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Avaliacaomedidascontrole-Silva-2019

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0 
 
 
 
 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE 
 CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE 
DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM 
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM 
CURSO DE MESTRADO ACADÊMICO 
 
 
 
 
 
SÉRGIO BALBINO DA SILVA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AVALIAÇÃO DAS MEDIDAS DE CONTROLE DE INFECÇÃO DO 
MYCOBACTERIUM TUBERCULOSIS NA ATENÇÃO PRIMÁRIA A SAÚDE NO 
MUNICÍPIO DE NATAL/RN 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NATAL/RN 
2019 
 
 
 
1 
 
SÉRGIO BALBINO DA SILVA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AVALIAÇÃO DAS MEDIDAS DE CONTROLE DE INFECÇÃO DO 
MYCOBACTERIUM TUBERCULOSIS NA ATENÇÃO PRIMÁRIA A SAÚDE NO 
MUNICÍPIO DE NATAL/RN 
 
 
 
 
 
 
 
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
graduação em Enfermagem da Universidade 
Federal do Rio Grande do Norte como requisito 
para obtenção do título de Mestre em Enfermagem. 
 
Área de Concentração: Enfermagem na Atenção à 
Saúde. 
 
Linha de Pesquisa: Enfermagem na vigilância à 
Saúde. 
 
Orientador: Prof. Drª. Erika Simone Galvão Pinto. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NATAL/RN 
2019 
 
 
Silva, Sérgio Balbino da.
 Avaliação das medidas de controle de infecção do
mycobacterium tuberculosis na Atenção Primária à Saúde no
Município de Natal/RN / Sérgio Balbino da Silva. - 2019.
 80f.: il.
 Dissertação (Mestrado)-Universidade Federal do Rio Grande do
Norte, Centro de Ciências da Saúde, Programa de Pós-graduação em
Enfermagem. Natal, RN, 2019.
 Orientadora: Profa. Dra. Erika Simone Galvão Pinto.
 1. Tuberculose - Dissertação. 2. Atenção Primária à Saúde -
Dissertação. 3. Controle de Infecção - Dissertação. I. Pinto,
Erika Simone Galvão. II. Título.
RN/UF/BS-Escola de Saúde CDU 616.24-002.5
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN
Sistema de Bibliotecas - SISBI
Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial Bertha Cruz Enders - -Escola de Saúde da UFRN -
ESUFRN
Elaborado por MAGALI ARAUJO DAMASCENO DE OLIVEIRA - CRB-519
3 
 
SERGIO BALBINO DA SILVA 
 
 
AVALIAÇÃO DAS MEDIDAS DE CONTROLE DE INFECÇÃO DO 
MYCOBACTERIUM TUBERCULOSIS NA ATENÇÃO PRIMÁRIA A SAÚDE NO 
MUNICÍPIO DE NATAL/RN 
 
 
 
 
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
graduação em Enfermagem da Universidade 
Federal do Rio Grande do Norte como requisito 
para obtenção do título de Mestre em Enfermagem. 
 
 
 
 
Aprovado em: ___/___/_____ 
 
 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
 
 
___________________________________________________ 
Profa. Dra. Erika Simone Galvão Pinto (Presidente) 
Universidade Federal do Rio Grande do Norte 
 
 
___________________________________________________ 
Profa. Dra. Nilba Lima de Souza 
Universidade Federal do Rio Grande do Norte 
 
 
___________________________________________________ 
Profa. Dra. Aline Ale Beraldo 
Ministério da Saúde 
 
___________________________________________________ 
Profa. Dra. Ana Angélica Rêgo de Queiroz 
Universidade Federal do Rio Grande do Norte 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
20 12 2019
4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tudo tem seu tempo determinado, 
e há tempo para todo próposito debaixo do céu. 
(Eclesiates 3:1) 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 
 
A Deus, pelo discernimento e serenidade a mim ofertado durante a construção 
desse estudo. Sou muito grato a ti senhor. 
 
Aos meus pais, José Balbino e Damiana Gregório, exemplo de pessoas 
trabalhadoras e honestas, sou muito grato pelo amor incondicional proporcionado a 
mim, meus maiores incentivadores, sempre prontos a me apoiar em tudo nessa vida, 
amo vocês. 
 
Aos meus irmãos, Sidnea, Valéria, Sidney, César e Igor, obrigado pelo 
companheirismo, amizade e amor. Nossos encontros são regados de muitas risadas 
e muito afeto. 
 
A minha orientadora, professora doutora Érika Simone Galvão Pinto, obrigado 
por me acompanhar durante esses dois anos. Obrigado por todos os ensinamentos 
acadêmicos e de vida conduzidos com excelência. Sou extremamente grato a Deus 
pela sua vida. 
 
Aos meus amigos de curso, Marília, Sylvia, Juliane, Anderson, Hanna, Bruna, 
Jordão, Marina, Moiziara, Gabriela, Silvia e Lorena pelo convívio diário e pelo apoio 
incondicional ao longo dessa jornada, tudo ficou mais leve ao lado de vocês. Vocês 
foram minha segunda família. Sentirei saudades. 
 
A minha amiga Sandy, muito obrigado por todo conhecimento compartilhado. Você 
é uma pessoa iluminada. 
 
Aos meus professores, por todo aprendizado durante as aulas. Obrigado pela 
contribuição na minha carreira profissional. 
 
Aos meus colegas do Grupo de Estudo sobre Tuberculose (GTB-UFRN), por 
todo convívio e aprendizado. 
 
Ao programa de Pós-graduação em Enfermagem, por toda assistência durante 
mais essa etapa acadêmica. 
 
A Coordenação de Aperfeiçoamento Pessoal de Nível Superior, pela concessão 
da bolsa, muito obrigado. 
 
A todos, meus sinceros agradecimentos. 
 
 
 
 
6 
 
SILVA, S.B. Avaliação das Medidas de Controle de infecção do Mycobacterium 
tuberculosis na Atenção Primária à Saúde no município de Natal/RN. Natal, 
2019. 80f. Dissertação (Mestrado Acadêmico em Enfermagem) – Programa de Pós-
graduação em Enfermagem, Universidade Federal do Rio Grande do Norte. 
 
RESUMO 
 
Introdução: A Tuberculose continua a ser um problema de saúde pública presente 
ao longo da história da humanidade. Para o controle eficaz e melhora dos resultados 
em seu enfrentamento, é necessário que os serviços de saúde realizem as medidas 
de controle de infecção. Objetivo: Este estudo teve como objetivo avaliar as 
medidas de controle de infecção do Mycobacterium tuberculosis na Atenção Primária 
à Saúde, no município de Natal, Rio Grande do Norte. Método: Trata-se de um 
estudo avaliativo de caráter normativo, de abordagem quantitativa, com ênfase no 
grau de implantação das medidas de controle de infecção do Mycobacterium 
tuberculosis, o qual teve como referencial metodológico a Avaliação em Saúde de 
Avenis Donabedian. 235 profissionais de saúde de 22 unidades de saúde, 
distribuídos igualmente entre as categorias profissionais (médicos, enfermeiros e 
técnicos de enfermagem) definiu a amostra. Utilizou-se o processo de amostragem 
por estratificação, com objetivo de obtenção da representatividade dos dados em 
todo o município, com isso, a amostra foi distribuída proporcionalmente ao 
quantitativo de unidades de saúde em cada distrito sanitário. A coleta de dados 
ocorreu entre os meses de abril a julho de 2019, por meio de um questionário 
constituído de 49 questões, desenvolvido, a partir do Manual de Recomendações 
para o Controle da Tuberculose no Brasil, 2018, que divide as medidas de controle 
de infecção da tuberculose em: Medidas de controle administrativas, ambientais e de 
proteção individual. Os dados foram organizados e analisados por meio do programa 
Statistical Package for the Social Science, versão 22.0 IBM. Para identificação do 
grau de implantação das ações elencou-se 46 critérios e o percentual de respostas 
foram distribuídos em quatro classificações: Não implantado (de 0% a 25%); 
Incipiente (de 26% a 50%); Parcialmente implantado (de 51% a 75%); Implantado 
(de 76% a 100%). O estudo seguiu a resolução 466 de 2012 do Conselho Nacional 
em Saúde tendo aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade 
Federal do Rio Grande do Norte, por meio do parecer 3.250.817 e Certificado de 
Apresentação para Apreciação Ética 08005818.6.0000.5537 Resultados: O 
desenvolvimento do modelo lógico subsidiou o processo de avaliação e a 
compressão das ações de controle da doença, a partir da díade da avaliação 
(Estrutura-Processo). Dos 235 profissionais selecionados para amostra. 184 
compuseram a amostra final. A partir dos dados coletados, identificou-se que o grau 
de implantação das ações relacionadas às medidas de controle de infecção do 
Mycobacterium tuberculosis, nos serviços de Atenção Primáriaà Saúde, do 
município de Natal/RN, foi classificado como incipiente (49,5%). As dimensões à 
estrutura e processo foram classificadas em parcialmente implantada (38,36%) e 
incipiente (10,88%), respectivamente. Em relação à Estrutura, as subdimensões 
relacionadas às medidas ambientais foram avaliadas como não implantada (0,76%), 
seguidas pelas medidas administrativas, cujo grau apresentado foi parcialmente 
implantado (25, 82%) e, por último, as medidas de proteção individual respiratória 
como parcialmente implantada (11,78%). No tocante a dimensão processo, a 
subdimensão relacionada às medidas administrativas analisadas apresentou 
 
 
7 
 
implantação incipiente (10,88%). Conclusão: A construção do modelo lógico 
proporcionou compreensão em relação às medidas de controle de infecção da 
doença e deu subsídios para fomentar o processo de avaliação. Ademais, as ações 
de controle de infecção do Mycobacterium tuberculosis no município de Natal foram 
classificadas como incipientes. Dessa forma, faz-se necessário articulação entre a 
gestão e os profissionais de saúde na implementação de ações nos serviços de 
saúde. 
 
Descritores: Tuberculose. Atenção Primária à Saúde. Controle de Infecção. 
Avaliação de Serviços de Saúde 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
 
SILVA, S.B. Evaluation of Mycobacterium tuberculosis infection Control 
Measures in Primary Health Care in Natal/RN. Natal, 2019. 80f. Dissertation 
(Master’s Degree in Nursing) – Postgraduate in Nursing, Federal University of Rio 
Grande do Norte. 
 
