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DESCRIÇÃO As estratégias para a gestão da assistência em Saúde e as características do gerenciamento do cuidado e do serviço de Saúde, bem como a importância do diagnóstico situacional local e os desafios e melhorias para a assistência em Saúde de qualidade. PROPÓSITO Compreender as estratégias gerenciais na assistência em Saúde, proporcionando ao profissional de gestão uma atividade pautada em competências desenvolvidas com base no diagnóstico situacional e na superação dos desafios encontrados nos serviços de Saúde. OBJETIVOS MÓDULO 1 Descrever as características da gestão na assistência em Saúde e da gerência do cuidado e do serviço em Saúde MÓDULO 2 Reconhecer o diagnóstico de situação local em Saúde, bem como os desafios e as melhorias da assistência em Saúde INTRODUÇÃO Neste conteúdo, aprenderemos sobre as características da gestão na assistência em Saúde. Para o funcionamento dos serviços de Saúde, o gestor tem papel essencial, pois atua diretamente no gerenciamento dos serviços, na coordenação das ações e na prestação dos serviços nas unidades de Saúde, primando pela qualidade da assistência prestada à população, tanto na oferta de serviços pelo Sistema Único de Saúde (SUS) como pela Saúde Suplementar. Veremos que, para termos o princípio de integralidade assegurado nas ações de Saúde e garantirmos o cuidado ao usuário, é imprescindível uma gerência do cuidado e do serviço de Saúde voltada para as necessidades da população, que possibilite alcançar os objetivos por meio de instrumentos para articulação entre as equipes de Saúde e os demais setores envolvidos no cuidado. Observaremos como o diagnóstico situacional auxilia na identificação de problemas e na organização dos serviços de Saúde. Também relacionaremos os desafios e as melhorias possíveis na assistência em Saúde e como esses aspectos interferem no processo de trabalho. A qualidade do serviço deve ser entendida como ponto principal quando falamos em gestão e estratégias para os serviços assistenciais. Mediante a avaliação de indicadores de qualidade, é possível se ter uma noção sobre como a ação dos gestores impacta de forma positiva ou negativa nos processos de trabalho da unidade. MÓDULO 1 Descrever as características da gestão na assistência em Saúde e da gerência do cuidado e do serviço em Saúde CARACTERÍSTICAS DA GESTÃO NA ASSISTÊNCIA EM SAÚDE Para iniciarmos este estudo, há dois conceitos importantes, cuja compreensão é necessária para um melhor entendimento sobre o assunto: gestão e assistência em Saúde. A gestão ou administração é o ato ou efeito de gerir por meio da sistematização das práticas usadas, podendo-se administrar ou gerir recursos, negócios e pessoas, com o propósito de atingir as metas sugeridas. Em outras palavras, gerir é o ato de conduzir instituições e pessoas. A assistência em Saúde envolve o cuidado da saúde do ser humano por intermédio das ações de promoção, prevenção e reabilitação de doenças. Imagem: Shutterstock.com De acordo com o Novo Dicionário Aurélio (2004), assistência significa o ato de assistir. Significa, ainda, proteção, amparo, arrimo, socorro médico ou intervenção de pessoas legalmente autorizadas em certos atos daqueles que têm relativa capacidade civil, para lhes suprir a deficiência. Já assistir significa estar presente, comparecer, ver, testemunhar, notar, observar, auxiliar, ajudar, socorrer, favorecer. Pode ser traduzido como acompanhar doentes para prestar-lhes conforto moral ou material. ATENÇÃO Para os serviços de Saúde, é recomendada uma atenção gerenciada que visa aumentar a eficiência do trabalho e diminuir os custos. Assim, é papel do gestor definir o desenvolvimento das atividades, analisar e implementar protocolos, além de controlar e determinar os procedimentos a serem realizados. A Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) estimula o aprendizado na área de Gestão, com o compromisso de proporcionar a cada pessoa acesso à atenção à saúde da qual precisa, primando pela qualidade e pela diminuição das limitações de acesso. O gerenciamento, a administração e a organização em Saúde podem ser realizados em instituições privadas ou públicas, como hospitais, clínicas, ambulatórios, maternidades, unidades básicas de Saúde, consultórios, laboratórios de análises clínicas e diagnósticos, farmácias e casas de repouso e reabilitação. Nesse sentido, destaca-se que a atuação do gestor é imprescindível nos diversos segmentos da Saúde. Na gestão hospitalar, o gestor é responsável por administrar o estabelecimento, garantindo a compra e a manutenção adequada dos equipamentos, o reabastecimento e controle de insumos, a qualidade dos serviços prestados e o controle dos recursos financeiros. Na gestão com foco em logística, o profissional que executa a gestão avalia a distribuição de serviços ofertados e implementa medidas para expandir os serviços para locais com baixa oferta de atendimento. O gestor que atua no setor público, além das ações citadas, participa do controle e da aplicação consciente dos recursos financeiros federais, estaduais e municipais. A elaboração de políticas públicas interfere diretamente na vida da população, e o gestor que atua nos