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Fisiologia - capitulo 50 guyton

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Fisiologia – Capitulo 50 Guyton 
O olho: I. Óptica da Visão 
Giovanna Gabriele 
PRINCIPIOS FÍSICOS DA ÓPTICA 
Refração da luz em uma interface entre dois meios com índices de 
refração diferentes. Quando um feixe de raios de luz atinge interface 
perpendicular a ele, raios adentram o segundo meio sem desviar seu trajeto, se 
observa uma redução na velocidade de propagação e a formação de ondas de 
comprimento mais curto, pelo encurtamento das distâncias entre as frentes de onda. 
Quando raios atravessam interface angulada, eles se curvarão se os índices 
refrativos dos dois meios forem diferentes entre si, como a direção em que a luz se 
propaga é sempre perpendicular ao plano da frente de onda, a direção do trajeto do 
feixe de luz se curva para baixo. Essa curvatura dos raios de luz em uma interface 
angulada é conhecida como refração. O grau de refração aumenta em função: (1) 
da proporção dos dois índices refrativos dos dois meios transparentes; e (2) do grau 
de angulação entre a interface e a frente de onda que entra. 
Aplicação dos princípios refrativos às lentes 
As lentes convexas focalizam os raios de luz. Raios de luz que 
atravessam o centro da lente, atingem sua superfície de modo perpendicular e, 
portanto, atravessam a lente sem sofrer refração, em direção a borda da lente, os 
raios atingem uma interface mais angulada, raios mais externos se curvam em 
direção ao centro, fenômeno: convergência dos raios. Metade da curvatura ocorre 
quando os raios entram na lente e a outra metade acontece à medida que eles saem 
do lado oposto. Se a curvatura da lente for perfeita, os raios de luz paralelos que 
atravessam cada parte da lente serão curvados com exatidão o suficiente para que 
todos eles atravessem em um único ponto -> ponto focal. 
As lentes côncavas divergem os raios de luz. Raios que entram no 
centro da lente atingem uma interface que é perpendicular ao feixe, e, portanto, não 
sofrem refração. Raios na borda entram na lente antes dos raios no centro. A lente 
côncava diverge os raios de luz, e a convexa os converge. 
As lentes cilíndricas curvam os raios de luz somente em um plano / 
comparação com lentes esféricas. Lente cilíndrica curva os raios de luz de ambos 
os lados da lente, mas não de cima para baixo, há curvatura em uma plano, mas 
não no outro, os raios de luz paralelos são curvados para uma linha focal. Os raios 
de luz que atravessam a lente esférica são refratados em todas as bordas da lente 
(em ambos os planos) em direção ao raio central e todos os raios chegam ao ponto 
focal. 
A combinação de duas lentes cilíndricas em ângulos retos equivale a 
uma lente esférica. 
Distância focal de uma lente 
Quando os raios de luz que já são divergentes entram em uma lente 
convexa, a distância de foco no outro lado da lente é maior em relação à lente do 
que a distância focal da lente para os raios paralelos. Tanto os raios paralelos quanto 
os raios divergentes podem ser focalizados na mesma distância além de uma lente, 
desde que a lente altere sua convexidade. 
Formação de uma imagem por uma lente convexa 
 
A: lente convexa com duas fontes pontuais de luz à esquerda, os raios 
atravessam o centro da lente convexa sem ser refratado em qualquer direção, os 
raios de luz de cada fonte pontual chegam ao foco pontual do lado oposto da lente 
diretamente alinhados com a fonte pontual e o centro da lente. Cada fonte pontual 
de luz sobre o objeto chega ao foco em pontos separados no lado oposto da lente, 
alinhado ao centro da lente. B: imagem está de cabeça para baixo em comparação 
ao objeto original e as duas laterais da imagem estão invertidas. A lente de uma 
câmera focaliza as imagens no filme por meio desse método. 
