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SISTEMA DE ENSINO
DIREITO 
PROCESSUAL 
CIVIL
Honorários Advocatícios. Gratuidade de 
Justiça
Livro Eletrônico
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Lídia Marangon
Honorários Advocatícios. Gratuidade de Justiça
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Honorários Advocatícios e Gratuidade de Justiça . .................................................................3
Despesas Processuais ...............................................................................................................4
Honorários Advocatícios ........................................................................................................ 12
Justiça Gratuita . ...................................................................................................................... 31
Questões de Concurso . ...........................................................................................................46
Gabarito . ..................................................................................................................................56
Gabarito Comentado ................................................................................................................57
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Honorários Advocatícios. Gratuidade de Justiça
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS E GRATUIDADE DE JUSTIÇA
Apresentação
Olá, querido(a) aluno(a)! Tudo bem com você? Espero que sim. O foco está firme e forte 
por aí? Vou contar uma coisa para você. Quando eu me preparava para concursos, a parte que 
eu mais gostava era a leitura dos materiais escritos. Adorava porque sempre achei a leitura 
leve e descontraída e é isso que eu procuro repassar para você. Hoje sou muito grata por ser 
professora e poder retribuir ao universo o que ele me proporcionou. E uma forma de fazer isso 
é passando o conhecimento.
Lembro até hoje o dia em que a chave virou para mim e que eu decidi que iria passar em 
concurso público. Esse exercício mental foi fundamental. Foi uma decisão de vida e não me 
arrependo jamais.
Você que ainda está na luta tem que ter na mente que esse esforço é passageiro. Em breve 
seu nome estará no diário oficial.
Vamos para mais uma aula? Confessa que Processo Civil é a melhor matéria (risos).
Nesta aula, abordaremos o seguinte ponto:
1. Despesas Processuais.
2. Honorários Advocatícios.
3. Gratuidade da Justiça.
Boa aula!
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Honorários Advocatícios. Gratuidade de Justiça
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Despesas processuais
A primeira coisa que devemos nos perguntar quando estudamos despesas processuais é: 
“o que elas compreendem?”. A partir daí, podemos passar para os próximos passos.
As despesas processuais compreendem todos os gastos realizados pelos sujeitos pro-
cessuais durante o curso do processo.
Dentre as despesas, podemos relacionar:
• Custas dos atos processuais;
• Indenização de viagem;
• Remuneração do assistente técnico;
• Diária de testemunha.
Professora, mas eu sempre confundo os termos despesas processuais e custas judiciais. 
Essas expressões são sinônimas?
Não! As custas processuais têm natureza jurídica de taxa e tem como fato gerador a pres-
tação de um serviço público, que é a atividade jurisdicional. Aquela prevista lá no artigo 77 do 
Código Tributário Nacional? Isso mesmo. Confira:
Art. 77 CTN. As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municí-
pios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício regular do po-
der de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado 
ao contribuinte ou posto à sua disposição.
As despesas processuais, por outro lado, por ser um conceito mais amplo, abarcam as 
custas processuais.
Ótimo. Agora entendi.
Que bom. Fico feliz!
A regra geral é que o pagamento das despesas processuais se dê de forma antecipada 
pela parte que realizar o ato ou requerer a realização do ato. Por exemplo: se eu quero interpor 
um recurso, devo pagar o preparo. Confira:
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Art. 82 CPC. Salvo as disposições concernentes à gratuidade da justiça, incumbe às partes pro-
ver as despesas dos atos que realizarem ou requererem no processo, antecipando-lhes o pa-
gamento, desde o início até a sentença final ou, na execução, até a plena satisfação do direito 
reconhecido no título.
Agora eu que tenho uma pergunta para você: Todos os sujeitos do processo são obriga-
dos ao pagamento antecipado das despesas processuais?
Não. Estão dispensados desse pagamento antecipado, por exemplo:
• O Ministério Público.
• A Fazenda Pública.
• A Defensoria Pública.
Confira:
Art. 91 CPC. As despesas dos atos processuais praticados a requerimento da Fazenda Pública, do 
Ministério Público ou da Defensoria Pública serão pagas ao final pelo vencido.
Isso significa que o MP, a Fazenda Pública e a Defensoria Pública estão livres do paga-
mento das despesas processuais?
Não! Significa apenas que pagarão ao final se forem vencidos na demanda. Estão livres 
apenas quanto ao adiantamento. Entendido?
Mas veja que o STJ abriu exceção, por exemplo, quando editou a Súmula n. 190 e deter-
minou o adiantamento pela Fazenda Pública quando ao custeio das despesas de transporte 
dos oficiais de justiça, na execução fiscal. Confira:
Súmula n. 190 STJ: Na execução fiscal, processada perante a Justiça Estadual, cumpre à 
Fazenda Pública antecipar o numerário destinado ao custeio das despesas com o trans-
porte dos oficiais de justiça.
No caso de realização de perícias, se elas forem requeridas pela Fazenda Pública, pelo 
Ministério Público ou pela Defensoria Pública poderão ser realizadas por entidade pública ou, 
havendo previsão orçamentária, ter os valores adiantados por aquele que requerer a prova.
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E se não houver essa previsão orçamentária? Não havendo previsão orçamentária no 
exercício financeiro para adiantamento dos honorários periciais, eles serão pagos no exercí-
cio seguinte ou ao final, pelo vencido, caso o processo se encerre antes do adiantamento a ser 
feito pelo ente público, conforme o disposto no artigo 91 § 2º do CPC.
Vale a pena conferir também o teor da Súmula n. 232 do STJ:
Súmula n. 232 STJ - A Fazenda Pública, quando parte no processo, fica sujeita à exigên-
cia do depósito prévio dos honorários do perito.
E se a perícia for requerida pela parte?
Nessa hipótese, a remuneração do perito deve adiantada pela parte que houver requerido 
a perícia ou rateada quando a perícia for determinada de ofício ou requerida por ambas as 
partes. Veja o que diz o artigo 95 do CPC:
Art. 95 CPC. Cada parte adiantará a remuneração do assistente técnico que houver indicado, sen-
do a do perito adiantada pela parte que houver requerido a perícia ou rateada quando a perícia for 
determinada de ofício ou requerida por ambas as partes.
Entendi, professora. Mas e se a parte que requereu a perícia for beneficiário da justiça 
gratuita?
Nessa hipótese podemos ter duas situações:
A perícia poderá ser (art. 95, § 3º, I e II CPC):
• Custeada com recursos alocados no orçamento do ente público e realizada por servi-
dor do Poder Judiciário ou por órgão público conveniado;
• Paga com recursos alocados no orçamento da União, do Estado ou do Distrito Federal, no 
caso de ser realizada por particular, hipótese em que o valor será fixado conforme tabela 
do tribunal respectivo ou, em casode sua omissão, do Conselho Nacional de Justiça.
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Já que estamos falando de beneficiário da justiça gratuita, quero saber o seguinte: é pos-
sível utilizar os recursos do fundo de custeio da Defensoria Pública para o a pagamento da 
remuneração do perito quando a perícia for requerida por beneficiário da justiça gratuita?
Não é possível por previsão expressa no CPC. Confira:
Art. 95, § 5º CPC. Para fins de aplicação do § 3º, é vedada a utilização de recursos do fundo de 
custeio da Defensoria Pública.
Observe também que os sujeitos considerados hipossuficientes fazem jus ao benefício da 
gratuidade da justiça e estão dispensados do adiantamento das despesas.
Mas estes podem ser condenados ao pagamento das despesas ao final do processo se 
forem sucumbentes?
Podem! Mas a exigibilidade do pagamento fica suspensa pelo prazo de cinco anos conta-
dos do trânsito em julgado da decisão final. Não esqueça!
Vamos lá!
E se o Ministério Público estiver atuando no processo como fiscal da ordem jurídica e 
requerer a realização de um ato processual ou mesmo o juiz determinar a realização do 
ato de ofício? Quem adianta o pagamento das despesas?
O autor! Veja:
Art. 82 § 1º CPC. Incumbe ao autor adiantar as despesas relativas a ato cuja realização o juiz de-
terminar de ofício ou a requerimento do Ministério Público, quando sua intervenção ocorrer como 
fiscal da ordem jurídica.
Mas obviamente, se o autor for o vencedor da demanda, a sentença condenará o vencido 
a pagar ao vencedor as despesas que ele antecipou, conforme o disposto no Art. 82 § 2º CPC:
Art. 82 § 2º CPC. A sentença condenará o vencido a pagar ao vencedor as despesas que antecipou.
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Agora preste atenção! O STJ já se posicionou no sentido de que os honorários advoca-
tícios contratuais não se incluem nas despesas processuais do art. 82, § 2º, do CPC. Isso 
significa que somente os honorários sucumbenciais é que estão incluídos nessa condena-
ção, tudo bem?
Vamos ler o julgado:
Os honorários advocatícios contratuais não se incluem nas despesas processuais do 
art. 20 do CPC/1973.
