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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL JOSICLEIDE DE MOURA PEREIRA INFLUÊNCIA DA ÁGUA PLUVIAL NA ETE DO CAMPUS CENTRAL DA UFRN NATAL/RN 2021 JOSICLEIDE DE MOURA PEREIRA INFLUÊNCIA DA ÁGUA PLUVIAL NA ETE DO CAMPUS CENTRAL DA UFRN Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como parte dos requisitos para obtenção do grau de Bacharel em Engenharia Ambiental. Orientador(a): Prof. Dr. Paulo Eduardo Vieira Cunha Co-orientador(a): Me. Flaviane de Oliveira Silva Magalhães Ferraz NATAL/RN 2021 JOSICLEIDE DE MOURA PEREIRA INFLUÊNCIA DA ÁGUA PLUVIAL NA ETE DO CAMPUS CENTRAL DA UFRN Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Engenharia Ambiental da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como parte dos requisitos para a obtenção do título de Bacharel em Engenharia Ambiental. Aprovada em: ______/______/______ BANCA EXAMINADORA _______________________________________________________________ Prof. Dr. Paulo Eduardo Vieira Cunha – Orientador UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE _______________________________________________________________ Me. Flaviane de Oliveira Silva Magalhães Ferraz – Coorientadora SUPERINTENDÊNCIA DE INFRAESTRUTURA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE _______________________________________________________________ Me. Danillo Luiz de Magalhaes Ferraz – Membro Externo SUPERINTENDÊNCIA DE INFRAESTRUTURA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE _______________________________________________________________ Me. Iagê Terra Guedes de Oliveira – Membro Externo SUPERINTENDÊNCIA DE INFRAESTRUTURA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a Deus por ter me concedido o dom da vida, por me abençoar e me dar forças todos os dias para superar os obstáculos e chegar até aqui. Aos meus pais, Janilson Agustinho Pereira e Maria das Graças de Moura Pereira, que sempre se esforçaram para fazer o melhor por mim, me incentivando e me apoiando em minhas decisões. Minha mãe, sempre com seu jeito amável, com as palavras certas me dando conselhos e conforto nos momentos mais difíceis. Meu pai, uma pessoa determinada, que me fez perceber que com esforço conseguimos alcançar nossos objetivos. São meus maiores exemplos! A eles agradeço por todo amor, paciência e incentivo. A minha amada vó, Terezinha de Jesus Lobato de Moura (in memoriam), que com muita dedicação, carinho e amor, fez parte da minha criação. A minha irmã, Josicléa de Moura Pereira por ser minha amiga e está sempre pronta para me ajudar a qualquer hora. Ela que sempre sonhou junto comigo, acreditando em mim e me incentivando. Ao meu irmão Thiago César Pinto Pereira por todo apoio. A minha sobrinha, Lívia de Moura Gomes que colore todos os meus dias com sua alegria contagiante. Ao meu noivo, Kaio Rodrigo Alves de Melo por estar sempre ao meu lado, que compreendeu minha ausência pelo tempo dedicado aos estudos, que aguentou tantas crises de estresse e ansiedade. Obrigada por todo companheirismo. Aos meus amigos, em especial a Luann Queiroz, Dalgeany Araújo, Éberte Freitas, Janiele Andrade, Zaira Marques e Luana Silvestre, por todo o apoio e pela ajuda, que muito contribuíram para a realização deste trabalho. Ao meu orientador, Prof. Dr. Paulo Eduardo Vieira Cunha e a minha co-orientadora Me. Flaviane de Oliveira Silva Magalhães Ferraz, pela disponibilidade para me orientar e por compartilhar seus conhecimentos comigo. Sou grata pela confiança e pela contribuição para minha vida acadêmica. A toda equipe da ETE/UFRN, em especial aos técnicos, Flaviane Ferraz, Iagê Terra e José Wagner Garrido que foram fundamentais em minha trajetória acadêmica. À banca examinadora, pela participação e contribuição. RESUMO O saneamento básico, notadamente o esgotamento sanitário, é de fundamental importância, visto que influi diretamente na saúde e qualidade de vida da população. O mau funcionamento do Sistema de Esgotamento Sanitário (SES) pode ocasionar vários prejuízos ao meio ambiente. Um dos problemas do SES é a inserção de água de chuva ao sistema, o que ocasiona sua sobrecarga, extravasamentos nas unidades da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE), afeta o processo de tratamento do esgoto e consequentemente a qualidade final do efluente. Com intuito de avaliar os impactos ocasionados pela chuva ao SES do Campus Central da UFRN, foi realizada uma análise da vazão afluente a ETE nos anos de 2018 e 2019. A metodologia empregada foi dividida nas seguintes fases: coleta de dados pluviométricos, coleta de dados de vazão, catalogação e classificação de dados, etapa na qual adotou-se classificação baseada na metodologia de Metcalf & Eddy (1991), que foi adaptada em razão das características da área de estudo. Após a classificação, foram feitos cálculos de estimativa da contribuição pluviométrica na vazão da ETE; estimativa da taxa de contribuição de águas pluviais e estimativa do coeficiente de variação de vazão devido ao aporte de água de chuva. Os resultados obtidos mostraram que há um aumento de 63,1% da vazão no tempo chuvoso intenso quando comparado ao tempo seco, com uma contribuição pluviométrica média de 2,02 L/s, o que demonstra que apesar de ser projetado para funcionar como sistema separador absoluto, o sistema de esgotamento sanitário do Campus Central da UFRN, não funciona como tal. O incremento de água de chuva acarreta transtornos operacionais na estação de tratamento de esgotos com necessidade de desligar os aeradores; abrir toda a comporta do valo; fechar a recirculação; abrir a câmara reserva do filtro e realizar by-pass após a desinfecção de modo que o esgoto tratado vai para infiltração ao invés de ir para o reservatório. Tais manobras são necessárias para evitar o transbordamento das unidades, contudo não foi possível avaliar o impacto na qualidade do efluente tratado devido as alterações realizadas no sistema durante os eventos chuvosos. Palavras-chave: Água de chuva; Estação de tratamento de esgoto; Vazão; Sistema de esgotamento sanitário; Sistema de drenagem. ABSTRACT Basic sanitation, notably sanitation, is of fundamental importance, since it directly influences the health and quality of life of the population. The malfunction of the Sanitary Sewage System (SSS) can cause several damages to the environment. One of the problems of the SES is the insertion of rain water into the system, which causes its overload, overflows in the units of the Sewage Treatment Station (STS), affects the sewage treatment process