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TCC-Marcelo-Souza-AraAjo-UFRN-FACISA-2023

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE 
FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DO TRAIRI 
CURSO DE BACHARELADO EM FISIOTERAPIA 
 
 
 
 
 
MARCELO SOUZA ARAÚJO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AVALIAÇÃO DA MOBILIDADE E FUNCIONALIDADE DE INDIVÍDUOS 
SUBMETIDOS À HOSPITALIZAÇÃO: ESTUDO OBSERVACIONAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SANTA CRUZ/RN 
2023 
 
 
MARCELO SOUZA ARAÚJO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AVALIAÇÃO DA MOBILIDADE E FUNCIONALIDADE DE INDIVÍDUOS 
SUBMETIDOS À HOSPITALIZAÇÃO: ESTUDO OBSERVACIONAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso na 
modalidade de Artigo apresentado ao curso 
de graduação em Fisioterapia, da 
Universidade Federal do Rio Grande do 
Norte, como requisito parcial à obtenção do 
título de Bacharel em Fisioterapia. 
Orientador: Profa. Dra. Maria do Socorro 
Luna Cruz. 
Coorientador: Profa. Dra. Catharinne 
Angélica Carvalho de Farias. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SANTA CRUZ/RN 
2023 
 
 
 
 
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN 
Sistema de Bibliotecas - SISBI 
Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial da Faculdade de Ciências da 
Saúde do Trairi - FACISA - Santa Cruz 
 
 
 
 
 
 
 
Araujo, Marcelo Souza. 
 Avaliação da mobilidade e funcionalidade de indivíduos 
submetidos à hospitalização: estudo observacional / Marcelo Souza 
Araujo. - 2023. 
 24f.: il. 
 
 Trabalho de Conclusão de Curso - TCC (graduação) - 
Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Faculdade de 
Ciências da Saúde do Trairi, Curso de Fisioterapia. Santa Cruz, 
RN, 2023. 
 Orientação: Profa. Dra. Maria do Socorro Luna Cruz. 
 Coorientação: Profa. Dra. Catharinne Angélica Carvalho de 
Farias. 
 
 
 1. Fisioterapia - TCC. 2. Hospitalização - TCC. 3. Imobilismo 
- TCC. 4. Funcionalidade - TCC. I. Cruz, Maria do Socorro Luna. 
II. Farias, Catharinne Angélica Carvalho de. III. Título. 
 
RN/UF/FACISA CDU 615.8 
 
 
 
 
 
Elaborado por José Gláucio Brito Tavares de Oliveira - CRB-15-321 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MARCELO SOUZA ARAÚJO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AVALIAÇÃO DA MOBILIDADE E FUNCIONALIDADE DE INDIVÍDUOS 
SUBMETIDOS À HOSPITALIZAÇÃO: ESTUDO OBSERVACIONAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso na 
modalidade de Artigo apresentado ao curso 
de graduação em Fisioterapia, da 
Universidade Federal do Rio Grande do 
Norte, como requisito parcial à obtenção do 
título de Bacharel em Fisioterapia. 
Orientador: Profa. Dra. Maria do Socorro 
Luna Cruz. 
Coorientador: Profa. Dra. Catharinne 
Angélica Carvalho de Farias. 
 
 
Aprovado em: __/__/____ 
 
BANCA EXAMINADORA 
Prof(a). Dr(a). Maria do Socorro Luna Cruz 
Orientador(a) 
FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DO TRAIRI 
 
Prof(a). Dr(a). Catharinne Angélica Carvalho de Farias 
Membro interno 
FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DO TRAIRI 
 
Prof(a). Esp. Robison Carlos Silva Costa 
Membro interno 
FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DO TRAIRI 
SANTA CRUZ/RN - 2023 
 
 
 