Medida da potência refrativa de uma lente / Dioptria 
 Quanto mais uma lente curva os raios de luz, maior é sua “potência 
refrativas”, essa potência refrativa é medida em termos de dioptrias. A potência 
refrativa em dioptrias de uma lente convexa é igual a 1 metro dividido por sua 
distância focal. Uma lente esférica que converge raios de luz paralelos para um 
ponto focal 1 metro além da lente tem uma potência refrativa de +1 dioptria. Se a 
lente for capaz de curvar os raios de luz paralelos duas vezes mais que uma lente 
com uma potência de +1 dioptria, considera-se que ela apresenta uma força de +2 
dioptrias e os raios de luz chegam ao um ponto focal 0,5 metro além da lente. Uma 
lente capaz de convergir os raios de luz paralelos para um ponto focal apenas 10 
cm (0,10 metro) além da lente tem uma potência refratura de +10 dioptrias. Se uma 
lente côncava diverge raios de luz na mesma intensidade que uma lente convexa 
de 1 dioptria consegue convergi-los, considera-se que a lente côncava tem uma 
força de -1 dioptria. Se a lente côncava diverge os raios de luz da mesma forma 
que uma lente de +10 dioptrias os converge, assume-se que essa lente tenha uma 
força de -10 dioptrias. 
 As lentes côncavas “neutralizam” a potência refrativa das lentes 
convexas. Posicionar uma lente côncava de 1 dioptria imediatamente à frente de 
uma lente convexa de 1 dioptria resulta em um sistema de lentes com potência 
refrativa resultante igual a zero. 
ÓPTICA DO OLHO 
 
Sistema de lentes do olho é composto de quatro interfaces refrativas: (1) 
interface entre o ar e a superfície anterior da córnea; (2) interface entre a superfície 
posterior da córnea e o humor aquoso; (3) interface entre o humor aquoso e a 
superfície anterior do cristalino (lente); e (4) interface entre a superfície posterior 
do cristalino e o humor vítreo. 
Consideração de todas as superfícies refrativas do olho como lente 
única / olho “reduzido”. Se todas as superfícies refrativas do olho forem 
algebricamente somadas e, então, consideradas como uma lente única, a óptica do 
olho normal poderá ser simplificada e representada esquematicamente como um 
“olho reduzido”. No olho reduzido, considera-se a existência de uma superfície 
refrativa única, com seu ponto central 17 milímetros à frente da retina e potência 
refrativa total de 59 dioptrias quando o cristalino é acomodado para visão a 
distância. 
Aproximadamente dois terços das 59 dioptrias de potência refrativa do 
olho são fornecidos pela superfície anterior da córnea (não pelo cristalino). A 
principal razão para a ocorrência desse fenômeno é que o índice refrativo da córnea 
é extremamente diferente do índice do ar, ao 
passo que o índice refrativo do cristalino não é muito diferente dos 
índices do humor aquoso e do humor vítreo. 
A potência refrativa total do cristalino, considerando sua localização 
normal no interior do globo ocular, cercado por líquido em ambos os lados, é de 
apenas 20 dioptrias, cerca de um terço da potência refrativa total do olho. No 
entanto, a importância do cristalino está em sua capacidade de, respondendo a 
sinais nervosos provenientes do cérebro, modificar acentuadamente sua 
curvatura para produzir o fenômeno de “acomodação”. 
Formação da imagem na retina. A imagem focalizada é invertida e 
reversa em relação ao objeto. No entanto, os objetos são percebidos na posição 
correta, a despeito da orientação invertida na retina, porque o cérebro é treinado 
para codificar uma imagem invertida como normal. 
MECANISMO DE ACOMODAÇÃO 
 Para fazer essa acomodação, o formato do cristalino é alterado, de uma 
lente moderadamente convexa para uma lente muito convexa. 
 Em uma pessoa jovem, o cristalino é composto de uma cápsula 
altamente elástica preenchida com um líquido viscoso e rico em proteínas, mas 
totalmente transparente. Quando o cristalino está em seu estado relaxado, sem 
nenhuma tensão sobre sua cápsula, ele assume um formato quase esférico, 
principalmente em virtude da retração elástica de sua cápsula. Cerca de 
70 ligamentos suspensores se fixam radialmente ao redor do cristalino, puxando 
suas bordas em direção ao círculo externo do globo ocular. Esses ligamentos são 
constantementetensionados por suas fixações na borda anterior da coroide e da 
retina. A tensão sobre os ligamentos faz com que o cristalino permaneça 
relativamente plano sob condições normais do olho. 
