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EmanuelleLouydeFerreiraDeLima-DISSERT

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE 
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA 
MESTRADO EM SAÚDE COLETIVA 
 
 
 
 
 
EMANUELLE LOUYDE FERREIRA DE LIMA 
 
 
 
 
 
TRIAGEM FITOQUÍMICA E AÇÃO ANTIBACTERIANA DE Spondias mombin 
L. SOBRE BACTÉRIAS BUCAIS PLANCTÔNICAS. 
 
 
 
 
 
 
NATAL 
2016 
 
 
 
EMANUELLE LOUYDE FERREIRA DE LIMA 
 
 
 
TRIAGEM FITOQUÍMICA E AÇÃO ANTIBACTERIANA DE Spondias mombin L. 
SOBRE BACTÉRIAS BUCAIS PLANCTÔNICAS 
 
 
 
 
 
 
 
ORIENTADORA: Profa. Dra. Ruthinéia Diógenes Alves 
Uchôa Lins 
COORIENTADORA: Profa. Msc. Maria Regina Macêdo 
Costa 
 
 
 
 
 
 
NATAL 
2016 
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em 
Saúde Coletiva da Universidade Federal do Rio Grande do 
Norte como requisito para obtenção do título de Mestra em 
Saúde Coletiva. 
 
 
 
EMANUELLE LOUYDE FERREIRA DE LIMA 
 
 
TRIAGEM FITOQUÍMICA E AÇÃO ANTIBACTERIANA DE Spondias mombin L. 
SOBRE BACTÉRIAS BUCAIS PLANCTÔNICAS 
 
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Saúde Coletiva da 
Universidade Federal do Rio Grande do Norte como requisito para obtenção do título de 
Mestre em Saúde Coletiva. 
Aprovada em: ____/____/____ 
 
 
_______________________________________________________________ 
Profª. Dra. Ruthinéia Diógenes Alves Uchoa Lins 
UFRN 
Orientadora 
 
________________________________________________________________ 
Profª. Dra. Isauremi Vieira de Assunção 
UFRN 
Membro 
 
_________________________________________________________________ 
Prof. Dr. Cícero Romão Gadê Neto 
UnP 
Membro 
 
 
NATAL 
2016 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DEDICATÓRIA 
 
 
A Deus, por ter me protegido todos os dias de minha vida e me guiado pelo melhor 
caminho abrindo portas para que eu chegasse até aqui. 
Dedico não só o mestrado como todas as conquistas da minha vida até aqui aos meus 
pais Ewerson Leandro e Ana Clara e as minhas irmãs Ewelanny Louyde e Ewellyn 
Louyde, pois por muitas vezes pensei em desistir devido tamanhas dificuldades que 
enfrentei, mas, por eles, continuei. Com certeza, não teria chegado ao fim sem o apoio e 
as orações de vocês. 
Ao meu amor, Gabriel Queiroz, pelo apoio em todos os momentos dessa caminhada. Te 
amo! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
Desde que iniciei minha vida acadêmica tenho enfrentado grandes obstáculos e 
escrever os agradecimentos da minha dissertação de mestrado é, de certa forma, contar 
essa história. Não os enfrentei só, DEUS têm estado a frente a todo momento, por isso 
meu maior agradecimento a ele. As pessoas que estiveram nesse caminho só estiveram 
por sua permissão. 
 Minha família sempre foi minha fortaleza, em tudo que me colocava para baixo 
eles, mesmo sem querer, me mostravam o quanto eu tinha que ser forte para vencer. 
Afinal, como sempre disse meu pai: “Se eu tivesse desistido a cada dificuldade que 
encontrei, não teria criado vocês”. Então... uma palavra resume tudo o que tenho pra dizer: 
Obrigada! Obrigada pelas vezes em que não desistiram de mim. A fé de Ana Clara, a 
garra de Ewerson, a doçura de Ewelanny e a inocência de Ewellyn me permitiram dar 
mais esse grande passo. Essa vitória, sem sombra de dúvidas, é nossa! 
 Meus agradecimentos ao meu amor Gabriel que tem sido um ombro amigo, antes 
de qualquer coisa, há quase cinco anos. Pelas vezes em que me ouviu sem ter muito a 
dizer e mesmo assim esteve me apoiando e me dando força, mesmo à distância. Obrigada! 
Você é parte significativa dessa conquista. 
 Agradeço aos meus avós, tios e tias, primos, parentes mais próximos e até os mais 
distantes, por acreditarem em mim e me ajudarem a construir cada novo começo desde 
que saí de casa. 
 Agradeço a minha segunda família, D. Judite, Sr. Geraldo, Patrícia, Cacá e a 
princesa Isabella que por muitas vezes me acolheram e acolheram os meus como se fosse 
parte deles e torceram por mim em cada degrau que pretendi alcançar. 
 À Profª Dra. Ruthinéia Diógenes Alves Uchôa Lins pelo acolhimento e orientação 
durante esses 24 meses de mestrado e por todas as palavras de conforto nos meus 
momentos de angustia. Sou muito grata! 
 À Profª. Msc. Maria Regina Macedo Costa, coorientadora deste trabalho, por todo 
apoio e ensinamentos no decorrer de toda essa pesquisa fazendo com que tudo saísse nos 
conformes e sem a qual a realização desse estudo não teria sido possível. Obrigada! 
 
 
 Aos alunos de graduação Ana Palhares, Juliana Lima, Lucas Melo, Neto e em 
especial a Isabelle Helena pela ajuda e apoio na execução de todas as etapas dessa 
pesquisa. A mestranda Angélica Kercya sempre disposta a ajudar, principalmente durante 
a fase final dos experimentos. 
 A irmã que a Odontologia me presenteou Dayanne Monielle por me ouvir, ajudar 
de todas as formas e estar sempre disposta a me estender a mão nos momentos em que 
precisei não só durante o mestrado. Sua amizade é um presente pra mim! 
 Ao meu irmão Israel Alexandre o qual tive o prazer de dividir muitos momentos 
durante a vida e guardo no meu coração todas as nossas conversas. Como já disse... Você 
é do tipo de amigo pra vida toda! Obrigada! 
 As minhas companheiras de mestrado Laura e Rayanne, amigas de almoços e 
desabafos que com certeza carregarei comigo para o resto da vida e desejo todo sucesso 
por serem pessoas do coração cheio de bondade. 
 Aos meus colegas residentes em atenção básica, especialmente Caroline Nóbrega, 
Fernanda Greicy, Jonas Rayfe, Natja Alves e Patrícia Morais por ouvirem meus desabafos 
e me ajudarem a vencer essa etapa. Apesar de recente, a amizade de vocês é um presente 
pra mim! 
 A Universidade Federal do Rio Grande do Norte, ao Programa de Pós-Graduação 
em Saúde Coletiva e aos professores do programa por terem me acolhido e me 
proporcionado tantas boas oportunidades enquanto aluna. 
 Ao Departamento de Farmácia da UFRN pela parceria, em especial a Profª. 
Silvana Maria e as doutorandas Bárbara e Samara que sempre se mostraram prestativas 
em todas as fases da pesquisa. 
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) pela 
concessão da bolsa de mestrado. 
 A todos aqueles que se fizeram presentes, mesmo longe, e contribuíram para 
minha formação como pessoa e como profissional, muito obrigada! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“A HUMILDADE NÃO ESTÁ NA POBREZA, NÃO ESTÁ NA INDIGÊNCIA, NA 
PENÚRIA, NA NECESSIDADE, NA NUDEZ E NEM NA FOME. A HUMILDADE 
ESTÁ NA PESSOA QUE TENDO O DIREITO DE RECLAMAR, JULGAR, 
REPROVAR E TOMAR QUALQUER ATITUDE COMPREENSÍVEL NO BRIO 
PESSOAL, APENAS ABENÇOA.” 
Emmanuel 
 
 
 
