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EstudoPetrogrAíficoPetrolAgico-Souza-2017

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE 
CENTRO DE TECNOLOGIA - CT 
CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA - CCET 
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA E ENGENHARIA DE 
PETRÓLEO - PPGCEP 
 
 
 
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO 
 
 
 
ESTUDO PETROGRÁFICO E PETROLÓGICO DA FORMAÇÃO 
TOMBADOR, MESOPROTEROZÓICO DA CHAPADA DIAMANTINA, 
BAHIA 
 
 
 
 
Arnóbio Silva de Souza 
 
 
 
 
Orientadora: Dra. Marcela Marques Vieira 
 
 
 
 
 
Natal / RN, Junho de 2017 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ESTUDO PETROGRÁFICO E PETROLÓGICO DA FORMAÇÃO 
TOMBADOR, MESOPROTEROZÓICO DA CHAPADA DIAMANTINA, 
BAHIA 
 
 
 
 
Arnóbio Silva de Souza 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Natal / RN, Junho de 2017 
 
Souza, Arnóbio Silva de.
 Estudo petrográfico e petrológico da Formação Tombador,
Mesoproterozóico da Chapada Diamantina, Bahia / Arnóbio Silva de
Souza. - 2017.
 86 f.: il.
 Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal do Rio Grande
do Norte, Centro de Ciências Exatas e da Terra, Programa de Pós-
Graduação em Ciência e Engenharia de Petróleo. Natal, RN, 2017.
 Orientadora: Drª. Marcela Marques Vieira.
 1. Engenharia de Petróleo - Dissertação. 2. Diagênese -
Dissertação. 3. Anquimetamorfismo - Dissertação. 4. Índice de
cristalinidade da ilita - Dissertação. I. Vieira, Marcela
Marques. II. Título.
RN/UF/BCZM CDU 622.323
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN
Sistema de Bibliotecas - SISBI
Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Central Zila Mamede
iv 
 
RESUMO 
 
Os depósitos siliciclásticos da Formação Tombador, unidade basal do Grupo Chapada 
Diamantina, de idade mesoproterozóica, ocorrem numa faixa aproximadamente Norte-Sul ao 
longo da Serra do Sincorá, porção central do Cráton São Francisco (CSF), Nordeste do Brasil. 
Esses depósitos são constituídos por uma espessa sequência de rochas siliciclásticas. 
Realizou-se um estudo petrográfico e petrológico de seções delgadas de rochas aflorantes da 
Fm. Tombador, juntamente com o auxílio de técnicas especiais como a Fluorescência de 
Raios X (FRX), Difratometria de Raios X (DRX), Espectroscopia de Raios X por Dispersão 
de Energia (EDS) e Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV). Com base nas análises, 
verificou-se que essas rochas são constituídas predominantemente por metarenitos. Os 
seguintes eventos diagenéticos foram identificados: infiltração mecânica de argilas, 
compactação mecânica, compactação química, sobrecrescimento de quartzo, 
sobrecrescimento de turmalina, fraturamento de grãos, precipitação de óxido/hidróxidos de 
ferro, dissolução de grãos, caulinização e ilitização. Foram identificados através da FRX em 
amostra total, os seguintes elementos químicos em ordem decrescente, silício (Si), alumínio 
(Al), potássio (K), ferro (Fe), magnésio (Mg), titânio (Ti), zircônio (Zr), estrôncio (Sr) e ítrio 
(Y). A alta concentração do silício (Si), acima de 90% é decorrente da abundância do quartzo 
(Q95F3FR2, segundo Folk, 1974), sendo importante indicador da alta maturidade mineralógica 
das rochas estudadas. Através da técnica de DRX, foram identificados os seguintes grupos de 
argilominerais: ilita, caulinita, esmectita e interestratificados de ilita/esmectita. Embora as 
características das amostras reflitam as condições pretéritas de ambientes diagenéticos, as 
medidas do índice de cristalinidade da ilita ou “índice de Kubler” (KI), e a presença do 
mineral pirofilita são suficientes para demonstrar que as rochas da área de estudo foram 
afetadas pelo anquimetamorfismo, indicativo da transição entre a fácies prehnita-pumpelita 
superior e a fácies xisto verde inferior, e que as condições de soterramento atingiram a 
profundidade da ordem de 10-12 km e temperaturas da ordem de ±300 0C. A ocorrência de 
determinados argilominerais (ilita, caulinita e esmectita), o alto teor de quartzo, os baixos 
teores de feldspato e fragmentos de rochas estão diretamente relacionado aos sistemas 
deposicionais, mostrando que a composição do arcabouço é diretamente responsável pela 
evolução diagenética dessas rochas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
v 
 
ABSTRACT 
 
The siliciclastic deposits of the Tombador Formation, basal unit of the Chapada Diamantina 
Group, of mesoproterozoic age, occur in a north-south range along the Serra do Sincorá, 
central portion of the São Francisco Craton (CSF), Northeast Brazil. These deposits consist of 
a thick sequence of siliciclastic rocks. A petrographic and petrological study of thin sections 
of outcropping rocks of Fm. Tombador was carried out, along with the help of special 
techniques such as X-Ray Fluorescence (FRX), X-ray Diffraction (XRD), X-ray Spectroscopy 
by Energy Dispersion (EDS) and Scanning Electron Microscopy (SEM). Based on the 
analyzes, it was verified that these rocks are constituted predominantly by meta-sandstones. 
The following diagenetic events were identified: mechanical infiltration of clays, mechanical 
compaction, chemical compaction, quartz overgrowth, tourmaline overgrowth, grain 
fracturing, iron oxide/hydroxide precipitation, grain dissolution, kaolinization, ilitization and 
mineral pyrophyllite that reflects the transition stages between diagenesis and 
anchemimorphism. The following chemical elements in descending order, Si, Al, K, Fe, Mg, 
Ti, Zr, Sr and Y were identified by X - ray fluorescence in total sample, with values above 
85%, together with the high amount of Quartz (Q95F3FR2, according to Folk, 1974), indicate 
the high mineralogical maturity of these rocks. Through the XRD technique, the following 
groups of clay minerals were identified: illite, kaolinite, smectite, interstratified of 
illite/smectite and the mineral pyrophyllite. Although the characteristics of the samples reflect 
the previous conditions of diagenetic environments, measurements of the illite crystallinity 
index or "Kubler Index" (KI), and the presence of the mineral pyrophyllite are sufficient to 
demonstrate that the rocks of the study area were affected by anchemimorphism, indicative of 
the transition between the prehnita-pumpellyite facies and the below greenschist facies, and 
that burial conditions reached a depth of the order of 10-12 km and temperatures in the order 
of ± 300 ° C. The occurrence of certain clay minerals is directly related to the depositional 
system, showing that the composition of the framework are directly responsible for the 
diagenetic evolution of these rocks. 
 
 
 
 
 
vi 
 
AGRADECIMENTOS 
 
Primeiramente gostaria de agradecer ao Programa de Pós-Graduação em Ciência e 
Engenharia do Petróleo - PPGCEP pela a oportunidade da realização deste trabalho. 
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), pela 
concessão da bolsa de estudos. 
A minha orientadora, professora Dra. Marcela Marques Viera por acreditar no meu 
potencial e pelas valiosas discussões ao longo deste trabalho, o meu muito obrigado. 
Ao Dr. Antonio Jorge Campos Magalhães (Magal) pela disponibilização do material 
geológico, amostras de rochas da Formação Tombador e pelas sugestões. 
Ao professor Dr. Narendra Kumar Srivastava pela sua contribuição na identificação 
dos argilominerais e pela disponibilidade sempre que batia em sua porta. 
Ao professor Dr. Felipe Guadagnin (Unipampa/Campus de Caçapava do Sul/RS) pela 
gentileza do envio das amostras. 
Ao departamento de Engenharia de Materiais - DeMat/UFRN, pela realização das 
análises de Fluorescência de Raios X (FRX), Difratometria de Raios-X (DRX) e Microscopia 
Eletrônica de Varredura - (MEV). 
A geógrafa, Dra. Mycarla Miria pelo companheirismo, incentivo e colaboração com 
suas valiosas discussões e sugestões para a realização deste trabalho. 
Aos Departamentosde Geologia/UFRN, pela disponibilização dos laboratórios de 
Microscopia Estudantil, Moagem, Laminação e Sedimentologia. Gostaria de agradecer aos 
funcionários: Maria de Fátima (sedimentologia), Bombeiro (laminação) e a Pedro do 
Laboratório de Moagem. 
A professora Dra. Raquel Franco de Queiros pelas valiosas dicas e disponibilização do 
Laboratório de Geoquímica para preparação das pastilhas prensadas. 
Ao técnico do Laboratório de Geoquímica, geólogo, Robson Rafael, pelo auxílio 
durante a preparação das pastilhas prensadas. 
Ao colega Dr. Luiz Ferreira, Laboratório de Geoquímica, pela disponibilização da 
água tri-destilada. 
Ao estudante de graduação de geologia, Paulo Ricardo, pela ajuda na preparação de 
amostras e descrições petrográficas. 
Aos colegas de mestrado, a minha família e a todos que contribuíram direta ou 
indiretamente para a realização deste trabalho. 
 
