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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DO TRAIRI CURSO DE BACHARELADO EM FISIOTERAPIA MARCELO SOUZA ARAÚJO AVALIAÇÃO DA MOBILIDADE E FUNCIONALIDADE DE INDIVÍDUOS SUBMETIDOS À HOSPITALIZAÇÃO: ESTUDO OBSERVACIONAL SANTA CRUZ/RN 2023 MARCELO SOUZA ARAÚJO AVALIAÇÃO DA MOBILIDADE E FUNCIONALIDADE DE INDIVÍDUOS SUBMETIDOS À HOSPITALIZAÇÃO: ESTUDO OBSERVACIONAL Trabalho de Conclusão de Curso na modalidade de Artigo apresentado ao curso de graduação em Fisioterapia, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Fisioterapia. Orientador: Profa. Dra. Maria do Socorro Luna Cruz. Coorientador: Profa. Dra. Catharinne Angélica Carvalho de Farias. SANTA CRUZ/RN 2023 Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN Sistema de Bibliotecas - SISBI Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial da Faculdade de Ciências da Saúde do Trairi - FACISA - Santa Cruz Araujo, Marcelo Souza. Avaliação da mobilidade e funcionalidade de indivíduos submetidos à hospitalização: estudo observacional / Marcelo Souza Araujo. - 2023. 24f.: il. Trabalho de Conclusão de Curso - TCC (graduação) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Faculdade de Ciências da Saúde do Trairi, Curso de Fisioterapia. Santa Cruz, RN, 2023. Orientação: Profa. Dra. Maria do Socorro Luna Cruz. Coorientação: Profa. Dra. Catharinne Angélica Carvalho de Farias. 1. Fisioterapia - TCC. 2. Hospitalização - TCC. 3. Imobilismo - TCC. 4. Funcionalidade - TCC. I. Cruz, Maria do Socorro Luna. II. Farias, Catharinne Angélica Carvalho de. III. Título. RN/UF/FACISA CDU 615.8 Elaborado por José Gláucio Brito Tavares de Oliveira - CRB-15-321 MARCELO SOUZA ARAÚJO AVALIAÇÃO DA MOBILIDADE E FUNCIONALIDADE DE INDIVÍDUOS SUBMETIDOS À HOSPITALIZAÇÃO: ESTUDO OBSERVACIONAL Trabalho de Conclusão de Curso na modalidade de Artigo apresentado ao curso de graduação em Fisioterapia, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Fisioterapia. Orientador: Profa. Dra. Maria do Socorro Luna Cruz. Coorientador: Profa. Dra. Catharinne Angélica Carvalho de Farias. Aprovado em: __/__/____ BANCA EXAMINADORA Prof(a). Dr(a). Maria do Socorro Luna Cruz Orientador(a) FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DO TRAIRI Prof(a). Dr(a). Catharinne Angélica Carvalho de Farias Membro interno FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DO TRAIRI Prof(a). Esp. Robison Carlos Silva Costa Membro interno FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DO TRAIRI SANTA CRUZ/RN - 2023 AVALIAÇÃO DA MOBILIDADE E FUNCIONALIDADE DE INDIVÍDUOS SUBMETIDOS À HOSPITALIZAÇÃO: ESTUDO OBSERVACIONAL MOBILITY AND FUNCTIONALITY EVALUATION OF INDIVIDUALS SUBMITTED TO HOSPITALIZATION: OBSERVATIONAL STUDY RESUMO Introdução: As internações hospitalares no Brasil atingem um número elevado todos os anos, sendo as doenças crônicas não transmissíveis, um exemplo de causas que levam a um elevado número de admissões em hospitais. Indivíduos submetidos à internação hospitalar tornam-se suscetíveis ao imobilismo e aos seus impactos na saúde, atingindo diversos sistemas do organismo e gerando complicações. Objetivo: O objetivo do estudo foi analisar a mobilidade e funcionalidade dos indivíduos submetidos à internação hospitalar na cidade de Santa Cruz - RN. Metodologia: Tratou-se de um estudo observacional do tipo transversal e descritivo, realizado no Hospital Municipal Aluízio Bezerra. A amostra foi por conveniência, composta por indivíduos internados na enfermaria, no período de 15 de abril a 23 de novembro de 2022. Foram coletadas informações sobre identificação, hábitos de vida, presença de comorbidades, antropometria, além de serem avaliados: força muscular periférica, capacidade funcional e mobilidade, como também o tempo e causa da internação. Resultados: Foram avaliados 20 indivíduos com idade média de 55,9 anos (±18,1) sendo 60% da amostra composta por homens. As variáveis IMC, tempo de internação, peso e altura apresentaram as seguintes médias respectivamente: 27,3 kg/m2 (±6,3); 5,6 dias (±4,7); 75,4 kg (±20,9) e 1,66 m (±0,09). Foi observado que a força muscular e a mobilidade não apresentaram déficit, porém a capacidade funcional estava abaixo do esperado. Não houve correlação entre as três variáveis com o tempo de internação. Conclusão: Conclui-se que a funcionalidade e a mobilidade dos indivíduos submetidos à internação hospitalar se mantiveram em níveis satisfatórios, com exceção do déficit na capacidade funcional, neste sentido recomenda-se o acompanhamento desta população pela equipe multiprofissional com atenção ao fisioterapeuta, objetivando a prevenção dos efeitos deletérios em decorrência do processo de hospitalização. Palavras-chave: hospitalização; imobilismo; funcionalidade; Fisioterapia. ABSTRACT Introduction: Hospital admissions in Brazil