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AvaliacaoConcentracoesHepAíticas-Aquino-2005

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE 
CENTRO DE BIOCIÊNCIAS 
DEPARTAMENTO DE BIOQUÍMICA 
 
 
 
 
 
 
ROSE CLÉIA PRAXEDES DE AQUINO 
 
 
 
 
 
 
 
 
AVALIAÇÃO DAS CONCENTRAÇÕES HEPÁTICAS E 
SÉRICAS DE RETINOL EM BOVINOS E DO CONSUMO 
HABITUAL DE FÍGADO POR GESTANTES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NATAL/RN 
2005 
 2
 
 
 
ROSE CLÉIA PRAXEDES DE AQUINO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AVALIAÇÃO DAS CONCENTRAÇÕES HEPÁTICAS E SÉRICAS DE RETINOL EM 
BOVINOS E DO CONSUMO HABITUAL DE FÍGADO POR GESTANTES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dissertação apresentada ao Departamento de 
Bioquímica da Universidade Federal do Rio 
Grande do Norte como requisito parcial para 
obtenção do título de mestre em Bioquímica. 
Orientador: Roberto Dimenstein. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NATAL 
2005 
 3
ROSE CLÉIA PRAXEDES DE AQUINO 
 
 
 
 
Dissertação apresentada ao Departamento de Bioquímica para obtenção do título de 
Mestre em Bioquímica. 
 
 
 
 
 
Aprovada em 09 de março de 2005. 
 
 
 
 
 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
 
 
Prof. Dr. Roberto Dimenstein – UFRN 
 
 
 
Prof ª Dilma Ferreira Lima – UFRN 
 
 
 
Prof ª Jesane Alves de Lucena – ESAM 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Natal/RN 
2005 
 
 
 
 
 
 4
 
 
 
 
 
 
 
Dedico esta obra: 
 
 
 
 
A Deus, de sabedoria incomparável e beleza infinita, minha eterna gratidão pela 
realização deste momento. 
 
 
À minha família, pelo amor, entusiasmo, incentivo e compreensão. Em especial 
minha irmã Anny pelo apoio incondicional à realização deste mestrado. 
 
 
Ao meu orientador prof. Dr. Roberto Dimenstein, meus sinceros agradecimentos pelo 
voto de confiança, pelo apoio, incentivo e amizade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 5
AGRADECIMENTOS 
 
Aos professores do Departamento de Bioquímica da UFRN, pela contribuição 
prestada à minha formação. 
 
Aos professores João Felipe e Luiz Roberto pelas importantes sugestões durante a 
qualificação. 
 
Aos mestrandos Raquel, Olívia, Ciro, Fernando, Patrícia e Ivan (turma see below), 
pela amizade formada, ótima convivência e por todo companheirismo no decorrer do 
curso. 
 
Às alunas de iniciação científica Islândia, Karla e Illana, hoje nutricionistas, pela 
ajuda no início, respeito e carinho. 
 
Às acadêmicas de nutrição, iniciantes científicas: Érika, Lidiane e Vanessa pela 
valorosa colaboração na realização do questionário de freqüência alimentar. 
 
Aos veterinários Eraldo e André responsáveis técnicos pelos abatedouros-frigoríficos 
Potengi e AFIM, pela permissão e apoio à coleta das amostras. 
 
Ao programa de pós-graduação em bioquímica e às agências financiadoras CAPES 
e CNPq. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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“Mestre não é quem ensina, mas quem 
de repente aprende”. 
 Guimarães Rosa. 
 
 
 
 
 
 7
RESUMO 
 
 
A vitamina A é essencial aos animais devido sua participação em uma série 
de funções biológicas. A investigação das concentrações desta vitamina é 
importante para servir como referência para parâmetros de normalidade. O objetivo 
do presente estudo foi analisar as concentrações séricas e hepáticas de vitamina A 
em dois grupos de bovinos e comparar as concentrações hepáticas com os atuais 
requerimentos desta vitamina para gestantes. Avaliou-se também o hábito de 
consumo de fígado bovino por mulheres gestantes através do questionário de 
freqüência alimentar. Dois grupos de bovinos foram estudados sendo o primeiro 
formado por bovinos da raça Nelore e o segundo por bovinos sem raça definida 
(SRD). Analisou-se 120 amostras: 60 de fígado e 60 de soro. O método utilizado 
para dosar retinol foi a Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (CLAE). As médias 
(+ dp) das concentrações de retinol no fígado dos bovinos da raça Nelore e SRD 
foram 16947,8 + 6866,9 e 5213,1 + 2517,2 µg de retinol/100g e no soro 39,6 + 17,9 
e 28,6 + 9,4 µg de retinol/dL, respectivamente. Não foi encontrada correlação 
estatisticamente significativa entre o retinol hepático e o sérico. Os bovinos do 
presente estudo se encontravam com aportes adequados de vitamina A. 
Independentemente da raça do animal, a ingestão diária de fígado bovino é 
desaconselhada para mulheres grávidas que apresentam aportes adequados de 
vitamina A. O consumo de fígado bovino por mulheres gestantes atendidas na 
Maternidade Escola Januário Cicco, UFRN, Natal RN, foi considerado alto. 
 
 
 
 
 8
ABSTRACT 
 
The vitamin A is essential to animals because of its participation in a great 
number of biological functions. The investigation of this vitamin’s concentrations is 
important to serve as reference to normality parameters. This study had as aim to 
analyse the serics and hepatics concentrations of vitamin A in two groups of bovines 
and to compare the hepatics concentrations to the present requeriments of vitamin A 
for pregnant women. It was also appraised the consume habit of bovine liver by 
pregnant women through of the alimentary frequency quest. Two groups of bovine 
were studied and the first was formad by Nelore bovine breed and the second by 
bovine without defined breed (WDB). It was analysed 120 samples: 60 of liver and 60 
of serum. The method used to dose retinol was High Performance Liquid 
Cromatography (HPLC). The average (+ sd) of retinol concentrations in Nelore breed 
bovine and WDB liver were 16947,8 + 6866,9 and 5213,1 + 2517,2 µg of retinol/100g 
and at serum 39,6 + 17,9 e 28,6 + 9,4 µg of retinol/dL, respectively. No statistically 
significant correlation was found between hepatic and the serum retinol. The bovines 
in this study had adequate vitamin A levels. Independently of animal breed, the daily 
ingestion of bovine liver is not advised for pregnant women who show adequate 
support of vitamin A. The consume of bovine liver by pregnant women consulted on 
school maternity hospital Januário Cicco, UFRN, Natal RN, was considered high. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 9
LISTA DE FIGURAS 
 
 
 
Figura 1 Estrutura química das principais formas de vitamina A.................. 15 
Figura 2 Esquema do metabolismo da vitamina A (retinóides)..................... 18 
Figura 3 Técnica de extração da vitamina A do fígado bovino adaptada 
segundo Gebre-Medhin; Vahlquist, 1984........................................
 
29 
Figura 4 Técnica de extração da vitamina A do soro bovino adaptada 
segundo Giuliano, 1994..................................................................
 
30 
Figura 5 Protocolo de confirmação da concentração do padrão de retinol... 31 
Figura 6 Protocolo da diluição do padrão do padrão de retinol para 
aplicação na CLAE..........................................................................
 
32 
Figura 7 Cromatogramas do padrão de retinol (a), de uma amostra de 
fígado (b) e de uma amostra de soro (c).........................................
 
37 
Figura 8 Comparação entre as atuais recomendações e a concentração 
de vitamina A no fígado bovino.......................................................
 
45 
Figura 9 Freqüência do consumo de fígado bovino por gestantes 
atendidas na Maternidade Escola Januário Cicco, UFRN, Natal – 
RN...................................................................................................
 
 
47 
 
 
 
 
 
 
 
 10
LISTA DE TABELAS 
 
Tabela I Concentração de retinol no fígado e no soro bovino de uma 
mesma amostra aplicada em dias consecutivos ............................ 
 
34 
Tabela II Concentração sérica e hepática de retinol dos bovinos Nelores e 
SRD..................................................................................................
 