Destaca-se, inicialmente, que o art. 20 do CPC/1973, ao tratar do custo do processo, 
imputou ao vencido, com base nos princípios da causalidade e da sucumbência, a res-
ponsabilidade final pelo pagamento dos gastos endoprocessuais, ou seja, aqueles neces-
sários à formação, desenvolvimento e extinção do processo. Os gastos extraprocessu-
ais – aqueles realizados fora do processo –, ainda que assumidos em razão dele, não 
se incluem dentre aquelas despesas às quais faz alusão o art. 20 do CPC/1973, motivo 
pelo qual nelas não estão contidos os honorários contratuais, convencionados entre o 
advogado e o seu cliente, mesmo quando este vence a demanda. Assim, os honorários 
advocatícios contratuais não se incluem na rubrica despesas processuais do art. 20 do 
CPC/1973, cabendo, pois, ao advogado buscar a via judicial adequada para exercer a sua 
pretensão de cobrança das respectivas verbas.
REsp 1.571.818-MG, DJe 15/10/2018 (Informativo n. 636).
Veja que o julgado é de 2018 e se refere ao CPC de 1973, mas continua sendo perfeita-
mente aplicável ao CPC de 2015.
Ótimo. Agora imagine a seguinte situação. O juiz, no dispositivo da sentença, condenou o 
vencido ao pagamento das custas processuais.
É possível incluir na cobrança os honorários periciais?
É sim. O STJ também já se manifestou no sentido de que mesmo que o dispositivo da sen-
tença mencione apenas a condenação em custas processuais, é possível incluir a cobrança 
dos honorários periciais.
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Vamos conferir?
É adequada a inclusão dos honorários periciais em conta de liquidação quando o dispo-
sitivo da sentença com trânsito em julgado condena o vencido, genericamente, ao paga-
mento de custas processuais.
EREsp 1.519.445-RJ DJe 10/10/2018. (Informativo n. 635).
Você concorda que pode acontecer uma situação em que cada litigante seja em parte 
vencedor e vencido ao mesmo tempo? Nesse caso, como fica o pagamento das des-
pesas? Nessa situação, as despesas serão proporcionalmente distribuídas entre eles. É 
justo, não é?
Veja o que diz o artigo 86 do CPC.
Art. 86 CPC. Se cada litigante for, em parte, vencedor e vencido, serão proporcionalmente distribu-
ídas entre eles as despesas.
Mas essa distribuição proporcional das despesas sempre ocorre?
Não. Veja que se um litigante sucumbir em parte mínima do pedido, o outro responderá, 
por inteiro, pelas despesas e pelos honorários.
Art. 86. Parágrafo único. CPC. Se um litigante sucumbir em parte mínima do pedido, o outro res-
ponderá, por inteiro, pelas despesas e pelos honorários.
E nos procedimentos de jurisdição voluntária, professora? Também há o pagamento de 
despesas?
Há sim. E nesse caso, as despesas serão adiantadas pelo requerente e rateadas entre os 
interessados.
Art. 88 CPC. Nos procedimentos de jurisdição voluntária, as despesas serão adiantadas pelo re-
querente e rateadas entre os interessados.
E nos juízos divisórios? De quem é a responsabilidade pelo pagamento das despesas?
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Depende. Primeiro você precisa verificar se há ou não litígio. Se não houver, os interessa-
dos pagarão as despesas proporcionalmente a seus quinhões. Se houver, seguimos a regra 
geral da sucumbência, ou seja, o vencido paga.
Confira:
Art. 89 CPC. Nos juízos divisórios, não havendo litígio, os interessados pagarão as despesas pro-
porcionalmente a seus quinhões.
Professora, e se num processo as partes resolvem fazer uma transação? Quem se res-
ponsabilizará pelo pagamento das despesas processuais?
Essa é fácil. É só você ir para a lógica. Veja primeiro se na própria transação as partes 
trataram dessa responsabilidade. Se tiverem tratado, vale o que está na transação. Se não 
tiverem tratado sobre isso na transação, as despesas são divididas igualmente, tudo bem?
Art. 90, § 2º CPC. Havendo transação e nada tendo as partes disposto quanto às despesas, estas 
serão divididas igualmente.
Ahhh! E para incentivar a transação, o CPC trouxe a seguinte regra:
Art. 90, § 3º CPC. Se a transação ocorrer antes da sentença, as partes ficam dispensadas do paga-
mento das custas processuais remanescentes, se houver.
Agora vamos estudar o artigo 83 do CPC. Primeiro vamos verificar sua redação:
Art. 83, CPC. O autor, brasileiro ou estrangeiro, que residir fora do Brasil ou deixar de residir no país 
ao longo da tramitação de processo prestará caução suficiente ao pagamento das custas e dos 
honorários de advogado da parte contrária nas ações que propuser, se não tiver no Brasil bens 
imóveis que lhes assegurem o pagamento.
§ 1º Não se exigirá a caução de que trata o caput :
I – quando houver dispensa prevista em acordo ou tratado internacional de que o Brasil faz parte;
II – na execução fundada em título extrajudicial e no cumprimento de sentença;
III – na reconvenção.
§ 2º Verificando-se no trâmite do processo que se desfalcou a garantia, poderá o interessado exigir 
reforço da caução, justificando seu pedido com a indicação da depreciação do bem dado em ga-
rantia e a importância do reforço que pretende obter.
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O objetivo principal desse artigo é evitar o abuso do direito de ação por parte do autor 
que passe a residir no exterior ou já resida lá ao ajuizar a ação. Por isso, é, em regra, exigida 
caução para garantir o pagamento das custas processuais e honorários advocatícios. O STJ 
já afirmou, certa vez, que se trata de uma espécie de fiança processual (EREsp 179.147/SP).
Mas perceba que o § 1º traz as situações que dispensam a caução. No caso do inciso II, 
o legislador entendeu que já existe uma presunção de certeza em relação à prestação, pela 
existência do título. No caso do inciso III (reconvenção), a dispensa da caução se dá porque, 
na verdade, já houve o adiantamento das despesas pelo autor.
Com relação a esse assunto, o STJ já entendeu que não é necessária a prestação de cau-
ção para o ajuizamento de ação por sociedade empresarial estrangeira devidamente repre-
sentada no Brasil.
Como assim, professora?
Veja um exemplo: A empresa estrangeira ABC International que possui uma agência de repre-
sentação no Brasil ajuizou, na justiça brasileira, uma ação de cobrança. Nesse caso, deverá 
prestar a caução do artigo 83 do CPC? Não, porque para o nosso ordenamento jurídico, essa 
empresa é considerada como domiciliada no território nacional. Vamos conferir o julgado?
O sistema processual brasileiro, por cautela, exige a prestação de caução para a empresa 
estrangeira litigar no Brasil, se não dispuser de bens suficientes para suportar os ônus de 
eventual sucumbência. Na verdade, é uma espécie de fiança processual para não tornar 
melhor a sorte dos que demandam no Brasil, residindo fora, ou dele retirando-se, pendente 
a lide, pois, se tal não se estabelecesse, o autor, nessas condições, perdendo a ação, estaria 
incólume aos prejuízos causados ao demandado (EREsp 179.147/SP, Rel. Min. Humberto 
Gomes de Barros, Corte Especial, julgado em 1º/8/2000, DJ 30/10/2000). Entretanto, nos 
termos do art. 88, I, parágrafo único, do CPC/1973 (correspondente ao art. 21, I, parágrafo 
único, do NCPC), considera-se domiciliada no território nacional a pessoa jurídica estran-
geira que tiver agência, filial ou sucursal estabelecida no Brasil. Desse modo, a sociedade 
empresarial estrangeira com representante no Brasil não precisa pagar caução para agir 
em juízo. REsp 1.584.441-SP, DJe 31/08/2018 (Informativo n. 632).
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Honorários Advocatícios. Gratuidade de Justiça
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Honorários aDvocatícios
Agora vamos falar de coisa boa? Money, dinheiro, bufunfa, grana, cascalho (risos)!
Há duas espécies de honorários advocatícios: os contratuais e os sucumbenciais. Os 
contratuais são aqueles que decorrem do negócio jurídico celebrado entre o advogado e os 
sucumbenciais são os decorrentes do êxito na demanda e são fixados pelo magistrado.
Segundo Daniel Amorim Assumpção Neves, “os honorários advocatícios constituem a 
remuneração devida aos advogados em razão de prestação de serviços jurídicos, tanto em 
atividade consultiva como processual”.
Não esqueça de um ponto importante ao estudar os honorários advocatícios: a sua natu-
reza alimentar. E tem previsão expressa nesse sentido, professora? Tem sim. Veja:
Art. 85 § 14 CPC. Os honorários constituem direito do advogado e têm natureza alimentar, com os 
mesmos privilégios dos créditos oriundos da legislação do trabalho, sendo vedada a compensação 
em caso de sucumbência parcial.
Também temos uma súmula vinculante nesse sentido:
Súmula Vinculante n. 47: Os honorários advocatícios incluídos na condenação ou des-
tacados do montante principal devido ao credor consubstanciam verba de natureza ali-
mentar cuja satisfação ocorrerá com a expedição de precatório ou requisição de pequeno 
valor, observada ordem especial restrita aos créditos dessa natureza.
O CPC trata dos honorários advocatícios a partir do artigo 85 e adota, como regra, o princí-
pio da sucumbência como critério determinante da condenação ao pagamento de honorários 
advocatícios. Por isso que o artigo 85 do CPC afirma que a sentença (nesse caso, compreen-
dida como ato decisório definitivo) condenará o vencido a pagar honorários ao advogado do 
vencedor.
