann. Sexo – doenças ligadas ao genital ou aos hormônios. Idade. Imunológica. Susceptibilidade individual. Estado fisiológico. Ex: gestação. Utilização. Densidade. Outros: tamanho, pele (cor – sol). Fatores do agente condicionantes de enfermidades: Biológicos: Agentes sub-celulares. 1 – príon (partículas protéicas infectivas). 2 – viróides (RNA). Ex: plantas. 3 – vírus (somente RNA ou DNA; enzimas – crescimento e multiplicação). Bactérias, fungos, protozoários. Parasitas: Endo, ecto, hemo-parasitas. Obrigatórios, facultativos.. Infectividade, patogenicidade, virulência, imunogenicidade, oportunistas. Agentes físicos: térmicos, mecânicos, radiações, sonoros, luz. Agentes químicos: tóxicos respiratórios, metais pesados, inseticidas, fungicidas, herbicidas, zoovenenos, solvente orgânico, fitovenenos, micotoxinas, material particulado. Agentes Psíquicos, estruturais. Fatores do ambiente condicionantes de enfermidades: Físico químicos: Água (dengue, fascíola hepática, toxoplasmose). Alimento. Clima (micro). Macro – temperatura, estações, umidade, radiação, chuvas, vento. Topografia. Solo (minerais, piso, cama). Agentes Biológicos: Flora. Fauna (direta e inditeta – teníase e hidatidose). Meios de disseminação: água, ar, alimento. Agentes sócio-econômicos: Estrutura de produção: Poder aquisitivo. Grau de educação. Conhecimento tecnológico. Consciência sanitária. Tipo de propriedade. Comercialização de animais. Consciência da comunidade. Vias de comunicação. Manejo – práticas, densidade, uso de pastagem, longevidade, ocupação. Higiene ambiental. Tecnificação agropecuária. Estresse (físico, infeccioso, mental, emocional). A EVOLUÇÃO NO CONCEITO DE CAUSA: - PODERES SOBRENATURAIS (demônios, espíritos, bruxas). - PUNIÇÃO DIVINA (Velho Testamento, Astecas, Egípcios, Persas). - FORÇAS OCULTAS, ASTRAIS, ALÉM DO UNIVERSO FÍSICO. - FORÇAS NATURAIS (fatores climáticos – teoria do “Miasma”). - Final do Séc 19- 20 – Agentes transmissíveis – A teoria microbiana. - Século 20 – presente - O CONCEITO EPIDEMIOLÓGICO. A teoria microbiana: Visão simplista Agente – doença. Conceito epidemiológico: a multiplicidade causal entre meio ambiente, agente e hospedeiro. Teoria microbiana: agentes transmissíveis como causas de doenças. - Conceito surgido no final do século 19, início do século 20. - ênfase aos agentes (vírus, bactérias, fungos, protozoários) como a causa das doenças - surgiu na época de ouro da microbiologia, associada com importantes descobertas (koch, pasteur, henle). - atribuia aos agentes infecciosos – exclusivamente – a causalidade das doenças. - Paradigma: um agente, uma doença; uma doença, um agente - deu origem aos “postulados de henle - koch”. POSTULADOS DE HENLE-KOCH: Para um (micro)organismo ser considerado “ a causa” de uma doença, deve: - Estar presente em todos os casos da doença em questão; e não estar presente em casos de outras doenças; - Ser isolado em cultura pura de todos os casos da doença; - Quando inoculado experimentalmente em animais susceptíveis deve de reproduzir a doença na totalidade dos animais; - Deve ser isolado em cultura pura dos animais inoculados. ÊNFASE AO AGENTE COMO O ÚNICO DETERMINANTE DAS DOENÇAS. VISÃO SIMPLÍSTICA DA RELAÇÃO CAUSAL. RESTRIÇÕES DOS POSTULADOS DE KOCH - Desconsideravam infecções mistas; - Ignoravam a existência de doenças clinicamente iguais causadas por agentes diferentes; - Desconheciam a ocorrência de doenças diferentes causadas pelo mesmo agente; - Não contemplavam infecções subclínicas*; - Ignoravam a existência de agentes saprófitas; - Não se aplicavam a doenças genéticas e tóxicas; - Não consideravam os fatores do hospedeiro e do ambiente*; OU SEJA: - Eram incompletos; - Somente aplicáveis a doenças infecto- contagiosas; - Não aplicáveis a muitos agentes infecciosos causadores de doenças; - Desconsideravam a participação de outros fatores; - Ênfase excessiva ao agente como determinante/causa das doenças. Postulados de Evans: completaram as lacunas do anterior. Agente – variantes. Ambiente – frio extremo, calor extremo, radiação extrema, chuva. Hospedeiro – imunidade. A multiplicidade causal: equilíbrio = saúde, desequilíbrio = doença. Conceito de AGENTE (de doenças) - O Agente Etiológico: “Qualquer ser (elemento, entidade, fator) capaz de produzir doença no hospedeiro”. É um determinante indispensável (o principal), mas não necessariamente suficiente para o desenvolvimento da doença (SIMON, 1960)”. Sem o AGENTE a doença não ocorre. Porém... A sua presença NÃO ASSEGURA necessariamente a ocorrência da doença! NATUREZA dos AGENTES ETIOLÓGICOS: - Agentes biológicos; - Agentes físicos; - Agentes químicos. Pela visão epidemiológica, os agentes não são as CAUSAS, e sim um dos fatores - o principal – que determinam as doenças. A sua presença é indispensável, mas não necessariamente suficiente para que a doença ocorra. Evolução da ênfase ao agente: o agente como um dos fatores causais. Ao invés de CAUSA, a epidemiologia prefere o termo FATOR DETERMINANTE* * Qualquer característica/propriedade do AGENTE, do AMBIENTE ou do HOSPEDEIRO que determina/influencia a ocorrência de uma doença. Os fatores determinantes podem ser classificados de três formas: - Primários (agente) ou secundários (ambiente, hospedeiro). - Intrínsecos (genética) ou extrínsecos (ambiente..). - Associados ao agente, ambiente ou hospedeiro. Fator de risco – característica (fator) do hospedeiro (meio, agente) cuja presença aumenta o risco de desenvolvimento e/ou de gravidade da doença (intrínseco x extrínseco). Exemplo: pele clara. Fator predisponente – característica do hospedeiro cuja presença aumenta o risco de desenvolvimento e/ou de gravidade da doença. Patógeno: todo agente biológico causador de doença. FATORES DO AGENTE - NATUREZA DO AGENTE (biológico, físico, químico) Para um determinado AGENTE BIOLÓGICO: - Classificação: vírus, bactéria, fungo, etc. - Gênero e espécie. - Cepa ou variante (fenótipo diferente). - Virulência. - Patogenicidade (atinge maior ou menor número de indivíduos). - Dose (dose de exposição). - Infectividade (infecta e se replica). - Perfil antigênico/variabilidade. - Transmissibilidade. - Resistência/viabilidade. FATORES DO HOSPEDEIRO: - Espécie animal. - Raça – Hereford e carcinoma de olho pela conjuntiva despigmentada. - Tipo físico ligado a raça também. - Background genético – vacinação, seleção dos mais resistentes. - Sexo. - Idade. ↑ Características genéticas ou intrínsecas. - Via de penetração (agente). - Estado fisiológico – prenhez, mastites.