Buscar

FunAAúoRenal-Nascimento-2021

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE 
CURSO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE 
DEPARTAMENTO DE NUTRICÃO 
 
 
 
 
FUNÇÃO RENAL DE INDIVÍDUOS NO PÓS INFARTO 
AGUDO DO MIOCÁRDIO E FATORES ASSOCIADOS 
 
 
 
 
 
 
MARIA KAROLAINY DO NASCIMENTO 
 
 
 
 
NATAL-RN 
2021 
 
 
MARIA KAROLAINY DO NASCIMENTO 
 
 
 
 
 
 
 
FUNÇÃO RENAL DE INDIVÍDUOS NO PÓS INFARTO 
AGUDO DO MIOCÁRDIO E FATORES ASSOCIADOS 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado 
ao Curso de Graduação em Nutrição, da 
Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 
como requisito final à obtenção do título de 
Bacharel em Nutrição 
 
 
 
 
 
Orientadora: Prof.ª Dr.ª Ana Paula Trussardi Fayh 
Coorientadora: Nut. Ms. Ana Lúcia Miranda de Carvalho 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NATAL-RN 
2021 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN 
Sistema de Bibliotecas - SISBI 
Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial do Centro Ciências da Saúde 
- CCS 
 Nascimento, Maria Karolainy do. 
 Função renal de indivíduos no pós infarto agudo do 
miocárdio e fatores associados / Maria Karolainy do 
Nascimento. - 2021. 
 33f.: il. 
 
 Trabalho de Conclusão de Curso - TCC (Graduação em 
Nutrição) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 
Centro de Ciências da Saúde, Departamento de Nutrição. Natal, 
RN, 2021. 
 Orientadora: Ana Paula Trussardi Fayh. 
 Coorientadora: Ana Lúcia Miranda de Carvalho. 
 
 
 1. Infarto do miocárdio - TCC. 2. Creatinina sérica - TCC. 
3. Taxa de filtração glomerular - TCC. I. Fayh, Ana Paula 
Trussardi. II. Carvalho, Ana Lúcia Miranda de. III. Título. 
 
RN/UF/BS-CCS CDU 616.127-005.8 
 
 
 
 
Elaborado por ANA CRISTINA DA SILVA LOPES - CRB-15/263 
 
 
MARIA KAROLAINY DO NASCIMENTO 
 
 
 
FUNÇÃO RENAL DE INDIVÍDUOS NO PÓS INFARTO 
AGUDO DO MIOCÁRDIO E FATORES ASSOCIADOS 
 
Trabalho De Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Graduação em Nutrição da 
Universidade Federal Do Rio Grande Do Norte como requisito final para obtenção do Grau de 
Nutricionista. 
 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
 
 
_________________________________________________________________ 
Orientadora: Prof.ª Dr.ª Ana Paula Trussardi Fayh 
 
 
 
______________________________________________________________ 
Co-orientadora: Nut. Ms. Ana Lúcia Miranda de Carvalho 
 
 
_____________________________________________________________ 
3°Membro: Prof.ª Dr.ª Márcia Marília Gomes Dantas Lopes 
 
 
 
 
NATAL, _25__ DE ____AGOSTO____ DE 2021 
 
 
 
NASCIMENTO, Maria. FUNÇÃO RENAL DE INDIVÍDUOS NO PÓS INFARTO 
AGUDO DO MIOCÁRDIO E FATORES ASSOCIADOS 2021. 33 f. Trabalho de 
Conclusão de Curso (Graduação em Nutrição) – Curso de Nutrição, Universidade Federal do 
Rio Grande do Norte, Natal, 2021. 
 
RESUMO 
 
INTRODUÇÃO: O infarto agudo do miocárdio (IAM) é considerado um problema de saúde 
pública no Brasil. Pacientes com IAM podem desenvolver complicações renais, impactando no 
seu prognóstico e levando ao aumento no risco de mortalidade. Dessa forma, a avaliação da 
função renal precoce se apresenta como ferramenta no monitoramento dessas complicações. 
OBJETIVO: Avaliar os marcadores bioquímicos da função renal em pacientes com 
diagnostico de IAM e seus fatores associados. MÉTODOS: Foi realizado um estudo descritivo 
transversal. As coletas de dados ocorreram no período entre março de 2019 e março de 2020, 
em indivíduos adultos e idosos de ambos os sexos, admitidos nos Hospital Universitário Onofre 
Lopes (HUOL) diagnosticados com IAM. Foram coletados informações sociodemográficas, 
clínicas, bioquímicas e antropométricas. A avaliação da função renal foi feita pela estimativa 
da taxa de filtração glomerular (eTFG), obtida pela equação da Chronic Kidney Disease 
Epidemiology Collaboratino (CKD-EPI), sendo classificada em reduzida (TFG < 60 mL/min/) 
ou normal (TFG ≥ 60 mL/min). E o estado nutricional antropométrico foi classificado mediante 
o Índice de Massa Corporal (IMC). Foi utilizada o Qui-quadro de Pearson para analisar a 
associação entre as variáveis. Todas as análises foram realizadas no SPSS versão 20.0. 
RESULTADOS: Cento e setenta pacientes constituíram a amostra do estudo. A média de idade 
foi de 59,6 ± 12,2 anos, com a maior parte da amostra sendo do sexo masculino (74,7%) e com 
excesso de peso (63,2%). Observou-se que houve diferença entre os sexos feminino e masculino 
com relação a presença de diabetes (p=0,024) e hipertensão (p=0,011), com o sexo feminino 
com maior frequência em ambos os fatores de risco analisados. Um total de vinte e três 
pacientes apresentaram TFG reduzida durante a internação. As variáveis testadas por modelo 
bivariado, demonstrando que alteração na TFG foi associada com idade (p = 0,001) e excesso 
de peso (p= 0,038), sendo a idade avançada associada a TFG reduzida e excesso de peso 
associado a TFG normal. CONCLUSÃO: A idade mais avançada correlacionou com a redução 
da eTFG reduzida, enquanto o excesso de peso foi associado a TFG normal em indivíduos no 
pós-IAM. 
Palavras-chaves: Infarto Agudo do Miocárdio, Creatinina Sérica, Taxa de Filtração 
Glomerular. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 6 
2 OBJETIVOS .......................................................................................................................... 8 
2.1 OBJETIVO GERAL ............................................................................................................. 8 
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................................... 8 
3 REVISÃO DE LITERATURA ............................................................................................. 9 
3.1 INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO E SUAS COMPLICAÇÕES ................................ 9 
3.2 FUNCIONAMENTO DO SISTEMA RENAL E DISFUNÇÕES RENAIS ..................... 10 
3.4 FÓRMULAS PREDITIVAS DA TAXA DE FILTRAÇÃO GLOMERULAR ................. 13 
4 MÉTODOS ........................................................................................................................... 15 
4.1 DELINEAMENTO DO ESTUDO ..................................................................................... 15 
4.2 CARACTERIZAÇÃO DA POPULAÇÃO E PERÍODO DO ESTUDO ........................... 15 
4.3.1 Sociodemográficos e clínicos ......................................................................................... 15 
4.3.2 Antropométricos ............................................................................................................ 15 
4.3.3 Função renal ................................................................................................................... 16 
4.4 ANÁLISE ESTATÍSTICA ................................................................................................. 16 
5 RESULTADOS ................................................................................................................... 17 
6 DISCUSSÃO ........................................................................................................................ 22 
7 CONCLUSÃO ...................................................................................................................... 25 
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 26 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
Nos últimos anos as doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) tem se apresentado 
com a principal causa de mortalidade no mundo. Dentre elas, destacam-se as doenças 
cardiovasculares (DCVs) que, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), são 
responsáveis por cerca de 17,9 milhões a cada ano (OPAS/OMS,2016). Dentre as doenças 
isquêmicas, temos o Infarto Agudo do Miocárdio (IAM), que no Brasil foi responsável por 
cerca de 142.982 novos casos em 2018 (DATASUS, 2018). 
O IAM é caracterizado como evento de necrose miocárdica provocada pela isquemia do 
músculo cardíaco devido a obstrução de uma artéria coronária (SALEH; AMBROSE, 2018). 
Dentre os fatores de risco para o IAM, podemos citar a adoção de padrão alimentar pouco 
saudável, estilo de vida sedentário, obesidade, tabagismo, diabetes, hipertensão, dislipidemias 
(MENDIS, et al., 2011). 
Dentre as diversas complicações que o IAM pode ocasionar, observa-se que pacientes 
com histórico de evento isquêmico possuem suscetibilidade para declínio da função renal 
(EIJKELKAMP et al., 2007). Outro fator preocupante está associado a presença de 
comorbidades, uso de medicamentos anterior ao infarto e alta instabilidade hemodinâmica, pois 
juntos podem conduzir a prejuízos na função renal (SHACHAM et al., 2013). Além disso, 
dados apontam que a cada seis indivíduos que sofrem infarto, um pode desenvolver 
complicações renais durante o período intra-hospitalar (AMIN et al., 2010), sendo associado a 
pior prognóstico após evento cardíaco (SILVAIN et al., 2018). 
A preocupação em relação a função renal está associada ao fato de que este órgão 
desempenha diversas funções vitais, incluindo excreção de metabólitos, regulação na pressão 
arterial e produção de urina, entre outras (KALISTA, 2011). A função renal comprometida 
impacta na capacidade de excretar solutos, manter a homeostase e causa alterações no 
metabolismo de nutrientes (MOLINA et al., 2021). Dentro desse cenário, o comprometimento 
renal necessita de adoção de medidas nutricionais específicas como cálculo da necessidade 
proteica(BILANCIO; CARVALLO; CIRILLO, 2018), adequação da ingestão de sódio e gasto 
energético (KUZMINA, 2020). Então, identificar os pacientes com redução da função renal é 
fundamental para a adequar a terapia nutricional (FIACCADORI; CREMASCHI, 2009). 
7 
 
