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FrequenciaCaracterizacaoAlteracoes-Viana-2018

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE – UFRN 
CENTRO DE BIOCIÊNCIAS 
 
ALINE XAVIER VIANA 
 
 
 
 
 
 
FREQUÊNCIA E CARACTERIZAÇÃO DAS ALTERAÇÕES 
MICROBIOLÓGICAS BENIGNAS DO COLO DO ÚTERO EM MULHERES 
GRÁVIDAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NATAL/RN 
2018 
Aline Xavier Viana 
 
 
 
 
 
 
 
FREQUÊNCIA E CARACTERIZAÇÃO DAS ALTERAÇÕES 
MICROBIOLÓGICAS BENIGNAS DO COLO DO ÚTERO EM MULHERES 
GRÁVIDAS 
 
 
 
 
Monografia apresentada junto ao Curso de 
Biomedicina, da Universidade Federal do Rio 
Grande do Norte na área de concentração 
como requisito parcial à obtenção do título de 
Bacharel. 
Orientador: Prof.Dr. Ermeton Duarte do 
Nascimento 
 
 
 
 
 
 
 
 
Natal/RN 
 2018 
 
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN 
Sistema de Bibliotecas - SISBI 
Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial Prof. Leopoldo Nelson - Centro de 
Biociências - CB 
Viana, Aline Xavier. 
 Frequência e caracterização das alterações microbiológicas 
benignas do colo do útero em mulheres grávidas / Aline Xavier 
Viana. - Natal, 2018. 
 47 f.: il. 
 
 Monografia (Graduação) - Universidade Federal do Rio Grande do 
Norte. Centro de Biociências. Curso de Biomedicina. 
 Orientador: Prof. Dr. Ermeton Duarte do Nascimento. 
 
 
 1. Gravidez - Monografia. 2. Papanicolau - Monografia. 3. 
Lesões benignas do colo do útero - Monografia. 4. Microrganismos 
- Monografia. 5. Inflamação - Monografia. I. Nascimento, Ermeton 
Duarte do. II. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. III. 
Título. 
 
RN/UF/BSE-CB CDU 618.2 
 
 
 
 
Elaborado por KATIA REJANE DA SILVA - CRB-15/351 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE 
CENTRO DE BIOCIÊNCIAS 
CURSO DE BIOMEDICINA 
 
 
A monografia frequência e caracterização das alterações microbiológicas benignas do 
colo do útero em mulheres grávidas. 
 
 
Apresentada por Aline Xavier Viana 
 
 
e aprovada por todos os membros da Banca examinadora foi aceita pelo Curso de 
Biomedicina e homologada pelos membros da banca, como requisito parcial à obtenção 
do título de bacharel em biomedicina. 
 
 
 
Natal, 19 de NOVEMBRO de 2018 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
____________________________________________ 
Prof. Dr. Ermeton Duarte do Nascimento (Orientador) 
Departamento de Microbiologia e Parasitologia 
 
 
____________________________________________ 
Profª. Drª. Fabiana Lima Bezerra 
Departamento de Microbiologia e Parasitologia 
 
 
____________________________________________ 
Biomédica Erika Galvão de Lima 
Departamento de Microbiologia e Parasitologia 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 
 Gostaria de agradecer primeiramente a Deus por ter me dado à chance de poder 
estudar em uma das melhores faculdades do Brasil. 
 A esta universidade, direção e seu corpo docente por todos os ensinamentos 
proporcionados durante esse período. 
 Ao meu professor orientador Ermeton Duarte pelo empenho dedicado a este 
trabalho, ao apoio e confiança. 
 A meus pais e a minha irmã por me incentivar e estar ao meu lado ao longo da 
minha jornada acadêmica. A minha vó que partiu e não esta mais conosco. 
 Por fim, as amizades que construí na faculdade, e levarei para sempre em minha 
vida. 
RESUMO 
 
Esse trabalho teve como objetivo diferenciar e caracterizar as lesões benignas do colo 
do útero em mulheres grávidas, bem como identificar os microrganismos mais 
prevalentes identificados, através do exame de Papanicolaou. Trata-se de uma revisão 
bibliográfica sistemática, baseado em artigos científicos consultados nas bases de dados 
SciELO, PubMed e LILACS. Foram incluídos neste estudo qualquer artigo científico, 
publicado durante o período de 01 de janeiro de 2007 a 31 de dezembro de 2017, que 
descrevesse, pelo exame de Papanicolaou, as lesões benignas do colo do útero 
(inflamação) de mulheres grávidas. Após o uso dos critérios de inclusão e exclusão, 
foram selecionados 4 artigos, sendo dois (50%) publicados na Turquia e dois (50%) nos 
Estados Unidos, todos publicados em inglês. As lesões benignas relatadas foram 
inflamação e reparação. Entre os microrganismos identificados, houve uma prevalência 
maior das bactérias (50%), sendo Lactobacillus spp. e Gardnerella vaginalis as mais 
prevalentes, com 25% cada. Porém, também foi identificado o Vírus Herpes Simplex 
(25%), e o fungo Cokeromyces recurvatus (25%) nessas mulheres. A média de idade 
das pacientes variou entre 21 e 34 anos e nenhuma delas se referiu ao uso de 
anticoncepcionais e/ou DIU antes da gravidez. Concluiu-se que os estudos sobre as 
lesões benignas do colo do útero em mulheres grávidas não são numerosos e precisam 
de maior atenção, não foram realizados nenhum estudo dessa natureza no Brasil, e que 
também há uma grande importância do Papanicolaou como um exame de triagem para 
identificação de lesões na região cérvico-vaginal. 
 
 
Palavras-Chave: Gravidez; Papanicolaou; Lesões benignas do colo do útero; 
Microrganismos; Inflamação 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
The aim of this study was to differentiate and characterize pregnant benign lesions of 
uterine cervix, and its microorganisms identified by Pap technique as well. It is a 
bibliographic systematic review, about papers published in scientific data base SciELO, 
PubMed and LILACS. Were included any scientific paper published between January 
first and December 31th of 2017, that had described pregnant benign lesions of uterine 
cervix (inflammation) by Pap smear technique. After inclusion and exclusion criteria, 
were selected four scientific papers, being two (50%) published in Turkey and two 
(50%) in the United States of America, all of them published in English. The benign 
lesions related in those papers were inflammation and repair. Bacteria were the most 
prevalent one between all microoganisms identified (50%), being Lactobacillus spp. 
and Gardnerella vaginalis those more related, with 25% each one. However, in those 
woman were also identified the Herpes Simplex Virus (25%), and the fungus 
Cokeromyces recurvatus (25%). The average age of woman was between 21 and 34 
years old and none of them has reported to use contraceptive and/or intra uterine device 
(IUD) before pregnancy. Was concluded that pregnant benign lesions of uterine cervix 
studies are not abundant and should have more attention. Were also concluded that none 
study about this subject were realized in Brazil, and that Pap technique has a great 
importance as a screening exam to lesions of uterine cervix identification for those 
woman. 
 
Keywords: Pregnancy; Papanicolaou; NILM; Microorganisms; Inflammation 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
 
 
LISTA DE ABREVIATURAS 
LISTA DE FIGURAS 
LISTA DE TABELAS 
 
Página 
 
vii 
viii 
x 
 
1 INTRODUÇÃO 11 
1.1. O Surgimento do Papanicolaou 
1.2. O Câncer do colo do útero 12 
1.3. Caracterização das alterações benignas 13 
1.4. Principais agentes envolvidos nas alterações benignas no colo do 
útero 
14 
 
1.4.1 Bactérias 15 
1.4.2 Parasitas 19 
1.4.3 Fungos 21 
1.4.4 Vírus 22 
1.4.5 Radiação 23 
1.4.6 Uso do Dispositivo Intra Uterino (DIU) 24 
1.4.7 Atrofia 25 
1.4.8 Metaplasia benigna 26 
1.5 A gravidez 27 
1.6 As alterações do colo do útero durante a gravidez 28 
1.7 A importância do exame de Papanicolaou durante a gravidez 29 
2 OBJETIVO 31 
2.1 Objetivo Geral 
2.2 Objetivos Específicos 
3 METODOLOGIA 32 
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 33 
5 CONCLUSÃO 39 
6 REFERÊNCIAS 40 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE ABREVIATURAS 
 
 
MS Ministério da Saúde 
CCU Câncer do colo do útero 
HPV Papiloma vírus humano 
ISTs Infecções sexualmente transmissíveis 
DIU Dispositivo intra-uterino 
HIV Vírus da ImunodeficiênciaHumana 
CVV Candidíase vulvovaginal 
HSV Vírus Herpes Simplex 
NILM Negativa para lesão intraepitelial maligna 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
vii 
LISTA DE FIGURAS 
 Página 
Figura 01. Colo do útero visualizado ao exame de Papanicolaou (A) (Fonte: http:// 
www.ebah.com.br/content/ ABAAAhElkAG/ definicao -interpretacao-papanicolau#); 
Esquema de exame de Papanicolaou (B) (Fonte: http://clinidor.pt/portfolio-
view/teste-de-papanicolau/). 
 
