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1-Introdução à Fisiologia

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INTRODUÇÃO À FISIOLOGIA / FISIOLOGIA CELULAR
◆ Introdução
◆ Homeostasia e sistemas de controlo
◆ Membrana plasmática e transporte de membrana
◆ Potenciais de membrana e excitabilidade celular
◆ Comunicação celular
Pedro Monteiro (prm@ess.ipp.pt)
POLITÉCNICO DO PORTO. ESCOLA SUPERIOR DE SAÚDE
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INTRODUÇÃO À FISIOLOGIA
FISIOLOGIA: ciência que estuda o funcionamento do corpo, desde as células até aos 
sistemas, e de que forma o organismo como um todo desempenha funções 
específicas essenciais à vida
◆ FISIOLOGIA HUMANA áâ FISIOLOGIA COMPARATIVA
ò
MEDICINA
(Ex: Nobel em Fisiologia ou Medicina)
INTERDISCIPLINARIDADE
-anatomia -bioquímica -biofísica
◆ FISIOLOGIA FISIOPATOLOGIA
Funções de um órgão Doenças que envolvam danos específicos nesse órgão
3
MÉTODO CIENTÍFICO
◆ ATRIBUTOS DO MÉTODO CIENTÍFICO:
(1) - Confiança que o mundo natural é explicável;
(2) - Descrições e explicações podem ser refutadas ou alteradas por outras observações;
(3) - Humildade para aceitar que os factos por nós apresentados podem estar errados.
◆ FUNDAMENTOS DO MÉTODO CIENTÍFICO:
(1) - Capacidade racional (2) - Honestidade (3) - Humildade
◆ FUNCIONAMENTO DO MÉTODO CIENTÍFICO:
(1) - HIPÓTESE (Ex: exercício diminui o pulso de repouso)
(2) - Experimentação ➔ análise resultados ➔ CONCLUSÕES
Se hipótese é verdadeira Se hipótese é falsa
(3) - Incorporação numa TEORIA ou nova HIPÓTESE
CONDIÇÃO: Dados obtidos são reprodutíveis…
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SISTEMAS DE CONTROLO
Mecanismos de regulação: mantêm o ambiente interno constante
Homeostasia: estado de relativa constância do ambiente interno do organismo
.William Harvey (1578-1657): - demonstrou o funcionamento do coração e provou a circulação sanguínea
(FISIOLOGIA c/o ciência experimental)
.Claude Bernard (1813-1878): - propôs que o ambiente interno (millieu interieur) do organismo é constante,
independentemente da alteração de condições externas
.Walter Cannon (1871-1945): - no livro “The Wisdom of the Body” (1932) usou o termo homeostasia
.Walter Cannon (1871-1945): - sugere que muitos dos mecanismos de regulação têm “apenas” uma função,
a manutenção da homeostasia
CONCEITO DE HOMEOSTASIA
-Compreensão de porquê e como -Diagnóstico médico
-funcionam os mecanismos de regulação
Exemplos: -pressão arterial -temperatura corporal -frequência cardíaca
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MECANISMOS DE RETROAÇÃO / ANTECIPAÇÃO
✸ Tipos de fatores que podem afetar a homeostasia
a) Físicos (calor, ruído, luz); b) Químicos (alimentos, poluentes); 
c) Fisiológicos (tumores, funções anómalas); d) Microbiológicos (vírus, bactérias); 
e) Psicológicos (distúrbios emocionais ou mentais).
Componentes
1. RECETOR: confere alterações da condição controlada ➨ informa o centro de controlo;
2. CENTRO DE CONTROLO: regula os valores dentro dos quais a condição controlada deve ser 
mantida, avalia os sinais enviados pelos recetores e, sempre que necessário, envia informa-
ção aos efetores [ENCÉFALO / MEDULA];
3. EFETOR: recebe a informação do centro de controlo e produz uma resposta adequada à 
manutenção da condição controlada em níveis normais [MÚSCULOS / GLÂNDULAS]
Exemplos de condições controladas (mensuráveis quantitativamente):
-pressão arterial; temperatura corporal; ventilação alveolar; glicemia, etc.
