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EfeitoCrioterapiaMusculos-Pereira-2022

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE 
FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DO TRAIRI 
GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
KATIA MARIA PEREIRA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EFEITO DA CRIOTERAPIA NA PROPRIOCEPÇÃO DOS MÚSCULOS DO 
ASSOALHO PÉLVICO EM MULHERES COM INCONTINÊNCIA URINÁRIA DE 
ESFORÇO – RECORTE DE UM ENSAIO CLÍNICO RANDOMIZADO 
CONTROLADO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SANTA CRUZ- RN 
2022
 
 
KATIA MARIA PEREIRA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EFEITO DA CRIOTERAPIA NA PROPRIOCEPÇÃO DOS MÚSCULOS DO 
ASSOALHO PÉLVICO EM MULHERES COM INCONTINÊNCIA URINÁRIA DE 
ESFORÇO – RECORTE DE UM ENSAIO CLÍNICO RANDOMIZADO 
CONTROLADO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Artigo Científico apresentado a Faculdade 
de Ciências da Saúde do Trairi da 
Universidade Federal do Rio Grande do 
Norte, como requisito parcial para 
obtenção do título de Bacharel em 
Fisioterapia. 
 
 
Orientadora: Prof.ª Dra. Grasiela 
Nascimento Correia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SANTA CRUZ – RN 
2022 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN 
Sistema de Bibliotecas - SISBI 
Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial da Faculdade de Ciências da Saúde do Trairi - 
FACISA - Santa Cruz 
 
Pereira, Katia Maria. 
 Efeito da crioterapia na propriocepção dos músculos do 
assoalho pélvico em mulheres com incontinência urinária de 
esforço - recorte de um ensaio clínico randomizado controlado / 
Katia Maria Pereira. - 2022. 
 43 f.: il. 
 
 Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) - Universidade 
Federal do Rio Grande do Norte, Faculdade de Ciências da Saúde 
do Trairi, Graduação em Fisioterapia. Santa Cruz, RN, 2022. 
 Orientadora: Grasiela Nascimento Correia. 
 
 
 1. Incontinência Urinária - Trabalho de Conclusão de Curso. 
2. Crioterapia - Trabalho de Conclusão de Curso. 3. 
Propriocepção - Trabalho de Conclusão de Curso. 4. Assoalho 
Pélvico - Trabalho de Conclusão de Curso. I. Correia, Grasiela 
Nascimento. II. Título. 
 
RN/UF/FACISA CDU 616.62-008.22 
 
 
 
 
 
 
Elaborado por Joyanne de Souza Medeiros - CRB-15/533
 
KATIA MARIA PEREIRA 
 
 
 
 
 
 
EFEITO DA CRIOTERAPIA NA PROPRIOCEPÇÃO DOS MÚSCULOS DO 
ASSOALHO PÉLVICO EM MULHERES COM INCONTINÊNCIA URINÁRIA DE 
ESFORÇO – RECORTE DE UM ENSAIO CLÍNICO RANDOMIZADO 
CONTROLADO 
 
 
 
 
Artigo Científico apresentado a Faculdade 
de Ciências da Saúde do Trairi da 
Universidade Federal do Rio Grande do 
Norte, como requisito parcial para 
obtenção do título de Bacharel em 
Fisioterapia. 
 
 
 
Aprovado em: 18 de abril de 2022. 
 
 
 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
 
 
_______________________________________________ 
Grasiela Nascimento Correia – Orientadora 
Universidade Federal do Rio Grande do Norte 
 
 
 
_______________________________________________ 
Érica de Freitas Martins– Membro da banca 
Universidade Federal do Rio Grande do Norte 
 
 
 
_______________________________________________ 
Jaine Maria de Pontes Oliveira – Membro da banca 
Universidade Federal do Rio Grande do Norte 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A minha mãe, por nunca ter medido esforços para que eu pudesse ao longo dos 
anos concluir minha graduação. 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 
A Deus e a Santa Rita, pela minha vida, e por me permitir ultrapassar todos os 
obstáculos encontrados ao longo da realização da minha graduação. 
A minha mãe e irmã, que me incentivaram nos momentos difíceis e 
compreenderam a minha ausência enquanto eu me dedicava à realização deste 
curso. 
A minha amiga Richelier Oliveira e família, pela amizade, companheirismo, por 
tudo que fizeram por mim durante esses anos. 
Aos meus familiares que mesmo distantes me deram todo o apoio e ajuda. 
Aos meus amigos de curso, com quem convivi intensamente durante os últimos 
anos, pela amizade incondicional, pelo apoio e pela troca de experiências que me 
permitiram crescer não só como pessoa, mas também como profissional. 
A minha orientadora pela amizade e por todas as oportunidades de participação 
em projetos, que me ajudaram e somaram grandiosamente a minha jornada 
acadêmica. 
Aos demais professores, por todos os conselhos, pela ajuda e pela paciência 
com a qual guiaram o meu aprendizado. 
A todos aqueles que contribuíram, de alguma forma, para a conclusão do meu 
curso, sejam pacientes, preceptores, membros desta banca e demais funcionários da 
FACISA. 
Um agradecimento em especial a Romário Nóbrega, pela grandiosa ajuda, por 
ter dedicado um pouco do seu tempo e do seu conhecimento ao meu favor. 
Aos meus companheiros de condomínio pelo companheirismo, pela 
cumplicidade e pelo apoio em todos os momentos. 
E por fim, meus sinceros agradecimentos à todas as voluntárias participantes 
do estudo, pelo fornecimento de dados que foram fundamentais para o 
desenvolvimento da pesquisa que possibilitou a realização deste trabalho. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Efeito da crioterapia na propriocepção dos músculos do assoalho pélvico em 
mulheres com incontinência urinária de esforço – recorte de um ensaio clínico 
randomizado controlado 
Katia Maria Pereira 1 
 
