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AnaliseDoPadraodeConsumo-Sacute-2019

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE 
CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS 
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS 
CURSO DE ADMINISTRAÇÃO 
 
 
 
 
YASMIN NOBRE SACUTE 
 
 
 
 
 
ANÁLISE DO PADRÃO DE CONSUMO CONCERNENTE AOS MODELOS DE 
NEGÓCIO SUSTENTÁVEIS PRODUTORES DE COSMÉTICOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
NATAL/ RN 
2019 
 
 
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YASMIN NOBRE SACUTE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANÁLISE DO PADRÃO DE CONSUMO CONCERNENTE AOS MODELOS DE 
NEGÓCIO SUSTENTÁVEIS PRODUTORES DE COSMÉTICOS 
 
 
 
 
Projeto de Monografia apresentado ao Curso de 
Administração da Universidade Federal do Rio 
Grande do Norte como requisito parcial obtenção de 
título de bacharel em administração. 
Orientadora: Professora Carolina de Sousa Martins 
Melo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
NATAL/ RN 
2019 
 
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YASMIN NOBRE SACUTE 
 
 
 
 
ANÁLISE DO PADRÃO DE CONSUMO CONCERNENTE AOS MODELOS DE 
NEGÓCIO SUSTENTÁVEIS PRODUTORES DE COSMÉTICOS 
 
 
 
Monografia apresentada à banca do curso de Administração da Universidade 
Federal do Rio Grande do Norte, composta pelos seguintes membros: 
 
Aprovada em: ___/____/______ 
 
 
Professora Carolina de Sousa Martins Melo 
Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN 
Orientadora 
 
 
Professora Aline Gehlen 
Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN 
Membro 
 
 
 
Professora Jeanne Teixeira 
Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN 
Membro 
 
 
4 
 
 
 
DEDICATÓRIA 
 
À minha amada mãe, Sueny. Sem você nada eu seria nesta vida. Obrigada 
por todas as lições que graduação nenhuma jamais me ensinaria. 
À minha avó, Romana, que sempre esteve presente nos bons e maus 
momentos. 
Aos meus familiares, Brendha, Tia Dayse e Pai, pelas palavras de incentivo e 
por acreditarem sempre no meu potencial. 
Aos meus professores e mestres, que edificaram meus conhecimentos 
técnicos e auxiliaram na minha formação como ser humano íntegro e ético. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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RESUMO 
 
A responsabilidade sobre os atos de consumo atrelados à sustentabilidade, têm se 
tornado aspectos cada vez mais relevantes, como um todo, na sociedade atual. 
Visto isso, esta pesquisa teve seu cerne em identificar os fatores que levam uma 
pessoa a praticar o consumo sustentável no ramo de cosméticos. Abordando desde 
as dimensões históricas do consumo, até como é a relação atual do mercado para 
com a sociedade. Para averiguar o atual padrão de consumo dos modelos de 
negócio de cosméticos sustentáveis, a pesquisa foi estruturada sendo de natureza 
aplicada, objetivo descritivo e abordagem quantitativa. Para obtenção de 
informações a fim de contemplar os objetivos de pesquisa foi aplicado um 
questionário com uma amostra de 65 respondentes. Onde, de acordo com os dados 
tabulados, foi possível identificar fatores que influenciam positivamente e 
negativamente para o consumo do tipo de produto especificado. Alguns desses, 
abordados diretamente por esta pesquisa, como: Saúde; preocupação ambiental; 
qualidade do produto; reputação da empresa; preço dos produtos e influência de 
terceiros. 
 
Palavras-chave: Consumo sustentável; Cosméticos sustentáveis; Fatores; Padrão 
de consumo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
 
 
ABSTRACT 
 
The responsibility about consumption and sustainability has began a relevant aspect 
in our society. Seen this, this research kept focus on identify the relatives that make 
people buy sustainable cosmetic. Approaching about the consumption’s history, until 
how is the current relationship between the market and the consumers. To find out 
the actual consumption pattern about sustainable business model, this research was 
built by applied nature, descriptive purpose and quantitative approach. To get 
information in order to achieve the survey goals, a questionnaire was applied with a 
sample of 65 participants. Which, according to the calculated data, it was possible to 
identify the factors that induce positively and negatively the sustainable cosmetics 
consumption. Some of these were previously discussed by this research, like: 
Healthy; Environmental concern; Product quality; Company reputation; Product price 
and Influence by others. 
 
 
Keywords: Sustainable consumption; Sustainable cosmetics; Factors; Consumption 
pattern. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS 
 
ABIHPEC - Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e 
Cosméticos; 
ONU - Organização das Nações Unidas; 
UNCHE - United Nations Conference on the Human Environment; 
UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo; 
IPEA - Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada; 
Sebrae - Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequena Empresa; 
Anvisa - Agência Nacional de Vigilância Sanitária; 
ANEEL - Agência Nacional de Engenharia Elétrica; 
IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais; 
BPM - Business Process Management; 
PDCA - Plan, Do, Check, Action; 
USP - Universidade de São Paulo; 
ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas; 
SPA - Serviço Personalizado de Atendimento; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
 
 
 
LISTA DE QUADROS 
 
Quadro 1: Dimensões do desenvolvimento sustentável ............................................ 22 
Quadro 2: Tempo médio de decomposição de materiais. ......................................... 23 
Quadro 3: Fatores influenciadores do consumo sustentável. .................................... 28 
Quadro 4: Ações sustentáveis na indústria de cosméticos ....................................... 33 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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LISTA DE FIGURAS 
 
Figura 1: Pilares da sustentabilidade ........................................................................ 21 
Figura 2: Ciclo PDCA ................................................................................................ 26 
Figura 3: Motivação para ações sustentáveis ........................................................... 32 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
 
 
 
LISTA DE TABELAS 
Tabela 1: Abordagem das afirmativas de pesquisa ................................................... 37 
Tabela 2: Afirmativas relativas à saúde. .................................................................... 41 
Tabela 3: Dados relativos ao fator saúde. ................................................................. 43 
Tabela 4: Afirmativas relativas à preocupação ambiental. ........................................ 44 
Tabela 5: Dados relativos ao fator de preocupação ambiental. ................................. 46 
Tabela 6: Afirmativas relativas à qualidade dos produtos. ........................................ 46 
Tabela 7: Dados relativos ao fator de qualidade do produto. .................................... 47 
Tabela 8: Afirmativa relativa à reputação da empresa. ............................................. 48 
Tabela 9: Dados relativos ao fator de reputação da empresa. .................................. 49 
Tabela 10: Afirmativa relativa ao preço do produto. .................................................. 49 
Tabela 11: Dados relativos ao fator preço do produto. .............................................. 50 
Tabela 12: Afirmativa relativa à influência de terceiros. ............................................ 51 
Tabela 13: Dados relativos ao fator influência de terceiros. ...................................... 51 
Tabela 14: Ordem de relevância dos fatores que influenciam o consumo de 
cosméticos sustentáveis............................................................................................52 
Tabela 15: Concordância dos respondentes sobre os fatores que contribuem para 
compra de cosméticos sustentáveis. ......................................................................... 53 
Tabela 16: Opinião dos respondentes sobre os fatores que dificultam a compra de 
cosméticos sustentáveis............................................................................................ 53 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
 
 
 
LISTA DE GRÁFICOS 
 
Gráfico 1: Gráfico referente ao gênero dos respondentes......................................... 38 
Gráfico 2: Gráfico referente a idade dos respondentes. ............................................ 39 
Gráfico 3: Gráfico referente ao nível de escolaridade dos respondentes. ................. 39 
Gráfico 4: Gráfico referente a renda mensal média dos respondentes. .................... 40 
Gráfico 5: Gráfico referente ao gasto médio mensal com produtos cosméticos dos 
respondentes. ............................................................................................................ 40 
Gráfico 6: Referente a relevância para os respondentes sobre a composição e 
ingredientes dos cosméticos. .................................................................................... 41 
Gráfico 7: Referente a preferência dos respondentes por cosméticos formulados com 
ingredientes de origem vegetal. ................................................................................ 42 
Gráfico 8: Referente a preferência do respondente por cosméticos orgânicos ou 
naturais por questões de saúde. ............................................................................... 42 
Gráfico 9: Referente a relevância da presença de metais pesados na composição de 
um cosmético para o respondente. ........................................................................... 43 
Gráfico 10: Referente a preferência dos respondentes quanto a compra de 
cosméticos não testados em animais, independente do preço. ................................ 44 
Gráfico 11: Referente a preferência dos respondentes quanto aos cosméticos que 
não prejudiquem o meio ambiente. ........................................................................... 45 
Gráfico 12: Referente a preferência dos respondentes por cosméticos que utilizam 
embalagens recicláveis ou biodegradáveis. .............................................................. 45 
Gráfico 13: Referente a preferência do respondente por cosméticos sustentáveis 
pela sua qualidade superior. ..................................................................................... 47 
Gráfico 14: Referente compra de cosmético por padrões de qualidade observados 
pelo respondente. ...................................................................................................... 47 
Gráfico 15: Referente a influência da reputação da empresa na decisão de compra 
do respondente. ........................................................................................................ 48 
Gráfico 16: Referente a relevância do preço de venda dos cosméticos na decisão de 
compra do respondente............................................................................................. 50 
Gráfico 17: Referente a influência de terceiros na decisão de compra de um 
cosmético para o respondente. ................................................................................. 51 
 
