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Resenha - Livro - Em Busca de Sentido

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Resenha do livro:
FRANKL, Viktor E. Em busca de sentido: um psicólogo no campo de concentração/ Viktor E. Frankl. Traduzido por Walter O. Schlupp e Carlos C. Aveline. 25. ed – São Leopoldo: Sinodal; 2008
Realizada por Amanda Luciana das Neves, Gabrielle Gomes Pappi, Laura da Silva Zago e Leticia Araújo dos Santos. Graduandas em Psicologia pela Universidade Anhembi Morumbi.
E-mail: amandadasneves28@gmail.com; gabriellepappi@hotmail.com; lauraazago@gmail.com; letisans@outlook.com
O livro Em busca de sentido: um psicólogo no campo de concentração foi escrito por Viktor E. Frankl, essa edição foi feita em 1987, traduzida por Walter O. Schlupp e Carlos C. Aveline, e publicado pela editora Sinodal. A primeira edição foi escrita na língua alemã, e posteriormente traduzida em 19 idiomas. Frankl tinha como ideia inicial publicar a obra anonimamente, pois não queria fama com a mesma, apenas mostrar para as pessoas que a vida tinha um sentido potencial sobre qualquer circunstância. Porém, ele percebeu que se contasse a sua vivência poderia ajudar muitas pessoas, foi então que se identificou na publicação do livro. 
O autor busca através da sua vivência em vários campos de concentração, explicar sobre a teoria do sentido, intitulada logoterapia e desenvolvida pelo próprio autor. Frankl viveu durante muito tempo em campos de concentração, em que o ser humano era inferiorizado e reduzido aos limites do ser ou não ser. No decorrer da primeira parte da obra, são analisados aspectos sobre a existência sob a ótica de um prisioneiro comum, Frankl evidência aspectos da teoria em situações extremas de fome, cansaço, frio, esgotamento mental e físico. Na segunda parte da obra são explicados os conceitos básicos da logoterapia, usando uma linguagem didática e com exemplos clínicos, ele também discorre sobra a prática clínica e suas implicações. A terceira parte é baseada em seu discurso no Congresso Mundial de logoterapia, na Universidade de Regensburg, Alemanha, em junho de 1983.
Com base nos escritos de Frankl, percebemos uma linguagem didática e autêntica. O autor evidência suas vivências no contexto do campo de concentração e articula com a teoria apresentada. Através do relato percebemos as manifestações humanas em situações extremas. 
A primeira manifestação humana a ser apresentada é a reação de choque, perante aquele novo contexto, ao perceber que a única coisa que resta é a própria existência nua e crua. A partir disso, surgem questionamentos sobre seu futuro e suas consequências. Pois, no campo de concentração as condições de existência eram tão precárias e desumanas que a morte já não representava medo, pois ela poupava de cometer suicídio. 
Frankl também traz o conceito de apatia como manifestação humana presente em situações extremas. A apatia é perceptível quando a pessoa começa a morrer interiormente, o prisioneiro passa a se tornar indiferente, as situações de tortura não o perturbam. Esse fenômeno pode ser entendido como autoproteção da psique, ela reduz a percepção da realidade para proteger sua alma. Em decorrência desse estado, e de todo cenário de extrema subnutrição, esgotamento físico e mental, o ser humano é reduzido ao seu nível mais primitivo, suas necessidades básicas precisam ser supridas antes de qualquer outra coisa. Isso permite que a pessoa foque na sobrevivência e exclua tudo que não envolva sua preservação. 
A arte também estava presente nos relatos do autor, que citou o teatro, poemas e canções como formas de expressão artísticas que ajudavam os prisioneiros a se distraírem diante da situação em que estavam. O autor destaca, ainda, que o humor é uma grande arma na luta pela autopreservação e para o viver. Outra questão trazida pelo autor é o entendimento de que o amor é a fonte da energia, que a contemplação do amor e da pessoa amada é o que nos resta mesmo quando a situação exterior parece não nos ajudar em nada. Isso tem a ver também com o fato de a pessoa escolher se refugiar em suas lembranças do passado, para ficar longe da situação de horror do presente em que se encontra.
