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Usopedagogicoescola-Oliveira-2019

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE 
INSTITUTO METRÓPOLE DIGITAL 
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM INOVAÇÃO EM 
TECNOLOGIA EDUCACIONAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O USO PEDAGÓGICO DA ESCOLA VIRTUAL DO SIGEDUC: 
A VISÃO DOS TÉCNICOS E PEDAGOGOS DA SEEC/RN 
 
CLAUDIANA TELLES DE OLIVEIRA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NATAL/RN 
2019 
 
 
 
 
 
 
 
CLAUDIANA TELLES DE OLIVEIRA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O USO PEDAGÓGICO DA ESCOLA VIRTUAL DO SIGEDUC: 
A VISÃO DOS TÉCNICOS E PEDAGOGOS DA SEEC/RN 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dissertação apresentada como parte dos 
requisitos para a obtenção do grau de Mestra 
em Inovação em Tecnologias Educacionais 
do Programa de Pós-Graduação em Inovação 
em Tecnologias Educacionais da 
Universidade Federal do Rio grande do Norte. 
 
Orientadora: Profa. Dra. Betânia Leite 
Ramalho 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NATAL/RN 
2019 
 
 
 
 
 
 
CLAUDIANA TELLES DE OLIVEIRA 
 
 
 
 
 
Dissertação apresentada ao Programa 
de Pós-Graduação em Inovação em 
Tecnologias Educacionais da 
Universidade Federal do Rio Grande do 
Norte, para a obtenção do título de 
Mestra em Inovação em Tecnologias 
Educacionais. 
 
 
 
 
 
________________________________________________________ 
Profa. Dra. Betania Leite Ramalho – Orientadora 
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) 
 
 
 
 
_______________________________________________________ 
Dennys Leite Maia – Examinador Interno 
Instituto Metrópole Digital (UFRN) 
 
 
________________________________________________________ 
Profa. Dra. Maria Aliete Cavalcante Bormann – Examinador Externo 
Instituto de Educação Superior Presidente Kennedy (IFESP) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN 
Sistema de Bibliotecas - SISBI 
Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Central Zila Mamede 
 Oliveira, Claudiana Telles de. 
 O uso pedagógico da escola virtual do SGEDUC: a visão dos 
técnicos e pedagogos da SEEC/RN / Claudiana Telles de Oliveira. 
- 2019. 
 100f.: il. 
 
 Dissertação (Mestrado)-Universidade Federal do Rio Grande do 
Norte, Instituto Metrópole Digital, Programa de Pós-Graduação em 
Inovação em Tecnologia Educacional, Natal, 2020. 
 Orientadora: Dra. Betania Leite Ramalho. 
 
 
 1. SIGEDUC - Dissertação. 2. TDICs - Dissertação. 3. Inovação - 
Dissertação. I. Ramalho, Betania Leite. II. Título. 
 
RN/UF/BCZM CDU 004:37 
 
 
 
 
Elaborado por Raimundo Muniz de Oliveira - CRB-15/429 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico este estudo ao meu filho – 
Benjamin Oliveira de Souza - que é uma 
criança autista em uma sociedade 
despreparada para recebê-lo, mas ao 
mesmo tempo responde a isso com uma 
delicadeza própria, um sorriso sempre 
no rosto e uma força colossal me 
motivando e me amando mesmo em 
minhas fragilidades. 
 
 
 
 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 
 
Nenhum dever é mais importante do que a gratidão. Então, é chegada a hora 
de agradecer a todos que fazem parte dessa história. 
Agradeço, primeiramente, a Deus, por ter me sustentado durante toda a 
travessia. 
À minha mãe, Damiana Oliveira, pela dedicação, amor e cuidado. A sua 
história de vida, é exemplo que me fez persistir e cumprir com os compromissos 
assumidos, a despeito de todas as dificuldades. 
À minha orientadora Betania Leite Ramalho, por compartilhar, com 
profissionalismo e carinho, doses generosas de sua sabedoria. A sua correção 
crítica, enraçada de experiência, me fizeram e fazem crescer. À você, meu respeito, 
admiração e gratidão. 
Ao Professor Dennys Leite Maia, em nome de quem, agradeço os demais 
professores do Programa de Pós-graduação em Inovações em Tecnologias 
Educacionais (PPGITE), pelo convívio, pelo apoio, pelos ensinamentos е por 
tornarem as aulas de sextas a noite e sábados durante todo dia mais fáceis ao 
aprendizado e a vivência delas. 
Às minhas amigas e companheiras de turma, Zelda e Sônia que nunca 
desistiram de mim, me encorajando sempre que necessário. Esse suporte foi 
fundamental para a elaboração desse trabalho. 
À Secretaria de Educação do Estado e da Cultura do Rio Grande do Norte 
(SEEC-RN), foi lá que tive a oportunidade de vivenciar a educação em diferentes 
papéis, técnica pedagógica, assessora de gabinete, coordenadora de programas e 
Diretora de uma regional, cresci muito profissionalmente durante esses anos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Vista criticamente, a tecnologia não é 
senão a expressão natural do processo 
criador em que os seres humanos se 
engajam no momento em que forjam o 
seu primeiro instrumento com que 
melhor transformam o mundo”. 
 
Paulo Freire 
 
 
 
 
 
RESUMO 
 
O presente estudo tem como objetivo geral analisar as potencialidades pedagógicas 
do Ambiente da Escola Virtual do SIGEduc, a partir da visão de técnicos e 
pedagogos da – Secretaria de Estado da Educação, Cultura, do Esporte e do Lazer 
do Rio Grande do Norte (SEEC –RN), e como objetivos específicos tipificar as 
funcionalidades do SIGEduc, no âmbito dos propósitos do ambiente Escola Virtual, 
analisar a visão de técnicos e especialistas que atuam nos setores pedagógicos da 
SEEC-RN em relação as funcionalidades pedagógicas do SIGEduc e por fim 
desenvolver uma proposta para uso pedagógico do ambiente Escola Virtual do 
SIGEduc considerando as opiniões dos sujeitos envolvidos na seguinte pesquisa. 
O Sistema Integrado de Gestão Escolar (SIGEduc) é um Sistema de gestão 
bastante inovador, abrangente e com inúmeras funcionalidades. Para tanto, 
buscou-se tipificar as funcionalidades para o uso pedagógico, considerando as 
revelações da equipe técnica. Trata-se de estudo pioneiro sobre o espaço Escola 
Virtual SIGEduc e caracteriza-se como exploratório e descritivo. Para colher dados 
na dimensão qualitativa, utilizou-se questionário com perguntas fechadas e abertas 
aplicado a 43 participantes. Os dados coletados foram sistematizados com o auxílio 
de planilha eletrônica e as análises foram realizadas por meio de técnica de análise 
de discursos. Procurou-se evidenciar os argumentos que tiveram maior incidência 
nas falas e opiniões emitidas pelos/as informantes. Os resultados evidenciam que 
os entrevistados/as compreendem a importância do SIGEduc como ferramenta da 
gestão integrada das rotinas técnicas administrativas e escolares. No entanto, 
pouco se referem a ele como potencializador do processo ensino-aprendizagem, 
como espaço de inovação das atividades educativas apoiadas nas funcionalidades 
tecnológicas. A esse respeito, o estudo discute elementos das Tecnologias Digitais 
da Informação e Comunicação (TDICs) por meio do SIGEduc, cujo Ambiente Virtual 
de Aprendizagem (AVA) encontra-se nele ancorado. O espaço pedagógico desse 
Sistema tem a finalidade de promover diferentes possibilidades de mediações entre 
os conhecimentos, as aprendizagens e as atividades didático-pedagógicas dos 
professores e entre eles e seus alunos. O estudo aponta ser preciso desmistificar 
as possíveis dificuldades envolvendo o uso de TDICs e a falta de infraestrutura. 
Observou-se a ausência de iniciativas para reverter o que hoje emperra a 
concretização do uso pedagógico de um AVA como o disponibilizado no SIGEduc, 
espaço esse também propício para tornar as práticas educativas centradas no 
protagonismo docente, estudantil e entre ambos. Esse AVA, se bem compreendido, 
poderá contribuir para a almejada mudança de postura dos profissionais de 
educação pautada no pensamento computacional e nas inúmeras ferramentas 
digitais propícias para o uso didático e pedagógico. Para tanto, o estudo sugere um 
Plano de Formação para as equipes técnicas da SEEC e para as demais equipes 
técnicas e pedagógicas das escolas que
compõem cada Diretoria Regional de 
Ensino. 
 
Palavras-chave: SIGEDUC. TDICs. Inovação. Sistema de Informação 
 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
This study aims to analyze the pedagogical potentialities of the the SIGEduc Virtual 
School space, from the view of technicians and pedagogues of the State Department 
of Education and Culture of Rio Grande do Norte (SEEC –RN). The Integrated 
School Management System (SIGEduc) is a very innovative, comprehensive 
management system with numerous features. To this end, we sought to typify the 
functionalities for the pedagogical use of SIGEduc within the scope of the Virtual 
School, considering the revelations of the technical team. This is a pioneering study 
on the SIGEduc Virtual School space and is characterized as exploratory and 
descriptive. To collect data in the qualitative dimension, we used a questionnaire 
with closed and open questions applied to 43 participants. The collected data were 
systematized with the aid of an eletronic spreadsheet and the analyzes were 
performed by discourse analysis technique. We tried to highlight the arguments that 
had the greatest weight (incidences) in the speech / opinions issued by the 
informants. The results show that the interviewees understand the importance of 
SIGEduc as a tool for the integrated management of administrative and school 
technical routines. However, little is referred to it as an enhancer of the teaching-
learning process, as a space for innovation in educational activities supported by 
technological features. In this regard, the study discusses elements of Digital 
Information and Communication Technologies DICTs through SIGEduc, whose 
Virtual Learning Environment (VLE) is anchored in the Virtual School. The 
pedagogical environment of this System aims to promote different possibilities of 
mediation between the knowledge, learning and didactic-pedagogical activities of 
teachers and between them and their students. The study points to the need to 
demystify the possible difficulties involving the use of DICTs and the lack of 
infrastructure. There was a lack of initiatives to reverse what today hinders the 
implementation of the pedagogical use of a Virtual Learning Environment such as 
SIGEduc, a space that is also conducive to making educational practices centered 
on student protagonism. This space, if well understood, may contribute to the desired 
change of attitude of educational professionals based on computational thinking, in 
the countless digital tools for the didactic and pedagogical use. To this end, the study 
suggests a Training Plan for the SEEC technical teams, at first, and for the other 
technical and pedagogical teams of the schools that make up each Regional 
Education Bodies of SEEC-RN. 
 
