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Introdução Epidemiologia: Os transtornos mentais é um importante problema de saúde publica pela sua magnitude e o impacto na vida das pessoas. Temos em média uma prevalência de 10 a 21% nas crianças e adolescentes. Esses estudos são utilizados questionários que podem ser preenchidos por professores, crianças e adolescentes e pelos pais. Geralmente os pais tendem a supervalorizar os problemas dos filhos. A incidência de casos suspeitos de depressão foi de 15,3% de crianças na faixa etária de 6 a 9 anos, usando o Short Mood and Fellings Questionnaire (SMFQ). Ocorre uma prevalência de transtornos mentais nas meninas e o adolescente mais tardio é mais afetado. Fatores associados ao aumento de comorbidades mentais em estudantes de medicina (artigo que a professora apresentou em sala). Outros estudantes também sofrem com isso como odontologia e enfermagem (outro artigo) • Sexo feminino • Proveniente das capitais • O curso foi menos do que o esperado • O desconforto com as atividades do curso • Insatisfação com as estratégias de ensino • Sentir que o curso não é uma fonte de prazer Em termos epidemiológicos quando observamos o padrão de saúde ao longo das décadas, podemos perceber que algumas décadas atras era prevalente o aumento da mortalidade infantil, o aumento da taxa de fertilização e a diminuição da longevidade, onde prevalecia os determinantes biológicos de saúde. Porém, nas últimas décadas com a evolução da ciência temos uma menor mortalidade infantil, uma menor taxa de fertilização e um aumento da longevidade, aumentando a prevalência de doenças causadas pelo homem (impacto na saúde mental – mídias sociais, sedentarismo, destruição da natureza). Determinantes dos problemas da saúde mental • Doença mental dos pais (os filhos têm mais chance de apresentar doenças mentais – transmissão transgeracional do transtorno mental, tanto de forma genética como comportamentais) • Pobreza e classe social baixa (menor acesso a saúde) • Violência • Ausência do pai (a figura paterna é importante para a estruturação da criança) Os transtornos mentais trazem muita dificuldade e sofrimento, gerando dificuldades para família, colegas e até para o próprio aprendizado. Esse sofrimento pode ser muito danoso podendo levar a acidentes domésticos, homicídios e até mesmo o suicídio. Como avaliar a saúde mental • Aquisição de marcos e habilidades cognitivas, sociais e emocionais. • Estabelecimento de relações seguras de apego (a criança estabelece relações de apego com a pessoa mais próxima dela, geralmente a mãe, em torno de 3 a 6 meses de idade, quando essa relação é desestruturada pode favorecer o adoecimento mental) • Estratégias efetivas para enfrentar as adversidades (resiliência) • Relacionamentos sociais satisfatórios Doença mental Na doença mental é necessário identificar alterações cognitivas, emocionais e comportamentais que levem ao diagnostico de transtornos mentais. É importante operacionalizar os critérios de diagnóstico, prescrever tratamentos e predizer o curso dessa doença. (crônico ou mais breve) É preciso estar atento a deficiências que o paciente tem e suas competências, para que ele trabalhe suas competências para vencer as suas deficiências e manter uma saúde mental equilibrada. (Importância da equipe multidisciplinar) Sofrimento psíquico É um sentimento muito subjetivo que pode estar relacionado com um mal-estar e é muito influenciado pela dimensão coletiva, relacionado com o preconceito da sociedade com as doenças mentais, portanto a expressão cultural da doença mental. Dispositivos para dimensionar e categorizar os transtornos mentias • Manual Diagnóstico Estatístico de TM-V (DSM V) Associação Psiquiátrica Americana • Classificação Internacional de Doenças (CID-10/11) Organização Mundial de Saúde. Entendendo os transtornos mentais Contexto: É importante analisar o individuo como um todo, tanto pela sua parte biológica, entendo sua neuroplasticidade, neuroendocrinologia e seu epigenoma, como pela sua parte psicológica, como inteligência, saúde mental, competência social e comunicação. Entender o contexto familiar, escola, colegas, comunidade e geopolítica. Modelos etiológicos: • Fatores genéticos • Fatores de risco ambiental Os fatores genéticos e o ambiente podem se entrelaçar e dar uma continuidade ao transtorno mental ao longo do seu desenvolvimento. 