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NEFROLITÍASE SOI IV | APG 13 - SISTEMA RENAL OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM: 1. Estudar a etiologia, epidemiologia, fatores de risco, fisiopatologia, manifestações clínicas, complicações e diagnóstico da nefrolitíase; 2. Diferenciar os tipos de cálculo renal. NEFROLITÍASE A litíase ou calculose urinária é conceituada como a existência de um ou mais cálculos no interior do aparelho urinário. Cálculos correspondem a estruturas cristalinas que alcançaram tamanho suficiente para causar sintomas ou serem percebidos por técnicas de imagem radiológicas. A formação de cálculos renais (nefrolitíase) representa uma condição de alta prevalência e recorrência, associada a crises álgicas intensas e de grande custo para o sistema de saúde. A calculose urinária pode ser entendida como uma forma de biomineralização. E a litíase é, portanto, um processo que ocorre em um sistema biológico, que o influencia. Apesar de a urina ser frequentemente supersaturada com sais de cálcio e oxalato, na maioria das pessoas não se formam cálculos. O mecanismo exato da sequência “supersaturação-cristalização-litíase urinária” ainda não é totalmente conhecido. Fatores genéticos, dietéticos, socioeconômicos e constitucionais são considerados importantes para a formação de cálculos urinários. A nefrolitíase deve ser diferenciada da nefrocalcinose, na qual há deposição difusa de cálcio nos rins, incluindo o parênquima, principalmente em sua porção medular. Hiperparatireoidismo primário, acidose tubular renal distal e hipervitaminose D são causas comuns de nefrocalcinose. EPIDEMIOLOGIA A nefrolitíase é uma doença global. Dados sugerem uma prevalência crescente, provavelmente como resultado da ocidentalização dos hábitos de estilo de vida (p. ex., mudanças dietéticas, aumento do índice de massa corporal). Os dados do National Health and Nutrition Examination Survey de 2007-2010 indicam que até 19% dos homens e 9% das mulheres irão desenvolver pelo menos um cálculo durante a sua vida. A prevalência é cerca de 50% menor em indivíduos negros, em comparação aos brancos. A incidência da nefrolitíase (i.e., a taxa com que indivíduos previamente não afetados desenvolvem o primeiro cálculo) também varia de acordo com a idade, o sexo e a raça. Entre homens brancos, a incidência anual máxima é de cerca de 3,5 casos/1.000 aos 40 anos de idade, com declínio para cerca de 2 casos/1.000 aos 70 anos. Entre mulheres brancas na quarta década de vida, a incidência anual é de cerca de 2,5 casos/1.000, com declínio para cerca de 1,5/1.000 a partir dos 50 anos. Além dos custos médicos associados à nefrolitíase, essa condição também apresenta impacto econômico substancial, visto que os indivíduos acometidos frequentemente estão em idade ativa. Quando um indivíduo desenvolve um cálculo, a prevenção da recidiva é essencial. FISIOPATOLOGIA Na análise dos processos envolvidos na formação de cristais, é conveniente considerar a urina como uma solução complexa. Um conceito clinicamente útil é o de supersaturação (o ponto a partir do qual a concentração do produto ultrapassa sua solubilidade). Entretanto, embora a urina na maioria dos indivíduos esteja supersaturada com um ou mais tipos de cristais, a presença de inibidores da cristalização impede a formação contínua de cálculos na maior parte da população. O inibidor de cálculos formados por cálcio de maior relevância clínica é o citrato urinário. Embora o valor de supersaturação calculado não possa prever perfeitamente a formação de cálculos, é um guia útil por integrar os múltiplos fatores medidos em uma coleta de urina de 24 horas. Estudos recentes modificaram o paradigma relacionado com o local de início da formação de cálculos. As biópsias renais de indivíduos formadores de cálculos revelaram a presença de fosfato de cálcio no interstício renal. Foi formulada a hipótese de que esse fosfato de cálcio se deposita no ramo delgado da alça de Henle e, então, estende-se até a papila e provoca erosão do epitélio papilar, onde fornece um local de deposição de cristais de oxalato de cálcio e de fosfato de cálcio. A maioria dos cálculos de oxalato de cálcio cresce sobre o fosfato de cálcio na extremidade da papila renal (placa de Randall). 