and, consequently, the final quality of the effluent. In order to assess the impacts caused by rain to the SSS of the Central Campus of UFRN, an analysis of the flow affluent to the STS was carried out in the years 2018 and 2019. The methodology used was divided into the following phases: collection of pluviometric data, data collection flow, cataloging and data classification, a stage in which classification based on the methodology of Metcalf & Eddy (1991) was adopted, which was adapted due to the characteristics of the study area. After the classification, calculations were made to estimate the rainfall contribution to the STS flow; estimate of the rainwater contribution rate and estimate of the flow variation coefficient due to the supply of rainwater. The results obtained showed that there is an increase of 63,1% of the flow in intense rainy weather when compared to dry weather, with an average rainfall contribution of 2,02 L/s, which demonstratesthat despite being designed to function as a system absolute separator, the sanitary sewage system at the UFRN Central Campus does not work as such. The increase in rainwater causes operational disturbances in the sewage treatment plant with the need to shut off the aerators; open the entire floodgate; close the recirculation; open the reserve chamber of the filter and perform a by-pass after disinfection so that the treated sewage goes to infiltration instead of going to the reservoir. Such maneuvers are necessary to avoid overflowing the units, however it was not possible to assess the impact on the quality of the treated effluent due to changes made to the system during rainy events. Keywords: Rainwater; Sewage treatment station; Flow rate; Sanitary sewage system; Drainage system. LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 - Esquema do sistema de esgotamento sanitário ........................................................ 13 Figura 2 - Esquema do sistema coletivo unitário ..................................................................... 14 Figura 3 - Esquema do Sistema Coletivo separador absoluto .................................................. 15 Figura 4 - Esquema do Sistema Coletivo separador parcial ..................................................... 16 Figura 5 - Ilustração do sistema de microdrenagem ................................................................. 17 Figura 6 - Ilustração do sistema de microdrenagem conectado ao de macrodrenagem ........... 18 Figura 7 - Localização da ETE/UFRN ..................................................................................... 20 Figura 8 - Fluxograma do processo de tratamento da ETE da UFRN ...................................... 21 Figura 9 - Tratamento preliminar ............................................................................................. 22 Figura 10 - Valo de oxidação ................................................................................................... 23 Figura 11 - Decantador secundário ........................................................................................... 23 Figura 12 - Tanque de cloração ................................................................................................ 24 Figura 13 - Reservatório de esgoto tratado ............................................................................... 25 Figura 14 – Leitura da lâmina da água por meio da régua ....................................................... 28 Figura 15 - Valo de oxidação durante evento chuvoso ............................................................ 33 Figura 16 - Sobrecarga no decantador ...................................................................................... 33 Figura 17 - Extravasamento na caixa antes da cloração ........................................................... 34 Figura 18 - Ligação da drenagem em poço de visita da rede de esgotamento ......................... 35 Figura 19 - Poço de visita com ligação indevida de drenagem ................................................ 35 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS DBO Demanda Bioquímica de Oxigênio DMA Diretoria de Meio Ambiente DQO Demanda Química de Oxigênio E.B Esgoto Bruto EMPARN Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte ETE Estação de Tratamento de Esgoto E.T Esgoto Tratado FUNASA Fundação Nacional de Saúde NBR Norma Brasileira OMS Organização Mundial da Saúde SES Sistema de Esgotamento Sanitário SNIS Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento SST Sólidos Suspensos Totais UFRN Universidade Federal do Rio Grande do Norte SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 10 2. OBJETIVOS .................................................................................................................... 11 2.1. OBJETIVO GERAL ......................................................................................................... 11 2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................................ 11 3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ....................................................................................... 12 3.1. SANEAMENTO BÁSICO ................................................................................................ 12 3.2. SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO .............................................................. 13 3.2.1. Tipos de sistema de coleta e transporte de esgoto ................................................. 14 3.2.1.1. Sistema unitário ...................................................................................................... 14 3.2.1.2. Sistema separador absoluto .................................................................................... 15 3.2.1.3. Sistema separador parcial ou sistema misto ........................................................... 16 3.3. SISTEMA DE DRENAGEM URBANA .......................................................................... 17 3.4. INTERFACE ENTRE SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO E SISTEMA DE DRENAGEM URBANA .......................................................................................................... 18 4. MATERIAIS E MÉTODOS ........................................................................................... 19 4.1. ÁREA DE ESTUDO ......................................................................................................... 19 4.1.1. Estação de Tratamento de Esgotos da UFRN ....................................................... 