 
Resumo: Introdução: Incontinência urinária (IU) é definida pela sociedade 
internacional de continência, como a perda involuntária de urina. É uma condição que 
afeta pelo mundo milhares de pessoas, e a prevalência aumenta com o avançar da 
idade. Existem três tipos de IU, de esforço (IUE), urgência (IUU) e mista (IUM). 
Objetivo: Avaliar o efeito da crioterapia na propriocepção dos músculos do assoalho 
pélvico (MAP’s) de mulheres com incontinência urinária de esforço (IUE). Métodos: 
Recorte pertencente a um ensaio clínico randomizado controlado realizado na 
Faculdade de Ciências da Saúde do Trairi. Na avaliação inicial foi realizada 
primeiramente a anamnese, em seguida foram aplicados os questionários 
Incontinence Severity Index Questionnaire - ISI-Q, o King’s Health Questionaire 
(KHQ), o teste do absorvente de uma hora e pôr fim a avaliação da função e pressão 
da contração voluntária máxima dos MAP’s. Após 48 horas as voluntárias foram 
randomizadas e divididas em Grupo Crioterapia (GC) e Grupo Manometria (GM) e 
aplicadas as intervenções. Resultados: Quanto aos resultados da comparação 
intragrupo do GC houve um aumento em todas as etapas do PERFECT (p<0,004) e 
na segunda medida da manometria após o protocolo de intervenção (p<0,032). 
Entretanto a análise intragrupo do GM apenas a etapa Power (<0,023) do PERFECT 
e a primeira medida da manometria (<0,015) apresentou aumento significativo após a 
intervenção. Na análise intergrupo pré e pós-intervenção, não houve diferença 
significativa. Conclusão: Observou-se melhora na função e pressão de contração dos 
MAP’s no GC, entretanto não houve diferença intergrupo. 
 
Palavras-chave: Incontinência Urinária. Crioterapia. Propriocepção. Fisioterapia. 
Assoalho Pélvico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 Graduanda do curso de Fisioterapia da Faculdade de Ciências da Saúde do Trairi, 
Universidade Federal do Rio Grande do Norte, FACISA/UFRN. 
 
Effect of cryotherapy on pelvic floor muscle proprioception in women with 
stress urinary incontinence – an excerpt from a randomized controlled clinical 
trial 
 
Katia Maria Pereira 
 
Abstract: Introduction: Urinary incontinence (UI) is defined by the International 
Continence Society as the involuntary loss of urine. It is a condition that affects 
thousands of people worldwide, and the prevalence increases with advancing age. 
There are three types of UI, stress (SUI), urgency (UIU) and mixed (MUI). Objective: 
To evaluate the effect of cryotherapy on the proprioception of the pelvic floor muscles 
(PFM's) in women with stress urinary incontinence (SUI). Methods: Clipping belonging 
to a randomized controlled clinical trial carried out at the Faculty ofHealth Sciences of 
Trairi. In the initial evaluation, the anamnesis was performed first, then the 
Incontinence Severity Index Questionnaire - ISI-Q, the King's Health Questionnaire 
(KHQ), the one-hour tampon test and ending the evaluation of the function and 
pressure of contraction maximum volunteer of the MAP's. After 48 hours, the 
volunteers were randomized and divided into Cryotherapy Group (CG) and Manometry 
Group (GM) and the interventions were applied. Results: Regarding the results of the 
intragroup comparison of the CG, there was an increase in all stages of PERFECT 
(p<0.004) and in the second measurement of manometry after the intervention protocol 
(p<0.032). However, the intragroup analysis of the GM only the Power stage (<0.023) 
of PERFECT and the first measurement of manometry (<0.015) showed a significant 
increase after the intervention. In the pre- and post-intervention intergroup analysis, 
there was no significant difference. Conclusion: There was an improvement in the 
function and contraction pressure of the PFMs in the CG, however there was no 
intergroup difference. 
 
Keywords: Urinary Incontinence. Cryotherapy. Proprioception. Physiotherapy. Pelvic 
Floor. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE TABELAS 
 
 
Tabela 1. Características pessoais e sociodemográficas, comorbidades e hábitos de 
vida ........................................................................................................................... 20 
 
Tabela 2. Teste do absorvente em 1hora e escala ISI-Q ......................................... 20 
 
Tabela 3. Análises intragrupo e intergrupo segundo o esquema PERFECT de 
avaliação funcional subjetiva do assoalho pélvico e Manometria ............................ 21 
 
 
 
LISTA DE ILUSTRAÇÕES 
 
 
Figura 1 Gelo em formato cilíndrico recoberto com gaze e preservativo 
masculino para aplicação da crioterapia na cavidade 
vaginal........................................................................................... 
 
 
18 
 
Figura 2 Fluxograma da amostra selecionada, incluída e analisada após 
intervenção. .................................................................................. 19 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 11 
2 JUSTIFICATIVA ..................................................................................................... 14 
3 OBJETIVOS ........................................................................................................... 14 
3.1 OBJETIVO GERAL ........................................................................................................ 14 
3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .......................................................................................... 14 
4 HIPÓTESES ........................................................................................................... 14 
4.1 HIPÓTESE NULA .......................................................................................................... 14 
4.2 HIPÓTESE ALTERNATIVA ........................................................................................... 14 
5 MÉTODOS ............................................................................................................. 15 
5.1 AVALIAÇÃO INICIAL ..................................................................................................... 15 
5.2 INTERVENÇÃO ............................................................................................................. 17 
5.3 REAVALIAÇÃO ............................................................................................................. 18 
5.4 Análises de Dados ......................................................................................................... 18 
6 RESULTADOS ....................................................................................................... 19 
7 Discussão ............................................................................................................. 22 
8 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 24 
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 25 
apêndices ................................................................................................................. 31 
APêNDICE A – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO – (TCLE) ......... 32 
Apêndice b – FICHA DE ANAMNESE ................................................................................. 34 
anexos ...................................................................................................................... 40 
Anexo A - INCONTINENCE SEVERITY INDEX QUESTIONNAIRE (ISI-Q) ......................... 41 
Anexo b – ESCALA MODIFICADA DE OXFORD ................................................................ 42 
 
 
 
 
 
 
 