11 
Figura 02. Esfregaço de células cervicais com alterações características de processo 
inflamatório, presença de microrganismos e um infiltrado leucocitário (fonte: 
https://screening.iarc.fr/ atlasglossdef. php? lang=4 &key= Inflama%E7%E3o%20 
inespec%EDfica&img). 
14 
Figura 03. Células escamosas intermediárias com bactérias aderidas em sua 
superfície, indicativas de Gardnerella vaginalis (Clue-Cell), em destaque nas setas 
(Fonte: http://atlasdecitologia.blogspot.com/p/microrganismos.html). 
 
16 
Figura 04. Células escamosas parabasal e intermediária mostrando inclusões 
citoplasmáticas, características de Chlamydia trachomatis no detalhe da seta. Ainda 
percebe-se a presença de leucócitos polimorfonucleares (Fonte: https:// 
screening.iarc.fr/ atlasglossdef.php? lang=4 &key= Clamidia&img=cyto6608). 
 
17 
Figura 05. Presença de Lactobacillus (bacilos de Döderlein) em um esfregaço 
citolítico (com intensa degradação celular). (Fonte: http://screening.iarc.fr/ 
atlascyto_detail.php? lang =1&Id =cyto5997&cat=D1). 
 
18 
Figura 06. Estruturas densas irregulares com centro basofílico, constituída de 
filamentos finos e grânulos, indicativo de Actinomyces spp. (detalhe da seta) e intenso 
infiltrado leucocitário (fonte:https:// screening.iarc.fr/ atlasglossdef.php? 
lang=4&key= Actinomices&img). 
19 
Figura 07. Células escamosas com citoplasma eosinofílico e halos perinucleares, 
consequência de uma degeneração, causado pela presença de Trichomonas vaginalis 
(fonte:https://screening.iarc.fr/atlasglossdef.php?lang=4&key=Trichomonas%20vagi
nalis&img). 
 
20 
Figura 08. Esfregaço com formas de pseudo-hifas ou pseudo-micelio, com filamentos 
retos e/ou encurvados, de tamanhos variados, indicando infecção por Candida spp. 
(em detalhe nas setas) (fonte: http://citomedcitologia. blogspot.com/ 2011/10/ 
esfregacos-infecciosos-candida.html). 
 
21 
Figura 09. Lâmina de esfregaço cérvico-vaginal com células parabasais mostrando 
alterações citopáticas características de infecção pelo herpes vírus (HSV), com 
multinucleação, cromatina opaca com aspecto de “vidro fosco” e inclusões celulares 
eosinofílicas (em destaque nas setas) (fonte: https://www.eurocytology.eu/pt/ 
course/1041). 
 
23 
Figura 10. Células parabasais com núcleos maiores que o normal, presença de 
vacuolização e cromatina pálida, provocado pelo uso da radioterapia (em detalhe na 
seta) (fonte: http://atlasdecitologia.blogspot.com/p/alteracoes-celulares.html). 
24 
viii 
http://clinidor.pt/portfolio-view/teste-de-papanicolau/
http://clinidor.pt/portfolio-view/teste-de-papanicolau/
https://screening.iarc.fr/atlasglossdef.php?lang=4&key=Clamidia&img=cyto6608
https://screening.iarc.fr/atlasglossdef.php?lang=4&key=Clamidia&img=cyto6608
https://screening.iarc.fr/atlasglossdef.php?lang=4&key=Actinomices&img
https://screening.iarc.fr/atlasglossdef.php?lang=4&key=Actinomices&img
https://screening.iarc.fr/atlasglossdef.php?lang=4&key=Trichomonas%20vaginalis&img
https://screening.iarc.fr/atlasglossdef.php?lang=4&key=Trichomonas%20vaginalis&img
http://citomedcitologia.blogspot.com/2011/10/esfregacos-infecciosos-candida.html
http://citomedcitologia.blogspot.com/2011/10/esfregacos-infecciosos-candida.html
https://www.eurocytology.eu/pt/course/1041
https://www.eurocytology.eu/pt/course/1041
 
Figura 11. Esfregaço cervicovaginal, apresentando células glandulares alteradas, com 
vacúolos citoplasmáticos e núcleos periféricos, devido ao uso do DIU 
(fonte:http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/atlas_citopatologia_ginecologica.pd
f). 
 
25 
Figura 12. Células epiteliais da mucosa escamosa atrofiadas (fonte: https:// 
screening.iarc.fr/atlasglossdef.php?lang=4&key=Atrofia&img). 
 
26 
Figura 13. Diferenciação morfológica de um tecido em outro, com uma nova função, 
células metaplásicas, em detalhe nas setas (fonte:https://screening.iarc.fr/ 
atlasglossdef. php?lang=4&key=Metaplasia&img=cyto7287). 
27 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ix 
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/atlas_citopatologia_ginecologica.pdf
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/atlas_citopatologia_ginecologica.pdf
LISTA DE TABELAS 
 
 Página 
 
Tabela 1. Resultados preliminares da pesquisa em português, inglês e 
espanhol nos Bancos de Dados PubMed, SciELO e LILACS, com 
palavras-chaves isoladas e combinadas 
 
33 
Tabela 2. Resultados preliminares da pesquisa em português, inglês e 
espanhol nos Bancos de Dados PubMed, SciELO e LILACS, com 
palavras-chaves isoladas e combinadas. 
 
34 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
x 
 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
1.1. O surgimento do Papanicolaou 
O método de pesquisa citológica de Papanicolaou (Figura 01), também 
conhecido como exame citológico cérvico-vaginal ou exame preventivo, desenvolvido 
pelo médico grego Geórgios Papanicolaou, na década de 30, é considerado um exame 
de triagem, não invasivo e indolor, e por isso, de fácil aceitabilidade, tanto pelo público 
leigo como pelos profissionais de saúde. Entretanto, pela característica própria do 
exame, com exposição de órgãos genitais, percebe-se que algumas mulheres, por 
inibição, não se submetem ao procedimento (GREENWOOD; MACHADO; 
SAMPAIO, 2006). 
 
Figura 01. Colo do útero visualizado ao exame de Papanicolaou (A) (Fonte: http:// 
www.ebah.com.br/content/ ABAAAhElkAG/ definicao -interpretacao-papanicolau#); 
Esquema de exame de Papanicolaou (B) (Fonte: http://clinidor.pt/portfolio-view/teste-
de-papanicolau/). 
 
O exame citológico cérvico-vaginal é fundamental para o diagnóstico de 
alterações inflamatórias, infecciosas ou neoplásicas do sistema genital feminino (NERI 
et al., 2013). Ele possui uma sequência de etapas laboratoriais que possibilitam a 
identificação das alterações nas células cérvico-vaginais (NASCIMENTO; SILVA; 
MONTEIRO, 2012) e detectam lesões precursoras do câncer de colo uterino, 
aumentando a possibilidade de tratamento imediato, e minimizando o aparecimento de 
possíveis complicações (NERI et al., 2013). 
Segundo Davim e colaboradores (2005), o exame de Papanicolau tem forte 
influência na redução da incidência do câncer de colo de útero e da morbimortalidade de 
suas portadoras, sendo o instrumento mais barato e prático para a identificação desta 
11 
http://clinidor.pt/portfolio-view/teste-de-papanicolau/
http://clinidor.pt/portfolio-view/teste-de-papanicolau/
doença. Por isso, o Ministério da Saúde (MS) recomenda que toda mulher com idade 
entre 25 e 59 anos, deve se submeter ao exame preventivo, anualmente, ou antes, se já 
tiver iniciado a vida sexual. 
 