- Condição nutricional – obesidade ou desnutrição, deficiência de Cálcio e fósforo – botulismo. - Status imunológico. - Utilização e propósito – cães de caça e lepto, cavalos de salto e problemas de locomotor. ↑ Características variáveis ou extrínsecas. FATORES DO AMBIENTE: Componentes físicos: - Clima: temperatura, umidade/pluviometria, ventos, irradiação solar. - Geografia. - Hidrografia – disponibilidade. - Topografia – várzea – umidade e casco amolece. - Exposição a intempéries (abrigos naturais ou não). - Composição do solo. Componentes biológicos: - Fauna (espécies, número, densidade, hábitos). - Flora (cobertura vegetal, plantas tóxicas, natureza e qualidade de forragens, etc). Componentes sócio-econômicos: - Sistema de criação. - Manejo. - Instalações. - Nutrição. - Comércio/transporte, etc. - Infra-estrutura comunitária. - Sistema de diagnóstico e vigilância. - Legislação sanitária. ECOLOGIA DAS DOENÇAS: Interações entre agente, meio ambiente e hospedeiro. Ecologia: Interações agente – meio ambiente. Interações ambiente – hospedeiro. Patogenia: Interações agente – hospedeiro. Resposta imunológica. Hospedeiro: qualquer ser vertebrado eu abrigue/hospede o agente. Hospedeiros naturais (primários) – espécies de origem. Relação menos nociva ao hospedeiro, normalmente não causando doença ou com poucos sinais. Cães/canídeos silvestres – natural – passa ao cão doméstico – secundário – humanos. Hospedeiros acidentais (secundários) – espécies acometidas que não são as naturais. As vezes o secundário atinge potência maior (adaptação) e passa a ser a principal. Hospedeiro definitivo – forma adulta reprodução sexuada. Hospedeiro intermediário – fase larvária. Hospedeiro terminal – onde o ciclo do agente termina – não infectante para dar continuidade ao ciclo. Reservatório (hospedeiro reservatório): Vertebrado que abriga um agente e transmite para outro. Macaco com febre amarela – reservarótio para humanos. Cães com cinomose – reservatório para espécies silvestres. Reservatório ecológico – as vezes adoece da doença e as vezes não. Infecção total subclínica – sem doença. Transmite sem adoecer. Reservatório epidemiológico – Transmite e adoece. Cães com leishmania – humanos. Vetor: insetos (artrópodes) que transportam a doença. Vetor mecânico: transporta mecanicamente. Não participa do ciclo. Vetor biológico: participam do ciclo replicativo biológico – multiplicação no intestino do inseto – quantidade suficiente do vírus para inocular. Zoonoses: Transmissíveis de animais para humanos e de humanos – animais. De acordo com sentido de transmissão: Antropozoonoses – primariamente de animais que passam para humanos. Zooantoponoses – primariamente de humanos que passam para animais. Amphixenoses: não se sabe se era primariamente de animais ou humanos. De acordo com manutenção do agente na natureza: Zoonoses diretas – só 1 espécie de hospedeiro para se manter na natureza. Metazoonoses – 1 invertebrado e 1 vetor. Ciclozoonoses – pelo menos 2 espécies (ex. fascíola hepática). Saprozoonoses – 1 espécie e 1 tempo de vida livre (ex. tunga penetrum). A CADEIA EPIDEMIOLÓGICA: Sinônimos: Cadeia do processo infeccioso. Cadeia de transmissão. História natural das doenças. “É a série de etapas/eventos sequenciais/cíclicos que se sucedem para que a doença ocorra” É a série de etapas/eventos que precisam ocorrer para que os agentes se perpetuem na natureza. Fonte de infecção: qualquer vertebrado que abrigue o agente. isolamento. Excreção: deve seguir a via correta na hora correta. máscara, preservativo. Transmissão: combate de vetores (mais adequado para intervenção). Penetração: deve ser capaz de penetrar pelas vias corretas. EPI, luvas. Novo hospedeiro: vacinação (mas também pode transmitir – proteção parcial), isolamento. Todas essas etapas são passives de intervenção para cortar essa cadeia. A melhor = transmissão. Fontes de infecção (de acordo com manifestações clinicas): Hospedeiros infectados. Doentes: com sinal clínico. Doentes típicos: forma típica da doença. Doentes atípicos: forma rara da doença. Doentes prodrômicos: doença no início, sinais genéricos de qualquer doença – sinais inespecíficos. Portadores: Sem sinal clínico. Mais importantes pois não são reconhecidos. Passivos: tem agente mas não transmite (vaca louca). Ativos: Portador ativo permanente – sempre excretando (FIV/FELV). Portador ativo temporário – excreta em 1 fase da vida. Em período de incubação (pré-sintomático), convalescença – antes de ter doença; transmite depois tem sinais clínicos (COVID). Intermitente – excreção intermitente (Herpes). Excreção coincide mais ou menos com o período clínico. Qual a via de infecção mais importante: Portadores (sem sinais) ativos permanentes (sempre excretando). Excreção: Deve ter quantidade suficiente e ser no momento correto. Eliminação do agente para ser disponível para transmissão. Vias de excreção: Locais do organismo por onde são excretados (portas de saída). Maioria usa mais de uma via, depende do local onde se replica (tropismo, predileção). Secreções oronasais: Agentes que replicam na cavidade oral e anexos, trato respiratório, Parte inicial do trato digestivo. - Vírus da Aftosa - Vírus da Raiva - BHV-1, micobacterium - Vírus da Cinomose - Influenza (gripe), resfriados - Sarampo/caxumba - Newcastle/rinotraqueite Fezes e urina: Fezes: agentes que replicam no trato digestivo e fígado. - Vírus (rota, corona, HepA, parvo, adenovírus) - Helmintos - Protozoários (eimeria, etc.) - Bactérias (coli, salmonela) - Vírus das hepatites. Urina: agentes que replicam no trato urinário (rins) e - Vírus sistêmicos - Leptospiras - Hantavírus - Arenavírus Secreções urogenitais: Agentes que replicam no trato genital: - Brucella sp - Campylobacter sp - Trichomonas sp - BHV-1 (IPV/IPB) - PRRSV (testículos) - BVDV (testículos), Zica vírus Agentes sistêmicos: - Vírus da Febre Aftosa - Vírus das hepatites B e C - HIV - Vírus da Leucose bovina (VLB) - CAEV Leite e colostro: Agentes que replicam na glândula mamária - Brucella sp - Micobacterium sp Outras bactérias Agentes sistêmicos - Vírus da Aftosa - HIV, HBV - Leucose bovina - Leucemia felina - CAEV Sangue e linfa: Agentes sistêmicos: - Doença de Chagas - Babesiose/anaplasmose - Malária - Anemia Infecciosa Equina - HIV, HBV - Doença de Lyme - Dengue, Zica, Chikungunya - BVDV, VLB - Leucemia felina, FIV. Vetores, transmissão iatrogênica (procedimentos objetos contaminados), transfusão. Placenta, feto, líquidos fetais: ABORTOS. Infecções fetais ou genitais - Brucella sp - Trichomona - Campilobacter - BHV-1, BVDV - Neóspora Infecções sistêmicas: - HIV - Vírus das hepatites B e C EXSUDATOS, DESCAMAÇÕES CUTÂNEAS: Agentes que multiplicam na pele e anexos - Vírus (papiloma, ectima, varíola, BHV-2) - Sarna, piolho - Micoses Tecidos animais: Agentes que multiplicam em órgãos/tecidos internos - Equinococcose/hidatidose - Taeníase/cisticercose - TSEs - Carbúnculo hemático Porque é importante