12 
 
 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................... 13 
1.1 OBJETIVO GERAL............................................................................. 14 
1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .............................................................. 15 
1.3 JUSTIFICATIVA ................................................................................. 15 
2 REVISÃO DA LITERATURA ..................................................................... 17 
2.1 CONSUMO ......................................................................................... 17 
2.2 SUSTENTABILIDADE ........................................................................ 20 
2.2.1 Consumo sustentável ................................................................... 23 
2.3 INDÚSTRIA DA BELEZA ................................................................... 29 
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ................................................. 35 
3.1 NATUREZA DA PESQUISA ............................................................... 35 
3.2 DEFINIÇÃO DE AMOSTRAGEM ....................................................... 35 
3.3 COLETA DE DADOS ......................................................................... 36 
3.4 ANÁLISE DOS RESULTADOS .......................................................... 37 
4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS........................................ 37 
4.1 PADRÃO SOCIAL DOS ENTREVISTADOS ...................................... 38 
4.2 SAÚDE ............................................................................................... 41 
4.3 PREOCUPAÇÃO AMBIENTAL .......................................................... 44 
4.4 QUALIDADE DOS PRODUTOS ......................................................... 46 
4.5 REPUTAÇÃO DA EMPRESA ............................................................. 48 
4.6 PREÇO DOS PRODUTOS ................................................................. 49 
4.7 INFLUÊNCIA DE TERCEIROS .......................................................... 50 
4.8 PANORAMA GERAL DOS FATORES ............................................... 52 
4.9 PERGUNTAS ABERTAS ................................................................... 52 
5 CONCLUSÃO ........................................................................................... 55 
REFERÊNCIAS .............................................................................................. 58 
ANEXOS E APÊNDICES ................................................................................ 64 
 
 
 
 
 
13 
 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
Alterações ligadas a sustentabilidade, efetuadas em qualquer ponto da escala 
produtiva e de vida de um produto já são consideradas grandes avanços em termos 
ecológicos. Na responsabilidade pós-consumo, de 2017 para 2018, houve um 
aumento de 30% em relação a destinação de embalagens para reciclagem 
(ABIHPEC, 2018), fato que aponta a nova percepção do consumidor e das 
empresas para com suas atitudes de compra e oferta, respectivamente, como atos 
concernentes ao meio ambiente. 
Desde a revolução industrial a relação da sociedade com a satisfação das 
suas demandas vem mudando cada vez mais rápido. Nessa marcante época da 
história, os grandes produtores passaram a trabalhar com metais pesados, 
derivados do petróleo, motor a combustão e a grande invenção da locomotiva. Fatos 
que mudaram a trajetória da humanidade. Ainda seguidos da II Guerra Mundial, 
quando o seu fim (em 1945) culminou em uma explosão de produção para 
reconstrução dos países envolvidos e a disseminação do conceito do “American 
Dream” (James Truslow, 2017), que mencionava uma vida plena a partir do 
consumo exacerbado, aliado ao início da globalização. 
Em seguida, a era da informação passa a ser associada ao mundo 
globalizado, possibilitando a facilidade na importação e exportação de produtos, 
aumentando ainda mais o consumo. Entretanto fomos surpreendidos pelo aumento 
dos desastres naturais e da temperatura do planeta terra. A partir desse ponto, 
algumas preocupações começam a surgir e ser compartilhadas por institutos e 
organizações de autoridade, como por exemplo a ONU (Organização das Nações 
Unidas). Esta, iniciou o debate sobre tais acontecimentos na Conferência de 
Estocolmo, em 1972, onde a pauta principal discutia a exploração de recursos 
naturais (ONU, 2019) e a partir desse momento tornou-se um assunto de interesse 
internacional. 
Dessa forma, o conceito de sustentabilidade foi amplamentediscutido em 
diversas esferas da comunidade. Reuniões, com a participação de estudiosos, 
autoridades políticas e empresários de diversos nichos de mercado, passaram a se 
tornar comuns para discutir o curso e as medidas que poderiam amenizar a situação 
de degradação ambiental, na qual já nos encontrávamos. Desenvolvendo, com o 
14 
 
 
 
decorrer desses estudos e discussões, novos fundamentos e conceitos importantes, 
como: Os três pilares da sustentabilidade (John Elkington, 1994); os tipos de 
consumo existentes e alternativas de sustentabilidade aplicadas ao modelo de 
negócio (Kurtz, 2010). 
E a partir desta nova perspectiva, este estudo teve o intuito de pesquisar 
sobre a essência do comportamento do consumidor, quanto às suas mudanças nos 
hábitos de compra, no nicho de cosméticos sustentáveis. Atualmente, fazer do ato 
de compra mais do que uma simples escolha é uma característica do consumidor 
sustentável. Esse indivíduo se preocupa, além do preço e qualidade, com a não 
agressão ao ambiente e a utilização do produto do seu uso ao seu descarte 
(Portilho, 2005). 
 Apontando, assim, um considerável potencial de crescimento para este nicho 
de mercado (ABIHPEC, 2015). Acompanhando a rápida mudança estabelecida no 
comportamento do consumidor, este mercado apresenta possibilidades de inovação 
e desenvolvimento promissoras. Considerando o culto ao corpo como algo 
evidentemente histórico, desde o antigo Egito ao modernismo atual, incorporado a 
nossa cultura. 
Dessa forma, abordando conceitos de consumo, sustentabilidade, consumo 
sustentável e da indústria de cosméticos. Trazendo considerações relevantes, 
evidenciando os temas, desenvolvidos nesta pesquisa, podemos antecipar que 
houve uma ampla abordagem, para que os dados coletados na aplicação do 
questionário pudessem ser compreendidos da melhor maneira possível. Podendo 
responder ao questionamento: Quais fatores levam uma pessoa a praticar o 
consumo sustentável no ramo de cosméticos? 
 
 
1.1 OBJETIVO GERAL 
 Identificar os fatores que levam uma pessoa a praticar o consumo 
sustentável no ramo de cosméticos. 
 
 
 
15 
 
 
 
1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 
a) Verificar se a preocupação com a saúde pessoal e a qualidade do produto 
influenciam na compra de cosméticos sustentáveis; 
b) Compreender se a preocupação ambiental e a reputação da empresa 
influenciam na compra de cosméticos sustentáveis; 
c) Investigar se o preço dos produtos e a influência de terceiros afeta a compra de 
cosméticos sustentáveis; 
 
1.3 JUSTIFICATIVA 
 De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, 
Perfumaria e Cosméticos (ABIHPEC), há uma tendência mundial de buscar a 
viabilização de variações sustentáveis para os produtos nos próximos anos. 
Apontando o foco para as pequenas empresas, que estão, cada vez mais, surgindo 
no setor de cosméticos. Neste cenário de mudanças e adequações, o mercado se 
mostra promissor aos modelos de negócio menos nocivos ao ambiente. 
Este trabalho científico tem como propósito principal estabelecer uma 
correlação, entre o padrão de consumo estabelecido pelos compradores e o novo 
modelo de negócio sustentável aplacado pela indústria da beleza, estruturada em 
dados, usando uma metodologia de pesquisa quantitativa e análise de resultados. 
Trazendo uma contribuição para o âmbito teórico, a fim de aumentar a discussão 
sobre o tema, com uma perspectiva diferente. 
Sendo assim, relevante para o âmbito econômico, pois a pesquisa traz as 
análises relativas ao padrão de consumo do setor de cosméticos, como já citado 
anteriormente. O que auxilia os administradores atuantes no mercado a tomarem 
decisões, baseando-se no comportamento assumido pelos consumidores daquele 
nicho, de acordo com os resultados alcançados. Incorporando também um maior 
aporte científico para pesquisas relacionadas aos modelos de negócio sustentáveis. 
Tendo em vista que essa é uma novidade no mercado atual, mas que vem tomando 
proporções de amplo impacto para sociedade e, ainda melhor, cativando cada vez 
mais consumidores engajados de diversas formas. 
Além do interesse pessoal, em empreender neste setor que de acordo com as 
pesquisas, após uma pequena recessão em 2015, com faturamento de R$ 42,6 
bilhões (ABIHPEC, 2016), o setor já está se recuperando. Gerando até uma alta de 
16 
 
 
 
4,3% na geração de empregos atualmente (ABIHPEC, 2019). Tendo o Brasil uma 
ampla extensão territorial e com flora riquíssima, com a média de 46.718 espécies 
contabilizadas (Reflora, 2019), é possível observar o grande potencial do país com 
relação a nichos de mercados que envolvam a possibilidade sustentável como seu 
cerne. Tornando o mercado promissor e o interesse latente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
17 
 
 
 
2 REVISÃO DA LITERATURA 
 
 Tendo em vista as grandes mudanças que vêm sendo percebidas no âmbito 
global, podemos afirmar que o consumo consciente junto aos demais cuidados para 
com o planeta são considerados aspectos importantes para nossa sobrevivência. 
Dessa forma, este estudo traz discussões sobre: consumo; sustentabilidade; 
consumo sustentável; e indústria de cosméticos. A fim de desenvolver um 
posicionamento mais criterioso, considerando a relação destes tópicos. 
 