1.2. O câncer do colo do útero 
 Nos últimos anos, estima-se que no Brasil, foram diagnosticados, 
aproximadamente, 18.503 mil novos casos de câncer do colo do útero (CCU), com cerca 
de 8.414 mil óbitos anualmente (ARAÚJO, 2017), apesar desta doença apresentar um 
dos mais altos potenciais de prevenção e cura (DAVIM et al., 2005). Considerado um 
problema de saúde pública, especialmente nos países em desenvolvimento, caracteriza-
se como o segundo câncer mais frequente na população feminina, e a quarta causa de 
morte de mulheres com câncer (ARAÚJO, 2017). 
O CCU é considerado uma das enfermidades crônico-degenerativas mais temida 
por causa de seu alto grau de letalidade e morbidade (FILHO, 2011), sendo 
caracterizadopelas alterações intraepiteliais cervicais progressivas e gradativas, que 
podem se desenvolver para um estágio invasivo, ao longo de dez a vinte anos. 
Considerando que, esse tipo de doença possui etapas bem definidas e uma evolução 
lenta, o diagnóstico precoce do câncer de colo do útero possibilita não apenas a 
interrupção da doença, mas também sua cura, quando associado a um tratamento 
oportuno (DAVIM et al., 2005). 
Neste contexto, já está bem definida a relação causal entre a infecção precedente 
pelo papiloma vírus humano (HPV) e o câncer cervical, o qual tem sido indicado como 
o principal fator de risco para o surgimento deste tipo de câncer (ALBUQUERQUE et 
al., 2009; CASARIN; PICCOLI, 2011). Entretanto, o método de Papanicolaou tem se 
mostrado eficiente apenas na identificação das alterações induzidas pelo HPV e não na 
identificação do vírus propriamente dito (SILVA et al., 2014). Outros fatores associados 
à infecção também são relatados, como o início precoce da atividade sexual, múltiplos 
parceiros sexuais, uso de contraceptivos orais, tabagismo e baixa condição 
socioeconômica (ALBUQUERQUE et al., 2009; CASARIN; PICCOLI, 2011). 
O comportamento das mulheres em relação à prevenção é essencial para 
diminuir o número de ocorrência deste tipo de câncer. A consulta e o rastreamento desta 
12 
doença são fundamentais para incentivar comportamentos preventivos, tanto para a 
identificação de fatores de risco e controle, quanto para a detecção precoce das células 
neoplásicas, melhorando o prognóstico (FERREIRA et al., 2014). Mulheres que não 
realizam ou nunca realizaram o exame de Papanicolaou, desenvolveram a doença com 
maior frequência, contudo determinados países, nas mulheres que participaram de 
programas de rastreamento, percebeu-se a diminuição nas taxas de incidência e 
mortalidade da neoplasia (ALBUQUERQUE et al., 2009). 
 
1.3. Caracterização das alterações benignas 
 
A coleta do material citológico pode ser realizada através da técnica 
convencional (Figura 01B) ou para a análise em meio liquido, esta última, quando 
escolhida, conserva melhor as células coletadas e apresenta uma alta sensibilidade para 
detectar lesões de alto grau. Posteriormente, na fase analítica, são rejeitadas as amostras 
danificadas, permanecendo apenas as amostras adequadas, que são classificadas em 
satisfatórias ou insatisfatórias. A insatisfação é decorrente de o material ser acelular ou 
hipocelular, ou pela grande quantidade de sangue, pela presença de piócitos, de artefatos 
de ressecamento, de contaminantes externos, pela intensa sobreposição celular ou outros 
motivos que devem ser especificados. Entre os aspectos analisados, também é 
importante averiguar a presença de elementos do epitélio escamoso, glandular e/ou 
metaplásico (DERCHAIN; FILHO; SYRJANEN, 2005). 
Comparando ao critério das amostras inadequadas, as amostras insatisfatórias 
também exigem a realização de uma nova coleta. Uma das alterações mais frequentes 
encontrada nas células epiteliais do colo uterino e vagina é a inflamação. Isto ocorre 
devido à ação de agentes físicos, que podem ser radioativos, mecânicos ou térmicos, de 
agentes químicos como por medicamentos cáusticos, quimioterápicos e pela acidez 
vaginal sobre o epitélio glandular e principalmente agentes biológicos. Nesse contexto, 
incluem-se também outros achados, como por exemplo, a reparação, a metaplasia 
escamosa imatura, a atrofia com inflamação, e a radiação. É importante destacar que a 
metaplasia somente é considerada quando imatura, já que a madura já apresenta 
diferenciação escamosa definida (SILVA et al., 2014) (Figura 02). 
13 
 
Figura 02. Esfregaço de células cervicais com alterações características de processo 
inflamatório, presença de microrganismos na região vaginal e um infiltrado leucocitário 
(fonte: https://screening.iarc.fr/ atlasglossdef. php? lang=4 &key= 
Inflama%E7%E3o%20 inespec%EDfica&img). 
 
1.4. Principais agentes envolvidos nas alterações benignas no colo do útero 
 
A região vaginal e a cérvice são colonizadas por microrganismos aeróbios, 
predominantemente, e anaeróbios, com uma variedade de espécies diferentes de 
bactérias, onde as mais comuns são: Lactobacillus ou bacilos de Doderlein, e algumas 
bactérias gram negativas e positivas, correspondendo 95% da microbiota normal. 
Alguns fatores levam a alteração do pH que podem desencadear em um desequilíbrio na 
microbiota vaginal, resultando em vulvovaginites (inflamação simultânea da vulva e 
vagina), cervicites (inflamação do colo uterino) e vaginose bacteriana. Esta última causa 
um desequilíbrio quantitativo anormal dos Lactobacillus, que são substituídos por uma 
alta concentração polimicrobiana, especialmente por bactérias anaeróbias, podendo ser 
assintomática ou sintomática, produzindo uma secreção branca e espessa que adere a 
parede vaginal. As vulvovaginites e as cervicites causam inflamações e/ou infecções do 
14 
trato geniturinário, devido à presença de microrganismos na região cérvico-vaginal. As 
manifestações de prurido, corrimento com odor forte e disúria são decorrentes da 
presença de Candida spp., Trichomonas vaginalis e outros patógenos. Todos os 
microorganismos são fatores de risco para infecção do trato genital superior, e 
favorecem a contaminação por agentes causadores de infecções sexualmente 
transmissíveis (ISTs), por provocar lesões na região vaginal (VASCONCELOS; 
MARTINS, 2005). 
As lesões físicas recorrentes também podem alterar as características normais do 
ambiente cervicovaginal. Geralmente, são determinadas pela ação de agentes físicos 
como corpos estranhos, cirurgia por via vaginal, partos distócicos e radioterapia. Esses 
fatores podem ocasionar um desequilíbrio vaginal e levar a processos inflamatórios 
(SILVA FILHO; LONGATTO FILHO, 2000). 
 
1.4.1 Bactérias: 
 
 As infecções do trato genito urinário feminino são causadas em sua maioria 
pelas bactérias Gardnerella vaginalis, Mobiluncus sp, cocos, bacilos, Chlamydia 
trachomatis, Lactobacillus sp. e Actinomyces sp. A bactéria Gardnerella vaginalis é 
considerada um coco-bacilo que pode ser identificada como Gram-negativo ou Gram-
variável, anaeróbio facultativo e imóvel, responsável por desencadear um corrimento 
vaginal excessivo, de cor amarelado, odor pútrido e sem a presença de sintomas 
irritativos no local (VASCONCELOS; MARTINS, 2005). Na presença da G. vaginalis 
(figura 03), os leucócitos e os lactobacilos estão em quantidades muito pequenas ou até 
mesmo ausentes. O Mobiluncus sp. é um bacilo anaeróbico, Gram-negativo ou Gram-
variável, curvo e com movimentos em espiral. Essas bactérias são conhecidas por 
aderirem a superfície das células epiteliais, tendo uma aparência de “tapete de pêlo”, 
num arranjo conhecido por "Clue-Cell" (Figura 03). Têm preferência por pH alcalino, e 
apresentam uma secreção homogênea e fétida, como G. vaginalis. Por serem muito 
parecidas morfologicamente (Mobiluncus sp. e G.vaginalis), costuma-se realizar um 
esfregaço com óleo de imersão para diferencia-los e evitar o diagnostico errôneo 
(CHIUCHETTA et al., 2002). 
15 
 
Figura 03. Células escamosas intermediárias com bactérias aderidas em sua superfície, 
indicativas de Gardnerella vaginalis (Clue-Cell), em destaque nas setas (Fonte: 
http://atlasdecitologia.blogspot.com/p/microrganismos.html). 
 