RESUMO 
Devido à alta prevalência de doenças bucais, como a cárie dentária, e ao elevado potencial 
terapêutico de matérias-primas vegetais, reconhecendo o Brasil como um país de grande 
variedade etnobotânica, a presente pesquisa buscou analisar fitoquimicamente o material 
vegetal e determinar a ação antibacteriana do extrato de Spondias mombin L. (cajá) sobre 
bactérias bucais planctônicas. Para isso foram realizadas a prospecção fitoquímica do 
material vegetal, a determinação da Concentração Inibitória Mínima (CIM) e da 
Concentração Inibitória Mínima de Aderência (CIMA) do extrato de Spondias mombin 
L. (cajá) e do digluconato de clorexidina a 0,12% (controle) frente às bactérias S. mutans 
e S. oralis bem como a cinética bactericida das referidas substâncias (teste e controle) 
sobre o S. mutans. Os resultados revelaram que tal extrato inibiu o crescimento bacteriano 
em todas as concentrações testadas na CIM, além de ter impedido a aderência dos 
microrganismos à parede do tudo de vidro também até a concentração de 1:512 do extrato, 
mostrando-se superior, nessas duas análises, ao digluconato de clorexidina a 0,12%. 
Observou-se tambémque o extrato bruto de Spondias mombin L. já demosntrou ação 
bactericida após duas horas de contato com o S. mutans, enquanto o mesmo extrato, em 
sua concentração inibitória mínima, exibiu efeito bactericida somente após quatro horas 
de contato com tal microrganismo. Dessa forma, conclui-se que: o extrato de Spondias 
monbim L. se mostra bastante promissor como agente bactericida frente ao S. mutans e S. 
oralis quando comparado ao digluconato de clorexidina. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
Due to the high prevalence of oral diseases and the considerable therapeutic potential of 
vegetable raw materials, and based on the fact that Brazil is a country of great 
ethnobotanic variety, the present study sought to phytochemically analyze plant material, 
as well as determine the antibacterial action of the extract of Spondias mombin L. (caja) 
on oral planktonic bacteria. To achieve this, phytochemical screening of the plant material 
was performed, along with the determination of the Minimum Inhibitory Concentration 
(MIC) and the Minimum Inhibitory Concentration of Adherence (MICA) of Spondias 
mombin L. extract (caja) against S. mutans and S. oralis, and the bactericidal kinetic 
extract on S. mutans. It was found that the extract inhibited bacterial growth at all the 
MICs tested, and prevented the adhesion of the microorganisms to the glass wall at a 
concentration of 1:512 of the extract. As such it was more effective in these two tests than 
0.12% chlorhexidine gluconate. It was also found that crude extract of Spondias mombin 
L. exhibited antibacterial action after two hours of contact with S. mutans, while the 
extract in its minimum inhibitory concentration displayed a bactericidal effect after four 
hours of contact time with S. mutans. Thus, it is concluded that: the Spondias mombin L. 
extract is shown quite promising as a bactericide against Streptococcus mutans and S. 
oralis compared to chlorhexidine digluconate. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
34 
35 
LISTA DE FIGURAS 
 
Figura 1. Representação esquemática da técnica utilizada na determinação da 
concentração inibitória mínima do extrato sobre cada amostra 
ensaiada .............................................................................................. 
Figura 2. Representação esquemática da técnica utilizada na determinação da 
concentração inibitória mínima de aderência dos extratos sobre cada 
amostra ensaiada ................................................................................ 
Figura 3. Representação esquemática da técnica utilizada na determinação da 
Cinética Bacteriana frente ao extrato testado para cada amostra 
ensaiada ................................................................................................ 
Figura 4. Cromatografia de camada delgada do extrato aquoso (Revelador: 
Reagente Natural A / UV 365 nm). Fase móvel: Tolueno: Acetato de 
etila: ácido fórmico 5:5:0,5) .................................................................. 
Figura 5. Concentração inibitória mínima do Extrato de S. mombin L. e do 
Digluconato de Clorexidina. ....................................................................................... 
Figura 6. 
 
Figura 7. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
27 
28 
29 
32 
Ausência de células aderidas ao tubo de vidro demonstrando a 
atividade antiaderente do extrato de Spondias mombin L.na diluição 
de 1:512 para S. mutans e S. oralis ........................................................ 
Halos de inibição do S. mutans e S. oralis frente a ação do extrato 
bruto de Spondias mombin L. até a diluição de 1:512 .......................... 
34 
 
 
 
 
LISTA DE QUADROS 
 
Quadro 1. Prospecção fitoquímica do extrato da folha de Spondias mombin L. 32 
Quadro 2. Concentração Inibitória Mínima (medida dos halos de inibição em 
mm) em meio sólido do extrato aquoso de Spondias mombin L. e do 
digluconato de clorexidina sobre Streptococcus mutans e 
Streptococcus oralis ........................................................................... 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
33 
 
 
 
 
LISTA DE TABELA 
 
Tabela 1. Aderência dos microrganismos ao tudo de vidro frente ao extrato de Spondias 
mombin L. .................................................................................................... 36 
Tabela 2. Cinética bactericida do extrato de Spondias mombin L. sobre S. mutans ... 36 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4.6 
4.7 
28 
5. 29 
5.1 
SUMÁRIO 
 
 
1. 
2. 
2.1 
2.2 
2.3 
2.4 
2.5 
2.5.2 
3. 
3.1 
3.2 
4. 
4.1 
4.2 
4.3 
4.4 
4.5 
 
 
 
 
4.8 
 
 
 
29 
INTRODUÇÃO ....................................................................................... 
REVISÃO DE LITERATURA .............................................................. 
A CÁRIE DENTÁRIA E SEUS ASPECTOS MICROBIOLÓGICOS ... 
CONTROLES MECÂNICO E QUÍMICO DO BIOFILME DENTÁRIO 
FITOTERAPIA ......................................................................................... 
FITOTERAPIA E ODONTOLOGIA ....................................................... 
A ESPÉCIE Spondias mombin L. ............................................................. 
Uso popular .............................................................................................. 
OBJETIVOS ............................................................................................ 
OBJETIVO GERAL ................................................................................. 
OBJETIVOS ESPECÍFICOS .................................................................... 
METODOLOGIA ................................................................................... 
COLETA DO MATERIAL VEGETAL ................................................... 
PREPARAÇÃO DO EXTRATO DE Spondias Mombin L. ..................... 
PROSPECÇÃO FITOQUÍMICA ............................................................. 
MICRORGANISMOS UTILIZADOS ..................................................... 
DETERMINAÇÃO DA CONCENTRAÇÃO INIBITÓRIA MÍNIMA 
(CIM) DO EXTRATO DE Spondias mombin L. ........................................ 
DETERMINAÇÃO DA CONCENTRAÇÃO INIBITÓRIA MÍNIMA 
DE ADERÊNCIA DO EXTRATO DE Spondias mombin L. ................... 
DETERMINAÇÃO DA CINÉTICA BACTERIANA DO EXTRATO 
DE Spondias mombin L. ............................................................................ 
ANÁLISE ESTATÍSTICA ........................................................................ 
RESULTADOS ........................................................................................ 
REAÇÕES DE IDENTIFICAÇÃO .......................................................... 
 
15 
17 
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23 
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24 
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25 
 
25 
 
26 
 
27 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Análise por Cromatografia em Camada Delgada (CCD) ................... 
DETERMINAÇÃO DA CONCENTRAÇÃO INIBITÓRIA MÍNIMA 
DO EXTRATO DE Spondias mombin L. .................................................. 
DETERMINAÇÃO DA CONCENTRAÇÃO INIBITÓRIA MÍNIMA 
DE ADERÊNCIA DO EXTRATO DE Spondias mombin L. .................... 
DETERMINAÇÃO DA CINÉTICA BACTERICIDA DO EXTRATO 
DE Spondias mombin L. ............................................................................. 
DISCUSSÃO ............................................................................................. 
CONCLUSÕES ........................................................................................ 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................... 
5.1.1 
5.2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
30 
31 
5.3 
33 
5.4 
34 
6. 35 
7. 388. 39 
16 
 