2.1 CONSUMO 
 Segundo o dicionário Aurélio (2010) um significado abrangente para o 
substantivo consumo, caracterizado como ação de consumir, de gastar, despesa. 
Mas destrinchando o princípio dos hábitos de consumo, podemos perceber que a 
influência neste determinado comportamento se estabeleceu há anos. Desde o 
século XVIII, quando a Inglaterra foi precursora da chamada Primeira Revolução 
Industrial, onde as produções artesanais para escambo e consumo próprio foram 
gradativamente substituídas por manufaturas, obteve-se o primeiro modelo de 
produção em maior escala e hierarquia de trabalho industrial. Em sequência, 
potencializando os efeitos desta primeira etapa, países como França, Alemanha, 
Rússia e Itália, ampliaram os horizontes de produção e passaram a trabalhar com 
metais pesados e derivados do petróleo. Além do surgimento do motor a explosão e 
da locomotiva, que viriam perpetuar conhecida como segunda etapa da Revolução 
Industrial. 
O principal argumento da história da civilização material é a relação dos 
homens com as coisas e os objetos. Ele deve levar em conta o processo de 
contestação nascido com a passagem de uma civilização da raridade da 
economia estacionária à do desenvolvimento e da abundância. O século XX 
que termina ainda não cessou de descobrir o dilema do progresso. Do 
confronto do mundo ocidental com as civilizações tradicionais nasce uma 
imensa responsabilidade: o objeto de consumo, o próprio desenvolvimento, 
foram ao mesmo tempo a sorte e o fardo do homem branco. (ROCHE; 
DANIEL, 2000, p. 17) 
 
 Após estes eventos, devemos observar também a influência da II Guerra 
Mundial para o padrão de consumo que se estabeleceria. Foi um período onde 
houve grandes avanços nas indústrias convencionais (alimentos, vestuário, 
armamento, automobilística, náutica, entre outras) e inovações nas áreas de 
18 
 
 
 
tecnologia. Tendo em vista o senso de urgência estabelecido pela situação, os 
progressos aconteciam quase que diariamente, visando sempre o combate. 
Entretanto, a maior parte, dos produtos e das descobertas feitas neste período ainda 
faz parte da nossa rotina, seja de maneira aperfeiçoada ou ainda com a mesma 
utilidade atribuída durante a guerra. 
 Agregado ao desenvolvimento durante a guerra houve também um aumento 
exponencial da produção no período após a guerra. Pois os países derrotados e até 
alguns países que mesmo vencedores foram destruídos durante bombardeios e 
ataques com tropas, precisavam se reerguer, construindo novamente suas cidades e 
proporcionando meios de sobrevivência para a população. 
 Com a vitória dos Aliados naII Guerra Mundial, em 1945, aconteceu a 
perpetuação de um conceito que já era trabalhado desde 1931 o “American Dream” 
passou a ser incorporado de maneira profunda na vida dos cidadãos americanos, 
formando uma geração pautada pelo valor de seus bens materiais. O historiador 
James Truslow (2017) definiu, em seu livro “The epic of America”, o conceito de 
“American Dream” como uma vida melhor, mais rica e mais completa para todos, 
com oportunidades para todos baseado em habilidades e conquistas individuais. 
Este conceito foi não só perpetuado nos EUA, como passou a se propagar por todo 
o mundo e a sociedade, que já caminhava num aumento da aquisição de bens, 
passou a ansiar por inovações para substituição de produtos. 
Consequentemente, com o aumento da demanda em diversos setores, a 
produção só cresceu e por várias décadas a sociedade do consumo – termo usado 
para referência à sociedade contemporânea do pós-guerra segundo Barbosa (2010) 
– foi cada dia mais incentivada a continuar e propagar seus costumes. 
 Segundo Coutinho (1995), a globalização é o momento mais evoluído do 
decurso da internacionalização, sendo observada os efeitos de forte aceleração 
tecnológica, a rápida disseminação dos novos padrões de produção e gestão e uma 
maior concentração dos mercados dentro dos blocos regionais. Sendo assim, devido 
ao fenômeno da globalização se tornando parte do cotidiano de toda sociedade, as 
indústrias se estabelecendo em vários polos diferentes, o desejo de consumo se 
expandiu por diversas nações. Passou a se tornar cada vez mais comum e viável a 
importação e exportação de produtos. Desde os que serviam para atender as 
necessidades básicas de um ser humano, como matérias-primas e alimentos, até os 
19 
 
 
 
desejos mais supérfluos dos consumidores. Fato que culminou no período de 
consumo mais caótico já estabelecido. 
 Com a propagação dessas ideias consumistas e o desencadeamento de 
uma forte onda de aquisição de bens, houve, por consequência, o descarte de 
materiais ainda servíveis e sem danos. Sem a devida orientação estes descartes 
começaram a ser realizados de maneira equivocada, pois não havia preocupação 
sobre a manutenção dos recursos naturais extraídos do planeta. Além de que, em 
decorrência da elevada produção de ofertas, em diversos nichos de mercado, houve 
consequentemente maior extração de matéria-prima e maior descarte de resíduos 
industriais. Após algumas décadas neste ritmo exponencial de crescimento 
capitalista, Molion (2008) afirma que foi percebido um aumento significativo na 
temperatura global, cerca de 0,7°C nos últimos 150 anos, e o início da escassez de 
recursos naturais fundamentais para existência humana, como a água, por exemplo. 
 É importante destacar que, diante de tanta oferta de produtos também, 
teremos variados tipos de demanda. Então, segundo Gonçalves (2011), podemos 
caracterizar os tipos de consumo em: Alienado; compulsório; para o “bem viver”; 
solidário; crítico; verde e sustentável. 
O consumo alienado assegura a rentabilidade das publicidades, pois ele se 
estabelece apenas pelo desejo de consumo despertado pela propaganda e sem 
nenhuma necessidade intrínseca ao ser humano. Já o consumismo compulsório, é 
aquele onde não há alternativa para o consumidor, existe algum fator limitante que o 
faz recorrer aquele produto (Gonçalves, 2011). 
 No consumo para o “bem viver”, o comprador exerce seu livre arbítrio 
escolhendo o produto sem influências externas ou fatores limitantes, porém não se 
preocupa com terceiros ou com o ambiente. Como o nome já explana, o consumo 
solidário se dá quando o intuito da compra foca no bem coletivo, como por exemplo, 
a qualidade de vida dos trabalhadores que produziram o produto (Gonçalves, 2011). 
O consumo crítico, pode ser entendido como uma evolução do consumo 
solidário, onde o modo de comprar do consumidor é visto como ato político e todos 
os fatores importam para negociação, na luta por um planeta sem exploração e com 
respeito aos recursos naturais. No consumo verde, o cliente leva em consideração 
para a decisão final se o produto, em todo o seu processo de vida útil e descarte, 
não prejudica o meio ambiente (Gonçalves, 2011). 
20 
 
 
 
Por fim, o consumo sustentável, ainda seguindo os estudos de Gonçalves 
(2011), seria um propósito a ser alcançado, não se tratando apenas de um modo de 
consumo, mas sim a toda uma referência de valores que devem ser agregados na 
tecnologia, em atos políticos, econômicos, para que os padrões se tornem 
sustentáveis. 
Então, depois das décadas de euforia econômica, percepção das 
consequências que esse consumismo trouxe e diálogos estabelecidos no âmbito 
comercial sobre as perspectivas do futuro humano, aconteceram diversas mudanças 
no padrão de compra, a sociedade contemporânea passou a ter um olhar 
diferenciado em relação ao consumo. Compactuando com modelos menos 
agressivos ao ambiente, mostrando uma alteração comportamental com a maior 
aceitação de novos mercados e trazendo a maior relevância do consumo para a 
indústria da informação. 
 
2.2 SUSTENTABILIDADE 
Para encontrar o conceito de “sustentabilidade” devemos nos aprofundar na 
semântica da palavra. Seu fundamento é obtido do verbo “sustentar”, em que após 
pesquisas, Boff (2017) considera que o significado passivo da palavra remete a ação 
de equilibrar-se, manter-se, conserva-se bem. Ainda considerando os estudos de 
Boff (2017), sustentabilidade é a ação voltada para o combate a decadência do 
ecossistema. 
 Segundo a ONU (Organização das Nações Unidas) (2019), no ano de 1972, 
em Estocolmo, aconteceu a primeira reunião para discutir a temática. Ainda tímida, a 
Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano (UNCHE – United 
Nations Conference on the Human Environment) foi o princípio de uma mudança 
importante para o ecossistema. Na pauta estavam as atividades e as explorações 
humanas para com o planeta e seus recursos naturais e esta discussão foi levada à 
âmbito internacional, trazendo holofotes para degradação e poluição, que 
ultrapassam fronteiras e são de cautela de todos que habitam o “planeta azul”. Deste 
ponto em diante os debates sobre o tópico foram crescentes e cada vez mais 
embasados por informações e pesquisas. 
Ainda segundo a ONU, em 1992, no Rio de Janeiro, ocorreu a ECO-92, na 
qual foi estabelecido o conceito de desenvolvimento sustentável. Associando, pela 
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primeira vez, os temas relativos à economia e meio ambiente. Em 2010, na cidade 
de Joanesburgo, na África do Sul, aconteceu outro grande encontro que debateu 
além dos conceitos estabelecidos nas reuniões anteriores. 
 A Declaração de Joanesburgo – documento publicado após o encerramento 
da reunião – trouxe em seu conteúdo um objeto de relevância: os três pilares da 
sustentabilidade. Estes foram fundamentados por Elkington, em 1994, publicados 
posteriormente em 1997, no livro “Cannibals with forks: The triple bottom line of 21st 
century business”. O autor relata que os pilares são a definição para a inevitável 
expansão relativa à sustentabilidade, para integração de pontos fundamentais e 
aperfeiçoamento do foco. São os respectivos pilares expostos na figura abaixo: 
 
Figura 1: Pilares da sustentabilidade 
 
Fonte: Green Sustenta (2018) 
 
 Posteriormente, na Rio+20 – denominação referente a reunião que 
aconteceu em 2010, no Rio de Janeiro, para tratar de assuntos também relativos à 
proteção ambiental – as delegações representativas de cada país, estavam 
novamente juntas para avaliar o documento “O futuro que nós queremos” elaborado 
pela ONU (Organização das Nações Unidas). Dessa vez não tão focado em 
conceitos e definições, mas trazendo, como relatou em notícia publicada no site do 
Senado Brasileiro, o então Secretário-Geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, um 
“acordo para a criação de Objetivos de Desenvolvimento Sustentável”.Ban Ki-moon 
também declarou que “A Rio+20 afirmou princípios fundamentais, renovou 
compromissos essenciais e nos deu novas direções. Chega o fim das discussões e 
agora começa o trabalho.” Desfecho animador após aprovação de um plano de 
ação, tendo em média 700 compromissos, para que o desenvolvimento sustentável 
atrelasse as teorias discutidas nas reuniões com as práticas que precisavam ser 
implementadas na rotina da sociedade, de forma macro e micro ambiental. 
22 
 
 
 
 Tratando também da amplitude relacionada aos padrões que determinam 
uma conduta sustentável. Na tabela em sequência, são estabelecidos alguns 
modelos de alternativas sustentáveis para empresas, na plena aplicabilidade. 
 
Quadro 1: Dimensões do desenvolvimento sustentável 
 
Fonte: Kurtz, 2010, p. 04. 
 