38 
Tabela III Avaliação do estado nutricional em vitamina A através das 
concentrações hepáticas de retinol................................................. 
 
39 
Tabela IV Avaliação do estado nutricional em vitamina A através dasconcentrações séricas de retinol..................................................... 
 
39 
Tabela V Relação entre a concentração de retinol sérico e hepático nos 
bovinos Nelores e SRD....................................................................
 
41 
Tabela VI Concentração de retinol em fígado bovino...................................... 43 
Tabela VII Conteúdo provável de vitamina A (retinol) ingerido pelas 
gestantes que afirmaram consumir diariamente fígado bovino....... 
 
48 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 11
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 
 
A° Absorbância 
CB Centro de Biociências 
CLAE Cromatografia Líquida de Alta Eficiência 
CV Coeficiente de Variação 
DBq Departamento de Bioquímica 
DUM Dia da Última Menstruação 
dL Decilitro 
EAR Recomendação de Ingestão Diária para Populações 
HPLC High Performance Liquid Cromatography 
IG Idade Gestacional 
µg Micrograma 
µL Microlitro 
mL Mililitro 
ng Nanograma 
OMS Organização Mundial da Saúde 
QFA Questionário de Freqüência Alimentar 
mL Mililitro 
RBP Retinol Binding Protein 
RDA Recomendation Daily Allowed 
RE Retinol Equivalent 
SRD Sem Raça Definida 
UFRN Universidade Federal do Rio Grande do Norte 
UI Unidades Internacionais 
 12
UL Upper Limit 
Σ% Coeficiente Específico de Extinção do Retinol em Etanol 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 13
SUMÁRIO 
 
1. Introdução .............................................................................................. 15 
1.1. Vitamina A: estrutura química, função e metabolismo .......................... 15 
1.2. Teratogenicidade ................................................................................... 19 
1.3. Vitamina A e bovinos de corte ............................................................... 22 
1.4. Objetivos ................................................................................................ 25 
1.4.1. Geral ...................................................................................................... 25 
1.4.2. Específicos ............................................................................................ 26 
2. Material e métodos ................................................................................ 27 
2.1. Material .................................................................................................. 27 
2.1.1. Material biológico ................................................................................... 27 
2.1.2. Solventes e padrão de vitamina A ......................................................... 27 
2.2. Métodos ................................................................................................. 27 
2.2.1. Coleta de amostras ............................................................................... 27 
2.2.2 Preparo das amostras ........................................................................... 28 
2.2.3. Saponificação e extração lipídica .......................................................... 28 
2.2.4. Preparo do padrão de retinol ................................................................. 30 
2.2.5. Condições cromatográficas ................................................................... 32 
2.2.6. Separação e quantificação do retinol por cromatografia liquída de alta 
eficiência (CLAE) ...................................................................................
 
33 
2.2.7. Avaliação da exatidão e precisão do método ........................................ 33 
2.2.8. Confirmação dos tempos de retenção do retinol nas amostras de 
fígado e soro bovino ..............................................................................
 
35 
2.2.9. Questionário de freqüência alimentar ................................................... 35 
 14
2.2.10. Análise estatística................................................................................... 36 
3. Resultados e discussão ......................................................................... 37 
4. Conclusões ............................................................................................ 49 
 Referências ........................................................................................... 50 
 Apêndice ................................................................................................ 56 
 
 
 
 
 
 
 
 15
1. INTRODUÇÃO 
1.1. Vitamina A: estrutura química, função e metabolismo 
 
O retinol é um álcool de natureza isoprenóide, lipossolúvel e insaturado, 
encontrado em produtos de origem animal na forma de ésteres. O termo vitamina A 
é utilizado por toda substância que possui atividade do retinol e neste conceito estão 
incluídos alguns carotenóides, encontrados principalmente em produtos de origem 
vegetal, em especial nos vegetais verdes e folhosos e frutas alaranjadas (CHAGAS 
et al., 2003). 
 
l
Figura 1. Estrutu
(arbl.cvmbs.colostate.e
 
A vitamina A 
aquosas. Ela é sens
calor e em meio áci
1990). 
Retino
)
Retinal (retinaldeído
Ácido Retinóico
o
β-caroten
 
ra química das principais formas de vitamina A 
du/.../vitamina.html) 
é solúvel em solventes orgânicos e insolúvel em soluções 
ível à oxidação na presença de luz (isomerização), instável ao 
do (isomerização), sendo estável em meio alcalino (MACHLIN, 
 16
Esta vitamina é essencial aos animais, pois participa de uma série de funções 
biológicas: ela está presente no metabolismo geral de lipídeos e proteínas; na 
função visual, na diferenciação celular, no funcionamento adequado dos tecidos 
epiteliais (pele, mucosa e endotélio); no crescimento normal de estruturas ósseas e 
dos dentes durante o desenvolvimento; possui função antioxidante; auxilia na função 
imunológica; na prevenção de câncer e na redução da incidência da anemia, 
mortalidade materna e doenças crônicas, sendo fundamental durante o 
desenvolvimento e na manutenção da integridade do organismo humano (AZAÏS-
BRAESCO; PASCAL, 2000). 
As fontes alimentares de vitamina A são classificadas em muito ricas (teor > 
1000 µg/ER.100 g), ricas (teor entre 500 e 1000 µg/ER.100 g), medianas ( teor entre 
100 e 500 µg/ER.100 g) e com baixos teores (<100 µg/ER.100 g). Como fontes ricas 
temos: óleo de fígado e fígado de animais; ricas: manteiga e margarina; medianas: 
atum, creme de leite, leite integral em pó, ovo de galinha e com baixos teores: leite 
humano, leite de vaca, iogurte, sardinha (GUILLAND; LEQUEU, 1995). 
A ingestão insuficiente desta vitamina ou de seus precursores, durante um 
período expressivo, origina diversas anormalidades, entre as quais, perda de apetite 
e de peso, alterações epiteliais, diminuição da resistência às infecções, alterações 
no ciclo visual, crescimento, desenvolvimento e reprodução (BLOMHOFF, 2001). 
Os alimentos que contêm derivados da vitamina A (ésteres de retinil) e pró-
vitamina A (carotenóides) sofrem as ações do suco gástrico, pancreático e intestinal. 
Os ésteres de retinil são hidrolisados pela vitamina A éster hidrolase pancreática e 
por uma hidrolase da superfície da membrana do enterócito. Essas duas enzimas 
liberam o retinol o qual é incorporado às micelas formadas sob influência das 
secreções biliares e é absorvido pelas células da mucosa intestinal. No interior da 
 17
célula intestinal, o retinol é re-esterificado principalmente sob a forma de palmitato 
de retinol, sendo incorporado aos quilomícrons e excretado na linfa (GUILLAND; 
LEQUEU, 1995). 
A biodisponibilidade e a digestão da vitamina A são afetadas pelo estado 
nutricional individual e pela integridade da mucosa intestinal. Alguns fatores 
nutricionais importantes para biodisponibilidade da vitamina A são: proteínas, 
gorduras, vitamina E e zinco. Em condições normais, cerca de 90% da vitamina A é 
armazenada no fígado, podendo aparecer em pequenas quantidades em outros 
tecidos (MACHILIN, 1990). 
Quando o estado nutricionalem vitamina A é satisfatório, o retinol é transferido 
na forma de ésteres de retinil para um tipo específico de célula: as células hepáticas 
estreladas perisinusoidais, também conhecidas como células de Ito, que podem 
estocar uma grande quantidade de vitamina A em característicos conjugados 
lipídicos. Esses conjugados lipídicos são mobilizados subseqüentemente para 
manter a concentração homeostática de retinol no organismo entre 1 e 2 µmol/L 
correspondentes a 28,6 – 57,2 µg/100mL, respectivamente (BLANER; OLSON, 
1994). 
Para atender à demanda das necessidades dos tecidos por retinóides, o retinol 
se liga à proteína carregadora de retinol (retinol-binding protein ou RBP) para ser 
liberado na circulação sanguínea e ser transportado num estado complexado até os 
tecidos (DRI, 2001). A RBP entra na célula através de um mecanismo que envolve 
receptores específicos na membrana (NOY; SLOSBERG; SCARLATA, 1992). 
Depois de entrar na célula o retinol é oxidado a retinal e então a ácido retinóico. 
Enzimas como a álcool desidrogenase, desidrogenase de cadeia curta ou redutase 
podem catalisar essa primeira reação que é reversível, enquanto que a aldeído 
 18
deidrogenase e a citocromo P-450 podem catalisar irreversivelmente a oxidação de 
retinaldeído a ácido retinóico (DUESTER, 1996). Os metabólitos da vitamina A são 
excretados na urina (DRI, 2001). A figura 2 apresenta de forma esquemática e 
simplificada o metabolismo da vitamina A. 
 