Keywords: Teaching-Learning. DICTs. Innovation. Information system 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
 
Figura 1 Organograma da SEEC-RN........................................................... 22 
Figura 2 Logomarca SIGEduc...................................................................... 26 
Figura 3 Tela de autenticação de acesso ao SIGEduc................................ 28 
Figura 4 Tela inicial do SIGEduc.................................................................. 30 
Figura 5 Divisões da tela inicial – Menu Principal........................................ 33 
Figura 6 Divisões da tela inicial – Portais.................................................... 34 
Figura 7 Divisões da tela inicial – Outros Sistemas..................................... 35 
Figura Mapa do Alcance da Rede Giga Metrópole................................... 36 
Figura 9 Ideias que nortearam a pesquisa.................................................. 62 
Figura 10 Tela inicial Escola Virtual............................................................... 80 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE GRÁFICOS 
 
 
Gráfico 1 Nível de importância de uso das TDICs na educação................ 66 
Gráfico 2 Nível de atratividade e dinamização das TDICs no processo de 
ensino-aprendizagem.................................................................. 
 
67 
Gráfico 3 Mudanças positivas com a implantação do sistema.................. 68 
Gráfico 4 Avanços citados para integração da rede estadual promovidos 
pelo SIGEduc.............................................................................. 
 
70 
Gráfico 5 Nível de estrutura técnica e tecnologia da SEEC-RN................. 71 
Gráfico 6 Dificuldades de uso do SIGEduc................................................. 71 
Gráfico 8 Medidas que poderiam ser tomadas pela SEEC-RN para 
incentivar uso do SIGEduc.......................................................... 
 
73 
Gráfico 9 Frequência de utilização do SIGEduc......................................... 75 
Gráfico 10 Nível de facilidade no acesso ao SIGEduc................................. 76 
Gráfico 11 Recursos do SIGEduc que auxiliam no trabalho pedagógico..... 78 
Gráfico 12 Nível de conhecimento da Escola Virtual.................................... 78 
Gráfico 13 Conhecimentos acerca da Escola Virtual.................................... 79 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE QUADROS 
 
 
Quadro 1 Menu principal SIGEduc - ícones, módulos e funcionalidade.... 32 
Quadro 2 Detalhamento da Amostra........................................................... 57 
Quadro 3 Questões do estudo e objetivos específicos da pesquisa........... 58 
Quadro 4 Questões fechadas da pesquisa e suas categorias.................... 59 
Quadro 5 Questões abertas da pesquisa e suas categorias...................... 59 
Quadro 6 Estruturação do capitulo.............................................................. 62 
Quadro 7 Visões dos técnicos da SEEC-RN em relação às 
funcionalidades pedagógicas dos SIGEduc................................ 
 
65 
Quadro 8 Itens e subitens da Escola Virtual............................................... 80 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE ABREVIATURA E SIGLAS 
 
AVA - Ambiente Virtual de Aprendizagem 
BNCC - Base Nacional Comum Curricular 
CEJAS – Centro de Estudos de Educação de Jovens e Adultos 
CODESE - Coordenadoria de Desenvolvimento Escolar 
DCNs - Diretrizes Curriculares Nacionais 
DIREC – Diretoria Regional de Educação 
DRAEs - Diretoria Regional de Alimentação Escolar 
EJA - Educação de Jovens e Adultos 
ENEM - Exame Nacional do Ensino Médio 
FNDE - Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação 
FUST - Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações 
IDH - Índice de Desenvolvimento Humano 
IFES - Instituições Públicas de Ensino Superior do Brasil 
IMD - Instituto Metrópole Digital 
INEP – Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Anísio Teixeira 
ITI - Instituto Nacional de Tecnologia da Informação 
LDB – Lei de Diretrizes e Bases 
LGBTI+ - Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais ou Transgêneros. 
MCT - Ministério da Ciência e Tecnologia 
MEC – Ministério da Educação e Cultura 
MOOCs - Curso Online Aberto e Massivo, do inglês Massive Open Online Course 
NTE – Núcleo de Tecnologia Educacional 
OCDE - Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico 
ODS - Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável 
ONU/UNESCO - Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a 
Cultura 
PCNs - Parâmetros Curriculares Nacionais 
PEE - Plano Estadual de Educação 
PETERN - Programa Estadual de Transporte Escolar do Rio Grande do Norte 
PNE - Plano Nacional de Educação 
PNUD - Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento 
 
 
 
 
 
PROINFO - Programa Nacional de Tecnologia Educacional 
PROUCA – Programa Um Computador Por Aluno 
REAs - Recursos Educacionais Abertos 
RN – Rio Grande do Norte 
RNP - Rede Nacional de Pesquisa 
SAEB - Sistema de Avaliação da Educação Básica 
SEEC/RN – Secretaria de Estado da Educação, Cultura, do Esporte
e do Lazer do 
Rio Grande do Norte 
SIGAA - Sistema de Integrado de Gestão de Atividades Acadêmicas 
SIGEDUC - Sistema Integrado de Gestão da Educação 
SUEF - Subcoordenadoria de Ensino Fundamental 
SUEJA - Subcoordenadoria de Educação de Jovens e Adultos 
SUEM - Subcoordenadoria de Ensino Médio 
SUEP – Subcoordenadoria de Ensino Profissional 
SUESP - Subcoordenadoria de Educação Especial 
TDICs -Tecnologias da Informação e da Comunicação 
UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 INTRODUÇÃO 16 
Descrição do Contexto: Setores Pedagógicos da SEEC-RN 21 
Objetivos do Estudo 24 
Pressupostos Teóricos 25 
Estrutura do Estudo 26 
2 O SISTEMA INTEGRADO DE GESTÃO DA EDUCAÇÃO ESTADUAL DO RIO 
GRANDE DO NORTE- SIGEduc/RN 28 
2.1 Apresentação do SIGEduc 29 
2.2 A Rede Giga Metrópole 36 
3 AS TDICS COMO POTENCIALIZADORAS DA EDUCAÇÃO BÁSICA 40 
3.1 As políticas públicas para inserção das TDICs no Brasil 40 
3.2 O uso das TDICs como ferramentas pedagógicas e de inovação da 
gestão 44 
3.3 A importância da atratividade das TDICs para potencializar o processo 
de ensino-aprendizagem. 47 
3.4 Desafios para uma mudança de paradigma: das práticas pedagógicas 
analógicas às digitais 53 
4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 57 
4.1 Lócus e sujeitos da pesquisa 58 
4.2 O Instrumento de pesquisa e análise dos dados 58 
4.3 Tratamento e análise dos dados 59 
5 A VISÃO DE TÉCNICOS E ESPECIALISTAS SOBRE O SIGEduc E AMBIENTE 
DA ESCOLA VIRTUAL 65 
5.1 As visões dos técnicos, especialistas, que atuam setores pedagógicos 
da SEEC-RN, em relação às funcionalidades pedagógicas do SIGEduc 65 
5.2 As funcionalidades e uso pedagógico do SIGEduc no Espaço da Escola 
Virtual 78 
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS Erro! Indicador não definido. 
REFERÊNCIAS 89 
APÊNDICE 92 
ANEXO 101 
 
 
16 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
O tema do desenvolvimento, da inovação e das tecnologias vem sendo 
amplamente pautado e discutido nas agendas de organizações internacionais, 
como a Organização das Nações Unidas (ONU) e Organizações das Nações Unidas 
para Educação, Ciência e a Cultura (UNESCO), Organização para a Cooperação e 
Desenvolvimento Económico (OCDE), entre outras, com influência nas políticas dos 
países a elas associados. Essas discussões objetivam influenciar, dentre vários 
temas, a formulação de políticas públicas voltadas à melhoria das condições de vida 
e provisão de necessidades básicas dos indivíduos em escala global. Nesses 
debates, a educação desempenha, com frequência, um papel de destaque pela 
importância que ocupa na sociedade do século XXI, tanto por suas interfaces no 
caráter econômico de formação profissional e produtiva, quanto por sua função 
social de integrar noções de cidadania e possibilidades de pleno desenvolvimento 
integral humano. 
Nesse sentido, segundo Dourado (2007), é fundamental destacar a ação 
política, orgânica ou não, de diferentes atores e contextos institucionais 
influenciados por marcos regulatórios oriundos de orientações, compromissos e 
perspectivas – em escala nacional e mundial –, preconizados, entre outros, por 
agências e/ou organismos multilaterais e fortemente assimilados e/ou naturalizados 
pelos gestores de políticas públicas. 
Nessa ótica, em 2015, foi instituído uma agenda comum mundial, a chamada 
Agenda 2030, com 17 objetivos para o Desenvolvimento Sustentável (ODS)1 que 
impactam na melhoria das condições de vida dos indivíduos. Nos concentraremos 
aqui no 4º objetivo que se refere especificamente à educação, área central do nosso 
estudo. Esse objetivo trata de “Assegurar a educação inclusiva e equitativa de 
qualidade, e promover oportunidades de aprendizagem ao longo a para 
todos”. A promoção dessa agenda encorajou o Brasil e outros países a buscarem 
alternativas voltadas à criação de indicadores para o cumprimento das metas 
globais estabelecidas. 
 