 Visto isso, desde as grandes potências econômicas até os países com 
menor desenvolvimento, todos passaram a reconhecer o quão significativo é a 
sustentabilidade. Processo que fundamentou o comportamento de consumo das 
novas gerações. Pois, devido aos diálogos e conceitos estabelecidos na Rio+20 e 
demais encontros relativos temática da sustentabilidade – inclusive alguns já citados 
anteriormente –, com a ajuda também da globalização, que passou a disponibilizar 
uma grandiosa quantidade de informações, a sociedade passou a ter mais 
consciência e cuidado quanto às suas decisões de compra. Tornando o consumo 
um ato político, desde a maneira de se alimentar até a forma de se vestir e tendo 
como preocupação toda a cadeia de produtividade de um bem ou serviço. 
23 
 
 
 
 De acordo com dados fornecidos pela UNIFESP (Universidade Federal de 
São Paulo) (2019) foi desenvolvido o quadro abaixo, onde podemos perceber como 
o acúmulo de resíduos descartados pelo homem pode prejudicar o ambiente natural, 
tendo em vista que, este não está preparado para lidar com a imensa quantidade de 
compostos biodegradáveis e não biodegradáveis descartados. 
 
Quadro 2: Tempo médio de decomposição de materiais. 
 
Fonte: UNIFESP (2019) 
 
 Em consonância com o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) 
(2019), apenas 13% dos resíduos sólidos urbanos no país vão para reciclagem. A 
afirmação se torna ainda mais impactante quando Silva (2017), responsável pela 
elaboração do estudo, afirma que a produção de resíduos sólidos – apenas sólidos – 
no Brasil é, em média, de 160 mil toneladas por dia e mesmo que de 30% a 40% 
desses resíduos sejam próprios para reciclagem, apenas os, citados anteriormente, 
ínfimos 13% vão para o processo de reaproveitamento. 
Observa-se a necessidade de mudarmos nossos padrões de consumo e 
optarmos pelo produto e/ou serviço que seja mais sustentável e menos agressivo ao 
ecossistema. 
 
2.2.1 Consumo sustentável 
 De acordo com as definições de consumo apresentadas anteriormente, por 
Gonçalves (2011), podemos recapitular que o consumo sustentável deve ser 
considerado mais do que apenas uma aquisição. Sendo este um ato político-
24 
 
 
 
econômico que deve ser implementado em todos os aspectos rotineiros e comuns 
da sociedade. Consistindo em um tópico importante para pesquisa, auxílio e 
entendimento do momento de mudança comportamental dos consumidores. 
A partir das informações distribuídas para a população sobre o colapso 
socioambiental – aquecimento global, efeito estufa, derretimento das calotas 
polares, aumento do nível dos oceanos, empobrecimento da fertilidade dos solos, 
aumento da incidência de catástrofes naturais e outros – que se instalava em todas 
as regiões do planeta, o foco dos governos era estabelecer uma adaptação 
envolvendo a sociedade de consumo e os empresários, sendo estes os 
responsáveis, fornecedores de contenções para demanda, para que estes 
passassem a reconhecer que não bastava apenas lucrar de maneira irresponsável, 
lançando conteúdo tóxico no planeta, através de poluentes gasosos, sólidos e 
fluidos. 
Algo nos diz que nossos padrões de produção e consumo estão cada vez 
mais insustentáveis, a julgar pelo nosso atual uso excessivo dos recursos 
naturais, nossa enorme geração de lixo e as dificuldades para administrar 
tanta poluição e tantos impactos ambientais. (GONÇALVES; PÓLITA, 2011, 
p. 09) 
 
 Os consumidores sustentáveis, por sua vez, faziam do ato de compra, mais 
do que uma simples escolha. Segundo Portilho (2005), esse consumidor é definido 
como indivíduo preocupado com o meio ambiente e nas variáveis que influenciam a 
sua compra estão, além de preço e qualidade, a não agressão ao ecossistema em 
todo ciclo de vida do produto. Com o crescimento da consciência ambiental, a 
mudança individual no padrão comportamental da sociedade, fez a disponibilidade 
de ofertas se modificar paralelamente. 
 Este reconhecimento por parte das organizações, foi incentivado, também, 
pelo aumento da rigorosidade das normativas estabelecidas nas legislações e 
acordos internacionais de preservação ambiental, onde reduzir, reutilizar e reciclar 
foram compreendidas como palavras chaves para incorporação dos processos de 
recuperação de recursos naturais. 
 Dessa forma, houve a assimilação de cada um destes conceitos, em que 
Gonçalves (2011) sintetiza discorrendo que a redução do consumo detém o 
desperdício de materiais, energia, água e tem como consequência a redução de 
descartes de lixo e resíduos. Já a Reutilização permite prolongar a durabilidade de 
um objeto, proporcionando uma nova função a partir do aprimoramento desse 
25 
 
 
 
utensílio. Na reciclagem, o material retorna a etapa da produção industrial para ser 
reutilizado como recurso primário na fabricação de novo objetos, evitando a retirada 
de novos recursos do meio ambiente. 
 Segundo Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequenas 
Empresas) (2015), um produto sustentável pode ser caracterizado por gerar menos 
danos ao meio ambiente em qualquer fase da sua vida útil e ser tão bom ou melhor 
do que o denominado “produto padrão” (como é chamado aquele que tem a 
produção comum). Seja por meio de uma maior durabilidade, por ser reciclável, por 
consumir menos insumos ou insumos menos agressivos ao ecossistema, por fim, 
que respeita padrões estabelecidos para garantir a renovação natural do 
ecossistema. A diversidade de produtos que podem ser categorizados como 
sustentáveis é admirável, desde pequenos produtos como, cosméticos, 
medicamentos, embalagens para produtos, folhas, até movelaria com madeira de 
reflorestamento, por exemplo. 
 Portanto, devemos incorporar aos estudos de conceitos para uma economia 
mais sustentável a importância, não só do cuidado com os bens de consumo já 
produzidos, mas, também o seu processo de produção, desde a criação e/ou 
prototipagem até a entrega para o consumidor final. Teremos então o cuidado com 
os resíduos pré e pós-consumo (GONÇALVES; PÓLITA, 2011). Onde todo o ciclo 
de vida do produto merece atenção, sendo fiscalizados pelos órgãos competentes 
de cada mercado (Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa, Agência 
Nacional de Energia Elétrica – ANEEL, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos 
Recursos Naturais – IBAMA, Ministério da Agricultura, Ministério do Trabalho e 
outros) desde a extração de matérias-primas para fabricação, metodologia de 
desenvolvimento do produto, resíduos derivados do processo de confecção desse 
produto, posicionamento do produto no mercado, logística de fornecimento do 
produto para o consumidor final, possibilidades de reutilização e descarte para este 
produto. 
 Para tornar tais etapas cada vez mais eficientes, o administrador da 
fabricação desses determinados produtos pode contar com o auxílio da metodologia 
de BPM (Business Process Management). Segundo Hurwitz (2009), BPM é a 
abordagem moderna para desenvolver e gerenciar processos de negócio. Se trata 
26 
 
 
 
de uma sistematização da gestão dos processos de um negócio, ou seja, um 
mapeamento/rastreamentominucioso para controle, melhorias e ajustes. 
 Na parte prática, o BPM possui uma ferramenta cíclica de gestão. Esta é 
baseada no mecanismo conhecido como P.D.C.A (Plan, Do, Check, Action). Criado 
por Edward Deming, é uma técnica de extrema importância para verificar qualidade 
e eficiência de um processo ou projeto. O ciclo P.D.C.A é um método gerencial de 
tomada de decisão, que foca em garantir o alcance dos objetivos propostos à 
sobrevivência e crescimento da organização (QUINQUIOLO, 2002). Como podemos 
observar na figura abaixo: 
Figura 2: Ciclo PDCA 
 
Fonte: Research Gate (2011) 
 
 Brocke e Rosemann (2013) ressaltam que mesmo a representação se 
mostrando de forma tão simplória, ela retrata uma quebra de hábitos na maneira 
como as empresas são gerenciadas. Modificando o pensamento de que o método 
da “tentativa e erro” são os corretos para gerenciar uma empresa, pois estes 
consomem mais recursos e não demonstram resultados proporcionais. 
Evidenciando, dessa forma, que o gerenciamento assente dos processos de negócio 
em sua totalidade é o mais eficiente em atingir o objetivo final de proporcionar valor 
para o cliente. Que nos aspectos dessa tese, anseia por produtos pouco ou zero 
agressivos ao meio ambiente. 
27 
 
 
 
 Seguindo estes padrões de produção as empresas melhorariam sua escala 
de desempenho em todos os âmbitos. Podendo propagar suas benfeitorias para 
conquistar a demanda de consumo que se preocupa com a vertente socioambiental. 
Anos de experiência e meses de pesquisa reforçaram nossa crença de que 
‘dar-se bem fazendo o bem’ é mais que frase de efeito. As empresas que se 
dedicam com rigor a criação de iniciativas sociais mercadológicas e 
empresariais eficazes, podem ajudar a construir um mundo melhor ao 
mesmo tempo em que melhoram seus resultados financeiros. (KOTLER; 
HESSEKIEL; R. LEE, 2012; p. 02). 
 