21 4.2. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ...................................................................... 25 4.2.1. Dados pluviométricos .............................................................................................. 26 4.2.2. Dados de vazão ......................................................................................................... 27 5. RESULTADOS E DISCUSSÕES .................................................................................. 29 5.1. VAZÃO ............................................................................................................................. 29 5.2. QUALIDADE DO ESGOTO ............................................................................................ 31 5.3. IMPACTOS NA OPERAÇÃO DO SISTEMA ................................................................ 32 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................ 36 REFERÊNCIAS ....................................................................................................................... 37 10 1. INTRODUÇÃO A existência do saneamento básico é de fundamental importância para saúde e qualidade de vida. De acordo com a Organização Mundial da Saúde – OMS, saneamento é definido como todos os fatores que controlam o meio físico do homem, que podem ter um efeito prejudicial em seu bem-estar físico, psicológico ou social. A falta de saneamento básico provoca diversos danos à saúde e está diretamente ligada a doenças de veiculação hídrica (FUNASA, 2015). A legislação brasileira estabelece diretrizes para o saneamento básico por meio da Lei nº 11.445/2007, alterada recentemente pela Lei 14.026/2020, que o define como o conjunto de serviços, infraestruturas e instalações operacionais de: abastecimento de água potável; esgotamento sanitário; limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos; drenagem e manejo das águas pluviais, limpeza e fiscalização preventiva das respectivas redes urbanas. Segundo Von Sperling (1998), os esgotos provenientes de cidades são oriundos basicamente de três fontes: esgotos domésticos, águas de infiltração e despejos industriais. O esgotoé a água residuária proveniente de atividades humanas, sendo uma forma de retorno da água tratada após ser utilizada para um determinado fim. É composto predominante por 99,9% de água e 0,1% de sólidos. Devido a esta porcentagem de sólidos, o esgoto deve passar por tratamento antes de qualquer disposição final, principalmente para ser lançado diretamente no corpo aquático, sendo necessário tratamento para que não ocorra a degradação dos corpos de água (FUNASA, 2015). No Brasil, o sistema de esgotamento sanitário adotado é o separador absoluto, desde 1912, porém, na prática, muitos sistemas não operam desta forma, mas sim como separador parcial, ou seja, recebem contribuições indevidas de águas pluviais. A ineficiência do funcionamento do sistema causa danos à estação de tratamento de esgoto (ETE) e também degradação ambiental (ROSA et al. 2011). Por não existir um controle operacional no sistema do transporte de esgoto, diversos problemas são ocasionados, tais como: infiltrações, tubulações rompidas, coletores em áreas de alagamento ou interligação de forma irregular do sistema de esgotamento com o sistema de drenagem. Essas ligações inadequadas, em períodos de chuva, causam: extravasamentos, gastos de energia e, consequentemente, poluição dos corpos hídricos (BERTOLINO, 2013). A influência de águas pluviais no sistema de esgotamento sanitário já foi discutida em trabalhos como o de Paiva et al. (2018) que fez essa análise em ETE da cidade de Palmas/TO, 11 onde verificou um aporte de águas pluviais ao sistema de esgotamento sanitário com picos de 58,72% e afirmou que os valores encontrados são baixos quando comparados a outras cidades. Uma outra pesquisa foi desenvolvida por Miranda et al. (2018), que investigou as contribuições indevidas de águas pluviais na ETE Mangabeira em João Pessoa/PB, concluindo que a vazão média em tempo chuvoso aumenta 107% em relação à vazão média do tempo seco. Neste sentido, buscou-se avaliar no presente trabalho o quanto a inserção de águas pluviais pode impactar na vazão afluente da estação de tratamento de esgoto do campus central da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (ETE/UFRN) e também na qualidade do efluente, se prejudica a eficiência da estação, visto que a ETE é dimensionada para receber apenas esgoto. Tendo em vista que o efluente tratado da ETE/UFRN tem como destinação final o reuso, é importante verificar se o efluente produzido está dentro dos padrões de qualidade preconizados. 2. OBJETIVOS 2.1. OBJETIVO GERAL Investigar a influência das águas pluviais na Estação de Tratamento de Esgotos da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. 2.2.OBJETIVOS ESPECÍFICOS • Avaliar a influência da intrusão de águas pluviais na vazão de esgotos afluentes à ETE/UFRN; • Identificar os impactos da água pluvial à ETE/UFRN; • Avaliar se o aporte de águas pluviais interfere na qualidade do esgoto bruto e tratado da ETE/UFRN. 12 3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 3.1. SANEAMENTO BÁSICO O saneamento é um conjunto de medidas que visam proteger ou modificar as condições ambientais para prevenir doenças, promover a saúde e melhorar a qualidade de vida da população, proporcionando desenvolvimento social e econômico (FUNASA, 2015). De acordo com o art. 3º da Lei Federal nº 11.445, de 5 de janeiro de 2007, o saneamento possui as quatro vertentes: Art. 3º Para fins do disposto nesta Lei, considera-se: I- Saneamento básico: conjunto de serviços públicos, infraestruturas e instalações operacionais de: a) Abastecimento de água potável: constituído pelas atividades, infraestruturas e instalações necessárias ao abastecimento público de água potável, desde a captação até as ligações prediais, inclusive os respectivos instrumentos de medição; b) Esgotamento sanitário: constituído pelas atividades, infraestruturas e instalações operacionais de coleta, transporte, tratamento e disposição final adequados dos esgotos sanitários, desde as ligações prediais até o lançamento final deste no meio ambiente; c) Limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos: conjunto de atividades, infraestruturas e instalações operacionais de coleta, transporte, transbordo, tratamento e destino final do lixo doméstico e do lixo originário da varrição e limpeza de logradouros e vias públicas; d) Drenagem e manejo das águas pluviais urbanas: conjunto de atividades, infraestruturas