Mecanismos de retroação / antecipação: conjunto de eventos nos quais o estado de uma 
condição do corpo é continuamente conferido, avaliado, modificado, reconferido, reavaliado, ...
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✸ RETROAÇÃO NEGATIVA
A atividade dos efetores reverte o desvio da condição controlada
(ex: controlo da glicemia, pressão arterial, temperatura corporal, PaCO2, etc.)
-Homeostasia: estado de constância dinâmica
Sudação Sudação
Tremores Tremores
-Efetores Antagonistas ➪ > eficiência de controlo
✸ RETROAÇÃO POSITIVA
A atividade dos efetores/processos amplifica o desvio da condição controlada
(ex: parto; coagulação sanguínea; influxo de Na+)
✸ ANTECIPAÇÃO (feedforward)
Alterações da condição controlada são antecipadas; podendo ser o resultado de um processo 
de aprendizagem que permite controlar possíveis alterações profundas da mesma
(ex: controlo temperatura corporal - termorrecetores periféricos; ➚ frequência cardíaca pré-exercício)
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REGULAÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL
da diminuição da
➚ Frequência	cardíaca
ò
➚ Pressão	sanguínea
impulsos	nervosos
impulsos	nervososVia	Eferente
Estímulo	desregula
homeostasia	através
Pressão	Sanguínea
CENTRO	DE	CONTROLO
Localizado	no	bolbo
RECETORES
Barorrecetores em	vasos		
sanguíneos
EFETOR
Via	Aferente
Retorno	à	homeostasia	quando	
a	resposta	dada	pelo	efetor
aumenta	a	pressão	arterial de	
regresso	ao	valor	normal
8
REGULAÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL
9
REGULAÇÃO DO PARTO
Nascimento	➯ interrupção	da	retroação	positiva
impulsos	nervosos
oxitocina
Contrações	uterinas	
promovem	a
Dilatação	do	colo	do	útero
CENTRO	DE	CONTROLO
Localizado	no	hipotálamo
RECETORES
Barorrecetores localizados
no	colo	do	útero
EFETOR
Via	Aferente
Contrações	mais	intensas	e	
frequentes	do	miométrio
Corpo	do	feto	dilata	
ainda	mais	o	colo	útero
➚ dilatação do colo do útero 
➯ ➚ secreção de oxitocina…
REGULAÇÃO DO PARTO
10
11
✸ Regulação nervosa e endócrina
.Sistema Nervoso è impulsos nervosos è resposta rápida
.Sistema Endócrino è hormonas è resposta “lenta”
✸ Regulação da secreção hormonal
-A secreção de hormonas é, muitas vezes,
inibida pelos seus próprios efeitos
ê
INIBIÇÃO POR RETROAÇÃO NEGATIVA
✸ Exemplo: homeostasia da glicemia
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MEMBRANA PLASMÁTICA E TRANSPORTE DE MEMBRANA
MODELO DO MOSAICO FLUIDO
Mar de lípidos (fosfolípidos) onde flutuam diferentes tipos de “mosaicos” (proteínas) (50:50)
w Dupla Camada Fosfolipídica
.Fosfolípidos (75%) + colesterol (20%) + glicolípidos (5%)
.Moléculas anfipáticas ➾ extremos polares orientados p/ exterior
.Assimétrica (glicolípidos só no exterior)
.Colesterol (pontes de H c/ a região polar de fosfolípidos e glicolípidos)
w Glicocálice (...lípidos e ...proteínas)
-assinatura molecular ➪ reconhecimento
-adesão das células de um tecido
-anticatalítico (proteção contra enzimas)
-”hidratante”
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w Fluidez das membranas 
.Ligações duplas + colesterol ➾ mobilidade + fluidez ➾ reparação de ruturas
.Moléculas de lípidos trocam de local 10
6
vezes/min (na mesma camada fosfolipídica)
.Colesterol: -temp. corporal ➾ fortalece a MP
-temp. baixas ➾ aumenta a fluidez da MP
.Fertilização in vitro, clonagem, etc.