serviços de vigilância sanitária e saneamento básico tem papel importante na implementação de ações que visem à melhoria da qualidade de vida. Segundo Seixas e Melo (2004), o gestor da área da Saúde deve propiciar liderança com o objetivo de facilitar a criação e o desenvolvimento de atitudes destinadas a alcançar as metas corretas. É responsável por manter a motivação da sua equipe, aconselhar sempre que necessário e dar orientações sobre a organização do ambiente e a estruturação das suas unidades. Devido à diversidade de categorias, ao grande número de profissionais que atuam nos serviços de atenção básica e ao alargamento da complexidade das ações oferecidas e da exigência dos usuários, as estratégias de gestão exigem uma criação e recriação das ações. A coordenação, o planejamento, a previsão, a organização, o controle e a avaliação são clássicos princípios da administração sobejamente conhecidos e baseados em premissas gerenciais. Ainda que utilizados com uma nova roupagem, esses princípios buscam resolver as questões relacionadas à materialização dos procedimentos gerenciais necessários aos serviços de Saúde. Imagem: Shutterstock.com Também pautado nos princípios da administração, o profissional que exerce a função de gestor hospitalar deve promover a motivação do pessoal, mantendo o entusiasmo no trabalho, saber coordenar as atividades para atingir os objetivos e oportunizar programas de capacitação dos profissionais com a finalidade de acompanhar as inovações. É importante ressaltar que as unidades tendem a declinar quando não há renovação, o que irá implicar nos indicadores de desempenho. Cabe aos gestores das unidades de Saúde darem exemplo de dedicação ao serviço, de forma que os profissionais vejam a unidade de Saúde como uma instituição estável. O gestor deve ser experiente nas negociações, além de ter condutas que facilitem a multiplicação e possibilitem a obtenção de benefícios sociais e econômicos mais rapidamente. Para a garantia de um serviço de qualidade, é essencial que o gestor hospitalar possua habilidades técnicas, buscando sempre melhoria na sua qualificação e atualização no campo da administração hospitalar, tendo como objetivo desempenhar com eficiência seu papel nas instituições e serviços de Saúde. O profissional que atua na gestão hospitalar deve ter uma visão ampliada de todos os serviços, satisfatório entendimento dos processos de trabalho na área da Saúde, iniciativa para tomada de decisões e autonomia, ter domínio em relação ao trabalho em equipe multiprofissional, estar disposto a aprender diariamente e estar comprometido com a empresa apoiando nos princípios éticos. VEJA ABAIXO: PLANEJAMENTO ORGANIZAÇÃO DIREÇÃO CONTROLE Definir missão Formular objetivos Definir planos Programaratividades Dividir trabalho Designar atividades Agrupar atividades em órgãos e cargos Alocar recursos Designar pessoas Coordenar esforços Comunicar Motivar Liderar Orientar Definir padrões Monitorar desempenho Avaliar desempenho Aplicar ação corretiva Quadro: As atribuições do gestor de unidade de Saúde. Adaptado de: Chiavenatto, 2004, p. 168. Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal Com o objetivo de atuar sobre as carências de saúde da população de forma primordial, possibilitando uma visão gerencial mais integralizada, a gestão dos serviços e processos de trabalho deve ser realizada de forma horizontal e compartilhada entre as equipes. A gestão dos serviços de Saúde, tanto os públicos como os da Saúde Suplementar —privada —, exige profissionais com características e competências essenciais para desempenhar uma gestão eficiente. No que diz respeito aos serviços públicos, sua gestão está respaldada nos princípios e diretrizes do SUS, sofrendo influências macropolíticas. Entretanto, os princípios das gestões pública e privada vêm se aproximando espontaneamente. Pautados no que já vimos, destacaremos três características estruturantes da gestão: CONCENTRAÇÃO NAS PESSOAS E/OU USUÁRIOS O trabalho da gestão deve estar centrado nas pessoas e nas coletividades, em seus projetos de vida e desejos, em suas necessidades e sofrimentos. Devemos lembrar constantemente que o trabalho da gestão está concentrado na produção e na qualidade dos serviços de Saúde ofertados às pessoas. SENSIBILIDADE A sensibilidade é fundamental para uma boa apreciação das necessidades e dificuldades a serem enfrentadas. A análise das necessidades e potencialidades da equipe de trabalho e serviço pode ser o ponto de partida. As necessidades das pessoas e da comunidade assistidas devem receber total atenção, de modo que os resultados esperados pelas pessoas e coletividade sejam alcançados satisfatoriamente. As especificidades individuais, sociais e culturais devem ser consideradas nas ações voltadas para a promoção das ações em Saúde. Os propósitos que estejam além da capacidade da gestão não serão atingidos, no entanto, as limitações não devem ser um impedimento, devem ser vistas como uma forma de impulsionar o trabalhar para diminuí-las. DINAMISMO O dinamismo é fundamental para que não haja comodidade. Mudanças ocorrem com frequência e um grande equívoco é a reprodução em longo prazo de uma mesma ação. O trabalho deve ser suficientemente dinâmico para uma melhor adequação às necessidades das pessoas e dos territórios assistidos, às mudanças das redes de atenção, às novas tecnologias em Saúde, às mudanças de estratégias dos diferentes níveis de gestão em Saúde e às eventualidades, como desastres ambientais, uma epidemia, entre outros. Para gerir, é necessário que o gestor tenha competências gerenciais, envolvendo atitudes, habilidades e conhecimentos que contribuirão para o desenvolvimento da empresa, de si mesmo e de seus colaboradores. Veremos a seguir as competências esperadas para um gestor de Saúde. 