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GESTÃO EM 
FISIOTERAPIA 
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
 > Diferenciar teleconsulta, telemonitoramento e teleconsultoria.
 > Descrever a prestação de serviços síncrona e assíncrona em fisioterapia.
 > Explicar a infraestrutura tecnológica e física, os recursos humanos e os 
materiais necessários para telesserviços em fisioterapia.
Introdução
A Resolução nº 516, de 20 de março de 2020, do Conselho Federal de Fisiotera-
pia e Terapia Ocupacional (Coffito), que autorizou a prestação de serviços de 
fisioterapia à distância seguindo critérios de teleconsulta, telemonitoramento 
e teleconsultoria, foi estabelecida em momento de pandemia pela covid-19 e 
garantiu a manutenção de serviços de fisioterapia em caráter específico ao 
momento da sociedade. A resolução é específica para o período de Emergência 
de Saúde Pública de Importância Nacional (Espin), com intuito de dar conti-
nuidade aos atendimentos pelo fisioterapeuta, contanto que ele obedeça a 
critérios mínimos de infraestrutura tecnológica física, com recursos humanos 
e materiais apropriados, garantindo inclusive algumas normas já estabeleci-
das para o atendimento presencial, com guarda, manuseio e transmissão de 
dados, executando a abordagem em telesserviço com privacidade, sigilo e 
confidencialidade.
Teleconsulta, 
telemonitoramento 
e teleconsultoria
Geanderson dos Santos Rodrigues
Neste capítulo, você vai aprender a diferenciar teleconsulta, telemonitora-
mento e teleconsultoria na atuação do fisioterapeuta na prestação de serviço 
à distância, reconhecendo os modelos síncrono e assíncrono de assistência 
e identificando a infraestrutura tecnológica necessária à promoção desses 
modelos de assistência em fisioterapia.
Conceitos básicos
Para entender e diferenciar teleconsulta, telemonitoramento e teleconsul-
toria, é importante resgatar o papel do Coffito. Para exercer suas funções, o 
fisioterapeuta precisa estar registrado no Coffito, uma autarquia federal que 
exerce função normativa e de controle profissional, ético, científico e social em 
todo território brasileiro. Nesse âmbito, tem ação de supervisão e fiscalização, 
garantindo bem-estar e controle no que diz respeito à profissão, em defesa 
de seus filiados e de toda população (COFFITO, [2021]). Dessa forma, todas as 
ações do profissional fisioterapeuta precisam estar em conformidade com 
resoluções, acórdãos, normativas, etc., emitidos e publicados pelo Coffito e 
acompanhados pelos Conselhos Regionais de Fisioterapia e Terapia Ocupacio-
nal (Crefitos), órgãos que estão diretamente ligados ao Coffito e que auxiliam 
nos cumprimentos das determinações, com apoio técnico e administrativo 
em sua região de ação.
Essa visão geral sobre tais entidades em âmbito federal e regional precisa 
estar clara para o seguinte entendimento: todas as condutas profissionais 
precisam de embasamento legal, e isso é acompanhado pelos conselhos. 
Assim, a característica do atendimento presencial ou à distância precisa estar 
em conformidade com as determinações para o profissional com base no 
que está pautado pelos conselhos. Ademais, quaisquer mudanças precisam 
ser regularizadas antes de implementadas para que se garanta condições 
profissionais, técnicas, éticas e sociais adequadas no exercício da profissão.
A partir daí, pode-se entender melhor a função da Resolução nº 516 
(COFFITO, 2020), que suspende resoluções anteriores e direciona condutas do 
fisioterapeuta no período de enfrentamento à crise provocada pela pande-
mia de covid-19. A resolução é específica para o período de Espin, mas abre 
caminho para o entendimento da atuação do fisioterapeuta para o potencial 
da profissão diante de novas estratégias de assistência à saúde, sempre com 
a devida atenção ao código de ética da profissão, respeitando legalmente 
suas atribuições (COFFITO, 2013; COSTA; LOIOLA, 2020).
