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Monografia de Graduação OBTENÇÃO E ESTUDO DAS PROPRIEDADES DE NOVAS FORMULAÇÕES DE FLUIDOS DE CORTE MICROEMULSIONADOS Ana Paula Justino Soares Natal, fevereiro de 2010 Ana Paula Justino SoaresAna Paula Justino SoaresAna Paula Justino SoaresAna Paula Justino Soares OBTENÇÃO E ESTUDO DAS PROPRIEDADES DE NOVAS FORMULAÇÕES DE FLUIDOS DE CORTE MICROEMULSIONADOS. Monografia apresentada ao Programa de Recursos Humanos PRH 14 – ANP, Departamento de Engenharia Química da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Área de Concentração em Química. Orientadora: Profª. Dra. Tereza Neuma de Castro Dantas Co-orientador: Prof. Dr. Afonso Avelino Dantas Neto Colaboradora: Cláudia Alves de Souza Muniz Natal – RN 2010 “Não basta ensinar ao homem uma especialidade. Porque se tornará assim uma máquina utilizável, mas não uma personalidade. É necessário que adquira um sentimento, um senso prático daquilo que vale a pena ser empreendido, daquilo que é belo e do que é moralmente correto”. Albert Einstein. DEDICATÓRIA Esta monografia é dedicada:Esta monografia é dedicada:Esta monografia é dedicada:Esta monografia é dedicada: A DeusDeusDeusDeus por ter me ajudado em todos os momentos, me dando proteção, força e sabedoria para superar todas as dificuldades, que se apresentaram durante esta caminhada. Aos meus pais Elizabeth Cristina J. Soares Elizabeth Cristina J. Soares Elizabeth Cristina J. Soares Elizabeth Cristina J. Soares e Francisco Costa Francisco Costa Francisco Costa Francisco Costa SoaresSoaresSoaresSoares, que estão sempre do meu lado em todos os momentos da minha vida, pelo amor, educação, apoio e confiança que em mim depositaram. A minhas irmãs Elaine Elaine Elaine Elaine e MárciaMárciaMárciaMárcia, meu irmão Dagoberto Dagoberto Dagoberto Dagoberto e sua esposa KêniaKêniaKêniaKênia, pelo carinho e apoio em todos os momentos dessa caminhada. E aos meus sobrinhos Ianne, Daniel, Késia, Cauã Ianne, Daniel, Késia, Cauã Ianne, Daniel, Késia, Cauã Ianne, Daniel, Késia, Cauã e LucasLucasLucasLucas, pela alegria que proporcionam a minha vida. A meu amado namorado DavidDavidDavidDavid, que com muito carinho, compreensão e paciência, ajudou-me e incentivou-me a concluir esse trabalho. As minhas amigas, Cláudia, Ítalla, Jéssica, Erileide, , Cláudia, Ítalla, Jéssica, Erileide, , Cláudia, Ítalla, Jéssica, Erileide, , Cláudia, Ítalla, Jéssica, Erileide, Ellen, Cássia e Gil, Ellen, Cássia e Gil, Ellen, Cássia e Gil, Ellen, Cássia e Gil, pela amizade e companheirismo. As minhas amigas Joianne, Kailla e JailmaJoianne, Kailla e JailmaJoianne, Kailla e JailmaJoianne, Kailla e Jailma, pela amizade. Vocês foram minha segunda família. AGRADECIMENTOS A Deus, por ter me proporcionado a oportunidade de realizar esta monografia e conclui-la. Ao Professor Doutor Afonso Avelino Dantas Neto, o meu agradecimento pela amizade e orientação no desenvolvimento desse trabalho. A Professora Doutora Tereza Neuma de Castro Dantas, pela orientação e dedicação no desenvolvimento desse trabalho, e pelas diversas oportunidades que me proporcionou de crescimento individual e profissional. A Doutora Cláudia Alves de Sousa Muniz, pelo apoio no desenvolvimento deste trabalho, assim como na minha formação acadêmica, pela sua amizade e conhecimentos compartilhados durante os quatro anos de nobre convivência. Aos alunos de iniciação científica Hudson e Renata pela ajuda na parte experimental. Aos colegas e amigos do Laboratório de Tecnologia de Tensoativos pelo apoio e troca de conhecimentos. Aos meus amigos de graduação: Aécio, Ferré, Gilmar, Ítalla, Jairton, Rafael e Thomás por me ajudarem a atravessar a dificuldades encontradas durante o curso. A Agência Nacional de Petróleo – ANP, em especial ao PRH-14, pelo apoio financeiro e por incentivar os estudos na área de petróleo e gás. A MIRACEMA – Nuodex Indústria Química Ltda pelo fornecimento dos aditivos para a realização deste trabalho. A LUBNOR – Lubrificantes e Derivados de Petróleo do Nordeste, Brazil pelo fornecimento do óleo. SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 2 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .............................................................................. 5 2.1. Fluidos de Corte ................................................................................................. 5 2.1.1. Definição .................................................................................................... 5 2.1.2. Classificação dos fluidos de corte .............................................................. 5 2.1.3. Base dos fluidos de corte ............................................................................ 6 2.1.4. Funções dos fluidos de corte ...................................................................... 7 2.1.5. Propriedades dos fluidos de corte ............................................................... 7 2.1.6. Aditivos utilizados em fluidos de corte ...................................................... 9 2.2. Tensoativos ...................................................................................................... 10 2.2.1. Definição .................................................................................................. 10 2.2.2. Classificação dos tensoativos ................................................................... 11 2.2.3. Propriedades dos tensoativos .................................................................... 12 2.2.3.1. Formação de micelas .................................................................................... 12 2.2.3.2. Concentração Micelar Crítica....................................................................... 12 2.3. Microemulsão .................................................................................................. 13 2.3.1. Definição .................................................................................................. 13 2.3.2. Estrutura das microemulsões .................................................................... 13 2.3.3. Sistemas de Winsor .................................................................................. 14 2.3.4. Diagramas de representação das fases das microemulsões ...................... 15 2.3.5. Parâmetros que influenciam no comportamento das regiões de microemulsão ......................................................................................................... 16 2.3.5.1. Temperatura ................................................................................................. 16 2.3.5.2. Salinidade ..................................................................................................... 16 2.3.5.3. Natureza do óleo........................................................................................... 16 3. METODOLOGIA ................................................................................................. 18 3.1. Materiais e métodos ......................................................................................... 18 3.2. Aditivos utilizados ........................................................................................... 19 3.3. Determinação das regiões de microemulsão .................................................... 20 3.4. Procedimento para escolha dos pontos nas regiões de microemulsão para posterior analise físico-química .................................................................................. 21 3.5. Caracterização físico-química .......................................................................... 223.5.1. Corrosão (ASTM D130) ........................................................................... 22 3.5.2. Densidade ................................................................................................. 23 3.5.3. Índice de acidez total ................................................................................ 24 3.5.4. Viscosidade ............................................................................................... 25 3.5.5. Estabilidade Acelerada ............................................................................. 25 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ......................................................................... 27 4.1. Determinação das regiões de microemulsão .................................................... 27 4.2. Escolha dos pontos para caracterização físico-química ................................... 29 4.3. Caracterização físico-química das microemulsões .......................................... 30 4.3.1. Corrosão ................................................................................................... 30 4.3.2. Densidade ................................................................................................. 31 4.3.3. Índice de acidez ........................................................................................ 32 4.3.4. Viscosidade ............................................................................................... 33 4.3.5. Estabilidade Acelerada ............................................................................. 38 5. CONCLUSÕES ..................................................................................................... 41 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................... 