saber as vias de Excreção ? A VIA DE EXCREÇÃO DETERMINA A FORMA DE TRANSMISSÃO. TRANSMISSÃO: É a transferência/ transporte do agente entre hospedeiros. Etapa crítica para continuidade da cadeia. Pode ser imediata ou demorar meses/ anos (resistência no ambiente). Pode ser diretaentre hospedeiros ou envolver intermediários (pele, mucosas). Em algumas formas de transmissão, a resistência/viabilidade do agente é muito importante. É a etapa de eleição para interromper a cadeia. Transmissão Horizontal: Direta: ocorre entre indivíduos da mesma geração pela convivência. - Contato direto: não há intermediários entre fonte de infecção e hospedeiro. Ocorre pelo contato direto entre superfícies corporais. Exemplos: - Focinho-focinho (FMDV, brucelose, BHV-1) - Boca-boca (HBV, HepA) - Pele-pele (sarna, micoses, papiloma, poxvírus, herpesvírus). - Mucosa-mucosa (HIV, HBV, brucelose). - Transmissão venérea (vários vírus e bactérias) - Mordeduras (raiva, hantavirose entre roedores). Transmissão venérea: transmissão de agentes de doenças através da relação sexual. Humanos: HIV, HBV, sífilis, HPV, etc. Animais: brucelose, BHV-1, BVDV, tricomonose, etc. - Contato indireto: há intermediários entre fonte de infecção e hospedeiro. Pelo contato de superfícies corporais (pele, mucosas) com secreções, excreções contaminadas. Exemplos: - Gotículas (tosse, espirro). - Focinho-fezes, focinho-feto abortado (placenta). - Boca (nariz)-mão (Flu, HepA, resfriados). - Ex: infecções respiratórias, brucelose, TB. Indireta: transmissão do agente entre indivíduos com participação de seres inanimados (veículos, fômites) ou seres vivos (vetores). - Veículos: fômites (Secreções e excreções não são considerados veículos. São substratos orgânicos onde os agentes se encontram). - Água, solo, alimentos - Material cirúrgico, instrumentos, agulhas - Vestimentas, calçados - Luvas, espéculos, pipetas de IA - Cama, instalações, equipamentos Transmissão iatrogênica: transmissão involuntária de agentes de doenças por procedimentos médicos feitos de forma inadequada. Transmissão ou infecção nosocomial: transmissão de agentes em ambientes hospitalares. - Vetores: seres animados (artrópodes, insetos) que transmitem agentes de doenças. Biológicos: Fazem parte do ciclo da doença. Triatoma infestans (Chagas), Aedes aegypty (dengue, febre amarela, zika chiKV), Boophilus microplus (babesia, anaplasma), malária, amblyoma (lyme), leishmaniose. Mecânicos: apenas carream mecanicamente, não fazendo parte do ciclo. Moscas, mutuca (anemia infecciosa eqüina). Aérea: aerossóis, micropartículas suspensas no ar. Transmissão Vertical: É a transmissão de um agente de um indivíduo para a progênie; transmissão entre gerações; de mãe ou pai para filhos. - Transovariana: Alguns vírus - Retrovírus murinos - Leucose aviária Comum em artrópodes - Vírus da Dengue, - Vírus da Febre Amarela - WNV, togavírus - Anaplasma, babesia O GAMETA JÁ ESTÁ INFECTADO. - Transplacentária: Vários vírus - BVDV, BHV-1, BLV - Parvovírus suíno, PRRSV - Herpesvírus eqüino - HIV, rubéola, HBV Protozoários, bactérias - Neóspora - Brucella - Trichomona - Campilobacter - Perinatal: na hora ou logo após o parto. Contato do canal, fissuras. Vários vírus - Herpesvírus canino - HIV, HBV, herpes humano - CAEV - FeLV Outros patógenos: - BSE, scrapie - Cândida - Amebíase Única forma natural de BSE (doença da vaca louca). - Colostro/leite: da mãe para filho é vertical. Se leite de outra vaca = transmissão horizontal direta. Alguns vírus - VLB - CAEV, maedi-visna - HIV - WNV, dengue (raro) Outros patógenos - Brucella - Micobacterium Porque é importante saber a forma de transmissão? É A ETAPA DE ELEIÇÃO PARA INTERROMPER A CADEIA DO PROCESSO INFECCIOSO. PENETRAÇÃO: Local onde penetram os agentes – porta de entrada. Depende de como é transmitido. Grande maioria tem mais de 1 via. Mucosa respiratória: mais abundante. Narinas, faringe, traquéia, brônquios, bronquíolos. Grande área de superfície do trato respiratório. Inspiração alta de ar contínua. Agentes: infecção respiratória ou com replicação respiratória e consequente infecção sistêmica. Mucosa conjuntival: Agentes que causam conjuntivite (adenovírus). Possui poucas defesas, e é extremamente irrigada. Porém há baixa incidência dessa via. Mucosa digestiva: Orofaríngea até intestinal. Segunda via mais comum. Grande área de superfície. Alta ingestão de água e alimentos. Agentes causam infecção digestivas ou sistêmicas. Na boca não muito comum. + na faringe e intestinos. Mucosa urogenital: Agentes causam infecções genitais ou sistêmicas. Pele: vírus, ácaros, fungos. Iatrogênica. Vetores. NOVO HOSPEDEIRO: última etapa. Características e tributos: Susceptibilidade: condições que o hospedeiro oferece para que agente não se multiplique. Doença = sinais; infecção = replicação. Susceptibilidade natural: na natureza é susceptível. Susceptibilidade experimental: força-se a infecção em condições experimentais (coelhos e fungos Pithium, testes de vacinas). Resistência: poucas oportunidades são oferecidas para replicação. Resistência natural: não tem memória, independe de exposição prévia. Resistência adquirida: extremamente especifica, depende de exposição prévia e da memória. Refratariedade: grau absoluto de resistência de determinada espécie a um agente. Denominação não se aplica a indivíduos. Aves são refratárias do vírus da raiva. Infecção: penetração e multiplicação. Mais para organismos unicelulares e vírus – geralmente replicam nos tecidos. Infestação: agentes se multiplicam em superfícies do hospedeiro. Mais para organismos metazoários (fungos, ácaros). Infestação (maioria consegue combater sem sinais clínicos) – doença (com sinais clínicos). PATOGENIA: interações do agente com hospedeiro. Mecanismos de produção da doença, origem. Infecção subclínica = maioria (sabe-se pela sorologia de populações e dedução). Doença clínica suave/moderada. Doença clínica grave/morte. Tipos de infecção: Manifestações clínicas (sintomas): Infecções subclínicas. Infecções clínicas (doença): Doença típica (forma clássica). Doença atípica (forma rara). Duração e magnitude (intensidade): Infecções agudas: evolução rápida e curta duração. Infecções persistentes (crônicas): evolução e duração longas. Qualquer uma dessas pode ser clínica ou subclínica. Forma de infecção persistente: - Infecções latentes: não está em replicação mas pode voltar a se replicar. Infecções localizadas: Próximo do local de entrada. Restritas a 1 ou poucos órgãos próximos do local de penetração. Respiratório (traqueobronquite), GI, Derme (sarna), conjuntivite (adenovírus), genital (tricomonose). Infecções disseminadas (sistêmicas): Vários órgãos e sistemas. Local de penetração e replicação inicial (primária) – disseminação via nervosa, linfática ou hematógena – replicação secundária no órgão alvo (tropismo). Disseminação nervosa: herpesvírus, raiva (local da mordedura, trajeto até encéfalo, direção centrípeta), arbovirus. FASES DO PROCESSO INFECCIOSO/DOENÇA: Período de incubação: desde infecção até início dos sinais clínicos. Depende de vários fatores. Período prodrômico: início da doença com sinais inespecíficos, período final de incubação. Período clínico = doença. Período de convalescença: começa a se recuperar e diminuir sinais e sintomas. Período pré-patente: independente se tem doença u não. Período entre doençae início da excreção. Depende do ciclo replicativo do agente e dose. Período patente (transmissibilidade ou comunicabilidade): está excretando o agente. Geralmente coincide com o período clínico. HIV tem período patente para resto da vida – sempre excretando. Sinais clínicos x sintomas (humanos tem os 2). Síndrome febre: Conjunto de sinais. Hipertermia. Anorexia (apetite). Apatia. Polidipsia, poliúria. Taquicardia, taquipneia. DOENÇAS EM POPULAÇÕES: POPULAÇÃO (definição): “Grupo de indivíduos (unidades populacionais) no qual se está estudando aspectos relacionados à saúde e doença” As populações objeto de estudos epidemiológicos podem variar muito em número e variabilidade de indivíduos, área que habitam, densidade, grau de controle ou acesso, etc. Qualquer grupo de indivíduos ou unidades populacionais que está se estudando aspectos relacionados a saúde e doença. Utilizar de Métodos de amostragem. População aberta: não se tem restrição de entrada e saída de indivíduos, animais, subprodutos. Ex: população humana. Surgimento de doenças de alastramento rápido pela falta de restrição. Populações fechadas: há restrições de entrada e saída de indivíduos que possam vincular agentes. Animais de interesse econômico. Rebanho – estado. População local: localizadas que compõem a metapopulação dos municípios. Rebanhos. Grupo de indivíduos que habita uma determinada área, exposto às mesmas condições e cujos indivíduos interagem frequentemente entre si. São subpopulações da metapopulação Metapopulação: mais abrangente, população grande em área grande. Composta por várias subpopulações (populações locais). População total: totalidade. População de risco: parcela da população que é susceptível a um determinado agente ou doença. Exemplo: mastite bovina – vacas lactantes. As vezes a população de risco equivale a total. Adenocarcinoma de mama em cães – fêmeas. HIV no Brasil – todas as pessoas. Cinomose canina em SM – todos os cães de SM. Diferentes grupos tem diferentes riscos: Alto risco – cães jovens não vacinados. Menor risco – cães mais velhos vacinados. Os indicadores de saúde deve sempre considerar a frequência de casos em relação à POPULAÇÃO DE RISCO. Importância – denominador. Características populacionais importantes: Número de indivíduos. Densidade populacional. Distância social (densidade + oportunidades de transmissão) – facilidade de transmissão. Determinação/ estimativas de tamanho de populações: Censos periódicos. Censo inicial seguido de registros de saídas/entradas. Estimativa por amostragem (captura- marca-libera). Métodos indiretos – pegadas, fezes (onças). Doenças em populações: Conceitos e definições: Caso de doença: indivíduo afetado por uma condição patológica. Caso suspeito: caso de doença em que a etiologia ainda não foi confirmada. Geralmente está sob investigação. Caso confirmado: caso de doença em que a etiologia já foi confirmada. Foco: local que possui indivíduo ou grupo de indivíduos afetados por uma determinada doença (localização geográfica). Surto (ou epidemia): número excessivamente alto de casos de doença em uma população em um determinado período. Depende da frequência dessa doença. Caso autóctone: caso de doença adquirida no próprio local. Caso importado: caso de doença que foi adquirida em outro local. Ex: varíola de macacos – homem em Guarulhos. Caso índice (paciente zero): primeiro caso da doença ocorrido em uma população (geralmente importado). Casos primários: casos da doença ocorridos por transmissão local na população (a partir do paciente zero). Casos secundários: casos surgidos após o período pré-patente mínimo do agente; surgem pela transmissão do agente a partir dos casos primários. O número de casos secundários reflete a transmissibilidade e infectividade do agente e a difusibilidade da doença (taxa R0). Quanto maior a taxa R0 maior a velocidade de transmissão – progressão geométrica. TAXA R0 (taxa de reprodutibilidade): número estimado de indivíduos infectados a partir de um caso (taxa de contágio, de transmissão). TAXA R0 = β.k.D. β = probabilidade de transmissão do agente. K = frequência de contato entre o infectado e susceptíveis. Componente que pode ser modificado (medidas de afastamento, máscaras, etc). D = período de transmissibilidade. R0 < 1 = menos de um indivíduo é infectado a partir de um caso R0 > 1 = mais de um indivíduo é infectado a partir de um caso “Quanto maior o R0, maior a transmissibilidade/contágio da doença”. Transmissão local: é possível rastrear de quem cada 1 pega. Capacidade de rastreamento. Transmissão comunitária: não é possível rastrear de onde/quem pegou a doença. Quantificação de doenças em populações: Indicadores de saúde e doença: Quantificação de doença: É um componente essencial da Epidemiologia. Indicadores geralmente são expressos como frequências relativas (taxas, coeficientes - estes mais eficientes). Nas frequências relativas, o numerador é o número de casos e o denominador sempre é a População de risco. As taxas/coeficientes são denominadas “Indicadores de Saúde”. Utilidades da quantificação de doença: Informa sobre o estado de saúde da população. Permite saber a ocorrência e frequência. Permite saber a dinâmica da doença Informa sobre possível origem, causa, determinantes. Permite estimar o impacto econômico e avaliar custo-benefício. Determina e direciona ações e medidas de combate. Método de prevenção – ainda não existem casos. Métodos de controle – para diminuição dos casos. Métodos de erradicação – para erradicar poucos casos existentes. Principais indicadores: Taxas/indicadores de morbidade. Prevalência: É o número ou porcentagem de casos de doença numa população em um determinado momento. Representa um medição/indicador transversal/seccional. Por isso é um dado estático. Pode-se quantificar qualquer aspecto (doença, anticorpos, agente). Taxa de prevalência = (número de casos/ população de risco) x 100. Abaixo de 1 expressar em proporção. Acima de 1 expressar em percentual. Incidência: É o número ou porcentagem de novos casos de doença que ocorrem na população em um intervalo de tempo. Representa uma