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GESTÃO PLANEJAMENTO RURAL E AGROINDÚSTRIA PROFESSORES Me. José Sérgio Righetti Esp. Silvério Egon Arns ACESSE AQUI O SEU LIVRO NA VERSÃO DIGITAL! https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/18362 EXPEDIENTE C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a Distância. RIGHETTI, José Sérgio; ARNS, Silvério Gestão Egon. Planejamento Rural e Agroindústria. José Sérgio Righetti e Silvério Egon Arns. Maringá - PR.: UniCesumar, 2023. 192 p. “Graduação - EaD”. 1. Planejamento 2. Propriedades 3. Rurais. EaD. I. Título. FICHA CATALOGRÁFICA NEAD - Núcleo de Educação a Distância Av. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jd. Aclimação - Cep 87050-900 | Maringá - Paraná www.unicesumar.edu.br | 0800 600 6360 Coordenador(a) de Conteúdo Silvio Silvestre Barczsz Projeto Gráfico e Capa Arthur Cantareli, Jhonny Coelho e Thayla Guimarães Editoração Isabela M. Belido. Design Educacional Ivana Cunha Martins e Ana Cláu- dia Salvadego Revisão Textual Érica Fernanda Ortega Ilustração Natalia de Souza Scalassara Fotos Shutterstock CDD - 22 ed. 630 CIP - NBR 12899 - AACR/2Impresso por: Bibliotecário: João Vivaldo de Souza CRB- 9-1679 DIREÇÃO UNICESUMAR NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Diretoria Executiva Chrystiano Mincoff, James Prestes, Tiago Stachon Diretoria de Graduação e Pós-graduação Kátia Coelho Diretoria de Cursos Híbridos Fabricio Ricardo Lazilha Diretoria de Permanência Leonardo Spaine Diretoria de Design Educacional Paula R. dos Santos Ferreira Head de Graduação Marcia de Souza Head de Metodologias Ativas Thuinie M.Vilela Daros Head de Recursos Digitais e Multimídia Fernanda S. de Oliveira Mello Gerência de Planejamento Jislaine C. da Silva Gerência de Design Educacional Guilherme G. Leal Clauman Gerência de Tecnologia Educacional Marcio A. Wecker Gerência de Produção Digital e Recursos Educacionais Digitais Diogo R. Garcia Supervisora de Produção Digital Daniele Correia Supervisora de Design Educacional e Curadoria Indiara Beltrame Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva Pró-Reitor de Ensino de EAD Janes Fidélis Tomelin Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi BOAS-VINDAS A UniCesumar celebra os seus 30 anos de história avançando a cada dia. Agora, enquanto Universida- de, ampliamos a nossa autonomia e trabalhamos diariamente para que nossa educação à distância continue como uma das melhores do Brasil. Atua- mos sobre quatro pilares que consolidam a visão abrangente do que é o conhecimento para nós: o in- telectual, o profissional, o emocional e o espiritual. A nossa missão é a de “Promover a educação de qualidade nas diferentes áreas do conhecimento, formando profissionais cidadãos que contribuam para o desenvolvimento de uma sociedade justa e solidária”. Neste sentido, a UniCesumar tem um gênio importante para o cumprimento integral desta missão: o coletivo. São os nossos professo- res e equipe que produzem a cada dia uma inova- ção, uma transformação na forma de pensar e de aprender. É assim que fazemos juntos um novo conhecimento diariamente. São mais de 800 títulos de livros didáticos como este produzidos anualmente, com a distribuição de mais de 2 milhões de exemplares gratuitamen- te para nossos acadêmicos. Estamos presentes em mais de 700 polos EAD e cinco campi: Marin- gá, Curitiba, Londrina, Ponta Grossa e Corumbá), o que nos posiciona entre os 10 maiores grupos educacionais do país. Aprendemos e escrevemos juntos esta belíssima história da jornada do conhecimento. Mário Quin- tana diz que “Livros não mudam o mundo, quem muda o mundo são as pessoas. Os livros só mu- dam as pessoas”. Seja bem-vindo à oportunidade de fazer a sua mudança! Reitor Wilson de Matos Silva Tudo isso para honrarmos a nossa missão, que é promover a educação de qualidade nas diferentes áreas do conhecimento, formando profissionais cidadãos que contribuam para o desenvolvimento de uma sociedade justa e solidária. P R O F I S S I O N A LT R A J E T Ó R I A Me. José Sérgio Righetti Mestre pela UEM - Universidade Estadual de Maringá em Produção Animal (Pisci- cultura em 2009), possuindo graduação em Agronomia (1986) e Administração de Empresas (1994) pela mesma universidade, sendo especialista em Administração Rural e Qualidade de Alimentos. Atualmente é extensionista municipal de Manda- guaçu-Paraná pelo Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná e professor de agronegócio no ensino à distância e professor de Agronomia, no curso presencial, ambos da Unicesumar. Tem experiência na área de Administração, com ênfase em Agroindústria, atuando principalmente nos seguintes temas: custo produção, pisci- cultura, agroindústria (gestão e tecnologia), boas práticas de fabricação, elaboração de projetos, gestão ambiental, gestão de empresas rurais e perícias judiciais. Currículo Lattes disponível em: http://lattes.cnpq.br/0366599288145112 A P R E S E N TA Ç Ã O D A D I S C I P L I N A GESTÃO PLANEJAMENTO RURAL E AGROINDUSTRIA Olá, meu(minha) caro(a) acadêmico(a)! Bem-vindo(a) ao livro de Gestão Planejamento Rural e Agroindustria. Este livro foi produzido especialmente para você e é por isso que eu vou lhe explicar a melhor maneira de estudá-lo. Eu sou o Professor José Sérgio Righetti e elaborei com muito carinho este livro. Ele contém cinco unidades estruturadas de maneira a conduzi-lo a um raciocínio lógico, para que você compreenda que, na empresa rural, temos algumas características peculiares que serão decisivas para a gestão das atividades e consequentemente para o planejamento de novos projetos. Tanto a teoria como a prática são vitais para você, porque elas é que vão te preparar para o mercado de trabalho, que hoje exige profissionais munidos de conhecimento, experiência e criatividade. Em nossa primeira unidade, denominada Administração Rural, relembramos alguns con- ceitos importantes e a origem do termo “administração” e sua aplicabilidade prática para o Gestor de Agronegócio. Discutiremos sobre as quatro funções administrativas e os tipos de planejamento, em que a essência de todos é rigorosamente a mesma: entender a situação atual, a desejada e as formas de se construir ações que gerem o movimento de uma à outra. Eu posso dizer a você que existem três perguntas que, se forem respondidas, significa que você captou a ideia central da unidade: 1. O que estuda a administração de empresas? 2. Como aconteceu a evolução do pensamento administrativo? 3. O que significa planejar estrategicamente? Proponho, então, que você leia a Unidade 1, relembre a primeira unidade da disciplina Con- ceitos de Administração Empresarial e Ética e tente responder estas três questões. Pode ser? Mãos à obra, então! Faça agora uma análise comparativa das diferentes escolas de administração, procurando entender a importância de cada uma delas, de acordo com a evolução do processo industrial. D A D I S C I P L I N AA P R E S E N TA Ç Ã O Na Unidade 2, denominada Empresa Rural e seu Ambiente, e Unidade 3, Sistema de In- formação e Tomada de Decisão na Empresa Rural, eu mostro a parte da administração que trabalha a relação entre empresas rurais e o ambiente onde elas estão inseridas. A ideia central dessas duas unidades é mostrar as características peculiares da empresa rural e a importância do sistema de informação no processo de tomada de decisão. Na Unidade 3, abordamos a influência da tecnologia no setor rural, leia com atenção e entre- viste produtores rurais para certificar-se de nossas conclusões. Nesta mesma unidade, procuramos demonstrar a importância do sistema de informação adequado a cada negócio agrícola no qual se faça o registro sistemático, permanente, racional e adequado de todas as atividades e operações que ocorrem dentro da empresa. Ainda na Unidade 3 conceituamos vários indicadores básicos para análise da empresa rural, não deixede estudá-los, não há necessidade de decorá-los e sim entendê-los. Isto facilitará no aprendizado da Unidade 4. Proponho, então, que você leia as Unidades 2 e 3 e tente responder estas três questões. Vamos lá? 1. Qual o conceito de empresa rural? 2. Quais os fatores de produção desta empresa? 3. Quais os principais indicadores para um bom sistema de informação? Na Unidade 4, chamada Metodologia para Determinação dos Custos de Produção, eu mostro para você como apurar os custos de produção. O levantamento dos custos de cada processo produtivo é fator decisivo na tomada de decisão. Se não existe um sistema de registros, é praticamente impossível determinar corretamente os custos de produção. Pare e pense. Você não conhece algum caso assim? Com certeza aí na sua cidade, existem várias empresas assim, não é? Não deixe de aplicar estes conhecimentos, faça o diagnóstico de uma empresa rural e calcule os custos de produção. Você deve exercitar estes conhecimentos. Existem vários softwares de gestão de custos, procure fazer uso de alguns deles. Em nossa última unidade, Gestão da Empresa Rural, demonstramos a influência das deci- sões tomadas pelo gestor. As palavras-chave do capítulo são “análise e competitividade”. Há diferença fundamental de fatos, dados e informação e que esta última é o dado processado, ou seja, analisado. A P R E S E N TA Ç Ã O D A D I S C I P L I N A Nesta unidade, abordaremos as funções básicas do gestor rural, isto é, decidir sobre o que produzir, decidir sobre o quanto produzir, estabelecer o modo como será produzido, imple- mentar a decisão, controlar as ações e avaliar os resultados. Hoje, além de produzir com eficiência, sustentabilidade econômica e ambiental com respon- sabilidade social e sem desperdícios, será preciso desenvolver habilidades no gerenciamento e motivação de pessoas, na compra de insumos, na venda da produção e na gestão adequada dos custos de produção. Vamos verificar que, para se administrar uma empresa, além dos conhecimentos do ramo e de uma boa política de comercialização, é absolutamente necessário controlar a movimentação dos recursos financeiros, pois o capital é o sangue que move o organismo empresarial e deve ser bem cuidado e constantemente monitorado. Percebe?!! Minha preocupação é sempre relacionar o que você estuda nos materiais com o que vivencia na prática. Sem fazer essa relação, fica bem difícil ingressar no mercado hoje em dia. Os livros são a base de tudo, mas sem análise e vivência, esse conhecimento se perde, por isso fique atento a tudo que passa ao seu redor!! Para que você tenha um bom aproveitamento desta disciplina, siga os seguintes passos: 1. Treinar para fazer - ninguém executa bem uma tarefa se não souber como fazê-la, por isso é necessário estar bem treinado antes de executá-la. 2. Executar, ou seja, realizar a prática do aprendizado. 