1 17 Objetivos para o desenvolvimento sustentável: https://nacoesunidas.org/pos2015/agenda2030/ 
https://nacoesunidas.org/pos2015/agenda2030/
17 
 
 
No plano nacional, o compromisso com a agenda 2030 tem se materializado 
através do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD/Brasil) 
que atua como orientador de princípios e políticas voltadas para apoiar os países a 
erradicar a pobreza, as desigualdades e a exclusão social. 
O PNUD atua em 170 países e territórios. É um programa que acontece há 
mais de 50 anos no Brasil, cuja missão de alinhar seu trabalho às necessidades do 
país, colaborando no desenvolvimento de políticas, habilidades de liderança, 
capacidades institucionais e resiliência. Desde a entrada em vigor da Agenda 2030 
e seus Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), em janeiro de 2016, o 
PNUD Brasil vem desenvolvendo sua cooperação em torno de quatro áreas-chave 
ou eixos, conforme seu Programa de País para o ciclo 2017-2021: pessoas, planeta, 
prosperidade e paz. 
Em relação a “pessoas” o programa prevê o desenvolvimento de 
capacidades para reduzir as desigualdades, superar crises e melhorar a qualidade 
dos serviços públicos, com foco nas pessoas em situação vulnerável. Já para o eixo 
“planeta” o foco é no suporte para melhor gestão de recursos naturais, estímulo à 
eficiência energética e ao enfrentamento da mudança global do clima, assim como 
o fortalecimento da resiliência de populações e regiões mais vulneráveis. Na área 
“prosperidade” se destina ao estímulo e ao crescimento econômico inclusivo, por 
meio do fortalecimento de parcerias público-privadas, contribuição para a redução 
da desigualdade de gênero no setor privado e promoção de negócios inclusivos. 
E, finalmente, o eixo “paz” incentiva à transparência e o enfrentamento da 
corrupção, fortalecimento das instituições dos sistemas de justiça, estabelecimento 
de diálogo pela eliminação das diferentes formas de preconceito e discriminação, 
entre outras medidas que promovam os direitos humanos e uma sociedade pacífica. 
Outra ação importante que alicerçou essa agenda no Brasil – mesmo que de 
forma independente e de natureza distinta – foi a promulgação da Lei 13.005 de 25 
de julho de 2014, que instituiu o Plano Nacional de Educação (PNE) constituindo 
uma referência central para os entes federativos em relação às políticas 
educacionais a serem implantadas. 
Diante desse contexto são postas novas demandas sociais, novas exigências 
de saberes, de formação de habilidades e competências aos indivíduos para 
inserção na sociedade do século XXI: a sociedade da informação, do conhecimento, 
18 
 
 
da rapidez das transformações tecnológicas e da conectividade. Cabe, então, seguir 
esse caminho e buscar estratégias para acompanhar essas transformações sociais, 
fazendo com que a qualidade na educação básica brasileira seja uma meta a ser 
alcançada. 
Seguindo nessa direção, a SEEC-RN implantou, em 2012, com o apoio da 
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e do Ministério da Educação 
(MEC), o Sistema Integrado de Gestão da Educação (SIGEduc), customizado do 
Sistema de Integrado de Gestão de Atividades Acadêmicas da UFRN (SIGAA). O 
SIGAA2, implantado a partir do ano 1996, foi uma ferramenta decisiva para dar início 
a uma nova política de governança da universidade, chegando a mudar a sua 
cultura na condução, uso, inovação e qualificação dos processos acadêmicos e de 
gestão em todos seus campuses. 
Posteriormente, em 2013, outro projeto foi criado: a Rede Giga Metrópole, 
que tem a função de dar suporte ao SIGEduc e às demandas de rede web para a 
SEEC/RN, para as escolas e para outras instituições públicas. Foi mais uma 
parceria formalizada entre o MEC, a SEEC-RN e a UFRN, por meio do Instituto 
Metrópole Digital (IMD). 
Essa rede de cabeamento de fibra ótica, Rede Giga Metrópole, ampliou a 
rede metropolitana anterior, Giga Natal, visando implantar uma nova rede 
corporativa e de alta velocidade,
interligando diversos setores de interesse dos 
governos federal, estadual e municipal. O projeto previu a potencial contemplação 
de 346 instituições de ensino público da região metropolitana de Natal, envolvendo 
os seguintes municípios: São Gonçalo do Amarante, Parnamirim e Macaíba. 
Nesse contexto, a Rede Giga Metrópole e o SIGEduc se complementam em 
termos de infraestrutura tecnológica a serviço da inovação pedagógica, técnica e 
tecnológica. 
Sendo o SIGEduc um sistema bastante inovador, abrangente e com 
inúmeras funcionalidades, ao longo de sua implementação, observa-se dificuldades 
para ser assimilado, permanecendo subutilizado ou com pouco uso quando 
consideramos seu real potencial nas agendas de natureza pedagógica. Em outras 
palavras: é preciso pôr mais ênfase no uso dessa ferramenta para a atividade fim 
da educação que é o processo de ensino-aprendizagem. Faz-se necessário, 
 
2 Mais informações sobre o SIGAA em: https://sigaa.ufrn.br/sigaa/public/home.jsf 
https://sigaa.ufrn.br/sigaa/public/home.jsf
19 
 
 
portanto, a implementação de estratégias para que ele possa tornar-se um recurso 
tecnológico atrativo e motivador de mudanças nas atitudes e práticas pedagógicas 
do coletivo da educação, integrando a equipe gestora da SEEC-RN. Percebemos a 
necessidade de estudos aplicados voltados para apontar caminhos a serem 
trilhados pelo grupo gestor, considerando estes os responsáveis pela 
implementação desse sistema. 
É nosso propósito, neste trabalho, não apenas anunciar, mas revelar 
possibilidades de inovação tecnológica para a gestão pedagógica nas organizações 
escolares, não só enquanto mecanismo a serviço de um melhor funcionamento 
operacional das escolas, mas também enquanto nova problemática que interfere 
nas concepções pedagógicas dos estabelecimentos de educação e ensino básico 
(MORÁN, 2015). 
Nesse estudo trazemos para a discussão elementos das Tecnologias Digitais 
da Informação e da Comunicação (TDICs) por meio do SIGEduc, cujo Ambiente 
Virtual de Aprendizagem (AVA) encontra-se ancorado na Escola Virtual do 
SIGEduc. Esse ambiente pedagógico do sistema tem a finalidade de potencializar 
diferentes maneiras de promover mediações entre os conhecimentos, as 
aprendizagens, as atividades didático-pedagógicas dos professores, entre outros. 
A Escola Virtual foi pensada para ser um ambiente estratégico e de apoio para a 
implementação de novas maneiras de se pensar, inovar, estudar e desenvolver 
soluções para elevar os níveis de conhecimento profissional dos professores com 
foco nas aprendizagens dos alunos. 
Apoiando-se na atratividade dos recursos das TDICs, nas mudanças de 
postura de ensino de uma perspectiva analógica para digital, o SIGEduc constitui-
se em uma ferramenta pedagógica que pode representar inovação da gestão e em 
metodologias e recursos educacionais com base no protagonismo pedagógico, para 
a promoção de novas possibilidades para se lograr a melhoria da qualidade da 
educação. É um fator de superação de um dos maiores desafios da escola pública: 
reverter a baixa capacidade de ensino e aprendizagem reveladas pelas avaliações 
nacionais e as escolares. 
Apontamos, também, a formação docente como estratégia de grande 
relevância para se implementar mudanças que levem os sistemas educacionais a 
passarem de uma perspectiva analógica para uma digital, uma vez que, em nossa 
20 
 
 
breve história profissional, tivemos o privilégio de vivenciar essa realidade. Nos 
primeiros anos de atuação docente, exercemos a função de regente de laboratório 
de informática em uma escola pública do município de Natal: lá trabalhamos com 
informática educativa e formação do corpo de professores através do Programa 
Nacional de Tecnologia Educacional (PROINFO) e, nesta experiência, enxergamos 
o potencial das TDICs para a dinamização do processo de ensino-aprendizagem e 
inovação do fazer pedagógico. 
Posteriormente, atuando na SEEC-RN, tivemos os primeiros contatos com 
nosso objeto de estudo: o SIGEduc. A partir daí visualizamos o uso das tecnologias 
digitais na perspectiva de gestão dos processos educativos atuando em funções 
voltadas para a gestão educacional, tanto na SEEC-RN como na 2ª Diretoria 
Regional de Educação e Cultura (DIREC). Sendo assim, acreditamos que nossas 
escolhas profissionais nos levaram para uma atuação docente mais sólida e 
conectada com as necessidades dos discentes, mas entendemos que o percurso 
formativo de professores não deve ser apenas apoiado por escolhas, mas 
principalmente por oportunidades igualitárias a todos numa perspectiva futura de 
elevação da qualidade na educação. 
Com base nas argumentações apresentadas e considerando observações 
registradas como membro da equipe técnica da SEEC, algumas questões norteiam 
o presente estudo: como o SIGEduc pode contribuir, efetivamente, para as 
mudanças na gestão dos processos da educação – notadamente os que se inserem 
no plano da gestão dos conhecimentos curriculares e na mediação das 
aprendizagens das habilidades básicas da educação básica – e potencializar a 
inovação, o sucesso escolar e a formação integral do aluno? Que opinião tem a 
equipe técnica e pedagógica da SEEC a esse respeito? Que revelações (advindas 
dessas opiniões) podem ser sinalizadoras de mudanças (no plano das concepções, 
do pensamento profissional e das maneiras de agir de técnicos e pedagogos) para 
a tão propagada necessidade de rever o paradigma que ainda predomina na escola 
pública? Como levar a gestão da educação a superar práticas pedagógicas 
analógicas e tradicionais e passar para outras assistidas pelas TDICs, aqui 
representada pelo Espaço Escola Digital do SIGEduc? 
Obviamente que essas questões não dão conta de todo o problema e 
problemática aqui situada. Todo estudo que procura compreender o campo de 
21 
 
 
mudanças a serem implementadas por um programa, um projeto ou mesmo uma 
política, têm elevada abrangência. Aqui, como ponto de partida de um primeiro 
estudo, o foco se volta para conhecer a visão ou pensamento de pessoas atuando 
num campo profissional (setores técnicos e pedagógicos de uma secretaria de 
educação do estado), confrontadas com um Sistema Integrado de Gestão da 
Educação que requer muito mais tempo, fôlego e aprofundamento, entre outras 
condições, o que foge ao que se propõe uma pesquisa acadêmica no âmbito de 
uma dissertação de mestrado. 
Utilizaremos como conceito da palavra “visão”, a capacidade de 
compreensão, assimilação, entendimento, ponto de vista; maneira de interpretar, 
uma vez que, nosso intuito é conhecer o entendimento dos sujeitos da pesquisa 
(técnicos e pedagogos atuando na equipe central da Secretaria de Educação do 
Estado do Rio Grande do Norte), a respeito do objeto estudado: a Escola Virtual do 
SIGEduc. 
Partimos da premissa de que as funcionalidades pedagógicas do SIGEduc e 
o ambiente da Escola Virtual não são conhecidas e exploradas o suficiente para 
induzir novos meios de aprendizagem na Rede Estadual de Educação do Rio 
Grande do Norte, negligenciando, dessa forma, uma importante ferramenta para a 
inovação dos processos de gestão técnica, pedagógica e, portanto, 
potencializadora de novas práticas para a aprendizagem e a formação integral dos 
estudantes. Esse é, portanto, o problema objeto do presente estudo. 
 