reach a high number every year, with non- communicable chronic diseases being an example of causes that lead to a high number of admissions to hospitals. Individuals undergoing hospitalization become susceptible to immobility and its impacts on health, affecting different body systems and causing complications. Objective: The objective of the study was to analyze the mobility and functionality of individuals undergoing hospitalization in the city of Santa Cruz - RN. Methodology: This was an observational, cross-sectional and descriptive study, carried out at Hospital Municipal Aluízio Bezerra. The sample was for convenience, composed of individuals hospitalized in the ward, from April 15 to November 23, 2022. Information was collected on identification, lifestyle habits, presence of comorbidities, anthropometry, in addition to being evaluated: peripheral muscle strength, functional capacity and mobility, as well as the time and cause of hospitalization. Results: A total of 20 individuals with a mean age of 55.9 years (±18.1) were evaluated, with 60% of the sample consisting of men. The variables BMI, length of stay, weight and height showed the following averages, respectively: 27.3 kg/m2 (±6.3); 5.6 days (±4.7); 75.4 kg (±20.9) and 1.66 m (±0.09). It was observed that muscle strength and mobility did not present a deficit, but functional capacity was below expectations. There was no correlation between the three variables and length of stay. Conclusion: It is concluded that the functionality and mobility of individuals undergoing hospitalization remained at satisfactory levels, with the exception of the deficit in functional capacity. deleterious effects as a result of the hospitalization process. Keywords: Hospitalization; immobility; functionality, Physiotherapy. SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................7 1.1 JUSTIFICATIVA DO ESTUDO……………………………………………………………. 9 1.2 OBJETIVOS DO ESTUDO…………………………………………………………………..9 2. MATERIAL E MÉTODOS…………………………………………………………………..9 2.1 TIPO DE ESTUDO…………………………………………………………………………...9 2.2 LOCAL DO ESTUDO………………………………………………………………………..9 2.3 CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA…………………………………..………………….9 2.4 CRITERIOS DE ELEGIBILIDADE…………………………………………………………9 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO……………………………………………………………11 4. CONCLUSÃO……………………………………………………………………………….20 REFERÊNCIAS……………………………………………………………………………….21https://docs.google.com/document/d/1jS18nx18nxZSJTpyJmn2uakWmHYzu_HN/edit#heading=h.gjdgxs https://docs.google.com/document/d/1jS18nx18nxZSJTpyJmn2uakWmHYzu_HN/edit#heading=h.30j0zll 7 1.INTRODUÇÃO As Doenças Crônicas não transmissíveis (DCNT) são consideradas um problema de saúde pública de grande proporção, como as doenças cardiorrespiratórias e vasculares, onde no Brasil, a estimativa de mortalidade causada pelas DCNT foi de 79,8% em 2014, estando associadas a fatores de risco como tabagismo, etilismo, sedentarismo e obesidade, os quais proporcionam condições de risco não apenas a população, como também para os sistemas de saúde, a exemplo do elevado número de internações hospitalares. Somado a isso, a população das regiões Norte e Nordeste do país são as mais afetadas pelas incapacidades decorrentes deste grupo de doenças (MELO, et al., 2019). Nos últimos anos, os índices relacionados às internações hospitalares no Brasil sofreram um aumento significativo em relação à quantidade de admissões, onde as causas que levam os indivíduos a serem encaminhados para unidades de saúde e consequentemente necessitarem de internação são variáveis, incluindo causas internas, como as doenças, e causas externas, como acidentes, violência urbana, entre outros, os quais são responsáveis por grande parte das admissões hospitalares e acabam evoluindo para um problema de saúde pública (MASCARENHAS et al., 2015). Observou-se que entre 2015 e 2019, houve uma estabilidade na quantidade de internações no Sistema Único de Saúde (SUS), com cerca de 11 milhões de internações por ano (ALBURQUERQUE; MACHADO, 2021) Os primeiros dias de internação são muitas vezes considerados os mais críticos para a saúde do indivíduo, estimando-se que nas duas primeiras semanas de internação associada à imobilização total, que consiste na restrição ao leito, a quantidade de massa muscular possa reduzir pela metade, somada ao fator emocional, o qual está diretamente ligado a esse processo, visto que condições como depressão, crises de ansiedade e estresse elevado, podem se tornar fator limitante na melhora do paciente hospitalizado, agravando as sequelas físicas e prolongando o tempo de internação (SILVA , et al., 2010). Os indivíduos que são submetidos à internação hospitalar acabam se tornando suscetíveis a passarem um período considerável sem estimular sua mobilidade, resultando em uma diminuição precoce da massa muscular global (principalmente pela perda de fibras musculares do tipo II), sendo um dos principais impactos do imobilismo, somado a piora da capacidade aeróbia, afetando diretamente sua funcionalidade e acentuando ainda mais os impactos negativos à sua saúde e qualidade de vida (MARTINS et al., 2021). 