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Transtornos mentais em crianças e adolescentes

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Introdução 
Epidemiologia: Os transtornos mentais é um importante 
problema de saúde publica pela sua magnitude e o impacto 
na vida das pessoas. Temos em média uma prevalência de 
10 a 21% nas crianças e adolescentes. Esses estudos são 
utilizados questionários que podem ser preenchidos por 
professores, crianças e adolescentes e pelos pais. 
Geralmente os pais tendem a supervalorizar os problemas 
dos filhos. 
A incidência de casos suspeitos de depressão foi de 15,3% 
de crianças na faixa etária de 6 a 9 anos, usando o Short 
Mood and Fellings Questionnaire (SMFQ). 
Ocorre uma prevalência de transtornos mentais nas 
meninas e o adolescente mais tardio é mais afetado. 
Fatores associados ao aumento de comorbidades mentais 
em estudantes de medicina (artigo que a professora 
apresentou em sala). Outros estudantes também sofrem 
com isso como odontologia e enfermagem (outro artigo) 
• Sexo feminino 
• Proveniente das capitais 
• O curso foi menos do que o esperado 
• O desconforto com as atividades do curso 
• Insatisfação com as estratégias de ensino 
• Sentir que o curso não é uma fonte de prazer 
Em termos epidemiológicos quando observamos o padrão 
de saúde ao longo das décadas, podemos perceber que 
algumas décadas atras era prevalente o aumento da 
mortalidade infantil, o aumento da taxa de fertilização e a 
diminuição da longevidade, onde prevalecia os 
determinantes biológicos de saúde. Porém, nas últimas 
décadas com a evolução da ciência temos uma menor 
mortalidade infantil, uma menor taxa de fertilização e um 
aumento da longevidade, aumentando a prevalência de 
doenças causadas pelo homem (impacto na saúde mental 
– mídias sociais, sedentarismo, destruição da natureza). 
Determinantes dos problemas da saúde mental 
• Doença mental dos pais (os filhos têm mais chance de 
apresentar doenças mentais – transmissão 
transgeracional do transtorno mental, tanto de forma 
genética como comportamentais) 
• Pobreza e classe social baixa (menor acesso a saúde) 
• Violência 
• Ausência do pai (a figura paterna é importante para a 
estruturação da criança) 
Os transtornos mentais trazem muita dificuldade e 
sofrimento, gerando dificuldades para família, colegas e até 
para o próprio aprendizado. Esse sofrimento pode ser 
muito danoso podendo levar a acidentes domésticos, 
homicídios e até mesmo o suicídio. 
Como avaliar a saúde mental 
• Aquisição de marcos e habilidades cognitivas, sociais e 
emocionais. 
• Estabelecimento de relações seguras de apego (a 
criança estabelece relações de apego com a pessoa 
mais próxima dela, geralmente a mãe, em torno de 3 a 
6 meses de idade, quando essa relação é 
desestruturada pode favorecer o adoecimento mental) 
• Estratégias efetivas para enfrentar as adversidades 
(resiliência) 
• Relacionamentos sociais satisfatórios 
Doença mental 
Na doença mental é necessário identificar alterações 
cognitivas, emocionais e comportamentais que levem ao 
diagnostico de transtornos mentais. É importante 
operacionalizar os critérios de diagnóstico, prescrever 
tratamentos e predizer o curso dessa doença. (crônico ou 
mais breve) 
É preciso estar atento a deficiências que o paciente tem e 
suas competências, para que ele trabalhe suas 
competências para vencer as suas deficiências e manter 
uma saúde mental equilibrada. (Importância da equipe 
multidisciplinar) 
Sofrimento psíquico 
É um sentimento muito subjetivo que pode estar 
relacionado com um mal-estar e é muito influenciado pela 
dimensão coletiva, relacionado com o preconceito da 
sociedade com as doenças mentais, portanto a expressão 
cultural da doença mental. 
Dispositivos para dimensionar e categorizar os 
transtornos mentias 
• Manual Diagnóstico Estatístico de TM-V (DSM V) 
Associação Psiquiátrica Americana 
• Classificação Internacional de Doenças (CID-10/11) 
Organização Mundial de Saúde. 