 
Dessa maneira, avaliação da função renal pode ser feita por meio dos marcadores 
bioquímicos como a creatinina sérica e Estimativa de Taxa de Filtração Glomerular (eTFG) 
(KANNAPIRAN; NISHA; MADHUSUDHANA, 2010). Desse modo, podem ser utilizados 
como ferramenta do monitoramento de complicações renais e atendem a requisitos em 
ambientes clínicos (EDELSTEIN, 2017; TROF et al., 2006). 
Diante disso, fica claro a necessidade de identificação dos fatores associados a redução 
da função renal em pacientes recentemente acometidos por IAM, pois a literatura demostra que 
o desenvolvimento de complicações renais é bastante significativo nessa população e está 
associado a piores prognósticos à longo prazo. Além disso, a redução da função renal pode 
influenciar na escolha da terapia nutricional mais adequada para o paciente. Portanto, é 
importante realizar a avaliação da função renal por meio de marcadores convencionais, como 
creatinina sérica e eTFG que, apesar das limitações, ainda são considerados como boas 
alternativas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
 
 
2 OBJETIVOS 
2.1 OBJETIVO GERAL 
Avaliar a função renal de pacientes acometidos com IAM e seus fatores associados. 
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 
• Caracterizar a população do estudo segundo as variáveis sociodemográficas, clínicas e 
antropométricas, comparando entre os sexos; 
• Estimar a Taxa de Filtração Glomerular (eTFG) dos participantes; 
• Verificar a associação entre alterações na eTFG e as variáveis sociodemográficas, 
clínicas e antropométricas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
 
3 REVISÃO DE LITERATURA 
3.1 INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO E SUAS COMPLICAÇÕES 
 
As definições e compreensões sobre as doenças cardiovasculares, entre elas o IAM e os 
acidentes vasculares, iniciaram entre os anos de 1950 e 1970 indicados pelos grupos de trabalho 
da OMS (OMS, 1998). Durante os anos seguintes, as definições acerca do infarto têm sido 
associadas ao desenvolvimento da oclusão trombótica de uma artéria coronária (MENDIS et 
al., 2011), ou seja, quando o sangue não pode circular para uma parte do coração e, como 
consequência, o músculo cardíaco é lesado, caracterizando necrose. 
 Atualmente, o Consenso da Quarta Definição Universal de IAM (2018), da European 
Society of Cardiology (ESC) e American College of Cardiology (ACC), juntamente com 
American Heart Association (AHA) e World Heart Federation (WHF) tem sido considerado 
pela OMS como referência para compreender os aspectos relacionados ao desenvolvimento de 
IAM. O consenso traz a definição da doença, e destaca os biomarcadores séricos anormais, 
como: troponina cardíaca, creatina quinase, mioglobina, dosagem de enzimas no sangue, 
alterações no eletrocardiograma (ECG) nas onda ST-T e nas ondas Q, história do paciente e 
sintomas (THYGESEN et al., 2018). 
Diante dessas diversas alterações, a classificação clínica do IAM tem sido estruturada 
com base na ausência ou presença de segmento ST com utilização do ECG, podendo ser 
classificado em 6 tipos: infarto do miocárdio relacionado a isquemia devido a ruptura da placa 
aterosclerótica (tipo 1), infarto secundário à isquemia devido ao aumento da demanda de 
oxigênio (tipo 2), parada cardíaca (tipo 3), infarto do miocárdio associado a intervenção 
percutânea (tipo 4a), infarto do miocárdio associado a trombose de stent (tipo 4b) e infarto do 
miocárdio associado à cirurgia de revascularização do miocárdio (tipo 5) (ANDERSON; 
MORROW, 2017; THYGESEN et al., 2018). Sendo os principais fatores de risco idade 
(VALENSI; LORGIS; COTTIN, 2011), tabagismo, pressão alta, colesterol total e lipoproteínas 
de baixa densidade (LDL) altos, sedentarismo, obesidade e ingestão de álcool (LU et al., 2015). 
Diante disso, estudos vêm associando o IAM ao bloqueio das artérias coronárias, 
causadas pelo comprometimento de suas paredes por placas ateroscleróticas que contém 
acúmulo de LDL colesterol (BOATENG; SANBORN, 2013; DUTTA et al., 2012). O depósito 
de lipídeos desencadeia resposta inflamatória, com adesão de macrófagos que fagocitam as 
lipoproteínas, porém devido a incapacidade de eliminar os lipídeos fagocitados dão origem as 
10 
 
 
células espumosas (HANSSON; HERMANSSON, 2011; TIBAUT; MEKIS; PETROVIC, 
2017). Nesse cenário, o que desencadeia o IAM é a ruptura da placa aterosclerótica, expondo o 
seu conteúdo ao fluxo sanguíneo, provocando a ativação de fatores trombogênicos, plaquetário 
e levando a oclusão das artérias coronárias (CALAIS et al., 2018; SWIRSKI; NAHRENDORF, 
2013). 
Além disso, o desenvolvimento da IAM está também associado a presença de diabetes 
e hipertensão (VALENSI; LORGIS; COTTIN, 2011). Dentre as complicações observadas pelo 
IAM, observamos a presença de insuficiência cardíaca (IC), miocardite, doença renal crônica 
(DRC), sepse (THYGESEN; ALPERT; WHITE, 2007). Além disso, o IAM tem sido associado 
ao desenvolvimento das síndromes cardiorrenais (DEFERRARI; CIPRIANI; LA PORTA, 
2020), e a identificação do comprometimento renal após IAM pode ser útil no seu prognostico 
e estratificação do risco (RODRÍGUEZ-JIMÉNEZ et al., 2018). 
Ronco et al., (2008) observaram que as alterações causadas pela instabilidade do sistema 
cardiovascular e sistema renal acarretam piora abrupta da função cardíaca, sendo umas das 
complicações clínicas relacionadas ao desenvolvimento da lesão renal aguda (LRA) (RONCO 
et al., 2008). Diante disso, o desenvolvimento LRA tem sido uma das principais complicações 
após o IAM (BRUETTO et al., 2012) podendo afetar na permanência hospitalar, curso clínico 
mais complicado e maior mortalidade quando comparados a pacientes com função renal normal 
(MARENZI et al., 2010). 
Entretanto, as complicações observadas no IAM podem estar relacionada a condições 
anteriores de DRC (SARKISIAN et al., 2016). Estudos de coorte avaliaram a dinâmica da LRA 
durante a internação hospitalar,comparando a função renal no pré-operatório e pós- operatório 
de revascularização do miocárdio encontraram aumento da creatinina e diminuição da TFG 
associados a piores desfechos (DARDASHTI et al., 2014). Portanto, o IAM tem sido uma das 
principais causas de mortes em pessoas com DRC (SAAD et al., 2016)e a função renal normal 
em pacientes com IAM tem sido associada a melhores resultados na sua evolução clínica e 
tratamento. 
3.2 FUNCIONAMENTO DO SISTEMA RENAL E DISFUNÇÕES RENAIS 
 
Os rins desempenham inúmeros papéis na manutenção da homeostase, sendo 
responsáveis pela regulação pressão arterial e eletrólitos, manutenção do pH sanguíneo, 
eliminação dos produtos metabólitos do sangue, por meio da excreção urinária de sais minerais 
11 
 
