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Empreendedorismo_e_desenvolvimento_de_novos_neg__cios_parte_II

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Prévia do material em texto

Jacqueline Oliveira Lima Zago
Luciana De Martino Nogueira
Empreendedorismo e 
desenvolvimento de novos 
negócios, parte II
© 2013 by Universidade de Uberaba
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser 
reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, 
eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de 
sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização, 
por escrito, da Universidade de Uberaba.
Universidade de Uberaba
Reitor: 
Marcelo Palmério
Pró-Reitora de Ensino Superior:
Inara Barbosa Pena Elias
Pró-Reitor de Logística para Educação a Distância:
Fernando César Marra e Silva
Assessoria Técnica:
Ymiracy N. Sousa Polak
Produção de Material Didático:
• Comissão Central de Produção
• Subcomissão de Produção
Editoração:
Supervisão de Editoração
Equipe de Diagramação e Arte
Capa:
Toninho Cartoon
Edição:
Universidade de Uberaba
Av. Nenê Sabino, 1801 – Bairro Universitário
Catalogação elaborada pelo Setor de Referência da Biblioteca Central UNIUBE
I8 Introdução à engenharia, inovação tecnológica e gestão de manutenção 
 / Clidenor Oliveira Lima Zago... [et al.]. – Uberaba:
 Universidade de Uberaba, c2013
 236 p. : il.
 ISBN 978-85-7777-462-3 
 1. Engenharia. 2. Inovações tecnológicas. 3. Manutenção. I.
Araújo Filho, Clidenor Ferreira de. II. Zago, Jacqueline Oliveira
Lima. III. Nogueira, Luciana De Martino. IV. Marques, Jairo
Jeferson. V. Fonseca, Leonardo Lima da.VI. Universidade de
Uberaba. VII. Título.
 CDD 620
Jacqueline Oliveira Lima Zago
Especialista em Educação Escolar pela Faculdade Politécnica de 
Uberlândia (FPU). Graduada em Pedagogia pela Universidade Federal 
de Uberlândia (UFU). Pedagoga da Divisão de Apoio Técnico Pedagógico 
da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM). 
Luciana De Martino Nogueira
Especialista em Gerenciamento de Redes de Computadores e Graduada 
em Tecnologia em Processamento de Dados pela Universidade de 
Uberaba (Uniube). Docente nos Cursos de Sistemas de Informação, 
Administração e Engenharia de Produção. Administradora de Redes 
desta instituição.
Sobre os autores
Sumário
Apresentação .............................................................................................................VII
Capítulo 1 A criatividade e a inovação tecnológica ............................... 1
1.1 A criatividade e a inovação tecnológica ....................................................................3
1.2 O engenheiro de produção .......................................................................................4
1.3 Ciência, tecnologia e inovação tecnológica .............................................................8
1.4 Os processos criativos no contexto das organizações ..........................................11
1.4.1 A importância da criatividade e da inovação tecnológica para o 
 desenvolvimento de novos processos e produtos ........................................11
1.4.2 Como sabemos que uma pessoa é criativa? ...............................................18
1.5 O cérebro e a criatividade .......................................................................................20
1.6 O processo criativo .................................................................................................29
1.6.1 O conhecimento no processo criativo ...........................................................32
1.6.2 Os inibidores do conhecimento .....................................................................34
1.7 2009 – Ano Europeu da Criatividade e Inovação ...................................................36
1.8 Panorama Nacional de Inovação ...........................................................................39
1.8.1 Lei da inovação – principais avanços ...........................................................42
1.8.2 A lei do bem ...................................................................................................43
1.8.3 Meios de incentivo e apoio à inovação tecnológica .....................................45
Capítulo 2 O processo de inovação tecnológica: conceitos, fases e 
 formas de acesso ............................................................... 59
2.1 Processo de inovação tecnológica .........................................................................61
2.1.1 Inovação conforme o objeto em foco ............................................................63
2.1.2 Inovação conforme o grau ............................................................................64
2.1.3 Lado negativo da inovação tecnológica ........................................................65
2.2 Importância da inovação .........................................................................................66
2.3 Propriedade Intelectual ...........................................................................................69
2.4 Constituição Federal e a Propriedade Intelectual ..................................................72
2.5 Patentes ..................................................................................................................76
2.5.1 Patente de invenções ....................................................................................77
2.5.2 Patente de modelos e objetos ......................................................................77
2.6 Instituto Nacional da Propriedade Industrial − INPI ...............................................78
2.7 Mudanças tecnológicas ..........................................................................................79
2.8 Concepção da ideia ................................................................................................81
2.9 O desenvolvimento da ideia ...................................................................................82
2.10 Estratégias de inovação tecnológica e as formas de acesso à tecnologia .........84
2.11 Sociedade do conhecimento.................................................................................87
2.12 Incentivo à Pesquisa e à Inovação Tecnológica – o CNPq ..................................88
2.13 Em busca da inovação tecnológica – a cooperação universidade-empresa.......89
 2.13.1 Motivações ................................................................................................91
 2.13.2 Barreiras ....................................................................................................92
Prezado(a) aluno(a).
Você está recebendo mais um livro da série composta especialmente 
para seu curso a distância. Ele se compõe de dois capítulos, “A 
criatividade e a inovação tecnológica” e “O processo de inovação 
tecnológica: conceitos, fases e formas de acesso”. Para alcançar os 
objetivos propostos, primeiramente faremos uma abordagem conceitual 
de cada um dos temas apresentados. Essa abordagem precisará de uma 
constante parada para reflexão, análise e síntese de suas experiências. O 
conhecimento será construído a partir das suas observações e reflexões.
No primeiro capítulo – “A criatividade e a inovação tecnológica” – você 
entenderá a importância da criatividade e da inovação tecnológica, para a 
formação do profissional de engenharia. Terá a oportunidade de conhecer 
os processos criativos em organizações, o cérebro e a criatividade, os 
passos do processo criativo, o ano europeu de criatividade e inovação e 
alguns aspectos gerais desse mesmo aspecto. 
No segundo capítulo – “O processo de inovação tecnológica: conceitos, 
fases e formas de acesso” – serão abordados os seguintes aspectos: 
os processos de inovação tecnológica, a importância da inovação, a 
propriedadeintelectual, a Constituição Federal e a propriedade intelectual, as 
patentes, o Instituto Nacional da Propriedade Intelectual (INPI), as mudanças 
tecnológicas, a concepção e o desenvolvimento da idéia, estratégias de 
inovação tecnológica e as formas de acesso à tecnologia, a sociedade e o 
conhecimento, o incentivo à pesquisa e à inovação tecnológica: o CNPq, 
a relação da universidade com as empresas e o que há de novidade em 
inovação.
Apresentação
VIII UNIUBE
Desejamos a você bons estudos! Que este material sirva para o seu 
crescimento humano e profissional, ressaltando sempre a importância de 
se manter um ritmo de estudo que se estabeleça numa constante busca 
pelo conhecimento.
Luciana De Martino Nogueira
Jacqueline Oliveira Lima Zago
Introdução
A criatividade e a 
inovação tecnológica
Capítulo
1
No contexto das organizações, o capital humano tem um aspecto 
significativo para o êxito operacional, pois liderar pessoas passa 
a ser o ponto crítico para empresas que atuam em mercados 
competitivos.
Neste sentido, os profissionais que têm o desafio de pensar, 
implementar, operar e promover melhorias nos sistemas produtivos 
tornam-se peças fundamentais para as empresas que procuram 
produzir com o mais alto padrão de qualidade, num mundo em 
constante transformação.
Assim, a criatividade, aliada à ciência e à tecnologia, é um 
comportamento que pode e deve ser desenvolvido no ser humano, 
entendido como mola propulsora na resolução dos problemas 
organizacionais.
Para alcançar os objetivos propostos, primeiramente faremos uma 
abordagem conceitual de cada um dos temas apresentados. Essa 
abordagem precisará de uma constante parada para reflexão, 
análise e síntese de suas experiências. O conhecimento será 
construído a partir das suas observações e reflexões.
2 UNIUBE
Ao final destes estudos, esperamos que você seja capaz de:
• apresentar o campo da criatividade e da inovação 
tecnológica;
• diferenciar os conceitos: ciência, tecnologia e inovação 
tecnológica;
• explicar os processos criativos no contexto das organizações;
• identificar a importância da criatividade e da inovação 
tecnológica para o desenvolvimento de novos processos e 
produtos;
• enumerar os principais conceitos e teorias que compõem 
essa área;
• apontar a aplicabilidade desses conceitos por meio dos 
exemplos e atividades apresentados; 
• demonstrar como a criatividade pode contribuir para o 
desenvolvimento pessoal e profissional; 
• relacionar o processo de produção com a mediação do 
conhecimento nas empresas;
• analisar o panorama nacional de inovação tecnológica, bem 
como as políticas públicas de incentivo.
Objetivos
Esquema
1.1 A criatividade e a inovação tecnológica
1.2 O engenheiro de produção