Entendendo os transtornos mentais 
Contexto: É importante analisar o individuo como um todo, 
tanto pela sua parte biológica, entendo sua 
neuroplasticidade, neuroendocrinologia e seu epigenoma, 
como pela sua parte psicológica, como inteligência, saúde 
mental, competência social e comunicação. Entender o 
contexto familiar, escola, colegas, comunidade e 
geopolítica. 
Modelos etiológicos: 
• Fatores genéticos 
• Fatores de risco ambiental 
Os fatores genéticos e o ambiente podem se entrelaçar e 
dar uma continuidade ao transtorno mental ao longo do 
seu desenvolvimento. 
1) Fatores de risco ambiental 
• Teoria do estresse tóxico – é uma teoria que analisa os 
efeitos neuroendócrinos dos estressores ambientais 
(doenças cardiovasculares e autoimunes que podem 
estar relacionadas com o estresse) 
• Origem do Desenvolvimento da Saúde e doença 
(DoHad) – ação dos estressores ambientais no período 
neonatal vão impactar no desenvolvimento da criança 
• Epigenética – modificação da expressão gênica 
Modelos etiológicos e a adolescência 
• Condição móvel na estruturação da subjetividade 
• História familiar e vinculo com os pais 
• Negação da subjetividade x psicologização demasiada 
• Transmissão da suspeita clínica, hipótese ou conclusão 
diagnóstica deve ser feita cuidadosamente. 
• Avaliar os problemas orgânicos e psíquicos 
• Sempre escutar o adolescente 
Avaliação clínica e formulação diagnóstica 
O objetivo da avaliação inicial é conhecer o funcionamento 
na família, na escola e com os amigos. A partir disso irá 
formular hipóteses, que podem ser mutáveis e devem ser 
revistas constantemente. 
Para isso é importante ter informações de múltiplas fontes, 
do adolescente, dos pais, de outros familiares, professores, 
colegas da escola, amigos e outros profissionais. Muitas 
vezes nos deparamos com relatos conflitantes, o 
adolescente costuma relatar sintomas internalizantes e os 
outros agentes relatam mais sintomas externalizantes. 
Escalas de avaliação 
Strenghts and Difficulties Questionnaire (SDQ) – É um 
questionário de avaliação que pode ser respondido por 
pais, professores ou pela criança e adolescente. Nesse 
formulário é possível relatar os sintomas internalizantes 
(problemas emocionais e relação com os colegas) e os 
sintomas externalizantes (hiperatividade e problemas de 
conduta), além do comportamento pró-social 
Chils Behavior Checklist (CBCL) – É um outro questionário 
que pode ser respondido por pais, professores, criança e 
adolescentes que também relatam sintomas internalizastes 
e externalizastes, mas não identifica o comportamento pró-
social 
Self Reporting Questionare (SRQ-20) – É um autorrelato ou 
por meio de uma entrevista para identificar transtornos 
mentais comuns 
• Ela tem 4 questões de sintomas físicos (tem dores de 
cabeça, falta de apetite, má digestão e sensações 
desagradáveis no estômago). 
• Ela tem 4 questões de sintomas de ansiedade (dorme 
mal, assusta-se com facilidade, tremores nas mãos, 
sente-se nervosa, tensa ou preocupada) 
• Ela tem outras questões relacionadas com a depressão 
• Essa escala tem um ponto de corte: O-7 sim → 
considerado normal; 8 ou mais → caso suspeito de 
transtorno mental comum (encaminhar para 
psiquiatra) 
Para uma avaliação clínica e formulação diagnostica é 
necessário estar atento a esses 4 aspectos: 
Comportamento, Cognição, Emoções e Relacionamentos. 
Importante também analisar as comorbidades que podem 
estar associadas. 
O que deve ser observado na entrevista 
• Comportamento durante a entrevista 
o Atividade e atenção 
o Qualidade do contato social 
o Reação ao exame 
o Nível do desenvolvimento 
• Sintomas emocionais 
o Em crianças < 7 anos → deve se perguntar aos pais 
o Em crianças > 7 anos → conversar com a 
criança/adolescente e verificar comportamentos de 
irritabilidade e ansiedade) 
• Investigar abusos e traumas 
o Perguntar de forma genérica ou por meio de 
brincadeiras com bonecos jogos e desenhos. 