e instalações operacionais de drenagem urbana de águas pluviais, de transporte, detenção ou retenção para o amortecimento de vazões de cheias, tratamento e disposição final das águas pluviais drenadas nas áreas urbanas. A associação do saneamento com a saúde e o reconhecimento de sua importância vem desde as civilizações antigas, nas quais povos de diferentes culturas foram desenvolvendo práticas sanitárias com o passar dos anos. No Brasil, os primeiros serviços de saneamento surgem como resposta à falta de infraestrutura urbana a partir de meados do século XIX, no qual a população migrava de comunidades rurais para centros urbanos (FUNASA, 2015). Um dos parâmetros para um país ser considerado desenvolvido é possuir saneamento. Investir em saneamento é de fundamental importância, pois promove a saúde pública preventiva, reduzindo a necessidade de procura aos hospitais e postos de saúde. Dados divulgados pelo Ministério da Saúde afirmam que para cada R$1,00 investido no setor de saneamento, economiza-se R$ 9,00 na área de medicina curativa (BARROS, 2017) De acordo com o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS, 2019), no Brasil, apenas 54,1% da população tem atendimento com rede de esgoto, sendo que a nova Lei nº 14.026/2020 tem como meta que até 31 de dezembro de 2033 90% da população possua coleta e tratamento de esgotos (BRASIL, 2020). Em relação ao sistema de drenagem urbana, 13 54,3% dos municípios possuem sistema exclusivo para drenagem, 22,5% dos municípios possuem sistema unitário (misto com esgotamento sanitário) e 15,1% dos municípios não possuem sistema de drenagem (SNIS, 2019). 3.2. SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO Segundo a NBR 9648 (ABNT, 1986), esgoto sanitário é o “despejo liquido constituído de esgotos doméstico e industrial, água de infiltração e contribuição pluvial parasitária”. A fim de reduzir o risco a saúde pública e ao meio ambiente, o sistema de esgotamento sanitário (SES) tem como principal função isolar e afastar os efluentes, transportando-os até a ETE para o devido tratamento e após isso encaminhando-os para sua destinação final. O SES (Figura 1), inclui os processos de coleta, transporte, tratamento e disposição final do efluente tratado (VON SPERLING, 1996). Figura 1 - Esquema do sistema de esgotamento sanitário Fonte: Silva (2017) Von Sperling (1996) cita que os aspectos importantes da seleção de um sistema de tratamento de esgoto são: eficiência, disposição de lodo, requisitos da área, confiabilidade, custos operacionais, custos de implementação, impacto ambiental, sustentabilidade e 14 simplicidade. Para escolher as melhores opções técnicas e econômicas, cada sistema deve ser analisado individualmente. Para o efluente chegar à estação de tratamento de esgoto (ETE) e receber o tratamento adequado, é necessária uma rede coletora para transportá-lo desde a saída do imóvel até à ETE. A rede coletora pode apresentar três tipos de configurações, sendo estas: sistema unitário, sistema separador parcial e o sistema separador absoluto (AZEVEDO NETTO et al. 1998). 3.2.1. Tipos de sistema de coleta e transporte de esgoto 3.2.1.1.Sistema unitário No sistema unitário, efluentes (domésticos e industriais), águas pluviais, e águas de infiltração (águas do subsolo que penetram nas tubulações) escoam para mesmo sistema (Figura 2). Este sistema foi desenvolvido para condições europeias, nas quais as precipitações atmosféricassão bem mais baixas quando comparadas ao Brasil. Por ser um país de clima tropical, no Brasil não é indicado este tipo de sistema, pois o investimento inicial é muito mais elevado, quando comparado ao separador absoluto (TSUTIYA E BUENO, 2004 apud PAIVA et al., 2018). Figura 2 - Esquema do sistema coletivo unitário Fonte: FUNASA (2015). 15 3.2.1.2.Sistema separador absoluto Neste tipo de sistema, o esgoto é totalmente separado das águas pluviais (Figura 3). A rede é projetada para receber somente esgoto e ocasionalmente águas de infiltração (águas freáticas que adentram a rede através das tubulações e acessórios). Por um sistema completamente independente, sistema de drenagem urbana, a água pluvial é captada e transportada. Tsutiya e Alem Sobrinho (2000) destacam as seguintes vantagens do sistema separador absoluto: • Custa menos, pelo fato de empregar tubos mais baratos, de fabricação industrial (manilhas, tubos de PVC, etc.); • Oferece mais flexibilidade para execução das etapas, de acordo com as prioridades (prioridade maior para a rede sanitária); • Reduz consideravelmente o custo do afastamento das águas pluviais, pelo fato de permitir seu lançamento no curso d’água mais próximo, sem necessidade de tratamento; • Não se condiciona e nem obriga a pavimentação das vias públicas; • Reduz muito a extensão das canalizações de grande diâmetro em uma cidade, pelo fato de não exigir a construção de galerias em todas as ruas; • Não prejudica a depuração dos esgotos sanitários. Figura 3 - Esquema do Sistema Coletivo separador absoluto Fonte: FUNASA (2015). No Brasil, conforme preconizado pela norma técnica NBR 9648/1986 é adotado o sistema separador absoluto para a coleta e transporte do esgoto sanitário. Neste sistema, o esgoto captado é direcionado para uma estação de tratamento de esgoto por uma tubulação utilizada somente para este fim, enquanto a água da chuva é captada pelo sistema de drenagem 16 urbana e direcionada por uma tubulação específica para os corpos receptores. Esse sistema foi adotado no Brasil devido a fatores como: alta pluviosidade, baixa densidade demográfica, falta de infraestrutura das ruas como pavimentação e em muitas cidades falta de políticas direcionadas ao saneamento básico (RIBEIRO; PEIXOTO, 2018). 