1) Fatores de risco ambiental • Teoria do estresse tóxico – é uma teoria que analisa os efeitos neuroendócrinos dos estressores ambientais (doenças cardiovasculares e autoimunes que podem estar relacionadas com o estresse) • Origem do Desenvolvimento da Saúde e doença (DoHad) – ação dos estressores ambientais no período neonatal vão impactar no desenvolvimento da criança • Epigenética – modificação da expressão gênica Modelos etiológicos e a adolescência • Condição móvel na estruturação da subjetividade • História familiar e vinculo com os pais • Negação da subjetividade x psicologização demasiada • Transmissão da suspeita clínica, hipótese ou conclusão diagnóstica deve ser feita cuidadosamente. • Avaliar os problemas orgânicos e psíquicos • Sempre escutar o adolescente Avaliação clínica e formulação diagnóstica O objetivo da avaliação inicial é conhecer o funcionamento na família, na escola e com os amigos. A partir disso irá formular hipóteses, que podem ser mutáveis e devem ser revistas constantemente. Para isso é importante ter informações de múltiplas fontes, do adolescente, dos pais, de outros familiares, professores, colegas da escola, amigos e outros profissionais. Muitas vezes nos deparamos com relatos conflitantes, o adolescente costuma relatar sintomas internalizantes e os outros agentes relatam mais sintomas externalizantes. Escalas de avaliação Strenghts and Difficulties Questionnaire (SDQ) – É um questionário de avaliação que pode ser respondido por pais, professores ou pela criança e adolescente. Nesse formulário é possível relatar os sintomas internalizantes (problemas emocionais e relação com os colegas) e os sintomas externalizantes (hiperatividade e problemas de conduta), além do comportamento pró-social Chils Behavior Checklist (CBCL) – É um outro questionário que pode ser respondido por pais, professores, criança e adolescentes que também relatam sintomas internalizastes e externalizastes, mas não identifica o comportamento pró- social Self Reporting Questionare (SRQ-20) – É um autorrelato ou por meio de uma entrevista para identificar transtornos mentais comuns • Ela tem 4 questões de sintomas físicos (tem dores de cabeça, falta de apetite, má digestão e sensações desagradáveis no estômago). • Ela tem 4 questões de sintomas de ansiedade (dorme mal, assusta-se com facilidade, tremores nas mãos, sente-se nervosa, tensa ou preocupada) • Ela tem outras questões relacionadas com a depressão • Essa escala tem um ponto de corte: O-7 sim → considerado normal; 8 ou mais → caso suspeito de transtorno mental comum (encaminhar para psiquiatra) Para uma avaliação clínica e formulação diagnostica é necessário estar atento a esses 4 aspectos: Comportamento, Cognição, Emoções e Relacionamentos. Importante também analisar as comorbidades que podem estar associadas. O que deve ser observado na entrevista • Comportamento durante a entrevista o Atividade e atenção o Qualidade do contato social o Reação ao exame o Nível do desenvolvimento • Sintomas emocionais o Em crianças < 7 anos → deve se perguntar aos pais o Em crianças > 7 anos → conversar com a criança/adolescente e verificar comportamentos de irritabilidade e ansiedade) • Investigar abusos e traumas o Perguntar de forma genérica ou por meio de brincadeiras com bonecos jogos e desenhos. • Investigarvida social o Perguntar sobre amigos, turmas, atividades de lazer, visita a casa de amigos e dormir fora de casa • Explorar a percepção sobre a própria vida o Perguntar sobre a rotina, cuidados pessoais (quem ajuda, grau de autonomia) e responsabilidades na dinâmica familiar. • Observar a parte física o Exame físico Perguntas essenciais x área analisada Qual o problema? Sintomas Quanta angústia, estresse ou prejuízo esse problema causa? Impacto Quais os fatores que desencadearam e mantém o problema? Fatores de risco Quais os pontos fortes que podem ser utilizados no tratamento? Capacidades Quais as crenças e expectativas que a família tem? Modo explicativo Tipos de diagnósticos → TODOS Eles são biopsicossociais • O diagnóstico