 Os músculos ciliares também estão localizados nas fixações laterais dos 
ligamentos do cristalino ao globo ocular. Esses músculos apresentam dois 
conjuntos separados de fibras musculares lisas – fibras meridionais e fibras 
circulares. As fibras meridionais estendem-se das extremidades periféricas dos 
ligamentos suspensores para as junções corneoesclerais. Quando essas fibras 
musculares se contraem, as inserções periféricas dos ligamentos do cristalino são 
puxadas medialmente em direção às bordas da córnea, liberando, assim, a tensão 
dos ligamentos sobre o cristalino. As fibras circulares são dispostas circularmente 
em todo o contorno das fixações do ligamento, de modo que, quando elas se 
contraem, ocorre uma ação semelhante à de um esfíncter, reduzindo o diâmetro do 
círculo de fixações do 
ligamento; essa ação 
também possibilita que 
os ligamentos exerçam 
menor tração sobre a 
cápsula do cristalino. 
Assim, a 
contração de qualquer 
um dos conjuntos de 
fibras musculares lisas 
no músculo ciliar 
relaxa os ligamentos da 
cápsula do cristalino 
que, por sua vez, 
assume um formato 
mais esférico, como o 
de um balão, por causa 
da elasticidade natural 
de sua cápsula. 
 
A acomodação é controlada por nervos parassimpáticos. Através do 
terceiro par de nervos cranianos (nervo oculomotor) provenientes do núcleo do III 
par craniano, no tronco encefálico. A estimulação dos nervos parassimpáticos 
contrai os dois conjuntos de fibras da musculatura ciliar, o que relaxa os ligamentos 
do cristalino, permitindo, então, que ele se torne mais abaulado e aumente sua 
potência refrativa. Com essa potência refrativa aumentada, o olho focaliza os 
objetos mais proximamente do que quando o olho tem uma potência refrativa 
menor. Consequentemente, à medida que um objeto distante se move em direção 
ao olho, o número de impulsos parassimpáticos que incidem sobre a musculatura 
ciliar precisa aumentar progressivamente para que o olho mantenha o objeto em 
foco constante. A estimulação simpática tem um efeito adicional no relaxamento 
da musculatura ciliar, mas esse efeito é tão fraco que quase não exerce nenhum 
papel no mecanismo da acomodação normal; 
 Presbiopia / Perda da acomodação pelo cristalino. À medida que 
uma pessoa envelhece, o cristalino fica maior e mais denso e se torna muito menos 
elástico, parcialmente pela progressiva desnaturação de suas proteínas. Portanto, a 
capacidade do cristalino de alterar seu formato diminui com a idade. A partir dos 
70 anos, o cristalino fica quase totalmente sem acomodação -> presbiopia. 
 Ao se alcançar o estado de presbiopia, cada olho permanecerá 
focalizado permanentemente para uma distância quase constante; essa distância 
depende das características físicas dos olhos de cada pessoa. Os olhos não 
conseguem mais acomodar a visão tanto para perto quanto para longe. Para ver 
claramente, a distância ou de perto, uma pessoa idosa precisa usar óculos bifocais, 
com o segmento superior focalizado para a visão a distância e o segmento inferior 
focalizado para perto (p. ex., para leitura). 
DIÂMETRO PUPILAR 
A principal função da íris é, por intermédio de sua abertura (pupila), 
aumentar a quantidade de luz que entra no olho na escuridão e reduzir essa 
quantidade à luz do dia. 
A “profundidade de foco” do sistema de lentes aumenta com a 
redução do diâmetro pupilar. 
 
O sistema de lentes superior possui uma profundidade de foco muito 
maior do que o sistema de lentes do olho inferior. Quando um sistema de lentes 
tem uma grande profundidade de foco, a retina pode ser consideravelmente 
deslocada do plano focal, ou a força da lente pode ser bastante alterada em relação 
ao normal, e a imagem ainda permanece muito próxima de um foco nítido; ao passo 
que, quando um sistema de lentes tem uma profundidade de foco “rasa”, mesmo 
uma ligeira movimentação da retina em relação ao plano focal provoca turvamento 
extremo da imagem. A maior profundidade de foco possível ocorre quando a pupila 
é extremamente pequena. A razão para isso é que, com uma abertura muito 
pequena, quase todos os raios atravessam o centro do cristalino e os raios mais 
centrais estão sempre em foco. 