vii 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Quanto mais me elevo, menor fico aos olhos de quem não sabe voar.” 
Friedrich Nietzsche 
 viii 
ÍÍnnddiiccee 
 
 Pág
Resumo............................................................................................................................................... iv 
Abstract............................................................................................................................................... v 
Agradecimentos.................................................................................................................................. vi 
Lista de Figuras.................................................................................................................................. x 
Lista de Tabelas.................................................................................................................................. xii 
Lista de Anexos.................................................................................................................................. xii 
Capítulo I - Introdução 
1.1 Introdução geral...................................................................................................................... 01 
1.2 Objetivo geral......................................................................................................................... 02 
1.3 Objetivos específicos.............................................................................................................. 02 
1.4 Localização da área de estudo................................................................................................ 02 
1.5 Métodos empregados.............................................................................................................. 03 
Capítulo II - Geologia Regional 05 
2.1 Geologia regional.................................................................................................................... 05 
2.2 Contexto geológico estratigráfico........................................................................................... 06 
2.3 Arcabouço estrutural............................................................................................................... 08 
2.3.1 Domínio Estrutural I - Morro do Chapéu - CD 1.................................................................. 08 
2.3.2 Domínio Estrutural II - Gentio do Ouro - CD 2..................................................................... 10 
2.3.3 Domínio Estrutural III - Piatã - CD 3..................................................................................... 10 
2.3.4 Domínio Estrutural IV - Bacia de Irecê - CD 4...................................................................... 10 
Capítulo III - Aspectos teóricos 11 
3.1 Introdução................................................................................................................................ 11 
3.1.1 Análise petrográfica e petrológica........................................................................................... 11 
3.1.2 Trama....................................................................................................................................... 11 
3.1.3 Maturidade mineralógica......................................................................................................... 12 
3.1.4 Porosidade............................................................................................................................... 13 
 ix 
3.2 Processos diagenéticos........................................................................................................... 14 
3.2.1 Infiltração mecânica de argilas............................................................................................... 17 
3.2.2 Compactação........................................................................................................................... 18 
3.2.3 Cimentação............................................................................................................................. 18 
3.3 Transição entre diagênese e metamorfismo de baixo grau...................................................... 19 
3.4 Análises especiais.................................................................................................................... 21 
3.4.1 Difratometria de raio x - DRX................................................................................................ 22 
3.4.2 Fluorescência de raio x - FRX................................................................................................ 22 
3.4.3 Microscopia eletrônica de varredura - MEV.......................................................................... 23 
Capítulo IV - Materiais e métodos 24 
4.1 Materiais e métodos................................................................................................................. 24 
4.1.1 Equipamentos utilizados......................................................................................................... 24 
4.2 Materiais e reagentes............................................................................................................... 25 
4.3 Descrição petrográfica............................................................................................................. 25 
4.4 Método de preparação das amostras........................................................................................ 25 
4.4.1 Preparação das amostras para Difratometria de Raios X........................................................ 26 
4.4.2 Tratamento com etileno glicol................................................................................................ 28 
4.4.3 Tratamento térmico................................................................................................................. 29 
4.4.4 Preparação das amostras para Fluorescência de Raios X....................................................... 29 
4.4.5 Preparação das amostras para Microscopia Eletrônica de Varredura - MEV......................... 31 
4.5 Índice de cristalinidade e índice de esquevin.......................................................................... 32 
Capítulo V - Resultados e discussões 35 
5.1 Introdução............................................................................................................................... 35 
5.1.1 Caracterização petrográfica.................................................................................................... 35 
5.2 Evolução diagenética............................................................................................................... 36 
5.3 Eventos diagenéticos............................................................................................................... 37 
5.3.1 Infiltração mecânica de argilas...............................................................................................37 
5.3.2 Compactação......................................................................................................................... 37 
5.3.3 Crescimento secundário de quartzo........................................................................................ 39 
5.3.4 Outros tipos de cimentos........................................................................................................ 40 
5.3.5 Dissolução de grãos do arcabouço.......................................................................................... 40 
5.3.6 Precipitação de Óxidos e Hidróxidos de Ferro....................................................................... 42 
5.4 Análises de MEV..................................................................................................................... 43 
5.5 Fluorescência de raios X......................................................................................................... 45 
 x 
5.6 Difratometria de raios X......................................................................................................... 46 
5.7 Espectrometria de Energia por Dispersão de Raios X (EDS)................................................. 57 
5.8 Índice de cristalinidade da Ilita............................................................................................... 61 
Capítulo VI - Conclusões e recomendações.................................................................................... 64 
Capítulo VII - Referências Bibliográficas...................................................................................... 66 
Anexos................................................................................................................................................ 74 
 
 
LLiissttaa ddee FFiigguurraass 
 
Figura 1.1 - Mapa de localização da área de estudos elaborado a partir da imagem do satélite 
Landsat................................................................................................................................................
03 
Figura 1.2 - Fluxograma detalhado da metodologia utilizada na elaboração da dissertação............. 04 
Figura 2.1 - Mapa do CSF e faixas dobradas..................................................................................... 06 
Figura 2.2 - Coluna estratigráfica mais recente do Supergrupo Espinhaço....................................... 07 
Figura 2.3 - Domínios estruturais da Chapada Diamantina e Espinhaço Setentrional....................... 09 
Figura 3.1 - Classes de empacotamento e caracterização do tipo de contato entre os grãos.............. 12 
Figura 3.2 - Critérios petrográficos para o reconhecimento da porosidade secundária..................... 14 
Figura 3.3 - Estágios diagenéticos...................................................................................................... 15 
Figura 3.4 - Diagrama pressão x temperatura relacionando os campos de limites diagenéticos e de 
metamorfismo..................................................................................................................................... 16 
Figura 3.5 - Representação dos fatores controladores da diagênese.................................................. 17 
Figura 3.6 - Diagrama de curvas de equilíbrio no espaço P x T para a reação de formação da 
Pirofilita.............................................................................................................................................. 19 
Figura 3.7 - Comparação de fácies minerais, Índice de Kübler (KI) e grau metamórfico................. 21 
Figura 4.1 - Moinho de ágata, modelo Fritsch Pulverisette de Fabricação Alemã............................. 26 
Figura 4.2 - Metodologia de preparação das amostras para análise no DRX..................................... 27 
Figura 4.3 - Difratômetro de Raios X, modelo XRD 7000, utilizado na análise das amostras.......... 28 
Figura 4.4 - Procedimento para a aplicação do etileno glicol sobre a superfície da amostra de 
argila................................................................................................................................................... 28 
Figura 4.5 - Procedimento para tratamento térmico........................................................................... 29 
Figura 4.6 - Metodologia de preparação de pastilhas prensadas para análise de FRX....................... 30 
Figura 4.7 - Espectrômetro de Fluorescência de Raios X.................................................................. 31 
Figura 4.8 - Procedimento de preparação de amostras para análise no MEV................................ 32 
Figura 4.9 - Medida da largura a meia altura do pico de reflexão basal da ilita................................ 33 
 xi 
Figura 4.10 - Gráfico de correlação do Índice de Cristalinidade da Ilita x Índice de Esquevin......... 33 
Figura 4.11 - Exemplo de determinação da largura do pico medido a meia altura............................ 34 
Figura 5.1 - Fotomicrografias ilustrando os eventos de infiltração mecânica de argilas................... 37 
Figura 5.2 - Diagrama de cimento intergranular versus volume intergranular.................................. 38 
Figura 5.3 - Fotomicrografias ilustrando os eventos de compactação mecânica e química............... 39 
Figura 5.4 - Fotomicrografias ilustrando o crescimento secundário de quartzo................................ 40 
Figura 5.5 - Fotomicrografias ilustrando outros tipos de cimentos.................................................... 40 
Figura 5.6 - Fotomicrografias ilustrando os tipos de dissolução de grãos do arcabouço................... 42 
Figura 5.7 - Fotomicrografias ilustrando a precipitação de óxidos/hidróxidos de ferro................................. 43 
Figura 5.8 - Imagens vistas com auxílio do MEV.......................................................................................... 44 
Figura 5.9 - Difratograma de fluorescência de raios X (FRX) das 18 amostras de metarenito da Formação 
Tombador.............................................................................................................................................
45 
Figura 5.10 - Composição química semiquantitativa de elementos menores em rocha total dos 
metarenitos da Formação Tombador................................................................................................................
46 
Figura 5.11 - Difratograma ilustrando a presença da ilita 10.5Å e 5.3Å, caulinita 7.1Å e pirofilita 
3.05Å...................................................................................................................................................
47 
Figura 5.12 - Difratograma da caulinita 7.1 Å, pirofilita 3.05Å..................................................................... 48 
Figura 5.13 - Difratograma da ilita 10.5Å, caulinita 7,1Å e pirofilita 3,05Å................................................. 48 
Figura 5.14 - Difratograma da ilita 10.5 Å e caulinita 7,1Å........................................................................... 49 
Figura 5.15 - Difratograma da ilita 10Å e caulinita 7.1Å............................................................................... 49 
Figura 5.16 - Difratograma mostrando os interestratificados ilita/esmectita e pirofilita 3.05Å..................... 50 
Figura 5.17 - Difratograma da ilita 9.9Å e pirofilita 3.05 Å........................................................................... 50 
Figura 5.18 - Difratograma da ilita 10.5Å e pirofilita 3.05 Å......................................................................... 51 
Figura 5.19 - Difratograma da ilita 10Å e da pirofilita 3.05Å........................................................................ 51 
Figura 5.20 - Difratograma ilustrando um interestratificado de ilita/esmectita e da pirofilita 3.05Å............ 52 
Figura 5.21 - Difratograma da ilita 9.8Å, caulinita 7.1Å e da pirofilita3.05Å.............................................. 52 
Figura 5.22 - Difratograma mostrando os interestratificados ilita/esmectita e pirofilita 3.05Å..................... 53 
Figura 5.23 - Difratograma mostrando os interestratificados ilita/esmectita e pirofilita 3.05Å..................... 53 
Figura 5.24 - Difratograma da ilita 10,5Å e da pirofilita 3.05Å..................................................................... 54 
Figura 5.25 - Difratograma da ilita 10.5Å e da pirofilita 3.05Å..................................................................... 54 
Figura 5.26 - Difratograma mostrando um interestratificado de ilita/esmectita e pirofilita 3.05Å................ 55 
Figura 5.27 - Difratograma sem a presença de argilominerais, com destaque para o pico 3.3Å 
correspondente do quartzo................................................................................................................................
55 
Figura 5.28 - Difratograma da ilita 10.5Å...................................................................................................... 56 
Figura 5.29 - Difratograma da ilita 10.7Å...................................................................................................... 56 
Figura 5.30 - Difratograma da Ilita 10.1Å...................................................................................................... 57 
 xii 
Figura 5.31 - Espectro de EDS mostrando a presença do elemento químico boro, indicativo do mineral 
turmalina, que foi observado em seção delgada...............................................................................................
58 
Figura 5.32 - Espectro de EDS mostrando a presença dos elementos químico ferro e boro.......................... 59 
Figura 5.33 - Espectro de EDS mostrando a presença dos elementos químicos Si, O, Al e B....................... 59 
Figura 5.34 - Análise química semiquantitativa realizada com EDS, mostrando os espectros de radiação 
para os elementos menores...............................................................................................................................
60 
Figura 5.35 - Correlação entre o Índice de Kubler e do Índice de Esquevin mostrando a predominância 
das amostras no campo do anquimetamorfismo...............................................................................................
61 
Figura 5.36 - Coeficiente de correlação linear de Pearson, mostrando a correlação positiva entre o Índice 
de Kubler e Índice de Esquevin medido em condições naturais x glicolada....................................................
62 
 