43 Monografia - DEQ /UFRN/ Natal – RN PRH-ANP 14 Ana Paula J. Soares 1 Lista de Figuras Figura 1 - Representação esquemática de uma molécula tensoativa. ............................. 10 Figura 2 - Classificação dos tensoativos segundo a estrutura química. (a) monocatenário, (b) bicatenário, (c) tricatenário, (d) gemiado, (e) bolaformes com cadeias simples e duplas e (f) assimétrico. ..................................................................... 11 Figura 3 - Representação de microemulsões (O/A, A/O e bicontinuas) ....................... 13 Figura 4 - Representação da classificação de Winsor em diagramas pseudoternários ... 14 Figura 5 - Diagrama ternário (a) e diagrama quaternário (b) representando sistemas microemulsionados. ........................................................................................................ 15 Figura 6 - Diagrama da região de microemulsão ........................................................... 21 Figura 7 - Lâminas do conjunto padrão ASTM D130. ................................................... 22 Figura 8 - Princípio de medição do equipamento de sedimentação. .............................. 25 Figura 9 - Representação do Diagrama 1. ...................................................................... 27 Figura 10 - Representação do Diagrama 2. .................................................................... 28 Figura 11 - Viscosidade da microemulsão (ME1). ......................................................... 33 Figura 12 - Viscosidade da microemulsão (ME2). ......................................................... 33 Figura 13 - Viscosidade da microemulsão (ME3). ......................................................... 34 Figura 14 - Viscosidade da microemulsão (ME4). ......................................................... 34 Figura 15 - Viscosidade da microemulsão (ME5). ......................................................... 34 Figura 16 - Viscosidade da microemulsão (ME6). ......................................................... 35 Figura 17 - Viscosidade da microemulsão (ME2). ......................................................... 35 Figura 18 - Viscosidade da microemulsão (ME3). ......................................................... 36 Figura 19 - Viscosidade da microemulsão (ME4). ......................................................... 36 Figura 20 - Viscosidade da microemulsão (ME5). ......................................................... 36 Figura 21 - Viscosidade da microemulsão (ME6). ......................................................... 37 Figura 22 – Curvas de porcentagem de transmissão em função da posição das microemulsões do diagrama 1. ....................................................................................... 38 Figura 23 - Curvas de porcentagem de transmissão em função da posição das microemulsões do diagrama 2. ....................................................................................... 39 Monografia - DEQ /UFRN/ Natal – RN PRH-ANP 14 Ana Paula J. Soares 2 Lista de Tabelas Tabela 1 - Características dos óleos parafínicos e naftênicos. ......................................... 6 Tabela 2 - Classificação de Winsor para sistemas microemulsiondos. .......................... 14 Tabela 3 - Reagentes e solventes utilizados ................................................................... 18 Tabela 4 - Caracterização físico-química do óleo mineral naftênico (NH20). ............... 19 Tabela 5 - Classificação de lâminas de cobre quanto aos padrões de corrosão (ASTM D130). ............................................................................................................................. 23 Tabela 6 - Valores do grau de corrosão das microemulsões do Diagrama 1.................. 30 Tabela 7 - Valores do grau de corrosão das microemulsões do Diagrama 2.................. 31 Tabela 8 – Resultados da densidade das microemulsões do Diagrama 1. ...................... 31 Tabela 9 - Resultados da densidade das microemulsões do Diagrama 2. ...................... 31 Tabela 10 - Valores índice de acidez das microemulsões do Diagrama 1. .................... 32 Tabela 11 - Valores da viscosidade das microemulsões do Diagrama 1. ....................... 35 Tabela 12 - Valores da viscosidade das microemulsões do Diagrama 2. ....................... 37 Monografia - DEQ /UFRN/ Natal – RN PRH-ANP 14 Ana Paula J. Soares 3 SOARES, Ana Paula Justino – Obtenção e Estudo das Propriedades de Novas Formulações de Fluidos de Corte Microemulsionados. Monografia, UFRN, Programa de Recursos Humanos PRH 14 – ANP, Departamento de Engenharia Química, Área de Concentração em Química. Linha de Pesquisa: Tecnologia de Tensoativos e Processos de Separação, Natal – RN, Brasil. Orientadora: Profª. Dra. Tereza Neuma de Castro Dantas Co-orientador: Prof. Dr. Afonso Avelino Dantas Neto Colaboradora: Cláudia Alves de Souza Muniz RESUMO: Fluidos de corte são lubrificantes usados nas indústrias metal-mecânica que possuem composições complexas, contendo agentes químicos que variam de acordo com o tipo de operação a ser realizada e os metais a serem trabalhados. A Região Nordeste é considerada uma das maiores produtoras de óleos básicos para lubrificantes, destacando-se os óleos naftênicos. São óleos básicos minerais, que se tornam emulsionáveis pela adição de agentes emulsificantes, os quais são adicionados à água para formar emulsões do tipo óleo em água. Os fluidos de corte são utilizados nas indústrias metal-mecânica na forma de emulsões o que leva a problemas de estabilidade, pois estas são consideradas como sistemas termodinamicamente instáveis. As microemulsões são finas dispersões, cujas principais características estão relacionadas com a baixa tensão interfacial, alto poder de solubilização de substâncias tanto aquosas como oleosas e grande estabilidade. Este trabalho propõe a preparação de fluidos de corte microemulsionados, utilizando como faseoleosa o óleo naftênico, visando um melhor aproveitamento desse óleo produzido na região, bem como a diminuição dos aditivos utilizados na formulação. A primeira etapa do estudo envolveu a determinação das melhores regiões de microemulsão através da variação na razão cotensoativo/tensoativo, bem como a utilização do tensoativo sozinho e a substituição da fase aquosa (água) por uma solução contendo os aditivos. Tendo definidas as melhores regiões de microemulsão, foram escolhidos pontos dentro dessas regiões. Na segunda etapa do estudo foram realizadas a analise de algumas propriedades físico- químicas tais como: densidade, estabilidade acelerada, índice de acidez, grau de corrosão, viscosidade e tamanho de partícula. Os resultados da caracterização físico- química foram satisfatórios e apresentam-se dentro dos padrões exigidos para fluidos de corte comerciais. Palavras - Chaves: - Fluidos de Corte, Óleo Naftênico, Microemulsão, Tensoativos e Propriedades Físico-Químicas. Monografia - DEQ /UFRN/ Natal – RN PRH-ANP 14 Ana Paula J. Soares 4 ABSTRACT Cutting fluids are lubricants used in metal-mechanical industries that have complex compositions, containing chemicals that vary with the type of operation being performed and the metals to be worked. The Northeast is considered one of the largest producers of basic oils for lubricants, especially naphthenic oils. Are basic mineral oils, which become emulsion by adding emulsifying agents, which are added to water to form emulsions of the type oil in water (O/A). The use of such naphthenic oils to obtain new formulations of cutting oils is an advantage due to the formulation of these types of lubricants are not necessarily required paraffinic base oils. The cutting fluids used in metal-mechanical industries in the form of emulsions which leads to problems of stability, since these systems are considered thermodynamically unstable. The microemulsions are fine dispersions, whose main characteristics are related to the low interfacial tension, high solubilization power of both aqueous and oily substances and great stability. This work proposes the development of cutting fluids microemulsionados, using oil as the oily phase hydrocarbons, to a better use of the oil produced in the region and the decrease of the additives used in the formulation. The first stage of the study involved determining the best regions of microemulsion through the variation in the ratio cosurfactant / surfactant, and the use of surfactant alone and the replacement of the aqueous phase (water) with a solution containing the additives. Having defined the best of microemulsion regions was chosen points within these regions. In the second stage of the study were the analysis of some physic-chemical properties such as conductivity, density, accelerated stability, acidity index, degree of corrosion, viscosity, particle and size The results of physical-chemical obtained with microemulsions prepared from the new cutting fluids have been satisfactory and within the standards required for commercial cutting fluids. Key-Words: - Cutting Fluids, Naphthenic Oil, Microemulsion, Surfactant and Physical and Chemical Properties. Monografia - DEQ /UFRN/ Natal – RN PRH-ANP 14 Ana Paula J. Soares 1 CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO Monografia - DEQ /UFRN/ Natal – RN PRH-ANP 14 Ana Paula J. Soares 2 1. INTRODUÇÃO Fluidos de corte são lubrificantes usados