do transtorno mental tanto o CID – 10/11 e DSM – V vai avaliar os comportamentos externos. • Diagnóstico fenomenológico (sentimentos e vivências) – muito oferecido pelos psicólogos • Diagnóstico psicodinâmico • Eixo sociológico (contextualizar cada caso). Principais transtornos mentais na infância e na adolescência • Transtorno do Déficit de atenção/hiperatividade (TDAH) • Transtorno opositivo-desafiador • Transtorno obsessiva-compulsivo • Transtorno de eliminação (Enurese e encoprese) • Esquizofrenia e transtornos psicóticos • Transtorno de conduta • Transtorno de ansiedade • Transtorno de humor • Autolesão • Suicídio 1) Transtorno de Ansiedade ➔ Ataques de pânico ➔ Transtorno de ansiedade de separação ➔ Agorafobia ➔ Transtorno de ansiedade social Caracterizam-se por: 1. Medo e ansiedade excessivos 2. Perturbações comportamentais excessivos Medo é uma resposta emocional a uma ameaça iminente, real ou percebida, sendo mais associado a períodos de excitabilidade autonômica exacerbada, necessária para luta ou fuga Ansiedade é antecipação de ameaça futura sendo mais associada a tensão muscular e vigilância em preparação para perigo futuro e comportamentos de cautela ou esquiva. • Os transtornos de ansiedade têm duração acima de 4 semanas, surgem na infância e tendem a persistir se não forem tratados, com uma prevalência entre o sexo feminino. Os ataques de pânico se destacam dentro dos transtornos de ansiedade como um tipo particular de resposta ao medo, que pode ser no meio coletivo ou no particular. • O individuo experimenta ataques de pânico inesperados recorrentes e está persistentemente apreensivo ou preocupado com a possibilidade de sofrer novos ataques de pânico ou alterações desadaptativas em seu comportamento devido aos ataques de pânico (esquiva de exercícios ou de locais não familiares) • São ataques abruptos de medo intenso ou desconforto intenso que atingem um pico em poucos minutos, acompanhados de sintomas físicos ou cognitivos. • Os ataques de pânico com sintomas limitados incluem menos que 4 sintomas • Os ataques podem ser esperados, como em resposta a um objeto ou situação normalmente temido, ou inesperados, significado que o ataque não ocorre por uma razão aparente. • Eles funcionam como um fator prognóstico para a gravidade do diagnostico ocorrendo em várias comorbidades como os transtornos de ansiedade, transtornos por uso de substâncias, transtornos depressivos e psicóticos. • O ataque de pânico pode ser usado como um especificador descritivo para qualquer transtorno de ansiedade • Sintomas: palpitação, tremor, dor no peito, sudorese excessiva e falta de ar; Fatores de risco como tabagismo, cafeína, estresse e memórias traumáticas. • Tratamento: exercícios de respiração, exercícios e tratamento medicamentoso. Os transtornos de ansiedade de separação: o individuo é apreensivo ou ansioso quanto a separação das figuras de apego (pais) até um ponto em que é improprio para o nível de desenvolvimento. • Existe medo ou ansiedade persistente quanto a ocorrência de danos as figuras de apego e em relação a eventos que poderiam levar a perda ou separação de tais figuras e relutância em se afastar delas, além de pesadelos e sintomas físicos de sofrimento. Geralmente os sintomas se desenvolvem na infância, mas podem iniciar-se na idade adulta Agorafobia: Os indivíduos são apreensivos e ansiosos acerca de 2 ou mais das seguintes situações – usar transporte público, estar em espaços abertos e estar em lugares fechados, ficar em fila, estar no meio de uma multidão, estar fora de casa sozinho em outras situações • Os indivíduos temem essas situações devido aos pensamentos que pode ser difícil escapar ou pode não haver auxílio disponível, caso desenvolva os sintomas de pânico ou outros sintomas incapacitantes ou constrangedores. • Essas situações são evitadas ou requerem a presença de um acompanhante Transtorno de Ansiedade Social (fobia social): O indivíduo é temeroso, ansioso ou se esquiva de interações e situações sociais que envolvem a possibilidade de ser avaliado • Situações como encontrar-se com pessoas que não são familiares, situações em que o individuo pode ser observado comendo ou bebendo e situações de desempenho diante de outras pessoas. • A ideação cognitiva associada é a de ser avaliado negativamente pelos demais, ficar embaraçado, ser humilhado ou rejeitado ou ofender aos outros. 