 Entretanto, é válido relembrar sempre que o marketing verde deve ser 
sempre veiculado de forma ética, respeitando os consumidores e disseminando 
verdades sobre qualquer vertente exposta. Para tal verificação, os consumidores 
podem acionar o órgão competente de fiscalização, ou até mesmo se assegurar por 
certificados de padrão de qualidade. 
No Brasil, para certificação relativa à gestão ambiental, temos a ISO 14001. 
Em documento publicado no site da ABNT (Associação Brasileira de Normas 
Técnicas), a ABNT NBR ISO 14001 é descrita como uma normativa, aceita 
internacionalmente, que avalia os requisitos para o desenvolvimento de um Sistema 
de Gestão Ambiental. Auxiliando a aumentar o desempenho das organizações 
através da utilização eficiente dos recursos e redução quantitativa dos resíduos. 
Obtendo, por conseguinte, vantagem competitiva e confiança dos stakeholders. 
 Contudo, mesmo com todas as pesquisas desenvolvidas, há uma 
imprecisão quanto ao entendimento dos hábitos de compra do consumidor que 
prefere o produto padrão, em prol do produto sustentável (VERMEIR; VERBEKER, 
2006). 
Para tal questão existe uma série de respostas amplamente aceitas, que vão da 
satisfação de necessidades até a emulação dos outros, a busca do prazer, a defesa 
ou a afirmação de um status etc. Contudo, ao procurar entender por que o consumo 
tem tanta importância na vida das pessoas, conclui-se que talvez esteja suprindo uma 
função muito mais importante do que apenas satisfazer motivos ou intenções 
específicos que incitam seus atos individuais. Em outras palavras, é possível que o 
consumo tenha uma dimensão que o relacione com as mais profundas e definitivas 
questões que os seres humanos possam se fazer, questões relacionadas com a 
natureza da realidade e com o verdadeiro propósito da existência - questões do 'ser e 
saber'. (BARBOSA; CAMPBELL, 2006, p. 47). 
 
 O quadro abaixo ilustra com maior precisão algumas variáveis que, segundo 
alguns estudiosos, influenciam de forma intensa e direta a decisão de compra 
tomada pelos consumidores em qualquer vertente. 
28 
 
 
 
Quadro 3: Fatores influenciadores do consumo sustentável. 
FATORES INFLUENCIADORES DO CONSUMO SUSTENTÁVEL 
FATOR DETALHAMENTO AUTORES 
Saúde 
Fatores que ligam o produto a saúde do 
consumidor, como por exemplo, a garantia de 
produtos naturais na composição e não adição 
de metais pesados ou elementos químicos 
sintéticos, são a prioridade nestes casos. Tendo 
em vista que, aquele que compra estes 
produtos está visando a manutenção de seu 
bem-estar. 
Zamberland et al 
(2006), Lima-Filho 
e Quevedo-Silva 
(2012), Krein et al 
(2014) 
Preocupação 
ambiental 
Diante de todos os fatores pertinentes 
para aquisição de bens 
sustentáveis/orgânicos/naturais, a preservação 
ambiental é o precursor de todas essas 
mudanças mercadológicas que vêm 
acontecendo. Visando sempre proteger ou 
gerar o menor dano possível, o consumidor 
acaba optando pelo produto ecologicamente 
correto. 
Lima-Filho e 
Quevedo-Silva 
(2012) 
Qualidade dos 
produtos 
Aqui o comprador se mostra interessado 
nos produtos naturais, por estes apresentarem 
uma qualidade maior quando equiparados aos 
produtos padrões. Seja uma maior 
durabilidade, melhor textura, melhor fixação ou 
outra possibilidade, mas fato é que no geral o 
produto natural terá uma eficiência maior do 
que os demais disponíveis no mercado. 
Zamberland et al 
(2006) 
Reputação da 
empresa 
Para muitos consumidores a aquisição 
sustentável é atrativa se a empresa for 
detentora de uma reputação positiva no 
mercado. Seja com a finalidade de manter um 
status social sob o uso daquela marca ou até 
mesmo na tentativa de se certificar de que 
aquela empresa é mesmo "verde". 
Cruz (2013) 
Preço dos 
produtos 
Fato que o preço, para maior parcela 
dos consumidores, é quesito de avaliação para 
decisão de compra. Não sendo diferente para 
os produtos naturais, este ponto gera 
questionamentos e comparações. Mesmo que 
segundo pesquisas, o consumidor tenha se 
mostrado propenso a aceitar investir um valor 
maior em aquisições sustentáveis. 
Zamberland et al 
(2006), Gomes 
(2009) 
29 
 
 
 
Influência de 
terceiros 
Neste ponto, desde a propagação de 
opiniões positivas relacionadas aos produtos 
naturais, até a necessidade do indivíduo de 
compor ou encaixar-se em determinados 
grupos, influencia a aquisição de mercadorias 
sustentáveis. 
Blackwell, 
Miniard e Engel 
(2005) 
Fonte: Sacute (2019), Isaac (2016) 
 
 As abordagens contextualizadas acima podem, de alguma forma, influenciar 
na decisão de compra. Incorporando ao seu entendimento a consequência de uma 
vantagem estratégica para as empresas da vertente de cosméticos. 
 
2.3 INDÚSTRIA DA BELEZA 
Sabemos que a adoração ao corpo sempre foi algo cultivado em nossa 
sociedade. 
 As ciências sociais contam com vários estudos que demonstram a forma 
como o corpo se configura em símbolo de uma cultura, espaço em que se 
projetam códigos de identidade e alteridade, sendo os usos que dele se faz, 
associados ao vestuário, ornamentos e pinturas corporais, indicativos de 
universos simbólicos, capazes de nos ajudar a melhor compreender o 
mundo que o envolve. (CASTRO, 2010, p. 56). 
 
Do antigo Egito ao modernismo atual, definir características e estilo de vida 
pela doutrina estabelecida para com o corpo, sempre foi normal. Padrões de 
vestimenta, maquiagem e higiene são, até os dias atuais, ainda determinantes para 
segregação social. Entretanto, ainda de acordo com os estudos de Castro (2010), 
percebesse que a preocupação com a aparência está relacionada à ruptura, quesito 
singular da contemporaneidade, entre o ser e o parecer. De forma distinta dos 
demais momentos passados, as sociedades atuais coagem os indivíduos sobre a 
necessidade de delinearem sua identidade particular. Quebrando qualquer vínculo 
com as prerrogativas das tradições e dos costumes, como era estabelecido em 
outros momentos históricos. 
 Mesmo com a determinação da individualidade, a maior parte da sociedade 
ainda passa ase encaixar em algum estereótipo e seguir um certo padrão de 
consumo relativo à indústria da beleza. Tratando com mais especificidade neste 
estudo do comércio de cosméticos, o órgão responsável pelas fiscalizações e 
análises neste âmbito, a ABIHPEC (Associação Brasileira da Indústria de Higiene 
Pessoal, Perfumaria e Cosméticos), vem desde 2009 publicando um caderno de 
tendências, onde compartilha conteúdo proveniente de pesquisas na área, para 
30 
 
 
 
auxiliar as empresas no desenvolvimento junto às mudanças das expectativas da 
demanda. 
 É interessante perceber que este mercado está tomando direções voltadas 
cada vez mais para aspectos sustentáveis e colaborativos. As empresas estão 
reforçando seus recursos para proteger o ambiente da poluição de produtos 
plásticos e conquistar a confiança e afeição dos consumidores ecologicamente 
corretos. Segundo o caderno de tendências, ABIHPEC (2014 – 2015), as marcas 
passaram a desenvolver metodologias sustentáveis, tendo em vista aportar a 
biodiversidade, por meio da tecnologia inserida nos produtos e na integração de 
abordagens locais. Já tratando dos aspectos colaborativos, o documento publicado 
pela ABIHPEC, mostra a sílaba “Co” em alta. Disseminada por influencers e com 
relatividade ao sentido de “colaboração”, o prefixo foi visto com bons olhos pelos 
consumidores e foi absorvido pelas indústrias do comércio. Collab, Co-production, 
Co-work, Co-branding, Co-creation e algumas outras palavras circulam no nosso 
vocabulário sem maiores dificuldades de compreensão, pois estão integradas a uma 
nova Era do consumo. 
 Seguindo a iniciação dessa nova Era, foram percebidas outras novas 
tendências. Ainda sobre os estudos da ABIHPEC (2019 – 2020), sobre 
direcionamento mercadológico, verificou-se que produtos com menor volume estão 
obtendo uma melhor aceitação de mercado, assim como, o consumidor do sexo 
masculino vem se mostrando mais interessado no universo do autocuidado, o stress 
do cotidiano moderno está aumentando a demanda por serviços de bem-estar 
(SPA’s, centros de estética, academias, centros de fisioterapias e outros) e a 
influência digital sobre a decisão de compra. 
 Após a globalização, quando houve a real propagação de informações e 
conhecimentos sobre saúde, autocuidado, sustentabilidade, ecossistema, o 
entendimento dos consumidores foi se tornando cada vez mais abrangente sobre 
como as indústrias eram relapsas no tocante aos ingredientes usados na fabricação 
de produtos de higiene e cosméticos (como os metais pesados, prejudiciais ao 
organismo), além das atrocidades cometidas para retirada de matéria-prima do 
ambiente e testes feitos em animais. Então, a partir de certo momento, os 
consumidores mostraram, por meio da mudança de hábitos de consumo, que tais 
comportamentos passaram a não ser mais tolerados. Ou a indústria renovava seus 
31 
 
 
 
métodos e conceitos buscando a melhoria para todo o sistema socioambiental ou 
estaria fadada ao fracasso (ABIHPEC, 2019). 
 Logo, a relação da sustentabilidade com o mercado da beleza, pode ser 
apontada como a construção de uma união cada vez mais forte. 
 O conceito de ingredientes de beleza de origem natural está se 
expandindo e as marcas buscam promover sustentabilidade por meio a 
incorporação de abordagens locais e de desenvolvimento em tecnologia. 
Com as exigências crescentes dos consumidores e as mudanças climáticas 
em todo o mundo, a demanda do setor para ingredientes naturais e 
sustentáveis vem se adaptando a esse novo cenário. As recentes fusões e 
aquisições no mercado de ingredientes ativos confirmam a importância das 
matérias-primas de origem natural, vegetal e orgânica. Temas como 
sustentabilidade e meio ambiente ainda continuarão em pauta por muito 
tempo. (ABIHPEC, 2019, p. 12). 
 