8 Segundo a Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF), todos os seres humanos estão predispostos a terem problemas de saúde ao longo da vida, que podem acabar gerando algum grau de incapacidade. Esta incapacidade e a funcionalidade, quando associadas, são compreendidas como uma interação dinâmica entre as condições de saúde e os fatores contextuais. Diante disso, é indispensável que o contexto em que o indivíduo esteja inserido no momento da hospitalização esteja favorável para manter uma boa saúde, dessa forma, um indivíduo hospitalizado deve receber a atenção necessária por parte da equipe profissional para que o seu tratamento não seja voltado apenas para corrigir a causa que o levou a internação, mas também para evitar que durante esse período, outros problemas possam surgir principalmente em razão do imobilismo (NUBILA, 2010). A adoção de uma equipe multiprofissional não apenas no âmbito hospitalar, mas em todos os níveis de complexidade, surge como estratégia significativamente positiva para promover uma melhor assistência e qualidade de vida aos usuários, de modo que os profissionais de diferentes áreas: medicina, enfermagem, fisioterapia, nutrição, entre outras, possam de forma mútua, de acordo com a competência de cada profissão, prestar assistência de qualidade à saúde da população (CARDOSO, HENNINGTON, 2011). Segundo GAZOLA et al., (2018), a presença do profissional fisioterapeuta como parte da equipe multiprofissional é indispensável no contexto do ambiente hospitalar, pois entre suas principais funções, está a manutenção e melhora da funcionalidade dos pacientes, de modo a prevenir e reabilitar o indivíduo diante das suas alterações musculoesqueléticas, cardiovasculares, respiratórias, metabólicas, entre outras. O mesmo autor ainda cita que o fisioterapeuta exerce tais cuidados ao paciente internado através da avaliação fisioterapêutica global, levando em consideração o quadro clínico, a história do indivíduo, seguido das limitações funcionais baseadas na condição atual e a partir disso irá traçar metas individuais para o tratamento, empregando a melhor estratégia para a reabilitação do indivíduo, acompanhando e monitorando sua evolução através de avaliações constantes. O estudo de Martins et al., (2021) analisou o estado funcional (EF) de adultos jovens, adultos e idosos internados em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI), desde o despertar até o momento da alta, que se beneficiaram pela assistência fisioterapêutica diariamente, duas vezes ao dia e correlacionou o EF com a força muscular dos mesmos, 9 observando que houve melhora progressiva em ambos os aspectos, confirmando a importância deste profissional como parte indispensável da equipe multiprofissional. Diante do exposto, surge a seguinte problemática: qual o nível de mobilidade e funcionalidade dos indivíduos submetidos à internação em um hospital do interior do Rio Grande do Norte? Baseado na pergunta problema, este estudo tem como objetivo geral analisar a mobilidade e funcionalidade dos indivíduos submetidos à internação hospitalar na cidade de Santa Cruz/RN. Além de objetivos específicos, sendo eles: caracterizar o perfil dos indivíduos avaliados, identificando os principais fatores de risco que podem agravar sua condição de saúde e levar a internação hospitalar; avaliar a força muscular periférica; avaliar a capacidade funcional e correlacionar o tempo de internação hospitalar com o nível de mobilidade, capacidade funcional e força muscular periférica dos indivíduos submetidos a internação hospitalar na cidade de Santa Cruz/RN. 2. MATERIAL E MÉTODOS Tratou-se de um estudo observacional, do tipo transversal e descritivo, realizado no setor da enfermaria do Hospital Municipal Aluízio Bezerra (HMAB), localizado no município de Santa Cruz, na região do Trairi, estado do Rio Grande do Norte. Foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética em da Faculdade de Ciências da Saúde do Trairi – FACISA/UFRN, sob parecer de número 3.322.214/2019. O estudo ocorreu no período de 15 de abril a 23 de novembro de 2022, onde a população alvo foram os indivíduos internados na enfermaria do HMAB. A amostra foi por conveniência, onde os participantes foram informados sobre o objetivo da pesquisa, assim como sobre os procedimentos que foram realizados, sendo a participação voluntária e respeitando os aspectos éticos da Resolução nº466/12 do Conselho Nacional de Saúde. Foram incluídos no estudo indivíduos com idade acima de 18 anos, de ambos os