3.2.1.3.Sistema separador parcial ou sistema misto Tsutiya e Alem Sobrinho (2000) salientam que neste tipo de sistema também são instaladas duas redes coletoras, assim como o separador absoluto, porém além de águas residuárias e águas de infiltração, são encaminhadas para o sistema também, uma parcela de águas pluviais proveniente de telhados e pátios, sendo todas direcionadas para um único sistema de coleta e transporte de esgotos (Figura 4). Figura 4 - Esquema do Sistema Coletivo separador parcial Fonte: Paiva et al. (2018) 17 3.3. SISTEMA DE DRENAGEM URBANA A drenagem urbana é o responsável pelo deslocamento de água pluvial de um local para outro por meio de canalizações, a fim de controlar ou minimizar os efeitos da água de chuva nas áreas urbanas (FUNASA, 2015). Das fases convencionais do ciclo hidrológico são de interesse para o sistema de drenagem urbana a precipitação e o escoamento superficial. As medições de precipitações são feitas por meio de um pluviômetro, os quais ficam a 1,5 m do solo com uma superfície horizontal exposta de 500 m² e possuem provetas graduadas para leitura. Já pluviografo, um outro equipamento de medição pluviométrica, registra em pluviogramas as alturas acumuladas com o tempo. Após análise de dados pluviométricos e uso de métodos, os valores são utilizados para fazer o dimensionamento do sistema de drenagem urbana (AZEVEDO NETTO et al., 1998). O dimensionamento de um sistema de drenagem divide-se em micro e macrodrenagem. O sistema de microdrenagem (Figura 5) transporta água por pequenas e médias galerias, sendo composto pelos pavimentos das ruas, guias e sarjetas, bocas de lobo e rede de galerias de águas pluviais. Já o sistema de macrodrenagem (Figura 6) é constituído por galerias de grande porte, reservatórios de amortecimento e de detenção de águas de chuva, como também pelos próprios corpos receptores da água drenada (OLIVEIRA et al., 2015). Figura 5 - Ilustração do sistema de microdrenagem Fonte: Costa (2021) 18 Figura 6 - Ilustração do sistema de microdrenagem conectado ao de macrodrenagem Fonte: adaptado de Guedes (2019) Segundo Jesus et al. (2019), o desenvolvimento urbano e o acelerado crescimento populacional geram grandes impactos ao meio ambiente, uma vez que aumenta a impermeabilização do solo dificultando a infiltração de águas pluviais e consequentemente aumentando o escoamento superficial. A ausência ou deficiência do sistema de drenagem urbana pode provocar inundações, erosões e assoreamento, que podem causar risco à saúde, segurança e bem-estar da população (BERTOLINO, 2013). 3.4. INTERFACE ENTRE SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO E SISTEMA DE DRENAGEM URBANA A inserção de águas de chuva no sistema de esgotamento sanitário pode prejudicar a ETE, não só ocasionando sobrecarga e extravasamento do sistema, como também o processo de tratamento do esgoto, influenciando na sua qualidade final. Esses danos não ocorrem somente na ETE, como em toda a rede de esgotamento que é projetada para receber apenas esgotos sanitários e acaba recebendo também água de chuva, trazendo transtornos e, muitas vezes, extravasamentos em vias públicas o que afeta diretamente a população. As causas possíveis dessa intrusão devem-se à: defeitos nas instalações, ligações clandestinas e falta de fiscalização (PAIVA et al. 2018). 19 De acordo com Marim et al. (2015), a ligação predial de esgoto de águas provenientes de banheiros, cozinhas, lavanderias geradas no imóvel devem ser encaminhadas para rede coletora de esgoto, no entanto muitos casos estão em desacordo com a NBR 8160/1999 que trata sobre sistemas prediais de esgoto sanitário, acarretando ligações clandestinas e/ou irregulares. Diante disso, faz-se necessária a fiscalização das condições das ligações prediais de esgoto na rede coletora, com o intuito de evitar problemas ambientais futuros. Paiva et al (2018) afirma que a inserção de águas pluviais no SES, traz prejuízos significativos na operação do sistema e repercute nas condições físicas e biológicas do tratamento. Verificou em sua análise realizada na ETE Norte da cidade de Palmas (TO), que as vazões máximas são de 218,52 L/s no período seco e 497,80 L/s no período chuvoso. Ribeiro & Peixoto (2018) encontraram que o incremento da vazão média afluente à ETE Guaxinim na cidade de Dourados (MS), no tempo úmido em relação ao seco, é cerca de 11%. Porém esse valor pode ser muito maior, pois quando a vazão na calha Parshall atinge 130 L/s, a parcela excedente não é contabilizada pelo medidor vazão de esgoto, então os valores encontrados poderiam ser superiores a 11%. Rosa et al (2011) fez a análise em três ETE’s situadas na região metropolitana de Belo Horizonte (MG), com diferentes processos de tratamento, porte e a qualidade do monitoramento. Constatou que duas das ETE’s possuíam variações sazonais de vazão. Como também variações nos parâmetros qualitativos (DBO, DQO E SST). Miranda et al (2018) verificou que ETE Mangabeira em João Pessoa (PB), no período chuvoso, a vazão média aumentou 107% em relação à vazão média do tempo seco. Afirmando que, o sistema separador absoluto acaba não funcionando como tal, por conta de interligações indevidas entre a rede de drenagem urbana de águas pluviais a rede coletora de esgotos sanitários. Oliveira et al (2020) constatou que a ETE Peixinhos, localizada na divisa dos municípios de Recife e Olinda (PE), apresentou alteração significativa na eficiência de operação da estação, onde ela é reduzida, em média,em 5%, o que pode ser decisivo para estar em acordo com as legislações ambientais. 4. MATERIAIS E MÉTODOS 4.1. ÁREA DE ESTUDO 20 O estudo foi realizado na estação de tratamento de esgoto situada no campus central da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), na cidade de Natal (RN), nas coordenadas latitude de 6º37” Sul e longitude de 36º53 oeste”, aproximadamente a 10 km do centro de Natal-RN (Figura 7). Figura 7 - Localização da ETE/UFRN Fonte: o autor O campus central dispõe de sistemas de esgotamento sanitário e drenagem urbana próprios. O sistema de drenagem é composto por uma lagoa de acumulação e infiltração, a estrutura da lagoa é composta por tela galvanizada, alvenaria de pedra facejada e concreto. As bocas de lobo são de aproximadamente 1m x 1m, em concreto armado e conectadas a poços de visita. Já o sistema de esgotamento sanitário, implantado em 1983, é do tipo separador absoluto. É constituído por rede coletora em PVC, de aproximadamente 14 Km de extensão, que abrange praticamente 100% dos prédios, três estações elevatórias de esgoto bruto (Setor I, Centro de Tecnologia e Garagem) e pela Estação de Tratamento de Esgotos. 21 4.1.1. Estação de Tratamento de Esgotos da UFRN A ETE/UFRN encontra-se em operação desde 1983, com a finalidade de tratar exclusivamente os esgotos sanitários gerados no Campus Universitário Central da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. De acordo com Costa (1979), foi considerada uma contribuição média inicial de 8,10 L/s e para fim do plano de 16,20 L/s. Porém, sua vazão média no ano de 2018 foi de 2,99 L/s, e em 2019 de 3,64 L/s de esgoto sanitário. Possui um sistema de valo de oxidação com decantação secundária, sendo esta configuração escolhida por diversos fatores, mas principalmente, pela sua eficiência e por não necessitar de uma grande área para implantação (Figura 8). Figura 8 - Fluxograma do processo de tratamento da ETE da UFRN Fonte: Garrido et al (2018) A estação é constituída das seguintes operações e processos de tratamento: • Gradeamento: remoção de sólidos grosseiros que tenham granulometria igual ou superior a 2,5 cm por meio de grade construída de chapas de aço, espaçadas a cada 2,5 cm e com inclinação de 45º. • Caixa de areia: sedimentação de areia com partículas igual ou superior a 0,2 mm. É constituída por duas câmaras que funcionam de forma alternada. Considera-se que a quantidade de material retido seja de 30 litros para cada 1.000 m³ de esgotos. 