3. Coletar sistematicamente dados para o controle e análise. Vou propor um desafio a você: analise uma empresa rural, pode ser a que você trabalha ou a de alguém conhecido, e veja o resultado, você irá se surpreender com o aprendizado. Se não tem empresa rural e não conhece ninguém que tenha intimidade para pedir isso, sem problemas, procure a cooperativa ou a assistência técnica oficial e peça colaboração. Lembre-se que cada caso é um caso, talvez a forma como você resolva seus problemas seja diferente do seu colega, isso quer dizer que, assim como você, a empresa segue o estilo de gestão do dono, o que quer dizer que não há uma forma correta de se implantar um plane- jamento dentro da organização, mas a SUA forma. Mãos à obra e bom trabalho! ÍCONES Sabe aquele termo ou aquela palavra que você não conhece? Este ele- mento ajudará você a conceituá-lo(a) melhor da maneira mais simples. conceituando No fim da unidade, o tema em estudo aparecerá de forma resumida para ajudar você a fixar e a memorizar melhor os conceitos aprendidos. quadro-resumo Neste elemento, você fará uma pausa para conhecer um pouco mais sobre o assunto em estudo e aprenderá novos conceitos. explorando ideias Ao longo do livro, você será convidado(a) a refletir, questionar e transformar. Aproveite este momento! pensando juntos Enquanto estuda, você encontrará conteúdos relevantes on-line e aprenderá de maneira interativa usando a tecno- logia a seu favor. conecte-se Quando identificar o ícone de QR-CODE, utilize o aplicativo Unicesumar Experience para ter acesso aos conteúdos on-line. O download do aplicati- vo está disponível nas plataformas: Google Play App Store CONTEÚDO PROGRAMÁTICO UNIDADE 01 UNIDADE 02 UNIDADE 03 UNIDADE 05 UNIDADE 04 FECHAMENTO ADMINISTRAÇÃO RURAL 10 EMPRESA RURAL E SEU AMBIENTE 37 72 SISTEMA DE INFORMAÇÃO E TOMADA DE DECISÃO NA EMPRESA RURAL 105 METODOLOGIA PARA DETERMINAÇÃO DOS CUSTOS DE PRODUÇÃO 141 EMPRESA RURAL 185 CONCLUSÃO 1 ADMINISTRAÇÃO RURAL PLANO DE ESTUDO A seguir, apresentam-se as aulas que você estudará nesta unidade: Conceito de Administração • Con- ceitos e Origens da Administração Rural • Funções Administrativas. OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM Compreender o conceito de Administração e Administração Rural • Conhecer as principais escolas de administração • Caracterizar as funções administrativas. PROFESSORES Me. José Sérgio Righetti Esp. Silvério Egon Arns INTRODUÇÃO Olá, caro(a) aluno(a), bem-vindo(a) à Unidade 1 de nossa disciplina. Nesta primeira unidade, vamos analisar os conceitos de administração, cadeias produtivas, empresa rural e o ambiente que envolve as organizações. Você sabia que a administração rural está diretamente ligada ao dia a dia das em- presas rurais, exatamente da mesma forma que ocorre com as empresas industriais e comerciais? A continuidade da empresa rural, a sua permanência na atividade e sua rentabili- dade dependem muito da forma como o gestor irá conduzi-la nas suas tomadas de decisões, nas ferramentas que possui e nas informações que ele se baseia. O produtor rural, além dos trabalhos operacionais, deve se preocupar com a gestão de suas atividades, executando tarefas administrativas, como o diagnóstico, tanto interno de sua empresa como do ambiente onde ela está inserida, e para isso neces- sita algumas habilidades conceituais, definindo e estabelecendo estratégias de ação adequadas. Em vista disso, este material tem como objetivo aprofundar os conhecimentos acerca das principais teorias administrativas e econômicas, visando a utilização destas duas ferramentas para combinar os fatores de produção, controlar sua produtividade e eficiência, proporcionando a obtenção de informações que permitam maximizar os lucros por meio de um planejamento e gerenciamento das atividades. Nesta primeira unidade, veremos como é impossível tratar desse assunto sem enten- dermos como ocorreu o processo de inclusão da administração no setor da agro- pecuária, seus avanços, dificuldades, particularidades, necessidades para expansão, entre outros. Percebe?! Atualmente, pela conjuntura em que vivemos, há necessidade do Produ- tor Rural se tornar um Empreendedor Rural, ou seja, tornar sua propriedade rural uma empresa rural, independentemente de sua exploração, tamanho ou objetivo. Desta forma, cresce a necessidade de se fundamentar em conceitos, valores e teorias que lhe permitam o balizamento adequado de seu comportamento. U N ID A D E 1 12 1 CONCEITO DE ADMINISTRAÇÃO Começaremos a construção de nosso conhecimento discutindo alguns concei- tos de administração elaborados por diversos autores, para refletirmos e anali- sarmos, sempre dentro do contexto de uma propriedade rural. Administração nada mais é que um processo de tomada de decisão, tanto sobre os objetivos a serem alcançados, como na combinação dos fatores de pro- dução. Desta forma, cresce a necessidade de se fundamentar em conceitos, valo- res e teorias que lhe permitam o balizamento adequado de seu comportamento. A palavra administração vem do latim ad (direção, tendênciapara) e minis- ter (subordinação ou obediência). Vários autores definem de diversas maneiras a administração. Para Chiavenato (2007), a administração é a ferramenta pela qual as or- ganizações são estruturadas e conduzidas para alcançar a excelência em suas ações, obtendo os resultados desejados, enaltecendo que se trata de alcançar os resultados com os meios que se dispõe. Stoner, Freeman e Gilbert Junior (1995) definem administração como pro- cesso de planejar, organizar, dirigir e controlar a combinação dos fatores de pro- dução com objetivo de atingir os resultados esperados. Podemos resumir este U N IC ES U M A R 13 conceito como executar as quatro funções administrativas através das pessoas para atingir os objetivos planejados. Uma definição bem moderna e que gostaria de compartilhar com você é a de Drucker (2001, p. 22): “Administração é o ato de trabalhar com e através de pessoas para realizar os objetivos tanto da organização quanto de seus mem- bros”. Analisando esta definição, podemos verificar três aspectos chaves que não poderíamos deixar de apontar: ■ Ênfase especial às pessoas na organização. ■ O foco é nos resultados alcançados, isto é, focaliza os objetivos e não as atividades. ■ Leva em consideração os objetivos dos membros da organização, que devem ser integrados aos da organização. A administração é indicada para qualquer tipo de organização, seja ela com ou sem fins lucrativos. Organizações são compostas por pessoas de diferentes saberes e habilidades, com objetivo de atender uma necessidade da sociedade, seja ela, o sindicato, instituições de ensino, instituições religiosas, clube de servi- ços e empresas mercantis, sendo responsável pelo desempenho e permanência no mercado. Perceba que a administração é como a advocacia, a engenharia e tantas ou- tras ações humanas: apoia-se sobre uma teoria, que precisa ter o rigor científico. Sua prática consiste na aplicação destas teorias, focando-se no específico, no caso singular, e exige experiência e intuição. Assim, além dos conhecimentos científicos e teóricos coerentes, é neces- sário ter uma visão holística, “olho clínico”, habilidade esta conseguida através das experiências vivenciadas. Devemos responder às seguintes questões: “o que fazer?”, “por que fazer?” e “como fazer?”. Com a complexidade das empresas tanto em seu ambiente interno como externo, aliado à competitividade global, é preciso continuamente reajustar os fatores de produção, alocando os recursos adequando as ameaças e oportunida- des oferecidas pelo mercado. A gestão empresarial, por meio do planejamento, organização, direção e controle (Figura 1), é uma ferramenta do processo ad- ministrativo para aumentar a competitividade das empresas no ambiente onde ela está inserida. U N ID A D E 1 14 Descrição da Imagem: quatro descrições dispostas em forma de círculo, ligados por setas em duplo sentido, cada qual representando uma função administrativa: Planejar, Organizar, Dirigir e Controlar, demonstrando que estas funções são cíclicas, interdependentes e podem acontecer no sentido horário, Planejar, Organizar, Dirigir e Controlar ou também no sentido inverso. Em cada balão, cada função ad- ministrativa é exemplificada por algumas ações, como: Planejar (Definir as estratégias, Definir as metas, Verificar como as coisas estão hoje e Desenvolver cenários futuros), Controlar (Monitorar e comparar o desempenho), Organizar (Estruturação de recursos físicos e humanos) e Dirigir (Conduzir os esforços dos recursos humanos). A prática destas funções exige pleno conhecimento da empresa e do ambiente onde ela atua, não tendo o administrador uma “bola de cristal”, mas devendo refletir e compreender os resultados que suas decisões e ações proporcionarão sobre toda a organização. Nunca se esqueçam que as organizações são com- postas por pessoas, que sofrem influência social, possuem entendimento, grau de motivação e confiança diferentes. Entender como funciona a Administração passa, obrigatoriamente, pela