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Saúde Pública e Epidemiologia Saúde no mundo e em Portugal - Saúde Publica no mundo Definição de saúde segundo a OMS: estado de completo bem-estar físico, mental e social. Conceito de saude: transcende à ausência de doença tendo como objetivo a promoção e proteção em todo o mundo Classificação Internacional de Doenças (ICD): padrão internacional para definir e reportar doenças e condições de saúde assumido pela OMS em 1948. Conquistas históricas da OMS pós isto: • Descoberta dos Antibióticos (1950); • Iniciativa global de erradicação da Poliomielite (1988) via vacinação que diminuiu a sua incidência para 1%; • Campanha global de vacinação contra a Varíola com a sua erradicação (1979); • Redução da Tuberculose (1995); • Fundo global para combater a SIDA, Tuberculose e Malária criado em colaboração com a ONU (2001); • Redução da mortalidade infantil antes de completar os 5 anos de idade = descuido dos pais, acidentes, etc… (2006); • OMS define metas globais para prevenir e controlar doenças cardíacas, diabetes, cancro, doenças pulmonares crónicas etc… (2012); • Surto do vírus da bola (2014) com 0 casos registados em 2006 pós intervenção da OMS. 17 Objetivos de Desenvolvimento sustentável até 2030 1 - erradicar a Pobreza; 9 - Indústria, Inovação e Infra-estruturas; 2 - erradicar a Fome; 10 - Reduzir as Desigualdades; 3 - Saúde de Qualidade; 11 - Cidades e Comunidades Sustentáveis; 4 - Educação de Qualidade; 12 - Produção e Consumo Sustentáveis; 5 - Igualdade de Géneros; 13 - Ação Climática; 6 - Água Potável e Saneamento; 14 - Proteger a Vida Marinha; 7 - Energias Renováveis e Acessíveis; 15 - Proteger a Vida Terrestre 8 - Trabalho e Crescimento Económico; 16 - Paz, Justiça e Instituições Eficazes; 17 - Parcerias para a Implementação dos Objetivos. - Saúde Publica em Portugal A organização dos serviços de saúde sofreu influencia dos conceitos religiosos, políticos e sociais de cada época e foi-se concretizando para dar resposta ao aparecimento de doenças. Iniciou-se a 1899 pelo Dr. Ricardo Jorge. de 1 17 Até a criação do SNS, a assistência medica competia às famílias, instituições privadas e aos serviços médico-sociais de Caixas de Previdência. 1971 - Reforma do Sistema de saúde e assistência e esboço do primeiro SNS. Ainda neste ano surgem os primeiros centros de saúde e dá-se a reforma das Caixas de Previdência. 1976 - Todos os cidadãos tem direito à proteção da saúde e o dever de a defender e promover. Criação do SNS universal, geral e gratuito. 1984 - Criação da DGS dos cuidados de saúde primários. 1989 - SNS passa a tendencialmente gratuito. 1992 - Estabelecimento de taxas moderadoras. Atualmente O Serviço Nacional de Saúde é composto por todas as entidades públicas prestadoras de cuidados de saúde, sejam hospitais, unidades locais de saúde, centros de saúde e unidades de saúde familiar e agrupamentos de centros de saúde. O Estatuto do SNS aplica-se também às entidades particulares e profissionais em regime liberal integradas na rede nacional de prestação de cuidados de saúde, quando articuladas com o SNS. Representação gráfica das necessidades de saude da população em Portugal, por grandes grupos de problemas de saúde e por grupos de determinantes de saúde, e os cinco pilares da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável. Epidemiologia e Conquistas Epidemiologias - Epidemiologia A epidemiologia atual é uma disciplina relativamente nova e usa métodos quantitativos para estudar a ocorrência de doenças nas populações humanas e para definir estratégias de prevenção e controle. Ciência fundamental para a Saúde Publica contribuindo para a melhoria da saúde das populações. Determinantes de Saúde Factores que contribuem para o estado atual da saúde de uma pessoa ou população, pelo aumento ou redução da probabilidade de ocorrência de doença ou de morte prematura e evitável. Foram classificados no âmbito do Plano Nacional de Saúde 2021-2030 os seguintes: Ambientais Biológicos Comportamentais ou estilos de vida Demográficos-sociais e Económicos Relacionados com o Sistema de Saúde e à Prestação de cuidados de saúde Apoiados em 5 Pilares de sustentabilidade Planeta Prosperidade Pessoas Paz Parcerias de 2 17 Epidemiologia: O estudo da distribuição e dos determinantes de estados ou eventos