• Investigarvida social 
o Perguntar sobre amigos, turmas, atividades de lazer, 
visita a casa de amigos e dormir fora de casa 
• Explorar a percepção sobre a própria vida 
o Perguntar sobre a rotina, cuidados pessoais (quem 
ajuda, grau de autonomia) e responsabilidades na 
dinâmica familiar. 
• Observar a parte física 
o Exame físico 
Perguntas essenciais x área analisada 
Qual o problema? Sintomas 
Quanta angústia, estresse ou 
prejuízo esse problema causa? 
Impacto 
Quais os fatores que 
desencadearam e mantém o 
problema? 
Fatores de risco 
Quais os pontos fortes que podem 
ser utilizados no tratamento? 
Capacidades 
Quais as crenças e expectativas 
que a família tem? 
Modo explicativo 
 
Tipos de diagnósticos → TODOS Eles são biopsicossociais 
• O diagnóstico do transtorno mental tanto o CID – 
10/11 e DSM – V vai avaliar os comportamentos 
externos. 
• Diagnóstico fenomenológico (sentimentos e vivências) 
– muito oferecido pelos psicólogos 
• Diagnóstico psicodinâmico 
• Eixo sociológico (contextualizar cada caso). 
Principais transtornos mentais na infância e na 
adolescência 
• Transtorno do Déficit de atenção/hiperatividade 
(TDAH) 
• Transtorno opositivo-desafiador 
• Transtorno obsessiva-compulsivo 
• Transtorno de eliminação (Enurese e encoprese) 
• Esquizofrenia e transtornos psicóticos 
• Transtorno de conduta 
• Transtorno de ansiedade 
• Transtorno de humor 
• Autolesão 
• Suicídio 
 
1) Transtorno de Ansiedade 
➔ Ataques de pânico 
➔ Transtorno de ansiedade de separação 
➔ Agorafobia 
➔ Transtorno de ansiedade social 
Caracterizam-se por: 
1. Medo e ansiedade excessivos 
2. Perturbações comportamentais excessivos 
Medo é uma resposta emocional a uma ameaça iminente, 
real ou percebida, sendo mais associado a períodos de 
excitabilidade autonômica exacerbada, necessária para luta 
ou fuga 
Ansiedade é antecipação de ameaça futura sendo mais 
associada a tensão muscular e vigilância em preparação 
para perigo futuro e comportamentos de cautela ou 
esquiva. 
• Os transtornos de ansiedade têm duração acima de 4 
semanas, surgem na infância e tendem a persistir se 
não forem tratados, com uma prevalência entre o sexo 
feminino. 
Os ataques de pânico se destacam dentro dos transtornos 
de ansiedade como um tipo particular de resposta ao 
medo, que pode ser no meio coletivo ou no particular. 
• O individuo experimenta ataques de pânico 
inesperados recorrentes e está persistentemente 
apreensivo ou preocupado com a possibilidade de 
sofrer novos ataques de pânico ou alterações 
desadaptativas em seu comportamento devido aos 
ataques de pânico (esquiva de exercícios ou de locais 
não familiares) 
• São ataques abruptos de medo intenso ou desconforto 
intenso que atingem um pico em poucos minutos, 
acompanhados de sintomas físicos ou cognitivos. 
• Os ataques de pânico com sintomas limitados incluem 
menos que 4 sintomas 
• Os ataques podem ser esperados, como em resposta a 
um objeto ou situação normalmente temido, ou 
inesperados, significado que o ataque não ocorre por 
uma razão aparente. 
• Eles funcionam como um fator prognóstico para a 
gravidade do diagnostico ocorrendo em várias 
comorbidades como os transtornos de ansiedade, 
transtornos por uso de substâncias, transtornos 
depressivos e psicóticos. 
• O ataque de pânico pode ser usado como um 
especificador descritivo para qualquer transtorno de 
ansiedade 
• Sintomas: palpitação, tremor, dor no peito, sudorese 
excessiva e falta de ar; Fatores de risco como 
tabagismo, cafeína, estresse e memórias traumáticas. 