nas indústrias metal-mecânica que possuem composições complexas, contendo agentes químicos que variam de acordo com o tipo de operação a ser realizada e os metais a serem trabalhados. Os óleos lubrificantes são largamente utilizados como resfriadores, como lubrificantes para melhorar o acabamento das superfícies metálicas, reduzir o desgaste de ferramentas e protegê-las contra a corrosão, sendo ainda utilizados como fluidos de corte biestáveis, os quais apresentam grandes vantagens em relação ao equilíbrio ambiental e a saúde dos operadores que manipulam os equipamentos. Na usinagem, seja em velocidade de corte convencional ou em alta velocidade, o uso de fluido de corte é uma opção, e quando ele é escolhido e aplicado apropriadamente, traz benefícios. A escolha apropriada de um fluido de corte deve recair naquele que possui formulação química e propriedades corretas, para atacar as adversidades de um processo de corte específico. Deve ser aplicado usando um método que permita que ele chegue o mais próximo possível da aresta de corte, dentro da interface cavaco-ferramenta, para que ele possa exercer suas funções adequadamente. Em se tratando de sistemas industriais, qualquer tentativa de aumentar a produtividade e/ou reduzir custos deve ser considerada. O primeiro fluido utilizado como fluido de corte foi a água, porém atualmente as formulações de fluidos de corte são mais completas, no qual faz-se necessário também à utilização de substâncias que não agridam a saúde das pessoas que os manipulam bem como o meio ambiente onde o mesmo é descartado. Com isso os fluidos de corte atuais apresentam melhores propriedades refrigerantes, melhores propriedades lubrificantes, menos perigo ao operador e duram consideravelmente mais, com menos problemas de armazenagem do que os fluidos de corte de gerações passadas. Apesar dos fabricantes de máquinas especificarem os lubrificantes para o uso na manutenção de seus equipamentos, isso não significa a supressão dos problemas quanto a uma vida útil maior do equipamento em produção forçada. Há necessidade de períodos de lubrificação e parada das máquinas. Os óleos básicos naftênicos produzidos na região nordeste não têm sido muito utilizados de acordo com a sua produção. A indústria metal-mecânica na região é forte, o que garante um mercado significativo de óleos de engrenagens, de corte e de compressores. A utilização desses Monografia - DEQ /UFRN/ Natal – RN PRH-ANP 14 Ana Paula J. Soares 3 óleos naftênicos na obtenção de novas formulações de óleos de corte é uma vantagem devido ao fato de que na formulação destes tipos de lubrificantes não são exigidos necessariamente óleos de base parafínica. A Região Nordeste é considerada uma das maiores produtoras de óleos básicos para lubrificantes, destacando-se os óleos naftênicos. São óleos básicos minerais, que se tornam emulsionáveis pela adição de agentes emulsificantes, os quais são adicionados à água para formar emulsões do tipo óleo em água (O/A) (Muniz, 2008). A composição dos fluidos de corte contém outros aditivos, como: anticorrosivos, biocidas e antiespumantes. Os fluidos de corte são utilizados nas indústrias metal-mecânica na forma de emulsões o que leva a problemas de estabilidade, pois estas são consideradas como sistemas termodinamicamente instáveis. Microemulsões se formam a partir de uma aparente solubilização espontânea de dois líquidos imiscíveis (água, óleo) na presença de um tensoativo e, se necessário, um cotensoativo, sendo caracteristicamente sistemas dispersos (microgotículas dispersas), monofásicos, termodinamicamente estáveis, transparentes ou translúcidos, com baixíssima tensão interfacial e com capacidade de combinar grandes quantidades de dois líquidos imiscíveis em uma única fase homogênea. As microemulsões diferem das emulsões devido o seu aspecto transparente e pelo fato de possuírem grande estabilidade termodinâmica. Baseado neste contexto, este trabalho propõe a preparação de fluidos de corte microemulsionados, utilizando como fase oleosa o óleo naftênico, visando um melhor aproveitamento desse óleo produzido na região, bem como a diminuição dos aditivos utilizados na formulação. E a caracterização dessas microemulsões pelo estudo de algumas propriedades físico- químicas. Esta monografia divide-se em cincocapítulos. No Capítulo 1 mostrou-se uma introdução geral. No Capítulo 2 apresenta-se uma revisão bibliográfica sobre fluidos de corte, tensoativos e suas propriedades e microemulsões. O Capítulo 3 contempla as metodologias empregadas durante a realização deste trabalho. Os resultados e discussões são apresentados no Capítulo 4, seguido das conclusões no capítulo 5. Monografia - DEQ /UFRN/ Natal – RN PRH-ANP 14 Ana Paula J. Soares 4 CAPÍTULO 2 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Monografia - DEQ /UFRN/ Natal – RN PRH-ANP 14 Ana Paula J. Soares 5 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 2.1. Fluidos de Corte 2.1.1. Definição Os fluidos de corte podem ser definidos como qualquer fluido usado para corte ou usinagem de metais. São composições muito complexas que variam de acordo com a operação na qual o mesmo será empregado e com os metais que serão utilizados (Runge e Duarte, 1990). 2.1.2. Classificação dos fluidos de corte O primeiro fluido de corte utilizado como refrigerante com o intuito de controlar o aquecimento na região de corte foi à água que ainda é utilizada até hoje em operações de pouca precisão. Entretanto a água apresenta algumas desvantagens como a de manchar as peças em operação e provocar ferrugem em peças de origem ferrosa. Os fluidos de corte são formulados a partir de dois fluidos básicos diferentes: a água e o óleo, podendo ser divididos em dois tipos: os aquosos e os oleosos. Existem ainda os fluidos que são formulados da mistura O/A que são as emulsões (Runge e Duarte, 1990). • Tipos aquosos: são fluidos de corte formulados a partir da água. Estes fluidos conservam a característica da água de ser um líquido refrigerante e são chamados de soluções químicas. Estes fluidos oferecem uma boa proteção anticorrosiva e boa refrigeração. • Emulsões: são fluidos formulados, tendo como base a água e o óleo, que são chamados óleos solúveis. • Óleos de corte puros: são fluidos de corte que não apresentam misturas com a água. Podem ser chamados também de Óleos Integrais. São encontrados numa variedade muito grande em relação a sua viscosidade e níveis de aditivação. Os óleos de corte puros podem ser subdivididos, de acordo com sua formulação. Em inativos e ativos, conforme sua aplicação. Dentre os inativos têm-se os óleos Monografia - DEQ /UFRN/ Natal – RN PRH-ANP 14 Ana Paula J. Soares 6 minerais, óleos graxos e os óleos compostos, já na classe dos ativos encontram-se os óleos minerais sulfurados, óleo minerais sulfurados fluidos semi-sintéticos e fluidos sintéticos. 2.1.3. Base dos fluidos de corte Os óleos minerais são obtidos a partir da destilação do petróleo. Suas propriedades dependem da natureza do óleo cru, cuja composição, muito variada, é formada por grande número de hidrocarbonetos, pertencentes a duas classes (Santos et al., 2003). • Base Parafínica: derivam do refinamento do petróleo cru parafínico de alto teor de parafinas, que resultam em excelentes fluidos lubrificantes. • Base Naftênica: derivam do refinamento do petróleo cru naftênico. Esses óleos são usados como básicos para fluidos de corte. Esses dois tipos de óleos apresentam propriedades peculiares que os indicam para umas aplicações, contra-indicando-os para outras, indicando que por ser parafínico ou naftênico ele poderá ser mais ou menos indicado para determinado fim. A Tabela 1 mostra as principais divergências nas características normais dos óleos parafínicos e naftênicos (Carreteiro, 1998 apud Muniz, 2005). Tabela 1 - Características dos óleos parafínicos e naftênicos. Características Parafínicos Naftênicos Ponto de fluidez Alto Baixo Índice de viscosidade Alto Baixo Resistência à oxidação Grande Pequena Oleosidade Pequena Grande Resíduo de carbono Grande Pequeno Emulsificante Pequena Grande Monografia - DEQ /UFRN/ Natal – RN PRH-ANP 14 Ana Paula J. Soares 7 2.1.4. Funções dos fluidos de corte Dentre as diversas funções do fluido de corte, as primárias e mais importantes são: • Refrigerar a ferramenta e a peça; • Lubrificar as partes em contato (ação anti-solda); • Reduzir os esforços de corte; • Reduzir o desgaste da ferramenta. Como função secundária: • Remover os cavacos pela ação de lavagem; • Melhorar o acabamento da superfície usinada; • Proteger de corrosão a peça; • Lubrificar guias e corrediças. 