 
AVALIAÇÃO DA MOBILIDADE E FUNCIONALIDADE DE INDIVÍDUOS 
SUBMETIDOS À HOSPITALIZAÇÃO: ESTUDO OBSERVACIONAL 
 
MOBILITY AND FUNCTIONALITY EVALUATION OF INDIVIDUALS 
SUBMITTED TO HOSPITALIZATION: OBSERVATIONAL STUDY 
 
 
RESUMO 
Introdução: As internações hospitalares no Brasil atingem um número elevado todos os 
anos, sendo as doenças crônicas não transmissíveis, um exemplo de causas que levam a 
um elevado número de admissões em hospitais. Indivíduos submetidos à internação 
hospitalar tornam-se suscetíveis ao imobilismo e aos seus impactos na saúde, atingindo 
diversos sistemas do organismo e gerando complicações. Objetivo: O objetivo do estudo 
foi analisar a mobilidade e funcionalidade dos indivíduos submetidos à internação 
hospitalar na cidade de Santa Cruz - RN. Metodologia: Tratou-se de um estudo 
observacional do tipo transversal e descritivo, realizado no Hospital Municipal Aluízio 
Bezerra. A amostra foi por conveniência, composta por indivíduos internados na 
enfermaria, no período de 15 de abril a 23 de novembro de 2022. Foram coletadas 
informações sobre identificação, hábitos de vida, presença de comorbidades, 
antropometria, além de serem avaliados: força muscular periférica, capacidade funcional 
e mobilidade, como também o tempo e causa da internação. Resultados: Foram avaliados 
20 indivíduos com idade média de 55,9 anos (±18,1) sendo 60% da amostra composta 
por homens. As variáveis IMC, tempo de internação, peso e altura apresentaram as 
seguintes médias respectivamente: 27,3 kg/m2 (±6,3); 5,6 dias (±4,7); 75,4 kg (±20,9) e 
1,66 m (±0,09). Foi observado que a força muscular e a mobilidade não apresentaram 
déficit, porém a capacidade funcional estava abaixo do esperado. Não houve correlação 
entre as três variáveis com o tempo de internação. Conclusão: Conclui-se que a 
funcionalidade e a mobilidade dos indivíduos submetidos à internação hospitalar se 
mantiveram em níveis satisfatórios, com exceção do déficit na capacidade funcional, 
neste sentido recomenda-se o acompanhamento desta população pela equipe 
multiprofissional com atenção ao fisioterapeuta, objetivando a prevenção dos efeitos 
deletérios em decorrência do processo de hospitalização. 
Palavras-chave: hospitalização; imobilismo; funcionalidade; Fisioterapia. 
ABSTRACT 
 
Introduction: Hospital admissions in Brazil reach a high number every year, with non-
communicable chronic diseases being an example of causes that lead to a high number of 
admissions to hospitals. Individuals undergoing hospitalization become susceptible to 
immobility and its impacts on health, affecting different body systems and causing 
complications. Objective: The objective of the study was to analyze the mobility and 
functionality of individuals undergoing hospitalization in the city of Santa Cruz - RN. 
Methodology: This was an observational, cross-sectional and descriptive study, carried 
out at Hospital Municipal Aluízio Bezerra. The sample was for convenience, composed 
of individuals hospitalized in the ward, from April 15 to November 23, 2022. Information 
was collected on identification, lifestyle habits, presence of comorbidities, 
anthropometry, in addition to being evaluated: peripheral muscle strength, functional 
capacity and mobility, as well as the time and cause of hospitalization. Results: A total 
of 20 individuals with a mean age of 55.9 years (±18.1) were evaluated, with 60% of the 
sample consisting of men. The variables BMI, length of stay, weight and height showed 
the following averages, respectively: 27.3 kg/m2 (±6.3); 5.6 days (±4.7); 75.4 kg (±20.9) 
and 1.66 m (±0.09). It was observed that muscle strength and mobility did not present a 
deficit, but functional capacity was below expectations. There was no correlation between 
the three variables and length of stay. Conclusion: It is concluded that the functionality 
and mobility of individuals undergoing hospitalization remained at satisfactory levels, 
with the exception of the deficit in functional capacity. deleterious effects as a result of 
the hospitalization process. 
Keywords: Hospitalization; immobility; functionality, Physiotherapy. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................7 
1.1 JUSTIFICATIVA DO ESTUDO……………………………………………………………. 9 
1.2 OBJETIVOS DO ESTUDO…………………………………………………………………..9 
2. MATERIAL E MÉTODOS…………………………………………………………………..9 
2.1 TIPO DE ESTUDO…………………………………………………………………………...9 
2.2 LOCAL DO ESTUDO………………………………………………………………………..9 
2.3 CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA…………………………………..………………….9 
2.4 CRITERIOS DE ELEGIBILIDADE…………………………………………………………9 
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO……………………………………………………………11 
4. CONCLUSÃO……………………………………………………………………………….20 
REFERÊNCIAS……………………………………………………………………………….21https://docs.google.com/document/d/1jS18nx18nxZSJTpyJmn2uakWmHYzu_HN/edit#heading=h.gjdgxs
https://docs.google.com/document/d/1jS18nx18nxZSJTpyJmn2uakWmHYzu_HN/edit#heading=h.30j0zll
7 
 
1.INTRODUÇÃO 
As Doenças Crônicas não transmissíveis (DCNT) são consideradas um problema 
de saúde pública de grande proporção, como as doenças cardiorrespiratórias e vasculares, 
onde no Brasil, a estimativa de mortalidade causada pelas DCNT foi de 79,8% em 2014, 
estando associadas a fatores de risco como tabagismo, etilismo, sedentarismo e obesidade, 
os quais proporcionam condições de risco não apenas a população, como também para os 
sistemas de saúde, a exemplo do elevado número de internações hospitalares. Somado a 
isso, a população das regiões Norte e Nordeste do país são as mais afetadas pelas 
incapacidades decorrentes deste grupo de doenças (MELO, et al., 2019). 
Nos últimos anos, os índices relacionados às internações hospitalares no Brasil 
sofreram um aumento significativo em relação à quantidade de admissões, onde as causas 
que levam os indivíduos a serem encaminhados para unidades de saúde e 
consequentemente necessitarem de internação são variáveis, incluindo causas internas, 
como as doenças, e causas externas, como acidentes, violência urbana, entre outros, os 
quais são responsáveis por grande parte das admissões hospitalares e acabam evoluindo 
para um problema de saúde pública (MASCARENHAS et al., 2015). Observou-se que 
entre 2015 e 2019, houve uma estabilidade na quantidade de internações no Sistema 
Único de Saúde (SUS), com cerca de 11 milhões de internações por ano 
(ALBURQUERQUE; MACHADO, 2021) 
Os primeiros dias de internação são muitas vezes considerados os mais críticos 
para a saúde do indivíduo, estimando-se que nas duas primeiras semanas de internação 
associada à imobilização total, que consiste na restrição ao leito, a quantidade de massa 
muscular possa reduzir pela metade, somada ao fator emocional, o qual está diretamente 
ligado a esse processo, visto que condições como depressão, crises de ansiedade e estresse 
elevado, podem se tornar fator limitante na melhora do paciente hospitalizado, agravando 
as sequelas físicas e prolongando o tempo de internação (SILVA , et al., 2010). 
Os indivíduos que são submetidos à internação hospitalar acabam se tornando 
suscetíveis a passarem um período considerável sem estimular sua mobilidade, resultando 
em uma diminuição precoce da massa muscular global (principalmente pela perda de 
fibras musculares do tipo II), sendo um dos principais impactos do imobilismo, somado 
a piora da capacidade aeróbia, afetando diretamente sua funcionalidade e acentuando 
ainda mais os impactos negativos à sua saúde e qualidade de vida (MARTINS et al., 
2021). 
8 
 