 Cocos e bacilos estão presentes na microbiota normal, não são caracterizadas 
como infecções que necessitam de tratamento, apenas quando a sua proliferação está 
descontrolada (BRINGEL; RODRIGUES; VIDAL, 2012). Diferente das outras 
bactérias da microbiota vaginal, que se proliferam devido à mudança de pH no local, o 
aumento do número dos cocos e bacilos está relacionado à contaminação externa, pela 
má higienização, e não a um crescimento descontrolado da microbiota (LEITE et al., 
2010). 
 A Chlamydia trachomatis é considerada uma bactéria imóvel e sua paredecelular é característica de Gram-negativa. É responsável por causar doenças sistêmicas 
como infecção genital com infecções oculares e respiratórias, cervicite e inflamações 
nas tubas uterinas. Patogenicamente, pode apresentar ou não sintomas específicos, ou 
então não apresentar qualquer sintoma visível de infecção (VASCONCELOS; 
MARTINS, 2005). A Clamídia é classificada como um parasito intracelular obrigatório, 
semelhante ao vírus, e tem preferência pelas células do epitélio colunar, tendo a 
endocérvice como o seu primeiro alvo (MELLES et al., 2000) (figura 04). De acordo 
com MICHELON e colaboradores (2005), essa escolha acontece porque o epitélio 
16 
colunar possui alta atividade metabólica, e a C. trachomatis precisa de células que 
tenham capacidade de suprir a sua baixa atividade metabólica. 
 
Figura 04. Células escamosas parabasal e intermediária mostrando inclusões 
citoplasmáticas, características de Chlamydia trachomatis no detalhe da seta. Ainda 
percebe-se a presença de leucócitos polimorfonucleares (Fonte: https:// 
screening.iarc.fr/ atlasglossdef.php? lang=4 &key= Clamidia&img=cyto6608). 
 
 Os Lactobacillus sp., são bactérias consideradas produtoras de ácido-lático, 
Gram-positiva, anaeróbia facultativa e em forma de bastonete (figura 05). Está presente 
na microbiota vaginal em mulheres saudáveis. Durante a gravidez, as células epiteliais 
da vagina comportam altas concentrações de glicogênio, estimuladas pelo estrógeno, e 
os lactobacilos metabolizam esse glicogênio para a produção de ácido lático, inibindo o 
crescimento de outras espécies bacterianas (BROLAZO et al, 2009). No período pré-
menstrual, gravidez e no início da menopausa, quando há um aumento excessivo dos 
lactobacilos associados ou não a outras bactérias, o pH vaginal é alterado, tornando-o 
mais ácido, devido a alta produção de ácido lático pelo excesso de glicólise. Esse 
processo é denominado vaginose citolítica, comumente conhecido como citólise 
(SOARES; BAPTISTA; TAVARES, 2017) (Figura 05). 
 
17 
https://screening.iarc.fr/atlasglossdef.php?lang=4&key=Clamidia&img=cyto6608
https://screening.iarc.fr/atlasglossdef.php?lang=4&key=Clamidia&img=cyto6608
 
Figura 05. Presença de Lactobacillus (bacilos de Döderlein) em um esfregaço citolítico 
(com intensa degradação celular). (Fonte: http://screening.iarc.fr/ atlascyto_detail.php? 
lang =1&Id =cyto5997&cat=D1). 
 
 O Actinomyces spp. é uma bactéria Gram-positiva, filamentosa e anaeróbia. 
Provoca um corrimento de cor amarelada, de odor forte e esta associada a pacientes 
usuárias de dispositivo intra-uterino (DIU) (VASCONCELOS; MARTINS, 2005) 
(Figura 06). Geralmente habitam a cavidade oral, a orofaringe, e o trato gastrointestinal, 
onde raramente podem causar patologias inflamatórias, e não são considerados 
comensais na microbiota vaginal. Para Silva e colaboradores (2006), cerca de 10% das 
mulheres que usam o DIU apresentam infecção vaginal causado pelo Actinomyces spp. 
Esta pesquisa alerta para um melhor acompanhamento médico, com o intuito de 
identificar o possível agente inflamatório e evitar que as pacientes sejam sujeitas a 
retirada do DIU. 
18 
 
Figura 06. Estruturas densas irregulares com centro basofílico, constituída de filamentos 
finos e grânulos, indicativo de Actinomyces spp. (detalhe da seta) e intenso infiltrado 
leucocitário (fonte:https:// screening.iarc.fr/ atlasglossdef.php? lang=4&key= 
Actinomices&img). 
 
 A Neisseria gonorrhoea constitui um grupo de cocos Gram-negativos, que 
geralmente se juntam em pares, sem flagelos, anaeróbios facultativos e encapsulados. 
Essa bactéria possui uma parede celular constituída por uma camada de peptidioglicano 
que estimula a resposta inflamatória. Possui a capacidade de infectar o epitélio colunar 
cervical, após vencer a barreira natural da mucosa. Em mulheres gestantes, a gonorreia é 
um fator de risco para aborto espontâneo, parto prematuro e mortalidade fetal (PENNA; 
HAJJAR; BRAZ, 2000) 
 
1.4.2 Parasitas 
 
 No exame a fresco com soro fisiológico, é possível ver a presença de células em 
forma ovaladas ou piriformes, com presença de flagelos, indicando que a infecção é por 
protozoários (FILHO, 2004). As mais comuns são Trichomonas vaginalis e Toxoplasma 
19 
https://screening.iarc.fr/atlasglossdef.php?lang=4&key=Actinomices&img
https://screening.iarc.fr/atlasglossdef.php?lang=4&key=Actinomices&img
gondii. A Trichomonas vaginalis é um protozoário anaeróbio facultativo, que sobrevive 
perfeitamente em um ambiente sem oxigênio. A infecção causada pelo T. vaginalis é 
denominada de trichomoníase e apresenta-se de forma assintomática ou com um intenso 
prurido vaginal, edemas e leucorréia (figura 07). Seu desenvolvimento está ligado a 
diminuição da acidez vaginal e dos números de lactobacilos. Esses parasitas têm 
afinidade pelas células epiteliais escamosas e a ectocérvice uterina, e quando instalados, 
a mulher pode manifestar os sintomas. T. vaginalis pode ser um fator fundamental na 
predisposição e invasão pelo vírus HIV, porque rompem a camada epitelial urogenital, 
facilitando a passagem do HIV-1 para camadas adjacentes e estabelecimento da infeção. 
Outro papel importante é que em mulheres grávidas infectadas por T. vaginalis, os 
parasitas são capazes de provocar uma ruptura prematura das membranas ovulares e 
amnióticas e, consequentemente causar parto prematuro, baixo peso ao nascer e até 
morte neonatal (FEITTOSA; CONSOLARO, 2005). 
 
Figura 07. Células escamosas com citoplasma eosinofílico e halos perinucleares, 
consequência de uma degeneração, causado pela presença de Trichomonas vaginalis 
(fonte:https://screening.iarc.fr/atlasglossdef.php?lang=4&key=Trichomonas%20vaginal
is&img). 
 Toxoplasma gondii é um protozoário responsável pela toxoplasmose, capaz de 
ser transmitida verticalmente no período gestacional, podendo causar uma infecção fetal 
20 
https://screening.iarc.fr/atlasglossdef.php?lang=4&key=Trichomonas%20vaginalis&img
https://screening.iarc.fr/atlasglossdef.php?lang=4&key=Trichomonas%20vaginalis&img
grave, com manifestações neurológicas e coriorretinite no recém-nascido, e na gestante, 
a infecção geralmente é assintomática (CAMARA; SILVA; CASTRO, 2015). 
 
1.4.3 Fungos 
 
 Na região vaginal, os fungos conseguem se adaptar e se desenvolver, causando 
infecção do trato genital. Esses fungos podem migrar para esta região vindos do trato 
gastro intestinal, num processo conhecido por transmissão endógena, ou transmitidos 
pela relação sexual, causando a candidíase vulvovaginal (CVV), uma infecção 
sexualmente transmissível (IST). A Candida spp. é um tipo de levedura, e as leveduras 
conseguem alcançar a vagina através do seu arsenal enzimático, fazendo uso de 
proteases e hidrolases, onde permanecem e causam distúrbios, construindo um ambiente 
favorável para possíveis reinfecções (ALVARES et al., 2007) (Figura 08). 
 