2.1.5. Propriedades dos fluidos de corte Dentre as propriedades mais importantes que um fluido de corte deve apresentar para um bom desempenho na aplicação estão: • Calor Específico: essa propriedade varia significativamente com a temperatura, e mostra aumentos significativos, relacionados à maior polaridade da molécula e/ou a ligação de hidrogênio presente. • Condutividade Térmica: varia, assim como o calor específico, linearmente com a temperatura. • Propriedade anticorrosiva: são propriedades necessárias para proteger a peça, a ferramenta e os componentes da máquina operatriz contra a corrosão. • Propriedades antiespumantes: são necessárias num fluido de corte para evitar a formação de espuma persistente que possa vir a dificultar a visão do operador ou influir de forma negativa sobre a propriedade de refrigeração por meio de bolhas de ar na área de corte, pouca transferência de calor no reservatório, entre outros. Monografia - DEQ /UFRN/ Natal – RN PRH-ANP 14 Ana Paula J. Soares 8 • Propriedades antioxidantes: essa propriedade evita que o fluido de corte se oxide prematuramente sob a ação de altas temperaturas nas operações e da forte aeração a que a peça, a máquina e a ferramenta são expostas. • Compatibilidade com o meio ambiente: a compatibilidade do fluido com o meio ambiente deve ser analisada em relação à saúde humana, pois os operadores das máquinas são expostos por contato direto e por longo período de tempo a aspiração da névoa e/ou vapores formados durante a operação dos componentes da máquina. A máquina operatriz é composta de uma grande variedade de materiais, e esses devem ser compatíveis com o fluido e não podem agredir ao meio ambiente. • Absorção de calor: uma alta capacidade de absorção de calor é influenciada pela viscosidade do fluido, pelo calor especifico, pela condutividade térmica e em casos de fluidos aquosos, pelo calor latente de vaporização, o que influencia diretamente na propriedade de refrigeração do fluido. • Propriedade de lavagem e decantação de cavacos e impurezas: os cavacos devem ser removidos o mais rápido e eficientemente possível, da área de corte, para evitar a quebra de ferramentas e danos as peças. • Umectação: uma capacidade de umectação alta faz com que a superfície da peça, o cavaco e as ferramentas sejam molhados rapidamente pelo fluido e influi diretamente sobre a capacidade de refrigeração do mesmo. • Antidesgaste: essa propriedade reforça a propriedade de lubrificação do óleo mineral e é proporcionada pela graxa, aditivos, entre outros componentes. • Antisolda ou EP: essas propriedades são necessárias quando o poder de lubrificação e os aditivos antidesgaste não são tão eficientes que resistam sozinhos as pressões de corte muito altas. • Estabilidade do fluido: esta propriedade é necessária durante a estocagem para assegurar que o produto chegue homogêneo a área de corte. Monografia - DEQ /UFRN/ Natal – RN PRH-ANP 14 Ana Paula J. Soares 9 • Odores: é muito importante para fluidos de corte que haja ausência de odores fortes e/ou desagradáveis, pois, na operação de usinagem, grandes superfícies são expostas a atmosfera e o aquecimento durante a operação contribui ainda mais para o desprendimento de odores ao meio ambiente. • Precipitados: não é bom para o fluido de corte a formação de precipitadossólidos ou de qualquer outra natureza, pois o fluido deve garantir uma livre circulação no sistema. • Viscosidade: a viscosidade deve ser suficientemente baixa para assegurar a circulação do mesmo na máquina, para manter um jato de fluxo abundante na área de corte e permitir uma rápida decantação dos cavacos e de outros resíduos. Em alguns casos, porém, a viscosidade do fluido deve ser relativamente alta para que o mesmo possa exercer a sua função de lubrificante. • Transparência: é necessário e indispensável que o fluido de corte possua transparência para poder permitir que o operador observe a peça durante o corte. 2.1.6. Aditivos utilizados em fluidos de corte São produtos químicos que, adicionados aos óleos, aumentam a eficiência dos mesmos reforçando-lhes e conferindo-lhes características necessárias às exigências das máquinas modernas (Petrobrás, 1999). • Emulsificantes: são produtos químicos utilizados na fabricação de fluidos de corte que conferem ao óleo mineral a propriedade de formar emulsões estáveis do tipo água em óleo ou óleo em água, nas quais o óleo mantém suas propriedades. • Anticorrosivos: são substâncias químicas adicionadas aos lubrificantes para evitar o ataque de contaminantes corrosivos as superfícies metálicas. Os agentes anticorrosivos podem ser produtos resultantes da própria oxidação do óleo, como também agentes externos contidos no ar atmosférico ou no caso de motores de combustão interna, ácidos formados na combustão. Monografia - DEQ /UFRN/ Natal – RN PRH-ANP 14 Ana Paula J. Soares 10 • Biocidas: reduzem o crescimento de microorganismos (bactérias, fungos e leveduras) em emulsões lubrificantes, evitando a rápida degradação do fluido, a quebra da emulsão, formação de subprodutos e a ocorrência de efeitos maléficos pelo contato do homem com as emulsões contaminadas. • Antiespumantes: são agentes químicos que previnem e reduzem a formação de espuma estável pela aglutinação das minúsculas bolhas de ar que se encontram na superfície do óleo, com a conseqüente formação de bolhas maiores, que em contato com o ar ambiente se desfazem com maior facilidade. 2.2. Tensoativos 2.2.1. Definição Os tensoativos são substâncias naturais ou sintéticas que possuem em sua estrutura uma parte lipofílica (ou hidrofóbica) e uma parte hidrofílica, responsáveis por sua adsorção nas interfaces líquido-líquido, líquido-gás ou sólido-líquido de um dado sistema (HUNTER, 1992). Região Hidrofílica Região Hidrofóbica Figura 1 - Representação esquemática de uma molécula tensoativa. Devido as suas estruturas e propriedades, substâncias tensoativas em presença de água e de óleo adsorvem-se nas interfaces orientando-se de maneira que o grupo polar fique voltado para a fase aquosa e o grupo apolar para a fase oleosa, formando um filme molecular ordenado nas interfaces, que reduz as tensões interfaciais e superficiais (HUNTER, 1992). A estabilidade deste filme depende da natureza dos grupos hidrofílico e lipofilico. Monografia - DEQ /UFRN/ Natal – RN PRH-ANP 14 Ana Paula J. Soares 11 2.2.2. Classificação dos tensoativos Pode-se classificar os tensoativos segundo a natureza de seu grupo hidrofílico ou quanto a natureza da estrutura química. Quanto a natureza do grupo hidrofílico os tensoativos são classificados em: • Tensoativos iônicos: apresentam cargas elétricas na parte hidrofílica, ao se dissociarem em água, formando íons carregados negativamente (tensoativos aniônicos) ou positivamente (tensoativos catiônicos); • Tensoativos não-iônicos: esta classe de tensoativos não fornece íons em solução aquosa e a sua solubilidade em água se deve a presença, em suas moléculas, de grupamentos funcionais que possuem forte afinidade pela água; • Tensoativos biiônicos: geralmente os tensoativos zwiteriônico contêm tanto carga iônica quanto catiônica e são citados como tensoativos anfóteros. No entanto, este termo não pode ser utilizado como sinônimo de zwiteriônico, já que um tensoativo anfótero é aquele que, dependendo do pH, pode ser aniônico (pH entre 9 e 10) ou catiônico (pH de 4 a 9), ou biiônicos, também conhecidos como zwiteriônico. Portanto, pode-se dizer que são compostos cujas moléculas contêm ambos os tipos de grupos; Quanto à estrutura química dos tensoativos, estes são classificados em relação ao número de cadeias hidrocarbônicas em mono, bi e tricatenários clássicos e quanto ao número de cabeças polares e sua disposição na cadeia, em geminados, bolafomes e assimétrico com um ou mais centros quirais na cadeia polar. Esta classificação pode ser observada na Figura 2. Figura 2 - Classificação dos tensoativos segundo a estrutura química. (a) monocatenário, (b) bicatenário, (c) tricatenário, (d) gemiado, (e) bolaformes com cadeias simples e duplas e (f) assimétrico. Monografia - DEQ /UFRN/ Natal – RN PRH-ANP 14 Ana Paula J. Soares 12 2.2.3. Propriedades dos tensoativos 2.2.3.1. Formação de micelas As micelas são agregados moleculares, de tamanho coloidal, em equilíbrio com as moléculas a partir das quais são formadas (DelNunzlo, 1990 apud Araújo, 2004). Sua formação ocorre a partir de uma determinada concentração denominada Concentração Micelar Crítica (CMC), que em soluções aquosas os monômeros de tensoativos orientam-se preferencialmente na interface, de modo que as cabeças polares estejam direcionadas para a solução e as caudas apolares orientadas para o ar, reduzindo a tensão interfacial. À medida que se eleva a concentração de tensoativo no diluente, ocorre uma saturação da interface permitindo que os monômeros iniciem a formação espontânea das micelas, as quais encontra-se em permanente equilíbrio dinâmico. Existem dois tipos de micelas: as micelas diretas e as micelas inversas. As micelas diretas se formam na presença de solventes polares, onde a cabeça polar do tensoativo fica orientada para o meio polar, enquanto que a cauda apolar agrupa-se no interior da micela, evitando o contato com o diluente. Já as micelas inversas são formadas em solventes apolares com as cabeças hidrofílicas voltadas para o centro e cercada pelas caudas hidrofóbicas. 