relacionados a saúde em populações específicas, e a sua aplicação na prevenção controle dos problemas de saúde. Com o objetivo de melhora a saúde das populações, especialmente dos menos favorecidos. Os epidemiologistas não se preocupam apenas com a incapacidade, doença ou morte, mas também com a melhoria dos indicadores de saúde e com maneiras de promover a saúde. Doença: Mudanças desfavoráveis em saúde que inclui acidentes e doenças mentais. Alvo de estudo: População humana, normalmente utiliza-se aquela que esta localizada em uma determinada área num espaço de tempo - Saúde Pública Ações coletivas visando melhorar a saúde das populações. Estado de Saúde das Populações: A epidemiologia é frequentemente utilizada para descrever o estado de saúde de grupos populacionais. O conhecimento da carga de doenças que subsiste na população é essencial para as autoridades em saúde. Esse conhecimento permite a melhor utilização de recursos através da identificação de programas curativos e preventivos prioritários à população. - Conquistas da Epidemiologia • Varíola A erradicação da varíola contribuiu enormemente para a saúde e o bem estar de milhares de pessoas. A OMS liderou uma intensa campanha para eliminar a varíola humana durante muitos anos. A epidemiologia foi o centro deste processo por ter fornecido informações sobre a distribuição dos sacos e o modelo, mecanismo e níveis de transmissão, mapeado as epidemias da doença e avaliou as medidas de controle que poderiam ser instituídas. Os princípios e métodos epidemiológicos permitiram descobrir que em relação à varíola: - O único hospedeiro era o ser humano; - Não existia forma subclínica; - Pacientes que recuperavam eram imunes e não podiam transmitir a infeção; - A transmissão é somente através do contacto humano de longa duração; - A maioria dos utentes fica acamado aquando infectado diminuindo a transmissão da doença; • Febre reumática e doença cardíaca de 3 17 Associadas com o baixo nível sócio-económico, em habitações precárias e aglomeração familiar, situações que favorecem a disseminação de infeções estreptocócias das vias aéreas superiores. Atualmente esta quase erradicada em países desenvolvidos embora ainda exista uma alta incidência entre grupos sócio-económicos desfavorecidos. • Tabagismo Aumento dramático da ocorrência do cancro do pulmão a partir de 1930 no sexo masculino. Atualmente é a principal causa do aumento da taxa de cancro do pulmão. Estando ambos correlacionados. Saúde e Doença Saúde (1948-OMS): é um estado de completo bem estar físico, mental e social e não apenas a mera ausência de doença. Como pouco vaga Houve necessidade de definir os conceitos de saúde e doença. Aspetos positivos: • Não somente a ausência de doença e mal-estar; • Prespetiva positiva da doença. Aspetos negativos: • Parece mais uma declaração política, é utópica, quase ninguém tem e se tiver um bem estar completo, por muito pouco tempo; • A saúde não algo estático, mas continuo, com diferentes graus; • Nós procuramos aliviar o mal estar; • A saúde necessária para o bem-estar; • O bem estar não é necessário para ter saúde. - Saúde Inclui dimensões com carácter subjectivo inclinando-se sobre o sentir-se bem e carácter objetivo na capacidade funcional. Segundo o’Donnel (1986) a saude abrange em 5 dimensões: • Saúde emocional - inclui gestão de stress e cuidados com as crises emocionais; • Saúde social - abrange relações com amigos, família e comunidade; • Saude intelectual - educação, desenvolvimento da carreira e realização intelectual; • Saúde espiritual - abrangeo amor, esperança, caridade e objetivos de vida; • Saude Física - condição física, alimentação, cuidados médicos e abuso de substâncias. A saúde segundo um paradigma holista ou integral: • Conceito positivo; de 4 17 • Processo dinâmico; • Direito de todos e simultaneamente uma responsabilidade pessoal (autonomia); • Problema social e político; • A promoção da saúde é uma tarefa interdisciplinar. Objetivo da OMS: que todos os habitantes de todos os países do Mundo tenham o nível de Saúde suficiente para que possam trabalhar produtivamente e participar ativamente na vida social da comunidade onde vivem. - Doença Conceito: é um estado em que o funcionamento da pessoa, em termos físicos, emocionais, intelectuais, sociais, de desenvolvimento, ou espirituais, esta