sexos, submetidos à internação hospitalar na enfermaria do HMAB, hemodinamicamente estáveis (estado hemodinâmico adequado, sem dependência de suporte cardiovascular, sem uso de drogas vasoativas e sem risco de descompensação), que não faziam uso de medicamentos que influenciam na capacidade cognitiva, tendo suas funções neurológicas preservadas, que não fossem restritos ao leito antes ou durante a internação e que 10 assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Foram excluídos do estudo indivíduos que não fossem capazes de compreender os comandos verbais e quenão conseguissem realizar os testes da avaliação. As coletas foram realizadas em uma frequência de um ou dois dias na semana (terça-feira/quinta-feira) e o tempo de duração de cada uma foi de aproximadamente 30 minutos. Inicialmente o avaliador fez um levantamento dos indivíduos internados através de uma leitura prévia dos prontuários, a partir disso identificou quem estava apto para participar da pesquisa de acordo com os critérios de inclusão e exclusão. Em seguida, o avaliador foi até o leito do indivíduo, explicou o objetivo e a metodologia do estudo e questionou se havia interesse em participar, caso a resposta fosse positiva, era solicitada a assinatura do TCLE e iniciada a avaliação através da aplicação dos questionários e escalas. A coleta foi composta inicialmente pela coleta de informações sociodemográficas dos indivíduos através de uma ficha de avaliação própria do estudo, a qual colheu informações como data de nascimento, sexo, hábitos de vida, queixa principal, histórico da doença atual, comorbidades. Na sequência era realizado o exame físico, avaliando de forma global os sistemas cardiorrespiratório e musculoesquelético e em seguida era iniciada a avaliação com base nos testes empregados no estudo. A força muscular foi avaliada pela escala Medical Research Council (MRC), que segundo Hermans; Van Den Berghe, (2015) é indicada pelas diretrizes atuais para ser utilizada na avaliação à beira leito dos pacientes internados. Segundo o mesmo autor, a MRC avalia 12 grupos musculares, sendo eles abdução de ombro, flexão de cotovelo, extensão de punho, flexão de quadril, extensão de joelho e dorsiflexão de tornozelo, todos pontuados bilateralmente, onde o escore varia de 0 (nenhuma contração), e 5 (força muscular normal) para cada grupamento, sendo a somas dos mesmos o valor total de 60. O autor afirma que um resultado abaixo de 48 é indicativo de fraqueza muscular. O teste é iniciado com o terapeuta demonstrando passivamente ao paciente o movimento que será solicitado. Em seguida, o paciente recebe o comando verbal para realizar o movimento contra a gravidade, onde caso não consiga, a posição será adaptada de modo a diminuir a ação da própria gravidade. Caso consiga realizar o movimento contra a gravidade, o terapeuta irá colocar uma resistência manual isométrica, que será aplicada no final da amplitude do movimento, avaliando o grau de força muscular. (MARTINS et al., 2021). 11 A capacidade funcional foi avaliada pelo Teste de Sentar e Levantar de 1 minuto (TSL1’), onde o avaliador explica e solicita ao indivíduo que realize movimentos de levantar e sentar em uma cadeira, de preferência com altura variando entre 46 e 48 centímetros. Para ser iniciado, o indivíduo avaliado deve manter os joelhos e quadris flexionados a 90 graus, e os pés bem apoiados no chão, afastados na largura do quadril (PEREIRA, et al., 2022). A mobilidade dos indivíduos foi avaliada pela escala Johns Hopkins Highest Level of Mobility Scale (JH-HLM), a qual segundo Kappel et al (2018) avalia o quadro de mobilidade atual do paciente, sendo a pontuação baseada na observação e deve refletir o mais alto nível de mobilidade que o paciente realizou desde o último registro, a mesma pontuando de 1, onde o paciente se encontra restrito ao leito, até 8, quando o paciente deambula por 75 metros ou mais, onde escores abaixo de 6 indicam que o paciente não está deambulando. A escala possui confiabilidade e pode ser utilizada por outros profissionais, como o enfermeiro (HOYER, et al., 2018). Os dados foram analisados através do pacote estatístico Graph Pad Prism 6, por meio de estatística descritiva e inferencial. Para determinação da normalidade dos dados, foi realizado o teste de Shapiro Wilk. Para a análise da correlação entre as variáveis força muscular periférica, capacidade funcional e mobilidade com a variável dias de internação, foi utilizado o teste de Correlação de Spearman. A apresentação dos resultados foi feita por meio da estatística de tendência central e de dispersão; Média±desvio padrão (DP), para uma diferença significativa para um valor de p<0,05. 