w Funções das proteínas de membrana
A
B
C
D
E
F
A - Canais (seletivos)
B - Transportadores
C - Recetores
D - Enzimas
E - Identificação celular
F - Proteínas de adesão
w Organização das proteínas 
.Integrais (transmembranares ou não) + 
periféricas
.Moléculas anfipáticas (proteínas integrais)
.Glicoproteínas (2-60 monossacarídeos)
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w Gradiente eletroquímico 
.Gradiente químico:
LEC (>[Na
+
], >[O2]) / citosol (>[K
+
], >[CO2])
.Gradiente elétrico:
superfície externa da membrana mais 
positiva (+) que a superfície interna (-)
w Permeabilidade seletiva 
.Permeável: moléculas apolares e neutras (O2, CO2, esteroides) e água
.Impermeável: moléculas polares e/ou com carga elétrica (ex: glucose, Na+)
[Na+]o = 145 mM [Na+]i = 12 mM [12x]
[K
+
]o = 3,5 mM [K+]i = 160 mM [45x]
[Ca2+]o = 2,5-5 mM [Ca2+]i = 0,1 µM [>103x]
[Cl-]o = 115 mM [Cl-]i = 3,6 mM [30x]
[Prot
-
]o = 0,2 mM [Prot-]i = 4 mM [20x]
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w DIFUSÃO SIMPLES
Difusão: mistura aleatória das partículas dissolvidas em resultado da sua energia cinética
Soluto mais
concentrado
Soluto menos
concentrado
Fluxo líquido (➨) Fluxo líquido (inexistente)F	=	Kp*A*(C0 – Ci)
TRANSPORTE DE MEMBRANA
1) Não mediado (s/ transportadores) / Mediado (c/ transportadores)
2) Passivo (s/ consumo de energia) / Ativo (c/ consumo de energia)
Transportes passivos: -Difusão simples [a) camada fosfolípidos; b) canais]
-Osmose
-Difusão facilitada
Transportes ativos: -Transporte primário
-Transporte secundário
Transportes p/ vesículas: -Endocitose
-Exocitose
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FATORES QUEAFETAM A TAXA DE DIFUSÃO
➧ Amplitude do gradiente de concentração ➧ Permeabilidade da membrana
➧ Área superficial da membrana ➧ Massa da substância em difusão (EC=½mv2)
➧ Temperatura
A) DIFUSÃO ATRAVÉS DA MEMBRANA (substâncias com Kp elevado)
-Substâncias apolares (ex: O2; vitaminas A, E, D, K; ácidos gordos; esteroides)
-Substâncias polares pequenas e neutras (ex: CO2; etanol; H2O)
O2
B) DIFUSÃO POR CANAIS: -Iões (ex: Na+; K+; Cl-, H+, Ca2+) / H2O
Seletividade	depende:
-diâmetro	do	canal	(tamanho	do	ião)
-superfícies	polares	e	com	carga	das	
subunidades	proteicas	que	formam	o	canal
Compostos com carga, difundem-se de acordo com 
o gradiente electroquímico
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EXEMPLO DA ESTRUTURA DE UM CANAL PROTEICO
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Força a exercer p/ evitar a alteração de volume
PRESSÃO OSMÓTICA: força que teria de ser exercida para evitar que o solvente (água) se mova para
a área com maior concentração de soluto(s)
> [soluto] ➪ > Pressão Osmótica (PO):
-PO da água pura = 0
-1 g molécula/ião em 22,4 L de solvente, a 0ºC, “exerce” uma pressão de 1 atm
-PO solução de 360 g/L glucose = 2 x PO solução de 180 g/L glucose
1) Difusão através da dupla camada