sua história e também pela própria história da humanidade, em que é traçada desde os primórdios da civilização até os dias atuais, passando pelos romanos, idade média e o catolicismo. Segundo Fayol (1989), a história da Administração teve início na Suméria por volta do ano 5.000 a.C., quando os antigos sumerianos procuravam melhorar a maneira de resolver seus problemas práticos, de maneira rudimentar, exercitando a arte de administrar. Organizar Dirigir Planejar Controlar Conduzir os esforços dos recursos humanos Estruturação de recursos físicos e humanos Monitorar e comparar o desempenho De�nir as estratégias De�nir as metas Veri�car como as coisas estão hoje Desenvolver cenários futuros Figura 1- Funções Administrativas Fonte: adaptada de Emmendoerfer (2002). U N IC ES U M A R 15 Desde o princípio da humanidade, é sabido que o ser humano vivia em grupos para conseguir, por meio de ajuda mútua, superar as dificuldades, ou conquistar seus objetivos. Desta forma, surgiram empresas muito rudimentares, que remon- tam à época dos assírios e fenícios dentre outros. No entanto, a história da admi- nistração como ciência é relativamente nova, e surgiu com a revolução industrial. A Revolução Industrial, ocorrida no século XVIII, foi a propulsora para o aparecimento da grande empresa e da produção em escala, sendo que duas ins- tituições se destacaram na evolução histórica da administração: a Igreja Católica Romana e as Organizações Militares. O mundo mudou muito nestes últimos 130 anos em consequência da Revo- lução Industrial, surgindo a moderna administração. Principalmente pelo cres- cimento acelerado e desorganizado das empresas que passaram a exigir uma administração científica capaz de substituir o empirismo e a improvisação, além da necessidade de maior eficiência e produtividade das empresas, para fazer face à intensa concorrência e competição no mercado. A moderna administração surgiu a partir da publicação das experiências de dois engenheiros. O primeiro era americano, chamado Frederick Winslow Taylor (1856- 1915), que desenvolveu a chamada Escola da Administração Científica, que se preo- cupava com a racionalização do trabalho. Taylor estudou os tempos e movimentos e sua principal preocupação era a racionalização do trabalho. O segundo engenheiro era francês, chamado Henri Fayol (1841-1925), que desenvolveu a chamada Escola Clás- sica da Administração e também é conhecido como o pai das funções administrativas: Planejamento, Organização, Direção e Controle. Este já se preocupava com a gestão da empresa, para que ela fosse mais eficiente aplicando as funções administrativas. U N ID A D E 1 16 Ao fazermos uma análise das diferentes escolas de administração e o contexto onde elas ocorreram, podemos perceber que todas têm sua importância, não havendo uma contradi- ção entre elas e sim uma complementação. Não há registros de que Taylor e Fayol, que con- viveram na mesma época, tenham sequer conversado ou trocado cartas e embora os dois fossem engenheiros, perceberam pontos distintos na gestão das empresas em sua época. explorando Ideias Curiosamente, esses precursores da administração jamais se comunicaram, mas embora com opiniões e conceitos diferentes, as ideias destes dois precursores da ad- ministração se complementam, e esta é uma das razões que estas teorias dominaram nos cinquenta primeiros anos do século XX o cenário da administração das empresas. Desenvolvida a partir de 1940, nos Estados Unidos, a Teoria das Relações Humanas, diferentemente das anteriores, estava mais preocupada, principalmen- te, com as pessoas, os grupos sociais e a organização informal, teve como seu precursor o psicólogo australiano George Elton Mayo (1880-1949). Recentemente, a Escola Clássica reapareceu com Peter Drucker (1909-2005): é a chamada Escola Neoclássica, preocupada com a administração por objetivos. Nascido em Viena em 1909, este austríaco, economista, um dos últimosgurus da administração é reconhecido como o maior dos pensadores do efeito da globa- lização. Foi considerado como o pai da administração moderna. Seus conceitos e conselhos são estudados e utilizados por altos executivos no mundo inteiro. Drucker (2001) considerava a administração como “arte liberal”. “Arte”, pois é uma aplicação prática, e “liberal”, porque trata de sabedoria, liderança e conhecimento. As origens deste conhecimento estão nas ciências exatas, humanas e sociais, sempre procurando a eficiência das empresas. De acordo com Drucker (2001), para que os administradores tenham sucesso na gestão das empresas, além de compreenderem os princípios fundamentais da administração, devem seguir sete princípios: U N IC ES U M A R 17 1. A administração trata dos seres humanos. 2. A administração está profundamente inserida na cultura, porque ela trata da integração das pessoas em um em- preendimento comum. 3. Toda empresa requer compromisso com metas comuns e valores compartilhados. 4. A administração deve também capacitar a empresa e cada um de seus componentes a crescer e se desenvolver, à medida que mudem necessidades e oportunidades. 5. Toda empresa é composta de pessoas com diferentes capacidades e conhecimentos, que desempenham muitos tipos diferentes de trabalho. 6. Nem o nível de produção, nem a “linha de resultados” são, por si sós, uma medição adequada do desempenho da administração e da empresa. 7. Finalmente, a única e mais importante coisa a lembrar so- bre qualquer empresa é que os resultados existem apenas no exterior. O resultado de uma empresa é um cliente satisfeito. Segundo Fayol (1989), a administração ocorre em todas as atividades humanas, sendo um fenômeno universal, pois administrar nada mais é que saber gerenciar, ou seja, planejar, organizar, dirigir e controlar. Ao pesquisarmos os sinônimos de administrar, encontraremos: conduzir, go- vernar, comandar, controlar, dirigir, gerenciar, dentre outros. O gestor rural deverá estar preparado para tomar decisões em um ambiente de incertezas, dinâmico e com mudanças intempestivas, sempre superando as adversidades. Desde as tarefas cotidianas nas empresas rurais até as complexas organizações multinacionais, todas precisam ser devidamente administradas. Podemos, então, definir administração como sendo a organização dos equipa- mentos e das ações de um grupo de pessoas que cooperam entre si com o objetivo de conciliar os interesses comuns, as ambições individuais e metas estabelecidas no planejamento para o sucesso da organização que elas pertencem. Em uma concepção sistêmica, entendemos a administração como mecanis- mo que organiza e articula os fatores de produção e os recursos empresariais para atingir os resultados esperados no planejamento, como lucros, bem-estar social e produção de bens ou serviços. U N ID A D E 1 18 2 CONCEITOS E ORIGENS DA ADMINISTRAÇÃO RURAL O conceito de administração rural surgiu junto ao de empresa rural, isto no início do século XX, principalmente nas universidades de ciências agrárias, tanto nos EUA, como na Inglaterra. No princípio, tinha foco prioritariamente no ramo da economia rural e contabilidade, envolvendo a função controle para analisar a credibilidade econômica, principalmente registros contábeis e financeiros, sendo a contabilidade a ferramenta gerencial mais divulgada. Embora esta visão ainda persista em muitas organizações, um novo enfoque tem sido dado à administração rural. Seguindo esta linha de raciocínio, Hof- fmann et al. (1987, p. 96), em seu livro Administração da Empresa Agrícola, elaboraram a seguinte conceituação: “ A administração rural como ramo da ciência administrativa pos-sibilita ao autor acesso às suas teorias, desde a abordagem clássica de Taylor até a moderna teoria do desenvolvimento organizacional, com essa nova abordagem introduziu-se ao conceito de administra- ção rural as áreas de finanças, comercialização, marketing e recursos humanos, sendo estas áreas tão importantes como a produção. U N IC ES U M A R 19 Os conceitos da administração rural começaram a ser definidos e desenvolvidos quando os conceitos de denominação de fazenda foram revertidos para empresa rural, com missão e visão bem definidos na estruturação da administração e da produção em busca de resultados mensuráveis. A administração rural pode ser entendida como um ramo de ciência da Ad- ministração que estuda os processos racionais das tomadas de decisões e ações administrativas em organizações rurais, tais como empresas rurais, fazendas, sítios, chácaras, ou seja, organizações que produzem produtos agropecuários e/ ou florestais, influenciando suas ações administrativas. Segundo Kay (1983), administração rural pode ser definida como um pro- cesso de tomada de decisão, pelo qual combinam-se as atividades desenvolvidas na propriedade agrícola em função das características dos recursos de produção disponíveis, normalmente limitados, de modo a aproveitar da melhor maneira possível estes recursos, evitando, assim, desperdício ou ociosidade na utilização destes fatores de produção. Analisando esta definição pode se dizer que, para Kay (1983), a administração rural se procura com a melhor combinação possível entre estes fatores de produção para atingir o máximo lucro, otimizando o uso destes fatores de produção. Para Michaud (1989), a administração rural ou gestão agrícola é uma ciência e arte, que proporciona a utilização racional dos recursos de produção de ma- neira sustentável (do ponto de vista econômico, ambiental e social), respeitando a cultura dos produtores rurais e de sua família. Esta definição retrata melhor a realidade da agricultura familiar brasileira, que nem sempre o objetivo é o lucro, pois suas relações sociais extrapolam as meras relações econômicas. Marion (2005, p. 24) define a empresa rural como “aquelas que exploram a capacidade produtiva do solo, por meio do cultivo da terra, da criação de animais e da transformação de determinados