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5 DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO

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Com a Reforma trabalhista estabeleceu-se que
para ser beneficiário da justiça gratuita, deve-se
receber salário igual ou inferior a 40% do limite
máximo dos benefícios do Regime Geral da
Previdência Social. Ou, será concedida à parte
que comprovar hipossuficiência de recursos para
o pagamento das custas processuais.
Permite-se que tanto a pessoa física, quanto a
pessoa jurídica possa pleitear o benefício da
Justiça Gratuita.
 
Nos termos da Súm. 463 do TST, a partir de
26/06/2017, para a concessão do benefício da
Justiça Gratuita à pessoa natural, basta a
declaração de hipossuficiência econômica
firmada pela parte ou por seu advogado, desde
que munido de procuração com poderes
específicos para esse fim. No caso da pessoa
jurídica não basta a mera declaração, é
necessária a demonstração cabal de
impossibilidade de a parte arcar com as despesas
do processo.
Com a Reforma Trabalhista o Beneficiário da
Justiça Gratuita passou a arcar com:
a. honorários periciais se for sucumbente no
objeto da perícia e receber alguma coisa no
processo ou em outro processo (nos casos do art.
790 – B, § 4°).
BENEFÍCIO DA JUSTIÇA GRATUITA
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b. honorários advocatícios se sucumbente e receber algo
no processo ou em outro processo, em não recebendo
ficará suspenso por 2 anos (nos casos do art. 791 – A, §
4°).
c. custas processuais para ajuizar nova demanda no caso
de arquivamento pelo não comparecimento à audiência
inaugural (art. 884, § 3°).
O STF declarou inconstitucional a expressão “desde que
não tenha obtido em juízo, ainda que em outro processo,
créditos capazes de suportar a despesa” no art. 791 – A,
§ 4°. Com isso, o beneficiário da justiça gratuita, quando
vencido, terá sob condição suspensiva pelo prazo de 2
anos o pagamento dos honorários de sucumbência, não
havendo o pagamento desses honorários pelo simples
recebimento de créditos em processos judiciais (ADI
5766).
O STF declarou inconstitucional a expressão “ainda que
beneficiário da justiça gratuita” no art. 790 – B. Com
isso, a parte beneficiária da justiça gratuita, mesmo
quando for sucumbente no objeto da perícia, não será
condenada ao pagamento dos honorários periciais.
Também foi declarado inconstitucional o art. 790 – B, §
4°, de forma que a União deverá arcar com os honorários
periciais quando a parte sucumbente no objeto da perícia
for beneficiária da justiça gratuita, assim como era antes
da Reforma Trabalhista (ADI ADI 5766).
O benefício da justiça gratuita poderá ser concedido a
qualquer tempo e grau de jurisdição, podendo ser
concedido de ofício ou por requerimento.
 
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Em regra, as custas processuais são pagas após o trânsito
em julgado. No entanto, com a interposição do recurso,
as custas processuais passam a ser consideradas um
pressuposto recursal. Caso o Benefício da Justiça gratuita
seja requerido na fase recursal, deverá ser requerido
dentro do recurso. Nos termos da OJ 269, II da SDI I do
TST, indeferido o requerimento de justiça gratuita
formulado na fase recursal, cumpre ao relator fixar prazo
para que o recorrente efetue o preparo.
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Trata-se do gênero que engloba as custas
processuais e os emolumentos, assim como
outras despesas processuais. 
As custas processuais são as taxas devidas em
decorrência do exercício da jurisdição. 
Os emolumentos são os gastos não ligados ao
exercício da jurisdição, são reembolsos feitos ao
Estado em virtude de custos não ligados à
atividade jurisdicional.
Em outras despesas sem encaixam o pagamento
dos honorários do perito, intérprete judicial, etc.
Doutrina defende que os honorários advocatícios
não possuem natureza de custas processuais,
pois possuem natureza alimentar e são de
titularidade do advogado. 
O art. 789 da CLT estabelece as custas
processuais na fase de conhecimento, no importe
de 2% sobre o valor da condenação, do valor do
acordo, do valor da causa (extinção do processo
sem resolução do mérito, improcedência,
procedência de pedido declaratório,
constitutivo), do valor que o juiz definir (quando
indeterminado) ou pelo valor arbitrado na
decisão (em dissídio coletivo).
Nas ações plúrimas, para o cálculo das custas
processuais, será levado em conta o montante
total sobre o valor da condenação (Súm. 36 do
TST).
DESPESAS PROCESSUAIS
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Nos termos do caput do art. 789 da CLT o valor do
pagamento mínimo de custas é de R$ 10,64, o valor
máximo é de 4 vezes o teto do Regime Geral da
Previdência Social. 
Nos termos do art. 789 – A as custas na fase de execução
são em montante fixo, em regra. 
Os emolumentos também são estabelecidos em
parâmetros fixos, nos termos do art. 789 – B da CLT. 
 
