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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DO TRAIRI GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA KATIA MARIA PEREIRA EFEITO DA CRIOTERAPIA NA PROPRIOCEPÇÃO DOS MÚSCULOS DO ASSOALHO PÉLVICO EM MULHERES COM INCONTINÊNCIA URINÁRIA DE ESFORÇO – RECORTE DE UM ENSAIO CLÍNICO RANDOMIZADO CONTROLADO SANTA CRUZ- RN 2022 KATIA MARIA PEREIRA EFEITO DA CRIOTERAPIA NA PROPRIOCEPÇÃO DOS MÚSCULOS DO ASSOALHO PÉLVICO EM MULHERES COM INCONTINÊNCIA URINÁRIA DE ESFORÇO – RECORTE DE UM ENSAIO CLÍNICO RANDOMIZADO CONTROLADO Artigo Científico apresentado a Faculdade de Ciências da Saúde do Trairi da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Fisioterapia. Orientadora: Prof.ª Dra. Grasiela Nascimento Correia. SANTA CRUZ – RN 2022 Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN Sistema de Bibliotecas - SISBI Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial da Faculdade de Ciências da Saúde do Trairi - FACISA - Santa Cruz Pereira, Katia Maria. Efeito da crioterapia na propriocepção dos músculos do assoalho pélvico em mulheres com incontinência urinária de esforço - recorte de um ensaio clínico randomizado controlado / Katia Maria Pereira. - 2022. 43 f.: il. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Faculdade de Ciências da Saúde do Trairi, Graduação em Fisioterapia. Santa Cruz, RN, 2022. Orientadora: Grasiela Nascimento Correia. 1. Incontinência Urinária - Trabalho de Conclusão de Curso. 2. Crioterapia - Trabalho de Conclusão de Curso. 3. Propriocepção - Trabalho de Conclusão de Curso. 4. Assoalho Pélvico - Trabalho de Conclusão de Curso. I. Correia, Grasiela Nascimento. II. Título. RN/UF/FACISA CDU 616.62-008.22 Elaborado por Joyanne de Souza Medeiros - CRB-15/533 KATIA MARIA PEREIRA EFEITO DA CRIOTERAPIA NA PROPRIOCEPÇÃO DOS MÚSCULOS DO ASSOALHO PÉLVICO EM MULHERES COM INCONTINÊNCIA URINÁRIA DE ESFORÇO – RECORTE DE UM ENSAIO CLÍNICO RANDOMIZADO CONTROLADO Artigo Científico apresentado a Faculdade de Ciências da Saúde do Trairi da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Fisioterapia. Aprovado em: 18 de abril de 2022. BANCA EXAMINADORA _______________________________________________ Grasiela Nascimento Correia – Orientadora Universidade Federal do Rio Grande do Norte _______________________________________________ Érica de Freitas Martins– Membro da banca Universidade Federal do Rio Grande do Norte _______________________________________________ Jaine Maria de Pontes Oliveira – Membro da banca Universidade Federal do Rio Grande do Norte A minha mãe, por nunca ter medido esforços para que eu pudesse ao longo dos anos concluir minha graduação. AGRADECIMENTOS A Deus e a Santa Rita, pela minha vida, e por me permitir ultrapassar todos os obstáculos encontrados ao longo da realização da minha graduação. A minha mãe e irmã, que me incentivaram nos momentos difíceis e compreenderam a minha ausência enquanto eu me dedicava à realização deste curso. A minha amiga Richelier Oliveira e família, pela amizade, companheirismo, por tudo que fizeram por mim durante esses anos. Aos meus familiares que mesmo distantes me deram todo o apoio e ajuda. Aos meus amigos de curso, com quem convivi intensamente durante os últimos anos, pela amizade incondicional, pelo apoio e pela troca de experiências que me permitiram crescer não só como pessoa, mas também como profissional. A minha orientadora pela amizade e por todas as oportunidades de participação em projetos, que me ajudaram e somaram grandiosamente a minha jornada acadêmica. Aos demais professores, por todos os conselhos, pela ajuda e pela paciência com a qual guiaram o meu aprendizado. A todos aqueles que contribuíram, de alguma forma, para a conclusão do meu curso, sejam pacientes, preceptores, membros desta banca e demais funcionários da FACISA. Um agradecimento em especial a Romário Nóbrega, pela grandiosa ajuda, por ter dedicado um pouco do seu tempo e do seu conhecimento ao meu favor. Aos meus companheiros de condomínio pelo companheirismo, pela cumplicidade e pelo apoio em todos os momentos. E por fim, meus sinceros agradecimentos à todas as voluntárias participantes do estudo, pelo fornecimento de dados que foram fundamentais para o desenvolvimento da pesquisa que possibilitou a realização deste trabalho. Efeito da crioterapia na propriocepção dos músculos do assoalho pélvico em mulheres com incontinência urinária de esforço – recorte de um ensaio clínico randomizado controlado Katia Maria Pereira 1 Resumo: Introdução: Incontinência urinária (IU) é definida pela sociedade internacional de continência, como a perda involuntária de urina. É uma condição que afeta pelo mundo milhares de pessoas, e a prevalência aumenta com o avançar da idade. Existem três tipos de IU, de esforço (IUE), urgência (IUU) e mista (IUM). Objetivo: Avaliar o efeito da crioterapia na propriocepção dos músculos do assoalho pélvico (MAP’s) de mulheres com incontinência urinária de esforço (IUE). Métodos: Recorte pertencente a um ensaio clínico randomizado controlado realizado na Faculdade de Ciências da Saúde do Trairi. Na avaliação inicial foi realizada primeiramente a anamnese, em seguida foram aplicados os questionários Incontinence Severity Index Questionnaire - ISI-Q, o King’s Health Questionaire (KHQ), o teste do absorvente de uma hora e pôr fim a avaliação da função e pressão da contração voluntária máxima dos MAP’s. Após 48 horas as voluntárias foram randomizadas e divididas em Grupo Crioterapia (GC) e Grupo Manometria (GM) e aplicadas as intervenções. Resultados: Quanto aos resultados da comparação intragrupo do GC houve um aumento em todas as etapas do PERFECT (p<0,004) e na segunda medida da manometria após o protocolo de intervenção (p<0,032). Entretanto a análise intragrupo do GM apenas a etapa Power (<0,023) do PERFECT e a primeira medida da manometria (<0,015) apresentou aumento significativo após a intervenção. Na análise intergrupo pré e pós-intervenção, não houve diferença significativa. Conclusão: Observou-se melhora na função e pressão de contração dos MAP’s no GC, entretanto não houve diferença intergrupo. Palavras-chave: Incontinência Urinária. Crioterapia. Propriocepção. Fisioterapia. Assoalho Pélvico. 