Teleconsulta, telemonitoramento e teleconsultoria2
Assim, com base nas atribuições do fisioterapeuta associadas à Resolução 
nº 516 (COFFITO, 2020), foi possível notar que a modernidade tecnológica, me-
diante o uso da internet e de programas digitais apropriados (especialmente 
aqueles que promovem videoconferências) via computadores, smarthphones, 
tablets e outros, produziu avanços na forma de promover condutas fisiote-
rapêuticas. Schmitz et al. (2017) propuseram-se a estudar o tema quando a 
teleconsulta ainda não era permitida no Brasil, mas já presente na Europa 
e América do Norte, considerando o contexto nacional das profissões em 
saúde, colocando-se favorável à regulamentação da teleconsulta no país e 
entendendo-a como uma forma de interação por tecnologias da informação 
e comunicação (TICs).
Nesse contexto, destacam-se os conceitos e práticas de teleconsulta, 
telemonitoramento e teleconsultoria, modalidades não presenciais de atenção 
em saúde, descritas a seguir.
Teleconsulta
A teleconsulta representa a consulta fisioterapêutica a ser realizada pelo 
fisioterapeuta em caráter remoto (à distância) e registrada documentalmente 
(COFFITO, 2020). Para que possa ser segura e eficiente, além de todo conheci-
mento técnico do profissional, é necessário usar ferramentas seguras, uma 
boa comunicação e ferramentas de videoconferências ou videochamadas. 
O profissional ainda precisa estar familiarizado com a nova metodologia e 
com os recursos que se dispõe a utilizar e, ainda deve garantir que o paciente 
(ou seu responsável) possa compreender e agir devidamente para o fluxo 
assistencial da teleconsulta. Um atendimento desse tipo não se resume a 
uma conversa; trata-se de uma busca investigativa proposta dentro dos 
conceitos de semiologia fisioterapêutica.
Telemonitoramento
Seguindo a base estrutural da teleconsulta, ou seja, o uso devido dos recursos 
tecnológicos, para o telemonitoramento é preciso, antes do acompanhamento 
à distância, um contato prévio, em que o fisioterapeuta irá atuar presencial-
mente conduzindo a abordagem por meio de aparelhos apropriados. A partir 
de então, o telemonitoramento pode ser conduzido à distância no formato 
síncrono e/ou assíncrono. Ao longo do processo, deve-se determinar a ne-
cessidade ou não de encontros presenciais para reavaliações ou correções 
na sequência de abordagens, inclusive a possibilidade de ação em parceria 
Teleconsulta, telemonitoramento e teleconsultoria 3
com outro fisioterapeuta (COFFITO, 2020). Embora haja necessidade de certo 
contato direto no processo de telemonitoramento, o contexto da pandemia 
acaba sendo um empecilho. De todo modo, o profissional precisa ter a sensi-
bilidade para saber o momento de intervir presencialmente, tanto pelo olhar 
terapêutico quanto pela compreensão por parte do paciente (ou de quem dá 
suporte a ele) sobre a proposta terapêutica. Nesse contexto, a habilidade 
para gerenciar o telemonitoramento é fundamental para garantir qualidade, 
segurança e aplicabilidade do recurso.
Teleconsultoria
A Resolução nº 516 (COFFITO, 2020, documento on-line) entende a telecon-
sultoria como a “comunicação registrada e realizada entre profissionais, 
gestores e outros interessados da área de saúde, fundamentada em evidências 
clínico-científicas e em protocolos”, envolvendo diversos órgãos competentes 
que promovem ações no sentido de esclarecer dúvidas, promover ações e 
procedimentos em prol da saúde ou demais questões relativas aos processos 
de trabalho. Assim, fica claro que não se trata de uma assistência direta ao 
paciente, quer como consulta ou como ação terapêutica. Na verdade, a tele-
consultoria configura uma ação gerencial, o que coloca o fisioterapeuta em 
posição de destaque ao participar de grupos de trabalho que direcionam ações 
com efeito direto sobre as comunidades, mostrando o seu valor à sociedade.
