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GESTÃO DE SALA DE AULA PROF. JOAGDA REZENDE ABIB “A Faculdade Católica Paulista tem por missão exercer uma ação integrada de suas atividades educacionais, visando à geração, sistematização e disseminação do conhecimento, para formar profissionais empreendedores que promovam a transformação e o desenvolvimento social, econômico e cultural da comunidade em que estão inseridos. Missão da Faculdade Católica Paulista Av. Cristo Rei, 305 - Banzato, CEP 17515-200 Marília - São Paulo. www.uca.edu.br Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem autorização. Todos os gráficos, tabelas e elementos são creditados à autoria, salvo quando indicada a referência, sendo de inteira responsabilidade da autoria a emissão de conceitos. Diretor Geral | Valdir Carrenho Junior GESTÃO DE SALA DE AULA PROF. JOAGDA REZENDE ABIB SUMÁRIO AULA 01 AULA 02 AULA 03 AULA 04 AULA 05 AULA 06 AULA 07 AULA 08 AULA 09 AULA 10 AULA 11 AULA 12 AULA 13 AULA 14 AULA 15 AULA 16 APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA O PROFESSOR FACILITADOR AVALIAÇÕES DISCIPLINA EM SALA DE AULA RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO ÉTICA EM SALA DE AULA BULLYING EM SALA DE AULA ATUANDO COM A DIVERSIDADE POR QUE PLANEJAR? METODOLOGIAS ATIVAS SALA DE AULA INVERTIDA PEER INSTRUCTION APRENDIZAGEM BASEADA EM PROBLEMAS E APRENDIZAGEM BASEADA EM PROJETOS (PROBLEM BASED LEARNING E PROJECT BASED LEARNING) GAMIFICAÇÃO E STORYTELLING ESTUDO DE CASO E ENSINO HÍBRIDO PLANOS DE AULA 05 09 12 15 19 23 26 30 34 38 42 45 47 51 54 58 FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 4 GESTÃO DE SALA DE AULA PROF. JOAGDA REZENDE ABIB INTRODUÇÃO A sala de aula, como qualquer outro ambiente de trabalho, necessita de gestão. Nesse ambiente, o papel de gestor cabe ao professor. Ele precisa, portanto, saber como desempenhá- lo da melhor maneira possível, de modo a manter um ambiente organizado, harmonioso e que possibilite o bom andamento das aulas e uma aprendizagem de qualidade para seus alunos. Para que isso ocorra, é necessário que a preocupação do professor vá além do conteúdo, pois, além de fazer com que seus alunos aprendam aquilo que é proposto, é preciso que ele tenha consciência de que é necessário também que ele exerça outras funções. O professor precisa se atentar a questões de disciplina, ética, saber lidar com a diversidade em sala de aula e atuar diante de problemas que são comuns dentro do ambiente escolar. Além disso, pensando na questão do processo de ensino-aprendizagem no cenário atual, precisamos ter em mente que o modelo tradicional de ensino, aquele em que o professor apenas expõe conteúdos para seus alunos, sendo o protagonista em sala de aula, precisa ser revisto. Não que o professor não possa mais expor conteúdos para seus alunos, mas é necessário conhecer novas metodologias e usá-las para um ensino melhor, que se torne mais prazeroso, interessante e desafiador para quem está aprendendo. Existem, hoje, metodologias ativas, que colocam o aluno como protagonista de sua aprendizagem, e essas metodologias dão uma nova cara ao ensino, fazendo com que os alunos se sintam desafiados, motivados e mais interessados pelo conteúdo. O professor precisa, portanto, se atentar a todas essas questões, desde o planejamento de sua aula até a maneira como lidar com situações de indisciplina, com o bullying, com a diversidade e como agir eticamente em sala de aula. Veremos, pois, nesta disciplina, alguns desses pontos que são de extrema importância para que haja uma boa gestão de sala de aula. Espero que o estudo seja proveitoso e que os ajude, quando estiverem em sala de aula, a lidar com seus alunos da melhor maneira possível e a realizar uma boa gestão. Procurarei oferecer a vocês bastantes exemplos das minhas vivências como professora. Sejam bem-vindos à disciplina de Gestão de Sala de Aula! Bons Estudos!!! FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 5 GESTÃO DE SALA DE AULA PROF. JOAGDA REZENDE ABIB AULA 1 APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA Você, alguma vez, ao aprender algo novo, pensou que aquilo se relacionava a algo que você já sabia, mas nunca tinha entendido para que servia? Isso acontece conosco muitas vezes. Pensamos: “Ah, agora aquilo faz sentido!”. Pois é. Isso está relacionado à Aprendizagem Significativa, tema desta aula. Em sua obra The Psychology of MeaninGful Verbal Learning, escrita em 1963, David Ausubel propôs a teoria da Aprendizagem Significativa. Trata-se de uma teoria que se baseia na relação estabelecida entre um novo conhecimento e os conhecimentos prévios do indivíduo, ou seja, a relação entre aquilo que se aprende com aquilo que já se sabe. De acordo com Moreira (2012), Aprendizagem significativa é aquela em que ideias expressas simbolicamente interagem de maneira substantiva e não-arbitrária com aquilo que o aprendiz já sabe. Substantiva quer dizer não-literal, não ao pé-da-letra, e não-arbitrária significa que a interação não é com qualquer idéia prévia, mas sim com algum conhecimento especificamente relevante já existente na estrutura cognitiva do sujeito que aprende (MOREIRA, 2012, p. 2). Fonte: https://amenteemaravilhosa.com.br/aprendizagem-significativa/ https://amenteemaravilhosa.com.br/aprendizagem-significativa/ FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 6 GESTÃO DE SALA DE AULA PROF. JOAGDA REZENDE ABIB A aquisição de novos conhecimentos se dá, portanto, segundo Ausubel, a partir da significação que podemos dar a um novo conhecimento, relacionando-o a conhecimentos que já adquirimos, o que ele chama de subsunçores. Em termos simples, subsunçor é o nome que se dá a um conhecimento específico, existente na estrutura de conhecimentos do indivíduo, que permite dar significado a um novo conhecimento que lhe é apresentado ou por ele descoberto. Tanto por recepção como por descobrimento, a atribuição de significados a novos conhecimentos depende da existência de conhecimentos prévios especificamente relevantes e da interação com eles (MOREIRA, 2012, p. 2). Quando relacionamos o novo àquilo que já sabemos, esses conhecimentos prévios passam a ter para nós outros significados e se tornam cognitivamente mais estáveis. É como se, muitas vezes, pudéssemos entender para que serve aquilo que aprendemos anteriormente. As coisas passam a fazer mais sentido para nós. É importante reiterar que a aprendizagem significativa se caracteriza pela interação entre conhecimentos prévios e conhecimentos novos, e que essa interação é não-literal e não-arbitrária. Nesse processo, os novos conhecimentos adquirem significado para o sujeito e os conhecimentos prévios adquirem novos significados ou maior estabilidade cognitiva (MOREIRA, 2012, p. 2). Vejamos um exemplo. Como professora de língua portuguesa, utilizarei uma situação da minha disciplina para tentar exemplificar a aprendizagem significativa. Nós, professores de português, ensinamos aos alunos as classes de palavras: substantivo, verbo, adjetivo, pronome, advérbio, etc. Quando ensinamos pronomes pessoais, explicamos que eles são utilizados para substituir ou retomar um nome. Com relação aos demonstrativos, dizemos que eles servem para orientar as coisas no espaço e que, textualmente, servem para fazer referências ao que foi mencionado anteriormente ou ao que será mencionado a seguir. Ensinamos que os advérbios de lugar são palavras que indicam o local onde a ação expressa pelo verbo ocorreu. Mais à frente, ao explicarmos o conceito de coesão textual dizemos que ela pode ser feita de várias formas e que uma delas é a coesão por referência, que consiste em retomar palavras que foram mencionadas anteriormente por meio do uso de pronomes pessoais, demonstrativos e advérbios de lugar. Nesse momento, o aluno liga essas informações ao seu conhecimento prévio sobre essas classes de palavras, entendendo melhor o seu funcionamento, ou seja, as coisas passam a fazer mais sentido para ele. Existem duas formas de aprendizagem significativa: a superordenadae a subordinada. A aprendizagem significativa superordenada se dá quando aquilo que aprendemos é mais abrangente do que o conhecimento prévio a que se relaciona. A subordinada, mais comum, FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 7 GESTÃO DE SALA DE AULA PROF. JOAGDA REZENDE ABIB acontece quando aprendemos coisas que se “encaixam” dentro de um conhecimento prévio de grande relevância. Esta forma de aprendizagem significativa, na qual uma nova idéia, um novo conceito, uma nova proposição, mais abrangente, passa a subordinar conhecimentos prévios é chamada de aprendizagem significativa superordenada. Não é muito comum; a maneira mais típica de aprender significativamente é a aprendizagem significativa subordinada, na qual um novo conhecimento adquire significado na ancoragem interativa com algum conhecimento prévio especificamente relevante (MOREIRA, 2012, p. 3). Segundo Moreira (2102), pode ser que um conhecimento prévio nunca venha a ser utilizado para a aquisição de novos conhecimentos e pode acontecer também de um conhecimento diminuir devido ao fato de não ser utilizado. O autor afirma que esse esquecimento é normal e que aquilo que se esqueceu pode ser reaprendido rapidamente, caso a aprendizagem tenha sido significativa. Portanto, aprendizagem significativa não é, como se possa pensar, aquela que o indivíduo nunca esquece. A assimilação obliteradora é uma continuidade natural da aprendizagem significativa, porém não é um esquecimento total. É uma perda de discriminabilidade, de diferenciação de significados, não uma perda de significados. Se o esquecimento for total, como se o indivíduo nunca tivesse aprendido um certo conteúdo é provável que aprendizagem tenha sido mecânica, não significativa (MOREIRA, 2012, p. 4). De acordo com Moreira (2012), existem duas condições para que a aprendizagem seja significativa. A primeira é que o material seja potencialmente significativo e a segunda é que o aprendiz deve querer aprender. Por que o material não é significativo, mas potencialmente significativo? De acordo com Moreira (2012), não é possível que o material seja significativo, ele apenas pode levar o aluno a relacionar os novos conhecimentos a seus conhecimentos prévios, ou seja, ele tem potencial para fazer isso. No entanto, ele será significativo ou não à medida que o aluno tenha o conhecimento prévio para estabelecer relações e torná-lo significativo. É importante enfatizar aqui que o material só pode ser potencialmente significativo, não significativo: não existe livro significativo, nem aula significativa, nem problema significativo, ..., pois o significado está nas pessoas, não nos materiais (MOREIRA, 2012, p. 8). FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 8 GESTÃO DE SALA DE AULA PROF. JOAGDA REZENDE ABIB A segunda condição é que o aluno esteja predisposto a fazer a relação entre os conhecimentos, o que, segundo Moreira, não tem a ver, necessariamente, com estar motivado ou com seu gosto pela matéria. A segunda condição é talvez mais difícil de ser satisfeita do que a primeira: o aprendiz deve querer relacionar os novos conhecimentos, de forma não-arbitrária e não-literal, a seus conhecimentos prévios. É isso que significa predisposição para aprender. Não se trata exatamente de motivação, ou de gostar da matéria. Por alguma razão, o sujeito que aprende deve se predispor a relacionar (diferenciando e integrando) interativamente os novos conhecimentos a sua estrutura cognitiva prévia, modificando-a, enriquecendo-a, elaborando-a e dando significados a esses conhecimentos. Pode ser simplesmente porque ela ou ele sabe que sem compreensão não terá bons resultados nas avaliações. Aliás, muito da aprendizagem memorística sem significado (a chamada aprendizagem mecânica) que usualmente ocorre na escola resulta das avaliações e procedimentos de ensino que estimulam esse tipo de aprendizagem (MOREIRA, 2012, p. 8). Como afirma Moreira (2012), a aprendizagem mecânica, que faz parte da nossa experiência como alunos, faz com que, muitas vezes, decoremos alguma coisa sem ao menos saber para que aquilo nos serve ou servirá. A Aprendizagem significativa se opõe a isso, fazendo com que, diante das condições necessárias que foram aqui mencionadas, o aluno relacione os novos conceitos àquilo que já sabe e que as coisas tomem sentido e sejam significativas para ele. FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 9 GESTÃO DE SALA DE AULA PROF. JOAGDA REZENDE ABIB AULA 2 O PROFESSOR FACILITADOR Em nossas próximas aulas, falaremos sobre metodologias de ensino que se diferenciam do modelo tradicional, devido ao fato de colocarem o aluno no centro do processo de aprendizagem, atuando como protagonista, utilizando suas experiências, aprendendo no seu ritmo. Isso se distancia da imagem tradicional de que o professor deve ser o foco em sala de aula, explicando conteúdos e expondo teorias para os alunos. Nesse novo modelo de ensino, surge, então, o conceito de professor facilitador que. como o próprio nome diz, tem como função facilitar o aprendizado do aluno e não ser totalmente responsável por ele. O professor passa a ocupar um papel diferente daquele imposto pelo modelo tradicional. Nesta aula, falaremos, portanto, sobre o que é ser um professor facilitador e qual o seu papel. Em sua vida escolar, você teve algum professor que sabia muito, mas não conseguia ensinar? Muitas vezes nos deparamos com professores que têm um conhecimento ímpar sobre a matéria que lecionam, mas não conseguem fazer com que seus alunos aprendam. É muito comum encontrarmos pessoas extremamente preparadas, especialistas, mestres e até mesmo doutores que querem expor um determinado conteúdo de maneira muitas vezes extremamente complicada, tornando-o inacessível a seus alunos. Não adianta nada entrarmos em sala de aula e falarmos por horas seguidas, esperando que os alunos absorvam todo aquele conteúdo. Como professora de língua inglesa, posso narrar minhas experiências para ilustrar o que acabei de dizer. Ao ensinar a língua, não adianta querer utilizar com meus alunos conceitos gramaticais tais como Objeto Direto e Indireto, Orações Subordinadas, entre outros, pois, muitas vezes, os alunos não têm domínio sobre esse conteúdo em sua própria língua, a língua portuguesa. É necessário, portanto, buscar maneiras mais simples de explicar a eles, estabelecendo relações com coisas que eles saibam, facilitando o processo e não dificultando-o. O professor facilitador deve lançar mão de meios que levem seus alunos a um aprendizado mais eficiente, mais prazeroso. Ele deve ser um mediador e não mais o centro das atenções. FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 10 GESTÃO DE SALA DE AULA PROF. JOAGDA REZENDE ABIB As aulas expositivas devem dar lugar a aulas em que os alunos participem ativamente, sendo protagonistas em seu processo