1. INTRODUÇÃO
A cárie dentária é uma doença de etiologia multifatorial, biofilme dependente e 
acontece devido à perda mineral localizada. É considerada uma das doenças crônicas mais 
prevalentes, se distribui de maneira universal e, em muitos países, é vista como um 
problema de saúde pública (TORRES, 2000; FEJERSKOV; KIDD, 2011). 
Apesar de ter muitos fatores associados, o aparecimento das lesões de cárie 
dentária se deve basicamente à deficiência na higiene bucal e ao consumo frequente de 
açúcar (TORRES, 2000; FEJERSKOV; KIDD, 2011). Para o controle da quantidade de 
açúcar na dieta, a Organização Mundial de Saúde (OMS) publicou um novo guia, em 
2015, recomendando para adultos e crianças, que o consumo de açúcar não ultrapasse 
10% das calorias consumidas durante o dia. E quanto à característica de biofilme-
dependência da cárie dentária, recomenda-se que a desorganização do biofilme 
mecanicamente faça parte da rotina de higiene bucal para evitar o surgimento dessa 
doença (SCHEIE; PETERSEN, 2004). 
Frente às limitações dos métodos mecânicos de higiene bucal, agentes 
antimicrobianos têm sido propostos, principalmente nos casos em que há dificuldade de 
controle do biofilme e naqueles onde se necessita da diminuição da quantidade de 
microrganismos bucais (MOREIRA et al., 2008; MARSH, 2010). 
Dentre os agentes antimicrobianos bucais mais utilizados, o digluconato de 
clorexidina merece destaque devido ao seu potencial antimicrobiano e à sua característica 
de forte adsorção às superfícies bucais (MARSH, 2010; SCHEIE, PETERSEN, 2011). 
Por mais que promovam alguns efeitos colaterais como pigmentação dos dentes, alteração 
do paladar e descamação da mucosa, os antissépticos que têm como princípio ativo o 
digluconato de clorexidina a 0,12% ou 0,2% apresentam média elevada para o potencial 
de redução da microbiota bucal quando comparados a outros antissépticos (MATOS et 
al., 2015). Porém, deve-se reconhecer que o uso indiscriminado de antimicrobianos 
bucais, dentre eles o digluconato de clorexidina, causa resistência bacteriana. Diante dos 
efeitos colaterais do digluconato de clorexidina e da sua possibilidade de causar 
resistência bacteriana, torna-se necessário investigar as propriedades antimicrobianas de 
novas substâncias e, com a rica diversidade da flora do Brasil, parece salutar o estudo de 
produtos derivados de plantas como princípio ativo de possíveis agentes antimicrobianos 
(MOTA; TURRINI; POVEDA, 2015). 
17 
 
No Brasil, o uso de fitoterápicos tem sido bastante abordado no âmbito da saúde 
coletiva e bastante estudado no ambiente acadêmico, seguindo as recomendações da 
Organização Mundial da Saúde (OMS) para o uso da Medicina Tradicional e 
Complementar/Alternativa nos sistemas de saúde, de maneira integrada às técnicas da 
medicina ocidental moderna. A Política Nacional de Práticas Integrativas e 
Complementares (PNPIC), do Ministério da Saúde, insere o uso da Fitoterapia no Sistema 
Único de Saúde (SUS) (BRASIL, 2006a; BRASIL, 2006b). 
Frente ao exposto, têm sido realizado ao longo dos anos estudos in vitro acerca da 
ação antimicrobiana de alguns extratos de plantas (COSTA, 2011; GEBARA; 
ZARDETTO; MAYER, 1996; MATSUMOTO-NAKAMO, 2011). Dentre as inúmeras 
espécies de plantas com propriedades medicinais (AGRA; FREITAS; BARBOSA-
FILHO, 2007; SANTOS et al., 2009), especialmente atividade antimicrobiana, a literatura 
cita a Spondias mombin L., popularmente conhecida como cajá (ABO; OGUNLEYE; 
ASHIDI, 1999; SILVA, 2011), existente em todo território brasileiro com maior 
concentração nas regiões norte e nordeste (JARDIM, 2016). O cajá pertence à família 
Anacardiaceae e possui outros nomes comuns como: taperebá, pequena cajá e cajámirim 
(BOSCO et al., 2000). 
Sabendo disto, o presente estudo objetivou a triagem fitoquímica do extrato de 
Spondias mombin L. e a determinação de sua ação antibacteriana frente a bactérias 
Streptococcus mutans e Streptococcus oralis, envolvidas no processo cariogênico, na 
tentativa de incentivar a prática do uso de fitoterápicos e plantas medicinais como 
recursos preventivo e terapêutico das doenças biofilme dependentes, tendo em vista sua 
possível efetividade e excelente relação custo-benefício. 
 
 
 
 
 
 
 
18 
 
2. REVISÃO DE LITERATURA 
 2.1 A CÁRIE DENTÁRIA E SEUS ASPECTOS MICROBIOLÓGICOS 
A cárie dentária pode ser considerada uma doença típica do homem civilizado e, 
de maneira genérica, todo indivíduo adulto durante sua vida é acometido por esta doença, 
que teve aparecimento na pré-história entre os seres humanos. Num exame de 100 crânios 
do homem de Neanderthal não se constatou a presença de cárie, significando não a sua 
ausência, mas sim a incidência de cárie apenas ocasionalmente neste período, restrita a 
uns poucos espécimes. Porém, a partir de um maior consumo de açúcar por volta de 1665, 
a incidência de cárie aumentou intensamente (PINHEIRO, 1983). 
Existem várias definições de cárie, dentre elas, a de que se trata de uma destruição 
progressiva e localizada dos dentes, principalmente das coroas dentárias, embora também 
possa acometer as superfícies radiculares. Outra denominação seria de uma doença 
infectocontagiosa que resulta em uma perda localizada de miligramas de minerais dos 
dentes afetados, causada por ácidos orgânicos provenientes da fermentação microbiana 
dos carboidratos da dieta. Qualquer que seja a definição de cárie, quando não tratada, 
poderá haver progressão desta, culminando com a destruição quase total do dente e 
levando à infecção da polpa e dos tecidos de suporte dentário, com sequelas, por vezes, 
graves (BURNETT; SCHERP; SCHUSTER, 1978; WEYNE, 1989). Porém, o conceito 
estabelecido universalmente é de que a cárie dentária é uma doença multifatorial, 
infecciosa, transmissível (FITZGERALD; KEYES, 1960; KEYES, 1960) e dieta 
dependente, que produz uma desmineralização das estruturas dentárias. 
Não somente a superfície dentária, como todas as outras superfícies da cavidade 
oral estão sempre sendo colonizadas por microrganismos, constituindo os estreptococos 
parte essencial dessa microbiota. Ao acúmulo de microrganismos, embebidos em uma 
matriz aglutinante, sobre e toda e qualquer superfície sólida, denomina-se biofilme um 
conjunto de microrganismos, contidos em matriz orgânica formada por substâncias da 
saliva e da dieta do hospedeiro e por polímeros bacterianos (GEBARA; ZARDETTO; 
MAYER, 1996). A patogenicidade do biofilme é resultado de interações entre proteínas 
e bactérias e de bactérias entre si, produzindo compostos que ajudam na manutenção da 
própria estrutura do biofilme e na destruição de tecidos que servem de substrato para o 
estabelecimento da colonização (PEREIRA, et al. 2006). 
19 
 
As pesquisas realizadas em busca da origem dos microrganismos presentes na 
saliva concluiram que a maior parte desses microrganismos são advindos da língua e, de 
maneira geral, influenciam diretamente a microbiota de toda a cavidade oral (TANNER 
et al., 2002), principalmente Staphylococcus e Streptococcus (UREÑA, 2002). 
Dentro da família dos Streptococcus é imprescindível ressaltar o grupo dos 
Streptococcus viridans, que engloba alguns conjuntos filogenéticos, dentre eles que 
engloba quatro conjuntos filogenéticos: mitis, salivarius e o S. mutans, que é a bactéria 
mais implicada em doenças orais como a cárie (TELES, 2010). 
O S. mutans é considerado, em alguns estudos, como sendo um microrganismo 
específico das cáries dentárias, é ricamente encontrado nas superfícies dentárias, além de 
constituir uma das bactérias com maior potencial cariogênico, em função de sua grande 
ação acidogênica (ROETERS et al., 1995; THIBODEAU; O'SULLIVAN; 1996; 
KLEINBERG, 2002; BEIGHTON et al., 2004; ALMAS; AL-SANAWI; AL-
SHAHRANI, 2005). 
Em estudo anterior, após isolamento das bactérias acidúricas predominantes no 
biofilme coletado das superfícies ainda não cariadas,foi encontrada quantidade 
considerável também de Streptococcus oralis que são microrganismos em forma de cocos 
gram positivos que está implicada diretamente na formação da placa dentária 
(BRAILSFORD et al, 1999). 
Outro microrganismo muito presente na cavidade oral é o Streptococcus sanguinis 
(TRUPER; CLARI, 1997). O S. sanguinis é reconhecido pelo seu papel antagonista ilegítimo na 
cárie dentária (LOESCHE et al., 1975). Acredita-se que o S. sanguinis pode competir com o S. 
mutans para a colonização da superfície dos dentes, uma vez que ambos os microrganismos 
requerem a presença de dentes para a colonização (CARLSSON; SODERHOLM; ALMFELDT, 
1969; CARLSSON et al.,1970). 
 