11 
 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
 A incontinência urinária (IU), definida pela International Continence Society 
(ICS) como a queixa de perda involuntária de urina (D’ANCONA, et al., 2019, HAYLEN 
et al., 2010), é uma condição que afeta pelo mundo milhares de pessoas, 
aproximadamente 50% das mulheres adultas, a prevalência aumenta com o avançar 
da idade, afetando de 10% a 20% de todas as mulheres e até 77% das mulheres 
idosas (MONTI et al., 2021). A prevalência relatada de IU nessa população varia 
amplamente em diferentes estudos devido ao uso de diferentes definições, à 
heterogeneidade dos estudos, e a procedimentos de amostragem populacional, sendo 
as taxas de prevalência ainda mais altas nos idosos institucionalizados (MILSOM & 
GYHAGEN 2019). 
Existem vários tipos de IU, dentre eles podemos citar: A IU de urgência (IUU) 
que é a queixa de perda involuntária de urina associado à urgência miccional; IU de 
esforço (IUE) forma mais prevalente, caracterizada por perda involuntária de urina em 
esforço, ocorre pelo aumento da pressão intra-abdominal, por atividades esportivas, 
espirros ou tosse, e a IU mista (IUM) relato de perda involuntária de urina associada 
à urgência bem como ao esforço (D’ANCONA, et al., 2019, HAYLEN et al., 2010). A 
IU tem grande impacto negativo na economia dos indivíduos e na sua qualidade de 
vida (KHARAJI et al., 2019) 
Estudos verificaram que mulheres de diferentes faixas etárias, escolaridade e 
paridade, apresentam dificuldade na contração dos músculos do assoalho pélvico 
(MAP’s) (UECHI et al., 2019, CACCIARI et al., 2019). 30% a 45% das mulheres na 
população em geral são incapazes de contrair os MAP’s, mesmo com estímulo verbal, 
e algumas destas utilizam a contração de músculos abdominais e/ou glúteos quando 
pretendem contrair os MAP’s indicando a falta de coordenação motora (VIEIRA et al., 
2019, BØ et al., 2015, THOMPSON et al., 2006). 
Propriocepção é sensorial e consiste na capacidade que o corpo tem de 
detectar em que posição se encontra com a finalidade de manter o equilíbrio quando 
parado, em movimento ou aos esforços, é depende de neurônios mecanossensoriais 
distribuídos por todo o corpo e tem papel fundamental na coordenação do movimento 
(TUTHILL et al., 2018). Uma função importante da coordenação motora é o tempo de 
12 
 
 
contração, que nesses casos é afetado devido à falta de propriocepção (KHARAJI et 
al., 2019) 
Diante da grande porcentagem de mulheres, mesmo jovens, que são incapazes 
de contrair corretamente os MAP’s (RIETJENS et al., 2016, PINHEIRO et al., 2012), 
podemos perceber a importância de um tratamento para melhorar a conscientização 
e propriocepção dessa musculatura, visto que a incoordenação também é uma das 
causas de IU e de outras disfunções do assoalho pélvico (RIETJENS et al., 2016, 
ALMEIDA et al., 2011). 
Desde 2005, a ICS indicou a fisioterapia como tratamento de primeira linha paraa IU, devido à sua alta efetividade, baixos custos e riscos (FITZ et al., 2012, ICS 2005), 
sendo que o treinamento dos MAP’s supervisionado por fisioterapeuta representa a 
primeira escolha no tratamento da IUE e IUM (WIEDEMANN et al., 2020). O 
tratamento fisioterapêutico para a IU inclui diversas técnicas como o uso de cones 
vaginais, estimulação magnética, estimulação elétrica, a terapia com placas 
vibratórias (WIEDEMANN et al., 2020), além do treinamento dos MAP’s, associado 
com equipamentos de biofeedback registrando a atividade muscular e fornecendo 
informações sobre a qualidade das atividades de movimento (CHMIELEWSKA et al., 
2019) em pacientes que apresentam dificuldade para realizar a contração dos MAP’s. 
A literatura atual evidencia tratamentos indicados para ganho de propriocepção 
dos MAP’s, porém essas técnicas possuem algumas desvantagens (SILVA et al., 
2014). A eletroestimulação demonstra resultados promissores reeducando os MAP’s, 
mas ainda precisa ser associada a um tratamento conservador (SILVA et al., 2014, 
SANTOS 2009, BERNARDES 2000). Além disso, essa técnica é onerosa, pois 
necessita de um equipamento específico e eletrodos intravaginais que necessitam de 
esterilização, o que pode encarecer o procedimento, e se comparada a outras 
terapêuticas empregadas na reeducação do assoalho pélvico, não mostra ser tão 
eficaz (COSTA et al., 2012, ALVES et al., 2011). 
Os manômetros são outros equipamentos utilizados no tratamento das 
disfunções dos músculos do assoalho pélvico (DMAP), entretanto este tratamento 
apresenta a desvantagem que as variações da pressão intra-abdominal podem 
interferir na medida da pressão de contração dos MAP’s (CACCIARI et al., 2019, 
PESCHERS et al., 2001). 
A eletromiografia de superfície (EMG) é utilizada de forma ampla na avaliação 
da função neuromuscular dos MAP’s como uma ferramenta de biofeedback com 
13 
 
 
muitas opções disponíveis para comercialização, tendo uma limitação particularmente 
relevante, a anatomia do assoalho pélvico, que é uma estrutura complexa composta 
por múltiplas inervações, várias camadas e inserções musculares (CACCIARI et al., 
2019, BØ et al., 2017, ASHTON-MILLER e DELANCEY, 2007, CESCON et al., 2008). 
Dentre os diversos recursos utilizados pela fisioterapia, a crioterapia se destaca 
por ser um método não invasivo, de fácil aplicação, baixo custo, com poucos efeitos 
colaterais ou contraindicações (KENTARO et al., 2019), possuindo vários métodos de 
aplicação, dentre eles a crioterapia local, para esfriar rapidamente a temperatura da 
pele, induzindo vasoconstrição e analgesia (PERES et al., 2017). É importante 
ressaltar que a crioterapia é uma técnica muito usada por sua versatilidade. 
Estudos (GONÇALVES et al., 2019, FRANCISCO et al., 2018, SENOL & ASLA 
2017) referem que a técnica é bastante utilizada na região perineal, principalmente no 
pós parto, uma vez que a aplicação de gelo reduz a temperatura local, causando efeito 
anti-inflamatório e consequentemente redução do edema e analgesia pela parestesia 
das fibras nervosas periféricas. Porém, até o momento, o uso da crioterapia na região 
dos MAP’s com a finalidade de melhorar a propriocepção dessa musculatura é 
desconhecido. 
Em busca de tratamentos com menor custo, este estudo propõe a utilização da 
crioterapia para estimular a propriocepção dos MAP’s, visto que a exposição ao frio 
estimula os mecanismos para conservação de calor que induzem imediatamente a 
vasoconstrição periférica (MORRISON et al., 2019), promovendo assim aumento do 
fluxo nas veias profundas, ao mesmo tempo ocorre a atuação de hormônios 
(norepinefrina, epinefrina e tiroxina) fazendo com que ocorra o processo de 
termogênese pelo aumento da atividade muscular através do tremor (WILLMORE & 
COSTILL 2001, HESSELBERG et al., 1995). Por meio destes mecanismos 
fisiológicos da resposta ao frio, criou-se a hipótese de que a crioterapia quando 
utilizada na região intravaginal pode contribuir para o ganho de propriocepção dos 
MAP’s de mulheres com IUE por meio da contração involuntária desta musculatura 
provocada pelo tremor. Dessa forma, a pergunta problema da respectiva pesquisa é: 
Quais os efeitos da crioterapia na propriocepção dos músculos do assoalho pélvico 
em mulheres com Incontinência Urinária de Esforço? 
 