Figura 08. Esfregaço com formas de pseudo-hifas ou pseudo-micelio, com filamentos 
retos e/ou encurvados, de tamanhos variados, indicando infecção por Candida spp. (em 
detalhe nas setas) (fonte: http://citomedcitologia. blogspot.com/ 2011/10/ esfregacos-
infecciosos-candida.html). 
 
21 
http://citomedcitologia.blogspot.com/2011/10/esfregacos-infecciosos-candida.html
http://citomedcitologia.blogspot.com/2011/10/esfregacos-infecciosos-candida.html
 Apesar de estar presente em 15% a 20% das mulheres normais e 30% a 40% das 
mulheres grávidas, a Candida spp. é responsável por 15% a 25% dos casos de vaginites. 
A CVV é considerada a segunda maior causa de vulvovaginite. Estima-se que 84% dos 
casos sejam causadas pela presença de Candida albicans, seguidas de Candida glabrata 
(11,7%), Candida tropicalis (5,3%), Candida krusei (2,6%) e outras espécies (2%) 
(GALLE; GIANINNI, 2004). As manifestações clínicas caracterizam-se por lesões 
vulvovaginais, prurido, ardor e corrimento de cor esbranquiçada. No geral, 75% das 
mulheresadultas apresentam pelo menos uma vez em sua vida, vulvovaginite fúngica 
(DALAZEN et al., 2011). A candidíase vaginal é desencadeada por vários fatores, como 
gravidez, uso de contraceptivos orais, antibioticoterapia, diabetes mellitus e outros. 
Contribuem para o desencadeamento de infecções por Candida spp., a sua capacidade 
de adesão a substratos inertes e biológicos, formação de tubo germinativo, produção de 
toxinas e enzimas extracelulares hidrolíticas, variabilidade genotípica, imunomodulação 
dos mecanismos de defesa do hospedeiro e hidrofobicidade de superfície celular 
(ALVARES et al., 2007). 
 
1.4.4 Vírus 
 
 A infecção do trato genital feminino por vírus, se expressa cito-
morfologicamente por meio das alterações citopáticas, e o vírus Herpes Simplex (HSV) 
é um exemplo disso (Figura 09). É um vírus (tipo 1 e 2) de DNA e pertencente à família 
Hespesviridae. Sua transmissão ocorre principalmente pelo contato sexual, mas pode 
também ser transmitido de mãe para filho através do parto. As lesões causadas pelo 
vírus herpes aumentam a chance de infecção pelo HIV em duas a três vezes. As 
manifestações clínicas variam de hospedeiro para hospedeiro, porém, o quadro clínico 
clássico se apresenta como febre, cefaleia, mialgias e mais adiante, há o surgimento de 
máculas, pápulas, seguidas de vesículas eritematosas, ulceração e reepitelização, 
persistindo por aproximadamente três semanas. Alguns fatores podem contribuir para 
adquirir o HSV-2 (maior causador de herpes genital), como a uretite e a sífilis, 
múltiplos parceiros e início precoce da relação sexual (PENELLO et al., 2010). Nas 
mulheres grávidas infectadas pelo vírus HSV, a mortalidade fetal pode ser maior do que 
50%, em consequência da disseminação do vírus, que pode causar hepatite necrotizante, 
22 
elevando o risco de complicações tanto para a mãe, quanto para o feto (FONSECA, 
1999). 
 
Figura 09. Lâmina de esfregaço cérvico-vaginal com células parabasais mostrando 
alterações citopáticas características de infecção pelo herpes vírus (HSV), com 
multinucleação, cromatina opaca com aspecto de “vidro fosco” e inclusões celulares 
eosinofílicas (em destaque nas setas) (fonte: https://www.eurocytology.eu/pt/ 
course/1041). 
 
1.4.5 Radiação 
 
Mulheres que necessitam passar pelo tratamento com radioterapia, desencadeiam 
complicações que podem persistir por toda a vida. Algumas das manifestações 
decorrentes da radioterapia são a diarreia, alterações cutâneas, fibrose e estenose 
vaginal, sendo esta última aquela de maior destaque. A estenose vaginal é resultado de 
um trauma local que lesiona a mucosa vaginal, os pequenos vasos e os tecidos 
conectivos e promove um desnudamento epitelial e consequentemente a diminuição do 
aporte sanguíneo. A baixa perfusão leva a hipóxia dos tecidos vaginais que atrofiam, 
estreitando a parede vaginal, diminuindo a lubrificação, desencadeando a perda da 
elasticidade. Essas alterações, com o passar do tempo, podem promover uma disfunção 
23 
https://www.eurocytology.eu/pt/course/1041
https://www.eurocytology.eu/pt/course/1041
sexual, e dificultar os exames ginecológicos, que são imprescindíveis para a saúde da 
mulher (SILVA et al., 2010). 
A radioterapia causa alterações teciduais e celulares que se manifestam por 
diversas formas, a colpite com exsudato inflamatório e a cicatrização são alguma delas. 
Citologicamente, as alterações da cérvice uterina, desencadeadas pela radiação, são 
visíveis e identificáveis no exame de Papanicolaou, sendo um excelente método de 
acompanhamento pós-radioterápico. Ao microscópio, o esfregaço citológico parece 
típico de lesões que atingem especialmente as células das camadas mais profundas do 
epitélio, e estas células apresentam formas e dimensões diversificadas (SILVA FILHO; 
LONGATTO FILHO, 2000) (Figura 10). 
 
Figura 10. Células parabasais com núcleos maiores que o normal, presença de 
vacuolização e cromatina pálida, provocado pelo uso da radioterapia (em detalhe na 
seta) (fonte: http://atlasdecitologia.blogspot.com/p/alteracoes-celulares.html). 
 
1.4.6 Uso do Dispositivo Intra Uterino (DIU) 
 
 O dispositivo intrauterino, mais conhecido como DIU, é um método 
contraceptivo efetivo e seguro, que é inserido no útero da mulher comumente durante o 
período menstrual (colo do útero fica dilatado, facilitando o processo). Esse dispositivo 
24 
tem a finalidade de desencadear uma reação na mucosa uterina, impossibilitando que o 
óvulo seja fecundado pelo espermatozoide (FREITAS; GIOTTO, 2018). 
 O uso do DIU só é indicado para mulheres que já tiveram filhos, ou então 
aquelas que não podem usar contraceptivo oral por motivos de distúrbios mentais, ou 
por problemas médicos. Caso ocorra uma gravidez com o DIU inserido no útero, é 
necessária a remoção imediata para evitar complicações como o abortamento. A 
utilização do DIU pode trazer alguns efeitos colaterais na mulher, como por exemplo, 
cólicas intensas com aumento do fluxo menstrual, maior probabilidade de adquirir 
doenças infecciosas e sexualmente transmissíveis, e também cervicites (BOUZAS; 
PACHECO; EISENSTEIN, 2004). A vaginose bacteriana e a infecção por Actinomyces 
spp. são outras complicações para as usuárias deste método contraceptivo 
(DISCACCIATI et al., 2005) (Figura 11). 
 
Figura 11. Esfregaço cervicovaginal, apresentando células glandulares alteradas, com 
vacúolos citoplasmáticos e núcleos periféricos, devido ao uso do DIU 
(fonte:http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/atlas_citopatologia_ginecologica.pdf). 
 
1.4.7 Atrofia 
 
 Conhecida por vaginite atrófica e considerada uma alteração celular benigna, 
está relacionada com a atrofia da mucosa vaginal e cervical, causada por uma baixa nos 
25 
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/atlas_citopatologia_ginecologica.pdf
níveis de estrogênio, que torna o epitélio delgado e com uma menor lubrificação 
vaginal. Essas mudanças levam a uma diminuição da concentração dos lactobacilos 
presentes na microbiota, consequentemente, aumentando o pH e favorecendo a 
proliferação de crescimento de outros microrganismos (Figura 12). Essa inflamação 
pode ocorrer na menopausa, período pós-parto, durante a amamentação e em mulheres 
que receberam radio ou quimioterapia (FERRACIN; OLIVEIRA, 2005). 
 
Figura 12. Células epiteliais da mucosa escamosa atrofiadas (fonte: 
https://screening.iarc.fr/atlasglossdef.php?lang=4&key=Atrofia&img). 
 