Art. 85 CPC. A sentença condenará o vencido a pagar honorários ao advogado do vencedor.
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No entanto, não esqueça que nem sempre a sucumbência é determinante para a conde-
nação. 
Como assim, professora? 
É que em algumas situações devemos utilizar o princípio da causalidade, de forma que a 
parte, mesmo vencedora, seja condenada ao pagamento de honorários ao advogado da parte 
vencida por ter sido responsável pela existência do processo.
Por causalidade, temos a ideia de que aquele que causou, indevidamente, a necessidade 
da outra parte de ir ao judiciário para ter seus direitos reconhecidos, deve ser o responsável 
pelo pagamento dos honorários, mesmo que seja o vitorioso na demanda.
O STJ, por exemplo, já entendeu que nos Embargos de Terceiro cujo pedido foi acolhi-
do para desconstituir a constrição judicial, os honorários advocatícios serão arbitrados com 
base no princípio da causalidade, responsabilizando-se o atual proprietário (embargante), se 
este não atualizou os dados cadastrais. Os encargos de sucumbência serão suportados pela 
parte embargada, porém, na hipótese em que esta, depois de tomar ciência da transmissão 
do bem, apresentar ou insistir na impugnação ou recurso para manter a penhora sobre o bem 
cujo domínio foi transferido para terceiro. (REsp 1.452.840-SP, DJe 5/10/2016, Informativo n. 
591)
No mesmo sentido, temos a Súmula n. 303 do STJ.
Súmula n. 303 do STJ: Em embargos de terceiro, quem deu causa à constrição indevida 
deve arcar com os honorários advocatícios.
O CPC consagrou o princípio da causalidade em algumas situações, como por exemplo, 
nos artigos 85 § 10 e 90. Vamos conferir:
Art. 85, § 10 CPC. Nos casos de perda do objeto, os honorários serão devidos por quem deu causa 
ao processo.
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Honorários Advocatícios. Gratuidade de Justiça
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Art. 90 CPC. Proferida sentença com fundamento em desistência, em renúncia ou em reconheci-
mento do pedido, as despesas e os honorários serão pagos pela parte que desistiu, renunciou ou 
reconheceu.
No caso do artigo 90 do CPC, responde o autor por ter dado causa ao processo e depois 
desistido dele ou renunciado ao direito material e responde o réu por ter exigido do autor a 
propositura da ação e reconhecido seu pedido em juízo.
Agora, veja que interessante. Recentemente, o STJ entendeu que na vigência do novo CPC, 
a desistência da execução por falta de bens penhoráveis não enseja a condenação do exe-
quente em honorários advocatícios.
Vamos ler o julgado e ficar por dentro do que diz o STJ sobre o tema:
No que toca especificamente à desistência, que se opera no plano exclusivamente pro-
cessual, podendo dar azo, inclusive, à repropositura da execução, o novo CPC, repe-
tindo os ditames do Código anterior, previu que “o exequente tem o direito de desistir de 
toda ou de apenas alguma medida executiva” (art. 775). O codex acolhe o princípio da 
disponibilidade do credor, pois o processo se volta ao seu interesse, na satisfação de 
seu crédito, podendo dele dispor total ou parcialmente, até mesmo em relação a alguns 
devedores. Quantos aos honorários advocatícios, a jurisprudência do STJ, ainda sob 
os ditames do diploma anterior (CPC/73, art. 569), alinhava-se no sentido de que,“em 
obediência ao princípio da causalidade, os honorários advocatícios são devidos quando 
o credor desiste da ação de execução após o executado constituir advogado e indicar 
bens à penhora, independentemente da oposição ou não de embargos do devedor à exe-
cução” (AgRg no REsp 460.209/RJ, Rel. Ministra Nancy Andrighi, Terceira Turma, julgado 
em 07/04/2003, DJ 19/05/2003). Resta saber, agora, sob a vigência do novo diploma, 
se a desistência motivada pela ausência de bens passíveis de penhora também pode 
ensejar a condenação do exequente aos honorários de sucumbência. Como sabido, no 
processo civil, para se aferir qual das partes litigantes arcará com a verba honorária, 
não se deve ater à respectiva sucumbência, mas atentar-se principalmente ao princípio 
da causalidade, segundo o qual a parte que deu causa à instauração do processo é que 
deverá suportar as despesas dele decorrentes. Nessa ordem de ideias, a desistência da 
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execução motivada pela ausência de bens do devedor passíveis de penhora, em razão 
dos ditames da causalidade, não pode implicar a condenação do exequente aos hono-
rários advocatícios. Isso porque a desistência motivada por causa superveniente não 
é imputável ao credor. Deveras, a pretensão executória acabou se tornando frustrada 
após a confirmação da inexistência de bens passíveis de penhora do devedor, deixando 
de haver qualquer interesse no prosseguimento da lide, pela evidente inutilidade do pro-
cesso. Dessa forma, parece bem razoável que a interpretação do art. 90 do CPC/2015 
leve em conta a incidência do § 10 do art. 85, segundo o qual, “nos casos de perda do 
objeto, os honorários serão devidos por quem deu causa ao processo”. REsp 1.675.741-
PR, DJe 05/08/2019. (Informativo n. 653).
Quando é cabível a condenação ao pagamento de honorários advocatícios?
Segundo o § 1º do artigo 85, são devidos honorários advocatícios:
• na reconvenção;
• no cumprimento de sentença, provisório ou definitivo;
• na execução, resistida ou não;
• e nos recursos interpostos, cumulativamente.
E por que o CPC listou?
Porque são situações que poderiam gerar dúvidas a respeito do cabimento de fixação de 
honorários.
Por exemplo: com o fim da autonomia formal da reconvenção no CPC, que passa a ser ale-
gada na própria contestação, alguém poderia, de forma errônea, concluir que a reconvenção 
também perdeu sua autonomia material e entender pelo não cabimento da condenação a 
pagar honorários advocatícios.
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No entanto, essa lista do CPC não é taxativa. Há outras situações previstas principalmen-
te pela jurisprudência que admitem a condenação ao pagamento de honorários sucumben-
ciais. Vamos conferir:
Consoante entendimento consolidado nesta Corte Superior, a partir da entrada em vigor 
do Código Fux (CPC/2015), a condenação da parte sucumbente em honorários advoca-
tícios representa corolário evidente quando angularizada a relação processual em sede 
de Reclamação.
EDcl na Rcl 35.958/CE, julgado em 26/06/2019.
Isso significa que a partir do momento em que o CPC de 2015 entrou em vigor, adotou-se 
um posicionamento tanto doutrinário como jurisprudencial no sentido de que o instituto da 
reclamação possui natureza de ação, de índole constitucional, e não de recurso ou incidente 
processual. Por esse motivo, é admitida para a reclamação a aplicação do princípio da su-
cumbência e a condenação da parte vencida ao pagamento de honorários advocatícios.
Outro julgado importante que trata dos honorários sucumbenciais é o seguinte:
Honorários de sucumbência decorrentes de ação de cobrança de cotas condominiais 
não possuem natureza propter rem.
Registre-se, inicialmente, que as obrigações dos condôminos perante o condomínio são 
ordinariamente qualificadas como ambulatórias (propter rem), de modo que, decorrendo 
as respectivas prestações da mera titularidade do direito real sobre o imóvel, incidirão 
sobre a coisa e irão acompanhá-la em todas as suas mutações subjetivas. Essa, aliás, é 
a compreensão que se extrai da leitura do art. 1.345 do CC/2002: “o adquirente de uni-
dade responde pelos débitos do alienante, em relação ao condomínio, inclusive multas 
e juros moratórios”. Assim, a obrigação de pagar os débitos em relação ao condomínio 
se transmite automaticamente, isso é, ainda que não seja essa a intenção do alienante e 
mesmo que o adquirente não queira assumi-la. O sentido dessa norma é, por certo, fazer 
prevalecer o interesse da coletividade, permitindo que o condomínio receba, a despeito 
da transferência de titularidade do direito real sobre o imóvel, as despesas indispensá-
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veis e inadiáveis à manutenção da coisa comum, impondo ao adquirente, para tanto, a 
responsabilidade, inclusive, pelas cotas condominiais vencidas em período anterior à 
aquisição. Daí se conclui que a obrigação de pagar as verbas de sucumbência, ainda que 
sejam elas decorrentes de sentença proferida em ação de cobrança de cotas condomi-
niais, não pode ser qualificada como ambulatória (propter rem) e, portanto, não pode ser 
exigida do novo proprietário do imóvel sobre o qual recai o débito condominial. Em pri-
meiro lugar, porque tal obrigação não está expressamente elencada no rol do art. 1.345 
do CC/2002, até mesmo por não se prestar ao custeio de despesas indispensáveis e 
inadiáveis à manutenção da coisa comum. Em segundo lugar, porque, no que tange aos 
honorários de sucumbência, esta Corte, à luz do que dispõe o art. 23 do Estatuto da OAB, 
consolidou o entendimento de que constituem direito autônomo do advogado, de natu-
reza remuneratória. Trata-se, portanto, de dívida da parte vencida frente ao advogado 
da parte vencedora, totalmente desvinculada da relação jurídica estabelecida entre as 
partes da demanda. REsp 1.730.651-SP, DJe 12/04/2019 (Informativo n. 646).