 
14 
 
 
2 JUSTIFICATIVA 
 
Estudos mostram que mulheres com disfunções no assoalho pélvico, 
apresentam dificuldade em contrair corretamente esse grupo muscular. O tratamento 
fisioterapêutico é definido pela Sociedade Internacional de Continência (ICS), como 
padrão ouro em termos de reabilitação dessa musculatura. O comprometimento 
proprioceptivo pode tornar a terapia ineficaz. Sabendo das propriedades da aplicação 
da crioterapia, por ser um método de fácil acesso e baixo custo, e pela escassez de 
trabalhos relacionados a essa temática, portanto, faz-se necessário mais estudos com 
o tema, tanto para oferecer um tratamento eficaz com uma técnica acessível para as 
mulheres incontinentes, quanto para contribuir com a produção científica dessa área. 
 
3 OBJETIVOS 
 
3.1 OBJETIVO GERAL 
Avaliar o efeito da crioterapia na propriocepção dos músculos do assoalho 
pélvico em mulheres com Incontinência Urinária de Esforço. 
 
3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 
● Caracterizar as mulheres quanto as variáveis sócio demográficas e clínicas; 
● Comparar a propriocepção e pressão da contração, bem como a função dos 
MAP’s em mulheres com incontinência urinária de esforço antes e após a 
aplicação da crioterapia; 
● Correlacionar a severidade da IU com a Função e Pressão dos MAP’s 
 
4 HIPÓTESES 
 
4.1 HIPÓTESE NULA 
A crioterapia quando utilizada na região intravaginal não contribui para a 
melhora da propriocepção dos MAP’s em mulheres com IUE. 
 
4.2 HIPÓTESE ALTERNATIVA 
A crioterapia quando utilizada na região intravaginal contribui para a melhora 
da propriocepção dos MAP’s em mulheres com IUE. 
15 
 
 
5 MÉTODOS 
 
Trata-se de um recorte pertencente a um ensaio clínico randomizado 
controlado realizado na Clínica Escola da Faculdade de Ciências da Saúde do Trairi, 
com início em junho de 2018 e término em fevereiro 2020. Seguindo as diretrizes para 
ensaios randomizados do CONSORT (SCHULZ et al. 2010). O presente estudo foi 
submetido e aprovado pelo comitê de ética da Faculdade de Ciências da Saúde 
do Trairi – Universidade Federal do Rio Grande do Norte (FACISA-UFRN), 
CAAE: 84941418.5.0000.5568. Cadastrado na plataforma de Registro Brasileiro de 
Ensaios Clínicos (ReBEC), com o código rastreador primário: RBR-5qkm8k. Após 
aprovação do comitê de ética, as voluntárias foram captadas por meio de divulgação 
de panfletos em academias, estúdios de dança, por meio de divulgação na rádio local, 
e nos projetos de extensão que são realizados na própria faculdade. 
Os critérios de inclusão foram: Assinar o Termo de Consentimento Livre e 
Esclarecido (Apêndice A), mulheres com mais de 35 anos, com queixa de IUE e que 
não realizaram tratamento fisioterapêutico para IU. Para exclusão foram adotados os 
seguintes critérios: Mulheres obesas com IMC acima de 35 kg/m² (JEFFREYS et al., 
2003; CALLE et al., 1999; WHO, 2010), alergia a látex e/ou ao gelo, infecção urinária 
ou vaginal no momento da avaliação; prolapso de órgãos pélvicos maior que grau II 
(MOSTWIN et al., 2005); desordens cognitivas e neurológicas; hipertensão arterial 
descontrolada; incapacidade de realizar a avaliação e que faziam uso de terapia de 
reposição hormonal (BØ, 1998; BADEN e WALKER 1972; PARKKINEN et al., 2004; 
URDAN, 2005). 
 
5.1 AVALIAÇÃO INICIAL 
A avaliação inicial durou cerca de uma hora e trinta minutos sendo realizada 
por um único terapeuta. Primeiramente foi realizada a anamnese composta de 
informações do histórico ginecológico, obstétrico e urológico (Apêndice B), em 
seguida foi aplicado o questionário Incontinence Severity Index Questionnaire - ISI-Q(SANDVIK, 1993) (Anexo A), o King’s Health Questionaire (KHQ), após o teste do 
absorvente de uma hora e pôr fim foi realizada a avaliação da função e pressão da 
contração voluntária máxima dos MAP’s. 
O ISI é um instrumento sucinto, desenvolvido por Sandvik et al. (1993) traduzido 
e validado para o português por Pereira et al. (2011). Este questionário é composto 
16 
 