1- Competências pessoais Gestão do eu internamente (reflexão e pensamento estratégico). Gestão de si externamente (tempo, informações, estresse, carreira). Programação (desmembramento, priorização, estabelecimento de agenda, malabarismo, tempestividade/timing). 2- Competências interpessoais Liderança de indivíduos (seleção, ensino/mentoria/coaching, inspiração, lidar com especialistas). Liderança de grupos (desenvolvimento de equipes, resolução e mediação de conflitos, facilitação de processos, comando de reuniões). Liderança da organização/unidade (construção da cultura). Administração (organização, alocação de recursos, delegação, autorização, sistematização, definição de objetivos, avaliação de desempenho). Ligação da organização/unidade (formação de redes, representação, colaboração, promoção/lobby, proteção/intermediação, buffering). 3- Competências informacionais Comunicação verbal (saber ouvir, entrevistar, falar/apresentar/informar, escrever, coletar informações, disseminar informações). Comunicação não verbal (enxergar [compreensão visual], sentir [compreensão visceral]). Análise (processamento de dados, modelagem, mensuração, avaliação). 4- Competências para a ação Concepção (planejamento, criação [crafting], visão). Mobilização (resolução de emergências, gestão de projetos, negociação/acordos, política, gestão de mudanças). Quadro: Competências esperadas de um gestor de Saúde. Adaptado de: Mintzberg, 2010, p. 100. Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal Em muitos serviços de Saúde, ainda são observadas estruturas de gestão inflexíveis, que definem hierarquias verticalizadas ao invés de horizontalizadas, e processos decisórios centralizados, com pouca ou nenhuma possibilidade de participação para os trabalhadores. Como consequência, temos burocratização demasiada do trabalho, desmotivação dos profissionais e serviços funcionando em descompasso com as necessidades da população e do território adstrito. Imagem: Shutterstock.com Modelo de gestão participativa. Neste vídeo, você conhecerá um pouco sobre as características da gestão na assistência em Saúde. GERÊNCIA DO CUIDADO E DO SERVIÇO DE SAÚDE A criação de mecanismos de articulação entre as equipes de Saúde e os demais setores envolvidos é necessária para que haja a garantia do cuidado aos usuários. A gestão local do cuidado e dos serviços é um dos fatores que promovem a efetivação do planejamento e da programação de Saúde, conforme a realidade e a necessidade de uma determinada comunidade. A estrutura física é importante do ponto de vista da organização dos serviços, no entanto, tão importante quanto é prestar o cuidado resolutivo e de boa qualidade à população sob responsabilidade da unidade. Para que esse cuidado ocorra conforme esperado, é fundamental que o gestor e sua equipe invistam na implementação e no aperfeiçoamento de algumas ferramentas do cuidado. De acordo com a Portaria n.º 4.279, de 30 de dezembro de 2010, que dispõe sobre o estabelecimento de diretrizes para a organização da Rede de Atenção à Saúde (RAS) no âmbito do SUS, as RAS possibilitam estratégias para a desfragmentação da atenção e da gestão nas redes de Saúde, aperfeiçoando o funcionamento político-institucional, e visam assegurar ao usuário o conjunto de ações e serviços de que necessita com efetividade e eficiência. Todas as RAS que fazem parte do SUS devem ter seis características relevantes: 1 Relações horizontais entre os pontos de atenção. 2 A atenção básica tem que ser a ordenadora do processo, pois é quem acompanha de perto as necessidades do território. 3 As ações devem ser pensadas em função das necessidades de uma população específica. 4 Deve oferecer atenção integral e contínua. 5 Cuidado multiprofissional focado na interdisciplinaridade. 6 É necessário compartilhar metas e compromissos por meio de indicadores quantificáveis. Imagem: MENDES, 2011, p. 84. A mudança dos sistemas piramidais e hierárquicos para as redes de atenção à Saúde. A gestão deve compreender uma realidade local, ser participativa e descentralizada, e as estratégias devem ser planejadas de acordo com os princípios estabelecidos. A busca por maior integração ganhou novo destaque a partir do Pacto pela Saúde, que favorece o acordo fixado entre os gestores do SUS. O pacto também enfatiza a relevância de aprofundar a regionalização e a organização do sistema de Saúde sob a forma de rede como estratégia primordial para fundamentar os princípios de universalidade, integralidade e equidade, efetivando-se em três dimensões: PACTO PELA VIDA O Pacto pela Vida faz aliança com as prioridades que apresentam repercussão sobre a situação de Saúde