 2.2 CONTROLES MECÂNICO E QUÍMICO DO BIOFILME DENTÁRIO 
A deficiência na higiene oral associada ao consumo de sacarose provoca uma 
modificação na microbiota do biofilme dentário, podendo resultar na formação de lesões 
de cárie (TORRES, 2000; FEJERSKOV; KIDD, 2011). A correta limpeza dos dentes é o 
20 
 
meio mais eficiente disponível até o momento para a prevenção da gengivite, da 
periodontite e da cárie (NEWBRUN, 1990; DITTERICH et al, 2007). 
Métodos de controle de biofilme dentário têm sido empregados para prevenir e 
limitar os efeitos e a progressão da cárie. O controle mecânico do biofilme dentário atua 
na prevenção e na remoção do mesmo, representando o método mais aceito, conforme 
estudos epidemiológicos que demonstram associação entre higiene bucal e biofilme 
dental. O controle mecânico caseiro, também conhecido como higienização bucal, 
consiste da escovação dos dentes, da limpeza interproximal e da limpeza dos tecidos 
moles da boca, sendo este reconhecidamente o meio mais simples e com melhor relação 
custo/benefício para o paciente (GEBRAN, et al. 2002; DITTERICH, et al. 2007). 
Devido ao fato de que muitos pacientes não conseguem desenvolver a habilidade 
mecânica operacional adequada e em função do uso restrito do fio dental, Sathler e 
Fischer (1996), sugerem a utilização de agentes químicos como coadjuvantes dos 
mecânicos, incorporados em dentifrícios ou soluções para bochechos. As substâncias 
químicas mais usadas são compostos quaternários de amônia, alcalóides, Bis-biguanidas, 
compostos fenólicos, enzimas, etc. Porém, dentre os numerosos estudos realizados, a 
clorexidina foi a substância que apresentou as melhores características enquanto 
antisséptico bucal, uma vez que possui propriedades como substantividade, eficiência, 
estabilidade e segurança (VINHOLIS, 1996). 
Apesar de se apresentar como padrão ouro no controle químico do biofilme 
dentário, a clorexidina apresenta alguns efeitos colaterais associados (JONES, 1997) 
incluindo: inativação na presença de sulfatos e cálcio, manchamento extrínsico no esmalte 
dentário, hiperplasia de papilas linguais e perda do sentido da gustação (VAN 
GRUNSVEN; CARDOSO, 1995). Esses efeitos junto ao advento de cepas 
multirresistentes a antibióticos têm incentivado à procura por produtos naturais com 
atividade antibacteriana no combate a doenças que afetam os tecidos bucais (ROBERTS, 
2002) que provavelmente terão menos efeitos colaterais uma vez que os fitoterápicos, em 
sua grande maioria, agridem menos o organismo devido sua composição. 
2.3 FITOTERAPIA 
De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA, na RDC 
nº 26/2014, a fitoterapia consiste na utilização de vegetais em preparações farmacêuticas 
21 
 
como extratos, pomadas, tinturas e cápsulas, empregados no tratamento de doenças e na 
manutenção e recuperação da saúde (ANVISA, 2014). 
Os fitoterápicos são considerados os produtos obtidos de matéria-prima ativa 
vegetal, exceto substâncias isoladas, com finalidade profilática, curativa ou paliativa, 
incluindo medicamento fitoterápico e produto tradicional fitoterápico, podendo ser 
simples, quando o princípio ativo é proveniente de uma única espécie vegetal medicinal, 
ou composto, quando o princípio ativo é proveniente de mais de uma espécie vegetal 
(ANVISA, 2014). São considerados produtos tradicionais fitoterápicos aqueles obtidos 
com emprego exclusivo de matérias-primas ativas vegetais, cujas segurança e efetividade 
sejam baseadas em dados de uso seguro e efetivo (publicados na literatura técnico-
científica) e que sejam concebidos para serem utilizados sem a vigilância de um médico 
para fins de diagnóstico, prescrição ou monitorização (ANVISA, 2014). 
Uma das vantagens da aplicação da fitoterapia deve-se ao fato desta apresentar 
um baixo custo no processo de promoção de saúde. Dessa forma, o melhor acesso do 
paciente ao composto fitoterápico é extremamente importante dentro da dinâmica da 
humanização na relação profissional/paciente, em ações sociais e em políticas públicas, 
uma vez que a medicação sintética ainda tem um custo muito elevado diante da realidade 
do Brasil (MONTEIRO; FRAGA, 2015). 
É importante enfatizar que o uso da fitoterapia não deve se limitar somente ao 
conhecimento popular, devendo-se considerar também e principalmente o conhecimento 
científico (ZHENG; HUA; CHEUNG, 2011). Além disso, é preciso que ocorra 
aceitabilidade por parte dos profissionais de saúde, inclusive dos Cirurgiões-Dentistas, 
contribuindo assim para a inserção apropriada dessa prática nos serviços de assistência à 
saúde (REIS et al, 2014). 
 
2.4 FITOTERAPIA E ODONTOLOGIA 
Os relatos médicos medievais da Inglaterra, mostraram que, nos séculos XII e 
XIV, os cuidados com os dentes já tinham importância e grande parte dessas medidas de 
cuidados eram limitadas a tratamentos vistos como não-invasivos, envolvendo, em sua 
maioria, o uso de ervas medicinais (ANDERSON, 2004). 
22 
 
O aumento da aplicação da fitoterapia dentro de programas preventivos e 
curativos tem, com o passar dos anos, estimulado o estudo de múltiplos extratos de plantas 
para aplicação dentro da Odontologia, principalmente no sentido de controlar o biofilme 
dentário e tratar as afecções bucais advindas dele. A efetividade dos fitoterápicos e suas 
vantagens em relação aos medicamentos alopáticos já são comprovadas, inclusive na 
Odontologia. O baixo custo dos medicamentos fitoterápicos, tornando-os mais acessíveis 
à população, a possibilidade de possuir menos efeitos colaterais ou tóxicos e a grande 
aceitação popular motivam a produção de medicamentos fitoterápicos pela indústria 
farmacêutica (ALELUIA et al, 2015). Em virtude disso, os estudos utilizando produtos 
naturais dentro da ciência odontológica vêm aumentando nos últimos anos em busca de 
novos produtos naturais com maior atividade terapêutica, menor toxicidade, maior 
biocompatibilidade e menor custo à população. A partir do momento em que há aceitação 
do uso da fitoterapia pela população, as perspectivas no mercado de produtos 
odontológicos que contém substâncias naturais são melhoradas (AGRA et al, 2007; 
ALELUIA et al, 2015). 
2.5 A ESPÉCIE Spondias mombin L. 
 A família Anacardiaceae compreende 55 espécies, sendo que 9 (nove) delas, 
apresentam interesse medicinal (MEDEIROS et al, 2013). Essa família é de origem 
nativa, no entanto, não é endêmica do Brasil. Distribui-se por todas as regiões do país, 
sendo mais prevalente nas regiões Norte, Nordeste e Centro-oeste (JARDIM, 2016). 
Do ponto de vista químico, os gêneros mais estudados são Mangifera, Rhus 
(Toxicodendron), Anacardium, Spondias, Lannea, Semecarpus, Schinus, Pistacia, 
Lithraea, Tapirira e Melanorrhoea (CORREIA; DAVID; DAVID, 2006). 
Dentro do gênero Spondias, as espécies que mais se destacam são: Spondias 
mombin L. (cajazeira), Spondias tuberosa Arruda (umbuzeiro), Spondias duleis 
Parkinson (cajaraneira), Spondias purpurea L. (serigueleira), Spondias sp. (umbu-
cajazeira) (BRASIL, 2009). 
 Essa família ainda tem como destaque diversas espécies frutíferas de importância 
econômica, com destaque para o cajueiro (Anacardium occidentale), cujo fruto produz a 
castanha de caju, e o grupo dos cajásproveniente da cajazeira (Spondias spp.) 
(LORENZI, 2008). 
23 
 
