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FATOR ACIDENTÁRIO DE PREVENÇÃO FAP 
 
 
 
 
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Fator Acidentário de Prevenção FAP 
Os acidentes de trabalho e doenças ocupacionais, causam grandes transtornos de ordem física e mo-
ral aos trabalhadores, além de acarretarem para a empresa a perda temporária ou permanente do 
elemento produtivo, derivando custos de ordens diversas, desencadeados pelos infortúnios à saúde e 
integridade física dos trabalhadores. 
Mas, o problema foge do âmbito das partes contraentes do contrato de trabalho, tendo em vista que 
os ônus decorrentes dos infortúnios laborais, no modelo brasileiro, são suportados pela coletividade, 
através da seguridade social. Junto com os agravos supramencionados, surge também o custo com 
tratamentos do trabalhador acidentado ou acometido por moléstia laboral ou com sua manutenção 
em caso de incapacidade permanente ou ainda, da manutenção de sua família em caso de morte. 
Tais encargos são suportados pela seguridade social, a qual se atribui status tributário, conforme ar-
tigo 149 da Constituição Federal, aplicando-se Normas Gerais de Direito Tributário. 
 A Constituição Federal em seu artigo 7º, XXVIII estabelece que "são direitos dos trabalhadores urba-
nos e rurais, além de outros que visem a melhoria de sua condição social: seguro contra acidentes de 
trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização a que este está obrigado, quando incor-
rer em dolo ou culpa". 
No âmbito infraconstitucional a matéria é tratada pela Lei 8.212/91, que define em seu artigo 22, in-
ciso I, o valor das alíquotas da contribuição a cargo da empresa destinada ao custeio da Seguridade 
Social em 20% sobre o total das remunerações pagas ou creditadas a qualquer título, durante o mês, 
aos segurados empregados e trabalhadores avulsos que lhe prestem serviços. 
Estabelece também o art. 22, em seu inciso II, as alíquotas do SAT, conforme graduação dos riscos 
da atividade empresarial, destinados ao financiamento da aposentadoria especial e dos benefícios 
concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrentes dos riscos origi-
nados no trabalho. O referido diploma legal, definiu tais alíquotas em 1% para risco leve, 2% para 
risco médio e 3% para risco grave, incidentes sobre o total das remunerações pagas ou creditadas, 
instituindo assim o Seguro Acidente de Trabalho, conforme mandamento da Constituição Federal es-
tampado no art. 7º, XXVIII. 
Cumpre salientar que o referido inciso II do artigo 22 da Lei 8.212/91 teve sua constitucionalidade 
questionada no ano de 1999, onde a empresa Moretti Automóveis Ltda., impetrou uma ação declara-
tória contra o INSS, pleiteando o não pagamento do SAT, por entender ser o mesmo inconstitucional. 
A referida ação declaratória foi distribuída em 10/03/1999 com pedido de antecipação de tutela que 
foi indeferido. Inconformada, a empresa interpôs apelação no Tribunal Federal da 4ª Região (n. 
2000.04.01.060070-0), tendo como relatora a Desembargadora Ellen Gracie Northfleet - 1º turma, que 
recebeu o recurso no duplo efeito. 
Por unanimidade a 1ª turma negou provimento ao recurso, sendo interpostos em seguida recursos 
especial e extraordinário. O Recurso Extraordinário - RE n. 343.446 foi julgado pelo Pleno que o inde-
feriu, sendo a decisão pelo seu não conhecimento publicada no informativo do STF n. 301. O Re-
curso Especial de n. 330.701, de relatoria do Min. Castro Meira - 2ª turma, também negou provimento 
à pretensão nele consubstanciada por unanimidade. 
O Tribunal Pleno do STF decidiu a questão da seguinte forma: 
"EMENTA: - CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. CONTRIBUIÇÃO: SEGURO DE ACIDENTE DO 
TRABALHO – SAT. Lei 7.787/89, arts. 3º e 4º; Lei 8.212/91, art. 22, II, redação da Lei 9.732/98. De-
cretos 612/92, 2.173/97 e 3.048/99. C.F., artigo 195, § 4º; art. 154, II; art. 5º, II; art. 150, I. 
I. – Contribuição para o custeio do Seguro de Acidente do Trabalho – SAT: Lei 7.787/89, art. 3º, II; Lei 
8.212/91, art. 22, II: alegação no sentido de que são ofensivos ao art. 195, § 4º, c/c art. 154, I, da 
Constituição Federal: improcedência. Desnecessidade de observância da técnica da competência re-
sidual da União, C.F., art. 154, I. Desnecessidade de lei complementar para a instituição da contribui-
ção para o SAT. 