da população brasileira. PACTO EM DEFESA DO SUS O Pacto em Defesa do SUS se compromete com a solidificação dos fundamentos políticos e princípios constitucionaisdo SUS. PACTO DE GESTÃO O Pacto de Gestão se empenha para que os princípios e diretrizes tenham impacto na regionalização, descentralização, planejamento, financiamento, programação pactuada e integrada, regulação, participação social, gestão do trabalho e da educação em Saúde. De modo a assegurar o princípio de integralidade das ações de Saúde proposto pelo SUS, espera-se o desenho de um modelo ou método de gestão que favoreça a interface e a articulação de dois eixos — a gerência do cuidado e a gerência do serviço. Segundo Cecílio e Mehry (2003), a integralidade máxima estará assegurada na medida da articulação entre a integralidade efetivada no microespaço de trabalho das equipes (gerência de cuidado) e a integralidade efetivada no macrocontexto da rede de serviços (gerência dos serviços). Ainda segundo a Portaria n.º 4.279/10, a gestão da clínica ou do cuidado implica: A APLICAÇÃO DE TECNOLOGIA DE MICROGESTÃO DOS SERVIÇOS DE SAÚDE COM FINALIDADE DE: A) ASSEGURAR PADRÕES CLÍNICOS ÓTIMOS, B) AUMENTAR A EFICIÊNCIA; C) DIMINUIR RISCOS PARA OS USUÁRIOS E PARA OS PROFISSIONAIS; D) PRESTAR SERVIÇOS EFETIVOS; E E) MELHORAR A QUALIDADE DA ATENÇÃO À SAÚDE. COMO SUBSÍDIO À GESTÃO DA CLÍNICA, UTILIZA-SE A ANÁLISE DA SITUAÇÃO DE SAÚDE EM QUE O OBJETIVO É A IDENTIFICAÇÃO E ESTRATIFICAÇÃO DE RISCOS EM GRUPOS INDIVIDUAIS EXPOSTOS A DETERMINADOS FATORES E CONDIÇÕES QUE OS COLOCAM EM SITUAÇÃO DE PRIORIDADES PARA A DISPENSAÇÃO DE CUIDADOS DE SAÚDE, SEJAM ELES PREVENTIVOS, PROMOCIONAIS OU ASSISTENCIAIS. (BRASIL, 2010) O cuidado diz respeito a um somatório de medidas quanto ao uso de tecnologias e à organização de profissionais e ambientes em um determinado tempo e espaço, que busca ser o mais próximo e adequado às necessidades de cada paciente. As tecnologias envolvidas no trabalho em Saúde são divididas em tecnologia dura, leve-dura e leve. TECNOLOGIA LEVE Refere-se às tecnologias relacionadas ao tipo de vínculo que se dão em espaços de intervenção entre profissionais e usuários, como o acolhimento e a automatização com responsabilização. Podemos entender a gestão como uma forma de administrar processos de trabalho. TECNOLOGIA LEVE-DURA Diz respeito ao conhecimento, aos saberes bem estruturados que são utilizados no processo de trabalho em Saúde, como a clínica psicanalítica, clínica médica e epidemiologia. TECNOLOGIA DURA Refere-se ao uso de equipamentos tecnológicos do tipo maquinários, normas e organizações. Quando falamos em cuidado, não podemos deixar de pensar na integralidade do cuidado, buscando associar a produção de cuidado às diferentes necessidades do usuário. Para que seja possível o cuidado integral com o usuário, a abordagem em cada ponto de atenção deve considerar o conjunto de suas necessidades e riscos. Por outro lado, deve ser realizada uma articulação pactuada entre profissionais de diferentes pontos de atenção ou em diferentes setores em um mesmo ponto — por exemplo, hospital. EXEMPLO Podemos utilizar como exemplo uma gestante acompanhada em uma unidade básica. Sua gestação segue conforme esperado, mas ela se mostra profundamente ansiosa, pois relata não ser uma gravidez programada e que sua família se encontra com dificuldades financeiras. Em reunião de equipe, os profissionais responsáveis pela paciente discutem seu caso, não apenas o desenvolvimento fetal e seu quadro clínico, mas como ajudá-la a minimizar sua ansiedade e a criar possibilidades de sua família ter uma melhoria da renda. No quarto mês de gravidez, a gestante apresenta um quadro de aumento dos níveis de glicose em exames laboratoriais. A equipe pondera que ela se beneficiaria da avaliação de um endocrinologista e de um nutricionista. A equipe faz contato com o profissional da policlínica, elabora a guia de referência e contrarreferência, marca uma consulta e combina, na sequência, uma reunião on- line com o especialista para discutir o caso dessa paciente e outros casos também com diabetes. Temos como exemplo, portanto, ações longitudinais do cuidado. SAIBA MAIS Guia de referência diz respeito ao documento elaborado quando o profissional encaminha o paciente para ter um atendimento específico em uma unidade especializada ou até mesmo hospitalar. Contrarreferência é o documento produzido quando a mesma paciente retorna do atendimento e segue sendo acompanhada na unidade de origem. Essas duas guias devem ter informações a respeito do tratamento ou exame que a paciente realizou. A gerência do cuidado traduz-se na capacidade operacional, política e técnica que uma equipe de Saúde possui para planejar a assistência aos usuários, no plano coletivo ou individual, proporcionando a saúde no âmbito biopsicossocial. Para gerenciar o cuidado nessa perspectiva, é necessário: PLANEJAR DELINEAR EXECUTAR As ações que necessitem da clínica e da epidemiologia, como campos de saberes a serem explorados pelos profissionais de Saúde. As ações programadas. Normas, rotinas e regulamentos que orientem a organização de todo o processo de trabalho. Veremos a seguir algumas ferramentas do cuidado utilizadas na gerência