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Maternidadeprematuraapoio-Lima-2020

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i 
 
 
 
 
 
 
 
Universidade Federal do Rio Grande do Norte 
Centro de Ciências Humanas Letras e Artes 
Programa de Pós-Graduação em Psicologia 
 
 
 
 
MATERNIDADE PREMATURA, APOIO SOCIAL E NECESSIDADES DE 
MÃES DE NEONATOS HOSPITALIZADOS NA UNIDADE DE TERAPIA 
INTENSIVA NEONATAL 
 
Sebastião Elan dos Santos Lima 
 
 
 
 
 
Natal - RN 
2020
ii 
 
 
 
 
Sebastião Elan dos Santos Lima 
 
 
 
MATERNIDADE PREMATURA, APOIO SOCIAL E NECESSIDADES DE MÃES DE 
NEONATOS HOSPITALIZADOS NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA 
NEONATAL 
 
 
 
Dissertação elaborada sob orientação da prof.ª Dra. 
Eulália Maria Chaves Maia e apresentada ao Programa de 
Pós-Graduação em Psicologia – PPGPSI, Universidade 
Federal do Rio Grande do Norte – UFRN, como requisito 
parcial à obtenção do título de Mestre em Psicologia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Natal – RN 
2020 
iii 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN 
Sistema de Bibliotecas - SISBI 
Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial do Centro de Ciências 
Humanas, Letras e Artes – CCHLA 
Lima, Sebastião Elan dos Santos. 
 Maternidade prematura, apoio social e necessidades de mães de 
neonatos hospitalizados na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal 
/ Sebastião Elan dos Santos Lima. - 2020. 
 130f.: il. 
 
 Dissertação (mestrado) - Centro de Ciências Humanas, Letras e 
Artes, Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Universidade 
Federal do Rio Grande do Norte, Natal, RN, 2020. 
 Orientadora: Prof.ª Dr.ª Eulália Maria Chaves Maia. 
 
 
 1. Mães - Dissertação. 2. Unidades de Terapia Intensiva 
Neonatal - Dissertação. 3. Prematuros - Dissertação. 4. Apoio 
Social - Dissertação. I. Maia, Eulália Maria Chaves. II. Título. 
 
RN/UF/BS-CCHLA CDU 159.9:613.953 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
iv 
 
 
 
 
v 
 
 
 
Epígrafe 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Só se pode alcançar um grande êxito quando nos mantemos fiéis a nós mesmos. ” 
Friedrich Nietzsche
vi 
 
 
 
Agradecimentos 
 
A finalização deste trabalho vem como concretização de um sonho, que se torna possível 
devido a todo suporte de minha rede apoio, seja aquela presencial, virtual ou transcendente. Nesse 
sentido, manifesto minha gratidão a Deus e ao universo, que de forma incerta, apresentaram essa 
realidade a mim e aos poucos pude ir desbravando esse campo de saber, me familiarizando e tornando 
minhas angústias uma fonte infindável de inquietações e aprendizados, com perseverança e 
descobertas de novas possibilidades de ser, fazer e de se reinventar. Essa produção é fruto de uma 
luta e crescimento pessoal e profissional. 
É inevitável a menção a minha base de sustentação familiar, meus pais (Tica e Val), minhas 
irmãs (Everania, Elania, Eliza e Taty) e meus sobrinhos que alegram e tornam meus dias mais felizes. 
São para/por eles todas as minhas buscas por conquistas e crescimento, quem dão sentido, forma e 
cor aos meus caminhos. Sou grato por ter uma família tão presente e cheia de amor. 
Manifesto gratidão à minha professora orientadora Dra. Eulália Maria Chaves Maia, que desde 
o início acreditou no meu potencial, na proposta de estudo, mesmo que ainda incipiente. Obrigado 
por todo incentivo e comprar comigo a ideia de adentrar ao universo da maternidade prematura. Foi 
um caminho desafiador e rico. Seu apoio e confiança foi fundamental. 
Ao meu coorientador, Dr. Rodrigo Maia, que contribuiu de uma forma muito importante, 
desde a elaboração da proposta de pesquisa. Profissional competente e disposto que tornou minha 
trajetória menos angustiante, principalmente nessa reta final. Sem o seu suporte todo o processo seria 
mais árduo. Agradeço por sua contribuição, disponibilidade e dedicação. 
A minha rede de amizade que sempre foi potente na acolhida de minhas horas de falas a 
respeito da minha pesquisa, coleta de dados, reuniões, inquietações, busca pela população amostral, 
etc. foram eles que ouviram os bastidores e carinhosamente me acolhiam. Mencionar todos tornaria 
vii 
 
 
 
essa tarefa inviável uma vez que demandaria páginas de agradecimentos. No entanto destaco alguns 
nomes: Takeo, Alexandre Sena, Ageu, Guns, Tais Daniele, André Cavalcante, Helaine, Dayane 
Campelo, Maysa, Ana Paula, Jeremias, Daíse, Sabrina, Michel, Janine, Lahélia, Roger, Messias... 
obrigado! 
À Amanda e Sabrinne, minhas duas amigas fitness, presentes da residência em neonatologia, 
minha família em Natal, RN. Companheiras de treinos, de caminhadas, de histórias, de momentos de 
lazer e de suporte emocional. Elas tornaram minha vida em Natal mais feliz, dando mais sentido e 
alegria diante das dúvidas do mestrado, carreira profissional e distância dos meus familiares. Mesmo 
sendo duas competentes fisioterapeutas contribuíram muito, me auxiliando no mestrado. Obrigado 
por fazerem parte de minha vida. Essa conquista também é de vocês! 
A toda a equipe do Grupo de Estudo Psicologia e Saúde (GEPS), por ter proporcionado 
momentos de construções e trocas de conhecimentos muito rico durante o mestrado. Cada uma 
contribuiu de forma ímpar, com os olhares atentos, observações e considerações acerca da viabilidade 
da pesquisa. Mônica, Maria Helena, Alessandra, Karina, Fernanda, Ana Élida, Barbara e Hedyane. 
Um destaque especial para Brenda, uma parceira inteligente e competente, que me provocou muitas 
inquietações e luz. Não poderia ter dupla melhor nesse mestrado. Os dias com você me trouxe muito 
crescimento, alegria e admiração. 
À minha equipe de pesquisa, que me auxiliaram desde o início quando a proposta ainda não 
estava tão delimitada. Com vocês tivemos discussões ricas, fomos juntos crescendo com a pesquisa, 
até chegarmos a coleta, transcrição dos dados, elaboração de artigos, etc. Vocês contribuíram de um 
modo que não consigo agradecer. Desejo sucesso profissional para cada um. Que vocês permaneçam 
sempre sedentos por conhecimento. Maria Gabriela, Victor Galdino, Natália, Joice, Beatriz. E 
Hemilly e Raissa que entraram depois e só somaram, com suas competências e responsabilidades. 
viii 
 
 
 
À Maternidade Escola Januário Cicco, minha casa de formação desde a residência. E a todos 
os colegas e profissionais dessa instituição que me ajudaram, seja em escutas, suportes, com 
informações quando um novo bebê era admitido ou sobre alguma mãe que se adequava ao perfil da 
minha pesquisa. Mariana (mãe Mari), Mayra, Fabiana, Duda, Cyntia, Lucas, muito obrigado! 
A todos e todas da turma do mestrado Marielle Franco do Programa de Pós-Graduação em 
Psicologia da UFRN (PPGPsi/UFRN), pelos momentos de trocas e crescimento. 
Aos professores e colegas do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da UFRN, pelo 
aprendizado e dedicação nestes anos de estudo. 
À Universidade Federal do Rio Grande do Norte, por viabilizar o desenvolvimento dos meus 
estudos pós-graduados e pelas condições de pesquisa oferecidas. 
À todas as mães que participaram da pesquisa e que se encontram com seu filho na unidade 
de terapia intensiva neonatal. Na esperança de poder construir uma maternagem com seu filho mesmo 
imersos de tecnologias, procedimentos, medos e risco de morte. Vocês são guerreiras, ao superar seus 
medos, lutando com coragem, muitas permanecendo meses na instituição é um dos motivos de 
admiração. Muita perseverança na trajetória de cuidado com seus filhos, desejo benção, sucesso e 
saúde a todas. Essa pesquisa só existiu por vocês!. 
Às professoras Dra. Luciana Carla e Dra. Nilba Lima de Sousa, meu agradecimento por 
aceitarem participar da defesa dessa dissertação. 
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) pelo apoio 
financeiro. 
A todos e todas, obrigado! 
 
ix 
 
 
 
Lista de Tabelas e Figuras 
 
Tabela 01 Variáveis sociodemográficas das mães de neonatos prematuros 
hospitalizados...........................................................................................59 
Tabela 02 Dados da gestação atual de 90 mães e dos neonatos prematuros 
hospitalizados na UTIN............................................................................ 
 
 
63 
Tabela 03 Frequência das 20 palavras mais citadas pelas mães de neonatos 
prematuros hospitalizados na UTIN......................................................... 
 
 
70 
Tabela 04 Dimensões do apoio social percebido pelas 90 mães de neonatos 
prematuros hospitalizados na UTIN.......................................................... 
 
 
80 
Tabela 05 Estatísticas de teste referente a Escala de Apoio social e variável de 
agrupamento local de moradia................................................................. 
 
 
82 
Tabela 06 Estatísticas de teste referente a Escala de Apoio social e variável de 
agrupamento experiência prévia com filho na UTIN................................ 
 
84 
Tabela 07 Dimensões da Importância do Inventário de Necessidades e Estressores 
de Familiares em Terapia Intensiva (INEFTI) das 90 mães de neonatos 
hospitalizados na UTIN............................................................................ 
 