ERROS DE REFRAÇÃO 
Emetropia (visão normal) -> quando os raios de luz paralelos de 
objetos distantes estiverem em foco nítido na retina quando os músculos ciliares se 
encontram completamente relaxados. O olho emetrope pode ver claramente todos 
os objetos distantes com sua musculatura ciliar relaxada. 
Hipermetropia (hiperopia) -> globo ocular anatomicamente muito 
curto ou, eventualmente, a um sistema de lentes muito fraco. Os raios de luz 
paralelos não são suficientemente curvados pelo sistema de lentes relaxado para 
chegarem ao foco no momento em que alcançam a retina. Para superar essa 
anormalidade, o músculo ciliar deve se contrair para aumentar a força da lente. Ao 
usar o mecanismo de acomodação, uma pessoa hipermetrope é capaz de focalizar 
objetos distantes na retina. Se a pessoa tiver usado apenas uma pequena quantidade 
de força da musculatura ciliar para acomodar objetos distantes, ela ainda terá muito 
poder acomodativo para focalizar objetos cada vez mais próximos ao olho, de 
maneira nítida, até que o músculo ciliar seja contraído no seu limite. Na idade 
avançada, quando o cristalino se torna “presbiope”, uma pessoa hipermetrope com 
frequência não consegue acomodar suficientemente o cristalino para focalizar até 
mesmo objetos distantes, e muito menos para objetos próximos. 
Miopia (vista curta) -> quando o músculo ciliar está completamente 
relaxado, os raios de luz provenientes de objetos distantes são focalizados à frente 
da retina. Globo ocular anatomicamente muito alongado, mas também pode ocorrer 
como resultado de uma potência refrativa excessiva no sistema de lentes do olho. 
A pessoa com miopia não tem nenhum mecanismo para focalizar objetos distantes 
de maneira nítida na retina. No entanto, à medida que um objeto se move mais para 
próximo do olho da pessoa, ele finalmente chega perto o suficiente para que a 
imagem consiga ser focalizada. Quando o objeto fica ainda mais próximo do olho, 
a pessoa pode usar o mecanismo de acomodação para manter a imagem claramente 
focalizada. 
Correção da miopia e da hipermetropia pelo uso de lentes -> 
Miopia: potência refrativa excessiva pode ser neutralizada pela colocação de uma 
lente esférica côncava em frente ao olho, que divergirá os raios. Hipermetropia: 
visão anormal pode ser corrigida pelo acréscimo de potência refrativa por meio do 
uso de uma lente convexa em frente ao olho. 
Astigmatismo: erro refrativo do olho que faz com que a imagem visual 
em um plano seja focalizada em uma distância diferente da do plano em ângulo 
reto. Geralmente decorre de uma curvatura de córnea muito grande em um plano 
do olho. Como a curvatura da lente astigmática ao longo de um plano é menor do 
que a curvatura ao longo do outro plano, os raios de luz que atingem as porções 
periféricas da lente em um plano não se curvam tanto quanto os raios que atingem 
as porções periféricas do outro plano. Os raios de luz que atravessam uma lente 
astigmática não chegam todos a um ponto focal comum porque os raios que 
atravessam um plano focalizam bastante à frente daqueles que atravessam o outro 
plano. O poder de acomodação do olho pode não ser capaz de compensar o 
astigmatismo porque, durante a acomodação, a curvatura do cristalino se altera de 
maneira quase igual em ambos os planos; assim, no astigmatismo, cada um dos 
dois planos requer um grau diferente de acomodação. 
Correção do astigmatismo com uma lente cilíndrica -> encontrar, por 
tentativa e erro, uma lente esférica que corrija o foco em um dos dois planosda 
lente astigmática. Utiliza-se uma lente cilíndrica adicional para corrigir o erro 
remanescente no plano restante. Para se fazer isso, é preciso determinar o eixo e a 
potência da lente cilíndrica necessária. 