2.2.3.2. Concentração Micelar Crítica A CMC é a concentração na qual os tensoativos promovem o processo de micelização. Sua determinação é realizada através de gráficos e baseia-se no fato de que, acima de determinadas concentrações, todas as propriedades físicas da solução, tais como condutividade elétrica, tensão superficial, dispersão da luz ou índice de refração, mudam bruscamente. Esta mudança é mais rápida quanto mais alto é o número de moléculas agregadas, ou seja, o número de micelas. Três fatores influenciam a Concentração Micelar Crítica: a natureza do tensoativo, a temperatura e a força iônica. Um aumento da parte hidrófoba da molécula diminui fortemente este valor, enquanto a natureza da parte hidrófila tem uma menor influência, quer para os tensoativos iônicos ou não iônicos. A elevação da temperatura para os iônicos ocasiona um aumento na CMC, enquanto para os não iônicos faz com que esta decresça. Monografia - DEQ /UFRN/ Natal – RN PRH-ANP 14 Ana Paula J. Soares 13 2.3. Microemulsão 2.3.1. Definição As microemulsão são sistemas auto-agregados em que o óleo e a água são homogeneamente misturados devido à presença de moléculas anfifílicas. São isotrópicas, com unidades estruturais típicas na escala do tamanho de 3-30 nanômetro, de que sua aparência transparente resulta. Diferem das emulsões convencionais não somente pelo seu tamanho estrutural muito menor, mas em particular por sua estabilidade termodinâmica, que rende sistemas muito interessantes enquanto permitem uma estabilização do abastecimento de água misturado do óleo, pela qual de outra maneira não podem ser conseguidos (Gradzielski, 2007).2.3.2. Estrutura das microemulsões Diversos tipos de estruturas podem existir, de acordo com a composição do meio. O modelo estrutural clássico de uma microemulsão consiste de um grande número de microgotículas dinâmicas monodispersas em interações. Como as emulsões, as microemulsões são classificadas em óleo em água (O/A), possuindo estrutura semelhante às micelas diretas, ricas em água, e água em óleo (A/O), semelhantes às micelas inversas, ricas em óleo e bicontinuas, na qual aproximadamente iguais volumes de água e de óleo existem. O tensoativo e o volume da fase ditam o tipo de microemulsão. Figura 3 - Representação de microemulsões (O/A, A/O e bicontinuas) Água Óleo Óleo Água Água Óleo Água Óleo Monografia - DEQ /UFRN/ Natal – RN PRH-ANP 14 Ana Paula J. Soares 14 2.3.3. Sistemas de Winsor Winsor (1948) propôs uma classificação que define os vários equilíbrios existentes entre a microemulsão e as fases aquosa e oleosa. Em função dos equilíbrios foram estabelecidos quatro sistemas, representados na Tabela 2. Tabela 2 - Classificação de Winsor para sistemas microemulsiondos. Tipo Representação Descrição 1 WI A microemulsão O/A encontra-se em equilíbrio com uma fase oleosa em excesso. 2 WII A microemulsão A/O encontra-se em equilíbrio com uma fase aquosa em excesso. 3 WIII É caracterizado por um sistema trifásico, onde a microemulsão está em equilíbrio com ambas as fases, aquosa e oleosa. 4 WIV É um sistema monofásico, em escala macroscópica, constituído apenas por microemulsão. Figura 4 - Representação da classificação de Winsor em diagramas pseudoternários Monografia - DEQ /UFRN/ Natal – RN PRH-ANP 14 Ana Paula J. Soares 15 2.3.4. Diagramas de representação das fases das microemulsões A representação das fases para sistemas microemulsionados é feita através de diagramas ternários e quaternários, de acordo com o número de constituintes (Figura 5). Figura 5 - Diagrama ternário (a) e diagrama quaternário (b) representando sistemas microemulsionados. O diagrama de fase ternário representa os sistemas a três constituintes, permitindo uma fácil localização da zona de microemulsão (representada pela área hachurada na Figura 5), enquanto que no sistema quaternário a região de microemulsão localiza-se no interior de um tetraedro. Com o objetivo de facilitar a determinação e representação dos sistemas quaternários, foram adotados diagramas pseudoternários (Figura 6), nos quais um dos vértices do triângulo representa uma relação constante de dois constituintes do sistema. Monografia - DEQ /UFRN/ Natal – RN PRH-ANP 14 Ana Paula J. Soares 16 2.3.5. Parâmetros que influenciam no comportamento das regiões de microemulsão 2.3.5.1. Temperatura O aumento da temperatura faz aparecer a fase óleo no sistema e aumenta o volume relativo, ao mesmo tempo que se tem uma redução e um conseqüente desaparecimento da fase aquosa. Isso pode ser explicado, pelo fato de o tensoativo contido no meio, com o aumento da temperatura, ter sua capacidade hidrofóbica reduzida e a hidrofílica elevada, fazendo com que o tensoativo solubilize mais facilmente a água, dissolvendo-a cada vez mais na microemulsão. 2.3.5.2. Salinidade O aumento da salinidade faz com que as forças Coulombianas entre as cabeças polares das moléculas de tensoativos, reduzam a afinidade destas pela água, ao mesmo tempo em que a afinidade destas pelo óleo aumenta. 2.3.5.3. Natureza do óleo O aumento da cadeia do hidrocarboneto ou a substituição por um grupo aromático provoca uma diminuição da região de microemulsão (Barros Neto, 1996). Monografia - DEQ /UFRN/ Natal – RN PRH-ANP 14 Ana Paula J. Soares 17 CAPÍTULO 3 – METODOLOGIA Monografia - DEQ /UFRN/ Natal – RN PRH-ANP 14 Ana Paula J. Soares 18 3. METODOLOGIA Neste Capítulo, são apresentados os reagentes, os solventes e os aditivos utilizados durante os procedimentos experimentais, bem como as metodologias empregadas na determinação das regiões de microemulsão e no estudo das propriedades físico-químicas das mesmas. 3.1. Materiais e métodos No desenvolvimento deste trabalho utilizaram-se alguns reagentes e solventes necessários na caracterização físico-química das microemulsões. Tabela 3 - Reagentes e solventes utilizados Nome Origem Pureza (%) Acetona Vetec 99,5 Álcool Isopropílico Dinâmica 99,5 Biftalato de Potássio Vetec 99,9 Hidróxido de Potássio Synth 85 Hidróxido de Cálcio Vetec 95 p-naftolbenzeína Acros 90 Sulfato de Sódio Anidro Vetec 99 Tolueno Vetec 99,5 • Fase aquosa: água destilada • Fase oleosa: óleo mineral naftênico (NH -20), fornecido pela Lubrificantes e Derivados de Petróleo do Nordeste (LUBNOR PETROBRAS). A Tabela 5 apresenta o resultado da caracterização físico-química desse óleo. As análises foram realizadas pela LUBNOR, segundo a metodologia padrão da American Society for Test Materials – ASTM D 1298. Monografia - DEQ /UFRN/ Natal – RN PRH-ANP 14 Ana Paula J. Soares 19 Tabela 4 - Caracterização físico-química do óleo mineral naftênico (NH20). Característica Método Resultado Unidade Aparência Cor ASTM Viscosidade Cinemática 40º C Viscosidade Cinemática 100º C Ponto de Fulgor Ponto de Fluidez Índice de Acidez Total Cinzas Resíduo de Carbono Ramsbolton Corrosividade ao cobre 3H 100º C Densidade Relativa 20/4º C Enxofre Total Ponto de Anilina Carbono Aromático Carbono Naftênico Carbono Parafínico Água (Karl Fischer) Índice de Refração a 20º C Visual ASTM D1500 ASTM D445 ASTM D445 ASTM D92 ASTM D97 ASTM D974 ASTM D482 ASTM D524 ASTM D130 ASTM D4052 ASTM D4294 ASTM D611 ASTM D3238 ASTM D3238 ASTM D3238 ASTM D1744 ASTM D1218 Límpida L O,5 21,14 3,608 164,1 -45 0,01 < 0,0010 0,05 1 0,9023 0,0580 71,00 14,1 40,1 15,9 71 1,4974 cSt cSt ºC ºC mg K0H/g % massa % massa % massa ºC % % % ppm Fonte: LUBNOR 3.2. Aditivos utilizados Os aditivos utilizados neste trabalho foram o emulsificante (Miracema), anticorrosivo (Miracema) e biocida (Miracema). As classes e propriedades dos aditivos estão descritas a seguir. • Emulsificante É um sulfonato de sódio de massa molar médio associado a estabilizantes de emulsões. Monografia - DEQ /UFRN/ Natal – RN PRH-ANP 14 Ana Paula J. Soares 20 Propriedades Físico – Químicas: - Aspecto: líquido transparente - Densidade a 25°C: 0,97 g/cm3 – 1,05 g/ cm3 - Viscosidade a 40º C: 500 – 600 cSt - Índice de acidez.: 1,0 mgKOH/g - Ponto de Fulgor: 175 ºC • Anticorrosivo É um oleato de trihidroxietilamina que apresenta propriedades tensoativas e tem propriedades anticorrosivas. Propriedades Físico – Químicas: - Aspecto: líquido viscoso - Densidade a 25°C: 0,99 g/cm3 – 1,01 g/cm3 - Viscosidade a 100º C: 160 – 200 cSt - Índice de acidez: 25 – 34 mgKOH/g - Ponto de Fulgor: 180 ºC • Biocida É um composto derivado de triazina, não contém metais pesados, fenóis, nem compostos arsênicos ou de mercúrio, tem odor leve e não irrita a pele humana. Propriedades Físico – Químicas: - Aspecto: líquido transparente - Densidade a 25°C: 1,14 g/cm3 – 1,16 g/cm3 - Índice de Refração, 25 ºC: 1,460 – 1,465 - pH Solução aquosa, 0,1%: 9,5 – 10,5 - Ponto de Fulgor: 70 ºC 3.3. Determinação das regiões de microemulsão O diagrama de fases representa um recurso utilizado na preparação de microemulsões com o objetivo de se obter uma solubilização máxima da fase dispersa. Monografia - DEQ /UFRN/ Natal – RN PRH-ANP 14 Ana Paula J. Soares 21Inicialmente titulou-se a matéria ativa também conhecida por fase C/T ou a razão entre cotensoativo/tensoativo com a solução de fase aquosa, até atingir o ponto de solubilidade máxima (S), caracterizado por uma mudança no aspecto físico do sistema, passando de turvo para límpido, ou vice-versa (Figura 6). Em seguida, preparou-se um ponto (mistura dos componentes) de composição conhecida dos constituintes dentro da região monofásica do sistema pseudoternário, ponto (T), o qual foi considerado o titulante de todos os outros “pontos” dos binários FA + FO e C/T + FO. A partir de um balanço de massa foram determinados os pontos limites das curvas de solubilidades das regiões de Winsor, nos sistemas microemulsionados. Figura 6 - Diagrama da região de microemulsão 3.4. Procedimento para escolha dos pontos nas regiões de microemulsão para posterior analise físico-química Selecionaram-se seis pontos dentro do domínio das regiões de microemulsão, utilizando como critérios: a quantidade de óleo utilizado no fluido de corte quando utilizado na forma de emulsão e com a menor quantidade de aditivos possíveis. Os pontos têm as seguintes características com relação à concentração do óleo: M1 – 5%, microemulsão rica em