 
 
88 
Tabela 08 Estatísticas de teste referente ao INEFTI e a Variável de agrupamento: 
Pegou nos braços..................................................................................... 
 
 
91 
Tabela 09 Estatísticas de teste referente ao INEFTI e a Variável de agrupamento: 
tipo de parto............................................................................................ 
 
 
93 
Tabela 10 Estatísticas de teste referente ao INEFTI e a Variável de agrupamento: 
ventilação mecânica................................................................................ 
 
 
95 
Figura 01 Árvore de Similitude das evocações das 90 Mães de neonatos 
prematuros hospitalizados....................................................................... 
 
69 
 
 
 
 
 
x 
 
 
 
Lista de siglas 
 
CCFNI Critical Care Family Needs Inventory 
DATASUS Departamento de informática do Sistema Único de Saúde do Brasil 
EAS Escala de Apoio Social 
INEFTI 
 
Inventário de Necessidades e Estressores de Familiares de Terapia 
Intensiva 
IRAMUTEQ 
 
Interface de R pour les Analyses Multidimensionnelles de Textes et de 
Questionnaires 
MEJC Maternidade Escola Januário Cicco 
OMS Organização mundial de saúde 
PT Pré-termo 
RN Recém-nascido 
RNs Recém-nascidos 
RNPT Recém-nascido Pré-termo 
SGH Síndrome hipertensiva da gravidez 
SUS Sistema Único de saúde 
TCLE Termo de Consentimento Livre e esclarecido 
UCINCa Unidade de Cuidados Intermediários Canguru 
UFRN Universidade Federal do Rio Grande do Norte 
UTI Unidade de Terapia Intensiva 
UTIN Unidade de Terapia Intensiva Neonatal 
 
 
 
xi 
 
 
 
Resumo 
 
Lima, S., E., S. (2020). Maternidade prematura, apoio social e necessidades de mães de 
neonatos hospitalizados na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (Dissertação de 
Mestrado). Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, RN, Brasil. 
 
A maternidade é um período de transição existencial de grande significado para a mulher. Nesse 
sentido, quando há um parto prematuro a mãe precisa se adaptar à nova realidade e se vincular 
a um filho diferente daquele idealizado na gestação com necessidade de suporte e hospitalização 
na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal. Nesse período crítico da vida o apoio social se torna 
primordial, assim como a satisfação das necessidades da puérpera na maternidade. O objetivo 
desta pesquisa é investigar a experiência da maternidade prematura e sua relação com apoio 
social e necessidades de mães de neonatos pré-termos hospitalizados. Trata-se de um estudo de 
caráter analítico, quantitativo e transversal, realizado com 90 mães. Os instrumentos utilizados 
foram: questionário sociodemográfico e clínico da mãe e do neonato, uma entrevista 
estruturada, o inventário de necessidades e estressores de familiares de terapia intensiva e a 
escala de avaliação do apoio social percebido. Os resultados obtidos demonstraram que as mães 
vivenciam a maternidade prematura com muitos medos, inseguranças e tristeza em virtude da 
possibilidade de morte ou agravamento de saúde do neonato. O suporte familiar, do 
companheiro e da equipe de saúde demonstraram ser relevantes durante a internação. Referente 
ao instrumento de apoio social, foi evidenciado um alto escore de todas as dimensões, o apoio 
afetivo e material foram os mais bem pontuados. No tocante as necessidades, todas resultaram 
em alto grau de importância, com as dimensões de segurança e informação melhores pontuadas. 
Verifica-se que uma assistência empática, humanizada e acolhedora deve ser estendida para 
além do cuidado do recém-nascido, ao ser construído estratégicas assistenciais que considerem 
xii 
 
 
 
a experiência em ter uma maternidade prematura, que fortaleça a rede de apoio social, o vínculo 
da mãe com o bebê e a equipe e identifiquem suas necessidades, favorecendo uma vivencia 
mais satisfatória durante o período de hospitalização. 
Palavras-chave: Mães; Unidades de Terapia Intensiva Neonatal; Prematuro; Apoio Social. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
xiii 
 
 
 
Abstract 
 
Lima, S., E., S. (2020). Premature motherhood, social support and needs of mothers of 
newborns hospitalized in the Neonatal Intensive Care Unit (Master's Thesis). Federal 
University of Rio Grande do Norte, Natal, RN, Brazil. 
 
Motherhood is a period of existential transition of great significance for women. In this sense, 
when there is a premature birth the mother needs to adapt to the new reality and connect with a 
child different from that idealized in pregnancy, and needs support with hospitalization in the 
Neonatal Intensive Care Unit. In this critical period of life, social support becomes paramount, 
as well as the satisfaction of the postpartum woman's needs in motherhood. The aim of this 
research is to investigate the experience of premature motherhood and its link with social 
support and needs of mothers of preterm hospitalized neonates. This is an analytical, 
quantitative and cross-sectional study conducted with 90 mothers. The instruments used were: 
sociodemographic and clinical questionnaire of the mother and newborn, a structured interview, 
the inventory of needs and stressors of intensive care family members and the scale of 
evaluation of perceived social support. The results showed that mothers experience premature 
motherhood with many fears, insecurities and sadness due to the possibility of death or 
worsening of the newborn's health. Family, partner and health team support proved to be 
relevant during hospitalization. Regarding the social support instrument, a high score of all 
dimensions was evidenced, affective and material support were the highest scores. Regarding 
the needs, all resulted in a high degree of importance, with the dimensions of security and 
information better scored. It is verified that an empathic, humanized and welcoming care should 
be extended beyond the care of the newborn, when it is constructed care strategies that consider 
the experience of having a premature maternity, that strengthens the social support network, the 
xiv 
 
 
 
bond of the mother with the baby and the team and identify their needs, favoring a more 
satisfactory experience during the hospitalization period. 
Keywords: Mothers; Neonatal Intensive Care Units; Premature; Social Support. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
xv 
 
 
 
Sumário 
 
Epígrafe ........................................................................................................................ v 
Agradecimentos ............................................................................................................ vi 
Lista de Tabelas e Figuras .............................................................................................ix 
Lista de siglas ................................................................................................................ x 
Resumo ........................................................................................................................ xi 
Abstract ...................................................................................................................... xiii 
1 Introdução ........................................................................................................... 17 
2 Justificativa .......................................................................................................... 21 
3 Revisão de literatura ............................................................................................. 23 
3.1 Maternidade, prematuridade e hospitalização do neonato na UTIN ............................. 23 
3.2 Experiência da maternidade prematura e luto materno ................................................. 31 
3.3 Apoio social de mães de neonatos prematuros hospitalizados na unidade de terapia 
intensiva neonatal ............................................................................................................................ 37 
3.4 Necessidades de mães de neonatos prematuros na unidade de terapia intensiva 
neonatal ............................................................................................................................................ 42 
4 Objetivos .............................................................................................................. 47 
4.1 Objetivo geral ...................................................................................................................... 47 
4.2 Objetivos específicos ........................................................................................................... 47 
5 Método ................................................................................................................. 48 
5.1 Desenho do estudo ............................................................................................................... 48 
5.2 Local da pesquisa ................................................................................................................ 48 
5.3 Participantes da pesquisa ................................................................................................... 48 
5.4 Instrumentos de coleta de dados ........................................................................................ 50 
5.5 Procedimento de coleta de dados ....................................................................................... 53 
5.6 Análise dos dados ................................................................................................................ 55 
5.7 Aspectos éticos ..................................................................................................................... 57 
6 Resultados e discussão .......................................................................................... 58 
6.1 Objetivo específico 01: Caracterizar os dados sociodemográficos e de saúde das mães e 
dos neonatos prematuros hospitalizados na unidade de terapia intensiva neonatal ................. 58 
6.2 Objetivo específico 02: Investigar a experiência da maternidade prematura em mães de 
neonatos pré-termos hospitalizados ............................................................................................... 67 
xvi 
 
 
 
6.3 Objetivo específico 03: Analisar o apoio social das mães de bebês prematuros na 
unidade de terapia intensiva neonatal ........................................................................................... 79 
6.4 Objetivo específico 04: Identificar as necessidades das mães de neonatos prematuros 
hospitalizados ................................................................................................................................... 87 
7 Considerações finais ............................................................................................. 97 
Referências ................................................................................................................ 102 
APÊNDICE A – Termo de consentimento livre e esclarecido – TCLE .......................... 115 
APÊNDICE B – Entrevista Estruturada ..................................................................... 119 
APÊNDICE C - Dados sóciodemográficos e de saúde da mãe e do bebê ....................... 120 
ANEXO A - Escala de apoio social (Griep, 2003) ........................................................ 122 
ANEXO B - Inventário das Necessidades e Estressores de Familiares em Terapia Intensiva 
(INEFTI) (castro, 1999).............................................................................................. 123 
ANEXO C – Comprovantes de produtividade no mestrado ......................................... 125 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
17 
 
 
 
1 Introdução 
 O nascimento de um filho representa, muitas vezes, a concretização de um sonho para 
a mulher, provocando um processo de adaptação e ajustamento. Esta experiência vem 
acompanhada de fantasias de continuidade e imortalidade dos pais que, de forma consciente e 
inconsciente, tecem uma rede de expectativas e desejos em torno do bebê (Lourenço, 2013; 
Maldonado, 2017). 
Nesse sentido, a prematuridade, definida pelo parto pré-termo, ocorrido com menos de 
37 semanas de idade gestacional (Brasil, 2014), pode despertar nos pais ansiedade e estresse, 
por aumentar tempo de hospitalização do recém-nascido (RN), pela fragilidade e risco de vida 
característico dessa condição. A mãe, enquanto cuidadora principal, permanece maior tempo 
na maternidade acompanhando o filho, depara-se com rotina hospitalar, distância de familiares, 
risco de morte do bebê, dentre outros elementos considerados estressores que impactam no seu 
bem-estar durante a hospitalização (Brasil, 2017; Flach, Lobo, Potter, & Lima, 2012; Ramos & 
Cuman, 2009). 
A prematuridade é um dos grandes problemas de saúde pública mundial e uma das 
principais causas de óbito neonatais e mortalidade infantil (Brasil, 2014; França et al., 2017; 
Lansky et al., 2014). Segundo a Organização Mundial da Saúde, ocorrem, a cada ano, 15 
milhões de nascimentos de neonatos prematuros, referente as mortes, no ano de 2015, 
aproximadamente 1 milhão ocorreram como consequência da prematuridade (WHO, 2016). 
Os dados do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF, 2010) são apresentados, 
com base nas estimativas da OMS e do Maternal and Child Epidemiology Estimation Group 
(MCEE), abordando as principais causas dos óbitos neonatais em nível mundial. Os resultados 
apresentam que as complicações do nascimento prematuro correspondem a 35% como principal
18 
 