Catarata / Áreas opacas no cristalino -> é uma área (ou áreas) 
enevoada ou opaca no cristalino. Primeiro estágio de formação da catarata, as 
proteínas em algumas das fibras do cristalino se tornam desnaturadas. 
Posteriormente, essas mesmas proteínas se coagulam (solidificam),formando áreas 
opacas onde existia fibras de proteína transparentes normais. Quando uma catarata 
obscurece a transmissão de luz de maneira tão intensa que compromete gravemente 
a visão, a condição pode ser corrigida por remoção cirúrgica do cristalino. 
ACUIDADE VISUAL 
Teoricamente, a luz de uma fonte pontual distante, quando focalizada na 
retina, deve ser infinitamente pequena. No entanto, como o sistema de lentes do 
olho nunca é perfeito, tal mancha na retina normalmente tem um diâmetro total de 
aproximadamente 2 micrômetros, mesmo com a resolução máxima do sistema 
óptico ocular. Essa mancha local é mais brilhante em seu centro e esmaece 
gradualmente em direção às bordas. 
O diâmetro médio dos cones na fóvea da retina – a parte central da retina, 
onde a visão é mais altamente desenvolvida – é de cerca de 1,5 micrômetro, que é 
um sétimo do diâmetro da mancha de luz. Todavia, como a mancha de luz apresenta 
um ponto central brilhante e bordas sombreadas, uma pessoa pode distinguir 
normalmente dois pontos separados se seus centros se situarem a até 2 micrômetros 
da retina, que é ligeiramente maior do que a largura do cone da fóvea. 
A acuidade visual normal do olho humano para discriminar entre fontes 
pontuais de luz é de aproximadamente 25 segundos de arco (7 milésimos de grau 
de circunferência). Ou seja, quando os raios de luz de dois pontos separados 
atingem o olho com um ângulo de, pelo menos, 25 segundos entre eles, eles 
normalmente podem ser reconhecidos como dois pontos em vez de um. Isso 
significa que uma pessoa com uma acuidade visual normal olhando para dois 
pontos brilhantes de luz distantes 10 metros um do outro mal pode distingui-los 
como entidades separadas quando eles estiverem entre 1,5 e 2 metros distantes 
entre si. 
 
 
Fora dessa área da fóvea, a acuidade visual se torna progressivamente 
pior, diminuindo mais de 10 vezes à medida que se aproxima da periferia. Isso é 
causado pela conexão de um número cada vez maior de bastonetes e cones a cada 
fibra de nervo óptico nas partes mais periféricas, não foveais, da retina. 
Método clínico para determinação da acuidade visual. O quadro 
para examinar os olhos consiste em letras de diferentes tamanhos colocadas a 6 
metros de distância da pessoa que está sendo examinada. Se a pessoa puder 
enxergar bem as letras de um tamanho que ela possa ver a uma distância de 6 
metros, diz-se que essa pessoa tem uma visão 6/6 – isto é, visão normal. Se a pessoa 
só conseguir ver as letras que seria capaz de ver a 60 metros de distância, essa 
pessoa tem uma visão 6/60. Em outras palavras, o método clínico para expressar a 
acuidade visual é a utilização da fração matemática que expressa a proporção de 
duas distâncias, o que também é a proporção da acuidade visual de uma pessoa 
com acuidade visual normal. 
DETERMINAÇÃO DA DISTÂNCIA ENTRE UM OBJETO E O OLHO / 
“PERCEPÇÃO DE PROFUNDIDADE” 
Uma pessoa normalmente percebe distância por três meios básicos: (1) 
os tamanhos de imagens de objetos conhecidos na retina; (2) o fenômeno da 
paralaxe de movimento; e (3) o fenômeno da estereopsia. Essa habilidade para se 
determinar a distância é chamada de percepção de profundidade. 