de fosfolípidos
2) Difusão por canais proteicos
(Aquaporinas)
w OSMOSE
Osmose: movimento das moléculas de solvente (H2O), através da membrana, para o compartimento onde 
é maior a concentração de soluto(s) ao(s) qual(is) a membrana é impermeável
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MEDIDAS DA CONCENTRAÇÃO DE SOLUÇÕES
Molaridade: 1 molar (M) = 1 mole soluto / 1 L solução
Molalidade: 1 molal (m) = 1 mole soluto / 1 Kg solvente (H2O = 1 L a 4ºC)
Osmolalidade: concentração de todas as partículas osmoticamente ativas / kg H2O (osmoles/kg H2O ou Osm)
0.9% NaCl 
Ex1: Osmolalidade solução c/ 1,0 m glucose (180 g/L) + 1,0 m frutose (180 g/L) = 2,0 Osm
Ex2: Osmolalidade solução c/ 1,0 m NaCl (58,5 g/L) = 1,0 m Na+ + 1,0 m Cl- = 2,0 Osm
QUANTIFICAÇÃO DA OSMOLALIDADE
-1 mole soluto / L baixa o ponto de congelação da água pura para -1,86 ºC
-1,0 m de glucose congela a -1,86 ºC, enquanto uma solução 1,0 m de NaCl congela a 2 x -1,86 ºC = -3,72 ºC
-Plasma congela a -0,56 ºC ➪ osmolalidade do plasma ≃ 0,56/1,86 ≃ 0,3 Osm = 300 mOsm
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TONICIDADE: pressão osmótica de uma solução relativamente ao plasma
Osm solução 0,3 m glucose = Osm solução 0,15 m NaCl = Osm plasma = 300 mOsm
REGULAÇÃO DA OSMOLALIDADE
FILTRAÇÃO: processo de passagem forçada 
de um líquido pela membrana, em resultado de 
um gradiente pressão hidrostática
-Moléculas mais pequenas que a albumina são 
“arrastadas” por gradiente de pressão 
(sanguínea), nos capilares
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w TRANSPORTE ATIVO
-Solutos polares ou c/ carga, transportados normal/ contra o gradiente de concentração ➪ gasto de energia
 Reabsorção de glucose nos túbulos renais
 Excreção de Ca2+ do interior das células ➪ [Ca2+] LEC ≃ 103-104 [Ca2+] LIC 
A) PRIMÁRIO
-Na
+
, K
+
, Ca
2+
, H
+
, I
-
, Cl
-
-Fonte de energia: ATP
w DIFUSÃO FACILITADA
-Solutos polares, c/ carga ou c/ peso molecular elevado grandes
(monossacarídeos, ureia, aminoácidos, vitaminas) 
 Características do transporte:
.Especificidade
.Competição (ex: aminoácidos)
.Transporte máximo ➩ Saturação
 Exercício físico ➩ inserção de GluT4 (fibras musculares)
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➢ BOMBA Na
+
/K
+
1-Gradiente de Na
+
é usado no transporte ativo secundário
2-Atividade da bomba pode ser ajustada p/ regular a taxa metabólica
3-Gradientes de Na
+
e K
+
são usados para gerar impulsos eletroquímicos
4-Excreção de Na
+
ajuda a manter o equilíbrio entre a PO do LEC e LIC
Contratransporte Cotransporte
B) SECUNDÁRIO
-Ca
2+
, H
+
; glucose, aminoácidos
-Fonte de energia: 
energia potencial
do gradiente de
concentração de Na
+
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TRANSPORTE DE SOLUTOS DEPENDENTE DE PROTEÍNAS PLASMÁTICAS (RESUMO)
B) PINOCITOSE
-Endocitose não seletiva de pequenas partículas de LEC
-Solutos do LEC