A espécie Spondias mombin L. é distribuída em todo o Brasil, sendo o seu fruto 
conhecido por diversos nomes regionais, incluindo taperebá na Amazônia, pequeno cajá 
no sudeste, cajámirim no sul, ou simplesmente Cajá no nordeste (BOSCO et al., 2000). 
O cajá é rico em vitamina A, B1, B2 e C, cálcio, fósforo, potássio, carotenoides e 
taninos e é utilizado na culinária para produção de polpas, sucos, picolés, sorvetes, 
néctares e geléias (BRASIL, 2009). A madeira de cajá é empregada na indústria de 
fabricação de móveis, enquanto a casca e as folhas são usadas na medicina popular 
(SACRAMENTO; SOUZA, 2000). 
As frutas são a principal fonte de substâncias biologicamente ativa, contribuindo 
para o seu potencial quimiopreventivo (MAHATTANATAWEE et al., 2006; 
DEMBITSKY et al, 2011.; JIMENEZ et al., 2011) além de contribuir com calorias, sais 
minerais, vitaminas, fibras e água para o organismo humano (BRASIL, 2009). O fruto do 
cajá é muito aromático e tem quantidade de carotenoides e de compostos fenólicos, ainda 
maior que o maracujá e o abacaxi (CARVALHO et al, 2013). 
 De acordo com Lorenzi (2009), a árvore da cajazeira (Spondias mombin L.) mede 
até 25 metros de altura, com folhas compostas de 3 (três) a 8 (oito) pares de folíolos de 
forma oval, lanceolada, com margens cerradas quando bem jovens. Os frutos são do tipo 
drupa, de cor amarelo-alaranjada e sabor ácido, com cerca de 1 (uma) polegada de 
tamanho. 
2.5.2 Uso Popular 
 De acordo com a etnofarmacologia, as cascas do caule de S. mombin L. têm efeito 
abortivo, podendo ser utilizados também como antídoto em picadas de serpentes e como 
substâncias eméticas (TRÓPICOS, 2013). As folhas são indicadas na forma de gargarejos 
como adstringentes para inflamações na cavidade oral e na garganta. Existem registros 
também de uso terapêutico em casos de prostatite, herpes labial, uretrite, cistite e 
conjuntivite, além de serem usados como antidepressivos, antiborrifaciente, e no 
tratamento de doenças venéreas e tumores (ALBUQUERQUE, et al. 2007; LORENZI; 
MATOS, 2008; TROPICOS, 2013). Para o fruto da S. mombin L. especificamente, o 
suco é referido por alguns autores como vermífugo e diurético, sendo porém mais 
utilizado como alimento (AYOKA, et al. 2008; BRASIL, 2009). 
24 
 
 Em estudo in vitro, os extratos aquoso e etanólico de folhas de cajazeira (S. 
mombin) inibiram o crescimento bacteriano. Este é o primeiro relato da validação do uso 
popular desta espécie como antibacteriano (AJAO; SHONUKAN; FEMI-ONADEKO, 
1995). 
 Os frutos do cajá são muito ricos em carotenoides e vitamina A, contendo como 
principal carotenoide a β-criptoxantina, seguido da luteína (HAMANO; ERCADANTE, 
2001). Suas folhas apresentaram em estudos fitoquímicos a presença de taninos, 
saponinas, resinas, esteróis, triterpenos, flavonoides e alcaloides (ABO; OGUNLEYE; 
ASHIDI, 1999; ASUQUO et al., 2013; CARABALLO; CARABALLO; RODRÍGUEZ-
ACOSTA, 2004). 
A atividade antibacteriana do cajá ocorre pela presença do derivado de ácido 
anarcádico, isolado das folhas da cajazeira (S. mombin L), que possui a capacidade de 
inibir a β-lactamase, atividade atribuída também ao ácido clavulânico, antibacteriano 
comercialmente conhecido (COATES et al. 1994). 
Outros compostos secundários foram isolados das folhas e cascas desta espécie, 
identificados como ácido 2-O-cafeicol-(+)-alohidroxicítrico e butil éster de ácido 
clorogênico, que mostraram considerável atividade antiviral (CORTHOUT et al., 1992), 
bem como o ácido elágico e a quercetina, isolados das folhas, que apresentaram atividade 
antiviral contra o vírus da dengue tipo 2 (SILVA et al., 2011). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
25 
 
3. OBJETIVOS 
3.1 OBJETIVO GERAL 
Analisar fitoquimicamente o extrato de S. mombin L. bem como avaliar in vitro a 
ação antibacteriana, o efeito antiaderente e a cinética bactericida do mesmo sobre 
bactérias bucais planctônicas. 
3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 
1. Analisar fitoquimicamente o material vegetal do extrato de S. mombin L. para 
caracterizar a matéria-prima utilizada; 
2. Determinar a Concentração Inibitória Mínima (CIM) do extrato de S. mombin 
L. frente às bactérias Streptococcus mutans e Streptococcus oralis; 
3. Determinar a Concentração Inibitória Mínima de Aderência (CIMA) do extrato 
de S. mombin L. frente às bactérias Streptococcus mutans e Streptococcus 
oralis; 
4. Determinar a Cinética Bactericida (CB) do extrato de S. mombin L. frente ao 
Streptococcus mutans; 
5. Comparar a ação antibacteriana, o efeito antiaderente e atividade bactericida 
entre o referido extrato e o digluconato de clorexidina a 0,12% frente às 
bactérias Streptococcus mutans e/ou Streptococcus oralis. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
26 
 
4. METODOLOGIA 
4.1 COLETA DO MATERIAL VEGETAL 
A coleta da matéria prima vegetal ocorreu em novembro de 2011. As folhas de S. 
mombin L. foram adquiridas numa fazenda particular na região de Tábua em Dom 
Marcolino Dantas/ RN com coordenadas (Tábua- RN S S° 28’ 14’’ W 35° 27’ 37’’). A 
amostra coletada foi depositada no herbário da Universidade Federal do Rio Grande do 
Norte (UFRN) e identificado pelo botânico Alan Roque (exsicata 12252). Antes de 
coletado o material foi obtida autorização do Sistema de Autorização e Informação em 
Biodiversidade (SISBio/Ministério do Meio Ambiente (35017) assim como autorização 
para acesso ao patrimônio genético com finalidade de pesquisa científica via Plataforma 
Carlos Chagas/CNPq (número do processo 010688/2012-9). 
 
4.2 PREPARAÇÃO DO EXTRATO DE Spondias mombin L. 
As folhas coletadas de S. mombin L. foram submetidas à secagem, na sombra, sob 
temperatura ambiente por duas semanas. Logo após, as folhas foram trituradas em um 
moinho de facas. 
A partir de 450 g da droga vegetal de S. mombin L., foi preparado um extrato pelo 
método de decocção, onde a droga vegetal foi deixada em contato com a água em ebulição 
durante um período de 15 minutos, obtendo-se assim o extrato aquoso das folhas (EA). 
Logo após, foi feita liofilização do extrato para a realização dos testes biológicos. 
 
 4.3 PROSPECÇÃO FITOQUÍMICA 
Foi realizada uma triagem fitoquímica preliminar, na qual foram testadas as 
principais reações de caracterização para metabólitos secundários. Os principais 
metabólitos pesquisados foram: polifenóis, flavonoides, taninos, saponinas e alcaloides. 
Para a identificação de fenóis adicionou-se ao extrato bruto uma quantidade do 
agente oxidante cloreto férrico (FeCl3). A reação foi considerada positiva, sendo 
evidenciada pelo desenvolvimento de uma coloração verde azulada. Na identificação de 
flavonoides foi utilizado o teste de Shinoda (HCl concentrado e magnésio em pó), sendo 
a reação considerada positiva através do desenvolvimento de uma coloração variável de 
laranja a verde. 
 