de aprendizagem. Sabem aquelas aulas longas, em que o professor apresenta um número enorme de slides e fala sem parar, do início ao fim? Isso não é ser um professor facilitador. E aquele professor que enche a lousa de matéria e pede para que seus alunos copiem tudo, para que depois ele explique e passe exercícios? Ele também não é um professor facilitador. Existem ainda professores que, sabendo muito sobre o conteúdo, chegam em sala de aula, colocam uma frase na lousa e falam sem parar sobre conceitos e teorias, esperando que seus alunos consigam acompanhar e gravar todas aquelas informações. Isso, definitivamente, não é ser um professor facilitador. Para facilitar o processo de aprendizagem do aluno, o professor não precisa ser um expert no conteúdo, mas saber como fazer com que o aluno o aprenda a aprender. O ideal, certamente, é que o professor apresente essas duas características: domínio do conteúdo e perfil facilitador. O ritmo da aula não deve ser imposto pelo professor. É necessário sentir o ritmo dos alunos e segui-lo. O conceito de professor facilitador se baseia na teoria do construtivismo, segundo a qual o aluno deve construir seu próprioconhecimento com base em suas experiências. Sendo assim, o professor deve ser um coadjuvante no processo de aprendizagem do aluno, apenas direcionando-o e facilitando o processo de aprendizagem, como o próprio nome “professor facilitador” sugere. Fonte: https://sistemaggedeensino.medium.com/o-novo-papel-do-professor-na-educa%C3%A7%C3%A3o-moderna-a536a6a1e059 https://sistemaggedeensino.medium.com/o-novo-papel-do-professor-na-educa%C3%A7%C3%A3o-moderna-a536a6a1e059 FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 11 GESTÃO DE SALA DE AULA PROF. JOAGDA REZENDE ABIB É importante que nós professores tenhamos consciência de que, ao ensinar, também aprendemos com nossos alunos. Ensinar é trocar experiências e saberes. Estou há onze anos em sala de aula e percebo o quanto aprendi desde que me tornei professora. Além disso, trazer as experiências dos alunos para a sala de aula pode ser muito produtivo. Às vezes, a aula toma rumos diferentes do que planejamos e isso pode ser muito bom. As metodologias ativas têm esse papel, ou seja, colocam o aluno como protagonista e o professor apenas como um mediador, um facilitador do processo de aprendizagem do aluno. Estudaremos essas metodologias nas nossas próximas aulas. Isto está na rede Educação aberta: o que é ser um professor facilitador Para especialista do MIT, docente não precisa ser “autoridade em um assunto”, mas pode criar a expertise da experiência Leia mais em: https://novaescola.org.br/conteudo/9424/educacao-aberta-o-que-e-ser- um-professor-facilitador https://novaescola.org.br/conteudo/9424/educacao-aberta-o-que-e-ser-um-professor-facilitador https://novaescola.org.br/conteudo/9424/educacao-aberta-o-que-e-ser-um-professor-facilitador FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 12 GESTÃO DE SALA DE AULA PROF. JOAGDA REZENDE ABIB AULA 3 AVALIAÇÕES Nós, como alunos, passamos por muitas avaliações ao longo de nossa vida escolar e, com certeza, muitos de nós vivenciamos momentos difíceis, tensos e situações em que nos sentimos injustiçados. Fonte: http://b.programasemente.com.br/xiii-deu-branco/ Muitas vezes, o aluno sabe muito sobre um determinado conteúdo e acaba por não se sair bem em uma prova, e isso pode acontecer por inúmeros fatores. O nervosismo pode atrapalhar, pois podemos esquecer muita coisa quando estamos sob pressão. Às vezes, sabemos muito sobre muita coisa, mas o que é perguntado na prova é exatamente aquilo que não sabíamos. Ocorre também de não estarmos em um bom dia e não termos um bom rendimento. Enfim, todas essas situações podem fazer com que um aluno que estudou e se esforçou não se saia bem em uma prova. O processo de avaliação deve, portanto, levar em conta não apenas as provas bimestrais. De acordo com as DCN’s, essa avaliação deve ser processual e formativa, ou seja, o aluno deve ser avaliado durante todo o processo de aprendizagem. Seu desempenho não pode ser medido apenas com questões propostas em uma avaliação ao final do bimestre. É necessário ainda que elas sejam qualitativas e não quantitativas, pois o que vale é a qualidade do processo avaliativo e não o número de questões ou o número de trabalhos e avaliações que foram aplicadas aos alunos. http://b.programasemente.com.br/xiii-deu-branco/ FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 13 GESTÃO DE SALA DE AULA PROF. JOAGDA REZENDE ABIB Fonte: https://petpedufba.wordpress.com/2015/11/09/avaliacao-da-aprendizagem/ Além disso, a avaliação deve servir como um norte para que o professor possa planejar suas próximas estratégias de ensino, suas ações pedagógicas e para que possa interferir e solucionar os problemas de aprendizagem que os alunos venham a apresentar. Conforme consta nas DCN’s, A avaliação do aluno, a ser realizada pelo professor e pela escola, é redimensionadora da ação pedagógica e deve assumir um caráter processual, formativo e participativo, ser contínua, cumulativa e diagnóstica. A avaliação formativa, que ocorre durante todo o processo educacional, busca diagnosticar as potencialidades do aluno e detectar problemas de aprendizagem e de ensino. A intervenção imediata no sentido de sanar dificuldades que alguns estudantes evidenciem é uma garantia para o seu progresso nos estudos. Quanto mais se atrasa essa intervenção, mais complexo se torna o problema de aprendizagem e, consequentemente, mais difícil se torna saná-lo (BRASIL, 2013, p. 123). É preciso também que o professor tome cuidado com pré-julgamento que possa vir a fazer a respeito dos alunos. Muitas vezes, por não acreditar na capacidade do aluno em aprender, devido a fatores de ordem social, o professor acaba por “deixar esse aluno de lado”. Isso pode fazer com que o aluno, diante da falta de incentivo por parte do professor, https://petpedufba.wordpress.com/2015/11/09/avaliacao-da-aprendizagem/ FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 14 GESTÃO DE SALA DE AULA PROF. JOAGDA REZENDE ABIB acabe por também não acreditar em seu potencial e se sentir desmotivado, o que impacta negativamente sua aprendizagem e seu rendimento. Considerando que a avaliação implica sempre um julgamento de valor sobre o aproveitamento do aluno, cabe, contudo alertar que ela envolve frequentemente juízos prévios e não explicitados pelo professor acerca do que o aluno é capaz de aprender. Esses pré-julgamentos, muitas vezes baseados em características que não são de ordem cognitiva e sim social, conduzem o professor a não estimular devidamente certos alunos que, de antemão, ele acredita que não irão corresponder às expectativas de aprendizagem. O resultado é que, por falta de incentivo e atenção docente, tais alunos terminam por confirmar as previsões negativas sobre o seu desempenho (BRASIL, 2013, p. 123). É importante ressaltar que o processo avaliativo não serve apenas para avaliar o aluno. Por meio dele, o professor pode jugar suas estratégias e abordagens, pois se em uma sala muitos alunos apresentarem problemas com relação à aprendizagem, isso pode significar que o professor deve repensar a forma como está ensinando seus alunos. Além disso, as avaliações possibilitam que os alunos tenham ideia de seu progresso e, também, de suas dificuldades. Mas a avaliação não é apenas uma forma de julgamento sobre o processo de aprendizagem do aluno, pois também sinaliza problemas com os métodos, as estratégias e abordagens utilizados pelo professor. Diante de um grande número de problemas na aprendizagem de determinado assunto, o professor deve ser levado a pensar que houve falhas no processo de ensino que precisam ser reparadas (BRASIL, 2013, p. 123). Uma outra função do processo avaliativo é poder colocar os pais a par do rendimento escolar de seus filhos. É importante, portanto, que: • A avaliação seja qualitativa, ou seja, que nós professores avaliemos se o aluno desenvolveu as competências e habilidades esperadas, sem nos importarmos com a quantidade de questões ou de avaliações; • O professor deve avaliar para ensinar e não ensinar para avaliar, ou seja, com base nas avaliações, o professor deve planejar os próximos passos de seu trabalho, avaliando não só o rendimento e as dificuldades de seus alunos, mas também verificando se suas estratégias como professor estão tendo bons resultados; • A avaliação deve ser focada no processo e não nos resultados. FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 15 GESTÃO DE SALA DE AULA PROF. JOAGDA REZENDE ABIB AULA 4 A DISCIPLINA EM SALA DE AULA O ensino no dia-a-dia nas escolas acontece em um cenário um tanto incomum: uma pequena sala (para o que se necessita fazer nela), com mobília frequentemente inadequada e pouco espaço para se movimentar, um período de 50 minutos (ou menos) para desenvolver objetivos curriculares estabelecidos, e 25 a 30 personalidades distintas e singulares, algumas das quais podendo nem querer estar lá. Por que não haveria alguns estresses e tensões naturais associadas ao papel diário do professor? (ROGERS, 2009, p.16). Todo professor, seja ele velho ou novo, mais rígido ou mais flexível, sério ou brincalhão,certamente já teve, pelo menos uma vez em sua vida como docente, problemas relacionados à disciplina dos alunos, ou melhor, à falta de disciplina deles. Um dos grandes desafios do professor como gestor de uma sala de aula é, com certeza, manter a disciplina, ainda mais quando se trabalha com crianças ou com adolescentes. Fonte: https://www.professorideal.com/indisciplina/alunos-brasileiros-lideram-o-ranking-de-indisciplina-na-sala-de-aula/ Mas como podemos manter uma sala disciplinada, especialmente quando essa sala está lotada. O que podemos fazer para manter a ordem, para fazer com que os alunos se comportem, fiquem quietos quando necessário, que realizem as atividades propostas? É claro que planejar uma aula que chame a atenção dos alunos, que desperte neles o interesse é, sem sombra de dúvidas, uma arma poderosa. Os alunos tendem a ser mais https://www.professorideal.com/indisciplina/alunos-brasileiros-lideram-o-ranking-de-indisciplina-na-sala-de-aula/ FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 16 GESTÃO DE SALA DE AULA PROF. JOAGDA REZENDE ABIB participativos e se comportarem melhor quando estão interessados em uma determinada atividade. No entanto, nem sempre isso basta. Já nos deparamos com notícias em jornais em que formas diversas de violência ocorrem em sala de aula, agressões entre alunos ou até mesmo alunos agredindo professores. É um desafio para o professor manter um ambiente disciplinado e, em um mundo que se torna cada vez mais violento, é também um desafio manter a violência fora da sala de aula, seja ela física ou verbal. Importante ressaltar que não devemos levar em conta apenas o comportamento dos alunos, pois o comportamento do professor os influencia. Segundo Rogers (2009), professores e alunos influenciam o comportamento uns dos outros em seus relacionamentos. Nesse cenário um tanto incomum no qual os alunos e os professores trazem agendas, sentimentos e necessidades pessoais e no qual certas obrigações e direitos devem ser equilibrados, tanto o professor quanto o aluno estão “ensinando” um ao outro por meio de seus comportamentos relacionais diários. Não basta simplesmente detalhar a intervenção do aluno como uma questão discreta que diz respeito apenas ao aluno. Em qualquer escola, os mesmos alunos podem se comportar de maneira diferente, em diferentes cenários e com diferentes professores. O comportamento do professor e o comportamento do aluno têm um efeito recíproco um sobre o outro e sobre o sempre presente “público” de colega (ROGERS, 2009, p.16). Rogers (2009) nos apresenta diferentes tipos de comportamento por parte do professor. Ele cita, por exemplo, uma gestão vigilante demais, um comportamento excessivamente vigilante ou ausência de vigilância, coisas que contribuem para a indisciplina dos alunos. Na gestão vigilante demais, Rogers (2009) cita o caso de um aluno que não estava realizando as atividades e, ao ser indagado pelo professor com relação ao fato de não estar fazendo nada, disse que não o fazia porque estava sem caneta. E a partir daí passa a haver um embate entre professor e aluno. O professor pede para que o aluno arrume uma caneta e ele sai da sala à procura de uma. O professor, então, vai atrás do aluno e diz que a caneta deveria ser arrumada em sala de aula. O aluno a pede a um colega e ironizando diz ao professor que seu colega não quer emprestar. E assim a situação vai tomando proporções enormes até que o aluno é mandado à diretoria. Nesse caso, o professor é extremamente rígido e acaba criando um embate direto com o aluno que o desafia, ironiza, e isso acaba fazendo com que algo simples se torne problemático. Com relação ao comportamento extremamente vigilante, imaginemos que um aluno vai à escola sem o uniforme e o professor começa a dar muita atenção a esse fato, interrompe sua aula para chamar a atenção do aluno, diz a ele que não pode assistir à aula sem uniforme, FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 17 GESTÃO DE SALA DE AULA PROF. JOAGDA REZENDE ABIB isso pode acabar tomando uma proporção muito grande. Não que o aluno não deva ser conscientizado sobre seu erro, mas isso pode ser feito de outra maneira, como veremos mais à frente. Existe também a ausência de vigilância que, segundo Rogers (2009), ocorre quando o professor não se importa. Segundo o autor, os alunos devem saber quais professores são vigilantes e quais não são, e o professor deve se mostrar vigilante não de forma autoritária, mas indagando o aluno sobre o regulamento da escola. Ao fazer perguntas ao aluno sobre o regulamento, o professor deve esperar que ele responda e, caso isso não ocorra, o professor deve então respondê-las, conscientizando e mostrando ao aluno que aquilo que ele fez vai contra as regras de comportamento da escola. O autor afirma que é difícil fazer com que os alunos se tornem conscientes quando alguns professores ignoram algumas questões. Nós professores sabemos como é difícil exigir do aluno um comportamento adequado quando muitos não se importam. Infelizmente, muitos professores acabam deixando as coisas acontecerem sem dar atenção a isso, com o pensamento de que não conseguirão mudar a situação ou fazer com que os alunos se comportem de maneira adequada. Isso dificulta o trabalho daqueles professores que querem manter uma sala disciplinada e harmoniosa, pois ao questionarmos ou repreendermos os alunos com relação a um mau comportamento, é muito comum sermos comparados àquele professor que não se importa: “Mas fulano não disse nada.” “Eu faço isso na aula do fulano e ele nunca disse nada.” Essas são frases muito comuns de serem ditas por alunos ao serem repreendidos ou questionados sobre um comportamento inadequado. Para que haja uma vigilância tranquila por parte do professor, segundo Rogers (2009) é necessário evitar perguntar ao aluno: “Por que você fez isso?”