do cuidado. DIRETRIZES CLÍNICAS São orientações que devem nortear as decisões no exercício da atenção à saúde, promoção e prevenção de agravos e doenças. Devem se concentrar no processo saúde-doença e na integralidade, garantindo a organização de serviços para os problemas e agravos de saúde de relevância sanitária. PROTOCOLOS ASSISTENCIAIS E ORGANIZACIONAIS São instrumentos orientadores com o objetivo de padronizar condutas em ambientes ambulatoriais e hospitalares para o enfrentamento de problemas na assistência e na gestão do serviço. Os protocolos assistenciais devem ser pautados em evidências científicas e incorporar novas tecnologias. Nos protocolos, devem estar definidas as funções e as responsabilidades dos profissionais envolvidos no processo de trabalho. LINHAS DE CUIDADO As linhas de cuidado orientam a equipe sobre o caminho que o usuário percorre dentro de uma unidade de Saúde para enfrentar seus problemas ou necessidades de saúde. Podem ser entendidas como um mapa do cuidado, servindo de apoio na implementação das diretrizes e protocolos. Contribuem, ainda, para o planejamento e a avaliação das ações de prevenção e detecção precoce de agravos. Para uma efetiva implementação das linhas de cuidado, devem ser garantidos os recursos materiais necessários, a corresponsabilização e a integração com as unidades prestadoras de serviços, considerando as diferenças de complexidades, a interação entre as equipes, a garantia de educação permanente para capacitação dos profissionais e a gestão de resultados e de compromissos pactuados entre os envolvidos. Imagem: Shutterstock.com Rede de atenção à Saúde. A gerência dos serviços de Saúde deve seguir uma lógica racional, sem burocratização dos serviços, mas sim com uma assistência voltada para as necessidades da população e com compromisso em produzir serviços de qualidade. Para o aumento da eficiência dos serviços, a gerência deve ser competente, compromissada com as necessidades de saúde da população e com os objetivos organizacionais. A oferta do serviço deve partir do ponto de vista da descentralização, de modo que os serviços possam ser ofertados completamente à população mediante a realidade de cada município e a capacidade de gestão dos serviços de Saúde. Como primeiro nível de atenção, a atenção primária realiza a coordenação do cuidado em todos os pontos de atenção e enfatiza a resolutividade dos cuidados primários sobre os problemas mais comuns de saúde. A oferta de determinados serviços de Saúde, por meio de uma produção singular, é determinada como ponto de atenção à saúde. Podemos entender como pontos de atenção à saúde: Unidades básicas de Saúde. Cuidado domiciliar. Serviços de hemoterapia e hematologia. Unidades ambulatoriais especializadas e hospitalares. Residências terapêuticas. Centros de apoio psicossocial, entre outros. Já os hospitaispodem abrigar diferentes pontos de atenção à saúde: Unidade de cirurgia ambulatorial. Maternidade. Ambulatório de pronto atendimento. Centro cirúrgico. Unidade de terapia intensiva. Unidade de hospital/dia etc. Os serviços de Saúde estão organizados e estruturados conforme seu perfil e são classificados em especializados e básicos, sendo os especializados de média e alta complexidade. ATENÇÃO O grande desafio da gerência de serviços envolve hierarquização de atos e objetivos, arbitragem e escolhas, além dos valores e leis que norteiam a tomada de decisão pelos trabalhadores. É necessário ter um olhar para uma ética que contemple as necessidades dos usuários e dos diversos grupos de trabalhadores e os interesses da coletividade. VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. ASSINALE A ALTERNATIVA INCORRETA NO QUE DIZ RESPEITO ÀS ATRIBUIÇÕES DO GESTOR DE UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE: A) Planejamento B) Controle C) Direção D) Divisão E) Organização 2. A REDE DE ATENÇÃO À SAÚDE (RAS) POSSIBILITA ESTRATÉGIAS PARA A DESFRAGMENTAÇÃO DA ATENÇÃO E GESTÃO NAS REDES DE SAÚDE. QUAL PORTARIA DISPÕE SOBRE AS RAS? A) Portaria n.º 4.279 B) Lei n.º 8.080 C) Lei n.º 8.142 D) Pacto pela Vida E) Portaria n.º 2.979 GABARITO 1. Assinale a alternativa incorreta no que diz respeito às atribuições do gestor de unidade básica de Saúde: A alternativa "D " está correta. As atribuições essenciais do gestor de unidade básica de Saúde são planejamento, controle, organização e direção. 2. A Rede de Atenção à Saúde (RAS) possibilita estratégias para a desfragmentação da atenção e gestão nas redes de Saúde. Qual portaria dispõe sobre as RAS? A alternativa "A " está correta. A Portaria n.