água M2 – 10%, microemulsão rica em água M3 – 15%, microemulsão rica em água M4 – 20%, microemulsão rica em água M5 – 25%, microemulsão parcialmente rica em óleo M6 – 30%, microemulsão parcialmente rica em óleo Monografia - DEQ /UFRN/ Natal – RN PRH-ANP 14 Ana Paula J. Soares 22 3.5. Caracterização físico-química 3.5.1. Corrosão (ASTM D130) O ensaio de corrosão da lâmina de cobre foi desenvolvido para avaliar o grau relativo de corrosividade dos fluidos de corte microemulsionados obtidos nesse estudo. O equipamento utilizado para realização deste ensaio foi o Corrosividade (Modelo K39395 – Kaehler). Técnica (ASTM D130): Uma lâmina de cobre polida é imersa em 30mL de amostra e aquecida a uma temperatura de 100ºC, durante 3 horas. No final deste período, a lâmina de cobre é removida, lavada e comparada com as lâminas do conjunto Padrão ASTM D130, como mostra a Figura 5 e Tabela 8. Figura 7 - Lâminas do conjunto padrão ASTM D130. Monografia - DEQ /UFRN/ Natal – RN PRH-ANP 14 Ana Paula J. Soares 23 Tabela 5 - Classificação de lâminas de cobre quanto aos padrões de corrosão (ASTM D130). Classificação Designação Descrição Lâmina recém-polida 1 Levemente manchada 1a – Alaranjado claro, quase igual ao da lâmina recém-polida 2 Moderamente manchada 2a – Vermelho claro, 2b – Lilás 2c – Multicor, com azul-lilás ou prata ou ambos, com fundo vermelho claro 2d – Prateado 2e – Bronze ou amarelo-ouro 3 Fortemente manchada 3a – Nuances avermelhadas em bronze 3b – Multicor, com vermelho e verde, porém sem nenhum cinzento 4 Corrosão 4a – Preto transparente, cinza escuro ou castanho, com um escasso verde-pavão 4b – Grafite ou negro fosco 4c – Preto ou negro brilhante 3.5.2. Densidade As medidas de densidade foram realizadas no Tensiômetro Krüss (Modelo K100), através do método de anel, durante 5/min, à temperatura ambiente. A medida utiliza o fato que, como resultado da flutuabilidade de um sólido em um líquido, o peso medido em um líquido é menor que aquele medido no ar. A massa do volume de líquido deslocado pela sonda de medição corresponde exatamente a diferença de peso. Se a densidade da sonda de medição é então conhecida, a densidade do líquido pode ser obtida através da pesagem diferencial. Monografia - DEQ /UFRN/ Natal – RN PRH-ANP 14 Ana Paula J. Soares 24 A equação para o cálculo é: � � ��� · ���� ��� ���� Onde: ρl = densidade do líquido; ρmp = densidade da sonda de medição; Gmpa= peso da sonda de medição; Gmpl = peso da sonda de medição no líquido. 3.5.3. Índice de acidez total O índice de acidez total (I.A.T) representa a quantidade de base, expressa em miligramas de hidróxido de potássio por grama de amostra, necessária para titular a amostra a um ponto final especificado, utilizando p-naftolbenzeína como indicador. Para a determinação do índice de acidez foi empregado o método do indicador, de acordo com a norma ASTM D974. Técnica (ASTM D 974): Em um erlenmeyer de 250 mL, colocou-se 2 gramas do fluido de corte. Adicionou-se 100 mL de solvente de titulação (solução tolueno e álcool isopropílico) e 0,5mL de solução indicadora de p-naftolbenzeína. Titulou-se com solução de hidróxido de potássio 0,1M até o aparecimento da cor verde ou castanho-esverdeada. Realizou-se, também, uma prova em branco, colocando todos os reativos, exceto a amostra. Cálculo do I. A.T: �. . � � � �� · � · 56,1 � Onde: A é o volume de solução de KOH gasto com a titulação da amostra, em mililitros; Monografia - DEQ /UFRN/ Natal – RN PRH-ANP 14 Ana Paula J. Soares 25 B é o volume de solução de KOH gasto com a titulação de ensaio em branco, em mililitros; C é a concentração da solução-padrão de KOH, em mol/L; mé a massa da amostra, em gramas. 3.5.4. Viscosidade As medidas de viscosidade foram realizadas empregando uma ampla faixa de cisalhamento (0 à 500 s-1). Tais medidas foram obtidas no equipamento Haake Mars, à temperatura de 40ºC, visto que é a temperatura utilizada nos fluidos de corte comerciais. As viscosidades das formulações foram avaliadas nos 11 ensaios. 3.5.5. Estabilidade Acelerada O estudo da estabilidade acelerada foi realizado no equipamento de sedimentação (Modelo L.U.M – Lumisizer), em que resultados são obtidos através de um sistema óptico que está acoplado a uma centrífuga que trabalha em conjunto com um transmissor e um receptor de radiação na região do infravermelho próximo (NIR) capaz de registrar espectros de transmissão ao longo da cubeta, como mostra a Figura 8. O procedimento constituiu-se da adição de 0,5 mL da microemulsão, nas seguintes concentrações de óleo: 5%, 10%, 15%, 20%, 25% e 30%, com agitação, durante 4 horas, à velocidade de 4000 RPM, na temperatura de 25ºC. Figura 8 - Princípio de medição do equipamento de sedimentação. Monografia - DEQ /UFRN/ Natal – RN PRH-ANP 14 Ana Paula J. Soares 26 CAPÍTULO 4 – RESULTADOS E DISCURSSÃO Monografia - DEQ /UFRN/ Natal – RN PRH-ANP 14 Ana Paula J. Soares 27 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO Neste capítulo são apresentados e discutidos os resultados experimentais obtidos no desenvolvimento de novos fluidos de corte miroemulsionados, envolvendo a caracterização físico-química dos mesmo. A primeira etapa do estudo envolveu a determinação das melhores regiões de microemulsão através da variação na razão cotensoativo/tensoativo, bem como a utilização do tensoativo sozinho e a substituição da fase aquosa (água) por uma solução contendo os aditivos. Tendo definidas as melhores regiões de micromulsão, foram escolhidos 6 pontos dentro dessas regiões e foi realizado a caracterização físico- quimica. 4.1. Determinação das regiões de microemulsão Inicialmente realizou um estudo de solubilidade dos aditivos na fase aquosa (água) e na fase oleosa (NH20). Em seguida variou-se a razão cotensoativo/tensoativo (C/T) nos seguintes valores (0,5, 1 e 1,5). Dentre as razões de cotensoativo/tensoativo o diagrama que resultou nas maiores região de microemulsão foi quando utilizou-se a esta no valor de 0,5. A Figura 9 apresenta o diagrama obtido para o sistema C/T=0,5, tendo como tensoativo o emulsificante e cotensoativo o anticorrosivo, fase aquosa água destilada e fase oleosa óleo mineral naftênico NH20. Figura 9 - Representação do Diagrama 1. Monografia - DEQ/UFRN/ Natal – RN PRH-ANP 14 Ana Paula J. Soares 28 A análise do diagrama 1 mostra que foram obtidas três regiões segundo a classificação de Winsor, sendo elas: Winsor I (WI) onde há um equilíbrio entre a fase microemulsionada e a fase oleosa, a região de emulsão e uma significativa região de Winsor IV (WIV) ou microemulsão, que é a região de interesse para este trabalho. Posteriormente estudou-se a determinação das regiões de microemulsão através da mudança da fase aquosa e a utilização do tensoativo puro. Esta variação da fase aquosa objetiva simular as quantidades de aditivos utilizados em novas formulações de fluidos de corte que são utilizados na forma microemulsionada. A Figura 10 apresenta o diagrama obtido para o sistema tendo como tensoativo o emulsificante, fase aquosa água uma solução de contendo (1% biocida, 2% anticorrosivo e 97% água destilada) e fase oleosa o óleo mineral naftênico NH20. Figura 10 - Representação do Diagrama 2. A análise do diagrama 2 mostra que também foram obtidas três regiões segundo a classificação de Winsor, sendo elas: Winsor II (WII) onde há um equilíbrio entre a fase microemulsionada e a fase aquosa em excesso, a região de emulsão e uma significativa região de Winsor IV (WIV) ou microemulsão. Monografia - DEQ /UFRN/ Natal – RN PRH-ANP 14 Ana Paula J. Soares 29 4.2. Escolha dos pontos para caracterização físico-química Selecionaram-se seis pontos dentro do domínio das regiões de microemulsão, utilizando como critérios: a quantidade de óleo utilizado no fluido de corte quando utilizado na forma de emulsão e com a menor quantidade de aditivos possíveis. • Pontos do diagrama obtido para o sistema C/T=0,5, tendo como tensoativo o emulsificante e cotensoativo o anticorrosivo, fase aquosa água destilada e fase oleosa óleo mineral naftênico NH20. ME – 1 ME – 2 ME – 3 ME – 4 ME – 5 ME – 6 Razão C/T 22% 22% 20% 22% 23% 22% FA 73% 68% 65% 58% 52% 48% FO 5% 10% 15% 20% 25% 30% • Pontos do diagrama obtido para o sistema tendo como tensoativo o emulsificante, fase aquosa água uma solução de contendo (1% biocida, 2% anticorrosivo e 97% água destilada) e fase oleosa o óleo mineral naftênico NH20. ME – 1* ME – 2 ME – 3 ME – 4 ME – 5 ME – 6 Tensoativo 12,5% 18,5% 26% 28% 31% 32,5% FA 82,5% 71,8% 59% 42% 44% 32,5% FO 5% 10% 15% 20% 25% 30% *A microemulsão 1 (ME 1) foi descartada posteriormente porque apresentou baixa estabilidade para realização das analises físico-químicas, pois com o aumento da temperatura ocorria o aparecimento da região de Winsor I (microemulsão em equilíbrio com excesso de óleo). Isso pode ser explicado pela quantidade de tensoativo ser baixa e também pelo fato de o tensoativo contido no meio, com o aumento da temperatura, ter sua capacidade hidrofóbica reduzida e a hidrofílica elevada, fazendo com que o tensoativo solubilize mais facilmente a água, dissolvendo-a cada vez mais na microemulsão. Monografia - DEQ /UFRN/ Natal – RN PRH-ANP 14 Ana Paula J. Soares 30 4.3. Caracterização físico-química das microemulsões 4.3.1. Corrosão O ensaio de corrosão da lâmina de cobre foi desenvolvido para avaliar o grau relativo de corrosividade dos fluidos de corte