Quais são os limites de valor e os critérios para a fixação dos honorários?
Aqui, temos que analisar o § 2º do artigo 85 do CPC.
Art. 85 § 2º CPC. Os honorários serão fixados entre o mínimo de dez e o máximo de vinte por cento 
sobre o valor da condenação, do proveito econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, 
sobre o valor atualizado da causa, atendidos:
Como podemos observar da redação do artigo, a fixação dos honorários advocatícios 
deve respeitar os limites mínimo e máximo, devendo o magistrado fixá-los entre 10% e 20% 
do valor da condenação, da vantagem econômica ou do valor da causa.
Assim, ainda que na ação a parte não obtenha proveito econômico (ações meramente de-
claratórias, por exemplo), há previsão do valor dos honorários advocatícios, que serão fixados 
com base no valor da causa.
Mas e se o valor da causa for muito irrisório?
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Nesse caso, o magistrado arbitrará os honorários por apreciação equitativa, respeitando 
o disposto no § 2º, do artigo 85, do CPC.
Art. 85 § 8º CPC. Nas causas em que for inestimável ou irrisório o proveito econômico ou, ainda, 
quando o valor da causa for muito baixo, o juiz fixará o valor dos honorários por apreciação equita-
tiva, observando o disposto nos incisos do § 2º.
E veja que interessante! Recentemente, o STJ entendeu que o juízo de equidade na fixação 
doshonorários advocatícios somente pode ser utilizado de forma subsidiária, quando não 
presente qualquer hipótese prevista no § 2º do art. 85 do CPC.
Vamos ler o julgado?
O art. 85 do Código de Processo Civil/2015 estabeleceu no tocante aos honorários advo-
catícios três importantes vetores interpretativos que buscam conferir à aplicação do 
novo código maior segurança jurídica e objetividade. Em primeiro lugar, estatuiu que os 
honorários serão pagos ao advogado do vencedor, ainda que este também litigue em 
causa própria, pois constituem direito autônomo do profissional, de natureza alimen-
tar, com os mesmos privilégios dos créditos oriundos da legislação do trabalho, sendo 
vedada a compensação em caso de sucumbência parcial. Em segundo lugar, reduziu as 
hipóteses nas quais cabe a fixação dos honorários de sucumbência por equidade para 
quando for inestimável ou irrisório o proveito econômico ou, ainda, quando o valor da 
causa for muito baixo (art. 85, § 8º). Percebe-se que o Código de Processo Civil/2015 
sinaliza ao intérprete o desejo de objetivar o processo de fixação do quantum da verba 
honorária. Em terceiro lugar, introduziu autêntica e objetiva “ordem de vocação” para 
fixação da base de cálculo da verba honorária, na qual a subsunção do caso concreto 
a uma das hipóteses legais prévias impede o avanço para outra categoria. De fato, a 
seguinte ordem de preferência, na fixação dos honorários advocatícios sucumbenciais, 
é obtida pela conjugação dos §§ 2º e 8º do art. 85 do CPC: (a) primeiro, quando houver 
condenação, devem ser fixados entre 10% e 20% sobre o montante desta (art. 85, § 2º); 
(b) segundo, não havendo condenação, serão também fixados entre 10% e 20%, das 
seguintes bases de cálculo: (b.1) sobre o proveito econômico obtido pelo vencedor (art. 
85, § 2º); ou (b.2) não sendo possível mensurar o proveito econômico obtido, sobre o 
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http://www.jusbrasil.com.br/topicos/28895763/par%C3%A1grafo-2-artigo-85-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/28895767/artigo-85-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174276278/lei-13105-15
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valor atualizado da causa (art. 85, § 2º); (c) havendo ou não condenação, nas causas 
em que for inestimável ou irrisório o proveito econômico ou em que o valor da causa for 
muito baixo, deverão, só então, ser fixados por apreciação equitativa (art. 85, § 8º). A 
conclusão lógica é a de que o § 2º do art. 85 do CPC/2015 veicula a regra geral e obri-
gatória, relegado ao § 8º do art. 85 a instituição de regra excepcional, de aplicação sub-
sidiária. Assim, a incidência, pela ordem, de uma das hipóteses do art. 85, § 2º, impede 
que o julgador prossiga com sua análise a fim de investigar eventual enquadramento no 
§ 8º do mesmo dispositivo, porque a subsunção da norma ao fato já se terá esgotado. 
REsp 1.746.072-PR, DJe 29/03/2019 (Informativo n. 645).
Continuando a análise do artigo 85 § 2º do CPC, podemos perceber que a fixação dos 
honorários deve obedecer a parâmetros. Os critérios a serem avaliados pelo julgador no mo-
mento de fixação do percentual são o grau de zelo do profissional, o lugar de prestação do 
serviço, a natureza e a importância da causa, o trabalho realizado pelo advogado e o tempo 
exigido para o seu serviço.
Professora, você pode dar exemplos de como o juiz pode verificar cada um desses 
parâmetros?
Claro! Vamos lá.
I – o grau de zelo do profissional;
Exemplo: verificar se o advogado cumpriu todos os prazos, se cooperou para o bom anda-
mento do processo, se atendeu a contento as determinações judiciais.
II – o lugar de prestação do serviço;
Exemplo: verificar se o advogado atuou na mesma comarca onde exerce a sua profissão, ava-
liar a distância para a prestação do serviço.
III – a natureza e a importância da causa;
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Exemplo: verificar se a causa é tão complexa que inviabilizou o advogado de patrocinar outros 
casos, avaliar os riscos no desempenho da atividade profissional.
IV – o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu serviço.
Exemplo: verificar a complexidade da causa e a quantidade de tempo despendida para a atu-
ação profissional.
Perceba, ainda, que o artigo 85 § 2º do CPC criou a regra de “graduação dos honorários”.
Mas e em grau recursal? Como fica a fixação dos honorários?
Respeitados os limites mínimo e máximo (10% a 20%), os julgadores deverão majorar os 
honorários em decorrência de recursos, sejam estes julgados de maneira monocrática ou 
colegiada. Desta forma, a cada novo recurso, o julgador deverá estar atento à fixação dos 
honorários, de modo a levar em conta o trabalho adicional em grau recursal realizado pelo 
advogado, conforme § 11 do art. 85, do CPC. No entanto, o tribunal deverá respeitar os limites 
do que restou fixado no processo de conhecimento, para não ultrapassar o teto de 20%.
Art. 85, § 11 CPC. O tribunal, ao julgar recurso, majorará os honorários fixados anteriormente le-
vando em conta o trabalho adicional realizado em grau recursal, observando, conforme o caso, 
o disposto nos §§ 2º a 6º, sendo vedado ao tribunal, no cômputo geral da fixação de honorários 
devidos ao advogado do vencedor, ultrapassar os respectivos limites estabelecidos nos §§ 2º e 3º 
para a fase de conhecimento.
Sobre a sucumbência recursal, temos alguns enunciados importantes do Fórum Perma-
nente de Processualistas Civis. Confira:
Enunciado n. 241 do FPPC: Os honorários de sucumbência recursal serão somados aos 
honorários pela sucumbência em primeiro grau, observados os limites legais.
Enunciado n. 242 do FPPC: Os honorários de sucumbência recursal são devidos em 
decisão unipessoal ou colegiada.
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http://www.jusbrasil.com.br/topicos/28895717/par%C3%A1grafo-11-artigo-85-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174276278/lei-13105-15
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Enunciado n. 243 do FPPC: No caso de provimento do recurso de apelação, o tribunal 
redistribuirá os honorários fixados em primeiro grau e arbitrará os honorários de sucum-
bência recursal.
Agora vamos falar sobre a fixação de honorários nas causas em que a Fazenda Pública
for parte.
Nessa situação, devemos observar o disposto no artigo 85, § 3º, do CPC.
Art. 85, § 3º do CPC. Nas causas em que a Fazenda Pública for parte, a fixação dos honorários ob-
servará os critérios estabelecidos nos incisos I a IV do § 2º e os seguintes percentuais:
I – mínimo de dez e máximo de vinte por cento sobre o valor da condenação ou do proveito econô-
mico obtido até 200 (duzentos) salários-mínimos;
II – mínimo de oito e máximo de dez por cento sobre o valor da condenação ou do proveito eco-
nômico obtido acima de 200 (duzentos) salários-mínimos até 2.000 (dois mil) salários-mínimos;
III – mínimo de cinco e máximo de oito por cento sobre o valor da condenação ou do proveito eco-
nômico obtido acima de 2.000 (dois mil) salários-mínimos até 20.000 (vinte mil) salários-mínimos;
IV – mínimo de três e máximo de cinco por cento sobre o valor da condenação ou do proveito 
econômico obtido acima de 20.000 (vinte mil) salários-mínimos até 100.000 (cem mil) salá-
rios-mínimos;
V – mínimo de um e máximo de três por cento sobre o valor da condenação ou do proveito econô-
mico obtido acima de 100.000 (cem mil) salários-mínimos.