produtos agrícolas”. O conceito de administração rural, como quase todos os conceitos atuais, está passando por várias mudanças, principalmente comportamentais, devido à nova ordem mundial, à globalização, buscando sempre a melhoria organizacional e eficácia da empresa rural. Na Figura 2, você visualiza o processo de tomada de decisão em uma em- presa agropecuária, considerando a administração rural um conjunto de ações que facilitam aos produtores rurais tomarem as decisões mais assertivas com a finalidade de se obter o máximo resultado econômico e a produtividade de suas explorações. U N ID A D E 1 20 A área de ação da administração rural está em pleno crescimento, graças ao avan- ço das tecnologias, cada vez mais presentes nas propriedades rurais, como também o aumento da competitividade no setor do agronegócio, exigindo melhor qualificação dos gestores e especialistas na área. Passamos por toda nossa vida toman- do decisões constantemente, algumas muito simples, outras mais complexas, que deter- minaram o rumo de nossa vida. Administrar uma empresa rural segue o mesmo princí- pio, o de tomada de decisões continuamente (STRUETT; ALBUQUERQUE, 2017). Decisões Agir, dirigir Recursos Terra, capital e trabalho Objetivos Qualidade de vida, lucro Descrição da Imagem: três descrições dis- postos em círculo ligados por setas de duplo sentido, demonstrando como os objetivos, decisões e recursos estão interligados. Figura 2 – Processo de Tomada de Decisões Fonte: o autor. A administração rural é considerada uma ciência, pois utiliza dos conheci- mentos técnicos da economia, da sociologia e das experimentações agrícolas. Contudo, também é considerada uma arte, ou seja, habilidade do gestor em com- binar os conhecimentos técnicos com criatividade e experiência nos negócios. Podemos, ainda, definir como uma técnica de negócios, um método utilizado para atingir os objetivos esperados, otimizando os custos com o máximolucro. Portanto, a administração rural não se baseia somente em dados técnicos das atividades (como: 6.500 kg.ha-1 de milho; 50 t.ha-1 de cana-de-açúcar, 10 Litros de leite por vaca), mas também, e principalmente, em dados econômicos, como R$.ha-1 (SEBRAE, 2002). Na administração rural, também são importantes as quatro funções adminis- trativas: o planejamento, a organização, a direção e o controle (Figura 3). Holz (1994, p. 22-23) diz: “ A administração rural é a ciência que ajuda o produtor a entender as suas decisões. É onde estão as informações necessárias para os técnicos ajudarem os produtores a tomar as decisões. E complemen- ta: ‘a busca da eficiência no setor agrícola faz da administração um fator de produção capaz de fazer ou quebrar o negócio. Neste caso, a administração faz o papel de cérebro, enquanto o trabalho faz o papel de músculo. Pois, na agricultura precisa-se de terra, capital, trabalho e cérebro para ser bem-sucedido. U N IC ES U M A R 21 Particularidades, como dependência do clima, sazonalidade da produção, pereci- bilidade dos produtos, ciclo biológico das culturas e gerações, tempo de produção maior que o tempo de trabalho, requerem do administrador uma análise cuida- dosa de seus efeitos especificamente nas organizações rurais e, consequentemente, do uso do instrumental analítico da ciência administrativa. O desenvolvimento do setor agropecuário associado à competitividade de mercado requer do produtor rural uma visão administrativa especializada para organizar e administrar o seu sistema de produção, com enfoque gerencial. A administração rural se tornou ferramenta capaz de oferecer ao produtor ru- ral subsídios administrativos para adoção ou rejeição de novas tecnologias. Para isso, a organização dos dados físicos e financeiros de uma propriedade precisa ser processada de forma fácil e ágil para que o produtor analise os resultados e, consequentemente, aumente a eficiência administrativa do seu negócio. Descrição da Imagem: painel demonstrando o processo administrativo, ilustrado com as quatro fun- ções administrativas ao centro, uma em cada caixa disposta em círculo, interligadas com setas de duplo sentido, demonstrando que estas funções são cíclicas, interdependentes e podem acontecer no sentido horário, Planejamento, Organização, Direção e Controle ou também no sentido inverso. Em cada caixa, cada função administrativa é exemplificada por algumas ações, como: Planejamento (Formular metas e as táticas para alcançá-las), Organização (Modelar o trabalho, alocar recursos e coordenar atividades), Direção (Designar pessoas, dirigir seus esforços, motivá-las, liderá-las e comunicar) e Controle (Monitorar as atividades e corrigir os desvios), que utilizam os Recursos Humanos, Financeiros, Materiais, Tecno- lógicos e Informação, processando e produzindo Resultados, Desempenho, como Produtos, Serviços, Eficiência, Eficácia e Efetividade. Figura 3 – Processo Administrativo Fonte: adaptada de Emmendoerfer (2002). Planejamento Formular metas e as táticas para alcançá-las Recursos - Humanos - Financeiros - Materiais - Tecnológicos - Informação Controle Monitorar as atividades e corrigir os desvios Organização Modelar o trabalho, alocar recursos e coordenar atividades Resultados - Desempenho - Produtos - Serviços - E�ciência - E�cácia - Efetividade Direção Designar pessoas, dirigir seus esforços, motivá-las, liderá-las e comunicar U N ID A D E 1 22 As funções administrativas fazem parte do dia a dia de qualquer empresa. Você já parou para pensar na importância destas funções? Essas funções estão presentes no dia a dia de qualquer organização. Seja qual for a complexidade ou tamanho do negócio, para uma gestão eficiente sempre ocorrerá um planejamento, a organização, uma direção e o controle das ativida- des. Percebe! São as quatro funções administrativas! Somente quatro? Sim, pois estas funções compreendem uma gama enorme de ações que o administrador deve executar para atingir seus objetivos. Didati- camente elencamos nesta ordem, planejamento, organização, direção e controle, mas na verdade elas são cíclicas e interdependentes. Vamos analisar cada uma delas? Planejamento Planejar é como construir um caminho, ou seja, precisamos ter um ponto de par- tida e um ponto de chegada. Assim, precisamos saber onde estamos e para onde vamos e termos ciência que há vários trajetos (alternativas) e teremos que optar pelos caminhos (estratégias) que mais se adequam aos valores e missão da empresa. 3 FUNÇÕES ADMINISTRATIVAS U N IC ES U M A R 23 Planejamento é antecipar o que se deve fazer, com que recursos e em que quantidades, para que os objetivos da empresa sejam alcançados. Há três níveis de decisão nas organizações: as estratégicas, as gerenciais e as operacionais, sendo elas relacionadas com o Planejamento Estratégico, o Geren- cial ou Tático e o Operacional, respectivamente. “Planejamento não diz respeito a prever o futuro, mas a compreender e estabelecer as implicações futuras de decisões do presente” (DRUCKER, 2001, p. 133). O Planejamento ajuda empresas e instituições a desenvolver e manter uma relação adequada entre seus objetivos, os recursos disponíveis e as oportunidades existentes. Ele pode ser realizado de forma abrangente, para toda a organização, quando é usualmente chamado de Planejamento Estratégico. Ou pode ser desenvolvi- do para alguma área, projeto ou processo específico, assumindo variantes como Planejamento de Marketing, Planejamento Financeiro, Planejamento de Projetos dentre outros. A essência de todos, porém, é rigorosamente a mesma: entender a situação atual, a desejada e as formas de se construir ações que gerem o movi- mento de uma à outra (Figura 4). Descrição da Imagem: painel com retângulos demonstrando o presente e futuro: onde estamos no presente e com planejamento onde queremos chegar no futuro, qual a situação atual e os planos para ter os objetivos pretendidos. Figura 4 – Processo de Planejamento Fonte: adaptada de Emmendoerfer (2002). Presente Onde estamos agora Onde pretendemos chegar Situação atual Objetivos Pretendidos Futuro Planejamento Planos U N ID A D E 1 24 Planejar é a ação de definir os objetivos e traçar as metas. De acordo com Maximiano (2004, p. 105), “É definir meios para possibilitar a realização dos resultados. É inter- ferir na realidade, para passar de uma situação conhecida a uma situação desejada.” Cada processo de planejamento é desenvolvido de acordo com a realidade e o perfil da organização e com os objetivos que ela almeja com seu desenvolvimento. Basicamente, um processo de planejamento ocorre mediante as seguintes etapas: 1. Análise da situação atual - entrevistas com pessoas-chave da organização. 2. Análise de contexto - pesquisa sobre as variáveis que impactam o ne- gócio da organização. 3. Realização de reuniões de planejamento – em que as pessoas-chave analisarão as informações anteriores e discutirão as alternativas viáveis de desenvolvimento, buscando uma posição consensual sobre a trajetória a adotar e os resultados a atingir. 