1 Graduanda do curso de Fisioterapia da Faculdade de Ciências da Saúde do Trairi, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, FACISA/UFRN. Effect of cryotherapy on pelvic floor muscle proprioception in women with stress urinary incontinence – an excerpt from a randomized controlled clinical trial Katia Maria Pereira Abstract: Introduction: Urinary incontinence (UI) is defined by the International Continence Society as the involuntary loss of urine. It is a condition that affects thousands of people worldwide, and the prevalence increases with advancing age. There are three types of UI, stress (SUI), urgency (UIU) and mixed (MUI). Objective: To evaluate the effect of cryotherapy on the proprioception of the pelvic floor muscles (PFM's) in women with stress urinary incontinence (SUI). Methods: Clipping belonging to a randomized controlled clinical trial carried out at the Faculty ofHealth Sciences of Trairi. In the initial evaluation, the anamnesis was performed first, then the Incontinence Severity Index Questionnaire - ISI-Q, the King's Health Questionnaire (KHQ), the one-hour tampon test and ending the evaluation of the function and pressure of contraction maximum volunteer of the MAP's. After 48 hours, the volunteers were randomized and divided into Cryotherapy Group (CG) and Manometry Group (GM) and the interventions were applied. Results: Regarding the results of the intragroup comparison of the CG, there was an increase in all stages of PERFECT (p<0.004) and in the second measurement of manometry after the intervention protocol (p<0.032). However, the intragroup analysis of the GM only the Power stage (<0.023) of PERFECT and the first measurement of manometry (<0.015) showed a significant increase after the intervention. In the pre- and post-intervention intergroup analysis, there was no significant difference. Conclusion: There was an improvement in the function and contraction pressure of the PFMs in the CG, however there was no intergroup difference. Keywords: Urinary Incontinence. Cryotherapy. Proprioception. Physiotherapy. Pelvic Floor. LISTA DE TABELAS Tabela 1. Características pessoais e sociodemográficas, comorbidades e hábitos de vida ........................................................................................................................... 20 Tabela 2. Teste do absorvente em 1hora e escala ISI-Q ......................................... 20 Tabela 3. Análises intragrupo e intergrupo segundo o esquema PERFECT de avaliação funcional subjetiva do assoalho pélvico e Manometria ............................ 21 LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 Gelo em formato cilíndrico recoberto com gaze e preservativo masculino para aplicação da crioterapia na cavidade vaginal........................................................................................... 18 Figura 2 Fluxograma da amostra selecionada, incluída e analisada após intervenção. .................................................................................. 19 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 11 2 JUSTIFICATIVA ..................................................................................................... 14 3 OBJETIVOS ........................................................................................................... 14 3.1 OBJETIVO GERAL ........................................................................................................ 14 3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .......................................................................................... 14 4 HIPÓTESES ........................................................................................................... 14 4.1 HIPÓTESE NULA .......................................................................................................... 14 4.2 HIPÓTESE ALTERNATIVA ........................................................................................... 14 5 MÉTODOS ............................................................................................................. 15 5.1 AVALIAÇÃO INICIAL ..................................................................................................... 15 5.2 INTERVENÇÃO ............................................................................................................. 17 5.3 REAVALIAÇÃO ............................................................................................................. 18 5.4 Análises de Dados ......................................................................................................... 18 6 RESULTADOS ....................................................................................................... 19 7 Discussão ............................................................................................................. 22 8 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 24 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 25 apêndices ................................................................................................................. 