Frankl relata também que o que era considerado alegria no campo de concentração era apenas a concepção de ausência de sofrimento. Alegria para eles era não levar nenhum susto, como um alarme aéreo, por exemplo. O autor também faz a comparação do prisioneiro que só quer se misturar a massa para não chamar atenção dos guardas e passar batido por eles, para poder ter seu momento de paz, com um rebanho de ovelhas. Porém, em alguns momentos, surge o desejo de estar distante da massa, desejo de ter um momento de solidão. O autor fala também da perda da sensação de ser um sujeito, ao passo que no campo de concentração o indivíduo não é reconhecido pelo seu nome nem pela sua profissão, mas é reconhecido apenas por ser um número e visto como um objeto pela guarda. Frankl retoma o conceito de apatia do prisioneiro e o fato de não querer assumir seu papel frente ao destino, e o quanto isso interfere em sua jornada no campo, já que o indivíduo prefere não tomar decisões e ser poupado desse momento. Além da apatia e da dessenssibilização a qual passa o sujeito dentro do campo de concentração, apresenta-se, também, a irritabilidade. A fome, falta de sono, nicotina e cafeína, ajudam a aumentar a irritabilidade do prisioneiro e, para além destes fatores, destaca-se também questões anímicas causadas pela situação como, por exemplo, o sentimento de inferioridade que pode ter o prisioneiro.
Ao falar sobre o conceito de liberdade interior, Viktor Frankl levanta alguns questionamentos a respeito desta liberdade no campo de concentração, será que existe liberdade dentro desta realidade? Ou será que o prisioneiro está condicionado a realidade sem possibilidade de fuga interior? A resposta de Frankl é, sim, o sujeito pode escapar interiormente desta realidade imposta a ele, ainda afirma que a única coisa que não pode ser tirada da pessoa no campo de concentração é a sua liberdade última, que é a sua forma alternativa de agir e reagir ao contexto em que está inserido. É a sua capacidade de superar ou não a apatia e a irritação, o apego a liberdade de espírito, a forma como a pessoa se posiciona interiormente, que Frankl relata, ser o que irá revelar em que o sujeito se tornará, um típico mártir prisioneiro de guerra, ou um ser humano que permanece com sua dignidade. Aqueles que conseguem viver está liberdade interior provam que mesmo no sofrimento pode-se obter vitória, uma vitória interior. Este conceito de liberdade interior revela que não é só na vida ativa que há um sentido, mas até no sofrimento e na morte.
Os prisioneiros com uma fraca liberdade interior são aquele que se entregaram a realidade imposta, que pararam de lutar, porque não tinham interiormente em que se agarrar, como por exemplo, um filho, uma esposa que o aguardam em casa ou uma pesquisa a terminar. Com base nisso, Frankl alega que a pessoa da qual não enxerga um desfecho para uma situação não consegue viver em prol de um objetivo, e com isso não vive mais voltada para o futuro, como se é esperado em uma existência normal, e a partir disso começasse perceber sinais de um decaimento interior. 
Essas pessoas ignoraram a possibilidade de um complicado contexto exterior, ter como consequência fatores de crescimento e desenvolvimento interior. Por meio de seus conhecimentos biopsíquico, Viktor Frankl reitera a coligação entre as emoções e o organismo, onde aqueles que emocionalmente entregam os pontos tem um agravamento orgânico.
Daqui para frente Frankl nos fala mais precisamente sobre a busca por sentido, que este sentido é para cada sujeito um sentido único e subjetivo, Viktor nos introduz então a frase composta por Nietzsche que diz: “Quem tem por que viver aguenta quase qualquer como”. A consciência do “porque”, do motivo da sua vida e da sua existência promove o enfrentamento do temido “como”. Quando se enxerga um sentindo na vida, é possível passar pelo mais terrível sofrimento sem se entregar interiormente. Este sentido está presente em toda e qualquer situação,mesmo diante da morte eminente.