4. Desdobramentos - atividade de fechamento do planejamento em que os colaboradores da organização especificarão o que deve ser feito para atingir o que foi estabelecido. U N IC ES U M A R 25 Reflita sobre a diferença do líder e do gerente em uma empresa rural. pensando juntos De acordo com Catelli (1999, p. 132), o processo de planejamento operacional compreende os seguintes passos: a) estabelecimento de objetivos operacionais; b) definição dos meios e recursos; c) identificação das alternativas de ação; d) simulação das alternativas identificadas; e) escolha das alternativas e incorporação ao plano; f) estruturação e quantificação do plano; g) aprovação e divulgação do plano. O resultado esperado de um processo de Planejamento Organizacional é o alinha- mento das expectativas e esforços de cada parte da organização, assim comoclareza quanto à definição dos rumos do negócio e das estratégias norteadoras da organi- zação como um todo. As análises, discussões e objetivos definidos são condensados em um documento único, chamado relatório de planejamento, que orientará a realização do que foi definido e servirá como ferramenta de acompanhamento. Na etimologia da palavra, “estratégia” deriva de um termo grego “strategia”, que significa manobra ou comando de um general. Chiavenato (2003, p. 46) diz que “As constantes lutas e batalhas ao longo dos séculos fizeram com que os mi- litares começassem a pensar antes de agir. A condução das guerras passou a ser planejada com antecipação”. Quando assistimos a um filme de guerra, constata- mos várias estratégias sendo aplicadas. Em administração, este conceito sofreu uma série de refinamentos e hoje estamos convictos da essencialidade do planejamento estratégico. Um bom pla- nejamento estratégico constrói uma visão de futuro, aumentando a probabilidade de decisões mais assertivas. Na empresa rural, esta função cabe, exclusivamente, ao “general”, ao tomador de decisões, seja o proprietário, administrador ou, ainda, aquele que ficará com os dividendos do sucesso ou a culpa pelo fracasso. Contudo, na elaboração de um bom planejamento, deve-se auscultar todos os escalões da empresa. U N ID A D E 1 26 Será que um bom general, sem um bom exército poderá vencer uma batalha? Eventualmente, até poderá ocorrer, mas na maioria das vezes não. Então surge a figura do líder, que deverá conquistar o seu grupo de trabalho por meio do exemplo, da confiança, do estímulo e da motivação. Somente após o administrador dar-se conta de que a liderança deverá ser exercida por ele é que o planejamento estratégico poderá ser aplicado como uma ferramenta eficaz para atingir os objetivos propostos. Não permita que dificuldades passageiras o impeçam de implementar o pla- nejamento estratégico, pois elas estarão presentes em qualquer que seja o negócio. Não aguarde que todas as turbulências passem, caso contrário corre o risco de nunca implantar um planejamento estratégico. A primeira condição para implan- tação do plano é compreender sua importância e necessidade. Segundo Bastos (2008), definir o negócio, a missão, visão e valores da empresa e analisar o ambiente traçando objetivos e metas é um bom roteiro prático para elaborar o Planejamento Estratégico da empresa. Para a construção de um bom planejamento estratégico, embora responsabili- dade do gestor ou proprietário do negócio, este deve criar um ambiente positivo e favorável, proporcionando a participação de todos os escalões da empresa, desde o “chão de fábrica” até o mais alto escalão, em que todos podem contribuir com ideias e se sentirem valorizados e participantes da organização. Para iniciarmos um planejamento estratégico, devemos primeiro conhecer muito bem a empresa e o ambiente onde ela está inserida, identificando as opor- tunidades e as ameaças que possam surgir no ambiente externo e levantar os pontos fortes e as oportunidades de melhoria no ambiente interno. Assim pode- remos melhorar a exploração dos pontos fortes e das oportunidades, ao mesmo momento que neutralizamos os pontos fracos e as ameaças à empresa rural. Uma técnica muito utilizada para diagnóstico da empresa rural é conhecida como SWOT, sigla dos termos ingleses Strengths (Forças), Weaknesses (Fraquezas), Oppor- tunities (Oportunidades) e Threats (Ameaças), que traduzindo para o nosso portu- guês é conhecida como análise FOFA (Força, Oportunidade, Fraqueza e Ameaças). Independente do porte da organização, o plano estratégico indica a direção certa que os gestores devem seguir. Para Drucker (2001, p. 136), “ Planejamento estratégico é um processo contínuo de aprendizado, sistemático e com o maior conhecimento possível do futuro contido, tomar decisões atuais que envolvam riscos; organizar sistematica- O quê? Quando Onde Quem Por que Como Quanto 7 QUESTÕES CHAVE U N IC ES U M A R 27 mente as atividades necessárias à execução destas decisões e, através de uma retroalimentação organizada e sistemática, medir o resulta- do dessas decisões em confronto com as expectativas alimentadas. Para elaborar o planejamento, existem várias ferramentas e metodologias, uma das mais utilizadas é o 5W2H, termo originário das palavras inglesas What (o quê), When (quando), Where (onde), Who (quem), Why (por quê), How (como) e How Much (quanto), que com o passar do tempo sofreu várias adaptações. A ferramenta 5W2H é uma das mais fáceis de ser implementada e traz gran- des benefícios para os administradores e suas atividades organizacionais. Por isso, não deixe de utilizá-la na estruturação do planejamento da empresa. Você só tem a ganhar! O quê? Quando Onde Quem Por que Como Quanto 7 QUESTÕES CHAVE U N ID A D E 1 28 Organização Organização é a função administrativa que se preocupa com o agrupamento e estruturação dos recursos físicos e humanos da empresa, no sentido de que os objetivos propostos na fase de planejamento sejam alcançados. E como colocar em prática tudo o que foi planejado? Organizando e ordenando os recursos da empresa, necessários à execução das atividades elencadas no planejamento. Então, a função organização vem após a função planejamento? Não se esqueça que o planejamento é dinâmico e estas funções são cíclicas, mas interdependentes. Ou seja, na organização definimos de que maneira as ações serão realizadas e distribuímos entre as áreas da empresa e seus responsáveis. Assim, em uma empresa em pleno funcionamento, estas ações já estão sendo executadas e uma mudança de planejamento, muitas vezes, exige uma reorganização. Para essa função, obviamente, o gestor precisa de uma ótima capacidade de organização, tanto individual, como coletiva, além de um bom conhecimento so- bre o processo produtivo da empresa. Em outras palavras, ter uma visão sistêmica ou visão holística da empresa e o ambiente onde ela está inserida. Direção Direção consiste em conduzir os esforços de um grupo de pessoas, fazendo com que sejam executados os planos traçados. Dirigir significa executar. O processo de execução consiste em realizar as atividades previamente planejadas. Perceberam que esta função administrativa é exercida somente sobre pessoas e não sobre os recursos físicos? Assim, é im- portante ter a habilidade de liderar, incentivar e motivar os recursos humanos. Aqui, não estamos falando apenas de distribuir as tarefas, mas sim de influen- ciar e motivar os colaboradores da empresa de maneira positiva. U N IC ES U M A R 29 Controle É a função administrativa que consiste na verificação de desvios da meta prevista e na adoção de medidas corretivas. Você planejou, organizou e delegou as tarefas aos seus colaboradores. Isso tudo não é garantia de que, na prática, as ações executadas obterão os resultados planejados, por isso, existe o controle. Desta forma, é preciso saber o que precisa ser controlado e conhecer os padrões de desempenho. É importante salientar que o controle depende de muitas informações sobre as atividades da empresa e o desempenho padrão. Quanto mais indicadores técnicos e financeiros você tiver, melhores con- dições terá de fazer uma avaliação fidedigna da situação da empresa. Entre- tanto, lembre-se que a frieza dos números também pode enganar, sempre use sua capacidade de observação para interpretar adequadamente os dados. Quanto mais dados você tiver, sejam eles técnicos, financeiros e de mer- cado, com certeza informações mais certeiras nortearão suas decisões, porém lembre-se sempre que os números são frios e você terá que ter habilidade e capacidade de interpretar estes indicadores técnicos e/ou financeiros de maneira adequada. U N ID A D E 1 30 Considerações Finais Administração é sinônimo de gestão e o administrador atualmente deve estar preparado para tomar decisões em um ambiente dinâmico, com mudanças cons- tantes, crises e adversidadesque surgem intempestivamente. Para você entender como funciona a administração, deve analisar a história da própria civilização, desde os Sumerianos, passando pela Idade Média, Revo- lução Industrial e a moderna administração, até o mundo digital. Com essa abordagem, pode-se perceber que hoje tudo gira em torno da Administração. Desde as tarefas cotidianas nas empresas rurais, as complexas organizações transnacionais, até as empresas digitais precisam ser devidamente administradas. Mesmo as pequenas propriedades rurais, quando analisadas no contexto in- terno e externo, demonstram sua complexidade e necessitam recombinar, reajus- tar seus recursos produtivos com as oportunidades que aparecem no meio onde estão inseridas. A gestão destas empresas, por meio do planejamento, organização, direção e controle, é uma ferramenta do processo administrativo para aumentar a competitividade do sistema. Desta forma, se considerar o aspecto da gestão como sendo crucial para a obtenção de bons resultados na empresa rural, a formação básica universitária em administração passa apenas perto das questões de gestão. A formação na área de gestão do agronegócio permite uma visão holística, mais ampla, permitindo a elaboração de estratégias que fazem sentido para atin- gir os objetivos das empresas rurais. Medidas de investimentos na estrutura ou no uso dos recursos disponíveis devem ser analisadas para aumentar a lucratividade e rentabilidade das empresas no agronegócio. As propriedades rurais devem ser tratadas como empresa rural, utilizando racionalmente seus recursos produtivos, com sustentabilidade, recursos estes que geralmente são limitados. Anotar e controlar os custos de produção, minimizando estes ao máximo, otimizando e evitando desperdícios são essenciais em qualquer empresa. Priorizar a introdução de insumos intelectuais dentro das propriedades, como: consultorias, treinamentos e investimento na qualificação da mão de obra, valorizando o conhecimento e atitudes dos colaboradores. 