 
e resíduos nitrogenados (ROBSON, 2014). Além disso, possui função hormonal, como a 
participação na síntese de Vitamina D e produção de hemácias (eritropoetina) (MORAES; 
COLICIGNO, 2007). Em condições normais os rins e coração estão fortemente relacionados e 
garantem o funcionamento adequado do organismo, porém quando na presença de uma 
disfunção renal, verifica-se o desenvolvimento da chamada síndrome cardiorrenal (DAMMAN; 
TESTANI, 2015; PRECEK et al., 2018). 
Nos quadros de disfunções renais observa-se o desenvolvimento da LRA e DRC. Sendo 
a primeira caracterizada como rápido declínio da função renal em períodos de horas a dias, 
acúmulo de produtos nitrogenados, perda da capacidade de regulação no equilíbrio 
hidroeletrolítico e ácido-base (EDELSTEIN, 2017). Enquanto a DRC é definida como prejuízo 
na função renal por um período de pelo menos 3 meses, sendo caracterizada como distúrbio 
heterogêneo que impacta na diminuição da eTFG (RYAN; KELLERMAN, 2009). 
Segundo a Sociedade Brasileira de Nefrologia (2017) as alterações renais são 
denominadas como a incapacidade dos rins em excretar substâncias nitrogenadas como ureia, 
creatinina, alterando a homeostase hidroeletrolítica que pode ser acompanhada ou não da 
diminuição da diurese. Essas alterações têm sido observadas no desenvolvimento de LRA 
(BELLOMO; KELLUM; RONCO, 2012). Assim como, têm sido utilizadas como ferramenta 
na detecção precoce da DRC, pela avaliação da creatinina sérica e razão albumina/creatinina 
urinária (GAITONDE; COOK; RIVERA, 2017). 
Dessa maneira, a piora da função renal tem sido relacionada ao aumento da creatinina 
sérica, nitrogênio urêmico e diminuição da eTFG (KANNAPIRAN; NISHA; 
MADHUSUDHANA RAO, 2010), sendo eles parâmetros úteis na avaliação renalque podem 
ser utilizados como ferramenta de triagem em ambiente hospitalar (CRUZ et al., 2013). 
Entretanto, apesar de serem bastante utilizados, podem apresentar falhas e limitações, devido a 
variações nas estimativas em função do método e fórmula empregados ( MALTA et al., 2019; 
MACHADO et al., 2018). Além disso, os valores de creatinina sérica podem ser influenciados 
pelo fluxo sanguíneo, pressão arterial, idade, uso de medicamentos, sexo, raça, massa muscular, 
nível de hidratação, variações fisiológicas (instabilidade hemodinâmica) e patológicas 
(LEVEY; INKER; CORESH, 2014; SOLOMON; GOLDSTEIN, 2017). 
De maneira geral, os impactos causados na função renal em pacientes hospitalizados 
com IC tem sido associado à idade avançada, diabetes, hipertensão e síndromes coronárias 
https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/B9781416043911500187#!
https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/B9781416043911500187#!
12 
 
 
agudas (LOGEART et al., 2008). Revisões sistemáticas e meta-análises confirmam uma piora 
na função renal e prognóstico e desenvolvimento de DRC, em pacientes com IC (CHALIKIAS 
et al., 2019; DAMMAN et al., 2014). Além disso, o desenvolvimento de LRA tem sido 
caracterizada como complicação comum em pacientes com IAM, associadas a presença de alta 
mortalidade intra-hospitalar (WANG et al., 2019). Isso ocorre devido a autorregulação 
prejudicada do sistema renal, alterações hemodinâmicas e hipoperfusão, impactando 
diretamente na TFG e sendo influenciada pelo baixo débito cardíaco (KÜLLMAR et al., 2020). 
Logo, fica evidente a importância da identificação das complicações renais, pois 
Kaltasas et al., (2018) observaram a existência de disfunções renais no primeiro ano após o 
infarto. Portanto, o uso dos biomarcadores de função renal é fator importante para o manejo dos 
pacientes, pois podem auxiliar na observação da função renal, estratificação de risco e 
contribuir na tomada de decisão terapêutica (STEUBL; INKER, 2018). 
3.3 MARCADORES BIOQUÍMICOS 
O peptídeo natriurético pro atrial, cistatina- C, microalbumina, interleucina-18, 
lipocalina, α 1 -microglobulina, β 2 -microglobulina entre outros, tem sido considerados os 
novos biomarcadores da função renal (TEO; ENDRE, 2017). Porém, apesar de serem bastante 
sensíveis seu uso não é amplo, principalmente devido ao fato de que um único marcador pode 
não ser adequado para avaliar quadros de disfunções renais (VAIDYA; FERGUSON; 
BONVENTRE, 2008). Então o funcionamento renal vem sendo acompanhado por meio dos 
marcadores bioquímicos mais simples, como a creatinina sérica, TFG e o nitrogênio urêmico 
(VELDHUISEN et al., 2016). 
A ureia é um dos principais metabólitos das proteínas da dieta, com produção no fígado 
pelas enzimas do ciclo da ureia, com sua taxa normal de concentração no sangue de 13 a 43 
mg/dL em adultos (LYMAN et al., 1986; VANHOLDER; GRYP; GLORIEUX, 2018) e seus 
valores podem ser influenciados pela dieta, hormônios e doenças. Por outro lado, a creatinina 
sérica é o produto do catabolismo da creatina muscular, por essa razão sofre variação de acordo 
com a massa muscular, pois sua produção está relacionada à conversão da creatina no músculo 
esquelético (HOSTEN, 1990; RONCO et al., 2010). A creatinina sérica tem sido considerado 
o exame mais utilizado para avaliação da função renal e, já foi comprovado que o seu 
monitoramento após IAM auxiliou na identificação de pacientes com maior risco ao 
desenvolvimento de DRC (JOSE et al., 2006). 
 
13 
 
 
O aumento da creatinina sérica ≥ 0,5 mg/dl em qualquer ponto durante a internação foi 
associada a complicações renais (GOLDBERG et al., 2005). Apesar dessas evidências, 
distúrbios renais são pouco relatados, devido ao fato de serem secundários a outras causas 
(ANATHHANAM; LEWINGTON, 2013). Os marcadores da piora da função renal em 
pacientes com IC têm sido associados ao aumento na creatinina sérica, menor eTFG (< 90 
ml/min/1,73 m²), aumento do potássio sérico e peptídeo natriurético elevado (HEROUT et al., 
2010). Portanto, verificamos que apesar das limitações encontradas no uso desses marcadores 
biológicos para avaliação da função renal essas tem sido as principais estratégias adotadas na 
rotina hospitalar. 
3.4 FÓRMULAS PREDITIVAS DA TAXA DE FILTRAÇÃO GLOMERULAR 
 
A eTFG corresponde ao volume de sangue que é filtrado através do glomérulo por 
unidade de tempo (MOLITORIS; REILLY, 2016). Dessa forma, corresponde a taxa de fluido 
filtrado pelo rim e, por sua relação como sistema renal sua estimativa é usada como medida 
para avaliação, detecção e prognóstico para a função renal, DRC e LRA (BRITO; OLIVEIRA; 
SILVA, 2016). 
De maneira geral, os marcadores de filtração glomerular são substâncias de baixo peso 
molecular, inertes, livremente filtrados, não sendo absorvidos ou secretados nos túbulos renais. 
Existem duas categorias de marcadores: os exógenos, como a inulina que é administrada no 
corpo com o propósito de realizar medição da sua depuração, enquanto os marcadores 
endógenos são aqueles encontradas constantemente no nosso organismo como metabólitos e 
proteínas séricas de baixo peso molecular e que podem ser usadas para estimar a TFG (LEVEY; 
INKER; CORESH, 2014), como a creatinina sérica. 
A eTFG é realizada através da mensuração de substâncias que são livremente filtradas 
pelo glomérulo, porém não sendo secretadas nem reabsorvidas pelosrins (LEVEY; INKER, 
2017). Uma substância que é amplamente usada é a depuração da creatinina como também 
cistatina-C, ambas filtradas livremente pela Cápsula de Bowman. Entretanto, o padrão ouro para 
avaliar a função renal é através da medida direta da depuração de substâncias exógenas como 
ilunina, iohexol e iotalamato, porém é uma técnica muito invasiva e possui custo elevado 
(MACHADO et al., 2018). Por este motivo, equações foram desenvolvidas para determinar a 
estimativa da TFG de forma mais rápida e acessível, levando em consideração a creatinina 
14 
 
 
sérica ou cistatina C (SOLOMON; GOLDSTEIN, 2017), com ajustes relacionados a idade, 
sexo, raça. 
Dentre as principais fórmulas para determinar a taxa estimada de depuração de 
creatinina existe a Fórmula de Cockcroft-Gault (CG) que utiliza peso (Kg) e sexo do paciente, 
como também as fórmulas desenvolvidas pela colaboração em Chronic Kidney Disease 
Epidemiology Collaboration (CKD-EPI) (MICHELS et al., 2010). Além dessas, também é 
utilizada a fórmula do Grupo de Estudos de Modification of Diet in Renal Disease (MDRD) 
que inclui creatinina sérica, idade, etnia e níveis de albumina (LEVEY et al., 1999; RULE et 
al., 2004). 
Apesar de serem amplamente utilizadas as equações preditivas da eTFG possuem 
limitações. Umas delas foi observada por Michels et al., (2010) onde a idade pode influenciar 
em todas. Já a coorte realizada em diabéticos concluí que a MDRD apresentou menor viés e 
maior precisão (SCHWANDT et al., 2017). Enquanto Briones et al., (2011) ao observar a 
acurácia da equação da CDK-EPI em pacientes com IRC avançada concluí que a equação é tão 
acurada quanto a equação MDRD, enquanto a CG teve menor acurácia. 
 Por outro lado, Bjork et al., (2012) observaram que a CDK-EPI é mais adequada para 
pacientes sem suspeita de DRC. Madero e Sanark (2011) concluíram em seu estudo que a 
CKD-EPI parece ser a equação mais generalizável e precisa para estimar a eTFG em 
comparação com a equação MDRD, porém existe a necessidade de mais estudos. Apesar disso, 
devemos considerar que a tanto a TFG medida (mTFG) quanto a eTFG podem estar associadas 
a erros sistemáticos e aleatórios, vieses e imprecisão em sua determinação (LEVEY; INKER, 
2017). 
Como visto, todas as equações apresentam limitações, principalmente pela baixa 
sensibilidade da creatinina sérica à mudanças na função renal, já que ela não aumentará até a 
perda seja superior a 50 % (MALTA et al., 2019), além do fato de que a creatinina sérica pode 
superestimar a TFG em aproximadamente 10% a 20% (STEVENS et al., 2006). Porém, 
atualmente essas limitações vêm sendo bastante estudadas com o objetivo de identificar novos 
marcadores para estimar a TFG (MACHADO et al., 2018). 
Apesar das divergências sobre o uso das equações devemos considerar que a eTFG 
ainda é considerada como um dos melhores indicadores de função renal, pois auxilia na 
determinação do estágio da DRC (SCHAEFFNER, 2017). Sendo os pontos de cortes de TFG 
adotados pelo Kidney Disease Improving Global Outcomes (2012), como normal entre≥ 90 e < 
120 mL/min/1,73 m2; diminuição leve entre ≥ 60 e < 90 mL/min/1,73 m2; diminuição moderada 
entre ≥ 30 e < 60 mL/min/1,73 m2; diminuição severa entre ≥ 15 e < 30 mL/min/1,73 m2. 
15 
 