medição/dado longitudinal. Dado dinâmico. Também chamada de taxa de ataque. Taxa de incidência = [número de casos / (população de risco/tempo)] x 100 Como descobrem: seguir e contar por métodos diretos ou indiretos (estimar prevalência). Outros indicadores de saúde/doença: Taxa de morbidade: percentual ou fração de indivíduos expostos a um determinado agente que desenvolve a doença. Taxa de morbidade = (número de doentes/ população exposta) x 100. Taxa de mortalidade: percentual ou fração de indivíduos expostos a um determinado agente que vai a óbito. Taxa de mortalidade = (número de óbitos/ população exposta) x 100. Taxa de letalidade: percentual ou fração de indivíduos doentes que vai a óbito. Taxa de letalidade = (número de óbitos/ número de doentes) x 100. É uma medida da gravidade/ severidade da doença. ______________________________________ CURVA EPIDÊMICA Número de novos casos em relação ao tempo. Curva de incidência de casos de doença. Tempo pode se expressar em horas, dias, semanas, anos Pode ser usada em epidemias como em doenças que acontecem ao longo do tempo. Toda e qualquer gráfico que lustre novos casos em relação aotempo. Curva de linhas e pontos ou polígono de sequencias. Número de novos casos em marrom de acordo com a semana. Bege – número de óbitos. Mesma curva epidêmica pode expressar vários indicadores. Semanas epidemiológicas Dengue grande variância de incidência Séries históricas Da dengue, zika e chikungunha Abrangem longos espaços de tempo – anos. Universalização do diagnóstico Exemplos curvas epidêmicas Curva epidêmica (utilidades): Curso da doença (início, final, duração). Incidência/dinâmica. Origem agente/tipo de doença. Forma/tipo de contágio/transmissão. A = numero explosivo de casos em pequeno espaço de tempo Alta transmissão Transmissão simultânea B = Aumento gradual Doenças infectocontagiosas Transmissão contato direto, indireto PERÍODO DE INCUBAÇÃO VARIAÇÃO DO PERÍODO DE INCUBAÇÃO Curva epidêmica: Definição/sinonímia, tipos e utilidades. Gráfico linha ou em barra Padrões temporais de ocorrência das doenças: Doenças infecto e parasitarias apresentam 3 padrões principais de acordo com sua incidência Esporádica Padrão endêmico Padrão epidêmico Aquela doença naquela população Pode ter outra classificação em outro local. DOENÇAS ESPORÁDICAS Doença de ocorrência rara, esporádica, numa população. Casos isolados ou pequenos surtos ocorrem a intervalos variáveis, imprevisíveis. Podem ser infecto-contagiosas, genéticas ou tóxicas. Sinônimo – doença rara (ou paraendêmica). Plavras-chave: imprevisível, rara. Nos intervalos, onde está o agente? Hospedeiros, reservatórios, ambiente, latência, DOENÇAS ENDÊMICAS DOENÇAS QUE OCORREM CONTINUAMENTE NA POPULAÇAÕ, SEMPRE PRESENTES. Doenças que ocorrem continuamente, com variações limitadas de incidência ao longo do tempo numa população. Estão sempre presentes na população. Componentes necessários? Agente, hospedeiros susceptíveis em determinada proporção, meios de transmissão. Endemia: doenças de ocorrência contínua, sempre presentes na população. Palavras-chave: regularidade, previsibilidade. Toxoplasmose no RS em humanos Historicamente – regularidade – previsibilidade Pode ser endêmica em diferentes níveis Brucelose em bovinos hipoendemica Parasitoses gastrointestinais, infestação por carrapato – holoendemicas. Acima de 80% da pop de bovinos Pode ter variação de incidência no máximo 1.96 de desvio padrão acima da média. Acima disso – Epidemia Leptospirose em humanos endêmica DOENÇA EPIDÊMICA: DOENÇAS QUE OCORREM NAS POPULAÇÕES SOB A FORMA DE SURTOS OU EPIDEMIAS. Surto ou epidemia – aumento do numero de casos numa população num espaço de tempo. Surto – populações pequenas. Bairro, escolas. Epidemia – populações grandes cidade, região, estado, país. Não existe definição clara. Epidemia (surto): Aumento significativo do número de casos de uma doença em uma população em um determinado período. Parâmetros necessários para definir. Frequência – aumento significativo de casos. Espaço – em uma determinada população. Tempo – em um período de tempo. PANDEMIA – grande extensão Não significa gravidade Tipos: Epidemia em ponto (torre, fonte comum, hídrica). Epidemia de propagação. Epidemia em ponto: Sinonímia: epidemia em torre, maciça, de fonte comum, hídrica. Número grande de casos em um curto espaço de tempo. Sugere exposição simultânea de vários indivíduos ao agente. Típicas em intoxicações alimentares ou hídricas: ou exposição simultânea a agentes altamente transmissíveis. Epidemia de propagação: Novos casos surgem progressivamente, gradativamente. Sugere doença infecto-contagiosa ou parasitária, transmitida por contato direto ou indireto. A inclinação da curva depende da forma de transmissão, transmissibilidade do agente, período pré-patente, proporção de susceptíveis e distância social. Aérea – curva mais vertical. Quanto tempo demora a excretar agente AIDS: epidemia ou endemia? As 2 coisas estão certas, depende da perspectiva com que se olha Longo espaço de tempo – epidemia. Aumento de casos – epidemia de propagação. Platô – mais ou menos de forma endêmica. Vista num curto espaço de tempo recentemente. O que determina o final de uma epidemia? Na maioria das vezes ocorre por intervenção humana. Nunca duram para sempre. Terminam por Quanto todos morrer ou ficar todos imunes. São autolimitantes. Esgotamento dos susceptíveis. Outros padrões de ocorrência: Flutuações/variações endêmicas. Sazonais (estacionais). Verão aumentam um pouco de frequência, por ex. Estação do ano. Doenças respiratórias – inverno. Tem no ano inteiro, mas aumenta no inverno. Infestação por carrapato – verão. INSUFLAÇÃO CÍCLICA Intervalos de 3,5,7 anos picos de casos. Febre amarela em primatas não humanos. Quando tem grande pico de casos a maior parte da população fica imune – redução gradativa da imunidade na população. Doenças epiendêmicas: Dentro de uma endemia tem picos de epidemia Doenças com tendência secular: Incidência diminuindo lentamente ou aumentando muito lentamente Sedentarismo, fast food – Febre amarela Endêmicas na maior parte do tempo Distribuição espacial das doenças: Padrões de distribuição espacial: Aleatório – ao acaso, sem concentração de casos. Infeccioso/contagioso – com aglomeração de casos, focos. Clusters – aglomeração anormal de casos no espaço. Sugere presença de fontes de infecção/meios de transporte. A identificação favorece o rastreamento da origem dos casos. Indica a presença de fatores determinantes de risco. Direciona/concentra ações de combate. Ex: clusters de casos de COVID em matadouros inicialmente. Dengue em casos de porto alegre. Leishmaniose em alguns bairros. Estudos clássicos: Cólera no século 19 – se observou a