 
por duas questões a respeito da frequência e quantidade da perda urinária (SANDVIK 
et al., 1993; FELDNER et al., 2002). A primeira pergunta é “Com qual frequência você 
apresenta perda de urina?” e a pontuação da resposta varia de 1 a 4. A segunda 
questão é “Qual quantidade de urina você perde cada vez?” e a pontuação varia de 1 
a 3. O escore final deste questionário é obtido a partir da multiplicação dos escores 
da frequência pela quantidade da perda urinária, isso possibilita que a IU seja 
classificada em leve (escore final 1-2), moderada (escore final 3-6), grave (escore final 
8-9) ou muito grave (escore final 10-12) (PEREIRA et al., 2011). 
O teste do absorvente de 1 hora avalia a perda urinária de forma objetiva e 
quantitativa, é um teste de curta e fácil aplicação, foi utilizado para quantificar a perda 
de urina nas voluntárias durante 1 hora (PAICK et al., 2005, PEREIRA et al., 2011). 
Para sua aplicação as voluntárias foram instruídas a ingerir 500 ml de água durante 15 
minutos e colocar um absorvente higiênico (malha suave, para fluxo moderado e 
intenso, marca Carrefour), que foi previamente pesado em balança de precisão 
(marca BEL, modelo 33 S5201). Após 30 minutos a participante foi orientada obedecer 
aos seguintes comandos: Caminhar, subir e descer escadas e rampas durante 10 
minutos; sentar-se e levantar da cadeira por dez vezes; tossir dez vezes; correr sem 
sair do lugar por 1 minuto; agachar para pegar um objeto no chão por cinco vezes e 
lavar as mãos em água corrente por 1 minuto. Ao completar-se 1 hora, a paciente 
retira o absorvente para pesagem e registro do valor final (ABRAMS et al., 2002). Uma 
perda de urina abaixo de 1 g é considerada normal, já a incontinência leve é definida 
pela perda de 1 a 10 g, a moderada de 11 a 50 g e a grave perdas maiores de 50 g 
(THEISSEN et al., 2019, HAHN et al.1991, KRALJ 1989) 
Na avaliação funcional do assoalho pélvico, foi realizada a palpação vaginal 
bidigital no qual aplicou-se o esquema PERFECT (BØ et al., 1992) e foi utilizada a 
Escala Modificada de Oxford (LAYCOCK; JERWOOD, 2001) (Anexo B). O esquema 
PERFECT avalia indiretamente a força muscular, a manutenção da contração, 
repetição das contrações mantidas, e o número de contrações rápidas. A voluntária 
foi orientada a ficar na posição supina com 45º de flexão de quadril e joelho, em 
seguida a avaliadora introduziu dois dedos até um terço distal do canal vaginal, e 
orientou a contração voluntária máxima dos MAP’s por meio do comando verbal 
“contraia os músculos da vagina como se você fosse segurar a urina”. No Power, a 
voluntária foi orientada a contrair os MAP’s o mais forte possível, logo após, na fase 
de Endurance foi solicitado uma contração dos MAP’s com maior força e durante o 
17 
 
 
maior tempo possível, em seguida realizado a etapa das Repetitions com sucessivas 
contrações com o máximo de tempo e força da etapa anterior, e finalizado com o Fast 
com contrações rápidas dos MAP’s. 
Para avaliar a pressão de contração máxima dos MAP’s foi utilizado o 
equipamento Quark - Perina Biofeedback, (Com graduação de 0-48 cmH20, Piracicaba 
- Brasil). O probe do aparelho foi recoberto com um preservativo masculino 
(Preservativo não lubrificado Ginec. Madeitex), em seguida introduzido 3,5cm na 
cavidade vaginal e calibrado. Posteriormente, as participantes recebiam comando 
verbal para realização de duas contrações máximas de três segundos dos MAP’s. As 
participantes também eram orientadas a evitar a contração abdominal, glútea e de 
adutores de quadril durante a contração dos MAP’s, para que fosse possível isolar e 
verificar somente a contração dessa musculatura. O pico das três contrações foi usado 
na análise deste estudo. 
A aplicação das intervenções e a reavaliação tinha duração de 
aproximadamente 15 minutos. O processo de randomização e aplicação das 
intervenções foi efetuado por outros dois pesquisadores de forma sigilosa, com a 
finalidade de impedir que o avaliador tivesse conhecimento da intervenção que a 
voluntária foi submetida. 
 
5.2 INTERVENÇÃO 
 
Após 48 horas da avaliação inicial as voluntárias foram randomizadas com 
auxílio do site randomization.com com a finalidade de diminuir o efeito do aprendizado 
durante a intervenção. 17 voluntárias iniciaram a intervenção no Grupo Crioterapia 
(GC) e após dois dias fizeram parte do Grupo Manometria (GM), e 16 voluntárias 
iniciaram no GM, e depois de dois dias realização a intervenção no GC. 
No GC, a voluntária era posicionada na posição supina, com 45º de flexão de 
quadril e joelho. Em seguida, a crioterapia era aplicada com um gelo no formato 
cilíndrico, com um perímetro de 10,5 centímetros, envolto por um saco de plástico, a 
peça de gelo era medida com auxílio de uma régua e recebia uma marcação no 
décimo centímetro (cm), de forma que fosse introduzido apenas até a marcação. Em 
seguida o gelo era envolto em uma camada de gaze, um preservativo masculino e 
uma camada de gel condutor (Figura 1), após a preparação o gelo era introduzido no 
canal vaginal por 40 segundos. O tempo de permanência do gelo no canal vaginal foi 
18 
 
 
de 40 segundos baseado em um estudo anterior de Charkoudian et al. (2003) em que 
relataram que em três minutos ocorrem arrepios/tremores e contrações musculares 
involuntárias. 
 
Figura 1 - Gelo em formato cilíndrico recoberto com gaze e preservativo masculino para 
aplicação da crioterapia na cavidade vaginal. 
 
 
Fonte: Autoria própria. 
 
No GM, a posição adotada pelas voluntárias foi similar à intervenção do GC, 
entretanto o estímulo proprioceptivo foi realizado por meio da introdução do probe 
vaginal do manômetro sem a insuflação e sem o biofeedback visual proporcionado 
pela escala de luzes do equipamento, por 40 segundos com finalidade de promover 
um estímulo local, mas sem efeito térmico. É importante ressaltar que manometria foi 
utilizada como uma intervenção controle para as voluntárias do presente estudo. 
 
5.3 REAVALIAÇÃO 
Após o protocolo de intervenção de ambos os grupos, no momento do 
atendimento, foi realizado uma reavaliação da função dos MAP’s, manometria e a 
contração voluntária máxima dos MAP’s, seguindo o mesmo protocolo da avaliação 
inicial. 
 