II. - O art. 3º, II, da Lei 7.787/89, não é ofensivo ao princípio da igualdade, por isso que o art. 4º da 
mencionada Lei 7.787/89 cuidou de tratar desigualmente aos desiguais. 
FATOR ACIDENTÁRIO DE PREVENÇÃO FAP 
 
 
 
 
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III. - As Leis 7.787/89, art. 3º, II, e 8.212/91, art. 22, II, definem, satisfatoriamente, todos os elementos 
capazes de fazer nascer a obrigação tributária válida. O fato de a lei deixar para o regulamento a 
complementação dos conceitos de "atividade preponderante" e "grau de risco leve, médio e grave", 
não implica ofensa ao princípio da legalidade genérica, C.F., art. 5º, II, e da legalidade tributária, C.F., 
art. 150, I. 
IV. – Se o regulamento vai além do conteúdo da lei, a questão não é de inconstitucionalidade, mas de 
ilegalidade, matéria que não integra o contencioso constitucional. 
V. – Recurso extraordinário não conhecido." (RE n. 343.446) 
Como se pode observar o Tribunal Pleno decidiu pela legalidade formal do SAT, tendo em vista que o 
regulamento que define atividade preponderante e grau de risco, apenas complementa o sentido do 
artigo 22, inciso II da Lei 8.213/91 e artigo 3º, II da Lei 7.787/89. O Supremo entendeu que as referi-
das leis, atendem ao princípio da legalidade por possuírem em seu conteúdo os elementos mínimos 
necessários para uma norma matriz de incidência tributária, quais sejam: elementos material, espa-
cial, temporal, subjetivo e quantitativo. 
No cenário atual, as mudanças no cálculo do antigo SAT foram questionadas na Justiça por inúmeros 
contribuintes, que tiveram majoradas suas alíquotas, sob a alegação de que, embora esteja previsto 
no art. 10 da Lei 10.666/03, o chamado Fator Acidentário de Prevenção - FAP, contraria a Constitui-
ção Federal e o Código Tributário Nacional, pois o aludido artigo atribui ao Conselho Nacional da Pre-
vidência Social a competência para estabelecer a metodologia de cálculo que servirá para minorar, 
manter ou majorar as alíquotas previstas no artigo 22, inciso II da Lei 8.212/91. 
Eis a redação do dispositivo: 
Art. 10. A alíquota de contribuição de um, dois ou três por cento, destinada ao financiamento do be-
nefício de aposentadoria especial ou daqueles concedidos em razão do grau de incidência de incapa-
cidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho, poderá ser reduzida, em até cin-
quenta por cento, ou aumentada, em até cem por cento, conforme dispuser o regulamento, em razão 
do desempenho da empresa em relação à respectiva atividade econômica, apurado em conformidade 
com os resultados obtidos a partir dos índices de frequência, gravidade e custo, calculados segundo 
metodologia aprovada pelo Conselho Nacional de Previdência Social. 
O Seguro Acidente de Trabalho - SAT é uma contribuição com natureza de tributo parafiscal, ou seja, 
sua arrecadação é destinada ao custeio de atividades exercidas por entidades privadas, mas com co-
notação social ou de interesse público, conforme verifica-se nas três premissas que seguem: 1. O 
Empregado faz jus a um seguro para atender e cobrir riscos de acidentes e doenças do trabalho; 2. O 
responsável tributário direto é o empregador que assume os riscos do empreendimento; 3. O objeto 
da arrecadação deve ser obrigatoriamente destinado e vinculado à finalidade proposta, qual seja, a 
manutenção do seguro. 
A portaria MF no 409/2018, que dispõe sobre o Fator Acidentário de Prevenção (FAP 2018, com vi-
gência em 2019), juntamente com as respectivas ordens de frequência, gravidade e custo, foi publi-
cada nesta sexta-feira (21) no Diário Oficial da União. 
Levantamento feito pela Secretaria de Previdência do Ministério da Fazenda mostra que 91,98% dos 
estabelecimentos empresariais brasileirosestão na faixa bônus do FAP – multiplicador calculado anu-
almente que incide sobre a alíquota do Seguro Acidente de Trabalho (SAT). Ou seja, tiveram o índice 
FAP 2018, com vigência em 2019, menor que um (<1). 
O Fator Acidentário de Prevenção serve para bonificar as empresas que registram acidentalidade me-
nor. Pela metodologia do FAP, pagam mais os estabelecimentos que registrarem maiores índices de 
frequência, gravidade e custo de acidentes ou doenças ocupacionais. Quando não for registrado ne-
nhum caso de acidente de trabalho, por exemplo, o estabelecimento pagará a metade da alíquota do 
Seguro Acidente de Trabalho (SAT). 