31 APêNDICE A – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO – (TCLE) ......... 32 Apêndice b – FICHA DE ANAMNESE ................................................................................. 34 anexos ...................................................................................................................... 40 Anexo A - INCONTINENCE SEVERITY INDEX QUESTIONNAIRE (ISI-Q) ......................... 41 Anexo b – ESCALA MODIFICADA DE OXFORD ................................................................ 42 11 1 INTRODUÇÃO A incontinência urinária (IU), definida pela International Continence Society (ICS) como a queixa de perda involuntária de urina (D’ANCONA, et al., 2019, HAYLEN et al., 2010), é uma condição que afeta pelo mundo milhares de pessoas, aproximadamente 50% das mulheres adultas, a prevalência aumenta com o avançar da idade, afetando de 10% a 20% de todas as mulheres e até 77% das mulheres idosas (MONTI et al., 2021). A prevalência relatada de IU nessa população varia amplamente em diferentes estudos devido ao uso de diferentes definições, à heterogeneidade dos estudos, e a procedimentos de amostragem populacional, sendo as taxas de prevalência ainda mais altas nos idosos institucionalizados (MILSOM & GYHAGEN 2019). Existem vários tipos de IU, dentre eles podemos citar: A IU de urgência (IUU) que é a queixa de perda involuntária de urina associado à urgência miccional; IU de esforço (IUE) forma mais prevalente, caracterizada por perda involuntária de urina em esforço, ocorre pelo aumento da pressão intra-abdominal, por atividades esportivas, espirros ou tosse, e a IU mista (IUM) relato de perda involuntária de urina associada à urgência bem como ao esforço (D’ANCONA, et al., 2019, HAYLEN et al., 2010). A IU tem grande impacto negativo na economia dos indivíduos e na sua qualidade de vida (KHARAJI et al., 2019) Estudos verificaram que mulheres de diferentes faixas etárias, escolaridade e paridade, apresentam dificuldade na contração dos músculos do assoalho pélvico (MAP’s) (UECHI et al., 2019, CACCIARI et al., 2019). 30% a 45% das mulheres na população em geral são incapazes de contrair os MAP’s, mesmo com estímulo verbal, e algumas destas utilizam a contração de músculos abdominais e/ou glúteos quando pretendem contrair os MAP’s indicando a falta de coordenação motora (VIEIRA et al., 2019, BØ et al., 2015, THOMPSON et al., 2006). Propriocepção é sensorial e consiste na capacidade que o corpo tem de detectar em que posição se encontra com a finalidade de manter o equilíbrio quando parado, em movimento ou aos esforços, é depende de neurônios mecanossensoriais distribuídos por todo o corpo e tem papel fundamental na coordenação do movimento (TUTHILL et al., 2018). Uma função importante da coordenação motora é o tempo de 12 contração, que nesses casos é afetado devido à falta de propriocepção (KHARAJI et al., 2019) Diante da grande porcentagem de mulheres, mesmo jovens, que são incapazes de contrair corretamente os MAP’s (RIETJENS et al., 2016, PINHEIRO et al., 2012), podemos perceber a importância de um tratamento para melhorar a conscientização e propriocepção dessa musculatura, visto que a incoordenação também é uma das causas de IU e de outras disfunções do assoalho pélvico (RIETJENS et al., 2016, ALMEIDA et al., 2011). Desde 2005, a ICS indicou a fisioterapia como tratamento de primeira linha paraa IU, devido à sua alta efetividade, baixos custos e riscos (FITZ et al., 2012, ICS 2005), sendo que o treinamento dos MAP’s supervisionado por fisioterapeuta representa a primeira escolha no tratamento da IUE e IUM (WIEDEMANN et al., 2020). O tratamento fisioterapêutico para a IU inclui diversas técnicas como o uso de cones vaginais, estimulação magnética, estimulação elétrica, a terapia com placas vibratórias (WIEDEMANN et al., 2020), além do treinamento dos MAP’s, associado com equipamentos de biofeedback registrando a atividade muscular e fornecendo informações sobre a qualidade das atividades de movimento (CHMIELEWSKA et al., 2019) em pacientes que apresentam dificuldade para realizar a contração dos MAP’s. A literatura atual evidencia tratamentos indicados para ganho de propriocepção dos MAP’s, porém essas técnicas possuem algumas desvantagens (SILVA et al., 2014). A eletroestimulação demonstra resultados promissores reeducando os MAP’s, mas ainda precisa ser associada a um tratamento conservador (SILVA et al., 2014, SANTOS 2009, BERNARDES 2000). Além disso, essa técnica é onerosa, pois necessita de um equipamento específico e eletrodos intravaginais que necessitam de esterilização, o que pode encarecer o procedimento, e se comparada a outras terapêuticas empregadas na reeducação do assoalho pélvico, não mostra ser tão eficaz (COSTA et al., 2012, ALVES et al., 2011). Os manômetros são outros equipamentos utilizados no tratamento das disfunções dos músculos do assoalho pélvico (DMAP), entretanto este tratamento apresenta a desvantagem que as variações da pressão intra-abdominal podem interferir na medida da pressão de contração dos MAP’s (CACCIARI et al., 2019, PESCHERS et al., 2001). A eletromiografia de superfície (EMG) é utilizada de forma ampla na avaliação da função neuromuscular dos MAP’s como uma ferramenta de biofeedback com 13 muitas opções disponíveis para comercialização, tendo uma limitação particularmente relevante, a anatomia do assoalho pélvico, que é uma estrutura complexa composta por múltiplas inervações, várias camadas e inserções musculares (CACCIARI et al., 