ABSTRACT 
 
 
Background: tuberculosis remains a public health problem throughout human history. 
For effective coping strategies and improvement of the results, infection control 
measures are needed to be used by Primary Health Care in its’ services. Aim: to 
evaluate the infection control measures for Mycobacterium tuberculosis in Primary 
Health Care, in Natal, Rio Grande do Norte. Method: this is a normative evaluative 
research, of quantitative approach, with emphasis on the degree of implementation of 
control measures. The methodological reference used was the health evaluation 
model by Avenis Donabedian. The final sample was composed by 235 professionals 
and 22 Basic Health Units, distributed equally among the professional categories 
(doctors, nurses and nursing technicians). The sampling process used was 
stratification, in order to obtain data representativeness, thus the sample was 
proportionally distributed throughout basic health units in each health district. Data 
collection took place between April and July 2019 through a questionnaire consisting 
of 49 questions, developed by the Manual of Recommendations for Tuberculosis 
Control in Brazil (2018) which divides the infection control measures of tuberculosis 
in: administrative, environmental and individual or professional protection. Data were 
organized and analyzed using the IBM Statistical Package for Social Science, version 
22.0. To identify the degree of implementation of the actions, 46 criteria were listed, 
and the percentage of responses were distributed into four classifications: Not 
implemented (from 0% to 25%); Incipient (from 26% to 50%); Partially implemented 
(from 51% to 75%); Implemented (76% to 100%). The study followed the Resolution 
466 of 2012 of the National Health Council and was approved by the Research 
Ethics Committee of the Federal University of Rio Grande do Norte, through Opinion 
3.250.817 and Certificate of Presentation for Ethical Appreciation 
08005818.6.0000.5537. Results: the development of the logical model funded the 
evaluation process and provided compression of the disease control actions, through 
the assessment (Structure-Process). Of the 235 selected professionals, 184 
composed the final sample. The study found that the degree of implementation of 
actions related to infection control measures of Mycobacterium tuberculosis in 
Primary Health Care services, in Natal / RN was incipient (49.5 %). The structure and 
process dimensions were classified as partially implanted (38.36%) and incipient 
(10.88%), respectively. Regarding Structure, the sub-dimensions related to 
environmental measures were evaluated as non-implanted (0.76%), followed by 
management measures whose degree was partially implanted (25, 82%) and, lastly, 
the individual respiratory protection measures. as partially implanted (11.78%). 
Regarding the process dimension, the sub-dimension related to the management 
measures analyzed presented incipient implantation (10.88%). Conclusion: The 
construction of the logical model provided comprehension about the relation to 
disease infection control measures and provided subsidies to foster the evaluation 
process. In addition, the infection control actions of Mycobacterium tuberculosis in 
the city of Natal were classified as incipient. Thus, there is a need for coordination 
 
9 
 
between management and professionals in the implementation of actions in health 
services. 
 
Keywords: Tuberculosis. Primary Health Care. Infection Control. Health Services 
Evaluation. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
 
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS 
 
 
APS Atenção Primária à Saúde 
BAAR Bacilo Alcool-Ácido Resistentes 
BK Bacilo de Koch 
CDC Centers for Disease Control and Prevention 
CNS Conselho Nacional de Saúde 
DOTS Directly Observed Treatment Short Course 
ESF Estratégia Saúde da Família 
HIV Vírus da Imunodeficiência Adquirida 
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 
 
IDHM Índice de Desenvolvimento Humano Municipal 
MS Ministério da Saúde 
OMS Organização Mundial da Saúde 
OPAS Organização Pan-Americana da Saúde 
PNAB Política Nacional de Atenção Básica 
PACS Programas dos Agentes Comunitários de Saúde 
PNCT Programa Nacional de Controle da Tuberculose 
RN Rio Grande do Norte 
SINAN Sistema de Informação de Agravos de Notificação 
SMS Secretária Municipal de Saúde 
SR Sintomático Respiratório 
SUS Sistema único de Saúde 
TB Tuberculose 
TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido 
UFRN Universidade Federal do Rio Grande do Norte 
USF Unidade Saúde da Família 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
 
LISTA DE TABELAS 
 
Tabela 1 - Amostra dos Serviços de Saúde da Atenção Primária à Saúde e 
profissional. Natal, Rio Grande do Norte, Brasil, 2019 .............................................. 34 
Tabela 2 - Características dos participantes da pesquisa e informações sobre 
comportamento de recursos humanos/estrutura física. Natal, 2019 ......................... 46 
Tabela 3 - Grau de implantação das ações relacionadas às medidas de controle de 
infecção do Mycobacterium tuberculosis nos serviços de Atenção Primária à Saúde 
do município de Natal/RN, 2019. ............................................................................... 48 
Tabela 4 - Distribuição dos itens e graus de implantação identificados nas ações das 
medidas de controle de infecção do Mycobacterium tuberculosis na Atenção Primária 
à Saúde. Natal/2019 .................................................................................................. 49 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
../../../../Marília/Downloads/SERGIO_ERIKA_05_12_2019.doc#_Toc26700308
../../../../Marília/Downloads/SERGIO_ERIKA_05_12_2019.doc#_Toc26700308
../../../../Marília/Downloads/SERGIO_ERIKA_05_12_2019.doc#_Toc26700308
12 
 
LISTA DE QUADROS 
 
 
Quadro 1 - Dimensões, subdimensões e critérios sobre às medidas de controle de 
infecção do Mycobacterium tuberculosis nos serviços de saúde, Natal, 2018 .......... 37 
Quadro 2 - Dimensão, subdimensões e itens elencados para avaliação das medidas 
de controle de infecção da tuberculose. Natal, RN, 2019.......................................... 3913 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
 
Figura 1 - Distribuição geográfica dos bairros segundo os distritos sanitários de 
Natal, RN, 2019. ........................................................................................................ 32 
Figura 2 - Distribuição geográfica dos serviços de saúde por bairro. Natal, RN, 2019
 .................................................................................................................................. 35 
Figura 3 - Modelo lógico das medidas de controle de infecção do Mycocaterium 
tuberculosis. Natal, RN, 2019 .................................................................................... 44 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 15 
2 REVISÃO DA LITERATURA .................................................................................. 19 
2.1 ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS DA TUBERCULOSE ..................................... 19 
2.2 ASPECTOS CLÍNICOS DA TUBERCULOSE ...................................................... 21 
2.3 TUBERCULOSE NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE ....................................... 22 
2.4 MEDIDAS DE CONTROLE DA TUBERCULOSE ................................................ 24 
3 OBJETIVOS ........................................................................................................... 27 
3.1 OBJETIVO GERAL .............................................................................................. 27 
3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................... 27 
4 REFERENCIAL TEÓRICO ..................................................................................... 28 
4.1 AVALIAÇÃO EM SAÚDE ..................................................................................... 28 
5 MÉTODO ................................................................................................................ 30 
5.1 MODELO DE ESTUDO ....................................................................................... 30 
5.2 CENÁRIO DO ESTUDO ..................................................................................... 30 
5.3 CONSTRUÇÃO DO MODELO LÓGICO ............................................................. 32 
5.4 POPULAÇÃO E AMOSTRA ................................................................................ 33 
5.5 INSTRUMENTO E COLETA DE DADOS ............................................................ 35 
5.6 VARIAVEIS E INDICADORES ENVOLVIDOS NO ESTUDO ............................... 36 
5.7 FACILIDADES E DIFICULDADES PARA A COLETA DE DADOS ....................... 37 
5.8 ANÁLISE DOS DADOS ....................................................................................... 38 
5.9 ASPECTOS ÉTICOS ........................................................................................... 42 
6 RESULTADOS ....................................................................................................... 44 
6.1 MODELO LÓGICO DAS MEDIDAS DE CONTROLE DE INFECÇÃO DO 
Mycobacterium tuberculosis ..................................................................................... 44 
6.2 CARACTERIZAÇÃO DOS PARTICIPANTES DO ESTUDO ................................ 45 
6.3 GRAU DE IMPLANTAÇÃO PARA AS AÇÕES DAS MEDIDAS DE CONTROLE 
DE INFECÇÃO DO MYCOBACTERIUM TUBERCULOSIS ...................................... 47 
7 DISCUSSÃO .......................................................................................................... 52 
8 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 58 
8.1 LIMITAÇÕES DO ESTUDO ................................................................................. 59 
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 60 
APÊNDICES ............................................................................................................. 67 
ANEXOS ................................................................................................................... 74 
 
15 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
A Tuberculose (TB), embora conhecida há séculos, ainda é negligenciada 
em países de baixa e média renda sendo considerada um grave problema de saúde 
pública mundial (PERREIRA et al., 2015; LACERDA et al., 2017). 
Em relação aos dados epidemiológicos, em 2018, houve cerca de 10,4 
milhões de novos casos de TB no mundo e 1,5 milhões de pessoas morreram em 
decorrência da doença. No Brasil, em 2017, houve 4.426 óbitos e 1.077 pessoas 
apresentaram resistências a alguma droga da primeira linha de tratamento. 
Segundo o Boletim Epidemiológico Brasileiro, no país, em 2018, foram notificados 
72.788 casos de TB e o coeficiente de incidência foi igual a 34,8 casos para cada 
100mil habitantes (BRASIL, 2019; OMS, 2019). 
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), é a doença infecciosa e 
transmissível com agente etiológico único que mais mata, superando as 
relacionadas com o Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), e que a maioria 
dessas mortes podem ser evitada com o diagnóstico oportuno e tratamento 
conforme recomendações (OMS, 2018). 
O Mycobacterium tuberculosis, também conhecido como Bacilo de Koch 
(BK), é o responsável pela infecção. A transmissão da TB ocorre pela via 
respiratória, por meio da inalação de partículas de aerossóis lançadas ao ar pela 
tosse, fala ou espirro de indivíduos doentes (SOARES et al., 2017; SOUSA et al., 
2010; LOPES; PINHEIRO; MONTEIRO, 2019). 
 A TB acomete diversos órgãos do corpo, como por exemplo, ossos, rins e 
meninges, entretanto, 85% das pessoas com a doença apresentam acometimento 
pulmonar. Além disso, apesar das diversas apresentações clínicas, apenas as 
formas pulmonar e laríngea são responsáveis pela manutenção da cadeia de 
transmissão da TB (ARCEGO et al., 2016; NOGUEIRA et al., 2012; SOUZA et al., 
2010). 
 Alguns grupos apresentam maior suscetibilidade à TB em comparação com 
a população em geral, tal fato está relacionado com a presença de fatores de riscos, 
dos quais incluem a infecção pelo HIV, doença inflamatória crônica imunomediada, 
doença renal crônica, transplantados de órgãos sólidos, desnutrição e tabagismo. 
Outrossim, a persistência da doença ainda continua frente à dificuldade dos 
16 
 