 
 
causa de óbitos, seguidos por complicações relacionadas ao parto (24%), sepses (15%), 
anormalidades congênitas (11%), pneumonia (6%), diarreia (1%), tétano (1%) e outros (7%). 
Dados do Departamento de informática do Sistema Único de Saúde do Brasil 
(DATASUS, 2020) referente ao período entre 2014 e 2018, apontam que o número de RN 
prematuros no Brasil correspondeu a 1.618.245, destaca-se que a região Sudeste apresentou a 
maior incidência. No Nordeste, foram registrados 452.917 casos de neonatos pré-termos, 
estatísticas especificas para o estado do Rio Grande do Norte evidenciou 30.358 casos, ou seja, 
sendo 15% da taxa total da região. 
Com o nascimento pré-termo do filho, há um rompimento da idealização acontecida com 
o parto antes do tempo planejado, fator que pode dificultar a vinculação na relação materno-
filial. Ao mesmo tempo em que é incentivado o cuidado, com propósito de fortalecimento do 
vínculo mãe-bebê, é vivenciado uma insegurança com a possibilidade de óbito do filho. Nesse 
sentido, é necessário um investimento emocional no RN, apesar da busca em se proteger de um 
possível luto, como consequênciada sua perda, caso ocorra o óbito (Martins, 2000; Scarabel, 
2011). 
O nascimento prematuro é uma condição que possui alto índice de letalidade para o bebê, 
consequentemente é um grande gerador de ansiedades, medos e inseguranças materna. Com a 
internação do RN na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN), muitos pais, ao terem a 
percepção consciente do risco de perda, podem passar por um processo de luto antecipatório 
com sentimento de tristeza e preparação em virtude da possibilidade de morte do neonato (Flach 
et al., 2012; Lindemann, 1944; Valizadeh, Zamanzadeh, & Rahimina, 2013). 
É fundamental, que a experiência em ter um filho antes do tempo planejado, não 
prejudique na vinculação da mãe com o bebê e desenvolva uma relação de apego, que contribua 
para a recuperação e desenvolvimento do RN. Aceitar a realidade em que se vive, é uma 
19 
 
 
 
estratégia para que se consiga elaborar o luto pelo filho idealizado, aquele bebê imaginado como 
lindo e saudável e por fim buscar recursos para enfrentamento desse período crítico. Para tanto, 
é importante que os pais se apeguem ao bebê prematuro e consigam se vincular, estabelecendo 
uma relação com o bebê real, que tem necessidades de cuidados intensivos, são frágeis e 
requerem o suporte tecnológico da UTIN (Tinoco, 2015). 
Salienta-se que uma hospitalização na UTIN frustra as expectativas dos pais por não 
poderem levar o seu filho para casa, no tempo e na forma que foi planejada. A mãe, por sua 
vez, não consegue vivenciar a maternagem da maneira que idealizou durante a gestação, 
gerando sofrimento emocional por não conseguir exercer o papel materno (Cartaxo et al., 2014; 
Lima, Mazza, Mór, & Pinto, 2017; Oliveira, Veronez, Higarashi, & Corrêa, 2013; Veronez, 
Borghesan, Corrêa, & Higarashi, 2017). 
A UTIN com ajuda dos avanços tecnológicos, foi se tornando bem equipada e 
contribuindo para um melhor suporte ao paciente crítico. Em contexto neonatal favoreceu para 
um aumento da sobrevida dos neonatos prematuros, principalmente aqueles menores e de baixo 
peso. A princípio o foco da assistência era os aspectos biológicos, visando a manutenção da 
vida, prevenção de infecções e diminuição da morbimortalidade. Expandiu-se o olhar, 
objetivando, para além dos aspectos supracitados, a construção de protocolos e uma melhor 
qualidade de vida para o RN. Nesse sentido, novas tecnologias, a presença de diversas 
categorias profissionais e participação constante dos pais representam uma nova realidade de 
cuidado para os bebês críticos na unidade (Costa & Padilha, 2011; Ribeiro, Silva, Santos, Luz, 
& Coêlho, 2016;). 
A mãe, na maioria das vezes, é a principal cuidadora do filho RN prematuro internado na 
UTIN, mas, também, necessita de cuidados da equipe e da família. Aquelas que se sentem 
apoiadas, enfrentam os períodos críticos de forma mais positiva (Viana, 2005), quando se tem 
20 
 
 
 
uma rede de apoio sociofamiliar fortalecida, as mulheres podem sentir-se seguras, com 
sustentação para construir novas representações psíquicas diante da prematuridade e 
hospitalização do filho, iniciando a interação mãe-bebê (Brasil, 2017). 
Referente ao apoio social, ele pode ser considerado um fator de proteção para a mulher 
que tem um filho prematuro, beneficiando a relação materno-filial. A percepção insatisfatória 
por parte da mãe da ausência de apoio social pode se configurar como fator de risco (Dantas, 
Araújo, Paulino, & Maia, 2012) 
Reconhecer a importância das necessidades das mães durante a hospitalização na UTIN 
é de grande relevância para alcançar um cuidado humanizado e empático, com suporte 
adequado e comunicação clara que contribua para uma assistência acolhedora com 
comunicação efetiva, favorecendo para uma experiência menos traumática nesse período de 
crise (Soares, Santos, & Gasparino, 2010). 
Por fim, é de grande relevância analisar como as mães experienciam e significam suas 
vivencias da maternidade prematura e hospitalização do filho, entendendo os fatores que podem 
ser facilitadores nesse período, o papel do apoio social e das necessidades. Para construções de 
evidencias cientificas que forneçam melhores condições de cuidado assistencial a todos os 
atores envolvidos com o RN. 
 
 
 
 
 
 
21 
 
 
 
2 Justificativa 
Estudar a maternidade prematura é adentrar em um universo do torna-se mãe antes do 
tempo e planejamento previsto, experiência mobilizadora que traz implicações nas diversas 
áreas da vida da mulher. Nesse sentido, esse estudo se justificativa por buscar uma compreensão 
desse período crítico vivenciado por essas mulheres que tem nascimento pré-termo (PT) do 
filho e internação na UTIN. 
Balbi, Carvalhaes e Parada (2015) realizaram um estudo epidemiológico com objetivo de 
analisar a frequência de nascimento prematuros, identificou os fatores de riscos e evolução 
destes durante uma década, período de 2001, 2005 e 2010, destacou cinco fatores associados 
ao maior risco de parto PT, são eles: o parto cesáreo; nascimento em hospital de referência para 
gravidez de alto risco; realização de menos de sete consultas pré-natais; idade materna igual ou 
superior a 35 anos e gemelaridade. 
No estudo supracitado é ressaltado que entre os fatores, os três primeiros são passiveis de 
intervenções no âmbito dos serviços de saúde, com relação direta a qualidade da atenção 
obstétrica. Os fatores relacionados a idade superior a 35 anos e gemelaridade, não recebem 
tantas modificações referente as ações dos serviços de saúde por ter relação com os aspectos 
socioculturais e biológicos, respectivamente. Por fim, é apontado que a relação entre parto 
cesáreo e nascimento PT é evidenciado mundialmente, dados que corroboram com os achados 
desse estudo que enfatiza a importância de ações voltadas para redução de partos cesáreos como 
medida de reduzir as taxas de prematuridade (Balbi et al., 2015). 
Nesse sentido, ao ser considerado os dados da literatura cientifica, almeja-se contribuir 
com uma mobilização mais efetiva de recursos cognitivos, emocionais e sociais para 
enfrentamento da situação e atravessamento desse período crítico sem comprometimento do 
22 
 
 
 
vínculo mãe-bebê. Entender as implicações e repercussões do ser mãe de recém-nascido 
prematuro (RNPT) se faz importante para construção de estratégias e intervenções adequadas a 
essa realidade. 
Faz-se necessário identificar as reações psicológicas e cognitivas de mães por parte da 
equipe de cuidado a saúde. O reconhecimento das suas experiências com nascimento prematuro, 
a mensuração de seu apoio social percebido e as necessidades durante a hospitalização do filho. 
Para que assim possa fornecer melhores serviços e apoio prático ao ajudá-las na adaptação com 
essa nova realidade e consequentemente contribua para o enfrentamento necessário para 
atravessar essa fase da vida. 
A pesquisa torna-se importante em nível social e cientifico por buscar contribuir com 
novos conhecimentos no acolhimento de mães de RNPT hospitalizados na UTIN. Tais achados 
serão importantes para produção acadêmica e, consequentemente, as equipes de saúde, ao 
estabelecer adaptações e estratégias de cuidado assistencial para aqueles que enfrentam a 
internação do bebê, em especial, as mães (Monteiro, Magalhães, & Machado, 2017). 
A experiência do pesquisador enquanto residente multiprofissional em psicologia na 
instituição em estudo, com foco na UTIN, despertou a inquietação para um maior 
aprofundamento na análise da experiência materna frente o nascimento antes do tempo 
planejado. Investigar o apoio social e as necessidades foi um dos fatores levando em 
consideração, uma vez que, tais constructos repercutem no cotidiano dos cuidados com o filho 
hospitalizado. Considerando tal realidade tem-se, como questão de pesquisa, analisar qual a 
experiência da maternidade prematura e sua relação com apoio social e necessidades de mães 
de neonatos pré-termos hospitalizados.23 
 