5.4 ANÁLISES DE DADOS 
A análise estatística foi realizada considerando 33 intervenções no GC e 33 
intervenções no GM. O poder da amostra foi calculado usando Gpower software 
version 3.1.9.2, e para a amostra de 33 indivíduos em cada grupo foi detectado um 
19 
 
 
poder de 64%. Dados quantitativos apresentados estão em média e desvio padrão. O Teste 
de Shapiro–Wilk evidenciou uma distribuição não paramétrica dos dados, o teste de 
Wilcoxon foi utilizado para a análise intragrupo, o teste de Mann-Whitney em análises 
intergrupo, e o teste de Spearman para analisar possíveis correlações. O nível de 
significância adotado foi de 5%. 
 
6 RESULTADOS 
 
Das 46 mulheres que iniciaram o tratamento, 09 não deram continuidade ao 
protocolo após a avaliação e 04 foram excluídas após a avaliação inicial por 
apresentarem prolapso grau III. Assim, 33 mulheres completaram o protocolo de 
tratamento e foram incluídas neste estudo. 
 
Figura 2 - Fluxograma da amostra selecionada, incluída e analisada. 
 
 
A Tabela 1 apresenta as características demográficas, antropométricas, 
obstétricas, ginecológicas e urológicas das participantes. A média de idade das 
participantes foi de 45,87±10,22, o Índice de Massa Corporal (IMC) de 28,31 kg/m2. 
Em relação aos dados obstétricos houve um maiornúmero de partos via vaginal 
(2,03±1,01). A frequência miccional apresentou uma média 6,57±1,85 vezes durante 
o dia. 
 
20 
 
 
Tabela 1 - Características pessoais e sociodemográficas, comorbidades e hábitos de vida. 
 
Variável Média±DP 
Idade (Anos) 45,87±10,22 
IMC (Kg/m2) 28,31±4,47 
Menarca (Anos) 13,06±1,96 
Partos (n) 2,39±1,28 
Via Cesária 1,45±1,17 
Via Vaginal 2,03±1,01 
Uso De Fórceps (n) 0,24±0,43 
Episiotomia (n) 0,90±0,97 
Aborto (n) 0,42±0,86 
Sexarca (Idade) 19,36±2,96 
Frequência Miccional (n) 6,57±1,85 
 
Legenda: DP= desvio padrão; kg: quilograma; m2: metro quadrado. 
Fonte: Autoria própria. 
 
 
De acordo com o escore final do ISI-Q, as participantes apresentavam IU 
moderada (4,75±2,31). O teste do absorvente de 1 hora apresentou média de 
1,15±2,38g, pelo escore do teste, as pacientes apresentavam uma perda de urina 
leve. (Tabela 2). 
 
Tabela 2 - Teste do absorvente em 1hora e escala ISI-Q. 
Variável Média±DP 
ISI Domínio Frequência 2,78±0,99 
ISI Domínio Quantidade 1,78±0,57 
ISI Domínio Total 4,75±2,31 
Teste do absorvente de 1 hora (g) 1,15±2,38 
Legenda: g= grama; DP: desvio padrão. 
Fonte: Autoria própria. 
 
 
Quanto aos resultados da comparação intragrupo do GC houve um aumento 
em todas as etapas do PERFECT (p<0,004) e na segunda medida da manometria 
após o protocolo de intervenção (p<0,032). Entretanto a análise intragrupo do GM 
apenas a etapa Power (<0,023) do PERFECT e a primeira medida da manometria 
(<0,015) apresentou aumento significativo após a intervenção. Na análise intergrupo 
pré e pós-intervenção, não houve diferença significativa (Tabela 3). 
 
 
 
 
 
Tabela 3 - Análises intragrupo e intergrupo segundo o esquema PERFECT de avaliação funcional subjetiva do assoalho pélvico e 
Manometria 
 Grupo crioterapia Grupo manometria Valor de p intergrupo 
 
Pré- 
Intervenção 
Média ± DP 
Pós- 
Intervenção 
Média ± DP 
p 
intragrupo 
Pré- 
Intervenção 
Média ± DP 
Pós-
Intervenção 
Média ± DP 
p 
intragrupo 
Pré-
Intervenção 
Média ± DP 
Pós-
Intervenção 
Média ± DP 
Power 2,33±1,08 2,81±1,23 <0,001* 2,42±1,14 2,66±1,21 0,023* 0,851 0,824 
Endurance 2,33±2,01 3,24±2,18 <0,001* 2,39±1,73 2,51±2,00 0,605 0,754 0,168 
Repetitions 1,81±1,62 2,60±1,85 <0,009* 1,97±1,68 2,42±2,09 0,096 0,723 0,630 
Fast 3,06±2,20 3,93±2,63 <0,004* 3,09±2,40 3,51±2,37 0,184 0,891 0,598 
1ª Medida 
Manometria 
21,94±22,27 24,55±23,48 0,085 20,61±21,17 25,85±23,66 0,015* 0,984 0,876 
2ª Medida 
Manometria 
25,03±23,44 29,52±24,44 0,032* 22,30±22,37 24,24±23,68 0,647 0,689 0,371 
 Dados quantitativos apresentados em média e desvio padrão; 
Legendas: Power= força; Endurance= resistência; Repetitions = repetições; Fast= rapidez; * = p ≤ 0,05. 
Fonte: Autoria própria. 
 
 
 