22 • Calha Parshall: medição da vazão afluente em calha de 6”, que também tem a função de controlar o nível de água na caixa de areia e na grade. Inicialmente, a unidade contava com um medidor ultrassônico de vazão, porém o aparelho quebrou no ano de 2018, sendo atualmente feita a medição da vazão de forma manual. O tratamento preliminar (Figura 9), abrange as três operações citadas anteriormente: gradeamento, caixa de areia e Calha Parshall. Figura 9 - Tratamento preliminar Fonte: o autor • Estação Elevatória de Esgoto Bruto: dotada de poço de sucção com capacidade de 22,7 m³ de esgotos e três conjuntos motor-bombas que recalca o esgoto bruto e o lodo de recirculação para o valo de oxidação por meio de tubulação de 190 metros de extensão. • Valo de oxidação: unidade onde ocorre a oxidação da matéria orgânica. Possui capacidade volumétrica de 1.050 m³ e tempo de detenção de aproximadamente 1,5 dias. É dotada de sistema de aeração composto por três conjuntos de aeradores de eixo horizontal, sendo cada um composto por três rotores do tipo gaiola de Hess (Figura 10). Durante a pesquisa, somente um dos aeradores estava funcionando. 23 Figura 10 - Valo de oxidação Fonte: o autor • Decantador secundário: a remoção dos sólidos sedimentáveis ocorre em decantador do tipo Dortmund com 5,0 metros de profundidade e tempo de detenção de aproximadamente 2,5 horas (Figura 11). Figura 11 - Decantador secundário Fonte: o autor 24 • Recirculação do lodo: parte do lodo sedimentado no decantador é recirculado por meio de tubulação que transporta o lodo para a estação elevatória de esgoto bruto onde se mistura com o esgoto bruto e é bombeado de volta para o valo de oxidação. O lodo em excesso ou com idade elevada é descartado no leito de secagem. • Filtro ascendente: com a finalidade de remover a matéria orgânica residual, o filtro rápido de gravidade possui duas câmaras preenchidas com brita de diâmetro médio que funcionam de forma alternada. • Tanque de cloração: unidade na qual ocorre a desinfecção do efluente tratado mediante a injeção de cloro gasoso. Possui chicanas verticais, com tempo de detenção de aproximadamente 30 minutos (Figura 12). Figura 12 - Tanque de cloração Fonte: o autor • Reservatório de esgoto tratado: o esgoto tratado fica armazenado em tanque de 1.000 m³ de volume (Figura 13) de onde é bombeado para irrigação dos campos de futebol e plantio de capim na área da ETE. 25 Figura 13 - Reservatório de esgoto tratado Fonte: o autor • Leito de secagem do lodo: onde ocorre a disposição e secagem do lodo descartado. Possui quatro células e área útil total de 240 m². Após secagem, o lodo é acondicionado temporariamente na ETE, sendo destinado ao aterro sanitário metropolitano de Natal. 4.2. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Para atingir os objetivos citados anteriormente foi realizado levantamento de dados dos anos de 2018 e 2019, não sendo considerados o ano de 2020, pois devido a pandemia de covid-19 a UFRN, desde março daquele ano, passou a funcionar de forma remota, o que acarreta baixo número de pessoas circulando dentro universidade e consequentemente a vazão afluente à ETE/UFRN é muito menor que a observada nos anos normais. Os dados diários de vazão e os dados do monitoramento semanal foram fornecidos pela administração da ETE/UFRN, sendo catalogados e classificados em tempo seco, tempo chuvoso e tempo chuvoso significativo. Para auxiliar esta classificação foi realizado levantamento dos dados pluviométricos monitorados pela Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (EMPARN). De posse dos dados, foi então utilizado o software Excel, da Microsoft, para organização dos dados, elaboração das tabelas e gráficos. 26 4.2.1. Dados pluviométricos A pesquisa de dados pluviométricos foi realizada no site da EMPARN, utilizando para tanto os valores observados no pluviômetro localizado na UFRN. Após a obtenção dos dados diários de precipitação, foi feita a classificação baseada no método desenvolvido por Metcalf & Eddy (1991), que classifica os eventos (Quadro 1) como: Quadro 1 - Classificação de eventos de chuva de acordo com Metcalf & Eddy EVENTO SIMBOLOGIA DESCRIÇÃO Chuvoso significativo C Ocorrência de precipitação total diária superior a 10 mm. Úmido U Dois dias subsequentes às datas de ocorrência de qualquer evento chuvoso significativo. Chuvoso não- significativo N Ocorrência de precipitação total diária inferior a 10 mm Seco S Todos os períodos que não se enquadram nos três casos anteriores e que apresentam ocorrência de precipitação inferior a 4 mm Fonte: Metcalf & Eddy (1991) A partir da classificação de Metcalf & Eddy (1991), foram realizadas adaptações, pois foi observado que este método é utilizado em cidades ou regiões de maiores áreas de escoamento, as quais, sofrem maiores interferências no SES. Já no caso da ETE/UFRN por ser tratar de um Campus Universitário, com uma área menor, menor concentração de pessoas, ambiente controlado, que dispõe de planejamento do sistema de drenagem, sistema de esgotamento sanitário e também fiscalização de novas construções, assim, dificultando a interconexão dos sistemas de esgotamento e drenagem, foi vista a necessidade de uma adaptação do método. A adaptação feita,classificou os eventos em apenas três categorias (Quadro 1). 27 Quadro 2 - Classificação dos eventos de chuva EVENTO DESCRIÇÃO Seco Ocorrência de precipitação total diária inferior 4 mm. Chuvoso Ocorrência de precipitação diária entre 4 e 10 mm. Chuvoso significativo Ocorrência de precipitação total diária superior a 10 mm. Fonte: adaptado de Metcalf & Eddy (1991). 