Você ainda precisa observar que caso haja condenação da Fazenda Pública ao paga-mento de honorários advocatícios, o § 5º do artigo 85 prevê que quando, conforme o caso, 
a condenação contra a Fazenda Pública ou o benefício econômico obtido pelo vencedor ou 
o valor da causa for superior ao valor previsto no inciso I do § 3º, a fixação do percentual 
de honorários deve observar a faixa inicial e, naquilo que a exceder, a faixa subsequente, e 
assim sucessivamente.
Veja que interessante! Recentemente, o STF decidiu que não é possível fracionar o crédito 
de honorários advocatícios em litisconsórcio ativo facultativo simples em execução contra a 
Fazenda Pública por frustrar o regime do precatório. ED-EDv/RS, ARE 930251 AgR-ED-EDv/
RS, ARE 797499 AgR-EDv/RS, RE 919793 AgR-ED-EDv/RS, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 
7/2/2019 (Informativo n. 929).
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Isso significa que nas causas em que a Fazenda Pública for condenada ao pagamento da 
verba honorária de forma global, é vedado o fracionamento de crédito único, consistente no 
valor total dos honorários advocatícios devidos, proporcionalmente à fração de cada litiscon-
sorte, sob pena de afronta ao art. 100, § 8º, da Constituição.
Como assim, professora?
Vamos lá. Vou explicar melhor:
Imagine que diversas pessoas ajuízem uma ação contra a Fazenda Pública, em litiscon-
sórcio ativo facultativo e que todas essas pessoas contrataram o mesmo advogado para 
ajuizar essa ação. A ação foi julgada procedente e o juiz condenou a fazenda pública a pa-
gar uma alta quantia de honorários advocatícios sucumbenciais ao advogado dos autores. 
Nesse caso, esse advogado pode fracionar a cobrança dos honorários, para recebê-los de 
forma mais célere por meio de requisição de pequeno valor ou tem que cobrar tudo de uma 
vez? Como a quantia devida a título de honorários advocatícios é uma só, fixada de forma 
global, a cobrança deve ocorrer de forma una e indivisível, sob pena de se ferir o regime de 
precatórios. Entendeu? Se o fracionamento fosse permitido, estaríamos incentivando uma 
burla ao regime de precatórios.
Agora vamos tratar de um tema muito importante. A sucumbência recíproca.
A sucumbência recíproca ocorre quando ambas as partes são condenadas a pagar hono-
rários ao advogado da parte adversa.
Conforme falamos acima, os honorários advocatícios têm natureza alimentar, conforme 
previsão do § 14 do art. 85. E nesse mesmo parágrafo, na sua parte final, há vedação à com-
pensação de honorários em caso de sucumbência parcial.
O instituto da compensação, previsto nos artigos 368 a 380 do Código Civil, necessita, 
para que possa ocorrer, de reciprocidade entre credores. Veja:
Art. 368 CC. Se duas pessoas forem ao mesmo tempo credor e devedor uma da outra, as duas 
obrigações extinguem-se, até onde se compensarem.
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http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10707161/artigo-368-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10706630/artigo-380-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
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Essa reciprocidade de credores não ocorre com os honorários sucumbenciais. A conde-
nação ao pagamento de honorários advocatícios torna a parte vencida devedora e o patrono 
do vencedor se torna credor. Assim, mesmo na hipótese de sucumbência parcial, tem-se que 
ambas as partes são devedoras e seus patronos são os credores dos valores fixados a título 
de honorários sucumbenciais. Portanto, não há possibilidade de compensação, por não exis-
tir reciprocidade de credores.
Nós tínhamos uma súmula do STJ de 2004 que permitia a compensação. Era a Súmula 
n. 306 com o seguinte teor: “Os honorários advocatícios devem ser compensados quando 
houver sucumbência recíproca, assegurado o direito autônomo do advogado à execução do 
saldo sem excluir a legitimidade da própria parte”. Ocorre que com a vedação do CPC, essa 
súmula foi superada.
Temos um enunciado importante do FPPC que trata da superação da Súmula n. 306 do 
STJ.
Confira:
Enunciado n. 244 do FPPC: Ficam superados o enunciado 306 da súmula do STJ (“Os 
honorários advocatícios devem ser compensados quando houver sucumbência recí-
proca, assegurado o direito autônomo do advogado à execução do saldo sem excluir a 
legitimidade da própria parte”) e a tese firmada no REsp Repetitivo n. 963.528/PR, após 
a entrada em vigor do CPC, pela expressa impossibilidade de compensação.
Agora, mudando de assunto, veja que interessante:
O § 15 do art. 85 prevê a possibilidade de o advogado requerer que os honorários sejam 
revertidos em favor da sociedade de advogados que integra. Tal regra é possível em decorrên-
cia do caráter patrimonial da verba honorária, a qual é renunciável e transacionável, podendo 
haver previsão contratual entre a sociedade e o advogado a respeito do tema.
Art. 85 § 15 CPC. O advogado pode requerer que o pagamento dos honorários que lhe caibam seja 
efetuado em favor da sociedade de advogados que integra na qualidade de sócio, aplicando-se à 
hipótese o disposto no § 14.
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A partir de que momento começa a incidência de juros moratórios quanto aos honorários 
advocatícios de sucumbência?
O § 16 do art. 85 do CPC dispõe que os juros moratórios correrão a partir da data do trân-
sito em julgado da decisão quando os honorários forem fixados em quantia certa.
Professora, e se por acaso o juiz esquecer de tratar dos honorários advocatícios na sen-
tença? Como ficará a situação?
Nesse caso, teremos uma omissão da condenação em honorários advocatícios. Segundo 
a doutrina, os honorários são incluídos no rol de pedidos implícitos, de forma que, mesmo não 
havendo pedido expresso para condenação da parte adversa ao pagamento de honorários 
advocatícios, deverá o julgador se atentar às regras do art. 85 do CPC.
Assim, mesmo que não conste expressamente na petição o pedido de condenação da par-
te vencida em honorários, tal pleito deverá ser analisado de ofício pelo magistrado. A decisão 
que deixa de fixar honorários em favor do advogado da parte vencedora é passível de embar-
gos de declaração, independentemente da existência de pedido expresso. Contudo, caso não 
haja condenação de honorários na sentença transitada em julgado, o § 18 do artigo 85 do CPC 
traz a possibilidade do ajuizamento de ação autônoma para definir e cobrar os honorários não 
fixados no momento de prolação da decisão transitada em julgado. Aliás, os honorários serão 
fixados, mesmo para as causas em que o advogado atue em causa própria.
Perceba, então, que houve superação da Súmula n. 453 do STJ que dizia: “Os honorários 
sucumbenciais, quando omitidos em decisão transitada em julgado, não podem ser cobrados 
em execução ou em ação própria.”
Quem tem legitimidade para cobrar os honorários?
O Estatuto da OAB prevê que o advogado é o titular dos honorários.
Lei n. 8.906/94 Art. 23. Os honorários incluídos na condenação, por arbitramento ou sucumbência, 
pertencem ao advogado, tendo este direito autônomo para executar a sentença nesta parte, poden-
do requerer que o precatório, quando necessário, seja expedido em seu favor.
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Desse modo, a legitimidade para cobrar os honorários advocatícios é do próprio advoga-
do.
Nos termos do art. 24, § 1º, do Estatuto da OAB, a execução dos honorários pode ser pro-
movida nos mesmos autos da ação em que tenha atuado o advogado, se assim lhe convier.
Lei n. 8.906/94 Art. 24. A decisão judicial que fixar ou arbitrar honorários e o contrato escrito que os 
estipular são títulos executivos e constituem crédito privilegiado na falência, concordata, concurso 
de credores, insolvência civil e liquidação extrajudicial.
§ 1º A execução dos honorários pode ser promovida nos mesmos autos da ação em que tenha 
atuado o advogado, se assim lhe convier.
Além disso, o art. 85, caput, do CPC, apesar de não tratar da legitimidade executiva, prevê 
que o advogado é o credor dos honorários sucumbenciais.
No entanto, a parte também tem legitimidade, mas enquanto a legitimidade do advogado 
é ordinária, pois, litiga em nome próprio na defesa de seu próprio interesse, a parte tem legi-
timidade extraordinária, litigando em nome próprio na defesa de interesse de outra pessoa, 
qual seja, seu advogado.
Como é fixado o percentual de honorários advocatícios na ação de indenização por ato 
ilícito contra pessoa?
O § 9º do artigo 85 do CPC prevê que, nessa situação, o percentual de honorários incidirá 
sobre a soma das prestações vencidas acrescida de 12 (doze) prestações vincendas. Confira:
Art. 85, § 8º CPC. Nas causas em que for inestimável ou irrisório o proveito econômico ou, ainda, 
quando o valor da causa for muito baixo, o juiz fixará o valor dos honorários por apreciação equita-
tiva, observando o disposto nos incisos do § 2º.
Art. 85, § 9º CPC. Na ação de indenização por ato ilícito contra pessoa, o percentual de honorários 
incidirá sobre a soma das prestações vencidas acrescida de 12 (doze) prestações vincendas.
Isso significa que o proveito econômico a ser considerado como base de fixação dos ho-
norários é composto pelas parcelas vencidas e pelas próximas doze parcelas que vencerem, 
mesmo que a parte vencedora receba mais que doze parcelas. Aqui, temos uma obrigação de 
trato sucessivo.