diminuído ou afetado, quando comparado com uma situação anterior. As doenças podem existir de forma somática - alterações corporais e orgânicas - ou psíquicas - alterações de esfera mental. Doença aguda: geralmente de curta duração e grave. Os seus sintomas surgem de forma abrupta, são intensos e reduzem após um período relativamente curto. Em regra, existe uma recuperação total ou um término abrupto em morte. Pode tornar-se crónica Doença crónica: persiste geralmente por mais de seis meses, a pessoa oscila entre o funcionamento ótimo e sérias recaídas na saude que podem constituir uma ameaça à vida. É a maior causa da mortalidade em todos os países. Doença terminal: é aquela que não possui potencial para cura e é eventualmente fatal. Factores que podem ter efeito sobre a pessoa segundo a OMS • Rendimento, status social e educação - quanto mais alto, mais saudável; • Ambiente físico - água potável, ar puro, ambiente de trabalho sadio, habitação e comunidade organizado; • Rede de apoio social - incluindo família, amigos e comunidade; • Genética - que influencia a expectativa de vida e o risco de desenvolvimento de determinadas doenças; • Género - homens e mulheres enfrentam riscos de saúde de desenvolvimento de determinadas doenças; • Comportamento pessoal - e habilidades de enfrentar dificuldades, além do tabaco, consumo de bebidas alcoólicas, hábitos alimentares, atividade fisica e forma de lidar com o stress. Ideias chave para compreender a entidade contraditória de saúde/doença: • Conceção médica - a saúde como um estado de ausência de doença; • Conceção psico-social - a saúde como ausência de mal-estar e um estado de conforto, de confiança e segurança pessoal; de 5 17 • Conceção politico-legal - a saúde como pré- requesto funcional para a manutenção do vigor e equilíbrio adaptativo da vida; • Conceção económica - a saúde como factor de importância económica fundamental. - Promoção da saúde Conceito multidisciplinar de que têm sido produzidas inúmeras definições. Define-se como o processo de “capacitar” as pessoas para aumentarem o controlo sobre a sua saúde e para a melhorar. Surgiu porque trazia • Vantagens económicas diretas - menos gastos com a doença; • Vantagens económicas indiretas - mais dias de trabalho e mais energia no trabalho - Estilo de vida “Agregado de decisões individuais que afetam a vida (do individuo) e sobre as quais tem algum controlo.” “Conjunto de estruturas mediadores que refletem uma totalidade de atividades, atitudes e valores sociais” ou como “ um aglomerado de padrões comportamentais, intimamente relacionados, que dependem das condições económicas e sociais, da educação, da idade e de muitos outros factores” Saúde e doença não são estados ou condições estáveis, mas sim conceitos vitais, sujeitos a avaliação e mudança. - População de risco Total de pessoas expostas, ou seja, indivíduos que podem vir a ter a doença, sendo suscetíveis à mesma • Ocorrências de Doença - Medição As três medidas epidemiologias de ocorrência de doença são: Taxa de prevalência, Tava de incidência, Incidência cumulativa. - Incidência Numero de novos casos ocorridos em um certo período de tempo numa população específica de 6 17 Utilização: expressa o risco de tornar-se doente. É a principal medida para doenças ou condições agudas , mas pode, também, ser utilizada para doenças crónicas. Mais útil em estudos de causalidade. I = Número de pessoas que adoeceram no período x constante Pessoa-tempo em risco - Prevalência Número de casos (novos e velhos) encontrados numa população definidas num determinado ponto no tempo. Utilização: estima a probabilidade de a população estar doente no período do tempo em que o estudo está a realizar-se. Mais útil em estudos que visam determinar a carga de doenças crónicas em uma população e suas implicações para os serviços de saúde. P = Número de pessoas com a doença x constante População de risco Expressa em casos por 100(%) ou por mil (‰) pessoas. Estudos de prevalência não proporcionam fortes evidências de causalidade. - Taxa de incidência Cumulativa ou Risco É a maneira mais simples de medir a ocorrência de uma doença. Incidência Cumulativa = Número de pessoas que desenvolveram a doença num período x constante Número de pessoas sem doença no inicio do período Expressa em casos por mil (‰) pessoas. Do ponto de