 
4 MÉTODOS 
4.1 DELINEAMENTO DO ESTUDO 
 
Trata-se de se um estudo descritivo transversal, que faz parte de um projeto de pesquisa 
denominado “Composição Corporal como Fator Prognóstico de Eventos Adversos em 
Pacientes Pós-Infarto Agudo do Miocárdio: Um Estudo de coorte” que foi aprovado pelo 
Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) do HUOL com o número de aprovação no CAAE n° 
15610319.4.0000.5292. 
4.2 CARACTERIZAÇÃO DA POPULAÇÃO E PERÍODO DO ESTUDO 
 
 Foram incluídos no estudo adultos e idosos de ambos os sexos, com idade superior a 18 
anos, com diagnóstico confirmado de IAM admitidos em enfermaria do HUOL. As coletas de 
dados ocorreram no período entre março de 2019 e março de 2020. Foram excluídos os 
participantes que não tinham diagnóstico confirmado de IAM, tempo de internação disponível, 
tratamento realizado, informações sobre as comorbidades, informações sobre raça, os que não 
tinham exames bioquímicos de função renal presentes no prontuário ou com exames antigos e 
tivessem DRC prévia ao IAM. 
 
4.3 COLETA DE DADOS E AVALIAÇÕES 
4.3.1 Sociodemográficos e clínicos 
 
 Foram coletados dos prontuários eletrônicos dos participantes dados de identificação 
como: nome, idade, sexo, raça e o primeiro exame bioquímico disponível de creatinina sérica 
na internação hospitalar após o evento. Também foram coletadas informações de hábitos de 
vida (tabagismo), presença de comorbidades (dislipidemia, diabetes, hipertensão e doença renal 
crônica), número de dias decorridos desde a admissão na unidade hospitalar até a alta (tempo 
de internação hospitalar), ocorrência de IAM prévio e tipo do tratamento realizado durante a 
internação (angioplastia, angioplastia com stent, by-pass ou exclusivamente medicamentoso). 
4.3.2 Antropométricos 
 
16 
 
 
Para avaliar o estado nutricional dos pacientes foram aferidos peso e estatura, para o 
cálculo do Índice de Massa Corporal (IMC). O peso foi mensurado em uma balança digital com 
estadiômetro, disposta no corredor da enfermaria de cardiologia do hospital. A classificação do 
IMC foi de acordo com a OMS (1995). Em seguida, para fins de associação com a TFG, 
categorizamos o IMC em normal (≤ 24,9kg/m²) ou excesso de peso (≥25kg/m²). 
4.3.3 Função renal 
 
Para a análise da creatinina sérica na internação, foram utilizados os valores da 
Sociedade Brasileira de Nefrologia (2007), sendo considerados dentro da faixa de normalidade 
os valores entre 0,7 e 1,3 mg/dL para homens, e entre 0,6 e 1,2 mg/dL para mulheres. Na 
avaliação da função renal estimamos a TFG pela equação desenvolvida pelo CDK-EPI, 
considerando os valores de creatinina sérica, idade, sexo e raça (LEVEY et al., 2009). Após 
isso, a TFG foi classificada de acordo com os parâmetros adotados pela Kidney Disease 
Improving Global Outcomes (2012) em reduzida (< 60 mL/min) ou normal (≥60 mL/min). 
4.4 ANÁLISE ESTATÍSTICA 
 
Os dados categóricos foram expressos em frequência absoluta e relativa. A normalidade 
de distribuição das variáveis contínuas foi verificada pelo teste de Kolmogorov-Smirnov. Os 
dados contínuos com distribuição normal foram expressos em média e desvio padrão, enquanto 
os dados com distribuição não normal foram expressos em mediana e intervalo interquartil 
(IQR). Para análise da comparação entre os sexos e as características demográficas, clínicas e 
fatores de risco foi utilizado o teste qui-quadrado de Pearson. Foi feita análise de associação 
bivariada entre a presença de alteração na TFG e as variáveis analisadas foi utilizado o teste 
qui-quadrado de Pearson e calculado a risco relativo com intervalo de confiança de 95%. Todas 
as análises foram realizadas usado o pacote estatístico SPSS versão 20.0 (IBM®, Chicago, IL, 
USA). 
 
 
 
 
 
17 
 
 
5 RESULTADOS 
 
O processo de inserção dos pacientes está descrito na Figura 1. Durante a coleta de 
dados 202 pacientes foram avaliados para elegibilidade e 170 foram inseridos nas análises. 
 
Figura 1- Fluxograma dos pacientes avaliados pós IAM 
A mediana do tempo de internação hospitalar foi 8 dias (IQR: 5 a 13,5). A tabela 1 
apresenta a comparação entre as características demográficas, clínicas e fatores de risco dos 
participantes de acordo com o sexo. Não foram observadas diferenças significativas entre os 
sexos nas características demográficas, clínicas e antropométricas. 
Tabela 1. Características demográficas, clínicas e antropométricas dos participantes de acordo 
com o sexo (n = 170). 
Variáveis Total 
(n = 170) 
Masculino 
(n = 127) 
Feminino 
(n = 43) 
p-valor 
 
Critérios de elegibilidade (n=202) 
Excluídos (n= 32) 
Apresentaram DRC préviaao IAM (n=17); 
Sem diagnóstico de IAM confirmado (n=5), 
Informação incompletas de tempo de internação 
hospitalar, tratamento realizado e presença de 
comorbidades (n=1); 
Sem informações de raça (n=3); 
Sem exames de creatinina sérica (n=6). 
 
Amostra final (n=170) 
18 
 
 
Idade (anos) 59,6 ± 12,2 58,8 ±12,0 62,5±12,5 0,086 
Raça, n (%) 
Negro ou pardo 115 (67,6%) 91 (71,7%) 24 (55,8%) 0,055 
Branco 55 (32,4%) 36 (28,3%) 19 (44,2%) 
IAM prévio, n (%) ¹ 
Sim 17 (10,1%) 15 (11,8%) 2 (4,8%) 0,246 
Não 152 (89,9%) 112 (88,2%) 40 (95,2%) 
Tratamento 
realizado, n (%) 
 
Angioplastia com 
stent 
121 (71,2%) 88 (69,3%) 33 (76,7%) 0,351 
Outros tratamentos 49 (28,8%) 39 (30,7%) 10 (23,3%) 
IMC (Kg/m²) 26,1 (23,8-29,0) 26,1 (20,8-29,0) 26,5 (20,9-29,0) 0,526 
Classificação do IMC 
Baixo peso 1 (0,6%) 1 (0,8%) 0 (0,0%) 0,855 
Normal 62 (36,5%) 48 (77,4%) 14 (22,6%) 
Sobrepeso 71 (41,8%) 52 (40,9%) 19 (44,2%) 
Obesidade 36 (21,2%) 26 (20,5%) 10 (23,3%) 
Dados expressos em média ± desvio-padrão e frequência absoluta e relativa (%); IAM: infarto agudo do 
miocárdio. P-valor em negrito: significância estatística. ¹: um dado ausente. 
 
 Na tabela 2 é possível verificar as informações sobre os fatores de risco para 
complicações renais apresentados pelos pacientes, de acordo com o sexo. Observou-se que 
houve diferença estatisticamente significativa entre os sexos feminino e masculino com relação 
a presença de diabetes (p=0,024) e hipertensão (p=0,011) apenas, onde o sexo feminino 
apresentou maior frequência em ambos os fatores de risco analisados. 
 