27 
 
Os taninos foram caracterizados pela reação de precipitação com gelatina, sendo 
a reação considerada positiva pelo desenvolvimento de um precipitado. Já para a detecção 
da presença de saponinas, empregou-se o teste de formação de espuma, sendo a reação 
considerada positiva pela persistência da espuma durante 15 minutos. 
O teste para alcaloides utilizou como base reações de formação de complexos 
insolúveis produzidos por reagentes específicos como: Dragendorff (formação de 
precipitado amarelo/alaranjado); Mayer (formação de precipitado branco); Wagner 
(formação de precipitado marrom escuro) e Bertrand (formação de precipitado branco 
amarelado). 
 
4.4 MICRORGANISMOS UTILIZADOS 
As cepas utilizadas foram Streptococcus mutans ATCC 25175 e Streptococcus 
oralis ATCC 10557. Todas as amostras foram solicitadas à Fundação Osvaldo Cruz 
(FIOCRUZ) e fazem parte da coleção de microrganismos de referência em Vigilância 
Sanitária. Os referidos microrganismos foram reativados em caldo nutritivo (BHI - Brain 
Heart Infusion – DIFCO®, Michigan,Estados Unidos) e repicados em placas de Petri 
contendo Ágar Sangue (Columbia Blood Agar Base - DIFCO®, Michigan, Estados 
Unidos), com auxílio de uma alça descartável, em três sentidos: horizontal, vertical e 
diagonal, permanecendo na estufa por 37ºC durante 24 horas, para que fossem testadas 
as suas viabilidades. Com alça descartável, as colônias foram retiradas dessas placas, 
semeadas em caldo nutritivo (BHI - Brain Heart Infusion – DIFCO® Michigan, Estados 
Unidos.) e incubadas a 37ºC por 18-20 horas. 
4.5 DETERMINAÇÃO DA CONCENTRAÇÃO INIBITÓRIA MÍNIMA 
(CIM) DO EXTRATO DE Spondias mombin L. 
A atividade antibacteriana em placas foi realizada segundo a metodologia 
adaptada de Bauer e colaboradores (1966) para a determinação da Concentração Inibitória 
Mínima (CIM). As linhagens bacterianas Streptococcus mutans ATCC 25175 e 
Streptococcus oralis ATCC 10557 foram cultivadas em caldo nutritivo (BHI – Brain 
Heart Infusion – DIFCO®, Michigan, Estados Unidos) e incubadas a 37ºC por ou 24 
horas. Em placas de petri contendo Ágar Mueller Hinton (DIFCO®, Michigan, Estados 
Unidos) foi introduzido o BHI (BHI-Brain Heart Infusion – DIFCO®, Michigan, Estados 
 
28 
 
Formação 
dos halos 
de 
inibição 
 
Medição 
dos halos 
formados 
Formação 
dos halos 
de 
inibição 
 
Medição 
dos halos 
formados 
Unidos) inoculado com cada crescimento bacteriano, retirado o excesso e confeccionados 
cinco orifícios equidistantes, padronizados com seis mm de diâmetro (em cada placa). 
Foram introduzidos 70 µL de cada substância teste, incluindo o extrato aquoso puro e os 
extratos aquosos diluídos em água destilada, nos orifícios e as placas incubadas a 37ºC 
por 24 horas. Cada ensaio foi realizado em duplicata sobre cada linhagem. O mesmo 
procedimento foi utilizado para o controle positivo com o digluconato de clorexidina a 
0,12% (Periogard®, Colgate-Palmolive Company, Nova York, EUA) (FIGURA 1). 
É considerada CIM a menor concentração do extrato capaz de inibir o crescimento 
microbiano, representado pela presença de um halo de inibição, aferido em mm com 
auxílio de um paquímetro (Eccofer®, China). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1. Representação esquemática da técnica utilizada na determinação da CIM do extrato sobre cada 
amostra ensaiada. Fonte: Costa (2011). 
29 
 
4.6 DETERMINAÇÃO DA CONCENTRAÇÃO INIBITÓRIA MÍNIMA DE 
ADERÊNCIA (CIMA) DO EXTRATO DE SPONDIAS MOMBIN L. 
A Concentração Inibitória Mínima de Aderência (CIMA) do extrato de Spondias 
mombin L. foi determinada na presença de sacarose a 5%, de acordo com Gerbara, 
Zardetto e Mayer (1996), usando-se concentrações correspondentes ao extrato bruto até 
a diuição 1:512. A partir do crescimento bacteriano, as linhagens bacterianas 
Streptococcus mutans ATCC 25175 e Streptococcus oralis ATCC 10557 foram 
subcultivadas a 37ºC em caldo Mueller-Hinton (DIFCO, Michigan, Estados Unidos). Foi 
feita distribuição de 0,9 mL do subcultivo em tubos de hemólise e, em seguida, adicionado 
0,1mL da solução correspondente às diluições do extrato. A incubação foi feita a 37°C 
por 24 horas em microaerofilia, com os tubos inclinados a 30°. A leitura foi realizada 
através da observação visual da aderência da bactéria às paredes do tubo, após agitação 
do mesmo. Cada ensaio foi realizado em duplicata frente à cada linhagem selecionada. O 
mesmo procedimento foi realizado para o controle positivo com o digluconato de 
clorexidina a 0,12% (Periogard®, Colgate-Palmolive Company, Nova York, EUA) 
(FIGURA 2). 
É considerada CIMA a menor concentração do agente em meio com sacarose 
capaz de impedir a aderência do microrganismo ao tubo de vidro. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 2. Representação esquemática da técnica utilizada na determinação da CIMA dos extratos sobre cada amostra 
ensaiada. Fonte: Costa (2011). 
30 
 
4.7. DETERMINAÇÃO DA CINÉTICA BACTERICIDA DO EXTRATO DE 
SPONDIAS MOMBIN L. 
A curva bacteriana frente ao extrato de Spondias Mombin L. foi avaliada pelo 
método de Peyret e colaboradores (1990). A amostra do Streptococcus mutans ATCC 
25157 foi inoculada em caldo nutritivo (BHI-DIFCO, Michigan, Estados Unidos), 
incubada a 37º C por 24 hras e subcultivada em Caldo Mueller Hinton (DIFCO, Michigan, 
Estados Unidos) por 1 (uma) hora. Os 9mL de cultura bacteriana, foram adicionados a 
1mL dos extratos (bruto e CIM). Os referidos tubos foram mantidos na estufa a 37º C por 
24 horas e as alíquotas retiradas após 2 (duas), 4 (quatro), 6 (seis) e 24 horas de incubação, 
sendo então semeadas em placas com Agar Mueller Hinton (DIFCO, Michigan, Estados 
Unidos) (FIGURA 3). Cada ensaio foi realizado em duplicata frente ao microrganismo 
selecionado. 
A leitura das placas foi efetuada após incubação por 24 horas a 37ºC pelo método 
padrão de contagem de unidade formadora de colônia, observando o potencial bactericida 
do extrato nos tempos determinados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 3. Representação esquemática da técnica utilizada na determinação da Cinética Bacteriana frente ao extrato 
testado para cada amostra ensaiada. Fonte: Costa (2011). 
31 
 
4.8 ANÁLISE ESTATÍSTICA 
Os resultados obtidos no teste da Concentração Inibitória Mínima foram 
coletados, organizados e apresentados em forma de tabelas com os seus respectivos 
valores das médias dos halos, indicando a inibição do crescimento bacteriano. 
Posteriormente, foram transferidos para um banco de dados e calculados os parâmetros 
estatísticos que incluíram valores das respectivas medidas descritivas: mínimo, máximo, 
média e desvio padrão. O nível de confiança utilizado para a obtenção dos intervalos foi 
de 95%. Ao nível de 5% de significância foi utilizado o teste U de Mann-Whitney na 
comparação da Concentração Inibitória Mínima do extrato em relação ao digluconato de 
clorexidina a 0,12% frente aos dois microrganismos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
32 
 
5. RESULTADOS 
5.1 REAÇÕES DE IDENTIFICAÇÃO 
No processo de prospecção fitoquímica do extrato da folha de Spondias mombin 
L. foram detectados os principais metabólitos secundários da planta como: compostos 
fenólicos, flavonoides, taninos e saponinas, conforme mostra o quadro 1. 
Quadro 1. Prospecção fitoquímica do extrato da folha de Spondias mombin L. 
Classe de metabólitos 
pesquisados 
Aspecto visual Resultado 
Compostos fenólicos 
 
 
 
A reação foi considerada positiva, 
sendo evidenciada pelo 
desenvolvimento de uma coloração 
verde azulada. 
Flavonóides A reação foi considerada positiva 
através do desenvolvimento de uma 
coloração avermelhada. 
Taninos A reação foi considerada positiva pelo 
desenvolvimento de um precipitado. 
 