Na fase de conhecimento, as custas processuais serão
pagas por aquele que deu causa indevida à
movimentação do Poder Judiciário. Quando
improcedentes os pedidos ou extinto o processo sem
resolução de mérito, as custas serão pagas pelo
reclamante. Quando procedentes os pedidos, as custas
serão pagas pelo reclamado, ainda que se trate de
procedência parcial, não havendo que se falar em
sucumbência recíproca. 
 
Nos dissídios coletivos o pagamento das custas será feita
por todas as partes vencidas, solidariamente. 
 
Tratando-se de beneficiário da Justiça Gratuita assistido
por sindicato, não haverá a necessidade do pagamento
das custas processuais. Porém, se não beneficiário da
justiça gratuita terá de pagar as custas processuais, de
forma solidária com o sindicato.
Na fase de execução o pagamento das custas será feito
sempre pelo executado. 
No caso dos emolumentos, o pagamento será feito por
aquele que irá se beneficiar dos atos processuais. 
 
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No Processo do Trabalho, na fase de conhecimento, as
custas processuais serão pagas após o trânsito em
julgado. Havendo interposição de recurso, as custas
processuais se transformam em pressuposto processual,
devendo as custas serem pagas no prazo do recurso, sob
pena de deserção. 
No caso de interposição do recurso com o pagamento
não integral das custas processuais, o art. 1007, § 2° do
CPC determina que seja concedido o prazo de 5 dias para
integralização do valor (OJ 140, SDI – I do TST). Quando
o recurso é interposto sem o pagamento das custas
processuais, deve-se permitir o pagamento das custas
processuais em dobro, nos termos do art. 1007, § 4° do
CPC. 
Aquele que requerer o benefício da justiça gratuita não
pagará as custas processuais no momento de
interposição do recurso, caso o Tribunal não reconheça o
benefício da justiça gratuita será concedido o prazo de 5
dias para o seu pagamento.
No Processo do Trabalho não há antecipação das custas
processuais. 
Na fase de execução, as custas somente serão pagas ao
final do processo. As custas não são pressupostos
recursais. 
 
São isentos do pagamento das custas processuais:
a) beneficiário da Justiça Gratuita
b) União, Estados, DF, os Municípios e respectivas
autarquias e fundações públicas que não explorem
atividade econômica.
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c) Ministério Público do Trabalho.
d) Empresas Brasileira de Correios e Telégrafos e
Hospital das Clínicas de Porto Alegre.
e) Estados estrangeiros, missões diplomáticas e
repartições consulares. 
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Os atos processuais são, em regra, públicos.
Excepcionalmente os atos processuais decorrerão
em segredo de justiça, concedido para preservar
um interesse social, nos termos do art. 770 da
CLT. 
Os atos processuais serão praticados, em regra,
das 06h às 20h nos dias úteis. Não serão das
úteis, sábados, domingos feriados e sem
expediente forense. Ocorre que nos termos do
art. 770, parágrafo único, a penhora poderá ser
realizada nos domingos, desde que devidamente
autorizada pelo juiz. O CPC no seu art. 212, § 2°
diz que na citação, intimação e penhora esses
atos processuais podem ser realizados em dias
não úteis, pois se tratam de atos externos.
Doutrina moderna entende que a penhora aos
domingos no Processodo Trabalho não depende
de autorização judicial.
As audiências poderão ser realizadas das 08h às
18h, com no máximo 5 horas de duração, salvo
necessidade de se praticar atos urgentes.
Sessões nos Tribunais ocorrem das 14h às 18h,
salvo prorrogação pelo Presidente da Turma. 
Nos meios eletrônicos os atos processuais podem
ser praticados até as 23h59min do dia final. 
 