• Tratamento: exercícios de respiração, exercícios e 
tratamento medicamentoso. 
Os transtornos de ansiedade de separação: o individuo é 
apreensivo ou ansioso quanto a separação das figuras de 
apego (pais) até um ponto em que é improprio para o nível 
de desenvolvimento. 
• Existe medo ou ansiedade persistente quanto a 
ocorrência de danos as figuras de apego e em relação a 
eventos que poderiam levar a perda ou separação de 
tais figuras e relutância em se afastar delas, além de 
pesadelos e sintomas físicos de sofrimento. 
Geralmente os sintomas se desenvolvem na infância, 
mas podem iniciar-se na idade adulta 
Agorafobia: Os indivíduos são apreensivos e ansiosos 
acerca de 2 ou mais das seguintes situações – usar 
transporte público, estar em espaços abertos e estar em 
lugares fechados, ficar em fila, estar no meio de uma 
multidão, estar fora de casa sozinho em outras situações 
• Os indivíduos temem essas situações devido aos 
pensamentos que pode ser difícil escapar ou pode não 
haver auxílio disponível, caso desenvolva os sintomas 
de pânico ou outros sintomas incapacitantes ou 
constrangedores. 
• Essas situações são evitadas ou requerem a presença 
de um acompanhante 
 
 
Transtorno de Ansiedade Social (fobia social): O indivíduo 
é temeroso, ansioso ou se esquiva de interações e 
situações sociais que envolvem a possibilidade de ser 
avaliado 
• Situações como encontrar-se com pessoas que não são 
familiares, situações em que o individuo pode ser 
observado comendo ou bebendo e situações de 
desempenho diante de outras pessoas. 
• A ideação cognitiva associada é a de ser avaliado 
negativamente pelos demais, ficar embaraçado, ser 
humilhado ou rejeitado ou ofender aos outros. 
 
2) Transtorno do Déficit de atenção/hiperatividade 
(TDAH) 
É importante determinar o subtipo que pode ser 
➔ Apresentação combinada 
➔ Apresentação predominantemente desatente 
➔ Apresentação predominantemente 
hiperativa/impulsiva 
O TDAH é um transtorno do neurodesenvolvimento 
definido por três níveis prejudiciais de desatenção, 
desorganização e/ou hiperatividade-impulsividade. 
Desatenção e desorganização envolvem incapacidade de 
permanecer em uma tarefa, aparência de não ouvir e perda 
de materiais em níveis inconsistentes com a idade ou com 
o nível de desenvolvimento. 
A hiperatividade-impulsividade implicam atividade 
excessiva inquietação, incapacidade de permanecer 
sentado, intromissão em atividades de outros e 
incapacidade de aguardar – sintomas que são excessivos 
para a idade ou nível de desenvolvimento. 
Na infância, o TDAH frequentemente se sobrepõe a 
transtornos em geral considerados de externalização tais 
como o transtorno de conduta e o transtorno de oposição 
desafiante. 
O TDAH costuma persistir na vida adulta, resultando em 
prejuízos no funcionamento social, acadêmico e 
profissional. 
3) Transtorno Opositivo-desafiador 
É um padrão de comportamento negativista hostil e 
desafiador com duração mínima de 6 meses, durante os 
quais pelo menos 4 características estão presentes 
(segundo o DSM-V) 
• Raiva 
• Rancor 
• Irritabilidade 
• Provocações 
• Insubmissão 
• Responsabilização dos outros para os seus erros. 
4) Transtorno de Conduta 
É um padrão repetitivo e persistente de comportamento, 
no qual são violados os direitos individuais dos outros, 
normas ou regras sociais importantes e próprias da idade, 
manifestado pela presença de 3 ou mais dos 15 critérios 
comportamentais nos últimos 12 meses, com presença de 
pelo menos 1 deles nos últimos 6 meses (segundo a DSM -
V) 
• Agressões a pessoas e animais 
• Destruição de patrimônio 
• Defraudação ou furto 
• Séries de violações de regras 
Pela DSM – V existem 4 características importantes no 
transtorno de conduta: Diminuição da tolerância a 
frustação, agressividade, inquietação e opositividade. Isso 
dificulta a socialização do indivíduo, podendo gerar um 
baixo rendimento escolar, sendo pessoas que abandonam 
a escola e tem uma baixa empregabilidade o que favorece 
ainda mais o quadro de delinquência e na criminalidade. 