Tabela 2. Comparação entre os fatores de risco para complicações renais dos participantes, de 
acordo com o sexo (n = 170). 
Variáveis Total 
(n=170) 
Masculino 
(n=127) 
Feminino 
(n=43) 
p-Valor 
Creatinina 
sérica (mg/dL) 
1,0 ± 0,58 1,07 (±0,6) 0,82 (±0,2) 0,606 
19 
 
 
Normal 150 (88,2%) 113 (89,0%) 37 (86,0%) 
Reduzida 20 (11,8%) 14 (11,0%) 6 (14,0%) 
Hipertensão, n (%) 
Sim 107 (62,9%) 73 (57,5%) 34 (79,1%) 0,011 
Não 63 (37,1%) 54 (42,5%) 9 (20,9%) 
Diabetes, n (%) 
Sim 59 (34,7%) 38 (29,9%) 21 (48,8%) 0,024 
Não 111 (65,1%) 89 (70,1%) 22 (51,2%) 
Dislipidemia, n (%) 
Sim 125 (73,5%) 92 (72,4%) 33 (76,7%) 0,580 
Não 45 (26,3%) 35 (27,6%) 10 (23,3%) 
Tabagismo, n (%) ¹ 
Pregresso ou 
atual 
77 (45,3%) 55 (43,3%) 22 (51,2%) 0,371 
Nunca fumou 93 (54,7%) 72 (56,7%) 21 (48,8%) 
Excesso de peso, n (%) ² 
Sim 108 (63,2%) 78 (61,4%) 29 (67,4%) 0,480 
Não 63 (37,1%) 49 (38,6%) 14 (32,6%) 
Internação ≥ 8 dias 
Sim 86 (50,6%) 63 (49,6%) 23 (53,5%) 0,660 
Não 84 (49,4%) 64 (76,2%) 20 (46,5%) 
 Dados expressos em mediana e intervalo interquartil e frequência absoluta e relativa (%), mediana e 
intervalo interquartil. IMC: índice de massa corporal. P-valor em negrito: significância estatística. ¹: um 
dado ausente. 2: Considerado pelo IMC ≥ 25 kg/m2. 
 
A média da eTFG reduzida foi de 46,1± 12,3 ml/min e da eTFG normal foi de 91,0±15,9 
mil/min. Um total de 23 participantes (13,5%) apresentaram redução na eTFG durante a 
internação. As variáveis sexo, idade, raça, presença de comorbidades (hipertensão, diabetes e 
dislipidemia), tabagismo, excesso de peso, obesidade e tempo de internação hospitalar acima 
de 8 dias foram analisadas pelo modelo bivariado, demonstrando que redução na eTFG foi 
associada com idade (P=0,001) e excesso de peso (p= 0,038). Em relação a idade observamos 
que os participantes com idade igual ou superior a sessenta anos apresentaram uma redução da 
eTFG (82,6%). Já em relação ao excesso de peso observamos que os participantes que 
apresentaram uma eTFG normal (66,0%), demostrando que o excesso de peso não foi associado 
20 
 
 
a uma redução da eTFG nos pacientes pós IAM. Não houve associação significativa entre 
redução na eTFG e as demais variáveis. 
 
Tabela 3. Associação entre as características demográficas, clínicas e antropométricas com 
presença de redução na eTFG dos participantes (n = 170). 
Variáveis 
eTFG 
reduzida 
(n = 23) 
eTFG 
normal 
 (n = 147) 
P-valor 
Risco 
Relativo 
IC 95% 
Sexo 
Masculino (n = 
127) 
16 (69,9%) 111 (75,5%) 0,542 0,74 0,28– 1,94 
Feminino (n = 43) 7 (30,4%) 36 (24,5%) – 
Idade 
≤59 anos (n = 82) 4 (17,4%) 78 (53,1%) 0,001 0,18 0,60 – 0,57 
≥60 anos (n =88) 19 (82,6%) 69 (46,9%) – 
Raça 
Branco (n=55) 10 (43,5%) 45 (30,6%) 0,220 0,57 0,23 – 1,40 
Pardo ou negro 
(n=115) 
13 (56,5%) 102 (69,4%) – 
Diabetes 
Sim (n=59) 10 (43,5%) 49 (33,3%) 0,342 0,65 0,26– 1,58 
Não (n=111) 13 (56,5%) 98 (66,7%) – 
Dislipidemia 
Sim (n=125) 18 (78,3%) 107 (72,8%) 0,580 0,74 0,25 – 2,13 
Não (n =45) 5 (21,7%) 40 (27,2%) – 
Hipertensão 
Sim (n=107) 15 (65,2%) 92 (62,6%) 0,808 0,89 0,35 – 2,24 
Não (n =63) 8 (34,8%) 55 (37,4%) – 
Excesso de peso ² 
Sim (n = 107) 10 (43,5%) 97 (66,0%) 0,038 2,52 1,03 –6,15 
Não (n =63) 13 (56,5%) 50 (34,0%) – 
Tabagismo ¹ 
21 
 
 
Nunca fumou 
(n=93) 
16 (69,6%) 77 (52,4%) 0,124 2,07 0,80 – 5,34 
Pregresso ou atual 
(n=77) 
7 (30,4%) 70 (47,6%) – 
Internação ≥ 8 dias 
Sim (n= 84) 14 (60,9%) 70 (47,6%) 0,237 0,58 0,23 – 1,43 
Não (n = 86) 9 (39,1%) 77 (52,4%) – 
Dados expressos frequência absoluta e relativa. P-valor em negrito: significância estatística. ¹: um dado 
ausente. 2: Excesso de peso pelo IMC ≥ 25 kg/m2. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
22 
 
 
6 DISCUSSÃO 
 
O principal achado deste estudo foi que a eTFG reduzida estava presente em 13,5% dos 
pacientes avaliados e foi associada à idade avançada. Por outro lado, o excesso de peso foi 
associado a eTFG normal. No entanto, não observamos associações entre sexo, raça, diabetes, 
dislipidemia, hipertensão, tabagismo e tempo de internação superior a oito dias com a redução 
na TFG. 
Ao avaliarmos as diferenças dos fatores de risco entre os sexos, identificamos que o 
sexo feminino apresentou maior frequência na presença de hipertensão e diabetes. Esses 
resultados são semelhantes a uma coorte realizada nos Estados Unidos que percebeu que 
mulheres negras diagnosticadas com infarto possuíam maior incidência de hipertensão e 
diabetes (ANSTEY et al., 2016). Por outro lado, estudo realizado por Lu et al., (2019) avaliando 
a prevalência de hipertensão, diabetes e dislipidemias em infartados observaram que a 
hipertensão estava mais presentes no sexo masculino, porém não observou diferença entre sexos 
para a diabetes. 
Outro fator observado é que a população masculina do nosso estudo apresentavam uma 
média de idade inferior (58,8 ±12,0) a da população feminina (62,5±12,5), fato também 
identificado por outros estudos, onde a média de idade era de 59,9± 11,55 e 62,2 ± 13,5 anos, 
respectivamente (MERTINS et al., 2016; PIMENTA et al., 2006). Entretanto, com o avanço da 
idade a incidência de IAM torna-se semelhante entre os sexos, principalmente quando existem 
fatores de risco cardiovascular (MILLETT; PETERS; WOODWARD, 2018). 
Dentre os pacientes que apresentaram eTFG reduzida, 82,6% possuíam idade igual ou 
superior a 60 anos (p<0,001 IC 95% 0,60-0,57). Nosso achado é semelhante ao de Wang et al., 
(2019) que avaliaram os fatores de risco para LRA em pacientes com IAM e encontraram que 
a redução na TFG era mais presente em pacientes com idade maior que 60 anos. 
Esmeijer et al., (2018) observaram que o declínio da função renal é mais rápido em 
pacientes com IAM quando existe a presença de fatores de risco cardiovascular. Nossos 
resultados demostram frequência consideráveis dos fatores de risco (diabetes, hipertensão, 
dislipidemias, tabagismo, excesso de peso). Porém, não podemos concluir que a redução da 
TFG foi influenciada apenas pela presença dos fatores de risco observados pelos pacientes com 
IAM. 
Outro fator observado é que o avanço da idade possui influência na eTFG e,sua 
diminuição tem sido considerada uma das principais causas de mortalidade em idosos, sendo 
considerada um fator de risco independente (CHOI et al., 2013; HOOGEVEEN et al., 2017). 
23 
 