1.3 Ciência, tecnologia e inovação tecnológica
1.4 Os processos criativos no contexto das organizações
1.5 O cérebro e a criatividade
1.6 O processo criativo
1.7 2009 - Ano Europeu da Criatividade e Inovação
1.8 Panorama nacional de inovação
 UNIUBE 3
Você já reparou como alguns termos têm sido utilizados no contexto das 
organizações? 
Algumas palavras invadiram o espaço organizacional passando a fazer 
parte do vocabulário e do cotidiano das pessoas. Mais do que simples 
palavras, elas transmitem valores que podem provocar profundas 
transformações no modo de ser e agir das pessoas: liderança, 
pró-atividade, inovação, criatividade, são só algumas dentre tantas outras 
palavras. Com isso, podemos dizer que o mundo está em constante 
transformação e que ocorre em todos os setores.
A tecnologia, o cenário político e econômico, as concorrências e as 
tendências do mercado são exemplos de forças que atuam promovendo 
essas mudanças. Hoje em dia, as organizações enfrentam um ambiente 
dinâmico e precisam acompanhar e entender esse novo cenário que se 
apresenta.
A criatividade e a inovação tecnológica1.1
Observe à sua volta. Veja o quanto nosso cotidiano vem sendo modificado. 
A que você atribui essas mudanças?
PARADA PARA REFLEXÃO
Imagino que você tenha atribuído essas mudanças à capacidade do 
homem de criar novas formas para melhorar a sua vida, ou seja, não 
seria exagero afirmar que a mobilização das pessoas é fundamental para 
promover mudança, seja de que tipo for. Ou seja, qualquer invenção, ou 
inovação tecnológica, tem como aspecto principal o trabalho humano, 
criando e recriando estratégias.
4 UNIUBE
Vamos, a partir de agora, identificar o campo de ação do engenheiro de 
produção, situar o seu surgimento, a legislação pertinente, conhecer a 
história da Engenharia de Produção no Brasil e suas práticas.
O engenheiro de produção1.2
Você sabe o que é “engenhar”?
Se buscarmos na etimologia da palavra, veremos que, em latim, ingeniu 
significa faculdade inventiva, talento. É a arte de aplicar princípios 
científicos e matemáticos, experiência e senso comum de forma a 
beneficiar o Homem. Os engenheiros são, antes de tudo, solucionadores 
de problemas. Devem procurar as melhores, as mais rápidas e menos 
dispendiosas formas de utilizar insumos e trabalho para atender às 
necessidades humanas. Desde a construção das pirâmides, o processo 
de irrigação egípcio, a aterrissagem do homem na lua, o progresso tem 
referência no trabalho de um engenheiro. 
A engenharia de produção nasceu nos EUA por volta do final do século XIX 
e início do século XX com o engenheiro Frederic Taylor e sua “Scientific 
Management”, ou administração científica, que ele escreveu no início 
do século passado juntamente com Frank e Lillian Gilbreth, H.L. Gantt, 
H. Emerson, entre outros. Apesar de controverso, a indústria americana 
viu-se invadida pelas ideias tayloristas. Introduziu procedimentos 
interessantes sobre a quantificação do tempo e dos movimentos no 
processo industrial e, mesmo hoje, é considerada uma revolução.
No Brasil, a engenharia, enquanto profissão, é bastante jovem e só foi 
regulamentada em 1933 com as profissões de Engenheiro Agrônomo e 
Engenheiro Civil, ano em que também foi criado o Sistema CONFEA/
CREA, através do Decreto Federal n.º 23.569. A criação de cursos nessa 
área foi impulsionada nos anos 50 pela chegada das multinacionais. Tanto 
o departamento de planejamento e controle da produção, como o de 
 UNIUBE 5
controle de qualidade, era de responsabilidade do “Industrial Engineers”, 
o nosso engenheiro de produção. De 1959, data de criação do primeiro 
curso de engenharia de produção, até os dias atuais, temos mais de 130 
cursos nessa área, no Brasil.
Desde então, o engenheiro de produção tornou-se peça fundamental 
para as empresas que procuram produzir com o mais alto padrão 
de qualidade, de forma cada vez mais “enxuta” e, nesse cenário de 
produção flexível, automatizado e em constante transformação, o perfil 
do engenheiro deve priorizar a criatividade. Sendo assim, o foco desse 
engenheiro, como o próprio nome diz, é produção.
Em complementação, a Associação Brasileira de Engenharia de 
Produção (ABEPRO) aponta que o engenheiro de produção deve ter uma 
formação científica e profissional que o capacite a identificar, formular 
e solucionar problemas ligados às atividades de projeto; operação e 
gerenciamento do trabalho e de sistemas de produção de bens e/ou 
serviços, considerando também os aspectos humanos, econômicos, 
sociais e ambientais, com visão ética e humana, em atendimento às 
demandas da sociedade.
O Engenheiro de Produção, segundo a ABEPRO, deve ter competên-
cia para:
• dimensionar e integrar recursos físicos, huma-
nos e financeiros a fim de produzir, com efici-
ência e ao menor custo, considerando a possi-
bilidade de melhorias contínuas;
• utilizar ferramental matemático e estatístico 
para modelar sistemas de produção e auxiliar 
na tomada de decisões;
• projetar, implementar e aperfeiçoar sistemas, 
produtos e processos, levando em considera-
ção os limites e as características das comuni-
dades envolvidas;
6 UNIUBE
• prever e analisar demandas, selecionar co-
nhecimento científico e tecnológico, projetandoprodutos ou melhorando suas características e 
funcionalidade;
• incorporar conceitos e técnicas de qualidade 
em todo o sistema produtivo, tanto nos seus 
aspectos tecnológicos quanto organizacionais, 
aprimorando produtos e processos e produ-
zindo normas e procedimentos de controle e 
auditoria;
• prever a evolução dos cenários produtivos, per-
cebendo a interação entre as organizações e 
os seus impactos sobre a competitividade;
• acompanhar os avanços tecnológicos, organi-
zando-os e colocando-os a serviço da deman-
da das empresas e da sociedade;
• compreender a inter-relação dos sistemas de 
produção com o meio ambiente, tanto no que 
se refere à utilização de recursos escassos 
quanto à disposição final de resíduos e rejeitos, 
atentando para a exigência de sustentabilidade;
• utilizar indicadores de desempenho, sistemas 
de custeio, bem como avaliar a viabilidade eco-
nômica e financeira de projetos;
• gerenciar e otimizar o fluxo de informação nas 
empresas utilizando tecnologias adequadas 
(ABEPRO, 2006, p. 3).
Logo, compete ao engenheiro de produção não só implementar e operar 
os sistemas produtivos, como também efetuar, principalmente, as 
melhorias que esses sistemas requerem. O profissional de engenharia de 
produção deve saber lidar diretamente com as evoluções tecnológicas, 
com as exigências dos consumidores e do mercado globalizado, 
utilizando sua capacidade criativa para vencer os desafios que surgem 
no dia a dia. Entre outras, deve apresentar habilidades, tais como:
 UNIUBE 7
• iniciativa empreendedora;
• iniciativa para autoaprendizado e educação continuada;
• comunicação oral e escrita;
• leitura, interpretação e expressão por meios gráficos;
• visão crítica de ordens de grandeza;
• domínio de técnicas computacionais;
• conhecimento, em nível técnico, de língua estrangeira;
• conhecimento da legislação pertinente;
• capacidade de trabalhar em equipes multidisciplinares;
• capacidade de identificar, modelar e resolver problemas;
• compreensão dos problemas administrativos, socioeconômicos e 
do meio ambiente;
• “pensar globalmente, agir localmente”.
A abrangente visão do engenheiro de produção lhe permite:
• efetuar diagnósticos e propor soluções;
• planejar e desenvolver estratégias;
• desenvolver produtos ou processos;
• coordenar equipes; entre outros.
EXPLICANDO MELHOR
Todas essas competências e habilidades são o que tornam esse 
profissional um dos mais procurados no mercado de trabalho, segundo 
o próprio CONFEA/CREA. É, sem dúvida, a sua capacidade em integrar 
as questões técnicas com as gerenciais que habilita o engenheiro de 
produção a atuar nos diferentes setores da produção industrial. Isso se 
dá porque grande parte dos problemas enfrentados no cotidiano das 
empresas envolve questões gerenciais, exigindo domínio das áreas 
técnica e administrativa, e também perfil integrador do engenheiro de 
produção.
No exercício da profissão, o engenheiro de produção deve preocupar-se 
com inúmeros aspectos, como:
8 UNIUBE
• com a gestão e a otimização dos processos produtivos e o 
consequente ganho em produtividade;
• com o mercado de consumo, com a logística empresarial;
• com o avanço tecnológico, com a qualidade dos produtos e serviços;
• com o impacto ambiental e social de se produzir;
• com a competitividade internacional, e, principalmente;
• ter foco no cliente e no negócio.
Nesse sentido, percebemos claramente como a criatividade é importante 
na formação do Engenheiro de Produção.
Vejamos o que Sardenberg nos diz:
Sem ciência e tecnologia, como pode um país aspirar 
uma posição de relevo no futuro? Trata-se de uma das 
mais importantes questões a ser colocada não apenas 
aos governantes, ao sistema político e aos meios de 
comunicação, mas ao povo brasileiro (Sardenberg, 
2000, p.2).
Sardenberg (2000), nessa citação, coloca a ciência e a tecnologia como 
aspectos relevantes para o desenvolvimento de uma nação e de seu 
povo, e que, por isso, deve ser objeto de estudo, reflexão e vontade 
política de todos.
Para Erdmann (2000), produzir significa transformar, num contexto 
em que o estado inicial daquilo que será transformado se constitui nos 
insumos que, associados aos demais recursos, geram o resultado e/ou 
produto. Assim, como a produção é a geração de processos e produtos, 
essa pode variar desde objetos até a recreação ou informação, isto é, 
desde bens até serviços. Produção envolve, assim, ciência e tecnologia.
Ciência, tecnologia e inovação tecnológica1.3
Você já percebeu a relação entre a ciência, a tecnologia e a 
inovação tecnológica?
 UNIUBE 9
Podemos nos referir à ciência no seu sentido mais amplo buscando 
na origem da palavra o seu significado, ou seja, “conhecimento”, 
qualquer que seja ele: empírico ou senso-comum, teológico, filosófico ou 
científico. O conhecimento científico é a forma restrita de nos referirmos 
à ciência, pois a esse tipo de conhecimento é necessário um método 
que o comprove, ou seja, o método científico. Por isso, a ciência está 
intimamente relacionada à comprovação de fenômenos e teorias. Ela é 
racional e está direcionada à descoberta da verdade. 
Já a tecnologia está associada a novos processos de fabricação, a 
novos produtos, a novos métodos e aos impactos que todos esses 