microemulsionados obtidos nesse estudo. O equipamento utilizado para avaliação deste ensaio foi o Corrosividade (Modelo K39395 – Kaehler). • Para o diagrama 1, tendo como tensoativo o emulsificante e cotensoativo o anticorrosivo, fase aquosa água destilada e fase oleosa óleo mineral naftênico NH20 obteve os seguintes resultados de corrosão: Tabela 6 - Valores do grau de corrosão das microemulsões do Diagrama 1. Amostra Grau de corrosão ME 1 1A ME 2 1A ME 3 1A ME 4 1A ME 5 1A ME 6 1A A Tabela 6 mostra que as microemulsões apresentaram valores de corrosão baixos em todas as amostras, podendo-se afirmar que o anticorrosivo utilizado como cotensoativo mostrou-se eficiente como inibidor de corrosão. • Para o diagrama 2, tendo como tensoativo o emulsificante, fase aquosa água uma solução de contendo (1% biocida, 2% anticorrosivo e 97% água destilada) e fase oleosa o óleo mineral naftênico NH20, obteve os seguintes resultados de corrosão: Monografia - DEQ /UFRN/ Natal – RN PRH-ANP 14 Ana Paula J. Soares 31 Tabela 7 - Valores do grau de corrosão das microemulsões do Diagrama 2. Amostra Grau de corrosão ME 2 1B ME 3 1B ME 4 1B ME 5 2B ME 6 2B 4.3.2. Densidade As medidas de densidade foram realizadas no Tensiômetro Krüss (Modelo K100), através do método de anel, durante 5/min, à temperatura ambiente. • Para o diagrama 1, obteve os seguintes resultados de densidade: Tabela 8 – Resultados da densidade das microemulsões do Diagrama 1. Amostra Densidade (g/cm3) ME 1 1,00327 ME 2 0,9975 ME 3 0,99113 ME 4 0,98584 ME 5 0,98153 ME 6 0,97509 • Para o diagrama 2, obteve os seguintes resultados de densidade: Tabela 9 - Resultados da densidade das microemulsões do Diagrama 2. Amostra Densidade (g/cm3) ME 2 0,99826 ME 3 0,99519 ME 4 0,99052 ME 5 0,98382 ME 6 0,97814 Monografia - DEQ /UFRN/ Natal – RN PRH-ANP 14 Ana Paula J. Soares 32 De acordo com as tabelas 8 e 9, é possível observar que não houve muita variação nos valores da densidade quando se compara uma microemulsão com a outra, para os dois diagramas, ou seja, a variação das concentrações dos componentes não influencia significativamente na densidade da mistura. 4.3.3. Índice de acidez Para a determinação do índice de acidez foi empregado o método do indicador, de acordo com a norma ASTM D974. Os resultados obtidos encontram-se abaixo. • Para o diagrama 1, obteve os seguintes resultados de índice de acidez: Tabela 10 - Valores índice de acidez das microemulsões do Diagrama 1. Amostra Índice de acidez (mg de KOH/g) ME 1 3,07888 ME 2 3,783534 ME 3 3,083573 ME 4 3,079341 ME 5 3,219874 ME 6 3,217465 A Tabela 10 mostra que as microemulsões apresentaram valores baixos de índice de acidez, isso se deve a estrutura do anticorrosivo utilizado com cotensoativo pertencer à classe das aminas, que favorece uma baixa no índice de acidez. *Para o diagrama 2, não foi possível realizar essa analise, um vez que durante os ensaios, ocorreu a contaminação do indicador o p-naftolbenzeína, levando a erros na analise. Foi realizado o pedido desse reagente, porem não chegou no prazo de entrega dessa monografia. Monografia - DEQ /UFRN/ Natal – RN PRH-ANP 14 Ana Paula J. Soares 33 4.3.4. Viscosidade Os estudos de viscosidade foram realizados no equipamento da Haake Mars, onde a faixa de trabalho utilizada para a taxa de cisalhamento foi de 0 a 500 s-1 durante 90 segundos a temperatura de 40°C. • Para o diagrama 1, obteve os seguintes resultados de viscosidade: Através da análise das Figuras 11 a 16 pode-se observar que o comportamento de todos os pontos estudados tem comportamento Newtoniano com exceção do ponto ME1. Figura 11 - Viscosidade da microemulsão (ME1). Figura 12 - Viscosidade da microemulsão (ME2). y = 0,107x + 20,41 R² = 0,660 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 0 50 100 150 200 Te n sã o d e C is al h am e n to Taxa de Cisalhamento ME1 - 5 % de óleo y = 0,064x + 2,852 R² = 0,989 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 0 50 100 150 200 Te n sã o d e C is al h am e n to Taxa de Cisalhamento ME2 - 10% de óleo Monografia - DEQ /UFRN/ Natal – RN PRH-ANP 14 Ana Paula J. Soares 34 Figura 13 - Viscosidade da microemulsão (ME3). Figura 14 - Viscosidade da microemulsão (ME4). Figura 15 - Viscosidade da microemulsão (ME5). y = 0,667x + 15,67 R² = 0,963 0 20 40 60 80 100 120 140 160 0 50 100 150 200 Te n sã o d e C is al h am n e to Taxa de CisalhamentoME3 - 15% de óleo y = 0,551x + 8,497 R² = 0,985 0 20 40 60 80 100 120 140 0 50 100 150 200 Te n sã o d e C is al h am e n to Tensão de Cisalhamento ME4 - 20% de óleo y = 0,539x + 3,390 R² = 0,997 0 20 40 60 80 100 120 0 50 100 150 200 Te n sã o d e C is al h am e n to Taxa de Cisalhamento ME5 - 25% de óleo Monografia - DEQ /UFRN/ Natal – RN PRH-ANP 14 Ana Paula J. Soares 35 Figura 16 - Viscosidade da microemulsão (ME6). A Tabela 11 apresenta os valores das viscosidades dos pontos estudados. Tabela 11 - Valores da viscosidade das microemulsões do Diagrama 1. Amostra Viscosidade (Pa.s) ME 1 0,107 ME 2 0,064 ME 3 0,667 ME 4 0,551 ME 5 0,539 ME 6 0,365 • Para o diagrama 2, obteve os seguintes resultados de densidade: Figura 17 - Viscosidade da microemulsão (ME2). y = 0,365x + 1,545 R² = 0,999 0 10 20 30 40 50 60 70 80 0 50 100 150 200 Te n sã o d e C is al h am e n to Taxa de Cisalhamento ME6 - 30% de óleo y = 0,063x + 8,685 R² = 0,975 0 10 20 30 40 50 0 100 200 300 400 500 600 Te n sã o d e C is al h am e n to Taxa de Cisalhamento ME 2 - 10% de Óleo Monografia - DEQ /UFRN/ Natal – RN PRH-ANP 14 Ana Paula J. Soares 36 Figura 18 - Viscosidade da microemulsão (ME3). Figura 19 - Viscosidade da microemulsão (ME4). Figura 20 - Viscosidade da microemulsão (ME5). y = 0,122x + 42,86 R² = 0,656 0 20 40 60 80 100 120 0 100 200 300 400 500 600 Te n sã o d e C is al h am e n to Taxa de Cisalhamento ME 3 - 15% de Óleo y = 0,122x + 42,86 R² = 0,656 0 20 40 60 80 100 120 0 100 200 300 400 500 600 Te n sã o d e c is al h am e n to Taxa de Cisalhamento ME 4 - 20% de Óleo y = 0,280x + 16,34 R² = 0,967 0 50 100 150 200 0 100 200 300 400 500 600 Te n sã o d e C is al h am e n to Taxa de Cisalhamento ME 5 - 25% de Óleo Monografia - DEQ /UFRN/ Natal – RN PRH-ANP 14 Ana Paula J. Soares 37 Figura 21 - Viscosidade da microemulsão (ME6). A Tabela 12 apresenta os valores das viscosidades dos pontos estudados. Tabela 12 - Valores da viscosidade das microemulsões do Diagrama 2. Amostra Viscosidade (Pa.s) ME 1 0,107 ME 2 0,064 ME 3 0,667 ME 4 0,551 ME 5 0,539 ME 6 0,365 Através da análise das Figuras 17 a 21 pode-se observar que o comportamento de três microemulsões tem comportamento Newtoniano, e duas as microemulsões (ME3 e ME4) apresentaram comportamento não Newtoniano. Através dos valores de viscosidade dos dois diagramas é possível observar que as microemulsões apresentaram valores médio de viscosidade, isso se deve a natureza dos componentes da microemulsão possuir viscosidade moderada. y = 0,271x + 8,592 R² = 0,991 0 20 40 60 80 100 120 140 160 0 100 200 300 400 500 600 Te n sã o d e C is al h am e n to Taxa de Cisalhamento ME 6 - 30% de Óleo Monografia - DEQ /UFRN/ Natal – RN PRH-ANP 14 Ana Paula J. Soares 38 4.3.5. Estabilidade Acelerada O estudo da estabilidade acelerada foi realizado no equipamento de sedimentação (Modelo L.U.M – Lumisizer. O procedimento constituiu-se da adição de 0,5 mL da microemulsão, nas seguintes concentrações de óleo: 5%, 10%, 15%, 20%, 25% e 30%, com agitação, durante 4 horas, à velocidade de 4000 RPM, na temperatura de 25ºC. Os resultados obtidos são os seguintes: • Para o diagrama 1, obteve os seguintes resultados de estabilidade: ME 1 - 5% ME 2 - 10% ME 3 - 15% ME 4 - 20% ME 5 - 25% ME 6 - 30% Figura 22 – Curvas de porcentagem de transmissão em função da posição das microemulsões do diagrama 1. Monografia - DEQ /UFRN/ Natal – RN PRH-ANP 14 Ana Paula J. Soares 39 • Para o diagrama 2, obteve os seguintes resultados de estabilidade: ME 2 – 10% ME 3 – 15% ME 4 – 20% ME 5 – 25% ME 6 – 30% Figura 23 - Curvas de porcentagem de transmissão em função da posição das microemulsões do diagrama 2. A análise das Figuras 22 e 23 permite observar que as microemulsões foram resistentes ao processo de centrifugação mostrando-se estável. Todos as microemulsões apresentaram comportamento semelhante da posição com a percentagem de transmitância. Monografia - DEQ /UFRN/ Natal – RN PRH-ANP 14 Ana Paula J. Soares 40 CAPÍTULO 5 – CONCLUSÕES Monografia - DEQ /UFRN/ Natal – RN PRH-ANP 14 Ana Paula J. Soares 41 5. CONCLUSÕES A obtenção dos diagramas dos sistemas microemulsionados e o estudo de suas propriedades levaram as seguintes conclusões: • Ambos os diagramas apresentaram grandes regiões de Winsor IV ou microemulsão, que é a região de interesse para este trabalho. • Os pontos escolhidos para a análise físico-química apresentaram valores de corrosão baixos. Então pode-se afirmar que anticorrosivo utilizado como cotensoativo mostrou-se eficiente como inibidor de corrosão. Sendo essa propriedade necessária para proteger a peça, a ferramenta e os componentes da máquina operatriz contra a corrosão. • Com relação a densidade é possível concluir que não houve muita variação nos valores quando se compara uma microemulsão com a outra, para os dois diagramas, ou seja, a variação das concentrações dos componentes não influencia significativamente na densidade da mistura. • As microemulsões referentes ao diagrama 1 apresentaram valores baixos de índice de acidez sendo também um fator que comprova a eficiência do anticorrosivo utilizado. • Com relação a viscosidade os pontos escolhidos apresentaram valores um pouco alto. Em alguns casos, porém, a viscosidade do fluido deve ser relativamente alta para que o mesmo possa exercer a sua função de lubrificante. • A análise da estabilidade acelerada permite observar que as microemulsões foram resistentes ao processo de centrifugação mostrando-se estável. Finalmente, pode-se concluir que a realização deste trabalho levou a resultados satisfatórios, uma vez que se trata de um trabalho novo, podendo levar a estudos mais avançados para otimização das características das microemulsões. Monografia - DEQ /UFRN/ Natal – RN PRH-ANP 14 Ana Paula J. Soares 42 CAPÍTULO 6 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Monografia - DEQ /UFRN/ Natal – RN PRH-ANP 14 Ana Paula J. Soares 43 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALVES, D.W.S. Novas formulações de lubrificantes a partir de óleos básicos regionais. 