 
 
Figura 2. Esquema do metabolismo da vitamina A (retinóides). 
Car – caroteno, R – retinol, RE – ésteres de retinil, C – quilomícrons, CR – quilomícrons 
remanescentes, RBP – proteína plasmática transportadora de retinol, RA – ácido retinóico. 
(DE LUCA et al, 1995). 
 
 
 
 
 19
1.2. Teratogenicidade 
Baixas quantidades da vitamina A e seus metabólitos são essenciais para 
vários processos vitais do organismo e são necessárias para um normal 
desenvolvimento embrionário. Uma alta ingestão de vitamina A pode resultar em 
efeitos tóxicos e teratogênicos, tais como distúrbios na diferenciação celular (VLIET 
et al, 2001). 
A ação teratogênica da vitamina A tem sido demonstrada em várias espécies 
animais (HAYES et al, 1981). Em humanos, há evidências de má-formação em 
crianças, quando as mães consomem altas doses de vitamina A durante a gestação 
(> 25000 UI/dia) (OMS, 2001). 
As principais formas de vitamina A que ocasionam efeitos teratogênicos são o 
ácido retinóico e seus metabólitos (ARMSTRONG et al, 1994). Doses de 0,4 a 2,0 
mg/kg/dia de ácido retinóico no primeiro trimestre de gestação causam abortos 
espontâneos e sérios defeitos no feto, tais como malformação no cérebro, coração, 
artérias, face e timo (BLOMHOFF, 2001). 
O ácido retinóico afeta a diferenciação celular e conseqüentemente o 
desenvolvimento embrionário. Desde a primeira divisão celular, um complexo 
conjunto de processos inter-relacionados permite a organização tissular através de 
trilhas específicas levando do desenvolvimento embrionário à formação do feto 
maduro. Estes eventos incluem o estabelecimento da polaridade axial e da 
diferenciação celular em respostas a moléculas sinalizadoras cuja concentração 
varia de acordo com a região do embrião (MELTON, 1991). 
Diversas moléculas sinalizadoras incluindo o ácido retinóico têm sido 
identificadas. Em diversos experimentos, o ácido retinóico tem sido aplicado e 
modificado o desenvolvimento embrionário de uma maneira dose-local-dependente. 
 20
Sugere-se atualmente que o ácido retinóico está diretamente envolvido no 
estabelecimento de um modelo específico de expressão gênica. O ácido retinóico 
liga-se a receptores nucleares, ativa os mesmos desencadeando um elemento 
resposta que regula a expressão de genes. (AZAÏS-BRAESCO; PASCAL, 2000). 
As atuais recomendações de ingestão diária (DRI) de vitamina A para 
gestantes está entre 750 e 770 µg de retinol/dia e o limite de ingestão tolerável (UL) 
para adultos é de 3000µg/dia de vitamina A pré-formada (DRI, 2001). Pouco se sabe 
sobre a dose de vitamina A que causa um efeito teratogênico agudo e apenas um 
caso foi relatado no qual uma mulher deu à luz a um bebê com malformações depois 
de ingerir uma dose oral de 150000 µg durante sua gravidez (MOUNOUD, 1975). 
Para um longo tempo de ingestão, uma quantidade de 3000 µg de vitamina A/dia 
não tem apresentado risco de induzir anormalidades no desenvolvimento do 
embrião, sendo considerada segura (DUTCH HEALTH COUNCIL/FOOD AND 
NUTRITION COUNCIL, 1994; BAUERNFEIND, 1980). Por esse motivo, a 
Organização Mundial de Saúde recomenda que mulheres gestantes não devam 
ultrapassar a dose diária máxima de 10.000 UI (3000µRE) (OMS, 2001). 
A Universidade Americana de Ginecologia e Obstetrícia em 1992 relatou que 
há uma relação entre o uso de altas doses de vitamina A durante a gravidez e o 
nascimento de crianças defeituosas (AMERICAN COLLEGE OF OBSTETRICIANS 
AND GYNECOLOGISTS, 1993). Rothman et al. (1995), mostraram que doses iguais 
ou superiores a 10.000 UI/dia durante a gravidez podem produzir anormalidades na 
crista neural em humanos. 
 Recente estudo realizado por Vliet et al. (2001), afirmou que a concentração 
dos metabólitos do ácido retinóico foi maior no plasma de mulheres gestantes depois 
 21
que consumiram pasta de fígado em comparação àquelas que consumiram vitamina 
A sintética como suplemento. 
Nesse contexto, observa-se durante a gravidez, um aumento no hábito de 
consumir fígado, que é considerado um alimento muito rico em vitamina A 
(GUILLAND; LEQUEU, 1995). O fígado bovino é bastante utilizado na alimentação 
humana e em muitos casos recomendado para prevenir a anemia fisiológica da 
gestação (HILLMAN, 1996). Alguns estudos têm mostrado que cerca de 50 a 75% 
das mulheres grávidas sofrem de um tipo de anemia pela deficiência de ferro e que 
esta severa anemia durante a gravidez causa sérias conseqüências nos fetos 
incluindo prematuridade, abortos espontâneos, baixo peso ao nascer e mortes fetais 
(SIFAKIS; PHAMAKIDES, 2000; BREVMANN, 2001). 
Embora o fígado seja conhecido como um excelente alimento fonte de ferro, o 
aumento dietético sugerido no início da gestação para combater a anemia, pode ter 
o efeito indesejado de trazer ao mesmo tempo uma ingestão excessiva de vitamina 
A. 
Desta forma, torna-se indispensável à investigação da concentração de 
vitamina A nesse alimento, tendo em vista que no Brasil não existe esse tipo de 
estudo e a maioria dos dados disponíveis é obtida de tabelas de alimentos 
estrangeiras as quais não especificam características inerentes aos animais tais 
como origem genética e sistema de manejo que podem influenciar essas 
concentrações. 
 
 
 