podem produzir em uma sociedade. É uma palavra que vem do grego e 
significa estudo ou ciência do ofício. Envolve, portanto, o conhecimento 
técnico e o conhecimento científico, as ferramentas, os processos e 
materiais utilizados a partir de tal conhecimento. A tecnologia é, assim, 
a união entre a ciência e a engenharia. Na Figura 1 está representado, 
esquematicamente, a relação entre indústria, ciência e tecnologia.
Observe a relação entre indústria, tecnologia e ciência, na Figura 1:
Figura 1: A relação da indústria, ciência e tecnologia.
10 UNIUBE
Inovação 
Deriva do latim 
innovatione e 
significa ato ou 
efeito de inovar, 
ou seja, introduzir 
novidades, produzir 
algo novo, encontrar 
novo processo, 
renovar.
Os modelos criados por meio da ciência serão colocados em prática 
por intermédio das novas tecnologias. Assim, o processo de inovação 
tecnológica compreende todo um ciclo de desenvolvimento que engloba 
desde estudos científicos até as suas aplicações técnicas. Tem como um 
dos objetivos facilitar o cotidiano, a vida do homem, a vida em sociedade.
Tecnologia pode ser definida como um acervo de 
conhecimentos de uma sociedade (como a ciência); 
entretanto, relaciona esse acervo de conhecimentos 
com as artes industriais. A tecnologia fundamenta-
se nos métodos e nos conhecimentos científicos, 
compreendendo o domínio dos materiais e dos 
processos, úteis para a solução de problemas técnicos 
e para a fabricação de produtos (REIS, 2008, p. 33).
Se, por um lado, a tecnologia pode trazer inúmeros benefícios sociais, 
por outro lado, grandes invenções podem ser utilizadas para diferenciar 
o status social, excluir pessoas, dizimar grupos étnicos, por exemplo, os 
trens a vapor que levaram os judeus para os campos de concentração 
na Segunda Guerra Mundial. O uso dos aviões nas guerras atirando 
bombas, a própria invenção da bomba atômica e sua consequente 
produção para fins destrutivos.
Segundo Reis (2008), não se pode separar o conceito de tecnologia dos 
conceitos de ciência e indústria, pois, são domínios cognitivos próximos 
da ação de “saber-fazer”, em que a tecnologia envolve um conjunto de 
conhecimentos que “adquire especificidade ao assumir formas concretas 
na sua aplicação” (REIS, 2008, p.36). Assim, é 
muitas vezes associada à engenharia e por 
constituir um fator produtivo, ou tecnociência, 
encontra na indústria o seu combustível.
Inovação é a palavra do momento. Por isso, 
depende de esforços teóricos e práticos e 
se refere a um processo, produto ou serviço 
 UNIUBE 11
totalmente novo e inesperado. É também um estado mental das pessoas 
criativas, uma nova forma de observar o mundo que nos cerca e as novas 
necessidades emergentes.
A inovação está associadaa uma maneira de produzir valor econômico 
para a sociedade. Inovamos por meio da geração de algo de valor, 
mediante o reconhecimento de oportunidade e da sua conversão em 
bens ou serviços viáveis e economicamente rentáveis. Assim, a inovação 
caminha lado a lado com o empreendedorismo, pois se alimentam da 
capacidade de ruptura e colocação de novos produtos, processos, 
matérias-primas ou mercados. Os empreendedores convertem a inovação 
em ideias de mercado por meio da descoberta de oportunidades, pois, 
a inovação tecnológica é motivada tanto pelo mercado, quanto pela 
existência de conhecimento novo, de uma descoberta ou invenção. 
Neste capítulo, a criatividade é que unirá ciência e tecnologia através 
da inovação.
Os processos criativos no contexto das organizações1.4 
1.4.1 A importância da criatividade e da inovação tecnológica para 
o desenvolvimento de novos processos e produtos
Antes de continuarmos nossos estudos, responda, nos retângulos, às 
seguintes perguntas indicadas na Figura 2.
Figura 2: Pensando criativamente.
12 UNIUBE
Você sabia que a criatividade e a inovação sempre se relacionaram ao longo 
da história da humanidade?
SAIBA MAIS
Podemos definir criatividade como sendo a qualidade ou a característica 
de quem é criativo, e inovação como a ação ou efeito de inovar, ou 
derivar, aquilo que é novo, novidade. Temos como abordar o tema sob 
diferentes pontos de vista, conforme exemplificado pela Figura 3.
Figura 3: Criatividade de diferentes pontos de vista.
Assim, criatividade é apenas a habilidade e inovação é a ação 
e/ou objetos derivados do processo criativo.
 UNIUBE 13
Durante a pré-história, os seres humanos transformavam recursos 
naturais em ferramentas simples. Desde que o homem criou o primeiro 
objeto que se tem conhecimento, ele utilizou sua capacidade criativa 
para solucionar um problema. Assim, conseguiu agir transformando, por 
exemplo, a pedra lascada em uma ferramenta útil para sua sobrevivência. 
Esse ciclo se repete desde os primórdios.
Permanecem, no mercado, os processos e produtos essenciais à 
sobrevivência de uma sociedade, embora a transformação, a readequação 
à realidade e a melhoria dos processos e produtos sejam também 
fundamentais para a sobrevivência das empresas.
Já que, para produzir o novo, precisamos, antes de qualquer coisa, partir 
de um problema a ser solucionado, é preciso que exercitemos nossa 
capacidade de percepção e de criação. Para tanto, podemos utilizar 
técnicas que visem estimular nosso pensamento criativo.
Muitos autores defendem que, de certa forma, fomos vedados de nossa 
capacidade criativa ainda na infância. Isso se deve à nossa própria cultura 
educacional que protege sempre os acertos, a objetividade e a eficácia e 
desconsideram o erro como parte integrante do processo de construção 
do conhecimento, da inovação e da criatividade. Em nossa educação, 
recebemos pouca informação ou estimulação sobre nossa ousadia. 
Cientificamente, isso quer dizer que fomos treinados desde cedo a utilizar 
com maior frequência o lado esquerdo de nosso cérebro, ou seja, o lado 
do raciocínio lógico, o pensamento convergente. Logo, podemos concluir 
que, de certa forma, o lado direito de nosso cérebro, responsável pela 
imaginação, intuição e criatividade, pelo pensamento divergente, aberto, 
ficou estagnado durante boa parte do tempo de nosso aprendizado.
Em síntese, criatividade é mudança!
14 UNIUBE
Faça uma lista das muitas utilidades que você encontraria para um tijolo. 
Isso mesmo! Um tijolo. Pense em, no mínimo, 10 utilidades. Registre suas 
anotações.
Depois de fazer a sua lista, converse com seus colegas. Compare e veja 
como podemos ser criativos. Pense em outros objetos, uma torradeira, um 
grampeador e veja quantas perguntas você poderá fazer e quantas ideias 
poderão surgir. Pense na utilidade, na essencialidade, no que poderia ser 
melhorado.
Faça isso com outras coisas no seu dia a dia. É um ótimo exercício para 
exercitar o seu potencial e pensamento criador!
AGORA É A SUA VEZ
A mente intuitiva
A mente intuitiva é uma dádiva sagrada e a mente 
racional seu servo fiel. Criamos uma sociedade 
que honra o servo e esquece a dádiva.
Einstein
Já reparou como temos o hábito de explicar ao invés de criar? Refazemos 
todo o processo mentalmente de todas as coisas. Por exemplo, explicamos 
o funcionamento de um avião. Mas, como compreender o processo criativo 
que levou Santos Dumont a criá-lo? Será que ele já amanheceu com a 
ideia pronta? Sabemos que não. A criação é um processo que pode até 
resultar em um produto, mas não é uma coisa pronta. Podemos não saber 
exatamente de onde veio uma ideia, mas sabemos que ela está lá, existe 
uma operação para criá-la. Se déssemos mais valor à nossa mente intuitiva 
que cria, recria e aprecia as maravilhas, certamente teríamos mais Santos 
Dumonts, Einstens, Da Vincis.
PONTO-CHAVE
 UNIUBE 15
Em um momento em que se fala muito em cultivar a saúde e o bem-estar, 
assim como o corpo precisa de exercícios físicos para manter o seu bom 
funcionamento, o cérebro também precisa de estímulos. Colocá-lo em 
atividade é um ótimo recurso para deixá-lo cada vez mais “esperto”.
Como futuro engenheiro, e já conhecendo as competências que serão 
esperadas de você, cultivar a criatividade será de grande importância.
Mas, como desbloquear a criatividade?
Nascemos com a capacidade de sermos criativos, certo? Um constante 
jogo criativo abre muitas possibilidades e a mente racional ajuda a 
torná-las realidade.
Tenha o hábito de perguntar: “e se...”
Exemplos: 
E se, no meio do dia, minha camisa descosturasse embaixo do braço?
E se de repente chegasse um ônibus cheio de novos clientes?
E se aparecesse um pedido exorbitante na minha fábrica por novos 
produtos?
E se eu ganhasse uma comissão extra 10 vezes maior que o meu salário?
E se...
EXPLICANDO MELHOR
Não pense que você estará perdendo tempo. Você estará estimulando 
sua mente intuitiva e criativa e a racionalidade dos seus pensamentos. 
O que você prefere: ficar pensando em como é ruim ficar parado num 
congestionamento ou pensar em como você faria para viabilizar o trânsito 
de São Paulo?
16 UNIUBE
Importância das coisas
Outra dica interessante é pensar no que é mais importante nas coisas. Por 
exemplo, um aparelho celular. O que é mais importante? O que poderia ser 
removido sem perder a sua função? O que poderia ser agregado atribuindo 
valor? 
E em um sapato? E em um biscoito? 
Use sua criatividade!
DICAS
1.4.1.1 Criar um problema para depois resolvê-lo
Pense em causar um problema ou deixá-lo pior a fim de resolvê-lo. 
Tivemos um apagão de 3 horas. E se o apagão durasse três dias?
Lembre-se: “O que move o mundo não são as respostas, são as 
perguntas...” (F/NAZCA, 2009).
Pense agora, qual foi a pergunta feita por quem inventou o primeiro 
restaurante self-service?
Qual terá sido o problema que motivou o surgimento dessa ideia?
Resposta: E se os clientes pudessem servir as suas próprias refeições?
A vida social atual necessita de maior otimização do uso do tempo. Isso 
pode ter parecido ridículo na ocasião. Será que na época os garçons 
viram isso com bons olhos e não como ameaça à sua profissão?
Situações como essa, muitas vezes sem sentido, é que levam a soluções 
criativas e muitas vezes bastante rentáveis. O que pode parecer “normal”, 
hoje, com certeza, já passou pelo ridículo um dia.
 UNIUBE 17
Pense numa empresa. O que mais chateia as pessoas num grupo? Digamos 
que seja cara feia e falta de educação dos colegas. Pense, então, em como 
resolver este problema. Que tal imaginar que as pessoas que ofenderem 
os outros serão “enviadas” para o “treinamento da sensibilidade”. Que 
treinamento seria esse? Que tipo de formação teria essas pessoas?
PARADA PARA REFLEXÃO
Você verá que, pensando sobre isso, você estará “treinando” a observa-