O Coffito gerou a Resolução nº 516 embasado em classificação da 
Organização Mundial da Saúde (OMS) em ocasião do contexto pan-
dêmico pela covid-19. Ademais, manifestou-se com base em sua competência 
legal estatuída (art. 5º, incisos II e XII, da Lei Federal nº 6.316/75) e na gravidade 
erapidez com que a covid-19 se espalhou em diversos países e no Brasil. Isso 
é importante para compreender que todas as ações que geram alinhamentos e 
determinações às condutas do fisioterapeuta tem o intuito de conduzir o profis-
sional e a sociedade segundo critérios seguros e responsáveis, demonstrando 
ainda que a teleconsulta, o telemonitoramento e a teleconsultoria são condutas 
responsáveis e pertinentes ao fisioterapeuta, desde que atendidos os critérios 
previstos nas resoluções da profissão.
Teleconsulta, telemonitoramento e teleconsultoria4
A resolução do Coffito ainda reforça que o fisioterapeuta tem autonomia 
e independência para determinar o tipo de acompanhamento, se presencial 
ou à distância, embasado em conceitos técnicos e científicos para garantir 
um atendimento seguro e de qualidade ao paciente (COFFITO, 2020). 
É importante ressaltar que a parceria entre fisioterapeuta e paciente 
(e/ou seus responsáveis legais) é fundamental para que todo o processo 
terapêutico aconteça. O fisioterapeuta precisa estar alerta para realizar as 
melhores escolhas do ponto de vista terapêutico e de biossegurança, garan-
tindo continuidade na assistência com qualidade. Ao paciente ou responsável, 
é preciso estar clara a proposta do profissional fisioterapeuta, devendo se 
manifestar quando houver dúvidas ou questões pessoais envolvidas para 
que o cumprimento do plano terapêutico gere um efeito positivo de fato. 
Em outras palavras, todo o processo precisa estar bem organizado, claro e 
acessível para ambos.
Serviços síncronos e assíncronos em 
fisioterapia 
Ao se posicionar para o atendimento em caráter remoto, ou seja, à distância, 
o fisioterapeuta precisa estar preparado para cumprir um objetivo claro a 
ser atendido dentro da proposta adequada a cada caso. Embora os recursos 
tecnológicos permitam uma abordagem à distância, isso não muda a neces-
sidade de considerar a individualidade e a personalização do tratamento 
diante da limitação funcional. Ou seja, a prestação de serviço mantém-se 
vinculada à especificidade do quadro cinético-funcional do paciente, bem 
como a suas características e necessidades pessoais, considerando inclusive 
seu nível cognitivo, seu acesso a equipamentos e o eventual suporte de um 
responsável ou auxiliar. 
Quando um paciente está sob atenção presencial, parte de sua per-
cepção sobre a qualidade do serviço prestado está relacionada ao 
ambiente: higiene no local, cuidados com a decoração, equipamentos atualizados 
e/ou modernos, vestimentas dos profissionais, etc. No atendimento remoto, 
outras estratégias devem ser adotadas para proporcionar essa percepção de 
qualidade do serviço em ambiente virtual. Assim como no contato presencial, é 
preciso estar atento a aspectos subjetivos, a fim de manter o paciente engajado 
com as estratégias propostas para a prestação do serviço à distância. 
Teleconsulta, telemonitoramento e teleconsultoria 5
Nesse contexto, o primeiro passo numa metodologia remota é definir 
se o encontro à distância será síncrono ou assíncrono. O modelo síncrono 
representa qualquer forma de comunicação à distância realizada em tempo 
real (COFFITO, 2020). Ao mesmo tempo, estão em contato o profissional e o 
receptor do serviço (paciente e gestores, entre outros profissionais). Embora 
haja distância física, ambos estão simultaneamente envolvidos e voltados 
ao objetivo da teleconsulta, do telemonitoramento ou da teleconsultoria. 