4.2.2. Dados de vazão A medição da vazão afluente à estação ocorre no tratamento preliminar, especificamente na Calha Parshall. É importante ressaltar que inicialmente esta medição era realizada através de um medidor ultrassônico de vazão interligado à Calha Parshall, porém no mês de março de 2018 esse dispositivo automático quebrou, sendo a partir de abril de 2018 a obtenção dos dados de vazão feita de forma manual pelos funcionários da estação. Para tanto às 00h00, 7h00, 10h00, 14h00, 19h00 e 21h00, o operador vai a Calha Parshall e realiza a medição da lâmina de água por meio de uma régua (Figura 14), registrando o valor medido na ficha de operação. Posteriormente, é feito o cálculo da vazão pelos técnicos da ETE, a partir da Equação 1: 𝑄 = 2,2 ∗𝑊 ∗ 𝐻1,53 ∗ 1000 ∗ 3,6 (1) Em que: W=0,14 m Q= vazão (m³/h) W= largura da garganta (m); H= altura da calha (m). 28 Figura 14 – Leitura da lâmina da água por meio da régua Fonte: o autor Para estimar a contribuição pluviométrica à vazão da estação foi calculada a diferença entre a vazão do período chuvoso (�̅�𝑐ℎ𝑢𝑣𝑜𝑠𝑜) e a vazão no período seco (�̅�𝑠𝑒𝑐𝑜) (Equação 2). O percentual de contribuição pluviométrica em relação a vazão de tempo seco Equação 3 e a taxa de contribuição pluviométrica por km de rede coletora Equação 4. A razão entre a vazão média dos períodos chuvosos e a vazão média de período seco, foram calculadas para encontrar o coeficiente de variação da vazão (𝐶∆𝑄) devido a contribuição pluviométrica Equação 5. As Equações utilizadas são citadas por Tsutiya e Bueno, 2004 apud Paiva et al. (2018). �̅�𝑐𝑝 = �̅�𝑐ℎ𝑢𝑣𝑜𝑠𝑜 − �̅�𝑠𝑒𝑐𝑜 (2) Em que: �̅�𝑐𝑝= Vazão de contribuição pluviométrica (L/s); �̅�𝑐ℎ𝑢𝑣𝑜𝑠𝑜= Vazão média de período chuvoso (L/s); �̅�𝑠𝑒𝑐𝑜= Vazão média em período seco (L/s); 29 𝑄𝑐𝑝% = ( �̅�𝑐𝑝 �̅�𝑠𝑒𝑐𝑜 ) ∗100 (3) Em que: �̅�𝑐𝑝%= Vazão de contribuição pluviométrica (%); �̅�𝑐𝑝= Vazão de contribuição pluviométrica (L/s); �̅�𝑠𝑒𝑐𝑜= Vazão média em período seco (L/s); 𝑇𝑐𝑝 = �̅�𝑐𝑝 𝐿 (4) Em que: 𝑇𝑐𝑝= Taxa de contribuição pluviométrica (L/s.km); �̅�𝑐𝑝= Vazão de contribuição pluviométrica (L/s); L= Comprimento da rede coletora (km). 𝐶∆𝑄 = �̅�𝑐ℎ𝑢𝑣𝑜𝑠𝑜 �̅�𝑠𝑒𝑐𝑜 (5) Em que: 𝐶∆𝑄= Coeficiente de variação de vazão �̅�𝑐ℎ𝑢𝑣𝑜𝑠𝑜= Vazão média de período chuvoso (L/s); �̅�𝑠𝑒𝑐𝑜= Vazão média em período seco (L/s); Para melhor visualização dos dados, foi uma elaborada tabela dividindo tempo seco, chuvoso e chuvoso significativo, as médias de cada um e ao final a diferença entre tempo chuvoso e chuvoso intenso quando comparados ao tempo seco. 5. RESULTADOS E DISCUSSÕES 5.1. VAZÃO 30 Após classificar os dias de estudo em tempo seco, chuvoso e chuvoso intenso, foi possível avaliar o comportamento da vazão, levando em consideração chuvas de diferentes intensidades, tempo chuvoso (4 mm à 10 mm) e tempo chuvoso significativo (> 10 mm). Na tabela 1, pode-se verificar os valores de vazão obtidos. Tabela 1 - Vazões de acordo com os eventos VAZÃO (L/s) VALORES SECO CHUVOSO CHUVOSO SIGNIFICATIVO Média 3,21 3,40 5,23 Mediana 3,41 3,47 4,80 Desvio Padrão 1,28 1,38 3,43 Máximo 8,75 6,95 24,07 Mínimo 0,67 1,36 1,37 Fonte: o autor O incremento da vazão média no período chuvoso foi de 6,2% em relação ao seco, demonstrando que eventos chuvosos de baixa magnitude (até 10 mm) não interfere significativamente na vazão afluente à ETE. Isso pode ser comprovando pela não necessidade de realização de manobras operacionais no sistema. Nesse caso, a contribuição da água pluvial é absorvida pela ETE, pois é inferior a vazão máxima de projeto. Já no chuvoso significativo, houve um incremento foi de 63,1% em relação ao período seco. É importante ressaltar que a média do chuvoso significativo certamente é maior do que o valor obtido, pois em alguns dias de chuva forte não foi realizada a medição da altura da calha nos horários determinados. No tocante aos valores máximos de vazão, no dia 01/04/2019, o chuvoso significativo teve seu valor máximo de vazão que foi de 24,07 L/s, o que comparado ao tempo chuvoso é de grande diferença, o qual teve valor máximo de 6,95 L/s no dia 08/06/2018, valor esse duas vezes maior do que a vazão máxima de projeto para o fim de plano que é de 12,2 L/s. No tempo seco, o valor máximo ocorreu no dia 11/04/2019 e foi de 8,75 L/s, um pouco maior do que o máximo do chuvoso. Pode-se inferir que houve algum evento de grande porte na Universidade, com maior número de pessoas dentro do Campus, o que gera uma maior produção de efluentes. Quanto aos valores mínimos entre o chuvoso e chuvoso intenso praticamente não se observou diferença. A vazão mínima no chuvoso foi de 1,36 L/s em 04/03/2019 e de 1,37 L/s no chuvoso intenso no dia 03/03/2019. No tempo seco, uma vazão mínima de 0,67 L/s no dia 25/12/2018. 31 Como verificado na Tabela 1, houve uma variação desprezível entre as médias do tempo seco e tempo chuvoso, visto que, o tempo chuvoso engloba pequenas precipitações (4 à 10mm), não causando perturbações significativas ao sistema. A contribuição pluviométrica média (Equação 2) foi de 2,02 L/s. Em seu trabalho na ETE de Palmas, Paiva et al (2018) encontrou uma contribuição pluviométrica média de 48,86 L/s, ressaltando que se trata de uma cidade e que a metodologia foi adaptada, mas que mesmo assim observa-se um grande aporte de águas pluviais ao sistema, onde o autor considera que pode ser devido a ligações clandestinas. O percentual de contribuição pluviométrica em relação a vazão de tempo seco para o tempo chuvoso foi obtido por meio da Equação 3 um percentual de 63,0%. Miranda et al (2018) afirma que há crescimento da vazão durante o período de chuva, verificando um aumento de 107% ao comparar o tempo seco e o chuvoso. Ressalta-se que o estudo foi realizado em uma cidade com área e contribuições bem maiores que a ETE/UFRN. Além disso, no campus universitário existe um maior controle tanto por parte da fiscalização das obras quanto pela Diretoria de Manutenção. A taxa de contribuição pluviométrica por quilômetro de rede coletora (Equação 4), no tempo chuvoso foi de 0,14L/s.km. Campos et al (2009), relata que o maior acréscimo de vazão à ETE Melchior que recebe contribuição de duas cidades situadas no Distrito Federal, foi de 1.493,89 L/s, possuindo uma extensão de rede de 994 km, obteve uma taxa de contribuição de 1,50 L/s. km. Por se tratar de uma ETE de grande porte, a ETE Melchior quando comparada a ETE/UFRN é possível observar diferença significativa. Em projetos de dimensionamento de estações de tratamento de esgoto, geralmente, é acrescida a vazão de projeto da ETE, uma quantidade insignificante de águas pluviais. A NBR 9649/86, contempla apenas as contribuições de águas subterrâneas a rede de esgoto, na qual é recomendado acrescentar apenas de 2 a 6 L/s por quilômetro de rede. Já o coeficiente de variação vazão (𝐶∆𝑄) devido a contribuição pluviométrica obtido através da Equação 5 foi de 1,63 L/s. Paiva et al (2018), constatou que o coeficiente de variação de vazão de 1,36, pode contribuir para o aumento da vazão de esgoto sanitário em 36,11%. 