ção à sua volta, aplicando os seus conhecimentos e, com isso, relacio-
nando-se melhor com as pessoas.
Criatividade, como já foi dito, não serefere à criação de produtos, mas 
eventos, ideias, situações, posturas.
As pessoas criativas podem passar de uma perspectiva para outra com 
mais facilidade. Mudar o foco, o olhar sobre uma mesma coisa. Isso pode 
ser nato, mas também é uma habilidade que pode ser aprendida.
As ideias aparentemente malucas nada mais são do que uma cadeia de 
associações mentais que levam a uma ideia mais útil.
Veja nas principais manchetes de hoje. Escolha um problema que foi 
relatado e escreva aqui:
Agora pense em várias perspectivas, para este mesmo problema. Segundo 
cada uma dessas perspectivas, tente produzir uma ideia para minimizá-
-lo. Cada vez que você fizer este exercício, verá que você ficará melhor. 
Experimente!
Registre para depois conversar com os seus colegas.
AGORA É A SUA VEZ
18 UNIUBE
1.4.2 Como sabemos que uma pessoa é criativa?
Para saber se uma pessoa é realmente criativa, podemos passá-la por três 
“peneiras” (Figura 4):
Figura 4: Critérios para saber se uma pessoa é criativa.
E, então, você é criativo?
Lembra do exercício com os tijolos? Quem pensou em 60 diferentes 
utilidades para o tijolo é mais criativo do que quem pensou em 10? 
Bom, alguém poderia colocar que não, pois 60 ideias medíocres nada 
significam perante 10 ideias interessantes. Mas, a experiência e a história 
nos mostram que quanto mais ideias temos, mais próximos de boas 
ideias estaremos. A originalidade também é importante, mas o que 
dizer da qualidade das ideias? Como medir se uma ideia é de fato de 
qualidade?
Em geral, ter um monte de ideias aumenta as probabilidades de ter 
algumas boas ideias. As pesquisas mostram isso, assim como a experi-
ência pessoal. 
Uma ferramenta para isso é o próprio mercado no caso da criação de 
novos produtos. Por que algumas coisas são lançadas e logo esquecidas 
e outras estão em constante aprimoramento? No mercado de carros, por 
exemplo, é fácil detectar as más ideias.
 UNIUBE 19
Lembre-se dos muitos produtos que já foram criados e que saíram do 
mercado ou ficaram obsoletos. Faça uma lista e reflita sobre as razões que 
levaram estes produtos a não serem mais aceitos. 
Qual foi o grande erro da empresa que o lançou no mercado?
PARADA PARA REFLEXÃO
Deixar de considerar, entender e estudar quais são os desejos do 
consumidor, pode ter sido um dos erros dessa e outras empresas, não 
é mesmo?
Você gosta de assistir a filmes? Se sim, veja nossa sugestão.
Filme: Tudo acontece em Elizabethtown
Sinopse: Após provocar um prejuízo de US$ 972 milhões para a Mercury, a 
maior empresa de esportes dos Estados Unidos, ao elaborar um tênis que 
foi um fiasco, Drew Baylor (Orlando Bloom) é demitido pelo magnata Phil 
DeVoss (Alec Baldwin). Ellen Kishmore (Jessica Biel), sua namorada, acaba 
com Drew. Ele decide cometer suicídio e estava para executá-lo, quando o 
celular toca. Drew atende e sabe através da sua irmã, Heather (Judy Greer), 
que o pai deles, Mitchell (Tom Devitt), morrera de infarto em Elizabethtown, 
sua cidade natal [...].
Para saber mais sobre o filme, acesse: 
http://www.adorocinema.com/filmes/filme-53579/
Embora não seja o foco principal do filme, a criação do tênis e o seu 
insucesso podem exemplificar muito essa relação da criatividade e a reação 
do mercado. 
DICAS
20 UNIUBE
1.4.2.1 Como gerar mais ideias 
Para melhorar as suas idéias, o melhor é trabalhar os problemas para os 
quais você pode, realmente, fazer alguma coisa e, então, exercer a sua 
criatividade com eles. Encontrar uma nova maneira de fazer o mesmo 
trabalho, por exemplo, ou, na sua vida pessoal, encontrar uma nova 
maneira para que as crianças realizem as tarefas de casa, ou guardem 
os brinquedos que espalharam, pode ser algumas dicas interessantes. 
Colocar suas ideias em ação diz a sua mente que elas são importantes 
para a vida real, e assim sua mente inconscientemente começa a 
trabalhar em novas ideias e soluções. Esta prática irá aumentar o seu 
quociente de criatividade.
Percebemos que a criatividade é muito mais do que uma característica 
do ser humano ou uma capacidade latente, mas uma visão, um modo de 
vida, uma maneira de assumir um papel na coletividade, na sociedade, 
algo permanentemente construído e que não combina com acomodação 
e inércia.
A criatividade é um comportamento e pode ser desenvolvido. Não é 
obtido de alguém, mas quanto mais um ser humano libera o seu potencial 
criativo, mais desenvolve maturidade para criar conscientemente, e 
conquistar sua autonomia.
O cérebro e a criatividade1.5
Referir-se ao nosso cérebro é bastante complexo e extenso. É um órgão 
que requer 25% daquilo que o coração bombeia, sendo um conjunto de 
milhões de células, que, segundo pesquisadores, pode ser visualizado, 
tocado e manipulado. Substâncias químicas, enzimas e hormônios fazem 
parte de sua composição. O que o faz funcionar são os neurônios que 
consomem oxigênio e troca substâncias através de suas membranas.
 UNIUBE 21
Nosso cérebro se divide em dois hemisférios, o direito e o esquerdo. 
O seu estudo ainda causa muitas controvérsias, seja no campo da 
medicina, da psicologia ou da educação. A neurolinguística, ciência que 
estuda a elaboração cerebral da linguagem, afirma que o temperamento 
de cada pessoa, tem relação direta com a forma que utiliza cada lado 
do cérebro. Sugere até mesmo uma “reprogramação neurolinguística” 
capaz de fazer com que o indivíduo se torne mais produtivo, de modo 
a desenvolver suas habilidades de liderança e melhorar a comunicação 
e os relacionamentos. Segundo esses estudos, as pessoas que utilizam 
mais o lado esquerdo, tendem a usar de forma adequada a lógica, a 
matemática, pois é o lado mais intuitivo. Ao contrário, as pessoas que 
utilizam o lado direito possuem habilidades de análise, são comunicativas, 
criativas e serenas.
De qualquer forma, para que funcionemos corretamente, faz-se necessá-
rio que utilizemos os dois hemisférios, pois o comando da memória se 
faz presente nessa interação.
Tanto o raciocínio como a inteligência são determinados pelos hemisférios 
cerebrais. No entanto, embora sejam simetricamente proporcionais, cada 
um deles, o esquerdo e o direito apresentam funções distintas, sendo, 
geralmente, um deles dominante. Se fizéssemos um mapa do cérebro 
na tentativa de localizar regiões específicas, perceberíamos o local onde 
estão nossas emoções. Pesquisas diversas seguem essa categoria de 
análise, embora boa parte do funcionamento cerebral continue a ser um 
mistério.
Muitos estudiosos atribuem o pensamento criativo ao hemisfério direito 
do cérebro. No entanto, esse estudo pode contribuir para entender 
alguns comportamentos. Mas, antes de pensar em usar “um ou outro”, 
o importante é usar os dois lados e não dar um valor em separado. Para 
um raciocínio criativo, para a resolução criativa de problemas, verificamos 
que ocorre uma oscilação interativa síncrona ou simultânea de ambos os 
hemisférios e não apenas do direito.
22 UNIUBE
Teste 1: Qual lado do cérebro orienta você?
Responda sinceramente às questões a seguir e descubra se você é mais 
dirigido pelo hemisfério direito ou pelo hemisfério esquerdo do cérebro, ou 
se você utiliza o “cérebro inteiro”, ou seja, ambos os hemisférios, ao lidar 
com fatos, ideias e questões.
O teste, a seguir, foi extraído do livro Você é criativo? de autoria de Eugene 
Raudsepp (RAUDSEPP, 1981), faça-o:
Assinale suas respostas:
1 - Nos auditórios, plateias de cinema, salas de conferência etc., você 
prefere se sentar:
 a) do lado direito?
 b) do lado esquerdo?
 c) no meio?
2 - Ao responder a uma pergunta que exija raciocínio você:
 a) costuma olhar para a esquerda?
 b) costuma olhar para a direita?
 c) costuma olhar diretamente para a pessoa que fez a pergunta?
3 - Você é:
 a) mais extrovertido?
 b) mais introvertido?
4 - Você é:
 a) uma pessoa “do dia”?
 b) uma pessoa “da noite”?
 c) igualmente “do dia” e “da noite”?
AGORA É A SUA VEZ
 UNIUBE 23
5 - Identifique quatro características, da lista a seguir, que você julguepossuir em alto nível, e mais quatro que representem dificuldades. 
Todas elas se relacionam com o trabalho. 
Assinale as que você possui com G e as que você não possui com D:
 a) Divisão do tempo........
 b) Organização de projetos........
 c) Planejamento estratégico........
 d) Resolução criativa de problemas........
 e) Persuasão de outras pessoas........
 f) Tomada de iniciativa........
 g) Supervisão de outras pessoas........
 h) Conceituação de noções........
 i) Controle........
 j) Impulso/motivação........
 k) Autodisciplina........
 l) Desenvolvimento de programas........
 m) Obediência a prazos........
 n) Preparo de orçamentos........
 o) Integração........
 p) Motivação de outras pessoas........
 q) Consultas........
 r) Cortesia........
 s) Percepção........
 t) Consideração........
 u) Previsão........
 v) Confiabilidade........
 w) Discernimento........
 x) Pragmatismo........
 y) Energia........
 z) Intuição........
6 - Assinale na lista a seguir as cinco palavras que melhor descrevem você:
 a) Analítico........
 b) Lógico........
24 UNIUBE
 c) Musical........
 d) Artístico........
 e) Matemático........
 f) Verbal........
 g) Inovador........
 h) Intuitivo........
 i) Controlado........
 j) Detalhista........
 k) Emocional........
 l) Com visão global........
 m) Dominador........
 n) Intelectual........
 o) Com capacidade de síntese........
 p) Com orientação espacial........
 q) Com orientação linear........
 r) Leitor inveterado........
 s) Com capacidade dedutiva........
 t) Com capacidade de usar analogias........
 Assinale na lista de frases a seguir as quatro que mais digam respeito 
a você:
 a) Tenho grande capacidade de liderança........
 b) Prefiro trabalhar por conta própria........
 c) Gosto de sair e do convívio social........
 d) Amo as artes........
 e) Sou uma pessoa conscienciosa e responsável........
 f) Considero-me uma pessoa muito sensível........
 g) Gosto de participar de atividades de grupo e equipe........
 h) Não sou uma pessoa muito organizada........
 i) Tenho uma boa capacidade de relacionamento........
 j) Tenho uma autocrítica muito forte........
 k) Respeito as convenções e os valores sociais........
 l) Algumas vezes duvido, da minha capacidade intelectual........
 UNIUBE 25
Q
ue
st
ão
A
lte
rn
at
iv
as
1
a=
1
b=
10
c=
5
2
a=
10
b=
1
c=
5
3
a=
2
b=
8
4
a=
2
b=
8
c=
5
5
a)
 