concentração dos casos e através de observações notou-se que o fornecimento de água nessa região era diferente. Febre afotsa: umidade, temperatura e vento – transmissão pelo ar até 10km. Utilidades da distribuição espacial: Informar local onde iniciou a doença. Possíveis fatores determinantes ou agentes. Tipo de doença e forma de transmissão. Padrão de disseminação. Medidas de combate. Geografia das enfermidades: Fatores determinantes: Presença do agente. Presença do hospedeiro susceptível. Presença de vetores/meios de transmissão. Presença de reservatórios. Condições ambientais (hidrografia, clima, condição da vegetação). Barreiras naturais (montanha) ou artificiais (ações de barreira sanitária pelo homem). Doença de distribuição mundial. Doença de certa limitação geográfica (geralmente climática). Doenças restritas/ nichos ecológicos (restrita a determinada região). Áreas livres naturais. Áreas livres produzidas pelo homem – aftosa no Brasil. Nunca teve ou foi erradicada. Livre do agente e área indene da doença. Doença exótica – nunca existiu em uma região ou não ocorre há mais de 100 anos por exemplo. Vigilância epidemiológica: Sistema de informação – fonte dessa informação, notificações mensais e obrigatórias, acompanhamento. Conjunto de atividades ou ações que permite conhecer a cada momento a situação atual de uma doença em uma população. Objetivos: conhecer a situação atual de uma doença, detectar ou prever no ecossistema e fatores determinantes, recomendar medidas necessárias a prevenção. Componentes da vigilância epidemiológica: Informação: denúncia, notificações. Decisão: serviço oficial. Ação. Histórico da vigilância: Campanhade erradicação da varíola. Vigilância em saúde (saúde pública): Vigilância epidemiológica – doenças de notificação obrigatórias. Vigilância sanitária – estabelecimentos com alimentos, medicamentos, estabelecimentos de saúde, clínicas de estética. Saúde do trabalhador. Vigilância ambiental – água/saneamento, vetores, animais sinantrópicos, animais peçonhentos, zoonoses. Órgãos envolvidos: Saúde pública: Ministério da saúde. Secretarias estaduais: CEVS (centro estadual de vigilância em saúde). FUNASA, SVS, Departamento de vigilância ambiental. Saúde animal: MAPA. Secretariais estaduais de agricultura. Atividades da vigilância epidemiológica: Coleta e processamento de dados. Análise e interpretação dos dados. Investigação epidemiológica dos casos e surtos. Recomendação de medidas apropriadas. Promoção de medidas apropriadas. Avaliação da eficácia. Divulgação de informações pertinentes. Cassação por omissão de suspeita de doenças de notificação obrigatória. Fonte dos dados: Atividades a partir da ocorrência de 1 caso ou suspeita de doença sob vigilância. Profissionais de saúde – serviço oficial de saúde. Laboratórios, clínicas/universidades. Inspeção em matadouros. Proprietários, população, imprensa. Investigação epidemiológica (vigilância ativa). Notificação: principal fonte de informação. Qualquer profissional de saúde ou cidadão para fins de adoção de medidas de intervenção. Vigilância epidemiológica – humanos: SNVE coordena a vigilância do país, secretaria de saúde. Doenças de notificação obrigatória: Critérios: Magnitude (frequência, importância). Potencial de disseminação. Transcendência (letalidade, severidade, impacto socioeconômico). Vulnerabilidade. Acordos/ compromissos internacionais. Doenças de animais: MAPA. Sistema nacional de informação zoossanitária. Obter o máximo de informações. SIZ, SISBRAVET. Doenças de notificação obrigatórias: Doenças exóticas. Doenças que ameacem a economia do país. Problemas de saúde pública e meio ambiente. Zoonoses. Categorias: 4 categorias no país. 3 categorias no RS. Rio grande do sul: 1 – doença notificação imediata em caso de suspeita ou diagnóstico laboratorial. 2 – doença de notificação imediata em casos confirmados. 3 – doença de notificação mensal em caso confirmado. Vigilância ativa – busca ativa de casos. Parte vem da periferia ou da investigação. Vigilância de estabelecimentos comerciais de alimentos. Investigação de surtos de intoxicação alimentar. Busca domiciliar/armadilhas de criatórios de mosquitos (dengue). Investigação da mortalidade de bugios em áreas rurais. Casos em propriedades vizinhas a surtos (PSC). Vigilância – fluxo das ações: Casos de doença – diagnóstico clínico ou suspeita – comunicação ao órgão competente – visita ao local, coleta de material, envio ao laboratório – diagnóstico, interpretação dos achados – recomendações. Componentes da vigilância epidemiológica: Informação, decisão e ações. Estudos epidemiológicos: Estudos descritivos: estudam ocorrência de uma doença em uma população. Ocorrência, frequência, frequência por atributo, etc. Estudos analíticos: estudam frequência e associação entre fatores causais. Tem maior profundidade, determina a frequência da doença ou fatores dela em uma população. Investigação de causa dos fatores envolvidos. Frequência de qualquer fator relacionado a uma doença. Estudos analíticos transversais (seccionais): feito no momento do tempo. Estudo da prevalência, inquérito epidemiológico. Estudos analíticos longitudinais: casos controle, investigação da causa do fator suspeito e doença, também há o estudo experimental. Estudos transversais: Determinam a frequência de algum aspecto relativo a doença em uma população num determinado momento. Inquéritos epidemiológicos e estudos de prevalência. Resultado = (taxa de) prevalência. Usos: diagnóstico de situação, avaliação de programas de combate. Inquérito x levantamento: Inquérito = ativo, vai na população e gera- se o dado. Levantamento = dados são pré-existentes, recolhe-se somente. Aspectos mais estudados: Prevalência de: Doença – inquérito clínico. Anticorpos (soroprevalência – frequência de anticorpos). Infecção (presença do agente). Fatores de risco – drogas, cigarro. Método: seleciona a população a ser estudada (amostra ou total). Testa-se o aspecto/fator desejado. Resultado = prevalência. Exemplo: bovino soropositivos para brucella sp; diabetes na população de SM. Acompanhamento nos dias seqüentes ou fazer uma segunda prevalência um tempo após. Estudos longitudinais: Fatores associados a ocorrência da doença ao longo do tempo. Uso: quando a causa ou fator suspeito não é evidente ou claro. Podem ser interventivos (experimentos) ou observacionais (coortes, caso-controle). Resultado = indicação da associação ou relação entre determinado fator suspeito e doença. Suspeita da relação causal: Fator – doença. Existe associação causal? Para ter significado causal: Deve ser estatisticamente significativa. Fazer sentido biológico. Obedecer a sequência temporal lógica. Apresentar relação dose-resposta. Investigação