33 
 
Saponinas 
 
A reação foi considerada positiva pela 
abundância e persistência da espuma 
durante 15 minutos. 
Alcaloides A reação foi negativa para a presença de 
alcaloides, não havendo formação de 
precipitado e nem mudança de 
coloração. 
 
Fonte: Cabral (2015). 
 
5.1.1 Análise por cromatografia em camada delgada (CCD) 
Na análise por CCD após a revelação com o Reagente Natural A, que é um 
revelador específico de flavonoides, quatro bandas com coloração amarela foram 
observadas, caracterizando a presença de flavonoides no extrato aquoso das folhas, sendo 
ainda verificada uma banda de coloração azul sugestiva de ácido fenólico (FIGURA 4). 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 4. CCD do EA. (Revelador: Reagente Natural A / UV 365 nm). Fase móvel: Tolueno: Acetato de etila:ácido 
fórmico 5:5:0,5. Fonte: Cabral (2015). 
 
 
34 
 
5.2 DETERMINAÇÃO DA CONCENTRAÇÃO INIBITÓRIA MÍNIMA DO 
EXTRATO DE Spondias mombin L. 
Os resultados da determinação da concentração inibitória mínima do extrato de 
Spondias mombin L. para os microrganismos Streptococcus mutans e Streptococcus 
oralis, bem como para a clorexidina sobre os mesmos microrganismosestão apresentados 
no quadro 2. 
 
Quadro 2. Concentração Inibitória Mínima (média dos halos de inibição em mm) em meio sólido do extrato 
aquoso de Spondias mombin L. e do digluconato de clorexidina sobre Streptococcus mutans e Streptococcus 
oralis. 
 
 
EB: Extrato bruto; SP: Substância pura. 
 No quadro 2, observou-se que o extrato de Spondias mombin L. apresentou 
atividade antibacteriana em todas as concentrações sobre as bactérias testadas, cujos halos 
de inibição variaram entre 15 e 24mm. O digluconato de clorexidina apresentou-se eficaz 
sobre todas as bactérias e os halos de inibição variaram entre 12 e 20 mm. Streptococcus 
mutans foi a bactéria mais sensível ao referido antimicrobiano, apresentando halo de 
inibição até a diluição 1:64. 
 Para efeito de comparação entre os halos de inibição do extrato S. mombin L. e do 
digluconato de clorexidina 0,12% tanto para o S. mutans como para o S. oralis foi 
realizado teste U de Mann Whitney e percebeu-se que o extrato apresentou atividade 
Linhagens 
bacterianas 
EB 1:2 1:4 1:8 1:16 1:32 1:64 1:128 1:256 1:512 
Streptococcus 
mutans 
24 21 18 16 16 16 18 18 18 16 
Streptococcus 
oralis 
21 20 19 20 20 19 18 16 16 15 
Linhagens 
bacterianas 
SP 1:2 1:4 1:8 1:16 1:32 1:64 1:128 1:256 1:512 
Streptococcus 
mutans 
20 18 15 14 13 13 12 0 0 0 
Streptococcus 
oralis 
17 16 15 14 13 0 0 0 0 0 
Extrato de Spondias mombin L. 
Digluconato de clorexidina a 0,12% 
35 
 
antibacteriana estatisticamente superior à clorexidina somente a partir da concentração 
1:32 (Figuras 5 e 6). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 5. Concentração inibitória mínima do Extrato de S. mombin L. e do DIgluconato de Clorexidina. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 6. Halos de inibição do S. mutans e S. oralis frente a ação do extrato bruto (1) de Spondias mombin L. até a 
diluição de 1:512 (10). 
36 
 
5.3 DETERMINAÇÃO DA CONCENTRAÇÃO INIBITÓRIA MÍNIMA DE 
ADERÊNCIA DO EXTRATO DE Spondias mombin L. 
Observou-se que o extrato de Spondias mombin L. apresentou efeito antiaderente 
sobre Streptococcus mutans e Streptococcus oralis em todas as concentrações testadas 
(Figura 7). O efeito antiaderente do extrato para os microrganismos citados foi maior 
inclusive do que o efeito do digluconato de clorexidina a 0,12%, que impediu a aderência 
do Streptococcus mutans até a concentração 1:256 e do Streptococcus oralis até a 
concentração de 1:16 (Tabela 1). 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 7. Ausência de células aderidas ao tubo de vidro, demonstrando a atividade antiaderente do extrato de Spondias 
mombin L.na diluição de 1:512 para S. mutans e S. oralis. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tabela 1. Aderência dos microrganismos ao tudo de vidro frente ao extrato de Spondias mombin L. 
 
37 
 
5.4 DETERMINAÇÃO DA CINÉTICA BACTERICIDA DO EXTRATO DE 
spondias mombin L. 
Os resultados da determinação da cinética bactericida do extrato bruto e diluído 
(CIM) de Spondias mombin L. sobre S. mutans estão apresentados na tabela 2. 
Tabela 2. Cinética bactericida do extrato de Spondias mombin L. sobre S. mutans. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Na tabela 2, observou-se que o efeito bactericida do extrato de Spondias mombin 
L. bruto foi notável já nas primeiras duas horas de contato com a amostra do S. mutans. 
Para o extrato do Spondias mombin L. em sua concentração inibitória mínima foi 
observado efeito bactericida após quatro horas de contato com o S. mutans. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
38 
 
 
6. DISCUSSÃO 
 
A cárie dentária e as doenças periodontais ainda são considerados os problemas 
bucais mais prevalentes na população e isso se deve, em grande parte, à característica 
biofilme dependente dessas doenças. Grande parte da população encontra dificuldade e 
irregularidade na frequência da correta higienização dos dentes, o que facilita o acúmulo 
de biofilme e o surgimento de cáries (FEJERSKOV; KIDD, 2011). 
Diante disso, agentes antimicrobianos têm sido propostos com a intenção de 
complementar a higienização mecânica das superfícies dos dentes e diminuir a frequência 
de aparecimento desses problemas bucais (MOREIRA et al., 2008; MARSH, 2010). 
Atualmente o digluconato de clorexidina se destaca e é visto como padrão ouro no que 
diz respeito à capacidade antimicrobiana, apesar de apresentar alguns efeitos colaterais e 
ocorrer resistência de cepas bacterianas a agentes sintéticos como ele (MOTA; TURRINI; 
POVEDA, 2015). 
Portanto, atualmente têm-se estudado bastante os agentes antimicrobianos 
derivados de plantas, conhecidos como fitoterápicos, pois, considerando a grande 
variedade etnobotânica do Brasil, é salutar que essa variedade seja aproveitada e utilizada 
em benefício da população a fim de reduzir os custos e os efeitos colaterais que 
usualmente são observados em substâncias sintéticas (SANTOS, et al., 2009). 
Neste estudo buscou-se estudar os principais compostos do extrato do Spondias 
mombin L. (cajá) em função de ser uma planta bastante encontrada na região nordeste do 
Brasil, local onde foi realizada a presente pesquisa, e por existir alguns estudos mostrando 
a atividade antimicrobiana de tal extrato frente a determinados microrganismos (ABO; 
OGUNLEYE; ASHIDI, 1999; SILVA, 2011). Na triagem fitoquímica do referido extrato 
foi encontrada a presença de compostos fenólicos, flavonoides, taninos e saponinas. 
A leitura de alguns estudos mostra que substâncias como os compostos fenólicos 
têm muitas propriedades, dentre elas: ações antioxidante, antiviral, antibiótica, 
antitumoral e alergênica (THADHANI et al., 2012; DELAZAR, A.; et al, 2006). As 
substâncias com núcleo fenólico, como os flavonoides, também apresentam destaque 
especial como antioxidantes (DELAZAR, A.; et al, 2006). 
A atividade antioxidante dos taninos é bem conhecida (GÜLÇIN et al., 2010) e, 
de acordo com Serrano et al. (2009), as propriedades antimicrobianas dos taninos também 
foram identificadas e bem documentadas. Dessa forma, a presença de tais metabólitos no 
39 
 