 
LLiissttaa ddee TTaabbeellaass 
 
Tabela 3.1 - Escala de maturidade mineralógica...................................................................................... 12 
Tabela 3.2 - Classificação dos tipos de porosidade............................................................................. 13 
Tabela 3.3 - Distância interplanar típica para os argilominerais.......................................................... 22 
Tabela 5.1 - Quadro da evolução diagenética da Formação Tombador...................................................... 37 
Tabela 5.2 - Índice de cristalinidade da ilita, os principais grupos de argilominerais e elementos menores 
da Fm. Tombador..............................................................................................................................................
63 
 
LLiissttaa ddee AAnneexxooss 
 
Anexo 1 - Tabela de descrição petrográfica...................................................................................... 74 
Anexo 2 - Tabela com a classificação litológica das amostras da Formação Tombador............... 78 
Anexo 3 - Tabela de identificação dos argilominerais com o software SearchMatch....................... 82 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Capítulo I
• Introdução
Dissertação de Mestrado PPGCEP/UFRN Introdução 
Arnóbio Silva de Souza, Junho/2017 01 
 
1.1 Introdução Geral 
A Chapada Diamantina está inserida geologicamente na porção central do Cráton São 
Francisco (CSF, Almeida et al, 1977), nordeste do Brasil, e preserva uma espessa sequência 
de rochas siliciclásticas, fracamente deformadas, pertencentes ao Supergrupo Espinhaço, que 
foram depositadas em uma grande bacia sedimentar do tipo rifte intracratônica, em torno de 
1,7 Ga, segundo Barbosa et al. (2003). Em termos estratigráficos, esse é um dos registros da 
sedimentação Mesoproterozoíca mais bem preservados no mundo. A Formação Tombador, 
objeto deste estudo, tem sido estudada por diversos pesquisadores com enfoque em termos 
litológicos, estratigráficos, geocronológicos, estruturais, entre outros propósitos. É constituída 
por diferentes sistemas deposicionais, que vão desde costeiro-estuarinos, eólicos a aluviais 
(Branner, 1910 apud Castro 2003; Guimarães 2005; Bettarel Bállico, 2012; Magalhães, 2015). 
Os primeiros estudos sobre a Formação Tombador foram realizados por Branner (1910 apud 
Castro, 2003) ao descrever as camadas de arenito que ocorrem sobre o embasamento na 
Escarpa do Tombador, a oeste da cidade de Jacobina (BA). 
Apesar de dispor de diversos estudos abordando os aspectos sedimentológicos, 
estratigráficos, petrográficos e petrológicos, poucos trabalhos são direcionados a uma melhor 
compreensão dos processos diagenéticos e anquimetamórficos que afetaram as rochas da 
Formação Tombador, sobretudo aqueles referentes à determinação da cristalinidade da ilita, 
razão pela qual serão discutidos neste trabalho. Para atingir este objetivo, serão apresentados 
os resultados de um estudo petrográfico/petrológico de amostras provenientes da Formação 
Tombador, a partir da análise de seções delgadas, análise de Difratometria de Raios X (DRX), 
Fluorescência de Raios X (FRX) e Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV) acoplada ao 
sistema de análise por Espectrometria de Energia Dispersiva de Raios X (EDS). 
Esta pesquisa faz parte da disciplina Dissertação de Mestrado (PET-0091) da grade 
curricular do Programa de Pós Graduação em Ciência e Engenharia do Petroleo - PPGCEP, da 
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN, obrigatória para a obtenção do grau 
de Mestrado em Ciência e Engenharia do Petróleo. 
 
 
 
 
Dissertação de Mestrado PPGCEP/UFRN Introdução 
Arnóbio Silva de Souza, Junho/2017 02 
 
1.2 Objetivo Geral 
Este trabalho tem como objetivo principal o estudo petrográfico e petrológico de 
arenitos da Formação Tombador, na região do Parque Nacional da Chapada Diamantina, 
Nordeste do Brasil, através da descrição de seções delgadas e de análises especiais realizadas 
em amostras de rochas coletadas em afloramentos. 
1.3 Objetivos específicos 
i) Identificar os argilominerais presentes na Formação Tombador; 
ii) Investigar o grau metamórfico a que foram submetidas as rochas dessa formação. 
1.4 Localização da área de estudo 
A área de estudo está localizada na porção central do Estado da Bahia, Nordeste do 
Brasil, compreendendo os municípios de Lençóis, Palmeiras, Andaraí, Mucugê e Barra da 
Estiva, além das vilas de Caeté Açu, Guiné, Igatu, Cascavel, Mundo Novo e Sincorá. A área 
está situada no Parque Nacional da Chapada Diamantina, Serra do Sincorá e destaca-se por 
ser uma importante região de preservação ambiental. 
O acesso à região é realizado através da rodovia BR-242 e por rodovias estaduais 
pavimentadas que a ligam às cidades de Lençóis, Palmeiras, Andaraí, Mucugê e Barra da 
Estiva (Figura 1.1). 
 
 
 
Dissertação de Mestrado PPGCEP/UFRN Introdução 
Arnóbio Silva de Souza, Junho/2017 03 
 
 
Figura 1.1 - Mapa de localização da área de estudos elaborado a partir da imagem do satélite Landsat7 
ETM+, cena 217_069, utilizando a composição colorida RGB-543. 
1.5 Métodos Empregados 
Para alcançar os objetivos iniciais do trabalho foi realizado um levantamento do acervo 
bibliográfico referente aos aspectos teóricos, geologia regional e levantamento cartográfico 
juntamente com os dados de sensoriamento remoto, tais como de altimetria, obtida do Shuttle 
Radar Tophography Mission (SRTM) e imagens do satélite Landsat 7 ETM+, visando-se uma 
melhor caracterização da área de estudos. 
Posteriormente, foi realizado um estudo petrográfico detalhado através de seções 
delgadas da Formação Tombador, com foco nos processos diagenéticos e anquimetamórficos. 
A partir de amostras de mão, foram realizadas as análises especiais como a Difratometria de 
Raios X (DRX), Fluorescência de Raios X (FRX) e Microscopia Eletrônica de Varredura 
(MEV), acoplada a Espectrometria de Energia Dispersiva de Raios X (EDS). Os materiais e 
métodos empregados neste trabalho (Figura 1.2) serão detalhados no capítulo IV. 
 
