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Leucemia Mieloide Aguda Fisiopatologia da leucemia – Processo de maturação da linhagem mieloide das células tronco comprometido, dentro da parte esponjosa da medula, devido a mutações genéticas. Na leucemia vai ocorrer mutações, pode acontecer em diferentes pontos da hematopoiese, ocorrendo uma diminuição da capacidade de diferenciação começando a se proliferar e fazendo invasão da medula. Quando ocorre na célula-tronco hematopoiética → leucemia bifenotípica (apresenta marcadores mieloides e linfoides) Quando ocorre no progenitor mieloide → leucemia mieloide. Classificação FAB – Franco Americano Britânica Fatores de risco para LMA: • Mais de 65 anos de idade • Incidência maior no sexo masculino • Caucasianos não hispânicos • Tabagismo (associação mais pronunciada) • Síndromes genéticas – down, Klinefelter... • Doenças hematológicas prévias – nesse caso estamos falando de uma leucemia secundária relacionado com mielofibrose, trombocitemia essencial, síndrome mielodisplásica • Exposição a produtos químicos – radioterapia e quimioterapia / benzeno e formaldeído. As leucemias primárias (chamadas de leucemia “denovo”) tem uma resposta melhor ao tratamento e um prognóstico melhor. Já as leucemias secundárias (relacionadas com doenças hematológicas previas ou radioterapia/quimio) tem um prognóstico pior e pior resposta ao tratamento. Apresentação Clínica Os sinais e sintomas da LMA estão relacionados com a perda de células maduras e funcionais. • Anemia – fadiga e dispneia • Neutropenia – infeções frequentes • Trombocitopenia – coagulopatia Dor óssea – causada pela expansão dos clones leucêmicos na cavidade medular (dor em região esternal, tíbia e bacia) Linfadenomegalias (adenomegalias) → nas leucemias linfoides agudas / hepatoesplenomegalia → nas leucemias de maneira geral Investigação diagnóstica • Análise morfológica – Deve ser analisado pelo aspirado de medula óssea e por esfregaço no sangue total Blastos > ou igual 20% na medula óssea ou no sangue ou Blastos < 20% com anormalidades citogenéticas recorrentes como translocação → (15;17), - leucemia promielócitica → é uma leucemia curável sem necessidade de transplante de medula óssea → pode ocorrer o acumulo de promielocitos que tem muitos grânulos e podem cursar com CIVD (sangramentos) → t(8;21), t(16;16) e inv (16) → bom prognóstico; mieloides imaturas Classificação das células por meio: • Imuno-fenotipagem → investigação de marcadores de superfície celular e citoplasmático • Avaliação citogenética → investigação de anormalidades cromossômicas • Avaliação molecular → investigação de mutações moleculares Exames pedidos: • Aspirado e biópsia de MO – deve ser feito e imediato como forma de análise preliminar da morfologia e direcionamento dos demais exames • Imunofenotipagem – consite em dois exames – presença de células com fenótipos significativamente anormal o Citometria de fluxo (aspirado) o Imunohistoquimica (biopsia) • Citoquimica – aplicação de corantes bioquímicos as células do aspirado ou do sangue periférico Diagnóstico: • Investigação inicial ➔ Hemograma, painel metabólico, ácido úrico e LDH. (síndrome de lise tumoral) ➔ PT, PTT e fibrinogênio ➔ Imunofenotipagem ➔ MO com citogenética ➔ Tipagem de HLA PRESENÇA DE BLASTOS NO SANGUE PERIFÉRICO Colheu-se o Mielograma e viu que > 20% blastos pode se dizer que é uma leucemia aguda, para diferenciar é necessário pedir a imunofenotipagem ACÚMULO DE PROMIELÓCITOS NO HEMOGRAMA – Leucemia Promielócitica aguda (emergência hematológica) → iniciar o tratamento antes de sair o resultado da imunofenotipagem e citogenética. • Importante pedir HLA – transplante de medula • Punção lombar → somente em leucemia linfoide aguda no adulto e na criança (alta chance de invasão do SNC) • TC/RM → déficit neurológico Diagnóstico Diferencial • Leucemia Promielocítica Aguda (LPA) – o Característica patognomônico a translocação 15;17 por citogenética o Mutação do gene PML/RARA por teste molecular o O gene PML/RARA é o que vai fazer a parada maturativa em promielócitos e ativar o sistema de coagulação do paciente → CIVD. o Pode ser fatal no primeiro mês por sangramento, mas passando disso o prognostico é bom sem necessidade de transplante. o Se PML/RARA for positivo tratar como LPA, mesmo que a morfologia não seja típica o o tratamento é realizado com ácido transretinóico, ácido trioxidoacenico e antraciclina. • Leucemia Mieloide Aguda (LMA) o >ou igual 20% mieloblasto na medula ou no sangue periférico o < 20% da contagem de blastos em pacientes com anormalidade citogenéticas recorrentes 15;17 8;21 16;16 inv16 o Não são curadas, quando de risco intermediário ou grave, apenas com a quimioterapia, para evitar recidiva é necessário o transplante de medula. • Síndrome mielodisplásica (SMD) – o Pelo menos um dos três critérios ▪ Displasia (mais de 10%) – em uma ou mais das três principais linhagens da medula óssea ▪ Contagem de células blasticas 5-15% ▪ Cariótipo associado a SMD especifico (deleção do 7q, deleção do 5q e acréscimo do 8 e alteração do 20q) o Não são curadas, quando de risco intermediário ou grave, apenas com a quimioterapia, para evitar recidiva é necessário o transplante de medula • Linfoma/ leucemia de linfoblastos B ou T – o > ou igual que 20% de linfoblastos na medula óssea o Subtipos B ou T – caracterizado pela imunofenotipagem. Imunofenotipagem – utilizada para saber se é mieloide ou linfoide e qual os subtipos de cada uma Risco citogenético e molecular → relacionado com o prognóstico • 15;17 → bom prognóstico • Cariótipos complexo ou monossomia → mau prognóstico • Alteração do gene FLT3 → mau prognóstico • Gene BCR ABL (leucemia secundária) → mau prognóstico Epidemiologia • LMA Primária (denovo) ➔ Sem histórico de doença hematológica previa ou exposição a riscos ➔ Mutações associadas NPM1, rearranjos MLL/11q23; rearranjos do fator de ligação ao núcleo • LMA secundária ➔ Síndrome mielodisplasia / distúrbio mieloproliferativos (doença hematologia previa) ➔ Tratamento com quimioterapia citotóxica ➔ Pior prognostico Lembrando que quanto mais idoso maior a mortalidade ( a linfoide é mais presente na criança e com melhor prognostico e a mieloide é mais presente no adulto com pior prognostico) ➔ Mutações associadas – SRSF2, SFSB1, U2AF1, ZRSR2, ASXL1, EXH2, BCOR ou STAG2. Tratamento da LMA • Paciente aguenta ou não um transplante medula óssea: Inelegível para quimioterapia intensa → Quimioterapia que leve a remissão e controle da doença para aumentar a qualidade de vida e reduzir complicação • Suporte paliativo • Agente hipometilante • Inibidor do BCL2 Elegível para quimioterapia intensa → transplante geralmente é até os 46 anos (acima disso é maior a mortalidade) • Quimiointensiva (menor 5% de blastos na medula óssea) → transplante Novos tratamentos • Inibidores de tirosina quinase FLT3 • Hipometilantes e agentes monoclonais • Venetoclax e inibidores IDH1 / IDH2 → inibidor de BCR2 (manter a apoptose)
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