Ao falar sobre os recém libertos do campo de concentração Frankl esclarece que nem todos sofrem uma grande mudança interior do que se imagina, sua saúde mental e até espiritual ainda continua prejudicadas, o medo, o receio e a insegurança ainda se fazem presentes. O autor também revela que muitas apenas sofrem uma inversão, onde deixam de ser os agredidos e injustiçados e passam a ser os agressores, pois não se desprenderam do ocorrido. Ainda neste tópico Viktor Frankl nos apresenta dois fenômenos presentes no recém liberto, amargura e decepção. Durante o tempo no campo de concentração algumas pessoas imaginam em suas mentes como será o retorno para a vida ativa, o reencontro com seus amados, e então, quando isto acontece, e não é da forma esperada, elas se frustram, e então entram em amargura. A decepção se mostra quando a pessoa se choca com a sua atual realidade que pode, muitas vezes, até ser pior do que a vivida anteriormente.
Na segunda parte do livro Viktor Frankl apresenta os conceitos básicos da logoterapia. O vocábulo "logos" deriva do termo grego que significa "sentido", por isso, a logoterapia se caracteriza pela busca de sentido; ela também é conhecida por ser a Terceira Escola Vienense de Psicoterapia. Na logoterapia o foco está no futuro, no sentido em que o paciente realizará. A abordagem de logoterapia quebra o autocentrismo neurótico. Durante todo o tempo a logoterapia irá confrontar o sujeito a respeito do sentido da sua vida e o redirecionar para ele. Para a logoterapia a motivação primária do sujeito é a busca pelo sentido, sendo que este sentido é único e exclusivo para cada sujeito, por isso, só pode ser realizado por ele próprio. 
Por meio de uma pesquisa de opinião pública realizada na França, Frankl mostra que a grande maioria dos participantes responderam que o indivíduo necessita de "algo" em prol do que viver e que até morreriam por isso. Há algumas exceções em que a preocupação pelo sentido é caracterizada como uma camuflagem para conflitos ocultos, porém ao se deparar com o que é autêntico das pessoas o conflito é desmascarado.
A partir disso, Frankl começa com aspectos teóricos que norteiam a logoteraia. Inicia dizendo sobre a “frustração existencial”, quando a vontade do sentido é frustrada, que pode desenvolver as neuroses, que chama de “neurose noogênicas”, e que sua origem se dá na mente humana e não em uma dimensão psicológica. Sendo designando para qualquer dimensão humana; Além de relatar que a existência pode ser vista de três formas, a existência em si, o sentido da existência e a busca pelo sentido.
As neuroses noogênicas surgem de problemas existências, que tem como foco a frustração da vontade de sentido. Sendo a logoterapia a mais apropriada, já que permite penetrar na dimensão humana. Frankl ressalta que a frustração em si não é patológica, e que a angústia vale a pena ser vivida. Já para a boa saúde mental é necessária a noodinâmica, uma tensão entre aquilo que já alcançou e o que deseja alcançar, discordando de que o ser humano precisa de equilíbrio, mas sim uma luta pelos objetivos que velem a pena. Sendo muitas vezes recomendado em terapia que o logoterapeuta aumente as a quantidade de tensão de forma sadia, através da reorientação para o sentido da vida.
O autor traz também sua perspectiva sobre aquilo que muitos pacientes trazem, a ausência de sentido em suas vidas, chamado na logoterapia como, vazio existencial. O vazio existencial é manifestado principalmente em um estado de tédio, que vem se tornando cada vez mais agudo. Em casos de idosos aposentados, depressão, agressão e vicio, Frankl cita que deve-se reconhecer o seu vazio existencial para que possa ser entendido. Partindo então, para uma outra reflexão, de qual é o sentido da vida, o autor começa dizendo que não há termos genéricos, e que a questão varia de indivíduo para indivíduo, sendo assim, cada situação apresenta um desafio diferente para cada pessoa. Assim o indivíduo é questionado pela vida, e a melhor forma de responde-la é através da responsabilidade. Logo a responsabilidade sendo a essência da existência humana. 