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Agora veja que interessante: o STJ recentemente entendeu que a regra inserida no art. 85, 
§ 9º, do CPC, acerca da inclusão de 12 (doze) prestações vincendas na base de cálculos dos 
honorários advocatícios, é aplicável somente na fase de conhecimento da ação indenizatória. 
No cumprimento de sentença, a verba honorária, quando devida, é calculada exclusivamente 
sobre as parcelas vencidas da pensão mensal. Não esqueça esse precedente porque tenho 
certeza de que os examinadores irão cobrá-lo nas futuras provas. Vamos ler o julgado?
No cálculo dos honorários advocatícios devidos na fase de cumprimento de sentença, 
após escoado o prazo legal para o pagamento voluntário da obrigação, não devem ser 
incluídas as parcelas vincendas da dívida.
A jurisprudência do STJ firmou o entendimento de que, na fase de conhecimento, o per-
centual da verba honorária advocatícia sucumbencial, quando decorrente da condena-
ção em ação indenizatória com vistas à percepção de pensão mensal, deve incidir sobre 
o somatório das parcelas vencidas, acrescidas de uma anualidade das prestações.
O Código de Processo Civil de 2015, no art. 85, § 9º, incorporou o referido entendimento 
jurisprudencial ao preceituar que, “na ação de indenização por ato ilícito contra pessoa, 
o percentual de honorários incidirá sobre a soma das prestações vencidas acrescida de 
12 (doze) prestações vincendas”.
Todavia, em relação à fase do cumprimento de sentença, o caput do art. 523 do CPC/2015 
estabelece que, “no caso de condenação em quantia certa, (...) o cumprimento definitivo 
da sentença far-se-á a requerimento do exequente, sendo o executado intimado para 
pagar o débito, no prazo de 15 (quinze) dias, acrescido de custas, se houver”. Não ocor-
rendo o pagamento voluntário dentro do prazo legal, o débito será acrescido em 10% 
(dez por cento) a título de honorários, além da multa (art. 523, § 1º, do CPC/2015).
Pela expressão débito, para fins de honorários, deve-se compreender apenas as parce-
las vencidas da pensão mensal, visto que, em cumprimento de sentença, o devedor/exe-
cutado é intimado para adimplir os valores exigíveis naquele momento. Assim, não pode 
o executado ser compelido a realizar o pagamento de prestações futuras que ainda não 
atingiram o prazo de vencimento.
O título executivo, para ser objeto de execução forçada, deve ser exigível, tanto que os 
arts. 514 e 798, I, “c”, do CPC/2015 determinam que o credor comprove, se for o caso, a 
ocorrência do termo (vencimento) da obrigação de pagar determinada quantia.
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Portanto, a regra inserida no art. 85, § 9º, do CPC/2015, acerca da inclusão de 12 (doze) 
prestações vincendas na base de cálculos dos honorários advocatícios, é aplicável 
somente na fase de conhecimento da ação indenizatória. No cumprimento de sentença, 
a verba honorária, quando devida, é calculada exclusivamente sobre as parcelas venci-
das da pensão mensal.
Nesse cenário, os honorários devem obedecer as seguintes regras: (i) na fase de conhe-
cimento, havendo condenação em pensão mensal, os honorários advocatícios incidem 
sobre as parcelas vencidas, acrescidas de 12 (doze) prestações vincendas, de acordo 
com art. 85, § 9º, do CPC/2015; (ii) iniciado o cumprimento de sentença, caberá ao 
credor/exequente instruir o requerimento com o valor da dívida e com a verba honorária 
calculada conforme o item anterior (art. 523, caput, do CPC/2015); (iii) escoado o prazo 
legal de cumprimento voluntário da obrigação (art. 523, caput e § 1º, do CPC/2015), os 
novos honorários são calculados sobre o valor do débito, excluído o montante das par-
celas vincendas da pensão. REsp 1.837.146-MS, DJe 20/02/2020 (Informativo n. 665)
Agora imagine a seguinte situação: João e Maria são casados. Havendo penhora de bem 
indivisível, por exemplo um imóvel, a meação de Maria (cônjuge alheio à execução) deve 
recair sobre o produto da alienação do bem. Para impedir que a penhora recaia sobre a sua 
meação, Maria deve comprovar que a dívida executada não foi contraída em benefício da 
família, certo? Certo!
No entanto, o STJ entendeu que tratando-se de condenação ao pagamento de honorários 
sucumbenciais, não é possível exigir do cônjuge meeiro, que não integrou a relação processu-
al da lide originária, a comprovação de que a dívida executada não foi contraída em benefício 
do casal ou da família.
Isso porque os honorários advocatícios consagram direito do advogado contra a parte 
que deu causa ao processo, não se podendo exigir do cônjuge meeiro, que não integrou a rela-
ção processual da lide originária, a comprovação de que a dívida executada não foi contraída 
em benefício do casal ou da família.
Nesse contexto, o STJ entendeu que não tem nenhuma relevância para a solução da cau-
sa saber se o cônjuge meeiro obteria ou não proveito econômico em caso de procedência da 
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ação proposta em juízo, salvo se estivesse o advogado do próprio autor da referida demanda 
a cobrar os honorários contratuais pelos serviços prestados.
Exemplo: João ajuizou ação Antônio, tendo o pedido sido julgado improcedente. João foi 
condenado a pagar honorários advocatícios em favor de Antônio. Lucas (advogado de Antô-
nio) ingressoucom execução contra João cobrando os honorários. O juiz determinou a pe-
nhora de um imóvel que está em nome de João. Maria, esposa de João, apresentou embargos 
de terceiro contra essa penhora. Sua quota-parte deverá ser preservada, não sendo necessá-
rio que ela comprove que essa dívida contraída foi exclusiva de João. Entendeu?
Agora vamos ler o julgado para fixar os ensinamentos do STJ:
Tratando-se de condenação ao pagamento de honorários sucumbenciais, não é pos-
sível exigir do cônjuge meeiro, que não integrou a relação processual da lide originária, 
a comprovação de que a dívida executada não foi contraída em benefício do casal ou 
da família.
Nos termos do art. 655-B do CPC/1973, incluído pela Lei n. 11.382/2006, havendo 
penhora de bem indivisível, a meação do cônjuge alheio à execução deve recair sobre o 
produto da alienação do bem.
Para impedir que a penhora recaia sobre a sua meação, o cônjuge meeiro deve compro-
var que a dívida executada não foi contraída em benefício da família.
Tratando-se de dívida proveniente da condenação ao pagamento de honorários sucum-
benciais em demanda da qual o cônjuge meeiro não participou, é inegável o direito deste 
à reserva de sua meação.
Os honorários advocatícios consagram direito do advogado contra a parte que deu 
causa ao processo, não se podendo exigir do cônjuge meeiro, que não integrou a relação 
processual da lide originária, a comprovação de que a dívida executada não foi contraída 
em benefício do casal ou da família.
Nesse contexto, não tem nenhuma relevância para a solução da causa saber se o côn-
juge meeiro obteria ou não proveito econômico em caso de procedência da ação pro-
posta em juízo, salvo se estivesse o advogado do próprio autor da referida demanda a 
cobrar os honorários contratuais pelos serviços prestados.
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REsp 1.670.338-RJ, DJe 07/02/2020 (Informativo n. 664).
Vamos estudar outro julgado interessante sobre os honorários de sucumbência.
Recentemente, o STJ entendeu que em caso de indeferimento da petição inicial seguida 
de interposição de apelação e a integração do executado à relação processual, mediante a 
constituição de advogado e apresentação de contrarrazões, uma vez confirmada a sentença 
extintiva do processo, é cabível o arbitramento de honorários em prol do advogado do vence-
dor (CPC, art. 85, § 2º).
Imagine a seguinte situação: você ajuíza uma ação e a sua petição inicial é indeferida sem 
que tenha havido citação ou comparecimento espontâneo do réu. Nesse caso, o juiz não vai 
te condenar a pagar honorários advocatícios considerando que não há advogado da parte 
contrária constituído nos autos. Mas, se você não se conforma com a sentença de indeferi-
mento da inicial e apela, o réu é intimado para apresentar as contrarrazões ao seu recurso e 
para isso, ele contrata advogado. Ao julgar sua apelação, o Tribunal confirma a sentença, ou 
seja, mantem o indeferimento da sua inicial. Assim, o Tribunal o condenará ao pagamento dos 
honorários. Entendeu?
Vamos ler o julgado.
Em caso de indeferimento da petição inicial seguida de interposição de apelação e a inte-
gração do executado à relação processual, mediante a constituição de advogado e apre-
sentação de contrarrazões, uma vez confirmada a sentença extintiva do processo, é cabí-
vel o arbitramento de honorários em prol do advogado do vencedor (CPC, art. 85, § 2º).