G
=2
 
D
=7
b)
 
G
=7
D
=2
c) G
=2
 
D
=7
d) G
=8
D
=2
e) G
=2
D
=8
f) G
=7
 
D
=2
g) G
=2
 
D
=7
h) G
=7
 
D
=2
i)
G
=2
 
D
=8
j) 
G
=7
 
D
=2
k) G
=2
 
D
=7
l)
G
=7
 
D
=2
m
)
G
=1
 
D
=8
n) G
=2
 
D
=7
o) G
=7
 
D
=2
p) G
=2
 
D
=7
q) G
=7
D
=2
r) G
=1
 
D
=8
s) G
=8
 
D
=2
t) G
=2
 
D
=7
u) G
=7
 
D
=3
v) G
=2
 
D
=7
w
)
G
=8
D
=3
x) G
=2
D
=8
y) G
=7
D
=3
z) G
=8
 
D
=2
6
a=
3
b=
2
c=
9
d=
9
e=
3
f=
4
g=
8
h=
8
i=
2
j=
3
k=
7
l=
8
m
=3
n=
3
o=
8
p=
8
q=
2
r=
5
s=
8
t=
8
7
a=
3
b=
8
c=
2
d=
8
e=
2
f=
7
g=
3
h=
7
i=
3
j=
3
k=
3
l=
7
Calcule o valor de suas respostas de acordo com a tabela a seguir:
26 UNIUBE
Seu resultado
de 41 a 84 de 85 a 128 de 129 a 172
Orientação Esquerda Orientação Dupla Orientação Direita
O teste, a seguir, é sobre os comandos do cérebro, tente fazê-lo.
Teste 2: Identificando os comandos do cérebro
Analise os comportamentos a seguir e escreva, no Quadro 1, qual parte 
do cérebro você acredita que está dominando cada situação-problema:
Quadro 1: Identificando os comandos do cérebro
Situação-Problema
Lado do Cérebro 
Mais Usado
1 Júlia é a gerente de marketing de uma grande empresa 
de cosméticos. Destaca-se pela criatividade das 
campanhas que coordena e pela sensibilidade que lidera 
sua equipe de trabalho. No entanto, se precisar seguir 
instruções ou procurar um endereço, Júlia se atrapalha 
e prefere ser guiada. 
2 João Carlos é um advogado criminalista muito 
competente. É capaz de ler vários processos, localizando 
fatos e detalhes. Além disso, acredita-se que o seu 
sucesso seja da facilidade que tem em expressar-se 
oralmente.
3 Renato tem uma memória invejável para as imagens, 
mas não consegue lembrar-se do que fez há uma 
semana. Começa a fazer algo e se esquece do tempo, 
seja no trabalho como no lazer, por isso vive perdendo os 
prazos e deixando as pessoas esperando. Mas é a sua 
capacidade de ver as relações entre uma coisa e outra, 
e a maneira como as partes unem-se para formar um 
todo, que o tornam o profissional da arte tão maravilhoso 
e respeitado que é.
 UNIUBE 27
Você deve ter verificado que Júlia e Renato utilizam mais o lado direito do 
cérebro, e que João Carlos o lado esquerdo. Cada hemisfério do cérebro 
é dominante para alguns comportamentos, como exemplifica a Figura 
5, é especializado para algumas tarefas específicas, mas, mais do que 
identificarmos o lado predominante do nosso cérebro, é perceber que 
devemos trabalhar com os dois lados, melhorando nossas habilidades 
no nosso dia a dia. Através de exercícios e técnicas variadas pode-se 
estimular o lado direito do cérebro e buscar a integração entre os dois 
hemisférios, equilibrando o uso de nossas potencialidades.
Figura 5: Principais diferenças dos hemisférios.
Na tentativa de reativar nossa criatividade individual utilizando o lado 
direito do cérebro, podemos seguir algumas sugestões/atividades, como 
a que já abordamos no capítulo. Acompanhe-as a seguir no Quadro 2.
28 UNIUBE
Quadro 2: Estimulando a criatividade
Criar metas.
Armazenar as ideias e, 
sempre que possível, 
colocá-las em prática.
Fazer anotações.
Procurar ser 
otimista, positivo.
Ser um bom observador.
Desenvolver uma forte 
curiosidade e aprender 
a fazer perguntas 
como: quem, quando, 
onde, o quê, por 
que, qual e como.
Saber escutar e estar 
aberto a mudanças.
Descobrir novas fontes 
de ideias, como novas 
amizades, novos livros, 
jornais, revistas, 
cultura em geral.
Você sabe a diferença entre pensamento lateral e pensamento 
vertical?
O pensamento vertical: é o pensamento lógico e o racional, aquele que 
nos prende a um estado de não solução dos problemas encontrados.
O pensamento lateral: é aquele que busca alternativas para os nossos 
obstáculos por meio de nossa capacidade criativa.
Podemos dizer que pensar de forma criativa é pensar de forma lateral.
Você sabe utilizar o seu potencial criativo? 
A seguir, selecionamos algumas citações de grandes inventores e 
pensadores que nos dão a dimensão do potencial que podemos explorar por 
intermédio de nossa criatividade. Por meio delas, percebemos que o homem 
tem sempre a necessidade de sentir-se em desenvolvimento, criando e 
vivenciando novos desafios, para atingir o sucesso.
CURIOSIDADE
 UNIUBE 29
Não sou realmente um homem de ciência, não sou um 
observador, não sou um pensador. Nada sou senão um 
conquistador, por temperamento – um aventureiro – com 
a curiosidade, a rudeza e a tenacidade que compõem 
essa espécie de ser (FREUD).
Criatividade é permitir a si mesmo cometer erros. Arte é 
saber quais erros manter (SCOTT ADAMS).
Inquietação e descontentamento são as primeiras 
necessidades do progresso (THOMAS EDISON).
Criatividade é inventar, experimentar, crescer, correr 
riscos , quebrar regras, cometer erros e se divertir (MARY 
LOU COOK).
A Figura 6, a seguir, nos evidencia as fases do processo criativo.
O processo criativo1.6
Figura 6: Fases do Processo Criativo.
Fonte: Adaptado de Patrick (1955).
Viu como o processo criativo é individual e, portanto, inerente a cada ser? 
Aliar a capacidade criadora individual aos processos inovadores que uma 
empresa precisa desenvolver é um dos grandes desafios e diferenciais 
competitivos de hoje.
Para que as empresas desenvolvam sua capacidade de inovação, 
é preciso que seus funcionários desenvolvam de forma coletiva a 
criatividade. Como fazer isso? Uma boa forma é o uso de técnicas que 
estimulem o pensamento criador. 
30 UNIUBE
Uma das técnicas mais utilizadas pelasempresas para a obtenção de 
ideias se chama brainstorming.
Você sabe o que isso significa?
É uma técnica criativa de resolução de problemas, inventada em 1938, 
pelo publicitário Alex F. Osborn, quando na presidência de uma grande 
agência norte-americana.
O brainstorming é uma ferramenta associada à criatividade, e é por 
isso, preponderantemente, usada na fase de Planejamento (na busca 
de soluções). O nome da técnica deriva das palavras em inglês brain 
e storming que, traduzindo literalmente para o português, pode ser 
entendido como tempestade cerebral, mas melhor compreendido como 
tempestade de ideias. Geralmente, aplica-se a técnica para que um grupo 
de pessoas crie o maior número de ideias possíveis acerca de um tema 
previamente selecionado.
Que tipo de problema requer um brainstorming?
Quer imaginar um novo produto, rejuvenescer um antigo, simplificar um 
processo de produção, inventar meios de aumentar lucro ou, apenas 
melhorar a embalagem, a distribuição, as vendas ou as relações 
humanas entre os funcionários ou com os acionistas?
Caso você tenha algum problema desse tipo, uma sessão de brainstorming 
muitas vezes lhe proporcionará as desejadas respostas.
O que é uma sessão de brainstorming?
 UNIUBE 31
À primeira vista, parece uma reunião comum. Há um grupo de pessoas 
e um encarregado de presidi-lo, e aí termina toda semelhança.
As regras de brainstormings são quase exatamente opostas às de uma 
reunião comum e, assim, também acontece com a atmosfera que a cerca.
• Numa reunião, todos começam com a esperança de que você seja 
calmo e lógico – o que não acontece em brainstormings. 
• Numa reunião, você procura ser judicioso e comedido – o que não 
se dá nas tempestades cerebrais.
• Numa reunião, você está atento(a) a dificuldades e possibilidades 
de cometer um erro, o que não ocorre em brainstormings.
• Numa reunião, o papel do presidente é ser imparcial e controlador. 
No brainstorming, é ser inspirador e estimulador.
O objetivo principal é produzir o maior número de ideias possíveis sobre 
um problema. É fundamental separar completamente as funções opostas 
de imaginação e julgamento. As ideias nascem primeiro numa atmosfera 
não crítica de excitação e entusiasmo. O controle de qualidade e o 
julgamento são aplicados depois, em condições de pacífico e analítico 
desprendimento.
O brainstorming pode ser aplicado em diversas oportunidades, visando 
a melhoria contínua da empresa, principalmente na tomada de decisão 
para o planejamento em equipe, criação de um produto ou mesmo 
avaliação de um processo. É interessante na definição dos objetivos, 
diagnóstico e plano de ação de uma empresa, utilizar-se também do 
processo de decision mapping – mapeamento de decisões. Veja a seguir 
um exemplo:
32 UNIUBE
Responda às questões a seguir. Suas respostas podem basear-se na sua 
vida profissional ou pessoal:
a) Objetivo: Qual a sua Necessidade ou Desejo? Defina um objetivo 
desejado.
b) Diagnóstico: Existem obstáculos? Verifique quais os obstáculos impedem 
de atingir os objetivos;
c) Ação: O que te impede de atingir o seu objetivo? Defina os passos para 
eliminar os obstáculos, e a quem compete implementá-la e quando. 
Viu como é fácil? A aplicação dessa técnica demonstra a capacidade 
inovadora dos líderes nas empresas que buscam nas suas equipes a 
participação, a integração, a coordenação.
EXPLICANDO MELHOR
Produção e conhecimento nas empresas: A melhor forma de ter uma 
grande ideia é ter um monte de ideias (LINUS PAULING).
1.6.1 O conhecimento no processo criativo
Autores que se especializaram nos estudos das ciências sociais aplicada 
dizem que estamos vivenciando a era do conhecimento. Inovar por meio 
do conhecimento é uma forte vantagem competitiva entre as empresas. 
Existe uma grande distância entre a produção da ciência e a sua 
aplicação na inovação tecnológica. Um verdadeiro cânion que significa 