 
 
Dissertação de Mestrado PPGCEP/UFRN Introdução 
Arnóbio Silva de Souza, Junho/2017 04 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1.2 - Fluxograma detalhado da metodologia utilizada na elaboração da dissertação. 
Geologia regional 
Interpretação e 
integração dos dados 
Elaboração da 
Dissertação 
Pesquisa bibliográfica 
Análises especiais 
DRX FRX MEV e EDS 
Fundamentação teórica 
Análise Microscópica 
Petrologia Petrografia 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Capítulo II
• Geologia Regional
Dissertação de Mestrado PPGCEP/UFRN Geologia Regional 
Arnóbio Silva de Souza, Junho/2017 05 
2.1 Geologia Regional 
O Cráton São Francisco (CSF), definido por Almeida et al. (1977), compreende uma 
unidade geotectônica que abrange os estados de Minas Gerais e Bahia, cujos limites são os 
cinturões de dobramentos (Figura 2.1). Dentro deste, ocorre o aulacógeno de Paramirim, 
orientado segundo a direção N-S, no qual foram depositadas as rochas dos Supergrupos 
Espinhaço de idade Mesoproterozóica 1,7 Ga (Barbosa et al., 2003) e São Francisco 
(Neoproterozóico). 
A Chapada Diamantina foi dividida em dois domínios principais separados pelo 
lineamento Barra do Mendes-João Correia, denominados de Ocidental e Oriental (Jardim de 
Sá et al., 1976). O Domínio Ocidental apresenta sistemas de dobras apertadas e registros de 
atividades vulcânicas. A região de Domínio Oriental é caracterizada por dobras suaves, com 
atividade magmática restrita a intrusões básicas, com metamorfismo de muito baixo grau e 
estruturas sedimentares primárias bem preservadas. 
Os depósitos siliciclásticos da Formação Tombador, unidade basal do Grupo Chapada 
Diamantina, de idade mesoproterozóica ocorrem numa faixa aproximadamente Norte-Sul, ao 
longo da Serra do Sincorá. É constituída por uma espessa sequência de rochas siliciclásticas, 
fracamente deformadas e de baixo grau metamórfico pertencentes ao Supergrupo Espinhaço, 
que foram depositadas em uma grande bacia sedimentar do tipo sinéclise intracratônica, em 
torno de 1,4 Ga (Guadagnin et al., 2015). Essa formação é constituída por sedimentos 
depositados em diferentes sistemas deposicionais, que vão desde costeiro-estuarinos, eólicos a 
sistemas aluviais. Ao longo das últimas décadas, diversos autores estudaram esses litotipos, 
com os mais variados fins, com destaque para os trabalhos de Jardim de Sá et al., (1976), 
Brito Neves et al. (1980, 1999), Pedreira (1988, 1994), Battilani et al., (1996, 2000), 
Danderfer et al. (2009), Sussenberger et al. (2014), Magalhães et al, (2012, 2014), Magalhães 
(2015), entre outros. 
Dissertação de Mestrado PPGCEP/UFRN Geologia Regional 
Arnóbio Silva de Souza, Junho/2017 06 
 
Figura 2.1 - Mapa do CSF e faixas dobradas. Abreviaturas: SE - Espinhaço Sudeste, CE - Espinhaço 
Central, NE - Espinhaço Nordeste, CD - Chapada Diamantina. Modificada de Almeida (1977) e 
Alkmim et al (1993 apud Danderfer et al., 2009) 
2.2 Contexto geológico estratigráfico 
A estratigrafia da área de estudos é composta pelo Supergrupo Espinhaço que 
compreende os grupos Rio dos Remédios, Paraguaçu e Chapada Diamantina, conforme 
coluna estratigráfica (Figura 2.2). 
Dissertação de Mestrado PPGCEP/UFRN Geologia Regional 
Arnóbio Silva de Souza, Junho/2017 07 
 
Figura 2.2- Coluna estratigráfica mais recente do Supergrupo Espinhaço, incluindo a idade de 
1445±28 Ma para a Formação Tombador, com base nos trabalhos de Guadagnin et al., (2015). 
Modificada por Magalhães (2015). 
O Grupo Chapada Diamantina é composto, da base para o topo, pelas formações 
Tombador, Caboclo e Morro do Chapéu, segundo Pedreira et al. (1990) e Pedreira (1994), 
apresentando uma espessura total estimada em 1.060 metros. 
A Formação Tombador é a unidade basal do Grupo Chapada Diamantina, sendo 
constituída por uma variedade de associações de litofácies indicativas de diversos sistemas 
deposicionais. 
O estudo mais abrangente da Formação Tombador, voltado para estratigrafia de 
seqüências de alta resolução, foi realizado por Magalhães (2015), com base na descrição de 
fácies (litologia, granulometria e estruturas sedimentares) onde foi possível reconhecer os 
Dissertação de Mestrado PPGCEP/UFRN Geologia Regional 
Arnóbio Silva de Souza, Junho/2017 08 
limites de seqüências e suas discordâncias. Esse autor identificou depósitos estuarinos 
formados por canais e barras de maré, depósitos marinhos rasos, depósitos fluviais e depósitos 
eólicos. 
Os depósitos fluviais são compostos por camadas de arenitos de granulometria média a 
grossa, entrelaçados, com estratificações plano paralelas e cruzadas. Os depósitos eólicos são 
compostos por arenitos bimodais, moderadamente a bem selecionados, de granulometria fina 
a grossa, localmente com gradação inversa, apresentando estratificação cruzada de baixo 
ângulo. 
2.3 Arcabouço Estrutural 
Danderfer Filho (1990), considerando a distribuição espacial, orientação, frequência e 
estilos tectônicos, dividiu a compartimentação geotectônica da Chapada Diamantina em 
quatro domínios estruturais, a saber: (I) Domínio estrutural do Morro do Chapéu, (II) Gentio 
do Ouro, (III) Região do Piatã e (IV) Bacia de Irecê (Figura 2.3). 
2.3.1 Domínio Estrutural I - Morro do Chapéu (CD 1) 
O Domínio Morro do Chapéu é coberto por sedimentos dos grupos Chapada 
Diamantina, Paraguaçu e Una, constituindo uma área de baixa magnitude de deformação. A 
região é caracterizada por dobramentos suaves (Guimarães & Pedreira, 1990), com eixo 
orientado na direção N-S e de oeste para leste, formando o anticlinal do Morro do Pai Inácio, 
cujo eixo se prolonga para norte. 
O limite ocidental deste domínio apresenta-se moderadamente estruturado por falhas 
de empurrão com transporte tectônico para leste e sudeste. A maior parte da área de estudo 
encontra-se inserida nesse domínio estrutural. 
Quanto aos aspectos geomorfológicos, Lobão e Vale (2008) identificaram 4 unidades e 
7 tipos de morfologias (relevo residual, vales, encostas, pediplano, depressão, interflúvios e 
morros). Essa área é de grande importância para a recarga dos aquiferos que são alimentados 
pelos fluxos das microbacias existentes na região. 
 
Dissertaçãode Mestrado PPGCEP/UFRN Geologia Regional 
Arnóbio Silva de Souza, Junho/2017 09 
 
Figura 2.3 - Domínios estruturais da Chapada Diamantina e Espinhaço Setentrional, baseados em 
Danderfer (1990, modificado de Silva Born, 2012). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dissertação de Mestrado PPGCEP/UFRN Geologia Regional 
Arnóbio Silva de Souza, Junho/2017 10 
2.3.2 Domínio Estrutural II - Gentio do Ouro (CD 2) 
Assim como o domínio estrutural de Morro do Chapéu, esse domínio apresenta baixas 
magnitudes de deformação. As principais feições estruturais são os anticlinais de Açuruá e 
Uibaí que correspondem a dobramentos suaves e abertos com clivagem associada, e com 
eixos na direção NNW-SSE, sem vergência nítida, segundo Danderfer Filho (1990). 
2.3.3 Domínio Estrutural III - Região do Piatã (CD 3) 
O Domínio Piatã é caracterizado por apresentar alta magnitude de deformação, com 
dobras apertadas, observadas principalmente no setor sudoeste, e um grande número de falhas 
de empurrão em geral com vergência para ENE, ora apresentando duplo caimento, segundo 
Pedreira (1994). 
2.3.4 Domínio Estrutural IV - Bacia de Irecê (CD 4) 
A Bacia de Irecê corresponde a um grande sinclinal de eixo aproximadamente norte-
sul, cuja nucleação sucedeu durante o primeiro evento. 
O sistema de dobramentos superposto a essa estrutura, com empurrões de direção 
leste-oeste e transporte tectônico para sul, relaciona-se a uma fase de deformação progressiva 
decorrente do segundo evento (Lagoeiro, 1990). Essa seqüência de eventos já havia sido 
proposta por Brito Neves (1972), como resultado de um empurrão vindo do norte, com 
deslizamento dos sedimentos ao longo de rampas laterais direcionais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Capítulo III
• Aspectos Teóricos
Dissertação de Mestrado PPGCEP/UFRN Aspectos Teóricos 
 