31 na prática 1. Considerando que a administração é a ferramenta pela qual as organizações são estruturadas e conduzidas para alcançar a excelência em suas ações obtendo os resultados desejados, pode-se dizer que a administração: a) Está relacionada à tomada de decisões. b) Relaciona-se com a combinação dos fatores de produção. c) Normalmente procura otimizar os custos. d) É indicada para qualquer tipo de organização, seja ela com ou sem fins lucrativos. e) Todas estão corretas. 2. A administração rural é considerada uma ciência, pois utiliza dos conhecimentos técnicos da economia, da sociologia e das experimentações agrícolas. Contudo, também é considerada uma arte, visto que: a) O gestor tem que apresentar criatividade e experiência em pinturas ou outra arte contemporânea. b) É uma atividade humana ligada às manifestações de ordem estética ou comu- nicativa. c) É uma atividade humana ligada à pintura e molduras de organizações, seja ela com ou sem fins lucrativos. d) O gestor tem que apresentar habilidade em combinar os conhecimentos técnicos e experiência nos negócios. e) O gestor tem que apresentar habilidade artística, como pintura, dança e teatro nos negócios. 3. Cada processo de planejamento é desenvolvido de acordo com a realidade e o perfil da organização e com os objetivos que ela almeja com seu desenvolvimento. Basicamente, um processo de planejamento ocorre mediante as seguintes etapas: a) Análise da situação, do contexto, realizar reuniões com seus desdobramentos. b) Organização, direção, execução e controle. c) Cotações, orçamentos, investimentos e aplicação. d) Análise da missão, valores da organização e organização dos fatores de produção. e) Aquisição de insumos, análise do ambiente e execução. 32 na prática 4. Para se colocar em prática tudo o que foi planejado, deve-se organizar e ordenar os recursos da empresa, necessários à execução das atividades elencadas no planeja- mento. Portanto, a função organização trata: a) É a função administrativa que consiste na verificação de desvios da meta prevista e na adoção de medidas corretivas. b) É a função administrativa que se preocupa com o agrupamento e estruturação dos recursos físicos e humanos da empresa, no sentido de que os objetivos propostos na fase de planejamento sejam alcançados. c) É a função administrativa que consiste em conduzir os esforços de um grupo de pessoas, fazendo com que sejam executados os planos traçados. d) É o alinhamento das expectativas e esforços de cada parte da organização, as- sim como clareza quanto à definição dos rumos do negócio e das estratégias norteadoras da organização como um todo. e) É definir meios para possibilitar a realização dos resultados, interferindo na rea- lidade, para passar de uma situação conhecida a uma situação desejada. 5. A administração rural como ramo da ciência administrativa possibilita acesso às teorias, desde a abordagem clássica até a moderna teoria do desenvolvimento or- ganizacional. Comente sobre o que estuda administração rural. 33 aprimore-se ADMINISTRAÇÃO RURAL A administração é uma ciência e também uma arte. Ciência porque possui um refe- rencial teórico próprio, possível de ser tratado pelo método científico e arte porque se inclui na resolução dos problemas que surgem na condução das organizações, habilidade, sensibilidade e intuição. A administração rural é considerada um dos ramos de ciência administrativa. A administração rural surgiu no começo do século XX junto às universidades de ciências agrárias, na Inglaterra e Estados Unidos nos chamados “land grant” com a preocupação de, sobretudo, analisar a credibilidade econômica e técnicas agrícolas (AZER, on-line). Administração rural é o conjunto de atividades que facilitam aos pro- dutores rurais a tomada de decisões ao nível de sua empresa agrícola, com o fim de obter melhor resultado econômico, mantendo a produtividade da terra (EDITORIAL, 2004, on-line). De acordo com Hoffmann et al. (1987), a Administração Rural é o estu- do que considera a organização e operação agrícola, visando ao uso mais efi- ciente dos recursos para obter resultados compensadores contínuos. É toma- da como função produtiva, consiste fundamentalmente em atos de decisão e, problematicamente, em distribuição de recursos, de modo a responder: o que produzir, como, quanto e com quais recursos, sendo estes considerados fato- res e agentes de produção. Além disso, visamos responder também à questão para quem produzir, concernente a fatores de comercialização (BRANDT, 1973). Também trata prioritariamente da área de produção e a função do controle, desen- volve trabalhos e estudos de extensão, envolvendo principalmente a alocação de recursos e os registros contábeis e financeiros, sendo a contabilidade o instrumento “gerencial” mais divulgado (AZER, on-line), esta se utiliza de conhecimentos básicos fornecidos pela economia rural e outras Ciências Sociais, igualmente, ela se apro- pria de conhecimentos técnicos fornecidos pela agronomia (Zootecnia, Engenharia Rural) etc. Por isso, o programador de um estabelecimento dificilmente pode atuar isoladamente (HOFFMANN et al., 1987). 34 aprimore-se O conceito geral de administração rural se relaciona à necessidade de controlar e gerenciar um número cada vez maior de atividades, que podem ser envolvidas dentro de uma propriedade do setor agropecuário (ANTUNES, 1999). A administração rural passa por várias modificações estruturais e comportamen- tais frente à nova ordem mundial de globalização, consumindo conceitos antigos e reconhecendo suas teorias na busca do aperfeiçoamento organizacional para a em- presa rural. A nova ordem da administração rural vem mostrar aos administradores uma quebra de paradigma, onde os conceitos de propriedade rural familiar deram lugar à empresa rural administrada por profissionais detentores do conhecimento científico, adaptando de forma flexível os conceitosadministrativos à realidade das empresas agrícolas brasileiras (AZER, on-line). Fonte: Barbosa (2009, on-line). 35 eu recomendo! Fundamentos de Administração Autor: Idalberto Chiavenato Editora: Campus Sinopse: todas as organizações requerem o papel do gestor para o seu sucesso e perenidade e para o bem-estar coletivo. A razão disso é que o futuro das organizações está sendo rápida e in- tensamente mudado, moldado e reconfigurado por duas fortes tendências transformadoras: de um lado, uma nova e diferente abordagem em relação à excelência organizacional - para fazer cada vez mais e melhor - e, de outro lado, a criação de vantagens competitivas - para fazer aquilo que é mais sa- tisfatório e necessário para a sociedade. Ambas são privilegiadas pela tecnologia da informação. A presente obra versa sobre a importância do gestor para a orga- nização e explana os fundamentos básicos para a formação desse profissional. livro Princípios da Administração: o essencial em Teoria Geral da Administração Autor: Idalberto Chiavenato Editora: Manole Sinopse: a partir da análise aprofundada das principais escolas e abordagens administrativas, como comportamental, sistêmica, humanística e contingencial, este livro oferece conceitos e mo- delos para ajudar vocês a desenvolverem a habilidade administrativa diante das mais incomuns e imprecisas situações vivenciadas no mercado. Possui uma base conceitual e teórica indispensável à prática administrativa, a obra apresenta uma visão crítica e objetiva, destacando alternativas inovadoras para o cada vez mais instável e turbulento mundo dos negócios. livro 36 eu recomendo! Colateral Ano: 2013 Sinopse: os atores Tom Cruise e Jamie Foxx estão nos papéis principais, que aborda temas cruciais como Planejamento Es- tratégico, Administração do Tempo, Logística, Ética, Conflito de Valores, Administração de Conflitos, Gestão de Mudança, Ques- tão feminina no Trabalho, Execução de Tarefas, Assédio Moral e Workaholismo. filme Ao acessar o link, você terá um levantamento da literatura sobre os principais recursos e/ou fatores-chave determinantes para o desem- penho de propriedades rurais. conecte-se https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/6915 2 EMPRESA RURAL E SEU AMBIENTE PROFESSORES Me. José Sérgio Righetti Esp. Silvério Egon Arns PLANO DE ESTUDO A seguir, apresentam-se as aulas que você estudará nesta unidade: Empresa Rural e sua Definição • Recursos Produtivos • A Empresa Rural e seu Ambiente • O Papel da Tecnologia • Política Agrope- cuária no Brasil • Cadeias Produtivas do Agronegócio. OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM Caracterizar a empresa rural • Identificar seus recursos produtivos • Conhecer o ambiente onde a empresa rural está inserida • Discutir a importância da tecnologia e sua adoção • Entender como as políticas públicas afetam o dia a dia da empresa rural • Familiarizar com as cadeias produtivas agropecuárias. INTRODUÇÃO Olá, caro(a) aluno(a), bem-vindo(a) à nossa segunda unidade da disciplina Gestão e Planejamento de Propriedades Rurais. Vamos analisar a definição de uma empresa rural, rever o conceito de cadeias produtivas e analisar o ambiente onde ela está inserida, as características do mercado, as ameaças e oportunidades do setor e as políticas agropecuárias no Brasil. Antes disso, porém, você deverá relembrar alguns conceitos e termos bá- sicos sobre administração de empresas. Os mesmos princípios adminis- trativos que se aplicam ao comércio e à indústria também são utilizados na administração rural. Todavia, a empresa rural possui algumas carac- terísticas específicas que obrigam ao gestor tomar alguns cuidados. Por exemplo, a terra, além de um bem econômico, é um fator de produção, que influencia decisivamente nas explorações. Na verdade, engloba todos os recursos naturais utilizados na produção, enquanto em outras empresas ela é apenas um local para construção. A ação do gestor tem início no levantamento de todos os recursos produti- vos que a empresa lança mão para sua atividade produtiva, sempre