indivíduos à adesão e manutenção à terapia, bem como a presença de serviços de 
saúde e profissionais poucos engajados para o combate à doença (LOPES; 
PINHEIRO; MONTEIRO, 2019; SOARES et al., 2017). 
Dessa forma, o Programa Nacional de Controle da Tuberculose (PNCT), a 
partir das prerrogativas do Sistema Único de Saúde (SUS), apresenta tendência em 
curso para a descentralização das suas ações de vigilância em saúde para Atenção 
Primária à Saúde (APS), da qual passa a funcionar como porta de entrada para os 
sintomáticos respiratórios como também acompanhar os doentes pela Estratégia de 
Saúde da Família (ESF) (PERREIRA et al., 2015). 
Essa estratégia busca reorientar os processos de trabalho dos profissionais, 
frente aos aspectos de ordem organizacional e das práticas necessárias para as 
linhas de cuidado para os usuários, a partir das peculiaridades do território, do 
diagnóstico situacional, integração da Atenção Primária e a Vigilância em Saúde e 
acesso aos serviços (PERREIRA et al., 2015). 
 Portanto, para o controle eficaz da TB e melhora dos resultados em seu 
enfretamento, faz-se necessário que a APS utilize estratégias que facilite o acesso 
do usuário e promova assistência integral e de qualidade, por meio da busca ativa 
dos sintomáticos respiratórios ou, que o indivíduo que procurar atendimento, seja 
investigado, diagnosticado e tratado em tempo oportuno tendo em vista à promoção, 
proteção e recuperação da saúde (ANTUNES et al., 2016; MARQUIEVIZet al., 2013; 
SASAKI et al., 2015). 
Ademais, segundo o Manual de Recomendações para o Controle da 
Tuberculose, os ambientes onde circulam os indivíduos bacilíferos apresentam 
algum risco de transmissão da doença pela produção de aerossóis. Estes ambientes 
podem ser o domicilio do paciente, seu local de trabalho, as unidades de saúde nas 
quais é atendido dentre outros (BRASIL, 2019). 
Em relação às instituições de saúde, orienta-se que sejam realizadas 
medidas de controle com o objetivo de diminuir o risco de transmissibilidade do 
Mycobacterium tuberculosis. Essas medidas são divididas em administrativas 
(gerenciais), ambientais (ou de engenharia) e proteção individual (respiratória) 
(BRASIL, 2018). 
Ainda de acordo com o Manual de Recomendações do Ministério da Saúde, 
as medidas administrativas apresentam maior impacto em relação às demais 
medidas, no controle da TB, uma vez que demandam pouco ônus para os serviços 
17 
 
de saúde, baseiam-se no desenvolvimento e implementação de políticas que 
objetivam a rápida identificação de indivíduos acometidos pela TB e que permite a 
organização do serviço, treinamento dos profissionais e reorganização do 
atendimento (BRASIL, 2018). 
Dentre às medidas de proteção individual, voltadas principalmente para a 
proteção respiratória de cada indivíduo, há a necessidade do uso de máscaras para 
profissionais de saúde que atendem os indivíduos com suspeita ou diagnóstico de 
tuberculose em período de transmissão conforme recomendações (BRASIL, 2019). 
No tocante às medidas de controle ambiental estão às adaptações dos 
ambientes, tanto relacionadas à infraestrutura quanto aos móveis e organização dos 
espaços de convívio comum, dos quais se torna primordial a definição de espaços 
externos para a espera do usuário ao atendimento e avaliar sobre as necessidades 
de eventuais reformas que priorizem a circulação do ar nos ambientes internos 
(BRASIL, 2018). 
Apesar das recomendações, ainda é um desafio o controle da doença e, 
consequentemente, um entrave para eliminação da TB como um problema de saúde 
pública, ou seja, uma incidência menor que 10 casos para casa 100 mil habitantes, e 
a mortalidade menor que um óbito para cada 100 mil habitantes (BRASIL, 2017). 
Nesta perspectiva, o processo avaliativo pode ser utilizado, pois possibilita o 
conhecimento das necessidades e a capacidade de resposta na melhoria da 
qualidade e resolutividade de problemas em diferentes contextos. Com isso, a 
avaliação de programas constitui como mecanismo de gestão que pode ser utilizado 
com objetivo de aprimoramento dos programas e serviços de saúde, das demandas 
dos procedimentos sistemáticos de investigação para a coleta de informação voltada 
para a tomada de decisão (HARTZ, 1997; TANAKA; TAMAKI, 2012). 
Ademais, quando é realizada avaliação para comparação entre o que foi 
preconizado nos documentos da intervenção, tais como políticas; planos e 
programas, com o que é encontrado na prática, observa-se que as informações 
poderão contribuir para a tomada de decisão dos gestores e profissionais envolvidos 
(GONÇALVES, 2012; VIEIRA, 2014). 
Dessa forma, o estudo tem como premissa trazer informações que possam 
auxiliar os serviços e profissionais de saúde no que tange a tomada de decisão no 
que concerne a organização e avaliação das ações de controle de infecção do 
18 
 
Mycobacterium tuberculosis, através da emersão dos resultados quanto ao cenário 
da APS. 
No Brasil, algumas pesquisas relacionadas ao grau de implantação do PCT 
foram publicadas, inclusive no RN (SILVA, 2018; ANDRADE et al., 2017; OLIVEIRA; 
NATAL, 2007), o que proporcionou a oportunidade para o desenvolvimento do 
presente estudo, uma vez que não há estudos, a partir da perspectiva das ações de 
controle da doença preconizada pelas normatizações sobre a ótica da Avaliação em 
Saúde realizada no estado do RN. 
Além disso, este estudo se justifica diante da necessidade de ampliar a 
produção de estudos na área de Avaliação em Saúde sobre a temática a fim de 
gerar conhecimento que apresente subsídios para o aperfeiçoamento das políticas 
públicas locais em resposta ao agravo e do próprio funcionamento dos serviços no 
que tange a díade avaliativa de Donabediam (1978) Estrutura, Processo quanto à 
realização das medidas de controle para a doença. 
Destarte, espera-se que os resultados desse estudo forneçam subsídios 
necessários para a tomada de decisão dos profissionais de saúde no que tange a 
organização e planejamento do atendimento aos usuários, de maneira a propor 
melhorias nas estratégias assistenciais e ações de promoção e prevenção em 
resposta ao agravo. 
No tocante, as motivações para a realização do estudo surgem a partir de 
duas premissas: a experiência na assistência aos pacientes com TB durante a 
residência em enfermagem na área de infectologia, bem como a reflexão durante 
esse percurso em como os serviços de saúde implementavam as ações de controle 
da doença e a participação do Grupo de Pesquisa em Tuberculose da Universidade 
Federal do Rio Grande do Norte (GTB-UFRN), do qual desenvolve pesquisas em 
três linhas, a saber: pesquisas operacionais e epidemiológicas relacionadas à TB; 
Vigilância em Saúde e Avaliação em Saúde. 
Diante do exposto, têm-se a seguinte pergunta avaliativa: qual o grau de 
implantação das medidas de controle do Mycobacterium tuberculosis na Atenção 
Primária a Saúde no Município de Natal/RN? 
 
 
 
 
19 
 
2 REVISÃO DA LITERATURA 
 
2.1 ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS DA TUBERCULOSE 
 
A TB é a doença infectocontagiosa que apresenta maior índice de mortalidade 
dentre as demais doenças dessa natureza, considerada uma das 10 principais 
causas de mortes em todo mundo. Estima-se que um terço da população mundial 
albergue o BK e, anualmente, aproximadamente 11 milhões de pessoas 
desenvolvem a doença (OMS, 2018). 
 Entre 2000 e 2018 registrou-se cerca de 54 milhões de mortes por TB. 
Entretanto, em nível global, a taxa de mortalidade decresceu em cerca de 3% e a 
incidência em cerca de 1,6% ao ano. A maior parte destas mortes poderia ser 
evitada com diagnóstico oportuno e tratamento adequado (OMS, 2019). 
Em 2018, foram diagnosticadas e tratadas 7 milhões pessoas em todo o 
mundo. A maior parte dos casos aconteceu na região do sudeste da Ásia (44%), 
seguido pela região africana (24%) e a região ocidental do pacífico (18%). Os 
menores índices foram verificados na região oriental do mediterrâneo (8%), a região 
europeia (3%) e a região das Américas (3%) (OMS, 2019). 
Segundo o Centers for Disease Control and Prevention (CDC), nos Estados 
Unidos, em 2017, foram notificados aproximadamente 9093 novos casos de TB, no 
qual representam uma incidência de 2,8 casos por 100.000 habitantes, cujos casos 
diminuíram em 1,8% de 2016 a 2017 e a taxa de incidência caiu para 2,5% no 
mesmo período (STEWART et al., 2018). 
 Em 2017, no Brasil, ocorreram 4.534 óbitos relacionados com a enfermidade. 
Já em 2018, foram registrados 72.788 casos no país. Vale salientar que se obteve 
14.083 casos de retratamento da TB, além de observar um coeficiente de incidência 
de 34,8/ 100 mil habitantes e que este se apresentou heterogêneo entre as capitais 
brasileiras (BRASIL, 2019). 
Segundo a OMS, o país está entre os 30 países de alta carga para TB e TB-
HIV considerados prioritários para o controle da doença no mundo. O país ainda tem 
destaque quando se leva em consideração sua participação no BRICS (Brasil, 
Rússia, Índia, China e África do Sul), uma vez que estes somam aproximadamente 
50% de casos de TB mundial e mobilizam 90% de recursos de financiamento 
necessários para seu controle a partir de fontes domésticas (BRASIL, 2019). 
20 
 