Descrição do Contexto: Setores Pedagógicos da SEEC-RN 
 
As políticas de gestão da educação têm sido objeto de ampla discussão no 
cenário nacional e internacional na atualidade na perspectiva de um 
desenvolvimento sustentável para a população mundial, demandando repensar 
projetos nacionais para o cumprimento de acordos globais. Nesse sentido, é 
fundamental destacar a ação política, orgânica ou não, de diferentes atores e 
contextos institucionais marcadamente influenciados por marcos regulatórios fruto 
de orientações, compromissos e perspectivas. 
Nesse
interim, é fundamental não perder de vista que o projeto de educação 
para o país – que impacta diretamente nos aspectos organizacionais e, 
22 
 
 
consequentemente, na dinâmica com que se materializam esses processos de 
gestão da educação básica em cada ente federativo nacional – trazido por 
documentos como: a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) nº 9394/96, os 
Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), as Diretrizes Curriculares Nacionais 
(DCN’s), o Plano Nacional de Educação (PNE), o Plano Estadual de Educação 
(PEE) e a Base Nacional Comum Curricular (BNCC). 
Dessa forma, a análise da gestão educacional pode se realizar por meio de 
vários recortes e planos. Uma perspectiva importante e que pretendemos formular 
diz respeito à influência de todas essas orientações nacionais no organograma das 
secretarias estaduais de educação. 
Nessa perspectiva, realizaremos uma breve análise do organograma da 
Secretária de Estado da Educação, Cultura, do Esporte e do Lazer do Rio Grande 
do Norte, para apresentar o lócus da nossa pesquisa e situar o nosso objeto 
empírico: setores pedagógicos, dentro de uma política organizacional de educação 
para o Brasil. 
A SEEC-RN tem uma rede de educação básica formada por 608 escolas nos 
167 municípios do estado. Considerando os estudantes, técnicos e professores, 
trata-se de uma comunidade escolar composta por cerca de 270 mil pessoas. Esse 
contingente é dividido em 16 Diretorias Regionais de Ensino e Cultura, distribuídas 
estrategicamente pelo estado do RN, considerando localidade e particularidades 
das instituições educativas. 
A sede central da Secretaria de Educação está situada no Centro 
Administrativo do estado em Natal, contando com cerca de 800 servidores em seu 
quadro funcional, lotados nos mais diversos setores e organizados em um 
organograma estruturado voltado para infraestrutura, gestão e processo de ensino-
aprendizagem na educação estadual, o conforme figura a seguir: 
 
23 
 
 
Figura 1: Organograma da Secretaria de Estado da Educação e da Cultura do 
Rio Grande do Norte
 
Fonte: https://sigeduc.rn.gov.br/2019. Print elaborado pela autora. 
 
A estruturação dos setores pedagógicos na SEEC-RN, como nas demais 
secretárias de educação estaduais, se desenvolveu impulsionada por marcos 
regulatórios, fruto de orientações, planos, projetos e leis de diversas 
instâncias dos poderes nacionais e muitas vezes orientados por iniciativas 
em ações fragmentadas e implantadas de forma superficial. 
O texto da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) nº 9.394/96 
estabeleceu, a finalidade da educação no Brasil, como esta deve estar organizada, 
quais são os órgãos administrativos responsáveis, quais são os níveis e 
modalidades de ensino, entre outros aspectos em que se define e se regulariza o 
sistema de educação brasileiro com base nos princípios presentes na Constituição 
de 1988. 
As orientações e diretrizes nacionais instituídas a partir da LDB, como PCN’s, 
DCN’s e mais recentemente BNCC, PNE’s, PEE’s e etc., foram criadas com objetivo 
de estabelecer bases comuns nacionais para a Educação Infantil, o Ensino 
Fundamental e o Ensino Médio, bem como para as modalidades com que podem 
se apresentar. Sendo assim, os entes federativos tanto na instância municipal 
quanto estadual foram se moldando organizacionalmente para atendimento e 
execução desse projeto de educação nacional. No caso da educação estadual do 
RN foi criado a Coordenadoria de Desenvolvimento Escolar (CODESE) englobando 
https://sigeduc.rn.gov.br/2019
24 
 
 
todas as demandas de políticas de impacto ao ensino-aprendizagem do educando 
e dividindo-se, de maneira fragmentada, em subcoordenadorias para o atendimento 
de demandas especificas a cada ensino ou modalidade educacional (SUEM, 
SUEJA, SUEP, SUEF, SUESP). 
Na SEEC-RN, o organograma reflete um outro contexto de sociedade, 
política e espaço físico, cujas referências não atendem, em grande medida, as 
atuais demandas na gestão global da educação. Com essa compreensão, faz-se 
necessário que as agendas de natureza pedagógica ocupem ações mais 
destacadas pautadas numa releitura dos diferentes setores que compõem o cenário 
da SEEC-RN, ainda compartimentalizado, com dificuldades de dar unidade a uma 
política com elevadas atribuições técnicas, administrativas e financeiras. 
Chama-se a atenção para o fato da educação estadual do RN contar, há 8 
anos, com um Sistema de Gestão, o SIGEduc, que integra os mais variados 
procedimentos da administração técnica e pedagógica e com possibilidade de uso. 
Esse tempo possibilita uma avaliação desse sistema para qualificar seu uso e 
sugerir, sempre que necessário, uma revisão uma nova forma de estruturar os 
diferentes setores da SEEC para atender aos propósitos fundamentais desse 
sistema: a integração dos processos de gestão da educação. Fazemos esse 
destaque uma vez que o estudo procura contribuir para uma permanente 
atualização da gestão da educação no atual contexto do século XXI. 
 
Objetivos do Estudo 
 
O objetivo geral da presente pesquisa é analisar as potencialidades 
pedagógicas do Espaço Escola Virtual do SIGEduc a partir da visão da equipe 
técnica e pedagógica da SEEC. 
Para tanto, delimitamos os seguintes objetivos específicos: 
a) Tipificar as funcionalidades do SIGEduc, no âmbito dos propósitos do 
ambiente Escola Virtual; 
b) Analisar a visão de técnicos e especialistas que atuam em setores 
pedagógicos da SEEC-RN em relação às funcionalidades pedagógicas do 
SIGEduc; 
25 
 
 
c) Desenvolver uma proposta para o uso pedagógico do ambiente Escola 
Virtual do SIGEduc, considerando as opiniões dos sujeitos envolvidos na 
presente pesquisa. 
 
Pressupostos Teóricos 
 
Assumimos alguns pressupostos teóricos que fundamentam o estudo a partir 
de autores que compartilham ideias, em grande medida, de uma mesma escola de 
pensamento cuja base epistemológica se alicerça no pensamento crítico, 
contextualizado, reflexivo e aberto às atuais demandas da sociedade tida como do 
conhecimento. 
O primeiro pressuposto trata da importância das TDICs na gestão 
pedagógica da educação com base tecnológica, que segundo Ramalho, Nuñez e 
Flor (2018), pode propiciar a modernização das rotinas pedagógicas do trabalho de 
gestores, coordenadores, professores, e servidores, promovendo o acesso à 
tecnologia pelos alunos e familiares, possibilitando o monitoramento dos 
indicadores da escola, o acesso dos alunos a ferramentas didático-tecnológicas 
que dinamizam e tornam mais atrativas as alternativas de aprendizagens. As 
famílias, por sua vez, podem ter um melhor acompanhamento de seus filhos por 
meios dos canais disponíveis. 
O segundo pressuposto diz respeito à importância da atratividade dos 
recursos TDICs para potencializar o processo de ensino dos professores e a 
aprendizagem dos alunos. Essa é uma das demandas na qual nos deparamos com 
o desafio de superar os preceitos e rotinas da chamada escola tradicional, com 
vistas às novas demandas de um mundo com informações ilimitadas, disponíveis e 
em constante transformação. Nesse sentido, o que deve ser ensinado e aprendido 
no âmbito da educação escolar passa, também, por necessárias inovações 
tecnológicas e pedagógicas como metodologias ativas de aprendizagem que 
motivem o estudante ao desenvolvimento de conhecimentos acadêmicos 
potencializadores de habilidades e competências para a vida. 
O terceiro pressuposto trata das dificuldades da escola e, 
consequentemente, da equipe técnica e pedagógica mudar suas ações arraigadas 
em uma lógica analógica e práticas tradicionais de ensino e aprendizagem que já 
não são as mais indicadas para fomentar as esperadas aprendizagens do alunado. 
26 
 
 
Levar a escola tradicional ainda analógica para dar um salto qualitativo e inovador 
é um avanço necessário e um propósito assumido por esse estudo. 
 