de fatores determinantes: Método experimental (interventivo). Método observacional (estudo de coortes, estudo de casos-controle; não interventivos). Método experimental: Como comprovar? Introduz fator suspeito – se mede o efeito. Efeito/parâmetro a ser medido: Clínico (sinais, intensidade, frequência). Morbidade. Mortalidade. Desempenho (ganho de peso, conversão alimentar). Fertilidade. Compara com grupo controle ou testemunha – quase idêntico ao analisado. Vantagens do método experimental: Condições são controladas (agente, meio ambiente e hospedeiro). Elimina outras variáveis (idade, temperatura, tudo igual ou semelhante). Deixa a relação simples entre fator e doença. Restrições: Não reproduz condições naturais. Aplicação restrita (ética) – para experimentação. Custo elevado. Doenças com longos períodos de incubação. Por isso muitas vezes é inviável. Opções: estudos observacionais – estudos de coortes (longitudinais, prospectivos), estudos de casos-controle (longitudinais, retrospectivos). Em alguns dos casos, são a única alternativa. Doença com longo período de incubação. Doenças humanas. Doenças com baixa incidência a exposição ao fator de risco. Doenças com múltiplas causas/fatores determinantes. Exemplo: exposição solar e câncer de pele, alcoolismo e impotência sexual. Estudo de coortes: Estudo observacional, longitudinal, prospectivo (futuro). Objetivo: identificar o fator determinante/risco de doenças (investigação da causa). Identificar 2 grupos de indivíduos – 1 naturalmente exposto e 1 não exposto. Acompanhamento desses grupos por certo tempo. Registra-se a incidência da doença nos expostos e não expostos. Calcula-se o risco relativo e risco atribuível. Risco relativo: incidência de expostos/ incidência de não expostos = número de chances (ex: 4x mais chances). Quanto maior o risco relativo, mais forte a associação. 1 = sem relação. Abaixo de 1 = efeito contrário. Risco atribuível: parcela da incidência que posso atribuir ao fator suspeito. Incidência de expostos – incidência de não expostos. Propriedades: único método direto para determinar a incidência. Mesma lógica da experimentação (mas sem intervenção). Grupo exposto enão exposto. Pode estudar relação de fator com várias doenças simultaneamente ou outros fatores. Condições são naturais. Limitações: dificuldade de acompanhamento dos indivíduos (desistência, mortes). Longa duração, qualidade da informação. Estudo de casos-controles: observacional, longitudinal, retrospectivo. Exemplo: Uso de contraceptivos e tumor de mama: Usou – doentes e sadios. Com tumor de mama – usou, não usou. Objetivo: identificação do fator de risco. Procedimento: parte dos casos já diagnosticados (controle) e sadios. Busca no passado a frequência de exposição ao fator de risco. Risco de chance: doentes expostos/sadios expostos. Fonte de informação: entrevistas, questionários, registros médicos, registros oficiais. Aplicação: Doenças crônicas, baixa incidência. Longo período de incubação. Pode estudar vários fatores simultaneamente. Baixo custo e execução rápida. Limitações: Qualidade de informação, falta de registros. COMBATE ÀS ENFERMIDADES Deve levar em conta: Impacto da doença (social – pequenos animais e pessoas, econômico – grandes animais). Pequenos impactos muitas vezes negligenciados. Custo-benefício (econômico – grandes animais, rebanhos; compensa tratar?). Exequibilidade/ viabilidade técnica – é possível?. Aspectos sócio-culturais (mormo – produtores não aceitam sacrificar; Leishmaniose – não tratam e não eutanasam). Ética (abate, sacrifício). ENDEMICIDADE (mais importante, determina o tipo de medida). Ações de combate: De acordo com a finalidade, alcance e grau de cobertura as ações de combate dividem-se em: Medidas/ações táticas (ou Campanhas): “ Ação localizada, pontual, temporária, que visa atuar sobre uma ou mais etapas da cadeia do processo infeccioso, interrompendo a sua continuação” Medidas/ações estratégicas (ou Programas): “ Conjunto de ações planejadas, sistemáticas e contínuas que visa produzir alterações permanentes no ecossistema de modo a desfavorecer (ou excluir) o agente.” - Afeta todos os componentes do ecossistema. Campanhas (exemplos) - Campanhas de vacinação: objetivo de imunizar contra aftosa, brucelose, poliomielite, influenza, F. Amarela, HPV, etc. Vacinação indireta – vacina da poliomielite – eliminação do vírus vivo através de secreções. Vacina da gotinha – cria infecção controlada no intestino. - Distribuição de preservativos/conscientização para a importância de sexo seguro durante o carnaval. - Conscientização e combate ao Aedes sp. - Outubro rosa/novembro azul/julho amarelo. - Combate a morcegos em furnas. - Campanha de vacinação anti-rábica. Programa nacional de controle e erradicação da brucelose e da tuberculose animal. Contém campanhas dentro das ações. Programa nacional de erradicação e prevenção da febre aftosa. Etapas de um programa: Diagnóstico de situação – radiografia. Planejamento. Execução. Avaliação – compara diagnósticos de situações. Tendência das campanhas virarem programas; só apagar incêndio não é efetivo, deve-se retirar a causa. Métodos de combate – conjunto de medidas: De acordo com a finalidade estratégica: Prevenção – quando ainda não existe a doença. Controle – existe. Erradicação – existe em pequeno nível. Dependem da endemicidade. De acordo com o nível primário (HUMANOS): Nível primário – sem doença e devemos impedir que entre. Nível secundário – reduzir transmissão. Nível terciário – minimizar prejuízos. De acordo com a etapa da cadeia infecciosa em que atuam: Fonte de infecção. Transmissão. Novo hospedeiro. Profilaxia (ou prevenção): “ Conjunto de medidas com o objetivo de preservar a saúde, prevenir ou reduzir a ocorrência de casos de doença”. Medidas profiláticas: “ Medidas utilizadas para evitar/prevenir ou reduzir a ocorrência de casos de doença”. Vacinação, flúor na água, isolamento, máscara. Métodos de combate: Métodos de prevenção: Conjunto de medidas que visam impedir a introdução do agente em áreas livres (ou proteger as populações em regiões onde a doença já ocorre). Usos/aplicações: áreas livres de determinado agente (rebanhos, regiões, estados, países, continentes). Objetivo: Evitar a introdução do agente/manter a região livre do agente. Ações/medidas: barreiras sanitárias, quarentena, higiene ambiental, Vacinação maciça, diagnóstico precoce e sacrifício. Método de PREVENÇÃO (medidas): Barreiras sanitárias – toda e qualquer restrição a movimentação de entrada de pessoas, animais ou subprodutos – qualquer meio que posa introduzir agente. Próximo a fronteiras, aeroportos, portos. Quarentena – período de observação; indivíduo observado até que desenvolve ou não sinais clínicos. Tempo vai depender da doença. 