2 Os tampões tubulares de fosfato de cálcio podem ser o evento iniciador no desenvolvimento de cálculos de fosfato de cálcio. Por conseguinte, o processo de formação de cálculos pode começar vários anos antes da identificação de um cálculo clinicamente detectável. Os processos envolvidos na deposição intersticial estão sendo ativamente pesquisados. FATORES DE RISCO Podem ser classificados como dietéticos, não dietéticos ou urinários. Esses fatores de risco variam de acordo com o tipo de cálculo e com as características clínicas. > FATORES DE RISCO DIETÉTICOS Os pacientes que desenvolvem cálculos muitas vezes modificam a sua dieta. Os fatores dietéticos que estão associados a um risco aumentado de nefrolitíase incluem proteína animal, oxalato, sódio, sacarose e frutose. Os fatores dietéticos associados à redução do risco incluem cálcio, potássio e fitato. > FATORES DE RISCO NÃO DIETÉTICOS A idade, a raça, o tamanho corporal e o ambiente constituem fatores de risco importantes para a nefrolitíase. A incidência de doença calculosa é maior em homens brancos de meia-idade, mas pode ocorrer formação de cálculos tanto em lactentes quanto nos idosos. O ganho de peso aumenta o risco de formação de cálculos, e a prevalência crescente da nefrolitíase nos Estados Unidos pode resultar, em parte, na prevalência crescente da obesidade. As influências ambientais e ocupacionais que podem levar a uma redução do volume de urina, como trabalhar em ambiente quente ou não ter um fácil acesso à água ou a um banheiro, constituem considerações importantes. > FATORES DE RISCO URINÁRIOS - Volume da urina: Um volume urinário menor resulta em maiores concentrações de fatores litogênicos e representa um fator de risco comum e prontamente modificável. - Cálcio urinário: Uma excreção maior de cálcio urinário aumenta a probabilidade de formação de cálculos de oxalato de cálcio e de fosfato de cálcio. Os níveis urinários de cálcio são mais elevados em indivíduos com história de nefrolitíase; entretanto, os mecanismos envolvidos estão pouco elucidados. Uma absorção gastrintestinal maior de cálcio constitui um fator contribuinte importante, e outro possível fator pode ser um maior turnover ósseo (com consequente redução na densidade mineral óssea). A perda renal primária de cálcio, com concentrações séricas mais baixas de cálcio e níveis séricos elevados de paratormônio (PTH) (e nível normal de 25-hidroxi vitamina D), é rara. - Oxalato urinário: A excreção urinária mais elevada de oxalato aumenta a probabilidade de formação de cálculos de oxalato de cálcio. Como a relação entre o oxalato urinário e o risco de formação de cálculos é contínua, uma dicotomização simples da excreção urinária de oxalato não é útil na avaliação dos riscos. - Citrato urinário: O citrato urinário é um inibidor natural dos cálculos que contêm cálcio; portanto, uma menor excreção de citrato urinário aumenta o risco de formação de cálculos. A reabsorção do citrato é influenciada pelo pH intracelular das células tubulares proximais. - Ácido úrico urinário: São encontrados níveis urinários mais elevados de ácido úrico – um fator de risco para a formação de cálculos de ácido úrico – em indivíduos com consumo excessivo de purinas e condições genéticas raras que levam à superprodução de ácido úrico. - pH urinário: O pH urinário influencia a solubilidade de alguns tipos de cristais. Os cálculos de ácido úrico só se formam quando o pH da urina é consistentemente ≤ 5,5, enquanto os cálculos de fosfato de cálcio tendem mais a se formar quando o pH da urina é ≥ 6,5. A cistina é mais solúvel em pH urinário mais elevado. Os cálculos de oxalato de cálcio não são influenciados pelo pH urinário. > FATORES DE RISCO GENÉTICOS O risco de nefrolitíase é mais de duas vezes maior em indivíduos com história familiar de doença calculosa. Essaassociação deve-se, provavelmente, a uma combinação de predisposição genética e exposições ambientais semelhantes. Embora vários dos distúrbios monogênicos raros causem nefrolitíase, os fatores genéticos contribuintes para formas comuns de doença calculosa ainda não foram determinados. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS A nefrolitíase pode ser totalmente assintomática, com diagnóstico acidental por meio de exames de imagens. São observadas duas apresentações comuns nos indivíduos com episódio agudo de cálculos: cólica renal e hematúria macroscópica indolor. O termo cólica renal é 3 impróprio, visto que em geral a dor não desaparece por completo; na verdade, sua intensidade é variável. Quando um cálculo se desloca pelo ureter, o desconforto costuma começar com o aparecimento súbito de dor unilateral no flanco. A intensidade da dor pode aumentar rapidamente, e não existem fatores que produzam alívio. Essa dor, que muitas vezes é acompanhada de náusea e, em certas ocasiões, vômitos, pode irradiar-se, dependendo da localização do cálculo. Quando o cálculo se aloja na parte superior do ureter, a dor pode irradiar-se anteriormente; se o cálculo estiver na parte inferior do ureter, a dor pode irradiar-se para o testículo ipsilateral dos homens ou para o grande lábio ipsilateral nas mulheres. Às vezes, um paciente pode apresentar hematúria macroscópica sem dor. Outros diagnósticos podem ser confundidos com cólica renal aguda. Se o cálculo estiver alojado na junção ureteropélvica direita, os sintomas podem simular os da colecistite aguda. Se o cálculo bloquear o ureter ao cruzar a abertura superior direita da pelve, os sintomas podem simular a apendicite aguda, enquanto o bloqueio na borda esquerda da pelve pode ser confundido com diverticulite aguda. Quando o cálculo se aloja no ureter, na junção ureterovesical, o paciente pode apresentar urgência e frequência urinárias. Nas mulheres, esses últimos sintomas podem levar a um diagnóstico incorreto de cistite bacteriana; a urina irá conter hemácias e leucócitos, porém a sua cultura será negativa. Um cálculo que causa obstrução com infecção proximal pode se manifestar como pielonefrite aguda. A ITU na presença de obstrução ureteral é uma emergência médica que exige restabelecimento imediato da drenagem do trato urinário por meio de um stent ureteral ou nefrostomia percutânea. Outras condições a considerar no diagnóstico diferencial incluem dor muscular ou esquelética, herpes-zóster, úlcera duodenal, aneurisma da aorta abdominal, alterações ginecológicas (cisto ovariano, anexite, gravidez ectópica), estenose ureteral e obstrução ureteral por outra causa, como coágulo sanguíneo ou papila descamada. Os processos extraluminais podem levar à compressão e obstrução ureterais; todavia, em função de seu início gradual, essas condições, em geral, não se manifestam com cólica renal. Ao exame físico, notam-se frequentemente taquicardia, palidez, sudorese, dor à palpação em região de ângulo costovertebral e distensão abdominal leve, porém não associada a sinais de irritação peritoneal. DIAGNÓSTICO Os pacientes com cálculos renais frequentemente referem cólica renal aguda e o diagnóstico se baseia no quadro clínico e nos exames complementares, que incluem TC helicoidal, exame simples de urina (EAS), radiografias simples, urografia excretora ou pielografia intravenosa (PIV) e ultrassonografia abdominal. Logo, pode não ser necessário aguardar uma confirmação radiográfica para tratar os sintomas. - Avaliação Laboratorial: A avaliação metabólica completa consiste em dosagem de sangue e urina, incluindo pelo menos duas coletas de urina de 24 horas com dosagem urinária de cálcio, ácido úrico, oxalato, fósforo, cistina, citrato, sódio e creatinina. A mensuração da excreção urinária de creatinina permite a avaliação da coleta correta da urina de 24h. Também deve ser realizada a determinação sérica de cálcio, fósforo, albumina, creatinina, bicarbonato e ácido úrico. Nos pacientes com cálcio urinário acima do valor normal ou próximo ao limite superior, recomenda-se a solicitação de paratormônio (PTH) para investigação de hiperparatireoidismo. > EXAMES DE SANGUE Hemograma completo, sódio (Na), potássio (K), cloro (Cl), uréia (Ur) e creatinina (Cr). > EAS (Elementos Anormais do Sedimento) pH > 7,5: infecção, cálculos de fosfato; pH < 5,5: ácido úrico. Analisar hematúria, piúria, nitrito + e cristalúria. - Exames de Imagem: 4 > TC O diagnóstico pode ser confirmado por tomografia