vida estatístico, a incidência cumulativa refere-se à probabilidade (ou risco) de um individuo da população vir a desenvolver a doença durante um período especifico de tempo. - Mortalidade Taxa de mortalidade geral = Número de óbitos no período x constante População no meio de período A principal desvantagem de taxa de mortalidade geral é o fato de não ter em conta o risco de morrer varia conforme o sexo, idade, raça, classe social, entre outros factores. de 7 17 - Taxa padronizada especifica por idade Taxa padronizada = A x constante B A - Nº total de óbitos entre indivíduos de determinado sexo e idade numa área definida durante um período de tempo especifico B - População total estimada do mesmo sexo e idade residindo na mesma área e no mesmo período Esta taxa não expressa o risco dos membros de uma população contrair ou morrer por uma doença. - Coeficiente de Mortalidade Infantil É utilizado com um indicador do nível de saúde de uma comunidade. C. do mortalidade infantil = Óbito de crianças com menos de 1 ano entre momentos x constante Nados vivos entre momentos Este coeficiente é particularmente sensível e mudanças socioeconómicas e a intervenções na saúde. • Taxa de Mortalidade para menores de 5 anos Refere-se a óbitos ocorridos entre crianças com idades entre 1 e 4 anos. Ocorrências de acidentes, desnutrição e doenças infecciosas são causas comuns de óbitos nessa faixa etária. - Taxa de Mortalidade Materna Referes-se ao risco de morte materna em decorrência de causas associados a complicações durante a gestação, parto e puerpério. Essa importante estatística é frequentemente negligenciada devido à dificuldade para calculá-la de forma precisa. Taxa de mortalidade materna = C x constante D C - Número de óbitos maternos relacionados a gestação parto e puerpério num ano D - Total de nascidos vivos durante o mesmo ano de 8 17 - Esperança de Vida Número médio de anos que se espera viver, se as taxas atuais de mobimortalidade forem mantidas. A esperança de vida ao nascer, como uma medida do estado de saúde, apresenta maior relevância para os óbitos ocorridos na infância do que em relação a óbitos ocorridos em fase mais tardia de vida. Comparando a Ocorrência de Doenças 1º passo - medir a ocorrência de doença ou qualquer outra condição relacionada ao estado de saúde das populações. 2º passo - comparar entre as medidas de dois ou mais grupos de pessoas cuja exposição tenha sido diferente. O grupo não exposto é utilizado como grupo de referencia ou grupo basal. Dose - quantidade de exposição sofrida pelo individuo. Medidas absolutos: Diferença do Risco A diferença de risco refere-se à diferença nas taxas de ocorrênciae não expostos. Medida útil em saude publica porque dá uma ideia da extensão do problema causada pela exposição. Medidas absolutas: Fração atribuível A fração atribuível é a proporção de todos os casos que pode ser atribuída a uma exposição em particular. É estimada dividindo-se a diferença de risco pela taxa de ocorrência da doença na população exposta. Medida útil na definição de prioridades de intervenção em saúde publica. - Risco Relativo ou Razão de Riscos (RR) RR = a/(a+b) c/(c+d) É melhor que a diferença de risco porque é o expresso em relação a um grupo de referência. Está diretamente relacionado à magnitude da incidência no grupo de referência. Determinantes, Indicadores de saúde e factores de risco - Indicadores de Saúde de 9 17 Dados estatísticos (devidamente estudados) que nos dão várias indicações em relação ao estado de saúde de uma população. Permitem-nos fazer um diagnostico de saúde de uma população definindo as prioridades e esboçando estratégias no planeamento da saúde. É uma variável que pode ser medida para refletir o estado de saúde das pessoas dentro de uma comunidade. Exemplos: • Percentagem de gravidez na adolescência; • Taxa de mortalidade infantil; • Esperança média de vida; • Taxa de doenças infecciosas; • Percentagem de doenças cardiovasculares; • Percentagem de obesos; • Percentagem de diabéticos tipo 1 e tipo 2. - Factores de Risco Hábitos pessoais ou de exposição ambiental associados ao aumento da probabilidade de ocorrência de alguma doença. Como estes podem ser modificados, medidas que os atenuem podem diminuir a ocorrência da doença. Exemplos: • Consumo de álcool; • Tabagismo; • Dieta; • Sedentarismo; • HTA; • Obesidade. Epidemiologia