Arnóbio Silva de Souza, Junho/2017 11 
 
3.1 Introdução 
Neste capítulo, serão abordados os principais temas relacionados aos aspectos 
composicionais e texturais das rochas siliciclásticas, com ênfase nos processos diagenéticos e 
anquimetamórficos. 
Os processos diagenéticos são os principais controladores na redução da porosidade e da 
permeabilidade em rocha siliciclásticas, podendo atuar de maneira positiva, preservando a 
porosidade, ou de maneira negativa, reduzindo ou obliterando totalmente a porosidade. Entre 
os processos diagenéticos mais comuns estão a cimentação, dissolução, substituição, 
recristalização, compactação física e química. O entendimento desses processos é de 
fundamental importância para a compreensão dos impactos causados no armazenamento de 
fluidos, como por exemplo, em reservatórios de hidrocarbonetos ou em aquíferos. 
3.1.1 Análise petrográfica e petrológica 
O estudo petrográfico e petrológico de rochas siliciclásticas se baseia na análise 
microscópica de seções delgadas com o propósito de identificar os constituintes mineralógicos 
primários e processos diagenéticos. 
Por volta de 1830, foi criado o microscópio de luz polarizada por William Nicol, 
todavia, o primeiro trabalho de petrologia sedimentar foi a descrição de uma seção delgada de 
calcário silicificado, descrito pelo geólogo Henry Sorby no ano de 1851 (Zarza, 2013). 
Com o advento do microscópio petrográfico, um dos temas mais estudados em 
petrologia sedimentar é a diagênese, principalmente relacionada à caracterização de 
reservatórios de hidrocarbonetos. A partir da identificação dos constituintes mineralógicos e 
suas modificações em escala microscópica, pode-se sugerir a evolução diagenética e 
contribuir para interpretações paleoambientais de uma determinada região. 
3.1.2 Trama 
A trama diz respeito ao arranjo (empacotamento) e à orientação dos grãos. O 
empacotamento é definido pelo Índice de Kahn, segundo a fórmula proposta por Kahn (1956). 
Para a obtenção deste índice, é realizada a contagem dos tipos de contato entre os grãos, 
observados em uma ou mais travessias ao longo de uma lâmina delgada (Figura 3.1). 
Durante a deposição, os grãos de areia adquirem uma orientação preferencial de acordo 
com a direção de fluxo da corrente. A orientação também pode ocorrer após a deposição, 
devido à bioturbação, ou aos eventos de compactação. 
Dissertação de Mestrado PPGCEP/UFRN Aspectos Teóricos 
 
Arnóbio Silva de Souza, Junho/2017 12 
 
O índice de empacotamento é obtido através da equação eq (1). Onde: “q” é o número 
de contatos entre os grãos e “n” é o número total de contatos. 
 
 
Classes Índice 
empacotamento frouxo P<40 
empacotamento normal 40<P<55 
empacotamento fechado P>55 
Figura 3.1 - Classes de empacotamento e caracterização do tipo de contato entre os grãos, 
modificado de (Pettijohn et al., 1987). 
3.1.3 Maturidade Mineralógica 
A composição mineralógica de um sedimento pode ser utilizada para inferir as 
condições da história de erosão, transporte e deposição do sedimento. A proporção de 
minerais resistentes ou estáveis presentes no sedimento, tais como quartzo e fragmentos 
líticos silicosos em comparação com os menos resistentes, determina a maturidade 
mineralógica. 
O índice de maturidade mineralógica (IMM) é calculado com base na classificação 
proposta por Nwajide e Hoque (1985). Os estágios de maturidade mineralógica estão 
representados na tabela 3.1. 
IMM =Proporção de Quartzo/Proporção de Feldspato + Fragmentos de rocha 
Tabela 3.1 - Escala de maturidade mineralógica, segundo Nwajide e Hoque (1985). 
% Limite de Q e (F + FR) IMM e estágios de maturidade 
Q ≥ 95% (F+FR) = 50% IMM ≥ 19 Supermadura 
95 > Q ≥ 90% (F+FR) = 5-10% 19 > IMM ≥ 9.0 - Submadura 
90 > Q ≥75% (F+FR) = 10-25% 9.0 > IMM - 3.0 ≥ - Madura 
75 > Q ≥ 50% (F+ FR) = 25-50% 3.0 IMM - ≥ 1.0 Imatura 
Q < 50% IMM ≤ 1.0 Extremamente imatura 
 
 
 
Eq (1) 
Dissertação de Mestrado PPGCEP/UFRN Aspectos Teóricos 
 
Arnóbio Silva de Souza, Junho/2017 13 
 
3.1.4 Porosidade 
A porosidade é uma das propriedades mais importantes das rochas sedimentares. A 
porosidade é definida como sendo a relação entre o volume de vazios e o volume total de 
sólidos de uma rocha (Rosa et al., 2006), segundo a relação, φ = Vv/Vt, onde Vv é o volume 
de vazios e Vt é o volume total. 
A porosidade das rochas sedimentares pode ter origem primária ou singenética, formada 
durante a deposição dos sedimentos, e secundária ou epigenética, formada após a deposição 
dos sedimentos (Murrey, 1960 apud Suguio, 2003). 
A porosidade primária está relacionada diretamente aos processos de sedimentação, já a 
porosidade secundária origina-se dos processos diagenéticos. A Tabela 3.2 relaciona origem e 
tipos de porosidade. A porosidade secundaria está relacionada a diferentes processos 
diageneticos. São reconhecidas 5 classes de porosidade secundária: (i) Fraturamento, (ii) 
encolhimento, (iii) dissolução de grãos e matriz, (iv) dissolução de preenchimento de poros 
autigênico e (v) dissolução de minerais autigênicos (Schmidt e McDonald, 1979). 
Tabela 3.2 - Classificação dos tipos de porosidade. 
 Tipo Origem 
Primária ou 
deposicional 
a) Intergranular ou interpartícula 
Sedimentação 
b) Intrapartícula 
 
Secundária 
 
a) IntercristalinaCimentação b) Fenestral 
c) Móldica 
d) Vugular Dissolução 
e) De fratura Tectônica/compactação 
 (Murrey, 1960 apud Suguio, 2003) 
Para reconhecimento da porosidade secundária, Schmidt e McDonald (1979) propuseram 
os critérios mostrados na Figura 3.2. 
Dissertação de Mestrado PPGCEP/UFRN Aspectos Teóricos 
 
Arnóbio Silva de Souza, Junho/2017 14 
 
 
Figura 3.2 - Critérios petrográficos para o reconhecimento da porosidade secundária, (Schmidt & 
McDonald, 1979). 
3.2 Processos diagenéticos 
As alterações físicas e químicas que alteram as características dos sedimentos após a 
deposição são referidas como diagênese (Milliken, 2003). A maioria dos autores exclui os 
processos metamórficos dos estágios da diagênese. Correns (1950) afirma que não há linha 
divisória arbitrária entre a diagênese e o metamorfismo em um campo pressão-temperatura. 
A classificação de Choquette e Pray (1970) para rochas carbonáticas e adaptada por 
Schmidt e McDonald (1979), divide a diagênese em três fases evolutivas: (1) eodiagênese, (2) 
mesodiagênese, (3) telodiagênese, que indicam respectivamente os estágios de soterramento 
precoce, soterramento profundo e erosão tardia (Figura 3.3). 
Dissertação de Mestrado PPGCEP/UFRN Aspectos Teóricos 
 
Arnóbio Silva de Souza, Junho/2017 15 
 
 
Figura 3.3 - Estágios diagenéticos, (modificados de Choquette & Pray, 1970 apud Scholle, 1979) 
A eodiagênese, segundo Worden e Burley (2003), refere-se ao primeiro estágio da 
diagênese, que ocorre em profundidades muito rasas (alguns metros a dezenas de metros), em 
grande parte sob as condições do ambiente deposicional. 
A mesodiagênese é caracterizada por um soterramento mais profundo, marcada pelo 
intervalo onde terminam os processos superficiais até o inicio do metamorfismo de baixo grau 
(Choquette & Pray, 1970). Em geral, é na mesodiagênese onde predominam os processos de 
compactação, cimentação e também onde ocorrem as maiores modificações em termos de 
porosidade e permeabilidade das rochas. Morad et al. (2010) cita o forte controle que a 
diagênese exerce sobre a qualidade e heterogeneidade da maioria dos reservatórios clásticos. 
A telodiagênese refere-se à fase tardia da diagênese, onde ocorrem a exposição e erosão 
dos sedimentos previamente enterrados e adaptação dos minerais previamente formados às 
novas condições de temperatura e pressão (Morad et al., 2000). 
Não existem limites bem definidos dos campos de transição entre a diagênese e o 
metamorfismo de baixo grau, contudo os processos diagenéticos ocorrem a temperaturas entre 
200 a 250 0C, e pressões inferiores a 5 kbar, de acordo com o gráfico P-T (Figura. 3.4) de 
Worden e Burley (2003). 
Dissertação de Mestrado PPGCEP/UFRN Aspectos Teóricos 
 
