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Epidemiologia e estatística - Pesquisa de artigo - Estudo de coorte retrospectivo e descritivo

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Aluna: Marilane Ramos Fontão da Silva 
CGU:118071410 
Curso: Psicologia 
Disciplina: Epidemiologia e Bioestatística 
Professor: Tiago Weingarten 
 Tutor(a): Andrielly Viana Lemos 
 
 
Orientação: 
Para essa avaliação você deve procurar um artigo científico (utilizando o google 
acadêmico) que se enquadre em algum dos desenhos de pesquisa estudados. Após a 
leitura do você deve responder as seguintes questões: 
 
 
Título: Estudo retrospectivo de recidiva da hanseníase no Estado do Espírito Santo 
 
Autores: Lucia Martins Diniz, Marilda Vieira Moreira, Marizete Altoé Puppin e Maria Leide 
Wand Del Rey de Oliveira 
 
Objetivo do Artigo: Recidiva é o ressurgimento da patologia, após o tratamento regular 
com as metodologias vigentes e alta por cura. O objetivo do artigo é analisar as 
características dos casos de recidiva de hanseníase no Estado do Espírito Santo entre 
2000 e 2005. 
 
Tipo do estudo elaborado: Estudo de coorte retrospectivo e descritivo. 
 
O artigo relata como e onde a amostra foi obtida? 
 
 A amostra analisada no artigo fora obtida através dos casos suspeitos de recidiva de 
hanseníase que entraram no SINAN – Sistema de Informação e Agravos de Notificação, 
que é um sistema de informações criado a partir de lei federal que visa além de notificar e 
investigar casos de doenças e agravos que constam da lista nacional de doenças de 
notificação compulsória, contribuir para a democratização da informação entre 
profissionais de saúde e público em geral. 
 
Quem foi a amostra estudada? 
 Primeiramente, a amostra estudada no referido artigo fora determinada como os 142 
casos suspeitos de recidiva de hanseníase, que constavam no SINAN, dentre o período 
de janeiro de 2000 a dezembro de 2005, após uma análise mais apurada foram 
descartadas da amostra 38 casos devido o não enquadramento no diagnóstico da 
recidiva. Assim, a amostra compõe-se dos 104 casos enquadrados como recidiva de 
hanseníase. 
 
 
Qual foi a conclusão do artigo? 
 
 Uma vez que o artigo tem por objetivo analisar as características dos casos de 
recidiva de hanseníase no Estado do Espírito Santo, ocorridos entre janeiro de 2000 até 
dezembro de 2005, a proposta adotada chegou a conclusões acerca da magnitude e de 
algumas características clínicas e laboratoriais desta patologia. 
 Não existe uma fórmula uniforme utilizada nos cálculos de Magnitude, mas de acordo 
com alguns estudos publicados na área de dermatologia, a taxa de 5% é considerada 
aceitável. O referido estudo determinou uma magnitude de 1,12% de casos de recidiva, 
tomando como base os 104 casos da amostra. 
 Cerca de metade dos pacientes recidivaram entre o primeiro e o quinto ano depois da 
alta do primeiro diagnóstico, os demais pacientes da amostra apresentaram o 
ressurgimento da patologia após um período superior a cinco anos da alta do primeiro 
diagnóstico. Atribui-se aos casos de recidivas prematuras os tratamentos executados da 
maneira inadequada, seja por abandono do tratamento ou irregularidade terapêutica. Já a 
recidiva tardia é causada por reinfecção ou reativação dos bacilos persistentes. 
 No que tange às formas clínicas de hanseníase na recidiva, 07 pacientes 
apresentaram forma indeterminada, 28 pacientes desenvolveram a forma Tuberculóide, 
35 pacientes manifestaram a forma Dimorfa e 34 pacientes a forma Virchowiana. 
 Conforme a forma clínica da doença na recidiva, temos o número de lesões cutâneas 
e de nervos afetados entre os 104 pacientes, distribuídos da seguinte forma: 
 
Tabela 1 
 Lesões Cutâneas Nervos Afetados 
Forma Clínica 0 0 - 5 >5 sem registro nenhum 1 >1 não avaliado 
 
Indeterminada - 6 1 - 7 - - - 
Tuberculóide 2 26 - - 17 5 5 1 
Dimorfa 2 24 8 1 14 3 16 2 
Virchowiana 3 14 11 6 16 2 12 4 
 
TOTAL 7 70 20 7 54 10 33 7 
 
 
 No que concerne ao tratamento administrado aos pacientes pode-se observar que no 
primeiro tratamento 52 pacientes utilizaram o PB (paucibacilares) adotado pelo Ministério 
da Saúde, este esquema fora utilizado por 25 pacientes na recidiva da doença. 
 Também no primeiro diagnóstico 31 pacientes utilizaram-se do esquema PQT/MB 
(poliquimioterapia / multibacilares) para tratarem da patologia, de modo que na recidiva 78 
dos 104 pacientes adotaram este esquema. 
 Apenas 7 pacientes adotaram tratamentos alternativos, 5 utilizaram o esquema de 
dose única do ROM e 4 pacientes optaram pela monoterapia (dapsona). 
 No estudo há sete fichas de pacientes, com as formas clínicas identificadas como 
tuberculóide, dimorfa e virchowiana que versavam sobre o não aparecimento de lesões 
cutâneas, isso pode ter se dado devido falta de preenchimento adequado de informações 
no prontuário, ou erro de digitação no SINAN, ou ainda devido formas neurais puras. 
 Apesar de estudos como o referido artigo basearem-se em dados obtidos de 
prontuários de pacientes atendidos nas unidades básicas de saúde e por isso serem 
passiveis de possíveis falhas, é necessário que mais estudos análogos a este sejam 
realizados nas outras unidades da federação, afim de que obtenhamos a real situação de 
recidiva da hanseníase no Brasil.

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