 
 22
1.3. Vitamina A e bovinos de corte 
O Brasil conta com o segundo maior rebanho bovino do mundo, estimado em 
151 milhões de cabeças, com o abate anual de 29 milhões de cabeças (EUCLIDES 
et al., 1998). 
A grande maioria do gado produzido no Brasil é formada por zebuínos (Bos 
indicus), com cinco raças predominando: Nelore, Guzerá, Gir, Tabapuã e Indubrasil, 
além de seus mestiços. Com base no número de animais registrados nos últimos 
anos, a raça Nelore é atualmente a mais difundida (MARIANTE; ZANCANER, 1985). 
Essa raça se adaptou muito bem às condições tropicais brasileiras, por possuir 
excelente capacidade de aproveitar alimentos grosseiros. Ela é a raça no Brasil que 
possui a carcaça mais próxima dos padrões exigidos pelo mercado (NELORE 2004). 
Os animais sem raça definida (SRD), provenientes da mistura não controlada 
de sangue, também merecem destaque no abate em matadouros locais, pois eles 
representam número significativo no descarte de animais dos produtores regionais. 
Os bovinos de corte no Brasil geralmente são criados e engordados em 
condições extensivas de produção, em virtude da extensão territorial. É uma 
atividade essencialmente pastoril, com características extrativas ebaixa 
produtividade (ANDRIGUETTO et al., 1990). 
Neste sistema adotam-se práticas empíricas, com a alimentação dependendo 
exclusivamente das pastagens. Em alguns casos, os animais são suplementados 
com sal comum e, em propriedades mais desenvolvidas, com sal mineralizado, com 
ou sem administração de vitaminas na época das secas (ANDRIGUETTO et al., 
1990). 
O manejo nutricional dos bovinos é fator preponderante para que a pecuária de 
corte possa produzir de forma eficiente, carne bovina de boa qualidade e de baixo 
 23
preço (RESTLE et al., 2000). Desta forma, a vitamina A destaca-se como elemento 
de suma importância na alimentação desses animais, sendo obtida através das 
pastagens. Sabe-se que os vegetais não contêm retinol e sim pigmentos 
carotenóides que são convertidos em retinol no organismo (JARDIM, 1988). 
Os bovinos são capazes de converter beta-caroteno em retinol, na base de 
1mg para 400 UI em média, porém vários fatores podem alterar essa taxa de 
conversão dependendo do tipo e do nível de caroteno na dieta, da raça do animal, 
diferenças individuais, stress, entre outros (PEIXOTO, MOURA & FARIA, 1995). 
Esses animais necessitam da vitamina A em todas as idades, principalmente 
nos períodos de seca, de pastagens queimadas por geada, e quando são usadas 
forragens conservadas ou subprodutos agrícolas do tipo de palhadas 
(ANDRIGUETTO et al., 1990). 
O bovino em geral armazena reservas no fígado, suficientes para uma falta 
absoluta durante uns quatro meses, mas vencido esse prazo surgem os sinais de 
deficiência (JARDIM, 1988). 
Nos bovinos adultos, a deficiência de vitamina A leva a uma redução da 
fertilidade, na forma de uma espermiogênese escassa nos animais machos ou uma 
infertilidade, e nos animais fêmeas leva a perdas embrionárias precoces (KOLB, 
1987). A capacidade de defesa frente às infecções e parasitoses encontra-se 
reduzida, ocorre alterações epiteliais metaplásicas nos ductos excretores da 
glândula salivar parótida, cegueira noturna, aumento da pressão do líquido 
cefalorraquidiano e engrossamento da pele (KOLB, 1987). 
 Nos bovinos jovens o distúrbio do crescimento ósseo leva, freqüentemente, a 
um estrangulamento e degeneração dos nervos ópticos junto ao forame óptico, que 
se associa com cegueira. Ao final da prenhez, uma deficiência de vitamina A tem 
 24
como conseqüência o bloqueio do crescimento e o nascimento de bezerros de baixa 
vitalidade. O teor de vitamina A no colostro encontra-se diminuído e nesses casos, 
os bezerros apresentam uma queda na capacidade de defesa frente às infecções, 
aparecendo com freqüência à diarréia (KOLB, 1987). Observa-se também 
lacrimejamento intenso, falta de apetite, queratites e o andar típico em zigue-zague 
(JARDIM, 1988). 
Para se evitar perdas econômicas é importante a avaliação do estado 
nutricional em vitamina A dos animais o qual possibilita o diagnóstico precoce da 
hipovitaminose A. 
De acordo com Peixoto, Moura e Faria (1995), o julgamento do estado 
nutricional de bovinos pode ser feito através dos seguintes parâmetros: a) por 
observação dos sintomas clínicos de deficiência; b) através de recursos de 
laboratório; c) por análise das rações em relação às exigências e d) por análise dos 
desempenhos que compara características do animal (ex. peso-vivo, altura) com 
tabelas padrões. 
Nos achados de necropsia pela deficiência de vitamina A citam-se: 
degeneração das mucosas do trato respiratório, boca, glândulas salivares, trato 
intestinal, uretra, rins e bexiga, atrofia do nervo óptico por estreitamento do forâmen 
óptico. É comum encontrar-se pedras nos rins e na vesícula biliar devido a lesões na 
mucosa e aparecimento de células descamativas, que serviram como núcleos para 
formação dessas pedras (PEIXOTO; MOURA; FARIA, 1995). 
A pressão do líquido cérebro-espinal é um dado de alto valor no diagnóstico de 
avitaminose, constituindo-se em um dos primeiros sintomas. Pressões normais, da 
ordem de 90 a 120 mm, são alteradas nos animais carentes para valores de até 400 
a 600 mm. Em estágios mais avançados da deficiência, detectam-se níveis de 
 25
vitamina A no plasma sanguíneo inferiores a 10 µg/dL, mas 20 µg/dL já é 
considerado um nível próximo ao limite. No fígado, o teor crítico é considerado 
abaixo de 60 µg/100g (PEIXOTO; MOURA; FARIA, 1995). 
Na maioria das vezes, a nível de campo, o diagnóstico de carência de vitamina 
A se faz pela observação dos sintomas clínicos de deficiência desta vitamina (onde a 
situação de hipovitaminose já está estabelecida). Por outro lado, a análise 
bioquímica realizada através das concentrações séricas e hepáticas de retinol 
(SWANSON et al., 2000) é raramente utilizada por ser menos prática, antieconômica 
e por nem sempre existir na região aparelhagem adequada ou técnicos que 
permitam sua realização. 
 Desta forma, ressalta-se a importância dos mecanismos zootécnicos que 
permitam a avaliação da deficiência nutricional em vitamina A antes do aparecimento 
dos sintomas clínicos, os quais previnem transtornos que muitas vezes podem ser 
irreversíveis e prejudiciais ao animal. 
 Considerando a carência de informações a respeito das concentrações séricas 
e hepáticas de retinol nos bovinos de corte do Brasil este estudo fornecerá dados 
que servirão como referência para parâmetros de normalidade. 
 
1.4. Objetivos 
1.4.1. Geral: 
• Estabelecer as concentrações hepáticas e séricas de retinol em bovinos de 
corte, avaliando bioquimicamente o estado nutricional desses animais em vitamina 
A. 
 
 26
1.4.2. Específicos: 
• Verificar se existe diferença entre as concentrações de vitamina A no fígado e 
no soro de bovinos Nelores e sem raça definida (SRD) bem como correlacionar às 
concentrações séricas e hepáticas de retinol nesses animais; 
 
• Comparar as concentrações hepáticas de retinol com os atuais requerimentos 
desta vitamina para gestantes; 
 
• Verificar o hábito de consumo de fígado bovino por mulheres gestantes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 27
2- MATERIAL E MÉTODOS 
 
2.1. Material: 
 2.1.1. Material biológico 
Como material biológico utilizou-se amostras de fígado e soro sanguíneo de 
dois grupos de bovinos, o primeiro grupo pertencia à raça Nelore e o segundo era 
composto por animais sem raça definida (SRD). As amostras foram coletadas do 
Frigorífico-Abatedouro Potengi, Parnamirim RN, e do Abatedouro Frigorífico 
Industrial de Mossoró – AFIM, Mossoró RN. Os animais deste estudo estavam 
submetidos ao sistema de criação extensivo cuja alimentação restringia-se apenas 
de pastagem nativa e sal mineral. 
 
 2.1.2. Solventes e padrão de vitamina A 
Foram utilizados os seguintes solventes: Etanol 95%, Hidróxido de potássio, 
Hexano, Etanol absoluto °HPLC, Metanol ° HPLC (Vetec e Merck) e padrão de 
retinol Sigma. 
 
2.2. Métodos: 
 2.2.1. Coleta de amostras 
30 amostras de fígado e soro de bovinos Nelores e 30 amostras de fígado e 
soro de bovinos sem raça definida (SRD) foram coletadas de abatedouros regionais. 
As normas de abate estavam de acordo com a legislação vigente (BRASIL, 1997). 
As amostras foram colocadas em tubos plásticos envoltos por papel alumínio para 
evitar a ação da luz e possível oxidação da vitamina A. Imediatamente após a coleta 
as amostras foram transportadas para o laboratório em caixa de isopor com gelo. 
 