De início, é importante lembrar que a jurisprudência desta Corte orienta-se no sen-
tido de que “os honorários recursais não têm autonomia nem existência independente 
da sucumbência fixada na origem e representam um acréscimo (o CPC/2015 fala em 
‘majoração’) ao ônus estabelecido previamente, motivo por que na hipótese de descabi-
mento ou na de ausência de fixação anterior, não haverá falar em honorários recursais” 
(AREsp 1.050.334/PR, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, julgado 
em 28/3/2017, DJe de 3/4/2017). Na hipótese, não se trata dos honorários recursais, a 
que se refere o § 11º do art. 85 do CPC, mas sim dos honorários de sucumbência decor-
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rentes da extinção da relação processual (CPC, art. 85, caput e § 1º). Destaca-se que 
não houve arbitramento de verba honorária em primeiro grau de jurisdição unicamente 
porque foi proferida a sentença de indeferimento da inicial, sem angularização da rela-
ção jurídica processual. E, de fato, sem a citação ou o comparecimento espontâneo do 
réu, não se completou a formação da relação jurídica processual, não houve resistência 
ao pedido. Não tendo sido constituído advogado, cujo labor justificasse o estabeleci-
mento de honorários de sucumbência, não havia, no momento da prolação da sentença, 
substrato para a incidência da regra do art. 85, segundo o qual “a sentença condenará o 
vencido a pagar honorários ao advogado do vencedor”. Com a apresentação do recurso 
de apelação do autor, foi procedida a citação do executado que constituiu advogado 
e apresentou contrarrazões ao recurso. Com o julgamento da apelação, o Tribunal de 
origem entendeu improsperável o pleito de reforma da sentença, momento a partir 
do qual passou estar configurada a hipótese de estabelecimento de honorários de 
sucumbência, em face da extinção da execução, após a apresentação de defesa pelo 
executado. Desse modo, o mero fato de não ter havido, em primeira instância, fixação 
de verba honorária, não autoriza que deixe de ser aplicado o art. 85, § 2º, do Código 
de Processo Civil a partir da apelação, quando, extinta a relação processual, houver 
advogado constituído nos autos pela parte vitoriosa. REsp 1753990-DF,, julgado em 
09/10/2018 (Informativo n. 640).
Professora, eu pensava que essa parte de honorários era bem curtinha. Estou espanta-
do(a) com a quantidade de assuntos para estudar!!!
É isso mesmo. Muita coisa! E ainda temos as súmulas que vou colocar aqui em um qua-
drinho para você. Fique firme!
Súmulas do STJ sobre Honorários Advocatícios
Súmula n. 14 - Arbitrados os honorários advocatícios em percentual sobre o valor da 
causa, a correção monetária incide a partir do respectivo ajuizamento.
Súmula n. 201 - Os honorários advocatícios não podem ser fixados em salários-míni-
mos.
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Súmula n. 303 - Em embargos de terceiro, quem deu causa à constrição indevida deve 
arcar com os honorários advocatícios.
Súmula n. 345 - São devidos honorários advocatícios pela Fazenda Pública nas execu-
ções individuais de sentença proferida em ações coletivas, ainda que não embargadas.
Súmula n. 421 - Os honorários advocatícios não são devidos à Defensoria Pública 
quando ela atua contra a pessoa jurídica de direito público à qual pertença.
Súmula n. 453 - Os honorários sucumbenciais, quando omitidos em decisão transitada 
em julgado, não podem ser cobrados em execução ou em ação própria.
Súmula n. 488 - O § 2º do art. 6º da Lei n. 9.469/1997, que obriga à repartição dos hono-
rários advocatícios, é inaplicável a acordos ou transações celebrados em data anterior 
à sua vigência.
Súmula n. 517 - São devidos honorários advocatícios no cumprimento de sentença, haja 
ou não impugnação, depois de escoado o prazo para pagamento voluntário, que se inicia 
após a intimação do advogado da parte executada.
Súmula n. 519 - Na hipótese de rejeição da impugnação ao cumprimento de sentença, 
não são cabíveis honorários advocatícios.
Súmulas do STJ sobre HonoráriosPericiais
Súmula n. 232 - A Fazenda Pública, quando parte no processo, fica sujeita à exigência do 
depósito prévio dos honorários do perito.
Justiça Gratuita
Querido(a) aluno(a)! Agora, passaremos a um ponto importantíssimo do nosso estudo. A 
justiça gratuita. Um dos temas mais relevantes de direito processual civil com uma grande 
incidência de questões em provas de concursos de todas as carreiras jurídicas.
A importância do tema é tamanha que a própria Constituição Federal prevê no artigo 5, 
LXXIV que o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem 
insuficiência de recursos.
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Isso significa que a assistência jurídica integral e gratuita é uma garantia fundamental e 
ela se desdobra em:
A assistência judiciária gratuita diz respeito ao patrocínio gratuito de processos judiciais, 
solução consensual de conflitos, consulta jurídica e acompanhamento de processos admi-
nistrativos por Defensores Públicos ou núcleos de prática jurídica. É um direito que é posto à 
disposição dos hipossuficientes, para garantir a solução de seus conflitos, em razão da sua 
condição de hipossuficiência.
Já a justiça gratuita é um benefício processual que consiste na dispensa do adiantamento 
das despesas processuais e dos honorários advocatícios. É solicitada ao juiz da causa, quan-
do se inicia a ação ou no seu curso. Para tanto, para ser dispensado do adiantamento das 
despesas processuais, cabe à parte demonstrar seu estado de hipossuficiência. Veja que não 
estamos falando em dispensa do pagamento das despesas processuais e sim de dispensa 
do adiantamento das despesas processuais. Isso significa que se o beneficiário é vencido na 
demanda, ele responde pelas consequências da sua sucumbência, mas há um regramento 
específico para a sua cobrança.
Isso é corroborado pelo que dispõe o artigo 98 §§ 2º e 3º do CPC. Veja:
Art. 98 CPC.
§ 2º A concessão de gratuidade não afasta a responsabilidade do beneficiário pelas despesas pro-
cessuais e pelos honorários advocatícios decorrentes de sua sucumbência.
§ 3º Vencido o beneficiário, as obrigações decorrentes de sua sucumbência ficarão sob condição 
suspensiva de exigibilidade e somente poderão ser executadas se, nos 5 (cinco) anos subsequen-
tes ao trânsito em julgado da decisão que as certificou, o credor demonstrar que deixou de existir 
a situação de insuficiência de recursos que justificou a concessão de gratuidade, extinguindo-se, 
passado esse prazo, tais obrigações do beneficiário.
O artigo 98 do CPC traz o rol daqueles que poderão ser beneficiários da justiça gratuita.
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Art. 98, CPC. A pessoa natural ou jurídica, brasileira ou estrangeira, com insuficiência de recursos 
para pagar as custas, as despesas processuais e os honorários advocatícios tem direito à gratui-
dade da justiça, na forma da lei.
Professora, pela leitura do caput artigo 98 do CPC percebo que a pessoa estrangeira pode 
ser beneficiária da justiça gratuita. Mas para isso, ela precisa ter residência no Brasil?
Pergunta interessante!
Veja que o STJ já decidiu que a gratuidade da justiça passou a poder ser concedida a 
estrangeiro não residente no Brasil após a entrada em vigor do CPC de 2015. Vamos ler 
o julgado?
A gratuidade da justiça passou a poder ser concedida a estrangeiro não residente no 
Brasil após a entrada em vigor do CPC/2015. O Código de Processo Civil de 2015 dispõe, 
no caput do art. 98, que tanto a pessoa natural brasileira quanto a estrangeira, quando 
não dispuserem de recursos suficientes para arcar com os custos do processo, têm 
direito de pleitear a gratuidade de justiça, independentemente de terem residência no 
território nacional. Tal norma veio a revogar, explicitamente, o art. 2º da Lei n. 1.060/1950 
(art. 1.072 do CPC/2015), o qual preconizava que apenas as pessoas físicas nacionais e 
estrangeiras residentes no país teriam a prerrogativa de gozar do referido benefício. No 
mesmo sentido, o art. 26, II, do CPC/2015 determina que, para fins de cooperação jurí-
dica internacional, será observada a igualdade de tratamento entre nacionais e estran-
geiros, residentes ou não no Brasil, em relação ao acesso à justiça e à tramitação dos 
processos. Contudo, nos casos em que a assistência judiciária gratuita foi pleiteada e 
deferida ainda sob a vigência da Lei n. 1.060/1950 e do antigo Código de Ritos, o bene-
fício de gratuidade de justiça não pode ser deferido a estrangeiro não residente consi-
derando que, nos termos do art. 14 do CPC/2015, “a norma processual não retroagirá e 
será aplicável imediatamente aos processos em curso, respeitados os atos processuais 
praticados e as situações jurídicas consolidadas sob a vigência da norma revogada”. 
STJ. Corte Especial. Pet 9815-DF, 29/11/2017 (Informativo n. 622).
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Quanto à concessão da gratuidade às pessoas jurídicas, temos uma súmula importante 
do STJ que trata do tema. Confira:
Súmula n. 481 STJ: Faz jus ao benefício da justiça gratuita a pessoa jurídica com ou sem 
fins lucrativos que demonstrar sua impossibilidade de arcar com os encargos processu-
ais.
O que essa súmula quer dizer?
Que, diferentemente da pessoa natural, para que a pessoa jurídica de direito privado obte-
nha o benefício da justiça gratuita é indispensável que comprove sua impossibilidade de arcar 
com os encargos processuais. Não basta uma mera alegação.