perdas econômicas substanciais.
Mas, como se dá a mediação de conhecimento nas empresas?
 UNIUBE 33
Primeiramente, é importante saber que existem dois tipos distintos de 
conhecimentos: o implícito ou tácito e o explícito ou codificável. 
O conhecimento implícito ou tácito: é aquele que não pode ser 
transferido por meio de documentos escritos. Dizemos que esse 
conhecimento é não codificável, ou seja, está apenas no cérebro 
humano. Como exemplo, podemos citar talentos individuais como o dom 
de Mozart para a música.
O conhecimento explícito ou codificável: é aquele que pode ser 
armazenado fora do cérebro humano; ele é transferível de uma pessoa a 
outra e pode ser compartilhado na forma de dados brutos e está presente 
em livros, mídias, computadores dentre outros.
O conhecimento implícito depende de um investimento individual, 
enquanto que o explícito é um conhecimento público que pode ser 
utilizado e recorrido sempre que necessário.
As empresas têm um grande desafio em termos de conhecimento, 
pois é preciso saber quem detém aqueles tidos como diferenciais para 
o seu sucesso, bem como saber onde o conhecimento explícito está 
armazenado e como recuperá-lo quando necessário.
É fundamental que exista uma interação harmoniosa entre as pessoas 
dentro da empresa, para que esse conhecimento seja repassado de 
forma responsável e organizada, garantindo assim, o sucesso dos 
processos e das inovações que possam surgir.
34 UNIUBE
O sucesso para a criação do conhecimento dentro da empresa se dá na 
união dos dois tipos de conhecimentos.
Existem algumas condições que promovem a criação desse conhecimento 
dentro de uma empresa, como por exemplo:
• intenção de todos, principalmente dos líderes; 
• autonomia para a realização de tarefas; e 
• atitudes abertas, principalmente com relação ao ambiente externo.
IMPORTANTE!
Figura 7: Fases do Processo de criação do conhecimento.
Fonte: Adaptado de REIS (2008).
1.6.2 Os inibidores do conhecimento
Davenport e Prusak (1998, p. 117) chamam a atenção 
para fatores culturais que inibem a transferência 
do conhecimento. Esses atritos “retardam ou 
impedem a transferência e tendem a erodir parte do 
conhecimento à medida que ele tenta se movimentar 
pela organização”. Os atritos mais comuns e formas de superá-los, são 
apresentados no Quadro 3.
Erodir
Sofrer 
processo 
de erosão, 
desintegração.
A seguir, veremos as fases do processo de criação do conhecimento, 
seguido Reis (2008) (Figura 7).
 UNIUBE 35
Quadro 3: Atritos mais comuns e possíveis soluções
Atrito Soluções Possíveis
Falta de confiança mútua
Construir relacionamentos e confiança 
mútua por meio de reuniões face a face
Diferentes culturas, vocabulários 
e quadros de referências
Estabelecer um consenso por intermédio 
de educação, discussão, publicações, 
trabalho em equipe e rodízio de funções
Falta de tempo e de locais 
de encontro, ideia estreita 
de trabalho produtivo
Criar tempo e locais para transferências 
do conhecimento: feiras, salas de 
bate-papo, relatos de experiências
Status e recompensa vão para os 
possuidores do conhecimento
Avaliar o desempenho e oferecer 
incentivos baseados no compartilhamento
Falta de capacidade de 
absorção pelos recipientes
Educar funcionários para a 
flexibilidade, propiciar tempo 
para o aprendizado, basear as 
contratações na abertura de ideias
Crença de que o conhecimento é 
prerrogativa de determinados grupos, 
síndrome do “não inventado aqui”
Estimular a aproximação não hierárquica 
do conhecimento, a qualidade das ideias 
e mais importante que o cargo da fonte
Intolerância com erros ou 
necessidade de ajuda
Aceitar e recompensar erros 
criativos e elaboração; não há perda 
de status por não saber tudo
Fonte: Adaptado de Davenport e Prusak (1998).
Sobre o registro do conhecimento na empresa, não poderíamos deixar 
de citar Probst, Raub e Romhardt (2002), que, assim, se referem a essa 
fase tão importante da Gestão do Conhecimento:
A memória pode ser descrita como um sistema de 
conhecimento e habilidades que preserva e armazena 
percepções e experiênciasalém do momento em 
que ocorrem, para que possam ser recuperadas 
posteriormente. A memória organizacional é o ponto 
de referência para novas experiências: sem memória, 
nenhum aprendizado é possível. (PROBST, RAUB e 
ROMHARDT, 2002, p. 176).
36 UNIUBE
Assim, concluímos que, sem memória e sem promoção da transferência 
do conhecimento, uma empresa não poderá inovar.
2009 – Ano Europeu da Criatividade e Inovação1.7
Quando falamos do processo de inovação e do crescimento sustentável é 
preciso compreender que esses dependem da competitividade dos seus 
produtos e processos. Essa premissa tornou-se senso comum no cenário 
nacional e internacional quando o assunto é desenvolvimento. Não só 
de produtos e processos vive esse desenvolvimento, mas o conteúdo 
tecnológico deve estar em constante atualização, o que a curto, médio e 
longo prazos assegurará o atendimento à demanda dos consumidores 
e usuários.
A União Européia escolhe a cada ano um tema para sensibilizar e chamar 
atenção dos governos nacionais e da população para as questões que 
julga relevante. A primeira vez que foi escolhido um tema foi em 1983. 
Em 2009 foi escolhido como tema a Criatividade e Inovação. 
Para a equipe organizadora, criatividade é a faculdade de encontrar 
soluções diferentes e originais para novas situações e inovação a 
concretização de novas ideias. Ou seja, a criatividade é a base da 
inovação.
Este programa foi organizado em torno de oito verbos que representam 
as áreas de aplicação da criatividade e da inovação (Figura 8).
 UNIUBE 37
Figura 8: Verbos criativos.
Ainda, segundo o material organizado pelo Centro de Informação 
Europeia Jacques Delors para o Ano Europeu da Criatividade e Inovação 
(2009), encontramos as seguintes aplicações para cada um dos verbos 
(ou ações) apresentados:
• comunicar: desenvolver de forma criativa o uso da língua 
portuguesa e da literatura para reforçar a relação entre povos e 
culturas;
• aprender: reforçar o uso da criatividade no processo educativo e 
iniciativas que reforcem esse uso ao longo da vida;
• inventar: reconhecer o papel da ciência e tecnologia e da cultura 
científica e tecnológica na evolução da sociedade e do conhecimento 
humano; 
• criar: facilitar o desenvolvimento de ideias com potencial econômico;
• realizar: propor iniciativas criativas e empreendedoras na iniciativa 
privada como fator crucial para o desenvolvimento econômico e 
criação de riqueza;
• cooperar: estimular uma organização social que visem combater 
a pobreza e exclusão e que promovam a cooperação comunitária;
• viver: aplicar a criatividade em contexto urbano melhorando as 
condições de vida dos cidadãos e estimulando a competitividade 
empresarial;
38 UNIUBE
• imaginar: desenvolver diversas formas de expressão artística, como 
música, teatro, cinema, artes circenses e plásticas.
De acordo com a perspectiva do Programa, a questão da Criatividade 
e Inovação Tecnológica representa a oportunidade de aliar crescimento 
econômico de maneira a valorizar a cultura. Os pilares serão o trabalho e 
o emprego, o cuidado com o meio ambiente e uma maior coesão social, 
integrando os diversos setores econômicos e sociais.
Foram 260 projetos apoiados pelo programa, mas que envolveram 
diversas iniciativas de âmbito público e privado. Desse projeto nasceu um 
manual de Melhores Práticas de Programas de Criatividade e Inovação 
da União Européia, uma exposição de 20 exemplos, 35 projetos e 10 
peritos independentes de um total de mais de 100 inscritos.
Caso queira saber mais, os relatórios, dados e materiais estão disponíveis 
no site oficial do Ano Europeu, disponível em <http://www.create2009.
europa.eu>.
Sugerimos que o acesse!
PESQUISANDO NA WEB
Por que trabalhar com um tema como esse?
Porque é objetivo da UE, até 2010, ter uma economia baseada no 
conhecimento, mais dinâmica e competitiva do mundo, capaz de garantir 
um crescimento econômico sustentável, com mais e melhores empregos, 
e com maior coesão social e respeito pelo meio ambiente. Reflete uma 
preocupação da UE e dos Estados-Membros, num mundo marcado 
 UNIUBE 39
por mudanças contínuas e por uma economia globalizada, tornando 
importante estimular o potencial criativo e de inovação dos cidadãos 
(Figura 9).
Figura 9: Investindo no Capital Humano.
Fomentar o potencial criativo e de inovação dos cidadãos é fundamental 
para melhorar os conhecimentos e para adquirir novas competências 
que visem promover o crescimento e o emprego, o que trará melhor 
coesão social, sensibilidade cultural e civismo. Com o desenvolvimento 
da economia europeia tem-se o social, o que permite que os cidadãos 
se integrem na sociedade contemporânea.
Diante dessa preocupação da União Europeia com as questões da 
criatividade e da inovação, qual deverá ser a postura das políticas públicas 
brasileiras?
PARADA PARA REFLEXÃO
Como está o Panorama Nacional de Inovação?
Conforme aponta Tironi (2005, p. 50), "a motivação do mercado para 
a inovação geralmente ocorre em um contexto setorial", o que para o 
autor significa que dentro de um mesmo setor industrial, alguns setores 
Panorama Nacional de Inovação1.8
40 UNIUBE
apresentam uma taxa de inovação superior a outras. É o caso das 
empresas brasileiras de equipamentos de informática, material eletrônico 