2X período médio de incubação no mínimo. Pode ser feita no Local de origem e local de destino. Higiene ambiental – não impede que entre. Medidas que visam criar condições desfavoráveis à sobrevivência do agente no ambiente. Desfavorece a perpetuação caso entre. Alimentos, estabelecimentos. - Tratamento de água. - Coleta e tratamento de esgoto. - Coleta e destinação de lixo. - Higiene/desinfecção de instalações. - Limpeza/desinfecção de equipamentos. - Tratamento/eliminação de excreções/restos. - Inspeção de alimentos. - Controle de roedores, vetores, animais sinantrópicos. São medidas/ações muitos eficazes, de baixo custo e sem contra-indicações ou restrições. Diagnóstico precoce e sacrifício – febre aftosa – sacrifício e destruição da carcaça – rifles sanitários (câmara de gás, veneno, arma de fogo; sacrifício e eliminação da carcaça com fins sanitários). Vacinação maciça – vacinar toda população receptiva; o máximo que conseguir da população. Vacinar ou não em áreas livres? Há risco de introdução do agente? Custo. Introdução do agente em população virgem. Mascaramento – maciça. Imunidade de rebanho: percentual alto de imunizados protege os não imunizados, para que o agente não consiga de perpetuar. Métodos de controle: Conjunto de medidas/ações destinadas a reduzir a ocorrência de uma doença já presente na população Objetivo é reduzir a transmissão e ocorrência de novos casos. As medidas podem ser direcionadas às fontes de infecção, à transmissão e aos susceptíveis (novos hospedeiros)*. Medidas direcionadas às Fontes de Infecção: Isolamento e imobilização: Evita que transmita; facilita o acesso, monitoramento, desinfecção de instalações. Isolamento pode ser individual, coletivo (em grupos; acantonamento) ou em área (propriedade, região). Interdição é o isolamento de uma área, região ou propriedade. A transmissibilidade define o nível de interdição da propriedade. Bloquear entrada e saída de todos? Quimioprofilaxia e terapia – reduz a carga parasitária; reduz tempo e quantidade da excreção do agente. Curativo e profilático. - Tratamento contra endo e ectoparasitas - Inseticidas - Antibióticos - Antifúngicos, etc... Ação curativa - Reduzem a evolução do quadro clínico, antecipando a recuperação e reduzindo as perdas associadas com a doença. Ação profilática - Reduzem o período de transmissibilidade e a quantidade do agente excretado, reduzindo a contaminação do ambiente e a transmissão. Diagnóstico e sacrifício – População interditada até que se tomem as medidas. Sem tratamento, alvos de erradicação e zoonoses. Sacrifício de indivíduos, grupos ou mesmo de populações de animais que tenham sido expostos a um agente de doença grave e transmissível.Realizado em casos de doença grave, zoonóticas ou não, objetos de programas oficiais de controle e/ou erradicação. Elimina-se os animais doentes e/ou infectados. Mormo, leishmaniose, tuberculose, brucelose, anemia infecciosa eqüina. Controle de reservatórios – raiva herbívora; telas para captura do morcego; aplicação de warfarina (anticoagulante) – morcego se limpa e limpam uns aos outros e morrem. Permitido esse controle somente por profissionais da secretaria. Foco. Zona infectada: vizinhos diretos e perifocal (ao redor). Zona de vigilância – risco ou tampão. 3 e 10 km. Medidas direcionadas às Vias de Transmissão: - Higiene ambiental/ tratamento de água, equipamentos. - Higiene e inspeção de alimentos. - Limpeza e desinfecção de instalações e ambientes. - Coleta e destinação/tratamento de lixo e esgoto, etc. - Controle de vetores, sinantrópicos, etc. Controle de vetores: Combate químico (inseticidas, larvicidas). Vigilância e controle de criatórios. Saneamento básico (esgoto sanitário e pluvial). Controle biológico. Dengue. Medidas direcionadas aos susceptíveis (Novos Hospedeiros): Isolamento/segregação – evitar que tenha contato. Uso de EPI’s (humanos). Vacinação: De acordo com a cobertura/abrangência pode ser: Maciça: vacina toda população susceptível. Estratégica: vacina parcelas da população (idosos). Dividida em: - Vacina seletiva: Brucelose fêmeas 3-8meses; HPV meninas de 13 anos (+susceptíveis). - Vacina de bloqueio: em resposta a circulação do agente; casos. Baixa disseminação. Focal - dentro do foco, contato com pessoa doente e contatos adjacentes. Perifocal - ao redor do foco; vizinhos, propriedades, imunidade ao redor. Regional – região do foco. Grupos de risco, profissionais de saúde com contato com doentes. Métodos de erradicação: Conjunto de ações com o objetivo de eliminar uma doença de um determinado território ou população. Objetivo: excluir de forma definitiva um agente/doença de uma determinada população. Usos/aplicações: doenças de incidência/prevalência baixas, quando o custo/benefício for favorável. Ações/medidas complementares às medidas de CONTROLE. Eliminar agente da população permanentemente. Incidência baixa. Se incidência for alta – tentar reduzir para depois erradicar. Eliminação de fontes de infecção. Eliminação de vetores. Erradicação de reservatórios. Evolução natural dos ecossistemas: Áreas livres (indene) – paraendêmico (recebe introdução do agente; as vezes tem doença) – endêmico (exposição frequente) – epiendêmico (endêmica na maior parte do tempo; picos da doença; áreas endêmicas secundárias). Combate as enfermidades – essas ordens devem ser invertidas até tornar a área livre novamente. Ecossistemas livres: - áreas livres naturais ou produzidas pelo homem - o agente não está presente - em geral, são pouco dependentes do meio externo - a introdução do agente resulta em epidemia/surto - pode possuir os outros componentes (hospedeiros, meios de transmissão) Ecossistemas endêmicos (áreas endêmicas primárias): - possuem agente-hospedeiros-meios de transmissão. - o agente está permanentemente presente. - podem apresentar tendências estacionais. - são a origem do agente para outras áreas. - geralmente não apresentam surtos/epidemias. - quando ocorrem – se devem á alterações marcantes no ecossistema. Ecossistemas paraendêmicos: - não apresenta a doença na maior parte do tempo. - a doença ocorre raramente, esporadicamente. - deve-se a introdução do agente, de hospedeiros ou de meios de transmissão. - são muito dependentes do meio externo. - doença ocorre em forma de surtos. Ecossistemas epiendêmicos (áreas endêmicas secundárias): - apresentam o agente-hospedeiros - meios transmissão. - a doença é endêmica a maior parte do tempo. - picos da doença - por influências externas (cepas do agente, novos hospedeiros) ou internas (variações climáticas, ecológicas). - são dependentes do meio externo - muito influenciados pela ação do homem.
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