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w ENDOCITOSE / EXOCITOSE
-Polipeptídeos e proteínas, assim como outras substâncias de elevado peso molecular 
1) Endocitose [A) + B) + C)]: transporte de substâncias p/ o interior da célula numa vesícula formada a partir da MP
2) Exocitose: transporte de substâncias para o exterior da célula através da fusão de uma vesícula com a MP
-Fonte de energia: ATP
A) ENDOCITOSE MEDIADA POR RECETORES
-Transferrina, vitaminas, LDLs, anticorpos, hormonas, outras macromoléculas
-Transcitose
D) EXOCITOSE
-Neurotransmissores (neurónios), enzimas (células
exócrinas) e hormonas (células endócrinas)
ENDOCITOSE / EXOCITOSE
Reciclagem da membrana
(Ex: macrófagos reciclam MP 
em cada ½ hora)
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Fagossoma
Pseudópodes
C) FAGOCITOSE
-Endocitose de partículas sólidas muito grandes
(bactérias, vírus, células envelhecidas ou mortas)
-Fagócitos: neutrófilos, eosinófilos, monócitos
-Secreções	digestivas
-Produção	muco
-Secreção	de	leite
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TRANSPORTE EPITELIAL
Membrana apical: voltada para o lúmen da estrutura
Membrana basolateral: oposta à apical (geral/ adjacente a uma rede capilar)
TRANSPORTE	TRANSEPITELIAL	DE	NA+ TRANSPORTE	TRANSEPITELIAL	DA	MAIOR
PARTE	DE	SOLUTOS	ORGÂNICOS
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D.	Secreção	exócrina	e	endócrinaC.	Absorção/reabsorção	de	H2O	associada	à
movimentação	de	solutos
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POTENCIAIS DE MEMBRANA E EXCITABILIDADE CELULAR
Potencial de membrana (Vm): diferença de potencial entre as superfícies externa e interna da MP (<0,1V)
(①) Presença de moléculas com carga negativa no interior da célula
+ 
(②) Permeabilidade seletiva da membrana 
+
(③) Funcionamento das bombas Na+/K+
SUPERFÍCIE INTERNA É ELETRICAMENTE NEGATIVA (65-85 mV) RELATIVAMENTE À EXTERNA
(①) - Aniões fixos na superfície interna (proteínas + fosfatos + ...) ➪
➪ atração de catiões (K+; Na+; Ca2+)
(③) - ➚ 3 Na+ e ➘ 2 K+ ➪ ajuda a manter as concentrações elevadas de 
Na+ (exterior) e K+ (interior) + promove a perda 
de cargas positivas na face interna da membrana 
(efeito eletrogénico � 3 mV)
(②) - “Impermeável” a Na+ e muito permeável a K+ ➪ fluxo K+ é dos fatores 
que mais contribui p/ Vm ([K
+
]o = 3,5 mEq/L; [K
+
]i = 160 mEq/L)
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◆ POTENCIAIS DE EQUILÍBRIO E POTENCIAL DE REPOUSO
★ Potencial de equilíbrio (Ex) de um ião X é o potencial de membrana com uma magnitude que estabelece
um fluxo, por gradiente elétrico, da mesma intensidade, mas em sentido inverso, ao fluxo criado pelo 
gradiente químico (de concentração), anulando o fluxo líquido desse ião
Equação de Nernst: Ex = 61/z log ([X0]/[Xi]); (temperatura = 37 ºC)
Ex - potencial de equilíbrio do ião X (mV);
z - valência do ião;
[Xo]/[Xi] - concentração extra/intracelular
Ex = 61
z
log[X 0]
[Xi]