Arnóbio Silva de Souza, Junho/2017 16 
 
 
Figura 3.4 - Diagrama pressão x temperatura relacionando os campos de limites diagenéticos e de 
metamorfismo (modificado de Worden & Burley, 2003) 
À medida que os sedimentos sofrem mudanças de temperatura, pressão e regimes de 
fluidos, ocorrem diversas alterações diagenéticas que alteram suas características litológicas. 
Tais processos incluem a compactação, cimentação, substituição mineral, dissolução, 
deformação plástica e fraturamento de grãos (Brenner et al., 1991). 
De acordo com De Ros (1996), diversos parâmetros exercem controle direto nos 
processos diagenéticos observados nas rochas sedimentares clásticas, com destaque para a 
composição dos constituintes detríticos, os fluidos intersticiais e os constituintes diagenéticos 
precoces, bem como os não-composicionais, que se referem à temperatura, pressão, fluxo dos 
fluidos e o tempo (Figura 3.5). 
O produto final da diagênese, segundo Pettjohn et al. (1987), depende de uma série de 
fatores extremamente variáveis, como composição original e textura, história geológica pós-
deposicional da formação e período de tempo em que os processos diagenéticos atuaram. 
Dissertação de Mestrado PPGCEP/UFRN Aspectos Teóricos 
 
Arnóbio Silva de Souza, Junho/2017 17 
 
 
Figura 3.5- Representação dos fatores controladores da diagênese (modificada de De Ros, 1996). 
3.2.1 Infiltração mecânica de argilas 
Wilson e Pittman (1977) identificaram 4 mecanismos de ocorrências dos argilominerais 
autigênicos: revestindo poros (pore lining), preenchendo poros (pore filling), como 
substituição pseudomórfica (pseudomorphous replacement) e preenchendo fraturas. Segundo 
esses autores, as argilas detríticas ocorrem, geralmente, na forma de laminações, matriz 
dispersa, flóculos, resíduos de infiltração, clastos, cutículas ou estruturas geopetais, pelotas 
fecais e associadas a processos de bioturbação. 
Moraes e De Ros (1990) mostram que, embora os processos de infiltração mecânica de 
argilas sejam mais efetivos em sedimentos aluviais de composição grossa, sob condições de 
clima árido, eles também ocorrem em outros ambientes. Segundo Walker (1976, apud Moraes 
& De Ros, 1990), a ocorrência das argilas infiltradas está relacionada a três mecanismos 
básicos: concentrações de argilas em zonas vadosas, no nível freático e sob barreiras 
impermeáveis. Segundo Morad (1991), a infiltração mecânica de argilas está diretamente 
relacionada à sedimentação aluvial sob clima semi-árido. 
Moraes e De Ros (1990), estudando os argilominerais em arenitos da Formação Sergi, 
identificaram 5 tipos de texturas em argilas infiltradas, a saber: (1) cutículas; (2) meniscos, 
pontes e cristas; (3) agregados floculados; (5) trama geopetais e (4) agregados compactos. 
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Arnóbio Silva de Souza, Junho/2017 18 
 
3.2.2 Compactação 
A compactação das rochas sedimentares é dividida em dois tipos, a compactação 
mecânica e a compactação química. A compactação mecânica é responsável pela redução da 
porosidade e pelas mudanças nos aspectos físicos da rocha, tais como o rearranjo no 
empacotamento, fraturamento de grãos e esmagamento de grãos dúcteis. Já a compactação 
química engloba os processos de reações químicas e dissolução de minerais quando as rochas 
são submetidas a esforços por sobrecarga. 
Os eventos diagenéticos de compactação mecânica e cimentação por quartzo são 
importantes processos diagenéticos, frequentemente conhecido em rochas sedimentares como 
um dos fatores prejudiciais na qualidade de reservatórios de petróleo. Uma das técnicas 
rápidas na análise desse parâmetro é o diagrama proposto por Houseknecht (1987) que 
relaciona o volume intergranular (IGV) e a cimentação. 
3.2.3 Cimentação 
O crescimento secundário de quartzo, segundo Folk (1974), aparece em continuidade 
ótica, ao redor de grãos de quartzo, nem sempre apresentando uma linha de demarcação 
visível, geralmente composta por vacúolos ou películas de argilas entre os grãos e o cimento. 
Existem diversos tipos de cimentos, sendo os mais comuns o carbonático, o silicoso, 
aluminossilicáticos, entre outros. 
Em quartzoarenitos, como os estudados nesse trabalho, um cimento comum é o de 
quartzo, sob a forma de sobrecrescimento secundário (overgrowth). 
A cimentação por quartzo tem sido amplamente debatida,podendo originar-se por 
dissolução de silicatos instáveis, processos biogênicos, dissolução por pressão e reações 
químicas com a liberação de sílica. 
Uma das potenciais fontes de liberação de sílica são as reações que envolvem a 
precipitação de argilominerais como a caulinita (eq.2) e ilita (eq.3), a partir de grãos detríticos 
de K-feldspato (Worden & Morad, 2000). 
2KAlSi3O8 + 2H++ + H2O = Al2Si2O5(OH)4 + 4SiO2 + 2K+ eq (2) 
 K-Feldspato Caulinita 
3KAlSi3O8 + 2H+ = KAl2(Al,Si3)O10(OH)2 + 6SiO2 + 2K+ eq (3) 
 K-Feldspato Ilita 
Nas lâminas descritas, outro cimento comum é o de turmalina, que ocorre sob a forma 
de crescimento secundário, podendo servir como monitor de reações químicas e também 
Dissertação de Mestrado PPGCEP/UFRN Aspectos Teóricos 
 
Arnóbio Silva de Souza, Junho/2017 19 
 
como um geotermômetro em rochas metamórficas de baixo grau, segundo (Henry & Dutrow, 
1992; Van Hinsberg et al., 2011). 
3.3 Transição entre diagênese e metamorfismo de baixo grau 
Os limites entre a diagênese e o metamorfismo de baixo grau, em rochas siliciclásticas, 
tem sido um problema recorrente encontrado por diversos geólogos, principalmente pela falta 
de elementos que caracterizem bem os fácies metamórficos. O metamorfismo de baixo grau 
em rochas siliciclásticas pelíticas se desenvolve em diferentes ambientes da crosta terrestre. 
Uma dessas formas é o metamorfismo de soterramento que acontece em espessas sequências 
de rochas sedimentares onde a temperatura pode alcançar 300 0C, ou mais, devido ao fluxo de 
calor, segundo as condições de pressão e temperatura, nas quais são formados os primeiros 
minerais índices, indicadores de baixo grau metamórfico, segundo o diagrama P x T - Pressão 
x Temperatura para os campos de estabilidade do mineral pirofilita (Figura 3.6). Nesse 
contexto, prevalece a pressão litostática, pois a pressão dirigida não é suficiente para causar 
deformação ou dobramento típico de metamorfismo regional, segundo Yardley (1994). 
 
Figura 3.6 - Diagrama de curvas de equilíbrio no espaço P x T para a reação de formação da Pirofilita 
(modificada de Teixeira et al., 2009). Abreviaturas: Kln - Caulinita, Prl - Pirofilita, And - Andaluzita, 
Ky - Cianita, Sil - Silimanita, Qtz - Quartzo, Kfs - K-feldspato, Ms - Muscovita e H2O - Água. 
Dissertação de Mestrado PPGCEP/UFRN Aspectos Teóricos 
 