 
 
3 Revisão de literatura 
3.1 Maternidade, prematuridade e hospitalização do neonato na UTIN 
 A maternidade é considerada uma experiência de grande importância para o ciclo vital, 
conferindo a mulher uma possibilidade de atingir novos níveis de integração, amadurecimento 
e desenvolvimento da personalidade. Nesse sentido, a gravidez é um período de transição 
existencial gerador de fortes emoções e ambivalência afetiva para os pais (Maldonado, 2017). 
Tornar-se mãe é um fenômeno sociocultural de grande complexidade, que transcende o 
aspecto biológico, uma vez que suas repercussões se relacionam, também, aos aspectos 
neurológicos, psicológicos, afetivos, sociais, culturais e relacionais da gestante. Trazendo um 
desafio para a mulher; preparando-a para desempenhar um novo papel com a chegada de um 
filho (Cáceres-Manrique, Molina-Marín, & Ruiz-Rodríguez, 2014; Tinoco, 2013). 
A futura mãe, busca se adaptar a essas transformações, à medida que se percebe 
responsável por si e também pelo novo bebê que está sendo concebido. Consequentemente, há 
uma influência nas relações com o seu companheiro/ pai da criança e todos familiares, como 
reflexos desses novos reajustes (Martins, 2000). 
Um estudo realizado na Colômbia, com 18 mulheres, que objetivou investigar o 
significado da maternidade, trouxe como resultado que o período gestacional é tido como um 
processo dinâmico de transformações. As mães apresentaram sentimentos como preocupações 
referentes as responsabilidades, necessidades e adaptações às novas demandas trazidas. 
Considerado um período de formação de novos laços para gestantes, seja na relação mãe-bebê, 
com o pai da criança, assim como pode proporcionar o fortalecimento de relações com os 
familiares. Foi percebido, também, sentimentos positivos como felicidade, alegria e satisfação, 
24 
 
 
 
assim como, preocupação e angústia vivenciada pelas gestantes (Cáceres-Manrique et al., 
2014). 
É importante pontuar que, culturalmente, a mulher tem uma forte ligação com o papel 
de mãe, ou seja, a relação de gênero e a subordinação da mulher, esteve fortemente definida, 
durante séculos, por meio da maternidade (Badinter,1985). A função delas restringia-se a 
procriação, condição que foi se modificando por volta do século XIX, diante das novas 
condições de vida econômica e política que atraia cada vez mais o homem para fora de casa, 
delegando para a mulher uma função de educadora, a maternidade que antes tinha uma função 
biológica, passou agora a ter uma função social (Maldonado, 2017). 
É relativamente novo, na história da civilização ocidental, a exaltação de um amor 
materno, o sentimento de família, sua importância e configuração, representada por pai, mãe e 
filho (Martins, 2000; Mora & Araújo, 2004). Ariès (2006), coloca que, na idade média, a 
instituição denominada família possuía pouco valor. As crianças depois de um certo tempo de 
cuidado familiar, por volta dos 7 a 9 anos de idade, eram enviados para casa de outras pessoas, 
consideradas aprendizes, permaneciam até em torno dos 14 anos. 
 Ressalta-se que na idade medieval a criança não possuía uma clara distinção entre os 
adultos. A sua alimentação era fornecida através das amas de leite, suas mortes eram 
consideradas naturais e não sensibilizavam a sociedade. Práticas como abordo e infanticídio 
eram aceitas pela sociedade. A partir do século XV, quando a educação das crianças ficou 
responsável pelas escolas, houve uma preocupação em isolá-las do mundo dos adultos. Nesse 
momento, elas passam a ser o centro das atenções familiares (Ariès, 2006). 
Badinter (1985) desmistifica a tese defendida por muitos autores enquanto um amor 
materno instintivo. A autora traz que este sentimento não passa de uma construção sociopolítica 
com modificações ao longo do tempo, defendendo que o amor materno era um sentimento, 
25 
 
 
 
assim como outros, que sofria transformações, não se configurando como instinto, para tanto, 
a noção de maternidade teve influência religiosa, social, moral e econômica, condicionado não 
somente a história das mães, mas também a própria história. 
Cabe salientar que o desinteresse pela criança foi colocado por Ariès (2006) como uma 
forma dos pais se protegerem do sofrimento que poderia ser causado pela morte dos filhos, 
considerando os altos índices de mortalidade infantil que era comum até o final do século XVIII. 
Transformações ocorreram, ao longo do tempo, com implicações na relação de cuidado da mãe 
com o filho, assim como o status diferenciado que a criança adquiriu na família. 
A mulher começou a educa-los e amamenta-los, exercendo o papel do que seria uma 
boa mãe. Essa relação que envolve, cuidado, amamentação e amor, proporciona uma relação 
mais próxima entre mãe-bebê. A partir do século XX cada filho é considerado insubstituível, 
os pais passam a realizar o cuidado, dando assistência física e emocional, e sua perda passa a 
ser sentida com dor e sofrimento (Maldonado, 2017). 
Essas transformações históricas fazem com que novas configurações sejam adotadas no 
cuidado e atenção dada a criança, assim como na posição da mulher na contemporaneidade. 
Estas que continuam lutando pela igualdade plena de direitos, encontram o desafio diário 
enquanto mãe, cuidadora dos filhos, do lar e trabalhadora, tarefas de grandes exigências, com 
necessidades de reformulações dessa vivência da maternidade e, consequentemente, do papel 
de mãe (Vectore, Souza, Pavanin, & Silva, 2018). 
As crianças adquiriram um novo lugar no seio familiar e os sentimentos nutridos pela 
mãe, pai e familiares, por ter um nascimento que provoque risco de vida ao RN, pode despertar 
na dinâmica familiar emoções ambíguas, sentimentos desagradáveis, tensão e apreensão. Nessa 
perspectiva, ter um nascimento prematuro além de romper com a gestação, há uma interrupção 
da gravidez psíquica. As mães vivenciam sentimentos tais como insegurança, culpa, ansiedade, 
medo, impotência, angústia de separação e perda, diante dessa experiência inesperada. É 
26 
 
 
 
necessário reajustes e adequações, fundamental para o atravessamento e aceitação dessa nova 
realidade (Martins, 2000; Tinoco, 2013). 
As repercussões de um nascimento prematuro são amplas, exigindo uma atenção 
especializada, por a prematuridade agregar fatores que envolvem além dos riscos fisiológicos 
apresentados ao bebê, trazendo uma situação de vulnerabilidade que envolve, também, a 
dimensão social, política e institucional. Com o nascimento prematuro as mães vivenciam uma 
quebra do simbolismo social que apresenta a maternidade como um ato soberano (Souza, 
Araújo, Costa, Carvalho, & Silva, 2009). 
O parto prematuro ou pré-termo (PT), conceitua-se como aquele que ocorre antes das 37ª 
semanas gestacional (36 semanas e 6 dias). Uma gestação considerada a termo, pode variar de 
37 semanas a 41 semanas e 6 dias, após esse período a gestação é denominada como pós-termo. 
Em virtude da prematuridade é comum que os recém-nascidos (RNs) tenham baixo peso, 
quando peso inferior a 2500 gramas. Ao nascer quando o RN possuir peso menor de 1500g ou 
menor que 1000g, são classificados, respectivamente, como de muito baixo peso e extremo 
baixo peso (Brasil, 2014; Faria & Aguiar, 2010). 
Alguns fatores possuem relação com o nascimento PT, dentre eles estão o aumento do 
número de gestações gemelares; gestação em mulheres com idade superior a 35 anos; as novas 
tecnologias de fertilização; aumento de indicações médicas para parto cesáreo, assim como uma 
parcela sem causa claramente definida. Foi observado em um estudo realizado com RNPT 
tardio (cujo nascimento se dá entre 34 a 36 semanas gestacional e 6 dias), que a mortalidade 
infantil e a neonatal é três vezes superior comparado aos RNs a termo (Araújo et al., 2012). 
O nascimento do RN antes das 37 semanas gestacional, bem como os bebês que nasceram 
com baixo peso e muito baixo peso, possuem uma associaçãocom as causas de mortalidade 
neonatal. Outros fatores, também estão relacionados aos óbitos neonatais, dentre eles as 
27 
 
 
 
características maternas, alguma patologia ou malformação, etc. (Assis, Machado, & 
Rodrigues, 2008; Balbi et al., 2015). 
Mesmo em situação em que a gravidez é tida como de risco gestacional, o nascimento 
prematuro impacta a mãe, especialmente pelo risco de morte e/ou de sequelas que os bebês PT 
e/ou de baixo peso são mais vulneráveis. Alguns estudos, consideram como traumático essa 
experiência de ter um parto prematuro (Ferrari & Donelli, 2010; Pinto et al., 2004; Souza et al., 
2010; Tinoco, 2013; Veronez, et al., 2017). Identificou-se uma associação com as expectativas, 
reações e sentimentos maternos considerados negativos quando se tinham um filho RN com 
menor peso ao nascimento, menor idade gestacional e maior tempo de internação na UTIN 
(Pinto et al., 2009). 
Maldonado (2017) aborda que a gravidez pode ser considerada um momento de transição 
existencial, por ser um período de passagem de uma situação para outra que acontece de modo 
suave. No entanto, pode se configurar como um período de crise, a exemplo, quando se tem um 
nascimento de um filho prematuro, trazendo para essa experiência um caráter mais intenso, 
podendo ser considerado um evento traumático, uma crise imprevisível, esse termo, segundo a 
autora foi cunhado inicialmente por Caplan e Lindemann. 
A gestação de alto risco é um dos principais fatores que influencia para o nascimento 
prematuro do bebê. No Brasil, aproximadamente 15% das gestações são caracterizadas como 
de alto risco, com os diagnósticos de diabetes gestacional e as síndromes hipertensivas da 
gravidez (SHG) como as causas mais frequentes indicativas dessa condição (Brasil, 2010). 
A prematuridade é considerada a principal causa de mortalidade infantil (Araújo, et al, 
2012). No Brasil 38% do nascimento PT relaciona-se as consequências das SHG. Como 
consequência, uma gestação de alto risco repercute na mulher com questionamentos emocionais 
e espirituais, podendo afetar na sua saúde e do bebê (Souza, Araújo, & Costa, 2011). 
28 
 