A etiologia do transtorno de conduta e do opositivo-
desafiador pode ser 
➔ Individuais 
o Temperamento agressivo e impulsivo 
o Déficits em funções executivas, habilidades verbaise de cognição social 
➔ Familiares 
o Práticas de parentagem disfuncionais 
➔ Extrafamiliares 
o Associação com amigos desviantes 
o Escola de má qualidade 
o Vizinhança com altos níveis de criminalidade 
o Exposição precoce a drogas 
Manifestação da clínica no transtorno 
opositivo/desafiador e de conduta 
• Manifestação de comportamento do TOD na idade pré-
escolar e escolar ou TC antes da puberdade 
• 50% das crianças com TOD tem evolução favorável e a 
outra metade tende a evoluir com TC na adolescência 
• Dos adolescentes com TC, metade evolui com melhora 
espontânea do quadro e a outra metade evolui para o 
transtorno de personalidade antissocial na idade 
adulta. 
• Transtorno de conduta temos dois tipos: o com inicio 
na infância (abaixo de 10 anos) e com inicio na 
adolescência (acima de 10 anos) 
• O transtorno de personalidade antissocial é feito > 18 
anos. 
Comorbidades associadas no transtorno 
opositivo/desafiador e de conduta 
• TDAH 
• Transtornos de humor 
• Ansiedade 
• Abuso e dependência de substâncias 
• Déficit de aprendizado 
• Retardo mental 
Tratamento para o transtorno opositivo/desafiador e de 
conduta 
• Equipe multiprofissional 
• Atividades terapêuticas para os cuidadores, que visam 
modificar práticas parenterais inadequadas 
• Abordagem pedagógica para as dificuldades escolares 
• Psicoterapia 
• Terapia multissistemica (familiar sistêmica, cognitivo – 
comportamental e ecologia social) 
• Medicamentoso 
 
5) Transtorno de Humor 
Caracteriza-se por uma desregulação global do humor e da 
atividade psicomotora, bem como perturbações 
relacionadas com o biorritmo (sono e apetite) 
Podemos ter 
• Transtorno unipolar (depressão) 
• Transtorno bipolar (humor depressivo, maníaco ou 
hipomaníaco) 
• Transtorno misto (episódios maníacos e depressivos 
simultâneos) 
Transtornos depressivos: constituem um grupo de TH 
formado pela depressão maior e menor e pela distimia (é 
uma depressão crônica – humor depressivo crônico) 
Características: 
• Humor deprimido 
• Apatia 
• Anedonia (perda de prazer) 
• Choro fácil 
• Alteração do sono e apetite 
• Queixas físicas (dores e fadigas) 
• Alterações cognitivas (pensamentos lentos e mórbidos 
e falta de concentração) 
Sintomas atípicos nas crianças 
• Irritabilidade 
• Agressividade 
• Sintomas ansiosos 
• Hiperatividade 
Diagnóstico diferencial 
• Transtorno opositivo-desafiador/ conduta 
• TDAH 
• Transtorno de ansiedade 
A depressão é mais presente no sexo feminino, 
relacionados com: Sentimento de culpa, insatisfação com o 
corpo, sentimento de fracasso, baixa concentração, tristeza 
e problemas com o sono. 
No sexo masculino é mais relacionado com anedonia, 
depressão e fadiga matinal 
Atenção: nos dois sexos temos altas taxas de suicídio. 
Na infância um episódio de depressão pode durar de 8 a 13 
meses, com melhor clínica em 90% e recaídas em torno de 
30 a 70%. Na adolescência a duração é em torno de 3 a 9 
meses com melhora clínica em torno de 50-90% e recaídas 
em torno de 20-54%. Ela afeta o desenvolvimento físico, 
psíquico e social, resultando em prejuízos acadêmicos e 
interação com o seu meio. 