e Prevenção Doenças crónicas não transmissíveis: As causas das doenças crónicas são geralmente conhecidas e avaliações de custo-benefício das intervenções estão disponíveis. Ao nível da saúde publica requerem uma abordagem ampla para uma prevenção e controlo. Mudanças no padrão de morbimortalidade indicam que as principais causas de doenças são prevenireis . de 10 17 Níveis de Prevenção As formas de prevenção primordial e primária tem maior impacto sobre a saúde das populações, enquanto que os níveis de prevenção secundária e terciários são geralmente foçados nas pessoas, visto que estas já possuem os sinais de doença. Primordial Fase da Doença Objetivos Ações População alvo Determinantes distais, económicos, sociais e ambientais Estabelecimento e manutenção de condições que reduzam riscos à saúde Médias que inibam o efeito de condições ambientais, económicas, sociais e comportamentais População total ou grupos selecionados alcançados através de políticas públicas e de promoção à saúde Primário Fase da Doença Objetivos Ações População alvo Factores causais específicos limitar a incidência de doença através do controle das causas especificas e dos factores de risco. Redução da incidência de doenças Proteção de saúde por esforços pessoais e comunitários como, melhoria do estado nutricional, imunizações e eliminação de riscos ambientais População total, grupos selecionados e indivíduos saudáveis alcançados através de políticas publicas de saúde. • Estratégia Populacional Objetivo: deslocar a distribuição de toda a população para a esquerda de um eixo x imaginário, ou seja, exemplo: reduzir a média dos níveis de colesterol. Vantagem: não há necessidade de identificar um grupo de risco populacional. Desvantagem: oferecer benefício pequeno para muitos indivíduos, visto que os riscos absolutos de doença são muito baixos. • Estratégia individual para o alto risco (enfoque de risco) Objetivo: proteger pessoas suscetíveis e mais eficientes para a população com maiores riscos para a uma doença especifica. Vantagem: os benefícios da intervenção direcionada a indivíduos de alto risco superam qualquer efeito adverso. Desvantagem: necessidade de um programa de rastreamento para identificar grupos de alto risco, o que é caro e difícil de ser realizado. Secundário Para que o programa seja útil deve apresentar pelo menos dois requisitos: - método de deteção da doença deve ser seguro e acurado, preferivelmente em um estágio pré- clinico; - Existência de um método efeito de intervenção. Fase da Doença Objetivos Ações População alvo de 11 17 Rasteio Processo que utiliza testes em larga escala para identificar a presença de doenças em pessoas aparentemente saudáveis, motivado pelo potencial beneficio da prevenção secundaria através da deteção precoce e do tratamento. Estes testes não são utilizados para estabelecer diagnósticos, mas sim para determinar a presença ou ausência de um factor de risco. Exemplo: amostras de sangue de crianças, caso vivam em áreas em que as tintas apresentam alto teor de chumbo, podem ser rasteadas para verificar a presença de chumbo. Estágio precoce da doença Reduzir as consequências mais graves da doença através do diagnóstico precoce e do tratamento. Redução da prevalência da doença. Medidas disponíveis para indivíduos e comunidades para deteção precoce e intervenção imediata visando controlar a ocorrência da doença e minimizar incapacidade (ex. Rastreio) Indivíduos com alto risco e pacientes, todos alcançados através da medicina preventiva Terciário Fase da Doença Objetivos Ações População alvo Estágio tardio da doença (tratamento e reabilitação Reduzir a progressão e as complicações de uma doença já sintomática Medidas que amenizem o impacto da doença de longa duração e de incapacidade; Redução do sofrimento e aumento dos anos potenciais de vida útil Pacientes alcançados através de reabilitação Testes de Rasteio Rasteio em Massa Rastreio múltiplo ou em multifase - Rastreio em alvo - Rastreio oportunístico Envolve toda a população Envolve o uso de vários testes na mesma ocasião Rastreio de grupos que sofrem exposições. Exemplo: pessoas que trabalham em fundições. É restrito a pacientes que consultam um médico por algum motivo de 12 17 Profilaxia Profilaxia - Conjunto de medidas que visam prevenir, ao nível