 O Estado do Rio Grande do Norte, em 2015, contabilizou 66 óbitos (todas as 
formas) por TB. Além disso, o Estado, em 2018, apresentou 1.243 casos novos da 
doença, com coeficiente de incidênciade 35,1 por 100mil/hab., sendo que (74,5%) 
desses casos novos foram de TB pulmonar confirmados por critério laboratorial 
(BRASIL, 2019). 
 Em 2018, O município de Natal, contabilizou 2 óbitos (casos de TB pós-
óbito), com coeficiente de mortalidade de 3,6 /100mil habitantes. No mesmo ano, o 
município apresentou 450 casos da doença e uma incidência de 51,3/ 100mil 
habitante, onde 68,2 foram TB pulmonar (BRASIL, 2019). 
A OMS, a partir da estratégia Stop TB, iniciada em 2000, visa um mundo livre 
da doença, com diminuição drástica dos níveis de prevalência e mortalidade, em 
consonância com as metas de desenvolvimento do milênio (OMS, 2018). 
Dentre os seus objetivos para alcançar tais prerrogativas, destacam: favorecer 
acesso universal ao diagnóstico de excelência e tratamento ideal ao paciente, 
diminuir a aflição do portador e o ônus socioeconômico ligado à enfermidade, além 
de oferecer amparo às populações em vulnerabilidade e fomentar o desenvolvimento 
de novas estratégias de enfretamento. Ademais, estas estratégias alicerçam-se em 
buscar expansão e aperfeiçoar a estratégia DOTS (do inglês, Directly Observed 
Treatment Short Course) na perspectiva de contribuir para fortalecer os sistemas de 
saúde, e incentivar e promover pesquisas operacionais entre outras componentes 
(OMS, 2018). 
A estratégia DOTS é recomendada pela OMS para todos os casos de TB, 
novos ou retratamentos, devido às altas taxas de abandono e surgimento de cepas 
multirresistentes ao tratamento convencional, através de um conjunto de boas 
práticas para o enfretamento da doença (OMS, 2019). 
Esta estratégia é composta pelos seguintes pilares que contribuem para o 
controle da TB: responsabilização política para o fortalecimento de recursos 
humanos, manutenção e alocação de recursos financeiros, detecção de casos; a 
oferta de medicamentos; padronização da terapia medicamentosa e observação da 
ingestão dos antituberculostático, além de um sistema de monitoramento e avaliação 
ágil e prático, desde a notificação até o encerramento do caso (CARDOSO et al., 
2012; BRASIL, 2018). 
Segundo a OMS, a doença é uma emergência mundial e para tal preconizou 
as estratégias DOTS, com o objetivo de atingir 85% de cura, 70% de detecção dos 
21 
 
casos e reduzir o abandono do tratamento em 5% (FIGUEIREDO et al., 2009; SÁ et 
al., 2011). 
 
2.2 ASPECTOS CLÍNICOS DA TUBERCULOSE 
 
A TB pode ser causada por qualquer uma das setes espécies que fazem parte 
do complexo Mycobacterium (M.) tuberculosis: M. tuberculosis; M. bovis; M. 
africanum; M. Canetti; M. microti; M, pinnipedi e M. caprae. Em saúde pública, a 
espécie mais importante é a M. tuberculosis. (GUIMARÃES et al., 2018; BRASIL, 
2018). 
Classicamente, os sinais, sintomas e alterações radiológicas da doença 
dependem do tipo de apresentação do BK. Dessa forma, a doença pode se 
manifestar sob a forma primária, pós-primária (secundária) ou miliar. A forma 
primária é a mais comum em crianças, enquanto a secundária em adultos jovens, 
dos quais apresentam, na maior parte casos, tosse seca ou produtiva (com ou sem 
sangue), febre vespertina, sudorese noturna e anorexia entre outros sinais. A forma, 
miliar é mais comum em indivíduos com a imunodeficiência severa ou não tratados 
adequadamente (GUIMARÃES et al., 2018). 
Em relação ao diagnóstico da doença, este pode ser realizado através de dois 
critérios: critério laboratorial e o critério clínico. No primeiro critério independe da 
apresentação clínica da doença e caracteriza-se por pelo menos um resultado 
positivo de baciloscopia, teste rápido molecular da tuberculose (TRM - TB) ou cultura. 
O segundo considera-se todo caso suspeito que não atenda ao critério de 
confirmação laboratorial, mas que apresenta resultados de exames de imagens ou 
histopatológico sugestivos para a doença (BRASIL, 2017). 
 A baciloscopia direta ou exame do escarro possui importância significativa 
pelo fato de ser um exame simples e baixo custo, utilizado para o rastreamento, 
acompanhamento e controle do tratamento (FERRI et al., 2014; BRASIL, 2018). 
O TRM-TB é um exame realizado em paciente com suspeita da doença que 
nunca realizou tratamento, nunca fez uso do medicamento ou usou por até 30 dias. 
O teste possui uma rápida execução e liberação do resultado, além detectar 
resistência do bacilo a rifampicina (BRASIL, 2017). 
 No Brasil, atualmente, a terapia para tuberculose sensível em adultos dura 
em média 06 meses, dos quais consiste em duas fases distintas: Uma fase de 
22 
 
ataque, dura em média 2 meses, e envolvem os fármacos: Rifampicina(R), 
Pirazinamida (H); Isoniazida (Z) Etambutol (E) em dose fixa combinada e a fase de 
manutenção, dura em média 4 meses, com uso do esquema RH em doses fixas 
combinadas (RABAHI et al., 2017). 
A terapia medicamentosa tem como objetivo principal permitir a cura do 
indivíduo e, consequentemente, impedir a sua cadeia de transmissão, além de ser 
capaz de diminuir a carga bacilar no organismo, impedir a seleção de cepas 
resistente e esterilizar a lesão, na busca de impedir a recidiva da doença (RABAHI et 
al., 2017). 
 
2.3 TUBERCULOSE NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE 
 
A APS é caracterizada como o primeiro nível de contato para as redes assis-
tenciais de saúde, sendo considerada ordenadora e organizadora do cuidado do in-
divíduo, da família e da coletividade. Tem como premissa a assistência centrada na 
pessoa, com ênfase na integralidade do cuidado, na territorialização e na adscrição 
da clientela, acessibilidade, vínculo, responsabilização, humanização, equidade, re-
solutividade e a longitudinalidade do cuidado (PORTELA, 2017; BRASIL, 2017). 
No Brasil, esse nível de atenção à saúde, por meio da Política Nacional da 
Atenção Básica (PNAB), apresenta a Estratégia de Saúde da Família ( ESF)como 
estabelecimento de saúde de maneira eletiva para a sua expansão e consolidação 
(BRASIL, 2017). Com isso, A partir da portaria n° 2. 436, de 21 de setembro de 2017, 
a PNAB estabeleceu a revisão de diretrizes para a organização da Atenção Básica 
(AB), no âmbito do SUS, onde em seu artigo n° 2, apresenta: 
 
A APS ou Atenção Básica é o conjunto de ações de saúde individu-
ais, familiares e coletivas que envolvem promoção, prevenção, prote-
ção, diagnóstico, tratamento, reabilitação, redução de danos, cuida-
dos paliativos e vigilância em saúde, desenvolvida por meio de práti-
cas de cuidado integrado e gestão qualificada, realizada com equipe 
multiprofissional e dirigida à população em território definido, sobre 
as quais as equipes assumem responsabilidade sanitária (BRASIL, 
2017, p. 2). 
 
 A OMS reconhece que ações de controle da TB devem ocorrer de maneira 
descentralizada, pelos os diferentes níveis de atenção à saúde (primário, secundário 
23 
 
e terciário) com o objetivo de fortalecimento das redes de atenção à saúde, bem 
como os sistemas de saúde (KRITSKI et al., 2018). 
Em 2002, para melhorar as ações de enfretamento da doença, seu controle 
foi direcionado para a APS, com o objetivo de transpor as barreiras de acesso e, 
consequentemente, ampliar o acesso à população em geral e dos indivíduos mais 
vulneráveis sob o risco de adoecimento, e horizontalizar o atendimento aos 
pacientes acometidos pela TB, através da ampliação do acesso ao diagnóstico 
precoce e adesão ao tratamento (FURLAN; BARRETO; MARCON, 2017; 
WYSOCKY et al., 2017; GALAVOTE et al., 2015). 
Com isso, a APS constituiu-se a principal porta de entrada dos sujeitos à 
rede de serviços em saúde, aparato tecnológico de baixa densidade, devem atuar na 
concepção do modelo de vigilância à saúde (contemplar território, condições e 
modos de vida, integralidade do cuidado) além de ter resolutividade, comunicação e 
responsabilização (PAIM, 2012; MENDES, 2010). 
Esta lógica organizacional, em conformidade com os preceitos do SUS e 
com o modelo de atenção à saúde, mostra-se como deve ser organizada a redede 
serviços de atenção à saúde, tendo a saúde da família como centro ordenador e 
integrador desses serviços, além do reconhecimento da ESF como executoras de 
ações de vigilância, prevenção e controle de doenças (GIOVANELLA et al., 2009). 
Dessa forma, percebe-se o protagonismo da APS, bem como seus 
estabelecimentos de saúde em relação ao cuidado do paciente com TB, uma vez 
que deve funcionar como porta de entrada e, permitir o vínculo entre profissional-
cliente o que possibilita a busca de sintomáticos respiratórios (SR) e, 
consequentemente, o diagnostico e tratamento precoce que contribuirá para impedir 
a cadeia de transmissão da doença e a adesão oportuna ao tratamento (CHAVES et 
al., 2017). 
De acordo com o PNCT (2018) é de responsabilidade da APS as seguintes 
ações relacionadas à assistência aos indivíduos com TB: 
 
É de responsabilidade da equipe de APS, seja estratégia saúde da 
família ou tradicional, a busca ativa, a classificação e estratificação 
do risco, o acompanhamento e tratamento, bem como o 
encaminhamento para outro nível de atenção, quando for o caso, 
garantindo sempre a vinculação do usuário com a equipe de APS 
(BRASIL, 2018, p. 268). 
 
24 
 
No que tange as atribuições dos profissionais, em particular o profissional 
enfermeiro percebe-se que elas são voltadas para atividades gerenciais por meio de 
ações de planejamento, organização e avaliação que visam o tratamento e controle 
da doença, com isso, dentre as ações desenvolvidas por estes profissionais na APS, 
destacam-se: identificação do SR, consultas de enfermagem, solicitação de exames, 
notificação de casos confirmados, atividades de educação em saúde, tratamento 
diretamente observado (TDO) dentre outras (RÊGO et al., 2015). 
Entretanto, vários desafios precisam ser superados para a consolidação 
dessa premissa, principalmente, em investimentos na capacitação dos profissionais 
envolvidos neste processo de cuidar com vista a compreender melhor a doença e 
seus condicionantes como também, contribuir na promoção e restabelecimento de 
saúde dos indivíduos (MACEDO et al., 2016; CECILIO; TESTON; MARCON, 2017). 
 