 
Como também, os fatores relacionados a própria condição clínica dos pacientes podem levar ao 
desenvolvimento de complicações na função renal, devido a existência de comorbidades, estado 
hemodinâmico, função cardíaca, tipo de IAM, uso de medicamentos (CONG et al., 2019), todos 
podem induzir a uma redução da função renal. 
Com relação a presença de excesso de peso e alteração da TFG, verificamos que os 
indivíduos com excesso de peso não possuíam redução na TFG (p<0,038 IC 95% 1,03 –6,15). 
Choi et al., (2019) observaram menor risco de perda da função renal em indivíduos com IMC 
entre 25 Kg/m²-30Kg/m², confirmado por Garofalo et. al., (2017) que não encontraram 
associação entre a presença de sobrepeso e alteração da TFG, mas encontrou com a obesidade 
(≥ 30 Kg/m²). Dessa maneira, os nossos resultados podem estar relacionados à baixa presença 
de indivíduos com obesidade na nossa amostra (21,2%). 
Os estudos ainda são contraditórios sobre o papel do IMC na predição de piores 
desfechos sobre a função renal. Uma das razões pode ter relação com a creatinina sérica ser 
influenciada pela massa muscular (VINGE et al., 1999), pois seus valores estão positivamente 
relacionados à idade e massa magra e negativamente associados à massa gorda (ROTHBERG; 
MCEWEN; HERMAN, 2020). Outra razão na variabilidade na determinação da eTFG é que as 
fórmulas usadas em seres humanos são consideradas inapropriadas em populações de obesos 
(NGUYEN et al., 2015). Estudos recentes verificaram que a fórmula da CDK-EPI pode 
subestimar a TFG em pacientes com IMC ≥ 25 KG/m² e em indivíduos diabéticos (CAMARGO 
et al., 2011; KITTISKULNAM et al., 2020). Portanto, ainda não está claro qual a fórmula 
preditiva da eTFG mais adequada para populações com excesso de peso. 
Verificamos a necessidade de combinações de métodos para determinas a eTFG, como 
o realizado por Inker et. al. (2012) e Shlipak et al., (2013) que utilizou a combinação da cistatina 
C, creatinina sérica e o uso da equação CDK-EPI, pois quando usadas em conjunto apresentam 
resultados mais satisfatórios do que isoladamente. A cistatina C é uma proteína de baixo peso 
molecular que é um inibidor endógeno da cisteína proteinase e tem uma alta correlação com a 
eTFG, sendo esta correlação independente de condições inflamatórias, massa muscular, sexo, 
composição corporal e idade (KAR; PAGLIALUNGA; ISLAM, 2018). Como também a eTFG 
com base na creatinina sérica pode alterar discretamente no início da alteração renal, porque ela 
é pouco sensível em estados iniciais (KÜLLMAR et al., 2020). Por fim, equações estão sendo 
propostas para determinar a eTFG a partir da estimativa da massa muscular esquelética, pois 
parecem apresentar resultados mais vantajosos (IACONE et al., 2020). 
Como também, a função renal na admissão é um forte preditor para a resposta a terapia 
nutricional, pois ela pode auxiliar a identificar dos pacientes que necessitam de maior suporte 
https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/?term=Camargo+EG&cauthor_id=21166850
24 
 
 
nutricional (BARGETZI et al., 2021). Além disso, várias estratégias têm sido investigadas para 
retardar o declínio da função renal, como a realizada por Khatri et al., (2014) onde verificou o 
benefício da dieta mediterrânea associado a menor incidência de eTFG reduzida em sujeitos 
com função renal preservada. Outro fator importante refere-se ao estado nutricional, pois ele 
está fortemente associado ao desfecho clínico, principalmente naqueles com idade avançada, 
pois é comum quadros de hipercatabolismo devido a aporte nutricional inadequado, sendo 
necessário adequar as terapias nutricionais visando a manutenção da massa metabolicamente 
ativa (HOOGERWERF, 2002). 
Uma das limitações do presente estudo refere-se ao desenho transversal. Assim, não 
conseguimos observar o comportamento da função renal dos pacientes ao longo do tempo, 
estimamos a função renal em apenas um momento, o que pode reduzir a precisão das análises. 
Estudos longitudinais são necessários para investigar o papel do sobrepeso e obesidade na 
função renal em pacientes com IAM, como também acompanhar a evolução da função renal 
desses pacientes. Usamos a creatinina sérica para medir a função renal, pois a medição por 
outros marcadores tem um custo elevado e são poucos explorada em ambiente hospitalar. Outra 
limitação é a indisponibilidade dos valores de proteinúria e cistatina C que podem relacionar ao 
declínio da função renal. Mais estudos são necessários, ainda são escassas as pesquisas acerca 
da função renal em pacientes pós-IAM na população brasileira, o que é um ponto forte do 
presente estudo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
25 
 
 
7 CONCLUSÃO 
 
 A idade mais avançada se relacionou com a eTFG reduzida em indivíduos no pós-IAM, 
enquanto o excesso de peso foi associado a eTFG normal. Diante disso, fica clara a necessidade 
do monitoramento desses pacientes, principalmente sobre os fatores de risco e valores de IMC. 
Porém, ainda é necessário maior investigação da relação entre a composição corporal o e 
declínio da função renal, por meio de estudos com metodologias longitudinais e com uso de 
marcadores bioquímicos mais específicos como a cistatina C. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
26 
 
 
REFERÊNCIAS 
ABENSUR, HUGO. 2010. Biomarcadores na Nefrologia. Sociedade Brasileira de 
Nefrologia. São Paulo - SP: Ed. Roche,. E-book. 
 
AMIN, Amit P. et al. The prognostic importance of worsening renal function during an acute 
myocardial infarction on long-term mortality. American heart journal, v. 160, n. 6, p. 1065-
1071, 2010. 
 
ANATHHANAM, S.; LEWINGTON, A. J. Acute kidney injury. The journal of the Royal 
College of Physicians of Edinburgh, v. 43, n. 4, p. 323-8; quiz 329, 2013. 
 
ANSTEY, D. Edmund et al. Race and Sex Differences in Management and Outcomes of 
Patients After ST‐Elevation and Non–ST‐Elevation Myocardial Infarct: Results From the 
NCDR. Clinical cardiology, v. 39, n. 10, p. 585-595, 2016. 
 
AUER, Johann; VERBRUGGE, Frederik H.; LAMM, Gudrun. Editor’s Choice-What do 
small serum creatinine changes tell us about outcomes after acute myocardial 
infarction?. European Heart Journal: Acute Cardiovascular Care, v. 7, n. 8, p. 739-742, 
2018. 
 
BARGETZI, Annika et al. Admission kidney function is a strong predictor for the response to 
nutritional support in patients at nutritional risk. Clinical nutrition, v. 40, n. 5, p. 2762-2771, 
2021. 
 
BELLOMO, R.; KELLUM, J.; RONCO, C. Acute kidney injury. The Lancet. v. 380, n.9843, 
p.756-766, 2012. 
 
BILANCIO, Giancarlo et al. Dietary protein, kidney function and mortality: review of the 
evidence from epidemiological studies. Nutrients, v. 11, n. 1, p. 196, 2019. 
 
BJORK, Jonas et al. Validation of the Lund–Malmö, Chronic Kidney Disease Epidemiology 
(CKD-EPI) and Modification of Diet in Renal Disease (MDRD) equations to estimate 
glomerular filtration rate in a large Swedish clinical population. Scandinavian journal of 
urology and nephrology, v. 46, n. 3, p. 212-222, 2012. 
 
BOATENG, Stephen; SANBORN, Timothy. Acute myocardial infarction. Disease-a-Month, 
v. 59, n. 3, p. 83-96, 2013. 
 
 BRITO, T.; OLIVERIA, A.; SILVA, A. Glomerular filtration rate estimated in adults: 
characteristics and limitations of equations used. Instituição: Centro de Ciências da Saúde 
Departamento de Análises Clínicas e Toxicológicas – Universidade Federal do Rio Grande do 
Norte – UFRN – Natal, RN, Brasil, 2016. 
 
BRIONES, Jose Luis et al. Validación de la fórmula Chronic Kidney Disease Epidemiology 
Collaboration (CKD-EPI) en la insuficiencia renal crónica avanzada. Nefrología (Madrid), v. 
31, n. 6, p. 677-682, 2011. 
 
BRUETTO, Rosana G. et al. Renal function athospital admission and mortality due to acute 
kidney injury after myocardial infarction. PLoS One, v. 7, n. 4, p. e35496, 2012. 
27 
 
 
 
CALAIS, Fredrik et al. Incremental prognostic value of coronary and systemic atherosclerosis 
after myocardial infarction. International journal of cardiology, v. 261, p. 6-11, 2018. 
 
CAMARGO, E. G. et al. The Chronic Kidney Disease Epidemiology Collaboration (CKD‐
EPI) equation is less accurate in patients with Type 2 diabetes when compared with healthy 
individuals. Diabetic medicine, v. 28, n. 1, p. 90-95, 2011. 
 
CHALIKIAS, Georgios et al. Long-term impact of acute kidney injury on prognosis in 
patients with acute myocardial infarction. International journal of cardiology, v. 283, p. 48-
54, 2019. 
 
CHOI, Ah-Ra et al. Clinical characteristics and outcomes in acute myocardial infarction 
patients with versus without any cardiovascular risk factors. The Korean journal of internal 
medicine, v. 34, n. 5, p. 1040, 2019. 
 
CHOI, Joon Seok et al. Association of age and CKD with prognosis of myocardial 
infarction. Clinical Journal of the American Society of Nephrology, v. 8, n. 6, p. 939-944, 
2013. 
 
CONG, W. et al. Risk factors for acute kidney injury in patients with acute myocardial 
infarction. Chinese Medical Journal, v. 132, n.14, p.1660-1665, 2019. 
 
CRUZ, Dinna N. et al. Use of biomarkers to assess prognosis and guide management of 
patients with acute kidney injury. In: ADQI Consensus on AKI Biomarkers and 
Cardiorenal Syndromes. Karger Publishers, 2013. p. 45-64. 
 
DAMMAN, Kevin et al. Renal impairment, worsening renal function, and outcome in patients 
with heart failure: an updated meta-analysis. European heart journal, v. 35, n. 7, p. 455-469, 
2014. 
 
DAMMAN, Kevin; TESTANI, Jeffrey M. The kidney in heart failure: an update. European 
heart journal, v. 36, n. 23, p. 1437-1444, 2015. 
 
DARDASHTI, Alain et al. Incidence, dynamics, and prognostic value of acute kidney injury 
for death after cardiac surgery. The Journal of thoracic and cardiovascular surgery, v. 
147, n. 2, p. 800-807, 2014. 
 