Para que um encontro como esse aconteça de forma proveitosa, os seguintes 
critérios devem merecer atenção do profissional fisioterapeuta.
 � Agendamento prévio com horário marcado entre as partes — é preciso 
respeitar uma organização mínima, e cada parte no encontro precisa 
estar devidamente preparada. No agendamento, será pertinente tam-
bém orientar aspectos importantes para o preparo do ambiente e do 
paciente ou da dinâmica e pauta para a reunião, usando recursos como 
Google Agenda e Calendly.
 � Preparo apropriado do ambiente — além de iluminação adequada e 
um ambiente apropriado, sem ruídos que atrapalhem, é preciso estar 
atendo a vestimentas, entre outros aspectos físicos. A presença de 
outras pessoas deve ser evitada (se possível, proibida), especialmente 
pela confidencialidade das informações. Tudo isso pode evitar cons-
trangimentos e distrações.
 � Equipamentos adequados e conexão estável — é preciso contar com 
equipamentos que permitam ver e ser visto com qualidade visual e 
sonora, evitando perdas, distrações ou compreensão inadequada.
 � Ferramentas visuais para melhor compreensão — sempre que possível, 
é preciso utilizar recursos audiovisuais atualizados para promover 
melhor compreensão das informações.
 � Capacidade de visualizar o paciente — no caso da assistência a um 
paciente, essencialmente é preciso enxergá-lo bem o bastante para 
exercer um olhar investigativo apropriado na consulta e no monitora-
mento. Embora o encontro à distância não permita o toque, existem 
diversas informações que podem ser captadas pela prática de tarefas 
simples, permitindo avaliar os distúrbios cinético-funcionais, mesmo 
que limitadamente.
 � Certeza de estar sendo compreendido — a compreensão de coman-
dos, solicitações, orientações, entre outros, precisa ser priorizada. 
É necessário que o profissional interaja com qualidade com o paciente 
ou com seu responsável, trazendo segurança para os envolvidos. Após 
o contato, um questionário pode ser enviado com algumas questões 
Teleconsulta, telemonitoramento e teleconsultoria6
focadas na qualidade da comunicação. Outra opção é o paciente enviar 
um vídeo em que executa a atividade de maneira independente no seu 
dia a dia. Assim, pelas respostas o fisioterapeuta pode ter clareza do 
quanto foi absorvido e propor ações de melhorias.
Note que o modelo sincrônico, embora aconteça com dinamismo e si-
multaneidade, começa muito antes do encontro virtual. Tudo que envolve a 
abordagem, ou seja, desde o aspecto terapêutico até a gestão dessa prestação 
de serviço, precisa ser considerado previamente. É isso que conferirá qualidade 
e segurança, demonstrando a responsabilidade do profissional com o serviço.
Já o modelo assíncrono representa qualquer modo de comunicação à 
distância não realizada em tempo real (COFFITO, 2020). Dessa forma, o contato 
se processa por meio de instruções prévias, que podem estar registradas em 
meio físico (papel impresso, panfleto ou lista de orientações) ou em meio 
digital (videoaulas, áudios e outros). Contudo, isso só será pertinente a partir 
do conhecimento prévio sobre a situação e com o alinhamento adequado do 
profissional. Como reforça o Coffito (2020), o profissional tem autonomia e 
independência para determinar a modalidade de prestação de serviço à dis-
tância, desde que respeitados todos os critérios científicos, éticos e sociais. 
A seguir, são listadas as principais características do serviço assincrônico.
 � Capacidade de emissão de informações por parte do profissional — a 
metodologia utilizada para se comunicar pode ser essencial aos objeti-
vos que o profissional busca atingir. Criar uma videoaula, uma apostila, 
uma cartilha ou qualquer outra ferramenta requer de embasamento e 
capacidade didática para transmitir essa informação. 
 � Capacidade de compreensão por parte do receptor — é preciso estar 
atendo ao nível cognitivo e ao grau de compreensão por parte do 
receptor. Sem uma comunicação clara, fluida e segura, o serviço fica 
comprometido e inviabiliza a abordagem à distância.