2.4 MEDIDAS DE CONTROLE DA TUBERCULOSE 
 
Os profissionais de saúde têm um risco aumentado de adquirir a TB à medida 
que são expostos na comunidade, bem como no seu local de trabalho a indivíduos 
infectados com o Mycobaterium tuberculosis e que apresentam a forma 
transmissível da doença (GLOBLER et al., 2016). 
No Brasil, o índice de infecção e adoecimento é maior em profissionais de 
saúde do que na população em geral, cuja redução pode ser evidenciada pela 
implementação de medidas eficazes de controle de infecção da doença, dentre elas: 
as medidas administrativas, medidas ambientais e de proteção individual (PRADO et 
al., 2017). 
A ocorrência da doença entre os profissionais de saúde relaciona-se com 
fatores específicos de seu desempenho com a assistência direta aos indivíduos em 
fase bacilífera como também as características estruturais presentes nos serviços e 
a investigação do estado de saúde do indivíduo e da comunidade (SILVA et al., 2015; 
LACERDA et al., 2017). 
Dessa forma, as medidas de prevenção e controle da infecção assumem um 
papel fundamental e desafiador para impedir a aquisição da infecção e adoecimento 
pelos profissionais nos estabelecimentos de saúde (SILVA et al., 2015). 
Portanto, as medidas preventivas não devem ser restritas apenas a utilização 
de equipamentos de proteção individual e sim um conjunto de medidas que impeçam 
25 
 
a infecção e adoecimento pelos profissionais nos serviços de saúde, como por 
exemplo, o uso de equipamentos de proteção individual, infraestrutura adequada e 
uma gestão participativa (SILVA et al., 2015; LACERDA et al., 2017). 
Para diminuir o índice de aquisição da TB nos ambientes de trabalhos, a OMS, 
o CDC e a Organização Pan-americana de Saúde (OPAS) recomendam que as 
instituições de saúde organizem programas de controle de infecção eficientes, 
capazes de detectar precocemente possíveis transmissores bem como o tratamento 
para aqueles com diagnóstico estabelecido. Além disso, suas ações de controle 
devem ser baseadas por uma ordem hierárquica de prioridades, no que concernem 
àquelas de caráter administrativo, seguidas pelas medidas ambientais e pessoais 
(SÁNCHEZ, 2016). 
As medidas de controle administrativas visam à exposição do profissional de 
saúde e dos usuários do serviço ao bacilo nos diferentes níveis de atenção à saúde, 
então, preconizam a detecção e diagnóstico precoce; tratamento oportuno e 
adequado, avaliação de área com riscos de transmissão, monitoramento da 
enfermidade entre os trabalhadores de saúde nos diferentes serviços, treinamento 
dos recursos humanos, plano de controle da doença entre outras medidas 
(SÁNCHEZ, 2016; SÁNCHEZ; CELY, 2016). 
As medidas de controle ambiental relacionam-se à infraestrutura dos serviços 
no que concerne à avaliação, uso e manutenção de um sistema de ventilação com 
objetivo de diminuir as eventuais partículas de aerossóis suspensas no ar a partir 
das áreas com maior risco de aquisição da infecção. Dessa forma, ressalva a 
importância de planejamento e implementação de um projeto arquitetônico 
adequado e eficiente para as reais necessidades dos estabelecimentos de saúde 
que utilizem sistemas de ventilação natural e mecânica e filtros de alta eficiência 
para particulados (filtro Hepa - High Efficiency Particulate Air) (SÁNCHEZ, 2016; 
SÁNCHEZ; CELY, 2016). 
Em relação às medidas de proteção pessoal, estas se caracterizam como 
medidas de biossegurança, das quais envolvem o uso de máscara N95 ou PFF32 
pelo profissional de saúde no atendimento aos sintomáticos respiratórios, bem como 
o uso de máscara cirúrgica pelos acompanhantes (SÁNCHEZ, 2016; SÁNCHEZ; 
CELY, 2016). 
 É importante que os serviços não negligenciem tais medidas de saúde 
desenvolvam políticas e capacitações para a prevenção da TB e forneçam condições 
26 
 
para desenvolver, implementar e avaliar a adesão destas práticas e que este tipo de 
sensibilização ocorra desde o processo de formação dos profissionais de saúde 
(SÁNCHEZ, 2016; SÁNCHEZ; CELY, 2016). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
27 
 
3 OBJETIVOS 
 
3.1 OBJETIVO GERAL 
 
Avaliar as medidas de controle de infecção do Mycobacterium tuberculosis na 
Atenção Primária à Saúde. 
 
3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 
 
 Traçar o perfil dos profissionais de saúde que atendem os indivíduos SR; 
 Elaborar o modelo lógico das medidas de controle de infecção do 
Mycobacterium tuberculosis; 
 Identificar os elementos relacionados à estrutura e processo para o controle 
de infecção do Mycobacterium tuberculosis; 
 Atribuir o grau de implantação para as ações das medidas de controle de 
infecção do Mycobacterium tuberculosis. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
28 
 
4 REFERENCIAL TEÓRICO 
 
4.1 AVALIAÇÃO EM SAÚDE 
 
Avaliação é uma atividade muito antiga presente na história da humanidade e 
que apresenta contornos imprecisos e que abarca diversos cenários e realidades. 
Percebe-se o aumento vertiginoso da cultura de avaliação nos programas de saúde, 
tal fato pode ser explicado pela necessidade em conhecer a realidade, as 
características intrínsecas que envolvem os programas e como ele é implementado 
no contexto em que está inserido. 
Segundo Donabedian (1978) avaliar é monitorar permanentemente os 
serviços ofertados, com o objetivo de detectar possíveis erros que podem interferir 
nos padrões de qualidades, na perspectiva de aperfeiçoamento e desenvolvimento 
dos serviços avaliados. 
O processo de avaliação em saúde envolve três elementos para a análise da 
sua completude: Estrutura, Processo e Resultados, dos quais apresentam relação a 
momentos diferentes quando se leva em comparação a implementação dos 
programas de saúde(MALLET, 2005), sendo o êxito dessa tríade dependente da 
uma relação harmoniosa entre estas partes (DONABEDIAN, 1998). 
De acordo com Contandriopoulos (1997) avaliar significa fazer um julgamento 
de valor em relação a uma intervenção ou em alguma de suas partes, com o objetivo 
de ofertar elementos que possam dar subsídios à tomada de decisão. Esse 
julgamento pode ser através da aplicação de critérios e normas (avaliação normativa) 
ou emergir a partir de mecanismos científicos (pesquisa avaliativa) 
(CONTANDRIOPOULOS et al., 1997). 
Ademais, uma intervenção é caracterizada pelo conjunto dos elementos 
físicos, humanos, financeiros e simbólicos, a partir de um contexto particular, na 
perspectiva de produção de bens e serviços com o objetivo de mudar uma situação-
problema. Para o desenvolvimento do processo avaliativo de uma intervenção, o 
primeiro passo inicial é tê-la de maneira clara e idealizá-la através de um modelo 
lógico (CHAMPAGNE et al., 2011c; BROUSSELLE et al., 2011). 
 A avaliação de programas de saúde é um instrumento de gestão que pode 
ser utilizado com o objetivo de aperfeiçoamento dos programas e serviços de saúde, 
das demandas dos procedimentos sistemáticos de investigação para a coleta de 
29 
 
informação voltada para a tomada de decisão. Com isso, avaliar possibilita o 
conhecimento das necessidades e a capacidade de resposta na melhoria da 
qualidade e resolutividade de problemas (HARTZ, 1997; TANAKA; TAMAKI, 2012). 
Nesta perspectiva, pode-se realizar a avaliação para comparar documentos 
preconizados com a realização de intervenção, tais como políticas; planos e 
programas, com o que é encontrado na prática, neste caso, observa-se que as 
informações poderão contribuir para a tomada de decisão dos gestores e 
profissionais envolvidos (GONÇALVES, 2012; VIEIRA, 2014). 
Destarte, a apreciação normativa é o processo do qual se procura observar se 
uma intervenção corresponde às expectativas de normas estabelecidas. Consiste 
em emitir um julgamento de valor sobre a Estrutura, o Processo e o Resultado da 
intervenção em comparação com o preconizado para subsidiar o processo de gestão 
(CHAMPAGNE et al., 2011). 
Entretanto, pelos diversos elementos que condicionam a saúde, estas 
relações são muitas vezes baseadas em pressupostos em relações aos programas o 
que não garante a obtenção do objetivo pretendido. Com isso, a avaliação de 
programas de saúde é uma atividade primordial para verificar se os objetivos foram 
atingidos e em que medida os resultados foram alcançados (AMARAL et al., 2010). 
Dessa forma, em relação à apreciação normativa emergem dois desafios, dos 
quais se dizem respeito ao objeto da avaliação: o que vai ser observado, e como 
operacionalizar a observação das estruturas, dos resultados, dos processos; 
ademais, têm-se as escolhas das normas adequadas: o que serão escolhidas e 
onde serão encontradas, uma vez que o produto final baseia-se na pertinência e 
exatidão das normas escolhidas e na força do vínculo causal sobre os elementos 
(BROUSSELLE et al., 2011). 
Portanto, dada à pertinência das normas escolhidas, as ações em saúde 
podem funcionar como objetos da avaliação de caráter normativo, quando se 
compara quais ações de saúde estão sendo realizados nos serviços com aquilo que 
de fato é preconizado por documentos oficiais. 
 