 28
 2.2.2. Preparo das amostras 
No Laboratório de Bioquímica da Nutrição do DBq/CB - UFRN, as amostras de 
sangue foram centrifugadas e o soro retirado e estocado a -20° C. As amostras de 
fígado foram, da mesma forma, estocadas a -20° C até o momento das análises. 
As amostras de fígado, cujos pesos variavam de 20 a 50 gramas, foram 
primeiramente pesadas e adicionadas à quantidades equivalentes ao peso de 
solução salina a 0,9% e em seguida trituradas com um mix triturador (Mallory) 
formando assim um homogenado de fígado a 50%, o qual foi utilizadopara as 
etapas seguintes. 
 
 2.2.3. Saponificação e extração lipídica 
A extração e dosagem de vitamina A no fígado foi realizada segundo Gebre –
Medhin; Vahlquist (1984), e no soro de acordo com Giuliano et al. (1994). Elas 
foram adaptadas de acordo com nossas condições laboratoriais (figuras 3 e 4). 
Antes da extração lipídica foi realizada uma saponificação prévia com 0,5 mL de 
hidróxido de potássio (KOH 60% para fígado e 50% para soro) com o objetivo de 
hidrolisar os ésteres de retinol presentes nas amostras. A temperatura do banho-
maria foi mantida a 75° C por 40 minutos para o fígado e a 45° por 120 minutos para 
o soro. As amostras foram mantidas sob atmosfera de nitrogênio e protegidas da 
luz. 
A extração lipídica foi realizada em duas etapas, ambas utilizando 3 mL de 
hexano. As amostras foram agitadas com 3 mL de hexano por 30 segundos, 
centrifugadas por 10 minutos (500xg) e posteriormente os sobrenadantes foram 
colocados em novo tubo. O hexano foi evaporado até a secura em banho-maria a 
 29
37°C sob atmosfera de nitrogênio (White Martins) e em seguida as amostras foram 
armazenadas à -18°C. 
 
Figura 3. Técnica d
Medhin; Vahlquist, 
5 
R 
 
0,4g de homogenado (fígado + solução salina) 
↓ 
10mL de solução salina 
↓ 
1mL 
↓ 
1mL de Etanol 95% 
↓ 
00µL KOH (60%) → Banho-maria 40 min a 75°C
↓ 
3mL hexano (1ª extração) 
↓ 
Homogeneizador / Centrífuga (500xg) 
↓ 
3mL hexano (2ª extração) 
↓ 
Homogeneizador / Centrífuga (500xg) 
↓ 
Transfere para tubo a fase hexânica 
↓ 
Evapora em N2 (banho-maria 37°C) 
↓ 
essuspende com 2mL de etanol absoluto (HPLC)
↓ 
Aplica no HPLC 20µL. 
 
 
e extração da vitamina A do fígado bovino adaptada segundo Gebre -
1984 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 30
Figura 4. Técnica de extração da vitamina A do soro bovino adaptada segundo Giuliano 
et al, 1994. 
1 mL de soro 
↓ 
1mL de EOH 95% 
↓ 
500µL KOH (50%) → Banho-maria 2h a 45°C 
↓ 
3mL hexano (1ª extração) 
↓ 
Homogeneizador / Centrífuga (500xg) 
↓ 
3mL hexano (2ª extração) 
↓ 
Homogeneizador / Centrífuga (500xg) 
↓ 
Transfere para tubo a fase hexânica 
↓ 
Evapora em N2 (banho-maria 37°C) 
↓ 
Ressuspende com 1mL de etanol absoluto (HPLC) 
↓ 
Aplica no HPLC 20µL. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 2.2.4. Preparo do padrão de retinol 
 Preparou-se um padrão de retinol o qual foi denominado de padrão estoque 
com 1,0 mg de retinol (Sigma) diluído em 1,0 mL de etanol absoluto e agitado por 30 
segundos. Posteriormente, foram realizadas duas diluições para levar o padrão a 
uma concentração aproximada de 10 µg/1mL e realizada a leitura no 
espectrofotômetro (Hitachi, modelo U-2000) utilizando-se cubetas de quartzo para 
confirmar a concentração do padrão. 
O comprimento de onda utilizado para a leitura foi λ= 325nm e o coeficiente de 
absorção ou coeficiente específico de extinção (Σ 1%, 1cm em etanol) foi Σ%=1780, 
 31
como descrito por Olson (1996) e Milne, Botnen (1986), respectivamente. Na figura 
5 apresenta-se o esquema de diluição e a seguir tem-se a fórmula utilizada no 
cálculo da concentração real do padrão. 
 
 
 
PADRÃO ESTOQUE 1,0mg retinol + 1mL etanol 100%(1000µg/mL) 
(Diluição 1) 
 (agitar 30 seg) 
 
PADRÃO DE TRABALHO 0,1 mL padrão estoque + 0,9 mL etanol 100%(100µg/mL) 
(Diluição 2) 
 (agitar 30 seg) 
 
PADRÃO DE LEITURA 0,1mL padrão de trabalho + 0,9 mL etanol 100%(10µg/mL) 
(Diluição 3) 
 (agitar 30 seg) 
 
LEITURA NO 
ESPECTROFOTÔMETRO 2 mL de padrão de leitura 
 2 mL de etanol absoluto (branco) 
 
 
 
Figura 5: Protocolo de confirmação da concentração do padrão de retinol 
 
Fórmula usada para a determinação da concentração real do padrão: 
 [ ] de Padrão = A° 
 Σ%
 
Onde: [ ] de padrão = concentração do padrão em gramas de retinol por 100 
mL da solução de leitura (g %); A° = leitura da absorbância realizada no 
espectrofotômetro; Σ% = coeficiente específico de extinção de retinol em etanol 
(1780). 
Destaca-se que o cálculo da concentração real e a preparação do padrão para 
aplicação no aparelho de CLAE foram realizados em todos os dias de aplicação das 
amostras com o objetivo de evitar variações decorrentes de fatores externos. 
 32
Após a confirmação da concentração real do padrão, a solução estoque foi 
diluída duas vezes em metanol grau HPLC, levando sua concentração a 
aproximadamente 1µg/mL para aplicação no aparelho de CLAE, como demonstra o 
esquema apresentado na figura 6. 
 
 
PADRÃO ESTOQUE 1,0mg Retinol + 1mL etanol 100%(1000µg/mL) 
 (agitar 30 seg) 
 
PADRÃO DE TRABALHO 0,1mL padrão estoque + 0,9 mL etanol (100µg/mL) 
(Diluição 1) (agitar 30 seg) 
 
PADRÃO DE APLICAÇÃO 0,01mL padrão de trabalho + 0,99 etanol (1µg/mL) 
(Diluição 2) (agitar 30 seg) 
 
 
 
 
Figura 6: Protocolo da diluição do padrão de retinol para aplicação na CLAE. 
 
 
 2.2.5. Condições cromatográficas 
Utilizou-se o seguinte sistema cromatográfico: coluna e pré-coluna CG nucleosil 
C18 (fase reversa); bomba de cromatografia líquida LC-10 AD SHIMADZU (fluxo de 
1,0 ml / min); detector SPD-10A SHIMADZU UV-VIS; sistema de integração C-R6A 
SHIMADZU, eluição com fase móvel 100% composta por metanol com grau de 
purificação adequado para CLAE (Merck). O comprimento de onda utilizado para 
detecção foi λ= 325nm. O tempo de retenção do retinol foi de 4,0 min em fluxo de 1 
mL/min. 
O volume aplicado dos padrões ou amostras ressuspendidas foi de 20µL. Com 
o objetivo de favorecer a precisão dos resultados os padrões e amostras foram 
aplicados em duplicata. 
 33
 2.2.6. Separação e quantificação do retinol por cromatografia líquida de alta 
eficiência (CLAE) 
Para a ressuspensão das amostras de fígado foram utilizados 2 mL de etanol 
absoluto em grau de pureza para cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE). 
Para as amostras de soro foi utilizado 1 mL do mesmo solvente. Aplicou-se 20 µL 
das amostras no aparelho de CLAE. 
A quantificação de retinol presente nas amostras foi realizada através da 
comparação da área do pico do padrão do all-trans – retinol (o qual apresentava 
concentração determinada) com a área do pico da amostra através de uma regra de 
três simples. Os resultados encontrados no fígado foram expressos em µg/100g e no 
soro em µg/100mL. 
 