Transtorno bipolar 
Quadro clínico – mania 
• Autoestima inflada 
• Necessidade de sono diminuída 
• Mais loquaz que o habitual (logorreia) 
• Fuga de ideias 
• Atenção desviada com facilidade (distrabilidade) 
• Agitação psicomotora 
• Envolvimento excessivo em atividades prazerosas 
Quadro clínico – depressão 
Misto 
Associação com: Uso e dependências de drogas, problemas 
legais, aumento de taxas de uso dos serviços de saúde, 
suicídio (maior risco), com altas taxas de ideação e 
tentativas de suicídios. Em crianças ocorre uma taxa de 
suicídio de 44% em adolescente 72%. 
Diagnóstico diferencial com: 
• Sintomas psicóticos (delírios de grandeza, 
persecutórios e alucinações auditivas) 
• Medicamentos que causam sintomas maníacos como 
corticoides, estimulantes e aminofilina 
• Epilepsia 
• Hipertireoidismo 
• TCE 
• LES 
• Comportamento hiper sexualizado (abuso sexual) 
 
 
Comorbidades associadas 
• TDAH 
• Transtornos ansiosos 
• Transtorno opositivo/desafiador e de conduta 
Evolução: em torno de 40-100% dos casos podem ter 
recuperação, com o tempo de 1 a 2 anos e recaídas em 2 a 
5 anos ocorrendo em torno de 60-80% dos casos 
Pior prognostico: 
• Idade de início precoce 
• Duração dos sintomas 
• Episódios mistos 
• Ciclagem rápida 
• Sintomas psicóticos 
• Comorbidades 
• Baixa condição socioeconômica 
• Eventos de vida negativo 
• Baixa adesão ao tratamento 
• Falta de psicoterapia 
• TM na família 
• Uso de álcool 
Alterações associadas a depressão e a mania 
 Depressão Mania 
Senso de percepção Alucinações 
auditivas 
Alucinações 
auditivas 
Cognição Dificuldade de 
concentração e 
relacionado com 
mau rendimento 
escolar 
Dificuldade de 
concentração e 
não conclui tarefas 
Humor Tristeza Euforia 
 
Pensamento Lentificado Acelerado e com 
fuga de ideais 
Equivalente orgânico 
do afeto 
Sonolência diurna, 
insônia, anorexia e 
perda da libido 
Diminuição da 
necessidade de 
sono e aumento 
da libido 
Psicomotricidade Movimentos 
lentos 
Inquietação e 
hiperatividade 
Tratamento 
➔ Psicoterapia (individual, cognitivo-comportamental, 
terapia em grupo e terapia familiar) 
➔ Abordagem psicopedagógica 
➔ Reabilitação neurocognitiva 
➔ Psicoeducacional 
➔ Farmacológico 
o Estabilizadores de humo – Lítio acima de 12 anos 
o Antipsicóticos atípicos (Risperidona) 
➔ Internação (em alguns casos mais acentuados) 
 
6) Autolesões 
Tem como sinônimos automutilações, autoflagelação e 
autoagressões não suicidas e parassuicídio. 
Comportamentos intencionais, autoinduzidos e diretos de 
agressão ao próprio corpo (ou partes deles), mas sem 
intenção suicida consistente. 
Epidemiologia: Em torno de 10% dos adolescentes em um 
estudo feito em MG, geralmente iniciam em torno de 13 -
15 anos, mas podem iniciar mais cedo 12-14 anos e tendem 
a regredir na vida adulta. 
As lesões podem ser cortes, cutucar ferimentos, 
queimaduras, socos em si próprio ou em algo, bater partes 
do corpo, se beliscar, arranhões, mordidas e ingestão de 
substâncias ou objetos para se machucar. 
O padrão pode ser repetitivo acontecendo várias vezes ao 
dia e em diferentes partes do corpo 
• Grave → amputação dos próprios dedos, cortes em 
músculos e queimaduras de 2 e 3 graus. 
• Estereotipada → bater a cabeça, morde-se ou arrancar 
os cabelos 
• Superficial → corta-se, arranhar-se ou introduzir 
agulhas na pele 
Os fatores de risco são biológicos, sociais e psicodinâmicos. 