2019, BØ et al., 2017, ASHTON-MILLER e DELANCEY, 2007, CESCON et al., 2008). Dentre os diversos recursos utilizados pela fisioterapia, a crioterapia se destaca por ser um método não invasivo, de fácil aplicação, baixo custo, com poucos efeitos colaterais ou contraindicações (KENTARO et al., 2019), possuindo vários métodos de aplicação, dentre eles a crioterapia local, para esfriar rapidamente a temperatura da pele, induzindo vasoconstrição e analgesia (PERES et al., 2017). É importante ressaltar que a crioterapia é uma técnica muito usada por sua versatilidade. Estudos (GONÇALVES et al., 2019, FRANCISCO et al., 2018, SENOL & ASLA 2017) referem que a técnica é bastante utilizada na região perineal, principalmente no pós parto, uma vez que a aplicação de gelo reduz a temperatura local, causando efeito anti-inflamatório e consequentemente redução do edema e analgesia pela parestesia das fibras nervosas periféricas. Porém, até o momento, o uso da crioterapia na região dos MAP’s com a finalidade de melhorar a propriocepção dessa musculatura é desconhecido. Em busca de tratamentos com menor custo, este estudo propõe a utilização da crioterapia para estimular a propriocepção dos MAP’s, visto que a exposição ao frio estimula os mecanismos para conservação de calor que induzem imediatamente a vasoconstrição periférica (MORRISON et al., 2019), promovendo assim aumento do fluxo nas veias profundas, ao mesmo tempo ocorre a atuação de hormônios (norepinefrina, epinefrina e tiroxina) fazendo com que ocorra o processo de termogênese pelo aumento da atividade muscular através do tremor (WILLMORE & COSTILL 2001, HESSELBERG et al., 1995). Por meio destes mecanismos fisiológicos da resposta ao frio, criou-se a hipótese de que a crioterapia quando utilizada na região intravaginal pode contribuir para o ganho de propriocepção dos MAP’s de mulheres com IUE por meio da contração involuntária desta musculatura provocada pelo tremor. Dessa forma, a pergunta problema da respectiva pesquisa é: Quais os efeitos da crioterapia na propriocepção dos músculos do assoalho pélvico em mulheres com Incontinência Urinária de Esforço? 14 2 JUSTIFICATIVA Estudos mostram que mulheres com disfunções no assoalho pélvico, apresentam dificuldade em contrair corretamente esse grupo muscular. O tratamento fisioterapêutico é definido pela Sociedade Internacional de Continência (ICS), como padrão ouro em termos de reabilitação dessa musculatura. O comprometimento proprioceptivo pode tornar a terapia ineficaz. Sabendo das propriedades da aplicação da crioterapia, por ser um método de fácil acesso e baixo custo, e pela escassez de trabalhos relacionados a essa temática, portanto, faz-se necessário mais estudos com o tema, tanto para oferecer um tratamento eficaz com uma técnica acessível para as mulheres incontinentes, quanto para contribuir com a produção científica dessa área. 3 OBJETIVOS 3.1 OBJETIVO GERAL Avaliar o efeito da crioterapia na propriocepção dos músculos do assoalho pélvico em mulheres com Incontinência Urinária de Esforço. 3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ● Caracterizar as mulheres quanto as variáveis sócio demográficas e clínicas; ● Comparar a propriocepção e pressão da contração, bem como a função dos MAP’s em mulheres com incontinência urinária de esforço antes e após a aplicação da crioterapia; ● Correlacionar a severidade da IU com a Função e Pressão dos MAP’s 4 HIPÓTESES 4.1 HIPÓTESE NULA A crioterapia quando utilizada na região intravaginal não contribui para a melhora da propriocepção dos MAP’s em mulheres com IUE. 4.2 HIPÓTESE ALTERNATIVA A crioterapia quando utilizada na região intravaginal contribui para a melhora da propriocepção dos MAP’s em mulheres com IUE. 15 5 MÉTODOS Trata-se de um recorte pertencente a um ensaio clínico randomizado controlado realizado na Clínica Escola da Faculdade de Ciências da Saúde do Trairi, com início em junho de 2018 e término em fevereiro 2020. Seguindo as diretrizes para ensaios randomizados do CONSORT (SCHULZ et al. 2010). O presente estudo foi submetido e aprovado pelo comitê de ética da Faculdade de Ciências da Saúde do Trairi – Universidade Federal do Rio Grande do Norte (FACISA-UFRN), CAAE: 84941418.5.0000.5568. Cadastrado na plataforma de Registro Brasileiro de Ensaios Clínicos (ReBEC), com o código rastreador primário: RBR-5qkm8k. Após aprovação do comitê de ética, as voluntárias foram captadas por meio de divulgação de panfletos em academias, estúdios de dança, por meio de divulgação na rádio local, e nos projetos de extensão que são realizados na própria faculdade. Os critérios de inclusão foram: Assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Apêndice A), mulheres com mais de 35 anos, com queixa de IUE e que não realizaram tratamento fisioterapêutico para IU. Para exclusão foram adotados os seguintes critérios: Mulheres obesas com IMC acima de 35 kg/m² (JEFFREYS et al., 2003; CALLE et al., 1999; WHO, 2010), alergia a látex e/ou ao gelo, infecção urinária ou vaginal no momento da avaliação; prolapso de órgãos pélvicos maior que grau II (MOSTWIN et al., 2005); desordens cognitivas e neurológicas; hipertensão arterial descontrolada; incapacidade de realizar a avaliação e que faziam uso de terapia de reposição hormonal (BØ, 1998; BADEN e WALKER 1972; PARKKINEN et al., 2004; URDAN, 2005). 