7 DISCUSSÃO 
 
Esse estudo trouxe duas terapias que tem como objetivo melhorar a 
propriocepção dos MAP’s em mulheres com IUE. Foi observado que após a 
intervenção com a crioterapia as participantes apresentaram melhora nos resultados 
da função e na contração voluntária máxima dos MAP’s. Entretanto, na análise 
intergrupo, não foi demonstrado diferença entre os dois métodos de intervenção. 
Assim, este estudo preliminar indica que a crioterapia pode ser um método aplicável 
e eficaz nesta população, com resultado similar a um método já utilizado em mulheres 
com IUE por promover a melhora na função e contração voluntária máxima dos MAP’s. 
Aproximadamente de 30% a 45% das mulheres da população em geral são 
incapazes de contrair os MAP’s mesmo com estímulo verbal (VIEIRA et al. 2019, BØ 
et al. 2017, THOMPSON et al. 2006), diante dessa porcentagem, podemos perceber 
a importância de um tratamento para melhorar a conscientização e propriocepção 
dessa musculatura. Nas DMAP a avaliação ainda está muito voltada para a força 
(VIEIRA et al. 2019), porém, o estudo de Vieira et al (2019) concluiu que além da força 
e resistência, o tônus, controle, tempo de reação e a coordenação dos MAP’s também 
estão associados a ocorrência da IU (VIEIRA et al. 2019). 
A terapia com biofeedback é amplamente utilizada no tratamento de mulheres 
com IUE (VAGHAR, 2019). Porém, com objetivo único de estimular os 
mecanoreceptores na parede vaginal, neste estudo, o probe vaginal foi usado sem a 
insuflação e as voluntárias não tinham o feedback visual das luzes do equipamento. 
Já a intervenção com a crioterapia buscou estimular a propriocepção por meio da 
ativação dos termorreceptores locais, haja vista seu importante papel na coordenação 
motora da musculatura em questão (KHARAJI et al. 2019). 
O uso da crioterapia como possível intervenção para melhora da propriocepção 
se baseia na resposta fisiológica da exposição ao frio, que estimula os mecanismos 
para conservação de calor que induzem imediatamente a vasoconstrição periférica 
(MORRISON et al 2019) causando liberação de hormônios e ativando o processo de 
termogênese através de tremores musculares (WILLMORE & COSTILL 2001, 
HESSELBERG et al. 1995), facilitando assim a aprendizagem e a realização da 
contração dos MAP’s. Por se tratar de um método acessível, a crioterapia não exige 
um aparelho específico, é de baixo custo, e com poucas contraindicações a sua 
23 
 
 
aplicação poderia ser realizada nos mais diferentes serviços inclusive de forma 
remota. 
A diferença dos resultados intragrupo do GC quando comparado ao GM 
segundo a avaliação do esquema PERFECT e manometria, pode ser explicada por 
essa cascata de eventos da resposta fisiológica do corpo em resposta ao frio, isto 
porque a ativação muscular por meio da crioterapia auxiliaria no processo de melhora 
da propriocepção dos MAP’s, e segundo pesquisadores a adição do treinamento 
proprioceptivo permite melhor representação do movimento desejado, melhorando a 
resposta motora (WONG et al. 2012) e consequentemente a força muscular 
(SHAKOOR et al. 2014). 
Quanto a análise intragrupo do GM, houve um aumento significativo na etapa 
power do PERFECT e na pressão da contração dos MAP’s durante a primeira 
avaliação manométrica. Segundo o estudo de Barassi et al (2019) a estimulação dos 
mecanorreceptores dos MAP’s pode contribuir para a diminuição dos sintomas da IUE, 
assim, é possível que a intervenção com o probe perineal do presente estudo tenha 
estimulado receptores mecânicos na região dos MAP’s, influenciando no desfecho da 
etapa power e na pressão da contração dos MAP’s. 
Na análise intergrupo não foi observado diferença entre o GM e GC, contudo, 
durante a análise intragrupo o GC obteve melhor desempenho em todas as variáveis 
do PERFECT quando comparado com a análise intragrupo do GM. Como ambas as 
intervenções podem ter estimulado os mecanoreceptores, a crioterapia possivelmente 
foi superior pois estimulou também os termorreceptores da região. 
Este é o primeiro protocolo onde se utilizou da crioterapia como estímulo 
proprioceptivo para tratamento de IUE. Por se tratar de uma intervenção nova e de 
curto período se faz necessário que outros estudos sejam realizados. Ensaios com 
maior tamanho amostral, protocolos com maior periodicidade de intervenção, 
diferentes tempos de aplicação da crioterapia, comparando a aplicação intravaginal 
com uma crioterapia na superfície perineal, são algumas sugestões de futuros 
estudos. Além disso, são necessários estudos que verifiquem a resposta deste 
tratamento em outros tipos de IU. 
 
 
 
24 
 
 
8 CONCLUSÃO 
 
O presente estudo teve como objetivo avaliar a crioterapia como intervenção 
para ganho de propriocepção dos músculos do assoalho pélvico. Trata-se de um 
estudo pioneiro, inovador e de muita relevância clínica e científica, que utiliza um 
método acessível, de baixo custo e que não requer esterilização ou manutenção, 
podendo ser adequado às mais diversas realidades dos serviços de saúde. 
O estudo demonstrou que a crioterapia melhorou a função e pressão de 
contração dos MAP’s apósuma única intervenção nas voluntárias incluídas neste 
estudo, apresentando resultados similares quando comparado com a manometria. A 
crioterapia na região intravaginal mostra-se um método de fácil aquisição, baixo risco 
a saúde e que pode ser usado, desde que orientado por profissional capacitado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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p. 361–366, jan. 2020 
 
 
URDAN, Timothy C. Statistics in plain English. [s.l.] : Routledge, 2011. 
 
30 
 
 
 
VAGHAR, M. An investigation into the effect of biofeedback on urinary and fecal 
incontinence in patients with anal sphincter dysfunction. Journal of Family Medicine 
and Primary Care, v. 8, n. 7, p. 2264, 2019. 
 
 
VIEIRA, G. F. et al. Pelvic floor muscle function in women with and without urinary 
incontinence: are strength and endurance the only relevant functions? a cross-
sectional study. Physiotherapy, v. 109, p. 85–93, dez. 2020. 
 
 
WIEDEMANN, A. et al. S2e-Leitlinie „Harninkontinenz bei geriatrischen Patienten“– 
eine Zusammenfassung. Aktuelle Urologie, v. 51, n. 01, p. 65–70, fev. 2020. 
 
 
WILMORE JH, COSTILL DL. Physical energy: fuel metabolism. Jan;59(1 Pt 2):S13-6, 
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WONG, J. D. et al. Can proprioceptive training improve motor learning? Journal of 
Neurophysiology, v. 108, n. 12, p. 3313–3321, 15 dez. 2012. 
 
 
World Health Organization, organizador. Obesity: preventing and managing the global 
epidemic: report of a WHO consultation. World Health Organization, 2000. 
 