computadorizada (TC) helicoidal, que é altamente sensível, possibilita a visualização de cálculos de ácido úrico (tradicionalmente considerados “radiotransparentes”) e dispensa o uso de radiocontraste (Fig. 3 12-2). A TC helicoidal detecta cálculos pequenos, de apenas 1 mm, que podem passar despercebidos por outras modalidades de imagem. > RADIOGRAFIA A TC costuma revelar a presença de cálculo ureteral ou evidência de passagem recente (p. ex., afilamento perinéfrico ou hidronefrose), enquanto uma radiografia simples de abdome (rim/ureter/bexiga ou RUB) pode não detectar a presença de cálculo no ureter ou no rim, mesmo se for radiopaco, e não fornece informações sobre uma possível obstrução. > USG A ultrassonografia do abdome oferece a vantagem de evitar a radiação e fornece informações sobre a presença de hidronefrose, porém não é tão sensível quanto a TC e proporciona apenas uma imagem dos rins e, possivelmente, do segmento proximal do ureter; por conseguinte, a maioria dos cálculos ureterais não é detectada pela ultrassonografia. > UROGRAFIA EXCRETORA Possui sensibilidade e especificidade superiores à radiografia simples na detecção de cálculos. É um exame que pode determinar o nível e grau de obstrução do trato urinário, além de oferecer informações de forma indireta sobre a função renal. Já foi o método diagnóstico de escolha, mas vem sendo substituída pela TC sem contraste. Ainda é muito utilizada no planejamento de cirurgias urológicas, principalmente na nefrolitotripsia percutânea. TRATAMENTO Deve ser dividido em três partes: tratamento da cólica renal; tratamento do cálculo; e terapêutica da doença litiásica. > TRATAMENTO DA CÓLICA RENAL As duas principais classes de medicações utilizadas para analgesia na cólica renal são os anti-inflamatórios não hormonais (AINE) e os opioides. Cálculo no ureter ocasiona aumento da taxa de filtração glomerular, aumento da pressão em via excretora e espasmo da musculatura lisa. Os AINE têm ação direta na patogênese da dor, ao inibirem a síntese de prostaglandinas e reduzirem a vasodilatação, a pressão intrarrenal e a inflamação. Ao inibirem a síntese de prostaglandinas, os AINE reduzem a inflamação e a hiperatividade muscular ureteral. Uma revisão Cochrane recente de mais de 50 estudos concluiu que os AINE eram eficazes no alívio da dor da cólica renal aguda. Holdgate e Pollock, em uma 5 revisão sistemática, demonstraram que os pacientes tratados com esses medicamentos obtiveram maior redução nos escores de dor e ficaram menos propensos a necessitar de analgesia adicional em curto prazo em comparação àqueles tratados com opioides. O cetoprofeno é um dos AINE comumente utilizados, com boa ação analgésica e podendo ser administrado via IV. Outros AINE, como diclofenaco, ibuprofeno ou indometacina, também dispõem de nível de evidência 1b (dados de estudos individuais randomizados e controlados com intervalo de confiança estreito) e grau de recomendação A (dados de estudos com forte recomendação na escolha, em que os benefícios são maiores que os riscos). Deve-se lembrar, entretanto, que os AINE apresentam contraindicação absoluta ou relativa em situações como insuficiência renal, doença péptica grave e gestação – nesses casos, devem-se considerar os opioides. A morfina é o representante clássico dessa classe de medicamentos. Apesar de não atuar na fisiopatologia da cólica nefrética, apresenta ação analgésica rápida, potente e titulável. Tem como efeitos colaterais, entre outros, náuseas, obstipação intestinal, retenção urinária, depressão respiratóriae hipotensão, os últimos relacionados com doses mais altas. O tramadol causa menos sedação, porém à custa de um menor efeito analgésico. A petidina induz vômitos frequentes, fator limitante quanto ao seu uso. > TRATAMENTO DO CÁLCULO Eliminação espontânea: A eliminação espontânea ocorre em até 80% dos cálculos menores que 5 mm. Para cálculos maiores que 7 mm, a chance é bem menor, em torno de 25% para os localizados em ureter proximal, 45% para aqueles em ureter médio e de 70% para cálculos de ureter distal. Várias medicações têm sido utilizadas como facilitadoras da passagem espontânea de cálculos ureterais, principalmente aqueles localizados