Segundo a Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde 
(CIF), todos os seres humanos estão predispostos a terem problemas de saúde ao longo 
da vida, que podem acabar gerando algum grau de incapacidade. Esta incapacidade e a 
funcionalidade, quando associadas, são compreendidas como uma interação dinâmica 
entre as condições de saúde e os fatores contextuais. Diante disso, é indispensável que o 
contexto em que o indivíduo esteja inserido no momento da hospitalização esteja 
favorável para manter uma boa saúde, dessa forma, um indivíduo hospitalizado deve 
receber a atenção necessária por parte da equipe profissional para que o seu tratamento 
não seja voltado apenas para corrigir a causa que o levou a internação, mas também para 
evitar que durante esse período, outros problemas possam surgir principalmente em razão 
do imobilismo (NUBILA, 2010). 
A adoção de uma equipe multiprofissional não apenas no âmbito hospitalar, mas 
em todos os níveis de complexidade, surge como estratégia significativamente positiva 
para promover uma melhor assistência e qualidade de vida aos usuários, de modo que os 
profissionais de diferentes áreas: medicina, enfermagem, fisioterapia, nutrição, entre 
outras, possam de forma mútua, de acordo com a competência de cada profissão, prestar 
assistência de qualidade à saúde da população (CARDOSO, HENNINGTON, 2011). 
Segundo GAZOLA et al., (2018), a presença do profissional fisioterapeuta como 
parte da equipe multiprofissional é indispensável no contexto do ambiente hospitalar, pois 
entre suas principais funções, está a manutenção e melhora da funcionalidade dos 
pacientes, de modo a prevenir e reabilitar o indivíduo diante das suas alterações 
musculoesqueléticas, cardiovasculares, respiratórias, metabólicas, entre outras. O mesmo 
autor ainda cita que o fisioterapeuta exerce tais cuidados ao paciente internado através da 
avaliação fisioterapêutica global, levando em consideração o quadro clínico, a história do 
indivíduo, seguido das limitações funcionais baseadas na condição atual e a partir disso 
irá traçar metas individuais para o tratamento, empregando a melhor estratégia para a 
reabilitação do indivíduo, acompanhando e monitorando sua evolução através de 
avaliações constantes. 
O estudo de Martins et al., (2021) analisou o estado funcional (EF) de adultos 
jovens, adultos e idosos internados em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI), desde o 
despertar até o momento da alta, que se beneficiaram pela assistência fisioterapêutica 
diariamente, duas vezes ao dia e correlacionou o EF com a força muscular dos mesmos, 
9 
 
observando que houve melhora progressiva em ambos os aspectos, confirmando a 
importância deste profissional como parte indispensável da equipe multiprofissional. 
Diante do exposto, surge a seguinte problemática: qual o nível de mobilidade e 
funcionalidade dos indivíduos submetidos à internação em um hospital do interior do Rio 
Grande do Norte? Baseado na pergunta problema, este estudo tem como objetivo geral 
analisar a mobilidade e funcionalidade dos indivíduos submetidos à internação hospitalar 
na cidade de Santa Cruz/RN. Além de objetivos específicos, sendo eles: caracterizar o 
perfil dos indivíduos avaliados, identificando os principais fatores de risco que podem 
agravar sua condição de saúde e levar a internação hospitalar; avaliar a força muscular 
periférica; avaliar a capacidade funcional e correlacionar o tempo de internação hospitalar 
com o nível de mobilidade, capacidade funcional e força muscular periférica dos 
indivíduos submetidos a internação hospitalar na cidade de Santa Cruz/RN. 
 