 
 
A UTIN é um espaço destinado para o cuidado do RNPT e/ou de baixo peso e aqueles 
que possuem alguma patologia que necessita de cuidados intensivos. Exigindo, especialmente 
da mulher, uma permanência no hospital para auxiliar nos cuidados do filho, com submissão de 
rotina hospitalar, afastamento dos familiares e inibição do contato natural da díade mãe-bebê. 
Esse ambiente pode ser considerado assustador para muitas mães, tornando sua experiência 
estressante, geradora de insegurança quanto à sobrevivência do filho (Veronez et al., 2017; 
Souza et al., 2009). 
A hospitalização do neonato prematuro na UTIN provoca na mãe vivencia de dor e 
conflito, com sentimento de incapacidade, culpa e medo da perda do filho, esse que passa por 
diversos procedimentos e intervenções diariamente, desfazendo os sonhos e idealizações 
construído durante a gestação. Toda essa situação causa um impacto e sofrimento, com altos 
níveis de ansiedade e depressão, sendo fundamental um cuidado especializado e apoio da equipe 
e família para os pais, em especialmente, para a mãe que vivencia de forma mais intensa essa 
experiência (Cartaxo, Torquato, Fernandes, & Freire, 2014). 
Apesar da UTIN ser destinada aos cuidado e recuperação do neonato, muitas vezes, ela 
é percebida, pelos pais, como um ambiente gerador de sofrimento e possibilidade de óbito do 
filho (Ued et al., 2019). A internação nesta unidade gera uma sobreposição de perdas, seja 
relacionada ao bebê idealizado, que foi perdido, assim como, pela impossibilidade de estar em 
casa cuidando do filho (Veronez et al., 2017). 
Um estudo de revisão elegeu a tristeza como o sentimento mais presente manifestado 
pelas mães durante a hospitalização do filho na UTIN. Em virtude da experiência em vê-lo na 
incubadora, assegurado por equipamentos e procedimentos complexos que evidenciam um bebê 
frágil submetido diariamente a tratamentos invasivos (Santos & Teixeira, 2017; Souza et al., 
2011). 
29 
 
 
 
Souza et al. (2011), realizaram um estudo com 70 puérpera que vivenciou gestação de 
alto risco, culminando no nascimento prematuro do filho e sua internação na UTIN, as mães 
sofriam de quadro hipertensivo. Como resultado observou-se que 85% trouxeram um discurso 
de culpabilização, por não ter conseguido seguir a dieta, repouso e orientações fornecidas para 
controle da hipertensão no período pré-natal, com atribuição a si da responsabilidade por não 
ter sustentado a gestação. Cabe salientar que a morte foi uma palavra de grande representação 
trazida pelas mães, nesse estudo, em todas as classes analisadas, considerada a representação 
mais forte referente a gravidez com a SHG e parto PT, outros sentimentos também surgiram 
como; angústia, sofrimento, dúvidas, medo e esperança 
Lima e Smeha (2019), realizaram um estudo investigando a experiência da maternidade 
diante da internação do bebê em cuidados intensivos, abordando a diversidade de sentimentos 
vivenciados pela mãe, com a interrupção da gravidez, tais como: medo; insegurança; temor da 
morte do bebê; impotência e culpa, muitos desses sentimentos observados em outras pesquisas 
da área. Outros resultados desse estudo dizem respeito a dificuldade de não poder levar o filho 
para casa após o nascimento; preocupação com os filhos que estão em casa; necessidades de 
cuidado e apoio da mãe e do marido; assim como sensação de perda de controle diante dessa 
situação adversa. A equipe de saúde, também, foi apontada como figura de grande importância 
no manejo com as mães e familiares para minimização do sofrimento. 
Em um estudo realizado com objetivo de verificar as percepções das mães na primeira 
visita do filho na UTIN, foi verificado sentimentos que antecediam a visita como; medo, 
ansiedade, temor e desespero, com a primeira visita sendo marcada pelo forte impacto ao ver o 
filho internado. Também, foi identificado sentimento de grande tristeza por ser afetado os 
planos e a rotina familiar. Reafirmando, o que apontam alguns estudos que a internação do filho 
pode ser considerada uma experiência frustrante, especialmente para a mãe que não consegue 
exercer a maternidade da forma que foi planejada, impactando na autonomia da mulher que 
30 
 
 
 
transfere os cuidados do filho para a equipe de saúde, assim como há uma frustração e quebra 
de expectativa gerada por a mãe não poder, muitas vezes, pegar o bebê no colo e amamentá-lo 
(Ued et al., 2019). 
Relativo a amamentação do RN na UTIN, foi realizado um estudo qualitativo, com 20 
mães, pode-se perceber que em 85% das participantes desse estudo, identificou-se algum tipo 
de sentimento, considerados positivos e negativos, referente ao ato de amamentar. Entre eles 
estão; sentimento de insegurança, pela falta de habilidade de cuidar de um bebê prematuro, por 
ser muito pequeno e frágil, angústia e sofrimento pela internação do filho. Os sentimentos 
positivos, que ocorreram com maior frequência, referem-se à “sensação boa”, “prazer”, “amor”, 
“aproximação”, etc. (Cruz & Sebastião, 2015). 
O sentimento de insegurança das mães, com os cuidados do bebê RN e a internação na 
UTIN, também foi identificado no estudo realizado por Fraga, Dittz e Machado (2019), apesar 
de vivenciarem alegria, o medo e a insegurança são marcantes por temerem não conseguir 
cuidar do filho diante de sua fragilidade de saúde. Para as participantes, deste estudo, a 
maternidade é compreendida como uma dádiva, que demanda carinho, amor e responsabilidade. 
Os achados também evidenciaram que a maternidade não é concebida a priori, e sim, através, 
das vivências anteriores e da relação estabelecida com o filho. E especificamente a 
hospitalização, todas as mães relataram sentimentos de medo, preocupação, angústia, 
apreensão, frustração, tristeza e impotência. 
Henrich, Schaefere Donelli, (2017) realizaram um estudo exploratório e longitudinal, 
com investigação dos sentimentos das mães na hospitalização do filho PT durante o seu 
primeiro ano de vida. Evidenciou-se uma sobrecarga emocional vivida na internação, que pode 
comprometer a execução do papel materno, tais sentimentos de inconformidade foram 
percebidos após a alta hospitalar, no entanto, com menor intensidade. Apesar das 
particularidades vividas por cada mãe na maternidade e cuidado do filho, tem-se a intensa 
31 
 
 
 
ansiedade de separação como um ponto em comum observado em todas elas, na relação de 
cuidado exercido após a alta hospitalar do filho. 
Brazelton (1988) afirma que o apego é de fundamental importância na manutenção dos 
vínculos saudáveis entre mãe e bebê. Os cuidados parentais fornecidos ao filho caracterizam 
como aprendizado importante sobre como lidar com a cólera, frustração, o desejo de fugir do 
papel, assim como de abandonar a criança. A relação entre o apego e os cuidados parentais 
favorecem com que os pais consigam perceber as recompensas dos sentimentos que emergem 
da criação com o filho, proporcionando um equilíbrio necessário para a manutenção de cuidado 
e vinculação parental, uma vez que é defendido que o amor é um processo de aprendizado; onde 
aprende-se a conhecer a si mesmo e ao bebê. 
O estabelecimento do vínculo ocorre muito antes do nascimento do filho, presente no 
desenvolvimento do apego materno-fetal com a representação cognitiva do bebê no imaginário 
da mãe como adaptação a gravidez (Schmidt & Argimon, 2009). O desenvolvimento do vínculo 
após o nascimento do filho é de grande importância, por dar continuidade a relação de cuidado, 
seja pelos pais ou substitutos, com o objetivo de ofertar conforto, carinho e proteção. A 
reciprocidade dos pais na busca de responder as necessidades da criança a proporciona 
segurança, bem-estar e um senso de confiança, essa relação de apego influencia no 
estabelecimento e rompimento dos vínculos afetivos presente durante toda a vida do indivíduo 
(Ainsworth, 1994; Bowlby, 1989). 
3.2 Experiência da maternidade prematura e luto materno 
Ter um filho, antes do tempo planejado, traz repercussões psicológicas diversas para a 
mãe, pai e familiares do neonato, além de outras implicações de ordem social, econômica, 
relacional, etc. O nascimento prematuro desperta o temor da incerteza diante do risco de vida 
provocado pela própria condição frágil de saúde do RN. 
32 
 
 
 