. O que o professor deve fazer é perguntar: “Qual o regulamento da escola?” e, a partir daí, fazer com que o aluno reconheça e assuma seu erro. Uma vigilância tranquila permite uma consistência funcional – nós nunca conseguiremos uma consistência perfeita com a liderança de professores, apenas uma consistência razoável e funcional (ROGERS, 2009, p.23). Rogers (2009) pontua que precisamos ser profissionais reflexivos, abertos a aprender e refletir a respeito de nossas ações e a mudar quando julgarmos necessário e virmos que isso pode nos ajudar na gestão da sala de aula. O autor aponta ainda que existem dois comportamentos: o primário e o secundário. E, segundo ele, ao valorizar comportamentos secundários, o professor só causará mais problemas, o que é desnecessário. Muitas vezes, é preciso ignorar esses comportamentos. FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 18 GESTÃO DE SALA DE AULA PROF. JOAGDA REZENDE ABIB Esses tipos de “comportamentos secundários” são muito mais irritantes para os professores do que os “comportamentos primários” que os originam: os suspiros, os movimentos com a cabeça, os olhos voltados ou o olhar para o teto, o sorrir ironicamente com as sobrancelhas e, é claro, coisas irritantes ditas por alguns alunos e que fazem perder tempo (ROGERS, 2009, p.27). No entanto, quando se tratar de atitudes graves, alguma atitude deve, sim, ser tomada por parte do professor. Se o “comportamento secundário” de um aluno for muito perturbador, ou rude, no tom e nos modos, ele precisará ser abordado, breve e firmemente, com um foco no comportamento inaceitável e um foco de volta para a tarefa ou um foco no comportamento esperado: “Não estou falando com você dessa forma, espero que você não fale comigo dessa forma”. Isso se aplica a um aluno cujo tom de voz é rude, convencido ou arrogante. Nesse ponto, também é prudente conceder um “tempo de compensação” à medida que o aluno se arrasta mal- humorado de volta para seu assento (ROGERS, 2009, p. 32). O professor deve manter a disciplina em sala de aula sem ser extremista, sem ser severo demais, rude demais ou, contrariamente a isso, ser flexível demais e nãose importar com comportamentos inadequados por parte dos alunos. Além disso, é importante pontuar que por mais difícil que seja, não podemos deixar nosso estresse, nosso cansaço, nossos problemas, preocupações e, muitas vezes, insatisfações nos afetem em sala de aula. Quando não estamos em um bom dia, em uma boa semana, devemos ter o cuidado de não fazer com que isso nos torne intolerantes ao extremo com comportamentos de nossos alunos. Precisamos também ter consciência de que não podemos querer obrigar nossos alunos a fazer nada. Não devemos forçá-los a nada. O ideal é que construamos boas relações, pautadas no respeito mútuo, fazendo com que os alunos saibam de seus direitos e deveres, sabendo corrigir na hora certa e da maneira certa, sem colocar o aluno em situações de constrangimento perante seus colegas. FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 19 GESTÃO DE SALA DE AULA PROF. JOAGDA REZENDE ABIB AULA 5 RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO Ter uma boa relação com as pessoas é fundamental. Imagine você, em seu ambiente de trabalho, tendo problemas com vários de seus colegas. Muitos de nós já passamos por isso e sabemos que se trata de algo nada positivo. Um mau relacionamento com as pessoas que nos cercam prejudica nosso rendimento, nos deixa estressados e tensos. Não é nada fácil trabalhar com pessoas com as quais não simpatizamos e que não gostamos de ter por perto. E na sala de aula não é diferente. É preciso que professores e alunos tenham uma boa relação. Já parou para pensar que professores e alunos passam grande parte de seu tempo juntos em sala de aula? Imagine passarmos horas diariamente com pessoas de quem não gostamos, com as quais não temos um bom relacionamento. Não seria nada legal, concordam? Fonte: https://institutoinfantojuvenil.com.br/dois-principios-para-mudar-a-relacao-professor-aluno/ A relação professor-aluno é, portanto, de extrema importância para um bom desenvolvimento das atividades em sala de aula, tanto por parte do professor quanto por parte dos alunos. Sabemos que é comum existirem conflitos entre professores e alunos e que isso pode prejudicar o bom andamento das aulas. É importante, portanto, que haja uma boa relação entre docentes e discentes. https://institutoinfantojuvenil.com.br/dois-principios-para-mudar-a-relacao-professor-aluno/ FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 20 GESTÃO DE SALA DE AULA PROF. JOAGDA REZENDE ABIB Uma das coisas mais importantes para que o professor construa uma boa relação com seus alunos é que ele se conscientize de que seu papel vai além da apresentação de conteúdo. O professor precisa ter em mente que ele contribui também para a formação social de seus alunos, pois a função da escola é formar bons cidadãos, conscientes e participativos socialmente. Para que uma boa relação ocorra, o professor precisa estar aberto a ouvir seus alunos e a dialogar com eles, e os alunos precisam sentir que são ouvidos e que suas ideias e opiniões importam. É muito importante que haja essa interação entre professor e alunos, pois isso implicará resultados positivos no processo de ensino-aprendizagem. É necessário que o professor não se coloque como soberano dentro da sala de aula. Ele tem que ser acessível. O distanciamento e autoritarismo afastam os alunos e fazem com que eles não se sintam motivados ou acolhidos, o que fará com que, muitas vezes, não se sintam à vontade ou se sintam desmotivados. Muitos alunos acabam por criar uma implicância com o professor nesses casos e começam então a surgir situações de embate entre professor e aluno. Nós professores precisamos ter em mente que o aluno deve ser colocado como protagonista em seu processo de aprendizagem e que nós somos apenas facilitadores desse processo. É necessário que haja afetividade em nossa relação com nossos alunos, pois eles precisam perceber que nos importamos com eles, com seu desempenho, entendendo-os como seres humanos que, assim como nós, êem suas dificuldades, seus problemas, medos, desejos, entre outros sentimentos. Muitas vezes, o professor, insatisfeito com algumas questões, sente-se desmotivado e acaba por importar-se pouco ou simplesmente não se importar com seus alunos. Infelizmente, sabemos que muitos professores sequer se preocupam com um bom planejamento de aula e que não enxergam seus alunos humanamente. Para ele, basta chegar em sala apresentar o conteúdo e esperar que o salário chegue no final do mês. Por isso é que se diz que para ser professor é preciso ter vocação, pois apesar de todos os desafios que enfrentamos, devemos sempre, acima de tudo, nos preocupar com nossos alunos, com sua aprendizagem e com seu desenvolvimento, desenvolvendo uma relação de afetividade com eles. No entanto, é importante que essa relação seja pautada no respeito e que os alunos saibam que existe um limite entre o afeto e a permissividade. Sendo assim, a escola precisa criar um ambiente mais estimulante e afetivo que possibilite a esse adolescente enxergar-se nesse processo. Por esse motivo, a mediação do professor é uma contribuição que irá ajudar o aluno do segundo segmento do Ensino Fundamental a dar sentido ao seu existir e ao seu pensar. É importante que se ressalte que, quando se fala em proporcionar uma relação FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 21 GESTÃO DE SALA DE AULA PROF. JOAGDA REZENDE ABIB professor-aluno baseada no afeto, de forma alguma, confunde-se aqui afeto com permissividade. Pelo contrário, a ação do professor deve impor limites e possibilidades aos alunos, fazendo com que estes percebam o professor como alguém que, além de lhe transmitir conhecimentos e preocupar-se com a apropriação dos mesmos, compromete-se com a ação que realiza, percebendo o aluno como um ser importante, dotado de ideias, sentimentos, emoções e expressões (LOPES, 2009, p. 7). Algo que digo por experiência é que devemos criar boas relações com nossos alunos sem, no entanto, deixar que eles pensem que são nossos amigos e que, por isso, podem fazer o que bem entenderem em sala de aula. É necessário impor alguns limites e deixar claro que eles não podem nos tratar da mesma maneira como muitas vezes tratam seus colegas. As relações devem ser sempre baseadas no respeito, e eles devem sempre se lembrar de que, acima de tudo, somos seus professores e que estamos ali única e exclusivamente para lhes fazer o bem por meio do ensino. Fonte: https://www.neipies.com/o-valor-afetivo-da-relacao-professor-aluno-no-aprendizado/ Não podemos, portanto, ir nem tanto ao mar nem tanto a terra. Não se pode ser permissivo nem autoritário demais. Precisamos mostrar aos nossos alunos que nos importamos com eles e que nosso papel é ajudá-los, ensiná-los e contribuirmos com seu futuro. É muito importante também que o professor se atente aos alunos que apresentam comportamento violento, pois muitas vezes isso ocorre devido às experiências desse aluno, a situações de violência pelas quais ele passou, o que muitas vezes acontece dentro da própria casa. O professor, nesse caso, não deve puní-lo, mas procurar entender, orientar e https://www.neipies.com/o-valor-afetivo-da-relacao-professor-aluno-no-aprendizado/ FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 22 GESTÃO DE SALA DE AULA PROF. JOAGDA REZENDE ABIB dialogar com ele para que esse comportamento deixe de ocorrer. O afeto é, muitas vezes, a solução. Se punirmos a violência com austeridade, provavelmente não conseguiremos fazer com que esse aluno tenha uma mudança de comportamento. Entende-se que cada ser humano, ao longo de sua existência, constrói um modo de relacionar-se com o outro, baseado em suas vivências e experiências. Dessa forma, o comportamento diante do outro depende da natureza biológica, bem como da cultura que o constituiu enquanto sujeito. Nessa perspectiva, é de fundamental importância entender que a sala de aula é um espaço de convivências e relações heterogêneas em ideias, crenças e valores (LOPES, 2009, p. 6). O professor precisa, portanto, estar consciente dessa heterogeneidadee saber lidar com ela da melhor maneira, lembrando sempre que uma relação de afeto entre professor e aluno irá contribuir para que as coisas caminhem bem, tanto para o professor quanto para os alunos, pois os alunos se sentirão mais motivados e, consequentemente, serão mais participativos e terão maior interesse pelas aulas. FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 23 GESTÃO DE SALA DE AULA PROF. JOAGDA REZENDE ABIB AULA 6 ÉTICA EM SALA DE AULA ética é·ti·ca sf FILOS 1 Ramo da filosofia que tem por objetivo refletir sobre a essência dos princípios, valores e problemas fundamentais da moral, tais como a finalidade e o sentido da vida humana, a natureza do bem e do mal, os fundamentos da obrigação e do dever, tendo como base as normas consideradas universalmente válidas e que norteiam o comportamento humano. 2 POR EXT Conjunto de princípios, valores e normas morais e de conduta de um indivíduo ou de grupo social ou de uma sociedade: Parece que não há mais ética na política. Disponível em: https://michaelis.uol.com.br/moderno-portugues/busca/portugues- brasileiro/etica/ Fonte: https://canaldoensino.com.br/blog/como-ensinar-etica-na-sala-de-aula Assim como em qualquer ambiente de trabalho, a ética em sala de aula é de extrema importância, é algo indispensável. Como podemos notar por meio da leitura da definição da palavra do dicionário, trata-se de princípios e valores que direcionam nosso comportamento. https://michaelis.uol.com.br/moderno-portugues/busca/portugues-brasileiro/etica/ https://michaelis.uol.com.br/moderno-portugues/busca/portugues-brasileiro/etica/ https://canaldoensino.com.br/blog/como-ensinar-etica-na-sala-de-aula FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 24 GESTÃO DE SALA DE AULA PROF. JOAGDA REZENDE ABIB Em sala de aula, devemos ser éticos, não nos limitando a expor conteúdos, mas nos importando com nossos alunos dentro de um contexto maior. A escola tem o papel de formar cidadãos éticos que tenham consciência de seus direitos e deveres perante a sociedade, exercendo um papel muito importante na vida desses alunos e em seu convívio social. Dentro de todas as relações se faz necessário o respeito e a igualdade entre os sujeitos, princípios esses éticos, incluindo-se assim a relação professor-aluno, porém será que esses princípios estão realmente sendo cumpridos? Quando o professor traz para sua sala de aula metodologias e discursos autoritaristas, conceitos e valores prontos, está desrespeitando o educando, retirando dele a liberdade de seus pensamentos reflexivos. Afinal os valores e as reflexões mudam de indivíduo para indivíduo, não havendo espaço para teorias acabadas (FREITAS; SILVA, 2016, p. 95). Precisamos abrir nossos horizontes, tendo em mente que nossa função vai além do ensino de conteúdos, pois cabe a nós contribuirmos para que nossos alunos se tronem bons cidadãos. Nosso papel vai além da sala de aula. É necessário que ajamos de maneira ética, respeitando e ouvindo nossos alunos e suas opiniões, cumprindo com nosso papel e buscando oferecer um ensino de qualidade, respeitando a diversidade entre os alunos. Não podemos impor nossos valores e opiniões; é necessário que estejamos abertos a ouvir e entender o que nossos alunos pensam e o que eles têm a dizer. A ética visa ao interesse coletivo, devendo, portanto, existir em sala de aula para que ela se torne um ambiente saudável e harmonioso. É necessário que ela esteja presente no trabalho do professor e, também, no dos alunos, que devem ser instruídos a respeito de ações que vão contra a ética e que não devem ser praticadas em sala de aula. No entanto é conveniente que o professor não use do seu poder, autoridade e de sua competência para disseminar seus próprios valores e princípios, vinculados a seus conceitos sobre ética e moral, colocando-os como verdadeiros. Pelo contrário é necessário que esses não reduzam os conhecimentos a si próprios, sejam pessoais e/ou intelectuais, mas façam com que esses se alarguem e desta forma produzam-se novos conhecimentos com seus alunos, a partir das reflexões dentro da sala de aula (FREITAS; SILVA, 2016, p. 96). Importante ressaltar que o professor deve ser justo nos processos avaliativos e em suas punições para com os alunos. Tudo isso deve ser feito com base em princípios éticos. O aluno deve ser orientado e “punido” com relação a atitudes que não sejam éticas, e professor deve levá-lo a refletir sobre sua conduta e instruí-lo para que esse tipo de situação não volte a