Na logoterapia busca que o paciente encontre uma consciência de sua responsabilidade, não cabendo ao terapeuta a capacidade de julgar valores aos seus pacientes, e sim os próprios pacientes. Sendo papel do terapeuta, expandir o campo visual do paciente tornando o sentido consciente e visível. Podendo ser comparado um logoterapeuta com um oftalmologista, que busca nos capacita a enxerga o mundo na sua realidade.
Para Viktor Frankl, há três formas de descobrir o sentido da vida, pela realização, pelo amor e pelo sofrimento. Pela realização se dá por meio de algum trabalho ou praticando algum ato. Pelo amor é quando encontramos sentido experimentando algo ou encontramos alguém, e é a única maneira que encontramos de conectar com o íntimo do outro. Pelo sofrimento, se dá pela atitude que tomamos em relação ao sofrimento inevitável, e pela capacidade de nos mudarmos perante a dor, sendo como princípio fundamental que a logo terapia não busca o prazer ou evitar a dor, e sim ver um sentido em sua vida.
Quando pensado a logoterapia como técnica, Frankl inicia com a intenção paradoxal, onde o paciente é instigado a mudar o seu foco de desejo ou a desejar seu medo, já que o medo produz o próprio medo e a intenção excessiva impossibilita o que desejamos. Essa técnica é utilizada como um instrumento em casos de condições obsessivo-compulsivas, fóbicas e ansiedade. Além disso, é uma técnica que necessita muitas vezes de uma dose de humor e é um dispositivo de curto-prazo.
Outro termo usado pelo autor é o pandeterminismo, que é a condição do ser humano de se posicionar frente aos condicionantes, ou seja, o ser humano decide qual será sua existência, e o que tornará no momento seguinte. Além de também ter a capacidade de mudar isso a qualquer momento.
Por fim, Viktor Frankl encerra dizendo sobre a reumanização psiquiátrica, que a profissão buscava um aspecto mecânico, e com o entendimento da terapia como técnica foi aceita, dessa forma deixa o olhar para o ser humano como uma máquina, e vendo um ser humano por traz da sua queixa. Sendo o ser humano depende de decisão e não de condições.
Em seu último capítulo, o autor traz a tese do otimismo trágico, que foi baseado em uma palestra ministrada por ele, na Alemanha em 1983, que refere as pessoas que apesar de ter passado pela tríade trágica (dor, culpa e morte), conseguem permanecer otimistas. No caso, otimismo não se refere a aquelas pessoas otimistas indiscriminadamente, que vão contra as probabilidades e a esperança. Da mesma forma como é visto, “buscar a felicidade”, nós seres humanos não realizamos esta ação, e sim a de buscar razões para ser feliz.
Além disso, Frankl faz um fechamento de todos os aspectos relatado durante todo livro e uma relação com os dias época, na qual relaciona depressão, agressão e drogas ao vazio existencial, e uma forma de síndrome neurótica da massa. Vale ressaltar que Frank diz que não associa a depressão nem o suicídio à falta de sentido, mas a um resultado de um vazio existencial. Mas, podendo ser a busca por um sentido que auxilia a pessoa a sair do seu momento de crise e a buscar soluções para seus problemas.
Na logoterapia, o terapeuta se preocupa com cada situação latente que o paciente enfrenta ao longo da vida, sendo visto de forma concreta, e não flutuante. Já a consciência é vista como um fator estimulador que indica a direção que devamos nos mover na vida.
Durante todo o livro, Viktor Frankl deixa claro a sua visão de ser humano, através de sua linguagem de fácil entendimento e por sua experiência podemos compreender o que ele quer dizer. O ponto que mais fascina é a sua história, tanto pessoal como profissional, de após passar por diversos campos de concentração, perder parentes próximos, ele ainda consegue desenvolver sua tese e nos aproximar de sua experiência, mesmo que isso seja, teoricamente, impossível. De tal maneira, o grupo pode obter conhecimentosde forma proveitosa e enriquecedora, a fim de agregar em sua vida profissional como psicólogos, e também pessoal como seres humanos.

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