Já quanto à pessoa natural, temos uma presunção. Veja:
Art. 99 § 3º CPC. Presume-se verdadeira a alegação de insuficiência deduzida exclusivamente por 
pessoa natural.
Entendi, professora. Mas e se a parte contrária entender que a outra parte não merece ser 
agraciada com a gratuidade da justiça. Como ela pode proceder?
Nesse caso, a parte insatisfeita com a concessão do benefício pode impugná-la. Isso por-
que, caso reste comprovado que a pessoa não é hipossuficiente ou que houve uma mudança 
da sua situação econômico/financeira, o benefício da justiça gratuita pode ser revogado, pois, 
ele está atrelado à condição de manutenção do estado de hipossuficiência.
Antes do CPC de 2015, essa impugnação era feita em autos apartados. Agora, no novo 
CPC, ela é feita nos mesmos autos, por simples petição, no prazo de 15 dias.
Art. 100 CPC. Deferido o pedido, a parte contrária poderá oferecer impugnação na contestação, 
na réplica, nas contrarrazões de recurso ou, nos casos de pedido superveniente ou formulado por 
terceiro, por meio de petição simples, a ser apresentada no prazo de 15 (quinze) dias, nos autos do 
próprio processo, sem suspensão de seu curso.
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Se a impugnação for acolhida, haverá a revogação do benefício. Se não for acolhida, o 
benefício será mantido.
E se o benefício for revogado, professora? O que acontece?
Nesse caso, temos a previsão do artigo 100 Parágrafo único do CPC. Confira:
Art. 100 Parágrafo único CPC. Revogado o benefício, a parte arcará com as despesas processuais 
que tiver deixado de adiantar e pagará, em caso de má-fé, até o décuplo de seu valor a título de 
multa, que será revertida em benefício da Fazenda Pública estadual ou federal e poderá ser inscrita 
em dívida ativa.
Contra a decisão que revoga o benefício ou indefere a gratuidade,cabe algum recurso?
Cabe sim! O agravo de instrumento, em regra. Mas se a questão for resolvida na sentença, 
teremos o cabimento da apelação. Não esqueça!
Art. 101 CPC. Contra a decisão que indeferir a gratuidade ou a que acolher pedido de sua revogação 
caberá agravo de instrumento, exceto quando a questão for resolvida na sentença, contra a qual 
caberá apelação.
Agora perceba! Se houver uma decisão de revogação do benefício ou indeferimento da 
gratuidade, por exemplo por meio de decisão interlocutória, você vai interpor o agravo de 
instrumento, certo?
Certo!
E nesse caso, deve efetuar o pagamento das custas ou você continua dispensado desse 
pagamento?
Você estará dispensado do recolhimento de custas até decisão do relator sobre a questão, 
preliminarmente ao julgamento do recurso.
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Art. 101 § 1º CPC. O recorrente estará dispensado do recolhimento de custas até decisão do relator 
sobre a questão, preliminarmente ao julgamento do recurso.
Tudo bem, professora. Mas e se a decisão de revogação ou indeferimento da gratuidade da 
justiça for confirmada?
Aí, meu querido, já era...(risos). Você terá que pagar as custas processuais no prazo de 
cinco dias, sob pena de ter seu recurso não conhecido.
Art. 101, § 2º CPC. Confirmada a denegação ou a revogação da gratuidade, o relator ou o órgão 
colegiado determinará ao recorrente o recolhimento das custas processuais, no prazo de 5 (cinco) 
dias, sob pena de não conhecimento do recurso.
Querido(a) aluno(a). Em que momento a gratuidade da justiça pode ser pleiteada?
Em vários momentos. Isso porque, o que importa para o pedido da gratuidade da justiça é 
a situação de hipossuficiência que a parte está vivendo. Por esse motivo, o artigo 99 do CPC 
prevê que o pedido de gratuidade da justiça pode ser formulado na petição inicial, na contes-
tação, na petição para ingresso de terceiro no processo ou em recurso. Ou seja, sempre que 
a parte necessitar.
Art. 99, CPC. O pedido de gratuidade da justiça pode ser formulado na petição inicial, na contesta-
ção, na petição para ingresso de terceiro no processo ou em recurso.
§ 1º Se superveniente à primeira manifestação da parte na instância, o pedido poderá ser formula-
do por petição simples, nos autos do próprio processo, e não suspenderá seu curso.
Se o pedido for feito na fase recursal, esse pedido pode ser feito na própria petição do 
recurso ou tem que ser feito em petição apartada?
É na própria petição do recurso que se faz o pedido. O STJ já se manifestou nesse sentido:
É possível a formulação de pedido de assistência judiciária gratuita na própria petição 
recursal, dispensando-se a exigência de petição avulsa, quando não houver prejuízo 
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ao trâmite normal do processo. (...) O CPC/2015, certamente por levar em considera-
ção os princípios constitucionais e processuais supracitados, autoriza, em seu art. 
99, § 1º, que o pedido de assistência judiciária gratuita seja formulado a qualquer 
tempo e em qualquer grau de jurisdição, na própria petição recursal, dispensado, com 
isso, a retrógrada exigência de petição avulsa, sem inclusive fazer distinção entre os 
pleitos formulados por pessoa física ou jurídica. AgRg nos EREsp 1.222.355-MG, DJe 
25/11/2015 (Informativo n. 574).
Ótimo.
E se o benefício for requerido somente em sede de recurso, há necessidade de pagamento 
do preparo desse recurso?
Não! Seria até contraditório, não acha? Se a parte está justamente alegando que não tem 
condições financeiras de pagar as custas processuais, como exigir que ela pague o preparo 
do recurso? Entende? Por isso, requerida a concessão de gratuidade da justiça em recurso, o 
recorrente estará dispensado de comprovar o recolhimento do preparo, incumbindo ao relator, 
neste caso, apreciar o requerimento e, se indeferi-lo, fixar prazo para realização do recolhi-
mento.
Art. 99 § 7º CPC. Requerida a concessão de gratuidade da justiça em recurso, o recorrente estará 
dispensado de comprovar o recolhimento do preparo, incumbindo ao relator, neste caso, apreciar o 
requerimento e, se indeferi-lo, fixar prazo para realização do recolhimento.
Há necessidade de intimação do recorrente para o pagamento do preparo caso o seu 
pedido de gratuidade da justiça seja indeferido no recurso ou o recurso será considerado 
deserto de plano?
Com certeza há essa necessidade de intimação. Lembre-se do que já estudamos quanto 
aos princípios da vedação de decisão surpresa e da cooperação. Corroborando esse entendi-
mento, o STJ já se manifestou no seguinte sentido:
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o interessado deverá ser intimado para a realização do preparo recursal nas hipóteses 
de indeferimento ou de não processamento do pedido de gratuidade da justiça.
Vamos ver o teor o julgado:
A Corte Especial do STJ, em apreciação aos embargos de divergência, pacificou o enten-
dimento que encontrava dissonância no âmbito do Tribunal sobre a necessidade, ou 
não, de intimar o interessado para a realização do preparo quando reconhecida como 
incorreta a formulação do pedido de assistência judiciária gratuita na própria petição do 
Recurso Especial. O acórdão embargado, da Primeira Turma, decidiu que o recurso seria 
deserto, pois o pedido de benefício de assistência judiciária gratuita deveria ter sido feito 
em autos apartados. Ao revés, o aresto paradigma, da Quarta Turma, decidiu que no caso 
de indeferimento, há que oportunizar à parte o pagamento do preparo. O CPC/2015, em 
seu art. 99, avançou em relação ao tema da assistência judiciária gratuita, por permitir 
que o requerimento seja formulado por qualquer meio e, nos casos do seu indeferimento, 
que o interessado seja intimado para a realização do preparo. Assim, nada mais razoável 
para se tornarem efetivos os direitos fundamentais de assistência jurídica das pessoas 
economicamente hipossuficientes (art. 5º, LXXIV, da CF/1988) e de amplo acesso à Jus-
tiça (art. 5º, XXXV, da CF/1988) que seja assegurada ao jurisdicionado não somente a 
possibilidade de protocolizar o pedido de assistência judiciária por qualquer meio pro-
cessual e em qualquer fase do processo, mas também, caso indeferido o pedido, que 
seja intimado para que realize o recolhimento das custas e porte de remessa e retorno, 
quando for o caso. EAREsp 742.240-MG, DJe 27/02/2019 (Informativo n. 643).
O que está compreendido na gratuidade da justiça?
Quem nos informa é o artigo 98, § 1º, do CPC. Vamos estudá-lo?
Art. 98, § 1º CPC. A gratuidade da justiça compreende:
I – as taxas ou as custas judiciais;
II – os selos postais;
III – as despesas com publicação na imprensa oficial, dispensando-se a publicação em outros meios;
IV – a indenização devida à testemunha que, quando empregada, receberá do empregador salário 
integral, como se em serviço estivesse;
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Lídia Marangon
Honorários Advocatícios. Gratuidade de Justiça
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
V – as despesas com a realização de exame de código genético - DNA e de outros exames consi-
derados essenciais;
VI – os honorários do advogado e do perito e a remuneração do intérprete ou do tradutor nomeado 
para apresentação de versão em português de documento redigido em língua estrangeira;
VII – o custo com a elaboração de memória de cálculo, quando exigida para instauração da 
execução;
VIII –

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