2) Transtorno do Déficit de atenção/hiperatividade (TDAH) É importante determinar o subtipo que pode ser ➔ Apresentação combinada ➔ Apresentação predominantemente desatente ➔ Apresentação predominantemente hiperativa/impulsiva O TDAH é um transtorno do neurodesenvolvimento definido por três níveis prejudiciais de desatenção, desorganização e/ou hiperatividade-impulsividade. Desatenção e desorganização envolvem incapacidade de permanecer em uma tarefa, aparência de não ouvir e perda de materiais em níveis inconsistentes com a idade ou com o nível de desenvolvimento. A hiperatividade-impulsividade implicam atividade excessiva inquietação, incapacidade de permanecer sentado, intromissão em atividades de outros e incapacidade de aguardar – sintomas que são excessivos para a idade ou nível de desenvolvimento. Na infância, o TDAH frequentemente se sobrepõe a transtornos em geral considerados de externalização tais como o transtorno de conduta e o transtorno de oposição desafiante. O TDAH costuma persistir na vida adulta, resultando em prejuízos no funcionamento social, acadêmico e profissional. 3) Transtorno Opositivo-desafiador É um padrão de comportamento negativista hostil e desafiador com duração mínima de 6 meses, durante os quais pelo menos 4 características estão presentes (segundo o DSM-V) • Raiva • Rancor • Irritabilidade • Provocações • Insubmissão • Responsabilização dos outros para os seus erros. 4) Transtorno de Conduta É um padrão repetitivo e persistente de comportamento, no qual são violados os direitos individuais dos outros, normas ou regras sociais importantes e próprias da idade, manifestado pela presença de 3 ou mais dos 15 critérios comportamentais nos últimos 12 meses, com presença de pelo menos 1 deles nos últimos 6 meses (segundo a DSM - V) • Agressões a pessoas e animais • Destruição de patrimônio • Defraudação ou furto • Séries de violações de regras Pela DSM – V existem 4 características importantes no transtorno de conduta: Diminuição da tolerância a frustação, agressividade, inquietação e opositividade. Isso dificulta a socialização do indivíduo, podendo gerar um baixo rendimento escolar, sendo pessoas que abandonam a escola e tem uma baixa empregabilidade o que favorece ainda mais o quadro de delinquência e na criminalidade. A etiologia do transtorno de conduta e do opositivo- desafiador pode ser ➔ Individuais o Temperamento agressivo e impulsivo o Déficits em funções executivas, habilidades verbaise de cognição social ➔ Familiares o Práticas de parentagem disfuncionais ➔ Extrafamiliares o Associação com amigos desviantes o Escola de má qualidade o Vizinhança com altos níveis de criminalidade o Exposição precoce a drogas Manifestação da clínica no transtorno opositivo/desafiador e de conduta • Manifestação de comportamento do TOD na idade pré- escolar e escolar ou TC antes da puberdade • 50% das crianças com TOD tem evolução favorável e a outra metade tende a evoluir com TC na adolescência • Dos adolescentes com TC, metade evolui com melhora espontânea do quadro e a outra metade evolui para o transtorno de personalidade antissocial na idade adulta. • Transtorno de conduta temos dois tipos: o com inicio na infância (abaixo de 10 anos) e com inicio na adolescência (acima de 10 anos) • O transtorno de personalidade antissocial é feito > 18 anos. Comorbidades associadas no transtorno opositivo/desafiador e de conduta • TDAH • Transtornos de humor • Ansiedade • Abuso e dependência de substâncias • Déficit de aprendizado • Retardo mental Tratamento para o transtorno opositivo/desafiador e de conduta • Equipe multiprofissional • Atividades terapêuticas para os cuidadores, que visam modificar práticas parenterais inadequadas • Abordagem pedagógica para as dificuldades escolares • Psicoterapia • Terapia multissistemica (familiar sistêmica, cognitivo – comportamental e ecologia social) • Medicamentoso 5) Transtorno de Humor Caracteriza-se por uma desregulação global do humor e da atividade psicomotora, bem como perturbações relacionadas com o biorritmo (sono e