no ureter distal e menores que 1 cm. A chamada terapia expulsiva medicamentosa (TEM) na litíase ureteral baseia-se na presença de receptores alfa-1-adrenérgicos, localizados principalmente no ureter inferior. O bloqueio desses receptores inibe o tônus do músculo liso e o peristaltismo descoordenado, mantendo as contrações de propulsão. A tansulosina é o medicamento mais estudado. Vários estudos, a maioria randomizados e controlados, porém com pequeno número de pacientes, demonstraram que os alfabloqueadores aceleram a passagem do cálculo, diminuem a dor e, consequentemente, reduzem a necessidade de analgésicos, com mínimos efeitos colaterais (hipotensão, principalmente na primeira dose). Quando encaminhar: Indica-se consulta urológica urgente visando à remoção do cálculo ou drenagem do trato urinário em situações de dor refratária ao tratamento clínico, obstrução persistente com função renal alterada, infecção concomitante, risco de pionefrose ou urosepse, obstrução bilateral ou cálculo em rim único com hidronefrose. Quando hospitalizar: Já a hospitalização é recomendada quando houver necessidade de administração frequente de analgésicos parenterais, vômitos persistentes, suspeita de pielonefrite aguda associada, elevação da creatinina plasmática e desenvolvimento de anúria ou oligúria. > TERAPÊUTICA DA DOENÇA LITIÁSICA O primeiro episódio de nefrolitíase fornece boa oportunidade para aconselhar os pacientes sobre medidas preventivas e terapêuticas.O chamado “efeito do ambulatório especializado em nefrolitíase” refere-se ao aumento da ingestão hídrica e ao aconselhamento dietético, comumente oferecido aos pacientes com cálculo renal. No Brasil, observa-se que esse tipo de abordagem diminuiu significativamente a supersaturação urinária para o oxalato de cálcio e a ocorrência de novos cálculos. As principais intervenções terapêuticas podem ser divididas em dietéticas e farmacológicas. Recomendações dietéticas: 6 - Realizar ingestão líquida adequada para produzir 2 a 3 L de urina ao dia; - Evitar restrição de cálcio; - Evitar consumo excessivo de proteína animal; - Fazer consumo balanceado de cálcio oxalato; - Incentivará a ingestão de sucos cítricos. Recomendações farmacológicas: - Tiazídicos; - Citratos; - Alopurinol. P.S. Muitos pacientes que apresentam o seu primeiro episódio de cólica procuram assistência médica de emergência. Ensaios clínicos randomizados demonstraram que os anti-inflamatórios não esteroides (como o cetorolaco) administrados por via parenteral (injeção) são tão efetivos quanto os opióides no alívio dos sintomas e apresentam menos efeitos colaterais. A administração de líquido em excesso não demonstrou ser benéfica; portanto, a meta deve ser manter a euvolemia. Se a dor for adequadamente controlada e o paciente for capaz de ingerir líquidos por via oral, pode-se evitar a hospitalização. O uso de um bloqueador alfa pode aumentar a taxa de passagem espontânea do cálculo. TIPOS DE CÁLCULO RENAL Os cálculos formados por deposição de cálcio são os mais comuns, correspondendo a 70 a 80% dos casos. Na maioria das vezes, compõem-se de oxalato de cálcio e, eventualmente, em menos de 5% dos casos, podem ser de fosfato de cálcio (apatita ou brushita). Esses cálculos são formados quando há urina alcalina, que aumenta a supersaturação do fosfato, podendo ser encontrados na acidose tubular renal distal ou no hiperparatireoidismo primário.Em geral, os cálculos de cálcio são arredondados, radiodensos e não costumam apresentar aspecto coraliforme. Cálculos de ácido úrico constituem aproximadamente 10 a 15% dos casos. Podem ser puros ou abrigar quantidades variáveis de cálcio. Caracteristicamente, são radiotransparentes, não visíveis, portanto, à radiografia simples de rins, ureter e bexiga (RUB), e aparecem na urografia excretora como falhas de enchimento. Os cálculos de estruvita são formados por fosfato amoníaco magnésio e representam aproximadamente 5 a 10% dos cálculos. Pouco radiodensos, são grandes e caracteristicamente coraliformes. Cálculos de cistina – pouco radiopacos e com aspecto de vidro moído (ground glass) à RUB – constituem aproximadamente 1% do total.
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