Arnóbio Silva de Souza, Junho/2017 20 
 
Em 1987, sob a liderança do Geólogo Peter Árkai, professor aposentado do Instituto de 
Pesquisa Geológica e Geoquímica (Hungria), foi criado um grupo de estudos composto por 30 
cientistas de 5 continentes, especialistas na área, com o objetivo de discutir a nomenclatura e 
sistemática de rochas e processos que ocorrem na interface entre a diagênese e o 
metamorfismo de baixo grau (<300 0C), ou epizona (Arkai et al., 2007). A partir das 
discussões e recomendações desse grupo, foram definidas três zonas para o estudo das 
seqüências metapelíticas, como base no índice de cristalinidade da ilita, a saber: (i) zona 
diagenética, (ii) anquizona, e (iii) epizona (Figura 3.7). 
O Índice de Cristalinidade da Ilita ou Kübler Index (KI) foi estabelecido na década de 
1960, como uma ferramenta para a indústria de exploração do petróleo, visando ao 
reconhecimento de janela geologicamente relevante para a geração de óleo (Isabel Abad, 
2007). Essa metodologia, proposta por Kübler (1967), é uma poderosa ferramenta de 
estimativa dos limites entre a diagênese e o baixo grau metamórfico sendo utilizada 
mundialmente. É baseada na medida da largura do pico de 10 Å, medido a meia altura (Full 
Width at Half Maximum - FWHM), no pico de reflexão basal (001) da ilita em difratogramas 
de Raios X em condições normais e solvatada em etileno glicol. Entre os diversos critérios 
para estimativas de zonas de metamorfismo de baixo grau, o Kübler Index é o de maior 
aceitação atualmente. 
A zona diagenética é caracterizada pela ocorrência de alterações químicas, 
mineralógicas, físicas e biológicas que ocorrem em um sedimento, sob condições físicas que 
não diferem significativamente daquelas sob as quais o sedimento se originou e pela ausência 
de alteração dos minerais detríticos. Segundo o Índice de Kubler, essa zona é definida por 
valores maiores do que 0,42, ∆°2θ com radiação CuKα (Kübler, 1967, 1984). 
As principais reações químicas nessa zona são principalmente as que envolvem a 
transformação dos seguintes argilominerais: esmectita em ilita, caulinita em dickita e do 
aumento da proporção de camadas de ilita em interestratificados (Arkai et al., 2007). 
A partir da zona diagenética, inicia-se efetivamente, o campo do metamorfismo de 
muito baixo grau. Nesse sentido, o metamorfismo de muito baixo grau não pode ser 
observado a partir das mudanças graduais de composição e de características litológicas que 
afetam as rochas, sendo observado, somente, em escala microscópica ou submicroscópica 
(Arkai et al., 2007). 
A anquizona é o intervalo delimitado pela interface entre a zona diagenética e a epizona, 
com seus limites definidos, segundo o índice de cristalinidade da ilita, entre 0,42 e 0,25 ∆°2θ 
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CuKα. O metamorfismo nessa zona é chamado de anquimetamorfismo, sendo definido como 
o metamorfismo de muito baixo grau, segundo Arkai et al., (2007). Segundo Isabel Abad 
(2007), não se formam minerais diagnósticos e assembléias minerais no campo de grau 
metamórfico muito baixo e, por essa razão, recorre-se a outras metodologias para 
caracterização da zona de muito baixo a baixo metamorfismo. 
A transição da diagênese para o metamorfismo de baixo grau é marcado pelo 
aparecimento do mineral pirofilita, de acordo com a eq 4. A pirofilita é bem documentada na 
formação tombador, porém pouca estudada quanto a sua origem. Esse mineral pode ser 
originado por processos metamórficos ou através de processos hidrotermais. Swindale et al, 
(1968), estudando a região de Coromandel, Nova Zelândia, identificaram associações 
hidrotermais entre a pirofilita, caulinita, diásporo, dickita e quartzo. 
Al2Si2O5(OH)4 + 2 SiO2 = Al2Si4O10(OH)2 + H2O eq (4) 
 Caulinita/Dickita Quartzo Pirofilita Fase fluída. 
 
A epizona é caracterizada pelo metamorfismo de baixo grau, segundo o KI, com limites 
inferiores a 0.25 ∆°2θ CuKα (Kubler, 1967, 1984). 
 
Figura 3.7 - Comparação de fácies minerais, Índice de Kübler (KI) e grau metamórfico. Linhas em 
ziguezague representam incertezas de correlação. Esquema simplificado de Frey (1987), Kisch (1987) 
e Merriman e Frey (1999). 
3.4 Análises Especiais 
Neste item, serão apresentadas as técnicas de análises especiais para caracterização de 
estruturas cristalinas que não podem ser observadas com o uso do microscópio petrográfico. 
Essas técnicas incluem a Difratometria de Raios X, Fluorescência de Raios X e a Microscopia 
Eletrônica de Varredura (MEV). 
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3.4.1 Difratometria de Raios X - DRX 
Os raios X são ondas eletromagnéticas queoperam na faixa de comprimento de onda de 
10-15 a 10-8 m e foram descobertos pelo cientista alemão Wilhelm Conrad Röntgen, em 1895. 
Quando um feixe de raios X atinge um monocristal, diversos fenômenos podem ocorrer em 
razão da interação da radiação com a matéria. Um desses fenômenos é a difração, quando uma 
pequena parte do feixe incidente emerge do cristal com o mesmo comprimento de onda, mas 
com uma direção diferente (Cullity & Stock, 2001). 
Os raios X são produzidos quando elétrons em alta velocidade, provenientes do 
filamento aquecido, chocam-se com o alvo (ânodo), produzindo radiação. 
Do feixe incidente, uma parte da radiação é transmitida na mesma direção e outra parte 
é difratada, formando um ângulo 2θ com o feixe transmitido. O ângulo θ é chamado de 
ângulo de Bragg. A difratometria de raios-X é baseada na lei de Bragg, segundo a equação 5: 
nλ = 2dsenθ, 
onde: 
n é um número inteiro ou ordem de difração, λ é o comprimento de onda incidente, d é a 
distância interplanar, θ é o ângulo de incidência ou ângulo de Bragg. 
Para a identificação dos argilominerais é utilizada a distância interplanar de acordo com a 
(Tabela 3.3). 
Tabela 3.3 - Distância interplanar típica para os argilominerais (Poppe et al., 2010; Neves, 1968). 
Distância interplanar (Å) 
Pico principal [001] 
Distância interplanar (Å) 
Pico secundário [002] Argilomineral (grupo) 
7 3,58 Caulinita 
10 5,0 e 3,33 Ilita 
14 7,0; 4,7 e 3,5 Clorita 
14 7,0; 4,7 e 3,5 Clorita expansível 
12 ou 14 5,1 e 3,5 Esmectita 
14 - Vermiculita 
 
3.4.2 Fluorescência de Raios X - FRX 
A Fluorescência de Raios X é uma técnica não destrutiva que permite a realização de 
análises químicas elementares qualitativas e quantitativas. A técnica consiste na detecção de 
raios X característicos emitidos de uma amostra após sua excitação por uma fonte destes raios 
(Bertin, 1970). 
 
eq (5) 
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3.4.3 Microscopia Eletrônica de Varredura - MEV 
O microscópio eletrônico de varredura (MEV) é um dos equipamentos mais utilizados 
na análise e caracterização de micro e nanoestruturas de materiais sólidos com diversas 
aplicações nas ciências dos materiais, medicina e nas geociências. Os primeiros trabalhos 
desenvolvidos com o MEV foram realizados por Knoll (1935) com a descrição do seu 
princípio de funcionamento, mas, somente em 1965, foi então construído o primeiro MEV 
comercial pela Cambridge Scientific Instrument. 
O princípio de funcionamento do MEV consiste na emissão de um feixe de elétrons de 
pequeno diâmetro para explorar a superfície de uma amostra (Dedavid et al., 2007). O 
dispositivo é equipado com um filamento de tungstênio (eletrodo negativo), mediante a 
aplicação de uma diferença de potencial. O sinal da imagem é resultado da interação do feixe 
de elétrons incidente com a superfície da amostra. Dessa interação, diversos sinais podem ser 
emitidos da amostra, sendo os mais comuns na obtenção da imagem os elétrons secundários e 
os elétrons retroespalhados (Dedavid et al., 2007). 
Neste trabalho, foi utilizado também o sistema de análise por energia dispersiva de raios 
X (EDS), onde foi possível realizar uma análise semiquantitativa dos elementos químicos 
presentes em uma seção pontual da amostra. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Capítulo IV
• Materiais e Métodos
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4.1 Materiais e Métodos 
Neste capítulo, serão abordados os materiais e métodos utilizados na elaboração da 
dissertação. A pesquisa foi desenvolvida a partir da descrição petrográfica e petrológica de 
112 seções delgadas e de 29 amostras de rochas que foram previamente preparadas em 
laboratórios para análises específicas, tais como: Difratometria de Raios X (DRX), 
Fluorescência de Raios X (FRX) e Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV), acoplada a 
Microssonda por Espectroscopia de Energia Dispersiva (EDS). 
Foram preparadas 18 amostras para FRX, 20 amostras para DRX e 29 amostras para a 
MEV, das quais 12 foram submetidas à EDS. 
4.1.1 Equipamentos utilizados 
 Microscópio petrográfico, Marca Olympus (Modelo BX41), do Laboratório de 
Microscopia do Departamento de Geologia da UFRN; 
 Câmera fotográfica Sony, equipamento pessoal; 
 Notebook, modelo Sony Vaio VGN - NR310 E, equipamento pessoal; 
 Moinho de Ágata, modelo Fritsch Pulverisette de Fabricação Alemã do Laboratório de 
Moagem do Departamento de Geologia da UFRN; 
 Difratômetro de raios X, modelo Shimadzu XRD-7000, operado a 30 kV e 30 mA, com 
velocidade de varredura de 10/min e fonte de radiação Cu Kα do Departamento de 
Engenharia de Materiais da UFRN; 
 Espectrômetro de FRX por dispersão de energia, modelo EDX-720 do Departamento de 
Engenharia de Materiais da UFRN; 
 MEV, modelo XRF - 1800, Marca Shimadzu, do Departamento de Engenharia de 
Materiais da UFRN; 
 Balança de precisão com 4 casas decimais, do Laboratório de Geoquímica do 
Departamento de Geologia da UFRN; 
 Prensa hidráulica, modelo Herzog do Laboratório de Geoquímica do Departamento de 
Geologia da UFRN. 
 