 
 
 
2. MATERIAL E MÉTODOS 
 
Tratou-se de um estudo observacional, do tipo transversal e descritivo, realizado 
no setor da enfermaria do Hospital Municipal Aluízio Bezerra (HMAB), localizado no 
município de Santa Cruz, na região do Trairi, estado do Rio Grande do Norte. Foi 
submetido e aprovado pelo Comitê de Ética em da Faculdade de Ciências da Saúde do 
Trairi – FACISA/UFRN, sob parecer de número 3.322.214/2019. O estudo ocorreu no 
período de 15 de abril a 23 de novembro de 2022, onde a população alvo foram os 
indivíduos internados na enfermaria do HMAB. A amostra foi por conveniência, onde os 
participantes foram informados sobre o objetivo da pesquisa, assim como sobre os 
procedimentos que foram realizados, sendo a participação voluntária e respeitando os 
aspectos éticos da Resolução nº466/12 do Conselho Nacional de Saúde. 
Foram incluídos no estudo indivíduos com idade acima de 18 anos, de ambos os 
sexos, submetidos à internação hospitalar na enfermaria do HMAB, hemodinamicamente 
estáveis (estado hemodinâmico adequado, sem dependência de suporte cardiovascular, 
sem uso de drogas vasoativas e sem risco de descompensação), que não faziam uso de 
medicamentos que influenciam na capacidade cognitiva, tendo suas funções neurológicas 
preservadas, que não fossem restritos ao leito antes ou durante a internação e que 
10 
 
assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Foram excluídos do 
estudo indivíduos que não fossem capazes de compreender os comandos verbais e quenão conseguissem realizar os testes da avaliação. 
As coletas foram realizadas em uma frequência de um ou dois dias na semana 
(terça-feira/quinta-feira) e o tempo de duração de cada uma foi de aproximadamente 30 
minutos. Inicialmente o avaliador fez um levantamento dos indivíduos internados através 
de uma leitura prévia dos prontuários, a partir disso identificou quem estava apto para 
participar da pesquisa de acordo com os critérios de inclusão e exclusão. Em seguida, o 
avaliador foi até o leito do indivíduo, explicou o objetivo e a metodologia do estudo e 
questionou se havia interesse em participar, caso a resposta fosse positiva, era solicitada 
a assinatura do TCLE e iniciada a avaliação através da aplicação dos questionários e 
escalas. 
A coleta foi composta inicialmente pela coleta de informações sociodemográficas 
dos indivíduos através de uma ficha de avaliação própria do estudo, a qual colheu 
informações como data de nascimento, sexo, hábitos de vida, queixa principal, histórico 
da doença atual, comorbidades. Na sequência era realizado o exame físico, avaliando de 
forma global os sistemas cardiorrespiratório e musculoesquelético e em seguida era 
iniciada a avaliação com base nos testes empregados no estudo. 
A força muscular foi avaliada pela escala Medical Research Council (MRC), que 
segundo Hermans; Van Den Berghe, (2015) é indicada pelas diretrizes atuais para ser 
utilizada na avaliação à beira leito dos pacientes internados. Segundo o mesmo autor, a 
MRC avalia 12 grupos musculares, sendo eles abdução de ombro, flexão de cotovelo, 
extensão de punho, flexão de quadril, extensão de joelho e dorsiflexão de tornozelo, todos 
pontuados bilateralmente, onde o escore varia de 0 (nenhuma contração), e 5 (força 
muscular normal) para cada grupamento, sendo a somas dos mesmos o valor total de 60. 
O autor afirma que um resultado abaixo de 48 é indicativo de fraqueza muscular. 
O teste é iniciado com o terapeuta demonstrando passivamente ao paciente o 
movimento que será solicitado. Em seguida, o paciente recebe o comando verbal para 
realizar o movimento contra a gravidade, onde caso não consiga, a posição será adaptada 
de modo a diminuir a ação da própria gravidade. Caso consiga realizar o movimento 
contra a gravidade, o terapeuta irá colocar uma resistência manual isométrica, que será 
aplicada no final da amplitude do movimento, avaliando o grau de força muscular. 
(MARTINS et al., 2021). 
11 
 
A capacidade funcional foi avaliada pelo Teste de Sentar e Levantar de 1 minuto 
(TSL1’), onde o avaliador explica e solicita ao indivíduo que realize movimentos de 
levantar e sentar em uma cadeira, de preferência com altura variando entre 46 e 48 
centímetros. Para ser iniciado, o indivíduo avaliado deve manter os joelhos e quadris 
flexionados a 90 graus, e os pés bem apoiados no chão, afastados na largura do quadril 
(PEREIRA, et al., 2022). 
A mobilidade dos indivíduos foi avaliada pela escala Johns Hopkins Highest 
Level of Mobility Scale (JH-HLM), a qual segundo Kappel et al (2018) avalia o quadro 
de mobilidade atual do paciente, sendo a pontuação baseada na observação e deve refletir 
o mais alto nível de mobilidade que o paciente realizou desde o último registro, a mesma 
pontuando de 1, onde o paciente se encontra restrito ao leito, até 8, quando o paciente 
deambula por 75 metros ou mais, onde escores abaixo de 6 indicam que o paciente não 
está deambulando. A escala possui confiabilidade e pode ser utilizada por outros 
profissionais, como o enfermeiro (HOYER, et al., 2018). 
Os dados foram analisados através do pacote estatístico Graph Pad Prism 6, por 
meio de estatística descritiva e inferencial. Para determinação da normalidade dos dados, 
foi realizado o teste de Shapiro Wilk. Para a análise da correlação entre as variáveis força 
muscular periférica, capacidade funcional e mobilidade com a variável dias de internação, 
foi utilizado o teste de Correlação de Spearman. A apresentação dos resultados foi feita 
por meio da estatística de tendência central e de dispersão; Média±desvio padrão (DP), 
para uma diferença significativa para um valor de p<0,05. 
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO 
 
Durante o período do estudo, houveram 197 pacientes internados na enfermaria 
do HMAB, onde destes, 20 participaram e constituíram a amostra do estudo, sendo do 
total, 60% composta por indivíduos do sexo masculino. A média da idade foi de 59,9 (± 
18,5) anos, o peso corporal médio foi 68,3 (±18,5) kg, a altura média foi de 1,58 (±0,08) 
metros, a média do IMC foi de 27,4 (±4,9) kg/m2 e o tempo médio de internação foi de 
5,6 (±2,9) dias, conforme tabela 1. 
 