Note que o modelo assincrônico, embora aconteça em tempos distintos 
e permita flexibilidade para produção do serviço, demanda muito cuidado e 
atenção. Isso pode exigir um monitoramento cauteloso e gerar a necessidade 
de um acompanhamento regular para garantir que os processos estão dentro 
de aspectos mínimos de qualidade e segurança. São exemplos de ações 
assíncronas que permitem o acompanhamento e identificação de possíveis 
necessidades de intervenção síncrona ou presencial: uso de comunicadose 
orientações por e-mail, fórum de dúvidas e/ou orientações, alertas em agendas 
Teleconsulta, telemonitoramento e teleconsultoria 7
e controle cronológico das atividades, preenchimento de formulários em que 
o paciente e/ou cliente possa informar suas atividades ou algum conteúdo 
proposto, listas com orientações ou planos e metas, entre outros.
Considerando os métodos síncrono e assíncrono propostos na prestação 
de serviço de fisioterapia, cada um tem suas particularidades e suas atenções 
especiais. Isso reforça a responsabilidade do profissional ao eleger um desses 
métodos e se responsabilizar por sua escolha.
Infraestrutura necessária para telesserviços 
em fisioterapia
Além de uma boa gestão do serviço e do comprometimento com a devida 
qualidade técnica, é preciso que o fisioterapeuta busque ferramentas para 
consolidar suas estratégias na prestação de serviços à distância, seja de 
maneira síncrona ou assíncrona. Para isso, deve buscar ferramentas capazes 
de garantir a manutenção do serviço com qualidade, segurança e atratividade 
na busca do efeito terapêutico ou nas relações com outros profissionais. 
A Figura 1 exemplifica como os recursos podem ser aplicados durante a 
assistência fisioterapêutica na prestação de serviços à distância, quer por meio 
de teleconsulta, telemonitoramento ou teleconsultoria. Note que as imagens 
ilustram situações em que os modelos síncrono e assíncrono são aplicáveis. 
Figura 1. Recursos para desenvolvimento de teleconsulta e telemonitoramento: (a) paciente 
utilizando halteres e colchonete para exercício em casa; (b) paciente utilizando tablet com 
apoio de outra pessoa; (c) criança realizando atividades em casa; (d) idoso utilizando notebook 
de maneira autônoma.
Fonte: (a) SHVETS production/Pexels.com; (b) Kampus Production/Pexels.com. (c) Yan Krukov/ 
Pexels.com; (d) nappy/Pexels.com.
A
C DB
Teleconsulta, telemonitoramento e teleconsultoria8
A seguir, estão descritos alguns pontos de apoio para a prática do serviço 
de fisioterapia à distância.
Grau de independência
É preciso identificar se o paciente consegue de fato compreender as instruções 
sozinho. As Figuras 1a e 1c ilustram situações de telemonitoramento, em que 
o paciente recebeu instruções e aplicou o recurso de forma independente. 
Já a Figura 1b representa um paciente com dificuldade para uso de tecnologia 
e demandando apoio para compreensão. Essas situações são fundamentais 
para definir se o acompanhamento pode ser feito de fato à distância e se o 
melhor modelo é o síncrono ou assíncrono. Além disso, é possível definir se será 
necessário o suporte de outra pessoa. Isso pode ser definido na teleconsulta 
ou em encontro presencial proposto como base para o estabelecimento do 
plano terapêutico.
Recursos tecnológicos para comunicação
Equipamentos como notebook, tablet, smartphones e outros são fundamen-
tais para o contato, já que videochamadas e videoconferências dependem 
de recursos mínimos de áudio e imagem. As Figuras 1b e 1d ilustram esses 
recursos. Além disso, uma boa conexão de internet se faz necessária. Nesse 
contexto, falhas e ruídos de comunicação podem representar agravos. 