acontecer. FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 25 GESTÃO DE SALA DE AULA PROF. JOAGDA REZENDE ABIB Fonte: http://www.sosprofessor.com.br/blog/a-indisciplina-cidadania-moral-e-a-etica/ De acordo com as DCN’s do Ensino Fundamental, os princípios norteadores das políticas educativas e ações pedagógicas são os princípios éticos, políticos e estéticos. Éticos: de justiça, solidariedade, liberdade e autonomia; de respeito à dignidade da pessoa humana e de compromisso com a promoção do bem de todos, contribuindo para combater e eliminar quaisquer manifestações de preconceito e discriminação. Políticos: de reconhecimento dos direitos e deveres de cidadania, de respeito ao bem comum e à preservação do regime democrático e dos recursos ambientais; de busca da equidade no 108 acesso à educação, à saúde, ao trabalho, aos bens culturais e outros benefícios; de exigência de diversidade de tratamento para assegurar a igualdade de direitos entre os alunos que apresentam diferentes necessidades; de redução da pobreza e das desigualdades sociais e regionais. Estéticos: de cultivo da sensibilidade juntamente com o da racionalidade; de enriquecimento das formas de expressão e do exercício da criatividade; de valorização das diferentes manifestações culturais, especialmente as da cultura brasileira; de construção de identidades plurais e solidárias (BRASIL, 2013, p. 107-108). Nossas ações em sala de aula devem, portanto, ter como base o respeito mútuo, impedindo que ocorram situações de preconceito, racismo ou discriminação. http://www.sosprofessor.com.br/blog/a-indisciplina-cidadania-moral-e-a-etica/ FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 26 GESTÃO DE SALA DE AULA PROF. JOAGDA REZENDE ABIB AULA 7 BULLYING EM SALA DE AULA bullying ['b℧ljΙŋ] sm Ato agressivo sistemático, envolvendo ameaça, intimidação ou coesão, praticado contra alguém, por um indivíduo ou um grupo de pessoas. Ocorre geralmente em escolas, porém pode ser praticado em qualquer outro local. Trata-se de ação verbal que pode, em situações extremas, evoluir para agressão física. Fonte: https://revistacrescer.globo.com/Educacao-Comportamento/noticia/2020/10/bullying-apos-filha-de-12-anos-se-suicidar-mae-faz-desabafo-por-mais-dificil-que-seja-ouvir-e- dizer-ela-nao-esta-mais-sofrendo-e-nao-esta-mais-com-medo.html Esse caso aconteceu em Northumberland, um condado inglês. Após receber vários insultos que ocorreram presencialmente, antes da pandemia, e on-line, após o início da quarentena, a menina tentou por mais de uma vez cometer suicídio e acabou tirando a própria vida. Segundo relatos da mãe, a menina chegou a ser chamada de “lésbica emo”. https://revistacrescer.globo.com/Educacao-Comportamento/noticia/2020/10/bullying-apos-filha-de-12-anos-se-suicidar-mae-faz-desabafo-por-mais-dificil-que-seja-ouvir-e-dizer-ela-nao-esta-mais-sofrendo-e-nao-esta-mais-com-medo.html https://revistacrescer.globo.com/Educacao-Comportamento/noticia/2020/10/bullying-apos-filha-de-12-anos-se-suicidar-mae-faz-desabafo-por-mais-dificil-que-seja-ouvir-e-dizer-ela-nao-esta-mais-sofrendo-e-nao-esta-mais-com-medo.html FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 27 GESTÃO DE SALA DE AULA PROF. JOAGDA REZENDE ABIB Diante de uma história como essa, podemos ver a gravidade da prática do bullying, e um dos principais lugares onde isso ocorre é a sala de aula, pois se trata de um local em que a diversidade se faz presente. Alunos de diferentes culturas, raças, religiões convivem entre si e isso faz com que suas diferenças venhamà tona. É por isso que os professores precisam estar preparados para lidar com essa diversidade e ensinar os alunos a lidar com ela da melhor maneira possível, conscientizando-os de que as diferenças existem e que devemos respeitá-las. A escola deve proporcionar meios que facilitem o bem-estar dos estudantes, e, na sala de aula, essa função é desempenhada pelo professor, corroborando assim o processo de ensino/aprendizagem. O professor assume um papel relevante na prevenção e combate de atitudes discriminatórias pois, suas ações podem ou não ocasionar situações propícias a essa prática; sua postura foi analisada de forma que possamos chegar a uma conclusão imediata acerca do tema (MEOTTI; PERÍCOLI, 2013, p. 68). O termo bullying tem origem na língua inglesa, a partir da palavra bully, significa “valentão”. Tornou-se popular por meio do professor Dan Olweus, um psicólogo da Universidade de Bergen, na Noruega, pois ele foi o primeiro pesquisador a criar critérios que tornassem possível a identificação da prática do bullying. Até onde podem ir as brincadeiras? Qual o limite entre uma simples brincadeira e uma atitude que possa ferir o outro? Devemos ter em mente que uma brincadeira não deve machucar a pessoa com quem ela é feita. A partir do momento em que a pessoa se sente ferida, física ou psicologicamente, temos a prática do bullying. Fonte: https://saude.abril.com.br/bem-estar/os-8-tipos-de-bullying/ https://saude.abril.com.br/bem-estar/os-8-tipos-de-bullying/ FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 28 GESTÃO DE SALA DE AULA PROF. JOAGDA REZENDE ABIB Na escola, como dito anteriormente, o convívio entre várias pessoas diferentes umas das outras acaba, muitas vezes, por gerar situações em que os alunos sofrem agressões, sejam elas físicas, verbais ou psicológicas. Esse é, portanto, um local onde a prática do bullying tem grandes chances de ocorrer. E realmente ocorre! Estudos mostram que 50% dos casos de bullying acontecem em sala de aula. Com a crescente incidência dessa prática em sala de aula e dos casos resultantes em homicídio, é inegável a preocupação do futuro profissional da educação com tal problema. Constatamos que na formação dos professores há uma lacuna, quando se trata desse problema, e é imprescindível que os professores estejam aptos a lidar com uma situação que os números mostram não ser corriqueira. Conhecer esse fenômeno social e como ele se manifesta é uma das formas de prevenir e combater a prática do bullying. (MEOTTI; PERÍCOLI, 2013, p. 68) O bullying pode ocorrer devido a características físicas ou traços de personalidade das pessoas. Sua gravidade deve ser levada em conta, pois sabemos que essa prática chega a resultar em suicídios e homicídios. Tendo isso em vista, como o professor deve agir para evitar que o bullying aconteça em sala de aula? Primeiramente, o professor precisa conscientizar seus alunos a respeito das diferenças e orientá-los a não realizar brincadeiras que possam magoar seus colegas. É preciso ensiná- los a se colocar no lugar do outro, lembrando-os de que não devemos fazer com o outro o que não queremos que façam conosco. Diante da ocorrência do bullying, o professor deve “punir” o autor ou os autores, pois o bullying é, na maioria das vezes, uma prática coletiva. De acordo com Meotti & Perícoli (2013), Sua postura pode muitas vezes sentenciar o indivíduo e suas atitudes; assim, para uma melhor conduta e um melhor aprendizado é necessário que haja no ambiente escolar uma perspectiva de igualdade entre seus membros. É importante que a diversidade seja trabalhada, de forma positiva, em sala de aula, fazendo com que o aluno reflita sobre o problema, evitando que as diferenças possam gerar conflitos e, posteriormente, sejam potencializados em forma de agressão (MEOTTI; PERÍCOLI, 2013, p. 75). É necessário que o professor entenda o que é o bullying e saiba identificar as situações em que ele ocorre para que possa agir de modo a tentar evitar sua prática em sala de aula. É importante ter consciência de que existem vários tipos de agressão: física, psicológica, material, sexual e virtual, pois saber identificá-las também é uma maneira de lutar contra o bullying no ambiente escolar. FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 29 GESTÃO DE SALA DE AULA PROF. JOAGDA REZENDE ABIB O professor deve, portanto, trabalhar a questão da diversidade em sala de aula, mostrando aos alunos que todos devem ser respeitados independentemente das diferenças e divergências. Esse é um fator crucial no combate à prática do bullying em sala de aula. Isto está na rede Os 8 tipos de bullying A agressão tem várias formas e nem sempre é evidente. Conheça as diferentes versões do bullying e os efeitos na vítima e, também, no autor. Por Karolina Bergamo Atualizado em 13 abr 2018, 19h05 - Publicado em: 7 abr 2018, 10h15 Leia mais em: https://saude.abril.com.br/bem-estar/os-8-tipos-de-bullying/ https://saude.abril.com.br/bem-estar/os-8-tipos-de-bullying/ FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 30 GESTÃO DE SALA DE AULA PROF. JOAGDA REZENDE ABIB AULA 8 ATUANDO COM A DIVERSIDADE “A única arma para melhorar o planeta é a Educação com ética. Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor da pele, por sua origem, ou ainda por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender, e se podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar.” (Nelson Mandela) Fonte: https://bomdia.lu/lembram-se-como-comecou-o-metoo/racismo-2/ O preconceito, o racismo e a discriminação são grandes problemas em nossa sociedade. Quantas cenas lamentáveis presenciamos ou vemos em jornais, na internet? Pessoas são diminuídas, menosprezadas, agredidas física e verbalmente devido à sua raça, crença, orientação sexual etc. Trata-se de algo inaceitável e que não deveria existir! Afinal, somos todos iguais, independentemente das diferenças, e precisamos ter consciência disso. Discriminação, preconceito e racismo são muitas vezes tratados como se fossem a mesma coisa, mas não são. Apesar de se tratar de três comportamentos repudiáveis, estamos diante de coisas distintas. Vejamos, portanto, a definição de cada uma dessas palavras no dicionário. https://bomdia.lu/lembram-se-como-comecou-o-metoo/racismo-2/ FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 31 GESTÃO DE SALA DE AULA PROF. JOAGDA REZENDE ABIB discriminação dis·cri·mi·na·ção sf 1 Capacidade de discriminar ou distinguir; discernimento. 2 Ato de segregar ou de não aceitar uma pessoa ou um grupo pessoas por conta da cor da pele, do sexo, da idade, credo religioso, trabalho, convicção política etc. 3 JUR Ato contrário ao princípio de igualdade. Disponível em: https://michaelis.uol.com.br/moderno-portugues/busca/portugues- brasileiro/discrimina%C3%A7%C3%A3o/ preconceito pre·con·cei·to sm 1 Conceito ou opinião formados antes de ter os conhecimentos necessários sobre um determinado assunto. 2 Opinião ou sentimento desfavorável, concebido antecipadamente ou independente de experiência ou razão; prevenção: “– Mas você está muito enganada, mana. É preconceito supor-se que todo o homem que toca violão é um desclassificado. A modinha é a mais genuína expressão da poesia nacional e o violão é o instrumento que ela pede” (LB2). 3 Superstição que obriga a certos atos ou impede que eles sejam praticados. 4 SOCIOL Atitude emocionalmente condicionada, baseada em crença, opinião ou generalização, determinando simpatia ou antipatia para com indivíduos ou grupos: “– O mundo é cheio de preconceitos! Qual é a vergonha de ser árabe? Só porque a raça é diferente, e qual é o mal disso? E ainda por cima é católico. Maria José ficou vencida, entregou os pontos: – Lá isso, se é católico…” (RQ). Disponível em: https://michaelis.uol.com.br/moderno-portugues/busca/portugues- brasileiro/preconceito/ racismo ra·cis·mo sm 1 Teoria ou crença que estabelece uma hierarquia entre as raças (etnias). 2 Doutrina que fundamenta o direito de uma raça, vista como pura e superior, de dominar outras. https://michaelis.uol.com.br/moderno-portugues/busca/portugues-brasileiro/discrimina%C3%A7%C3%A3o/https://michaelis.uol.com.br/moderno-portugues/busca/portugues-brasileiro/discrimina%C3%A7%C3%A3o/ https://michaelis.uol.com.br/moderno-portugues/busca/portugues-brasileiro/preconceito/ https://michaelis.uol.com.br/moderno-portugues/busca/portugues-brasileiro/preconceito/ FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 32 GESTÃO DE SALA DE AULA PROF. JOAGDA REZENDE ABIB 3 Preconceito exagerado contra pessoas pertencentes a uma raça (etnia) diferente, geralmente considerada inferior. 4 Atitude hostil em relação a certas categorias de indivíduos. Disponível em: https://michaelis.uol.com.br/moderno-portugues/busca/portugues- brasileiro/racismo/ Como podemos ver, a discriminação acontece quando não aceitamos a pessoa por ela ser diferente com relação à raça, cor, religião etc. O preconceito está ligado a julgamentos prévios que fazemos das pessoas com base nessas características, ou seja, por a pessoa ser de uma determinada raça, diferente da nossa, a julgamos sem sequer conhecê-la. E o racismo se refere ao fato de acharmos que uma raça é superior ou inferior às outras devido a suas características. Nosso papel como professores é formar bons cidadãos, pessoas éticas, seres humanos que tenham sensibilidade e que convivam bem em sociedade. Uma de nossas ações deve ser, portanto, ensinar nossos alunos a tratar as pessoas igualmente, independentemente de raça, cor, etnia, religião, orientação sexual, alguma deficiência, etc. E isso deve começar pelo exemplo. Somos modelos para nossos alunos, formadores de opinião, e tratar todos com igualdade é o primeiro passo para que os ensinemos a fazer o mesmo. Em sala de aula, existem múltiplas identidades, pois cada ser humano é único. É necessário, portanto, que haja respeito a essa diversidade, que pode ser subjetiva, cultural, relacionada à forma de pensar e agir, etc. Nós professores precisamos respeitar essas diferenças e fazer com que nossos alunos aprendam a respeitá-las também. Existem algumas ações que podem ser feitas em sala de aula para que possamos trabalhar as questões de preconceito, racismo e discriminação. Uma delas é trabalhar a autoestima dos alunos que, muitas vezes, se consideram inferiores devido ao fato de serem diferentes da maioria. Os alunos pretos, por exemplo, podem ter esse sentimento de inferioridade, e uma maneira de trabalhar sua autoestima é mostrar que existem pessoas importantíssimas na história do mundo que são pretas como eles, deixando claro que o fato de terem a cor da pele diferente da maioria, não os torna menos capazes ou inferiores em nenhum aspecto. Outra coisa importante de se fazer em sala de aula é estimular o trabalho em equipe, fazendo com que os alunos se misturem, criem relações com seus colegas e criem interdependência positiva. Podemos tratar a questão da diversidade por meio de dinâmicas que abordem esse tema, trazendo para a sala de aula notícias de jornais e filmes que tratem dessa temática, e ouvindo nossos alunos com relação a situações-problema relacionadas a isso, ou seja, problemas que eles tenham enfrentado ou presenciado. https://michaelis.uol.com.br/moderno-portugues/busca/portugues-brasileiro/racismo/ https://michaelis.uol.com.br/moderno-portugues/busca/portugues-brasileiro/racismo/ FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 33 GESTÃO DE SALA DE AULA PROF. JOAGDA REZENDE ABIB Devemos, pois, como professores, impedir que situações de discriminação, preconceito, racismo e desrespeito à diversidade aconteçam dentro da nossa sala de aula e instruir os alunos para que também não o façam fora dela. Por meio do exemplo, da conscientização, fazendo com que os alunos entendam que ninguém é melhor ou pior que ninguém por sua raça, por sua cor ou por qualquer outra característica, estamos formando cidadãos de bem que podem ajudar na construção de um futuro melhor em nosso país e no mundo. FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 34 GESTÃO DE SALA DE AULA PROF. JOAGDA REZENDE ABIB AULA 9 POR QUE PLANEJAR? Uma das coisas mais importantes para a gestão de uma sala de aula é o planejamento. Imagine um professor que chega em sala de aula sem ter planejado sua aula, sem ter traçado os objetivos, sem saber como conduzirá aquela aula e que recursos didáticos irá utilizar. O resultado certamente será um fracasso! Fonte: https://professoremsala.com.br/plano-de-aula-vantagens-e-beneficios-para-o-professor/ Vamos pensar na construção de uma casa sem uma planta, sem que se tenha planejado quantos cômodos essa casa terá, qual será a distribuição e o tamanho desses cômodos, quanto poderá ser investido em sua construção. Isso, com certeza, não dará muito certo! Podemos afirmar que não haverá uma boa divisão dos cômodos, um bom aproveitamento dos espaços, há grande possibilidade de o dinheiro acabar durante sua construção devido à ausência de um planejamento financeiro, ou seja, o resultado não seria nada bom. https://professoremsala.com.br/plano-de-aula-vantagens-e-beneficios-para-o-professor/ FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 35 GESTÃO DE SALA DE AULA PROF. JOAGDA REZENDE ABIB Fonte: https://panseraobras.com.br/dicas-de-construcao/tamanho-dos-comodos-da-casa/ Muitas coisas nesta vida requerem planejamento. É necessário que saibamos de onde queremos partir e onde queremos chegar e devemos, é claro, estar preparados para imprevistos. Quando fazemos uma viagem de férias, por exemplo, na maioria das vezes definimos nosso destino, reservamos um local para ficar, planejamos nossos gastos, quanto de dinheiro poderemos gastar naquela viagem, quanto tempo levaremos para chegar até o local, quantos dias ficaremos lá etc. Acontecem, muitas vezes, alguns desvios de planos no meio do caminho. A viagem pode durar mais que o previsto devido a um problema no carro ou à necessidade de fazermos diversas paradas para banheiro e alimentação, por exemplo. Pode ocorrer também de anteciparmos ou de adiarmos a volta, enfim, durante o processo, pode ser que haja mudança de planos. No entanto, quando temos algo planejado, as chances de obtermos sucesso são bem maiores do que quando o fazemos sem planejar. E isso acontece em sala de aula. Uma aula bem planejada tem grandes chances de ser sucesso. Pode, sim, acontecer de ocorrerem imprevistos, e o professor deve estar preparado para isso, pois os alunos podem reagir de forma diferente do que esperamos e isso faz com que precisemos ter sempre cartas na manga. No entanto, a ausência de planejamento é praticamente uma garantia de que a aula não dará certo. O planejamento é importante em quase tudo nesta vida e uma aula bem planejada permitirá que o professor chegue onde quer chegar, ou seja, que alcance os objetivos de sua aula. Entrar em sala devaula sem ter pelo menos objetivos traçados tem tudo para dar errado. E vai dar! https://panseraobras.com.br/dicas-de-construcao/tamanho-dos-comodos-da-casa/ FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 36 GESTÃO DE SALA DE AULA PROF. JOAGDA REZENDE ABIB Mas como planejar uma aula? • Primeiramente, devemos levar em conta nosso público-alvo. Para quem será dada aquela aula? Crianças, adolescentes ou adultos? Qual o perfil desse meu público? • Feito isso, devemos decidir qual o tema da aula e, a partir daí, traçar nossos objetivos, gerais e específicos: o que queremos com essa aula? Quais as habilidades e competências que deverão ser desenvolvidas pelos alunos? Importante ressaltar a diferença entre objetivos gerais e específicos. O objetivo geral resume a ideia central da aula. Os objetivos específicos mostram detalhadamente o que queremos conseguir com aquela aula, quais os resultados que pretendemos obter. • Tendo os objetivos traçados, devemos escolher qual ou quais metodologias iremos utilizar, ou seja, como vamos fazer isso? Como essa aula será realizada? Serão utilizadas metodologias ativas? Quais? • É necessário, também, que escolhamos os recursos didáticos que iremos utilizar, lembrando que devemos planejar uma aula com base nos recursos de que dispomos. Se sabemos, por exemplo, que a escolaestá com todos os aparelhos de data show quebrados, não podemos planejar uma aula em que o utilizaremos como recurso didático. • Por fim, devemos planejar como avaliaremos esse aluno. Vejamos, então, de maneira resumida, como deve ser um plano de aula: Plano de Aula Tema O assunto da aula Objetivo Geral A ideia central da aula. Objetivos Específicos O que queremos especificamente com esta aula? Quais habilidades e competências queremos que nossos alunos desenvolvam? Metodologia Como farei isso? Como darei esta aula? Recursos Didáticos Quais recursos utilizarei? (lousa, giz, data show, computador, cartões coloridos, jogos etc.) Avaliação Como avaliarei o meu aluno durante a aula, lembrando que a avaliação deve ser processual, ou seja, focada no processo e não em um resultado a ser apresentado no final da aula. FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 37 GESTÃO DE SALA DE AULA PROF. JOAGDA REZENDE ABIB O objetivo desta aula foi, portanto, falar sobre a importância do planejamento de aula e mostrar, também, como planejar os itens necessários para a elaboração de um bom plano de aula. O bom planejamento faz com que a aula seja mais eficiente, que seja mais fácil atingir os objetivos, daí a importância de termos objetivos definidos e sabermos o caminho que iremos percorrer para alcançá-los. Além disso, uma aula bem planejada faz com que consigamos manter os alunos ocupados, o que nos auxilia a manter a disciplina em sala de aula, pois quando eles se sentem motivados e interessados, haverá menos chances de que desviem sua atenção, seu foco, que fiquem com conversas paralelas ou que pratiquem ações que possam prejudicar o andamento da aula. FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 38 GESTÃO DE SALA DE AULA PROF. JOAGDA REZENDE ABIB AULA 10 METODOLOGIAS ATIVAS Diferentemente da educação do passado, a escola de hoje precisa articular diversos saberes e práticas metodológicas de ensino para garantir a aprendizagem de seus estudantes. Além de expandir o potencial criativo de crianças e jovens, as instituições de ensino do século XXI têm a tarefa de abrir suas portas e estabelecer parcerias e vínculos com as famílias e comunidades onde estão inseridas. Ou seja, a criança que entra na escola hoje não pode encontrar a mesma estrutura pedagógica de quando estudaram seus avós (BACICH; MORAN, 2018, p. 220). O modelo tradicional de ensino é pautado, como sabemos, na transmissão de conhecimento, em situações nas quais os professores são o centro e têm papel ativo no processo de ensino e aprendizagem, enquanto os alunos têm papel passivo na maior parte da aula. No entanto, aprendemos melhor quando vivenciamos experiências, quando somos colocados em situações que nos levam a buscar o conhecimento de maneira ativa, quando nos sentimos desafiados, quando precisamos solucionar um problema. O que constatamos, cada vez mais, é que a aprendizagem por meio da transmissão é importante, mas a aprendizagem por questionamento e experimentação é mais relevante para uma compreensão mais ampla e profunda. Nos últimos anos, tem havido uma ênfase em combinar metodologias ativas em contextos híbridos, que unam as vantagens das metodologias indutivas e das metodologias dedutivas. Os modelos híbridos procuram equilibrar a experimentação com a dedução, invertendo a ordem tradicional: experimentamos, entendemos a teoria e voltamos para a realidade (indução-dedução, com apoio docente) (BACICH; MORAN, 2018, p. 2). Como afirmam Bacich & Moran (2018), vemos que o ensino hoje já não segue, portanto, a mesma ordem do ensino tradicional. Colocar os alunos em situações em que eles possam experimentar, na prática, como determinada coisa funciona e, assim, levá-los a entender a teoria se torna muito mais significativo do que apenas expor conteúdos. Essa mudança no jeito de ensinar muito tem a ver com o perfil do aluno na atualidade, pois se trata de uma geração que conta com muita informação à mão a qualquer momento; basta acessar a internet que conseguimos, por meio de sites de pesquisa, encontrar informações sobre qualquer assunto. FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 39 GESTÃO DE SALA DE AULA PROF. JOAGDA REZENDE ABIB No entanto, esse acesso fácil e rápido não garante o aprendizado e, além disso, nem tudo o que encontramos na internet é correto ou de qualidade. O professor não deixa, portanto, de ter sua função, pois exerce o papel de um curador digital, selecionando conteúdos, orientando alunos. Mas, apesar de ser imprescindível, o professor já não deve ser mais o protagonista no processo de ensino aprendizagem. O aluno deve assumir esse papel, desenvolvendo competências e habilidades, aprendendo no seu ritmo e da maneira que lhe é mais eficiente. Metodologias ativas são estratégias de ensino centradas na participação efetiva dos estudantes na construção do processo de aprendizagem, de forma flexível, interligada e híbrida. As metodologias ativas, num mundo conectado e digital, expressam-se por meio de modelos de ensino híbridos, com muitas possíveis combinações. A junção de metodologias ativas com modelos flexíveis e híbridos traz contribuições importantes para o desenho de soluções atuais para os aprendizes de hoje (BACICH; MORAN, 2018, p. 4). William Glasser, um psiquiatra norte-americano, criou uma pirâmide, conhecida como a Pirâmide de Glasser, que ilustra o que é mais e o que é menos eficiente no processo de aprendizagem. Nela, podemos ver por que o modelo tradicional não é tão eficaz, já que práticas como ler, escutar e ver ocupam o topo da pirâmide, sendo responsáveis pelas menores porcentagens no processo de aprendizagem. Na base da pirâmide encontram-se práticas que se resumem em transmitir o conhecimento ao outro, discutir, exemplificar, o que nos leva a entender que quando ensinamos aprendemos muito mais. Além disso, atividades como escrita, interpretação, demonstração, debates e conversas ocupam lugares na pirâmide com alto percentual de eficiência no processo de aprendizagem. Fica claro, portanto, que o modelo tradicional, no qual, na maior parte do tempo, o professor apenas expõe conteúdos faz com que os alunos desenvolvam muito a prática de ler, ver e escutar, coisas que não são tão eficientes como aquelas que os colocam em um papel mais ativo. FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 40 GESTÃO DE SALA DE AULA PROF. JOAGDA REZENDE ABIB Fonte: https://crieatividade.org/piramide-aprendizagem Como é possível perceber ao analisarmos a pirâmide, quanto mais ativo for o papel do aluno, mais ele aprenderá, o que o coloca no papel de protagonista de sua aprendizagem. Importante ressaltar que o método tradicional de ensino tem, sim, uma parte prática. Porém, essa prática geralmente é realizada após o ensino da teoria, por meio de atividades e exercícios de fixação. As metodologias ativas, como já dito anteriormente, invertem esse processo fazendo com que a aprendizagem seja mais eficiente. 10.1 Aprendizagem Personalizada Sabemos que cada aluno “funciona” de um jeito. Cada aluno tem seu próprio ritmo. Uns são melhores em uma disciplina, outros, em outra. Uns se dão bem com as ciências humanas, outros, com as exatas. As pessoas são únicas e esse caráter individual influencia muito no aprender, pois cada um aprende melhor de um jeito. Pensando nisso, muitas escolas hoje em dia contam com a aprendizagem personalizada, visando exatamente esse caráter único e individual de cada aluno. Um exemplo disso é o Projeto de Vida. As instituições mais inovadoras desenham uma política clara de personalização da aprendizagem em torno do projeto de vida do aluno. A personalização encontra seu sentido mais profundo quando cada estudante se conhece melhor e amplia a percepção do seu potencial em todas as dimensões. O projeto de vida é um componente curricular transversal importante, que visa a promover a convergência, de um lado, entre os interesses e paixões de cada aluno e, de outro, entre seus talentos, história e contexto. Estimula-se a busca de trilhasde vida com significado útil pessoal e socialmente e, como consequência, pretende-se https://crieatividade.org/piramide-aprendizagem FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 41 GESTÃO DE SALA DE AULA PROF. JOAGDA REZENDE ABIB ampliar a motivação profunda para aprender e evoluir em todas as dimensões. São trilhas pessoais de vida porque elas se refazem, redefinem, modificam com o tempo. Não são roteiros fechados, mas abertos, adaptados às necessidades de cada um. São projetos porque estão em construção e têm dinâmicas que ajudam a rever o passado, a situar-se no presente e a projetar algumas dimensões do futuro. Os projetos de vida olham para o passado (história) de cada aluno, para o seu contexto atual e para as suas expectativas futuras. Isso pode ser trabalhado com a metodologia de design, focando a empatia, a criação de ambientes afetivos e de confiança, nos quais cada aluno pode expressar-se e contar seu percurso, suas dificuldades, seus medos, suas expectativas e ser orientado para encontrar uma vida com significado e desenhar seu projeto de futuro (BACICH; MORAN, 2018, p. 6). Concluímos, portanto, que para ensinar na atualidade é necessário muito mais do que chegar em sala de aula e, com slides ou escrevendo na lousa, transmitir ao aluno um conteúdo, pedindo para que, em seguida, ele realize exercícios para colocar em prática o que “aprendeu”. Devemos, como professores, lançar mão de metodologias ativas e planejar nossas aulas de modo a tornar o aprender prazeroso, desafiador e interessante para nosso aluno. Veremos, nas próximas aulas, algumas dessas metodologias para entender como elas funcionam, quais suas vantagens e para que possamos utilizá-las, visando, cada vez mais, a uma educação de qualidade, focada no aluno, e que seja capaz de fazê-lo querer aprender sempre mais. FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 42 GESTÃO DE SALA DE AULA PROF. JOAGDA REZENDE ABIB AULA 11 SALA DE AULA INVERTIDA (FLIPPED CLASSROOM) Hoje, depois que os estudantes desenvolvem o domínio básico de leitura e escrita nos