Tabela 1: Caracterização da amostra quanto às características físicas, tempo de 
internação, hábitos de vida e comorbidades, 2023. 
12 
 
VARIÁVEIS FEMININO 
N (%) 
MASCULINO 
N (%) 
TOTAL 
N (%) 
Gênero 8 (40) 12 (60) 20 (100) 
Sedentário 5 (25 ) 8 (40) 13 (65) 
Etilista 0 ( 0 ) 3 (15) 3 (15) 
Tabagista 0( 0 ) 4 (20) 4 (20) 
Ex tabagista 2(10 ) 8 ( 40) 10 (50) 
Diabetes Mellitus 3 (15 ) 4 (20) 7 (35) 
HAS 4 (20) 9 (45) 13 (65) 
 
MÉDIA (DP) MÉDIA (DP) MÉDIA (DP) 
Idade (anos) 59,9 (±18,5) 56,9 (± 18,1) 55,9 (±18,1) 
Peso (quilogramas) 68,3 (±18,5) 75,4(± 20,9) 75,4 (±20,9) 
Altura (metros) 1,58 (±0,08) 1,66 (± 0,09) 1,66 (±0,09) 
IMC (Kg/m2) 27,4 (±4,9) 27,3 (±6,3) 27,3 (±6,3) 
Tempo de intern. (dias) 5,3 (±2,9) 5,6 (±4,7) 5,6 (±4,7) 
13 
 
Legenda: Idade: anos; Peso: Kg-quilogramas; Altura:m-metros; IMC: índice de massa corporal-Kg/m2: 
quilogramas por metros quadrado 
 
De acordo com a tabela 1, em relação às idades dos participantes, não foi 
observado diferença entre os sexos, sendo observada uma média de idade geral de 55,9 
(±18,1) anos. O estudo de Moraes et al. (2014), ao analisar as características de 244 
pacientes de um hospital universitário do Paraná, levantou a questão de que nos últimos 
tempos, a população acima de 60 anos de idade passou a se tornar mais sujeitas a passarem 
tempos mais prolongados em internação hospitalar, quando comparado a faixa etárias 
com idades menores, sugerindo como explicação o fato de que os idosos são mais 
acometidos por doenças crônicas, associadas a fatores de risco mais prevalentes, 
dificultando muitas vezes a melhora do quadro e consequentemente retardando a alta 
hospitalar. Comparando o fator da idade do estudo citado anteriormente com este estudo, 
é possível observar que apesar da média de idade do presente estudo estar abaixo dos 60 
anos, os números se aproximam da faixa etária idosa, principalmente em relação às 
mulheres, que apresentaram média de 59,9 anos. 
O estado nutricional foi classificado pelo Índice de Massa Corporal (IMC), o qual 
classifica indivíduos com idade igual ou superior a 18 anos de acordo com seu peso 
corporal, sendo os seguintes indicativos em Kg/m2: magreza grau III; IMC < 16,0; 
magreza grau II: IMC < 16,99; magreza grau I: IMC < 18,49; faixa normal: IMC entre 
18,5 e 24,99; pré-obesidade: IMC entre 25,0 e 29,99; obesidade grau I: IMC entre 30,00 
e 34,99; obesidade grau II: IMC entre 35,0 e 39,99 e obesidade grau III: IMC acima de 
40,00 (ACUÑA; CRUZ. 2004). 
Em relação ao peso corporal da amostra feminina, o qual obteve média de 68,3 kg 
(±18,5)(IMC: 27,4 kg/m2) foi possível observar que do total de mulheres da amostra, 
75% apresentaram IMC acima de 25 kg/m2, sendo um indicativo de sobrepeso, onde 
37,5% já estavam em grau de obesidade, com valores acima de 30 kg/m2. Em relação ao 
peso corporal dos indivíduos do sexo masculino, houve uma média de 75,4 kg (IMC: 27,3 
kg/m2), onde do total da amostra deste gênero, 58,3% estavam em grau de sobrepeso e 
8,3% em quadro de obesidade grave. 
Comparando estes dados com os apresentados no estudo de Rosa et al. (2014), o 
qual realizou uma avaliação nutricional em 54 indivíduos internados em um hospital geral 
do SUS, os resultados mostraram que do total da amostra, 64,7%eram mulheres, nas 
faixas etárias entre adultos e idosos, onde dessas, 45,1% se encontravam acima do peso. 
Os autores ainda discutem a relação destes achados com os fatores de risco que também 
14 
 