quantifi- cando e qualificando estes recursos. Como exemplo destes recursos, temos os maquinários, as benfeitorias e as pessoas, dentre outros. Para obtermos sucesso atualmente, há necessidade de substituir as práticas administrativas do passado e incorporar cada vez mais a administração moderna. Desta forma, a empresa rural precisa de pessoas preparadas para realizar o planejamento e a gestão de suas atividades de maneira sustentável, em que o administrador tem que ter em mãos as melhores ferramentas para uma correta tomada de decisões. Conhecer a empresa em todos os seus detalhes e o segmento do agronegócio em que está inserida passa a ser de extrema importância para o sucesso dessa administração. Assim, surge uma nova profissão: a de Gestor do Agronegócio. U N IC ES U M A R 39 1 A EMPRESA RURAL E SUA DEFINIÇÃO Caro(a) aluno(a), vamos analisar alguns conceitos do Direito Agrário Lei 4.504/64 (Estatuto da Terra) para que você reflita, agora com a visão de um gestor de agronegócio, se todas as propriedades rurais devem ou não ser entendidas como Empresa Rural. Vamos relembrar o artigo 4° do Estatuto da Terra!!! Nesta Lei, encontramos em seu artigo 4° as seguintes definições: “ I - “Imóvel Rural”, o prédio rústico, de área contínua qualquer que seja a sua localização que se destina à exploração extrativa agrícola, pecuária ou agroindustrial, quer através de planos públicos de va- lorização, quer através de iniciativa privada; II - “Propriedade Familiar”, o imóvel rural que, direta e pessoalmente explorado pelo agricultor e sua família, lhes absorva toda a força de trabalho, garantindo-lhes a subsistência e o progresso social e econômico, com área máxima fixada para cada região e tipo de ex- ploração, e eventualmente trabalho com a ajuda de terceiros; III - “Módulo Rural”, a área fixada nos termos do inciso anterior; IV - “Minifúndio”, o imóvel rural de área e possibilidades inferiores às da propriedade familiar; U N ID A D E 2 40 V - “Latifúndio”, o imóvel rural que: a) exceda a dimensão máxima fixada na forma do artigo 46, § 1°, alínea b, desta Lei, tendo-se em vista as condições ecológicas, sistemas agrícolas regionais e o fim a que se destine; b) não excedendo o limite referido na alínea anterior, e tendo área igual ou superior à dimensão do módulo de propriedade rural, seja mantido inexplorado em relação às possibilidades físicas, econômicas e sociais do meio, com fins especulativos, ou seja, deficiente ou inadequadamente explorado, de modo a vedar-lhe a inclusão no conceito de empresa rural; VI - “Empresa Rural” é o empreendimento de pessoa física ou jurídi- ca, pública ou privada, que explore econômica e racionalmente imó- vel rural, dentro de condição de rendimento econômico da região em que se situe e que explore área mínima agricultável do imóvel segundo padrões fixados, pública e previamente, pelo Poder Execu- tivo. Para esse fim, equiparam-se às áreas cultivadas, as pastagens, as matas naturais e artificiais e as áreas ocupadas com benfeitorias (BRASIL, 1964, on-line). Analisando o inciso II e III da lei, percebe-se que um módulo rural seria uma porção de terras que, explorada direta e pessoalmente pelo agricultor e sua fa- mília, absorvendo toda a força de trabalho da família, garanta sua subsistência e o progresso social e econômico. Esta área foi fixada pelo Poder Executivo (Ins- tituto Brasileiro de Reforma Agrária - IBRA), atualmente o INCRA (2005), para cada região e tipo de exploração, e eventualmente podendo utilizar trabalho de terceiros. O Decreto Federal nº 55.891 (1965), que regulamentou o Estatuto da Terra, considerou este conjunto familiar composto de 4 pessoas adultas, corresponden- do a 1.000 jornadas anuais. Portanto, o módulo rural foi definido como uma unidade de medida agrária (em hectares), que levava em consideração o tamanho do imóvel, sua localização geográfica, as explorações econômicas nesta regiãoe as condições do seu apro- veitamento econômico. O módulo rural é utilizado atualmente para definir o enquadramento sin- dical rural, determinar a fração mínima de parcelamento (FMP) e definir os limites do tamanho dos imóveis rurais no caso de aquisição por pessoa física U N IC ES U M A R 41 estrangeira residente no país. A FMP é a menor área que um imóvel rural, em um dado município, pode ser desmembrado, ou seja, ao ser dividido o imóvel rural, normalmente em caso de venda ou herança, a área remanescente não poderá ser inferior à fração mínima de parcelamento. No entanto, um conjunto de providências de amparo à propriedade da terra, com objetivo de seu pleno emprego com atividades agropecuárias e de adequá-las com o processo de industrialização do país, foram tomadas ao longo dos anos, surgindo em 1979 o conceito de módulo fiscal pela Lei nº 6.746/1979. Módulo fiscal é uma unidade de medida, em hectare, definida pelo INCRA para cada município brasileiro de acordo com o conceito de propriedade familiar, a renda obtida com a exploração predominante no município ou outras explora- ções existentes no município que, embora não predominantes, sejam expressivas em função da renda ou da área utilizada, expressando a área mínima necessária para que uma unidade produtiva seja economicamente viável. Para o cálculo do ITR (Imposto Territorial Rural), utiliza-se, para aplicação da alíquota, o número de módulos fiscais do imóvel rural conforme a Lei no 6.746/1979 e do Decreto no 84.685/1980. A Lei nº 8.629/93 alterou alguns dispositivos do Estatuto da Terra e clas- sificou as propriedades rurais pela quantidade de módulos fiscais, sendo de- finido como pequena propriedade (imóvel de área compreendida entre 1 e 4 módulos fiscais) e média propriedade (imóvel rural de área superior a 4 e até 15 módulos fiscais), ficando entendido que o minifúndio é o imóvel rural com área inferior a 1 módulo fiscal, e a grande propriedade aquela de área superior a 15 módulos fiscais. O valor fixado em hectares de um módulo fiscal varia de acordo com o mu- nicípio onde está localizada a propriedade. O valor do módulo fiscal no Brasil varia de 5 a 110 hectares. Se você quiser saber qual o valor do módulo fiscal em seu município, ou em qualquer outro do País, acesse o QRcode ao lado. conecte-se https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/6919 U N ID A D E 2 42 Descrição da Imagem: mapa do Brasil com as regiões de cada estado de cores diferentes, cada cor repre- sentando tamanhos diferentes de módulos fiscais. Nos estados do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, sul de Minas Gerais, sul do Mato Grosso do Sul, centro-sul de Goiás e toda faixa litorânea da Bahia até o Ceará os módulos fiscais variam de 5 a 35 ha e estão em laranja claro, e na maioria dos estados do norte do país o módulo fiscal varia de 70 a 110 ha e estão em uma cor verde escuro. Alguns bolsões em amarelo, representando módulos fiscais de 40 a 65 ha, estão esparramados pelo Brasil, AP, PA, MA, PI, CE, RN, PB, PE, BA, MG, GO, MT, MS e RO. Figura 1 - Módulos Fiscais no Brasil Fonte: EMBRAPA (2012, on-line). Na Figura 1, encontram-se as classes de tamanhos dos módulos fiscais no Brasil. U N IC ES U M A R 43 Por sua vez, a definição de agricultor familiar e empreendedor familiar rural dada pela Lei nº 11.326/2006 também inclui o conceito de módulo fiscal, ao estabelecer que, dentre outros requisitos, este não detenha, a qualquer título, área maior do que 4 módulos fiscais. No novo Código Florestal (Lei nº 12.651/2012), o valor do módulo fiscal é utilizado como parâmetro legal para a sua aplicação em diversos contextos, como na definição de benefícios atribuídos à pequena propriedade ou posse rural fami- liar; na definição de faixas mínimas para recomposição de Áreas de Preservação Permanente; da manutenção ou recomposição de Reserva Legal, entre outros. Embora o Estatuto da Terra tenha também definido empresa rural como as propriedades rurais com dimensão de um até seiscentos módulos, que seja explo- rada racionalmente e economicamente, como latifúndio por exploração, aquele imóvel que, tendo as dimensões de um até seiscentos módulos, não esteja sendo ex- plorado adequadamente em relação às possibilidades físicas, econômicas e sociais do meio, tendo apenas fins especulativos ou imobiliários e latifúndio por dimensão, aquelas propriedades com dimensão superior a 660 módulos da região geográfica U N ID A D E 2 44 em que se situa. A Constituição Federal de 1988 extinguiu estes conceitos, sendo os imóveis rurais classificados a partir da Lei nº 8.629, de 1993, como já descrevemos anteriormente, como minifúndio, pequena, média e grande propriedade. Embora o termo latifúndio permaneça em nosso cotidiano fazendo a rela- ção entre propriedade e sua função social, esta função social é efetiva quando a propriedade rural aproveita adequada e racionalmente seus recursos produtivos, principalmente os naturais, observa a legislação trabalhista e suas explorações beneficiam a qualidade de vida dos trabalhadores e proprietários. Portanto, a função social é cumprida quando o proprietário rural alcança índices de produtividade compatíveis com aqueles obtidos na região, utiliza ade- quadamente os recursos naturais disponíveis e cumpre as leis trabalhistas. Este índice de produtividade é mensurado com base no cálculo do GUT (Grau de Utilização da Terra) e GEE (Grau de Eficiência na Exploração), ou seja, para cumprir a função social, a propriedade deverá ter o GUT≥ 80% e GEE de 100%. Ao fazermos uma investigação tanto no ramo do direito administrativo como na contabilidade, encontramos algumas definições de empresa rural. Vamos fazer uma análise de três conceitos diferentes!!! ■ Arnodi apud Anceles (2002, p. 158) comenta “que a empresa para se en- quadrar no direito, tem uma visão tripartite: o empresário, a atividade econômica organizada e o estabelecimento”. ■ Para Crepaldi (1998, p. 23), “empresa rural é a unidade de produção em que são