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO Durante o período do estudo, houveram 197 pacientes internados na enfermaria do HMAB, onde destes, 20 participaram e constituíram a amostra do estudo, sendo do total, 60% composta por indivíduos do sexo masculino. A média da idade foi de 59,9 (± 18,5) anos, o peso corporal médio foi 68,3 (±18,5) kg, a altura média foi de 1,58 (±0,08) metros, a média do IMC foi de 27,4 (±4,9) kg/m2 e o tempo médio de internação foi de 5,6 (±2,9) dias, conforme tabela 1. Tabela 1: Caracterização da amostra quanto às características físicas, tempo de internação, hábitos de vida e comorbidades, 2023. 12 VARIÁVEIS FEMININO N (%) MASCULINO N (%) TOTAL N (%) Gênero 8 (40) 12 (60) 20 (100) Sedentário 5 (25 ) 8 (40) 13 (65) Etilista 0 ( 0 ) 3 (15) 3 (15) Tabagista 0( 0 ) 4 (20) 4 (20) Ex tabagista 2(10 ) 8 ( 40) 10 (50) Diabetes Mellitus 3 (15 ) 4 (20) 7 (35) HAS 4 (20) 9 (45) 13 (65) MÉDIA (DP) MÉDIA (DP) MÉDIA (DP) Idade (anos) 59,9 (±18,5) 56,9 (± 18,1) 55,9 (±18,1) Peso (quilogramas) 68,3 (±18,5) 75,4(± 20,9) 75,4 (±20,9) Altura (metros) 1,58 (±0,08) 1,66 (± 0,09) 1,66 (±0,09) IMC (Kg/m2) 27,4 (±4,9) 27,3 (±6,3) 27,3 (±6,3) Tempo de intern. (dias) 5,3 (±2,9) 5,6 (±4,7) 5,6 (±4,7) 13 Legenda: Idade: anos; Peso: Kg-quilogramas; Altura:m-metros; IMC: índice de massa corporal-Kg/m2: quilogramas por metros quadrado De acordo com a tabela 1, em relação às idades dos participantes, não foi observado diferença entre os sexos, sendo observada uma média de idade geral de 55,9 (±18,1) anos. O estudo de Moraes et al. (2014), ao analisar as características de 244 pacientes de um hospital universitário do Paraná, levantou a questão de que nos últimos tempos, a população acima de 60 anos de idade passou a se tornar mais sujeitas a passarem tempos mais prolongados em internação hospitalar, quando comparado a faixa etárias com idades menores, sugerindo como explicação o fato de que os idosos são mais acometidos por doenças crônicas, associadas a fatores de risco mais prevalentes, dificultando muitas vezes a melhora do quadro e consequentemente retardando a alta hospitalar. Comparando o fator da idade do estudo citado anteriormente com este estudo, é possível observar que apesar da média de idade do presente estudo estar abaixo dos 60 anos, os números se aproximam da faixa etária idosa, principalmente em relação às mulheres, que apresentaram média de 59,9 anos. O estado nutricional foi classificado pelo Índice de Massa Corporal (IMC), o qual classifica indivíduos com idade igual ou superior a 18 anos de acordo com seu peso corporal, sendo os seguintes indicativos em Kg/m2: magreza grau III; IMC < 16,0; magreza grau II: IMC < 16,99; magreza grau I: IMC < 18,49; faixa normal: IMC entre 18,5 e 24,99; pré-obesidade: IMC entre 25,0 e 29,99; obesidade grau I: IMC entre 30,00 e 34,99; obesidade grau II: IMC entre 35,0 e 39,99 e obesidade grau III: IMC acima de 40,00 (ACUÑA; CRUZ. 2004). Em relação ao peso corporal da amostra feminina, o qual obteve média de 68,3 kg (±18,5)(IMC: 27,4 kg/m2) foi possível observar que do total de mulheres da amostra, 75% apresentaram IMC acima de 25 kg/m2, sendo um indicativo de sobrepeso, onde 37,5% já estavam em grau de obesidade, com valores acima de 30 kg/m2. Em relação ao peso corporal dos indivíduos do sexo masculino, houve uma média de 75,4 kg (IMC: 27,3 kg/m2), onde do total da amostra deste gênero, 58,3% estavam em grau de sobrepeso e 8,3% em quadro de obesidade grave. Comparando estes dados com os apresentados no estudo de Rosa et al. (2014), o qual realizou uma avaliação nutricional em 54 indivíduos internados em um hospital geral do SUS, os resultados mostraram que do total da amostra, 64,7%eram mulheres, nas faixas etárias entre adultos e idosos, onde dessas, 45,1% se encontravam acima do peso. Os autores ainda discutem a relação destes achados com os fatores de risco que também 14 são citados no nosso estudo, os quais podem estar relacionados ao ganho de peso, além de destacar outras variáveis importantes, como mudanças sociais, culturais, comportamentais e ambientais. Em relação a hábitos de vida e comorbidades, 65% da amostra total relatou estar em sedentarismo, onde destes, 61,5% eram homens. Apenas 20% do total admitiram serem tabagistas ativos, sendo 100% do sexo masculino, porém 50% confirmaram serem ex tabagistas, sendo 80% homens. Das comorbidades associadas ao diagnóstico clínico, as mais prevalentes foram Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) e Diabetes Mellitus (DM), onde do total, 65% eram hipertensos, dos quais, 69,2% eram homens, e 35% eram diabéticos, sendo 57,1 % do sexo masculino. O estudo de Barreto et al., (2012), que avaliou a prevalência e o perfil do tabagismo de pacientes internados em um hospital universitário do sul do Brasil, ressaltou a importância de buscar identificar uma possível dependência ao tabaco nos indivíduos submetidos a hospitalização, visto que a internação pode ser uma boa oportunidade para iniciar uma abordagem