Enfrentar essa situação é difícil, principalmente, quando é necessária uma internação 
imediata na UTIN, após o nascimento, frustrando as expectativas e sonhos dos pais. A mãe se 
depara com uma situação que não foi imaginada, vivenciar a maternidade nesse contexto 
gerador de medos, inseguranças e incertezas em relação à sobrevivência do filho (Veronez et 
al., 2017). 
O nascimento do bebê antes do tempo planejado, faz com que a mãe tenha que lidar com 
a fantasia criada da maternidade idealizada que, consequentemente reflete no luto do bebê ideal, 
saudável e desejado, assim como pela perda do ser mãe ideal (Tinoco, 2013). Nesse sentido se 
faz importante que a mãe, enquanto cuidadora, consiga responder aos sinais emitidos pelo bebê, 
tornando-se uma figura sensível, e estabeleça uma interação social, desenvolvendo o 
comportamento de apego (Ainsworth, 1979). Para tanto, é fundamental a facilitação da 
aproximação e cuidado da mãe com o bebê, contribuindo na formação de um lanço de afeto 
entre ambos, uma vez que o vínculo pode ser comprometido pelas desordens causadas pelo 
nascimento prematuro (Veronez et al., 2017). 
Todo esse cenário pode despertar na mãe, uma vivência do luto do ideal da gestação, por 
não ter conseguido gerar um filho de acordo com suas expectativas, no tempo e da forma que 
se planejou. Vivenciando uma ambiguidade, referente ao nascer e morrer, que se colocam 
juntos, uma vez que ao nascimento prematuro apresenta um potencial risco de óbito para o bebê 
(Scarabel, 2011). 
Nesse sentido a maternidade pode se tornar uma ameaça para os pais, provocado medo 
pela possibilidade de morte do filho PT, podendo dificultar a formação de vínculos saudáveis 
com o bebê, diante dos diversos aspectos que caracterizam esse período, a exemplo a separação 
precoce de ambos, muitas vezes, provocando uma vivência do luto, com uma difícil tarefa para 
33 
 
 
 
os pais, querer se apegar ao filho ao mesmo tempo que temem sua morte (Henrich et al., 2017; 
Martins, 2000). 
Em séculos passados, havia um sentimento de indiferença relativo a perda do filho, 
principalmente pelos altos índices de mortalidade infantil comum até o fim do século 18. O 
desinteresse pelas crianças era uma maneira dos pais se preservarem de qualquer sentimento 
relativo ao luto pela sua morte, defendendo-se do sofrimento provocado pela perda caso fosse 
estabelecido o sentimento de apego da mãe e pai com o filho (Ariés, 2006; Badinter, 1985). 
A literatura evidencia, referente a perda de um filho, que a vivência do luto se torna mais 
complicada, percebida como uma monstruosidade, considerada, para muitas pessoas, um 
sentimento de pesar mais atormentador e doloroso. Havendo uma quebrar da lógica da ordem 
natural das coisas, onde os pais que são mais velhos morrem primeiro que os filhos (Flach et 
al., 2012; Iaconelli, 2007; Parkes, 2009; Viorst, 2005). 
Destaca-se que quanto maior a vinculação, maior será a energia necessária para o 
desligamento, provocado pelo rompimento definitivo do vínculo significativo. Relativo aos 
sentimentos de perdas, quando ela acontece intraútero ou no período perinatal, as mães são mais 
afetadas com óbito do bebê, em comparação aos pais. Quando o óbito ocorre com os filhos 
mais velhos, há uma semelhança na vivencia da perda entre pai e mãe (Parkes, 2009). Estudo 
destaca que o luto é mais intenso quanto menor for a idade dos filhos ou quando o filho é 
natimorto (Paris, Montigny, & Pelloso, 2016). 
 É importante destacar que o luto é considerado uma profunda transição existencial, que 
tem diferentes repercussões psicológicas, comportamentais, emocionais, sociais, familiares, 
espirituais e físicas, incluindo efeitos no sistema imunológico. Esse conjunto de reações são 
respostas universais e naturais frente a morte de uma pessoa querida ou perdas significativas na 
vida (Kóvacs, 2008; Parkes, 1998). 
34 
 
 
 
Bowlby trouxe contribuições significativas para a compreensão do processo de luto, 
estabelecendo algumas fases como: choque e negação diante da perda de figura de vinculação; 
protesto, na tentativa de conseguir a figura perdida; desespero e desorganização; e, por fim, 
reorganização com tentativa de retorno as atividades sem a pessoa perdida (Bowlby, 1985, 
1990). Seu legado é importante para o entendimento da formação e rompimentos dos vínculos 
afetivos, mesmo que a experiência de luto seja singular e particular, vivido de forma não linear. 
Alguns estudos evidenciam que a situação de crise provocada pelo nascimento 
prematuro e internação do neonato na UTIN pode manifestar uma vivência de luto diante do 
potencial risco de vida provocado pela fragilidade de saúde característico dessa condição. 
Nessas circunstâncias, é realizado um trabalho de luto como preparação para um possível óbito, 
conhecido como luto antecipatório. Portanto, essa condição pode se desenvolver em situações 
que indicam ameaça ou perigo real do membro vir a falecer, diante da provável perda, com um 
pressentimento de sua finitude, como em situação de risco provocado pela gravidade do quadro 
de saúde do RNPT (Lindemann, 1944). 
Especificamente, referente ao luto antecipatório, este pode ser vivenciado por mães de 
bebês prematuros hospitalizados em UTIN, visto que, ainda que estas se apresentem 
esperançosas e com sentimentos positivos acerca da sobrevivência do RN, ficam diante da 
incerteza do prognóstico do filho e da ameaça constantemente trazidapelas intercorrências 
acontecidas na unidade. Nesse contexto, essas mães apresentam um risco maior de vir a ter 
problemas de saúde mental, com complicações que estão ligadas à fragilidade para enfrentar o 
nascimento PT e os cuidados com o bebê (Pinto, Padovani, & Linhares, 2009; Valizadeh et al., 
2013). 
Ter um filho prematuro, frágil e diferente da forma que foi imaginada, provoca na mãe 
um sentimento de luto decorrente de todas as perdas existentes nesse processo. A mãe tem a 
difícil tarefa de lidar com as perdas de suas fantasias a respeito da maternidade idealizada, que 
35 
 
 
 
envolve vivenciar o luto pelo bebê ideal e do ideal de ser mãe que foi desconstruído. Para o 
atravessamento desse período crítico, sem que prejudique a vinculação mãe-bebê, é 
fundamental a validação e apoio do sofrimento materno, seja pela família, profissionais de 
saúde, instituições hospitalares e a sociedade, como uma forma de reconhecimento das perdas 
e luto na maternidade prematura, provocadora de medos e expectativas em relação à saúde e 
desenvolvimento do bebê (Tinoco, 2015). 
No luto antecipatório, há uma preparação tanto cognitiva, quanto emocional para o 
enfrentamento da perda, compreendido como um fenômeno adaptativo vivenciado pelos 
pacientes e seus familiares. Tal fenômeno, ocorre antes da morte, manifestando quando uma 
doença e/ou situação de perdas já estão sendo sentidas por aqueles que vivenciam o cuidado 
e/ou estão ligados afetivamente ou pelo próprio individuo adoecido (Fonseca, 2004, Kovács, 
2007). 
Uma internação de um filho na UTIN, pode provocar, na mãe e familiares, um turbilhão 
de sentimentos, como forma de ajustamento a essa realidade, quando se tem um longo período 
de hospitalização e/ou prognóstico ameaçador que comprometa a vida, o enlutamento poderá 
estar presente, desde a informação do diagnóstico fornecido pela equipe de saúde (Fonseca, 
2004). Experienciar um familiar crítico em cuidados intensivos pode acionar um mecanismo, 
considerado como adaptativo, o luto antecipatório, pelos membros da família, gerador de 
sofrimento intenso, esse processo se apresenta entre a descoberta do diagnóstico até a morte 
propriamente dita (Monteiro et al., 2017). 
Martins (2000), realizou um estudo com 20 pais de bebês prematuros de risco, 
objetivando compreender a experiência do nascimento PT e internação do neonato na UTIN. 
Como resultado, verificou-se que em 100% dos participantes, foi identificado o medo da morte 
do filho hospitalizado. Esse sentimento, conduziu os pais a um luto antecipatório, que pode 
afetar o processo de apego, fundamental na relação estabelecida entre os pais e o bebê. É 
36 
 
 
 
destacado pela autora que quanto menor o risco do bebê, menores serão as características do 
luto antecipatório e maior será o vínculo afetivo fundamental para o comportamento de apego. 
A esse respeito Tinoco (2015) coloca que a prematuridade antecipa e intensifica esse processo 
de luto pelo “bebê ideal” e pela maternidade idealizada com a separação abrupta do bebê. 
Em um estudo que compara o luto antecipatório entre mãe e pai de bebê internado na 
UTIN, não se percebeu diferença significativa na vivência entre ambos (Valizadeh et al., 2013). 
Além disso, identificou-se que nesse tipo de pesar existe sentimentos de raiva, tristeza, 
desespero, desamparo e culpa, bem como reações físicas que envolvem distúrbios do sono, 
cansaço, hipertensão e alterações no apetite (Lindemann, 1944; Parkes, 1998). 
A pesquisa supracitada destaca que, mesmo quando há melhora da condição de saúde da 
criança, o luto antecipatório pode levar a problemas de dependência e dificuldades na relação 
mãe-bebê. Além disso, quando o luto antecipatório não é identificado ou há falta de apoio 
apropriado, existe a possibilidade de a mulher apresentar sintomas ou transtornos de ansiedade 
e depressão (Valizadeh et al., 2013). Vale destacar a escassez de estudos que se dedicam a 
compreender o fenômeno do luto antecipatório por mães e/ou pais de bebês prematuros em 
contexto de UTIN. Assim como, a inexistência de instrumentos validados para a população 
brasileira que consiga mensurar tal experiência nesse cenário de estudo. 
Em um estudo de revisão referente às principais doenças associadas ao luto antecipatório, 
destaca-se o câncer como a doença mais prevalente. Respectivamente, vem seguidos estudos 
relacionados a disfunção cognitiva, alzheimer, prejuízo cognitivo e demência, prematuridade, 
paralisia cerebral, crise psicogênica não-epilética e malformação congênita. Ressalta-se, que no 
estudo realizado, foram encontrados, somente, dois artigos internacionais que relaciona a 
prematuridade com o fenômeno do luto antecipatório (Ondere Neto, & Lisboa, 2017). 
37 
 