apetite) Podemos ter • Transtorno unipolar (depressão) • Transtorno bipolar (humor depressivo, maníaco ou hipomaníaco) • Transtorno misto (episódios maníacos e depressivos simultâneos) Transtornos depressivos: constituem um grupo de TH formado pela depressão maior e menor e pela distimia (é uma depressão crônica – humor depressivo crônico) Características: • Humor deprimido • Apatia • Anedonia (perda de prazer) • Choro fácil • Alteração do sono e apetite • Queixas físicas (dores e fadigas) • Alterações cognitivas (pensamentos lentos e mórbidos e falta de concentração) Sintomas atípicos nas crianças • Irritabilidade • Agressividade • Sintomas ansiosos • Hiperatividade Diagnóstico diferencial • Transtorno opositivo-desafiador/ conduta • TDAH • Transtorno de ansiedade A depressão é mais presente no sexo feminino, relacionados com: Sentimento de culpa, insatisfação com o corpo, sentimento de fracasso, baixa concentração, tristeza e problemas com o sono. No sexo masculino é mais relacionado com anedonia, depressão e fadiga matinal Atenção: nos dois sexos temos altas taxas de suicídio. Na infância um episódio de depressão pode durar de 8 a 13 meses, com melhor clínica em 90% e recaídas em torno de 30 a 70%. Na adolescência a duração é em torno de 3 a 9 meses com melhora clínica em torno de 50-90% e recaídas em torno de 20-54%. Ela afeta o desenvolvimento físico, psíquico e social, resultando em prejuízos acadêmicos e interação com o seu meio. Transtorno bipolar Quadro clínico – mania • Autoestima inflada • Necessidade de sono diminuída • Mais loquaz que o habitual (logorreia) • Fuga de ideias • Atenção desviada com facilidade (distrabilidade) • Agitação psicomotora • Envolvimento excessivo em atividades prazerosas Quadro clínico – depressão Misto Associação com: Uso e dependências de drogas, problemas legais, aumento de taxas de uso dos serviços de saúde, suicídio (maior risco), com altas taxas de ideação e tentativas de suicídios. Em crianças ocorre uma taxa de suicídio de 44% em adolescente 72%. Diagnóstico diferencial com: • Sintomas psicóticos (delírios de grandeza, persecutórios e alucinações auditivas) • Medicamentos que causam sintomas maníacos como corticoides, estimulantes e aminofilina • Epilepsia • Hipertireoidismo • TCE • LES • Comportamento hiper sexualizado (abuso sexual) Comorbidades associadas • TDAH • Transtornos ansiosos • Transtorno opositivo/desafiador e de conduta Evolução: em torno de 40-100% dos casos podem ter recuperação, com o tempo de 1 a 2 anos e recaídas em 2 a 5 anos ocorrendo em torno de 60-80% dos casos Pior prognostico: • Idade de início precoce • Duração dos sintomas • Episódios mistos • Ciclagem rápida • Sintomas psicóticos • Comorbidades • Baixa condição socioeconômica • Eventos de vida negativo • Baixa adesão ao tratamento • Falta de psicoterapia • TM na família • Uso de álcool Alterações associadas a depressão e a mania Depressão Mania Senso de percepção Alucinações auditivas Alucinações auditivas Cognição Dificuldade de concentração e relacionado com mau rendimento escolar Dificuldade de concentração e não conclui tarefas Humor Tristeza Euforia Pensamento Lentificado Acelerado e com fuga de ideais Equivalente orgânico do afeto Sonolência diurna, insônia, anorexia e perda da libido Diminuição da necessidade de sono e aumento da libido Psicomotricidade Movimentos lentos Inquietação e hiperatividade Tratamento ➔ Psicoterapia (individual, cognitivo-comportamental, terapia em grupo e terapia familiar) ➔ Abordagem psicopedagógica ➔ Reabilitação neurocognitiva ➔ Psicoeducacional ➔ Farmacológico o Estabilizadores de humo – Lítio acima de 12 anos o Antipsicóticos atípicos (Risperidona) ➔ Internação (em alguns casos mais acentuados) 6) Autolesões Tem como sinônimos automutilações, autoflagelação e autoagressões não suicidas e parassuicídio. Comportamentos intencionais, autoinduzidos e diretos de agressão ao próprio corpo (ou partes deles), mas sem intenção suicida consistente. Epidemiologia: Em torno de 10% dos adolescentes em um estudo feito em MG, geralmente iniciam em torno de 13 - 15 anos, mas podem iniciar mais cedo 12-14 anos e tendem a regredir na vida adulta. As lesões podem ser cortes, cutucar ferimentos, queimaduras, socos