 
 
 
 
30 
 
5 MÉTODO 
 
5.1 MODELO DE ESTUDO 
 
Trata-se de um estudo avaliativo de caráter normativo. Este tipo de estudo 
caracteriza-se pela aplicação de critérios e normas (CONTANDRIOPOULOS, 2006) 
para a obtenção do contexto e dos resultados das ações desenvolvidas. Realiza-se 
um julgamento de valor sobre a estrutura, processo e resultado de uma intervenção 
em comparação com aquilo que é preconizado (CONTRADRIOPOULO, 2006; 
CHAMPAGNE et al., 2011c; BROUSSELLE et al., 2011). 
Neste estudo utilizou-se o referencial teórico-metodológico de Avenis Donabedian, 
do qual envolve a tríade Estrutura-Processo-Resultado (DONABEDIAN, 1980). Para 
esse estudo, foram analisados a Estrutura e o Processo. Não se considerou os 
Resultados uma vez que necessitaria de mais tempo para sua avaliação. 
Segundo Donabedian (1980) Estrutura relaciona-se aos recursos físicos, 
humanos, financeiros e organizacionais necessários à assistência à saúde. O 
Processo refere-se às atividades que constituem a atenção à saúde, envolvendo as 
relações entre profissionais de saúde e população assistida (DONABEDIAN, 1980). 
Nesta investigação, considerou-se como Estrutura as ações relacionadas às 
medidas de controle gerenciais, ambientais e individuais e processo as ações 
relacionadas às medidas gerenciais. 
Nesta perspectiva, o manual de recomendações para o controle da tuberculose 
(BRASIL, 2011) foi utilizado como subsidio a avaliação normativa do presente estudo, 
no que tange aos critérios e normas sobre as medidas de controle de infecção. 
Sendo as ações desenvolvidas pelos serviços de APS classificados como 
administrativas ou de proteção respiratória e na perspectiva de se conhecer o 
contexto dos resultados das ações, por meio da díade avaliativa de Estrutura e 
Processo, desenvolvidos sobre o controle de infecção do Mycobacterium 
tuberculosis nos serviços de APS. 
 
5.2 CENÁRIO DO ESTUDO 
 
A pesquisa foi realizada no Município de Natal, capital do Estado do RN, nos 
serviços de APS. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 
31 
 
(IBGE) (2018), o município possui uma população estimada para o ano de 2018 de 
877.640 habitantes e densidade demográfica de 4805, 22 hab./km². 
O município de Natal é constituído por 36 bairros, os quais se encontram 
divididos em cinco distritos sanitários (DS) de saúde (Norte I, Norte II, Sul, Leste e 
Oeste) (Figura 1). Apresentam 80 estabelecimentos de saúde na rede de atenção, 
sendo que 70% são unidades que compõe a APS. Esta é constituída em sua maioria 
ESF com cobertura em torno de 43,47% da população, o que apresenta expressivo 
número de pessoas sem cobertura assistencial neste modelo de atenção a saúde. 
Segundo o Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), o 
município possui 56 serviços de saúde que compõe à APS, dos quais 43 são ESF e 
11 são Unidades Básicas de Saúde (UBS) e 02 unidades mistas realizam 
atendimento ambulatorial de APS (BRASIL, 2017b). 
As ESFs são centros de saúde reestruturados, dentro de uma nova lógica de 
trabalho, que lhe atribui maior capacidade de respostas às necessidades básicas de 
saúde de sua área de abrangência. Devem prestar assistência integral, contínua e 
de qualidade, desenvolvida com equipe multiprofissional no próprio serviço e 
também em domicílios e em locais comunitários (BRASIL, 2000). 
Em relação às UBS estas contam com equipe multiprofissional com ênfase na 
presença de várias especialidades médicas, distribuídos irregularmente pelo serviço. 
O atendimento ocorre, principalmente, através da demanda espontânea. Não existe 
adscrição da clientela e a delimitação da área de abrangência e as atividades 
desenvolvidas referem-se às ações de vigilância em saúde (ELIAS et al., 2006). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
32 
 
Figura 1 - Distribuição geográfica dos bairros segundo os Distritos Sanitários de 
Natal/RN. 
 
Fonte: Natal (2007) 
 
 
5.3 CONSTRUÇÃO DO MODELO LÓGICO 
 
 O modelo lógico (ML) é o mecanismo visual para representar de maneira 
sistemática à teoria do programa. Considerado o primeiro passo para subsidiar o 
processo de avaliação com o objetivo de verificar lacunas existentes (KELLOG 
FOUNDATION, 2004). Neste estudo utilizou-se o ML para identificar as ações 
relacionadas às medidas de controle da TB passiveis de julgamento de valor. 
O desenvolvimento do modelo ocorre através da avaliação normativa da 
qual busca a obtenção do contexto e dos resultados das ações preconizadas, ou 
seja, realiza um julgamento de valor sobre a Estrutura, Processoe Resultado de 
uma intervenção em comparação com aquilo que é preconizado 
(CONTRADRIOPOULO, 2006; CHAMPAGNE et al., 2011c; BROUSSELLE et al., 
2011). 
33 
 
 A concepção do modelo lógico, deste estudo, se deu por meio das 
normatizações existentes sobre as Medidas de Controle de Infecção do 
Mycobacterium tuberculosis nos Serviços de Saúde, presentes no Programa de 
controle da Tuberculose do Ministério da Saúde (MS). Como referencial 
metodológico utilizou-se Avenis Donabedian, do qual envolve a tríade Estrutura-
Processo-Resultado (DONABEDIAN, 1980). Para esse estudo, foram analisados a 
Estrutura e o Processo. 
 
5.4 POPULAÇÃO E AMOSTRA 
 
Tendo em vista que cada unidade de saúde da APS deve possuir, no mínimo, 
um médico, um enfermeiro e um técnico ou auxiliar de enfermagem (BRASIL, 2017). 
Optou-se por realizar a coleta de dados com estas três categorias profissionais. 
Segundo a literatura a maior prevalência de TB encontra-se entre as categorias 
profissionais (médicos, enfermeiros e técnico ou auxiliar de enfermagem) sendo 
importante implementar as medidas de controle de infecção da TB (BRASIL, 2018; 
OMS, 2009). 
A população do estudo correspondeu a 603 profissionais (CNES, 2018), 
assim, foi realizado um processo de amostragem, por meio da estratificação 
proporcional entre a quantidade de unidades de saúde e por categoria profissional 
em cada DS com o objetivo de garantir a representatividade de cada categoria 
profissional e serviços de saúde. 
Para cálculo da amostra do estudo foi considerado o referencial de Barbetta 
(2015): 
 
N = tamanho (número de elementos) da população; 
n = tamanho (número de elementos) da amostra; 
nº= uma primeira aproximação para o tamanho da amostra e; 
Eº = erro amostral tolerável. 
 
Considerando o erro amostral de 5% e o intervalo de confiança de 95%, fez-
se o seguinte cálculo: 
 
 
34 
 
Em seguida, tomando por base o resultado do cálculo anterior, calcula-se o 
tamanho da amostra através da seguinte fórmula: 
 
 
Nesse sentido, o cálculo amostral mostrou serem necessários 235 profissio-
nais dos serviços de saúde da APS. A partir desse valor, calculou-se a relação entre 
amostra (n=235) e a população (n= 603), cujo valor obtido foi 0,38. Este último fun-
cionou como índice multiplicativo proporcional entre os estratos dos serviços de sa-
úde presentes em cada DS, cujo quantitativo foi de (n= 22). 
Além disso, seguindo esse mesmo raciocínio de proporcionalidade, calculou-
se a razão entre o quantitativo total de profissionais presentes em cada DS e profis-
sionais por categoria para a formação de índices, cujos valores foram multiplicados 
pelo quantitativo de todas as categorias profissionais presente na amostra para obter 
o valor de profissionais por categoria. Conforme apresentado na tabela abaixo. 
 
Tabela 1 - Amostra dos Serviços de Saúde da APS e categoria profissional. Natal, 
Rio Grande do Norte, Brasil, 2019 
Distrito Sanitário 
População Amostra 
Serviços de 
Saúde 
Profissionais Serviços de Saúde Profissionais 
NORTE I 12 124 5 48 
NORTE II 11 119 4 46 
SUL 12 109 5 43 
LESTE 9 104 3 41 
OESTE 12 147 5 57 
TOTAL 56 603 22 235 
Fonte: Dados da pesquisa (2018). 
 
Os serviços de saúde de cada DS foram sorteados, assim como as equipes 
que compunha os serviços em questão que participaram da coleta em cada uma 
delas (Figura 2). 
Como critério de inclusão foram considerados os profissionais efetivos ou com 
contrato de trabalho temporário por cooperativa que desenvolvesse suas funções 
em algum estabelecimento de saúde da APS no município de Natal e como critério 
de exclusão, aquele profissional que não estivesse lotado na APS. 
35 
 
 As perdas foram caracterizadas quanto àqueles profissionais que se recusam 
a participar da entrevista, assim como aqueles que estavam presente no momento 
da visita dos pesquisadores no serviço durante a coleta de dados. 
Os serviços de saúde de cada DS, assim como as equipes destes serviços 
foram sorteados para participar do estudo. 
 Foram sorteadas aleatoriamente 22 US proporcionalmente ao quantitativo 
total existente em cada DS. Logo abaixo, observam-se os serviços que participaram 
do estudo. 
 
Figura 2 - Distribuição geográfica dos serviços de saúde por bairro. Natal, RN, 2019 
 
Fonte: Dados da pesquisa (2019) 
 
5.5 INSTRUMENTO E COLETA DE DADOS 
 
Para a coleta de dados utilizou-se um questionário (APENCICE A) aplicado 
aos médicos, enfermeiros, técnicos e/ou auxiliares de enfermagem que atuam na 
APS. 
Para subsidiar a elaboração do instrumento utilizou-se o Manual de Controle 
da Tuberculose no Brasil que viabilizou a construção de indicadores (BRASIL, 2011). 
36 
 
O referido instrumento foi analisado por pesquisadores e técnicos que atuam na 
área de TB. 
O questionário é composto por 49 questões, dividido em três seções: 
caracterização profissional, recursos organizacionais e medidas para reduzir a 
transmissão da TB. As questões objetivas foram dicotômicas ou de múltipla escolha 
com resposta única e com a utilização da escala Likert. Para a utilização dessa 
escala foi atribuído um valor entre “um” e “cinco”, sendo a resposta mais favorável a 
que recebeu o valor mais alto da escala e a mais desfavorável recebeu o valor mais 
baixo. 
Dessa forma, na perspectiva da avaliação, neste questionário foram 
considerada “Estrutura” as ações relacionadas às medidas de controle 
administrativas, e individuais e “Processo” as ações relacionadas às medidas 
administrativas. Os elementos em questão foram divididos em dimensão, 
subdimensão e item (quadro 1). 
A coleta de dados foi realizada entre os meses de abril a julho. Foi iniciada 
após treinamento prévio dos envolvidos no processo de coleta, dos quais contou 
com 04 alunos de Iniciação Científica do curso de Enfermagem da 
UniversidadeFederal do Rio Grande do Norte (UFRN) O treinamento envolveu a 
apresentação do projeto: objetivos pretendidos, leitura e discussão do questionário, 
instrução sobre o preenchimento do termo de consentimento livre e esclarecido 
(TCLE) e simulação de aplicação do questionário entre os entrevistados. 
 