2004. Monografia (Trabalho final de curso em Engenharia Química) – Centro de Tecnologia, Departamento de Engenharia Química, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal. ARAÚJO, M. M. S. Estudo de quebra de emulsões de petróleo utilizando microemulsões e célula de desidratação eletrostática. 2004. Dissertação (Mestrado em Engenharia Química) – Centro de Tecnologia, Departamento de Engenharia Química, Programa de Pós-Graduação em Engenharia Química, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal. DELNUNZLO, M. J. Tensoativos e suas aplicações básicas: aerossol e cosméticos. 1990, 14-22. GRADZIELSK, M. Recent developments in the characterisation of microemulsions. Current Opinion in Colloid e Interface Science. 2007. HUNTER, R. J. Intriduction to Modern Colloid Science. Oxford University Press, New York, 1992MUNIZ, C. A. S. Utilização de metodologia de planejamento experimental na otimização de novas formulações de fluidos de corte. 2005. Dissertação (Mestrado em Química) – Centro de Ciências Exatas e da Terra, Departamento de Química, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal. MUNIZ, C. A. S. Novas Formulações de Fluidos de Corte: Otimização, Propriedade e Recuperação do Óleo Usado. 2008. Dissertação (Doutorado em Química) – Centro de Ciências Exatas e da Terra, Departamento de Química, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal. PETROBRAS DISTRIBUIDORA S.A Lubrificantes, Fundamentos e Aplicações, Volume I, 1999. Monografia - DEQ /UFRN/ Natal – RN PRH-ANP 14 Ana Paula J. Soares 44 RUNGE, P.R.F.; DUARTE, G.N. Lubrificantes nas Indústrias. Triboconcept Editora Ltda. Carapicuíba-SP. P. 73-105, 1990. SANTOS, A. V.; BEZERRA, A. A.; MACHADO, A.R.; HELLENO, A.L. Usinagem em altíssimas velocidades: como os conceitos HSM/HSC podem revolucionar a indústria metal-mecânica. São Paulo: Érica, 2003. ANEXO: RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA ESTÁGIO SUPERVISIONADO – DEQ0537 RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO: ESTUDO E ACOMPANHAMENTO DAS UNIDADES DE PROCESSAMENTO DE GÁS NATURAL DO PÓLO INDUSTRIAL DE GUAMARÉ. Ana Paula Justino Soares Natal - RN 2010 Ana Paula Justino Soares RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO: ESTUDO E ACOMPANHAMENTO DAS UNIDADES DE PROCESSAMEN TO DE GÁS NATURAL DO PÓLO INDUSTRIAL DE GUAMARÉ. Relatório de estágio supervisionado apresentado junto ao Departamento de Engenharia Química da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial para obtenção do título de graduada em Engenharia Química. Orientadores: Prof. Jackson Araújo de Oliveira Eng. José Wellington de Paiva Supervisor: Eng. Fabrísio Campos Moreira Período: 1 de Abril de 2009 a 31 de Dezembro de 2009 Natal - RN 2010 DEDICATÓRIA EstEstEstEsteeee relatório de estágiorelatório de estágiorelatório de estágiorelatório de estágio é dedicadé dedicadé dedicadé dedicadoooo:::: A DeusDeusDeusDeus por ter me ajudado em todos os momentos, por abrir caminhos e me guiar para as melhores escolhas. Dando-me força e sabedoria para superar todas as dificuldades encontradas. Aos meus pais Elizabeth Cristina J. Elizabeth Cristina J. Elizabeth Cristina J. Elizabeth Cristina J. Soares Soares Soares Soares e Francisco Costa SoaresFrancisco Costa SoaresFrancisco Costa SoaresFrancisco Costa Soares, que estão sempre do meu lado em todos os momentos da minha vida, pelo amor, educação, apoio e confiança que em mim depositaram. A minhas irmãs Elaine Elaine Elaine Elaine e MárciaMárciaMárciaMárcia, meu irmão Dagoberto Dagoberto Dagoberto Dagoberto e sua esposa KêniaKêniaKêniaKênia, pelo carinho e apoio em todos os momentos dessa caminhada. E aos meus sobrinhos. Ao meu amado namorado DavidDavidDavidDavid, que com muito carinho, compreensão e paciência, ajudou-me e incentivou-me a concluir esse trabalho. AGRADECIMENTOS A Deus, por ter me proporcionado a oportunidade de realizar este estágio e conclui- lo. A minha família, em especial aos meus pais Francisco e Elizabeth, por terem confiado e acreditado em mim e hoje presenciarem a realização desse sonho. A todo o corpo docente do DEQ, pela dedicação em compartilhar conhecimentos para minha formação. Em particular a Profa. Dra. Tereza Neuma de Castro Dantas (DQ) e ao Prof. Dr. Afonso Avelino Dantas Neto (DEQ), pela orientação na minha iniciação científica, que contribuiu para o meu crescimento individual e profissional. A todos do PRH-14/ANP, pelo apoio e dedicação, em especial ao Prof. Romualdo Vidal, que me auxiliou na obtençã desse estágio. Aos meus amigos de graduação: Aécio, Artur, Ferré, Gilmar, Ítalla, Jairton, Rafael e Thomás por me ajudarem a atravessar a dificuldades encontradas durante o curso e pelos momentos divertidos que passamos. Ao meu orientador de estágio da UFRN, Prof. Dr. Jackson Araújo de Oliveira, por conduzir o desenvolvimento desse trabalho. Ao meu supervisor de estágio da Petrobras Engenheiro Fabrisio Campos Moreira por toda orientação e dedicação. Ao Engenheiro José Wellington de Paiva, Gerente da Unidade de Operação e Processamento de Fluidos do Pólo de Guamaré, por ter concedido a oportunidade de estágio na área de processo em uma empresa de referência internacional como é a Petrobras, e pelos valiosos conhecimentos compartilhados que muito contribuíram para minha formação prática de engenheiro. À Petrobras, pela oportunidade do estágio, por toda estrutura e suporte que contribuiu de forma grandiosa para o meu desenvolvimento profissional e pessoal, e por me aceitar de portas abertas, permitindo-me vivenciar na prática os conhecimentos adquiridos durante a graduação. Aos engenheiros de processamento Andressa, Auberan, Bagdonas, José Roberto e Max, que contribuíram para enriquecer meus conhecimentos durante o período de estágio. Em especial aos amigos da UTPF: Técia, Adriana, Wilka, Gabriela, Aninha, Claúdio e Jadna. E ainda aos supervisores e aos operadores do pólo industrial de Guamaré pela paciência e atenção dedicas ao esclarecer minhas dúvidas. A todos que foram citados acima, meu muito obrigado. SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO .................................................................................................. 14 2. DESCRIÇÃO DA EMPRESA ............................................................................ 16 2.1 Petrobras .................................................................................................. 16 2.2 Pólo Industrial de Guamaré ...................................................................... 17 2.3 Datas Importantes .................................................................................... 19 3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ........................................................................ 21 3.1 Gás Natural .............................................................................................. 21 3.2 Produção do Gás Natural ......................................................................... 25 3.3 Condicionamento ou Tratamento do Gás Natural .................................... 26 3.3.1 Desidratação ................................................................................................ 29 3.3.1.1 Água no gás natural ....................................................................... 29 3.3.1.2 Analisadores de umidade no gás natural ....................................... 30 3.3.1.3 Hidratos .......................................................................................... 30 3.3.2 Remoção de gases ácidos ................................................................. 32 3.3.2.1 Seleção do Tratamento .................................................................. 33 3.4 Processamento Primário do Gás Natural ................................................. 34 3.5 Unidade de Processamento de Gás Natural ............................................ 36 3.5.1 Escolha do Processo .......................................................................... 38 3.5.2 Principais Indicadores de Rendimento de uma UPGN ....................... 39 3.6 Descrição geral de tratamento e processamento de óleo e gás no Pólo de Guamaré............ ................................................................................................ 39
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