5.1 AVALIAÇÃO INICIAL A avaliação inicial durou cerca de uma hora e trinta minutos sendo realizada por um único terapeuta. Primeiramente foi realizada a anamnese composta de informações do histórico ginecológico, obstétrico e urológico (Apêndice B), em seguida foi aplicado o questionário Incontinence Severity Index Questionnaire - ISI-Q(SANDVIK, 1993) (Anexo A), o King’s Health Questionaire (KHQ), após o teste do absorvente de uma hora e pôr fim foi realizada a avaliação da função e pressão da contração voluntária máxima dos MAP’s. O ISI é um instrumento sucinto, desenvolvido por Sandvik et al. (1993) traduzido e validado para o português por Pereira et al. (2011). Este questionário é composto 16 por duas questões a respeito da frequência e quantidade da perda urinária (SANDVIK et al., 1993; FELDNER et al., 2002). A primeira pergunta é “Com qual frequência você apresenta perda de urina?” e a pontuação da resposta varia de 1 a 4. A segunda questão é “Qual quantidade de urina você perde cada vez?” e a pontuação varia de 1 a 3. O escore final deste questionário é obtido a partir da multiplicação dos escores da frequência pela quantidade da perda urinária, isso possibilita que a IU seja classificada em leve (escore final 1-2), moderada (escore final 3-6), grave (escore final 8-9) ou muito grave (escore final 10-12) (PEREIRA et al., 2011). O teste do absorvente de 1 hora avalia a perda urinária de forma objetiva e quantitativa, é um teste de curta e fácil aplicação, foi utilizado para quantificar a perda de urina nas voluntárias durante 1 hora (PAICK et al., 2005, PEREIRA et al., 2011). Para sua aplicação as voluntárias foram instruídas a ingerir 500 ml de água durante 15 minutos e colocar um absorvente higiênico (malha suave, para fluxo moderado e intenso, marca Carrefour), que foi previamente pesado em balança de precisão (marca BEL, modelo 33 S5201). Após 30 minutos a participante foi orientada obedecer aos seguintes comandos: Caminhar, subir e descer escadas e rampas durante 10 minutos; sentar-se e levantar da cadeira por dez vezes; tossir dez vezes; correr sem sair do lugar por 1 minuto; agachar para pegar um objeto no chão por cinco vezes e lavar as mãos em água corrente por 1 minuto. Ao completar-se 1 hora, a paciente retira o absorvente para pesagem e registro do valor final (ABRAMS et al., 2002). Uma perda de urina abaixo de 1 g é considerada normal, já a incontinência leve é definida pela perda de 1 a 10 g, a moderada de 11 a 50 g e a grave perdas maiores de 50 g (THEISSEN et al., 2019, HAHN et al.1991, KRALJ 1989) Na avaliação funcional do assoalho pélvico, foi realizada a palpação vaginal bidigital no qual aplicou-se o esquema PERFECT (BØ et al., 1992) e foi utilizada a Escala Modificada de Oxford (LAYCOCK; JERWOOD, 2001) (Anexo B). O esquema PERFECT avalia indiretamente a força muscular, a manutenção da contração, repetição das contrações mantidas, e o número de contrações rápidas. A voluntária foi orientada a ficar na posição supina com 45º de flexão de quadril e joelho, em seguida a avaliadora introduziu dois dedos até um terço distal do canal vaginal, e orientou a contração voluntária máxima dos MAP’s por meio do comando verbal “contraia os músculos da vagina como se você fosse segurar a urina”. No Power, a voluntária foi orientada a contrair os MAP’s o mais forte possível, logo após, na fase de Endurance foi solicitado uma contração dos MAP’s com maior força e durante o 17 maior tempo possível, em seguida realizado a etapa das Repetitions com sucessivas contrações com o máximo de tempo e força da etapa anterior, e finalizado com o Fast com contrações rápidas dos MAP’s. Para avaliar a pressão de contração máxima dos MAP’s foi utilizado o equipamento Quark - Perina Biofeedback, (Com graduação de 0-48 cmH20, Piracicaba - Brasil). O probe do aparelho foi recoberto com um preservativo masculino (Preservativo não lubrificado Ginec. Madeitex), em seguida introduzido 3,5cm na cavidade vaginal e calibrado. Posteriormente, as participantes recebiam comando verbal para realização de duas contrações máximas de três segundos dos MAP’s. As participantes também eram orientadas a evitar a contração abdominal, glútea e de adutores de quadril durante a contração dos MAP’s, para que fosse possível isolar e verificar somente a contração dessa musculatura. O pico das três contrações foi usado na análise deste estudo. A aplicação das intervenções e a reavaliação tinha duração de aproximadamente 15 minutos. O processo de randomização e aplicação das intervenções foi efetuado por outros dois pesquisadores de forma sigilosa, com a finalidade de impedir que o avaliador tivesse conhecimento da intervenção que a voluntária foi submetida. 5.2 INTERVENÇÃO Após 48 horas da avaliação inicial as voluntárias foram randomizadas com auxílio do site randomization.com com a finalidade de diminuir o efeito do aprendizado durante a intervenção. 17 voluntárias iniciaram a intervenção no Grupo Crioterapia (GC) e após dois dias fizeram parte do Grupo Manometria (GM), e 16 voluntárias iniciaram no GM, e depois de dois dias realização a intervenção no GC. No GC, a voluntária era posicionada na posição supina, com 45º de flexão de quadril e joelho. Em seguida, a crioterapia era aplicada com um gelo no formato cilíndrico, com um perímetro de 10,5 centímetros, envolto por um saco de plástico, a peça de gelo era medida com auxílio de uma régua e recebia uma marcação no décimo centímetro (cm), de forma que fosse introduzido apenas até a marcação. Em seguida o gelo era envolto em uma camada de gaze, um preservativo masculino e uma camada de gel condutor (Figura 1), após a preparação o gelo era introduzido no canal vaginal por 40 segundos. O tempo de permanência do gelo no canal vaginal foi 18 de 40 segundos baseado em um estudo anterior de Charkoudian et al. (2003) em que relataram que em três minutos ocorrem arrepios/tremores e contrações musculares involuntárias. Figura 1 - Gelo em formato cilíndrico recoberto com gaze e preservativo masculino para aplicação da crioterapia na cavidade vaginal. Fonte: Autoria própria. No GM, a posição adotada pelas voluntárias foi similar à intervenção do GC, entretanto o estímulo proprioceptivo foi realizado por meio da introdução do probe vaginal do manômetro sem a insuflação e sem o biofeedback visual proporcionado pela escala de luzes do equipamento, por 40 segundos com finalidade de promover um estímulo local, mas sem efeito térmico. É importante ressaltar que manometria foi utilizada como uma intervenção controle para as voluntárias do presente estudo. 