de tratamento deste vício. Além disso, os autores trazem um posicionamento da Organização Mundial da Saúde (OMS, 2009) sobre o tabagismo, o qual considera-o com a maior causa evitável de doenças, invalidez e mortes prematuras. Tabela 2: Caracterização da amostra com relação a força muscular periférica, capacidade funcional e mobilidade dos indivíduos, 2023. VARIÁVEIS FEMININO MÉDIA (DP) MASCULINO MÉDIA (DP) TOTAL MÉDIA (DP) Força muscular periférica 52,5 (±4,7) 53,7 (±5) 53,7 (±5) Capacidade Funcional 9,7 (±5,6) 12 (±6,1) 10,8 (±6,1) Mobilidade 6,6 (±1,2) 6,5 (±1,1) 6,6(±1,2) Legenda: DP: desvio padrão; Com relação a força muscular periférica, avaliada pela escala MRC, a qual pontua de 0 a 60, a média da amostra total foi de 53,7 (±5), com média para homens de 53,7 (±5) 15 e para mulheres de 52,5 (±4,7). Com esses resultados foi possível observar que ao considerar a amostra total de homens e mulheres, não houve déficit de força muscular periférica pela média dos indivíduos avaliados. Outro achado do estudo que pode estar associado a ausência deste déficit é o número de dias de internação, visto que a média geral foi de 5,6 (±4,7) dias, mostrando que os indivíduos não passaram um tempo prolongado no ambiente hospitalar. Ao comparar estes dados com o estudo de Santos et al., (2021), o qual avaliou a força muscular e funcionalidade de pacientes hospitalizados admitidos por afecções respiratórias, com uma amostra de 97 indivíduos, é possível observar certa semelhança em relação a algumas características da amostra, como por exemplo os fatores de risco associados, os principais diagnósticos e a utilização da mesma escala para avaliação da força muscular periférica, a Medical Research Council (MRC). Seguindo a comparação com o estudo de Santos e colaboradores citado acima, os resultados em relação a força muscular periférica mostraram uma média geral de 47,4 (±8,97), o que significa uma diminuição na força muscular dos indivíduos avaliados. Fazendo uma associação com nosso estudo, não houve semelhança em relação a este aspecto, visto que a média do MRC da nossa amostra foi de 53,7 (±5), valor ainda aceitável para pacientes hospitalizados. Uma possível explicação para esta diferença entre ambos os estudos, pode estar ligada ao fato de que no estudo de Santos e colaboradores, o total da amostra possuía algum quadro de afecção respiratória, como por exemplo asma, Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica, Pneumonia, que também estavam presentes na amostra do nosso estudo, porém não de forma unânime, visto que nossa amostra possui diagnósticos bastante variados, não apenas relacionados ao sistema respiratório, podendo ser este um dos fatores que explique a distinção entre os valores resultantes da escala do MRC. No que diz respeito à capacidade funcional, avaliada pelo Teste de Sentar e Levantar de um minuto (TSL1), foi obtido uma média geral de 10,8 (±6,1) repetições para a amostra geral, onde os indivíduos do sexo masculino obtiveram média de 12 repetições (±6,1) e o sexo feminino obteve média de 9,7 (±5,6). O estudo de Furlanetto, et al., (2019) apresenta valores de referência para o TSL1 em uma população de faixa etária entre 50 e 59 anos, sendo de 32 repetições para o sexo masculino e 28 para o feminino. Ao comparar o resultado do teste na nossa amostra com o predito pelo autor citado, considerando também nossa média de idade de 55,9 anos, é notória a presença de um déficit 16 considerável no número de repetições alcançado, sendo um indicativo de déficit na capacidade funcional dos indivíduos. O teste de senta levanta de um minuto também foi utilizado no estudo de Pereira, et al., (2022) o qual foi aplicado em pacientes internados no Hospital Universitário da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), com diagnóstico de Hipertensão Arterial Pulmonar. A amostra também foi composta por 20 indivíduos, porém com idade média de 44 anos, sendo 80% do sexo feminino. A média de valores dos resultados do teste foi de 23 repetições. O estudo menciona ainda que há uma relação entre a capacidade funcional e a força muscular de membros inferiores, ao realizar o teste de senta levanta de um minuto, de modo que um baixo escore de repetições, pode indicar, além de um déficit na capacidade funcional, uma possível redução da força muscular em membros inferiores. Comparando os valores do resultado do teste de senta levanta de um minuto de Pereira, et al., (2022), o qual obteve média geral de 23 repetições, com nossos resultados, que mostram uma média geral de 10,8 repetições (±6,1), fica claro uma diminuição considerável no número de repetições, considerando que ambas as amostras são compostas por 20 indivíduos. É importante considerar que a amostra do estudo citado anteriormente apresentava de forma unânime o diagnóstico de hipertensão arterial