DARIO, G. et al. Heart Failure and Kidney Disease. Advances in experimental medicine 
and biology, v. 1067, p. 219–238, nov. 2018. 
 
DATASUS: Informações de Saúde, Morbidade e Informações Epidemiológicas. Brasília: 
Ministério da Saúde Brasil. 2019. Disponível em: http://datasus.saude.gov.br/informacoes-de-
saude/tabnet/epidemiologicas-e-morbidade. Acesso em: 14/08/2021. 
 
DEFERRARI, Giacomo; CIPRIANI, Adriano; LA PORTA, Edoardo. Renal dysfunction in 
cardiovascular diseases and its consequences. Journal of Nephrology, v. 34, n. 1, p. 137-153, 
2021. 
 
http://datasus.saude.gov.br/informacoes-de-saude/tabnet/epidemiologicas-e-morbidade
http://datasus.saude.gov.br/informacoes-de-saude/tabnet/epidemiologicas-e-morbidade
28 
 
 
DUTTA, Partha et al. Myocardial infarction accelerates atherosclerosis. Nature, v. 487, n. 
7407, p. 325-329, 2012. 
 
EDELSTEIN, Charles L. Biomarkers in acute kidney injury. Biomarkers of Kidney Disease, 
p. 241-315, 2017. 
 
EDELSTEIN, Charles L. Biomarkers in acute kidney injury. Biomarkers of Kidney Disease, 
p. 241-315, 2017. 
 
EIJKELKAMP, Wouter BA et al. Effect of first myocardial ischemic event on renal 
function. The American journal of cardiology, v. 100, n. 1, p. 7-12, 2007. 
 
ESMEIJER, Kevin et al. Body-fat indicators and kidney function decline in older post-
myocardial infarction patients: The Alpha Omega Cohort Study. European journal of 
preventive cardiology, v. 25, n. 1, p. 90-99, 2018. 
 
FIACCADORI, Enrico; CREMASCHI, Elena. Nutritional assessment and support in acute 
kidney injury. Current opinion in critical care, v. 15, n. 6, p. 474-480, 2009. 
 
GAITONDE, David Y.; COOK, David L.; RIVERA, Ian M. Chronic kidney disease: 
detection and evaluation. American family physician, v. 96, n. 12, p. 776-783, 2017. 
 
GAROFALO, Carlo et al. A systematic review and meta-analysis suggests obesity predicts 
onset of chronic kidney disease in the general population. Kidney international, v. 91, n. 5, 
p. 1224-1235, 2017. 
 
GOLDBERG, Alexander et al. Inhospital and 1-year mortality of patients who develop 
worsening renal function following acute ST-elevation myocardial infarction. American 
heart journal, v. 150, n. 2, p. 330-337, 2005. 
 
HANSSON, Göran K.; HERMANSSON, Andreas. The immune system in 
atherosclerosis. Nature immunology, v. 12, n. 3, p. 204-212, 2011. 
 
HEROUT, Peter M. et al. Impact of worsening renal function during hospital admission on 
resource utilization in patients with heart failure. The American journal of cardiology, v. 
106, n. 8, p. 1139-1145, 2010. 
 
HOOGEVEEN, Ellen K. et al. Kidney function and specific mortality in 60-80 years old post-
myocardial infarction patients: A 10-year follow-up study. PLoS One, v. 12, n. 2, p. 
e0171868, 2017. 
 
HOOGERWERF, M. Nutritional aspects of acute renal failure. EDTNA‐ERCA Journal, v. 
28, n. S2, p. 54-55, 2002. 
 
IACONE, Roberto et al. Estimation of glomerular filtration rate from skeletal muscle mass. A 
new equation independent from age, weight, gender, and ethnicity. Nutrition, Metabolism 
and Cardiovascular Diseases, v. 30, n. 12, p. 2312-2319, 2020. 
 
INKER, Lesley A. et al. Estimating glomerular filtration rate from serum creatinine and 
29 
 
 
cystatin C. New England Journal of Medicine, v. 367, n. 1, p. 20-29, 2012. 
 
JOSE, P. et al. Aumento da creatinina e do risco cardiovascular em pacientes com disfunção 
sistólica após infarto do miocárdio. Jornal da Sociedade Americana de Nefrologia , v. 17, 
n. 10, p. 2886-2891, 2006. 
 
KALTSAS, Evangelos; CHALIKIAS, George; TZIAKAS, Dimitrios. A incidência e o 
impacto prognóstico da lesão renal aguda em pacientes com infarto agudo do miocárdio: 
estratégias preventivas atuais. Drogas cardiovasculares e terapia , v. 32, n. 1, p. 81-98, 
2018. 
 
KANNAPIRAN, M .; NISHA, D .; RAO, A. Madhusudhana. Subestimação da função renal 
prejudicada com creatinina sérica. Indian Journal of Clinical Biochemistry , v. 25, n. 4, 
p. 380-384, 2010. 
 
KAR, Sumit; PAGLIALUNGA, Sabina; ISLAM, Rafiqul. A cistatina C é um biomarcador 
mais confiável para determinar a eTFG para apoiar estudos de desenvolvimento de 
drogas. The Journal of Clinical Pharmacology , v. 58, n. 10, p. 1239-1247, 2018. 
 
KHATRI, Minesh et al. The association between a Mediterranean-style diet and kidney function 
in the Northern Manhattan Study cohort. Clinical Journal of the American Society of 
Nephrology, v. 9, n. 11, p. 1868-1875, 2014. 
 
KALISTA‐RICHARDS, Marcia. The kidney: Medical nutrition therapy—yesterday and 
today. Nutrition in clinical practice, v. 26, n. 2, p. 143-150, 2011. 
 
KITTISKULNAM, Piyawan et al. The failure of glomerular filtration rate estimating 
equations among obese population. Plos one, v. 15, n. 11, p. 2422-2447, 2020. 
 
KULLMAR, Mira. et al. Prevention of Acute Kidney InjuryCritical Care ClinicsW.B. 
Saunders, v. 36, n.4, p.691-704, 2020. 
 
KUZMINA, Alexandra V. Nutritional support for patients with chronic kidney disease at pre-
dialysis stages. Terapevticheskii arkhiv, v. 92, n. 6, p. 117-123, 2020. 
LEVIN, AS et. al., KDIGO 2012 Clinical Practice Guideline for the Evaluation and 
Management of Chronic Kidney Disease. Kidney Internacional Supplements v.3, n.1, p.1-
150, 2012. 
LEVEY, A.; INKER, L. Assessment of Glomerular Filtration Rate in Health and Disease: A 
State of the Art Review. Clinical Pharmacology & Therapeutics, v. 102, n. 3, p. 405–419, 
2017. 
 
LEVEY, A. et al. A more accurate method to estimate glomerular filtration rate from serum 
creatinine: A new prediction equation. Annals of Internal Medicine, v. 130, n. 6, p. 461–
470, 1999. 
 
LEVEY, A. S. et al. A new equation to estimate glomerular filtration rate. Annals of Internal 
Medicine, v. 150, n. 9, p. 604–612, 2009. 
 
LEVEY, S; INKER, A; CORESH, J. NarrativeReview GFR Estimation: From Physiology to 
30 
 
 
Public Health INTRODUCTION AND CURRENT APPLICATIONS. American Journal of 
Kidney Diseases, v. 63, p. 820–834, 2014. 
 
LIEFELDT, Lutz; BUDDE, Klemens. Risk factors for cardiovascular disease in renal 
transplant recipients and strategies to minimize risk. Transplant International, v. 23, n. 12, 
p. 1191-1204, 2010. 
 
LYMAN, John L. Blood urea nitrogen and creatinine. Emergency medicine clinics of North 
America, v. 4, n. 2, p. 223-233, 1986. 
 
LOGEART, Damien et al. Transient worsening of renal function during hospitalization for 
acute heart failure alters outcome. International journal of cardiology, v. 127, n. 2, p. 228-
232, 2008. 
 
LU, Lei et al. Myocardial infarction: symptoms and treatments. Cell biochemistry and 
biophysics, v. 72, n. 3, p. 865-867, 2015. 
 
LU, Shan et al. Prevalence of hypertension, diabetes, and dyslipidemia, and their additive 
effects on myocardial infarction and stroke: a cross-sectional study in Nanjing, China. Annals 
of translational medicine, v. 7, n. 18, 2019. 
 
MACHADO, Júlia Dauernheimer et al. Combined creatinine-cystatin C CKD-EPI equation 
significantly underestimates measured glomerular filtration rate in people with type 2 diabetes 
mellitus. Clinical biochemistry, v. 53, p. 43-48, 2018. 
 
MADERO, Magdalena; SARNAK, Mark J. Creatinine-based formulae for estimating 
glomerular filtration rate: is it time to change to chronic kidney disease epidemiology 
collaboration equation?. Current opinion in nephrology and hypertension, v. 20, n. 6, p. 
622-630, 2011. 
 
MALTA, Deborah Carvalho et al. Evaluation of renal function in the Brazilian adult 
population, according to laboratory criteria from the National Health Survey. Revista 
Brasileira de Epidemiologia, v. 22, 2019. 
 