e de aparelhos e equipamentos de telecomunicações, equipamentos e 
instrumentos médico-hospitalares, instrumentos de precisão e ópticos, 
equipamentos de automação industrial, cronômetros e relógios estão 
no topo da lista. Já entre as empresas estrangeiras presentes no Brasil 
aquelas que mais inovam são as de fabricação de móveis, máquinas 
de escritório e equipamentos de informática, fabricação e montagem 
de veículos automotores, reboques e carrocerias, fabricação de outros 
equipamentos de transporte e fabricação de produtos de minerais não 
metálicos.
Pensar em inovação enquanto processo ou produto é um fenômeno difícil 
de ser mensurado e, talvez por isso, não seja possível quantificar.
Apesar dessa observação, o autor aponta que "a inovação é um processo 
difícil de ser mensurado" (Tironi, 2005, p. 51), e que requer diferentes 
metodologias de investigação. Ainda assim, conclui que "o principal 
desafio da política de inovação tecnológica brasileira seria conseguir 
aumentar a frequência da inovação radical, entendida como de maior 
intensidade tecnológica", e não apenas a inovação incremental, ou 
melhoramento de um processo.
O Ministério da Ciência e Tecnologia – MCT passou a se chamar, no 
dia 03 de agosto de 2011, Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. 
Conforme apresentado em seu histórico no sítio oficial, desde a sua 
criação ainda na década de 80 é o órgão responsável por uma função 
estratégica no âmbito da Ciência, desenvolvendo estudos e pesquisas 
que se traduzem em geração de novos conhecimentos e tecnologias. 
Está legalmente amparado pelas disposições do Capítulo IV, da 
Constituição Federal de 1988, onde trata da Política Nacional de Ciência 
e Tecnologia. Os eixos estratégicos de sua ação são o apoio à Política 
 UNIUBE 41
Industrial, Tecnológica e de Comércio Exterior, na forma de programas 
e de leis de incentivo à pesquisa e desenvolvimento nas empresas e ao 
fortalecimento da infraestrutura de instituições científicas e tecnológicas, 
bem como daquelas voltadas à prestação de serviços nesse setor.
Segundo consta no site do MCT:
O surgimento do novo ministério, além de expressar 
a importância política desse segmento, atendeu a um 
antigo anseio da comunidade científica e tecnológica 
nacional. Sua área de competência abriga o patrimônio 
científico e tecnológico e seu desenvolvimento; a políti-
ca de cooperação e intercâmbio concernente a esse 
patrimônio; a definição da Política Nacional de Ciência 
e Tecnologia; a coordenação de políticas setoriais; a 
política nacional de pesquisa, desenvolvimento, 
produção e aplicação de novos materiais e serviços de 
alta tecnologia (BRASIL, 2006).
Verificamos que, na realidade,esse Ministério foi criado para 
estabelecer políticas referentes à ciência e à tecnologia, acompanhando 
detalhadamente, nesse sentido, as ações necessárias a esse 
crescimento. Podemos, ainda, por meio do MCT, acessar o seguinte.
A divulgação de indicadores, na realidade, contribui para o acesso 
a informações técnico-científicas na referida área, sobretudo em 
comunicações internacionais. Segundo esses indicadores, os principais 
obstáculos para inovação apontados pelos empresários, são os 
elevados custos, riscos econômicos excessivos e escassez de fontes 
de financiamento.
A parceria da Sociedade Brasileira Pró-Inovação Tecnológica – 
PROTEC, com o Ministério de Ciência e Tecnologia e SENAI – Serviço 
Nacional de Aprendizagem Industrial, organizaram, em 2006, o manual 
“Mecanismos de Apoio à Inovação Tecnológica” na tentativa de promover 
o desenvolvimento de inovações e tecnologias nas empresas brasileiras. 
Esse manual funciona como um facilitador do esforço das indústrias para 
42 UNIUBE
elevar a sua competitividade nos mercados internos e externos pela 
diferenciação de seus produtos e processos de fabricação, agregando-os 
tanto às inovações que estejam desenvolvendo quanto às que venham 
a ser realizadas. Resume e explica detalhadamente as novas leis que 
regulam os procedimentos de subvenção econômica e de incentivos 
fiscais para as empresas, propiciando uma redução do risco e dos custos 
das inovações tecnológicas. Identifica, ainda, os programas de apoio ao 
desenvolvimento tecnológico das agências federais e estaduais, como, 
por exemplo, o programa Inovação, divulgado pelo BNDES, em 2006. 
São iniciativas como estas que demonstram que o Governo Federal 
brasileiro, preocupado em transformar conhecimento científico em 
riquezas, tem apresentado diversos mecanismos para alavancar o 
desenvolvimento tecnológico. Podemos citar também os Fundos de 
Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico que têm por principais 
objetivos promover integração entre universidades, centros de pesquisa 
e o setor produtivo, gerar inovações que contribuam para a solução de 
problemas nacionais e estimular o elo entre ciência e desenvolvimento 
tecnológico. Dentre outras, estão as seguintes entidades: o Conselho 
Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq, a Agência 
Financiadora de Estudos e Projetos – FINEP, o Serviço Brasileiro de 
Apoio à Pequena e Média Empresa – SEBRAE.
1.8.1 Lei da inovação – principais avanços
Criada em 2 de dezembro de 2004, a lei 10.973, estabelece medidas de 
incentivo à inovação e à pesquisa científica e tecnológica no ambiente 
produtivo, com vistas à capacitação e ao alcance da autonomia 
tecnológica e ao desenvolvimento industrial do País, nos termos dos 
artigos 218 e 219 da Constituição Federal de 1988.
 UNIUBE 43
O artigo 19, da Lei da Inovação, diz que a União, a Instituição 
Científica e Tecnológica – ICT, e as agências de fomento promoverão 
e incentivarão o desenvolvimento de produtos e processos inovadores 
em empresas nacionais e nas entidades nacionais de direito privado 
sem fins lucrativos voltadas para atividades de pesquisa. Isso 
ocorrerá mediante a concessão de recursos financeiros, humanos, 
materiais ou de infraestrutura, a serem ajustados em convênios ou 
contratos específicos, destinados a apoiar atividades de pesquisa e 
desenvolvimento, para atender às prioridades da política industrial e 
tecnológica nacional.
O artigo 22 traz o estímulo ao inventor independente que comprove 
depósito de pedido de patente. Para ele, é facultado solicitar a adoção 
de sua criação por ICT, que decidirá livremente quanto à conveniência 
e oportunidade da solicitação, visando à elaboração de projeto voltado 
à sua avaliação para futuro desenvolvimento, incubação, utilização e 
industrialização pelo setor produtivo.
1.8.2 A lei do bem
A lei 11.196, de 21 de dezembro de 2005, mais conhecida como lei 
do bem, constitui-se como um dos mecanismos para incentivar o 
desenvolvimento tecnológico do país. O capítulo III, dessa lei, trata dos 
incentivos à inovação tecnológica para as empresas. 
Essa lei pretende encorajar a participação das instituições científicas e 
tecnológicas no processo de inovação, compartilhando sua infraestrutura 
laboratorial com microempresas e empresas de pequeno porte. 
Cede, ainda, funcionários do setor público para colaborar com essas 
instituições, recebendo bolsa de estímulo à inovação e participando dos 
ganhos econômicos advindos das criações resultantes. Trata do estímulo 
ao inventor independente e às empresas, as quais podem beneficiar-se 
44 UNIUBE
de mecanismos financeiros (subvenção econômica, financiamento ou 
participação societária) ao investirem no desenvolvimento de produtos e 
processos. Os artigos dessa lei representam avanços importantes para 
a consolidação de um sistema de apoio à inovação.
Esses incentivos foram regulamentados pelo Decreto Nº 5.798, de 7 de 
junho de 2006, Art. 2º. Para efeitos deste Decreto, considera-se:
inovação tecnológica: a concepção de novo produto 
ou processo de fabricação, bem como a agregação de 
novas funcionalidades ou características ao produto ou 
processo que implique melhorias incrementais e efetivo 
ganho de qualidade ou produtividade, resultando maior 
competitividade no mercado (BRASIL, 2006).
Esse artigo regulamenta os incentivos fiscais às atividades de pesquisa 
tecnológica e desenvolvimento de inovação tecnológica, de que tratam 
os artigos 17 a 26, da Lei do bem (2005). 
O Art. 3º traz que a pessoa jurídica poderá usufruir de incentivos fiscais, 
tais como:
• dedução, para efeito de apuração do lucro líquido, 
de valor correspondente à soma dos dispêndios 
realizados no período de apuração com pesquisa 
tecnológica e desenvolvimento de inovação tec-
nológica, classificáveis como despesas operacio-
nais pela legislação do Imposto sobre a Renda da 
Pessoa Jurídica (IRPJ) ou o como pagamento na 
forma prevista no § 1 deste artigo;
• redução de cinquenta por cento do Imposto so-
bre Produtos Industrializados (IPI) incidente sobre 
equipamentos, máquinas, aparelhos e instrumen-
tos, bem como os acessórios sobressalentes e 
ferramentas que acompanhem esses bens, des-
tinados à pesquisa e ao desenvolvimento tecno-
lógico; 
 UNIUBE 45
• depreciação acelerada, calculada pela aplicação 
da taxa de depreciação usualmente admitida, 
multiplicada por dois, sem prejuízo da deprecia-
ção normal das máquinas, equipamentos, apare-
lhos e instrumentos novos, destinados à utilização 
nas atividades de pesquisa tecnológica e desen-
volvimento de inovação tecnológica, para efeito 
de apuração do IRPJ; 
• amortização acelerada, mediante dedução como 