 
 2.2.7. Avaliação da exatidão e precisão do método 
 
 A exatidão e a precisão do método foram avaliadas através dos testes de 
recuperação da extração e de reprodutibilidade, respectivamente. 
O teste de recuperação da extração foi realizado com amostras de fígado 
bovino e de soro, cada uma subdividida em 4 alíquotas. Nas amostras de soro 3 
sub-amostras foram acrescidas de retinol acetato e nas de fígado 3 sub-amostras 
foram acrescidas de retinol padrão. Todas as sub-amostras foram submetidas 
primeiro à saponificação alcalina e a precipitação de proteínas e depois se fez o 
acréscimo dos padrões de retinol. As sub-amostras foram submetidas às demais 
etapas propostas pelo método citado: 2 extrações com hexano, secagem a 37°C sob 
nitrogênio, ressuspensão em etanol absoluto ° HPLC e dosagem da vitamina A por 
CLAE com metanol em sua fase móvel. 
 34
Segundo a classificação apresentada por Strufaldi (1981), a extração do fígado 
mostrou-se ótima, pois foi obtida uma média de recuperação do padrão internosuperior a 90% (101,18%). Nas amostras de soro, observou-se que a extração do 
retinol acetato também foi eficaz (94,5%). 
No teste de reprodutibilidade foram utilizadas 3 alíquotas de uma amostra de 
fígado e 3 alíquotas de uma amostra de soro. Estas amostras passaram pelas 
etapas anteriormente descritas e foram armazenadas secas e congeladas para 
posterior dosagem da vitamina A. A aplicação das amostras ocorreu em dias 
consecutivos e os valores encontrados após a cromatografia apresentaram variação 
inferior a 2 desvios padrões (<2DP) e coeficiente de variação menor que 5% que é o 
considerado ótimo para amostras biológicas (Tabela l). 
 
Tempo 
(horas) 
Amostras de fígado 
(µg retinol/100g) 
Amostras de soro 
(µg/100mL) 
0 16344 28 
24 16330 29 
38 16607 28 
Média 16427 28,3 
Desvio Padrão 156,04 0,58 
Coeficiente de variação 
CV(%) 
0,9499 2,03 
Tabela l. Concentração de retinol no fígado e no soro bovino de uma mesma amostra 
aplicada em dias consecutivos. 
 
 
 
 35
2.2.8. Confirmação dos tempos de retenção do retinol nas amostras de fígado e 
soro bovino 
A presença de retinol nas amostras de fígado e soro, bem como seus 
respectivos tempos de retenção, foram confirmados previamente. Para isto, foram 
adicionados padrões de retinol em concentrações conhecidas às amostras de fígado 
e soro bovino sendo observado o aumento dos picos correspondentes “spiking”. 
 
 2.2.9. Questionário de freqüência alimentar 
Os questionários de freqüência alimentar (QFA) têm sido largamente utilizados 
para se obter informações dietéticas em estudos epidemiológicos. As vantagens de 
sua utilização incluem: a possibilidade de identificação do consumo usual de 
alimentos ou nutrientes em uma única aplicação; a facilidade de aplicação em 
estudos populacionais devido à padronização do questionário; o baixo custo 
operacional e o fornecimento de dados referentes à média de consumo acerca de 
longos períodos como semanas, meses ou anos (SICHIERI, 1998; WILLET, 1998). 
Destaca-se que os QFAs devem ser adaptados ao objetivo da pesquisa e ao 
hábito alimentar da população estudada (WILLET, 1998). Desta forma, o presente 
estudo elaborou um QFA para analisar o consumo de fígado bovino entre as 
gestantes atendidas na Maternidade Escola Januário Cicco, UFRN, Natal RN 
(APÊNDICE). Foram realizadas 100 entrevistas com gestantes durante o período 
pré-natal. Nas entrevistas foram coletadas informações sobre o consumo alimentar 
habitual de fígado bovino durante a gravidez (ANEXO). Utilizou-se o registro 
fotográfico para inquéritos dietéticos (ZABOTO, 1996) com o objetivo de facilitar a 
visualização através de fotos das porções de fígado e calcular a quantidade em 
 36
gramas de fígado consumida (ZABOTO, 1996). A análise do questionário foi 
realizada através do uso do software Excel XP (2002). 
 
2.2.10. Análise estatística 
A diferença entre as médias da concentração hepática e sérica de retinol dos 
dois grupos foi realizada utilizando o teste t de Student. 
Para análise de correlação entre a concentração sérica e hepática de retinol 
dos dois grupos de bovinos estudados utilizou-se a aplicação da correlação de 
Pearson. Considerou-se como nível de significância (p) valor inferior a 0,05 (5%). Foi 
utilizado para tais análises o software estatístico Statgraphics (Vers. 4.0). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 37
3- RESULTADOS E DISCUSSÃO 
A figura 7 mostra os cromatogramas do padrão de retinol (a), de uma amostra 
de fígado (b) e de uma amostra de soro (c). 
 
a) 
 
b) 
 
c) 
 
Figura 7: Cromatogramas: do padrão de retinol (22,5ng/20µL) (a), de uma amostra de fígado 
(b) e de uma amostra de soro bovino (c), com fluxo de eluição 1,0mL/min obtido por CLAE; 
fase móvel: metanol 100%. 
 
 
A diferença entre as médias do retinol hepático e do retinol sérico dos dois 
grupos de bovinos estudados encontra-se demonstrada na Tabela ll. 
 
 
 
 
 38
Grupo N° de 
amostras 
SORO (µg/dL) 
Média + Desvio Padrão 
FÍGADO (µg/100g) 
Média + Desvio Padrão 
Nelore 30 39,6* + 17,9 16947,8** + 6866,9 
SRD 30 28,6 + 9,4 5213,1 + 2517,2 
Tabela ll. Concentração sérica e hepática de retinol dos bovinos Nelore e SRD. 
 
*Significativamente diferente do grupo SRD (teste “t”; p < 0.05) 
**Significativamente diferente do grupo SRD (teste “t”; p < 0.001) 
 
 
Observa-se na Tabela II que as concentrações séricas e hepáticas de retinol 
em bovinos Nelore e SRD foram estatisticamente diferentes (p<0,05; p<0,001). 
Em bovinos, Eaton et al. (1970) estabeleceram que concentrações séricas 
abaixo de 10µg/dL são sugestivas do mais avançado estágio de deficiência, pois 
essas concentrações indicam que os estoques hepáticos têm decrescido a pontos 
críticos. Spratling et al. (1965) notificaram sinais de deficiência em concentrações de 
12µg/dL. Herdt & Stowe (1991) afirmaram que normalmente os estoques de vitamina 
A no fígado estão encarregados de manter as concentrações de retinol no soro em 
aproximadamente 30µg/dL e estabeleceram que uma concentração menor que 20 
µg de retinol/dL é utilizada para indicar deficiência de vitamina A nos bovinos 
adultos. 
Os níveis séricos de retinol obtidos neste estudo indicaram que os animais se 
encontravam com estado nutricional adequado comparando-se com os resultados de 
Eaton et al. (1960); Spratling et al. (1965) e Herdt, Stowe (1991). 
É provável que a diferença observada entre os resultado para bovinos Nelore e 
SRD, seja devido a diferenças entre grupos genéticos puros (Nelore) e mestiços 
(SRD) e diferenças individuais, de acordo com Peixoto, Moura e Faria (1995). Jardim 
 39
(1998) afirmou que existem diferenças na capacidade de conversão do caroteno em 
retinol entre as raças bovinas demonstrado pela cor do leite. Outro fator provável 
pode ser o nível e o tipo de carotenóide existente na pastagem nativa. Apesar da 
alimentação não ter sido controlada, pois foi composta exclusivamente de volumoso 
(pastagem com mais de 18% de fibra) e sal. 
A concentração hepática de retinol é o indicador mais confiável do verdadeiro 
estado nutricional em vitamina A do indivíduo e uma concentração de 2000 µg de 
retinol/100g de fígado é considerada adequada (THOMAS; MOORE, 1952). 
Conforme Flachowsky et al. (1993), os fatores que influenciam a concentração 
hepática de retinol são: o conteúdo de retinol dos alimentos e a suplementação com 
vitamina A. Esta consideração poderia ser relevante se tivéssemos comparado 
grupos com alimentação diferente, no entanto, os animais do presente estudo 
alimentavam-se apenas de pasto nativo (sistema extensivo de criação), constituído 
de concentrações equiparáveis de carotenóides. 
As Tabelas III e IV mostram a classificação do estado nutricional em vitamina A 
através das concentrações hepáticas e séricas de retinol. 
 