Determinação de distância pelo tamanho de imagens retinianas de 
objetos conhecidos. Se alguém sabe que a pessoa que está sendo vista tem 1,80 m 
de altura, esse alguém pode determinar o quão distante está a pessoa simplesmente 
pelo tamanho da imagem dessa pessoa na retina. Não é preciso pensar 
conscientemente sobre o tamanho, mas o cérebro aprendeu a calcular 
automaticamente as distâncias dos objetos a partir do tamanho das imagens quando 
as dimensões são conhecidas. 
Determinação de distância pela paralaxe de movimento. Outra 
maneira importante pela qual os olhos determinam a distância é o da paralaxe de 
movimento, um deslocamento na aparente posição de um objeto visto ao longo de 
duas diferentes linhas de visão. Se uma pessoa olha para longe com os olhos 
completamente imóveis, ela não percebe nenhuma paralaxe de movimento, mas 
quando a pessoa movimenta a cabeça para um lado ou para outro, as imagens dos 
objetos mais próximos se movimentam rapidamente pelas retinas, ao passo que as 
imagens de objetos distantes permanecem quase completamente estáticas. Por 
exemplo, ao se movimentar a cabeça 2,5 centímetros para o lado quando o objeto 
está a apenas 2,5 centímetros à frente do olho, a imagem se movimenta quase todo 
o caminho pelas retinas, enquanto a imagem de um objeto a 60 metros de distância 
dos olhos não se move perceptivelmente. Assim, pelo uso desse mecanismo de 
paralaxe de movimento, pode-se avaliar as distâncias relativas de diferentes 
objetos, ainda que se use apenas um olho. 
Determinação de distância por estereopsia | Visão binocular. Outro 
método pelo qual se percebe a paralaxe é o da visão binocular. Como um olho se 
encontra a um pouco mais de 5 centímetros de um lado do outro olho, as imagens 
nas duas retinas são diferentes entre si. Por exemplo, um objeto 2,5 centímetros à 
frente do nariz forma uma imagem no lado esquerdo da retina do olho esquerdo, 
mas, no olho direito, a imagem é formada no lado direito da retina. Já um pequeno 
objeto posicionado a uma distância de 6 metros à frente do nariz terá sua imagem 
captada em pontos estreitamente correspondentes nos centros das duas retinas. Essa 
paralaxe binocular (ou estereopsia) é quase inteiramente o que dá a uma pessoa 
com dois olhos uma capacidade muito maior de avaliar distâncias relativas quando 
os objetos estão próximos do que uma pessoa com apenas um olho. No entanto, a 
estereopsia é praticamente inútil para percepção de profundidade em distâncias 
além de 15 a 60 metros. 
SISTEMA DE LÍQUIDOS DO OLHO / LÍQUIDO INTRAOCULAR 
O olho é preenchido com líquido intraocular, o que mantém pressão 
suficiente no globo ocular para mantê-lo distendido. Esse líquido pode ser dividido 
em duas porções – humor aquoso, que fica na frente do cristalino, e humor vítreo, 
que fica entre a superfície posterior do cristalino e a retina. O humor aquoso é um 
líquido que flui livremente, enquanto o humor vítreo, algumas vezes chamado 
de corpo vítreo, é massa viscosa e gelatinosa que se mantém coesa por uma rede 
fibrilar fina, composta primariamente de moléculas de proteoglicanos bastante 
alongadas. Tanto água quanto substâncias dissolvidas podem 
se difundir lentamente no humor vítreo, mas há pouco fluxo de líquido. 
 
O humor aquoso é continuamente formado e reabsorvido. O balanço 
entre formação e reabsorção do humor aquoso regula o volume total e a pressão do 
líquido intraocular. 
FORMAÇÃO DO HUMOR AQUOSO PELO CORPO CILIAR 
O humor aquoso é formado no olho a uma taxa média de 2 a 3 μℓ/min. 
Essencialmente, todo ele é secretado pelos processos ciliares, que são pregas 
lineares que se projetam do corpo ciliar para o espaço que fica atrás da íris, onde 
os ligamentos do cristalino e o músculo ciliar se fixam ao globo ocular. As 
superfícies desses processos são revestidas por células epiteliais altamente 
secretoras e com uma área bastante vascularizada imediatamente abaixo delas. 