1.4.8 Metaplasia benigna 
 Segundo Marques e colaboradores (1997), é chamado de metaplasia a 
capacidade que um tecido tem de se transformar em outro. Os tecidos conjuntivos e os 
epiteliais estão sujeitos a essa mudança quando são submetidos a alguma modificação 
do meio habitual ou estímulo anormal. A presença de agentes mutagênicos como 
herpevírus tipo II, citomegalovírus, tricomoníase, candidíase e, principalmente, o HPV 
tem sido responsáveis pelo desencadeamento da metaplasia atípica, resultando em uma 
colposcopia com zona de transformação atípica. Qualquer metaplasia na região cervical 
26 
https://screening.iarc.fr/atlasglossdef.php?lang=4&key=Atrofia&img
é considerada benigna, e suas causas ainda são desconhecidas. Entretanto, alguns fatores 
são estimuladores desse processo, como o ambiente hormonal na gravidez, a alteração 
do pH (acidez) em nível de orifício cervical externo e irritantes locais (MARRONI, 
2010). 
 A metaplasia escamosa atípica corresponde a alterações moderadas nas células, e 
nos esfregaços são observados o aumento do núcleo, cromatina granulada e pode ser 
visto ainda nucléolos e células binucleadas (KOSS; GOMPEL, 2006) (Figura 13). 
 
 
Figura 13. Diferenciação morfológica de um tecido em outro, com uma nova função, 
células metaplásicas, em detalhe nas setas (fonte:https://screening.iarc.fr/ atlasglossdef. 
php?lang=4&key=Metaplasia&img=cyto7287). 
 
1.5. A gravidez 
Por muitos anos, o diagnóstico do câncer do colo uterino, durante a gravidez,se 
apresentava sem perspectiva de tratamento, causando um processo traumático para a 
gestante e seus familiares, levando à insegurança e desequilíbrio emocional. Entretanto, 
com a evolução do diagnóstico e do tratamento, por meio da citologia oncótica, a 
detecção precoce do câncer e a adequada conduta terapêutica, representam um 
prognóstico favorável, e aumento de chances de cura da paciente (LIMA et al., 2009). 
27 
A descoberta de lesões precursoras do câncer de colo uterino durante o ciclo 
gravídico destaca a relevância da triagem do Papanicolaou no pré-natal, considerando 
que nesta fase há transformações fisiológicas e anatômicas marcantes no corpo da 
mulher. Neste contexto, a prevenção do câncer do colo do útero, se apresenta de grande 
importância para uma gravidez saudável, e deve ser realizada sempre que as pacientes 
comparecerem as unidades básica de saúde, promovendo e assegurando a proteção da 
saúde da mulher, bem como a do seu filho. Estudos revelam que mulheres gestantes 
com lesões do colo do útero em estágio inicial, apresentaram três vezes mais chances de 
serem diagnosticadas quando se submeteram ao exame preventivo durante o pré-natal 
do que aquelas que não se submeteram (SANTANA; SANTOS; MACHADO, 2013). 
Ainda segundo Santana, Santos e Machado (2013), a coleta endocervical não é 
contraindicada em pacientes grávidas, entretanto, deve ser realizada com cautela, e se 
faz necessário uma explicação sobre o procedimento, considerando que pode ocorrer um 
discreto sangramento após o exame. Como houve uma eversão fisiológica da junção 
escamo-colunar do colo do útero durante a gravidez, e se apresenta exteriorizada na 
ectocérvice, seu exame propicia um esfregaço adequado para análise laboratorial. 
 
1.6. As alterações do colo do útero durante a gravidez 
A região vaginal da mulher possui uma microbiota rica em bactérias e fungos 
que se modifica ao longo dos anos. Entretanto, fisiologicamente, o corpo da mulher 
apresenta mecanismos de defesa anatômica, imunológica e microbiológica contra esses 
agentes, evitando uma possível infecção. Os lactobacilos são os principais responsáveis 
pela proteção e preservação da região genital da mulher, representando 95% da 
microbiota vaginal. Eles possuem a capacidade de produzir ácido lático, peróxidos de 
hidrogênio e outras substâncias que controlam a proliferação de micro-organismos 
oportunistas, e mantêm o pH vaginal (POSSER et al., 2016). 
Mesmo com a presença desses mecanismos de defesa fisiológica, Murta e 
colaboradores (2001), afirmam que ocorrem vários processos infecciosos na região 
cérvico-vaginal durante a gravidez, pelo desequilíbrio da microbiota, pela alteração 
imunológica, influência de fatores hormonais, aumento de fluxo sanguíneo e da 
temperatura, modificações no trato genital inferior (como a hipertrofia da parede 
vaginal), características comuns na gestação, que levam a uma maior vulnerabilidade às 
28 
pacientes. Quando acontece um desequilíbrio na microbiota vaginal, a gestante tem 
grande chance de desenvolver vulvovaginites, cervicites ou vaginoses bacterianas, 
devido ao epitélio colunar simples da endocérvice e do endométrio serem mais 
susceptíveis a agentes infecciosos. As vulvovaginites são manifestações infecciosas 
e/ou inflamatórias do trato geniturinário, e as cervicites possuem as mesmas 
características, diferenciando-se apenas o local de manifestação. Ambas as doenças são 
sintomáticas, causadas geralmente por Candida sp. ou Trichomonas vaginalis (POSSER 
et al., 2016). 
 
1.7. A importância do exame de Papanicolaou durante a gravidez 
O exame de Papanicolau deve ser feito nas primeiras consultas do pré-natal 
durante a gravidez, pois este exame avalia as manifestações de doenças em nível 
celular, identificando possíveis patologias no colo do útero, como as infecções 
sexualmente transmissíveis (IST) e lesões cancerígenas derivadas da influência de 
fatores precursores para lesões oncológicas. Essa ação preventiva deve ocorrer no 
momento em que as gestantes comparecem ao pré-natal (SENA et al., 2016). 
Durante a gravidez há um desenvolvimento acentuado das lesões percussoras, 
porque a gestante apresenta um estado de imunodepressão com o objetivo de que o seu 
sistema imunológico não rejeite o feto e leve a um aborto. Nesse período há uma grande 
probabilidade de ocorrer o desenvolvimento de verrugas e lesões, podendo afetar o 
momento do parto (SANTOS; SIQUEIRA; PEREIRA, 2014). 
É comum que a maioria das gestantes, por falta de informação, não realizem o 
exame preventivo, o que afeta diretamente os índices de morbidade materno infantil. 
Um dos motivos para que isto aconteça está no receio de que o procedimento possa 
trazer algum malefício ao feto, e consequentemente causar um aborto. Entretanto, a 
principal justificativa para a realização da consulta ginecológica seria a preocupação 
com a possibilidade do não diagnóstico de uma infecção bacteriana, o que poderia levar 
a um parto prematuro (SENA et al., 2016) (YASSOYAMA; SALOMÃO; VICENTINI, 
2006). 
Segundo Yassoyama, Salomão e Vicentini (2006) há uma frequência alta de 
diagnósticos do carcinoma do colo uterino no período gestacional. É por este e os 
29 
motivos supracitados, que se deve expor a necessidade da realização do exame de 
Papanicolaou durante a gravidez, por meio da conscientização das mulheres, que devem 
ser informadas pelos profissionais de educação em saúde. 
É necessário também aprofundar os conhecimentos sobre a realização do 
Papanicolaou na gestação pelos profissionais da saúde, a fim de obter a assistência 
correta e adequada no pré-natal, com o objetivo de diminuir a incidência do câncer de 
colo de útero e infecções por agentes patológicos nesta fase e consequentemente evitar 
possíveis complicações durante o ciclo gravídico (SANTANA; SANTOS; MACHADO, 
2013). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
30 
2. OBJETIVO 
2.1. Objetivo geral 
O objetivo deste estudo foi realizar, em bases de dados de pesquisa, uma revisão 
sistemática das publicações científicas sobre as alterações benignas do colo do útero de 
mulheres grávidas no Brasil durante o período de 01 de janeiro de 2007 a 31 de 
dezembro de 2017. 
2.2. Objetivos específicos 
1) Descrever os dados sociodemográficos das mulheres grávidas participantes, a 
saber: idade, uso de métodos contraceptivos e radiação; 
2) Caracterizar as lesões citológicas do colo do útero dessas mulheres; 
3) Diferenciar os tipos de lesões benignas identificadas nas pacientes atendidas; 
4) Verificar a prevalência dos tipos de lesões encontradas; 
5) Verificar os agentes etiológicos mais frequentes nas lesões. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
31 
3. METODOLOGIA 
 Esse trabalho trata-se de uma pesquisa bibliográfica na qual foram consultados 
artigos científicos publicados nas plataformas de dados Scientific Electronic Library 
Online (SCiELO), Literatura Latino-Americana em Ciências da Saúde (LILACS) e 
PubMed, utilizando como descritores “gravidez” ("pregnancy" e "embarazo"), “Exame 
de Papanicolau” ("Papanicolaou test" e "Prueba de Papanicolaou" ) e “lesões benignas 
do colo do útero” ("NILM" e "lesiones benignas del cuello del útero") propostos pela 
Virtual Health Library, publicados em português, inglês e espanhol , durante o período 
compreendido entre ano de 2007 a 2017. 
 Considerando a quase inexistência dos termos NILM e lesões benignas do colo 
do útero nas bases de dados pesquisadas, foram incluídas em português, inglês e 
espanhol, respectivamente, como substituição, a palavra "inflamação" ("inflammation" e 
"inflamación") e seus sinônimos, a saber: "cervicite" ("cervicitis" e "cervicitis"), 
"vaginite" ("vaginitis" e "vaginitis"), "colpite" ("colpite" e "colpitis") e "vulvovaginite" 
("vulvovaginitis" e "vulvovaginitis"). Essas palavras também foram associadas aos 
termos "exame de Papanicolaou" e "gravidez", em português, inglês eespanhol. 
 Após o uso das palavras-chave, foram incluídos neste estudo qualquer artigo 
científico, publicado durante o período de 01 de janeiro de 2007 a 31 de dezembro de 
2017, que descrevesse, pelo exame de Papanicolaou, as lesões benignas do colo do 
útero (inflamação) de mulheres grávidas. Foram excluídos do estudo aqueles que não 
fossem artigos científicos, que não foram publicados durante o período citado, que não 
tinham como foco principal as lesões benignas do colo do útero (inflamação), que não 
tinham o Papanicolaou como exame principal e aqueles que foram realizados com 
mulheres não grávidas. 
 Após a coleta dos dados, buscou-se identificar e caracterizar as lesões 
citológicas benignas do colo do útero em mulheres grávidas, destacando a prevalência e 
os tipos de lesões encontradas, juntamente com os possíveis agentes etiológicos mais 
frequentes. 
 