5.6 VARIAVEIS E INDICADORES ENVOLVIDOS NO ESTUDO 
 
As variáveis e indicadores selecionados para atender os objetivos deste 
estudo estão apresentados por dimensão, subdimenção e itens respectivamente 
(quadro 1). 
 
 
 
 
 
 
37 
 
Quadro 1 - Dimensões, subdimensões e critérios sobre às medidas de controle de 
infecção do Mycobacterium tuberculosis nos serviços de saúde, Natal, 2018 
Dimensão Subdimensão Itens 
Estrutura 
 
Caracterização: sexo, idade, tempo de atuação, capacitação sobre 
biosseguranças em relação à Tuberculose, profissional que 
acompanha os portadores de Tuberculose. 
Categoria profissional: médico, enfermeiro, técnico de enfermagem. 
Medidas 
ambientais 
Local para atendimento/triagem de sintomático respiratório 
Local específico para coleta de amostras dos SR 
Existência de Exaustores e/ ou purificadores de ar e/ ou filtro de ar 
particulado 
Medidas 
gerenciais 
Laboratório para análise de escarro 
Serviço de radiologia 
Horário diferenciado de atendimento 
Potes coletores para exame 
Esquema básico para o tratamento 
 Esquema terapêutico especial 
Testagem para HIV 
Livro de Registro do Sintomático Respiratório 
Livro de Registro de Pacientes e Acompanhamento de Tratamento 
Boletim de Acompanhamento de Casos 
Ficha de notificação do Sistema de Informação de Agravos de 
Notificação/Tuberculose 
 Gerenciador de ambiente Laboratorial (GAL) 
Medidas de 
proteção 
individuais 
Disponibilidade de máscara cirúrgica para SR ou casos recém-
diagnosticado 
Disponibilidade de máscara cirúrgica para acompanhantes ou 
visitantes em áreas de alto risco de transmissão da tuberculose 
Fornecimento de máscara N 95 ou PFF2 paraos profissionais 
Processo 
Medidas 
gerenciais 
Existência de coordenador das ações de tuberculose 
Plano de monitoramento e controle da infecção por TB 
Dia e hora de agendamento de consulta/ atendimento para casos 
suspeito 
Priorização no atendimento/ realização de exame de escarro dos SR 
Encaminhamento das amostras com resultados negativos para 
realização do teste rápido molecular (TRM-TB) 
Tempo decorrido entre diagnóstico e início do tratamento 
Existência de capacitações periódicas quanto ao manejo de 
tuberculose e/ ou biossegurança 
Fonte: Dados da pesquisa (2018). 
 
5.7 FACILIDADES E DIFICULDADES PARA A COLETA DE DADOS 
 
 As facilidades encontradas dizem respeito ao acesso a secretária de saúde. 
Enquanto as dificuldades foram: quantitativo reduzido da equipe de pesquisa para a 
coleta de dados; acesso geográfico para alguns serviços de saúde; quantitativo de 
profissionais de férias e/ou licença, desinteresse dos profissionais de saúde em 
participar do estudo por falta de tempo em parar suas atividades. 
 
 
38 
 
5.8 ANÁLISE DOS DADOS 
 
Os dados foram analisados pelo software Statistical Package for Social 
Sciences SPSS Statistics® versão 22.0 IBM, por meio da estatística descritiva, cuja 
apresentação foi através de tabelas com números absolutos e relativos. 
Neste estudo para a análise da implantação das ações relacionadas às 
medidas de controle de infecção foram consideradas as dimensões, subdimensões e 
critérios para identificar o grau de implantação. A caracterização desta analise está 
no quadro 2. 
 Foram selecionados 35 critérios, 23 na dimensão Estrutura e 12 na dimensão 
Processo e atribuída à pontuação esperada, como observa no quadro 2. 
A pontuação esperada em cada critério foi considerada igual, uma vez que 
apresenta a mesma importância deste para a implantação das ações de controle. 
 
 
 
 
39 
 
Quadro 2 - Dimensão, subdimensões e itens elencados para avaliação das medidas de controle de infecção da tuberculose. Natal, 
RN, 2019 
DIMENSÃO, SUBDIMENSÃO, ITENS Esperado 
1. ESTRUTURA 72,97 
1.1. MEDIDAS AMBIENTAIS 10,81 
1.1.1 Existe ambulatório para atendimento/triagem de sintomático respiratório? 2,70 
1.1.2. Existe local específico para atendimento/triagem de sintomático respiratório no ambulatório? 2,70 
1.1.3. Existe local específico para coleta de amostras de escarro do sintomático respiratório? 2,70 
1.1.4. Este serviço de saúde possui exaustores e/ou purificadores de ar e/ou filtros de alta eficiência para ar particulado (HEPA) nos 
ambientes potencialmente contaminados pelo MT? 
2,70 
1.2. MEDIDAS GERENCIAIS 40,54 
1.2.1. Existe laboratório para análise do escarro para diagnóstico e controle de tratamento dos casos de TB? 2,70 
1.2.2. Há disponibilidade de laboratório para análise do escarro para diagnóstico e controle de tratamento dos casos de TB? 2,70 
1.2.3. Existe serviço de radiológico para avaliação do caso suspeito ou em tratamento para TB 2,70 
1.2.4. Os profissionais de saúde atendem os pacientes de TB em horários diferenciados? 2,70 
1.2.5. Este serviço de saúde dispõe de potes coletores para exame de escarro? 2,70 
1.2.6. Este serviço de saúde dispõe de esquema básico para o tratamento de TB? 2,70 
1.2.7. Este serviço de saúde utiliza algum esquema terapêutico especial para o tratamento de TB? 2,70 
1.2.8. Este serviço de saúde dispõe de testagem para HIV nos casos de TB? 2,70 
1.2.9. Este serviço de saúde possui Livro de Registro do Sintomático Respiratório? 2,70 
1.2.10. O Livro de Registro do Registro do Sintomático Respiratório é preenchido ou utilizado? 2,70 
1.2.11. Este serviço de saúde possui Livro de Registro de Pacientes e Acompanhamento de Tratamento dos Casos de TB? 2,70 
40 
 
1.2.12. O Livro de Registro de Pacientes e Acompanhamento de Tratamento dos Casos de TB é preenchido/utilizado? 2,70 
1.2.13. O serviço de saúde registra os casos de TB? 2,70 
1.2.14. Os dados de acompanhamento do tratamento são atualizados pelo Boletim de Acompanhamento de Casos de TB? 2,70 
1.2.15. O laboratório utiliza o Gerenciador de ambiente Laboratorial (GAL)? 2,70 
1.3. MEDIDAS DE PROTENÇÃO/INDIVIDUAL/RESPONSÁVEL 21,62 
1.3.1. Para os usuários sintomáticos respiratórios é oferecido máscaras? 2,70 
1.3.2. Este serviço de saúde dispõe de máscaras cirúrgicas? 2,70 
1.3.3. Este serviço de saúde dispõe de máscaras N95 ou PFF2? 2,70 
1.3.4. O serviço de saúde notifica os casos de TB? 2,70 
1.3.5. Este serviço de saúde disponibiliza máscara cirúrgica para os sintomáticos respiratórios ou casos recém-diagnosticados? 2,70 
1.3.6. É fornecido algum tipo de máscara de proteção respiratória para visitantes ou acompanhantes que entram em áreas de alto 
risco de transmissão da TB? 
2,70 
1.3.7. Este serviço de saúde fornece máscara N95 ou PFF 2 para os profissionais que atendem ou que circulam onde estão os casos 
de TB? 
2,70 
1.3.8. O (a) Sr (a) acha que corre risco de adquirir TB? 2,70 
2. PROCESSO 27,03 
2.1. MEDIDAS GERENCIAIS 27,03 
2.1.1. O (a) Sr (a) foi orientado sobre medidas de biossegurança em relação à TB? 2,70 
2.1.2.É realizado exame radiológico para avaliação do caso suspeito ou em tratamento para TB? 2,70 
2.1.3. Existe profissional responsável pela coordenação das ações de controle da TB neste serviço de saúde? 2,70 
2.1.4. Existe um Plano elaborado para monitoramento e controle da infecção de TB? 2,70 
2.1.5. Existe dia ou horário de agendamento de consulta/atendimento ambulatorial para os casos suspeitos de TB? 2,70 
2.1.6. Existe priorização no atendimento/realização de exame de escarro dos sintomáticos respiratórios? 2,70 
41 
 
2.1.7. As amostras de escarro do sintomático respiratório com resultados negativos são encaminhadas para realização de teste 
rápido molecular para TB? 
2,70 
2.20. Qual o tempo decorrido entre o diagnóstico do caso e o início do tratamento? 2,70 
2.20.1. Horas 0,90 
2.20.2. Dias 0,90 
2.20.3. Semanas 0,90 
2.21. Existe restrição do acesso de funcionários aos ambientes onde são atendidos/realizados procedimentos que possam 
formar aerossóis? 
2,70 
2.22. Existem capacitações periódicas quanto ao manejo clínico da TB e/ou biossegurança? 2,70 
2.22.1. Manejo 1,35 
2.22.2. Biossegurança 1,35 
Total 100,00 
 
Fonte: Dados da pesquisa (2019). 
42 
 
 
A pontuação esperada em cada critério foi considerada igual, uma vez que 
apresenta a mesma importância para a implantação das ações de controle. Então, a 
partir das respostas dos participantes foi realizado o cálculo de proporção entre a 
pontuação esperada e obtida. Dessa forma, procedeu-se com a identificação do 
valor correspondente de cada dimensão. 
Para análise do grau de implantação das ações de controle foi o utilizado o 
escore gerado através da seguinte fórmula (FERREIRA; SILVA, 2014): 
 
 
 P0: Pontuação obtida 
PM: Pontuação Máxima 
EF: Escore final 
Através da pontuação alcançada, fez-se o julgamento das ações quanto a 
sua implantação por meio dos critérios preconizados por Ferreira e Silva (2014), que 
foi adaptado para este estudo, a saber: não implantado (de 0 a 25%); implantado 
incipiente (de 26% a 50%); parcialmente implantado (de 51% a 75%); totalmente 
implantados (de 76% a 100%). 
 