INADEQUADO MARGINAL SATISFATÓRIO 
5 µg/g 5-20 µg/g 20-200 µg/g 
Tabela III. Avaliação do estado nutricional em vitamina A através das concentrações 
hepáticas de retinol (Olson, 1990) 
 
DEFICIENTE MARGINAL SATISFATÓRIO EXCESSIVO TÓXICO 
< 10 µg/dL 10-20 µg/dL 20-50 µg/dL 50-100µg/dL > 100 µg/dL 
Tabela IV. Avaliação do estado nutricional em vitamina A através das concentrações séricas 
de retinol (Olson, 1990) 
 
 40
A concentração sérica de retinol reflete o estado nutricional individual de 
vitamina A, particularmente quando as reservas de vitamina A do corpo estão 
limitadas, pois a concentração sérica é homeostaticamente controlada e não deverá 
cair até que as reservas hepáticas estejam significativamente comprometidas 
(OLSON, 1994). 
Neste contexto, Underwood (1974) afirmou que a concentração do retinol sérico 
não é um bom parâmetro para se avaliar o estado nutricional em vitamina A, pois os 
níveis séricos permanecem estáveis por longos períodos, mesmoem situações de 
ingestão dietética inadequada. Além disso, a concentração de retinol sérico é 
diretamente afetada pela idade e estado de saúde do animal. 
Estudo mais recente realizado com bezerros de 4 semanas por Hammell, 
Franklin e Nonnecke (2000) constatou a existência de um mecanismo fisiológico que 
impede que a concentração plasmática de retinol exceda 20µg/dL e é a alimentação 
rica em vitamina A que leva ao aumento dos estoques desta vitamina no fígado sem 
o aumento dessas concentrações no plasma. Assim, a concentração de vitamina A 
no plasma sozinha não é um bom indicador do status de vitamina A em bezerros de 
4 semanas. 
Levando-se em consideração as afirmações de Peixoto, Moura e Faria (1995), 
os quais relataram que uma forte deficiência de vitamina A ocorre quando as 
concentrações de retinol no fígado atingem valores inferiores a 60 µg/100g; pode-se 
afirmar que os animais do presente estudo (Nelore e SRD), cujas concentrações 
hepáticas foram 16947,8 e 5213,1 µg/100g; e séricas 39,6 e 28,6 µg/dL, 
respectivamente, encontravam-se com o estado nutricional em vitamina A adequado. 
 
 
 41
 r p 
Retinol sérico x Retinol hepático-NELORE -0,22 0,23 
Retinol sérico x Retinol hepático- SRD 0,21 0,25 
r = coeficiente de correlação de Pearson; p = nível de significância. (n= 30) 
 
Tabela V. Relação entre a concentração de retinol sérico e hepático nos bovinos nelores e 
SRD 
 
 
 
A tabela V mostra a relação entre a concentração de retinol sérico e hepático 
nos dois grupos de bovinos. Não foi encontrada correlação estatisticamente 
significativa entre o retinol hepático e sérico nos dois grupos estudados, o que 
significa dizer que a manutenção dos níveis de retinol no soro não está diretamente 
relacionada ao retinol hepático, indicando um mecanismo de controle independente 
na manutenção da homeostase do retinol sérico. Assim, as concentrações séricas 
de retinol não constituem um bom parâmetro para avaliar o estado nutricional em 
vitamina A de bovinos, exceto em situações de extrema carência nutricional ou de 
toxicidade (WEISS, 1998). Esta informação corrobora com a afirmação de 
Flachowsky et al. (1990), os quais salientam que apenas uma forte deficiência de 
vitamina A (valores hepáticos inferiores a 286,5 µg/100g) deveria causar um 
decréscimo da concentração desta vitamina no sangue. Esta mesma interpretação 
também foi obtida por Wilk & Flachowsky (1990) e os dados do presente estudo 
reafirmam estes relatos. 
Em relação à toxicidade, o consumo de fontes naturais de vitamina A raramente 
produz esta ação. Com exceção da toxicidade resultante da ingestão excessiva e 
contínua de fígado de animais, os quais contém de 3000-5000µg de retinol por 100g 
(ALLEN; HASKELL, 2002). 
 
 42
Comparando-se os valores encontrados em tabelas de alimentos, 
10761µg/100g (PHILIPPI, 2002) e 10564 µg/100g (USDA, 2003) com os resultados 
aqui apresentados, observa-se o que tais valores foram superiores para a raça 
Nelore e inferiores para os animais SRD. No entanto, a concentração hepática dos 
bovinos SRD foi aproximadamente duas vezes superior ao valor relatado na tabela 
de Franco (1998) de 3020 µg/100g e ao comparar esse valor com os encontrados no 
fígado de bovinos Nelore, detecta-se uma concentração aproximadamente seis 
vezes superior. Torres et al. (1998) pesquisando o teor em vitamina A de alguns 
alimentos distribuídos na cidade de São Paulo encontraram no fígado bovino 27833 
µg/100g. No entanto, o método utilizado (Carr-Price) por esses autores é 
considerado ultrapassado para determinação de vitamina A. 
Um estudo realizado por Howells e Livesey (1998), os quais analisaram o 
fígado de várias espécies animais, verificou uma concentração hepática de retinol 
em bovinos de 14200 µg/100g. Da mesma forma, Schindler, Scholz e Feldheim 
(1987), encontraram uma concentração hepática em bovinos de corte de 14980 
µg/100g. Também, Scotter et al. (1992), relataram uma concentração de 20000 
µg/100g para amostras de fígado bovino cujos animais foram alimentados sem dieta 
controlada e de 12000 µg/100g para os animais alimentados com dieta controlada. 
Esses dados são equiparáveis à concentração hepática dos bovinos nelores aqui 
relatadas e bem superiores à concentração dos bovinos SRD. Por outro lado, os 
presentes dados foram inferiores ao estudo realizado por Akase et al. (2003), os 
quais encontraram uma concentração de 38300 µg/100g em fígados bovinos, 
comprados em mercado públicos, utilizados para fazer uma ração experimental para 
ratos e também ao estudo realizado por Heinonen (1990) que encontrou uma 
 43
concentração de 27000 µg/100g. A tabela VI mostra resumidamente as 
concentrações de retinol no fígado bovino, relatadas anteriormente. 
 
 
 
AUTORES ANO [ ] DE 
RETINOL NO 
FÍGADO 
(µg/100g) 
MÉTODO PAÍS DE 
ORIGEM DOS 
DADOS 
Schindler, 
Scholz e 
Feldheim 
 
1987 14980 CLAE Alemanha 
Heinonen 
 
1990 27000 CLAE Finlândia 
Scotter, et al 
 
1992 12000-20000 CLAE Reino Unido 
Howells e 
Livesey 
 
1998 14200 CLAE Reino Unido 
Torres, et al 
 
1998 27833 Carr-Price Brasil 
Franco 
 
1998 3020 Não mensionado Brasil (?) 
Philippi 
 
2002 10761 Não mensionado Brasil (?) 
Akase, et al 
 
2003 38300 CLAE Japão 
USDA 
 
2003 10564 Não mensionado EUA 
Nossos 
dados 
2005 5213-16947 CLAE BRASIL 
 Tabela VI. Concentrações de retinol em fígado bovino (µg/100g) 
 
 
 
 
 
 
 44
Segundo as recomendações atuais da Organização Mundial de Saúde (2001), 
as necessidades ligeiramente aumentadas em vitamina A durante a gestação podem 
ser satisfeitas pela alimentação ou por uma suplementação que não exceda 10.000 
UI por dia (equivalente a 3000,3 µg) durante a gravidez, principalmente nos seus 
estágios iniciais. Considerando as atuais recomendações para vitamina A com 
relação ao consumo individual (RDA) para gestantes de 19-50 anos de 770 µg 
RE/dia, ao populacional (EAR) para gestantes de 19-50 anos de 550 µg RE/dia, bem 
como ao limite máximo de ingestão tolerável (UL) para adultos de 3000 µg RE/dia as 
concentrações desta vitamina no presente estudo, apresentaram risco potencial para 
induzir teratogênese em mulheres grávidas (Fig. 8). Embora, existam apenas 
evidências de que a vitamina A em excesso durante as primeiras semanas de 
gestação é teratogênica em humanos (HUMPHREY, 1992; MADEN, 1998; 
HUMPHREY, 1998; CZEIZEL, 1998; JICK, 1998) os dados aqui relatados podem 
servir para que as autoridades em saúde pública estabeleçam padrões de utilização 
do fígado bovino, principalmente por mulheres gestantes que estejam com aportes 
adequados em vitamina A. 
 