Ferramentas de gestão
O uso de agendas e prontuários eletrônicos, bem como a implementação de 
certificado digital, permite que o paciente acompanhe seus atendimentos, 
verifique seus dados de prontuários e receba documentos (encaminhamentos, 
laudos, entre outros) quando preciso. Outra estratégia é o uso de aplicativos, 
em que orientações e condutas podem ser apoiadas. Essas ferramentas de 
gestão impactam diretamente na qualidade do serviço e podem ser vistas 
como diferencial na prática profissional, gerando percepção de qualidade, 
segurança e atratividade à prestação de serviço.
Teleconsulta, telemonitoramento e teleconsultoria 9
Um certificado digital é um recurso eletrônico com chaves criptogra-
fadas. Em outras palavras, é uma identidade eletrônica conferida a 
pessoas físicas ou jurídicas. Sua função é servir de identificação virtual pessoal, 
permitindo assinar documentos à distância com o mesmo valor jurídico da 
assinatura de próprio punho no papel. Nesse processo, uma vantagem é não 
ser necessário reconhecer firma em cartório (BASEOTTO, 2020).
Equipamentos acessórios 
Ao realizar as atividades em casa, é certo que o paciente não terá todos os 
recursos disponíveis em um serviço presencial. Assim, é preciso estudar a 
viabilidade técnica com base nesse aspecto. Algumas soluções surgem como 
alternativas: 
 � locação de equipamentos, mas para isso o paciente demandará de 
devida orientação para aquisição;
 � disponibilização por parte do serviço presencial ao qual está ligado, o 
que pode exigir controle e direcionamento mais precisos;
 � uso alternativo de ferramentas tecnicamente viáveis, como uma gar-
rafa plástica como substituta de um halter ou outros instrumentos 
cotidianos do paciente com aproveitamento terapêutico.
Nas Figuras 1a e 1c, são ilustradas duas situações em que os pacientes 
utilizam equipamentos para suporte terapêutico. Dessa forma, é possível 
compreender que existem situações em que haverá necessidade de avaliar 
o tipo de material necessário e sua viabilidade para o paciente para que se 
estabeleça o plano de tratamento adequado.
Além disso, a Resolução nº 516 do Coffito não apenas dá atenção aos 
recursos físicos e humanos para o telesserviço, como também destaca a 
importância da confidencialidade das informações e de normas técnicas de 
guarda, manuseio e transmissão de dados, que precisam garantir privacidade 
e sigilo, do mesmo modo que ocorre com o atendimento presencial. Nesse 
âmbito, o fisioterapeuta é responsável pelas informações e deve estar atento a 
isso com o uso de ferramentas de proteção eletrônica, como antivírus e senhas.
Teleconsulta, telemonitoramento e teleconsultoria10
Silva, Valenciano e Fujisawa (2017) conduziram uma revisão de lite-
ratura com objetivo de descrever a adoção de recurso terapêutico 
lúdico na prática da fisioterapia pediátrica. Em suas análises, categorizaram 
o uso de jogos e brincadeiras e também de videogames e realidade virtual. 
Para ambas categorias, evidenciaram benefícios e boa aceitação. Em geral, 
houve maior engajamento no tratamento e melhorias nos quesitos de postura, 
mobilidade, destreza, equilíbrio e força, além de redução de sintomas como 
dor, fadiga, ansiedade e distúrbios de sono. 
Tal estudo é um exemplo de como recursos lúdicos disponíveis no ambiente 
do paciente podem funcionar como estratégia terapêutica e de engajamento do 
paciente no tratamento. Jogos eletrônicos às vezes podem ser mais atrativos, 
por se associarem à tecnologia. Além disso, embora o foco do estudo fosse a 
atenção pediátrica, vale estudar o ambiente domiciliar e elementos lúdicos 
como ferramenta atrativa para outros grupos de atenção. 
Fica claro que os modelos propostos para prestação de serviço de fisiote-
rapia à distância compreendem critérios e estratégias lógicas, pautadas por 
ora no contexto social de pandemia. A teleconsulta, o telemonitoramento e 
a teleconsultoria aplicadas em modelos síncronos e assíncronos passaram a 
integrar estratégias assistenciais do fisioterapeuta pela Resolução nº 516 do 
Coffito, culminando na necessidade de compreensão por parte do fisiotera-
peuta em relação aos modelos propostos e recursos necessários. 