º 4.279, de 30 de dezembro de 2010, dispõe sobre o estabelecimento de diretrizes para a organização da Rede de Atenção à Saúde (RAS) no âmbito do SUS. MÓDULO 2 Reconhecer o diagnóstico de situação local em Saúde, bem como os desafios e as melhorias da assistência em Saúde DIAGNÓSTICO DE SITUAÇÃO LOCAL DE SAÚDE Diagnóstico situacional ou organizacional é o resultado de um processo de coleta, tratamento e análise dos dados obtidos no local onde é realizado. A coleta de dados conta com a participação efetiva das pessoas que atuam no local de estudo. Por meio do diagnóstico situacional, ocorre o levantamento das condições de saúde e das possibilidades de risco de uma determinada área ou população, para posteriormente realizar o planejamento e programar as ações. Pode-se considerar o diagnóstico como uma das mais importantes ferramentas de gestão. O objetivo do diagnóstico situacional é conhecer os problemas e as necessidades sociais, tais como: Saneamento. Segurança. Habitação. Transporte. Saúde e educação. Além de promover o entendimento sobre a organização dos serviços de Saúde. Planejar e direcionar fazem parte das ações necessárias e permitem conhecer a dinâmica, os riscos e a realidade em que a população está inserida, bem como a forma como estão organizadas as rotinas e os serviços de Saúde de uma determinada unidade. Imagem: Shutterstock.com Uma organização inadequada das várias interfaces que envolvem uma unidade de Saúde contribui para um ambiente desfavorável tanto para usuários quanto para profissionais, colaborando, assim, para maior desgaste emocional e para o comprometimento da qualidade do serviço ofertado. É fundamental conhecer a realidade do trabalho e a comunidade à qual este é destinado, a fim de implementar estratégias e programas capazes de corrigir essa desorganização e melhorar as condições de trabalho e de atendimento. Instrumento de fundamental importância para o levantamento de problemas, o diagnóstico situacional fundamenta o planejamento estratégico situacional que permite desenvolver ações de saúde mais focais e efetivas em relação aos problemas encontrados. Identificar as necessidades de uma população permite estabelecer uma atenção fundamentada nos princípios básicos do SUS: UNIVERSALIDADE Todo cidadão tem direito a saúde e serviços. INTEGRALIDADE Todas as pessoas devem ser atendidas desde as suas necessidades básicas. EQUIDADE Toda pessoa é igual. Dessa forma, é garantido à população o fornecimento de um grupo articulado e ininterrupto de ações e serviços coletivos, preventivos e curativos, que são exigidos em cada caso para todos os níveis de complexidade de assistência. Os trabalhadores devem manter uma escuta ativa e qualificada da população na busca pelos cuidados em saúde, pois as necessidades de saúde de uma comunidade serão parâmetros para a realização das ações, tornando-as o centro de intervenções e práticas. PARA A REALIZAÇÃO DO DIAGNÓSTICO SITUACIONAL É NECESSÁRIO: CONHECER O TERRITÓRIO DE ABRANGÊNCIA A territorialização é uma ferramenta utilizada para a realização do mapeamento do território, identificando fragilidades, oportunidades, fraquezas e ameaças do território, além de levantar informações sobre a qualidade de vida da população da área. Com a demarcação territorial e a construção de mapas, o diagnóstico do problema, das necessidades e das situações de saúde permitirá identificar diversos elementos presentes no contexto social. PRODUZIR INFORMAÇÃO DE SAÚDE E PLANEJAMENTO Mediante os dados coletados, a gestão irá dispor de dados essenciais para planejar, executar e avaliar as ações de prevenção, controle e tratamento dos agravos e doenças, além de estabelecer prioridades de intervenção na comunidade. Os sistemas de informação, como o Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) e o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), auxiliam no diagnóstico das intervenções a serem realizadas. A investigação etiológica e a avaliação de tecnologias, programas e políticas também devem ser levados em consideração para formação do diagnóstico situacional. Neste vídeo, você conhecerá um pouco sobre Diagnóstico de situação local. DESAFIOS E MELHORIAS DA ASSISTÊNCIA EM SAÚDE O processo de acreditação é o instrumento primordial para a validação da qualidade em estabelecimentos de Saúde. É importante que os gestores busquem alternativas preventivas e corretivas que favoreçam a continuidade dos avanços em qualidade no setor da Saúde. O conceito de qualidade utilizado para as indústrias tem como foco: controle estatístico do processo, análise de causa e efeito, zero defeito, visão sistêmica do processo e foco na clientela. Já o conceito de qualidade utilizado para os serviços de Saúde visa à prevenção de doenças e à manutenção da saúde, até o seu restabelecimento. O gestor da qualidade depende da melhoria incessante dos processos para alcançar os padrões de excelência, além de depender da oferta de qualificações para uma melhor assistência ao paciente e da aceitabilidade dos serviços prestados. Não devemos olhar para a busca pela qualidade como uma questão de padrões ou inspeção, muito menos como um critério de avaliação para aceitar ou rejeitar profissionais. Deve-se enxergá-la como uma oportunidade para reduzir o desperdício e as complexidades desnecessárias. Isso será possível partindo de alguns métodos: 1 Melhoria da qualidade. 2 Ascensão a níveis de eficiência. 3 Satisfação do usuário. 4 Segurança. 5 Efetividade clínica. 