 
 
É de grande importância um olhar atento por parte dos familiares e equipes de saúde para 
a mãe que está com seu filho hospitalizado e com risco de vir a óbito. Ofertar um cuidado desde 
o período de internação é essencial para o enfrentamento do luto após o óbito. Salienta-se que 
a população do sexo feminino que vivencia a perda de um filho é mais comum de desenvolver 
manifestações do luto complicado, condição descrita no Manual Diagnóstico e Estatístico de 
Transtornos Mentais (DSM-V) e na nova Classificação Internacional de Doenças (CID-11), que 
traz uma definição de um sofrimento intenso, persistente, angustiante e incapacitante, como 
consequência de uma inadaptação no rompimento do vínculo significativo (Paris et al., 2016). 
As mães e pais de filhos com doenças crônicas, deficiências, e outras condições não 
predizíveis (a exemplo a prematuridade que pode ser considerada, em alguns casos, uma 
condição não esperada) vivenciam seus papeis maternos e paternos com maiores dificuldades. 
Nesse sentido, é importante que na comunicação do médico ou equipe de saúde que assistem o 
casal, seja estabelecido, um diálogo com linguagem clara e simples, para que se consiga 
assimilar tais informações e contribua para elaborar o luto do “filho ideal” que foi perdido 
(Lucca & Petean, 2016). 
Destaca-se, que falar de luto é abordar um tema interditado, reflexo de uma modernidade 
que não suporta o sofrimento, com baixa tolerância a sentimentos que remetem à tristeza, perda, 
frustração. Assim, torna-se necessário uma permissão social para a vivencia da dor, 
favorecendo uma ressignificação frente à perda, aquelas reais e simbólicas, provocadas pela 
nascimento prematuro e encontro com o “bebê real” apresentado extraútero (Freitas, 2013). 
3.3 Apoio social de mães de neonatos prematuros hospitalizados na unidade de terapia 
intensiva neonatal 
O apoio social é apresentado como importante em muitos estudos pela sua relação com a 
produção de saúde, no adoecimento e cuidado. Evidenciado a partir de revisões em estudos 
nacionais e internacionais, em diversas áreas do conhecimento, como: a medicina, enfermagem, 
38 
 
 
 
psicologia, sociologia, antropologia médica, etc. podendo perceber que há uma diversidade de 
teorias e falta de consenso na definição de apoio social na literatura (Chor, Griep, Lopes, & 
Faerstein, 2001; Zanini, Verola-Moura, & Queiroz, 2009). 
É importante fazer uma diferenciação entre rede social e apoio social, apesar de serem 
conceitos interligados comportam algumas diferenciações. Enquanto a primeira tem sido 
conceituada com uma avaliação mais objetiva referente ao tamanho e frequência dos contatos 
que o indivíduo estabelece com suas diversas redes, que envolvem as pessoas significativas, 
estruturas e/ou instituições que o acompanha ao longo da vida, abrange mais os aspectos 
estruturais ou quantitativos. Já o apoio social envolve um aspecto mais qualitativo da percepção 
subjetiva do suporte apresentado ao indivíduo. Ambos são compreendidos como estratégias que 
tem como objetivo a melhoria da qualidade de vida (Amendola, Oliveira, & Alvarenga, 2011; 
Menezes, Moré, & Barros, 2016; Rodrigues & Ferreira,2013). 
Sherbourne and Stewart (1991) fizeram, inicialmente, uma diferenciação entre os 
conceitos de rede social e apoio social. Descrevendo o grupo de pessoas em que o indivíduo 
mantém contato ou possuem algum vínculo como a rede social, já o apoio social relaciona-se a 
mensuração da percepção individual dos recursos postos por essas pessoas que compõem as 
redes sociais, com correspondência das funções referentes ao apoio emocional, material, 
afetivo, de interação positiva e informação. 
O apoio social é compreendido através da percepção individual, de como as necessidades 
estão sendo tratadas, diante dos recursos que são postos, nas relações interpessoais que a pessoa 
estabeleceu. Nesse sentido, o apoio estabelecido através dos laços sociais, atuam como fatores 
protetivos diante das situações de estresse, tal como uma hospitalização, contribuindo para a 
manutenção da saúde do indivíduo que através de sua percepção consegue mensurar a satisfação 
das necessidades (Griep, Chor, Faerstein, Werneck, & Lopes, 2005; Sherbourne & Stewart 
1991). 
39 
 
 
 
Para Cobb (1976) o apoio social está relacionado ao conjunto de informações que faz o 
indivíduo acreditar ser amado e valorizado, sentindo-se estimado e apoiado por aqueles que 
fazem parte de sua rede de comunicação e obrigações reciprocas, se manifestando como agente 
protetor para o indivíduo (Zanini et al., 2009). 
No que diz respeito a avaliação do tipo de apoio social, Cramer, Henderson and Scott 
(1997) distinguiram em duas formas: o apoio social percebido e o recebido. O primeiro está 
relacionado a percepção do indivíduo, referente ao apoio disponível por as pessoas, caso 
necessite dele, ou seja, refere-se, à disponibilidade de apoio que é percebido, mesmo que não 
seja ofertado. Referente ao apoio social recebido, diz respeito ao apoio recebido por alguém, 
mesmo que não se tenha percepção e avaliação de sua existência, sendo assim, um apoio pode 
ser ofertado e o indivíduo não se sentir satisfeito ou avaliar que não houve a existência de tal 
suporte. 
Salienta-se que as relações sociais envolvem aspectos complexos, referente ao apoio, 
suporte, percepção e/ou satisfação dos mesmos. Nesse sentido não basta a quantidade do que é 
ofertado e sim a qualificação do apoio pela pessoa que o recebeu. Apesar da percepção de tais 
suportes serem considerados positivos, em alguns contextos pode ocorrer relação que possa 
gerar interações estressoras (Rodrigues & Ferreira, 2013). 
Nesse estudo será considerado o apoio social percebido pelas mães com base no 
instrumento de apoio social adaptado e validado para a população brasileira por Griep et al., 
(2003) em seu estudo Pró Saúde no Rio de Janeiro. Tal instrumento tem como base o original 
desenvolvido por Sherbourne and Stewart (1991) para o Medical Outcomes Study (MOS) com 
avaliação de cinco dimensões: material, afetiva, interação social positiva, emocional e de 
informação. O instrumento original foi construído para avaliar a percepção de apoio social de 
2.987 adultos que tinham doenças crônicas, usuários de serviços de saúde em Boston, Chicago 
e Los Angeles (Griep et al., 2003; Griep et al., 2005). 
40 
 
 
 
Referente ao contexto de hospitalização na UTIN e apoio social, o manual técnico do 
Método canguru, estabelece, através de estratégias de atenção humanizada para o cuidado do 
RN de baixo peso. Dentre seus eixos de atenção está o cuidado social na unidade neonatal, com 
ênfase a rede social de apoio como fundamental para a criança e os familiares, como recurso de 
enfrentamento e superação desse momento crítico, uma vez que o apoio social se faz muito 
importante durante todo o desenvolvimento humano, principalmente em períodos de transições 
e mudanças, proporcionado as pessoas a capacidade de enfrentamento dos eventos da vida 
(Brasil, 2017). 
Ao compreender o apoio social como um fator de proteção para as mães no puerpério, 
Dantas et al. (2015) realizou um estudo investigando se existe relação entre apoio social e 
sintomas de ansiedade em mães de bebês prematuros em UTIN. O estudo foi desenvolvido com 
70 genitoras de RNPT e 70 mães com bebê que nasceram a termo. No grupo de mães com bebê 
PT foi encontrado associação entre o apoio social e sintomatologia ansiogênica, o que pode 
ocasionar risco para o equilíbrio emocional da mãe e comprometimento no estabelecimento da 
relação entre ela e o seu neonato, nesse contexto a percepção do baixo apoio social pode estar 
relacionado a alta prevalência de sintomas de ansiedade. 
Um estudo comparativo com 50 gestantes no período pré-natal e 50 na fase pós-natal, 
investigou a existência da relação entre vinculação, estresse, ansiedade, depressão e suporte 
social. Como resultado, referente a ambos os grupos foi verificado a existência de uma 
correlação estatisticamente significativa, positiva e baixa entre o suporte social e a vinculação 
materna. Referente ao grupo pós-natal, foi verificado que, quanto maior a satisfação com a 
família, amigos, intimidade e atividades sociais, os sintomas de ansiedade, depressão e estresse 
se apresentaram menores para as puérperas, corroborando a importância do apoio fornecido 
nessa fase para as mães (Airosa & Silva, 2013). 
41 
 
 
 