POTENCIAL DE EQUILÍBRIO: K+
EK+ = -100 mV 
POTENCIAL DE EQUILÍBRIO: Na+
ENa+ = +65 mV 
EK+ = 61*log (3,5/160) =
� -100 mV 
ENa+ = 61*log (145/12) =
� +65 mV 
30
◆ POTENCIAL DE REPOUSO
★ Potencial de repouso (Em) das células encontra-se entre o potencial de equilíbrio do K+ (-100 mV) e o 
potencial de equilíbrio do Na
+
(+65 mV) [normalmente: -65 a -85 mV; neurónios: -70 mV]
-O potencial de repouso constitui um potencial de atividade elétrica ao longo da membrana plasmática 
que é usado na comunicação entre células e cuja corrente é expressa pela Lei de Ohm: I = E/R
[I - corrente; E - potencial elétrico (V); R - resistência]
Efluxo relativamente 
elevado de K+ estabelece 
um EK+ de -100 mV
Influxo relativamente 
baixo de Na+
neutraliza parte do 
potencial criado pelo K+
Não difusão de A-
através da membrana
Potencial de repouso = -70 mV
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◆ POTENCIAIS GRADUADOS E POTENCIAL DE AÇÃO
■ Potencial de Ação (PA): inversão do Em; comunicação a longa distância
■ Potencial Local (PL): alteração graduada do Em; comunicação a curta distância
CANAIS	IÓNICOS
➊
➋
➌ CANAL C/ PORTÃO MECÂNICO Abertura do canal
CANAL	COM	PORTÃO	
DE	VOLTAGEM	(CPV)
CANAL	COM	PORTÃO	
DE	LIGANTE	(CPL)
Alteração	do	Em
Estímulo	mecânico
(pressão,	vibração)
Estímulo	químico
(hormona;	neurotransmissor)
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A. POTENCIAL GRADUADO OU LOCAL (PL)
PL: alteração graduada do Em gerada quando abrem ou fecham canais com portão de ligante oumecânicos
-Potencial local hiperpolarizante: 
.face interna da membrana torna-se mais –
.estímulo inibitório
-Potencial local despolarizante:
.face interna da membrana torna-se mais +
.estímulo excitatório
TIPOS DE POTENCIAIS LOCAIS
-Potenciais de recetor (recetores)
-Potenciais sináticos (neurónios)
-Potenciais de pacemaker (fibras mm. cardíacas)
-Potencial de placa (fibras mm. esqueléticas)
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PA: inversão Em gerada quando abrem canais, geralmente de Na+, com portão de voltagem
◆ Despolarização: .abrem de CPV p/ Na+ ➪ entrada de Na+ para o interior da célula
◆ Repolarização: .abrem de CPV p/ K+ ➪ saída de K+ para o exterior da célula
.inativação / fecho dos CPV para Na+
◆ Hiperpolarização: .canais K+ ainda abertos ➪ potencial de membrana mais negativo que Em
.fecho dos CPV para K+ ✚ ATPase Na+/K+ ➪ potencial de repouso
◆ Período refratário:
-ABSOLUTO: não pode ser gerado um novo PA, porque os CPV para Na
+
estão abertos ou inativos
-RELATIVO: pode ser gerado um novo PA, mas apenas com um estímulo mais intenso que o limiar
-Dependendo do Æ do axónio, PA tem a duração de 0,4 a 4 mseg ➧ neurónios geram PA entre 1000 a 250 Hz
Limiar
(~15	mV)
Inversão	da
polarização
Potencial
de	repouso
B. POTENCIAL DE AÇÃO (PA)
34
ALTERAÇÕES DE PERMEBILIDADE E FLUXO DE IÕES DURANTE O POTENCIAL DE AÇÃO
35
POTENCIAL DE AÇÃO (Resumo)
Aberto Inativo
Fechado