Dessa forma, o FAP funciona como um indicador objetivo para que cada empresa possa considerar a 
melhoria de seus ambientes de trabalho no planejamento de seus investimentos. 
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Para a vigência 2019, o FAP foi calculado para um total de 3.425.832 estabelecimentos (CNPJ com-
pleto). 
Mudanças – Destaca-se que ocorreram importantes mudanças no método de cálculo do FAP desde 
a vigência em 2018, conforme Resolução aprovada pelo Conselho Nacional de Previdência – CNP nº 
1.329, de 2017. 
Uma das modificações no cálculo foi a exclusão dos acidentes de trabalho sem concessão de benefí-
cios (afastamentos de até 15 dias), exceto acidentes que resultarem em óbito, independentemente da 
concessão de benefício. Outra alteração foi a exclusão dos acidentes de trajeto. 
O Conselho também aprovou a exclusão da redução de 25% do valor do FAP que ultrapassar 1 (faixa 
malus) a empresas que não apresentaram casos de morte ou invalidez permanente no primeiro ano 
do período-base. No entanto, houve uma regra de transição. Para a vigência 2018, o desconto foi de 
15% e, na vigência 2019, o desconto está totalmente extinto. 
Para fins de bloqueios de bonificação e de redução do malus, o CNP deliberou que serão considera-
dos apenas os eventos de morte e invalidez do primeiro ano do período-base. Além disso, não será 
mais possível realizar desbloqueio de bonificação pelo sindicato. 
Já o bloqueio de bonificação com base na taxa média de rotatividade acima de 75% não foi excluído 
do cálculo do fator, como havia sido proposto inicialmente. Contudo, serão usadas somente as resci-
sões sem justa causa, inclusive a rescisão antecipada de contrato a termo; e a rescisão por término 
de contrato a termo. 
Metodologia – Criado em 2010, com o objetivo de incentivar as empresas a investirem na melhoria 
das condições de trabalho e de saúde do trabalhador, o FAP é um multiplicador, que varia de 0,5 a 2 
pontos, aplicado às alíquotas de 1%, 2% ou 3% do SAT incidentes sobre a folha de salários das em-
presas para custear aposentadorias especiais e benefícios decorrentes de acidentes de trabalho. 
O FAP varia anualmente. É calculado sempre sobre os dois últimos anos de todo o histórico de aci-
dentalidade na Previdência. 
Sistemas semelhantes são adotados em outros países há mais tempo e têm se mostrado uma ferra-
menta eficiente para incentivar a prevenção dos acidentes e doenças relacionados com o trabalho; 
assim como promover a melhoria e a qualidade de vida no trabalhador. 
Basta um segundo de descuido para que ocorra um acidente. Seja por negligência, falta de manuten-
ção no maquinário ou ausência de equipamentos de proteção individual, tudo que surge “pelo exercí-
cio do trabalho a serviço da empresa (…), provocando lesão corporal ou perturbação funcional que 
cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho” 
(Art. 19 da Lei nº 8.213/91) é caracterizado como acidente de trabalho. 
As consequências não são apenas para quem sofreu o acidente, as empresas também são responsa-
bilizadas pela Constituição Federal. Além da indenização que deve ser paga em caso de dolo ou 
culpa, também há o Seguro contra Acidentes de Trabalho (SAT), um encargo que incide sobre o em-
pregador e que financia os benefícios concedidos pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). 
Seu valor é calculado pela multiplicação da folha de pagamento de uma empresa pela alíquota de 
Riscos Ambientais do Trabalho (RAT), podendo variar de 1% a 3%. Antes esse valor era fixo, porém 
com a criação do FAP o custo foi individualizado e melhor distribuído. O Fator Acidentário de Preven-
ção é um indicador que funciona como mecanismo para aumentar ou diminuir a tarifa do RAT, de 
acordo com a quantidade, a gravidade e o custo das ocorrências acidentárias em cada empresa e em 
comparação às outras de seu mesmo segmento econômico. 
Seu objetivo é incentivar as políticas de saúde e segurança do trabalho, de modo a reduzir os índices 
de acidente. A metodologia de cálculo é baseada no binômio “bônus x malus”, que pode cortar a tarifa 
pela metade ou duplicá-la. Empresas com mais ocorrências de acidentes, por exemplo, podem che-
gar a contribuir com um valor de 6% para o SAT. 
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