primeiros anos do ensino fundamental, podemos inverter o processo: as informações básicas sobre um tema ou problema podem ser pesquisadas pelo aluno para iniciar-se no assunto, partindo dos conhecimentos prévios e ampliando-os com referências dadas pelo professor (curadoria) e com as que o aluno descobre nas inúmeras oportunidades informativas de que dispõe. O aluno então pode compartilhar sua compreensão desse tema com os colegas e o professor, em níveis de interação e ampliação progressivos, com participações em dinâmicas grupais, projetos, discussões e sínteses, em momentos posteriores que podem ser híbridos, presenciais e on-line, combinados (BACICH; MORAN, 2018, p. 12). Vamos imaginar uma sala de aula tradicional. Você se lembra de como foram suas experiências no ensino fundamental e no ensino médio? O modelo tradicional de ensino conta com um professor que é o centro da aula o tempo todo, com suas aulas expositivas, explanação de conteúdo, transferência de conceitos e conhecimentos para o aluno, que tem um papel passivo na aprendizagem. As metodologias ativas, como vimos na aula anterior, visam a uma participação ativa do aluno, que deixa de assumir aquele papel passivo proposto pelo modelo tradicional. Uma das Metodologias Ativas é a chamada Sala de Aula Invertida, no inglês, Flipped Classroom. Mas o que é uma Sala de Aula Invertida e como isso funciona? Fonte: http://educadorespelomundo.com.br/o-que-e-sala-de-aula-invertida/ http://educadorespelomundo.com.br/o-que-e-sala-de-aula-invertida/ FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 43 GESTÃO DE SALA DE AULA PROF. JOAGDA REZENDE ABIB Essa metodologia conta com três estágios: • Pré-aula • Aula • Pós-aula Na Sala de Aula Invertida o aluno deve estudar o tema previamente. O professor indicará materiais para que o aluno estude o tema da aula e venha para ela preparado para responder a um questionário. O aluno pode, também, pesquisar materiais sobre aquele assunto utilizando a tecnologia como sua aliada, já que hoje a internet é de fácil acesso para grande parte da população. Além disso, os alunos gostam de utilizar a internet, as diferentes tecnologias, o que pode fazer com que o aprendizado se torne mais prazeroso para ele. Importante ressaltar que nesse método o professor não é mais o foco, o centro das atenções. O foco está no aluno, e o professor, durante a aula, terá o papel de tirar as dúvidas que surgirem, podendo também aprofundar o tema estudado. Mas quais são as vantagens de utilizarmos a Sala de Aula Invertida no ensino? O aluno, ao estudar o tema antes da aula, pode fazê-lo seguindo seu próprio ritmo. Sabemos que cada um aprende melhor de uma determinada maneira e que o ritmo de aprendizagem varia de um aluno para outro. Quando estuda o conteúdo sozinho em sua casa, antes da aula, ele o fará da maneira que for mais eficiente para ele, seguindo seus estudos em um ritmo no qual se sinta confortável. O professor, por sua vez, não terá que fazer a exposição do conteúdo, o que resultará em um tempo maior para aprofundar o tema estudado e, também, para a realização de atividades práticas com os alunos em sala de aula. Além disso, devido ao fato de terem estudado o tema previamente, os alunos estarão preparados para debater e discutir o tema estudado. Vejamos um exemplo de aula baseado na estratégia da Sala de Aula Invertida: Imagine que você dará aos seus alunos uma aula sobre tipos e gêneros textuais. Você poderá indicar material para que seus alunos estudem esse tema antes da aula ou pedir para que eles pesquisem sobre esse assunto. No dia da aula, deve ser proposta uma discussão acerca dos tipos e gêneros textuais. • Quais são as tipologias textuais existentes? • Quais as principais características de cada uma das tipologias? • Vocês seriam capazes de citar gêneros pertencentes a cada uma das tipologias? FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 44 GESTÃO DE SALA DE AULA PROF. JOAGDA REZENDE ABIB Após esse questionamento e uma discussão entre professor e alunos, seria possível apresentar textos de diferentes gêneros e pedir para que os alunos os identificassem e os encaixassem dentro da tipologia a que pertencem, realizando, desse modo, uma atividade prática relacionada ao tema da aula. Feito isso, o professor poderia pedir ao aluno que escolhesse um gênero e, levando em conta as suas características, já estudadas previamente, produzisse um texto pertencente àquele gênero, o que talvez não fosse possível se o professor tivesse que explicar todo o conteúdo em sala de aula em vez de ter pedido para que os alunos o estudassem previamente. Desse modo, o tempo de explicação sobre o que é gênero, o que é tipologia e, também, sobre as características de cada tipo de texto seria poupado e daria espaço para que os alunos praticassem a identificação dos gêneros, das tipologias e de suas características e, também, para que pudessem produzir um texto. Fonte: http://site.guaranisport.com.br/como-funciona-a-sala-de-aula-invertida/ Como mostra a figura, no ensino tradicional o professor explica o conteúdo em sala, utilizando-se de uma aula teórica, e as atividades, muitas vezes, ficam como tarefa para casa. Na Sala de Aula Invertida, como o próprio nome sugere, a situação é exatamente o contrário. O aluno vem para a aula com o tema já estudado e o professor tem tempo para desenvolver atividades diversas em que o conteúdo estudado seja utilizado. Trata-se de uma maneira de fazer com que o aluno desenvolva uma maior responsabilidade, pois terá que estudar o conteúdo para que consiga participar da aula, além das outras vantagens que já foram mencionadas anteriormente. http://site.guaranisport.com.br/como-funciona-a-sala-de-aula-invertida/ FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 45 GESTÃO DE SALA DE AULA PROF. JOAGDA REZENDE ABIB AULA 12 PEER INSTRUCTION Nesta aula, falaremos sobre outra metodologia ativa: A Peer Instruction. O nome em inglês, Peer Instruction significa,em português, Instrução por Pares. Vejamos, portanto, em que consiste essa metodologia, como ela funciona e quais são as suas vantagens. Como o próprio nome sugere, não se trata de uma metodologia em que o aluno trabalha sozinho. Mas, embora seja denominada instrução por pares, os alunos não precisam necessariamente trabalhar em duplas. Trabalhar em grupos um pouco maiores pode ser ainda mais produtivo e interessante. Fonte: https://pontodidatica.com.br/peer-instruction-pi/ Criada por Eric Mazur, no final dos anos 90, a Peer Instruction é uma metodologia que substitui a aula expositiva. Diferentemente do modelo tradicional de ensino, em que o conteúdo é exposto pelo professor, essa metodologia de ensino, assim como a sala de aula invertida, tem como foco o aluno, que se torna o centro da aula e tem papel ativo em seu aprendizado. A Peer Instruction funciona muito bem juntamente com a Sala de Aula Invertida. Essas duas metodologias podem ser fortes aliadas, pois o estudo prévio do assunto da aula é extremamente válido para o seu desenvolvimento. A Peer Instruction funciona da seguinte maneira: https://pontodidatica.com.br/peer-instruction-pi/ FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 46 GESTÃO DE SALA DE AULA PROF. JOAGDA REZENDE ABIB • Os alunos estudam o tema previamente ou é feita uma apresentação oral por parte do professor. Como dito anteriormente, a Sala de Aula Invertida funciona muito bem juntamente com a Peer Instruction. Geralmente, em vez de fazer uma apresentação oral sobre o conteúdo, o professor pede para que o aluno estude esse conteúdo previamente em sua casa, utilizando materiais sugeridos por ele ou até mesmo pesquisando por conta própria. • Tendo o aluno estudado o conteúdo em casa, ou tendo sido feita a apresentação oral por parte do professor (menos comum), em sala de aula, o professor propõe um questionário a respeito do tema que foi estudado e os alunos respondem, individualmente, a esse questionário; O questionário pode ser feito por meio do uso de tecnologias. Os alunos podem, por exemplo, responder às questões propostas utilizando seus telefones celulares, o que pode tornar a aula mais atraente para eles. Mas isso não é uma obrigatoriedade, pois o professor pode se utilizar de meios tradicionais para desenvolver o questionário a respeito do tema da aula. Podem ser utilizados cartões com cores distintas, plaquinhas, os alunos podem levantar as mãos para a alternativa que julgam correta. O importante é que cada aluno responda, individualmente, a cada uma das questões. • Após responderem ao questionário, o professor deverá levar em conta a porcentagem de acertos da sala. Se a porcentagem for superior a 70%, o professor passará para o próximo tópico da aula. Se a porcentagem ficar entre 35 e 70%, o professor fará o que será descrito no próximo tópico. • Caso o número de acertos tenha ficado entre 35 e 70%, que é o que se espera, o professor separará os alunos em pares ou grupos e eles deverão discutir o assunto e as questões propostas. • Feito isso, os alunos responderão novamente às questões, após discutirem-nas com seus colegas. • Finalmente, o professor explica a resposta das questões e pode iniciar um novo tópico ou propor novos questionamentos. • Caso o número de acertos fique abaixo de 35%, é necessário que os alunos estudem mais sobre o tema ou que o professor faça uma exposição sobre o conteúdo. FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 47 GESTÃO DE SALA DE AULA PROF. JOAGDA REZENDE ABIB Fonte: https://www.wooclap.com/en/blog/brain-education/flip-your-classroom-in-4-steps-with-eric-mazur/ Essa metodologia desenvolve a autonomia dos alunos que, caso seja utilizada a metodologia da Sala de Aula Invertida estudarão o conteúdo sozinhos em casa e, além disso, a distribuição em pares para discussão do assunto coloca o professor como coadjuvante, fazendo com que os alunos assumam o papel principal em seu processo de aprendizagem. A interação entre os alunos é outra coisa extremamente importante. Na Peer Instruction, eles estão juntos buscando um mesmo objetivo, e isso fortalece e incentiva o trabalho em equipe. Outra vantagem de utilizarmos essa metodologia é que a tecnologia pode ser inserida na aula, sendo uma grande aliada, tornando-a mais atrativa para os alunos. O professor, por sua vez, ao receber os resultados dos testes realizados pelos alunos instantaneamente fica a par das dificuldades deles e pode trabalhar de maneira mais direcionada. Importante ressaltar que, nessa metodologia, o professor passa a ser um tutor, tendo o papel de direcionar o aprendizado. Vejamos como poderíamos desenvolver uma aula com a Peer Instruction, utilizando o mesmo tema da aula anterior: Gêneros e Tipos Textuais. O professor poderia disponibilizar ou indicar para os alunos materiais físicos ou virtuais para que eles estudassem o conteúdo da aula (Sala de Aula Invertida). https://www.wooclap.com/en/blog/brain-education/flip-your-classroom-in-4-steps-with-eric-mazur/ FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 48 GESTÃO DE SALA DE AULA PROF. JOAGDA REZENDE ABIB Em sala de aula, o professor faria uma breve discussão sobre o tema, em que os alunos poderiam falar sobre o que estudaram, o que aprenderam e o professor poderia tirar dúvidas ou se aprofundar um pouco no assunto. Feito isso o professor disponibilizaria para os alunos uma questão, ou um questionário com mais de uma questão, sobre gêneros e tipos textuais. Vejamos um exemplo de questão: Qual dos gêneros a seguir não pertence à tipologia narrativa? a) Crônica b) Fábula c) Conto d) Artigo de Opinião Os alunos então responderiam a essa questão que poderia ser feita por meio virtual ou utilizando, como dissemos anteriormente, cartões coloridos, plaquinhas e, até mesmo, levantando as mãos. Feito isso, o professor veria qual foi o percentual de acertos. Se o percentual fosse entre 35 e 70%, que é o esperado, ele então separaria a turma em pares ou grupos para que eles pudessem discutir as respostas. Logo em seguida, eles responderiam novamente à mesma questão e, sabendo do percentual de acertos dessa segunda resposta, o professor apresentaria a resposta correta e explicaria para os alunos por que as outras estavam incorretas. Trata-se, portanto, de uma metodologia centrada no aluno colocando-o como foco da aula, durante a qual o professor será um facilitador, um mediador no processo de ensino- aprendizagem. FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 49 GESTÃO DE SALA DE AULA PROF. JOAGDA REZENDE ABIB AULA 13 APRENDIZAGEM BASEADA EM PROBLEMAS E APRENDIZAGEM BASEADA E PROJETOS (PROBLEM BASED LEARNING E PROJECT BASED LEARNING) A Aprendizagem Baseada em Problemas e a Aprendizagem Baseada em Projetos são duas metodologias ativas que têm caráter cooperativo e interativo, pois visam ao trabalho em grupo. Essa prática é de extrema importância, pois faz com que os alunos criem interdependência positiva, ou seja, dependam uns dos outros positivemente, já que o trabalho em equipe é necessário para que a tarefa seja realizada. Essas metodologias apresentam desafios que levam os alunos a buscarem soluções, desenvolvendo as competências e habilides necessárias. Isso envolve pesquisar, avaliar situações e pontos de vista diferentes, fazer escolhas, assumir riscos, aprender pela descoberta e caminhar do simples para o complexo. Os desafios bem planejados contribuem para mobilizar as competências desejadas, sejam intelectuais, emocionais, pessoais ou comunicacionais. Nas etapas de formação, os alunos precisam do acompanhamento de profissionais experientes para ajudá-los a tornar conscientes alguns processos, a estabelecer conexões não percebidas, a superar etapas mais rapidamente, a confrontar novas possibilidades (BACICH; MORAN, 2018, p. 15). Veremos, a seguir, essas duas metodologias, suas características e as vantagens de utilizá-las com nossos alunos. 