MEMBRANA POLARIZADA
MEMBRANA DESPOLARIZADA
Potencial de membrana (mV)
Músculo cardíaco
Neurónio motor
Músculo esquelético
P
ot
e
n
ci
al
 m
e
m
b
ra
n
a 
(m
V
)
35
36
COMUNICAÇÃO CELULAR
MENSAGEIROS QUÍMICOS (Hormonas, neurotransmissores ou agentes parácrinos/autócrinos)
NOTA: Existem outras formas de comunicação intercelular que não envolvem a secreção de agentes químicos, 
por exemplo a comunicação por junções de hiato ou através de moléculas da membrana plasmática
37
RECETORES
Recetores reconhecem um sinal específico (químico, elétrico, mecânico) e descodificam-no numa série de 
instruções bioquímicas que resultam numa resposta ao sinal detetado
R
EC
ET
O
R
 D
A 
 A
D
R
EN
A
LI
N
A
Local	de
fosforilação
GLOSSÁRIO	DE	TERMOS	ASSOCIADOS	A	RECETORES
Proteína	específica	na	membrana	ou	interior	da	célula-alvo	com	o	qual	o	mensageiro	químico	interage,	
induzindo	uma	resposta	biológica	dessa	célulaRecetor
Resposta	aumentada	de	uma	célula/tecido	em	resultado	da	regulação	por	excessoHipersensibilidade
Aumento	do	n.º	de	recetores	de	uma	célula/tecido	em	resposta	a	uma	concentração	extracelular		
continuamente	baixa	do	mensageiro	químicoRegulação	por	excesso
Diminuição	do	n.º	de	recetores	de	uma	célula/tecido	em	resposta	a	uma	concentração	extracelular	
continuamente	muito	elevada	do	mensageiro	químicoRegulação	por	défice
Molécula	que	se	liga	ao	recetor	e	desencadeia	a	resposta	da	célula;	geralmente	é	uma	droga	que	mimetiza		
a	ação	do	mensageiro	químico	normalAgonista
Molécula	que	compete	pelo	recetor	com	o	mensageiro	químico	normal.	Embora	se	ligue	ao	recetor,	não	
desencadeia	a	resposta	da	célulaAntagonista
Capacidade	de	diferentes	moléculas	estruturalmente	muito	semelhantes	se	ligarem	ao	mesmo	recetorCompetição
“Força”	com	que	um	mensageiro	químico	se	liga	a	um	recetorAfinidade
Grau	de	ocupação	do	recetor	pelo	mensageiro:	totalmente	(100%)	saturado,	50%	saturado,	...Saturação
Capacidade	do	recetor	para	se	ligar	apenas	a	um	tipo	ou	limitado	número	de	mensageiros	químicos	
estruturalmente	semelhantesEspecificidade
ESPECIFICIDADE DOS RECETORES
38
VIAS DE TRANSDUÇÃO DO SINAL
1 - RECETORES INTRACELULARES
MENSAGEIROS	HIDRÓFOBOS
-Hormonas	esteroides	(ex:	E2,	T,	…)
-Hormonas	da	tiroide	(T3 e	T4)
-Calcitriol	(1,25-dihidroxivitamina	D3)
2 - RECETORES DE MEMBRANA
2.1-Ionotrópico									
NEUROTRANSMISSORES:
-ACh [nicotínicos]	
-Glutamato	[NMDA]
-Glicina	+	GABA	[GABAA]	
-Serotonina	[5-HT3]
2.4-Ativador	cinases (JAKs)
2.2-Metabotrópico	(associado	a	proteínas	G)									
Mensageiros	secundários:
-AMPc /	DAG	➨➚ Cinases
-IP3➨➚ [Ca2+]i
2.3-Enzimático
38
39
2.2.1 - SISTEMA ADENILCICLASE - AMPc
Efeitos	do	AMPcAmplificação	no	sistema	adenilciclase-AMPc
40
PIP2 – bifosfato de	fosfatidilinositol
2.2.2 - SISTEMA FOSFOLIPASE C - DIACILGLICEROL (DAG) / TRIFOSFATO DE INOSITOL (IP3)
41
O Ca2+ como segundo mensageiro Fatores de transcrição

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