5.3 REAVALIAÇÃO Após o protocolo de intervenção de ambos os grupos, no momento do atendimento, foi realizado uma reavaliação da função dos MAP’s, manometria e a contração voluntária máxima dos MAP’s, seguindo o mesmo protocolo da avaliação inicial. 5.4 ANÁLISES DE DADOS A análise estatística foi realizada considerando 33 intervenções no GC e 33 intervenções no GM. O poder da amostra foi calculado usando Gpower software version 3.1.9.2, e para a amostra de 33 indivíduos em cada grupo foi detectado um 19 poder de 64%. Dados quantitativos apresentados estão em média e desvio padrão. O Teste de Shapiro–Wilk evidenciou uma distribuição não paramétrica dos dados, o teste de Wilcoxon foi utilizado para a análise intragrupo, o teste de Mann-Whitney em análises intergrupo, e o teste de Spearman para analisar possíveis correlações. O nível de significância adotado foi de 5%. 6 RESULTADOS Das 46 mulheres que iniciaram o tratamento, 09 não deram continuidade ao protocolo após a avaliação e 04 foram excluídas após a avaliação inicial por apresentarem prolapso grau III. Assim, 33 mulheres completaram o protocolo de tratamento e foram incluídas neste estudo. Figura 2 - Fluxograma da amostra selecionada, incluída e analisada. A Tabela 1 apresenta as características demográficas, antropométricas, obstétricas, ginecológicas e urológicas das participantes. A média de idade das participantes foi de 45,87±10,22, o Índice de Massa Corporal (IMC) de 28,31 kg/m2. Em relação aos dados obstétricos houve um maiornúmero de partos via vaginal (2,03±1,01). A frequência miccional apresentou uma média 6,57±1,85 vezes durante o dia. 20 Tabela 1 - Características pessoais e sociodemográficas, comorbidades e hábitos de vida. Variável Média±DP Idade (Anos) 45,87±10,22 IMC (Kg/m2) 28,31±4,47 Menarca (Anos) 13,06±1,96 Partos (n) 2,39±1,28 Via Cesária 1,45±1,17 Via Vaginal 2,03±1,01 Uso De Fórceps (n) 0,24±0,43 Episiotomia (n) 0,90±0,97 Aborto (n) 0,42±0,86 Sexarca (Idade) 19,36±2,96 Frequência Miccional (n) 6,57±1,85 Legenda: DP= desvio padrão; kg: quilograma; m2: metro quadrado. Fonte: Autoria própria. De acordo com o escore final do ISI-Q, as participantes apresentavam IU moderada (4,75±2,31). O teste do absorvente de 1 hora apresentou média de 1,15±2,38g, pelo escore do teste, as pacientes apresentavam uma perda de urina leve. (Tabela 2). Tabela 2 - Teste do absorvente em 1hora e escala ISI-Q. Variável Média±DP ISI Domínio Frequência 2,78±0,99 ISI Domínio Quantidade 1,78±0,57 ISI Domínio Total 4,75±2,31 Teste do absorvente de 1 hora (g) 1,15±2,38 Legenda: g= grama; DP: desvio padrão. Fonte: Autoria própria. Quanto aos resultados da comparação intragrupo do GC houve um aumento em todas as etapas do PERFECT (p<0,004) e na segunda medida da manometria após o protocolo de intervenção (p<0,032). Entretanto a análise intragrupo do GM apenas a etapa Power (<0,023) do PERFECT e a primeira medida da manometria (<0,015) apresentou aumento significativo após a intervenção. Na análise intergrupo pré e pós-intervenção, não houve diferença significativa (Tabela 3). Tabela 3 - Análises intragrupo e intergrupo segundo o esquema PERFECT de avaliação funcional subjetiva do assoalho pélvico e Manometria Grupo crioterapia Grupo manometria Valor de p intergrupo Pré- Intervenção Média ± DP Pós- Intervenção Média ± DP p intragrupo Pré- Intervenção Média ± DP Pós- Intervenção Média ± DP p intragrupo Pré- Intervenção Média ± DP Pós- Intervenção Média ± DP Power 2,33±1,08 2,81±1,23 <0,001* 2,42±1,14 2,66±1,21 0,023* 0,851 0,824 Endurance 2,33±2,01 3,24±2,18 <0,001* 2,39±1,73 2,51±2,00 0,605 0,754 0,168 Repetitions 1,81±1,62 2,60±1,85 <0,009* 1,97±1,68 2,42±2,09 0,096 0,723 0,630 Fast 3,06±2,20 3,93±2,63 <0,004* 3,09±2,40 3,51±2,37 0,184 0,891 0,598 1ª Medida Manometria 21,94±22,27 24,55±23,48 0,085 20,61±21,17 25,85±23,66 0,015* 0,984 0,876 2ª Medida Manometria 25,03±23,44 29,52±24,44 0,032* 22,30±22,37 24,24±23,68 0,647 0,689 0,371 Dados quantitativos apresentados em média e desvio padrão; Legendas: Power= força; Endurance= resistência; Repetitions = repetições; Fast= rapidez; * = p ≤ 0,05. Fonte: Autoria própria. 