 
32 
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO 
 
 Durante o período pesquisado (01 de janeiro de 2007 a 31 de dezembro de 
2017), foram encontrados um total de 753.244 publicações, sendo o PubMed a base de 
dados que apresentou o maior número de artigos, 712.934 (94.7%), seguido pelo 
LILACS, com 31.120 (4.1%) e o SciELO, com 9.190 (1.2%). Dentre esses artigos, 
aqueles escritos em inglês foram os de maior frequência, com 705.108 (93,6%), 
seguidos pelos publicados em espanhol com 30.498 (4,1%) e em português com 17.638 
(2,3%) (Tabela 01). 
Tabela 1. Resultados preliminares da pesquisa em português, inglês e espanhol nos 
Bancos de Dados PubMed, SciELO e LILACS, com palavras-chaves isoladas e 
combinadas. 
 PubMed SciELO LILACS 
Port Ing Esp Port Ing Esp Port Ing Esp 
Gravidez 
2
.9
8
5
 
6
9
1
.5
9
7
 
1
1
.1
4
1
 
2
.4
0
0
 
2
.8
0
0
 
3
.7
3
1
 
1
1
.7
6
6
 
3
.4
8
1
 
1
5
.4
0
4
 
Exame de 
Papanicolaou 
66 6.497 78 124 77 47 255 87 71 
Lesões Benignas do 
Colo do Útero 
- 108 2 - 4 - 14 2 13 
Gravidez + Exame de 
Papanicolaou 
8 420 5 4 2 - 16 5 6 
Gravidez + Lesões 
benignas do colo do 
útero 
- 2 - - - - - - - 
Exame de 
Papanicolaou + 
Lesões benignas do 
colo do útero 
- 25 - - 1 - - - - 
Gravidez + Exame de 
Papanicolaou + 
Lesões benignas do 
colo do útero 
- - - - - - - - - 
Total por base de 
dado e idioma 3
.0
5
9
 
6
9
8
.6
4
9
 
1
1
.2
2
6
 
2
.5
2
8
 
2
.8
8
4
 
3
.7
7
8
 
1
2
.0
5
1
 
3
.5
7
5
 
1
5
.4
9
4
 
TOTAL 753.244 
33 
No mesmo período, quando substituída a palavra "NILM" ou "lesões benignas 
do colo do útero" por "inflamação" e seus sinônimos, foram encontradas 68 publicações 
ao todo, e a base de dados PubMed foi aquela com o maior número, 64 publicações 
(94.1%), seguida pelo LILACS, 3 (4,4%) e o SciELO 1 (1.5%). E o idioma inglês 
também foi aquele de maior prevalência entre as publicações, 61 (89,7%), seguido pelos 
publicados em português, 5 (7,35%), e em espanhol, 2 (2,95%) (Tabela 02). 
Tabela 2. Resultados preliminares da pesquisa em português, inglês e espanhol nos 
Bancos de Dados PubMed, SciELO e LILACS, com palavras-chaves isoladas e 
combinadas. 
 PubMed SciELO LILACS 
Port Ing Esp Port Ing Esp Port Ing Esp 
Gravidez+Papanicoalou 
+Inflamação 
- 20 - - - - - - - 
Gravidez+Papanicoalou 
+vaginite 
1 21 1 - - - 1 - - 
Gravidez+Papanicoalou 
+cervicite 
1 18 - - - - - - 1 
Gravidez+Papanicoalou 
+colpite 
- - - 1 - - 1 - - 
Gravidez+Papanicoalou 
+vulvovaginite 
- 2 - - - - - - - 
Total por base de dado 
e idioma 
2 61 1 1 0 0 2 0 1 
TOTAL 68 
 