pulmonar, se distinguindo da nossa amostra que possuía diagnósticos variados. O grau de mobilidade dos indivíduos foi avaliado através da escala JH-HLM, a qual segundo Kappel et al (2018) avalia o quadro de mobilidade atual do paciente, e não o que ele é capaz de fazer, sendo a pontuação baseada na observação e deve refletir o mais alto nível de mobilidade que o paciente realizou desde o último registro, pontuando de 1, onde o paciente se encontra restrito ao leito, até 8, quando o paciente deambula por 75 metros ou mais. Com relação a amostra estudada, houve como resultado geral a média de 6,6 (±1,2), sem diferença entre os sexos. Considerando o valor da média e comparando com a pontuação da escala, onde o nível 6 é o primeiro nível da fase de deambulação, os indivíduos conseguem realizar 10 ou mais passos, sendo possível interpretar que os indivíduos da amostra atingiram um bom nível de mobilidade, levando em considerando a graduação da escala. A análise da correlação entre as variáveis dias de internação hospitalar e força muscular periférica, avaliada pela escala do MRC, obteve o valor de P = 0,74 (r = - 0,08). Com isso, o teste mostra que não houve correlação estatisticamente significativa entre as duas variáveis, conforme é possível observar na figura 1. Isto significa que a quantidade 17 de dias em que os indivíduos foram submetidos a internação hospitalar não teve associação com a mensuração da força muscular periférica avaliada pela escala MRC. Figura 1: Análise da correlação entre dias de internação e força muscular periférica, 2023. O estudo de Guarienti et al (2023) também avaliou a força muscular periférica através da escala do MRC de indivíduos internadosno setor de reabilitação pós COVID do Hospital São Julião, localizado em Campo Grande/MS. Sua metodologia difere do nosso estudo no sentido de que não foram os autores que realizaram a avaliação, mas sim realizada uma busca nos prontuários, os quais continham as informações avaliadas pela equipe do hospital. Foram analisados 81 prontuários, com prevalência de gênero de 54,3% para o masculino e idade média de 52,1 (±13,2) anos para a amostra geral. Alguns dados do estudo corroboram com nossa pesquisa, entre eles as principais comorbidades, sendo elas DM e HAS, e a média de idade da amostra, sendo 52,1 (±13,2) para o estudo citado e 55,9 (±18,1) para nosso estudo. Sobre os achados referentes a força muscular periférica, o autor mostra que 37% da amostra atingiu valores da MRC que indicam fraqueza muscular no momento da alta hospitalar. Considerando os achados da pesquisa atual em relação a força muscular periférica, os quais mostraram ausência de déficit segundo a MRC e a não existência de correlação entre esta variável com o número de dias de internação, é necessário considerar que apesar da nossa amostra ter comorbidades semelhantes com o estudo de Guarienti et al., (2023), os diagnósticos clínicos eram distintos, sendo a COVID-19 um preditor importante para explicar a diminuição de força muscular dos indivíduos do estudo citado, pois como os próprios autores explicam, existe uma grande prevalência de fraqueza muscular nos pacientes acometidos pela doença do coronavírus. Além disso, é importante considerar 18 que a manutenção da força muscular da nossa amostra, a qual teve média de 53,7 (±5) pode estar diretamente relacionada com a média de dias de internação, a qual foi de apenas 5,6 (±4,7) dias. Ao ser analisado se houve correlação entre os dias de internação e a capacidade funcional dos indivíduos, avaliada pelo teste de senta levanta de 1 minuto, foi obtido um p = 0,89 (r = 0,03). Com isso, o teste mostra que não houve correlação estatisticamente significativa entre as duas variáveis (figura 2), logo, a quantidade de dias de internação não apresentou relevância significativa sobre a capacidade funcional da amostra avaliada. Figura 2: Análise da correlação entre dias de internação e a capacidade funcional, 2023. O Teste de Senta Levanta de um minuto, utilizado como ferramenta segura para avaliar a capacidade funcional de indivíduos hospitalizados, induz uma série de respostas ao organismo dos indivíduos, como aumento da frequência cardíaca (FC), frequência respiratória (FR) e pressão arterial sistólica (PAS), como mostra Winkelmann et al., (2021). Os autores deste estudo aplicaram o teste em 45 indivíduos de ambos os sexos, internados em um hospital do interior do Rio Grande do Sul no ano de 2019, no pré e no pós cirúrgico de revascularização do miocárdio. Foi possível chegar à conclusão de que ao comparar os resultados de pré e pós cirúrgico, houve uma redução na mediana do número de repetições, caindo de 18 para 10. Os autores sugerem ainda que o número de repetições do teste para indivíduos cardiopatas pode ser menor quando comparado a outras populações, podendo indicar um menor