7 DISCUSSÃO Esse estudo trouxe duas terapias que tem como objetivo melhorar a propriocepção dos MAP’s em mulheres com IUE. Foi observado que após a intervenção com a crioterapia as participantes apresentaram melhora nos resultados da função e na contração voluntária máxima dos MAP’s. Entretanto, na análise intergrupo, não foi demonstrado diferença entre os dois métodos de intervenção. Assim, este estudo preliminar indica que a crioterapia pode ser um método aplicável e eficaz nesta população, com resultado similar a um método já utilizado em mulheres com IUE por promover a melhora na função e contração voluntária máxima dos MAP’s. Aproximadamente de 30% a 45% das mulheres da população em geral são incapazes de contrair os MAP’s mesmo com estímulo verbal (VIEIRA et al. 2019, BØ et al. 2017, THOMPSON et al. 2006), diante dessa porcentagem, podemos perceber a importância de um tratamento para melhorar a conscientização e propriocepção dessa musculatura. Nas DMAP a avaliação ainda está muito voltada para a força (VIEIRA et al. 2019), porém, o estudo de Vieira et al (2019) concluiu que além da força e resistência, o tônus, controle, tempo de reação e a coordenação dos MAP’s também estão associados a ocorrência da IU (VIEIRA et al. 2019). A terapia com biofeedback é amplamente utilizada no tratamento de mulheres com IUE (VAGHAR, 2019). Porém, com objetivo único de estimular os mecanoreceptores na parede vaginal, neste estudo, o probe vaginal foi usado sem a insuflação e as voluntárias não tinham o feedback visual das luzes do equipamento. Já a intervenção com a crioterapia buscou estimular a propriocepção por meio da ativação dos termorreceptores locais, haja vista seu importante papel na coordenação motora da musculatura em questão (KHARAJI et al. 2019). O uso da crioterapia como possível intervenção para melhora da propriocepção se baseia na resposta fisiológica da exposição ao frio, que estimula os mecanismos para conservação de calor que induzem imediatamente a vasoconstrição periférica (MORRISON et al 2019) causando liberação de hormônios e ativando o processo de termogênese através de tremores musculares (WILLMORE & COSTILL 2001, HESSELBERG et al. 1995), facilitando assim a aprendizagem e a realização da contração dos MAP’s. Por se tratar de um método acessível, a crioterapia não exige um aparelho específico, é de baixo custo, e com poucas contraindicações a sua 23 aplicação poderia ser realizada nos mais diferentes serviços inclusive de forma remota. A diferença dos resultados intragrupo do GC quando comparado ao GM segundo a avaliação do esquema PERFECT e manometria, pode ser explicada por essa cascata de eventos da resposta fisiológica do corpo em resposta ao frio, isto porque a ativação muscular por meio da crioterapia auxiliaria no processo de melhora da propriocepção dos MAP’s, e segundo pesquisadores a adição do treinamento proprioceptivo permite melhor representação do movimento desejado, melhorando a resposta motora (WONG et al. 2012) e consequentemente a força muscular (SHAKOOR et al. 2014). Quanto a análise intragrupo do GM, houve um aumento significativo na etapa power do PERFECT e na pressão da contração dos MAP’s durante a primeira avaliação manométrica. Segundo o estudo de Barassi et al (2019) a estimulação dos mecanorreceptores dos MAP’s pode contribuir para a diminuição dos sintomas da IUE, assim, é possível que a intervenção com o probe perineal do presente estudo tenha estimulado receptores mecânicos na região dos MAP’s, influenciando no desfecho da etapa power e na pressão da contração dos MAP’s. Na análise intergrupo não foi observado diferença entre o GM e GC, contudo, durante a análise intragrupo o GC obteve melhor desempenho em todas as variáveis do PERFECT quando comparado com a análise intragrupo do GM. Como ambas as intervenções podem ter estimulado os mecanoreceptores, a crioterapia possivelmente foi superior pois estimulou também os termorreceptores da região. Este é o primeiro protocolo onde se utilizou da crioterapia como estímulo proprioceptivo para tratamento de IUE. Por se tratar de uma intervenção nova e de curto período se faz necessário que outros estudos sejam realizados. Ensaios com maior tamanho amostral, protocolos com maior periodicidade de intervenção, diferentes tempos de aplicação da crioterapia, comparando a aplicação intravaginal com uma crioterapia na superfície perineal, são algumas sugestões de futuros estudos. Além disso, são necessários estudos que verifiquem a resposta deste tratamento em outros tipos de IU. 24 8 CONCLUSÃO O presente estudo teve como objetivo avaliar a crioterapia como intervenção para ganho de propriocepção dos músculos do assoalho pélvico. Trata-se de um estudo pioneiro, inovador e de muita relevância clínica e científica, que utiliza um método acessível, de baixo custo e que não requer esterilização ou manutenção, podendo ser adequado às mais diversas realidades dos serviços de saúde. O estudo demonstrou que a crioterapia melhorou a função e pressão de contração dos MAP’s apósuma única intervenção nas voluntárias incluídas neste estudo, apresentando resultados similares quando comparado com a manometria. A crioterapia na região intravaginal mostra-se um método de fácil aquisição, baixo risco a saúde e que pode ser usado, desde que orientado por profissional capacitado. 25 REFERÊNCIAS ABRAMS, P. et al. The standardisation of terminology in lower urinary tract function: report from the standardisation sub-committee of the International Continence Society. Urology, v. 61, n. 1, pág. 37-49, jan. 2003. ALVES, PGJM; NUNES, FR; GUIRRO, ECO Comparação entre dois diferentes protocolos de estimulação elétrica neuromuscular para o tratamento da incontinência urinária de esforço feminina: um ensaio clínico randomizado. Revista Brasileira de Fisioterapia, v. 15, n. 5, pág. 393-398, fora. 2011. ASHTON-MILLER, James A.; DELANCEY, John O. L. Functional anatomy of the female pelvic floor. Annals of the New York Academy of Sciences, United States, v. 1101, p. 266–296, 2007. DOI: 10.1196/annals.1389.034. 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World Health Organization, 2000. 