O humor aquoso é formado quase inteiramente como uma secreção 
ativa pelo epitélio dos processos ciliares. A secreção começa com o transporte ativo 
de íons sódio para os espaços entre as células epiteliais. Os íons sódio levam íons 
cloreto e bicarbonato junto com eles para manter neutralidade elétrica.Então, todos 
esses íons juntos promovem a osmose de água dos capilares sanguíneos que se 
situam abaixo dos mesmos espaços intercelulares epiteliais; a solução resultante 
flui dos espaços dos processos ciliares para a câmara anterior do olho. Além disso, 
diversos nutrientes são transportados através do epitélio por transporte ativo ou 
difusão facilitada, incluindo aminoácidos, ácido ascórbico e glicose. 
FLUXO DE SAÍDA OCULAR DO HUMOR AQUOSO 
Após ser formado pelos processos ciliares, o humor aquoso inicialmente 
flui, para a câmara anterior do olho através da pupila. A partir desse ponto, o 
líquido flui na direção anterior ao cristalino e entra no ângulo entre a córnea e a 
íris, seguindo através de malha de trabéculas (espaço de Fontana) para, 
finalmente, alcançar o canal de Schlemm (seio venoso da esclera), que desemboca 
nas veias extraoculares. Ainda que o canal de Schlemm seja, na verdade, um vaso 
sanguíneo venoso, o volume de humor aquoso que normalmente flui para esse 
canal é tão grande que o deixa preenchido somente com humor aquoso, em vez de 
sangue. As pequenas veias que saem do canal de Schlemm para as veias maiores 
do olho geralmente contêm apenas humor aquoso; essas veias são 
denominadas veias aquosas. 
PRESSÃO INTRAOCULAR 
A pressão intraocular normal média gira em torno de 15 mmHg, com 
uma variação de 12 a 20 mmHg. 
Determinação da pressão intraocular por tonometria. A córnea do 
olho é anestesiada com um colírio anestésico local, e a plataforma base da ponta 
do tonômetro é posicionada sobre a córnea. Aplica-se, então, uma pequena força 
ao êmbolo central, fazendo com que a parte da córnea embaixo do êmbolo seja 
deslocada para dentro. O grau de deslocamento é registrado na escala do tonômetro, 
e essa medida é convertida em unidades de pressão intraocular. 
Regulação da pressão intraocular: essa permanece constante no olho 
normal. O nível dessa pressão é determinado principalmente pela resistência ao 
fluxo de saída do humor aquoso da câmara anterior para o canal de Schlemm. A 
intensidade do fluxo do líquido para o canal aumenta acentuadamente à medida 
que a pressão se eleva. 
Mecanismo de limpeza dos espaços trabeculares e do líquido 
intraocular: quando grandes quantidades de detritos estão presentes no humor 
aquoso, há grandes chances de que eles se acumulem nos espaços trabeculares que 
fluem desde a câmara anterior para o canal de Schlemm; esses detritos podem 
impedir a reabsorção adequada de líquido da câmara anterior, algumas vezes 
provocando glaucoma. No entanto, há um grande número de células fagocitárias 
nas superfícies das placas trabeculares. Imediatamente fora do canal de Schlemm 
há uma camada de gel intersticial que contém um grande número de células 
reticuloendoteliais com capacidade extremamente alta de fagocitar detritos e 
digeri-los em pequenas substâncias moleculares que podem,, então, ser absorvidas. 
Dessa forma, esse sistema fagocitário mantém os espaços trabeculares limpos. 
Glaucoma – causa elevação da pressão intraocular e é uma importante 
causa de cegueira: pressão se eleva de forma aguda, algumas vezes chegando a 60 
– 70 mmHg. Pressões acima de 25 – 30 mmHg também provocam perda de visão 
quando mantidas por longos períodos. À medida que a pressão se eleva, os axônios 
do nervo óptico sofrem compressão onde eles saem do globo ocular, no disco 
óptico, essa compressão bloqueia o fluxo axônico de citoplasma dos corpos 
celulares neuronais da retina nas fibras do nervo óptico que correm para o cérebro. 
O resultado é a falta de nutrição adequada das fibras, o que, por fim, provoca a 
morte das fibras envolvidas.

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