 A prova dessas afirmações se dá com a perpetuação dos novos entrantes 
neste mercado. Empresas como Simple Organic, Slow Beauty, BAIMS, Cativa 
Natureza, The Body Shop, AUÁ Natural e outras que acumulam, juntas, milhares de 
seguidores nas redes sociais e faturamento que ultrapassa os limites pautados no 
plano de negócio. Além das anciãs do ramo, que continuam atraindo consumidores 
como O Boticário e outras, as quais passaram a investir na modificação do modelo 
de negócio para atender a demanda, mas sem perder a essência da marca. E por 
último, a precursora do movimento no Brasil, tratando-se do desenvolvimento em 
larga escala de produtos de higiene e cosméticos temos como exemplo a Natura, 
sempre lançando produtos limpos e campanhas publicitárias que abordam alguma 
temática importante para sociedade. 
 Cada uma dessas empresas tem seu fator motivador específico para se 
aprofundar no âmbito da sustentabilidade. Segundo estudos desenvolvidos por 
Kotler, Kartajaya, Setiawan (2010), existem as seguintes categorias: 
32 
 
 
 
Figura 3: Motivação para ações sustentáveis 
 
Fonte: Marketing 3.0; 2010; p.186 
 
 
Diante dessa classificação, podemos considerar algumas ações sustentáveis 
destas empresas, como por exemplo: 
33 
 
 
 
Quadro 4: Ações sustentáveis na indústria de cosméticos 
EMPRESA AÇÃO DESENVOLVIDA 
Natura 
Priorizar o desenvolvimento de produtos com matéria-prima sustentável 
(Em 2017, cerca de 84% dos produtos já atingiam esse objetivo) 
Programa Amazônia: Aquisição de matéria prima por meio de 34 
comunidades locais de extração (Ação que já preservou 254 mil hectares 
de floresta) 
Programa Natura Carbono Neutro: Focado na redução e compensação 
da liberação dos gases do efeito estufa 
Simple Organic 
Eliminação total de conteúdos prejudiciais à saúde, como: Parabenos; 
petrolados; EDTA; BHA; quaternário de amônia; silicone; propileno glicol; 
dietanolamina; trietanolamina; diazolidinil uréia; óleo mineral e outros 
Cadeia produtiva sustentável e certificada 
The Body Shop 
Evidência que 100% dos ingredientes são naturais, rastreáveis e 
sustentáveis (Em consequência, cerca de 10 mil hectares são 
preservados) 
Investimentos em inovação, para buscar ingredientes pioneiros que se 
originem de zonas de biodiversidade, gerando uma maior visibilidade 
para essas áreas 
Abastecer 100% das lojas físicas com energia renovável ou com controle 
de carbono 
Garantir que 70% das embalagens não contenham combustíveis fósseis 
AUÁ Natural 
Cadeia de valor (da produção ao descarte da embalagem) 100% 
sustentável e projetada para não degradação do meio ambiente 
Produtos livres de compostos prejudiciais ao organismo, teste em 
animais e desperdícios 
BAIMS 
Prioriza os ingredientes naturais, não testada em animais e livre de 
ingredientes tóxicos 
Embalagens confeccionadas com bambu 
Cativa Natureza 
Detentor do selo "Eu Reciclo", que certifica quando a empresa usa da 
logística reversa para destinar corretamente suas embalagens 
Não utiliza espécies da flora nativa que estejam ameaçadas de extinção 
Mantém uma cadeia produtiva rastreável 
O Boticário 
Lançamento de novas linhas veganas 
Investimento em inovações e mudanças para adaptação junto ao 
mercado 
Slow Beauty 
Proporciona a integração e distribuição de diversas marcas do ramo dos 
cosméticos e wellcare orgânicos e naturais 
Fonte: Websites oficiais das empresas (2019) 
 
 Apesar dos benefícios verificados, é possível elencar alguns fatores que, 
possivelmente, desvalorizam a compra dos ecologicamente corretos, como por 
exemplo: em sua maioria são produtos com o valor de negociação mais elevado; a 
adoção de medidas sustentáveis não possibilita um estoque amplo; a variedade dos 
34 
 
 
 
produtos é limitada e a regulação estabelecida ainda está em fase de maturação, o 
que acaba depreciando a confiabilidade do consumidor para com os produtos 
verdes. 
 Seguindo o raciocínio abordado acima, alguns fatores possivelmente 
positivos, além de atos aprazíveis ao ecossistema, são: a maior possibilidade 
personalização de um produto; a menor incidência de metais pesadose substâncias 
prejudiciais à saúde; menor probabilidade de desenvolver alergias e intolerâncias; o 
mesmo produto pode ser amistoso a um maior contingente de pessoas, de 
diferentes faixas etárias e preferências e outras. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
35 
 
 
 
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 
Através das técnicas e processos, evidenciados nos tópicos a seguir, foi 
possível validar, analisar, compreender e discorrer sobre o tema e os objetivos de 
pesquisa estabelecidos anteriormente. 
 
3.1 NATUREZA DA PESQUISA 
A presente pesquisa quanto à natureza é aplicada, por sua interação entre 
pesquisador e grupo de análise, tendo em vista também, as características relatadas 
por Trujillo Ferrari (1982), onde além da finalidade prática, as análises podem 
contribuir com bases teóricas para pesquisas futuras. Tem objetivo descritivo, a fim 
de concretizar o estudo das características de um determinado grupo e segundo 
Triviños (1987), retratar precisamente os acontecimentos e fatos da realidade 
estudada. Utiliza a abordagem quantitativa, a fim de coletar e tratar dados numéricos 
relativos ao tema abordado, sendo possível uma visão gráfica e tangível dos 
resultados alcançados (Zanella, 2009). Sendo, na íntegra, assim categorizada, por 
ser a metodologia apropriada para sanar a necessidade de encontrar padrões no 
comportamento do consumidor de cosméticos sustentáveis, a fim de explicar quais 
fatores realmente influenciam a aquisição desses produtos. 
 
3.2 DEFINIÇÃO DE AMOSTRAGEM 
A amostragem da pesquisa será sob um universo desconhecido, tendo em 
vista, a falta de informações sobre o quantitativo de pessoas que consomem 
produtos sustentáveis. Dessa forma, será utilizada a amostragem por conveniência 
que, segundo Malhotra (2011), é a técnica de amostragem que menos consome 
tempo de aplicação e é indicada para grupos de foco. Portanto, não foram limitadas 
às regiões de pesquisa, aplicando-se o questionário em todo âmbito possível, de 
alcance das ferramentas de divulgação. 
 Dessa forma, os critérios de inclusão para participação na pesquisa são: 
individuo maior de 18 anos, ambos os sexos, diferentes classes sociais, já ter 
consumido algum produto/cosmético sustentável e concordar com os termos e 
políticas éticas de pesquisa ao responder o questionário. Para os critérios de 
exclusão, temos: aqueles que não tiverem consumido, nunca, nenhum 
produto/cosmético sustentável. 
36 
 
 
 
Após a apresentação destas informações condensadas, torna-se possível 
traçar uma trajetória de pesquisa, com uma melhor compreensão, para desenvolver 
padrões de consumo no âmbito dos modelos de negócio sustentáveis, na vertente 
de cosméticos. 
 
3.3 COLETA DE DADOS 
Segundo Vergara (2009), o questionário traz benefícios para pesquisas onde 
os respondentes não estão limitados geograficamente, há uma ampla possibilidade 
de pessoas a serem ouvidas, onde o pesquisador não precisa estar presente no ato 
da resposta, podendo assim ser aplicada até on-line. 
Questionário é um método de coletar dados no campo, de interagir com o 
campo composto por uma série ordenada de questões a respeito de 
variáveis e situações que o pesquisador deseja investigar. Tais questões 
são apresentadas a um respondente, por escrito, para que ele responda 
também dessa forma independente de ser a apresentação e a resposta em 
papel ou em computador. A escolha é sempre do pesquisador. (Vergara; 
2009; p. 39) 
 
 O recolhimento dos dados foi feito através de um sistema de pesquisa 
online do google, denominado “Formulários Google”. Este questionário foi distribuído 
por meio de redes sociais e aplicativos como: WhatsApp; Instagram e Facebook. 
Dessa forma, fazendo da internet a principal – e única – forma de aplicação, 
visando: maior alcance de indivíduos dentro dos critérios de inclusão; mais agilidade 
e fluidez ao responder o questionário, maior conforto para os respondentes, 
eficiência superior no processo de tabulação dos dados. Sendo importante ressaltar, 
que todos os participantes da pesquisa, estavam cientes das finalidades de análise e 
publicação, conforme foi explicado no cabeçalho do questionário. 
 Este questionário (Apêndice – 01), foi baseado no instrumento de pesquisa 
de Isaac (2016) e adaptado para os questionamentos específicos deste estudo. 
Utilizando a escala tipo Likert, escolha amplamente posta em pesquisas de opinião. 
 Nas questões de 1 a 4, há a finalidade de compreender o perfil 
socioeconômico dos respondentes, considerando quesitos como sexo, idade, 
escolaridade e renda mensal. 
 No questionamento 5, tem-se o objetivo de revelar a média de despesa 
mensal com produtos cosméticos e qual a marca em maior evidência entre os 
consumidores. 
37 
 
 
 
 No questionário específico, questões 06 a 17, foi traçada uma estratégia de 
pesquisa usando a escala Likert, como mencionado anteriormente: Não ou Nunca 
(1); Frequentemente não (2); Não sei (3); Frequentemente sim (4) e Sim e sempre 
(5). Essa estratégia propõe a resolução do questionamento apontado nesta 
pesquisa, quanto ao consumo de cosméticos sustentáveis. 
 
Tabela 1: Abordagem das afirmativas de pesquisa 
TÓPICO AFIRMATIVA 
Saúde 10 / 15 / 16 / 17 
Preocupação Ambiental 09 / 11 / 14 
Qualidade dos Produtos 06 / 13 
Reputação da Empresa 12 
Preço dos Produtos 08 
Influência de terceiros 07 
Fonte: Questionário de pesquisa (apêndice 01) 
 
O questionário foi aplicado por meio de compartilhamento nas redes sociais, 
não restringindo a localidade dos respondentes, e atingiu um total de 71 (setenta e 
uma) respostas. Entretanto, apenas 65 (sessenta e cinco) puderam ser validadas, 
tendo em vista que, 6 questionários foram anulados por não congruência das 
respostas para com as questões propostas. 
 