31 APÊNDICES 32 APÊNDICE A – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO – (TCLE) TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO – TCLE UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DO TRAIRI TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO Você está sendo convidado a participar de um estudo denominado “EFEITOS DA CRIOTERAPIA NA PROPRIOCEPÇÃO DOS MÚSCULOS DO ASSOALHO PÉLVICO EM MULHERES COM INCONTINÊNCIA URINÁRIA: ESTUDO RANDOMIZADO, CEGO E DO TIPO CROSSOVER” que tem como pesquisador responsável ANA ISABELE ANDRADE NEVES, cujos objetivos e justificativas são avaliar a propriocepção dos músculos da pelve em mulheres com incontinência urinária após uso do gelo (introdução na vagina), importante para contribuir com a produção científica na área e sugerir protocolos terapêuticos em saúde da mulher. Sua participação no estudo consistirá em passar por avaliação dos músculos da pelve através da introdução de uma sonda na vagina, responder a dois questionários e uma ficha sobre seu histórico obstétrico e ginecológico, e passar por intervenção com uso do gelo no canal vaginal. Tais atividades terão ao todo duração de uma hora por encontro, e serão necessários três encontros em dias diferentes. Não haverá entrevista, gravação de voz e/ou imagem, nem coleta de material biológico. Todos os procedimentos serão realizados em ambiente adequado e reservado para garantir a privacidade do participante. Da pesquisa a se realizar, pode esperar alguns benefícios, tais como redução dos sintomas da incontinência urinária, melhora na função da musculatura e na qualidade de vida. Por outro lado, existem os possíveis riscos de contaminação por ser um procedimento intravaginal, logo, estes serão minimizados devido ao uso do preservativo e das luvas de procedimento, além de desconfortos durante o uso do gelo e da avaliação vaginal através do toque (usando dois dedos) ou introdução da sonda vaginal, levando-se em conta que é uma pesquisa, e os resultados positivos ou negativos somente serão obtidos após a sua realização. Considerando o risco de rompimento do hímen, não poderão participar da pesquisa mulheres que o tenham preservado. Segundo a Resolução 466/2012, em todo projeto de pesquisa existe riscos, em caso de algum problema que você venha ter relacionado com a pesquisa, você terá o direito a assistência gratuita que será prestada. ASSISTÊNCIA INTEGRAL GRATUITA devido a DANOS DIRETOS/INDIRETOS e IMEDIATOS/TARDIOS pelo TEMPO QUE FOR NECESSÁRIO ao participante da pesquisa, assegurado pelo pesquisador responsável. Durante todo o período da pesquisa você poderá tirar suas dúvidas ligando para ANA ISABELE ANDRADE NEVES. Você tem o direito de recusar a participar ou retirar seu consentimento, em qualquer fase da pesquisa, sem nenhum prejuízo para você. 33 Os dados que você irá fornecer serão confidenciais e serão divulgados apenas em congressos ou publicações científicas, não havendo divulgação para terceiros e de nenhum dado que possa lhe identificar. Esses dados serão guardados pelo pesquisador responsável por essa pesquisa em local seguro e por um período de 5 anos. Se você tiver algum gasto pela sua participação nessa pesquisa, ele será assumido pelo pesquisador e reembolsado para você. Todas as despesas com a pesquisa serão de responsabilidade do pesquisador responsável/patrocinador, isto é, o participante da pesquisa não arcará com nenhum custo referente a procedimentos e/ou exames. Se você sofrer algum dano decorrente desta pesquisa, você tem direito a solicitar indenização. Qualquer dúvida sobre a ética dessa pesquisa você deverá ligar para o Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Ciências da Saúde do Trairi (FACISA), telefone (84) 9 9224 0009 ou mandar e-mail para cepfacisa@gmail.com ou cep@facisa.ufrn.br. O Comitê de Ética em Pesquisa - CEP da FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DO TRAIRI - FACISA é um órgão Colegiado interdisciplinar e independente, constituído nos termos da Resolução no 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde – CNS, e criado para defender os interesses dos participantes de pesquisas em sua integridade e dignidade. Este documento foi impresso em duas vias.Uma ficará com você e a outra com o pesquisador responsável (ANA ISABELE ANDRADE NEVES) e as duas vias do TCLE devem ser rubricadas em todas as suas páginas. Consentimento Livre e Esclarecido Após ter sido esclarecido sobre os objetivos, importância e o modo como os dados serão coletados nessa pesquisa, além de conhecer os riscos, desconfortos e benefícios que ela trará para mim e ter ficado ciente de todos os meus direitos, concordo em participar da pesquisa “EFEITOS DA CRIOTERAPIA NA PROPRIOCEPÇÃO DOS MÚSCULOS DO ASSOALHO PÉLVICO EM MULHERES COM INCONTINÊNCIA URINÁRIA: ESTUDO RANDOMIZADO, CEGO E DO TIPO CROSSOVER” e autorizo a divulgação das informações por mim fornecidas em congressos e/ou publicações científicas desde que nenhum dado possa me identificar. ______________________________ Nome do participante da pesquisa ______________________________ Assinatura do participante da pesquisa Impressão datiloscópica do participante ______________________________ Assinatura do pesquisador responsável 34 APÊNDICE B – FICHA DE ANAMNESE 35 36 37 38 39 40 ANEXOS 41 ANEXO A - INCONTINENCE SEVERITY INDEX QUESTIONNAIRE (ISI-Q) Pereira VS, Santos JYC e, Correia GN, Driusso P. Translation and validation into Portuguese of a questionnaire to evaluate the severity of urinary incontinence [Tradução e validação para a língua portuguesa de um questionário para avaliação da gravidade da incontinência urinária TT]. Rev Bras Ginecol Obs. 2011;33(4):182–7. 42 ANEXO B – ESCALA MODIFICADA DE OXFORD Laycock J. Clinical evaluation of the pelvic floor. In: Schussler B, Laycock J, Norton P, Stanton SL, eds. Pelvic Floor Re-education. London, United Kingdom: Springer- Verlag; 1994:42– 48.