6 Lucratividade. No que diz respeito à avaliação da qualidade em assistência em Saúde, três conceitos são importantes: ESTRUTURA Espera-se uma estrutura que se aproxime do que é adequado para o funcionamento dos serviços, viabilizando a prestação de uma assistência mais bem qualificada. Devem-se avaliar os recursos físicos, humanos, materiais e financeiros, minimamente necessários para prestar assistência em Saúde. PROCESSO Diz respeito a tudo que está diretamente relacionado ao tratamento do paciente e ao momento em que ele ocorre. Os processos estão ligados aos aspectos éticos da relação entre equipe de Saúde e paciente. Os resultados são obtidos a partir de padrões preestabelecidos que envolvem profissionais de Saúde e pacientes, obtendo, assim, a apreciaçãoda qualidade. RESULTADO Considerando saúde, satisfação e expectativa, é o objetivo final da assistência prestada. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), qualidade significa elevado nível de excelência profissional, eficiência no uso dos recursos, diminuição dos riscos para o paciente e elevado grau de satisfação por parte do paciente, tendo como resultados finais a saúde. Entretanto, para o alcance da qualidade, é importante destacar sete pilares: EFICIÊNCIA Mede o alcance das melhorias, as competências, a produtividade e o rendimento. EFICÁCIA Possibilita que o melhor possa ser feito nas condições mais favoráveis. EFETIVIDADE Capacidade de produzir melhoria na saúde, alcançada ou alcançável. OTIMIZAÇÃO Criação de condições mais favoráveis para algo ser desenvolvido. A otimização torna-se relevante à medida que os efeitos do cuidado da saúde não são avaliados em forma absoluta, mas relativamente aos custos. ACEITABILIDADE Adaptação aos cuidados desejados, expectativas e valores dos pacientes. É a qualidade, condição ou caráter do que é aceitável. LEGITIMIDADE Aceitação do cuidado da forma como é exposto à sociedade em geral. EQUIDADE Distribuição do cuidado e de seus benefícios de forma justa e razoável entre uma população. Um cuidado aceitável para o paciente e legítimo para a sociedade. ATENÇÃO É necessário que os gestores de Saúde promovam programas de qualificação contínua dentro das unidades, possibilitando a atualização dos profissionais frente às mudanças e às novas tecnologias. Desse modo, é possível elevar os benefícios da assistência prestada aos usuários e minimizar os malefícios dos serviços. Diante de todo esse cenário que exige qualidade nos serviços de assistência em Saúde, alguns desafios são encontrados, o que pode tornar o processo mais lento, mas não impossível de ser realizado. Alguns critérios são instituídos para que uma unidade de Saúde tenha sua qualidade certificada, entretanto, isso não impede que ações em busca da excelência sejam desenvolvidas. Nesse sentido, o conceito de qualidade deve ser utilizado para nortear essas ações. Imagem: Shutterstock.com A rotatividade de profissionais, a retenção econômica e a cultura organizacional são alguns aspectos que podem ser apontados como principais barreiras para a assistência em Saúde. A entrada e saída de trabalhadores exige investimento em educação permanente e contínua, portanto, as instituições devem elaborar cronogramas de capacitação para oferecer ao seu quadro de funcionários. Desse modo, a perspectiva de evolução técnica para seu colaborador será maior, viabilizando também possibilidades de crescimento dentro da própria instituição. Por sua vez, a barreira da cultura organizacional está relacionada à dificuldade em quebrar padrões anteriormente instituídos e introduzir novos pensamentos. Para superá-la, é necessário que os gestores sejam capazes de convencer as pessoas de que o cumprimento de padrões de qualificação contribui para o alcance de maiores eficiência, eficácia e efetividade de suas organizações. As limitações econômicas, por fim, restringem qualquer tipo de adesão por questões financeiras. Veremos a seguir os aspectos facilitadores para a melhoria da assistência em Saúde e os aspectos que podem dificultar a assistência em Saúde, trazendo desafios para a gestão local. 1. Equipe motivada. 2. Gestão clínica organizada. 3. Estrutura organizacional bem definida. 4. Administração compromissada. 5. Autonomia de profissionais para elaboração de feedback e implementação de novos processos. 6. Estrutura física adequada. 6. Estrutura física adequada. 7. Comunicação eficaz. 8. Gestão de risco estruturada. 9. Conscientização de profissionais em relação ao cumprimento das normas de segurança. 10. Assistência humanizada. 11. Educação continuada. 12. Lideranças instituídas e motivadas. 13. Cultura da qualidade e vigilância com notificação de eventos adversos e erros. 14. Implementação de modelo de gestão que vise à qualidade. 15. Monitoramento de indicadores de qualidade. 16. Envolvimento da equipe multiprofissional nos processos de trabalho. 17. Normatização e divulgação de protocolos. 18. Envolvimento e acolhimento de pacientes e familiares. Quadro: Aspectos facilitadores. Elaborado por: Raphaela Alves. Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal Imagem: Shutterstock.com Desafios da assistência. 1. Alta rotatividade de profissionais. 2. Processo de gestão de pessoas mal definido. 3. Gestão não qualificada. 4. Área física inadequada. 5. Deficiência em processos de trabalho. 6. Falta de gerência de risco. 7. Falta de envolvimento da equipe multiprofissional e da gestão. 8. Resistência para mudança de rotinas institucionais já instaladas. 9. Falha na comunicação. 10. Cultura de qualidade e segurança mal definida. 11. Má gestão dos recursos financeiros. 