Os motivos podem ser 
• Rebeldia 
• Correr riscos 
• Contrariar e/ou punir os pais e/ou seus valores ou 
crenças 
• Para aceitação em um grupo 
• Desespero, raiva ou frustação 
• Conseguir atenção para o seu sofrimento 
• Para alívio do sofrimento 
• Por pensamentos suicidas 
Tem associação com outras doenças como 
• Transtorno de humor 
• TEPT 
• Estados psicóticos 
• Abuso sexual 
• Maus-tratos 
• Retardo mental 
• Autismo 
Importante fazer o diagnóstico diferencial com 
• Transtorno da personalidade borderline – 
comportamentos perturbados agressivos e hostis 
• Transtorno do comportamento suicida 
• Tricotilomania – transtorno de arrancar o cabelo 
• Autolesão estereotipada – está em geral associada a 
intensa concentração ou a condições de baixa 
estimulação externa 
• Transtorno de escoriação – beliscar uma mancha 
 
7) Suicídio 
É o ato de uma pessoa, intencionalmente, acabar com a 
sua vida. No Brasil é um agravo à saúde de notificação 
compulsória. 
Epidemiologia: é a segunda causa de morte em indivíduos 
de 15 a 29 anos. As mulheres cometem mais suicídio que 
os homens, os homens tendem a ter suicídios mais 
violentos. 
Influências:Geográfica, cultural, religiosa, social e forma de 
notificação. 
O comportamento suicida engloba a ideação suicida, que 
tem inicio na adolescência, a tentativa que ocorre mais no 
final de adolescência e a morte no inicio da vida adulta. 
Fatores de risco 
• História de ameaças e tentativas prévias de suicídio 
• Álcool e drogas 
• Mulheres 
• Exposição a violência 
• Bullying 
• Sentimento de desesperança e de sentir-se inútil 
• Apoio familiar inadequado 
• Poucas relações interpessoais 
• Desmoralização 
• Perdas recentes 
• Baixo rendimento escolar 
• Acesso a formas letais 
• Ter doença psiquiátrica 
• Doença física crônica 
• Historia familiar de suicídio, transtorno mental e drogas 
• Sexualidade (em pacientes LGBT sem apoio familiar) 
• Religião (agnóstico tem maior prevalência e menos 
frequente nos mulçumanos) 
• Mídia 
A automutilação e o suicídio estão frequentemente 
associados e clinicamente relacionados. Os adolescentes 
que se automutilam têm mais frequentemente tentativas 
de suicídio. A automutilação com uma maior variedade de 
métodos e com uma frequência maior tem maior riscos de 
tentativa de suicídio 
Até 6 meses se automutilando → mais o risco de suicídio 
Acima de 6 meses se mutilando → diminui o risco de 
suicídio 
Modelos explicativos para a autolesão 
• Comportamento para manter a vida pela diminuição e 
regulação das ameaças negativas 
• Fator precipitante de iminente ideação ou tentativa de 
suicídio 
• Forma de canalização dos impulsos autodestrutivos 
para uma parte restritiva do corpo. 
• Mecanismo de auto regulação (micros suicídios) 
Isso proporciona menos pensamentos suicidas. 
Características de automutilação que sugeram > riscos de 
intenção suicida: 
• Isolamento 
• Evitar ser descobertos 
• Tempo para que não ocorra 
• Deixar instruções 
• Deixar carta 
• Planejamento prévio 
• Letalidade do método 
Fatores de risco: apoio familiar e apoio social, fatores 
estressores como rompimento de um relacionamento e 
gravidez, entender o ato como impulsivo e a frequência. 
Avaliação do paciente: postura do adolescente, 
credibilidade dos dados, omissão/atenuação pelo paciente 
e/ou família e negação do ato. 
Antecedentes familiares: psíquicos clínicos, doenças, 
medicações, depressão, drogas, psicose, problemas com a 
lei, problemas na escola, violência sexual e física 
Planos para o futuro? Importante avaliação 
Tratamento 
• Atenuar estressores (rede de apoio, evitar exposição a 
riscos e estimular habilidades) 
• Psicoterápicas 
• Farmacológicas (antidepressivos, ansiolíticos, 
estabilizadores de humor)

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