Uma associação negativa com intensidade fraca entre a sintomatologia depressiva e o 
escore total de apoio social, pode ser identificada em um estudo realizado com 60 mães de 
RNPT em dois hospitais na capital do Rio Grande do Norte. Como resultado, para tanto, na 
medida em que um desses fatores aumentaram o outro diminuía, ou seja, quanto maior a 
percepção do apoio social percebido menor foi a intensidade dos sintomas depressivos. 
Conclui-se que para as mães que vivenciaram o parto PT, o apoio social demonstrou ser fator 
de proteção para os sintomas de depressão (Dantas et al., 2012), corroborando com Airosa e 
Silva, (2013) ao abordar o suporte social como fator que poderá reduzir diversas perturbações 
psicológicas/psiquiátricas, a exemplo a ansiedade e depressão. 
Zanini et al. (2009) refere o apoio social como recurso capaz de manter a saúde mental 
dos indivíduos, permitindo que os mesmos consigam enfrentar as perdas e problemas diários. 
Realizaram um estudo com 129 estudantes de ensino superior, trouxeram como resultado uma 
boa adequação da escala de apoio do social para essa população. As pessoas que relataram 
morar com alguém perceberam maior apoio emocional e afetivo. Referente ao gênero, as 
mulheres relataram perceber maior apoio social, assim como no estudo de Amendola et al. 
(2011) em que cuidadoras do sexo feminino possuíam escores médios maiores que os do sexo 
masculino, referente ao domínio de relações sociais. 
Nesse sentido, é importante entender o suporte social fornecido as mães como 
fundamental por ser evidenciado uma relação direta com sua saúde e bem-estar, contribuindo 
na forma de lidar com as adversidades. Esse constructo é complexo e multidimensional, que 
faz compreender como as diversas relações exercem influências positivas ou negativas para o 
indivíduo (Marôco, Campos, Vinagre, & Pais-Ribeiro, 2013). 
 Por fim, salientamos que na UTIN os cuidados são destinados aos neonatos que sofrem 
instabilidade clínica ou condição crítica que o coloque na iminência de morte. Esse contexto 
aterrorizante para os pais, em especial para as mães, que ao vivenciarem o puerpério, na maioria 
42 
 
 
 
das vezes, permanecem na maternidade acompanhando os cuidados do filho no leito. Faz-se 
necessário que essas mães também recebam atenção e cuidado, com acolhida da equipe 
assistencial e de sua rede de suporte familiar, uma vez que quando possuem o apoio adequado 
as mesmas tornam-se mais responsivas com o RN, aumentando a sua capacidade de 
reconhecimento para atender as necessidades do seu bebê (Brasil, 2017). 
3.4 Necessidades de mães de neonatos prematuros na unidade de terapia intensiva 
neonatal 
O nascimento prematurodo filho e sua hospitalização na UTIN traz repercussões diversas 
para a mãe, com o desafio de desenvolver a relação de apego e a maternagem atravessados por 
normas, regras e a rotina hospitalar, além da fragilidade e risco de morte do neonato. Essas 
condições podem comprometer o vínculo da díade mãe-bebê, uma vez que o parto PT exerce 
forte influência nos aspectos psicológicos, sociais e emocionais da mãe, pai, bebê e toda a 
família (Silva, Menezes, Cardoso, & França, 2016). Portanto, se faz necessário um cuidado 
humanizado que contemple as necessidades das mães nesse contexto de internação. 
As necessidades abordadas nesse estudo, dizem respeito às expostas pelo Inventário de 
Necessidades e Estressores de Familiares em Terapia Intensiva (INEFTI), agrupado em cinco 
dimensões: suporte, conforto, informação, proximidade e segurança. Com esse instrumento é 
possível identificar a importância e satisfação do atendimento das necessidades compostas na 
escala (Castro, 1999; Freitas, 2005; Soares et al., 2010). 
Castro (1999) ao validar o INEFTI para a cultura brasileira, a partir da derivação do 
instrumento Critical Care Family Needs Inventory (CCFNI), realizou um estudo com 103 
familiares de pacientes com traumatismo crânio encefálico, desenvolvido em um hospital 
municipal do Rio de Janeiro, com objetivo de analisar o nível de estresse e identificar as 
necessidades dos familiares, relacionando o grau de satisfação com o nível de estresse. Como 
resultado foi destacado as necessidades de segurança e informação como as mais importantes, 
43 
 
 
 
uma vez que 74% das necessidades descritas como importantíssima ou muito importantes 
estavam relacionadas a essas dimensões. Os estudos posteriores vêm convergindo com esse que 
foi pioneiro e realizado para adaptação e validação do inventário. 
Identificar as necessidades é fundamental para contribuir com o planejamento de 
intervenção e estratégias de assistência voltada aos familiares que estão com pacientes 
hospitalizados em cuidados intensivos. Realizou-se um estudo com o INEFTI em contexto de 
UTIN, com verificação da confiabilidade e consistência interna entre o total dos itens do 
instrumento e para as suas subescalas, como resultado apresentou as necessidades de segurança 
e informação como as duas dimensões de maiores escores apontado pelos familiares dos 
pacientes internados (Soares et al., 2010). 
Uma pesquisa realizada com 39 familiares de pacientes em estado crítico, trazem 
resultados próximos aos estudos supracitados, ao apontar que há uma vivência de incerteza, 
medo e insegurança do familiar de paciente internado em Unidade de Terapia Intensiva (UTI). 
Como resultado, referente ao item conhecimento/informação 84,6% dos familiares apontaram 
como importante “saber fato concreto sobre o progresso do paciente”, demonstrando a 
necessidade dos familiares em ter informações precisas, ao tentar saber o que de fato está 
acontecendo com o membro hospitalizado. Em relação a segurança emocional 89,7% relataram 
achar importante “ter a certeza que o paciente está recebendo o melhor tratamento”, sendo 
essas duas necessidades as relatadas com maiores frequências nesse estudo (Maruite & 
Galdeano, 2007). 
As necessidades dos familiares, quando supridas, podem diminuir os níveis de angústia e 
o melhoramento da percepção de bem-estar, elas são compreendidas como algo essencial 
exigido pela pessoa, surgindo em situações estressantes e desorganizadoras, como um 
nascimento antes do tempo e/ou internação em unidade de cuidado intensivo (Freitas, Kimura, 
44 
 
 
 
& Ferreira, 2007). As necessidades não atendidas, podem trazer desconforto e quando se 
prolonga, pode causar adoecimento para os envolvidos no cuidado (Ribeiro et al., 2012). 
Um estudo realizado com 40 familiares de pacientes em UTI utilizou o INEFTI, como 
resultado apresentou que os familiares deram mais “importância” as necessidades do 
instrumento, comparado a “satisfação” com os mesmos. Destaca-se que entre as 43 
necessidades apresentadas no inventário, 8 foram consideradas importantíssima por 97,5% dos 
participantes, delas 5 estavam relacionadas a dimensão “segurança” corroborando com outros 
estudos, evidenciando a importância dessa dimensão e sua relação com as necessidades de 
sentir-se seguro, menos ansioso e temeroso quanto ao estado de saúde do familiar hospitalizado. 
Tais achados enfatizam a necessidade de uma boa relação entre família-equipe de saúde com 
comunicação de informações precisas e claras sobre o prognóstico e condutas terapêuticas 
adotadas (Puggina, et al., 2014). 
Estabelecer uma comunicação que contribua para a redução do estresse, ansiedade e 
insegurança dos pais se torna pertinente, nesse sentido, um estudo realizado com 35 familiares 
na sua primeira semana de permanência na UTI, utilizou uma versão modificada do instrumento 
CCFNI. Objetivou-se analisar a satisfação das necessidades, a comunicação e os sintomas de 
ansiedade e depressão dos familiares. Como resultado foi verificado associações significativas 
entre o suporte fornecido aos familiares com o nível de satisfação. A acessibilidade do médico 
intensivista com informações claras e compreensíveis foram os fatores de maior importância 
para a satisfação dos familiares, tendo em vista que uma comunicação efetiva e um suporte 
recebido na UTI são determinantes para essa satisfação (Midega, Oliveira, & Fumis, 2019). 
Estudo de abordagem quantitativa com 90 familiares de pacientes em um hospital 
público, objetivou implantar a visita de enfermagem na UTI adulta, verificar e atender as 
necessidades de informação e acolhimento. Foi observado, como resultado, que todos os 
familiares quiseram receber informações do enfermeiro nas três visitas que foram 
45 
 
 
 
acompanhadas durante a execução da pesquisa. A necessidade de informação mais identificada 
foi em relação a saber do estado clínico do paciente (67 familiares / 74,4%). As visitas 
acompanhadas duraram em média 8 minutos com cada família. Por fim, é trazido que 
independente do tempo que a equipe passa com a família é possível obter um grau de satisfação, 
uma vez que é importante a qualidade da informação fornecida e de que maneira a comunicação 
é realizada (Simoni & Silva, 2012). 
Uma pesquisa realizada na Espanha com 99 familiares de pacientes hospitalizados em 
cuidados intensivos, utilizou uma versão modificada do instrumento Family Needs Assessment 
de la Society of Critical Care Medicine, com 13 perguntas acerca de cuidados familiares, 
empatia com a equipe e conforto dos familiares, tanto dentro da UTI como no sala de espera. 
80% dos pesquisados relataram terem recebido informações compreensíveis que fizeram 
entender o quadro de saúde do paciente e os meios de tratamento recebido, apesar de 74% 
relatarem nunca terem sido explicado sobre a tecnologia utilizada, 88,9% relataram receber 
informações sinceras a respeito do estado e evolução do paciente. Ressalta-se que uma 
comunicação efetiva e eficaz torna o período de hospitalização menos estressante, melhorando 
o bem-estar psicológico e mental, contribuindo na recuperação (Cabrera et al., 2007). 
Um estudo de revisão objetivou analisar a produção cientifica acerca da satisfação de 
familiares internados na UTI e os instrumentos utilizados para avaliação. Trouxe como 
evidência a partir dos resultados da pesquisa que a qualidade do atendimento é o fator de maior 
importância para a satisfação dos familiares que tem pacientes hospitalizados em cuidados 
intensivos, destaca-se na revisão, que todos os estudos analisados tiveram como meta o 
melhoramento da qualidade do atendimento prestado, uma vez que a literatura aponta as 
implicações emocionais decorrente de ter um familiar hospitalizado ou em iminência de morte 
na UTI (Neves et al., 2018). 
46 
 
 
 
O uso de folhetos informativos, elaborados e distribuídos pela equipe da UTI pode ser 
uma intervenção valiosa,

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