custo ou despesa operacional, no período de apu-
ração em que forem efetuados, dos dispêndios 
relativos à aquisição de bens intangíveis, vincu-
lados exclusivamente às atividades de pesquisa 
tecnológica e desenvolvimento de inovação tec-
nológica, classificáveis no ativo diferido do bene-
ficiário, para efeito de apuração do IRPJ; 
• crédito do imposto sobre a renda retido na fonte, 
incidente sobre os valores pagos, remetidos ou 
creditados a beneficiários residentes ou domicilia-
dos no exterior, a título de royalties, de assistência 
técnica ou científica e de serviços especializados, 
previstos em contratos de transferência de tec-
nologia averbados ou registrados nos termos da 
Lei nº 9.279, de 14 de maio de 1996, redução a 
zero da alíquota do imposto sobre a renda retido 
na fonte nas remessas efetuadas para o exterior 
destinadas ao registro e manutenção de marcas, 
patentes e cultivares. (BRASIL, 2006).
1.8.3 Meios de incentivo e apoio à inovação tecnológica
A Agência Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) é uma empresa 
pública vinculada ao Ministério da Ciência e Tecnologia, que visa o auxílio 
a pesquisa e inovação.São quatro opções estratégicas como prioridades:
a) semicondutores;
b) software;
46 UNIUBE
c) fármacos e medicamentos;
d) bens de capital.
E três tecnologiasportadoras de futuro:
a) biotecnologia;
b) nanotecnologia;
c) biomassa. 
A FINEP financia, com essa visão de prioridades, projetos institucionais 
de pesquisa e desenvolvimento, seja de Instituições Científicas e 
Tecnológicas (ICTs) ou de empresas, de entidades públicas ou privadas. 
Sugerimos que confira no site informações interessantes a respeito da 
FINEP. Disponível em: <http://www.finep.gov.br>.
PESQUISANDO NA WEB
Nesse site, estão os formulários para solicitar apoio; pode ser realizada 
também uma consulta prévia em formulário eletrônico autoexplicativo, 
no qual constarão informações sobre a empresa interessada consistindo 
de dados básicos, informações sobre a atividade econômica, dados 
econômicos, pessoa para contato e sobre o projeto, constituindo 
objetivos, inserção no mercado, etapas ou atividades do projeto, além 
de estimativa de gastos previstos e financiamento pretendido, bem como 
proposição de garantias. 
Uma vez analisado o projeto e aprovado pela FINEP, a empresa será 
informada da aprovação e receberá o contrato de financiamento para 
assinar, e cumpridas todas as exigências receberá a liberação do 
financiamento.
 UNIUBE 47
1.8.3.1	PROINOVAÇÃO	−	Programa	de	Incentivo	à	Inovação	nas	
Empresas Brasileiras
O Proinovação é um programa do FINEP que visa estimular a realização 
de atividades de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (P, D & I) 
nas empresas brasileiras. Trata-se, do programa que fundamenta o 
financiamento reembolsável padrão para situações em que são atendidos 
requisitos, tais como: 
• aumento da competitividade; 
• inovação com relevância regional; 
• aumento das atividades de pesquisa e desenvolvimento tecnológico;
• projetos que resultem em adensamento tecnológico, parcerias entre 
universidades e empresas;
• contratação de doutores, ou desenvolvimento de produtos da área 
de semicondutores/microeletrônica;
• software, bens de capital e fármacos/medicamentos, ou como áreas 
portadoras de futuro, tais como: biotecnologia, nanotecnologia, 
biomassa.
1.8.3.2 BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico 
e Social 
É o mais poderoso instrumento do Estado brasileiro para execução 
de políticas industriais. Foi criado em 1952, para promover o 
desenvolvimento econômico do país, financiando indústria, infraestrutura 
e outros investimentos. O BNDES é, hoje, uma empresa pública vinculada 
ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Ele 
atua por meio de linhas, programas e fundos. Os produtos oferecidos 
pelo Banco são: financiamento a empreendimentos – FINEM; FINAME; 
Inovação P, D & I; Inovação Produção.
48 UNIUBE
Todas as linhas de atuação do BNDES podem propiciar, ensejar ou 
criar condições favoráveis à inovação tecnológica. Dos seis programas 
industriais do BNDES, três são voltados precisamente para opções 
estratégicas da PITCE: o Programa de Apoio ao Desenvolvimento 
da Cadeia Produtiva Farmacêutica (PROFARMA), o Programa de 
Modernização do Parque Industrial Nacional (MODERMAQ) e o 
Programa para o Desenvolvimento da Indústria Nacional de Software e 
Serviços Correlatos (PROSOFT). 
1.8.3.3 Estados Federativos
Além dos mecanismos do Governo Federal de fomento à inovação 
tecnológica, os governos estaduais também desenvolvem incentivos à 
inovação. O Estado de São Paulo, por exemplo, instituiu ainda em 1962, 
a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP). 
A partir de 1989, diversos estados incluíram em suas novas constituições 
estaduais artigos estipulando percentuais mínimos da arrecadação a 
serem destinados ao esforço estadual em ciência e tecnologia. Em vários 
Estados, temos fundações de amparo à pesquisa (FAP’s), que passaram 
a funcionar como repositório dos recursos oriundos desse dispositivo. 
Uma das principais iniciativas envolvendo os sistemas estaduais na 
inovação tecnológica é o Programa de Apoio à Pesquisa em Empresas 
– PAPPE; trata-se de um mecanismo de uso dos recursos dos fundos 
setoriais pela FINEP em parceria com as FAP’s. 
O principal desafio da política de inovação tecnológica brasileira é 
conseguir aumentar a frequência da sua inovação, por exemplo, por 
meio do lançamento de novos produtos e ou implementação de novos 
processos. Aumentar o investimento das empresas em tecnologia 
seria um bom cenário. E isso poderia ser suscitado se culturalmente a 
criatividade fosse um valor nas pessoas, e não tratada como irreverência 
pessoal.
 UNIUBE 49
Antes de finalizarmos os estudos aqui propostos, gostaríamos de 
ressaltar que: o engenheiro de produção, entre outras atividades, deverá 
saber identificar, formular e solucionar problemas. Para que isso seja 
feito com sucesso, precisará acompanhar as evoluções tecnológicas e 
conhecer os anseios do mercado, a fim de utilizar sua capacidade criativa 
para superar os desafios que lhe serão constantemente propostos. A 
tecnologia, conforme defendido nesse capítulo é, de forma geral, a 
união entre a ciência e a engenharia. Assim, o processo de inovação 
tecnológica engloba desde estudos científicos, pesquisa, planejamento, 
até sua aplicação técnica, resultando num processo, produto ou serviço 
totalmente novo. Sem dúvida, os processos, produtos ou serviços 
essenciais à vida da sociedade são os que permanecem no mercado, 
são editados, copiados, redimensionados, transformados etc. 
Esse engenheiro precisará, antes de qualquer coisa, ser um líder. Líder 
de si mesmo, envolvido com as pessoas e, portanto, com os processos. 
Precisará ser dinâmico, para que possa efetivar o processo decisório das 
organizações. O engenheiro voltado para si mesmo não terá espaço. O 
seu espaço será o espaço do grupo, da sociedade, do mundo.
Observe a Figura 10:
Figura 10: O que é necessário para realizar as mudanças.
50 UNIUBE
Na Figura 10, temos o modo como as mudanças deverão ser feitas. Está 
claro que é preciso evoluir nos conceitos preconcebidos em função dos 
avanços tecnológicos que exigem, cada vez mais, pessoas habilitadas 
para significativas mudanças. Pessoas que respondam criativamente 
diante dos diferentes cenários e das diferentes equipes de trabalho, 
propondo novas soluções para velhos problemas, quebrando paradigmas, 
modelos constituídos, são muito necessárias.
Está no capital humano o elemento que significará êxito operacional na 
medida em que a tecnologia torna-se comum às diferentes organizações, 
porque liderar pessoas passa a ser o ponto crítico para empresas que 
permanecem em mercados competitivos.
Após toda essa leitura, a pergunta é:
 você está preparado?
Com o estudo deste capítulo, vimos pontos importantes que devem ser 
foco de atuação e conhecimento do profissional que lida com produção 
e seus processos, como:
• o engenheiro de produção tornou-se peça fundamental para 
as empresas que procuram produzir com o mais alto padrão de 
qualidade;
• entre as competências esperadas desse profissional está 
evidenciado o seu potencial criativo para vencer os desafios que 
surgem no dia a dia;
• a ciência, a tecnologia e a inovação tecnológica se relacionam;
• a ciência produz modelos, a tecnologia está associada a novos 
processos de fabricação, a novos produtos, a novos métodos e aos 
impactos que todos esses podem produzir em uma sociedade;
Resumo
 UNIUBE 51
• que inovação é a arte de introduzir novidades, produzir algo novo;
• a criatividade é que unirá ciência e tecnologia através da inovação;
• a criatividade é um comportamento que pode e deve ser 
desenvolvido; 
• liberar o nosso potencial criativo torna-se fundamental para perceber 
o mundo em constante transformação e atuar sobre ele;
• entender o cérebro e seus hemisférios nos faz perceber o quanto 
criativo nós somos;
• uma das técnicas mais utilizadas pelas empresas para a obtenção 
de ideias se chama brainstorming – tempestade de ideias – e tem 
como premissa produzir o maior número de ideias possíveis sobre 
um problema;
• as empresas têm um grande desafio em termos de desenvolvimento 
do conhecimento dos seus

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