 
 
 
 45
 
770 550
3000
16947,77+6866,92 
5213,13+2517,16
0
4000
8000
12000
16000
Co
nc
en
tra
çã
o 
de
 re
tin
ol
 (m
ic
ro
gr
am
as
)
RDA gestantes 19-50 anos
EAR gestantes 19-50 anos
UL adultos 
Concentração de retinol - Nelore 
Concentração de retinol - SRD
 
 Recomendações e resultados obtidos 
 
Figura 8: Comparação entre as atuais recomendações e a concentração de vitamina A 
no fígado bovino. 
 
RDA para gestantes 19-50 anos: 770 µg RE/dia de vitamina A, EAR para gestantes 19-50 anos: 550 
µg RE/dia de vitamina A, UL para adultos: 3000 µg RE/dia de vitamina A, concentração hepática de 
retinol no fígado de bovinos nelores: 16947,77µg retinol/100g, concentração hepática de retinol no 
fígado de bovinos SRD: 5213,13 µg retinol/100g. 
 
 
 
 
O questionário de freqüência alimentar (APÊNDICE) realizado na Maternidade 
Escola Januário Cicco, UFRN, Natal RN, durante os meses de outubro e novembro 
de 2004, o qual objetivou coletar informações sobre o consumo alimentar habitual de 
fígado bovino durante a gravidez, demonstrou os seguintes resultados: 
• 72% das mulheres grávidas entrevistadas já consumiam fígado antes da 
gestação e 28% não consumiam; 
• 73% das mulheres grávidas entrevistadasconsumiram fígado bovino durante 
a gestação e 27% não consumiram; 
 46
• 9% das entrevistadas passaram a comer fígado depois da gestação e 
também 9% deixaram de comer depois que engravidaram; 
• 62% das grávidas receberam orientação para o consumo de fígado bovino e 
38% não receberam; 
• 71% das orientações para o consumo de fígado bovino foram provenientes de 
profissionais qualificados tais como: médicos, nutricionistas, enfermeiros, 
enquanto que 29% das orientações foram provenientes de parentes das 
mesmas tais como: mãe, sogra, marido, pai, dentre outros; 
• Quanto à freqüência do consumo de fígado bovino obtivemos os seguintes 
resultados: 40% das gestantes consumiam fígado semanalmente, 11% 
mensalmente, 7% consumiram uma vez apenas até presente entrevista, 6% 
mais de uma vez até presente entrevista e 3% afirmaram consumir fígado 
diariamente. 33% afirmaram não consumir fígado bovino. Esses valores estão 
expressos na figura 9. 
 
 
 47
40%
11%7%6%
3%
33%
semanalmente mensalmente 
uma vez apenas mais de uma vez 
diariamente não consumiam
 
Figura 9: Freqüência do consumo de fígado bovino por gestantes atendidas na Maternidade 
Escola Januário, UFRN, Cicco Natal – RN. 
 
 
 
Os dados desta pesquisa mostraram que o consumo de fígado bovino é alto, 
independente que a mulher esteja ou não grávida. Verificou-se também que é alto o 
número de orientações para o consumo de fígado bovino provenientes de 
profissionais qualificados (71%) ficando aqui um alerta para as autoridades em 
saúde pública da importância da conscientização de tais profissionais quanto ao 
perigo que representa indicar este alimento no início da gestação. 
Quanto à freqüência de consumo deste alimento pelas gestantes foi observado 
que 3% das entrevistadas consumiam fígado bovino diariamente. Esse dado é 
alarmante, pois essas mulheres, dependendo de seus estados nutricionais em 
vitamina A, correram risco potencial de dar à luz a bebês com má-formação. Esse 
fato é bastante temeroso em países desenvolvidos, onde a deficiência em vitamina A 
não constitui problema em saúde pública, no entanto, não podemos ignorar este 
problema tendo em vista que no Brasil, parcela expressiva da população é de classe 
 48
média ou alta e que podem estar consumindo esse alimento sem os devidos 
cuidados. 
A tabela VII demonstra, tomando por base nossos resultados, o provável 
conteúdo de vitamina A ingerido pelas gestantes que consumiam fígado bovino 
diariamente. Para o cálculo da gramatura provavelmente ingerida pelas gestantes 
foi utilizado o registro fotográfico para inquéritos dietéticos (ZABOTO, 1996). 
 
 
 QUANTIDADE EM 
GRAMAS DE 
FÍGADO 
CONSUMIDA/DIA 
VITAMINA A 
(µg RETINOL) 
FÍGADO NELORE 
VITAMINA A 
(µg RETINOL) 
FIGADO SRD 
RECOMENDAÇÃO 
DIÁRIA DA OMS 
GESTANTE 1 100 16947,8 µg 5213,1 µg 
GESTANTE 2 130 22032,1 µg 6777,0 µg 
GESTANTE 3 80 13558,2 µg 4170,5 µg 
 
3000,3 µg 
 
Tabela VII: Conteúdo provável de vitamina A (retinol) ingerido pelas gestantes que 
afirmaram consumir diariamente fígado bovino. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 49
4. CONCLUSÕES 
 
 
• As concentrações hepáticas e séricas de retinol dos bovinos Nelore e SRD 
foram estatisticamente diferentes; 
 
• Os bovinos Nelore e SRD encontravam-se com aportes adequados de 
vitamina A não existindo correlação estatisticamente significativa entre as 
concentrações séricas e hepáticas de retinol; 
 
• As concentrações de retinol em 100g de fígado dos dois grupos bovinos 
foram superiores à recomendação individual de ingestão diária para gestantes 
e ao limite máximo de ingestão tolerável para adultos; 
 
• O consumo de fígado bovino por mulheres gestantes atendidas na 
Maternidade Escola Januário Cicco, Natal RN, foi considerado alto. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 50
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http://www.nal.usda.gov/
 56
APÊNDICE 
QUESTIONARIO DE FREQUÊNCIA ALIMENTAR 
DATA__/__/__ 
 
DADOS PESSOAIS: 
Nome:____________________ Data de nascimento: _________ DUM:_________ 
IG:____________ PARIDADE: __________ OCUPAÇÃO:___________________ 
RENDA: __________ ESCOLARIDADE: _________________________________ 
LOCAL DE MORADIA: _______________________________________________ 
 
1. Antes da gravidez, possuía hábito de consumir fígado bovino? 
( ) Sim ( ) Não 
2. E durante a gestação adquiriu / permaneceu esse hábito? 
( ) Sim ( ) Não 
3. Recebeu orientação para consumí-lo? 
( ) Sim ( ) Não 
4. De quem? 
 
5. Qual a freqüência de consumo deste alimento? 
 ( ) diariamente ( ) semanalmente ( ) mensalmente ( ) nunca 
 ( ) outros ________________________________________________________ 
 6. Medida caseira (ver registro fotográfico) ______________________________ 
	ROSE CLÉIA PRAXEDES DE AQUINO
	ROSE CLÉIA PRAXEDES DE AQUINO

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