12. Instabilidade no clima organizacional. 13. Interferência de cultura econômica e organizacional. 14. Ausência de gerência dos indicadores da unidade. 15. Deficit pessoal. 16. Registros de atendimentos inadequados. 17. Baixa produção dos profissionais. 18. Restrição de orçamento. 19. Falta de insumos, materiais e equipamentos. 20. Falta de planejamento estratégico. 21. Falta de política, programas, diretrizes e protocolos institucionais. 22. Falha no sistema de informações. 23. Sobrecarga de serviços. 24. Falta de visão organizacional e sistêmica. Quadro: Desafios e aspectos dificultadores. Elaborado por: Raphaela Alves. Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal Essas informações possibilitam ao gestor traçar as forças e as fraquezas da instituição, propiciando a busca por estratégias gerenciais que tornem o ambiente de trabalho mais organizado e fortalecido e que assegurem serviços mais qualificados. VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. O OBJETIVO DO DIAGNÓSTICO SITUACIONAL É: A) Conhecer os problemas e as necessidades sociais. B) Definir quais profissionais estão capacitados para o trabalho. C) Identificar as atribuições do gestor. D) Tornar o ambiente de trabalho mais agradável. E) Realizar de busca ativa dos usuários. 2. SÃO MÉTODOS UTILIZADOS PARA BUSCA PELA MELHORIA DA QUALIDADE EM SERVIÇOS DE SAÚDE, EXCETO: A) Segurança B) Insatisfação do paciente C) Efetividade clínica D) Lucratividade E) Ascensão a níveis de eficiência GABARITO 1. O objetivo do diagnóstico situacional é: A alternativa "A " está correta. O diagnóstico situacional faz um levantamento das condições de saúde de uma determinada população, possibilitando o conhecimento dos problemas e das necessidades sociais. 2. São métodos utilizados para busca pela melhoria da qualidade em serviços de Saúde, exceto: A alternativa "B " está correta. A satisfação do paciente é um índice avaliado para melhoria da qualidade. CONCLUSÃO CONSIDERAÇÕES FINAIS Vimos neste conteúdo que o gestor é o profissional responsável por administrar os recursos humanos, financeiros, sanitários e logísticos de estabelecimentos de Saúde, sejam eles privados ou públicos. O ato de gerenciar deve estar baseado em uma comunicação eficaz e uma gestão vertical ou horizontal — a depender das necessidades encontradas — dentro e fora da unidade de Saúde. O gestor desenvolve diversos papéis no seu cotidiano, que devem estar sempre alinhados para um melhor resultado. As características da gestão impactam de forma significativa no desenvolvimento da unidade, por isso, é importante que o gestor seja comunicativo, negocie bem, tenha controle dos processos, seja organizado e, ainda, faça conexões com os usuários para entender o que será mais bem implementado para a população. Nesse sentido, na gerência do cuidado e do serviço, devem-se elaborar mecanismos de articulação entre as equipes para um melhor cuidado a ser prestado para uma determinada comunidade. Para desburocratizaro acesso, os sistemas de Saúde devem ser organizados de forma que favoreçam tanto a equipe de Saúde como o usuário. Para finalizar, o diagnóstico situacional, somado ao mapeamento territorial, é uma ferramenta potente, pois possibilita a construção de medidas voltadas para as necessidades da comunidade de forma individualizada. Profissionais, usuários e serviços devem construir uma escuta qualificada, de forma a produzir ações centradas nas necessidades da população. AVALIAÇÃO DO TEMA: REFERÊNCIAS ASSISTÊNCIA. In: Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa. 3. ed. Rio de Janeiro: Positivo, 2004. CARVALHO, C. O. M. de; SARDENBERG, C.; MATOS, A. C. de C.; CENDOROGLO NETO, M.; SANTOS, B. F. C. dos. Qualidade em Saúde: conceitos, desafios e perspectivas. Jornal Brasileiro de Nefrologia, São Paulo, v. 26, n. 4, dez. 2004, p. 216-222. CECÍLIO, L. C. de O.; MERHY, E. E. A integralidade do cuidado como eixo da gestão hospitalar. Campinas: [s.n.], 2003. CHIAVENATO, I. Introdução à Teoria Geral da Administração: uma visão abrangente e moderna da administração das organizações. 3. ed. compacta. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004. FERREIRA, A. B. H. Novo dicionário da língua portuguesa. 2. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2004. MENDES, E. V. As redes de atenção à Saúde. Brasília: Organização Pan-Americana da Saúde, 2011. MINTZBERG, H. Managing: desvendando o dia a dia da gestão. Porto Alegre: Bookman, 2010. SEIXAS, M. A. S.; MELO, H. T. de. Desafios do administrador hospitalar. Revista Gestão e Planejamento, Salvador, ano 5, n. 9. jan./jun. 2004, p. 16-20. Consultado na Internet em: 28 abr. 2021. EXPLORE+ Para saber mais sobre os assuntos tratados neste conteúdo, leia: A Portaria n.º 4.279, de 30 de dezembro de 2010. O artigo “Qualidade em Saúde: Conceitos, Desafios e Perspectivas”, de Cristiane O. Mocelin de Carvalho e colaboradores, publicado no Jornal Brasileiro de Nefrologia. O artigo “Gerência dos Serviços de Saúde”, de Luciano A. Prates Junqueira, Portal SciELO. A ficha de registro do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), disponível no Portal da Vigilância em Saúde, da Secretaria de Estado de Saúde em Minas Gerais. CONTEUDISTA Raphaela Alves Cipriano