5.2.QUALIDADE DO ESGOTO Inicialmente, tinha-se o objetivo de investigar também os dados da qualidade do esgoto bruto e tratado, porém, após tratamento e análise estatística dosdados existentes de DQO, 32 turbidez e SST referentes a 7 dias do período chuvoso e 7 dias do chuvoso significativo, levando em consideração que as análises desses parâmetros é realizada semanalmente, verificou-se que os mesmos não retratam o efluente tratado durante os eventos chuvosos intensos, pois nesses momentos são realizadas modificações tanto a rotina do monitoramento quanto da operação do sistema. Caso esteja chovendo muito forte no momento da coleta, essa é transferida para o dia seguinte. Quando o valo de oxidação atinge 1,20 metros de altura durante chuva forte, são realizados os seguintes procedimentos: abre-se toda a comporta do valo; desligam-se os aeradores; fecha a recirculação; abre a câmara reserva do filtro e realiza by-pass após a desinfecção de modo que o esgoto tratado vai para infiltração ao invés de ir para o reservatório. Tais manobras são necessárias para evitar o transbordamento das unidades. 5.3.IMPACTOS NA OPERAÇÃO DO SISTEMA O tempo chuvoso significativo causa perturbações ao sistema da ETE/UFRN, tais como: sobrecarrega as instalações da estação de tratamento e elevatórias, podendo ter gerado extravasamentos, acréscimo nas demandas operacionais e alguns ônus com a elevação no custo do tratamento do esgoto, frente ao aumento do consumo de energia elétrica, frequência da manutenção das bombas e desgastes nas estruturas que compõem o sistema; transbordamento do Valo de oxidação (Figura 16), como em grandes precipitações um dos procedimentos é abrir toda a comporta do valo, o decantador acaba extravasando também (Figura 17), o que causa transtornos em todas as unidades, como podemos ver na Figura 18 o sistema de cloração também é afetado. Um outro fator que sofre alterações por fortes chuvas é a medição da vazão, pois como a vazão aumenta muito, é fechado a entrada de esgoto para o poço úmido, ficando o esgoto afluente retido no tratamento preliminar e assim não sendo feita a medição da lâmina de água. Além do arraste de sólidos, chuvas fortes perturbam o sistema de modo que os sólidos depositados no fundo das unidades voltem para coluna do líquido. 33 Figura 15 - Valo de oxidação durante evento chuvoso Fonte: Acervo ETE/UFRN Figura 16 - Sobrecarga no decantador Fonte: Acervo ETE/UFRN 34 Figura 17 - Extravasamento na caixa antes da cloração Fonte: Acervo ETE/UFRN Embora no período chuvoso significativo ocorra um aumento da vazão, possivelmente devido a contribuição pluviométrica por meio de ligações clandestinas, ações de fiscalização são realizadas a fim de identificar e solucionar os problemas de interligações das redes. A Figura 19, mostra um ponto próximo a Reitoria da UFRN e a Figura 20 mostra o poço de visita que recebia a ligação indevida (tampa metálica entreaberta), o qual foi identificado pela Diretoria de Manutenção. 35 Figura 18 - Ligação da drenagem em poço de visita da rede de esgotamento Fonte: Acervo DMA/UFRN Figura 19 - Poço de visita com ligação indevida de drenagem Fonte: Acervo DMA/UFRN 36 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS Embora o sistema de esgotamento sanitário do campus seja do tipo separador absoluto, comprovou-se com esse trabalho a interferência da água de chuva no SES, o que pode ocorrer devido ligações clandestinas. Tal situação gera consequências, uma vez que a mistura de água de chuva com esgoto repercute nas condições físicas e biológicas do tratamento, diminuindo sua eficiência e qualidade. Buscou-se avaliar os impactos gerados pelas interligações, mas para isso foi necessária uma adaptação da metodologia de Metcalf & Eddy (1991), pois a mesma se mostrou mais adequada a ETE municipais, nas quais se tem áreas de contribuição mais extensa, maiores extensões dos sistemas de coleta de esgoto e de águas pluviais, maiores vazões e ligações clandestinas ao sistema de esgotamento sanitário. A partir dos resultados é possível observar que apesar de ser uma ETE situada dentro de um campus universitário, com as características já citadas: área pequena, fiscalização, planejamento dos sistemas de esgotamento e de drenagem, ainda assim, ocorre a inserção de águas pluviais ao sistema de esgotamento sanitário. Verificou-se que, no tempo chuvoso significativo há um aumento de 63,1% da vazão quando comparado ao tempo seco, com uma contribuição pluviométrica média de 2,02 L/s. Por isso, sugere-se que o sistema não funciona como separador absoluto e que recebe águas de chuva. Pode-se afirmar que, todos os estudos citados no presente trabalho que investigaram a inserção de água de chuva ao SES, obtiveram aumento a sua vazão em dias de chuva. Não foi possível analisar os impactos da chuva na qualidade do efluente. Foi iniciada a catalogação e classificação dos dados, porém foi observado que os resultados não condiziam com a realidade da estação, devido aos procedimentos operacionais que são realizados em dias de grandes precipitações. Além disso, tinha-se poucos dias de dados quantitativos de qualidade do esgoto, pois em dias de chuva a coleta é adiada para o dia subsequente, assim não sendo verificada a realidade de um dia de chuva. Para avaliar o impacto na qualidade do esgoto, sugere-se um replanejamento na rotina em dias de chuvas, a fim de verificar se de fato há um impacto na qualidade do efluente. Sugere- se ainda que mais trabalhos sejam feitos na ETE/UFRN, com o objetivo de somar e reafirmar os impactos sofridos à vazão, e que possa ser avaliado a qualidade do efluente em eventos de chuva. 37 REFERÊNCIAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9648: Estudo de concepção de sistemas de esgoto sanitário. Rio de Janeiro, 1986. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9649: Projetos de Redes Coletoras de Esgoto Sanitário. Rio de Janeiro, 1986. AZEVEDO NETTO, J. M.; FERNANDEZ, M. F.; ARAUJO, R. DE; ITO, A. E. Manual de Hidráulica, v. 8a Ed., 668 p., 1998. BARROS, R. Fundação Nacional da Saúde. 2017. Disponível em: http://www.funasa.gov.br/todas-as-noticias/-/asset_publisher/lpnzx3bJYv7G/content/-cada- real-gasto-em-saneamento-economiza-nove-em-saude-disse-ministro-da- saude?inheritRedirect=false. Acesso em: 27 abr. 2021 BRASIL, Lei nº 11.445 de 5 de janeiro de 2007. Casa Civil. Brasília, 2007. BRASIL, Lei nº 14.026 de 15 de julho de 2020. Casa Civil. Brasília, 2020. 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