13.1 Aprendizagem Baseada em Problemas A aprendizagem baseada em problemas (PBL, do inglês problem-based learning,ou ABProb, como é conhecida atualmente no Brasil) surgiu na década de 1960 na McMaster University, no Canadá, e na Maastricht University, na Holanda, inicialmente aplicada em escolas de medicina. A ABProb/PBL tem sido utilizada em várias outras áreas do conhecimento, como administração, arquitetura, engenharias e computação, também com um foco mais específico que é a aprendizagem baseada em projetos (ABP ou PBL). O foco na aprendizagem FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 50 GESTÃO DE SALA DE AULA PROF. JOAGDA REZENDE ABIB baseada em problemas é a pesquisa de diversas causas possíveis para um problema (p. ex., a inflamação de um joelho), enquanto na aprendizagem baseada em projetos procura-se uma solução específica (construir uma ponte). Na prática, há grande inter-relação e, por isso, é frequente o usodas siglas como sinônimos (BACICH; MORAN, 2018, p. 5). Quando estamos diante de um problema, nós, seres humanos, tendemos a querer resolvê-lo. Na metodologia denominada Problem Based Learning, em português, Aprendizagem Baseada em Problemas, como o próprio nome sugere, a aprendizagem se dá por meio da resolução de um problema proposto aos alunos. Mas como isso funciona? Essa metodologia alia a teoria e a prática e promove um maior engajamento dos alunos, pois eles precisam adquirir determinados conhecimentos de modo que sejam capazes de resolver o problema que lhes foi proposto. Dessa maneira, o aluno tem autonomia e é protagonista no processo de aprendizagem. A Apendizagem Baseada em Probelmas não consiste no ensino de uma matéria apenas, mas na integração de várias disciplinas. Como vantagens podemos citar o fato de que ela estimula o trabalho em equipe, já que os alunos trabalham em grupos e incentiva a pesquisa, pois os alunos terão que buscar o conteúdo necessário para a resolução do problema. Nessa metodologia, busca-se, portanto, a solução para um problema, a resposta para uma pergunta proposta pelo professor. A sala deve ser dividida em grupos de 8 a 10 alunos e o grupo terá um tutor (o professor). Um dos alunos deverá ser o coordenador do grupo e outro, o secretário. O aluno coordenador fica responsável pelo grupo e deve assegurar que todas as tarefas sejam realizadas dentro do tempo além de, em seu papel de líder do grupo, estimular as discussões acerca do assunto estudado. Fonte: https://pontodidatica.com.br/aprendizagem-baseada-em-problemas/ https://pontodidatica.com.br/aprendizagem-baseada-em-problemas/ FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 51 GESTÃO DE SALA DE AULA PROF. JOAGDA REZENDE ABIB Existem, nessa metodologia, três etapas: • Diagnóstico do problema. • Resolução do problema. • Apresentação da solução. O professor apresenta aos alunos um problema que terá que ser solucionado por eles e, após encontrarem uma solução, ela deve ser apresentada para a sala. O desenvolvimento dessa metodologia se dá em sete passos: • Primeiramente, ao receberem o problema, que deve ser escrito pelo professor, buscando contar uma história para apresentá-lo, os alunos devem ler o problema e identificar as palavras que não conhecem para que seja possível uma boa interpretação. • Feito isso, os alunos devem identificar o problema, ou os problemas que precisarão resolver. • Em seguida, eles devem tentar explicar esses problemas, por que eles existem, a partir do levantamento de hipóteses. • Logo após levantarem as hipóteses, elas devem ser resumidas. • O próximo passo é formular os objetivos, decidir o que querem fazer, o que precisa ser feito. • Após essa etapa, os alunos devem estudar temas relacionados a esses objetivos e é aí que entra a importância da pesquisa. Os alunos irão pesquisar o material que julgarem necessário para que possam alcançar os objetivos propostos por eles mesmos. • Finalmente deve ser feita a discussão do problema e a a resolução do caso. 13.2 Aprendizagem Baseada em Projetos É uma metodologia de aprendizagem em que os alunos se envolvem com tarefas e desafios para resolver um problema ou desenvolver um projeto que tenha ligação com a sua vida fora da sala de aula. No processo, eles lidam com questões interdisciplinares, tomam decisões e agem sozinhos e em equipe. Por meio dos projetos, são trabalhadas também suas habilidades de pensamento crítico e criativo e a percepção de que existem várias maneiras de se realizar uma tarefa, competências tidas como necessárias para o século XXI. Os alunos são avaliados de acordo com o desempenho durante as atividades e na entrega dos projetos (BACICH; MORAN, 2018, p. 16). FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 52 GESTÃO DE SALA DE AULA PROF. JOAGDA REZENDE ABIB A aprendizagem Baseada em Projetos tem como objetivo uma vivência prática dos conteúdos, o que faz com que as aulas se tornem mais atrativas, capazes de envolver os alunos. Assim como a Aprendizagem Baseada em Problemas, essa metodologia une teoria e prática. A partir de um problema ou desafio, os alunos, divididos em grupos, buscarão soluções para a resolução de uma questão e haverá uma projeção, um processo pelo qual eles passarão e que resultará na criação de um produto. Enquanto na Aprendizagem Baseada em Problemas, os alunos não criam um produto e a situação criada não precisa ser necessariamente do mundo real, a Aprendizagem Baseada em Projetos é baseada no dia a dia, o que leva os alunos a trabalharem em situações da vida real e, ao final do processo, um produto criado por eles deve ser apresentado. Importante ressaltar que, para o professor, o importante é o processo durante o qual o projeto será realizado e o produto será criado. O produto final, em si, não tem tanta importância para a avaliação por parte do professor. No entanto, o que muitas vezes motiva os alunos é a criação desse produto. O professor pode e deve, portanto, valorizá-lo, mas não basear sua avaliação nesse resultado final. Fonte: https://blog.jovensgenios.com/aprendizado-baseado-em-projetos/ Os alunos recebem, portanto, um problema, tentam encontrar sua causa, elaborando as hipóteses, buscam a resolução para esse problema e executam um plano que terá como resultado um produto. https://blog.jovensgenios.com/aprendizado-baseado-em-projetos/ FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 53 GESTÃO DE SALA DE AULA PROF. JOAGDA REZENDE ABIB Como podemos perceber, essas duas metodologias são desafiadoras, pois colocam os alunos diante de problemas que devem ser solucionados. Além disso, são cooperativas e interativas, pois o trabalho deve ser realizado em grupo e é necessário que haja uma boa interação entre seus membros para que haja sucesso. São metodologias que podem tornar o processo de ensino-aprendizagem mais prazeroso e atrativo para nossos alunos. FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 54 GESTÃO DE SALA DE AULA PROF. JOAGDA REZENDE ABIB AULA 14 GAMIFICAÇÃO E STORYTELLING Desde sempre, uma das formas mais eficientes de aprendizagem é a que acontece por meio de histórias contadas (narrativas) e histórias em ação (histórias vividas e compartilhadas). Contar, criar e compartilhar histórias é hoje muito fácil. Podemos fazer isso a partir de livros, da internet, de qualquer dispositivo móvel. Crianças e jovens conseguem e gostam de produzir vídeos e animações e postá-los imediatamente na rede. Existem aplicativos fáceis de edição nos smartphones. As narrativas são elementos poderosos de motivação e produção de conhecimento. É importante utilizar narrativas, histórias, simulações, imersões e contos de fantasia sempre que possível, com ou sem recursos tecnológicos (p. ex., tribunal de júri) (BACICH; MORAN, 2018, p. 15). Nesta aula, continuaremos a falar sobre metodologias ativas e sua importância para o ensino no cenário atual. Sabemos que o perfil de alunos mudou muito. Antigamente, não tínhamos acesso a tanta tecnologia. Hoje em dia, a maioria de nossos alunos possui celular, tablet, computador, entre outros dispositivos eletrônicos. Isso tem feito com que eles não se interessem mais por um modelo tradicional de ensino. Ouviro professor falar ou mexer apenas com livros não é mais algo atrativo para eles. Tem se tornado cada vez mais difícil manter a atenção dos alunos e despertar neles o interesse pela aula nos utilizando apenas de metodologias tradicionais de ensino. Daí a importância, como já temos falado nas últimas aulas, de utilizarmos metodologias ativas de aprendizagem. Todos nós gostamos de jogos, sejam eles digitais ou analógicos. Quem nunca gostou de um bom jogo de tabuleiro ou então de um jogo de videogame? Devido ao interesse que nós seres humanos temos por jogos, uma maneira de tornarmos nossa aula interessante e atrativa para os alunos é a gamificação, metodologia sobre a qual falaremos a seguir. FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 55 GESTÃO DE SALA DE AULA PROF. JOAGDA REZENDE ABIB Fonte: https://www.inglesnuecru.com/duolingo-vale-a-pena/ Você provavelmente já utilizou ou pelo menos ouviu falar desse aplicativo que tem sido muito utilizado por quem quer aprender uma língua estrangeira. O Duolingo é um aplicativo extremamente utilizado e que atrai o gosto e a atenção de muita gente por aí. Mas por quê? Qual o segredo do sucesso do Duolingo? Diferentemente de outros aplicativos e dos livros, o Duolingo é um jogo com fases para passar, vidas que você perde ou ganha, conforme seus acertos e, erros e cheio de desafios. Isso faz com que o processo de aprendizagem se torne mais divertido, atrai a atenção, faz com que a gente queira vencer os desafios e estimula nosso lado competitivo. Todos nós, seres humanos, somos competitivos, uns mais e outros menos. Mas quando entramos em uma competição, com certeza queremos ganhar. O uso de jogos para o ensino faz com que os alunos fiquem mais engajados, estimula a competição, a socialização, torna o aluno protagonista da aula, tirando o foco do professor, torna os conteúdos mais acessíveis e desenvolve competências socioemocionais. Minha experiência em sala de aula tem me mostrado, cada vez mais, que os games funcionam muito bem, sejam eles digitais ou não. Uma ferramenta que gosto muito de utilizar é o Kahoot, pois por meio dele posso elaborar quizzes que atraem a atenção dos alunos e faz com que eles queiram participar da aula, devido ao desejo de estar no pódio ao final do game. Isso gera uma competição saudável entre os alunos. É importante trabalhar com o esquema de recompensa. O aluno se sente ainda mais motivado ao saber que, caso vença, ou esteja no pódio entre os três primeiros https://www.inglesnuecru.com/duolingo-vale-a-pena/ FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 56 GESTÃO DE SALA DE AULA PROF. JOAGDA REZENDE ABIB colocados, ganhará algum prêmio. Por vezes os recompenso com balas, chocolates, etc. Mas o que eles realmente gostam é quando a recompensa são alguns décimos na prova ou na média final O Kahoot é gratuito. Existem versões pagas com mais recursos, mas a versão não paga já oferece boas opções para a criação de jogos. Após criarmos os quizzes, os alunos se conectam por meio de um pin e cada um joga com seu celular. As perguntas aparecem na tela do professor da seguinte maneira: Essa tela deve ser projetada com o uso de um data show para que todos os alunos possam ver a pergunta e as respostas, pois na tela do celular dos participantes aparecem apenas as cores: FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 57 GESTÃO DE SALA DE AULA PROF. JOAGDA REZENDE ABIB O pódio: FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 58 GESTÃO DE SALA DE AULA PROF. JOAGDA REZENDE ABIB Quando fazemos atividade em forma de game, a participação dos alunos é muito mais efetiva. É uma forma de tornar a aula divertida, interessante e produtiva. Uma coisa muito importante com relação aos jogos é oferecer feedback instantâneo aos alunos, dizendo a eles onde e por que erraram. Com o Kahoot, a cada pergunta eu faço comentários. O aplicativo disponibiliza a resposta correta ao fim de cada rodada e mostra os primeiros classificados e sua pontuação. Nesse momento, eu explico a questão e digo por que aquela resposta é a correta e não as outras. A gamificação é, portanto, uma metodologia que funciona muito bem e que pode ser uma importante aliada na hora de planejarmos nossas aulas, tornando-as muito mais interessantes e desafiadoras para nossos alunos, conseguindo fazer com que eles participem e deixando o conteúdo mais leve e mais acessível para eles. 14.1 Storytelling (Contação de Histórias) Storytelling (Story = história / Tell = Contar) é a contação de histórias, uma metodologia que pode ser muito atraente para nossos alunos. Todos nós gostamos de ouvir boas histórias. Crescemos ouvindo nossos pais, tios, avós contarem histórias para nós. Quando estamos lendo um bom livro, ele nos prende a atenção FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 59 GESTÃO DE SALA DE AULA PROF. JOAGDA REZENDE ABIB e, muitas vezes, não conseguimos parar de ler, por se tratar de uma história envolvente que nos faz querer saber o seu desfecho. O mesmo acontece com filmes. Alguns deles fazem com que não consigamos desgrudar os olhos da tela para que não percamos nenhum detalhe e possamos chegar ao fim da história, aproveitando cada minuto de seu desenrolar. É fato, portanto, que as boas histórias são capazes de nos envolver, de prender nossa atenção, de fazer com que queiramos ouvi-la até o final. E por que não utilizar isso em sala de aula? É aí que entra a Contação de Histórias, uma metodologia que nos permite ensinar conteúdos por meio de uma narrativa. Mas, antes de qualquer outra coisa, o que uma narrativa deve ter? Uma narrativa deve ter personagens, deve ter uma história, um clímax, que é o ponto máximo da história, deve se passar em um determinado local (ou mais de um) e em um determinado tempo. Podemos transformar conteúdos de aula em histórias e, por meio delas, ensiná-los aos nossos alunos. Mas quais as vantagens de ensinar utilizando a Contação de Histórias? Além de tornar os conteúdos mais atraentes podemos também torná-los mais leves e mais acessíveis. A contação de histórias também permite que o aluno interaja com o professor. É necessário, no entanto, que se tenham alguns cuidados ao utilizar essa metodologia: • É necessário que a história seja boa, que seja envolvente, capaz de prender a atenção dos alunos do início ao fim. • É preciso conhecer seu público e adequar sua história a ele. Não podemos contar uma história muito infantil se estivermos ensinando adultos e vice-versa. • É muito importante saber contar a história com o ritmo certo, a entonação certa, fazendo pausas quando necessário etc. A contação de história pode e deve ser aliada a recursos audiovisuais, o que pode tornar a aula ainda muito mais interessante. Vimos, portanto, nesta aula, que essas duas metodologias (a Gamificação e a Storytelling) são baseadas em coisas de que nós seres humanos gostamos, coisas que nos atraem, que nos interessam e, no caso dos jogos, nos desafiam. É por isso que o ensino feito com base nessas metodologias tende a funcionar muito bem, já que desperta nos alunos o interesse não apenas pelo conteúdo, mas pela forma como ele é ensinado. FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 60 GESTÃO DE SALA DE AULA PROF. JOAGDA REZENDE ABIB AULA 15 ESTUDO DE CASO E ENSINO HÍBRIDO Nesta aula, falaremos sobre o Estudo de Caso e veremos como e por que o Ensino Híbrido pode ser um excelente aliado no ensino. 