3.4 ANÁLISE DOS RESULTADOS 
Nesta etapa pode-se compreender os resultados e responder os 
questionamentos à que este estudo se propôs. Dessa forma, com o uso da 
plataforma GoogleForms para aplicação do questionário, a mesma ferramenta já 
compila as respostas e entrega os demonstrativos e comparativos gráficos para as 
questões. Possibilitando o entendimento das informações através do percentual 
exposto pelo programa, que teve como sua fonte de informações as respostas 
obtidas por meio do questionário de pesquisa (Apêndice 01, 2019). 
 
4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS 
Para uma melhor distribuição e entendimento das análises e correlações, a 
apresentação das informações foi dividida em três partes, de acordo com o 
questionário aplicado. Sendo a primeira parte relativa aos resultados 
socioeconômicos, a segunda explicando os resultados concernentes às afirmativas 
38 
 
 
 
que investigam as variáveis de influência ao padrão de consumo no nicho de 
cosméticos sustentáveis e a terceira, a análise das respostas colhidas através das 
questões abertas 
 
4.1 PADRÃO SOCIAL DOS ENTREVISTADOS 
Para podermos aprofundar os aspectos posteriores, se faz necessário a 
compreensão de quem são os respondentes por características socioeconômicas. 
Tendo em vista que estes estão pré-selecionados: maiores de 18 anos e 
consumidores de cosméticos sustentáveis. 
Do total de 65 participantes, 89,2% eram mulheres e 10,8% eram homens. 
 
Gráfico 1: Gráfico referente ao gênero dos respondentes. 
 
Fonte: Elaboração própria (2019) 
 
Com uma margem curta de diferença para mais, a idade majoritária expressa 
nos resultados foi de pessoas acima de 44 anos, com 29,2%, seguido por 24,6% 
com idade de 18 a 24 anos. 
39 
 
 
 
Gráfico 2: Gráfico referente a idade dos respondentes. 
 
Fonte: Elaboração própria (2019) 
 
Quanto a escolaridade, foi percebido que não houve respondentes nas 
categorias: “sem formação” e “ensino fundamental”. A partir dos dados 
apresentados, 46,2% possuem o Ensino Superior completo. 
 
Gráfico 3: Gráfico referente ao nível de escolaridade dos respondentes.Fonte: Elaboração própria (2019) 
 
Podemos perceber, de acordo com as respostas, que a renda apresentada 
por maior parte dos respondentes, 40%, foi de até R$ 1.499,00. 
40 
 
 
 
Gráfico 4: Gráfico referente a renda mensal média dos respondentes. 
 
Fonte: Elaboração própria (2019) 
 
Iniciando a abordagem dos hábitos de consumo, percebemos que 33,8% dos 
respondentes, têm um gasto médio mensal com produtos cosméticos entre R$ 51,00 
e R$ 100,00. 
 
Gráfico 5: Gráfico referente ao gasto médio mensal com produtos cosméticos dos 
respondentes. 
 
Fonte: Elaboração própria (2019). 
 
Com a compilação dos dados socioeconômicos, podemos constatar que a 
participação feminina foi majoritária, com faixa etária predominante em acima de 44 
anos e um percentual aproximado, em segundo plano, de idade entre 18 e 24 anos, 
com Ensino Superior completo, renda mensal média de R$ 1.499,00 e um valor 
habitual de consumo de cosméticos numa média de R$ 51,00 a R$ 100,00 por mês. 
41 
 
 
 
4.2 SAÚDE 
Através das afirmativas postas para analisar a influência da saúde na decisão 
de compra de cosméticos sustentáveis, as quais foram: 
Tabela 2: Afirmativas relativas à saúde. 
TÓPICO AFIRMATIVAS 
Saúde 10 / 15 / 16 / 17 
Fonte: Elaboração própria (2019). 
 
Identificamos que quando questionados sobre a verificação da composição e 
dos ingredientes dos produtos, na afirmativa 10 (Apêndice 01, 2019), 27,7% dos 
participantes responderam que frequentemente verificam estas informações. 
 
Gráfico 6: Referente a relevância para os respondentes sobre a composição e ingredientes 
dos cosméticos. 
 
Fonte: Elaboração própria (2019). 
 
Já na afirmativa 15 (Apêndice 01, 2019), sobre a preferência pelos 
cosméticos formulados por ingredientes de origem vegetal, os respondentes 
majoritariamente, 38,5% das pessoas, decidiram pela alternativa “Não sei”. 
42 
 
 
 
Gráfico 7: Referente a preferência dos respondentes por cosméticos formulados com 
ingredientes de origem vegetal. 
 
Fonte: Elaboração própria (2019) 
 
 Na afirmativa 16 (Apêndice 01, 2019), relativa à escolha consciente de 
cosméticos orgânicos ou naturais por questões de saúde pessoal, 29,2% dos 
participantes, seguiram com a resposta “Não sei”. Entretanto, este veio seguido da 
alternativa “Sim ou sempre”, com 27,7% de escolha dos respondentes. 
 
Gráfico 8: Referente a preferência do respondente por cosméticos orgânicos ou naturais por 
questões de saúde. 
 
Fonte: Elaboração própria (2019) 
 
Na última afirmativa sobre saúde, a 17 (apêndice 01, 2019), 40% dos 
respondentes apontaram a verificação de metais pesados na composição do 
cosmético como um padrão relevante para o consumo, enquadrado na alternativa 
“Sim ou sempre”. 
43 
 
 
 
Gráfico 9: Referente a relevância da presença de metais pesados na composição de um 
cosmético para o respondente. 
 
Fonte: Elaboração própria (2019) 
 
Tendo em vista a amplitude das informações coletadas, devido ao número de 
afirmativas e de acordo com os dados apresentados nos gráficos acima, foi 
elaborada uma abordagem geral para análise do panorama a ser compreendido, de 
acordo com a tabela abaixo: 
Tabela 3: Dados relativos ao fator saúde. 
 
Fonte: Elaboração própria (2019) 
 
Conforme observado, temos relevância nos dois primeiros fatores 
apresentados na tabela acima (tabela 01, 2019). Sendo estes correspondentes as 
afirmativas 17 e 16 (apêndice 01, 2019), respectivamente. Podemos concluir desta 
forma, pois os percentuais neutros e negativos – que indiciam a não relevância do 
fator para compra de cosméticos sustentáveis – quando relacionados e adicionados, 
nos dois últimos fatores apresentados, respectivamente as afirmativas 10 e 15 
(apêndice 01, 2019), estabelecem um percentual superior ao percentual positivo 
referente a sua afirmativa. 
44 
 
 
 
Entretanto, evidente, pela análise dos dados, que em todos os fatores 
apresentados houve uma proximidade notável entre os percentuais que definiram a 
relevância ou não relevância dos fatores. O que leva ao entendimento de que é 
plausível afirmar que todos os fatores apresentam alguma influência sobre a 
aquisição de cosméticos sustentáveis, apenas não na mesma intensidade, mas sim 
na ordem estabelecida na tabele 01 (tabela 01, 2019). Corroborando com os ideais 
propostas por Gomes (2009) e Zamberland et al (2006), onde estes afirmam que a 
saúde é um ponto preponderante para aquisição de produtos naturais. 
4.3 PREOCUPAÇÃO AMBIENTAL 
Foram três as afirmativas vinculadas ao âmbito ambiental nesta pesquisa e 
estas apresentaram os seguintes resultados: 
Tabela 4: Afirmativas relativas à preocupação ambiental. 
TÓPICO AFIRMAÇÕES 
Preocupação Ambiental 09 / 11 / 14 
Fonte: Elaboração própria (2019). 
 
A primeira afirmativa deste tópico, número 09 (apêndice 01, 2019), traz a 
preferência por cosméticos, independente do preço de venda, que não são testados 
em animais e 33,8% dos respondentes escolheram a alternativa “Não sei”. 
 
Gráfico 10: Referente a preferência dos respondentes quanto a compra de cosméticos não 
testados em animais, independente do preço. 
 
Fonte: Elaboração própria (2019). 
 
Já nas afirmativas 11 e 14 (apêndice 01, 2019), referente respectivamente a 
preferência por cosméticos que não prejudiquem o ambiente e a preferência por 
45 
 
 
 
cosméticos que utilizam embalagens recicláveis, tiveram a maior colocação na 
categoria “Frequentemente sim”, sendo os percentuais de 38,5% para a afirmativa 
11 (gráfico 11, 2019) e 36,9% para afirmativa 14 (gráfico 12, 2019). 
 
Gráfico 11: Referente a preferência dos respondentes quanto aos cosméticos que não 
prejudiquem o meio ambiente. 
 
Fonte: Elaboração própria (2019) 
 
Gráfico 12: Referente a preferência dos respondentes por cosméticos que utilizam 
embalagens recicláveis ou biodegradáveis. 
 
Fonte: Elaboração própria (2019) 
 
Assim, foi possível a elaboração da tabela abaixo para melhor análise dos 
dados coletados: 
46 
 
 
 
Tabela 5: Dados relativos ao fator de preocupação ambiental. 
 
Fonte: Elaboração própria (2019) 
 
A compilação dos dados verifica os estudos anteriores, por Lima-Filho e 
Quevedo-Silva (2012), onde já se identifica um comportamento voltado para 
preservação ambiental, mas onde também se esclarece que este comportamento 
ainda deve ser bastante incentivado. Tendo em vista que é recente o processo de 
descoberta dos malefícios que estão sendo impostos ao meio ambiente, ainda há 
alguma resistência quanto a disseminação de ideias para proteção ambiental. 
Entretanto, por base nos percentuais apresentados nos gráficos 11 e 12 (2019), o 
tema ganha cada vez mais espaço nas discussões. 
 