ATOS PROCESSUAIS
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A comunicação dos atos processuais poderá ser
entre juízos ou entre o juízo e as partes.
A comunicação entre juízos poderá ser de quatro
formas (art. 237, CPC): carta de ordem, carta
precatória, carta rogatória e carta arbitral.
A carta de ordem ocorre quando há hierarquia
funcional entre juízos, havendo uma
determinação do órgão superior
hierarquicamente.
Na carta precatória há uma comunicação entre
juízos que não possuem hierarquia funcional
entre eles.
Na carta rogatória um juízo brasileiro expede
uma comunicação para um juízo de um estado
estrangeiro. 
A carta arbitral é utilizada para comunicação do
juízo arbitral para com órgão do poder judiciário. 
A comunicação do juízo para com as partes se dá
através da intimação ou da citação. 
Nos termos do art. 238 a citação é o ato pelo
qual se chama o réu, executado ou interessado
para integrar a relação processual, ocasionando a
sua validade. 
A intimação é a ciência dos demais atos
existentes no processo. 
 
COMUNICAÇÃO DOS ATOS PROCESSUAIS
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No Processo do Trabalho a CLT não diferenciou a
intimação da citação, chamando ambas de notificação.
1. Citação
São formas de citação:
a. citação via postal: trata-se da regra no Processo do
Trabalho no processo de conhecimento, ocorre pelo
Correio. Trata-se de uma citação impessoal, basta a sua
chegada no endereço do destinatário, presumindo-se o
seu recebimento. 
Observação. Nos termos da Súm. 16 do TST, presume-se
recebida a notificação 48 horas depois de sua postagem.
O seu não recebimento ou a entrega após o decurso
desse prazo constitui ônus de prova do destinatário. 
b. citação por edital: trata-se de citação por modalidade
ficta, é aquela em que se publica no Diário Oficial a
citação. A citação por edital somente pode ser feita na
fase de conhecimento quando o réu cria embaraços para
o recebimento da citação ou quando o sujeito não é
encontrado, na fase de execução a citação por edital
somente poderá ser possível quando o réu é procurado
por duas vezes no prazo de 48 horas e não é encontrado.
Observação. No Procedimento Sumaríssimo não há
citação por edital (art. 852 – B, II, CLT).
Observação. Parte da doutrina defende que esse
dispositivo viola o Princípio do acesso ao judiciário,
tratando-se de dispositivo inconstitucional o art. art. 852
– B, II, CLT. Outra parte da doutrina defende que o rito
sumaríssimo deve ser transformado em rito ordinário,
sendo viabilizada a citação por edital.
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c. citação por oficial de justiça: trata-se de regra no
processo de execução, nos termos do art. 880 da CLT. 
Observação. Parte da doutrina entende assim como no
processo civil não se exige a citação por oficial de
justiça na fase de execução, havendo somente a
necessidade de uma mera intimação no Processo do
Trabalho. 
Observação. A Fazenda Pública deverá ser citada por
meio de Oficial de Justiça. 
Observação. O MPT deverá ser citada por Oficial de
Justiça no Processo do Trabalho. 
d. citação por meio eletrônico: implementada pela Lei
11.419/2006, poderá ocorrer em todos os processos,
inclusive aqueles em que está presente a Fazenda
Pública e o MPT. As empresas públicas e privadas são
obrigadas a manter cadastro junto aos sistemas de
processo em autos eletrônicos, para efeito de
recebimento de citações e intimações (art. 246, CPC), a
exigência desse cadastro não se aplica às microempresas
e empresas de pequeno porte. O cumprimento de tal
obrigação deve ocorrer, no prazo de 30 dias, a contar da
data de inscrição do ato constitutivo da pessoa jurídica,
perante o juízo onde tenham sede ou filial. 
2. Intimação
A intimação poderá ser feita das seguintes maneiras:
a. intimação por diário oficial na pessoa do advogado
constituído: trata-se da regra, havendo uma publicação
no diário oficial. 
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Observação. O art. 272, § 5° do CPC diz que caso um dos
advogados peça que as intimações sejam realizadas em
seu nome, caso seja realizada em nome de outro haverá
nulidade. 
b. intimação por via postal ou por oficial de justiça:
ocorrerá diante do jus postulandi ou quando o próprio
juiz determinar.
c. intimação na audiência: as partes serão intimadas na
própria audiência. 
 
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São modalidades de prazos processuais: 
a. legais: são aqueles que estão descritos na
própria lei.
b. judiciais: são aqueles estabelecidos pelo juiz. 
c. convencionais: são aqueles estabelecidos pelas
partes em comum acordo.
Na contagem dos prazos processuais, exclui-se o
dia da ciência e inclui-se o dia do vencimento.
Os prazos processuais são contados em dias úteis
(com exceção de dias sem expediente forense,
feriados, sábados e domingos) nos termos do art.
775 da CLT. 
 
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PRAZOS PROCESSUAIS
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