são citados no nosso estudo, os quais podem estar relacionados ao ganho de peso, além 
de destacar outras variáveis importantes, como mudanças sociais, culturais, 
comportamentais e ambientais. 
Em relação a hábitos de vida e comorbidades, 65% da amostra total relatou estar 
em sedentarismo, onde destes, 61,5% eram homens. Apenas 20% do total admitiram 
serem tabagistas ativos, sendo 100% do sexo masculino, porém 50% confirmaram serem 
ex tabagistas, sendo 80% homens. Das comorbidades associadas ao diagnóstico clínico, 
as mais prevalentes foram Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) e Diabetes Mellitus 
(DM), onde do total, 65% eram hipertensos, dos quais, 69,2% eram homens, e 35% eram 
diabéticos, sendo 57,1 % do sexo masculino. 
 O estudo de Barreto et al., (2012), que avaliou a prevalência e o perfil do 
tabagismo de pacientes internados em um hospital universitário do sul do Brasil, ressaltou 
a importância de buscar identificar uma possível dependência ao tabaco nos indivíduos 
submetidos a hospitalização, visto que a internação pode ser uma boa oportunidade para 
iniciar uma abordagem de tratamento deste vício. Além disso, os autores trazem um 
posicionamento da Organização Mundial da Saúde (OMS, 2009) sobre o tabagismo, o 
qual considera-o com a maior causa evitável de doenças, invalidez e mortes prematuras. 
 
Tabela 2: Caracterização da amostra com relação a força muscular periférica, capacidade 
funcional e mobilidade dos indivíduos, 2023. 
VARIÁVEIS FEMININO 
MÉDIA (DP) 
MASCULINO 
MÉDIA (DP) 
TOTAL 
MÉDIA (DP) 
Força muscular 
periférica 
52,5 (±4,7) 53,7 (±5) 53,7 (±5) 
Capacidade 
Funcional 
9,7 (±5,6) 12 (±6,1) 10,8 (±6,1) 
Mobilidade 6,6 (±1,2) 6,5 (±1,1) 6,6(±1,2) 
Legenda: DP: desvio padrão; 
 
Com relação a força muscular periférica, avaliada pela escala MRC, a qual pontua 
de 0 a 60, a média da amostra total foi de 53,7 (±5), com média para homens de 53,7 (±5) 
15 
 
e para mulheres de 52,5 (±4,7). Com esses resultados foi possível observar que ao 
considerar a amostra total de homens e mulheres, não houve déficit de força muscular 
periférica pela média dos indivíduos avaliados. Outro achado do estudo que pode estar 
associado a ausência deste déficit é o número de dias de internação, visto que a média 
geral foi de 5,6 (±4,7) dias, mostrando que os indivíduos não passaram um tempo 
prolongado no ambiente hospitalar. 
Ao comparar estes dados com o estudo de Santos et al., (2021), o qual avaliou a 
força muscular e funcionalidade de pacientes hospitalizados admitidos por afecções 
respiratórias, com uma amostra de 97 indivíduos, é possível observar certa semelhança 
em relação a algumas características da amostra, como por exemplo os fatores de risco 
associados, os principais diagnósticos e a utilização da mesma escala para avaliação da 
força muscular periférica, a Medical Research Council (MRC). 
Seguindo a comparação com o estudo de Santos e colaboradores citado acima, os 
resultados em relação a força muscular periférica mostraram uma média geral de 47,4 
(±8,97), o que significa uma diminuição na força muscular dos indivíduos avaliados. 
Fazendo uma associação com nosso estudo, não houve semelhança em relação a este 
aspecto, visto que a média do MRC da nossa amostra foi de 53,7 (±5), valor ainda 
aceitável para pacientes hospitalizados. Uma possível explicação para esta diferença 
entre ambos os estudos, pode estar ligada ao fato de que no estudo de Santos e 
colaboradores, o total da amostra possuía algum quadro de afecção respiratória, como 
por exemplo asma, Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica, Pneumonia, que também 
estavam presentes na amostra do nosso estudo, porém não de forma unânime, visto 
que nossa amostra possui diagnósticos bastante variados, não apenas relacionados ao 
sistema respiratório, podendo ser este um dos fatores que explique a distinção entre 
os valores resultantes da escala do MRC. 
No que diz respeito à capacidade funcional, avaliada pelo Teste de Sentar e 
Levantar de um minuto (TSL1), foi obtido uma média geral de 10,8 (±6,1) repetições para 
a amostra geral, onde os indivíduos do sexo masculino obtiveram média de 12 repetições 
(±6,1) e o sexo feminino obteve média de 9,7 (±5,6). O estudo de Furlanetto, et al., (2019) 
apresenta valores de referência para o TSL1 em uma população de faixa etária entre 50 e 
59 anos, sendo de 32 repetições para o sexo masculino e 28 para o feminino. Ao comparar 
o resultado do teste na nossa amostra com o predito pelo autor citado, considerando 
também nossa média de idade de 55,9 anos, é notória a presença de um déficit 
16 
 