em si próprio ou em algo, bater partes do corpo, se beliscar, arranhões, mordidas e ingestão de substâncias ou objetos para se machucar. O padrão pode ser repetitivo acontecendo várias vezes ao dia e em diferentes partes do corpo • Grave → amputação dos próprios dedos, cortes em músculos e queimaduras de 2 e 3 graus. • Estereotipada → bater a cabeça, morde-se ou arrancar os cabelos • Superficial → corta-se, arranhar-se ou introduzir agulhas na pele Os fatores de risco são biológicos, sociais e psicodinâmicos. Os motivos podem ser • Rebeldia • Correr riscos • Contrariar e/ou punir os pais e/ou seus valores ou crenças • Para aceitação em um grupo • Desespero, raiva ou frustação • Conseguir atenção para o seu sofrimento • Para alívio do sofrimento • Por pensamentos suicidas Tem associação com outras doenças como • Transtorno de humor • TEPT • Estados psicóticos • Abuso sexual • Maus-tratos • Retardo mental • Autismo Importante fazer o diagnóstico diferencial com • Transtorno da personalidade borderline – comportamentos perturbados agressivos e hostis • Transtorno do comportamento suicida • Tricotilomania – transtorno de arrancar o cabelo • Autolesão estereotipada – está em geral associada a intensa concentração ou a condições de baixa estimulação externa • Transtorno de escoriação – beliscar uma mancha 7) Suicídio É o ato de uma pessoa, intencionalmente, acabar com a sua vida. No Brasil é um agravo à saúde de notificação compulsória. Epidemiologia: é a segunda causa de morte em indivíduos de 15 a 29 anos. As mulheres cometem mais suicídio que os homens, os homens tendem a ter suicídios mais violentos. Influências:Geográfica, cultural, religiosa, social e forma de notificação. O comportamento suicida engloba a ideação suicida, que tem inicio na adolescência, a tentativa que ocorre mais no final de adolescência e a morte no inicio da vida adulta. Fatores de risco • História de ameaças e tentativas prévias de suicídio • Álcool e drogas • Mulheres • Exposição a violência • Bullying • Sentimento de desesperança e de sentir-se inútil • Apoio familiar inadequado • Poucas relações interpessoais • Desmoralização • Perdas recentes • Baixo rendimento escolar • Acesso a formas letais • Ter doença psiquiátrica • Doença física crônica • Historia familiar de suicídio, transtorno mental e drogas • Sexualidade (em pacientes LGBT sem apoio familiar) • Religião (agnóstico tem maior prevalência e menos frequente nos mulçumanos) • Mídia A automutilação e o suicídio estão frequentemente associados e clinicamente relacionados. Os adolescentes que se automutilam têm mais frequentemente tentativas de suicídio. A automutilação com uma maior variedade de métodos e com uma frequência maior tem maior riscos de tentativa de suicídio Até 6 meses se automutilando → mais o risco de suicídio Acima de 6 meses se mutilando → diminui o risco de suicídio Modelos explicativos para a autolesão • Comportamento para manter a vida pela diminuição e regulação das ameaças negativas • Fator precipitante de iminente ideação ou tentativa de suicídio • Forma de canalização dos impulsos autodestrutivos para uma parte restritiva do corpo. • Mecanismo de auto regulação (micros suicídios) Isso proporciona menos pensamentos suicidas. Características de automutilação que sugeram > riscos de intenção suicida: • Isolamento • Evitar ser descobertos • Tempo para que não ocorra • Deixar instruções • Deixar carta • Planejamento prévio • Letalidade do método Fatores de risco: apoio familiar e apoio social, fatores estressores como rompimento de um relacionamento e gravidez, entender o ato como impulsivo e a frequência. Avaliação do paciente: postura do adolescente, credibilidade dos dados, omissão/atenuação pelo paciente e/ou família e negação do ato. Antecedentes familiares: psíquicos clínicos, doenças, medicações, depressão, drogas, psicose, problemas com a lei, problemas na escola, violência sexual e física Planos para o futuro? Importante avaliação Tratamento • Atenuar estressores (rede de apoio, evitar exposição a riscos e estimular habilidades) • Psicoterápicas • Farmacológicas (antidepressivos, ansiolíticos, estabilizadores de humor)
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