31 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
APÊNDICES 
 
32 
 
 
APÊNDICE A – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO – (TCLE) 
 
 
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO – TCLE 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE 
FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DO TRAIRI 
 
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO 
Você está sendo convidado a participar de um estudo denominado “EFEITOS 
DA CRIOTERAPIA NA PROPRIOCEPÇÃO DOS MÚSCULOS DO ASSOALHO 
PÉLVICO EM MULHERES COM INCONTINÊNCIA URINÁRIA: ESTUDO 
RANDOMIZADO, CEGO E DO TIPO CROSSOVER” que tem como pesquisador 
responsável ANA ISABELE ANDRADE NEVES, cujos objetivos e justificativas são 
avaliar a propriocepção dos músculos da pelve em mulheres com incontinência 
urinária após uso do gelo (introdução na vagina), importante para contribuir com a 
produção científica na área e sugerir protocolos terapêuticos em saúde da mulher. 
Sua participação no estudo consistirá em passar por avaliação dos músculos 
da pelve através da introdução de uma sonda na vagina, responder a dois 
questionários e uma ficha sobre seu histórico obstétrico e ginecológico, e passar por 
intervenção com uso do gelo no canal vaginal. Tais atividades terão ao todo duração 
de uma hora por encontro, e serão necessários três encontros em dias diferentes. 
Não haverá entrevista, gravação de voz e/ou imagem, nem coleta de material 
biológico. Todos os procedimentos serão realizados em ambiente adequado e 
reservado para garantir a privacidade do participante. 
Da pesquisa a se realizar, pode esperar alguns benefícios, tais como redução 
dos sintomas da incontinência urinária, melhora na função da musculatura e na 
qualidade de vida. Por outro lado, existem os possíveis riscos de contaminação por 
ser um procedimento intravaginal, logo, estes serão minimizados devido ao uso do 
preservativo e das luvas de procedimento, além de desconfortos durante o uso do 
gelo e da avaliação vaginal através do toque (usando dois dedos) ou introdução da 
sonda vaginal, levando-se em conta que é uma pesquisa, e os resultados positivos ou 
negativos somente serão obtidos após a sua realização. Considerando o risco de 
rompimento do hímen, não poderão participar da pesquisa mulheres que o tenham 
preservado. Segundo a Resolução 466/2012, em todo projeto de pesquisa existe 
riscos, em caso de algum problema que você venha ter relacionado com a pesquisa, 
você terá o direito a assistência gratuita que será prestada. ASSISTÊNCIA INTEGRAL 
GRATUITA devido a DANOS DIRETOS/INDIRETOS e IMEDIATOS/TARDIOS pelo 
TEMPO QUE FOR NECESSÁRIO ao participante da pesquisa, assegurado pelo 
pesquisador responsável. 
Durante todo o período da pesquisa você poderá tirar suas dúvidas ligando para 
ANA ISABELE ANDRADE NEVES. Você tem o direito de recusar a participar ou retirar 
seu consentimento, em qualquer fase da pesquisa, sem nenhum prejuízo para você. 
33 
 
 
Os dados que você irá fornecer serão confidenciais e serão divulgados apenas em 
congressos ou publicações científicas, não havendo divulgação para terceiros e de 
nenhum dado que possa lhe identificar. Esses dados serão guardados pelo 
pesquisador responsável por essa pesquisa em local seguro e por um período de 5 
anos. Se você tiver algum gasto pela sua participação nessa pesquisa, ele será 
assumido pelo pesquisador e reembolsado para você. Todas as despesas com a 
pesquisa serão de responsabilidade do pesquisador responsável/patrocinador, isto é, 
o participante da pesquisa não arcará com nenhum custo referente a procedimentos 
e/ou exames. 
Se você sofrer algum dano decorrente desta pesquisa, você tem direito a 
solicitar indenização. Qualquer dúvida sobre a ética dessa pesquisa você deverá ligar 
para o Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Ciências da Saúde do Trairi 
(FACISA), telefone (84) 9 9224 0009 ou mandar e-mail para cepfacisa@gmail.com ou 
cep@facisa.ufrn.br. O Comitê de Ética em Pesquisa - CEP da FACULDADE DE 
CIÊNCIAS DA SAÚDE DO TRAIRI - FACISA é um órgão Colegiado interdisciplinar e 
independente, constituído nos termos da Resolução no 466/2012 do Conselho 
Nacional de Saúde – CNS, e criado para defender os interesses dos participantes de 
pesquisas em sua integridade e dignidade. Este documento foi impresso em duas 
vias.Uma ficará com você e a outra com o pesquisador responsável (ANA ISABELE 
ANDRADE NEVES) e as duas vias do TCLE devem ser rubricadas em todas as suas 
páginas. 
Consentimento Livre e Esclarecido 
 
Após ter sido esclarecido sobre os objetivos, importância e o modo como os dados 
serão coletados nessa pesquisa, além de conhecer os riscos, desconfortos e 
benefícios que ela trará para mim e ter ficado ciente de todos os meus direitos, 
concordo em participar da pesquisa “EFEITOS DA CRIOTERAPIA NA 
PROPRIOCEPÇÃO DOS MÚSCULOS DO ASSOALHO PÉLVICO EM MULHERES 
COM INCONTINÊNCIA URINÁRIA: ESTUDO RANDOMIZADO, CEGO E DO TIPO 
CROSSOVER” e autorizo a divulgação das informações por mim fornecidas em 
congressos e/ou publicações científicas desde que nenhum dado possa me identificar. 
 
______________________________ 
Nome do participante da pesquisa 
 
______________________________ 
Assinatura do participante da pesquisa Impressão datiloscópica do participante 
______________________________ 
Assinatura do pesquisador responsável 
 
34 
 
 
 
APÊNDICE B – FICHA DE ANAMNESE 
 
 
35 
 
 
 
36 
 
 
 
 
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ANEXOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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ANEXO A - INCONTINENCE SEVERITY INDEX QUESTIONNAIRE (ISI-Q) 
 
 
 
Pereira VS, Santos JYC e, Correia GN, Driusso P. Translation and validation into 
Portuguese of a questionnaire to evaluate the severity of urinary incontinence 
[Tradução e validação para a língua portuguesa de um questionário para avaliação da 
gravidade da incontinência urinária TT]. Rev Bras Ginecol Obs. 2011;33(4):182–7. 
 
 
 
 
42 
 
 
ANEXO B – ESCALA MODIFICADA DE OXFORD 
 
 
Laycock J. Clinical evaluation of the pelvic floor. In: Schussler B, Laycock J, Norton 
P, Stanton SL, eds. Pelvic Floor Re-education. London, United Kingdom: Springer-
Verlag; 1994:42– 48.

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