considerável no número de repetições alcançado, sendo um indicativo de déficit na 
capacidade funcional dos indivíduos. 
O teste de senta levanta de um minuto também foi utilizado no estudo de Pereira, 
et al., (2022) o qual foi aplicado em pacientes internados no Hospital Universitário da 
Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), com diagnóstico de Hipertensão 
Arterial Pulmonar. A amostra também foi composta por 20 indivíduos, porém com idade 
média de 44 anos, sendo 80% do sexo feminino. A média de valores dos resultados do 
teste foi de 23 repetições. O estudo menciona ainda que há uma relação entre a capacidade 
funcional e a força muscular de membros inferiores, ao realizar o teste de senta levanta 
de um minuto, de modo que um baixo escore de repetições, pode indicar, além de um 
déficit na capacidade funcional, uma possível redução da força muscular em membros 
inferiores. 
Comparando os valores do resultado do teste de senta levanta de um minuto de 
Pereira, et al., (2022), o qual obteve média geral de 23 repetições, com nossos resultados, 
que mostram uma média geral de 10,8 repetições (±6,1), fica claro uma diminuição 
considerável no número de repetições, considerando que ambas as amostras são 
compostas por 20 indivíduos. É importante considerar que a amostra do estudo citado 
anteriormente apresentava de forma unânime o diagnóstico de hipertensão arterial 
pulmonar, se distinguindo da nossa amostra que possuía diagnósticos variados. 
O grau de mobilidade dos indivíduos foi avaliado através da escala JH-HLM, a 
qual segundo Kappel et al (2018) avalia o quadro de mobilidade atual do paciente, e não 
o que ele é capaz de fazer, sendo a pontuação baseada na observação e deve refletir o 
mais alto nível de mobilidade que o paciente realizou desde o último registro, pontuando 
de 1, onde o paciente se encontra restrito ao leito, até 8, quando o paciente deambula por 
75 metros ou mais. Com relação a amostra estudada, houve como resultado geral a média 
de 6,6 (±1,2), sem diferença entre os sexos. 
Considerando o valor da média e comparando com a pontuação da escala, onde o 
nível 6 é o primeiro nível da fase de deambulação, os indivíduos conseguem realizar 10 
ou mais passos, sendo possível interpretar que os indivíduos da amostra atingiram um 
bom nível de mobilidade, levando em considerando a graduação da escala. 
A análise da correlação entre as variáveis dias de internação hospitalar e força 
muscular periférica, avaliada pela escala do MRC, obteve o valor de P = 0,74 (r = - 0,08). 
Com isso, o teste mostra que não houve correlação estatisticamente significativa entre as 
duas variáveis, conforme é possível observar na figura 1. Isto significa que a quantidade 
17 
 
de dias em que os indivíduos foram submetidos a internação hospitalar não teve 
associação com a mensuração da força muscular periférica avaliada pela escala MRC. 
 
Figura 1: Análise da correlação entre dias de internação e força muscular periférica, 2023. 
O estudo de Guarienti et al (2023) também avaliou a força muscular periférica 
através da escala do MRC de indivíduos internadosno setor de reabilitação pós COVID 
do Hospital São Julião, localizado em Campo Grande/MS. Sua metodologia difere do 
nosso estudo no sentido de que não foram os autores que realizaram a avaliação, mas sim 
realizada uma busca nos prontuários, os quais continham as informações avaliadas pela 
equipe do hospital. Foram analisados 81 prontuários, com prevalência de gênero de 
54,3% para o masculino e idade média de 52,1 (±13,2) anos para a amostra geral. Alguns 
dados do estudo corroboram com nossa pesquisa, entre eles as principais comorbidades, 
sendo elas DM e HAS, e a média de idade da amostra, sendo 52,1 (±13,2) para o estudo 
citado e 55,9 (±18,1) para nosso estudo. Sobre os achados referentes a força muscular 
periférica, o autor mostra que 37% da amostra atingiu valores da MRC que indicam 
fraqueza muscular no momento da alta hospitalar. 
Considerando os achados da pesquisa atual em relação a força muscular periférica, 
os quais mostraram ausência de déficit segundo a MRC e a não existência de correlação 
entre esta variável com o número de dias de internação, é necessário considerar que apesar 
da nossa amostra ter comorbidades semelhantes com o estudo de Guarienti et al., (2023), 
os diagnósticos clínicos eram distintos, sendo a COVID-19 um preditor importante para 
explicar a diminuição de força muscular dos indivíduos do estudo citado, pois como os 
próprios autores explicam, existe uma grande prevalência de fraqueza muscular nos 
pacientes acometidos pela doença do coronavírus. Além disso, é importante considerar 
18 
 
que a manutenção da força muscular da nossa amostra, a qual teve média de 53,7 (±5) 
pode estar diretamente relacionada com a média de dias de internação, a qual foi de 
apenas 5,6 (±4,7) dias. 
Ao ser analisado se houve correlação entre os dias de internação e a capacidade 
funcional dos indivíduos, avaliada pelo teste de senta levanta de 1 minuto, foi obtido um 
p = 0,89 (r = 0,03). Com isso, o teste mostra que não houve correlação estatisticamente 
significativa entre as duas variáveis (figura 2), logo, a quantidade de dias de internação 
não apresentou relevância significativa sobre a capacidade funcional da amostra avaliada. 
 