MARENZI, Giancarlo et al. Acute kidney injury in ST-segment elevation acute myocardial 
infarction complicated by cardiogenic shock at admission. Critical care medicine, v. 38, n. 2, 
p. 438-444, 2010. 
 
MERTINS, Simone Mathioni et al. Prevalencia de factores de riesgo en pacientes con infarto 
agudo de miocardio. Avances en Enfermería, v. 34, n. 1, p. 30-38, 2016. 
 
MENDIS, Shanthi et al. World Health Organization definition of myocardial infarction: 
2008–09 revision. International journal of epidemiology, v. 40, n. 1, p. 139-146, 2011. 
 
MICHELS, Wieneke Marleen et al. Performance of the Cockcroft-Gault, MDRD, and new 
CKD-EPI formulas in relation to GFR, age, and body size. Clinical Journal of the American 
Society of Nephrology, v. 5, n. 6, p. 1003-1009, 2010. 
 
MILLETT, Elizabeth RC; PETERS, Sanne AE; WOODWARD, Mark. Sex differences in risk 
factors for myocardial infarction: cohort study of UK Biobank participants. bmj, v. 363, 
31 
 
 
2018. 
 
MOLITORIS, Bruce A.; REILLY, Erinn S. Quantifying glomerular filtration rates in acute 
kidney injury: a requirement for translational success. In: Seminars in nephrology. WB 
Saunders, 2016. p. 31-41. 
 
MOLINA, P. et al. Otimizando a dieta para retardar a progressão da DRC. Fronteiras na 
medicina. v.8, 2021. 
 
MORAES, Carlos Alberto de; COLICIGNO, Paulo Roberto Campos. Estudo morfofuncional 
do sistema renal. 2007. 
NGUYEN, Minh T. et al. Estimating glomerular filtration rate in obese subjects. Obesity 
research & clinical practice, v. 9, n. 2, p. 152-157, 2015. 
 
OPAS/OMS | Organização Pan-Americana da Saúde. Doenças carviovasculares. Disponível 
em: <https://www.paho.org/pt/topicos/doencas-cardiovasculares>. Acesso em: 13 nov. 2020. 
 
PIMENTA, Eduardo et al. Evolução da função renal na fase aguda do infarto do miocárdio 
como fator prognóstico de eventos na fase intra-hospitalar e em um ano de 
seguimento. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, v. 86, p. 170-174, 2006. 
 
PRECEK, Jan et al. Biomarkers of renal function in prognostic stratification of patients with 
acute coronary syndrome. Cor et Vasa, v. 60, n. 2, p. e148-e154, 2018. 
 
RYAN K; KELLERMAN, P. 12 - Chronic Kidney Disease. Editor(s): A. Vishnu Moorthy, 
Pathophysiology of Kidney Disease and Hypertension, W.B. Saunders, 2009, p. 145-157. 
 
ROBSON, Louise. The kidney–an organ of critical importance in physiology. The Journal of 
physiology, v. 592, n. Pt 18, p. 3953, 2014. 
 
RODRÍGUEZ-JIMENEZ, Ailed Elena et al. Cardiorenal syndrome as predictor of in-hospital 
mortality in ST-segment elevation myocardial infarction. Clínica e Investigación en 
Arteriosclerosis (English Edition), v. 30, n. 4, p. 163-169, 2018. 
 
RONCO, C. et al. Oliguria, Creatinine and Other Biomarkers of Acute Kidney Injury. In: 
Fluid Overload. Basel: KARGER, 2010. v. 164, p. 118–127, 2008. 
 
ROTHBERG, Amy E.; MCEWEN, Laura N.; HERMAN, William H. Severe obesity and the 
impact of medical weight loss on estimated glomerular filtration rate. PloS one, v. 15, n. 2, p. 
e0228984, 2020. 
 
RULE, Andrew D. et al. Using serum creatinine to estimate glomerular filtration rate: 
accuracy in good health and in chronic kidney disease. Annals of internal medicine, v. 141, 
n. 12, p. 929-937, 2004. 
 
SAAD, Marc et al. Is kidney function affecting the management of myocardial infarction? A 
retrospective cohort study in patients with normal kidney function, chronic kidney disease 
stage III–V, and ESRD. International journal of nephrology and renovascular disease, v. 
9, p. 5, 2016. 
 
32 
 
 
SALEH, Moussa; AMBROSE, John A. Understanding myocardial 
infarction. F1000Research, v. 7, 2018. 
 
SARKISIAN, Laura et al. Prognostic impact of myocardial injury related to various cardiac 
and noncardiac conditions. The American journal of medicine, v. 129, n. 5, p. 506-514. e1, 
2016. 
 
SCHAEFFNER, Elke. Determining the glomerular filtration rate—an overview. Journal of 
Renal Nutrition, v. 27, n. 6, p. 375-380, 2017. 
 
SCHWANDT, Anke et al. Comparison of MDRD, CKD-EPI, and Cockcroft-Gault equation 
in relation to measured glomerular filtration rate among a large cohort with diabetes. Journal 
of Diabetes and its Complications, v. 31, n. 9, p. 1376-1383, 2017. 
 
SHLIPAK, Michael G. et al. Cystatin C versus creatinine in determining risk based on kidney 
function. New England Journal of Medicine, v. 369, n. 10, p. 932-943, 2013. 
 
SILVAIN, Johanne et al. Contrast-induced acute kidney injury and mortality in ST elevation 
myocardial infarction treated with primary percutaneous coronary intervention. Heart, v. 104, 
n. 9, p. 767-772, 2018. 
 
SHACHAM, Yacov et al. Renal impairment according to acute kidney injury network criteria 
among ST elevation myocardial infarction patients undergoing primary percutaneous 
intervention: a retrospective observational study. Clinical Research in Cardiology, v. 103, n. 
7, p. 525-532, 2014. 
 
SOLOMON, R; GOLDSTEIN, S. Real-Time measurement of glomerular filtration rate. 
Current Opinion in Critical Care. v.23, n. 6, p. 470-474, 2017. 
 
STEUBL, Dominik; INKER, Lesley A. How best to estimate glomerular filtration rate? Novel 
filtration markers and their application. Current opinion in nephrology and hypertension, 
v. 27, n. 6, p. 398-405, 2018. 
 
STEVENS, Lesley A. et al. Assessing kidney function—measured and estimated glomerular 
filtration rate. New England Journal of Medicine, v. 354, n. 23, p. 2473-2483, 2006. 
 
SWIRSKI, Filip K.; NAHRENDORF, Matthias. Leukocyte behavior in atherosclerosis, 
myocardial infarction, and heart failure. Science, v. 339, n. 6116, p. 161-166, 2013. 
 
TEO, Su Hooi; ENDRE, Zoltán Huba. Biomarkers in acute kidney injury (AKI). Best 
practice & research Clinical anaesthesiology, v. 31, n. 3, p. 331-344, 2017. 
 
THYGESEN, Kristian et al. Fourth universal definition of myocardial infarction 
(2018). Journal of the American College of Cardiology, v. 72, n. 18, p. 2231-2264, 2018. 
 
THYGESEN, Kristian et al. Universal definition of myocardial infarction. Journal of the 
American College of Cardiology, v. 50, n. 22, p.2173-2195, 2007. 
 
TIBAUT, M.; MEKIS, D.; PETROVIC, D. Pathophysiology of Myocardial Infarction and 
Acute Management Strategies. Cardiovascular & Hematological Agents in Medicinal 
33 
 
 
Chemistry, v. 14, n. 3, p. 150–159, 2017. 
 
TROF, Ronald J. et al. Biomarkers of acute renal injury and renal failure. Shock, v. 26, n. 3, 
p. 245-253, 2006. 
 
UEDA, Tomoya et al. Worsening of renal function during 1 year after hospital discharge is a 
strong and independent predictor of all‐cause mortality in acute decompensated heart 
failure. Journal of the American Heart Association, v. 3, n. 6, p. e001174, 2014. 
 
VAIDYA, V. S.; FERGUSON, M. A.; BONVENTRE, J. V. Biomarkers of Acute Kidney 
Injury. Annual Review of Pharmacology and Toxicology, v. 48, n. 1, p. 463–493, 2008. 
 
VANHOLDER, Raymond; GRYP, Tessa; GLORIEUX, Griet. Urea and chronic kidney 
disease: the comeback of the century?.Nephrology Dialysis Transplantation, v. 33, n. 1, p. 
4-12, 2018. 
 
VINGE, Ellen et al. Relationships among serum cystatin C, serum creatinine, lean tissue mass 
and glomerular filtration rate in healthy adults. Scandinavian journal of clinical and 
laboratory investigation, v. 59, n. 8, p. 587-592, 1999. 
 
WANG, Cong et al. Risk factors for acute kidney injury in patients with acute myocardial 
infarction. Chinese medical journal, v. 132, n. 14, p. 1660, 2019. 
 
WERNER, Karin et al. Combining cystatin C and creatinine yields a reliable glomerular 
filtration rate estimation in older adults in contrast to β-trace protein and β2-
microglobulin. Nephron, v. 137, n. 1, p. 29-37, 2017. 
 
YU, L. et al. SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA. Diretriz da ABM. São Paulo 
- SP: 2007.

Continue navegando