4.4 QUALIDADE DOS PRODUTOS 
Diante de qualquer aquisição a qualidade do produto é julgado um fator 
importante para conclusão da compra. Isso não seria diferente com o consumo de 
cosméticos sustentáveis. Foram apontadas na pesquisa duas afirmativas com 
relação a este aspecto: 
Tabela 6: Afirmativas relativas à qualidade dos produtos. 
TÓPICO AFIRMAÇÕES 
Qualidade dos produtos 06 / 13 
Fonte: Elaboração própria (2019). 
 Na afirmativa 06 (apêndice 01, 2019), 35,4% dos respondentes (Gráfico 13, 
2019), optaram pela alternativa “Frequentemente sim”, quando indagados sobre a 
preferência por cosméticos sustentáveis por sua qualidade superior. Tendo uma 
resposta muito mais enfática na afirmativa 13 (apêndice 01,2019), quando 47,7% 
das pessoas (Gráfico 14, 2019), optaram pela alternativa “Sim ou sempre” quando 
questionadas sobre a influência da qualidade do cosmético na decisão de compra. 
47 
 
 
 
Gráfico 13: Referente a preferência do respondente por cosméticos sustentáveis pela sua 
qualidade superior. 
 
Fonte: Elaboração própria (2019) 
 
Gráfico 14: Referente compra de cosmético por padrões de qualidade observados pelo 
respondente. 
 
Fonte: Elaboração própria (2019) 
 
Levando em consideraçãouma melhor verificação das informações, pode-se 
analisar a compilação elaborada na tabela abaixo: 
Tabela 7: Dados relativos ao fator de qualidade do produto. 
 
Fonte: Elaboração própria (2019) 
48 
 
 
 
É perceptível a relevância do fator qualidade para o consumo de cosméticos 
sustentáveis. Ainda que na afirmativa 06 (apêndice 01, 2019), os percentuais neutro 
e negativo, quando somados resultem em 53,8% dos respondentes. Pois o resultado 
traz um valor próximo ao percentual de relevância (Percentual positivo), o que torna 
o fator pertinente no ato de consumo. Assim, confirmando as afirmações 
disseminadas por Zamberland et al (2006), onde este atrela a importância da 
qualidade para o consumidor a aquisição de produtos naturais disponíveis no 
mercado. 
4.5 REPUTAÇÃO DA EMPRESA 
Na era da informação não há dúvidas de que uma notícia não favorável sobre 
uma empresa pode causar prejuízos incalculáveis. Entretanto, diante da indústria de 
cosméticos, há escassez de conhecimento sobre o quanto este fator faz real 
diferença na decisão de compra do consumidor. 
Tabela 8: Afirmativa relativa à reputação da empresa. 
TÓPICO AFIRMAÇÃO 
Reputação da empresa 12 
Fonte: Elaboração própria (2019). 
 
 Assim, a afirmativa 12 (apêndice 01, 2019), aborda a preferência do 
consumidor por empresas que possuam uma política de sustentabilidade e/ou 
responsabilidade social. Então, 41,5% dos respondentes optaram pela opção 
“Frequentemente sim”, comprovando que a atitude benéfica mais o marketing 
correto e ético são relevantes no padrão de consumo dos compradores. 
Gráfico 15: Referente a influência da reputação da empresa na decisão de compra do 
respondente. 
 
Fonte: Elaboração própria (2019) 
49 
 
 
 
De acordo com a tabela abaixo, podemos analisar os dados de forma mais 
ampla e completa: 
 
Tabela 9: Dados relativos ao fator de reputação da empresa. 
 
Fonte: Elaboração própria (2019) 
 
É possível concluir que, este fator é relevante para aquisição de cosméticos 
sustentáveis. Como evidenciado por Kotler (2012), é importante compreender que 
colher bons frutos por meio da disseminação de atitudes éticas e com 
responsabilidade social é uma tendência evolutiva. Ajudar a construir um mundo 
melhor também traz benefícios para saúde financeira das organizações. 
 
4.6 PREÇO DOS PRODUTOS 
Assim como alguns aspectos analisados anteriormente, o preço é um fator 
determinante em qualquer compra, independente no nicho de mercado. A partir da 
afirmativa seguinte, foi possível a posterior análise: 
Tabela 10: Afirmativa relativa ao preço do produto. 
TÓPICO AFIRMAÇÃO 
Preço dos produtos 08 
Fonte: Elaboração própria (2019). 
 
Então, a afirmativa 08 (apêndice 01, 2019), questiona diretamente se o preço 
de venda de um cosmético influência na decisão de compra do respondente e houve 
um empate entre as duas alternativas de influência máxima no padrão de consumo, 
que são: “Frequentemente sim” e “Sim ou sempre”. Sendo o resultado 33,8% das 
pessoas, para ambas as alternativas. 
50 
 
 
 
Gráfico 16: Referente a relevância do preço de venda dos cosméticos na decisão de compra 
do respondente. 
 
Fonte: Elaboração própria (2019) 
 
A partir do panorama construído na tabela abaixo será possível analisar com 
mais clareza os dados sobre a influência do fator preço do produto na decisão de 
compra de um cosmético sustentável: 
Tabela 11: Dados relativos ao fator preço do produto. 
 
Fonte: Elaboração própria (2019). 
 
Claramente, com base nos dados expostos, o preço um fator de extrema 
relevância para a escolha de um cosmético e entrando em congruência com o 
pensamento elaborado por Gomes (2009), onde este afirma que, principalmente 
para o tipo de consumidor mais informado e exigente, a atenção com rótulos e 
manipulação dos preços é um limitador no processo de compra. É importante, 
também, compreender a diferença que existe entre o valor monetário do produto e o 
valor percebido pelo consumidor, de acordo com os benefícios que aquela aquisição 
poderá fornecer (KOTLER e KELLER, 2006). 
 
4.7 INFLUÊNCIA DE TERCEIROS 
As indicações sobre produtos e serviços sempre foram o melhor método para 
promover um negócio. 
51 
 
 
 
Tabela 12: Afirmativa relativa à influência de terceiros. 
TÓPICO AFIRMAÇÃO 
Influência de terceiros 07 
Fonte: Elaboração própria (2019). 
 
Pensando assim, a afirmativa 07 (apêndice 01, 2019), questiona o 
respondente sobre a influência que pessoas conhecidas exercem na decisão de 
compra e 33,8% dos respondentes, afirmaram que frequentemente são 
influenciados por terceiros em suas aquisições relativas a cosméticos. 
 
Gráfico 17: Referente a influência de terceiros na decisão de compra de um cosmético para o 
respondente. 
 
Fonte: Elaboração própria (2019) 
 
Tendo em vista os dados compilados na tabela abaixo: 
 
Tabela 13: Dados relativos ao fator influência de terceiros. 
 
Fonte: Elaboração própria (2019) 
 
 É interessante perceber que houve uma proximidade entre os percentuais de 
relevância e não relevância do fator. Trazendo para margem favorável o “Percentual 
positivo” de 53,8%. Fato que torna este aspecto relevante para análise do padrão de 
52 
 
 
 
consumo, de acordo com o apontamento feito por Oliveira et al (2016), tornando 
clara a influência de grupos sob os consumidores, no processo de aquisição. 
 
4.8 PANORAMA GERAL DOS FATORES 
De acordo com as análises elaboradas a respeitos das afirmativas, 
condensadas no questionário de pesquisa (apêndice 01, 2019), pode-se concluir que 
há a seguinte ordem hierárquica dos níveis de relevância dos fatores abordados na 
pesquisa: 
Tabela 14: Ordem de relevância dos fatores que influenciam o consumo de cosméticos 
sustentáveis. 
 
Fonte: Elaboração própria (2019). 
 
Assim, podemos ter um panorama geral, por ordem decrescente, de quais 
fatores demonstram maior relevância no momento de aquisição do produto 
sustentável. Tendo em vista que todos os fatores apresentados, demonstram 
influência, mesmo que em intensidade distintas e de formas positivas e negativas, 
no padrão de compra do consumidor de cosméticos sustentáveis. 
 
4.9 PERGUNTAS ABERTAS 
Tendo em vista uma melhor compreensão sobre os fatores que realmente 
influenciam o consumidor na compra de cosméticos sustentáveis, foram 
acrescentadas ao questionário duas questões abertas, as quais indagavam dois 
fatores positivos para consumir este tipo de produto e dois fatores que dificultavam 
esse consumo. 
53 
 
 
 
Dentre as respostas da questão 18 (apêndice 01, 2019), relacionado às 
categorias abordadas nas afirmativas do mesmo questionário, observamos os 
resultados do quadro abaixo: 
 
Tabela 15: Concordância dos respondentes sobre os fatores que contribuem para compra de 
cosméticos sustentáveis. 
 
Fonte: Elaboração própria (2019) 
 
Podemos aferir que, relacionando cada tópico com os 100% dos 
respondentes, temos a preocupação ambiental como fator mais citado nas 
respostas, seguido da qualidade do produto e em terceiro a saúde. Sendo estes, 
portanto, os fatores que mais contribuem, na visão do consumidor, para a aquisição 
de cosméticos sustentáveis. 
Já no questionamento 19 (apêndice 01, 2019), foi obtido os seguintes 
percentuais: 
 
Tabela 16: Opinião dos respondentes sobre os fatores que dificultam a compra de cosméticos 
sustentáveis. 
 
Fonte: Elaboração própria (2019). 
 
A tabela acima mostra que o preço é majoritariamente apontado na pesquisa 
como desestimulante ao consumo de cosméticos sustentáveis, tendo sido citado por 
54 
 
 
 
35% dos participantes. Além disto, os respondentes mencionaram, respectivamente, 
a disponibilidade imediata do produto (16%) e a pouca divulgação (13%) como 
fatores que também dificultam a aquisição do nicho de pesquisa. 
Tendo em vista, a abordagem quantitativa correlacionada aos dados obtidos 
por meio das questões abertas, podemos observar

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