Figura 2: Análise da correlação entre dias de internação e a capacidade funcional, 
2023. 
O Teste de Senta Levanta de um minuto, utilizado como ferramenta segura para 
avaliar a capacidade funcional de indivíduos hospitalizados, induz uma série de respostas 
ao organismo dos indivíduos, como aumento da frequência cardíaca (FC), frequência 
respiratória (FR) e pressão arterial sistólica (PAS), como mostra Winkelmann et al., 
(2021). Os autores deste estudo aplicaram o teste em 45 indivíduos de ambos os sexos, 
internados em um hospital do interior do Rio Grande do Sul no ano de 2019, no pré e no 
pós cirúrgico de revascularização do miocárdio. Foi possível chegar à conclusão de que 
ao comparar os resultados de pré e pós cirúrgico, houve uma redução na mediana do 
número de repetições, caindo de 18 para 10. Os autores sugerem ainda que o número de 
repetições do teste para indivíduos cardiopatas pode ser menor quando comparado a 
outras populações, podendo indicar um menor desempenho. Levando em consideração 
estas informações e comparando com o estudo aqui apresentado, não havendo correlação 
19 
 
da capacidade funcional com a variável dias de internação, é possível sugerir que há uma 
série de outros aspectos que podem ter influenciado no resultado do teste, como a 
realização de procedimentos cirúrgicos, o próprio diagnóstico clínico, os antecedentes 
patológicos, os hábitos de vida e as comorbidades associadas. 
Com relação a análise de correlação entre os dias de internação e o nível de 
mobilidade, avaliado pela escala do JH-HLM, foi encontrado um P = 0,80 (r = 0,06), não 
havendo correlação estatisticamente significativa entre as duas variáveis, conforme 
exposto na figura 3. 
 
Figura 3: Análise da correlação entre dias de internação e o nível de mobilidade, 2023. 
O estudo de Ferreira et al (2021), o qual corrobora com nossa pesquisa, buscou 
identificar preditores de piora da mobilidade dos indivíduos durante a internação 
hospitalar, tendo em vista a escassez de achados na literatura sobre esta variável. Suas 
coletas de dados foram feitas através da revisão de 638 prontuários eletrônicos de um 
hospital localizado em Goiânia, no ano de 2016, onde os pacientes se beneficiaram da 
Fisioterapia hospitalar. Entre os principais achados do estudo, é possível citar o tempo de 
internação da amostra, o qual teve mediana de 14 dias, além disso, ao comparar a 
mobilidade dos pacientes no momento da admissão com o final da internação, foi visto 
que 323 (50,6%) pacientes tiveram melhora da mobilidade, 185 (29%) mantiveram a 
mobilidade e 130 (20,4%) tiveram piora, somado a isso, os autores concluíram que quanto 
maior a idade do indivíduo hospitalizado, maior o risco de piora da sua mobilidade 
durante a internação. 
20 
 
Os níveis de mobilidade dos indivíduos avaliados neste estudo não apresentaram 
correlação com a quantidade de dias de internação dos mesmos. Considerando que a 
média de dias de internação da nossa amostra foi de 5,6 (±4,7) dias, é possível sugerir 
que há a possibilidade de que a ausência de tempos mais prolongados no ambiente 
hospitalar, somado a outros fatores, possa ter sido importante para evitar um impacto 
negativo na mobilidade dos indivíduos e não ter gerado um déficit nesta variável. 
É importante destacar o ambiente em que foi realizada esta pesquisa, sendo o 
Hospital Municipal Aluízio Bezerra (HMAB) uma unidade hospitalar de baixa 
complexidade, localizado no interior do estado do Rio Grande do Norte. O HMAB 
atualmente não possui estrutura suficiente para prestar assistência em casos de pacientes 
mais graves, assim como para mantê-los internados por períodos longos, devido à falta 
de um aporte tecnológico indispensável para tal. Com isso, em casos de admissões de 
pacientes graves, a equipe médica prontamente realiza o pedido de transferência para um 
local mais apropriado, como a capital do RN, Natal. Dessa forma, a quantidade de dias 
de internação dos pacientes neste hospital possui ligação direta com a gravidade do caso, 
visto que casos mais graves são transferidos para hospitais de grande porte e alta 
complexidade, logo, passam pouco tempo nesta unidade. 
4. CONCLUSÃO 
 
Diante dos resultados analisados e discutidos, é possível concluir que de modo 
geral, a mobilidade da amostra apresentou-se satisfatória, com média 6,6 pela escala JH-
HLM, a força muscular não apresentou déficit, com média de 53,7 na escala MRC, já a 
capacidade funcional apresentou resultado não satisfatório, com média de apenas 10,8 
repetições no teste de sentar e levantar de 1 minuto. São inegáveis a importância e a 
necessidade de avaliações constantes destas variáveis por parte das equipes profissionais 
que trabalham nos hospitais, destacando a importância da presença do profissional 
fisioterapeuta como membro integrante da equipe multiprofissional. 
Como limitações deste estudo, fica evidenciado a escassez de documentos na 
literatura que abordem o tema estudado nesta pesquisa para serem discutidos e 
comparados, pois a grande maioria dos estudos existentes tratam deste assunto 
direcionando o foco para Unidades de Terapia Intensiva (UTI). Deste modo, se faz 
21 
 
necessário a continuidade do estudo e novos estudos realizados no ambiente hospitalar 
com ênfase nas enfermarias. 
 
 
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