exercidas atividades que dizem respeito a culturas agrícolas, cria- ção de gado ou culturas florestais, com a finalidade de obtenção de renda”. ■ Segundo Marion (2002, p. 24), “empresas rurais são aquelas que exploram a capacidade produtiva do solo por meio do cultivo da terra, da criação de animais e da transformação de determinados produtos agrícolas”. Dessa forma, concluímos no primeiro conceito que a propriedade rural se encaixa na definição de empresa no direito administrativo, pois o empresário é o próprio produtor rural, pessoa física ou jurídica, a atividade econômica organizada são as explorações agropecuárias e o estabelecimento o próprio imóvel rural. Nos ou- tros conceitos, fica evidente o aproveitamento do imóvel rural com uma ou mais atividades econômicas, podendo ser o cultivo da terra e da criação dos animais como fonte de renda. Na Instrução Normativa SRF (Secretaria da Receita Federal) nº 83, de 11 de outubro de 2001, encontramos a definição de atividade rural. U N IC ES U M A R 45 “ Art. 2º Considera-se atividade rural: I - a agricultura; II - a pecuária; III - a extração e a exploração vegetal e animal; IV - a exploração de atividades zootécnicas, tais como apicultura, avicultura, cunicultura, suinocultura, sericicultura, piscicultura e outras culturas de pequenos animais; V - a atividade de captura de pescado in natura, desde que a exploração se faça com apetrechos semelhantes aos da pesca artesa- nal (arrastões de praia, rede de cerca, etc.), inclusive a exploração em regime de parceria; VI - a transformação de produtos decorrentes da atividade rural, sem que sejam alteradas as características do produto in natura, feita pelo próprio agricultor ou criador, com equipamentos e utensílios usualmente empregados nas atividades rurais, utilizando exclusivamente matéria-prima produzida na área rural explorada[...] (SECRETARIA DA RECEITA FEDERAL, 2001, on-line). Pensando como gestor, podemos definirempresa rural como qualquer propriedade rural que tenha capital investido realizando atividades agropecuárias, produzindo produtos in natura ou processados. Ou seja, uma unidade de produção que, embora como qualquer outra utilize os fatores de produção (Terra, capital e trabalho), têm nos recursos naturais (Terra) seu principal fator de produção, proporcionando produtos e serviços destinados a atenderem as necessidades humanas. Entende-se aqui Terra, como planeta Terra, ou seja, todos os recursos naturais, aqueles recursos provenientes da natureza, como o clima, a água, o solo, o ciclo de vida dos animais e vegetais, dentre outros. Portanto, pode-se dizer que a Empresa Rural é a unidade de produção ou conjunto sociotécnico, que utiliza os fatores de produção para produzir bens ou serviços, destinados a atender as necessidades humanas. Também se pode definir como sendo um conjunto de pessoas que se utilizam de fatores de produção, principalmente o natural, e orientam seus esforços físicos e mentais para produzir bens ou serviços, visando satisfazer desejos e necessidades (do empreendedor, sua família, colaboradores, fornecedores, clientes ou da comunidade). Este enfoque pressupõe que administrar uma propriedade rural como Em- presa exige que o Administrador conheça em detalhes sua estrutura de produção e os desejos e necessidades das pessoas envolvidas. A empresa rural apresenta algumas especificidades para as quais, aqueles que nela atuam, precisam estar atentos: U N ID A D E 2 46 b) A produção agrícola ocorre somente algum tempo (meses ou mesmo anos) após a decisão de produzir e os primeiros investimentos terem sido feitos. Com isso, a agricultura tende a trabalhar tentando antecipar como estará o mercado no futuro, quando a produção de fato ocorrer; essas incertezas relacionadas ao mercado somam-se às incertezas climáticas tornando a atividade agrícola especialmente arriscada; c) Por atuar em mercado perfeito, o produtor rural não consegue se apro- priar dos retornos ao uso de novas tecnologias que levam ao aumento de produtividade, porque o aumento de produção resultante reduzirá o preço e diminuirá a renda agropecuária, ou seja, os grandes beneficiários dos aumentos de produtividade são os consumidores (especialmente os mais pobres); d) Como os principais produtos agropecuários possuem ciclo biológico ou ciclo de vida, o tempo de produção é muito maior que o tempo de tra- balho; e) Na produção agropecuária, o principal fator de produção são os recursos naturais. Estas peculiaridades da empresa rural submetem aos empresários rurais um risco muito maior que outras atividades econômicas, sendo essencial a compreensão desta realidade em suas análises. a) A atividade agrícola é muito dependente das condições climáticas; por isso não há produção em certas épocas do ano (sazonalidade) e, de ano para ano, a produção e produtividade podem variar muito; O termo sazonalidade está relacionado com as estações do ano, primavera, ve- rão, outono e inverno, ou seja, se repetem sempre em determinada época, po- dendo ser a produção, o consumo e a comercialização. Para entender melhor sobre a sazonalidade no setor agrícola, acesse artigo, disponível no QRcode. conecte-se https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/6931 U N IC ES U M A R 47 Os recursos produtivos, também chamados de fatores de produção, são os com- ponentes utilizados ou combinados nos processos de produção de um produto ou serviço para atender uma necessidade humana. Estes recursos normalmente são classificados como Terra, capital e trabalho, porém nós gestores de agronegócio podemos classificá-los como: 2 RECURSOS PRODUTIVOS U N ID A D E 2 48 São todos os fatores de produção origi- nários da natureza e podem ser classi- ficados em renováveis e não renováveis, de acordo com sua possibilidade de reposição, quando de sua exaustão; re- curso este classificado pelos administra- dores de empresa como Terra. Perceba! Escrito com letra maiúscula, definindo o planeta Terra. É todo o esforço físico ou mental, utilizado pelo homem na produção de um bem ou serviço, podendo ser classificado em qualificado, semi- qualificado e não qualificado, de acordo com sua especialização técnica. É classificado como tra- balho pelos administradores de empresas. RECURSO HUMANO RECURSO NATURAL U N IC ES U M A R 49 RECURSO CAPITAL São bens materiais que são utilizados em um ou mais ciclos produtivos, e que tem como objetivo servir à produção de algum bem econômico, ou seja, produzir novas riquezas, e podem ser classificados em: ■ Capital fixo, estável ou imobilizado: são aqueles bens que servem à produção por mais de um ciclo produtivo, tais como: instalação, animais de produção, máquinas e equipamentos, dentre outros. ■ Capital de giro ou circulante: são aqueles bens que servem apenas durante um ciclo produtivo, desaparecendo com o primeiro uso, tais como: sementes, fertilizantes e rações, dentre outros. RECURSO TÉCNICO É todo o know-how (conhecimento/sabedoria) técnico, gerencial, administrativo e cultural dominado pelos recursos humanos, associado aos meios físicos dispo- níveis. A maioria dos autores considera este fator como componente dos recursos humanos, haja vista sua estreita relação com o homem, sendo característica do esforço mental realizado para cumprir as funções básicas de administração, quais sejam: planejamento, organização, direção e controle, ou com o recurso capital, pois normalmente para aquisição da tecnologia há dispêndio financeiro. U N ID A D E 2 50 Como em qualquer empresa, tradicionalmente temos os recursos e fatores de produção divididos em Terra (T), Capital (K) e Trabalho (t), porém nesta abor- dagem consideramos cinco fatores de produção: a Terra como recurso natural, o capital sendo subdividido em capital e recursos tecnológicos e o trabalho, ou seja, o recurso humano, porém com uma atenção especial para a capacidade destes recursos humanos em se organizar, seguir regras e se relacionar. RECURSO SOCIAL – Também denominado capital social, é entendido como a cola invisível que mantém a coesão social; tem sido me- dido por meio de três indicadores: a confiança entre as pessoas, capacidade de se organizar e o grau de civismo da população, portanto, estreitamente rela- cionado aos recursos humanos. U N IC ES U M A R 51 Toda e qualquer empresa, inclusive a empresa rural, está inserida em um ambiente onde influencia e é influenciada por este. Estas influências impactam direta ou indiretamente os resultados das empresas, podendo ser positivos ou negativos. O ambiente geral, ou ambiente externo, é constituído de várias organizações sociais, de outras empresas, governo, bancos, ou seja, toda a sociedade, e agora com o mundo globalizado, o mundo inteiro. Assim, representa todo o universo onde as empresas buscam os insumos para os seus negócios, ou seja, a produção de bens e serviços. Também identificado como macroambiente pelos economistas, este ambiente geral possui um conjunto amplo e complexo de fatores que impactam o negócio de todas as empresas. Embora neste ambiente geral existam milhares de orga- nizações sociais, as empresas efetuam contato direto, às vezes até diariamente e com mais efetividade, apenas com um conjunto de empresas ou organizações, ambiente este denominado ambiente tarefa ou ambiente operacional, pois com estas empresas que elas fazem transações. Alguns economistas denominam este ambiente de microambiente. Temos ainda o ambiente interno da empresa, composto de todos os recursos, ou fatores de produção que o proprietário possui domínio, sendo que alguns foram adquiridos no ambiente tarefa, como, por exemplo, os colaboradores in- ternos, ou seja, os recursos humanos. 3 A EMPRESA RURAL E SEU AMBIENTE U N ID A D E 2 52 Para uma melhor compreensão sobre a análise do ambiente interno e externo, reveja em nossa primeira unidade a ferramenta do SWOT, muito utilizada para
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