Estrutura do Estudo 
 
Esta dissertação
está organizada em quatro seções além desta introdução e das 
considerações finais. As seções, que lhe dão forma e contexto, foram construídos 
de maneira a fornecer uma visão geral e específica do estudo. 
A introdução apresenta os aspectos relativos à problemática que suscita o 
trabalho, as inquietações e justificativa para a escolha do tema, o problema, objeto 
de estudo, objetivos e pressupostos teóricos. Finalizamos discutindo o fator 
pedagógico na estrutura de uma secretaria de educação. 
Na seção II apresentamos o objeto da pesquisa e seu percurso histórico desde 
a implantação e desenvolvimento do SIGEduc. 
A seção III, intitulado “As TDICS (Tecnologias Digitais da Informação e 
Comunicação) como ferramenta pedagógica para o uso na educação básica”, trata 
da fundamentação teórica do estudo, abordando as palavras chaves do problema: 
ensino e aprendizagem, formação integral, inovação, sistema de gestão, 
atratividade dos recursos, TDICs. Este capitulo está subdividido em quatro partes: 
as políticas de inserção da TDICs no Brasil; o uso das TDICs na gestão educacional, 
propiciando a modernização das rotinas pedagógicas na educação, A importância 
da atratividade dos recursos TDICs para potencializar o processo de ensino e 
aprendizagem e mudanças de paradigmas: das práticas pedagógicas de lógica 
analógica e tradicionais as digitais. 
 Na seção IV abordamos os fundamentos teóricos e metodológicos que 
orientam a pesquisa; apresentamos o design do estudo, revelando o lócus da 
pesquisa e os sujeitos. Ainda são descritos os instrumentos de recolha dos dados, 
bem como os procedimentos de análise destes. 
 A seção V traz a análise e inferência dos resultados e está subdividido em 
três subitens: no primeiro apresentamos as visões dos técnicos, especialistas, que 
atuam setores pedagógicos da SEEC-RN, em relação às funcionalidades 
pedagógicas do SIGEduc: aqui faremos uma reflexão dos dados obtidos na 
pesquisa; no segundo as funcionalidades e uso pedagógico do Ambiente Escola 
27 
 
 
Virtual do SIGEduc. No terceiro item apresentaremos a Escola Virtual como espaço 
pedagógico voltado ao ensino e aprendizagem. 
Nas considerações finais evidenciamos as implicações do estudo, fazendo uma 
reflexão e apontamentos necessários para um caminho de novas perspectivas de 
uso do SIGEduc, de mudança de paradigmas em relação ao sistema voltados ao 
ensino e aprendizagem da educação básica na rede estadual de ensino do Rio 
Grande do Norte, onde a Escola Virtual ganhe a devida dimensão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
28 
 
 
 
2 O SISTEMA INTEGRADO DE GESTÃO DA EDUCAÇÃO ESTADUAL DO RIO 
GRANDE DO NORTE- SIGEduc/RN 
 
O SIGEduc se caracteriza como uma tecnologia que moderniza as rotinas de 
gestão da rede estadual de educação do Rio Grande do Norte, ele interliga 
informações e gerencia escolas de todo o estado ao seu órgão central, a Secretaria 
de Estado de Educação e Cultura (SEEC/RN), conforme figura a seguir. 
 
Figura 2: Logomarca SIGEduc 
 
 
Fonte: https://sigeduc.rn.gov.br/2019. Print elaborado pela autora. 
 
O sistema foi implantado em 2012 e focou inicialmente em padronizar e 
otimizar processos inerentes ao funcionamento das escolas, integrando as 
informações em um banco de dados unificados e fornecendo ferramentas 
automatizadas para realização dos procedimentos escolares, tudo isso demandado 
pela urgência na organização dos processos de gestão da informação da rede 
escolar. 
Essa implantação foi motivada pela necessidade de modernização e 
informatização nos processos de gestão da rede, tanto na sede da Secretaria de 
Educação, quanto nas unidades educacionais e DIRECs, ou seja, a preocupação 
da SEEC-RN com a melhoria da educação pública estadual. 
Implantar um sistema de informação na rede estadual aperfeiçoaria a coleta, 
processamento, armazenagem, análise e distribuição das informações. E esses 
dados, consequentemente, dariam suporte à tomada de decisão pelos gestores, 
bem como no planejamento das atividades pedagógicas executadas pela SEEC-
RN. 
Para colocar o sistema em funcionamento, a secretaria pesquisou várias 
alternativas e a que melhor se aproximou a sua necessidade foi o SIGAA. Utilizado 
pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte, o SIGAA informatizou todas as 
https://sigeduc.rn.gov.br/2019
29 
 
 
atividades acadêmicas de graduação, pós-graduação, ensino técnico, ensino médio 
e infantil, projetos de ensino, ensino a distância e portais próprios para professores, 
alunos, coordenações e comissão de avaliação institucional e docente. 
Foram utilizados os códigos fontes do SIGAA para implantação do sistema 
informatizado da rede estadual de educação do Rio Grande do Norte. O MEC, por 
meio do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) que financiou a 
customização dos primeiros módulos. 
Em 2014, com o aprimoramento do sistema, e objetivando a integração da 
gestão educacional, foram criados módulos que incorporaram o SIGEduc: 
transporte escolar, gestão de recursos humanos, gestão de eleições, portal da 
DIREC, Sigponto (módulo de ponto eletrônico) e o ambiente virtual de aprendizado, 
a Escola Virtual. 
Por se tratar de um sistema de alta complexidade e com inúmeras 
funcionalidades, apresenta muitas dificuldades no entendimento e aplicação 
eficiente dos recursos. É preciso avançar no desenvolvimento de funcionalidades 
pedagógicas de ensino-aprendizagem e capacitação para o manejo das 
ferramentas, como também na aproximação e acessibilidade dos usuários. 
 Estruturando-se o sistema dessa forma poderia ainda promover mais 
benefícios como um processo colaborativo de alimentação constante de dados, 
promovendo uma robustez e qualidade de informações disponíveis. Sendo assim, 
todos os colaboradores independentemente da função que exerçam ou instituição 
que estejam lotados na estrutura institucional da Secretaria de Educação, 
possuindo login e as devidas permissões de acesso necessárias a atividade fim 
podem integrar a rede de alimentadores do sistema. 
Associar os diferentes atores sociais à tomada de decisões constitui, 
efetivamente, um dos principais objetivos e sem dúvida, o meio essencial 
de aperfeiçoamento dos sistemas educativos. (DELORS 1996, p. 81) 
Dessa forma, o trabalho colaborativo na alimentação do sistema torna-se 
figura central no funcionamento que gera qualidade e sustentabilidade. Isso só se 
tornará possível com o gradativo aprimoramento de módulos e uma maior 
participação dos sujeitos envolvidos. 
 
1.1 Apresentação do SIGEduc 
 
30 
 
 
A interface atual do SIGEduc é composta por uma tela de identificação (figura 
3) onde o usuário seleciona seu perfil de acesso: estudante, familiares, professor 
ou funcionário. Cada perfil possibilita acesso a módulos diferentes de acordo com 
as permissões disponibilizadas na programação do tipo de perfil, que estão 
diretamente vinculadas às necessidades de uso de cada usuário. Além disso, é 
possível realizar a autenticação no sistema e acessá-lo através de senha e usuários 
cadastrados. 
 
Figura 3: Tela autenticação de acesso ao SIGEduc 
 
 
Fonte: https://sigeduc.rn.gov.br/2019. Print elaborado pela autora. 
 
 
A tela seguinte à da autenticação é a tela inicial (figura 4). Nela, é possível 
acessar todos os módulos do SIGEduc de acordo com as permissões disponíveis, 
abrir chamados de assistência técnica, alterar senha de acesso, acessar a área 
administrativa, alterar o perfil ou vinculo de acesso. Atualmente a interface do 
sistema está dividida em “menu principal”, “portais” e “outros sistemas”. 
 
 
Figura 4: Tela inicial do SIGEduc 
 
https://sigeduc.rn.gov.br/2019
31 
 
 
 
Fonte: https://sigeduc.rn.gov.br/2019. Print elaborado pela autora. 
 
QUADRO 1: Menu principal SIGEduc – ícones, módulos e funcionalidade 
 
ÍCONE 
NOME DO 
MÓDULO 
 
FUNCIONALIDADE 
 
 
Central de 
matrícula
Envolve todo processo de matrícula da rede (que é realizado 
exclusivamente via sistema): busca de escolas com vagas 
disponíveis, classificação por oferta de ensino e questionário 
socioeconômico. 
 
 
Diário de 
Classe 
Frequência dos alunos, turmas que o professor ministra as 
aulas, aba de educação especial com vários itens de 
gerenciamento e acompanhamento do aluno com 
necessidades educacionais especiais, Exame Nacional do 
Ensino Médio (ENEM) para informar inscrições, notas, médias 
e etc. 
 
 
Unidades 
escolares 
Módulo com listagem e descrição de todas as unidades 
escolares da educação estadual. 
 
 
Gestão do 
estudante 
Gerenciamento de informações sobre os alunos, documento, 
histórico de matrículas, transferências, relatórios de 
estudantes por etapa de ensino, por município, por diretoria 
regional, por distorção, por modalidade de ensino. 
https://sigeduc.rn.gov.br/2019
32 
 
 
 
 
Gestão 
curricular 
Gerenciamento do currículo educacional, etapas de ensino, 
componente pré-requisito, nível de ensino, modalidade de 
ensino, estrutura curricular, cadastro de turno, forma de 
organização das etapas. 
 
Monitoramento 
da educação 
Módulo aberto para livre consulta, apresenta dados, gráficos, 
indicadores de resultados sobre estudantes e escolas. 
 
Integração com 
Educasenso 
Cruzamento de dados com o sistema Educasenso, censo 
escolar. 
 
Comunicação 
com 
os usuários 
Espaço destinado à comunicação e interação com os usuários 
do sistema. 
 
Administração 
técnica 
Gerencia permissões e acesso do sistema com perfis, 
apresenta opções de login como usuário, gestão escolar ou 
diretoria de ensino. 
 
Processo 
seletivo de 
estudantes 
Módulo onde são concentrados os processos seletivos, 
concursos e olimpíadas para estudantes. 
 
Gestão de 
eleições 
Espaço da gestão democrática para realização dos processos 
de eleições para gestores escolares. 
 