extrato de Spondias mombin L poderia estar perfeitamente relacionada com a atividade 
antimicrobiana deste. 
Ainda dentro dos achados da triagem fitoquímica do extrato, as saponinas 
constituem uma das classes de maior destaque, pois apresenta ampla atividade biológica 
(KAISER; PAVEI; ORTEGA, 2010). Côrrea, Melo e Costa (2008) constataram a 
atividade anti-inflamatória de algumas saponinas. Portanto, essa classe de metabólitos 
poderia justificar uma posterior pesquisa do extrato de Spondias mombin L. como 
possível agente também anti-inflamatório. 
Uma vez identificados no material vegetal: compostos fenólicos, flavonóides e 
taninos, que são compostos cujas atividades antimibrobianas já são bastante conhecidas, 
foi realiza avaliação in vitro da atividade antibacteriana do extrato da folha de Spondias 
mombin L. (cajá) frente às bactérias Streptococcus mutans e Streptococcus oralis, através 
da determinação da concentração inibitória mínima(CIM). 
 Através da análise da CIM, foi constatada a eficácia do extrato sobre as linhagens 
testadas, pois houve inibição do crescimento bacteriano, medido em milímetros pelo halo 
de inibição, em todas as concentrações (do extrato bruto até a diluição de 1:512), tanto 
para o S. mutans como para o S. oralis. É salutar destacar que essa inibição do crescimento 
bacteriano foi significativamente maior quando comparados o extrato de Spondias 
mombin L. e o digluconato de clorexidina para ambos os microrganismos, a partir da 
concentração 1:32. 
Os achados do experimento da determinação da CIM bem como a presença de 
flavonóides e taninos, vistos através da triagem fitoquímica, apontam como justificativa 
para a atividade antibacteriana verificada pelo material vegetal frente às cepas testadas. 
Apesar da presença frequente do cajá no Nordeste do Brasil e dos estudos acerca 
de sua capacidade antimicrobiana, ainda havia a necessidade de se verificartal capacidade 
frente a bactérias comumente encontradas no ambiente bucal, com vistas a determinar, 
com maior precisão, as atividades antibacteriana, bactericida e antiaderente do extrato de 
Spondias mombin L diante de bactérias bucais. 
Para tanto, além da comprovação do efeito antibacteriano do extrato de S. mombin 
L. foi necessário verificar se este possuía algum papel sobre a aderência bacteriana, visto 
que tal aderência à película adquirida representa um dos primeiros mecanismos 
envolvidos na iniciação do desenvolvimento do biofilme dentário (ALMEIDA, P. F., 
2002). 
40 
 
Frente ao exposto, o presente estudo determinou a Concentração Inibitória 
Mínima de Aderência (CIMA) do extrato de S. mombin L. frente a S. mutans e S. oralis 
e foi observado que o material vegetal apresentou efeito antiaderente, representado pela 
ausência de aderência ao tubo de vidro, na presença de sacarose, simulando a superfície 
dentária lisa, sobre todas as bactérias testadas, em todas as concentrações (desde o extrato 
bruto até a diluição de 1:512). A clorexidina, por outro lado, apresentou efeito 
antiaderente até a diluição 1:256 frente a S. mutans, corroborando assim com o estudo de 
Matsumoto-Nakano et al. (2011) e frente ao S. oralis até a diluição 1:16, concordando 
também com um estudo realizado anteriormente (JESUS et al., 2010). Dessa forma, o 
referido extrato mostrou efeito antiaderente maior sobre os microrganismos testados até 
mesmo quando comparado ao digluconato de clorexidina. 
Ainda visando determinar a ação antibacteriana do extrato de S. mombin L sobre 
bactérias relacionadas à cárie dentária, foi determinada a Cinética Bactericida do extrato 
de Spondias mombin L. bruto e na sua concentração inibitória mínima (1:512) frente ao 
S. mutans, por ser este o microrganismo presente no ambiente oral mais estudado nas 
últimas décadas, em virtude de estar sempre presente no biofilme dentário e ser 
potencialmente cariogênico, desempenhando um papel principal na patogênese da cárie 
(LOESCHE, 1986). 
Neste experimento, observou-se o efeito bactericida do extrato de S. mombin L. 
bruto nas primeiras duas horas de contato com a amostra de S. mutans. Para o mesmo 
extrato diluído na proporção de 1:512 (CIM) foi observado efeito bactericida somente 
após quatro horas de contato com a amostra de S. mutans. 
Fazendo um comparativo da atividade bactericida do extrato em questão com a 
atividade bactericida do digluconato de clorexidina, é imposrtante destacar que esse 
último apresenta substantividade de aproximadamente 12 horas. Sendo assim, tal 
substância exercerá uma ação bactericida inicial imediatamente após o seu bochecho, 
contando ainda com uma combinada ação bacteriostática prolongada, uma vez que é 
fortemente adsorvida pelas superfícies orais, formando “reservatórios de clorexidina”, 
que são liberadas paulatinamente (ZANATTA; RÖSING, 2007). 
Porém, quando foi traçado um comparativo entre o crescimento de unidades 
formadoras de colônias na presença do extrato e na presença somente de água destilada, 
percebeu-se que já após duas horas de ação do referido extrato frente ao S. mutans ocorreu 
uma significativa diminuição da proliferação dessas colônias e após 4 (quatro) horas de 
41 
 
contato com o extrato de S. mombin L. já foi possível observar a inibição completa do 
crescimento dessas colônias. 
Diante de todos os experimentos realizados e dos resultados destes em 
comparação com a literatura vigente, foi observado que o extrato aquoso da folha de 
Spondias mombin L. (cajá) apresenta atividade antibacteriana in vitro sobre os 
microrganismos S. mutans e S. oralis na forma planctônica, viabilizando a realização de 
estudos com outros microrganismos presentes na microbiota bucal, no sentindo de avaliar 
posteriormente o efeito de Spondias mombin L., incorporado em uma solução para 
bochecho, sobre as bactérias orais e presentes no biofilme dentário, uma vez que um 
agente antimicrobiano fitoterápico, além de ser de baixo custo, é mais acessível à 
população, podendo ser prescrito, inclusive, nos serviços de Atenção Primária à Saúde, 
seguindo as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) para o uso da 
Medicina Tradicional e Complementar/Alternativa nos sistemas de saúde, de maneira 
integrada às técnicas da medicina ocidental moderna. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
42 
 
7. CONCLUSÕES 
1. A triagem fitoquímica do extrato de Spondias mombin L. revelou a presença de 
compostos fenólicos, flavonoides e taninos, sendo essa composição uma 
provável justificativa para a atividade antimicrobiana desse extrato; 
2. O extrato de Spondias mombin L, em todas as concentrações testadas, apresentou 
atividade antibacteriana sobre S. mutans e S. oralis; 
3. O extrato de Spondias mombin L. também mostrou efeito antiaderente sobre as 
bactérias testadas, até mesmo em sua maior diluição (1:512); 
4. O extrato de Spondias mombin L. bruto já apresentou ação antibactericida após 
duas horas de contato com o S. mutans, enquanto o referido extrato, em sua 
concentração inibitória mínima, revelou efeito bactericida somente após quatro 
horas de contato com o S. mutans; 
5. O extrato de Spondias mombin L, em todas as concentrações testadas, exibiu 
atividades antibacteriana, antiaderente e bactericida superiores àquelas do 
digluconato de clorexidina a 0,12% 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
43 
 
 
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