Referências
BASEOTTO, G. O que é certificado digital e para que serve? In: SERASA. [S. l.], 2020. 
Disponível em: https://serasa.certificadodigital.com.br/blog/o-que-e-certificado-
-digital-e-para-que-serve/?gclid=Cj0KCQjwpf2IBhDkARIsAGVo0D2dr1iDYUuPK9Twiw0
WH6RJZ4qqQmnvJ6n2wzQcsJ2nQ7rjIOE4dYYaAmJLEALw_wcB. Acesso em: 20 ago. 2021.
CONSELHO FEDERAL DE FISIOTERAPIA E TERAPIA OCUPACIONAL (COFFITO). Resolução nº 
424, de 8 de julho de 2013. Estabelece o Código de Ética e Deontologia da Fisioterapia. 
Brasília, DF: COFFITO, 2013. Disponível em: https://www.coffito.gov.br/nsite/?page_
id=2346. Acesso em: 20 ago. 2021.
CONSELHO FEDERAL DE FISIOTERAPIAE TERAPIA OCUPACIONAL (COFFITO). Resolução 
nº 516, de 20 de março de 2020. Teleconsulta, telemonitoramento e teleconsultoria. 
Brasília, DF: COFFITO, 2020. Disponível em: https://www.coffito.gov.br/nsite/?p=15825. 
Acesso em: 20 ago. 2021.
CONSELHO FEDERAL DE FISIOTERAPIA E TERAPIA OCUPACIONAL (COFFITO). Sobre o Coffito. 
Brasília, DF, [2021]. Disponível em: https://www.coffito.gov.br/nsite/?page_id=9#%3E. 
Acesso em: 20 ago. 2021.
Teleconsulta, telemonitoramento e teleconsultoria 11
COSTA, M.D.; LOIOLA, E. A. C. Aspectos éticos e legais relacionados ao atendimento 
dos fisioterapeutas durante a Emergência de Saúde Pública de Importância Nacional 
(ESPIN) em decorrência da pandemia de COVID-19. ASSOBRAFIR Ciência, [s. l.], v. 11, 
Supl. 1, p. 241-246, 2020.
SCHMITZ, C. A. A. et al. Teleconsulta: nova fronteira da interação entre médicos e 
pacientes. Revista Brasileira de Medicina de Família e Comunidade, Rio de Janeiro, 
v. 12, n. 39, p. 1-7, 2017.
SILVA, A. S.; VALENCIANO, P. J.; FUJISAWA, D. S. Atividade lúdica na fisioterapia em 
pediatria: revisão de literatura. Revista Brasileira de Educação Especial, Marília, v. 23, 
n. 4, p. 623-636, 2017.
Leituras recomendadas
FERREIRA, B. P.; LOPES, R. R. Satisfação, interesse e viabilidade para implementação 
de telerreabilitação para a população acometida por acidente vascular cerebral: 
revisão bibliográfica. Brazilian Journal of Development, São José dos Pinhais, v. 7, n. 5, 
p. 48934-48947, 2017.
ROCHA, E. F.; CASTIGLIONI, M. C. Reflexões sobre recursos tecnológicos: ajudas técni-
cas, tecnologia assistiva, tecnologia de assistência e tecnologia de apoio. Revista de 
Terapia Ocupacional da Universidade de São Paulo, São Paulo, v. 16, n. 3, p. 97-104, 2005.
Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos 
testados, e seu funcionamento foi comprovado no momento da 
publicação do material. No entanto, a rede é extremamente dinâmica; suas 
páginas estão constantemente mudando de local e conteúdo. Assim, os edito-
res declaram não ter qualquer responsabilidade sobre qualidade, precisão ou 
integralidade das informações referidas em tais links.
Teleconsulta, telemonitoramento e teleconsultoria12

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