 
Alimentação 
escolar 
Módulo exclusivo para gestão da merenda escolar nas 
escolas e secretaria: cardápio, fornecedores, comunicação 
com a escola e Diretorias Regionais de Alimentação Escolar 
(DRAEs). 
 
Transporte 
escolar 
 
Espaço para adesões dos municípios ao Programa Estadual 
de Transporte Escolar do Rio Grande do Norte (PETERN), 
bem como realização denúncias e consultar legislação e 
normas estaduais. 
 
 
Ouvidoria Reclamações, denúncias e comunicação. 
 
Biblioteca 
Para organização, estruturação, catalogação, empréstimo e 
aquisições de livros nas bibliotecas escolares. 
 
Educação de 
jovens e 
adultos 
Especificidades da Educação de Jovens e Adultos (EJA). 
Bancas, legislação e programas com acesso restrito. 
33 
 
 
 
Análise 
socioeconômica 
Relatórios com análise do perfil socioeconômico dos alunos 
da rede. Evolução de desempenho, comparativo por DIREC, 
município, nível de ensino, modalidade de ensino. 
 
Monitoramento 
da escola 
virtual 
Ambiente virtual de aprendizagem, repositório de conteúdo. 
 
Processos 
seletivos 
Concursos e processos de seleção. 
 
Administração 
dos CEJAS 
Oferta de vagas para os centros, mapa de vagas e 
ocupações, relatório de disciplinas. 
 
Ata eletrônica 
Esse módulo é utilizado para envio de atas de resultados 
finais por escolas que não fazem parte da rede estadual de 
ensino e também a validação dessas atas. 
 
Recursos 
humanos 
Gestão de recursos humanos de servidores. 
 
Eventos Informes e divulgação de eventos. 
 
Integração do 
SIGEF 
O Sistema de Gestão Fundiária (SIGEF) é uma ferramenta 
eletrônica para subsidiar a governança fundiária. 
 
Plano Estadual 
de Educação 
Acesso ao documento oficial do Plano Estadual de Educação 
do RN. 
 
Fonte: Elaborado pela autora com dados obtidos em https://sigeduc.rn.gov.br/2019. 
 
Nomeamos “ferramentas pedagógicas” aquelas ferramentas de ensino-
aprendizagem voltadas para a interação entre professores e alunos e diretamente 
ligada com a atividade fim da educação que é a formação integral do educando. 
Nesse caso, identificamos o módulo da “escola virtual”, com essas características e 
dedicado a esse objetivo. 
Abaixo apresentamos a imagem desses módulos em uma tabela com ícone, 
nome e função correspondente a cada módulo: 
 
 
 
 
 
 
https://sigeduc.rn.gov.br/2019
34 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 5: Divisões da tela inicial – Menu Principal 
 
 
Fonte: https://sigeduc.rn.gov.br/2019. Print elaborado pela autora. 
 
O menu “portais” é subdividido em 8 portais com uma série de outras 
funcionalidades desenvolvidas propriamente para atender a necessidade de cada 
portal: Portal da Gestão Escolar, Portal da DIREC, Portal do Professor, Portal dos 
Pais/Responsáveis, Acompanhamento da Educação, Portal da Gestão CEJA e 
Portal do Ensino Superior. 
 
 
 
 
https://sigeduc.rn.gov.br/2019
35 
 
 
 
 
 
 
Figura 6: Divisões da tela inicial – Portais 
 
Fonte: https://sigeduc.rn.gov.br/2019. Print elaborado pela autora. 
 
 
Já o menu “outros sistemas” corresponde a sistemas que são interligados ao 
SIGEduc: Sistema Integrado de Patrimônio, Administração e Contratos (SIPAC); 
Acessar SIGPonto; que se refere ao sistema de informação de ponto eletrônico 
acessado pelos servidores da educação estadual; Sistema Integrado de 
Monitoramento e Avaliação Institucional (SIMAIS), que tem, entre outros objetivos, 
o de oferecer indicadores mais precisos com relação à aprendizagem dos 
estudantes e à gestão do ensino; e, por fim, o Comunica-Edu, que visa facilitar a 
comunicação entre alunos, professores, gestores e pais. Por ele é possível 
comunicar problemas, fazer elogios e até emitir avisos sobre ocorridos em uma 
determinada escola. 
 
https://sigeduc.rn.gov.br/2019
36 
 
 
 
 
 
Figura 7: Divisões da tela inicial – Outros Sistemas 
 
Fonte: https://sigeduc.rn.gov.br/2019. Print elaborado pela autora. 
 
 
Portanto, o SIGEduc dispõe de uma gama de ferramentas e funcionalidades 
que dão suporte aos processos de gestão educacional nas instâncias técnicas e 
pedagógicas. Seguindo esse rumo de uma melhor estruturação desse sistema 
robusto e diversificado de funcionalidades, a Secretaria de Educação Estadual 
estabelece uma parceria voltada a oferta de internet de alta velocidade, a Rede Giga 
Metrópole, na perspectiva de ampliação de infraestrutura tecnológica a serviço da 
Inovação educacional. 
 
1.2 A Rede Giga Metrópole 
 
A SEEC-RN procurou estabelecer parcerias estratégicas com o MEC e 
Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) no intuito de implantar 
outras tecnologias digitais para fomentar as atividades técnicas, administrativas e 
pedagógicas da SEEC. Assim, nasce a Rede Giga Metrópole, conforme logo 
apresentado na figura a seguir: 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://sigeduc.rn.gov.br/2019
37 
 
 
Figura 8: Mapa do Alcance da Rede Giga Metrópole 
 
Fonte: https://sigeduc.rn.gov.br/2019. Print elaborado pela autora. 
 
A Rede Giga Metrópole é uma rede de comunicação de dados de alta 
velocidade que utiliza tecnologia óptica para prestar serviços de conectividade física 
a instituições localizadas na região metropolitana de Natal. Desenvolveu-se de uma 
extensão de uma rede metropolitana anterior chamada de Rede Giga Natal, de onde 
foi compartilhado o uso de um par de fibras ópticas cedido pela Rede Nacional de 
Ensino e Pesquisa (RNP) ao Governo do Rio Grande do Norte visando implantar 
uma rede corporativa de alta velocidade interligando os diversos setores de 
interesse do governo. O projeto é uma parceria entre o Instituto Metrópole Digital, a 
Secretaria de Estado da Educação e Cultura e o Ministério da Educação, sendo este 
responsável pelo financiamento. No total, foram investidos R$ 11 milhões, 
repassados pelo FNDE para a SEEC-RN. 
Até dezembro de 2012, segundo estudo publicado pelo instituto Metrópole 
Digital da UFRN metade das escolas públicas da região metropolitana de Natal não 
possuíam conexão com internet e a outra metade tinha acesso
somente a uma 
banda média de 370 kbps. A partir desta constatação, foram iniciados 
entendimentos entre SEEC, UFRN através do IMD e o Ministério da Educação com 
o objetivo de conectar, através de uma rede de alta velocidade, todas as escolas 
públicas da região metropolitana de Natal. 
https://sigeduc.rn.gov.br/2019
38 
 
 
Nesse contexto, a Rede Giga Metrópole e o SIGEduc apresentam uma 
perspectiva para atendimento das demais unidades educacionais. Espera-se que, 
com o avanço gradual dessa rede de fibra óptica, essas iniciativas venham a se 
complementarem em termos de infraestrutura tecnológica a serviço da inovação 
pedagógica, no sentido de se ter à disponibilidade um sistema de informação 
abrangente em termos de funcionalidades e internet com velocidade e de qualidade 
para operar esse sistema na gestão dos processos educacionais. 
Entendemos que esse percurso histórico aponta claramente a necessidade, 
em nosso estado, da inserção das TDICs na educação, com iniciativas tanto de 
gestão, modernização e organização educacional quando no desenvolvimento de 
estratégias e ferramentas pedagógicas na perspectiva de construção de uma 
educação de maior qualidade e para atender as demandas formativas do indivíduo 
do século XXI. Pois, como afirma Delors (1996, p.85): 
 
A educação não serve, apenas, para fornecer pessoas qualificadas ao 
mundo da economia: não se destina ao ser humano como agente 
econômico, mas enquanto fim último do desenvolvimento. Desenvolver os 
talentos e as aptidões de cada um corresponde, ao mesmo tempo, à 
missão fundamental humanista da educação, à existência de equidade que 
deve orientar qualquer política educativa e as verdadeiras necessidades 
de um desenvolvimento endógeno, respeitador do meio ambiente humano 
e natural, e da diversidade de tradições e cultura. 
 
Para tanto, são necessários todos os esforços para que a inserção das 
Tecnologia Digitais da Informação e Comunicação no ambiente escolar realmente 
aconteça. E não apenas, mas também ultrapasse ofertas de potenciais melhorias 
do trabalho pedagógico, indo para além e chegando na necessidade maior de 
acesso ao conhecimento do mundo no amanhã. Dessa forma, para Morán (2015, 
p.16): 
 
O que a tecnologia traz é integração de todos os espaços e tempos. O 
ensinar e aprender acontece numa interligação simbiótica, profunda, 
constante entre o que chamamos de mundo físico e mundo digital. Não 
são dois mundos ou espaços, mas um espaço estendido, uma sala de aula 
ampliada, que se mescla, hibridiza constantemente. Por isso a educação 
é cada vez mais bleded, misturada híbrida porque não acontece só no 
espaço físico da sala de aula, mas nos múltiplos espaços do cotidiano, que 
incluem os digitais. O professor precisa seguir comunicando-se face a face 
com os alunos, mas também digitalmente, com as tecnologias móveis, 
equilibrando a interação com todos e cada um. 
 
As TDICs abrem esse leque de possibilidades na educação que transcende 
espaço físicos, que inova o ato de lecionar, que permite o engajamento dos alunos 
39 
 
 
pela atratividade e diversidade de formas de fazer o ensino, que oferece 
infraestrutura técnica e organizacional adequada, que traz a escola para o século 
XXI. E, é com essa visão que entendemos essas ferramentas como 
potencializadoras da educação. 
 