5.9 ASPECTOS ÉTICOS 
 
 Foi solicitada a autorização à Secretária Municipal de Saúde de Natal para 
obtenção de um Termo de Concessão, onde obedeceu aos princípios fundamentais 
da Bioética inerentes à autonomia, beneficência, não maleficência e justiça. 
Após autorização da Secretária Municipal de Saúde de Natal ocorreu à 
submissão ao Comitê de Ética em Pesquisas da Universidade Federal do Rio 
Grande do Norte (UFRN), de acordo com a Resolução nº. 466/12 do Conselho 
Nacional de Saúde (CNS) do Ministério da Saúde, a qual trata da pesquisa com 
seres humanos, para avaliação dos seus aspectos éticos e metodológicos. O projeto 
foi aprovado por meio do parecer 3.250.817 e Certificado de Apresentação para 
ApreciaçãoÉtica 08005818.6.0000.5537. 
43 
 
 Após a submissão e aceite do estudo pelo comitê de ética em pesquisa, os 
pesquisadores buscaram os sujeitos da pesquisa. Os que concordaram em participar 
da pesquisa assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). 
Foram considerados os aspectos éticos, incluindo-se a confidencialidade, sigilo, e 
privacidade durante a coleta de dados. 
Pela natureza da pesquisa e levando em consideração a legislação 
específica e os aspectos bioéticos, o projeto apresentou previsão de riscos mínimos 
no que se refere à questão do constrangimento em responder as perguntas do 
questionário e divulgação dos dados, nos quais estes riscos são similares enquanto 
a sua natureza presente em exame físico ou psicológico de rotina, das quais pode 
ser perceptivo um desconforto ao ser questionado sobre a sua atuação profissional. 
Para minimizar os riscos a entrevista o instrumento foi respondido em uma sala 
privada solicitada em cada serviço de saúde. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
44 
 
6 RESULTADOS 
 
6.1 MODELO LÓGICO DAS MEDIDAS DE CONTROLE DE INFECÇÃO DO Mycobacterium tuberculosis 
 
Logo abaixo, na figura 03, observa-se o modelo lógico construído para o estudo a partir da perspectiva da Avalição em Saúde, 
onde levou em consideração as medidas de controle de infecção relacionadas à Estrutura-Processo-Resultado. 
 
Figura 3 - Modelo lógico das medidas de controle de infecção do Mycobaterium tuberculosis. Natal, RN, 2019 
 
 
Objetivo: Identificar as medidas de controle de infecção do Mycobacterium tuberculosis nos serviços de saúde 
45 
 
 
Foram utilizadas as dimensões Estrutura-Processo-Resultado para 
representar de maneira visual as ações relacionadas com as medidas de controle de 
infecção do Mycobacterium tuberculosis. 
Em relação à Estrutura foram identificadas três subdimensões: medidas 
gerenciais, ambientais e individuais. 
Na dimensão processo, conforme as recomendações elencaram-se apenas as 
ações relacionadas às medidas de caráter gerenciais. 
 A partir componentes existentes na Estrutura e Processo pertencentes ao 
modelo lógico construído, conforme recomendações do MS pode-se alcançar os 
resultados esperados em relação ao controle da tuberculose nos serviços de saúde. 
 
 
6.2 CARACTERIZAÇÃO DOS PARTICIPANTES DO ESTUDO 
 
Em relação ao quantitativo de profissionais de saúde elencados para o estudo, 
184 compuseram a amostra final. Os motivos para a não inclusão do quantitativo 
remanescente de profissionais na pesquisa foram: (31) recusa profissional; e (20) 
estava afastado durante o período da coleta de dados. Dessas perdas, (23) foram 
médicos, (15) foram enfermeiros e (13) de técnicos de enfermagem. 
Quanto à caracterização dos profissionais participantes do estudo, presentes 
na tabela 2, verificou-se que a 78% (n= 143) era do sexo feminino, seguido de 45 % 
(n=83) dos técnicos de enfermagem, 30% (n= 55) dos enfermeiros e 23% (n=43) dos 
médicos (23,37%) respectivamente (Tabela 2). 
Em relação ao atendimento e /ou acompanhamento das pessoas com TB foi 
referido pelos profissionais de saúde que este atendimento se dá uma vez na 
semana, manhã ou tarde, a partir de agendamento prévio.No que tange a inserção 
dos profissionais de saúde na APS 91% (n =166) estavam inseridos nas USF e 9 % 
(n=18) nas Unidades Básicas de Saúde. Ressalta-se ainda que 29 % (n =53) dos 
profissionais trabalhavam em unidades de saúde localizadas no DS Oeste, 18% (34) 
no DS SUL, 18% (34) no DS Norte I, 16 % (n = 34) no DS Norte 2, e 18% (33) no DS 
Leste, respectivamente. 
Quanto às orientações recebidas sobre as medidas de biossegurança 
relacionadas à TB 68% (n =125) dos profissionais informaram ter recebido estas 
orientações. Foi informado ainda que mais de 95% do acompanhamento dos casos 
46 
 
de TB são realizados por enfermeiros e médicos. 
 
Tabela 2 - Características dos participantes da pesquisa e informações sobre os 
recursos humanos/estrutura física. Natal, 2019 
Variáveis n % 
Distrito 
Leste 33 17,93 
Norte 1 34 18,48 
Norte 2 30 16,3 
Oeste 53 28,8 
Sul 34 18,48 
Tipo 
 
ESF 166 90,32 
UBS 18 9,78 
Sexo 
Feminino 143 77,78 
Masculino 36 19,57 
Não respondeu 5 2,72 
Categoria profissional 
Médico 43 23,37 
Enfermeiro 55 29,89 
Assistente Social 1 0,54 
Técnico de Enfermagem 83 45,11 
Não respondeu 2 1,09 
 Atende/acompanha pessoas com TB? 
Sim 146 79,35 
Não 37 20,11 
Não respondeu 1 0,54 
 Frequência de acompanhamento? 
Diariamente 25 13,59 
1 vez/semana 59 32,07 
2 vezes/semana 17 9,24 
3 vezes ou mais/semana 3 1,63 
Não sabe 16 8,7 
Outro 31 16,85 
Não respondeu 33 17,93 
 Circulação por áreas onde são atendidas pessoas com TB 
Nunca 1 0,54 
Quase nunca 6 3,26 
Às vezes 19 10,33 
Quase sempre 24 13,04 
Sempre 132 71,74 
Não respondeu 2 1,09 
 Horário de atendimento 
47 
 
Nunca 3 1,63 
Quase nunca 2 1,09 
Às vezes 13 7,07 
Quase sempre 5 2,72 
Manhã e Tarde 145 78,8 
Não respondeu 16 8,7 
 Agendamento do atendimento 
Sim 101 54,59 
Não 71 38,38 
Não respondeu 13 7,03 
Categoria(s) profissional (is) que atendem pessoas com TB no serviço 
Médicos 175 95,11 
Enfermeiros 179 97,28 
Assistente social 5 2,72 
Técnico de enfermagem 111 60,33 
Agente comunitário 19 41,3 
Psicólogo 1 2,17 
Farmacêutico 3 6,52 
Diretora 1 2,17 
Arquivista 1 2,17 
Nutricionista 1 2,17 
Dentista 4 8,7 
Psicólogo 1 2,17 
Fisioterapia 1 2,17 
Orientado sobre medidas de biossegurança em relação à TB? 
Sim 125 67,93 
Não 47 25,54 
Não respondeu 12 6,52 
Total 184 100 
 
 
6.3 GRAU DE IMPLANTAÇÃO PARA AS AÇÕES DAS MEDIDAS DE CONTROLE 
DE INFECÇÃO DO MYCOBACTERIUM TUBERCULOSIS 
 
 O grau de implantação das ações relacionadas às medidas de controle de 
infecção do Mycobacterium tuberculosis nos serviços de APS do município de 
Natal/RN, foi classificado como incipiente (49,5%). 
As dimensões relacionadas à estrutura e processo foram classificadas em 
parcialmente implantada (38,36%) e incipiente (10,88%), respectivamente, conforme 
observado na tabela abaixo. 
 
48 
 
Tabela 3 - Grau de implantação das ações relacionadas às medidas de controle de 
infecção do Mycobacterium tuberculosisnos nos serviços de APS do município de 
Natal/RN, 2019. 
Dimensão e 
subdimensões 
Esperada Obtida Grau de 
implantação (%) 
Classificação da 
implantação 
ESTRUTURA 72,97 38,36 52,57 Parcialmente 
implantado 
Medidas ambientais 10,81 0,76 7,07 Não implantado 
Medidas gerenciais 40,54 25,82 63,70 Parcialmente 
implantado 
Medidas proteção 
respiratória 
21,62 11,78 54,47 Parcialmente 
implantado 
 
PROCESSO 
 
27,03 
 
10,88 
 
40,27 
 
Implantação 
Incipiente 
Medidas gerenciais 27,03 10,88 40,27 Implantação 
Incipiente 
TOTAL 100,00 49,25 49,25 Implantação 
Incipiente 
Fonte: Dados da pesquisa (2019). 
 
Na dimensão Estrutura, foram avaliadas três subdimensões: medidas 
ambientais, classificada como não implantada; medidas gerenciais e medidas de 
proteção ambas classificadas como parcialmente implantada. 
Em relação à dimensão Processo, a subdimensão avaliada foi a de medidas 
gerenciais, classificada com implantação incipiente. As subdimensões supracitadas 
constam detalhadas na tabela 4, em que é possível visualizar a distribuição e o 
quantitativo total de itens avaliados em cada dimensão e subdimensão e o total de 
critérios por grau de implantação. 
Na dimensão Estrutura, a primeira subdimensão avaliada diz respeito às 
medidas ambientais relacionadas aos aspectos estruturais dos serviços, 
contabilizando quatro itens (100%). Destes, todos se encontram não implantados 
(100%), onde se tem às ações ambientais sobre a existência de ambulatório/triagem 
de SR; a existência de local específico para realização da ação anterior; local 
específico para coleta de amostra de escarro e, por ultimo, a presença de exautores 
e/ ou purificadores de ar e/ ou filtros de alta eficiência para ar particulado

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