populacional, uma doença. Profilático - refere-se a profilaxia e significa preventivo, sendo utilizado para designar algo capaz de prevenir ou atenuar determinada doença (medidas/ações profilática, tratamento profilático). Medidas Profiláticas - são utilizadas como intuito de impedir ou reduzir o risco de transmissão de uma doença. Protegendo a população da ocorrência ou da evolução de um fenómeno desfavorável à saúde. • Vacinas Considerada um dos métodos mais eficazes. Consiste em inocular uma pequena amostra do agente causador da doença no organismo do individuo. É normal pós administração da mesma o paciente demonstrar alguns sintomas de doença, mas estes são de recuperação rápida e pós isto o organismo torna-se imune àquela doença. • Medicina profilática Área que orienta para a prevenção de doenças. O profissional dessa especialidade é responsável por aconselhar, sugerir medidas e conscientizar os pacientes para evitar a doença. Dentro desta está complementa a saúde pública. • Saúde pública A Saúde Pública é definida como “a arte e a ciência de prevenir a doença, prolongar a vida e promover a saúde através de esforços organizados da sociedade” (Acheson, 1988; OMS). Critérios para Rastreio Doença - Bem definida Prevalência - conhecida História natural - longo período entre os primeiros sinais e a evidencia da doença; doença grave para a qual há um tratamento efetivo Escolha do teste - simples e seguro Desempenho do teste - distribuição conhecida dos valores dos testes im indivíduos afetados e não afetados Custo - custo-benefício Facilidades - disponível e de fácil acesso Aceitabilidade - os procedimentos após um teste com resultados positivos são geralmente aceitos pelos que realizaram o rastreamento e por aqueles que foram rasteados.Equidade - Equidade para acesos os serviços de rastreamento; tratamento disponível efetivo, aceitável e seguro de 13 17 As suas atividades visam reforçar o sistema de ação e as melhorias no serviços de saude com o objetivo de manter os cidadãos saudáveis, melhorar a sua saude e bem estar e prevenir a sua deteorização. O Médico de Saúde Pública (SP) centra a sua atividade profissional em três pilares essenciais: promoção da saúde, prevenção da doença e prolongamento da vida saudável. São competências de um especialista em Saúde Pública: (1) Descrever, analisar, interpretar e comunicar tecnicamente o nível de saúde de uma população e dos grupos que a integram; (2) Desenhar planos de ação e programas de intervenção em saúde, participar na sua implementação, execução, e avaliação; (3) Vigiar e monitorizar fenómenos e acontecimentos que possam interferir ou por em perigo a saúde da população; (4) Supervisionar programas ou atividades que têm por finalidade a defesa, proteção e promoção da saúde da população; (5) Auditar serviços, programas e projetos de saúde, tendo com referência normas técnicas e de creditação, nacionais e internacionais; (6) Investigar problemas de saúde com repercussão populacional e seus fatores determinantes; (7) Colaborar com os serviços de saúde na análise e transferência de dados e informação de saúde, designadamente com os serviços de saúde pública de outros níveis; (8) Colaborar com instituições da comunidade cuja atividade é relevante para a saúde; (9) Comunicar à população informação relevante em saúde; (10) Associar conhecimentos das disciplinas da saúde pública com informação técnica específica sobre o perfil de saúde da população, tendo em vista influenciar políticas de saúde que defendam, protejam ou promovam a saúde do público; (11) Utilizar ferramentas informáticas de apoio ao planeamento, vigilância, intervenção e investigação em saúde; (12) Exercer o poder de autoridade de saúde quando para tal for nomeado. Vacinação A vacina é um agente (c/produtos antigénicos) – microrganismo ou substância que, introduzido no corpo de um indivíduo, por via oral ou injectado, provoca a imunidade para determinadas doenças. • Imunização - conotada com o processo de aquisição de imunidade aos a administração de uma substância imunobiológica. - Ativa - pela produção de anticorpos através do agente infeccioso ou toxóide; (1) Natural - contacto com agente infeccioso; (2) Artificial - vacinação - Passiva - pelo fornecimento de imunidade temporária pela administração de anticorpos pré- formado (imunoglobulinas) (1) Natural - passagem de anticorpos da mãe para o filho ou pelo leite; (2) Artificial - imunoglobulina humana combinada (ex. Imunoglobulina (soro) - antitetânica), transfusão de produtos sanguíneos, anafilaxia; de 14 17 • Objetivos - Evitar epidemias como as que se verificam para a poliomielite e com a varíola; - Proteger o ser humano de infeções como a difteria e a raiva; - Prevenir doenças numa população vulnerável pela ”imunização de substitutos”, por exemplo, a imunização da rubéola para prevenir a síndroma congénita da rubéola; - A melhoria da qualidade de vida. Resistência – soma total dos mecanismos de defesa; Resistência natural – resistência à doença independentemente da existência de anticorpos (Ac) (características anatómicas); Imunidade - resistência à doença associada a Ac; Vacinar - Introduzir um ou mais antigénios (Ag) no organismo. • Resposta imunológica (1) Primeiras Imuniglobolinas (IG) são sintetizadas a partir da 10a semana de gestação; (2) Ig maternas passam a placenta após o 6o mês de gravidez; (3) Imunidade celular encontra-se bem desenvolvida no RN com peso superior a 2kg. Tipos de vacinas Vivias Inativas Micro-organismos vivos atenuados - VASPR; VAP; poliomielite, febre amarela… Micro-organismos similares - BCG Micro-organismos mortos - VIP; VHB; VHA; cólera, tosse convulsa, febre tifóide. Tifóides - tétano e difteria. Polissacarídeos bacterianos - Hib; meningococo; pneumococo. Intervalos entre a administração de vacinas de antígenos deferentes. Entre vacinas inativadas – em qualquer altura; Entre vacinas vivas atenuadas e vacinas inativadas - em qualquer altura; Entre vacinas vivas – no mesmo dia, desde que em locais anatómicos diferentes, ou intervalo mínimo de 4 semanas entre cada vacina. Conservação • Proteger da luz; • Temperatura entre 2 e 8oC; • Prazo de validade (seguir indicações de fabricante). Siglas Vacina contra: BCG Tuberculose DTPa (pertússis acelular) Difteria-Tétano- Tosse convulsa (pertússis) DTPaHib (pertússis acelular) Difteria-Tétano-Tosse convulsa-doença invasiva por Haemophilus influenzae do serotipo b DTPaHibVIP Difteria-Tétano-Tosse convulsa-doença invasiva por Haemophilus influenzae do serotipo b- Poliomielite de 15 17 Durante toda a vida: - Tétano e Difeteria (Td) esta 10 em 10 anos Alterações do PNV • Alargamento a todas as crianças, aos 2, 4 e 12 meses de idade, da vacinação contra doença invasiva por meningite meningocócica (Neisseria meningitidis) do grupo B (vacina MenB); • Alargamento ao sexo masculino, aos 10 anos de idade, da vacinação contra infeções por vírus do Papiloma humano (vacina HPV), incluindo os genótipos causadores de condilomas ano-genitais; • A vacina contra o rotavírus (vacina ROTA) para grupos de risco, principal causador de gastroenterites em crianças, também passa a integrar o Programa Nacional de Vacinação 2020, mas será aplicada apenas para grupos de risco. Locais anatómicos de administração de vacinas: Idade <12 meses Braço esquerdo: BCG Coxa esquerda: DTPa; DTPa Hib; DTPa VIP; DTPa HibVIP Coxa direita: VHB; Hib; VIP Idade >12 meses Braço esquerdo: BCG; DTPa; DTPa Hib; DTPa VIP; MenC; Td Braço direito: VHB; Hib; VIP; VASPR; HPV DTPaVIP Difteria-Tétano-Tosse convulsa-Poliomielite Hib Doença invasiva por Haemophilus influenzae do serotipo b (ou Haemophilus influenzae b) HPV Infecção por vírus do Papiloma humano MenC Doença invasiva por Neisseria meningitidis do serogrupo C (ou meningococo C) VAR Rubéola VAS Sarampo VASPR Sarampo-Parotidite epidémica-Rubéola VHB Hepatite b VAP (vírus vivos atenuados) Poliomielite VIP (vírus inativados) Poliomielite Td (difteria em dose de adulto) Tétano-Difteria de 16 17 Reações adversas - reações anafilácticas Reação alérgica aguda potencialmente perigosa para a vida devida à possibilidade de rápida evolução para obstrução das vias aéreas, dificuldade respiratória e choque, associados a alterações cutâneas e mucosas. Legalidade inferior a 1% Como evitar: - questionário dirigido de forma a evitar novas reações alérgicas - Sinal indicador de compromisso cardiovascular é o Tempo de Preenchimento Capilar (TPC) Os cuidados hospitalares na abordagem do doente com reação anafiláctica devem obedecer a uma lógica sequencial “ABCDE” Airway Breathing Circulariam Disability Exposition de 17 17
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