desempenho. Levando em consideração estas informações e comparando com o estudo aqui apresentado, não havendo correlação 19 da capacidade funcional com a variável dias de internação, é possível sugerir que há uma série de outros aspectos que podem ter influenciado no resultado do teste, como a realização de procedimentos cirúrgicos, o próprio diagnóstico clínico, os antecedentes patológicos, os hábitos de vida e as comorbidades associadas. Com relação a análise de correlação entre os dias de internação e o nível de mobilidade, avaliado pela escala do JH-HLM, foi encontrado um P = 0,80 (r = 0,06), não havendo correlação estatisticamente significativa entre as duas variáveis, conforme exposto na figura 3. Figura 3: Análise da correlação entre dias de internação e o nível de mobilidade, 2023. O estudo de Ferreira et al (2021), o qual corrobora com nossa pesquisa, buscou identificar preditores de piora da mobilidade dos indivíduos durante a internação hospitalar, tendo em vista a escassez de achados na literatura sobre esta variável. Suas coletas de dados foram feitas através da revisão de 638 prontuários eletrônicos de um hospital localizado em Goiânia, no ano de 2016, onde os pacientes se beneficiaram da Fisioterapia hospitalar. Entre os principais achados do estudo, é possível citar o tempo de internação da amostra, o qual teve mediana de 14 dias, além disso, ao comparar a mobilidade dos pacientes no momento da admissão com o final da internação, foi visto que 323 (50,6%) pacientes tiveram melhora da mobilidade, 185 (29%) mantiveram a mobilidade e 130 (20,4%) tiveram piora, somado a isso, os autores concluíram que quanto maior a idade do indivíduo hospitalizado, maior o risco de piora da sua mobilidade durante a internação. 20 Os níveis de mobilidade dos indivíduos avaliados neste estudo não apresentaram correlação com a quantidade de dias de internação dos mesmos. Considerando que a média de dias de internação da nossa amostra foi de 5,6 (±4,7) dias, é possível sugerir que há a possibilidade de que a ausência de tempos mais prolongados no ambiente hospitalar, somado a outros fatores, possa ter sido importante para evitar um impacto negativo na mobilidade dos indivíduos e não ter gerado um déficit nesta variável. É importante destacar o ambiente em que foi realizada esta pesquisa, sendo o Hospital Municipal Aluízio Bezerra (HMAB) uma unidade hospitalar de baixa complexidade, localizado no interior do estado do Rio Grande do Norte. O HMAB atualmente não possui estrutura suficiente para prestar assistência em casos de pacientes mais graves, assim como para mantê-los internados por períodos longos, devido à falta de um aporte tecnológico indispensável para tal. Com isso, em casos de admissões de pacientes graves, a equipe médica prontamente realiza o pedido de transferência para um local mais apropriado, como a capital do RN, Natal. Dessa forma, a quantidade de dias de internação dos pacientes neste hospital possui ligação direta com a gravidade do caso, visto que casos mais graves são transferidos para hospitais de grande porte e alta complexidade, logo, passam pouco tempo nesta unidade. 4. CONCLUSÃO Diante dos resultados analisados e discutidos, é possível concluir que de modo geral, a mobilidade da amostra apresentou-se satisfatória, com média 6,6 pela escala JH- HLM, a força muscular não apresentou déficit, com média de 53,7 na escala MRC, já a capacidade funcional apresentou resultado não satisfatório, com média de apenas 10,8 repetições no teste de sentar e levantar de 1 minuto. São inegáveis a importância e a necessidade de avaliações constantes destas variáveis por parte das equipes profissionais que trabalham nos hospitais, destacando a importância da presença do profissional fisioterapeuta como membro integrante da equipe multiprofissional. Como limitações deste estudo, fica evidenciado a escassez de documentos na literatura que abordem o tema estudado nesta pesquisa para serem discutidos e comparados, pois a grande maioria dos estudos existentes tratam deste assunto direcionando o foco para Unidades de Terapia Intensiva (UTI). Deste modo, se faz 21 necessário a continuidade do estudo e novos estudos realizados no ambiente hospitalar com ênfase nas enfermarias. REFERÊNCIAS ACUNÃ, K.; CRUZ, T. Avaliação do estado nutricional de adultos e idosos e situação nutricional da população brasileira. Arquivo Brasileiros de Endocrinologia & Metabologia, v. 48, n. Arg Bras Endocrinol Metab, 2004 48(3), jun . 2004. ALBURQUERQUE, Ceres; MACHADO, Juliana. Informações sobre internações hospitalares da Saúde Suplementar publicadas pelo OPGH – Nota Técnica. Observatóriode Política e Gestão Hospitalar. 2021. Disponível em <https://observatoriohospitalar.fiocruz.br/>. Acesso em 09 de fev. de 2023. BARRETO, R.B; et al. 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