 A justificativa para o maior número de artigos publicados em inglês se encontra 
no fato deste idioma ser aquele considerado o mais utilizado pelas revistas científicas 
em todo o mundo. É importante pontuar o fato de que o banco de dados PubMed é 
aquele que apresenta a maior parte das revistas científicas cadastradas com publicação 
nos Estados Unidos, e/ou em mais 70 países, onde o inglês é a língua materna ou 
predominante. Em contrapartida, o banco de dados LILACS tem a maioria das suas 
publicações em língua portuguesa e espanhola, pelo fato de ser de origem Latino-
Americana. 
Quando se analisa a Tabela 01, observa-se que as palavras pesquisadas 
isoladamente aparecem num quantitativo elevado de artigos (753.244). Entretanto, 
quando em combinação, os números diminuem, e ao combinar as três palavras-chave, 
34 
não há nenhum artigo. Porém, na Tabela 02, percebe-se que a combinação das três 
palavras-chave apresenta um resultado diferente. A combinação de "gravidez", "exame 
de Papanicolaou" e "inflamação" e seus sinônimos, apresentou um total de 68 artigos. 
Provavelmente, porque a expressão "lesões benignas do colo do útero", apesar de muito 
comum nos exames de Papanicolaou, não parece ser considerada pelos autores como 
aquela que indica um processo inflamatório cervical. Isso se justifica ao passo que 
quando a expressão "lesões benignas do colo do útero" é substituída pela palavra 
"inflamação" ou seus sinônimos, os números de artigos são maiores. 
Nesse contexto, a própria palavra "inflamação" parece ser preterida pelos autores 
por outras mais específicas ou direcionadas, já que quando associadas, as palavras 
"gravidez", "Papanicolaou" e "vaginite", observa-se um maior número de artigos, 24 
(35,4%), do que quando se utilizou a palavra "inflamação" no lugar de "vaginite", que 
apresentou apenas 20 artigos (29,5%). 
Quando se utilizou os critérios de inclusão foram selecionados apenas quatro 
artigos, nenhum deles publicado no Brasil, dois deles publicados na Turquia (50%) em 
2012 e 2016, e dois publicados nos Estados Unidos (50%) em 2015 e 2016. 
 A idade entre as mulheres grávidas dos artigos inclusos oscilou entre 21 e 34 
anos, e apenas duas informaram a fase gestacional em que se encontravam, sendo uma 
delas com 17 semanas e a outra com 25 semanas. Esses trabalhos foram realizados na 
Turquia e nos Estados Unidos, respectivamente. Esses dados são corroborados por Dinc 
(2012), numa pesquisa desenvolvida na cidade de Çanakkale na Turquia, onde a média 
de idade das mulheres casadas foi de 20 anos. É comum que as mulheres turcas casem 
mais jovem, com o intuito de frear as tentações sexuais ou mesmo fugir dos castigos 
(como a morte, por exemplo) dados pelos familiares para aquelas que praticam relações 
sexuais antes do casamento. Sendo esta uma das principais justificativas para a idade 
mais precoce das mulheres grávidas pesquisadas (NEUMANN; 2006). 
 No presente trabalho, nenhum dos artigos pesquisados informaram se essas 
mulheres usavam DIU ou outros métodos anticoncepcionais, e nem se foram 
submetidas à radiação. Porém, num trabalho realizado no Ceará, foi encontrado que os 
anticoncepcionais orais, são os métodos contraceptivos de escolha entre 76% das 
gestantes de diversas idades, provavelmente pela carência de programas de 
planejamento familiar, os quais poderiam fornecer, às gestantes, informações sobre 
35 
outros métodos existentes. Ainda neste trabalho, foi relatado que o preservativo 
masculino apareceu em segundo lugar como a preferência de 20% das mulheres 
grávidas, e por último, o dispositivo intra-uterino (DIU), com um percentual de 2%, 
demonstrando a baixa aceitação deste método, associado, em sua maioria, ao medo dos 
seus efeitos colaterais (NICOLAU et al., 2012). 
 Achados diferentes foram relatados por Dias e colaboradores (2007), num 
trabalho realizado na cidade do Rio de Janeiro, feito com 50 gestantes, no qual os 
contraceptivos mais conhecidos foram o preservativo masculino (100%), seguido de 
anticoncepcional oral (96%) e o dispositivo intra-uterino (DIU) (70%). Neste trabalho, 
52% dessas mulheres tinham o ensino fundamental completo ou incompleto, 46% o 
nível médio e apenas 2% delas tinha nível superior completo. Esses dados são 
relevantes, porque percebe-se uma relação direta entre o nível educacional mais elevado 
e o maior conhecimento sobre os métodos contraceptivos. Ainda segundo os autores, 
também há uma correlaçãoentre o nível socio-econômico e o conhecimento sobre os 
métodos contraceptivos. Porém, no presente trabalho, não foram relatados dados 
referentes à associação entre o nível sócio-econômico e o conhecimento sobre esses 
métodos. 
 Dois artigos (50%) identificaram como principal agente etiológico as bactérias 
Gardnerella vaginalis e Lactobacillus spp, outro identificou o Vírus Herpes simples (25 
%) como principal agente e o quarto, o fungo Cokeromyces recurvatus (25 %). Apesar 
desses microrganismos estarem associados a processos inflamatórios, apenas um artigo 
reconheceu a presença da inflamação e outro, apesar de não ter identificado o processo 
inflamatório, reconheceu características de reparação. 
 A ausência de trabalhos com essa temática pode ser justificada porque mulheres 
grávidas normalmente não se submetem ao exame de Papanicolaou por vários motivos. 
No trabalho feito por Cezario e colaboradores (2014), sete das 24 (29%) gestantes 
participantes do estudo, não realizaram o exame citopatológico por vergonha ou medo, 
por desconforto proporcionado pelo exame e/ou por falta de informação. Num outro 
estudo, feito por Bezerra e colaboradores (2013), foram apontados os mesmos motivos 
para a não realização do Papanicolaou pelas gestantes, e ainda porque elas acreditam 
que o exame não deve ou não pode ser realizado nessa fase, ou mesmo por dificuldade 
36 
de agendá-lo, bem como pelo incomodo de ter que se deslocar à unidade de saúde 
básica. 
Em relação à presença dos microrganismos identificados no presente trabalho, 
Cordeiro e colaboradores (2015), relataram a possibilidade da presença do vírus Herpes 
simplex (HSV) em gestantes e o possível engano deste com a ruptura prematura da 
membrana amniótica (PROM). Naquele trabalho, afirma-se que nos Estados Unidos, 
cerca de 22% das mulheres grávidas com lesões genitais, sexualmente transmissíveis, 
podem estar infectadas com o HSV-2. E que naquelas infectadas por HSV pode ser 
identificado um vazamento de fluido fino que pode ser confundido com liquido 
amniótico, prejudicando o diagnóstico. 
Em estudo feito por Isik e colaboradores (2016), percebeu-se a associação entre 
o aborto espontâneo e recorrente com a vaginose bacteriana nas gestantes. Neste 
trabalho, foram identificados achados específicos da presença da Gardnerella vaginalis, 
como odor de peixe e corrimento vaginal de cor acinzentado e homogêneo. E, de acordo 
com Wanderley e colaboradores (2001), a principal bactéria responsável pela vaginose 
bacteriana é a Gardnerella vaginalis, que corrobora os achados de Isik. 
Numa pesquisa realizada em Rhode Island nos Estados Unidos, foi relatada a 
presença leveduras com 10 a 30mm de diâmetro no esfregaço de Papanicolaou, e a 
cultura positiva, de uma mulher grávida e se confirmou a presença de um fungo raro 
presente nos excrementos dos roedores, conhecido por Cokeromyces recurvatus. Neste 
trabalho, outros relatos de diagnóstico deste fungo em Papanicolaou foram descritos em 
mulheres grávidas. Este microrganismo pode ser confundido morfologicamente com 
outros fungos, e dificultar o seu diagnóstico (PAQUETTE, et al., 2016). 
No presente trabalho foi encontrado um único artigo científico que relatou a 
presença de Lactobacillus spp. em mulheres grávidas. Este trabalho foi realizado na 
Turquia, e entre os diagnósticos de vaginite, 14% foram associados à Lactobacillus spp. 
(DINC, 2012). Esta bactéria é muito comum na microbiota vaginal e possivelmente o 
seu aumento em quantidade deve está associado às mudanças hormonais e as alterações 
de microbiota características dessas mudanças. Ainda no trabalho de Dinc (2012), foi 
relatada a presença de infecção em 18,2% das mulheres grávidas e a maioria delas 
(54,5%) apresentava alterações celulares reativas. As alterações celulares reativas são 
características da presença de microrganismos na região cérvico-uterina devido à 
37 
liberação de substâncias inflamatórias que são visualizadas nas células daquela região. 
São comuns, no rol dessas alterações, a presença de núcleo aumentado em até duas 
vezes e meio o tamanho normal nas células do epitélio estratificado e aumentado em até 
três vezes o tamanho normal nas células glandulares. Além disso, é comum também a 
mudança da cor do citoplasma dessas células, bem como pequenos e discretos halos 
perinucleares, não confundidos com aqueles dos coilócitos. Entretanto, no trabalho de 
Paquette e colaboradores (2016), o processo inflamatório não foi muito evidente, e 
apenas foram encontradas células inflamatórias raras. 
 O exame de Papanicolaou é de grande importância para a detecção precoce de 
possíveis lesões e infecções que podem ocorrer durante o período gestacional. Essa 
triagem é fundamental para a prevenção e diminuição dos dados epidemiológicos de 
morbimortalidade descrito e associados a essa fase, através de tratamento prévio. 
Entretanto, é necessário que as informações sobre esse exame sejam esclarecidas às 
pacientes, a fim de proporcionar sua maior adesão, e desacreditar os diversos mitos que 
permeiam o exame (SANTANA, et al., 2013). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
38 
5. CONCLUSÃO 
A inflamação da cérvice uterina em mulheres grávidas está diretamente 
relacionada à presença de microrganismos na região cérvico-vaginal, com predomínio 
de Lactobacillus spp. e Gardnerella vaginalis. A identificação desses processos 
inflamatórios pelo Papanicolaou demonstra a importância desse exame como método de 
triagem para identificação de possíveis lesões benignas no colo uterino, bem como, os 
agentes etiológicos que podem estar presentes. Parece haver pouca adesão ao exame 
ginecológico em gestantes e não foram identificados nenhum trabalho com esse foco 
publicado no Brasil. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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