 
 
 
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4.2 Materiais e Reagentes 
 Etileno glicol PA; 
 Acido Bórico PA; 
 Acetona; 
 Água tri destilada (água milli Q); 
 Pipeta; 
 Espátulas de porcelana; 
 Lâminas de vidro, 1,5 mm de espessura 
 Vidro de relógio; 
 Recipientes plásticos graduados; 
 Pinça metálica; 
 Mangueira de borracha; 
 Seringa com escalpe; 
 Cadinho de porcelana; 
 Mufla; 
 Estufa; 
 Luvas; 
 Papel toalha; 
4.3 Descrição Petrográfica 
A descrição petrográfica/petrológica foi realizada com o auxílio do microscópio 
petrográfico, Marca Olympus (Modelo BX41), do Laboratório de Microscopia 
Estudantil do Departamento de Geologia da Universidade Federal do Rio Grande do 
Norte. Foi realizada a contagem de 100 pontos em cada seção delgada através do 
método de Gazzi Dickinson. Todas as amostras foram impregnadas com resina epoxy 
de cor azul para auxiliar na caracterização da porosidade. 
4.4 Método de preparação das amostras 
As amostras previamente selecionadas foram quebradas com auxilio de uma 
marreta e posteriormente cominuidas, utilizando-se o moinho de Ágata modelo Fritsch 
Pulverisette (Figura 4.1), durante 2 horas, com rotação constante até obter-se a fração 
inferior a 200 mesh. Todas as amostras foram moídas no Laboratório de Moagem do 
Departamento de Geologia/UFRN. 
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Figura 4.1 - Moinho de ágata, modelo Fritsch Pulverisette de Fabricação Alemã. 
 
4.4.1 Preparação das amostras para Difratometria de Raios X 
Para se obter a fração no tamanho argila (diâmetro inferior a 0.2 µm), foi utilizado 
o método de decantação. 
Inicialmente, o pó de rochas trituradas foi homogeneizado em uma solução com 
água tri-destilada (miliQ) e agitada, manualmente, com um bastão de vidro durante 3 
minutos. O tempo de decantação foi estabelecido com base na Lei de Stokes, segundo a 
equação abaixo. 
 
 
 
 
 
 
Após 12 horas de decantação (figura 4.2a), a fração argilosa em suspensão foi 
transferida para outro recipiente, por meio de sifonagem conforme os procedimentosmostrados na figura 4.2b. Em seguida, foi colocada uma gota da fração argila 
concentrada, espalhada em uma placa de vidro, utilizando-se um conta-gotas (figura 
Equação geral de Stokes: 
 
 
 
V = Velocidade de queda (m s-1) 
h = Distancia percorrida pela partícula (m) 
t = Tempo (s) 
d = Diâmetro da partícula (m) 
g = Força de atração gravitacional (9,8 N Kg -1); 
ρs = Densidade das partículas (solidas); 
ρl = Densidade do fluido (água); 
µ = Viscosidade da água a 20 0C. 
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4.2c). Logo após, a amostra foi colocada em repouso para secagem, durante 12 horas 
(figura 4.2d). 
Após a confecção das lâminas, essas foram analisadas no difratômetro de raios X, 
modelo XRD 7000 (Figura 4.3). Foram realizadas três leituras em cada lâmina, sendo 
uma leitura em condições normais, solvatada em etileno glicol e aquecida a 550 0C. 
 
 
Figura 4.2 - Metodologia de preparação das amostras para análise no DRX. A) Depósitos plásticos com amostra 
para decantação da argila; B) Separação da fração argila através da sifonagem; C) Transferência da fração 
argila para as lâminas delgadas D) Secagem das argilas. 
 
A B
C D
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Figura 4.3 - Difratômetro de Raios X, modelo XRD 7000, utilizado na análise das amostras. 
4.4.2 Tratamento com etileno glicol 
Os argilominerais expansivos são os que têm a capacidade de aumentar a distância 
interplanar pela adsorção de substâncias como a água ou compostos orgânicos como 
Etileno glicol. Para identificar a presença de argilas com esta propriedade, as amostras 
foram solvatadas com Etileno glicol. O método utilizado neste trabalho é o sugerido por 
Poppe et al. (2001), conforme mostrado nas figura 4.4a e 4.4b. 
 
Figura 4.4 - Procedimento para a aplicação do etileno glicol sobre a superfície da amostra de argila. A) Materiais 
utilizados: etileno glicol PA, seringa com agulha e cotonete para remoção do excesso; B) Injeção de uma gota de 
etilenoglicol diretamente sobre a superfície da amostra. 
 
Amostra 
A B
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4.4.3 Tratamento Térmico 
O tratamento térmico é utilizado para desidratar as argilas expansivas, bem como 
para saber quais argilominerais se modificam quantos são submetidos a altas 
temperaturas. O procedimento para o aquecimento das amostras é mostrado nas figuras 
abaixo. Inicialmente, colocam-se as amostras em um cadinho de porcelana (figura 4.5a), 
ajusta-se a temperatura da mufla para a temperatura de 550 0C (figura 4.5b) e, após duas 
horas, retiram-se as amostras da mufla com o auxílio de uma pinça metálica e luva de 
couro para proteção das mãos (figura 4.5c). 
 
Figura 4.5 - Procedimento para tratamento térmico. A) Cadinhos de porcelana com as amostras para serem 
aquecidas; B) Amostras colocadas na mufla para pré-aquecimento a uma temperatura crescente até 300 0C. Em 
seguida, ajustar a temperatura para 550 0C. Após atingir essa temperatura, deve-se mantê-la constante durante 2 
horas; C) Retirada das amostras da mufla após o aquecimento durante 2 horas. 
4.4.4 Preparação de amostras para Fluorescência de Raios - X 
A preparação das amostras para a FRX foi realizada no Laboratório de 
Geoquímica do Departamento de Geologia da UFRN. O método utilizado foi o de 
pastilha prensada com base de Ácido Bórico PA. Para a confecção de cada pastilha 
A B
C 
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prensada foram utilizadas amostras de pó de rocha previamente secas (figura 4.6a), na 
estufa, a uma temperatura constante de 90 0C, durante 8 horas. Em seguida, foram 
pesados 8 gramas de ácido bórico PA (H3BO3) para servir de base da pastilha, 
juntamente com 1,5 g de pó de rocha, na fração 200 mesh (figura 4.6b). Após espalhar o 
ácido bórico uniformemente até deixar uma superfície homogênea, adiciona-se o pó de 
rocha na fração 200 mesh. 
Em seguida, foi utilizada uma prensa hidráulica, modelo Herzog (figura 4.6c), 
com uma pressão de 20 toneladas, durante 3 minutos para a obtenção da pastilha (figura 
4.6d). 
 
 
 
Figura 4.6 - Metodologia de preparação de pastilhas prensadas para análise de FRX. A) Material rochoso triturado 
na fração inferior a 200 mesh; B) Material utilizado para preparar a pastilha: ácido bórico PA, argila na fração 200 
mesh, espátulas de porcelana, vidro relógio e bandeja; C) Prensa hidráulica, modelo Herzog utilizada na confecção 
das pastilhas; D) Pastilha prensada. 
A B
C 
D
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As leituras das amostras foram realizadas no Espectrômetro de Fluorescência de 
Raios X, modelo EDX-720 da Shimadzu (Figura 4.7) com câmara vedada para análise 
das amostras em condições de vácuo. 
As amostras foram irradiadas com feixe de Raios X para medir a energia dos 
Raios X fluorescentes emitidos e assim determinar a quantidade de elementos presentes 
na amostra. 
 
 
Figura 4.7 - Espectrômetro de Fluorescência de Raios X, modelo EDX-720, da Shimadzu. 
4.4.5 Preparação de amostras para Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV) 
A preparação das amostras para análise no microscópio eletrônico de varredura - 
MEV foi realizada no laboratório de laminação do Departamento de Geologia - UFRN. 
Para o corte das amostras de rochas (figura 4.8a), foi utilizada uma serra diamantada 
(figura 4.8b). Após o corte dos blocos no tamanho de 1,5 x 1,5 cm (figura 4.8c), as 
amostras foram etiquetadas e acondicionadas em depósitos plásticos (figura 4.8d) para 
análise posterior. Não houve a necessidade de revestimento com ouro ou carbono 
devido à boa condutividade das amostras. 
 
 
 
 
 
 
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Figura 4.8 - Procedimento de preparação de amostras para análise no MEV. A) Amostra de mão; B) Serra 
petrográfica com disco diamantado; C) Bloco de rocha após a preparação; D) Amostra identificada e 
acondicionada em recipiente plástico. 
 
4.5 Índice de Cristalinidade da Ilita e Índice de Esquevin 
Para a avaliação do grau diagenético e do grau de metamorfismo em sequências 
de rochas sedimentares, foram utilizados o Índice de Cristalinidade da ilita ou KI - 
Kubler Index (Kubler, 1967) e o Índice de Esquevin (1969). 
O Índice de Kubler é a medida da largura do pico de 10 Å, medido a meia altura 
(Full Width at Half Maximum - FWHM) no pico de reflexão basal (001) da ilita em 
difratogramas de Raios X (Figura 4.9). O Índice de Esquevin é a medida da meia altura 
do pico de reflexão [002] da Ilita. A largura total (FWHM) do pico de 10Å e 5Å da ilita 
foi determinada utilizando-se os softwares CMPR. Também foram utilizados os 
softwares XPowderX e o Search-Match Crystallography como ferramentas auxiliares. 
O Índice de Esquevin relaciona o Índice de Kubler à razão de intensidade 
I(002)/I(001). Essa relação permite a distinção entre a composição das ilitas aluminosas 
A B
C D
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