 
 
40 
 
 
3 AS TDICS COMO POTENCIALIZADORAS DA EDUCAÇÃO BÁSICA 
 
As Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação exercem um papel 
cada vez mais importante na forma de nos comunicarmos, aprendermos e vivermos. 
O desafio é equipar essas tecnologias efetivamente, de forma a atender aos 
interesses dos aprendizes e das unidades escolares em que estão inseridos. 
Acreditamos que as TDICs podem contribuir para o acesso universal à 
educação, a equidade na educação, a qualidade de ensino-aprendizagem, o 
desenvolvimento profissional de professores, bem como melhorar a gestão, a 
governança e a gestão educacional ao fornecer a combinação certa e organizada 
de políticas, tecnologias e capacidades. Nas páginas que se seguem, detalharemos 
essas possibilidades desempenhadas pelas Tecnologias Digitais da Informação e 
da Comunicação. 
Na seção seguinte, faremos um breve relato da história da educação 
brasileira na perspectiva de mostrar algumas das iniciativas governamentais de 
inserção de políticas públicas de TDICs marcadas pela implantação de muitos 
programas e ações que foram importantes para o fortalecimento da compreensão 
da importância desses recursos para educação e impulsão de mais iniciativas 
voltadas a esse fim. Também observamos, nesse percurso histórico, que essas 
políticas apresentaram muitos entraves exatamente pela fragmentação entre os 
programas e instituições responsáveis pela sua implantação e aplicação. 
 
3.1 As políticas públicas para inserção das TDICs no Brasil 
 
Com o crescente avanço tecnológico e a grande variedade e velocidade de 
conhecimentos expostos surge a necessidade de adequar a realidade escolar às 
mudanças que ocorrem no contexto social. É buscando atender estas 
especificidades que, aos poucos, vão surgindo as políticas públicas que tencionam 
minimizar as situações e ou problemas que aí existem. 
Segundo Barreto e Maia (2012), a partir da metade dos anos de 1990 se 
percebe no Brasil a preocupação na difusão de políticas voltadas ao fomento do uso 
de TDICs presentes em documentos e leis que regulamentam a educação, como é 
o caso da LDB (Lei Nº 9.394/96) e dos Parâmetros Curriculares Nacionais. No caso 
da LDB, nessa época tanto para o Ensino Fundamental, quanto para o Ensino Médio 
41 
 
 
e superior se observa referência em seu texto quanto à disseminação dos 
conhecimentos científico-tecnológicos e suas implicações na sociedade. Os 
Parâmetros Curriculares Nacionais já indicavam a necessidade do uso de 
computadores nas escolas como instrumento de aprendizagem. Para Barreto e 
Maia (2012, p. 48), verificaram-se elementos, 
 
[...] como a criação de políticas públicas direcionadas às tecnologias 
digitais na educação, predisposição dos gestores e professores em favor 
da inserção das tecnologias digitais, tanto no espaço físico, quanto no 
currículo e na formação docente devem ser observados a fim de se 
conseguirem melhores resultados. 
 
Nesse contexto, impulsiona-se demandas de recursos, ações e programas 
de inserção de TDICs no espaço físico das escolas, no currículo educacional e na 
formação dos docentes motivados por esses documentos e marcos legais. Sendo 
assim, presumimos que as políticas públicas de inserção de TDICs no Brasil se 
concretizaram para suprir as novas necessidades da sociedade, concretizadas por 
formas e modelos de aplicação de algumas iniciativas governamentais, tais como: 
criação de recursos de apoio aos professores e alunos, ferramentas que os 
auxiliariam na aquisição de materiais e tecnologias para uso nas escolas públicas 
brasileiras, programas, ações de infraestrutura técnica. 
Em relação aos recursos de apoio pedagógico aos professores podemos 
citar como exemplo a criação da TV Escola, em 1996 pelo Ministério da Educação. 
Como citado na própria página de internet da TV Escola3, os conteúdos audiovisuais 
foram elaborados por uma rede de profissionais: professores, pedagogos, 
especialistas nas áreas do conhecimento, jornalistas especializados e equipe 
técnica, que dialogam com as diretrizes curriculares da educação básica e com seus 
principais programas de aperfeiçoamento. Disponibilizados integralmente por meio 
da TV aberta, internet e aplicativo e que abordam o desenvolvimento profissional da 
equipe escolar; dinâmicas de sala de aula e de extraclasse; avaliação, recuperação 
e aceleração dos alunos por meio de séries, animações e documentários nacionais 
e estrangeiros, 
 
[...] é importante viabilizar também condições para que nossos professores 
utilizem conteúdos digitais em suas salas de aula, tornando a escola mais 
interessante.
Para tal, precisamos oferecer a eles acesso a esses 
conteúdos, tanto em formato de objetos educacionais isolados, tais como 
 
3 Disponível em: https://tvescola.org.br/ 
https://tvescola.org.br/
42 
 
 
vídeos ou simuladores, quanto por meio de roteiros completos 
multimidiáticos sobre um determinado assunto. (BRASIL, 2010, p. 01). 
 
Apoiada no documento “Portal da Educacional do Professor no Brasil” de 
2010 da Secretaria de Educação à Distância do Ministério da Educação pra 
fomentar a participação dos professores em comunidades educacionais, com a 
oferta de conteúdos digitais, espaços de comunicação e outros elementos podemos 
citar outro exemplo de recurso implantado pelo governo federal como política para 
o uso de TDICs na educação que é o Portal do Professor: uma comunidade virtual 
desenvolvida através do Ministério das Ciências e Tecnologia, lançada em 2008 na 
qual os professores de todo o país podem compartilhar suas ideias, propostas, 
sugestões metodológicas para o desenvolvimento dos temas curriculares e para o 
uso dos recursos multimídia e das ferramentas digitais. 
Como exemplo de política pública voltada a ações de infraestrutura técnica 
para dar suporte aos programas e recursos para uso de TDICs na educação 
apontamos a implantação da internet no Brasil. Bonilla e Pretto (2015) afirmam que 
a implantação da rede internet no Brasil foi uma experiência positiva de política 
pública com bons resultados, exatamente por conta de uma ação articulada e 
articuladora de diversos atores no cenário nacional. 
Sendo assim, uma ação conjunta entre o Ministério da Ciência e Tecnologia 
(MCT) com as Instituições Públicas de Ensino Superior do Brasil (IFES) possibilitou 
a montagem da Rede Nacional de Pesquisa (RNP). Com isso, criou-se uma rede 
que possibilitou conexão em quase todo o país. A característica básica desta política 
que fez nascer a internet no Brasil foi a articulação horizontal de todas as instituições 
de ensino superior existentes que, com apoio financeiro e técnico, dotou essas 
instituições de conexão em alta velocidade para a época e, com isso, estruturou-se 
uma rede de transmissão inicial da internet brasileira. 
Ainda na perspectiva da infraestrutura técnica o governo federal investiu em 
políticas preocupadas em investir em softwares. Segundo Barreto e Maia (2012), 
em 2003, as instituições públicas federais adotaram preferencialmente o uso de 
softwares livres como solução informática em suas repartições. Com essa iniciativa 
o objetivo foi controlar nos custos de licenças de softwares, redução de dependência 
com empresas desenvolvedoras e a promoção no uso de programas de 
computadores em instituições públicas. Essas medidas possibilitaram que as 
tecnologias digitais chegassem às escolas públicas. 
43 
 
 
No campo dos programas, as iniciativas governamentais que mais se 
destacaram na implantação do uso de TDICs na educação brasileira foram o 
Programa Nacional de Tecnologia Educacional (PROINFO) e o Programa Um 
Computador por Aluno (PROUCA). 
De acordo com Bonilla e Preto (2015), o PROINFO foi o principal programa 
de formação continuada de professores para o uso de tecnologias digitais, criado 
em 1997 com o objetivo de disponibilizar laboratórios de informática nas escolas e 
formar professores na perspectiva de difusão das tecnologias digitais nas práticas 
educativas. 
Para Barreto e Maia (2012), a frente de atuação mais estratégica desse 
programa foi a criação de 100 Núcleos de Tecnologias Educacionais (NTE) em todo 
o país. Os núcleos davam suporte para instalação, manutenção e disseminação dos 
laboratórios de informática nas escolas e para a formação de professores 
multiplicadores para propagar o uso pedagógico das tecnologias em todo território 
nacional, promovendo uma ideia de descentralização no processo de 
informatização das escolas públicas. 
Ainda segundo Bonilla e Pretto (2015), o PROINFO foi reformulado em 2007 
e incorporou a seus objetivos a promoção da inclusão digital e a produção de 
conteúdos digitais educacionais. Essas adequações do programa foram realizadas 
com o intuito de que ocorressem significativas melhorias que possibilitassem a sua 
utilização de forma eficiente, na promoção da inclusão digital da sociedade tão 
almejada e desejada desde meados da década de 90. 
O PROUCA foi lançado efetivamente como projeto piloto em 2010 em cerca 
de 300 escolas públicas distribuídas em todo país. O projeto era articulado entre 
instituições em diferentes instâncias: governos estaduais e municipais, 
universidades, núcleos de tecnologia, escolas, empresas. Estava previsto que cada 
escola receberia laptops para o uso de alunos e professores e apoio para 
melhorar/construir a infraestrutura de acesso à internet. O programa também previa 
infraestrutura capaz de dar suporte aos laptops e formação dos profissionais de 
educação envolvidos no processo para dinamizar cada fase de atuação do 
programa nessa etapa. 
Como é possível perceber no relato descrito nos parágrafos acima, desde a 
metade dos anos 1990 é possível perceber uma intensificação de políticas 
44 
 
 
educacionais voltadas para implantação do uso da TDICs no Brasil. A presença de 
menções às políticas de tecnologias na educação em documentos e marcos 
regulatórios da educação nacional impulsionou a reflexão e execução de iniciativas 
com esse fim. Para Barreto e Maia (2012), é possível perceber na história das TDICs 
no Brasil uma ênfase no campo de iniciativas políticas de softwares e hardwares. 
No campo da formação de professores para lidar com o uso pedagógico dessas 
máquinas não se percebe a mesma evolução. 
Dessa forma, torna-se legitimo nosso pensamento, neste estudo, em 
promover como produto final dessa dissertação uma proposta de formação em 
serviço que objetiva o uso de TDICs para profissionais da educação do Rio Grande 
do Norte, como uma iniciativa de preparar, nesse contexto específico, educadores 
que multipliquem e disseminem os conhecimentos adquiridos nesse processo de 
formação em toda a rede de ensino. 
 