15.1 Estudo de Caso O Estudo de Caso se baseia em situações da vida real e tem como objetivo a resolução de um problema, assim como a Aprendizagem Baseada em Problemas. Essa metodologia se assemelha à Aprendizagem Baseada em Problemas e à Aprendizagem Baseada em Projetos pelo fato de fortalecer e incentivar o trabalho em equipe. Trata-se de uma abordagem ativa e colaborativa, pois o aluno assume o papel de protagonista no processo de aprendizagem e o trabalho é realizado em grupos. E como essa metodologia funciona? Por meio de um caso que deve ser estudado e resolvido pelos alunos são desenvolvidas as competências e habilidadesque se esperam. O caso deve vir acompanhado de perguntas que os alunos tentarão responder. Trata-se, portanto, de um estudo guiado. Fonte: https://www.idealmarketing.com.br/blog/estudo-de-caso/ https://www.idealmarketing.com.br/blog/estudo-de-caso/ FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 61 GESTÃO DE SALA DE AULA PROF. JOAGDA REZENDE ABIB A partir do caso e das questões propostas, os alunos devem decidir o que é necessário aprender para resolvê-lo e, assim, partirem em busca de materiais nos quais possam se apoiar para adquirir os saberes necessários para a resolução daquele caso. Os resultados devem ser discutidos com a sala e com o professor. O caso deve conter uma história, ser baseado em contextos da vida real e deve levar em conta quais as competências e habilidades que devem ser desenvolvidas pelos alunos. Não deve apresentar uma solução óbvia e pode, muitas vezes, ter mais de uma solução. O material de apoio é sugerido pelo professor e os alunos devem buscar as respostas para as questões que lhes foram propostas. O professor guia o estudo, direcionando os alunos e até mesmo preparando novas questões, caso julgue necessário. É importante ressaltar que o professor pode guiar as discussões, mas como um coadjuvante, pois os alunos devem estar no “controle”. As opiniões e argumentações dos alunos devem ser levadas em conta. O papel do professor é atuar como um mediador e não como protagonista. Por possuírem características muito parecidas, muitas vezes as pessoas têm dificuldade em diferenciar o Estudo de Caso da Aprendizagem Baseada em Problemas. Vejamos, portanto, algumas diferenças entre essas duas metodologias. Enquanto o Estudo de Caso aborda apenas um conteúdo de uma disciplina, a Aprendizagem Baseada em Problema promove a integração de várias disciplinas. No Estudo de Caso, os alunos devem ter um preparo prévio, o que não é necessário na Aprendizagem Baseada em Problemas, além disso, as discussões no Estudo de Caso são guiadas pelo professor, o que não acontece na Aprendizagem Baseada em Problemas. 15.2 Ensino Híbrido O Ensino Híbrido é a junção do ensino presencial e de práticas on-line que podem ser desenvolvidas em sala de aula ou em casa. Essa proposta de ensino se torna interessante pelo fato de trazer a tecnologia para o aprendizado dos alunos, tornando esse processo mais prazeroso e atraente. Essa prática acontece em metodologias que abordamos até aqui. A Sala de Aula Invertida e a Peer Instruction, por exemplo, podem contar com o Ensino Híbrido, pois no momento do estudo autônomo, que deve ser feito pelos alunos em casa, antes da aula, eles podem fazer uso da tecnologia para realizarem pesquisas e estudarem o assunto proposto. FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 62 GESTÃO DE SALA DE AULA PROF. JOAGDA REZENDE ABIB Fonte: https://minhabiblioteca.com.br/tendencia-na-educacao-como-aplicar-o-ensino-hibrido/ Ambientes Virtuais de Aprendizagem (os AVAs) são de grande ajuda e podem proporcionar boas experiências para os alunos. Nesses ambientes, o professor pode disponibilizar conteúdos, criar questionários, disponibilizar links, tudo para que o aluno tenha autonomia e possa estudar além da sala de aula. Esses ambientes também possibilitam que os alunos postem suas atividades e que sejam realizados fóruns de discussões. Todos esses recursos se tornam um algo a mais no processo de ensino-aprendizagem e trazem para a realidade do aluno a tecnologia, da qual os alunos são cada vez mais adeptos. Importante ressaltar que, para a utilização do Ensino Híbrido, o professor deve planejar suas aulas. Não basta que a escola ofereça computadores aos alunos ou que o professor peça para o aluno fazer pesquisas na internet. Tudo deve ser muito bem pensado, as atividades precisam estar conectadas entre si para que os alunos percebam que são significativas e que se sintam motivados e desafiados para a sua realização. O avanço da tecnologia não nos permite mais utilizar apenas o modelo tradicional de ensino. Se o fizermos, a chance de não termos a adesão, atenção e comprometimento dos alunos em nossas aulas é muito grande. Nossas aulas têm que ser planejadas visando ao nosso público que, hoje, são crianças e adolescentes conectados, que entendem muito de tecnologia, gostam muito de utilizá-la e nós, como professores, precisamos usar isso a nosso favor. É claro que existem coisas que são insubstituíveis. Usar a tecnologia em sala de aula ou fora dela não significa ensinar apenas utilizando-a. É preciso saber mesclar, balancear. Cabe ao professor sentir as necessidades e preferências de seus alunos e tentar tornar suas aulas cada vez mais interessantes para eles. https://minhabiblioteca.com.br/tendencia-na-educacao-como-aplicar-o-ensino-hibrido/ FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 63 GESTÃO DE SALA DE AULA PROF. JOAGDA REZENDE ABIB AULA 16 PLANOS DE AULA Nesta aula, apresentarei a vocês duas propostas de planos de aula, utilizando as metodologias ativas. Essas aulas visam a uma participação efetiva e ativa dos alunos, colocando-os no centro do processo de aprendizagem. Tema PRESENT CONTINUOUS Objetivo Geral Apresentar aos alunos o PRESENT CONTINUOUS, de modo que eles conheçam a estrutura desse tempo verbal e que saibam quando e como utilizá-lo corretamente. Objetivos Específicos Fazer com que os alunos conheçam e sejam capazes e usar o tempo verbal PRESENT CONTINUOUS. Fazer com que eles entendam a função desse tempo verbal: quando devem usá-lo e para quê? Fazer com que os alunos sejam capazes de utilizar esse tempo verbal para descrever diversas situações. Metodologia Sala de Aula Invertida. Peer Instruction. Gamificação. Recursos Didáticos Lousa. Plaquinhas para que os alunos respondam a um questionário. Data show. Kahoot. Avaliação Os alunos serão avaliados durante todo o processo, desde sua dedicação na pesquisa sobre o tema, a discussão em sala de aula, as discussões em pares ou grupos, a participação e os acertos e erros durante os games. Essa aula se dará da seguinte maneira: FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 64 GESTÃO DE SALA DE AULA PROF. JOAGDA REZENDE ABIB • Primeiramente, pedirei aos alunos para que pesquisem em casa, em livros ou na internet, o PRESENT CONTINUOUS: como ele é formado e em que situações ele é utilizado. • Na aula seguinte, farei perguntas aos alunos, relacionadas ao present continuous, da seguinte maneira: apresentarei imagens e perguntarei o que está acontecendo. Oferecerei a eles algumas opções de respostas (a, b e c) e, utilizando plaquinhas, eles responderão. • Respondidas as questões, eu verei qual foi o percentual de acertos da sala e o esperado é que fique entre 35 e 70% • Feito isso, colocarei os alunos para trabalhar em pares ou grupos, para discutirem qual seria a resposta correta, tentando convencer uns aos outros sobre qual seria a alternativa correta. • Após essa etapa farei as perguntas novamente e eles as responderão. • Depois disso, discutiremos juntos as características desse tempo verbal e eu aprofundarei o assunto e tirarei as dúvidas que os alunos tiverem, caso haja alguma. • Partirei então para a prática com jogos. O primeiro jogo proposto será Imagem e Ação, ou seja, um jogo de mímica. Os alunos serão divididos em grupos e cada grupo escolhe um participante para fazer a mímica, sendo que os outros precisam acertar o que ele está fazendo e dizer corretamente a frase em inglês para que marquem ponto. • O segundo jogo será feito com o Kahoot. Por meio do uso dessa ferramenta, elaborarei um quiz, em que oferecerei imagens para que os alunos escolham a resposta que mostra corretamente o que está acontecendo. Além disso, farei questões em que apenas uma frase está estruturalmente correta, para que eles pratiquem a estrutura do tempo verbal estudado. Tema Gênero Textual: Anúncio Publicitário Objetivo Geral Fazer com que os alunos conheçam o gênero anúncio publicitário, suas características e especificidades. Objetivos Específicos Apresentar aos alunos o gênero textualAnúncio Publicitário; Fazer com que os alunos conheçam suas principais características; Fazer com que os alunos conheçam quais podem ser as intenções de um texto do gênero Anúncio Publicitário; Fazer com que os alunos sejam capazes de produzir um Anúncio Publicitário. Metodologia Aprendizagem Baseada em Projetos (adaptada); Sala de aula invertida. Recursos Didáticos Data Show; FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 65 GESTÃO DE SALA DE AULA PROF. JOAGDA REZENDE ABIB Avaliação Os alunos serão avaliados durante todo o processo, desde a pesquisa sobre o gênero textual Anúncio Publicitário até o resultado que apresentarão, que será um anúncio. Eles serão avaliados em seu trabalho em equipe, na proatividade, enfim, em todos os aspectos que devem ser levados em conta para sua avaliação, sendo que ela não se dará apenas com base no resultado apresentado por eles. Primeiramente, quero deixar claro por que coloquei como metodologia a aprendizagem baseada em projetos adaptada. Como já vimos em uma de nossas aulas, a aprendizagem baseada em projetos consiste em apresentar aos alunos um problema que deverá ser resolvido por eles e, ao final, eles deverão apresentar um produto. O que farei nessa aula é basicamente isso. No entanto, a aula vai se diferenciar um pouco pelo fato de que não se tratará de algo extenso, não haverá perguntas para direcionar o estudo. No entanto, os alunos terão que, com base em um problema, apresentar um produto, que é o anúncio publicitário. Peguei, portanto, a essência dessa metodologia, mas ela será utilizada por mim de maneira mais simples e mais rápida. A proposta para essa aula é, pois, a seguinte: • Apresentar os alunos o seguinte problema: há, na cidade, uma nova lanchonete, que teve sua inauguração há algumas semanas, mas está com uma clientela muito baixa. Fazendo uma pesquisa, os donos descobriram que muitas pessoas ainda nem sabem da existência da lanchonete e, por isso, decidiram investir em propaganda. Devido a isso, eles estão aceitando propostas de anúncios publicitários. Eles avaliarão todas as propostas e escolherão aquela que for mais atrativa para o público. • Dado esse problema, os alunos terão que ler e aprender sobre as características de um anúncio publicitário. É aí que entra a metodologia da sala de aula invertida, pois eles terão que ler e pesquisar sobre isso em casa. • Feita a pesquisa e a leitura teremos um momento em sala de aula para discutir as características do gênero anúncio publicitário e eu apresentarei, então, aos alunos alguns anúncios famosos e, juntos, identificaremos as características do gênero nesses textos. • Após esses passos, os alunos, em grupos, criarão para a lanchonete um anúncio publicitário. O objetivo desta aula foi mostrar a vocês como podemos planejar uma aula, utilizando as metodologias ativas. Espero que as duas propostas apresentadas os ajudem a vislumbrar possibilidades de trabalhar o conteúdo com seus alunos. FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 66 GESTÃO DE SALA DE AULA PROF. JOAGDA REZENDE ABIB CONCLUSÃO Ao longo desta disciplina pudemos ver que o papel do professor em sala de aula vai além do ensino de conteúdo. É necessário que ele seja um bom gestor, atuando em sala de aula de modo a manter um ambiente em que haja organização, respeito e harmonia e para que o processo de ensino-aprendizagem possa ocorrer da melhor maneira possível. Como vimos no decorrer das aulas, saber lidar com a diversidade, atuar de maneira ética, saber avaliar, ter uma boa relação com os alunos, saber planejar bem uma aula e utilizar metodologias que tornem o ensino mais atrativo e prazeroso são atribuições do professor como gestor de sua sala de aula. Espero que com as aulas e os exemplos oferecidos, tenha sido possível aprender um pouco sobre a gestão e que isso os ajude em sua vida profissional. Sucesso a vocês!!! FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 67 GESTÃO DE SALA DE AULA PROF. JOAGDA REZENDE ABIB ELEMENTOS COMPLEMENTARES LIVRO Título: Gestão de relacionamento e comportamento em sala de aula Autor: Bill Rogers Sinopse: Bill Rogers oferece aos professores um amplo repertório de habilidades em gestão de relacionamento. Fornece uma orientação clara para colocar a integridade profissional e o conhecimento emocional em prática. Ele não esconde as realidades que ocorrem dentro das escolas e das salas de aula e consegue encontrar um equilíbrio entre reconhecer as dificuldades e demandas sobre os professores, enquanto apoia os alunos a responder às suas necessidades, competências e ao seu direito de ter interações respeitosas. Ele faz isso com clareza, vitalidade e humor. Disponível em: https://www.americanas.com.br/produto/6845261#info-section https://www.americanas.com.br/produto/6845261#info-section FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 68 GESTÃO DE SALA DE AULA PROF. JOAGDA REZENDE ABIB FILME Título: ELEFANTE Sinopse: Um dia aparentemente comum na vida de um grupo de adolescentes, todos estudantes de uma escola secundária de Portland, no estado de Oregon, interior dos Estados Unidos. Enquanto a maior parte está engajada em atividades cotidianas, dois alunos esperam, em casa, a chegada de uma metralhadora semi-automática, com altíssima precisão e poder de fogo. Munidos de um arsenal de outras armas que vinham colecionando, os dois partem para a escola, onde serão protagonistas de uma grande tragédia. Disponível em: https://www.adorocinema.com/filmes/ filme-52588/ https://www.adorocinema.com/filmes/filme-52588/ https://www.adorocinema.com/filmes/filme-52588/ FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 69 GESTÃO DE SALA DE AULA PROF. JOAGDA REZENDE ABIB REFERÊNCIAS BACICH, L.; MORAN, J. (org) Metodologias ativas para uma educação inovadora: uma abordagem teórico-prática. Porto Alegre: Penso, 2018. BRASIL. Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais da Educação Básica. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Diretoria de Currículos e Educação Integral. Brasília: MEC, SEB, DICEI, 2013. FREITAS, D. F.; SILVA, F. D. E. A relação professor-aluno e a questão da ética. In: Revista de Pesquisa Interdisciplinar. v.1. Ed Especial. Set/Dez 2016. MOREIRA, M. A. O que é afinal aprendizagem significativa? Revista cultural La Laguna Espanha, 2012. Disponível em: http://moreira.if.ufrgs.br/oqueeafinal.pdf. Acesso em: 01 de abr. de 2021. ROGGERS, B. Gestão de relacionamento e comportamento em sala de aula. 2 ed. Porto Alegre: Artmed, 2009. LOPES, R.C. S. 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