3.2 O uso das TDICs como ferramentas pedagógicas e de inovação da gestão 
 
A educação promovida nas instituições escolares faz parte da vida cotidiana 
quase que naturalmente. Essa premissa é tão forte e impregnada na nossa cultura 
acaba passando despercebida, sem tomarmos conta de sua existência e das 
funções que cumpre ou poderia cumprir para nossa sociedade. 
Essa construção está tão intrínseca à sociedade que se tornou direito 
humano universal e um direito para toda população mesmo sendo realidades 
criadas por certas sociedades em contextos específicos. Diferentes grupos sociais 
dispõem em condições e medidas desiguais; ou seja, estamos a frente de um direito 
universal que não é oferecido igualmente para todos. 
Vivemos atualmente momentos críticos em relação a posturas tradicionais 
impregnadas em nossas instituições educacionais frente a uma sociedade em 
transformações constantes e rápidas impulsionadas pelas TDICs. Nesse sentido, 
 
[...] o que deve ser ensinado e aprendido no âmbito da educação escolar 
passa, também, por necessárias inovações tecnológicas e pedagógicas 
que motivem o estudante para as aprendizagens de conhecimentos e 
habilidades inerentes à etapa da escolarização obrigatória (RAMALHO; 
NUÑES; FLOR, 2018, p. 8). 
 
45 
 
 
No contexto do trabalho e da sociedade, a escola se destaca na qualificação 
de indivíduos, ela dispõe das condições necessárias para promover o acesso ao 
conhecimento científico, a criticidade nas informações, ao desenvolvimento do 
intelecto, formação da cidadania, formação ética. É fundamental que as instituições 
educacionais não sejam mais consideradas isoladas, é necessário que o debate de 
questões como economia, política, cultura se integre a essas instituições, 
centrando-se na formação integral e contínua dos sujeitos.
São postas novas exigências de saberes e de comportamentos aos 
cidadãos para que possam se inserir nesse cenário. À Educação Básica 
cabe estar em sintonia com as novas necessidades impostas pelo mundo 
digital, integrando essa realidade à sua estrutura formativa. (RAMALHO; 
NUÑES; FLOR, 2018, p. 2). 
 
Dessa forma, a necessidade de se estabelecer políticas públicas, formas de 
ensino, mudanças de paradigma e inovações pedagógicas que democratizem e 
tornem possível a efetivação desse direito se torna fator determinante para um 
futuro promissor na educação brasileira. 
 
Uma das dimensões relevantes da inovação pedagógica, no contexto 
atual, diz respeito à incorporação das novas tecnologias da informação e 
das comunicações, como ferramentas estratégicas para melhorar a 
atividade de ensino e das aprendizagens dos estudantes na escola, assim 
como ferramenta de melhor gestão pedagógica. (RAMALHO; NUÑES; 
FLOR, 2018, p.8). 
 
Em relação à inovação pedagógica, a literatura vigente nos mostra duas 
perspectivas distintas do conceito de inovação: 1) alterar o sentido das coisas em 
prática; 2) caráter intencional e planejado em oposição a mudanças espontâneas 
(MESSINA, 2001, p. 226). 
 A inovação pela alteração do estado das coisas ou pelo deslumbramento por 
qualquer coisa nova não representa necessariamente uma estratégia adequada e 
se perde o sentido da educação; como, por exemplo, utilizar um sistema de gestão 
educacional como SIGEduc meramente para reprodução de atividades mecânicas 
que anteriormente eram realizadas com outro tipo de tecnologia mais simples. 
Podemos citar o SIGEduc como exemplo de recurso inovador, de base 
tecnológica, projetado para modernizar as rotinas pedagógicas e fortalecer a gestão 
educacional, que é objeto de estudo dessa pesquisa. Uma plataforma com 
capacidade de potencializar as práticas pedagógicas inovadoras no âmbito da rede 
escolar. 
46 
 
 
 Essa plataforma se concretiza como um sistema de informações que 
promove gestão integrada, controle e organização, de modo a reduzir as distâncias 
físicas, planejamento eficiente e acesso às informações por funcionários, docentes, 
pais e oferecendo ferramentas que dinamizem o aprendizado de alunos. 
Segundo Messina (2001), é necessário inovar, mas com caráter intencional, 
aberto e com múltiplos significados capazes de transformar pessoas e o espaço no 
qual está inserido resinificando a prática pedagógica. Conforme Freire (1996), os 
seres humanos têm essa possibilidade de ser co-criadores, a qual nos libera de ser 
meros executores das programações sociais e de ficar subordinados às 
metodologias “bancárias”. Metodologias que nascem não só no ensino, mas no 
conjunto da vida social. 
Assim sendo, um sistema de gestão de informação com base na internet 
desempenha na atualidade uma importância crescente nas organizações de formal 
geral. A tecnologia consegue potencializar e modernizar qualquer tipo de estrutura 
organizacional no fluxo dos processos administrativos, na tomada de decisões, na 
colaboração dos grupos envolvidos e no acesso a informações que; 
consequentemente, se reflete no processo de ensino do docente e no aprendizado 
do aluno. 
Para Terra (2013), o aprendizado individual se dá de forma análoga ao 
processo organizacional, demandando reinvenção pessoal. Estão associados a 
mudanças de modelos de mapas mentais, comportamentos, desenvolvimento de 
habilidades e competências sociais sendo elas desenvolvidas presencial ou não-
presencialmente. 
 
Também se verifica que os indivíduos, em seus processos criativos e de 
aprendizado, dependem de grande motivação intrínseca, assim como da 
interação com outros, da combinação de múltiplas perspectivas e 
experiências e, finalmente, de tentativas e erros pessoais. (TERRA, 2013, 
p. 2). 
 
 Dessa forma, são vários aspectos relacionados às tecnologias da informação 
que promovem um ganho substancial no apoio, estruturação e organização das 
instituições educacionais, tanto quanto no estímulo ao desenvolvimento de 
habilidades e competências individuais dos sujeitos. 
Segundo O`Brier e Marakas (2006, p. 9), existem três razões fundamentais 
em torno da aplicação das tecnologias da informação e da comunicação nas 
47 
 
 
organizações: suporte dos processos, suporte na tomada de decisões e suporte das 
estratégias de atuação. 
Trazendo essas aplicações para o campo educacional, podemos inferir que 
o suporte dos processos ficaria a cargo da administração da unidade escolar; ou 
seja, aparatos de suporte organizacional tais como: relatório de rendimento dos 
estudantes, diário escolar, rol da instituição, distribuição de carga horária de 
professores e matricula. 
O sistema de informação também dá suporte na tomada de decisões que tem 
maior e mais detalhado acesso a informações referentes aos estudantes daquela 
instituição e eficiência nas resoluções de problemas durante o processo educativo. 
E, finalmente, dar suporte às estratégias de atuação que seriam correções 
de rotas de atuação no planejamento pedagógico: uso de novas estratégias, fazer 
de novas formas a chamada inovação educativa. Inovar para atender a demanda 
educacional dos estudantes que necessitam de estratégias diversificadas para 
concretização de um aprendizado significativo, para Terra (2013, p. 4): 
 
Reconhece-se, assim, que o aprendizado e a criação individual incluem a 
capacidade de combinar diferentes inputs e perspectivas, que o 
aprendizado organizacional demanda uma visão sistêmica do ambiente e 
a confrontação de modelos mentais distintos e, finalmente, que o processo 
de inovação requer, crescentemente, a combinação de diferentes 
habilidades, conhecimentos e tecnologias de campos distintos. 
 
Em suma, o uso de um sistema de informação ou qualquer recurso digital 
será pedagógico de acordo “com quem” e “como se usa” ele. É necessário 
compreender a importância do uso das tecnologias na educação, para que ela 
envolva adequadamente todos que com ela interagem (gestores, funcionários, 
professores alunos, comunidade e etc.) e para que dela se extraia o necessário para 
atividade fim da educação que é o ensino e aprendizagem dos estudantes. 
3.3 A importância da atratividade das TDICs para potencializar o processo de 
ensino-aprendizagem. 
 
O que deve ser aprendido e ensinado nas escolas na atualidade passa, 
necessariamente, por uma proposta curricular que atenda mais igualitariamente as 
crianças e jovens. Perpassa, também, a necessidade de redefinição de papéis e 
atores no âmbito escolar, a atratividade no ensino para facilitar o aprendizado, 
novas estratégias educativas, a chamada inovação pedagógica e finalmente a 
48 
 
 
incorporação das TDICs na educação como necessidade da sociedade do século 
XXI, a chamada sociedade da informação. 
De acordo com Moran (2005, p. 15) a educação 
 
[...] formal está num impasse diante de tantas mudanças na sociedade: 
como evoluir para tornar-se relevante e conseguir que todos aprendam de 
forma competente a conhecer, a construir seus projetos de vida e a 
conviver com os demais. Os processos de organizar o currículo, as 
metodologias, os tempos e os espaços precisam ser revistos. 
 
O processo de ensino-aprendizagem deve ser personalizado: propor 
atratividade nas aulas, propor diversas disciplinas como opções, estimular as 
habilidades, aptidões e interesse dos estudantes, diversificar e inovar nas formas 
de ensinar, envolver as famílias e os vários atores sociais no processo, propiciando 
uma aproximação e um reconhecimento social. 
A estrutura do modelo de escolarização tradicional que concebia em 
períodos distintos a educação, sendo a infância e adolescência para instrução 
escolar, a fase adulta para produção profissional e o tempo da aposentadoria já não 
contemplam o contexto na contemporaneidade e, consequentemente, o futuro. Os 
conhecimentos adquiridos na infância e juventude não são suficientes

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